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VOCÊ E A HISTÓRIA DE SUA RUA
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Marcio Guerra/Arquivo da editora
Um novo ano de estudos está começando! Neste livro, você vai estudar a história de sua rua, de seu bairro e de sua cidade! Vai também descobrir as diferenças existentes entre as cidades. Nesta primeira unidade, você estudará a sua rua, como é no presente e como foi no passado.
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SUA RUA NO PRESENTE
Tel Coelho/Arquivo da editora
CAPÍTULO
E IDEIAS TROCA D • Do que você mais gosta na sua rua? Conte a um colega e faça a mesma pergunta a ele. • E do que você menos gosta? Conte aos colegas. • Se pudesse mudar algo na rua onde você mora, o que seria?
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Vamos conhecer um pouco da história de sua rua?
ATIVIDADES 1
Cole no caderno uma fotografia de sua rua. Em seguida, crie uma legenda para a foto, completando a frase abaixo. Se houver necessidade, peça ajuda a um familiar. A minha rua é... Registre também a data em que a foto foi tirada.
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Em seu caderno, responda ao que se pede: a) Sua rua é comprida (muitos quarteirões) ou curta (apenas dois ou três quarteirões)? b) Existem mais prédios ou casas nela? c) Muitos carros e ônibus passam por sua rua? d) Alguns de seus amigos moram em sua rua?
Sonia Horn/Arquivo da editora
e) Você e seus amigos costumam brincar na rua?
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Buscando informações sobre sua rua A seguir, você precisará obter mais informações sobre a rua em que mora. Para isso, peça ajuda a um familiar mais velho.
ATIVIDADE Responda no caderno ao que se pede. a) Qual é o nome completo de sua rua?
c) E banca de jornais e revistas? d) Perto de sua casa, existe farmácia ou posto de combustível? e) E escola? f) Em sua rua, o lixo é coletado diariamente? Se a coleta não é diária, em que dias da semana ela ocorre?
Marcio Guerra/Arquivo da editora
b) Em sua rua, há padaria e supermercado?
g) Sua rua é asfaltada, calçada ou de terra? h) Tem bastante movimento na rua? De quê? i) Ela é arborizada? j) Ela é iluminada? É limpa? k) Seus vizinhos organizam festas para reunir o pessoal que mora em sua rua? Consulte o Manual, item 1.
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• Converse com os colegas: a sua rua é um lugar bom para morar? Por quê?
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Nem sempre é possível brincar na rua Nas médias e grandes cidades brasileiras, é muito difícil as crianças brincarem na rua, principalmente aquelas que moram em regiões muito movimentadas ou centrais. Afinal, os problemas são muitos: • o trânsito de automóveis é intenso; • praticamente não existem áreas públicas de lazer, como praças e campos de futebol; • há alto índice de violência.
Marcio Guerra/Arquivo da editora
Hoje, as pessoas estão inseguras. Mas nem sempre foi assim. Antigamente, as crianças brincavam na rua, até mesmo à noite, e se reuniam para contar histórias.
Leia, com atenção, um trecho do depoimento de Dona Alice. Ela passou a infância na Rua Conselheiro Nébias, que fica no centro da cidade de São Paulo.
A minha rua em 1910 A Rua Conselheiro Nébias era uma maravilha porque a gente brincava de amarelinha, pegador, de lenço-atrás. Podia atravessar a rua correndo, ficava à vontade. De noite podia ficar até às oito horas brincando ali na calçada, de roda. Ecléa Bosi. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 10. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 96.
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Creative Commons/RRC
Observe uma foto da Rua Conselheiro Nébias nos dias de hoje.
A Rua Conselheiro Nébias, nos dias de hoje, é uma das mais movimentadas da cidade de São Paulo. Nessa foto de 2012, você pode ver que ela é bem diferente da rua dos tempos de criança de Dona Alice.
Quantas mudanças, não é verdade?
E IDEIAS TROCA D • Reúna-se com três colegas e conversem sobre o texto e a foto. • Comparem a Rua Conselheiro Nébias de ontem (texto) com a de hoje (foto). Procurem identificar os elementos citados no texto que não estão presentes na imagem atual. • Contem aos colegas se no local em que vocês moram é possível brincar na rua, como fazia Dona Alice. A rua de vocês se parece mais com a imagem atual da rua de Dona Alice? Ou com a que é descrita no texto? 14
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ATIVIDADE
Espera-se que os alunos percebam as mudanças ocorridas e respondam que já não é possível brincar na Rua Conselheiro Nébias como na infância de Dona Alice. Um dos motivos é a elevada circulação de ônibus e automóveis.
Depois de trocarem ideias, cada um deve responder, em seu caderno:
a) Conforme o relato de Dona Alice, onde as crianças costumavam brincar? Na Rua Conselheiro Nébias e na calçada.
b) De que elas brincavam? De amarelinha, pegador, lenço-atrás e roda.
c) Observando a fotografia, você acha que atualmente as crianças podem brincar nessa rua, como na infância de Dona Alice? Por quê? d) Quantos colegas de seu grupo brincam na rua, como fazia Dona Alice? Muitas coisas não se modificam com o passar do tempo. Permanece a vontade de brincar, contar histórias e se encontrar com outras crianças. O que permanece, também, é a amizade, a vontade de dividir seus brinquedos com os amigos, o desejo de ajudar o outro, enfim, a solidariedade. Este é um bom momento para incentivar as crianças a serem mais flexíveis, tolerantes e solidárias. Ao se discutirem mudanças e permanências, são criados espaços para a abordagem dessas questões, que contribuem para a formação de um cidadão mais consciente.
Amigos da rua Em muitas ruas, de várias cidades do Brasil, ainda é comum as pessoas se tornarem mais conhecidas pelo local onde moram ou trabalham do que pelo próprio sobrenome. Quem nunca ouviu falar do “Zé da padaria”, do “Chico do prédio da frente” ou da “Maria da venda”? Às vezes, uma pessoa torna-se conhecida pelo grau de parentesco com outra. Por exemplo: “Tunica, filha da Lisbela” ou “Nenzinho, filho do Marco Antônio”.
Ilustrações: Zubartez/Arquivo da editora
E em sua rua, isso também acontece?
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Leia, com atenção, o poema.
Amigos do peito Todo dia eu volto da escola com a Ana Lúcia da esquina. Da esquina não é sobrenome, é o endereço da menina. O irmão dela é mais velho e mesmo assim é meu amigo. Sempre, depois do almoço, ele joga bola comigo.
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O Bruno do prédio da frente, o Ricardo do sétimo andar, o irmão da Lúcia da esquina, o filho do dono do bar. O nome completo deles eu nunca sei, ou esqueço. Amigo não tem sobrenome: amigo tem endereço. Cláudio Thebas. Amigos do peito. Belo Horizonte: Formato, 1996. p. 12-13.
Zubartez/Arquivo da editora
Já o Carlos Alberto do lado (do lado não é nome também) tem uma bicicleta legal, mas não empresta pra ninguém.
[...]
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E IDEIAS TROCA D Converse com seus colegas e seu professor sobre as questões a seguir. • Você tem amigos, em sua rua ou na escola, que são conhecidos por “sobrenomes” como os apresentados no poema? • Quais são esses “sobrenomes”? • Qual deles você acha mais criativo?
ATIVIDADE Depois de conhecer melhor a rua em que você mora, faça, em uma cartolina, uma montagem para representá-la. Você pode usar: • desenhos bem criativos feitos por você; • recortes de jornais ou revistas com ruas parecidas com a sua; É importante chamar a atenção dos alunos para o fato • versos de algum poeta sobre alguma rua; de essa forma coloquial de tratamento revelar amizade e carinho. É também essencial conscientizá-los acerca • trechos de músicas que falem de uma rua; do uso impróprio de apelidos e adjetivos depreciativos • trechos de depoimentos; como “sobrenomes”. Esse comportamento gera situações constrangedoras e não contribui para • frases ou versos escritos por você ou por um familiar; a construção de atitudes de respeito, solidariedade e companheirismo. • fotografias atuais (podem ser fotocópias). Quando os cartazes de toda a turma estiverem prontos, eles serão expostos em murais da escola. Assim, professores, alunos e funcionários poderão conhecer um pouco mais das ruas em que você e seus colegas moram.
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CAPÍTULO
2
SUA RUA NO PASSADO
Tel Coelho/Arquivo da editora
Consulte o Manual, item 2.
HORA DA
PESQUISA
Assim como você e sua família, sua rua tem uma história. Para saber como era sua rua no passado, realize pesquisas em livros, em revistas e na internet. Para obter informações, também converse com seus familiares e com os vizinhos que moram na rua há mais tempo. 18
Registre, em seu caderno, o que descobriu.
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Conhecendo a história de sua rua, você vai saber um pouco mais de sua própria história.
Na Avenida Eduardo Ribeiro, na cidade de Manaus, no estado do Amazonas, no princípio do século XX, podiam ser encontradas muitas lojas de objetos de arte, hotéis e restaurantes. Neste cartão-postal de 1907, você pode ver que, apesar da modernização dos transportes, representada pelo bonde elétrico, a avenida ainda era bastante calma.
Frank Wyllys Cabral Lira
G. Huebner & Amaral, Photographia Allemã, Manaus
Todas as ruas têm uma história. Nas fotos desta página e da página a seguir, observe as ruas no passado e no presente.
Em foto de 2012, há grande movimentação na Avenida Eduardo Ribeiro, na cidade de Manaus. Quanta diferença da calma avenida do princípio do século XX, não é mesmo?
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Olhar Imagem/Juca Martins
Coleção de João Emilio Gerodetti
No início do século XX, a Rua dos Andradas, na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, era bastante tranquila.
Em foto de 2011, você pode observar como a Rua dos Andradas se modificou. Ela hoje é uma das mais movimentadas da cidade de Porto Alegre.
ATIVIDADE Depois de ter observado as fotos anteriores atentamente, copie as frases a seguir no caderno e complete-as. Uma das principais mudanças ocorridas na Avenida Eduardo Ribeiro foi... Uma das principais mudanças ocorridas na Rua dos Andradas foi... 20
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O nome de sua rua É engraçado falar “sua rua”, não é mesmo? Afinal, você não é o dono dela. A rua é um espaço público, ou seja, é de todas as pessoas, mas, para torná-la mais nossa, acabamos dizendo “minha rua”. O mesmo acontece com a escola onde se estuda e o time para que se torce, que viram “minha escola” e “meu time”.
ATIVIDADES 1
Assim como você, a rua em que você mora tem um nome. Responda em seu caderno: a) No capítulo 1, você precisou registrar o nome completo de sua rua. Você sabe se ela tinha outro nome antigamente? Qual? b) Certamente você já perguntou aos seus familiares por que eles escolheram o nome que você tem. O que eles responderam? c) E a sua rua? Por que será que ela tem esse nome? Para obter essa resposta, converse com moradores mais antigos ou pesquise na internet. Em seguida, registre, em seu caderno, o que você descobriu. Com a ajuda de um adulto, tire uma foto de uma placa da rua onde você mora. Imprima a foto e cole-a no caderno. A foto ficará muito melhor se você aparecer nela. Veja alguns exemplos a seguir. Consulte o Manual, item 3.
Fotos: Pulsar Imagens/Mauricio Simonetti
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Acervo particular do autor
Observe como ficou interessante a foto de uma criança de sua idade junto à placa da Rua Vinícius de Moraes, no bairro de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro. Consulte o Manual, item 4.
Rua de Ipanema, bairro da cidade do Rio de Janeiro, RJ.
Memórias e lembranças dos mais velhos Algumas ruas são muito antigas. Em épocas diferentes, muitas pessoas moraram nelas. Saiba o que essas pessoas têm para lhe contar. Você vai ler o depoimento de Amadeu Bovi, antigo morador da cidade de São Paulo. Ele nasceu em 30 de novembro de 1906 e viveu sua infância no bairro do Brás. Ao contar sua história, lembra-se da rua onde morou e das brincadeiras do tempo de criança. 22
Vamos conhecer um pouco da vida do senhor Amadeu e da rua em que ele morou?
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No tempo em que o senhor Amadeu era criança... Naquele tempo não existia luz elétrica na rua, só lampiões de querosene. Em casa, também, os lampiões eram pendurados na sala, no quintal e na cozinha. Só quando eu tinha dez anos é que veio a luz elétrica, por volta de uns sessenta anos atrás. A casa dava para a rua, mas tinha quintal; lembro da sala, dos dormitórios. [...] Na frente da casa passavam os vendedores de castanha, cantarolando. E o pizzaiolo com latas enormes, que era muito engraçado, e vendia o produto dele cantando.
Eram ruas de lazer, porque não tinham movimento, e crianças tinha demais. Em São Paulo, nos terrenos baldios grandes, sempre se faziam parques para a meninada. Meus irmãos jogavam futebol juntos na rua.
Weberson Santiago/Arquivo da editora
As crianças iam atrás. A rua não tinha calçada. Elas ficavam à vontade naquelas ruas antigas.
Com onze, doze anos, jogava pingue-pongue toda noite num clube perto da casa.
Ecléa Bosi. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 10. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 125 e 129.
ATIVIDADE
Para ampliar o conceito de tempo, foi apresentado aos alunos o depoimento do senhor Amadeu Bovi. Esse conceito é trabalhado gradativamente ao longo da coleção para que as crianças possam desenvolver as noções de tempo histórico e das divisões do tempo cronológico (décadas, séculos, milênios).
Como você imagina que era a rua em que o senhor Amadeu morava? Faça um desenho dessa rua em seu caderno.
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Na época em que o senhor Amadeu concedeu esse depoimento, ele tinha mais de 70 anos. Mesmo assim, tinha muitas recordações de sua infância. São pessoas como ele que nos ajudam a conhecer um pouco mais a história de nossas ruas.
Conceder: dar.
O senhor Amadeu também foi uma criança. Depois, pode ter se tornado pai, avô e, talvez, até bisavô. O corpo muda, mas as lembranças ficam na memória. Agora, leia um poema que apresenta a conversa de um menino com sua bisavó. Ele vai ajudar você a entender melhor a passagem do tempo. Por meio do poema “Bisazinha”, pretende-se dar continuidade ao trabalho de ampliação do conceito de tempo. Consulte o Manual, item 5.
Bisazinha Minha avozinha, tão franzidinha, quem te secou? Foi o vento, meu netinho, foi o vento que ventou... E o seu cabelinho, assim tão branquinho, quem branqueou?
Weberson Santiago/Arquivo da editora
Foi a vida, meu netinho, foi a vida que durou...
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Weberson Santiago/Arquivo da editora
E as suas mãos, bisazinha, tão arqueadas, quem enrugou? O trabalho, meu netinho, o trabalho que ocupou... E a sua vidinha, tão compridinha, quem foi que levou? Foi o tempo, meu netinho, foi o tempo que passou...
Pedro Bandeira. Cavalgando o arco-íris. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2002. p. 50-51.
ATIVIDADE Que tal recitar em duplas esse poema? Escolham um colega para ser o neto e uma colega para ser a bisazinha. Usem a entonação da voz adequada e expressões corporais e faciais para fazer uma linda apresentação.
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Arqueada: curvada. Recitar: ler em voz alta e clara. Entonação: modulação de voz de quem fala ou recita. 25
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E IDEIAS TROCA D Na conversa com a bisazinha, o netinho percebeu que, com o tempo, o cabelo dela ficou branco e suas mãos enrugaram. Com o tempo, o corpo das pessoas vai se modificando. • E você? Já notou alguma modificação no seu corpo desde seu nascimento?
Sonia Horn/Arquivo da editora
• Converse com seus colegas sobre duas mudanças ocorridas em seu corpo nos últimos tempos.
Lembranças de uma rua em outros tempos É importante que você converse com as pessoas mais velhas para saber como era a vida em outros tempos. Afinal, assim como o tempo passou para a bisazinha, ele passa para todas as pessoas. As mais velhas gostam de se lembrar e falar das coisas boas que aconteceram com elas. Muitas guardam as lembranças apenas na memória; outras deixam tudo registrado em diários, cartas e até poemas. 26
Que tal ler mais um poema? Você vai perceber que o poeta Gill de Oliveira sente saudade da rua onde morou em sua infância, das brincadeiras e de seus amigos.
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Minha rua A rua da minha infância Gostava muito da gente As casas eram amigas E todas tinham criança A rua da minha infância Tinha mais segurança Saí dela faz muito tempo Mas ela não quer sair Da minha lembrança Na rua da minha infância Amarelinha nunca amarelava Zorro nunca tirava a máscara Criança era sempre criança Na rua da minha infância Tinha cavalinhos de pau Muitas cantigas de roda E o Sítio do Pica-Pau Nas noites da minha rua A calçada era sala de estar As crianças nos reuníamos Pra ver, rir, ouvir e contar
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Segunda-feira era dia De reviver o domingo Histórias saíam das bocas Faceiras se exibindo
Quarta-feira era dia De ciranda cirandinha De apareceu a Margarida E dos doces da Dindinha Quinta-feira era dia De chicotinho-queimado Das histórias do folclore E de amendoim torrado
Sonia Horn/Arquivo da editora
Terça-feira era dia De futebol de salão Dos atletas mais velozes E dos carrinhos de mão
Sexta-feira era o grande dia De histórias da carochinha Quem sabia contava uma Pra ganhar uma cocadinha Sábado era bem legal Dia de ir na pracinha Saborear sorvete sentado E flertar com as gatinhas
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Domingo era o dia preferido Dos super-heróis e agentes Zorro, Rin-tim-tim, Lassie Vinham brincar com a gente Os bons tempos nunca vão Pelo menos da lembrança Casa onde ficam escondidas As recordações da infância
Gill de Oliveira. Texto não publicado, Curitiba, 2000.
ATIVIDADES Gill de Oliveira lembra-se do que ele e seus amigos faziam na rua durante a semana. Em seu caderno, responda: 1
Qual era o dia da semana preferido na infância do poeta? Por quê? Domingo. Porque os super-heróis e agentes iam brincar com as crianças.
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Você conhece as brincadeiras e o herói presentes no poema lido? Quais? Se não, gostaria de conhecer algumas delas? Quais? 29
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Responda, no caderno, com os nomes das brincadeiras, do lugar, dos cães e do herói que aparecem no poema. Qual é: a) a brincadeira na qual se pula, com um pé, em casas riscadas no chão? Amarelinha.
b) o herói das histórias em quadrinhos e dos seriados de televisão e cinema? É um vingador mascarado que luta contra as injustiças usando sua espada. Zorro.
c) o brinquedo feito com um cabo de vassoura? Em uma das pontas, é amarrado um barbante, que serve de rédea. Na outra, são pregadas tampinhas de garrafa, que se batem na hora da corrida.
Rédea: no texto, barbante que lembra uma correia feita de tiras de couro e geralmente utilizada para guiar cavalos.
Cavalinho de pau.
d) o nome do sítio que pertence à Dona Benta, personagem do escritor Monteiro Lobato? Nele, também vivem ou passam as férias outros personagens, como Pedrinho, Narizinho, Emília, Visconde de Sabugosa e Tia Nastácia. Sítio do Picapau Amarelo.
e) a brincadeira que começa com uma roda pequena e vai aumentando à medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando e cantando? Ciranda cirandinha.
f) a brincadeira na qual uma criança esconde um objeto, que deve ser procurado pelas outras? Cada vez que uma delas se aproxima do objeto, é advertida por quem o escondeu: “está quente”. Quando uma delas se afasta, é alertada pela expressão “está frio”. Quando uma criança encontra o objeto escondido, grita o nome da brincadeira. Ela esconde o objeto e a brincadeira começa novamente. Chicotinho-queimado.
g) a brincadeira em que as meninas formam uma roda em volta de outra e podem segurar a barra da saia da pessoa que está na sua frente? Fora dessa roda, outra menina vai volteando e cantando. Apareceu a Margarida. Consulte o Manual, item 6.
h) o corajoso cachorro da raça pastor alemão que vive muitas aventuras ao lado de seu dono, o pequeno Cabo Rusty, no Forte Apache? Rin-tim-tim.
i) a esperta cadela bege e branca da raça collie que vive muitas aventuras? Ela consegue perceber quando alguém está em perigo e sempre alerta seus donos.
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Sonia Horn/Arquivo da editora
Lassie.
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COM A PA
L AVRA
Zubartez/Arquivo da editora
Agora que você já conheceu algumas das lembranças que as pessoas mais velhas podem guardar para sempre, está na hora de saber um pouco mais da história de sua rua.
Para facilitar a realização desta atividade, reúna-se com colegas que morem na mesma rua que você. Se nenhum de seus colegas morar na mesma rua, faça o exercício individualmente. As pessoas que moram ou trabalham há mais tempo na rua poderão ajudá-lo bastante. Elas guardam na memória histórias engraçadas e curiosas. Que tal entrevistar duas dessas pessoas? Convide um familiar para ir com você. Lembre-se de levar seu caderno com as perguntas que você gostaria de fazer a essas pessoas (veja o roteiro na página 32), e para anotar as respostas.
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Use o roteiro a seguir para as perguntas que fará aos entrevistados, mas, se considerar necessário, acrescente outras questões. Roteiro para entrevista 1. Qual é seu nome? 2. Quantos anos você tem? 3. Há quantos anos mora ou trabalha nesta rua? 4. Por que você veio morar ou trabalhar aqui? 5. Como era nossa rua quando você veio para cá? 6. Ainda existem casas ou prédios daquela época?
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7. De que você mais gostava em nossa rua? 8. Os antigos moradores realizavam festas nela? Quais? 9. Os vizinhos eram muito amigos? Eles se visitavam com frequência? 10. As crianças brincavam na rua antigamente? De quê? 11. Que mudanças mais importantes ocorreram em nossa rua? 12. Você tem alguma fotografia antiga dela?
Lupe/Arquivo da editora
Se os entrevistados tiverem fotos antigas da rua, peça, se possível, que as emprestem a você. Tire fotocópias delas e cole-as no caderno, junto às respostas de cada entrevistado. Pergunte a eles em que ano as fotos foram tiradas. Crie legenda para as fotos colocando, o se possível, a data de cada foto. Consulte Manual, item 7.
SUGESTÕES DE LEITURA ✔ Se essa rua fosse minha, de Eduardo Amos. ✔ Pão e circo, de Leo Cunha e André Salles. o Manual, item 8. ✔ O segredo da Rua 18, de Zélia Gattai. Consulte Consulte o Manual, item 8, p. 208. 33
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