Manacá - Arte, Unidade 1

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UNIDADE

AYRTON VIGNOLA/ARQUIVO DA EDITORA

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Ligando as antenas

Nesta Unidade os alunos vão tomar contato com diferentes maneiras de perceber a si mesmo e ao outro por meio de questionamentos e de atividades que os colocarão em contato com formas de sentir e de expressar os sentimentos, assim como, de perceber o mundo e os diferentes tipos de expressão artística usando os órgãos dos sentidos (visão, audição, gustação, olfato e tato).

Detalhe de escultura única em crochê colorido com diferentes instalações. Mostra Dengo, de Ernesto Neto. Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2010. Corda de polipropileno e poliéster e bolas de diferentes materiais.

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O que você vai estudar

Diferentes expressões artísticas Os detalhes e as intenções em uma expressão artística Os contornos e os diferentes movimentos da linha Percepção dos movimentos e trabalho em conjunto As ondas sonoras Os sons dos instrumentos e das vozes

Vamos conversar

Como percebemos as expressões artísticas que estão à nossa volta? Como expressamos o que sentimos por meio da arte? Que órgãos do nosso corpo funcionam como “antenas” que nos permitem perceber o ambiente e o mundo que nos cerca?

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Eu e o mundo

ACERVO DA AUTORA/10 cm X 12 cm

Você sabia que, no planeta em que vivemos, cada ser vivo tem uma ou mais maneiras de perceber a realidade?

Comente com os alunos a legenda da obra reproduzida. No destaque, o nome da obra. Depois entram a data, a técnica e a autoria.

Anotações de insetos, 1998. Caneta hidrográfica de ponta fina sobre caderno com pauta. Obra da autora.

Nos desenhos que você observa nesta página representando insetos, percebem-se antenas. As antenas têm, entre outras funções, a de ajudar os insetos a procurar comida e a saber por quais direções e sentidos eles devem ir. Isso porque, nessas antenas, existem pequeninas cerdas que captam cheiros e outros estímulos do ambiente. 10

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Atividade 1 Em seu caderno, invente seis tipos de inseto, cada um com uma antena diferente. Faça seus desenhos com caneta esferográfica e, para deixá-los coloridos, use lápis de cor. Desafios Desenhar com caneta esferográfica (o que significa que você não vai poder apagar!).

Nós, seres humanos, também usamos os sentidos para perceber o mundo que nos rodeia. Os sentidos do olfato e da gustação, por exemplo, nos ajudam a perceber, respectivamente, cheiros e sabores. Sentindo o aroma característico, sabemos se o café está pronto e, ao prová-lo, descobrimos se ele foi adoçado ou não. Brincando com as palavras, podemos até dizer que, em certa medida, esses sentidos são as nossas antenas.

© SHUTTERSTOCK / ERIC ISSELEE

Todos os insetos que você inventar devem ter muitos detalhes!

Se os seres humanos tivessem antenas, como você imagina que elas seriam? E em qual parte do corpo elas estariam: na cabeça, nas mãos, nos pés? Onde, afinal? No caderno, desenhe uma pessoa com antenas. Pode ser homem ou mulher, o que você achar melhor.

© SHUTTERSTOCK / DENISNATA

Atividade 2

Faça seu desenho com o material que preferir: canetinha, lápis preto ou de cor. Desafio Usar a imaginação para criar algo bem interessante.

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Antes de colocar em prática a atividade 3, sugerimos que você mostre aos seus alunos um vídeo do artista Guto Lacaz em que ele dá boas dicas a respeito de suas engenhocas (disponível em: <http://www.gutolacaz.com.br/videos/maquinas1.html>. Acesso em: 19 mar. 2014). Depois da exibição do vídeo, peça-lhes que elaborem um projeto de engenhoca. Em conjunto, você e os alunos, poderão fazer a lista de materiais de que eles vão precisar. Providencie os materiais e, no dia da execução dos trabalhos, deixe-os à disposição dos alunos. Na hora da execução, pode ser que ocorram mudanças no projeto. Não se preocupe com isso, é parte do processo de criação.

Atividade 3

GUTO LACAZ/ACERVO DO ARTISTA

O artista plástico paulista Guto Lacaz é um mestre na invenção de “máquinas” inúteis. Com muito humor, ele cria uma série de engenhocas, como esta, que aparece na imagem ao lado.

Segundo o Parecer CNE/CEB 15/2000, “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas formas de linguagem presentes em nossa sociedade, submetido às determinações gerais da legislação nacional e às específicas da educação brasileira, com comparecimento módico e variado”. O texto completo do Parecer está disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/ pdf/PCB15_2000.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2014.

Esta obra de Guto Lacaz, denominada Óleo Maria à procura da salada (1982), tem movimento: a bandeja onde está a lata gira em círculos. No alto da lata, a antena também gira, como se a lata de óleo fosse capaz de perceber os “sinais” de uma salada perdida.

Imagine que você é um artista e recebeu a encomenda de criar uma máquina capaz de captar algum sinal que nossos sentidos não conseguem perceber. Por exemplo, uma máquina que capte a distância a doçura do mel no interior de uma colmeia. Ou então uma máquina que perceba uma formiga chegando a uma distância bem grande. Ou outra, ainda, que capte a quantidade de sal no ar da praia para, por exemplo, com essa informação, calcular quantas ondas quebraram naquela praia, na noite anterior. Como sua máquina captaria sinais como esses? Pense um pouco, use a imaginação. Depois de decidir o que vai construir, faça uma pequena maquete dessa máquina usando materiais diversos, como fios, tampas de garrafa, caixinhas, canudinhos, argolas, restos de computador, etc. Antes, porém, é melhor fazer um projeto no seu caderno, incluindo um desenho da máquina, e elaborar uma lista dos materiais que você vai usar.

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Se possível, assista a um vídeo que, além de belo, traz boas informações para ajudá-lo a entrar no próximo assunto, a arte pré-histórica (disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=YQjjzjUAMqs#aid=P-Cr4NnXCAY>, acesso em: 8 abr. 2014).

PULSAR IMAGENS/ANDRE DIB

Para fazer arte, também usamos os nossos sentidos. Todos eles. E imprimimos também nosso jeito de sentir as coisas. Algo como a tristeza que sentimos após brigar com um colega, ou a alegria que experimentamos ao perceber como o dia está bonito. Guardamos tudo isso, percepções e sentimentos, na memória. Também prestamos atenção em nossas ideias, escutamos nossos amigos, pais e professores. Conversamos com o vendedor da loja, o motorista do ônibus. Sentimos o cheiro do pão que acabou de ser feito na padaria. Depois, usamos as referências que nossa memória registrou para criar uma obra artística. Essa obra pode ser uma música, uma dança, uma peça de teatro, um desenho, uma escultura, um poema... O ser humano faz arte desde muito tempo atrás. No sul da França, país da Europa, em uma caverna chamada Chauvet, foi descoberta uma coleção de belas pinturas feitas nas paredes internas (também chamadas de arte rupestre). As pinturas de Chauvet incluem desenhos de leões, bisões e outros animais, além de registros de mãos humanas, feitos há mais de 30 mil anos! No Brasil também há arte rupestre. No Parque Nacional Serra da Capivara, no estado do Piauí, foram descobertas pinturas feitas enAs palavras marcadas estarão no glossário tre 6 mil e 12 mil anos atrás, como a que se vê na imagem no final do livro. a seguir.

Detalhe de pintura rupestre no Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí. Foto de 2013. 13

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CLAUDE MONET/ MUSEU D’ORSAY, FRANÇA/75 cm X 104 cm

Agora, veja na imagem abaixo uma reprodução do quadro chamado A estação de São Lázaro, pintado em 1877. A tela foi criada pelo artista francês Claude Monet. Ele e seus amigos pintores pesquisavam a luz e suas mudanças ao longo do dia. Por isso, preferiam fazer seus trabalhos ao ar livre. Monet e seus amigos viveram na França há mais de 100 anos, na mesma época em que foi inventada a fotografia. Observe novamente a pintura em que o artista retratou o interior da estação de trem. Não parece que ele quis tirar uma foto do local, captando toda a luz que vinha do telhado e da entrada da estação?

Claude Monet. A estação de São Lázaro, 1877. Óleo sobre tela.

Atividade 4 Em seu caderno, usando lápis de cor, faça dois desenhos: um deles com o tema “um dia de chuva” e o outro com o tema “um dia de sol”. Desafio Você não pode deixar nem um pedacinho da página em branco, sem colorir. 14

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Atividade 5

Ao responder às questões abaixo, as crianças não precisam “acertar”, pois, na verdade, em Arte, não há certo ou errado. Eles devem usar a percepção e escrever o que perceberam. Provavelmente, a maioria vai dizer que o cinza e o azul são cores frias e que o laranja e o vermelho são cores quentes. Mas o que interessa é a percepção que elas desenvolvem das cores e como essa percepção se relaciona com o desenho que fizeram. Não se trata aqui da aquisição de um conceito já pronto de cores quentes e frias, mas da construção desse conceito. Veja sugestão de atividade complementar no CAP.

Olhe bem para os desenhos que fez na atividade anterior. Agora escreva um texto em seu caderno sobre a diferença entre as cores que você usou no desenho representando o dia de chuva e aquelas que usou para retratar o dia de sol. Procure responder às questões a seguir para escrever seu texto. Que cores você usou mais em cada um dos desenhos? Será que elas podem ser consideradas “quentes” ou “frias”? Quais seriam mais quentes? E quais seriam frias? Justifique suas respostas. Que tipos de cores existem para você? Por exemplo, existe cor molhada? O que mais você pode dizer sobre as cores que usou para fazer os seus desenhos?

Atividade 6

Oriente novamente a leitura da legenda, que traz as informações sobre a obra de arte.

LUIZ ZERBINI/ACERVO MAC, NITERÓI/295 cm X 280 cm/FOTO: EDUARDO ORTEGA

Veja na imagem abaixo um trabalho do artista plástico paulista Luiz Zerbini. Nessa pintura há tantos detalhes e cores que você precisaria entrar na obra e dar uma volta lá dentro para conseguir ver tudo.

Luiz Zerbini. Eu paisagem, 1998. Tinta acrílica sobre tela. 15

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Pergunte às crianças se imaginam o que significam as palavras destacadas. Diga-lhes também para consultarem o significado dos termos destacados no glossário que está no final do livro. Antes da consulta, porém, seria interessante que as crianças tentassem depreender o significado dos termos pelo contexto em que aparecem.

Observe o quadro com bastante atenção e leia, na legenda, o nome que o artista deu à obra. Depois, responda no caderno: Por que você acha que Luiz Zerbini deu esse nome à pintura? Importante: não há uma resposta única, certa ou errada. Para responder, pense em algo que faz sentido para você. Agora, em um pedaço de cartolina branca de 20 centímetros por 20 centímetros, e usando canetinhas coloridas, faça um desenho com muitos detalhes e muitas cores em que você esteja presente. Exponha o seu trabalho. Desafios Tentar entender o sentido da obra de um pintor. Desenhar você dentro do desenho. Fazer um desenho com muitos detalhes, com muita cor e caprichado.

Como você viu até aqui, os artistas manifestam percepções, ideias e sentimentos por meio de suas obras. Mas alguns artistas vão mais longe, eles também querem causar sensações em quem as aprecia. É o caso de Ólafur Eliasson, artista contemporâneo de dupla nacionalidade (ele é dinamarquês e islandês) que realiza obras de arte conhecidas como instalações. Por meio de montagens com luzes, água, espelhos e outros materiais, o artista cria obras que conseguem fazer o visitante experimentar sensações, como a de estar sob a chuva ou de sentir o calor de um dia de sol. Veja, na imagem da página ao lado, uma instalação desse artista. Usando muitas lâmpadas, ele construiu um “Sol” no interior de uma galeria de arte. Além disso, ele acrescentou espelhos para que a luz se refletisse e brilhasse com bastante intensidade.

Atividade 7 Usando um pedaço de barbante de 60 centímetros, fita adesiva, três tubos de papelão (como o de papel toalha) e quatro palitos de sorvete, crie uma peça de arte: uma escultura. Se quiser, você pode usar canetinhas ou pedaços de papel colorido para dar o acabamento em sua obra. E, se preferir, faça o trabalho em dupla com um colega. Exponha(m) o trabalho. 16

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Desafios Ao ser exposta, a escultura criada por você(s) deverá causar alguma sensação nos colegas e no professor. Observe a reação das pessoas que observaram seu trabalho. Procure guardar essa sensação na memória.

Atividade 8 No caderno, desenhe de memória alguém observando e interagindo com o trabalho que você criou. Que sensação ou sensações você acha que sua obra de arte despertou nesse espectador? Pergunte às crianças o que imaginam que seja um espectador. A sequência do texto pode tê-las conduzido à compreensão do termo. A criança pode escrever uma palavra, duas, ou mesmo frases.

STUDIO OLAFUR ELIASSON. CORTESIA DO ARTISTA

Registre suas impressões no próprio desenho, no ponto em que achar melhor.

Ólafur Eliasson. The weather project (O projeto tempo), 2013. Instalação na Galeria Tate Modern, na cidade de Londres, Inglaterra.

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ACERVO DA AUTORA/9 cm X 10 cm

Nas artes, as linhas também têm muito a dizer. Em um desenho de observação, elas podem nos servir de guia para a expressão do que estamos vendo. Experimente passear o seu olhar pelo contorno das coisas. Observe um cachorro, por exemplo. Em vez de prestar atenção na cor do animal, se ele é gordo ou magro, ou se é simpático ou bravo, repare no contorno dele. Escolha um ponto qualquer do corpo do animal para começar a observação. Pode ser a ponta do rabo. Passeie lentamente o olhar, fazendo a curva de descida do rabo, chegando às costas e caminhando adiante. Suba pela linha do pescoço, chegue a uma das orelhas, desça devagar pela testa, alcance a ponta do focinho. Cuidado! Aí tem um precipício que despenca e vai dar na boca aberta do cachorro, bem na língua! Que meleca! Desça a curva da língua, volte a subir, em uma linha quase reta. Pronto, pode começar a descer pelo pescoço, chegar à perna e, depois, à pata. Pablo Picasso. Violinista e tocador de banjo, 1919. Nanquim e lápis. Suba novamente, desça mais uma vez, contorne a outra perna. A barriga, mais duas pernas, o traseiro e, por fim, o rabo de novo. Gostou desse passeio de linha? Essa é uma boa brincadeira para fazer a qualquer hora: passear o olhar pelo contorno das coisas. Veja, nas figuras a seguir, exemplos de como alguns artistas usaram a linha para desenhar o que queriam.

PABLO PICASSO/ MUSEU PICASSO, PARIS/19,7 cm X 26 cm

Passeando com as linhas

Cumbuco, Ceará, 1996. Caneta de ponta fina sobre caderno com pauta. Obra da autora. 18

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MILLÔR FERNANDES/MUSEU DE ARTE MODERNA DO RJ/51 cm X 40 cm © THE SAUL STEINBERG FOUNDATION/ LICENCIADO POR AUTVIS, BRASIL, 2014/DIMENSÕES: 36,8 cm X 58,4 cm.

CLEMENT C. MOORE COLLECTION/MORGAN LIBRARY AND MUSEUM

Millôr Fernandes. Deformação profissional, 1957. Nanquim sobre papel.

Rembrandt. Estudo para mulher doente e esboço alternativo para sua cabeça, 1647-49. Bico de pena e tinta marrom.

Saul Steinberg. Casacos de pele, 1951. Tinta sobre papel. 19

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© SUCESSION PABLO PICASSO/LICENCIADO POR AUTIS, BRASIL, 2014

Outro grande artista, o pintor espanhol Pablo Picasso, também brincou com a linha. E em um momento especial de sua vida. Em 1957, o artista ganhou de um amigo um cachorrinho da raça dachshund, conhecida entre nós como “salsicha”, e se apegou muito ao animal. Veja ao lado como Picasso retratou seu querido Lump usando a técnica da linha.

Pablo Picasso. The dog, c. 1957. Nanquim sobre papel.

Observe esta imagem da cabeça de um cachorro vista de perfil. No caderno, usando um lápis, brinque de acompanhar o contorno da figura e, enquanto faz isso, desenhe a cabeça do bicho.

© SHUTTERSTOCK / JANIS SMITS

Atividade 9

Dica: enquanto estiver desenhando, olhe mais para a figura do cachorro do que para o lápis. Depois, usando a memória e a imaginação, faça um desenho de outro cachorro. Desafio Não vale apagar. Para finalizar esta atividade, desenhe o contorno de mais dois animais, como gatos, passarinhos, peixes ou outros. Escolha aqueles de que você mais gosta. Seria interessante se você pudesse observar o animal ao vivo e desenhá-lo. Muitos animais podem servir de modelo para você treinar seu olhar e seu traço ao desenhar. Mas se não tiver um modelo real, pesquise em livros ou na internet uma boa foto de animal para servir de modelo. 20

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© 2014. DIGITAL IMAGE, THE MUSEUM OF MODERN ART, NEW YORK/SCALA, FLORENCE/45,1 cm X 62,2 cm

Saul Steinberg. Arquitetura em papel milimetrado, 1954. Tinta e colagem sobre papel.

© 2014. DIGITAL IMAGE, THE MUSEUM OF MODERN ART, NEW YORK/ SCALA, FLORENCE, 47 cm X 23 cm

Alberto Giacometti. Jean-Paul Sartre apoiado ao cotovelo, cerca de 1949. Lápis e borracha sobre papel.

© THE SAUL STEINBERG FOUNDATION/LICENCIADO POR AUTVIS, BRASIL, 2014/ COLEÇÃO PARTICULAR/36,8 cm X 29,2 cm

Mira Schendel. A trama, cerca de 1960. Monotipia a óleo sobre papel japonês.

ALBERTO GIACOMETTI/FOUNDATION GIACOMETTI, PARIS

Até agora vimos exemplos da linha como contorno, mas ela pode ser muito mais do que simplesmente um contorno. Quando um espaço é preenchido com muitas linhas, o resultado tem mais massa, volume e, quando as linhas são trançadas umas com as outras, o resultado é uma grade. Quer ver alguns exemplos?

Que tal fazer mais dois exercícios e ficar craque em desenho?

Atividade 10 Em uma folha de papel sulfite, faça um desenho de observação de um sapato seu. Use muitas linhas, passando umas sobre as outras, como nos desenhos acima. Em outra folha, experimente fazer como a artista brasileira Mira Schendel: trace linhas para um lado, para o outro, cruze-as, etc. Depois, também como ela, anote no próprio desenho quais foram as sensações que cada movimento da linha lhe causou.

Mira Schendel. Sem título, 1965. Monotopia a óleo sobre papel japonês. 21

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Meu corpo, seu corpo Será que “enxergamos” apenas com os olhos? Que tal pensar a respeito? Para começar, tente acompanhar com o olhar o contorno do seu próprio corpo ou do corpo de um dos colegas. Depois, pense em como seria possível representar as linhas que contornam o corpo humano, que você percebeu usando o sentido da visão.

Atividade 1 Nesta atividade você vai trabalhar em dupla com um colega (menino ou menina, você é quem escolhe). Fique em pé na frente do colega, que deverá deixar os braços pendentes ao longo do corpo, um pouco afastados, e as mãos espalmadas, ou seja, abertas. Enquanto isso, você percorre com os olhos as linhas do contorno do corpo do parceiro à sua frente. Comece pela cabeça e vá descendo o olhar. Você vai fazer descobertas, verá surgir contornos aos quais nunca tinha prestado atenção antes. Descobrirá cantinhos escondidos, como as curvas da orelha. Alguma vez você já tinha notado quantas saliências e reentrâncias uma orelha pode ter? E por falar nisso, será que o nosso corpo tem linhas retas? 22

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Continue o exercício, acompanhando o contorno do pescoço, passando pelos ombros e descendo pelos braços. Preste atenção especial a pedacinhos complicados, como o vaivém entre os dedos das mãos. E prossiga com o olhar, até voltar à cabeça.

CLÁUDIO CHIYO/ARQUIVO DA EDITORA

Ao final do exercício do olhar, é hora de botar a memória para trabalhar! No caderno de desenho, sem voltar a olhar para o parceiro da dupla, trace o contorno do corpo dele. Procure registrar o máximo possível de detalhes. Em seguida, troquem de papéis na atividade. Você deverá ficar parado, com os braços pendentes e as mãos espalmadas, enquanto seu colega percorre o contorno de seu corpo com o olhar. Quando seu colega terminar seu desenho de memória, vocês vão voltar a se observar para comparar em detalhes o desenho que fizeram com o modelo real. E então: o que foi representado no papel é semelhante ao corpo real? Desafio Não olhar para o parceiro enquanto desenha. Usar apenas a memória! 23

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Se houver condições, coloque música de fundo (calma, instrumental, erudita ou popular) durante a execução desta atividade, para que cada um possa mergulhar em suas próprias sensações e emoções e deixar a imaginação fluir.

Atividade 2 Veja, no CAP, o primeiro comentário referente à atividade 2.

Esta é outra maneira de perceber os contornos do corpo. O seu colega de dupla deve deitar de barriga para cima, com os braços ao lado do corpo levemente abertos, e fechar os olhos. Ele pode deitar sobre uma folha de papel estendida no chão ou mesmo diretamente no chão. Com cuidado, para não perder nenhum detalhe, você vai fazer o contorno do corpo do colega que está deitado. Use uma canetinha ou um giz de cera para riscar no papel (ou giz comum para riscar no chão) o contorno do corpo dele. Preste atenção às menores curvinhas e, sem interromper o contorno, volte ao ponto de partida. Mas não vale tocar o corpo do colega – senão ele pode se mexer, e o contorno vai sair do lugar. Quem está deitado, com os olhos fechados, vai tentar perceber o traçado do contorno do corpo, pelo leve contato com a pele. Qual é a sensação percebida? Você sabia que a pele é o maior órgão do corpo humano? Será que ela tem “antenas”? Se tiver, devem ser muitas... Em seguida, a dupla troca de posição e de função: quem estava deitado se levanta e traça o contorno do colega, sobre o papel ou diretamente no chão. Por fim, a dupla pode se levantar para observar os mapas corporais construídos e trocar ideias sobre como foi para cada um essa experiência. O seu corpo sente? O quê? Com os mapas traçados, você escolhe as cores e os materiais (papéis e pedaços de tecidos) que melhor representem o que você sente em cada parte do corpo.

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ROBERTO ZOELLNER/ARQUIVO DA EDITORA

Por exemplo, que sensações ou sentimentos podem estar associados à região de seu peito? Quais emoções, sensações e sentimentos estariam associados à sua cabeça? Às suas mãos? Aos seus pés? Aos seus joelhos? Você está lembrado do que viu das cores neste capítulo? Em que partes do corpo você acha que poderia usar as cores que você considera quentes? E em que partes as cores frias ficariam melhor? A que sensações, sentimentos e emoções as cores quentes correspondem melhor? E as cores frias? Que materiais devem ser aplicados na parte de dentro do mapa de seu corpo para representar bem o que você sente? Seja como for, lembre-se: não Desafio há certo ou errado. O imporSer único! A forma de pintar, desenhar ou tante é que cada um busque aplicar colagens depende do que cada um traduzir em cores e no tipo de material o que cada parte de sente. Assim, não haverá um mapa corposeu corpo é capaz de sentir. ral igual ao outro. Cada um sente e representa o que sente de seu jeito, que é único! Veja no CAP o segundo comentário desta atividade.

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Atividade 3 Que tal brincar de jogo do espelho com um colega? Fiquem em pé, frente a frente: um será o espelho do outro. Isto é, enquanto um cria um movimento, o outro deverá reproduzi-lo como se fosse um espelho. Combinem quem será o espelho primeiro; depois, vocês trocam de papéis. A pessoa que estiver no comando dos movimentos deve começar devagar, mexendo primeiro uma única parte do corpo – por exemplo, só um dedo da mão –, e o “espelho” deve refletir perfeitamente (ou quase) esse movimento. Depois ela passa a movimentar outras partes do corpo. Com essa brincadeira, é possível experimentar novos contornos para o corpo, por exemplo, criando posições fixas, congeladas, como numa fotografia, ou explorando novas possibilidades de posicionamento. Será que o seu “espelho” tem equilíbrio? É muito divertido, mas não se esqueça: se você virar de costas para o “espelho”, ou se começar a fazer movimentos muito rápidos e complicados, seu amigo “espelho” não vai conseguir refletir você!

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Poucas são as atividades escolares que incluem uma representação dos idosos. Se você achar oportuno, permita às crianças que expressem, quer pela atividade, quer pela fala, a sua relação com os avós e bisavós, e mesmo pessoas idosas presentes no convívio de cada uma na família, no bairro onde moram ou na escola. A escola pode ajudar a construir no imaginário das

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A brincadeira também pode incluir as infinitas expressões do rosto, que revelam emoções (tristeza, alegria, raiva, etc.). Ou, então, gestos comuns, como pentear o cabelo, escovar os dentes, bochechar, espreguiçar-se, vestir-se e desvestir-se. Ou, ainda, movimentos como descer e subir, aproximar-se e afastar-se, dançar. Enfim, cada um experimenta o que quiser e deixa que o espelho reflita. Mas o melhor mesmo é fazer como quando estamos sozinhos e brincamos de ser outras pessoas ou outras criaturas. Que tal fingir ser um daqueles insetos que você inventou? Como seriam as antenas, os detalhes do corpo, o jeito de se mexer? Que tal experimentar sentar-se como um bebê, ou, no extremo oposto, como uma pessoa muito idosa. Como você faria isso?

CLÁUDIO CHIYO/ARQUIVO DA EDITORA

Desafio Deixar a imaginação correr solta e divertir-se como se estivesse brincando diante do espelho de sua casa, mas sem perder a ligação com o colega de dupla!

crianças um espaço de respeito e a atenção em relação aos idosos. Sobre os direitos dos idosos, recomendamos a leitura do texto disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2014.

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Atividade 4 Veja comentários relacionados a esta atividade no CAP.

Este jogo é uma variação do jogo do espelho. Você e seus colegas se sentam juntos, formando um grande círculo, e escolhem um de vocês para sair da sala e aguardar lá fora até que o grupo o chame de volta. Esse aluno será o observador.

ROBERTO ZOELLNER/ARQUIVO DA EDITORA

Em voz baixa, para que o colega lá fora não ouça, o grupo escolhe um aluno que fará movimentos para que os outros reproduzam. Esse aluno será o mestre.

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O mestre escolhe um movimento inicial e um ritmo para realizá-lo. Ele deve repetir o movimento no ritmo escolhido até que o grupo inteiro passe a executá-lo em conjunto e não seja mais possível perceber quem o começou. O objetivo é impedir que o observador descubra quem é o mestre. Em seguida, o observador é chamado de volta. Enquanto ele observa o grupo, o professor pede ao mestre (com cuidado, para que o observador não descubra quem é ele) que modifique aos poucos o movimento ou o ritmo, ou os dois ao mesmo tempo. E o grupo deve acompanhá-lo, imitando os novos movimentos e o novo ritmo. ROBERTO ZOELLNER/ARQUIVO DA EDITORA

Veja sugestão de atividade complementar no CAP.

Desafios Impedir que o observador descubra quem é o mestre. Ficar atento aos movimentos do mestre e trabalhar em conjunto!

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© HELLO LOVELY/CORBIS © SHUTTERSTOCK / WAVEBREAKMEDIA

© SHUTTERSTOCK / BIKERIDERLONDON

Você já percebeu que é difícil passar um dia sem ouvir música? A música está presente em muitos lugares: nas ruas, na praia, no cinema, no teatro e até nos elevadores e salas de espera. E pode ser ouvida por meio de muitos aparelhos, como o celular, o rádio, a televisão, o computador. Há tanta música, que muitas vezes nem percebemos. Mas ela está sempre com a gente, embalando a vida. Você ainda se lembra do que falamos no início desta unidade, a respeito de nossas antenas? No caso da música, as principais antenas responsáveis por sua captação são as orelhas. Dissemos que são as principais porque outras partes do corpo também podem captar a música. Você duvida? Pois nossa pele e nossos ossos também são capazes de perceber certas vibrações musicais!

© SHUTTERSTOCK / SYDA PRODUCTIONS

Som, som, som

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Mas você sabe do que, basicamente, é “feita” a música? Ela é feita de algo que pode ser ouvido em toda parte, em qualquer cidade, no campo, na praia, na floresta, enfim, em todo o planeta: o som! E o que é o som? Nos dicionários, o som costuma ser definido mais ou menos assim:

Entendeu? Vamos traduzir: som é o movimento em ondas de uma vibração. Quando as ondas sonoras atingem as antenas quer dizer, as orelhas de uma pessoa, fazem vibrar os seus tímpanos – e ela ouve o som! Dizemos que o som é a “matéria-prima” da música. Mas será que pode existir música sem som? Não: apesar de haver silêncios nas músicas (as pausas), não há música sem som. Por isso, para entender a música, primeiro temos que entender o som.

LATINSTOCK/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ANDREW LAMBERT PHOTOGRAPHY

Fenômeno físico que consiste na propagação de uma vibração produzida por um corpo – por exemplo, as cordas de um violão ou uma guitarra – através de um meio material, como o ar, a água, a madeira ou outros.

A corda do violão vibra e faz vibrar o ar em torno dela e também a madeira de que é feito o instrumento. Essas vibrações se propagam pelo ar como ondas sonoras.

Você pode ler para a classe as diferentes definições de som constantes em um bom dicionário, mas atenha-se à definição mais científica, que interessa mais para a sequência de conteúdo desta unidade. Em uma definição científica de som, entretanto, há conceitos como “fenômeno”, “propagação”, “meio material elástico”, etc., que podem ser muito complexos para alunos desta faixa etária e que deverão ser explicados da maneira mais simplificada possível aos alunos. O importante é justificar o estudo comparado entre som e música. Algumas definições relacionadas ao som também estarão no glossário no final deste livro.

Atividade 1

Vamos fechar os olhos por alguns segundos e prestar atenção em todos os sons que vêm de fora da sala de aula. Registre no caderno os sons que você ouviu. Tente anotar pelo menos três sons diferentes, mas, se conseguir perceber mais sons, anote-os também. E de onde vêm esses sons? Se conseguir perceber a origem dos sons, registre no caderno (tente fazer isso para cada som diferente que ouvir). Desafios Fazer o máximo de silêncio durante o exercício. Descobrir de onde vem cada tipo de som. Peça aos alunos que façam silêncio por, no mínimo, 20 s para ouvir e registrar os sons externos à classe (apenas os externos). Ao final desse tempo, proponha-lhes relatar aos colegas que sons ouviram e faça os registros na lousa. Outros exercícios poderão ser inspirados neste, como ouvir só os sons internos (da classe e até do próprio corpo).

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PULSAR IMAGENS/ERNESTO REGHRAN

Nossa primeira reação quando ouvimos um som qualquer é querer saber de onde vem ou quem o produziu. Queremos identificar o som que nos chamou a atenção, dar um nome àquilo que acabamos de ouvir, descrever o que ouvimos. Queremos saber qual é a origem desse som, ou seja, qual é a fonte sonora. Também o comparamos com os demais sons que conhecemos. Queremos saber o que distingue esse som dos outros: em outras palavras, queremos saber qual é o timbre desse som. Pelo timbre podemos saber quem ou o que produziu um som e como ele foi produzido. E descobrir a origem desse som, a fonte sonora.

Quando ouvimos alguns sons, identificamos claramente o seu timbre e a fonte sonora. É o caso do trovão, som de timbre grave e forte que acompanha os relâmpagos durante uma tempestade.

Esta atividade deverá se basear em uma gravação. Caso não haja possibilidade de ouvi-la, você mesmo pode produzir os sons, ou pedir aos alunos (por exemplo, reunidos em grupos de seis alunos, cada grupo responsável por um som) que pr oduzam um som qualquer, como: batidinhas com a caneta; sons com a voz; palmas, estalos e batidas de pé, ou seja, usando o corpo. Ou, se preferir, você poderá complementar a atividade de escuta da gravação com essa que propomos. Nesse caso, o tempo destinado à atividade deverá ser maior. Para não que não haja estímulo visual, mas somente auditivo, as crianças não deverão ver o som sendo produzido, mas apenas ouvi-lo. Isso cria uma

Atividade 2

Agora você vai ouvir alguns sons e tentar identificar o timbre de cada um deles. dificuldade a mais, que pode gerar ótimas brincadeiras.

Enquanto ouve, escreva em seu caderno o nome de cada fonte sonora.

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1. tempestade, 2. sinos de igreja, 3. motocicleta, 4. latidos de cães, 5. telefone, 6. descarga de banheiro.

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Atividade 3

faixa

2

1

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© SHUTTERSTOCK / ALENAVLAD

Enquanto ouve, anote no caderno o número correspondente a cada instrumento, na ordem em que eles aparecem na gravação.

© DREAMSTIME.COM/NOAM ARMONN

Nesta atividade você vai fazer quase a mesma coisa que fez no exercício anterior, só que agora vai ouvir sons de instrumentos musicais e vai tentar identificar o timbre deles.

Resposta da atividade: 4, 2, 3, 6, 5, 1.

Violino.

Bateria.

Trompete.

6

Flauta transversal.

Caso não haja possibilidade de reproduzir a gravação, você poderá levar outros instrumentos para a aula e tocá-los, ou pedir a alguém que toque (não é preciso tocar bem, o que interessa é a possibilidade de identificação do som). Pergunte aos alunos se algum deles tem/toca algum instrumento musical. Peça que tragam o instrumento para mostrar aos colegas.

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© SHUTTERSTOCK / GINA SMITH

Guitarra. © SHUTTERSTOCK / SERGEI BACHLAKOV

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4

© SHUTTERSTOCK / MIGEL

© SHUTTERSTOCK/JOSHUA RAINEY PHOTOGRAPHY

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Piano.

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Vamos cantar?

faixa

3

O silêncio Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Antes de existir computador existia tevê Antes de existir tevê existia luz elétrica Antes de existir luz elétrica existia bicicleta Antes de existir bicicleta existia enciclopédia Antes de existir enciclopédia existia alfabeto Antes de existir alfabeto existia a voz Antes de existir a voz existia o silêncio O silêncio Foi a primeira coisa que existiu Um silêncio que ninguém ouviu Astro pelo céu em movimento E o som do gelo derretendo O barulho do cabelo em crescimento E a música do vento E a matéria em decomposição A barriga digerindo o pão Explosão de semente sob o chão Diamante nascendo do carvão Homem, pedra, planta, bicho, flor, Luz elétrica, tevê, computador, Batedeira, liquidificador. Vamos ouvir esse silêncio meu amor Amplificado no amplificador Do estetoscópio do doutor No lado esquerdo do peito, esse tambor. Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. Disponível em <www.arnaldoantunenes.com.br/new/sec_discografia_todas.php?page=5>. Acesso em: 22 jul. 2014. 34

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GEORGE TUTUMI/ARQUIVO DA EDITORA

Aqui você terá a função de “regente de coral” e vai ensinar a música às crianças em um verdadeiro ensaio. Toque trechos da música, repetindo-os até que as crianças aprendam a letra e o ritmo. Volte sempre ao começo da gravação e vá repetindo até chegar ao final. Os trechos em itálico devem ser declamados, como em um rap. Os outros trechos têm melodia e fazem parte do xote, ritmo presente tanto no Nordeste quanto no Sul do Brasil. Hoje se convencionou chamar diversos ritmos de forró, mas essa palavra (uma redução de forrobodó) inicialmente correspondia apenas ao baile onde são tocados (e dançados), além do xote, vários outros ritmos, como o baião e o xaxado. Entretanto, existe atualmente um ritmo denominado forró, com seu passo (dança) específico. As palavras grifadas são as que, na gravação, se repetem na segunda execução da primeira parte.

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Atividade 4 Ouça mais uma vez a canção da página anterior, agora procurando prestar mais atenção nos instrumentos do que na voz. Tente identificar alguns instrumentos. No caderno, responda às seguintes questões.

Veja no CAP as respostas desta atividade e alguns comentários relacionados a ela.

a) A música é dividida em quantas partes? b) Alguma parte se repete? Qual? c) Que diferenças há entre as partes da música? Nessa música, há dois ritmos. Você consegue distingui-los? Tente explicar aos colegas em que partes da música cada um desses ritmos pode ser percebido. Desafio Descobrir ritmos diferentes numa música.

Atividade 5

O timbre vocal da gravação da música “O silêncio” é de coral infantil. Você deve perguntar aos alunos se há só instrumentos, se é uma voz só cantando (solo) ou se são muitas vozes ao mesmo tempo (coral). Também é possível perceber que são crianças cantando. O objetivo desta atividade é identificar apenas os timbres vocais.

E as vozes: elas também têm um timbre? Por exemplo, na canção “O silêncio”, quais ou qual é o timbre que você reconhece nas vozes ouvidas? gora, você vai ouvir alguns trechos de gravações musicais em que as vozes esA tão em primeiro plano. Ouça com bastante atenção e escreva em seu caderno se o trecho corresponde a um solo ou a um coro e se é infantil, feminino, masculino ou misto. Observe as fotos a seguir. Elas irão ajudá-lo. Mas as músicas 4 não estão na mesma ordem em que aparecem as fotos. Por isso, atenção!

Solo feminino (uma mulher cantando sozinha).

Solo masculino (um homem cantando sozinho).

© SHUTTERSTOCK / BLEND IMAGES

© SHUTTERSTOCK / IVICA DRUSANY

© SHUTTERSTOCK / BIKERIDERLONDON

faixa

Solo infantil (uma criança cantando sozinha).

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LATINSTOCK/CORBIS/MA YAN

LATINSTOCK/CORBIS/MA YAN

Coral infantil (muitas crianças cantando juntas).

Coral masculino (muitos homens cantando juntos).

© SHUTTERSTOCK / IGOR BULGARIN

© SHUTTERSTOCK / BOCMAN1973

Coral feminino (muitas mulheres cantando juntas).

Coral misto (muitos homens e mulheres cantando juntos).

Quando há apenas as vozes, isto é, pessoas que cantam sem o acompanhamento de instrumentos, dizemos que elas estão fazendo música a capela. Há instrumentos acompanhando as vozes ou os cantores estão cantando a caOs solos masculino, feminino e infantil e o coro pela? Em quais gravações não há instrumentos? feminino são acompanhados de instrumentos. Os

coros masculino, infantil e misto são a capela, ou seja, não são acompanhados de instrumentos.

Desafios Fazer silêncio e ouvir as gravações com atenção. Apurar a sensibilidade para distinguir timbres em gravações. Apurar a sensibilidade para identificar a fonte sonora. Apurar a sensibilidade para identificar alguns instrumentos musicais presentes em gravações Esta é uma ótima oportunidade para aprofundar o assunto. Traga outras gravações (ou mostre no telão/computador) de grandes corais com orquestra e de pequenos grupos vocais (quartetos, quintetos, etc.). Hoje há muitos grupos, inclusive brasileiros, que imitam os instrumentos de uma banda. São as chamadas “bandas vocais”. O som é igual ao de uma banda com cantor(a) solista. Imitam tão bem, que é preciso ver para crer (não basta ouvir!).

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