Pequenos Exploradores Minas Gerais, Unidade 1

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GEOGRAFIA E HISTÓRIA

Fabio Colombini

Observe as imagens seguintes:

Arquivo Público Mineiro

Praça Minas Gerais – o Pelourinho, a Igreja de São Francisco de Assis (à esquerda) e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Mariana – MG, 2011.

Praça Dr. João Pinheiro – Igreja de São Francisco de Assis (à esquerda), Igreja de Nossa Senhora do Carmo (ao centro). Reprodução de detalhe de cartão-postal de 1742.

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• O que as imagens mostram? Paisagens em épocas diferentes

Resposta esperada: Sim, as imagens apresentam as cidades em uma época antiga e como são hoje. Percebemos isso pelo tipo de construção das casas e dos edifícios, pela presença de automóveis, etc.: os seres humanos que a habitam modificam as paisagens naturais, produzem e transformam maneiras de viver, a exemplo do estilo arquitetônico de cada cidade. Resposta pessoal. Professor: incentive os alunos a identificar as semelhanças e diferenças entre os lugares apresentados nas imagens e o lugar onde eles vivem.

• Que imagem chamou mais sua atenção? Por qual motivo?

• As imagens apresentam paisagens de um mesmo lugar em épocas diferentes? Como você percebe isso? • A paisagem do lugar onde você vive se parece com alguma delas?

• Observando a paisagem de um lugar, é possível conhecer a história desse lugar e a história das pessoas que ali vivem? Por qual motivo?

Resposta esperada: Sim, a paisagem de um lugar pode revelar traços da história de grupos sociais ou de um povo. Por exemplo:

Malvar & Cia

suas habilidades para transformar a natureza valendo-se de um maior ou menor conhecimento da tecnologia.

Praça Tiradentes, no centro histórico de Ouro Preto. Ao centro, o monumento a Tiradentes e, ao fundo, o Museu da Inconfidência. Ouro Preto-MG 2011.

Acervo Iconographia

Pulsar Imagens/Rubens Chaves

Praça Tiradentes, antiga Praça da Independência, com o monumento a Tiradentes em primeiro plano e a Escola de Minas ao fundo. Postal editado por volta de 1910.

Vista do Largo da Praça – Assembleia, Câmara e Cadeia (atual Museu da Inconfidência, à direita). Ouro Preto – MG, c.1875.

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CAPÍTULO

1

PRESENÇA DA GEOGRAFIA E DA HISTÓRIA EM NOSSA VIDA

Para conhecer diferentes lugares e compreender o modo de vida de sua população, é preciso observar as paisagens e procurar saber a história do lugar e das pessoas que ali vivem.

Getty Images/Print Collector

Observe com atenção as imagens a seguir:

Pulsar Imagens/Rubens Chaves

Palácio da Liberdade, localizado na Praça da Liberdade. Belo Horizonte – MG, 1937.

Vista aérea do Palácio e da Praça da Liberdade. Belo Horizonte – MG, 2013.

Sim, é possível identificar transformações observando as diferenças existentes no tipo de vegetação, no estilo das construções das casas e edifícios, no traçado das ruas, etc.

• O que mais chamou sua atenção na paisagem que aparece nas fotos? Espera-se que os alunos observem e apontem as diferenças nos principais elementos das duas fotos.

• É possível identificar nas imagens as transformações ocorridas na paisagem? 12

• Observando a paisagem de um lugar, é possível imaginar como era esse lugar no Sim, pois podemos imaginar que onde hoje existe uma cidade, antes havia no lugar um campo ou passado e como as pessoas ali viviam? uma floresta; se existe uma plantação em um espaço do campo, podemos imaginar que antes o lugar era ocupado por uma vegetação, etc. Sim, ao vermos uma cidade em um dado momento é possível associar o tipo de vestuário comum àquela época, bem como os meios de transporte, os modos de produção, etc.

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Importância da Geografia e da História Os estudos de Geografia e História Antiguidade: corresponde, aproximaexistem desde a Antiguidade. Os primeidamente, ao período da História que se ros conhecimentos histórico-geográficos estende de 4 000 anos a.C. até o ano 476 foram produzidos por um estudioso chad.C. Os caracteres a.C. se referem ao tempo antes do nascimento de Jesus Cristo; os mado Heródoto, que nasceu em 485 a.C., caracteres d.C., à época depois de Cristo. na localidade de Halicarnasso, região da atual Turquia que, na época, era dominada pela Grécia. Por isso, ele era cidadão grego. Heródoto foi um viajante que fez expedições para conhecer e pesquisar diversos lugares e as pessoas que ali viviam. As viagens proporcionaram a Heródoto a oportunidade de ter contato com a história de diferentes povos e lhe permitiram observar a maneira como esses povos organizavam o lugar em que viviam. Foi assim que escreveu sobre a geografia e a história de diferentes lugares e povos do mundo antigo. Graças a seus importantes trabalhos, Heródoto é considerado o fundador da História e da Geografia.

Na Antiguidade, o nome das pessoas era associado ao local onde moravam. Heródoto nasceu na localidade de Halicarnasso. Atualmente, essa cidade se localiza no território da Turquia.

Marilu de Souza/Arquivo da editora

Marilu de Souza/Arquivo da editora

Localização de Halicarnasso

Museu Arqueológico Nacional de Nápoles

CURIOSIDADE

Fonte: The Seven Wonders of The Ancient World. Disponível em: <http://www.ickids.org.uk/hugo/7wonders/wondtour.htm>. Acesso em: 25 jun. 2014.

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Minas Gerais é o espaço geográfico onde você vive. Por isso, é importante conhecer suas paisagens e sua história. Fazemos isso por meio do estudo da geografia e da história do estado. Esse estudo é indispensável para conhecer o lugar em que vivemos e para conhecer o modo de vida do povo que nele habita – o povo mineiro.

Espaço geográfico: espaço da superfície da Terra habitado e transformado por um grupo de pessoas ao longo do tempo.

Pulsar Imagens/Rubens Chaves

Para escrever a História, os historiadores utilizam fontes históricas, que podem ser: entrevistas, obras de arte, fotografias, matérias de jornais, etc. Ou seja, tudo que o ser humano produz pode se tornar fonte de pesquisa para o historiador que interpreta o fato estudado.

Os elementos da paisagem construídos pelo ser humano podem revelar muito da história e do modo de vida das pessoas que ocuparam e organizaram esse espaço. Estação e Museu Ferroviário de São João del Rei – MG, 2014.

Fontes históricas: pinturas, fotografias, esculturas, filmes, edifícios, casas, monumentos, entrevistas, jornais, ferramentas, músicas, lendas, ou seja, tudo que o ser humano produz e que constitui material de pesquisa para o historiador. Outros estudiosos, como os geógrafos, também as utilizam em suas pesquisas.

É importante lembrar que o trabalho do historiador não é apenas reescrever o que está nas fontes de pesquisa, mas também fazer perguntas sobre os fatos. • Onde o fato aconteceu? • Por que aconteceu? • Como aconteceu? • Quando aconteceu? • Quem participou do fato? • Com qual intenção? • Quem registrou o acontecimento?

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Como cada época é diferente das outras, o modo de vida das pessoas e a própria sociedade se transformam continuamente; dessa forma, a escrita da História é um processo constante e interminável, ou seja, ela está todos os dias sendo escrita e reescrita pela humanidade.

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Os geógrafos estudam os lugares e os povos que, hoje, ocupam praticamente toda a superfície do planeta Terra. Eles estudam os elementos da natureza, as diferentes paisagens e os fatores sociais (como a cultura, o bem-estar, as condições econômicas), que podem estar localizados em um bairro, município, estado, região ou algum país. Com seus estudos, os geógrafos contribuem para aumentar nosso conhecimento sobre o espaço geográfico mundial. Para conhecer o espaço geográfico de um estado como Minas Gerais, de um país como o Brasil ou do mundo inteiro, os geógrafos realizam pesquisas e viagens de estudos. Tais viagens são conhecidas como expedições geográficas, ou como trabalhos de campo, porque têm o objetivo de estudar os lugares e as sociedades que ali vivem, procurando responder a questões como:

Trabalho de campo: viagem, visita ou expedição geográfica com o objetivo de estudar algum lugar ou realizar uma pesquisa sobre um assunto relacionado à geografia do lugar, como o relevo, a vegetação, a população, etc.

• Onde se localiza o lugar que está sendo estudado? • Como a população se distribui nesse lugar? • Como cada sociedade organiza o seu espaço geográfico? • Quais são as atividades econômicas desenvolvidas nesse lugar?

Dam D’Souza/Arquivo da editora

• Como é o modo de vida da sociedade que vive nesse lugar?

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Os geógrafos também elaboram mapas para localizar os diferentes lugares do mundo e mostrar as características de cada sociedade, por exemplo, a distribuição da população e das atividades econômicas. Da mesma maneira que os historiadores, os geógrafos discutem tudo aquilo que veem, como as paisagens ao seu redor, e questionam as fontes de pesquisa, como dados estatísticos, livros, relatos de viagens, artigos de jornais, sites da internet, relatórios de pesquisa político-eleitoral, poemas, monumentos, fotografias, obras de arte, etc. É assim que os geógrafos explicam como Grupo social: grupo de pessoas que os diversos grupos sociais ocuparam os difevivem em determinado lugar e se rentes lugares no espaço geográfico, como relacionam entre si. fundaram suas cidades, descrevem as características de suas regiões e as possíveis desigualdades regionais, estudam a cultura local, regional e nacional e suas manifestações, etc. Em poucas palavras: o trabalho dos geógrafos permite conhecer melhor o lugar em que vivemos, o espaço geográfico brasileiro, que, por sua vez, faz parte do espaço geográfico mundial, com o qual estamos diretamente conectados. A Geografia e a História nos possibilitam, assim, analisar as paisagens do mundo e entender os acontecimentos sociais, culturais e políticos considerando os diferentes momentos da humanidade na Terra. É por isso que vamos estudar de maneira particular a geografia e a história de Minas Gerais.

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No quadro abaixo, apresentamos diversas fontes históricas. Reescreva-as no seu caderno em ordem alfabética: obras de literatura

cartas

páginas de internet

fotografias

imagens

arquitetura de prédios

livros

diários

atas de reuniões

danças

obras de arte

ruas de uma cidade

processos criminais

poemas

artigos de revistas

pinturas em rochas

mapas

descrições de sentenças

entrevistas

filmes

notícias e colunas de jornais

textos religiosos

músicas

programas televisivos

monumentos

utensílios utilizados no cotidiano

Ao fazer uma pesquisa geográfica sobre o lugar onde você mora, será que você poderia utilizar essas mesmas fontes? Por quê?

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As imagens podem ser utilizadas como fonte histórica e geográfica, pois permitem compreender o modo de vida das pessoas e analisar as modificações provocadas nas paisagens. Observe as imagens abaixo: 32,5 cm x 46,3 cm. Museu Mineiro, Belo Horizonte

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Pulsar Imagens/Rogério Reis

Alberto Delpino. Panorama de Mariana (detalhe). 1895. Óleo sobre tela.

Cidade histórica de Mariana – MG, 2009.

Agora, no caderno, responda às questões propostas: a) Qual o nome da obra de arte apresentada? b) Quem é o artista que a produziu?

Panorama de Mariana.

Alberto Delpino.

c) Em que época essa obra de arte foi feita?

No final do século XIX, em 1895.

d) Ao observar a imagem da tela e compará-la com a foto de Mariana, o que mais chamou a sua atenção? Espera-se que o aluno destaque a presença das duas igrejas, que existem até hoje. Também poderá observar que a área construída era menor no passado.

e) Como é o lugar retratado na imagem? Uma cidade pequena, aparentemente tranquila.

f) A realidade retratada na época é parecida com a que você vive? Que diferenças existem? Pessoal. Professor: espera-se que os alunos respondam que há diferenças, pois hoje as cidades são mais movimentadas, há muitas pessoas nas ruas, automóveis, etc.

g) Para você, essa imagem poderia ser utilizada para estudar fatos históricos e geográficos? De que maneira? Pessoal. Professor: espera-se que os alunos percebam que, observando os elementos naturais e humanos da paisagem retratada, é possível imaginar que os grupos sociais provocaram/provocam mudanças ao longo do tempo.

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Studio R/Rosa Gauditano

Conhecer as experiências dos seres humanos – homens, mulheres e crianças – é descobrir como eles viveram e pensaram em diferentes épocas, é descobrir como participaram de decisões que mudaram a vida dos grupos sociais em uma determinada época, com possíveis consequências para as sociedades e as paisagens que ocupam na atu- Indígenas Guarani se manifestam em defesa de suas terras, ameaçadas por fazendeiros. São alidade. Paulo, 2013.

Isso nos leva a perceber que a História e a Geografia são constantemente produzidas pelos seres humanos. Consequentemente, todos nós participamos do processo histórico que influencia a organização da sociedade, responsável pela produção e modificação das paisagens. Folhapress /Eder Chiodetto

Conhecer o espaço geográfico e os fatos históricos nos diferentes tempos contribui para que possamos compreender que todas as ações sociais fazem parte do processo que modifica as relações entre os seres humanos e as paisagens que ocupam.

Fotoarena/Nereu Jr

Estudantes caras-pintadas em manifestação pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. São Paulo – SP, 1992.

Manifestantes em protesto contra aumento de tarifas do transporte público. Belo Horizonte – MG, 2014.

Ações sociais: no processo de organização do espaço, os seres humanos se modificam ao se relacionarem entre si por meio de ações sociais, que podem ser políticas, econômicas, culturais, ambientais, relacionadas à saúde e ao bem-estar. 18

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Por tudo isso, é importante assumirmos o nosso papel de autores da nossa história e participarmos ativamente do grupo de que fazemos parte, no lugar em que vivemos. Assim, é preciso, desde cedo, nos envolvermos nas decisões da escola, da comunidade, do município e do estado que habitamos. Essa participação é importante porque os diferentes lugares que compõem o espaço geográfico – o local, o regional, o nacional e até o mundial – são organizados por meio de ações sociais de todos os grupos.

Para conhecer um pouco mais o papel e a importância de cada pessoa na história do lugar em que vive, realize uma entrevista com um adulto da sua família. 1

Sugerem-se as perguntas abaixo, que podem ser alteradas. Anote, no caderno, as respostas. • Você se sente responsável pela construção da sua história? Como? • E da construção da história do lugar onde você vive? De que maneira? • As atitudes e ações das pessoas que moram no lugar onde você vive influenciam e modificam os rumos da História? • Existe algum fato histórico que você considera importante e que interfere diretamente na sua vida? Qual? Por qual motivo?

Dam D’Souza/Arquivo da editora

• Para você, a história e a geografia influenciaram na organização da sociedade brasileira atual? Por quê?

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Escreva um texto no caderno retratando o sentimento das pessoas em relação à participação na produção da história do lugar onde vivem.

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No dia combinado, você deverá apresentar os resultados da entrevista.

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Tempo na Geografia e na História Para estudarmos a geografia e a história de um lugar, precisamos compreender que, ao longo do tempo, ocorrem mudanças no modo de vida da população, e essas mudanças criam novas paisagens, conforme observamos nas imagens das páginas anteriores (de Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana). Explicando o tempo em Geografia: o tempo geológico A Geografia utiliza o tempo geológico quando estuda os elementos da natureza, porque suas transformações, em geral, ocorrem ao longo de milhares ou milhões e até bilhões de anos. Acredita-se que o planeta Terra surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos e que o ser humano apaTempo geológico: tempo da natureceu há aproximadamente 3 ou 4 milhões de reza cuja dinâmica é calculada em anos, momento em que a superfície terrestre milhares, milhões e bilhões de anos. passou a ter condições que permitiram o desenvolvimento da humanidade. Explicando o tempo na História: o tempo histórico Em História, utilizam-se os séculos para situar os acontecimentos e para identificar um período de tempo histórico. Um século corresponde a 100 anos. É comum que os séculos apareçam nos textos sob a forma de números romanos. Veja como os séculos são representados na história: • anos 1401 ao ano 1500 correspondem ao século XV (15); • anos 1501 ao ano 1600 = século XVI (16); • anos 1601 ao ano 1700 = século XVII (17); • anos 1701 ao ano 1800 = século XVIII (18); • anos 1801 ao ano 1900 = século XIX (19); • anos 1901 ao ano 2000 = século XX (20); • anos 2001 ao ano 2100 = século XXI (21). Linha do tempo

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90 Brasil conquista 4a Copa do Mundo de futebol (1994)

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Primeira viagem do homem à Lua (1969)

40

Golpe militar no Brasil (1964)

30 Revolução de 1930

Semana de Arte Moderna de São Paulo (1922)

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Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

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10 Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

1900

Fim do governo militar no Brasil (1985)

A linha do tempo é um recurso interessante para representar a passagem do tempo. Veja o exemplo de uma linha do tempo do século XX: 2000

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Vamos descobrir os séculos? No caderno, relacione os anos aos séculos correspondentes, conforme o exemplo abaixo:

Exemplo: a = 7

2

a) 2016

1 Ano 1401 ao ano 1500 = século XV (15)

b) 1410

2 Ano 1501 ao ano 1600 = século XVI (16)

c) 1539

3 Ano 1601 ao ano 1700 = século XVII (17)

d) 1641

4 Ano 1701 ao ano 1800 = século XVIII (18)

e) 1988

5 Ano 1801 ao ano 1900 = século XIX (19)

f) 1964

6 Ano 1901 ao ano 2000 = século XX (20)

g) 1701

7 Ano 2001 ao ano 2100 = século XXI (21)

h) 1826

b = 1; c = 2; d = 3; e = 6; f = 6; g = 4; h = 5

Responda às questões propostas no caderno. a) Em que ano você nasceu? Sabe dizer qual é o século? b) Como você descobriu o século em que você nasceu? Explique. c) Agora, escolha um adulto da sua família e realize as atividades anteriores. Descubra em que século ele nasceu.

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Que tal fazer uma linha do tempo com fatos marcantes de sua vida? Para isso, siga as orientações abaixo. a) Tome como modelo a linha do tempo da página anterior. b) Inicie a linha do tempo pelo ano de seu nascimento e termine com o ano atual, informando o fato mais marcante deste ano. c) Para inserir os fatos e anos importantes entre o nascimento e o fato mais recente, peça a ajuda de algum adulto da família. Lembre-se: você não precisa mencionar todos os anos de sua vida, apenas aqueles em que houve um momento marcante. d) Ilustre seu trabalho com pequenos desenhos que representem cada momento. e) Apresente sua linha do tempo à turma e ao professor, dando destaque ao fato que você considera mais especial em sua vida.

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CAPÍTULO

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BRASIL, UM TERRITÓRIO E MUITAS HISTÓRIAS

Portugueses, Grandes Navegações e “descobrimento” do Brasil Desde a chegada dos europeus ao sul do continente americano, em 1500, muitas transformações ocorreram no lugar que hoje é o Brasil e o estado de Minas Gerais. Marilu de Souza/Arquivo da editora

Mapa-múndi – Minas Gerais hoje

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. p. 32 e 90. Adaptação.

Até aquela época, essas terras eram povoadas por diferentes povos indígenas. Os primeiros europeus a deparar com este território, que não tinha o nome de Brasil, e com os habitantes nativos, foram os portugueses. E sabe por quê? Porque nos séculos XV e XVI, os portugueses se tornaram grandes conhecedores de mapas e navegadores de mares; e foram os primeiros a construir navios resistentes e adequados (as caravelas) para grandes viagens.

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Graças a esses recursos, viajaram pelos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico e descobriram uma rota que os levou à Índia (ou Índias), um grande centro comercial daquela época, onde passaram a comprar mercadorias, chamadas de especiarias, que depois revendiam na Europa.

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© Shutterstock/neil langan

© Shutterstock/Valery121283

Hoje essas especiarias são produtos comuns em nossa culinária – alho, pimenta, canela, cravo-da-índia, noz-moscada, açafrão, etc. – mas, há 500 anos, significavam fonte de riqueza e poder, pois seu valor comercial era quase igual ao do ouro. Veja algumas imagens de especiarias:

Canela

Pimenta

Noz-moscada

© Shutterstock/Andrii Gorulko

© Shutterstock/oksix

Cravo-da-índia

Naquela época, as especiarias eram essenciais para a vida dos europeus, pois permitiam conservar os alimentos por mais tempo e lhes davam sabor. A população precisava se preparar com antecedência para o inverno, quando as baixas temperaturas e a neve dificultavam a obtenção de alimentos. A carne é um exemplo: as pastagens desapareciam nessa estação do ano. Assim, os portugueses tinham como objetivo ganhar muito dinheiro com a venda de especiarias na Europa: os comerciantes conseguiam grandes lucros, pois compravam as especiarias diretamente na Índia; os reis arrecadavam mais impostos, e a população contava com mais um recurso para melhorar o preparo e a conservação dos alimentos. As viagens em busca de novos produtos por diferentes oceanos e a chegada em outros continentes fazem parte de um processo que a história denomina como Grandes Navegações.

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Veja um mapa que representa as principais rotas das Grandes Navegações: Marilu de Souza/Arquivo da editora

Grandes Navegações – séculos XV-XVI

Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE/MEC, 1991. p. 112-113. Adaptação.

Outro país que, como Portugal, investiu no domínio do mar foi a Espanha; para isso desenvolveu frotas marítimas com a intenção de chegar às Índias. E contratou o navegador italiano Cristóvão Colombo, que comandou uma esquadra que, em 1492, desembarcou onde hoje é a América Central. Pensando que tinha chegado às Índias, Colombo chamou os nativos de índios. Posteriormente, o mesmo nome foi dado a outras populações que os europeus encontravam em território até então desconhecido por eles. Esse também foi o caso do Brasil. Ao chegarem ao nosso território, os portugueses também nomearam os nativos de índios. 24

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Sabemos que os europeus fizeram várias viagens a terras que desconheciam até os séculos XV e XVI. Em parceria com um colega da sala, investigue como ocorriam as Grandes Navegações. Descubra a duração da viagem, quanto tempo os navegadores passavam em alto mar, o número de pessoas que as embarcações carregavam e quem eram essas pessoas, as condições das viagens, os riscos e medos dos navegantes, o que os motivava a aventurar-se por oceanos e mares desconhecidos. Depois, elabore um cartaz apresentando suas descobertas. Não se esqueçam de ilustrá-lo. Chegada dos portugueses ao Brasil Os livros antigos de História ensinavam que, em 9 de março de 1500, uma esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral saiu de Portugal com destino às Índias. Desviando-se do caminho por acaso, em 22 de abril de 1500 chegou ao litoral sul do atual estado da Bahia. Essa é uma das interpretações da História sobre o surgimento do país em que vivemos, o Brasil. Outra versão afirma que o rei de Portugal já sabia da existência dessas terras, porque conhecia um mapa feito por um cartógrafo e navegador chamado Pero Vaz Bisagudo. A maioria dos fatos históricos apresenta diferentes interpretações. Por isso, pode-se dizer que não há uma verdade única a respeito dos fatos e acontecimentos que ocorreram ao longo dos anos.

34 cm x 49,4 cm. @Shutterstock/Steve Estvanik

O mesmo acontece na Geografia. Os antigos cartógrafos que elaboravam e interpretavam mapas, e foram conhecidos como geógrafos até o século XIX, também não tinham uma única verdade. Como você viu anteriormente, Colombo acreditou que havia chegado às Índias, quando, na verdade, havia chegado ao continente americano.

Graças ao trabalho dos primeiros cartógrafos, os navegadores puderam ir cada vez mais longe. Em contrapartida, os mapas eram elaborados com base nas narrativas desses viajantes. Observe, neste antigo mapa-múndi, como os contornos do continente americano são bem diferentes dos representados pelos mapas modernos. Ortelius. Typus Orbis Terrarum (Mapa antigo do mundo). 1570.

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Observe a imagem abaixo, reflita e registre em seu caderno o que pensou, para depois conversar com o professor e colegas: 190 cm × 330 cm. Museu Histórico Nacional/Rio de Janeiro

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Oscar Pereira da Silva. Descoberta do Brasil (Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500). 1922. Óleo sobre tela. A imagem é uma representação imaginada pelo artista do encontro entre os portugueses e os indígenas tupiniquins que habitavam o sul do atual Estado da Bahia, onde os portugueses ancoraram. Esses indígenas pertenciam à nação Tupi e habitavam parte do litoral do atual Estado de São Paulo.

a) O que a imagem apresenta?

Pessoal: o aluno pode descrever as impressões que tem ao observar o quadro,

b) Para você, o que está ocorrendo? como a atitude de cada grupo. Professor: Fique atento a possíveis comentários que demonstrem preconceito acerca da cultura indígena, de seus costumes, bem como de sua forma de viver. Interfira, se necessário, pontuando a importância do respeito à diversidade cultural e étnica de todos os povos.

c) As pessoas representadas na imagem são semelhantes? Quais as suas apresentam diferenças, sobretudo na vestimenta: os indígena estão nus, enquanto principais diferenças? Não, os europeus usam roupas. d) Como você imagina que foi o primeiro encontro entre os indígenas e os portugueses?

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Agora, converse com o professor e os colegas sobre: a) As observações que você fez e as conclusões a que chegou são iguais às de seus colegas? Não, pois dependem das impressões subjetivas que a ilustração originou em cada um. b) Para você, as observações e conclusões sobre um acontecimento são sempre esperada: Não, as pessoas têm visões e posições diferentes iguais? Justifique sua resposta. Resposta diante dos fatos. c) Podemos afirmar que existe uma única visão, uma única opinião para o Não, podem existir várias e diferentes visões e opiniões a respeito do mesmo fato? Por qual motivo? mesmo fato, dependendo dos interesses e dos princípios culturais, éticos e morais da pessoa e da sociedade em que vive.

d) É necessário conhecer as diferentes visões para entender um fato ocorrido Sim. Para compreender de forma coeem algum lugar do Brasil ou do mundo? Por quê? rente, ampla e profunda um acontecimento, é necessário conhecer as múltiplas interpretações atribuídas ao fato ou ao acontecimento ocorrido em qualquer lugar.

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Você pôde perceber que os fatos históricos e geográficos resultam de acontecimentos ocorridos ao longo dos anos e produzem novas paisagens. Também estudou que muitas são as formas de ver e de contar um mesmo fato, mas é necessário buscar nas fontes históricas informações mais precisas para não cometermos erros.

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Professor: tente aguçar a imaginação dos alunos para outro tempo histórico, explicando-lhes que, para os portugueses dos séculos XV e XVI, ficar nu era abominável, sinônimo de falta de respeito, enquanto para os indígenas nudez era um ato natural que fazia parte de sua cultura. As línguas também eram diferentes, de maneira que a comunicação entre eles não foi fácil, pelo menos no início.

Colonização portuguesa

Poucos anos após a chegada de Pedro Álvares Cabral, Portugal enviou algumas expedições para o reconhecimento do território. As primeiras expedições foram enviadas para as regiões banhadas pelo Oceano Atlântico, chamadas de regiões litorâneas. A expedição mais importante foi a de Martim Afonso de Sousa, realizada entre 1530 e 1532. Veja o mapa abaixo: Marilu de Souza/Arquivo da editora

Expedição de Martim Afonso de Sousa (1530-1532)

Fonte: Atlas histórico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: FAE/MEC, 1991. p. 16. Adaptação.

O rei de Portugal não tinha a intenção de ocupar ou explorar o interior do território para achar riquezas, pois o comércio de especiarias das Índias era mais lucrativo. Apenas o pau-brasil, uma árvore de cerca de 15 metros de altura que existia em grande número perto do litoral, interessava aos europeus. Levada para a Europa, a madeira dessa árvore era usada na fabricação de móveis; dela também se extraía uma resina da qual se obtinha tinta para tingir tecidos. Foi a partir de 1530 que os portugueses decidiram explorar o território que hoje é o Brasil, com a intenção de proteger suas terras e garantir sua posse, que era constantemente ameaçada por outros exploradores, como holandeses, ingleses, espanhóis e franceses. Assim, o rei português Monopólio: direito exclusivo de Portudecretou o monopólio da exploração e do cogal na exportação do pau-brasil para a mércio de pau-brasil, isto é, somente PortuEuropa. gal poderia extrair essa árvore e exportá-la para a Europa.

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O pau-brasil era encontrado em grande quantidade na vegetação da Mata Atlântica, no litoral brasileiro. A redução dessa árvore foi, inicialmente, resultado de sua exploração e exportação. Posteriormente, o surgimento de atividades econômicas, como a agricultura, e das cidades no litoral também contribuíram para o seu quase desaparecimento, como veremos a partir de agora. Compare os mapas abaixo, que mostram a vegetação da Mata Atlântica original e o que restou dessa vegetação, da qual faz parte o pau-brasil, que foi explorado pelos europeus, principalmente os portugueses. Mapa de vegetação da Mata Atlântica atual Talita Kathy Bora/Arquivo da editora

Marilu de Souza/Arquivo da editora

Mapa de vegetação da Mata Atlântica original

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O surgimento de cidades e lavouras ao longo do litoral brasileiro e a exploração do pau-brasil, entre outros fatores, influenciaram na redução da Mata Atlântica, de onde era extraída essa árvore. Porto Seguro – BA, 2012.

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Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Disponível em: <http://goo.gl/PmXfD1>. Acesso em: 26 jun. 2014. Adaptação.

kino.com.br/Haroldo Palo Jr.

Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Disponível em: <http://goo.gl/PmXfD1>. Acesso em: 26 jun. 2014. Adaptação.

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O pau-brasil é uma árvore nativa da Mata Atlântica brasileira, tem o tronco recoberto de espinhos, em tons de cinza ou vermelho, e centro avermelhado. Originalmente, a área de abrangência dessa árvore estendia-se por quase 3 mil quilômetros da costa brasileira [...]. Os índios brasileiros já utilizavam essa árvore para confecção de arcos e flechas, além de extraírem corante vermelho intenso do tronco. Após o descobrimento, durante o período do Brasil Colônia, a madeira da árvore foi bastante utilizada pelos portugueses, que tiravam o corante produzido pelas árvores e o usavam para tingir tecidos. A madeira do pau-brasil também era aproveitada pelos europeus nas indústrias civil e naval. [...] A exploração indiscriminada praticamente dizimou a espécie. Hoje em dia, é muito difícil encontrar a árvore em estado natural. Os poucos locais onde o pau-brasil ainda pode ser encontrado são áreas de preservação situadas no litoral de alguns estados. [...] A árvore pau-brasil é também conhecida por orabutã, brasileto, ibirapitanga, ibirapita, muirapitanga, ibirapitã, pau-de-pernambuco e pau-rosado.

Fabio Colombini

Pau-Brasil

Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - MAB/Unesco. São Paulo, 2004.

Observe novamente os mapas da página anterior e responda às questões no caderno.

1

Podemos afirmar que o pau-brasil estava presente em todo o território brasileiro?

2

Em que direção cardeal era possível encontrar grande quantidade do pau-brasil no território brasileiro? Direção leste.

3

Atualmente, como está a distribuição do pau-brasil pelo litoral brasileiro?

4

O pau-brasil foi explorado pelos portugueses até sua quase extinção. Que produtos eram obtidos do pau-brasil e para que era utilizado?

Não, podemos dizer que o pau-brasil era encontrado na maior parte do litoral brasileiro, na Mata Atlântica, que se estendia do litoral do atual estado do Rio Grande do Norte até o litoral do atual estado do Paraná.

No litoral brasileiro, o pau-brasil está praticamente extinto. Professor: informe que, atualmente, existem plantas em parques e reservas florestais.

Do pau-brasil era obtida tinta para tingir tecidos; a madeira também era utilizada nas indústrias civil e naval.

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Você sabe quem escolheu o seu nome? Peça a sua família que conte a história da escolha do seu nome. Depois, pesquise em livros ou em sites da internet a origem e o significado do seu nome. Registre no seu caderno suas descobertas.

Como o território passou a se chamar Brasil? Fabio Colombini

Inicialmente, a terra que hoje corresponde ao Brasil foi nomeada pelos portugueses de Ilha de Vera Cruz, pois achavam que era uma ilha. Posteriormente, o território recebeu vários nomes, como Terra de Santa Cruz, Terra Santa Cruz do Brasil, e, por último, Brasil. A escolha do nome Brasil se deveu à enorme quantidade de árvores de pau-brasil existentes na Mata Atlântica, que se estendia do litoral do atual estado do Rio Grande do Norte até o litoral do atual estado do Paraná. A árvore, por sua vez, recebeu esse nome pela cor vermelha da resina que produz. Hoje o pau-brasil existe em número muito reduzido nas . áreas que ainda restam dessa mata. A fim de evitar sua extinção, numerosos exemplares da espécie são plantados em parques e reservas florestais. Árvore de pau-brasil. O corte não autorizado de pau-brasil é crime, conforme determina a Lei Federal no. 6.607, de 7 de dezembro de 1978, que o considerou como árvore nacional e definiu o dia 3 de maio como o Dia Nacional do Pau-brasil. Você sabia que são necessários dois anos para que uma árvore de pau-brasil atinja 2,5 m de altura?

2. Resposta esperada: Não, pois apenas um dia de comemoração não é suficiente. É necessário um processo diário de conscientização e de cuidados com o pau-brasil e a natureza de forma geral, tendo em vista a sua preservação.

Responda às seguintes questões no caderno.

30

1

Você já viu uma árvore do pau-brasil? Onde?

2

Você considera que a comemoração do Dia Nacional do Pau-Brasil é suficiente para sua preservação? A seu ver, o que deve ser feito para que ocorra tal preservação?

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Pessoal.

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Brasil Colônia A partir da exploração e do monopólio do comércio do pau-brasil, começou efetivamente o que nós chamamos de colonização do Brasil. Em outras palavras, o Brasil se tornou colônia da metrópole portuguesa. Os colonizadores portugueses doColonização: processo de ocupação do território minaram e exploraram as pessoas brasileiro pelos portugueses por meio de ativique aqui já viviam, os povos indígedades extrativas, agrícolas, pastoris e comernas. Os portugueses utilizavam o traciais, com base na escravização da população balho dos indígenas para a derrubada, indígena nativa e de africanos. o corte e o carregamento da madeira Metrópole: designação dada ao Reino de de pau-brasil. Em troca, ofereciamPortugal como país que colonizou o Brasil do -lhes objetos de pouco valor, como século XVI até o início do século XIX. espelhos, anzóis, facas, canivetes e outros, mas essa forma de escravização dos indígenas provocou vários conflitos e guerras entre os colonizadores e os povos nativos do litoral. Depois da destruição de grandes áreas da Mata Atlântica para a extração de pau-brasil, a cana-de-açúcar passou a ocupar as terras das matas que eram derrubadas. O comércio do pau-brasil durou pouco tempo, pois a retirada de um grande número de árvores levou rapidamente ao esgotamento das reservas dessa madeira. O açúcar foi o produto que passou então a se destacar nas atividades econômicas na colônia portuguesa.

Havia comerciantes que aprisionavam as pessoas na África e as vendiam em Portugal e no Brasil. Esse comércio se intensificou muito com o passar dos anos, de tal modo que africanos escravizados passaram a realizar todos os trabalhos nos engenhos de açúcar. Johann Moritz Rugendas. Engenho de açucar. Século XIX.

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Viagem pitoresca através do Brasil/Reprodução

Durante os séculos XVI e XVII, Portugal desenvolveu a produção de açúcar em engenhos que instalou no litoral e no interior, o que lhe proporcionou elevados lucros, pois esse produto era muito procurado na Europa. E, para o desenvolvimento dessa nova atividade econômica, os portugueses trouxeram do continente africano homens, mulheres e crianças que eram escravizados para trabalhar nos engenhos.

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Responda às seguintes questões no caderno.

1

Com a chegada dos colonizadores portugueses, o que aconteceu com os povos colonizadores portugueses dominaram e exploraram os povos indígenas para a indígenas que aqui viviam? Os derrubada, o corte e o carregamento da madeira de pau-brasil.

2

Além dos povos indígenas, que outros povos foram explorados pelos colonizadoafricanos, que foram trazidos do continente res portugueses? Onde e como trabalhavam? Os africano à força pelos portugueses. Os africanos

na produção do açúcar nos engenhos Como explorar o vasto território da Colônia? trabalhavam em regime de escravidão. Para proteger as terras descobertas, o governo de Portugal criou um sistema de distribuição de terras chamado de capitanias hereditárias: esse sistema consistia na divisão do espaço geográfico em amplas faixas de terra que partiam do litoral e continuavam para o interior, no sentido leste-oeste, até a linha do Tratado de Tordesilhas.

Essa era uma linha imaginária definida pelos portugueses e espanhóis para demarcar as terras descobertas e as que viessem a ser descobertas a partir de 1494, ano em que o tratado foi assinado pelos governos da Espanha e de Portugal. Para traçar a linha foi tomado como referência o meridiano a 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão, no Arquipélago de Cabo Verde, localizado no Oceano Atlântico. Assim, todas as terras locaArquipélago: conjunto de ilhas de lizadas a leste desse meridiano seriam colônias vários tamanhos, mais ou menos numerosas, localizado em oceanos de Portugal, e aquelas situadas a oeste, colônias espanholas. Marilu de Souza/Arquivo da editora

Capitanias hereditárias (1534) Marilu de Souza/Arquivo da editora

Tratado de Tordesilhas (1494)

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Fonte: Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE/MEC, 1991. p. 14.

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Fonte: Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE/MEC, 1991. p. 16.

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Cada capitania era doada pelo rei a um nobre ou a uma pessoa por ele escolhida. Quem recebia uma capitania, tornava-se capitão ou donatário. As capitanias eram hereditárias porque os capitães ou donatários podiam transferir a posse da capitania a seus herdeiros. O capitão ou donatário tinha poderes totais sobre a exploração da capitania e sobre todas as pessoas que ali trabalhavam e moravam, pois estavam sob o seu comando. Como o território da capitania era muito grande, podia distribuir pedaços da propriedade a outras pessoas; essas partes menores eram chamadas sesmarias e deram origem a grandes fazendas.

Responda no caderno ao que se pede abaixo.

1

Faça a correspondência correta: A. Tratado de Tordesilhas

B. Capitanias hereditárias

I–B II – A III – B IV - A

I.Terras doadas a algumas pessoas pelo rei de Portugal e que passavam de geração em geração. II. Linha imaginária que dividia as terras descobertas e as que viessem a ser descobertas entre os portugueses e os espanhóis. III. As terras recebidas do rei de Portugal deram origem a grandes fazendas. IV. A leste, as terras pertenciam aos portugueses, e as terras a oeste, aos espanhóis.

2

O que você entendeu sobre as sesmarias?

Sesmarias eram pedaços das capitanias hereditárias, doadas pelos donatários a outras pessoas, que originaram grandes fazendas.

Ocupação do interior do território A organização político-administrativa em capitanias hereditárias e sesmarias contribuiu para o povoamento do litoral e, gradativamente, do interior do território brasileiro. Como você sabe, o comércio de pau-brasil não durou muito, pois as reservas dessa madeira se esgotaram. Naquele momento, já se plantava cana e se produzia açúcar, que também era exportado para a Europa. Mas o próprio comércio de açúcar deixou de dar bons lucros depois de um certo tempo. O governo de Portugal, então, ampliou a colonização em direção ao interior do território, na esperança de encontrar jazidas de ouro, diamantes e outras pedras preciosas. Com isso, ignorou os limites do Tratado de Tordesilhas. 33

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Os bandeirantes, as entradas, as bandeiras Da capitania hereditária de São Paulo, partiam homens que entravam nas matas, abriam caminhos e fundavam vilarejos no interior do território. Andavam armados e agiam com violência na captura de escravizados fugitivos e no aprisionamento de indígenas, que eram forçados ao trabalho escravo. Ficaram conhecidos como bandeirantes e suas expedições, como bandeiras. Eles agiam por conta própria, sem ordens do governo. Além das bandeiras paulistas, foram organizadas expedições em outros locais para explorar o interior do território. O rei de Portugal, por sua vez, também decidiu organizar expedições com o objetivo de colonizar o interior da Colônia, dominar áreas indígenas, formar fazendas de gado e descobrir riquezas, sobretudo ouro. Essas expedições eram as entradas.

Viagem pitoresca através do Brasil/Reprodução

140 cm x 100 cm. Museu Paulista, São Paulo.

Veja, abaixo, a reprodução de telas representando bandeirantes e cenas de bandeiras:

Benedito Calixto. Domingos Jorge Velho. 1903.

80 cm x 112 cm. Museu de Arte de São Paulo.

Johann Moritz Rugendas. Guerrilha. Cerca de 1835. Litografia

Jean-Baptiste Debret. Índios atravessando um riacho (O caçador de escravos). Cerca de 1820-1830. Óleo sobre tela.

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Os bandeirantes foram representados com roupas impecáveis e posturas altivas; os artistas que realizaram as ilustrações tinham a intenção de mostrá-los como homens corajosos e idealistas. A maioria deles, no entanto, dedicou-se a escravizar indígenas ou a destruir suas aldeias.

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As viagens empreendidas pelos bandeirantes eram longas e apresentavam muitos perigos. Nas matas virgens havia animais como cobras e onças que, tendo seu território invadido, podiam atacar e matar. Havia também povos indígenas que defendiam seu território e atacavam de surpresa, às vezes matando todos os integrantes da expedição. Os bandeirantes geralmente andavam a pé, único meio de se locomover em florestas fechadas; às vezes usavam cavalos, mas em certos trechos era preciso abandoná-los e seguir a pé, pois acidentes do terreno, como vales profundos e montanhas íngremes, além de rios, impediam o tráfego de animais. Em certos momentos, caminhavam arrastando pequenas embarcações, necessárias para atravessar os rios; às vezes era necessário improvisar embarcações, que eram construídas com troncos de árvores. Outra grande dificuldade estava relacionada à alimentação. Muitas vezes, os alimentos acabavam e eles tinham de recorrer a frutos, raízes e folhas de plantas, bem como à caça de animais, para sobreviver. Era, na verdade, uma grande aventura por lugares ainda não conhecidos. Assim, foram ocupando as terras do interior do que hoje é o território brasileiro, ao mesmo tempo que exploravam suas riquezas. Esse fato levou à organização do espaço geográfico brasileiro e de Minas Gerais, conforme estudaremos a seguir. Algumas entradas e bandeiras tiveram sucesso devido em parte à ajuda de alguns índios que orientavam os bandeirantes nas matas, guiando-os e apontando quais frutos podiam ser comidos, de qual vegetal se extraía água e alertando-os quanto aos cuidados para se protegerem dos ataques de outros grupos indígenas. Além disso, mostravam os possíveis lugares onde se podia encontrar ouro. Talita Kathy Bora/Arquivo da editora

Bandeiras dos séculos XVII e XVIII

Fonte: Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE/MEC, 1991. p. 24. Adaptação

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Responda às seguintes questões no caderno.

1) A ocupação do interior do território brasileiro se deu por meio de expedições, como as bandeiras e as entradas. Essas expedições foram responsáveis pelo aprisionamento dos indígenas, pela formação dos primeiros povoados e fazendas e tinham como objetivo a busca de jazidas de ouro, diamantes e outras pedras preciosas.

1

Como começou a ocupação do interior do território brasileiro?

2

Qual é a diferença entre as bandeiras e as entradas?

3

Pense nas facilidades para viajar por Minas Gerais e percorrer seus caminhos hoje. Bem diferente do tempo dos bandeirantes, não é mesmo? Pense nessas diferenças e faça dois desenhos. Um representando as viagens dos bandeirantes, outro retratando as viagens que podemos fazer hoje. Desenhe as paisagens, os meios de transporte e as transformações que você percebeu.

2) Bandeiras: eram expedições organizadas e financiadas por particulares, ou pelos próprios bandeirantes, com a finalidade de enriquecimento, seja descobrindo jazidas de ouro e pedras preciosas, seja aprisionando e escravizando indígenas. Entradas: eram expedições organizadas e financiadas pela coroa portuguesa, com a finalidade de conquistar territórios indígenas e se apropriar das riquezas naturais.

Professor: para a realização desta atividade, incentive os alunos a observarem e a compararem as imagens e os mapas presentes no livro.

Pecuária e ocupação do interior do território

Os bandeirantes foram importantes para a fundação de grandes fazendas, fortalecendo a economia baseada na pecuária, que é a produção e a comercialização de animais ou produtos de origem animal. No Brasil colonial, as atividades de pecuária surgiram inicialmente para abastecer, principalmente de carne, leite, ovos e banha, as populações locais que trabalhavam nos engenhos de cana-de-açúcar. Os animais também eram utilizados para o transporte do açúcar produzido. Nas regiões litorâneas, onde se concentrava a produção do açúcar, houve conflitos entre os criadores de gado e os donos de engenho, pois os rebanhos alimentavam-se da cana e destruíam os canaviais, causando prejuízo aos donos dos engenhos. Essa situação fez com que muitos donos de rebanhos levassem os animais para o interior do território, onde formaram grandes fazendas de criação, contribuindo para o surgimento de vilas e cidades também em Minas Gerais. A atividade mineradora, sobretudo a extração do ouro, causou um crescimento ainda maior da atividade pecuária, graças à venda de animais para o transporte de pessoas e mercadorias, e para a produção de alimentos.

Responda às seguintes questões no caderno.

36

Porque o gado supria algumas necessidades alimentares dos moradores dos engenhos e também porque constituía meio de transporte do açúcar produzido nos engenhos; posteriormente, a pecuária tornou-se importante no suprimento de meios de transporte e de alimentos na região das minas.

1

Por que a pecuária se tornou uma atividade econômica importante no Brasil colonial?

2

Por que ocorreram conflitos entre os donos de engenho e os criadores de gado?

3

Que consequências teve para a pecuária o desenvolvimento da mineração em A mineração causou um crescimento ainda maior da pecuária, pois na região das minas havia grande Minas Gerais? necessidade de alimentos e de animais para o transporte de produtos e de pessoas.

Por que o gado se alimentava de cana e destruía os canaviais.

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Organização do território do Brasil e de Minas Gerais Os primeiros habitantes, os povos indígenas que viviam no território que hoje é o Brasil, ocupavam diferentes lugares, conforme o mapa abaixo. Marilu de Souza/Arquivo da editora

Povos indígenas no Brasil em 1500

Fonte: Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE/MEC, 1991. p. 12.

Como você já sabe, o Brasil foi colonizado e explorado pelos portugueses, que, com o desenvolvimento de diferentes atividades econômicas, ocuparam primeiro o litoral e, depois, ao longo dos séculos, o interior do atual território brasileiro. Nosso território nem sempre foi assim como você o vê representado nos mapas. Ao longo dos séculos, o interior do território foi sendo conquistado por meio de disputas entre diferentes povos e sua superfície se ampliou muito. Hoje, com cerca de 8 515 767,049 quilômetros quadrados (IBGE, 2010), está organizado em 26 estados e o Distrito Federal (Brasília), que, por sua vez, são divididos em municípios. O estado de Minas Gerais tem 853 municípios.

• Vamos conhecer melhor como ocorreu a organização do território brasileiro ao longo de nossa história? Leia o texto a seguir. • Depois, observando a sequência dos mapas, responda às questões no caderno.

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Cartografia: Marilu de Souza/Arquivo da editora

Como foi estabelecida a divisão dos estados brasileiros?

1534 – Capitanias hereditárias Em 1534, os portugueses começaram a dividir as terras que estavam sob seu controle em 14 capitanias hereditárias. Nomes como Espírito Santo, Pernambuco, Maranhão e Ceará já eram usados na época.

1789 – Tratados de Madri, El Pardo e Santo Ildefonso Em 1750, com o Tratado de Madri, havia sido incorporado o território das Missões (parte dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), o território do atual estado de Mato Grosso do Sul, a região compreendida entre o Alto-Paraguai, o Guaporé e o Madeira de um lado e o Tapajós e Tocantins, do outro. Os tratados de El Pardo (1761) e Santo Ildefonso (1777) confirmaram as fronteiras já definidas. Na mesma época foram criados Grão-Pará e São Paulo (este posteriormente foi dividido e deu origem aos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso). Em 1789, o território brasileiro apresentava a primeira configuração estabelecida em mapas, após a anulação do Tratado de Tordesilhas.

1889 – Independência e República Até a Independência, em 1822, havia o contorno de 17 estados, mais a Cisplatina (atual Uruguai). Com a República, em 1889, o mapa ficou ainda mais parecido com a configuração atual.

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Cartografia: Marilu de Souza/Arquivo da editora

1943 – Primeira metade do século 20

Em 1904, o Acre foi comprado da Bolívia e se tornou o primeiro território brasileiro. Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, o governo federal decidiu proteger as fronteiras criando os territórios de Amapá, Iguaçu, Ponta Porã, Rio Branco e arquipélago de Fernando de Noronha. Esses territórios eram administrados diretamente pelo governo federal. Terminada a guerra, em 1946 o território de Ponta Porã passou a fazer parte do então estado de Mato Grosso, hoje estado de Mato Grosso do Sul. As áreas do antigo território de Iguaçu integraram os estados do Paraná e de Santa Catarina. Ainda em 1946, foi criado o território de Guaporé, que recebeu o atual nome de Rondônia em 1962. Também em 1962, foi criado o estado do Acre, e o território de Rio Branco recebeu o nome de Roraima. Em 1988, os territórios do Amapá, Rondônia e Roraima se tornaram estados, e o arquipélago de Fernando de Noronha passou a integrar o estado de Pernambuco. Desde então, o Brasil não tem territórios federais.

1990 – Transformações recentes

Em 1960, Goiás foi desmembrado para abrigar a capital, Brasília. Em 1979, um novo desenho deu origem a Mato Grosso do Sul. A Constituição de 1988 definiu as divisões atuais, indicando a criação de Tocantins para 1989. As primeiras subdivisões do Brasil ocorreram no século XVI, com a criação das capitanias hereditárias. Desde então, decisões políticas orientaram o formato do território nacional até chegarmos aos atuais 26 estados e o Distrito Federal. Hoje, qualquer alteração territorial deve passar pela aprovação popular – em 2011, os eleitores do Pará votaram contra a divisão do estado em mais dois, Tapajós e Carajás – e posteriormente pelo Congresso.

Adaptado de: Beatriz Santomauro. Com reportagem de Gabriela Portilho, revista Nova Escola. Consultoria: Pedro Paulo Funari, historiador do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/como-foi-estabelecida-divisao-estadosbrasileiros-679015.shtml>. Acesso em: 16 jun. 2014.

1

Em que ano aparece no território brasileiro o estado de Minas Gerais? 1789.

2

Identifique as possíveis mudanças ocorridas no território do estado de Minas Geobservação dos mapas, conclui-se que o território de Minas Gerais se expandiu, rais. Quando ocorreram? Pela assumindo o formato atual; o processo de expansão ocorreu no século XIX.

3

Em que direção cardeal você identificou as modificações que ocorreram no território do estado de Minas Gerais? Na direção oeste.

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4

A que séculos correspondem as seguintes datas, extraídas do texto lido? a) 1534

Século XVI

b) 1789

Século XVIII

c) 1889

Século XIX

Minas Gerais no Brasil de hoje

d) 1943

Século XX

e) 1990

Século XX

Se possível, leve para a sala um mapa político do Brasil em tamanho grande e apresente a divisão política do país para os alunos.

Como foi mencionado anteriormente, o Brasil está dividido em 27 unidades federativas, sendo 26 estados e um Distrito Federal. Minas Gerais é um dos estados do território brasileiro. Observe o mapa na próxima página. Território é o espaço ocupado e governado por um país, estado ou município. Em um mesmo território, vivem grupos humanos que apresentam algumas diferenças entre si, mas têm algo em comum: o sentimento de pertencer ao território onde vivem. Isso é percebido quando alguém afirma: Eu sou brasileiro, eu sou mineiro...

Pulsar Imagens/João Prudente

O território de Minas Gerais faz limites com outros estados brasileiros. Os limites são linhas imaginárias que indicam onde termina o território de um país, estado ou município e começa o de outro. Os limites podem ser elementos naturais, como rios e formas de relevo, ou elementos construídos pelos seres humanos, como ruas, muros, pontes e placas. Veja os itens 4 e 5 no Manual do Professor.

Os limites do território mineiro com o de estados vizinhos podem ser marcados por placas, como a da foto, na Rodovia Fernão Dias (BR-381), entre Minas Gerais e São Paulo. Extrema, 2011.

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Minas Gerais no Brasil

Veja os itens 1 e 2 no Manual do Professor.

Nas páginas anteriores, observamos diferentes representações dos lugares do mundo, como imagens e mapas. Essas representações apresentam elementos que nos possibilitam compreender as informações e os fenômenos que elas retratam. Vamos verificar quais são esses elementos? Para isso, observe o mapa do Brasil com destaque para Minas Gerais e leia as informações a seguir. Julio Manoel França da Silva/Arquivo da editora

Brasil

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 90. Adaptação.

Nos mapas: • a legenda lista os símbolos e cores usados no mapa e explica o significado ou as informações que estão representando; • a fonte mostra a origem das informações apresentadas no mapa, que podem ser obtidas em livros, atlas ou sites, entre outras; • o título informa o assunto e o local representado no mapa; • a escala indica quantas vezes o tamanho real de um espaço foi reduzido para ser representado no mapa; • a rosa dos ventos expressa a orientação, a direção dos lugares e fenômenos representados no mapa. 41

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Onde está Minas Gerais?

Comente que, nas cidades, nem sempre as moradias estão localizadas em bairros organizados em ruas, mas que existem formas diferenciadas de ocupação, por exemplo, nos morros.

Os lugares fazem parte de espaços como o município, o estado, o país e o mundo. As moradias podem estar localizadas nos morros e nas ruas de um bairro, na cidade; nas proximidades de rios, onde vivem as comunidades ribeirinhas; nos quilombos, onde vivem os descendentes dos antigos africanos escravizados; em um sítio, fazenda ou terra indígena, localizados no campo. O conjunto de ruas forma o bairro; o conjunto de bairros forma a cidade. São José, representado em parte na planta abaixo, é um dos bairros de Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais. Marilu de Souza/Arquivo da editora

A: Bairro São José

Fonte: Google Earth 2014. Adaptação.

O município de Belo Horizonte, onde se localiza nossa capital, e mais outros 852 municípios, forma o estado de Minas Gerais. A capital mineira também é coNo final do volume, disponibilizamos um mapa político ampliado de Minas Gerais nhecida como BH. e uma lista com o nome de todos os municípios do estado. Oriente os alunos a consultarem essas informações sempre que necessário.

Marilu de Souza/Arquivo da editora

B: Minas Gerais – Municípios

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Fonte: IBGE. Mapas – Bases e referenciais. Disponível em: <http://goo.gl/7sFZzv>. Acesso em: 26 jun. 2014. Adaptação.

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Minas Gerais é um dos quatro estados brasileiros que compõem a Região Sudeste. Os outros são Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Marilu de Souza/Arquivo da editora

C: Minas Gerais na Região Sudeste e no Brasil

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 94. Adaptação.

O Brasil, por sua vez, localiza-se no continente americano, e todos os continentes fazem parte do planeta Terra, que é o espaço geográfico mundial onde vivemos. Marilu de Souza/Arquivo da editora

D: Brasil no continente americano e no mundo

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 32. Adaptação. Veja os itens 3 e 4 no Manual do Professor.

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Veja o item 5 no Manual do Professor.

1

Identifique no mapa do Brasil da página anterior e escreva no caderno quais são as unidades da federação vizinhas ao território de Minas Gerais e que estão situadas: a) ao norte b) a oeste

2

Bahia Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal

c) ao sul d) a leste

São Paulo Rio de Janeiro e Espírito Santo

Agora, consulte novamente os mapas das páginas anteriores e responda às questões no caderno:

Sugerimos que você liste no quadro as respostas dos alunos. Assim, eles terão uma compreensão mais ampla das várias maneiras de utilizar os mapas. Caso os alunos respondam que não usaram mapas em nenhuma situação, questione-os sobre a presença de mapas em materiais, como revistas, livros e folhetos, e se compreenderam as informações contidas neles. Os municípios de Minas Gerais.

a) O que o mapa B está representando? b) E o mapa C, o que representa?

O Estado de Minas Gerais dentro da Região Sudeste e do Brasil.

c) Onde foram obtidas as informações do mapa D? No Atlas geográfico escolar do IBGE, edição de 2012.

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Leia o trecho da canção e responda à questão no caderno.

Oh, Oh, Oh, vieram criticar Oh, Oh, Oh, que Minas não tem mar Oh, Oh, Oh, pro mineiro tanto faz, Se Minas não tem mar, O mar não tem Minas Gerais... [...]

Dam D’ Sousa/ Arquivo da editora

Minas não tem mar

César Menotti & Fabiano. Minas não tem mar. In: Voz do Coração ao vivo. Universal, 2008. Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/cesar-menotti-fabiano/discografia/>. Acesso em: 26 jul. 2014.

O trecho da canção descreve um aspecto de Minas Gerais no que se refere à sua O estado de Minas Gerais está localizado no interior do país, por localização no Brasil. Qual é esse aspecto? isso, não é banhado pelo mar, o Oceano Atlântico. Comente com os alunos que Minas Gerais é o único estado da Região Sudeste que não é banhado por esse oceano.

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Que estados são banhados pelo mar e são vizinhos de Minas Gerais?

Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Leve para a sala o mapa político do Brasil ou um atlas geográfico, para que os alunos possam observar os mapas, identificar os estados solicitados e realizar a próxima atividade.

Que tal criar um roteiro de viagem? Para isso, siga as orientações descritas na próxima página. Veja o item 6 no Manual do Professor.

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a) Escolha um dos estados vizinhos de Minas Gerais que possui litoral e imagine que você e sua família vão passar um feriado na praia. b) Você deve pensar no trajeto da viagem, de carro ou ônibus, saindo do lugar onde vocês vivem em direção ao litoral do estado selecionado. c) Observe os mapas das páginas anteriores e o dos municípios de Minas Gerais, ao final do volume. Consulte também um mapa rodoviário num atlas geográfico ou num guia rodoviário para analisar os possíveis caminhos. Se tiver acesso, consulte mapas também na internet. d) Escolha alguns municípios por onde você gostaria de passar no caminho até o litoral. Informe o nome desses municípios e os estados que serão percorridos durante o trajeto. Escreva o que há de interessante nos que eles possam identificar as principais cidades por onde passariam, providencie municípios escolhidos. Para com antecedência o mapa de município e um guia rodoviário. Veja o item 3 no Manual do Professor.

e) Apresente o roteiro aos colegas e compare-o com os que eles fizeram. Quais são as semelhanças e diferenças?

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Vamos representar o seu lugar no mundo? Para isso, faça um desenho do lugar onde você mora em papel sulfite. Depois, com o auxílio do professor, pesquise em um atlas geográfico os mapas que representam os espaços dos quais esse lugar faz parte: município, estado, país, continente e mundo. Siga os passos abaixo: a) Reproduza ou desenhe esses mapas e cole-os em uma cartolina. Observe a sequência das páginas 42 e 43 para realizar a colagem dos mapas e do desenho que você produziu: do lugar onde você mora para o bairro, do bairro para o município e, assim por diante, até chegar ao planeta Terra. b) Crie legendas para auxiliar na interpretação do seu trabalho. Depois, com o professor e os colegas, realize uma exposição dos trabalhos produzidos em sala de aula. Auxilie os alunos a organizar uma exposição dos trabalhos na sala de aula.

Observando os trabalhos expostos, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir. • A legenda auxiliou você a compreender as informações representadas nos Resposta esperada: Sim, a legenda auxiliou na interpretação do que foi representado. trabalhos? De que maneira? Pela observação da legenda também foi possível identificar e localizar o que o colega representou.

• O que as representações produzidas por você e seus colegas têm em comum? • De qual trabalho você mais gostou? • Quais os motivos de sua escolha?

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Verifique se os alunos percebem que os trabalhos representam o lugar onde eles vivem, fazendo parte do município e de outros espaços do mundo.

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