UNIDADE
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Nosso povo, nosso jeito
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O que você vai estudar
O gênero poema narrativo. As marcas de oralidade. O uso de lh e li. O gênero história em quadrinhos. O uso dos pronomes pessoais. A acentuação das palavras proparoxítonas. E você ainda vai participar de uma sessão de contação de histórias populares e, no final, vai escrever um conto popular para um livro.
Vamos conversar Prof.(a): Consulte o CAP, p. 277.
Observe a imagem ao lado. Você conhece esse tipo de boneco? Sabe onde é usado?
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De que material os bonecos parecem ter sido feitos? Você acha que eles foram produzidos em fábricas ou confeccionados à mão?
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O teatro de mamulengos é uma manifestação da cultura popular. Na sua região existe algum tipo de música, dança, representação, artesanato que seja da tradição popular?
ILUSTRAÇÃO: CAROL JUSTE/ARQUIVO DA :EDITORA FOTO: GRUPO MAMULENGO SEM FRONTEIRAS/DIEGO BRESANI
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HORA DA LEITURA A personagem principal do texto a seguir é a Cuca. O que você sabe sobre ela? Apesar de o texto estar escrito em versos, ele foi publicado em uma revista infantojuvenil, na seção chamada “Era uma vez…”. Então que gênero é este? Um poema ou uma história?
Prof.(a): Converse com os alunos sobre a Cuca, personagem do folclore brasileiro, para verificar o que sabem sobre ela. Prof.(a): A expressão “Era uma vez” provavelmente levará os alunos a associar o texto a uma história. Ajude-os a perceber que histórias podem ser contadas em versos. Aproveite para conversar sobre personagens do folclore brasileiro. Pergunte-lhes, por exemplo, quais conhecem e como os conheceram (pela leitura de livros infantis, pela televisão, pelas histórias contadas por familiares, etc.).
Texto 1
O casamento da Cuca Cláudio Fragata
(“Tutu Marambá, saia do telhado. Deixe o menino dormir sossegado.”)
Ele dizia que para casar primeiro precisava arrumar um emprego mais maneiro. Pois um Tutu Marambá vive só de assustar e isso nunca deu dinheiro.
MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
A fofoca lá na mata era a encucação da Cuca, que para casar andava maluca. Não tirava isso do pensamento, mas o seu par, o Tutu Marambá, nunca falava em casamento.
A fofoca corria solta, passava de boca em boca, da paca para o tatu, do tatu para a cutia: a Cuca decerto acabaria ficando para titia. Cansada do disse que disse, a Cuca decidiu se casar sem que o Tutu Marambá a sua mão pedisse. Mandou convite pra toda mata marcando o local e a data.
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Deixou claro no convite que a festa seria chique: “Por favor, só traje a rigor”. Todo mundo caprichou e a festa do casamento foi realmente um primor. Tão elegante o Curupira de sapatos de verniz e terno de casimira! Só perdia para a Iara que prendeu os cabelos com uma linda tiara. O Boi da cara preta resolveu tirar da gaveta seu capote de gola. Já a Mula sem cabeça preferiu vestir um fraque, mas não pôde pôr cartola.
Seria o fim do falatório se um fato não pusesse em risco aquele casório. Os noivos lá no altar, e vejam o ocorrido: as alianças tinham sumido!
MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
Usando véu e grinalda, a Cuca estava no céu em seu vestido de cauda. Posando para as fotos, sorria fazendo escarcéu com sua bocona pintada.
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A Cuca se pôs a gritar, fez tanto e tal alarido que o povo chegou a pensar que o noivo tinha fugido: — Coitadinha da Cuca, já ficou sem o marido!
MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
Mas o padrinho Sagui, que tinha jeito pra Sherlock, suspeitou da traquinagem e foi logo dando um toque: “Isso é coisa de Saci, que adora molecagem”. Tudo deu certo no fim, como no velho ditado. A Cuca hoje vive feliz com seu príncipe encantado, que não perdeu a mania de andar pelo telhado.
RQUIVO DA EDITOR
Cláudio Fragata nasceu em Marília (SP), mas vive há anos na cidade de São Paulo. Desde criança já gostava de inventar histórias, que contava mentalmente para si mesmo. Jornalista, escritor e editor de revista, tem vários livros de contos e poemas publicados para crianças.
EDITORA ABRIL/A
Quem é o autor?
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Cláudio Fragata. O casamento da Cuca. Revista Recreio. São Paulo: Abril, n. 127, 15 ago. 2002.
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2. Prof.(a): Tutu Marambá é um dos nomes do bicho-papão, ser imaginário com que se amedontra as crianças quando choram ou não querem dormir, da mesma forma que se faz com a Cuca. Por isso seriam um casal que combina. Explique que os dois versos abaixo do título do poema (“Tutu Marambá, saia do telhado. / Deixe o menino dormir sossegado”) pertencem a outra versão da mesma cantiga de ninar. Pergunte se conhecem a cantiga ou alguma versão dela. Se possível, ouçam a canção e cantem-na juntos.
Pensando sobre o texto
1
A Cuca é uma personagem do folclore brasileiro. Escreva no caderno o que sabe sobre ela. A Cuca é representada como uma mulher com cabeça de jacaré e uma voz medonha que assusta as crianças desobedientes.
2 A Cuca vai se casar com Tutu Marambá. Você o conhece? Leia a letra desta cantiga de ninar, depois explique por que ele combina com a Cuca. Tutu Marambá, não venhas mais cá Que o pai do menino te manda matar Durma, neném, que a Cuca logo vem Papai está na roça e Mamãezinha em Belém Tutu Marambá, não venhas mais cá Que o pai do menino te manda matar
MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
Domínio público.
3 No casamento da Cuca com Tutu Marambá, estavam presentes personagens do folclore e bichos. No caderno, faça uma lista com o nome dos convidados. Personagens do folclore: Mula sem cabeça, Boi da cara preta, Iara, Curupira, Saci. Bichos: tatu, cutia, paca, sagui.
4 Que fato quase impediu o casamento? Como ele foi resolvido? As alianças sumiram, mas o Sagui logo desconfiou de que o Saci as havia pegado.
5 Volte ao texto “O casamento da Cuca” e releia a penúltima estrofe. Quem é Prof.(a): O texto faz alusão ao detetive Sherlock? O que quer dizer “ter jeito pra Sherlock”? Sherlock Holmes, personagem do escritor
inglês Arthur Conan Doyle. “Ter jeito pra Sherlock” é ter jeito para detetive. Aponte aos alunos, nessa estrofe, a referência a outro texto (as narrativas policiais de Conan Doyle): a essa “conversa” entre textos chamamos intertextualidade.
6 No convite, além do local e da data, estava escrito: “Por favor, só traje a rigor”. Por que esse verso foi escrito entre aspas? Para indicar que no convite estava escrito exatamente assim, ou seja, para fazer uma citação. Prof.(a): Se achar necessário, explique que as aspas têm diferentes funções nesse texto: elas indicam tanto a fala de um personagem como a citação de um texto escrito (o convite de casamento). Nas narrativas, é comum as aspas servirem para diferenciar o enunciado de personagens do enunciado do narrador.
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7. Prof.(a): Ordenar os acontecimentos de uma história é importante para os alunos perceberem que as narrativas são formadas por uma sequência de fatos interligados. A atividade pode ser feita em duplas, para que eles possam discutir suas hipóteses.
7 Em dupla. Copiem os acontecimentos a seguir no caderno, organizando-os de acordo com a sequência da história. Se necessário, consultem o texto. MARINA FARIA/ACERVO DA EDITORA
A Cuca estava radiante de felicidade no dia do casamento. 3º Tudo acabou bem, e a Cuca viveu feliz com Tutu Marambá. 6º Na mata, corria a fofoca de que a Cuca estava louca para se casar, mas o namorado, Tutu Marambá, não falava em casamento, pois precisava primeiro arranjar um emprego. 1º A Cuca resolveu se casar sem que Tutu Marambá pedisse sua mão e mandou convites a toda a mata. Todos compareceram muito chiques.
2º
Um fato pôs em risco o casamento: as alianças sumiram. A Cuca começou a gritar. Será que o noivo tinha desaparecido? 4º O Sagui logo suspeitou que o sumiço das alianças era obra do Saci. 5º 8 Leia o texto abaixo para saber mais sobre o surgimento do Saci, da Iara e do Curupira. Depois escreva no caderno o que você entendeu por cultura popular.
Você já deve ter brincado de pião, amarelinha ou trava-língua, certo? Ninguém sabe quem inventou essas brincadeiras. Esses jogos são aprendidos em conversas com amigos, pais ou avós. Desse mesmo jeito, são descobertas muitas outras coisas, como histórias, costumes, danças, músicas… Esse tipo de conhecimento passado de uma geração para outra é chamado de cultura popular. A cultura popular varia muito de um lugar para outro no mundo. No Brasil, ela foi influenciada por vários povos, principalmente indígenas, africanos e europeus. Dessa mistura surgiram tradições muito ricas e criativas que variam bastante de uma região para Bonecos gigantes no Carnaval de Olinda outra no nosso país. (PE), em foto de 2010.
PULSAR IMAGENS/LEO CALDAS
Cultura popular
Prof.(a): Leia o texto com os alunos e converse sobre o assunto. Comente que a cultura popular também é chamada folclore. Essa palavra vem do inglês folk (“povo”) e lore (“saber”): “saber do povo”.
Almanaque Recreio: Tudo sobre o Brasil e o Mundo. São Paulo: Abril, 2003. 62
Prof.(a): Peça aos alunos que façam uma pesquisa sobre cultura popular e personagens folclóricos na biblioteca da escola e/ou na internet. No caso das pesquisas pela internet, oriente-os a buscar sites de conteúdo confiável, como os de instituições de ensino, os governamentais e os de jornais e revistas.
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Pensando sobre o texto gênero
Poema narrativo 1
Prof.(a): O nome poema narrativo identifica uma forma poética específica, com grande predominância de elementos da estrutura narrativa e objetivos bem diferentes dos encontrados nos poemas líricos. No caso em questão, temos uma narrativa escrita em versos com personagens do folclore brasileiro.
O texto “O casamento da Cuca” foi publicado na seção “Era uma vez…” de 1.a) Prof.(a): É provável que os alunos respondam que a expressão aparece em contos de fadas e histórias uma revista. infantis. Explique-lhes que a expressão é comum também em contos populares, dos quais o conto de fadas é um tipo. Além dessa, há outras expressões comuns a esse gênero, como “viveram felizes para sempre”.
a) Que textos, geralmente, começam com a expressão era uma vez?
b) Leia a estrofe abaixo e copie no caderno os versos que lembram um conto de fadas. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 277.
MARINA FARIA/ACERVO DA EDITORA
Tudo deu certo no fim, como o velho ditado. A Cuca hoje vive feliz com seu príncipe encantado, que não perdeu a mania de andar pelo telhado.
““A A Cuca hoje vive feliz / com seu príncipe encantado”.
c) Copie no caderno a afirmativa mais adequada em relação ao texto “O casamento da Cuca”. O texto é escrito em versos, e os versos narram uma história, por isso ele pode ser chamado de poema narrativo. X O texto é uma narrativa com personagens do folclore brasileiro e escrito em prosa (parágrafos), por isso é chamado de conto. O texto exprime a opinião do autor sobre o casamento e está escrito em Prof.(a): A estrutura desse poema narrativo lembra um gênero da literatura popular muito presente na versos. cultura nordestina: o cordel. Os versos curtos (como as redondilhas, versos de 7 sílabas) e rimados são um ponto em comum entre o poema lido e as histórias narradas pelos cordelistas.
d) A que conclusão podemos chegar quanto à linguagem do texto? Copie no Prof.(a): A apropriação, por um gênero, caderno a opção adequada. de características de outro gênero é chamada intergenericidade. Já Imita a linguagem da reportagem. as referências à cantiga de ninar Imita a linguagem da história em quadrinhos.“Tutu Marambá” e às histórias de Sherlock Holmes são exemplos de Imita a linguagem do conto de fadas. X intertextualidade, fenômeno que ocorre
quando um texto faz referência a outro(s).
2 Volte à página 58 e releia algumas estrofes para responder: os versos têm rimas? Prof.(a): Peça aos alunos que identifiquem no poema duplas de palavras que rimam em algumas das estrofes. Pergunte de que rimas gostaram mais ou quais ficaram mais divertidas.
Sim.
3 O texto narra acontecimentos reais ou de ficção, inventados? Explique. O texto narra acontecimentos de ficção, inventados, que são fruto da imaginação popular. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 277.
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4 Em dupla.
4.b) Narrador: de “A Cuca se pôs a gritar” até “o noivo tinha fugido:”; de “Mas o padrinho Sagui” até “e foi logo dando um toque:”. Falas de personagem: “— Coitadinha da Cuca, já ficou sem o marido!”; “Isso é coisa de Saci, que adora molecagem.”
a) Releiam as estrofes a seguir.
Mas o padrinho Sagui, que tinha jeito pra Sherlock, suspeitou da traquinagem e foi logo dando um toque: “Isso é coisa de Saci, que adora molecagem”.
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A Cuca se pôs a gritar, fez tanto e tal alarido que o povo chegou a pensar que o noivo tinha fugido: — Coitadinha da Cuca, já ficou sem o marido!
b) Toda história é contada por um narrador. Copiem no caderno um trecho das estrofes acima em que o narrador está contando algo e um trecho que seja a fala de um personagem. c) Que sinal de pontuação foi usado para indicar a fala do povo? E para indicar a fala do Sagui? O travessão indica a fala do povo (ou de alguém do povo) e as aspas, a fala do Sagui. d) Copiem as duas estrofes acima no caderno, transformando os versos em parágrafos, como em um texto em prosa. Atenção: vocês não vão mudar o texto, apenas a forma como ele se organiza nas linhas. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 277. 5 Você gostou de ler uma história contada por meio de versos? Por quê? 6 Todos juntos. Converse com os colegas e o professor sobre as características dos poemas narrativos. Escreva no caderno o que vocês concluíram. 64
Prof.(a): Os poemas narrativos contam uma história que é escrita na forma de versos. Assim como os parágrafos nos textos em prosa, as estrofes dos poemas narrativos podem marcar diferentes momentos da história (do enredo). Pode ou não haver rimas.
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LÍNGUA: REFLEXÃO E USO Marcas de oralidade 1
Em dupla. Vocês vão ler agora um caso muito interessante que foi contado a uma estudante de jornalismo e que ela registrou por escrito. Ao fazer esse registro, a estudante manteve a mesma linguagem usada pela pessoa que narrou o caso.
O saci Eu vi o saci quando eu tinha oito anos. Então, tinha um menino que tinha cinco anos, e ele era afilhado da minha mãe. Eu tinha ciúmes dele com minha mãe. O nome dele era Sebastião, e eu teimava em chamar ele de sacizinho. Ele andava de boné vermelho e uma camisola xadrez. Então eu falei: “Cê tem que parecê um sacizinho, só farta andá com uma perna só!” Um dia, de tarde, minha vó falou: “Vou cocê!” Eu estava aprendendo o catecismo. Aí então foram todos embora e deixaram minha vó, aí ela falou: “Vou cocê”. Aí eu peguei, quando nós íamos descendo, pra passar por dentro do mangueirão, quando eu desci a escadaria, eu vi um sacizinho pulando numa perna só, na minha frente. — Olha aí, vó! — E minha vó não via. — Sacizinho sem-vergonha! — eu falava. — Oh, Bastiãozinho, vai pra casa. Tua mãe não sabe! Quando minha vó viu que eu endureci, ela acreditou que eu estava vendo mesmo. Aí ela disse: “Desconjuro, crendeus pai, sai daí!” Aí ele saiu. — Era memo, vó. Era um saci. Pulei os degraus correndo. Aí nós fomos na casa do Tião, e ele estava dormindo. Minha mãe disse que tinha que rezar e não botar mais apelido. Até hoje eu não boto mais apelido.
MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
Rita José Mariano
Entrevista concedida por Rita José Mariano à estudante de jornalismo Roseli Ortega Campos. Rita José Mariano. O saci. Em: Luiz Roberto Alves (Org.). Contos e casos populares: para quem tem dois, dez ou dezenas de anos. São Paulo: Edições Liberdade, 1984.
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2 Consulte as informações no final do texto e responda no caderno. a) Quem narrou a história? Rita José Mariano. b) Quem registrou a história por escrito? Roseli Ortega Campos. c) O que a narradora conta que viu? O saci. 3 Em dupla. Releiam o trecho e prestem atenção nas expressões destacadas.
[…] Então eu falei: “Cê tem que parecê um sacizinho, só farta andá com uma perna só!” Um dia, de tarde, minha vó falou: “Vou cocê!” Eu estava aprendendo o catecismo. […] a) As expressões destacadas foram escritas assim para reproduzir a pronúncia da pessoa que contou a história. Se a estudante que registrou o caso não quisesse escrever as palavras como foram pronunciadas, como ela escreveria cê, parecê, farta, andá e cocê? Você, parecer, faltar, andar, com você.
b) Identifiquem no texto outras palavras escritas do jeito como foram pronunciadas.
Como você viu na unidade 1, nos textos escritos, as palavras e expressões que imitam o jeito de falar são chamadas de marcas de oralidade. 4 Em dupla. Vocês já viram que a palavra aí pode ser uma marca de oralidade. Observem como a narradora começa estas frases. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 277.
Aí então foram todos embora... Aí eu peguei […] Aí ela disse […] Aí ele saiu.
3.b) Prof.(a): Ajude os alunos a encontrar as palavras grafadas segundo a pronúncia da narradora: pra (para), crendeus (creio em Deus), memo (mesmo). Aproveite a oportunidade e pergunte a eles como pronunciam as palavras você, parecer, faltar, andar e mesmo quando estão em alguma situação informal, com amigos ou parentes. Pergunte em seguida se modificariam a pronúncia dessas palavras em situações mais formais, como uma apresentação de trabalho na escola, ao pedir uma informação a um adulto com quem não têm intimidade, etc.
a) Pensem um pouco e respondam: nas frases abaixo, a palavra aí é marca de oralidade? Expliquem.
Meu livro ficou aí. Vamos chegar aí bem mais tarde.
Não. Prof.(a): Ajude os alunos a compreender que a palavra aí só é marca de oralidade quando reproduz, na escrita, uma função que tem, comumente, na fala informal: a de fazer a ligação entre frases e trechos (uma função coesiva, portanto).
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[…] Aí então foram todos embora e deixaram minha vó, aí ela falou: “Vou cocê”. Aí eu peguei, quando nós íamos descendo, pra passar por dentro do mangueirão, quando eu desci a escadaria, eu vi um sacizinho pulando numa perna só, na minha frente.
MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
b) Releiam.
4. b) Possibilidade: Todos foram embora e deixaram minha avó. Então, ela falou: — Vou com você. Quando nós íamos descendo a escadaria, para passar por dentro do mangueirão, eu vi um sacizinho pulando numa perna só na minha frente.
Como a estudante de jornalismo poderia reescrever esse trecho, se fosse preciso usar uma linguagem formal, sem marcas de oralidade?
Prof.(a): Incentive os alunos a encontrar formas de eliminar as marcas de oralidade nesse trecho, para que eles, gradualmente, e com sua constante interferência, passem a eliminar essas marcas nas próprias produções textuais mais formais.
5 Os casos, ou causos, são histórias geralmente engraçadas ou assustadoras. Quando são contadas, ficamos em dúvida se aconteceram de verdade ou não. a) Você gostou do caso do saci? Por quê?
b) O texto ficou mais interessante por buscar reproduzir, por escrito, o jeito de falar da pessoa que o contou? Por quê? 5.b) Prof.(a): Espera-se que os alunos observem Prof.(a): Consulte o CAP, p. 277.
© 2014 CEDRAZ/IPRESS.
6 Leia.
que as marcas de oralidade, nesse texto, contribuem para caracterizar as personagens (pessoas que moram no campo) e para trazer autenticidade à história, fazendo com que o leitor se envolva com a história da menina e sua avó e em sua crença de que viram o saci.
Antônio Cedraz. A Turma do Xaxado. Em: Faoza (Org.). Central de tiras. São Paulo: Via Lettera, 2003.
Responda no caderno. a) Observe os personagens. Que elemento mostra que eles vivem no sertão? O chapéu de Xaxado, típico de regiões sertanejas.
b) O texto escrito nos balões tem alguma marca de oralidade? Justifique são marcas de oralidade: nutiça, nóis, num, remá, oia. sua resposta. Sim, Prof.(a): Chame a atenção dos alunos para o fato de que, em tirinhas e HQs, costuma haver
diálogo entre personagens; por isso as marcas de oralidade são muito presentes nesses gêneros.
c) A maneira como algumas palavras foram escritas prejudica a compreensão do texto por pessoas que não vivem no sertão? Explique. O texto pode ser entendido perfeitamente; mesmo um leitor não familiarizado com a pronúncia nutiça pode compreender o sentido dessa palavra pelo contexto. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 277.
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Prof.(a): Esta seção propõe, de modo lúdico, o estudo do dígrafo lh. É comum os alunos confundirem lh com li, já que o valor sonoro deles é muito próximo. Por meio da brincadeira, eles poderão visualizar e internalizar as regularidades do sistema alfabético relacionadas à grafia de palavras com esses grupos..
VAMOS
RINCAR?
2.a) Prof.(a): Após a correção, explique que o li aparece depois de sílaba tônica acentuada. Isso acontece porque as proparoxítonas aparentes são acentuadas, porém, como ainda não é o momento de os alunos sistematizarem essa explicação, apenas mostre que, nas palavras Túlio e família, por exemplo, a sílaba anterior ao li é acentuada, da mesma forma que em cílio, dália, etc.
1. Copie o trava-língua no caderno e complete as palavras com lh ou li. Depois brinque com os colegas: quem consegue ler o trava-língua mais rápido e sem se atravelha, Lucília, melhor, repolho, molho, groselha, baunilha, embrulho. palhar com os sons parecidos? família, Prof.(a): Faça a correção no quadro de giz. Consulte o CAP, p. 277. ILUSTRAÇÕES: MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
Na famí ■a da ve ■a Lucí ■a, a me ■or comida é repo ■o no mo ■o de grose ■a com bauni ■a. Arg! Que embru ■o! Eva Furnari. Travadinhas. São Paulo: Moderna, 2011.
2. Todos juntos. Agora vamos fazer o jogo da Cartela ortográfica!
Prof.(a): Esta atividade pode ser feita em dupla.
a) Copie estas frases no caderno e complete as palavras com lh ou li. Tú ■o deu muito auxí ■o e muito conse ■o ao fi ■o. Túlio, auxílio, conselho, filho A sandá ■a verme ■a de Jú ■a é uma maravi ■a! sandália, vermelha, Júlia, maravilha Natá ■a é a irmã mais ve ■a da famí ■a de Amé ■a. Ela mora em Brasí ■a. Natália, velha, família, Amélia, Brasília Que sopa de ervi ■a gostosa! ervilha Marí ■a é muito vaidosa, passa o dia todo se o ■ando no espe ■o. Marília, olhando, espelho Uma abe ■a picou o joe ■o de Cé ■a. Que dor! abelha, joelho, Célia b) Agora, em um pedaço de cartolina, faça uma cartela como esta. Escreva nela dez palavras escolhidas entre as que você completou no item anterior. Prof.(a): Os alunos se sentirão mais seguros ao poder selecionar as palavras de cuja grafia têm certeza.
Cartela ortográfica
|||||||||||||||| ||||||||||||||||
|||||||||||||||| O L DE |||||||||||||||| |||||||||||||||| MO|||||||||||||||| ||||||||||||||||
||||||||||||||||
|||||||||||||||| ||||||||||||||||
Prof.(a): Para saber como organizar a brincadeira, consulte o CAP, p. 278.
c) O professor vai sortear uma palavra e escrevê-la no quadro de giz. d) Veja se você tem essa palavra na sua cartela. Se tiver, ótimo: você fez 1 ponto. Marque um X no quadrinho onde a palavra se encontra. Confira: a escrita está certa? Se necessário, faça a correção. e) Quem preencher a cartela primeiro será o vencedor. Boa sorte! 68
Prof.(a): O objetivo da brincadeira é o treino da ortografia. A escrita ortográfica vai sendo conquistada aos poucos, e os alunos devem ter consciência desse processo. Se a escrita na cartela estiver inadequada, eles devem reescrever as palavras. O “erro” pode levar ao “acerto” se houver oportunidade de treino.
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HORA DA LEITURA No começo da unidade, você leu um poema narrativo, uma história escrita em versos. E o texto abaixo, de que gênero é? Quem é o personagem principal das duas histórias?
Texto 2
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Prof.(a): Espera-se que os alunos percebam que tanto o poema narrativo como a história em quadrinhos apresentam a Cuca, personagem de contos populares, como protagonista.
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Revista Sítio do Picapau Amarelo – Cuca, São Paulo: Globo, mar. 2007.
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Pensando sobre o texto 1
Por que o título da história é “Aventuras praianas”? Porque a história conta uma aventura que se passa na praia.
2 Escreva o nome de quatro personagens folclóricos que participam da história. Cuca, Saci, Curupira, Lobisomem.
3 Releia o diálogo entre a Cuca e seu ajudante, Pesadelo.
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— É pra sua saúde, patroa... — Como eu posso ter saúde numa praia tão poluída? — Mas a água está tã0 limpinha... — Eu tô falando de poluição “humânica”! Eca! Olha só quanta (argh) gente! 3.a) Prof.(a): Espera-se que os alunos compreendam que se trata de uma palavra inventada pela Cuca, um neologismo. Ajude-os a perceber que humânica deriva de humano; “poluição humânica” seria “excesso de gente”. Como a personagem parece não gostar de seres humanos, considera a presença deles uma poluição para a praia.
a) Por que a palavra humânica está entre aspas? O que essa palavra quer dizer? b) Que sentimento da Cuca as onomatopeias eca e argh expressam? Elas expressam sensação de nojo, sentimento de repulsa pelo ambiente cheio de gente.
c) Nesse diálogo, a linguagem é informal, há várias marcas de oralidade. Copie no caderno uma palavra ou expressão característica da linguagem falada. Possibilidades: o neologismo humânica, as onomatopeias eca e argh e as formas abreviadas tô (estou) e pra (para).
4 Em uma de suas falas, a Cuca diz: “Não pode ser banho de lama? É tão mais desagradável...”. Por que ela prefere a opção mais desagradável? Porque, sendo um tipo de monstro, a Cuca acha agradável o que é desagradável.
5 Por que a Cuca procurou o doutor Musgus, no começo da história? Porque estava com um problema de pele: perdendo escamas.
6 Qual foi o verdadeiro motivo de o doutor Musgus ter dito à Cuca que ela deveria ir à praia? Ele queria vender espetinhos para complementar seu orçamento. 75
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Pensando sobre o texto gênero
História em quadrinhos 1
1. Os balões 1 e 2 são balões de fala: têm formato arredondado em linha contínua e deles sai um “rabicho” (também chamado apêndice) que aponta para o personagem que está falando. O terceiro é balão de pensamento: tem o formato parecido com o de uma nuvem e dele saem “bolhas”, que apontam para a cabeça do personagem.
2 Volte à página 74 e releia o final da história. a) Que sentimento a Cuca e seus amigos demonstram no primeiro quadrinho dessa página? Demonstram desconfiança a respeito do vendedor de espetinhos.
b) Observe, ao lado, a parte do último quadrinho que mostra o doutor Musgus. O que ele parece estar sentindo e pensando? Faça no caderno um balão de pensamento com o pensamento dele.
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Observe os dois tipos de balão nos quadrinhos abaixo. Qual é a diferença de formato entre os dois primeiros balões e o terceiro? O que cada tipo de balão indica?
c) Para responder às questões anteriores, você precisou observar somente o texto escrito ou outros elementos o ajudaram? 3 Levando em conta a análise feita anteriormente, responda: que recurso o autor utilizou para narrar a história? Copie no caderno a opção correta.
2.c) Prof.(a): Ajude os alunos a perceber que, na leitura e interpretação da HQ, eles certamente observaram tanto o texto escrito como as imagens. Chame a atenção para os vários recursos gráficos usados no último quadrinho: posição do corpo do personagem, traços, raios e outros criado somente com imagens, não verbal. desenhos que indicam movimento, a expressão do rosto (desenho da boca dos olhos), a posição que mistura a linguagem verbal e a não verbal. edos braços, etc.
a) Um texto escrito, verbal. b) Um texto X
c) Um texto
4 Todos juntos. Converse com os colegas e o professor sobre as características do gênero história em quadrinhos. Organizem um parágrafo com as conclusões da turma. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 278. 76
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LÍNGUA: REFLEXÃO E USO Pronome pessoal
1.c) Prof.(a): Caso sua região seja mais comum o uso de você, peça aos alunos que reescrevam as falas substituindo tu por você, assim será mais fácil entenderem que os pronomes pessoais representam as pessoas do discurso.
Leia a conversa entre Zé Pequeno (o menino à esquerda) e Xaxado (à direita).
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1
1.b) Também se refere à menina. Prof.(a): Neste momento, mostre aos alunos que as palavras ela e tu não têm um significado fixo, seu significado só pode ser entendido no contexto em que são empregadas. (O mesmo ocorre com a maioria dos pronomes.)
Antônio Cedraz. A Turma do Xaxado. Salvador: Estúdio Cedraz, 2005.
a) A quem a palavra ela se refere no primeiro quadrinho? À menina que está passando. b) A quem a palavra tu se refere no segundo quadrinho? c) As palavras ela e tu são chamadas de pronomes pessoais. Também são pronomes as palavras eu e ele, usadas no segundo quadrinho. É comum o uso de tu e de você para se dirigir a alguém. Qual dessas duas formas é mais usada na sua região? d) A quem o personagem Zé Pequeno se refere quando usa o pronome ele? A Xaxado.
e) No terceiro balão, que pronome pessoal indica quem está falando?
O pronome eu.
2 Em uma conversa ou outro tipo de comunicação, há sempre: a pessoa que fala; a pessoa com quem se fala; a pessoa ou o assunto sobre o qual se fala. Chamamos essas pessoas de pessoas do discurso. Pensando nessa explicação, associe no caderno as duas colunas do quadro a seguir. 1. B; 2. C; 3. A 1. A(s) pessoa(s) que fala(m).
A. ele/eles, ela/elas
2. A(s) pessoa(s) com que se fala.
B. eu/nós
3. A(s) pessoa(s) de quem se fala.
C. tu/vós ou você/vocês
Pronome pessoal é a palavra que indica a pessoa do discurso. São pronomes pessoais: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. A gramática não classifica as palavras você e vocês como pronomes pessoais, mas elas são usadas com essa função. 77
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Eu e minha turma adoramos ler tirinhas. Eu e minha turma fundamos um clube de leitura de quadrinhos que é muito legal. Eu e minha turma nos divertimos muito nos encontros do clubinho.
ILUSTRAÇÕES: MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
3 Leia este texto.
3.b) Possibilidade: Eu e minha turma adoramos ler tirinhas. Nós fundamos um clube de leitura de quadrinhos que é muito legal. Nós nos divertimos muito durante os encontros do clubinho. Prof.(a): Pode ser que os alunos usem a expressão a gente no lugar de nós ou que apenas eliminem o pronome (a terminação verbal é suficiente para identificar o sujeito). Explique que todas essas opções são válidas. Aproveite para esclarecer que a expressão a gente é mais informal que o pronome nós e exige acerto do verbo: a gente fundou, a gente se diverte.
a) Você notou que algumas palavras repetidas acabam desviando a atenção do leitor do assunto do texto? Que palavras são essas? Eu e minha turma. b) Reescreva o texto no caderno sem repetir essas palavras. Depois responda: que palavra(s) você usou para eliminar as repetições? 4 Copie o quadro abaixo no caderno e complete-o. nós
O pronome pessoal ■ se refere às pessoas que falam, ou seja, eu + outra(s) pessoa(s). 5 Com a orientação do professor, leia este texto em voz alta.
www.jangadabrasil.com.br/temas/novembro2007/te10611e.asp
De gorro vermelho [...] Conta a lenda que nesses dias, quando há redemoinhos de poeira e folhas secas, o saci aparece no meio deles, dando gargalhadas e assobiando. Embora jamais alguém o tenha conseguido, afirmam os supersticiosos que quem um dia prender o saci e colocá-lo sem o seu gorrinho dentro de uma garrafa bem fechada e com uma cruzinha na rolha terá para sempre seus pedidos atendidos por um ente humilde e obediente. [...] A. J. B. Pulando numa perna só. Disponível em: <www.jangadabrasil.com.br/ temas/novembro2007/te10611e.asp>. Acesso em: 31 jan. 2014. 78
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Prof.(a): Deixe claro aos alunos que não é proibido repetir palavras. Muitas vezes a repetição é esclarecedora ou expressiva. No trecho lido, por exemplo, a palavra saci aparece 4 vezes, pois é o tema do texto. O que deve ser evitado são as repetições desnecessárias, que atrapalham a fluidez da leitura. Os pronomes pessoais ele(s), ela(s), o(s), a(s) e variantes são recursos coesivos que retomam o referente e Responda às questões no caderno. suas contribuem para evitar repetições.
a) Observe no texto a palavra destacada (colocá-lo). Para evitar uma repetição, uma expressão do texto foi substituída por -lo. Que expressão é essa? A expressão o saci.
b) Além dos pronomes, existem outros recursos para evitar a repetição de palavras. Qual das palavras do quadro abaixo foi usada no texto “De gorro vermelho” para substituir o substantivo saci? Copie-a no caderno. alguém
gorrinho
lenda
supersticiosos
ente X
6 Em dupla. Em alguns casos, os pronomes pessoais ele, ela, eles, elas são trocados por o(s), a(s), que podem apresentar as formas -lo(s), -la(s), -no(s), 5.b) Prof.(a): Os alunos podem ter dificuldade em -na(s). Copiem no caderno as frases abaixo. perceber as palavras que foram usadas para substituir O carteiro entregou as cartas. Vou comer o bolo.
O
Vou comê-lo.
Vá chamar as crianças.
o substantivo saci, que são diferentes das usadas para caracterizar o personagem. Mostre que passagens como “um negrinho risonho carteiro entregou-as.e assobiador, que pula numa perna só” e “humilde e obediente” são descrições. Peça-lhes que substituam as expressões sobre as quais tenham dúvida pelo nome saci para perceber se a troca faz sentido.
Juliana comprou-o.
Vá chamá-las.
Os alunos criaram um jornal. As crianças respeitam as mães.
Os alunos criaram-no. As crianças respeitam-nas.
MARINA FARIA/ ARQUIVO DA EDITORA
Juliana comprou um livro.
a) Circulem as expressões que foram substituídas pelos pronomes. b) Nas frases que vocês copiaram, pintem de vermelho os verbos terminados em -r. O que acontece quando juntamos a eles os pronomes o(s), a(s)?
Comer, chamar. O r final dos verbos cai, as vogais recebem acento gráfico e os pronomes assumem a forma -lo(s) ou -la(s).
c) Pintem de verde nas frases os verbos terminados em -m. O que acontece quando juntamos a eles os pronomes o(s), a(s)? Criaram, respeitam. Os verbos não sofrem alteração e os pronomes assumem as formas -no(s) ou -na(s).
7 Substitua por pronomes pessoais as expressões destacadas na frase abaixo.
As crianças capturaram o saci e o colocaram/colocaram-no na garrafa. Elas fizeram muitos pedidos, e o saci vai atendê-los.
As crianças capturaram o saci e colocaram o saci na garrafa. Elas fizeram muitos pedidos, e o saci vai atender os pedidos. Prof.(a): Discuta as possibilidades encontradas pelos alunos para que percebam quanto é importante usar recursos coesivos.
8 Copie no caderno as explicações a seguir e complete-as.
Pronome pessoal é a palavra que indica a ■ do discurso. Eu e nós indicam as pessoas ■. Tu e vós (ou você e vocês) indicam as pessoas ■ pessoa / que falam / se fala. Ele(s) e ela(s) indicam as pessoas ■ se fala. com quem / de quem Podemos usar os pronomes pessoais para evitar a ■ de palavras. Os pronomes o(s), a(s) podem assumir as formas ■, ■, ■, ■. repetição / -lo(s), -la(s), -no(s), -na(s)
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PENSANDO SOBRE A ESCRITA Acentuação das proparoxítonas 1
O texto a seguir fala de contos e lendas. Leia-o e preste atenção na sílaba tônica das palavras circuladas.
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Seres mitológicos em contos e lendas As personagens dos contos e das lendas são seres fantásticos, ou seja, frutos da imaginação e da fantasia. Em geral, apresentam características físicas diferenciadas: a maioria tem meio corpo humano e meio corpo de animal. Por exemplo, as sereias têm o rabo de peixe, corpo de mulher e vivem no mar. O lobisomem é um homem que se transforma em lobo às sextas-feiras. [...] Há também seres bondosos, como os unicórnios, belíssimos cavalos com um chifre na testa. E há seres brincalhões, como o Saci-pererê, um menino negro, de uma perna só e com um cachimbo na boca. Texto adaptado de César Coll e Ana Teberosky. Aprendendo português. São Paulo: Ática, 2000.
Escreva no caderno as palavras circuladas, organizando-as em três grupos: a) palavras oxítonas;
imaginação, geral, mulher, também, Saci-pererê
b) palavras paroxítonas;
personagens, lobisomem, homem, unicórnios, cachimbo
c) palavras proparoxítonas.
mitológicos, fantásticos, características, físicas, belíssimos Prof.(a): Alguns alunos podem classificar a palavra unicórnios como proparoxítona. Explique-lhes que se trata de proparoxítona aparente.
2 Em grupo. O poema que vocês vão ler a seguir chama-se “Moleque proparoxítono”. Retiramos algumas palavras dele e as colocamos no quadro abaixo. Prof.(a): Os alunos vão discutir as atividades em grupo, mas cada um deve trabalhar o poema no próprio caderno.
relâmpago dúvida
lúcido prático
rápido
antepenúltimo
lógico hélice
mágica proparoxítono
a) Leiam o poema e, por meio do sentido, tentem descobrir o lugar de cada palavra nos versos. b) Em seguida, copiem o poema completo no caderno. 80
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Moleque proparoxítono Marciano Vasques
Lá vai ele, muito ■, rápido quase sempre um ■. relâmpago ■! Lógico Muito ■, lúcido sua mente gira como uma ■. hélice Ele é muito ■ prático e sua vida é ■. mágica Esse menino, quase sempre da fila o ■, antepenúltimo é, sem ■, dúvida o tal do moleque ■. proparoxítono Marciano Vasques. Duas dezenas de meninos num poema. São Paulo: Paulus, 2003.
3 Em grupo. A última estrofe informa que o menino é quase sempre o antepenúltimo da fila. Por que essa informação reforça a ideia de que o moleque é proparoxítono? Porque nas palavras proparoxítonas a sílaba tônica é sempre a antepenúltima. 4 Em grupo. Leiam em voz alta as palavras que vocês usaram para completar o poema e respondam. a) Elas são oxítonas, paroxítonas ou proparoxítonas? São proparoxítonas. b) Na opinião de vocês, por que o autor deu esse título ao poema? Possibilidade: Porque ele usou somente palavras proparoxítonas para caracterizar o menino.
c) Comparem as palavras usadas para completar o poema com as trabalhadas na atividade 1. O que vocês observaram em relação à acentuação gráfica dessas palavras? Expliquem oralmente.
4.c) Prof.(a): Ajude os alunos
d) Copiem no caderno a explicação a seguir e completem-na. a observar que todas as
Todas as palavras ■ são acentuadas. proparoxítonas
Prof.(a): Peça aos alunos que pesquisem outras palavras proparoxítonas. Faça, em cartolina ou papel pardo, um cartaz com as palavras pesquisadas. Anote nele a regra de acentuação gráfica. Afixe o cartaz na sala.
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palavras proparoxítonas recebem acento gráfico (agudo ou circunflexo) e somente algumas paroxítonas e oxítonas são acentuadas.
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VAMOS
RINCAR?
1) Prof.(a): O caminho certo é o caminho 2. 1) Saci, acarajé, também, amazônica, átona, picolé 2) árvore, fantástica, característica, folclórica, belíssimo, lâmpada 3) candomblé, chuchu, sapo-cururu, imaginação, relâmpago, mulher
Prof.(a): A finalidade desta atividade é revisar os conteúdos trabalhados na seção Pensando sobre a escrita desta unidade e da unidade anterior.
relampago imaginaçao
mulher
sapo-cururu
lampada belissimo
chuchu
candomble
folclorica
picole
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O saci-pererê gosta de assustar as pessoas. Imagine, então, que ele tenha resolvido pregar uma peça no Moleque Proparoxítono! Aproximou-se dele e deu um rodopio tão forte que o menino se apavorou e saiu correndo pelo meio da mata. Ajude o Moleque Proparoxítono a encontrar o caminho para sair da mata e chegar à casa dele. Leia as instruções para saber como fazer.
fantastica caracteristica
arvore
2
atona
3
1
amazonia tambem
Saci acaraje
1. Só um caminho leva o Menino Proparoxítono para a casa dele: é o caminho em que todas as palavras são acentuadas. Acontece que o saci levou os acentos das palavras embora! Escreva as palavras de cada caminho no caderno e coloque acento gráfico onde for necessário. Ganha o jogo quem encontrar primeiro o caminho formado apenas por palavras acentuadas e ajudar o menino a ir para casa! 2. As palavras do caminho para a casa do Menino Proparoxítono têm algo em comum. O que é? Todas são proparoxítonas. 82
Prof.(a): Só foram usadas na atividade palavras proparoxítonas e oxítonas (algumas acentuadas, outras não). Ajude-os caso tenham alguma dificuldade em acentuar uma ou outra palavra.
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PRODUZINDO TEXTO ORAL
O quê? Uma roda de leitura de contos populares. Objetivo: Ampliar o repertório de literatura popular dos alunos e levá-los a desenvolver algumas das habilidades envolvidas em uma leitura oral expressiva. 1. Prof.(a): Ajude os alunos na pesquisa. Leia a eles contos populares e causos e traga para a sala de aula material de pesquisa. Em: <http://jangadabrasil.com.br/revista/setembro82/links.asp>, você encontra uma grande quantidade de contos, lendas e causos.
Contação de histórias: conto popular
Preparação 1
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Vamos organizar uma roda de leitura de contos populares entre Prof.(a): Oriente os alunos a, ao registrar suas histórias, procurar responder a os colegas? 2.perguntas como estas: “Quem são os personagens?”; “Do que trata a história?”; “Como ela se desenrola?”; “Onde?”; “Quando?”; “Quem é o narrador?”. Esquematize no quadro essas orientações.
Pesquise histórias da cultura popular brasileira em livros, revistas ou sites. Pergunte também a adultos da família ou a conhecidos sobre narrativas populares que eles conheçam.
2 Registre no caderno as histórias mais interessantes e traga-as para a sala de aula. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 278.
Apresentação 3 Em grupo. Entre as histórias coletadas pelo colegas do grupo, selecionem uma e preparem sua apresentação à turma. Contem a história aos colegas devagar e no tom de voz adequado, para que todos consigam entender e ouvir. Procurem falar com expressividade, mostrando o sentimento e as intenções dos personagens, criando suspense ou humor, se for o caso. 4 Em grupo. Na apresentação, é importante saber o momento em que cada pessoa do grupo vai falar. Por isso, decidam:
Prof.(a): O ideal é que as crianças decorem a história e a contem sem ler. Outra opção é manterem em mãos quem vai começar a contar;um esquema com os pontos principais da história para consultarem se necessário. Caso eles leiam, peça que façam uma leitura bem expressiva.
quem vai contar os diferentes acontecimentos da história; quem será o responsável por finalizar o conto escolhido.
Avaliação 5 Todos juntos. Depois que todos os grupos tiverem contado suas histórias, avaliem as apresentações. Prestem atenção se: todos os colegas participaram e colaboraram para o sucesso da atividade; as histórias contadas conseguiram prender a atenção dos colegas; os grupos conseguiram se organizar para fazer uma apresentação interessante e fácil de entender. Prof.(a): No final, avalie com a turma a escolha das histórias, o desenvolvimento do trabalho e a apresentação de cada grupo. É importante incentivar os alunos com uma crítica construtiva, valorizando o processo vivido e não apenas o resultado.
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PRODUZINDO TEXTO ESCRITO
O quê? Recontar por escrito uma narrativa da tradição oral. Objetivo: Possibilitar aos alunos o aprendizado de algumas operações de transformação do texto oral em texto escrito.
Conto popular
Planejamento 1
Escolha uma das histórias contadas em sala de aula para escrever com suas palavras.
2 Se você não se lembrar de alguma parte importante dessa história, pergunte aos colegas que a contaram ou ao professor, para não ter dúvidas.
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Agora é o momento de registrar por escrito as histórias ouvidas e organizá-las em um livro para ser deixado na biblioteca: a Coletânea de contos populares do 4º ano!
Escrita 3 Escreva o texto escolhido em uma folha de rascunho. Tenha sempre em mente seus leitores, que serão os colegas da turma e, talvez, também alunos de outras turmas. Recorde e empregue o que aprendeu anteriormente. Você pode usar uma expressão típica para iniciar a história, como “Esta história aconteceu muito tempo atrás, lá na região do...”, ou “Dizem que esta história aconteceu mesmo”. Marque as falas dos personagens com travessão ou aspas. Se achar interessante, mantenha no texto as marcas de oralidade que possam ajudar o leitor a entender melhor a história ou que fizeram parte do humor dela. Deixe claro ao seu leitor o que acontece com os personagens, o que eles fazem e como a história termina. Dê um título à história.
Avaliação e reescrita 4 Troque de texto com um colega. Verifiquem se: a intenção de narrar uma história foi respeitada; o enredo apresenta os fatos na sequência em que ocorreram: com começo, meio e fim. 84
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7. Prof.(a): Os textos pesquisados podem ficar junto aos textos produzidos pelos alunos na coletânea que organizarem. Fica mais divertido ler a versão original e a recontada pelos alunos. Deixe o material exposto na sala de aula e, depois, leve-o para a biblioteca, caso haja uma na escola.
5 Confira as observações do colega e faça as alterações necessárias. Entregue o Prof.(a): Priorize a transposição do texto falado para o texto escrito. Faça a correção rascunho ao professor. coletiva de um dos textos com a permissão do aluno autor. 6 Depois dos comentários do professor, passe a história a limpo. Prof.(a): Consulte o CAP, p. 278.
Socialização
PARA GOSTAR DE LER O macaco e o grão de milho Conto acumulativo da tradição oral
Prof.(a): Nesta seção apresentamos um conto acumulativo, gênero que faz parte da tradição oral. Consiste em uma pequena história que é repetida várias vezes, porém acrescentando-se, a cada repetição, um novo personagem ou uma nova ação. A diversão está em tentar memorizar todas as etapas encadeadas. Brinque com os alunos: leiam todo o conto uma vez, depois tentem dizê-lo de cor; você pode dar o início de cada etapa e eles tentam dar a sequência.
— O macaco estava trepado no galho com uma espiga de milho na mão. O vento soprou e jogou um grão de milho no oco de um pedaço de pau. O macaco desceu da árvore, foi lá e disse: — Ô, pedaço de pau, dá meu grãozinho de milho agora mesmo! O pedaço de pau respondeu: — Não amola! — Ah é? — gritou o macaco. E foi falar com o machado. — Ô, machado, corta o pedaço de pau, que não quer devolver meu grãozinho de milho. O machado respondeu: — Corto coisa nenhuma! — Ah é? — gritou o macaco. E foi falar com o fogo. — Ô, fogo, queima o machado, que não quer cortar o pedaço de pau, que não quer devolver meu grãozinho de milho. O fogo respondeu:
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7 Todos juntos. No final, ajude o professor a organizar a Coletânea de contos populares. Ela pode ser doada à biblioteca para que alunos de outras turmas leiam as histórias.
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A água respondeu: — Não apago não! — Ah é? — gritou o macaco. E foi falar com o boi. — Ô boi, bebe a água, que não quer apagar o fogo, que não quer queimar o machado, que não quer cortar o pedaço de pau, que não quer devolver meu grãozinho de milho. O boi respondeu: — Não chateia! — Ah é? — gritou o macaco. E foi falar com o açougueiro. — Ô, açougueiro, mata o boi, que não quer beber a água, que não quer apagar o fogo, que não quer queimar o machado, que não quer cortar o pedaço de pau, que não quer devolver meu grãozinho de milho. O açougueiro respondeu: — Vá ver se eu estou na esquina! — Ah é? — gritou o macaco. E foi falar com a mulher do prefeito. — Ô, mulher do prefeito, manda prender o açougueiro, que não quer matar o boi, que não quer beber a água, que não quer apagar o fogo, que não quer queimar o machado, que não quer devolver meu grãozinho de milho. A mulher do prefeito nem prestou atenção. — Ah é? — berrou o macaco. E foi falar com o rato.
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— Vá procurar sua turma! — Ah é? — gritou o macaco. E foi falar com a água. — Ô, água, apaga o fogo, que não quer queimar o machado, que não quer cortar o pedaço de pau, que não quer devolver meu grãozinho de milho.
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— Ô, rato, por favor, vá roer a roupa da
mulher do prefeito, que não quer mandar prender o açougueiro, que não quer matar o boi, que não quer beber a água, que não quer apagar o fogo, que não quer queimar o machado, que não quer devolver meu grãozinho de milho. O rato respondeu: — Tudo bem! O macaco procurou a mulher do prefeito e avisou que o rato já vinha vindo roer suas roupas. Foi quando a mulher do prefeito imaginou suas saias rasgadas e roídas. Assustada, mandou prender o açougueiro, que saiu para matar o boi, que abriu a boca para beber a água, que correu para apagar o fogo, que foi queimar o machado, que achou melhor cortar o pedaço de pau, que, sem ter outra saída, devolveu o grãozinho de milho para o macaco comer.
ILUSTRAÇÕES: MARINA FARIA/ARQUIVO DA EDITORA
Domínio público.
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