Pequenos Exploradores - História 2, Unidade 1

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BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS

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Cris Eich/Arquivo da editora

Você está descobrindo o mundo da leitura e da escrita. Neste ano, você vai escrever, desenhar, ler e falar sobre diversos assuntos que dizem respeito a você. O primeiro deles são as brincadeiras e os brinquedos.

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CAPÍTULO

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DO QUE VOCÊ GOSTA DE BRINCAR?

Tatiana Paiva/Arquivo da editora

Observe a ilustração a seguir e tente descobrir o que as crianças estão fazendo para se divertir.

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Toda criança gosta de brincar. Brincando, as crianças se divertem e também aprendem.

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Sonia Horn/Arquivo da editora

Consulte o Manual, item 1.

E IDEIAS TROCA D Observe com atenção a ilustração e converse sobre ela com seus colegas. Depois, responda às questões. • Quais dessas brincadeiras ou brinquedos você conhece e com quais o fato de que provavelmente muitos alunos não conhecem brincadeiras do passado, brinca? Explore como bolinha de gude e pião. É interessante trocar ideias sobre isso com eles. • Entre as brincadeiras representadas, de quais você não brinca? Por quê? Trata-se de uma continuação da questão anterior.

• Você sabe o nome de todas as brincadeiras representadas na ilustração? Também com essa questão pretende-se aprofundar o conceito de mudanças e permanências em relação a um tema ligado à infância.

• Em sua opinião, qual brinquedo fez a alegria das crianças no passado e continua alegrando-as no presente? A bola. É um dos brinquedos mais antigos e que continua fascinando as crianças mesmo com a passagem do tempo.

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Explore com as crianças o duplo sentido que o título dessa parte do texto pode ter. Fazendo arte é uma maneira de dizer que alguém está fazendo alguma traquinagem e, no caso desse texto, faz referência ao trabalho dos artistas. Nome das obras da artista: a) Carrapicho, b) Rodando pião, c) Balançando, d) O menino e a pipa, e) Amarelinha, f) Pulando corda, g) Pulando carniça, h) Bolinha de gude.

Fazendo arte

As brincadeiras não são assunto só das crianças! Elas também servem de tema para muitos artistas.

Fotos: Acervo pessoal de Sandra Guinle/Coleção particular

Observe as esculturas da artista plástica Sandra Guinle. a)

Tema: no texto, a palavra se refere ao que serviu de inspiração ou motivo para o artista. Artista plástico: pessoa que utiliza seu talento para fazer obras de arte. São principalmente pintores e escultores que se dedicam às artes plásticas, também conhecidas como belas-artes.

b)

d)

c)

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f)

Fotos: Acervo pessoal de Sandra Guinle/Coleção particular

e)

g)

h)

Se possível, apresente reproduções de gravuras, quadros, esculturas ou outros trabalhos artísticos que tenham a brincadeira como tema. Peça às crianças que escrevam com o alfabeto móvel, ou no caderno, o nome das brincadeiras que conhecem (explore as questões ortográficas que surgirem) e, depois, peça-lhes que, oralmente, descrevam cada uma das brincadeiras, de modo que os alunos que as conheçam expliquem para os que não as conheçam. Com essa exposição oral, os alunos poderão identificar mudanças e permanências, diferenças e semelhanças, continuidades e rupturas, tendo em vista a organização das brincadeiras no passado e no presente. Chame a atenção deles para o fato de que toda brincadeira tem algumas regras, muitas vezes estabelecidas por quem está brincando, que precisam ser respeitadas para que ela prossiga. Conte também um pouco do trabalho realizado por essa artista. Consulte o Manual, item 2.

E IDEIAS TROCA D

Agora, converse com seus colegas e responda às perguntas. • Você sabe o nome de algumas dessas brincadeiras? • As crianças da sua idade brincam dessa maneira? • E você, de quais brincadeiras já brincou?

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Cris Eich/Arquivo da editora

CAPÍTULO

BRINCADEIRAS DE HOJE E DO PASSADO

Agora, você vai conhecer melhor a artista Sandra Guinle. Escute com atenção o texto que seu professor vai ler.

Nasci no interior de São Paulo em uma cidadezinha chamada Monte Mór. Na terra vermelha, que desconhecia asfalto, desenhei muitas amarelinhas. Na beira dos riachos, acompanhava minha mãe e outras mães que, lavando roupas, entoavam cantigas que tenho frescas em minha memória. Ali, meu primeiro contato com o barro. [...] Sei bem de minhas recordações de quando criança. Tardes fagueiras subindo em frondosas árvores, saboreando a fruta no tempo certo na companhia do menino que, astro de seu quintal, rodava o pião em manhãs ensolaradas e vida aberta 14

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Acervo pessoal de Sandra Guinle/Coleção particular

em risos. Hoje me pergunto: “Quais serão as recordações das nossas crianças daqui a alguns anos?” Horas em frente a um computador, passeios em shopping, jogos de videogame, namoro pela internet, aula de balé, inglês, francês? Com tantos compromissos, fica difícil sobrar um tempo para ser criança. [...]

Sandra Guinle

Fagueira: agradável. Frondosas: com muitos ramos, flores e folhas. Astro: no texto, a palavra é usada para dizer que o menino era “o bom” da turma.

E IDEIAS TROCA D

Disponível em: <http://www.sandraguinle.com.br/ REVISTA_AVISALA_EM_PDF.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2013.

Sandra Guinle é uma artista preocupada com a preservação da memória das brincadeiras infantis. Converse com as crianças sobre as brincadeiras citadas pela artista no texto e o que as crianças costumavam fazer para se divertir. Estimule uma discussão sobre as brincadeiras das crianças na atualidade. As observações podem ser produzidas coletivamente, com o registro no quadro. Peça a elas que façam um desenho no caderno de uma das partes do texto que mais lhes chamou a atenção. Antes, releia o texto pausadamente para as crianças. Consulte o Manual, item 3.

Depois da leitura do texto, converse com seus colegas e professor sobre as questões a seguir. • Em quais lugares Sandra Guinle costumava brincar? Na terra vermelha, na beira dos riachos.

• Quais eram as suas brincadeiras preferidas? Amarelinha, modelagem com barro, subir em árvores.

• As brincadeiras da artista são parecidas com as suas?

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COM A PA

L AVRA

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Para realizar esta atividade, você vai fazer uma entrevista. Com a ajuda de seu professor, convide uma pessoa com bem mais idade do que você, pode ser um de seus avós, outro familiar ou um funcionário da escola, para ser entrevistado por você.

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Converse com o entrevistado sobre as perguntas a seguir e peça a ele que ajude você a escrever as respostas.

Consulte o Manual, item 4.

Entrevista

As respostas coletadas pelos alunos devem ser apresentadas aos colegas. É importante confrontar as idades das pessoas entrevistadas com as suas preferências. Converse com as crianças para saber se as brincadeiras relatadas ainda estão presentes no universo lúdico dos alunos.

Qual é o seu nome? Quantos anos você tem? Quando você era criança, do que costumava brincar? Quais eram seus brinquedos preferidos? Cris Eich/Arquivo da editora

Em que lugares você costumava brincar? Você tem vontade de voltar a ser criança? Por quê?

No tempo de antigamente Você sabe o que é um museu?

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Já ouviu falar do Museu do Brinquedo, em Santa Catarina? É um paraíso de brinquedos. Nele encontramos pequenas estatuetas de argila que representam brincadeiras de crianças e uma coleção de bonecas de vários países.

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Estatueta: pequena estátua feita de argila, metal, madeira ou pedra, etc. Argila: barro que pode ser amassado com água para ser modelado, isto é, transformado em esculturas ou objetos de uso doméstico (vasos, xícaras, pratos). A argila é também utilizada na fabricação de tijolos.

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Observe as fotos de algumas bonecas e estatuetas que Converse com as crianças sobre os materiais que dão origem aos brinquedos. encontramos nesse museu. Pergunte se a maioria dos brinquedos que elas têm é feita artesanalmente ou

Bonecas antigas feitas de pano e porcelana e pano expostas no Museu do Brinquedo da Ilha de Santa Catarina, Florianópolis.

Nessa estatueta, Franklin Cascaes representou uma criança com uma pipa.

Estatueta feita por Franklin Cascaes, representando o jogo de bolinha de gude.

Fotos: Tempo Editorial/Tarcísio Mattos. Museu do Brinquedo da Ilha de Santa Catarina, Florianópolis.

fabricada em grande escala.

Escultura de Franklin Cascaes, representando o jogo de betes. 17

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Creative Commons/Flickr/Fotos GOCBA/Adenilson Nunes

Wikimedia Commons/Olimor

Observe também as fotos de brinquedos que fizeram a alegria das crianças de antigamente!

Crianças jogando futebol de botão em São Paulo, São Paulo, 2010.

Brinquedos com bonequinhos de faroeste, peças de acampamento Pele-Vermelha Apache Faroeste, 2013.

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Folhapress/Anna Carolina Negri

Creative Commons/Flickr

Festival de Xadrez. O evento reuniu estudantes de várias escolas da rede estadual no Centro Educacional Edgar Santos, Fazenda Garcia, São Pedro, Salvador, Bahia, 2011.

Meninos brincando de autorama em São Paulo, São Paulo, 2010.

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Montando uma exposição Consulte o Manual, item 5. Vamos montar uma exposição de brinquedos?

Cris Eich/Arquivo da editora

Traga para a sala de aula o brinquedo mais antigo que você tem em casa. Pode ser seu ou de alguém da família.

Vamos escutar uma história sobre brinquedos antigos? Seu professor vai ler para você! Olhando agora uma revista, vi uma figura parecida com uma boneca, a única que eu tive na vida e que me causou uma hora, se tanto, de desapontamento. Nós, eu e Luisinha, nunca tivemos bonecas de loja. Nossa distração era carregar os meninos dos vizinhos ou brincar com grandes bonecas grosseiras que fazíamos de pano, para fingir de menino pequeno. Desapontamento: decepção. 19

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Tatiana Paiva/Arquivo da editora

Um dia, eu devia ter seis ou sete anos, passou pela nossa porta Mariquinha Bonecreira, vendendo bonecas de pano. Mamãe quis nos comprar, mas não quisemos, porque não poderíamos vesti-las bem. Mariquinha logo ofereceu maiores e eu disse: “Quero então uma bem grande, que eu possa carregar como menino. A senhora faz assim?” Ela não respondeu, mas eu insisti: “Faça bem grande, Siá Mariquinha.” Passados uns dias ela trouxe as bonecas, pouquinho maiores que as outras. Os cabelos com que sonhávamos para penteá-los, ela os encaracolou e fez as bonecas com coques. Nós vínhamos fazendo castelos com as bonecas e arranjando Bonecreira: expressão comum em retalhos para fazer os vestidos; Portugal que se refere a uma artesã que faz bonecas. quando ela trouxe, tivemos muito Siá: forma simplificada de “sinhá”, desapontamento. Felizmente modo antigo de dizer “senhora”. durou pouco a decepção. Encaracolar: enrolar. Guardamos as bonecas no armário Coque: penteado feminino em que e não lembramos mais daquilo. os cabelos são enrolados e presos com grampos no alto ou na parte de trás da cabeça. 20

Consulte o Manual, item 6.

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Helena Morley. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 56.

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ATIVIDADES 1

Converse com as crianças a respeito do texto e da vida da autora e destaque a linguagem utilizada no relato, assim como a forma com que os brinquedos eram feitos e vendidos. Explique a diferença entre os brinquedos produzidos industrialmente e os produzidos artesanalmente. Outras perguntas podem ser feitas a elas, a seu critério, como: O que significa a frase “nós vínhamos fazendo castelos”? De que as crianças gostavam de brincar? Atualmente as crianças brincam de mamãe e filhinho, gostam de fazer comidinha, brincar de casinha?

Responda às questões a seguir. a) Por que a autora do texto não gostou da boneca que Siá Mariquinha fez? Porque era pouca coisa maior que as outras e veio com os cabelos encaracolados e presos em coque.

b) Você gostaria de ter algum brinquedo que ainda não tem? c) O que você entendeu da frase “Eu e Luisinha nunca tivemos bonecas de loja”? Bonecas compradas em loja.

d) Atualmente, é comum as crianças terem bonecas que não foram compradas em loja? Por quê? Não. Porque existem muitas lojas que vendem bonecas de todos os tipos e porque muitas bonecas são feitas em grandes quantidades em fábricas de brinquedos.

e) Você tem algum brinquedo artesanal?

Desenhe em uma folha avulsa como você imagina que era a boneca que Helena ganhou.

Artesanal: no texto, brinquedo feito à mão.

Tatiana Paiva/Arquivo da editora

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Para finalizar esta unidade, preste atenção na leitura que o professor fará do poema a seguir. Ele foi escrito há mais de cem anos (em 1904) por um poeta chamado Olavo Bilac. Consulte o Manual, item 7.

A boneca

Dizia a primeira: “é minha”. – “É minha!” a outra gritava; e nenhuma se continha, nem a boneca largava. Quem mais sofria (coitada)! Era a boneca. Já tinha Toda a roupa estraçalhada, E amarrotada a carinha.

Ilustrações: Sonia Horn/Arquivo da editora

Deixando a bola e a peteca, Com que inda pouco brincavam, Por causa de uma boneca, Duas meninas brigavam.

Tanto puxaram por ela Que a pobre rasgou-se ao meio, Perdendo a estopa amarela Que lhe formava o recheio. E, ao fim de tanta fadiga, Voltando a bola e a peteca, Ambas, por causa da briga, Ficaram sem a boneca...

Fadiga: cansaço. 22

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Olavo Bilac. Poesias infantis. 18. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1952.

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Agora, converse com seus colegas e professor sobre as questões a seguir. Depois, registre suas respostas. Consulte o Manual, item 8.

a) Você já brigou por causa de algum brinquedo?

b) Na sua escola, as crianças costumam brigar? Por quê?

c) Que outro título você daria a esse poema?

d) O que há de comum entre a boneca descrita no poema e as que Helena Morley costumava ter? Ambas são feitas de pano.

SUGESTÕES DE LEITURA

Consulte o Manual, item 9.

✔ A casa do meu avô, de Ricardo Azevedo, Editora Ática. ✔ As coisas que eu gosto, de Ruth Rocha, Editora Salamandra. ✔ Brejeiros e bagunceiros: poemas, de Neusa Sorrenti, Franco Editora. ✔ Perde-ganha, de Angela Leite de Souza, Editora Lê. ✔ Tudo pode ser brinquedo, de Angela Leite de Souza, Editora Lê.

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