Conexão 2.0 - LUZ NA ROCINHA

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RAIO X: Quando se afasta de Deus, o ser humano acredita em absurdos a revista do jovem que pensa

www.conexaoja.com julho-setembro 2009

DICA

Como desenvolver um ministério de oração na internet?

ADRENALINA

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Experimentamos as emoções da trilha de moto

Marcos ________ Designer

TRABALHO SOCIAL DO CORAL JOVEM DO RIO MUDA VIDA DE PESSOAS NUMA DAS MAIORES FAVELAS DA AMÉRICA DO SUL

LUZ NA ROCINHA

________ Editor ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte


RAIO X: Quando se afasta de Deus, o ser humano acredita em absurdos

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a revista do jovem que pensa

www.conexaoja.com julho-setembro 2009

DICA

Como desenvolver um ministério de oração na internet?

ADRENALINA Experimentamos as emoções da trilha de moto

________ Designer

TRABALHO SOCIAL DO CORAL JOVEM DO RIO MUDA VIDA DE PESSOAS NUMA DAS MAIORES FAVELAS DA AMÉRICA DO SUL

LUZ NA ROCINHA

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Ano 3, no 11 • jul-set/2009 ISSN 1981-1470 www.conexaoja.com

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Capa: Fotos de Carise Carvalho de Andrade e Jupiterimages/ Stockxpert

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Iluminando vidas H

á muito tempo se discute na Física sobre a natureza da luz. Ela é onda ou partícula? O que se sabe é que a luz não depende de um meio físico para se propagar, uma vez emitida pela fonte. Ela simplesmente se espalha pelos confins do Universo levando sua energia em “pacotes” chamados fótons. Nos planetas habitados, essa luz se transforma em vida. Os cristãos são como fótons. Carregam a energia salvadora que provém da grande Fonte de Luz: o Senhor Deus. Por isso, Jesus ilustrou a missão do cristão com o fenômeno da luz. “Vocês são a luz para o mundo” (Mt 5:14, NTLH). Se vive em contato com a Luz, o cristão transmite, conduz essa força capaz de iluminar as trevas mais densas, de levar vida abundante aonde quer que vá. Não importa o meio. O importante é a fonte e o receptáculo da luz. Na favela da Rocinha, integrantes do Coral Jovem do Rio estão reproduzindo esse fenôme-

A mídia a serviço de Deus

duzidos. O povo de “Novos métodos precisam ser intro ssidades da época em Deus tem que despertar para as nece que vive.” Ellen G. White se diz: “Vi outro uando o fenomenal livro do apocalip o um evangelho anjo voando pelo meio do céu, tend sobre a terra, e a cada eterno para pregar aos que se assentam 6), creio que a expressão nação, e tribo, e língua e povo” (14: i: (1) representa a altíssi“voando” tem duplo significado aqu pirador da mídia e da tecma velocidade que Deus, o autor/ins levar a cabo a pregação nologia, vai usar nos últimos dias para esenta ou simboliza os do evangelho eterno; (2) esse anjo repr todo o mundo, comprofilhos e filhas de Deus espalhados por gelho. metidos com a pregação final do evan ível a serviço do Rei poss ia olog Portanto, usemos toda a tecn da ciência. As pesquisas dos reis. Por quê? “Deus é o Autor

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no luminoso no coração acolhedor de muitas crianças, jovens e adultos. Ouvimos falar do belo trabalho social que está sendo feito lá e enviamos nosso repórter Fernando Torres para conferir. Ele voltou “iluminado” com tanta coisa bonita que viu. Segundo ele, são tantas histórias inspiradoras que daria para escrever um livro. Mas, enquanto o livro não sai, aproveite a prévia nas páginas 8 a 11. E que tal você também ser luz onde mora, estuda, trabalha? Por que não usar a internet para espalhar esperança ou mesmo para desenvolver um ministério de oração, conforme a sugestão da matéria na página 30? Use a criatividade. Peça ajuda a Deus. Brilhe por Jesus!

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Michelson Borges Editor

pos de pensamento científicas abrem à mente vastos cam a Deus em Suas obras e informação, habilitando-nos a ver ter e Personalidade, v. criadas” (Ellen G. White, Mente, Cará e de Jesus, a que você 2, p. 739). Quero desafiá-lo, em nom disponível na pregação use e abuse de toda a tecnologia o, internet, YouTube, do evangelho, seja ela televisão, rádi – testemunhar de Messenger, comunidades do Orkut te! Jesus é uma questão de vida ou mor eu possamos Quero convocá-lo para que você e . Vamos fazer cumprir a profecia de Apocalipse 14:6 em altíssima e” com que a mensagem de Jesus “vo o – Só Jesus salvelocidade e em tremenda definiçã em sua casa, va! Você está usando “sua” mídia, serviço do em seu trabalho ou em sua escola a Rei Jesus? Otimar Gonçalves

ana Líder de Jovens na Divisão Sul-Americ

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8 Luz no alto do morro Nosso repórter subiu a favela da Rocinha para ver o trabalho do Coral Jovem do Rio

5 Pode crer 6 Expressão 12 Saúde e Beleza 13 Aconteceu Comigo

É vontade de Deus que respeitemos os líderes que Ele estabeleceu O testemunho da filha de traficante que se tornou evangelista virtual O álcool é prejudicial, mesmo em pequena quantidade Os médicos ficaram sem explicação para o que aconteceu com ela

14 Link

Cinco antivírus vitais (para se defender dos vírus mortais da edição anterior)

15 Mercado de Trabalho Um jeito interessante de fazer intercâmbio cultural

Não basta louvar, tem que louvar direito

16 Portal

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A alegria do serviço para Deus

Adrenalina

20 Na Cabeceira

Experimentamos as emoções da trilha de moto

Livros, CD’s, DVD e filme que edificam

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Raio X

Quando se afasta de Deus, o ser humano acredita em absurdos

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Editora dos Adventistas do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE Ligue Grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 7h30 às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h

28 Teste 30 Dúvida Cruel

Fale a verdade: você nunca deixou escapar uma mentirinha? Como desenvolver um ministério de oração na internet?

Editor: Michelson Borges Editores Associados: Sueli Ferreira de Oliveira e Fernando Torres Designer Gráfico: Marcos S. Santos Diretor Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Edson Erthal de Medeiros Redator-Chefe: Rubens S. Lessa Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Chefe de Expedição: Eduardo G. da Luz

Colaboradores: Otimar Gonçalves, Aquino Bastos, Areli Barbosa, Elmar Borges, Nelson Milanelli, Paulo Bravo e Udolcy Zukowski Assinatura: R$ 17,40 Avulso: R$ 5,40 Tiragem: 9.500

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18 Vaga para Au pair 25 Bem contado

A importância da boa convivência no ambiente de trabalho

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Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

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Envie um e-mail pra gente: conexaoja@cpb.com.br – As mensagens publicadas não representam necessariamente o pensamento da revista.

A Conexão JA é um grande apoio aos nossos jovens. É lindo ver testemunhos de jovens que mostram que é possível ser diferente neste mundo. Que ser diferente não é ser de outro “planeta”, mas sim desejar viver em um mundo em que Deus sempre estará presente. “Onde as trevas são mais intensas, ali deve brilhar a luz” – uma grande verdade aos nossos jovens em todo o tempo. Que Deus abençoe a equipe que prepara esta revista tão linda e que nossos jovens sejam fortalecidos pelo nosso Deus poderoso. Margarete Zilz, Curitiba, PR margarete.zilz@gmail.com

A revista Conexão JA foi criada para o público jovem, mas tem sido uma ferramenta enriquecedora para mim, que sou jovem apenas no espírito. A matéria “Campus missionário” foi perfeita para o momento que estou vivendo. Querendo testemunhar em minha universidade, encontrei na matéria dicas e exemplos de força missionária para me espelhar. Parabéns aos editores e muito obrigada por mais este instrumento de crescimento cristão! Tânia Paschalis, Artur Nogueira, SP

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Olá, pessoal da revista Conexão. É muito bom ter uma revista com a nossa cara. O jovem gosta desses assuntos e enquanto o mundo é cheio de opções de revistas que não levam a nada, nossa igreja tem se preocupado em nos apoiar com este “alimento” tão saudavel para a mente. Os assuntos abordados despertam o interesse e nos deixam sempre atualizados. Uma das partes da revista que eu mais gosto é a “Na Cabeceira”. Gosto muito de ler, e sei que os livros indicados por vocês são confiáveis. Os filmes são outra coisa que é sempre bom assistir com indicações, e vocês têm nos ajudado muito nisso. Minha vontade é que mais e mais jovens tenham assinatura desta revista que tem cumprido papel tão importante em nossa vida. Alexandra Sampaio, Sabará, MG alexandrasampaio2004@yahoo.com.br

Quando estava lendo o artigo “Campus missionário”, me identifiquei na hora. Senti paz em saber que muitos jovens também têm passado por desafios espirituais decidindo testemunhar de sua fé. Todo mundo sabe que, como cristãos adventistas, estamos na contramão do mundo. Mas no dia a dia, na hora de agir e testemunhar, para não vacilar e talvez até perder a oportunidade da salvação de alguém, precisamos estar ligados à voz do Espirito Santo e ter um coração apaixonado por Jesus. Sempre sonhei em ser missionária num lugar carente e distante, mas sabe que ao ler esse artigo me veio à mente uma música da infância que diz assim: “...não é preciso transpor o mar pra ser um missionário...” A sensação que eu tive foi de que Deus acabou de falar comigo! Aline Santos, Belo Horizonte, MG alinesampaiosantos@hotmail.com Olá, pessoal da Conexão. Gostei muito da matéria “Obama na Casa Branca”, que saiu na revista de janeiro-março deste ano. Nós cristãos sabemos que o fim está próximo e que não pode demorar. O novo presidente, em seus discursos e metas, deixa tudo muito claro e suas ideias parecem se encaixar com o que Deus vem nos alertando por meio dos escritos de Ellen White há mais de um século e meio. Valeu, Conexão! Vandir de Oliveira Dorta Júnior, Socorro, SP vandir.dorta@gmail.com Nota da redação:

Na matéria “Com ou sem hífen?”, publicada na edição do primeiro trimestre, informamos que a Academia Brasileira de Letras iria apresentar em fevereiro uma nova edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o Volp, uma espécie de manual definitivo da reforma ortográfica. Pois bem, isso realmente aconteceu, e trouxe algumas modificações em relação ao que publicamos. Até o fechamento daquela edição, a regra válida era a de que o hífen deveria ser usado nos compostos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com a mesma vogal. Essa regra continua valendo, mas a nova edição do Volp coloca como exceção o prefixo re–, juntamente com os prefixos co– e pre–. Assim, ao contrário do que a Conexão publicou, continue seguindo a tradição: use reescrever e não re-escrever.

Texto: Michelson Borges – Ilustração: Thiago Lobo

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Quero parabenizar toda a equipe da Casa Publicadora Brasileira envolvida no preparo da revista Conexão JA. Adoro recebê-la em casa e acessar o site. Já aconteceu de eu chegar em casa chateado, encontrar a revista e meu humor mudar completamente. Thiago Dourado Matias, Irecê, BA thiago_d_matias@yahoo.com.br

Sempre que vejo uma história parecida com essa (“Qual dos 2?”), penso que muitas vezes eu faço igualzinho com Deus. É como se fosse assim: tenho duas opções de caminho. Um me leva por lugares lindos, cheio de flores, árvores e com uma pista bem conservada, mas com um detalhe, demora um pouco mais para se chegar ao destino. A outra opção é um caminho cheio de curvas perigosas, despenhadeiros e com alguns buracos na pista. O detalhe é que esse caminho é muito mais radical e divertido, cheio de emoções e ainda promete chegar mais rápido. E agora, qual caminho escolher? É difícil porque quando escolho um caminho, automaticamente perco os benefícios do outro. Via de regra, isso é pra tudo na vida. Minha oração é que Deus coloque no meu coração o amor verdadeiro e a coragem necessária para seguir o caminho que Ele já preparou para mim e que eu não olhe para nenhum outro, mesmo que demore um pouquinho mais a chegada. Ênio Scheffel, Manaus, AM enioscheffel@gmail.com

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Foto: Jupiterimages / Stockxpert

Gente, eu me “amarrei” no texto sobre os shows sertanejos, na primeira edição deste ano. Gostaria que vocês falassem sobre o tema da maquiagem, que muitas jovens mulheres usam, e isso cria certa polêmica nas igrejas. Seria muito bom o esclarecimento deste assunto também. Tatiane Sara tatiane.sara@yahoo.com.br


Ordem e autoridade

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esmo com a presença do pecado do mundo, Deus sempre confirmou Sua autoridade e liderança. A Bíblia diz: “Não há autoridade que não proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por Ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação” (Rm 13:1, 2). Porém, quando olhamos para os sinais da volta de Jesus, vemos que um destes é o escarnecimento às autoridades e aos líderes. “No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões” (Jd 1:18). Por que Satanás usaria esse artifício nos últimos dias? Qual é o propósito em minimizar a autoridade e a liderança? Para entender isso, temos que saber o que significa autoridade. Ela se estabelece por três pilares básicos: (1) propriedade e domínio; (2) leis e regulamentos; (3) administradores e mordomos. Para existir autoridade, ela tem que ter uma posse, depois formular leis e regulamentos e designar alguém para administrá-la. A Bíblia diz: “Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 24:1). Daniel 2:21 diz: “É Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis.” E prossegue: “O Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (Dn 4:25). Veja que a autoridade vem de Deus porque Ele tem todo o poder. A razão de a autoridade ser colocada na Terra é para representar e aplicar os três pilares da autoridade: Quem é o dono da Terra? Quais voltam para os líderes espirisão Suas leis? E quem são Seus representantes? Com o pecado, Deus tuais da Igreja, especialmente adaptou a autoridade para uma nova realidade. Temos vários tipos os pastores. de autoridades, como as governamentais, eclesiásticas, escolar e Mas a Palavra de Deus diz: paterna. A todas temos que ter respeito, honra e consideração. O “Obedecei aos vossos guias e sede que nos diferencia dos animais é o domínio e autoridade sobre a submissos para com eles; pois velam por criação, e o senso de entendimento de que vivemos em um lugar vossa alma, como quem deve prestar contas” com leis e líderes nomeados pelo grande dono, Deus. (Hb 13:17). O interessante é que a natureza compreende a autoridade e Estamos num mundo com grandes desafios à autoridao domínio dos seres humanos. Por essa razão, nunca vai haver de, ao respeito e à honra. Mas, como cristãos, não deveuma revolta de cães contra os homens ou o gado se reunirá em mos permitir que a crítica e o descrédito às autoridades se sindicatos para invadir as cidades. desenvolvam. “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem Satanás sabe que tudo no Universo segue uma ordem e um tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, princípio baseado na autoridade divina. Por isso, ele tenta derespeito; a quem honra, honra” (Rm 13:7). Demonstremos sestabilizar e desacreditar Deus e Seus administradores. E como que somos cidadãos do céu e, desde já, nos acostumemos a ele faz isso? Incitando a crítica, insubordinação e desrespeito às viver sob as regras. autoridades. Muitos têm vivido para difamar e criar a desorAreli Barbosa Líder de jovens na União Sul-Brasileira dem contra os líderes. Isso é ainda pior quando as críticas se areli.barbosa@usb.org.br

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Foto: Jupiterimages / Stockxpert

Texto: Michelson Borges – Ilustração: Thiago Lobo

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Deus ordena que respeitemos os líderes que Ele mesmo instituiu

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Michelson Borges

Púlpito virtual

De filha de traficante a moderadora da maior comunidade adventista de jovens no Orkut com pena, com raiva... E muito culpada por fugir do meu próprio pai. Eu buscava alívio bebendo muito. Passei a usar drogas, fumava demais, vivia na rua, em festas... Eu estava literalmente perdida.

anessa Meira tem 31 anos e esbanja alegria e vontade de viver. Quem conhece a empolgação com que realiza seu trabalho voluntário de moderadora da maior comunidade direcionada a jovens adventistas no Orkut (que tem quase 70 mil membros), nem imagina as lutas que viveu no passado e a linda história da conversão pela qual passou. Natural de São Paulo, ela dá aula para o 5º ano do Ensino Fundamental no Colégio Adventista de Indaial, SC, e é casada com Isaac Malheiros Meira Jr., capelão do mesmo colégio.

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Fale um pouco sobre sua vida antes de se tornar adventista. Vanessa: Tive uma infância confusa. Meu pai vendia drogas, era usuário e praticava outras atividades ilegais. Uma hora era extremamente brincalhão, afetuoso... Mas, de repente, se tornava agressivo. Quebrava a casa inteira, batia na gente sem motivo. Um dia morávamos numa casa bonita, tínhamos tudo que queríamos... No outro, estávamos num barraco com poucos móveis. Minha mãe era uma mulher totalmente apaixonada. Suportava as loucuras do meu pai, vivia para ele. Não via esperança nos olhos dela e a gota d’água foi quando aos oito anos eu disse para meu pai que chamaria a polícia. Minha mãe percebeu o mal que toda aquela situação estava trazendo para os filhos. Aos nove anos de idade, fumei sozinha, no banheiro de casa. E bebia o restante de bebida que meu pai deixava nos copos espalhados pela casa. Comecei a trabalhar bem nova e gostava de estudar, então, trabalhava o dia todo e estudava à noite. Sempre tive êxito em tudo o que fazia. Antes dos 18 anos, já era gerente de uma loja com vários funcionários. Meu pai foi preso algumas vezes e minha mãe sempre vendia tudo o que tinha para libertá-lo. A última prisão dele me marcou bastante. Eu já era adulta e as visitas que fiz ao presídio realmente me faziam mal. Sentia pena do meu pai e raiva de tudo. Minha vida em casa era um caos. Meus pais haviam se separado e eu sofria tentando lidar com isso. Minha mãe se casou com outro homem e a confusão só aumentou. Meu pai cada vez mais viciado, conhecendo drogas novas e mais letais. Me doía vê-lo se destruindo. Ele continuava se mantendo com atividades ilegais e muitas vezes o via na rua drogado ou bêbado e me escondia. Com vergonha,

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Como entrou em contato com a mensagem adventista? Foi a mensagem que me encontrou. Era um domingo e em meu bairro estava acontecendo uma gincana bastante tradicional ali. Eu já tinha bebido muito, o dia estava terminando, quando conheci uns jovens que foram participar da gincana. Eles moravam em outro bairro e foram ali só pra isso. Eles eram muito divertidos e acabei me envolvendo com um deles. E num papo meio “fim de festa”, falamos brevemente sobre Deus. Ele estava afastado da Igreja Adventista, mas “louco” pra voltar para os braços de Cristo. Frequentei igrejas batistas e resistia bravamente à mensagem adventista. Mas num morno culto de quarta-feira, na Igreja Adventista de Ermelinda, senti o toque do Espírito Santo e vi que era inútil procurar a verdade em outro lugar. Fui batizada em 1994. Como a filha de um traficante acabou casando com um pastor? Algum tempo depois, já batizada, meu namoro com aquele rapaz terminou. Chateada e sozinha, fui visitar a Igreja Adventista da Concórdia. Lá alguns jovens estavam montando um coral e resolvi fazer o teste. O pianista era um rapaz magrinho, estudante de Engenharia. Passei no teste, me tornei a secretária do coral e amiga da irmã do Isaac, o pianista. A família

Foto: Cedida pela entrevistada

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O que mais a atraiu na mensagem adventista? Eu já estava buscando a Deus há um tempo. Frequentei muitas igrejas evangélicas. Mas quando li a respeito do sábado, percebi que estava faltando algo. Resisti por um tempo. A Igreja Adventista era um ambiente muito diferente do que eu estava acostumada. Mas as amizades que fiz na igreja foram fundamentais. Os amigos seguraram minha mão e não soltaram mesmo. Graças a Deus!

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E a sua família? Meu pai faleceu em 2005. Sofri muito por talvez não ter usado bem as oportunidade que Deus me deu ao lado dele. Será que ele sabia que Deus o amava, apesar de tudo? Minha mãe fica feliz em ver que estou bem. Sempre que vamos a Belo Horizonte, ela e minha irmã vão à igreja. Elas gostam muito de ouvir meu marido pregar. Meu irmão trabalha muito e as algemas de que um dia Jesus me livrou ainda o prendem. Mas creio em um milagre na vida dele. Ninguém se converteu na minha família, por enquanto, mas a mudança nessa família já começou em mim!

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Foto: Cedida pela entrevistada

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Como surgiu a ideia de criar a Comunidade Adventista do Sétimo Dia no Orkut? A comunidade foi criada em agosto de 2004 na intenção de unir os jovens adventistas que estavam ali pelo Orkut, fazer novas amizades, trocar experiências... O rapaz que a criou a abandonou e o Rodrigo Mengue a assumiu e recrutou jovens para ajudar na moderação. E a notícia foi se espalhando. Passei a fa-

zer parte no mês seguinte ao da criação da comunidade. Os outros moderadores gostaram da minha participação e me convidaram para ajudá-los. Que tipo de manutenção a comunidade exige? Temos que apagar postagens e tópicos inconvenientes, moderar a participação dos membros e aplicar as regras da comunidade. Muitas pessoas são realmente assíduas e participam todos os dias. Acredito que, em média, temos uns 600 posts diários. O movimento é maior em feriados e férias. A maioria quer apenas socializar, trocar experiências, pedir oração. Mas nossa comunidade tem uma variedade incrível de membros: pessoas que não têm religião, que não creem em Deus, jovens adventistas atuantes, jovens afastados de Jesus, e muitos críticos. E cada dia, mais jovens nos procuram. Aceitamos como membros de 30 a 50 jovens por dia. Realmente dá trabalho. Mas somos cinco moderadores (além do Rodrigo). Leonardo, Bruno, Jonatas e Tiago. Sou a “luluzinha” do “clube do bolinha”. Os meninos são muito estudiosos e trabalhamos em equipe. Conte alguma história marcante desses anos de existência da comunidade. No início do ano, uma moça chamada Panmella Veras criou um tópico dizendo que estava afastada e que queria voltar. Ela participava em outros tópicos e comecei a orar por ela. Eu estava certa de que ali estava mais um filho pródigo. Ela, de fato, voltou para Jesus e está firme em sua decisão. Essas situações me tocam especialmente. E são frequentes os casos. Alguns estão sem coragem de visitar uma igreja real e encontram na comunidade uma “igreja virtual”. Não podemos ignorar um grupo de mais de 60 mil pessoas reunidas em nome da Igreja. Ainda não presenciei um

evento denominacional que pudesse reunir tantos jovens. Como você avalia o uso da internet como instrumento de pregação? Existem vantagens e desvantagens. A impessoalidade é uma desvantagem. Muitos estão se afastando do convívio com pessoas e acabam trocando o real pelo virtual. A abrangência e o acesso rápido são pontos positivos. O Brasil é o país campeão de uso de sites de relacionamentos. São muitos brasileiros ligados a esse tipo de ferramenta. A internet permite que você interaja com pessoas que, às vezes, não querem mostrar o rosto, mas que estão sofrendo e querem mudar de vida. Muitos jovens têm dificuldade de olhar nos olhos do pastor e dizer o que estão passando. Mas se expressam bem em um e-mail ou scrap.

A internet permite interação com pessoas que estão sofrendo Quais os assuntos mais debatidos na comunidade? Muitas dúvidas a respeito de textos bíblicos, dúvidas sobre os escritos de Ellen White, a credibilidade da Bíblia, música, sexo e comportamento em geral. Aquelas dúvidas clássicas, tipo “Pode ou não pode fazer tal coisa”, são bem comuns. Que cuidados os jovens devem ter ao usar o Orkut e outros sites de relacionamento? Acredito que o grande risco seja a exposição da imagem e da vida pessoal e o contato com uma variedade incrível de pessoas. O jovem que cria um perfil cheio de informações pessoais está se expondo e expondo sua família a tantos riscos quanto nossa imaginação possa supor. E a possibilidade de contato com pessoas de outros Estados e até de outros países é uma faca de dois gumes. Existem inúmeros perfis falsos com pessoas mal-intencionadas abusando da boa fé de muitos. jul-set 2009

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dele me adotou e me deu fortes alicerces para minha fé. Eu e o Isaac éramos amigos apenas e uns quatro anos depois ele foi para o Unasp estudar Teologia. Eu sentia a falta dele e só então decidimos namorar. Namoramos a distância e nos casamos no civil, por procuração.

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Luz no alto do morro

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Acompanhamos por um dia o trabalho social do Coral Jovem do Rio na favela da Rocinha

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Isso é que é adrenalina! O morro da Rocinha se localiza entre dois bairros nobres da zona sul, São Conrado e Gávea. E considerada a maior favela do Brasil. Os números referentes à quantidade de moradores variam. Os dados oficiais do IBGE são de 56 mil moradores. Mas ninguém acredita nisso. Há

quem fale em até 300 mil habitantes, o que seria um exagero, enquanto o consenso popular é algo em torno de 150 mil. Estamos em sete: Harrison, Gabriela, Régis, Carise, Elias, Ricardo e eu. Divididos em dois carros, entramos pelo caminho da Gávea, onde há um repentino contraste. A visão não é de barracos de papelão, mas sim casas de alvenaria e muitos sobrados apertados, a maioria sem reboco. Isso me passa um ar de periferia e não exatamente de fa-

rapazes de cabelos pintados de loiro claro em uma esquina. Os dois olheiros me encararam. Desviei o olhar, mas senti que estava sendo atentamente observado. Não notei nada além disso, mas o Harrison disse que viu um dos rapazes correndo à nossa frente e comunicando a outro olheiro mais acima que havia gente nova na área. Isso é que é adrenalina!

por mais pobreza que haja por ali, a Rocinha ainda tem certa infraestrutura, como agências bancárias, correios, linhas de ônibus e até uma lanchonete do McDonald’s. O que transmite o ar de favela é a largura das ruas, extremamente estreitas. Apesar de ser de duas mãos, em poucos trechos dois carros conseguem passar ao mesmo tempo. Isso sem falar nas vielas de acesso para a maior parte das casas, que só podem ser percorridas a pé. Assim como a maior parte das favelas cariocas, a Rocinha é dominada por facções criminosas. Não tive a “sorte” de me deparar com nenhum traficante, mas muitos olheiros (espécies de soldados do tráfico) carregam normalmente fuzis e outras armas. Devido ao projeto, um número reduzido de coristas tem passagem liberada. Como minha presença era exceção (e uma exceção jornalística, ainda por cima), teve que ser anunciada dias antes à Associação dos Moradores. A permissão foi dada, mas nem por isso passei despercebido. Enquanto subíamos o morro – com os vidros dos carros obrigatoriamente abaixados, para facilitar a identificação –, avistei dois

Crianças eufóricas

O que o Coral significa pra você? Vida, paz, amor, sentimento. – Jean, 12 anos (quer ser poeta) Não sei explicar. É tudo de bom. – Julie, 11 anos (quer ser bióloga) Esperança. – Juju, 14 anos (quer ser advogada) vela. De fato, Os ensaios do Coral Infantil da Rocinha são feitos na Escola Municipal Abelardo Barbosa (de primeiro ao quinto ano), no bairro Laboriaux. Ali, um grupo de mais de cem crianças nos espera. Estamos um pouco atrasados; o ensaio estava marcado para as 14h30 e já são quase 15h. Quando os carros se aproximam, a criançada toda se ajunta ao redor deles. – Tia, a senhora tá atrasada! A “tia” é a Gabriela, que dirige o carro onde eu estou. Como diretora comunitária do Coral, é ela quem está à frente do projeto, assessorada pela Dani e pela Andréa. Gabriela tem “moral” na favela. À bocapequena, ouço uma história que já virou lenda: uma vez, já bem próximo da hora do ensaio, o pessoal de uma boca de fumo próxima à escola ligou o rádio nas alturas, sintonizado em um funk da pesada. Com o ensaio inviável,

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í, te procurei da última vez que subi o morro, mas você sumiu... – Pô, foi mal. Tava dando uns rolês por aí. – Pois é, aquele dia trouxe o que você me pediu. – O quê? – Ué, a camiseta do Coral. – Ih, que vacilo! Perdi. – Esquenta não. Da próxima vez, trago de novo. Presenciei este diálogo em uma tarde de terça-feira em um famoso cenário do Rio de Janeiro: a favela da Rocinha. Um dos interlocutores, o primeiro, trabalha e mora no “asfalto”; o outro é um morador da comunidade. Harrison, o cara do “asfalto”, já está acostumado a subir o morro; faz isso algumas vezes por mês. Daí, a intimidade. Mas o que um repórter da Conexão está fazendo em um dos lugares mais controversos da Cidade Maravilhosa? Ao contrário da maioria dos jornalistas, que sobe às favelas em busca de matérias impactantes sobre o tráfico de drogas ou a prostituição nos bailes funk, o foco da minha reportagem era mais nobre: o trabalho do Coral Jovem do Rio, que realiza uma ação comunitária no morro desde dezembro de 2001. Criado em 1993, o Coral Jovem do Rio se diferencia dos demais corais do Brasil justamente por sua veia social. Entre outras ações, todas as terças-feiras, um grupo de voluntários ensaia um coral de crianças da Rocinha. A partir daí, nasceram diversos outros projetos sociais e evangelísticos. –

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Gabriela mandou alguém pedir para diminuir o som. De início, houve resistência, mas quando os traficantes souberam o remetente da solicitação, foram além: desligaram o som. Mas não é só a “tia” Gabriela que faz sucesso. As crianças também abraçam os outros membros do Coral com familiaridade. – Elas são muito carentes – cochicha o Harrison. – Às vezes, ligam em casa só pra dizer “oi”, pra ouvir a voz de alguém que se importa com elas. Entramos na escola. Imagino como seria possível aquietar aquelas dezenas de pimpolhos eufóricos. Gabriela, Dani e Andréa dão um jeito. Enquanto isso, os marmanjos – a saber, Harrison, Régis, Elias, Ricardo, Bene (marido da Dani) e eu – só

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observam. A Carise, por sua vez, tira as fotos que você vê nesta matéria. Gabriela parabeniza as crianças por uma apresentação no fim de semana anterior. Pelo visto, eles realmente merecem os elogios. O ensaio começa.

Interferência A essa altura, enquanto o ensaio rola animado, você deve estar curioso para saber como nasceu o Coral Infantil da Rocinha. Bem, tudo começou em 2001, quando dois coristas, André Teixeira e Flavia Melissa, sugeriram que o Coral Jovem se apresentasse em uma creche da Rocinha. A partir daí, surgiu a ideia de montar um projeto social na favela. Mais do que ajuda humanitária, a direção do Coral decidiu interferir no cotidiano da Rocinha com música. Assim, nasceu o projeto “Pra fazer uma criança feliz” e, concomitantemente, o Coral Infantil. Atualmente, o Coral conta com 140 coristas mirins cadastrados. As crianças já se apresentaram em diversos locais, como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o Teatro João Caetano, onde foi gravado o DVD Sonhos, do Coral Jovem. É a única atividade extracurricular de uma escola onde falta muita estrutura; os alunos não têm nem mesmo aulas de Educação Física. – O Coral é um dos únicos projetos sociais que entrou aqui na Rocinha e continuou – comenta a diretora da escola, Claudia Gonzales. Não se trata apenas de um momento lúdico ou de iniciação musical. A partir dos ensaios, um núcleo social começou a se formar na Rocinha. Um exemplo disso é o apadrinhamento escolar de crianças do Coral. Atualmente,

nove coristas participam desse projeto. Quem conta melhor é a Gabriela: – Percebemos que muitas crianças, depois que saíam da escola, seguiam rumos negativos, abandonando os estudos e se envolvendo com o tráfico. Por isso, desde 2008, tentamos trazer o maior número de crianças possível para estudar no colégio adventista, onde elas têm melhores oportunidades. O custo desse investimento sai do bolso de “padrinhos”, que podem ser coristas ou amigos do Coral. Alguns pagam a mensalidade; outros pagam os livros; outros, o transporte. A interferência na vida dos filhos da Rocinha vai ainda mais além. Desde 2008, o espaço de uma antiga loja está sendo usado como sede de uma igreja aos sábados. Ainda há poucos membros – três famílias, para ser exato –, mas é uma grande conquista. Aos domingos, a comunidade recebe um animado clube de desbravadores, no qual está inscrita a maioria dos integrantes do Coral Infantil. O clube já participou até de campori! Outro projeto já prestes a se viabilizar é o Núcleo de Cidadania e Cultura, também em associação com a Escola Abelardo Barbosa. Para 2010, o Núcleo deverá incluir atividades de reforço escolar, aulas de música e capacitação em uma creche desativada próxima à escola. Por fim, o Coral ainda mantém dois eventos pontuais na comunidade: o Dia das Crianças (um evento social externo com todas as crianças do Coral) e a distribuição de cestas de Natal, em parceria com o Mutirão de Natal da Igreja de Botafogo. O Impacto Esperança, no ano passado, também não passou em branco. A Rocinha

Fotos: Carise Carvalho de Andrade – Jupiterimages / Stockxpert (fundo)

Para ajudar Gabriela Marques – Diretora Comunitária do Coral Jovem do Rio: (21) 7826-6867 gabrielaalmarques@terra.com.br www.projetocomunitario.multiply.com


Andando pelas vielas

Fotos: Carise Carvalho de Andrade – Jupiterimages / Stockxpert (fundo)

Após o ensaio, Harrison faz questão de que eu conheça um pouco mais da Rocinha. Assim, ele arrasta a mim e ao Régis (regente do Coral Jovem) para uma

viela atrás da escola. No caminho, cruzamos com um garoto de uns 12 anos. É um ex-corista. – Esse aí tá afastado. Pelo que sei, virou aviãozinho. Aviãozinho? É o nome dado ao menino que distribui as drogas na favela, uma espécie de ponte entre os traficantes e

Tudo por um sorriso Juju, de 14 anos, mora na Rocinha desde que nasceu. Este é o segundo ano consecutivo no Colégio Adventista do Rio, apadrinhada pelos coristas Schubert e Juliana. Tem uma história, digamos, típica: é órfã de mãe, tem cinco irmãos (um metido com o tráfico) e o pai trabalha o dia inteiro. Além disso, cuida de uma criança de cinco anos. Mesmo assim, Juju é uma das alunas mais esforçadas da turma do sétimo ano. E esforço, aqui, é essencial! Devido à base fraca das escolas municipais, estudar em um colégio particular exige disciplina em dobro. Como se sabe, criança não necessita apenas de dinheiro; ela precisa, principalmente, de carinho. Garota tímida, Juju encontrou nos padrinhos uma fonte de amor. Por diversas vezes, a garota passa os sábados na casa da madrinha Juliana, que diz que “ela já faz parte da família”. Schubert, por sua vez, tem com ela uma relação muito parecida com a de pai para com filho: preocupa-se com as notas, verifica a frequência nas aulas e dá atenção à saúde da menina. No ano passado, pela primeira vez, Juju fez um tratamento dentário. Mais que um sorriso novo, ela ganhou motivos para sorrir.

os usuários. Percebo que o Coral não é e não pode ser onipotente. As influências negativas estão por ali, rondando assustadoramente os pequenos inocentes. Entramos em uma casa onde mora um corista. Harrison quer saber por que ele faltou ao ensaio. Fica contente em saber que não é mais uma “ovelha desgarrada”. Faltou porque quebrou o pé. Ufa! – Bicho, ano que vem tá chegando e a gente quer arranjar um padrinho pra você poder estudar lá embaixo. Topa? – o Harrison propõe. O menino acena a cabeça afirmativamente. – Mas tem que estudar, tá ligado?! Pode escrever: vamos conseguir alguém pra pagar seus estudos – ele encerra a promessa com uma oração. Não fazia parte dos meus planos estar na Rocinha à noite. Mas, ao sairmos, percebo que já escureceu. Aos poucos, algumas luzes se acendem. São as bocas de fumo que começam a funcionar. O impacto de estar ali é gigantesco. Interrogações martelam minha mente: Como será o dia a dia das crianças assistidas pelo Coral Jovem? Quem são seus familiares? O que elas vivenciam em casa? O que esperam da vida? Quais são seus sonhos, seus desejos? Onde estarão daqui a alguns anos? Por ora, não há respostas e nem tempo para obtê-las. Isso é coisa para um livro-reportagem – e muitas outras visitas. Fernando Torres

Editor assistente

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foi o espaço escolhido pelo Coral para fazer o trabalho evangelístico.

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Mesmo em pequenas quantidades, o álcool é prejudicial à saúde

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u Pessoas que começam a beber cedo, na adolescência, estão se

tornando alcoólatras também cada vez mais cedo, por volta dos 30 anos de idade. Estudo realizado ao longo de 30 anos pelo Instituto de Psiquiatria da universidade britânica King’s College indica que beber ou usar drogas antes dos 15 anos pode triplicar as chances de se tornar dependente de substâncias. u O uso de drogas e álcool na infância aumenta ainda a probabilidade de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST), abandonar os estudos e de praticar crimes. u Usuárias de drogas ou álcool antes dos 15 anos têm taxas de gravidez adolescente mais altas do que as que não tiveram exposição às substâncias. u Médicos descobriram que a saúde dos indivíduos considerados usuários também foi afetada 20 anos mais tarde, independentemente dos problemas de comportamento durante a infância. u Especialistas afirmam que o cérebro dos adolescentes, em rápido desenvolvimento, fica programado para ligar o álcool ao prazer. u O álcool é mais perigoso do que drogas como maconha, LSD e ecstasy, de acordo com estudo publicado na revista médica especializada The Lancet. 12

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u Para a professora do departamento de psiquiatria da Universi-

dade Federal de São Paulo, Ilana Pinsky, geralmente, a cerveja está presente nos momentos que antecedem os acidentes de trânsito, e a dependência do álcool pode começar com bebidas mais “leves”. u Estudo das ondas cerebrais revelou que doses pequenas de bebida afetam rapidamente a região do cérebro que influencia os processos de pensamento e a detecção inconsciente do erro. u Mulheres são muito mais vulneráveis ao álcool. Elas têm mais gordura e menos água no organismo, o que dificulta a metabolização da substância. Além disso, há hormônios femininos que reagem mais rapidamente ao álcool e provocam o aparecimento de doenças mais cedo do que nos homens. u O álcool é um calmante com efeito inicial paradoxal: a pessoa se sente bem e depois se sente bastante mal. De acordo com o Colégio Real de Psiquiátricos da Grã-Bretanha, o álcool é uma má solução: “Se ingerirmos bebida alcoólica para melhorar a ansiedade ou a depressão, vamos ficar cada vez mais depressivos.” A ressaca ainda faz a pessoa acordar nervosa e o mal-estar vai se juntar a qualquer depressão latente. O álcool inibe a absorção de muitos nutrientes vitais à saúde do cérebro.

Foto: William de Moraes – jupiterimages / Stockxpert

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Por que evitar o primeiro drinque

Michelson Borges

Foto: Jupiterimages / Stockxpert:

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m dia eu estava passeando de bicicleta com minha filha, em nosso bairro, quando nos deparamos com uma propaganda de cerveja com o slogan “Viva!”. No mesmo instante, lembrei-me de uma reportagem que havia lido pouco tempo antes, dando conta de que um estudo com homens cujo escalpo foi monitorado com sensores revelou que aquela história de que “um copo só não faz mal” está totalmente equivocada. “Viva!”? Pesquisadores das universidades de Amsterdã e de Leiden descobriram que uma única dose de álcool já é suficiente para prejudicar a capacidade de a pessoa raciocinar rapidamente e detectar erros. Mesmo o consumo de um único drinque

levou à detecção rápida de mudanças no cérebro, o que fez os pesquisadores concluírem que “doses modestas” de álcool já são suficientes para afetar a capacidade mental de reconhecer e corrigir erros. Ou seja, a ingestão de uma dose de álcool poderia fazer com que o motorista não percebesse um imprevisto, como uma criança cruzando repentinamente a frente de seu carro. “Viva!”? Uma dose faz mal, sim, para qualquer idade. Mas sabe qual a faixa etária que mais bebe? Segundo estudo da Unifesp, 63% dos jovens de 18 a 24 anos consomem mais de três doses em um dia. Alguns fatores facilitam essa triste realidade: (1) há pouca fiscalização e são raros os bares que pedem documento de identidade para jovens; (2) o Brasil está entre os países em que a cerveja é mais barata; (3) e existe grande tolerância social à bebida. Quando se constata o quanto essa droga “lícita” prejudica as pessoas, fica fácil entender advertências bíblicas como estas: “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco” (Pv 23:31, 32); “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que por eles é vencido não e sábio” (Pv 20:1); “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18). Aí, sim, “Viva!”


Os médicos não podiam acreditar quando viram o resultado dos exames

Foto: William de Moraes – jupiterimages / Stockxpert

Foto: Jupiterimages / Stockxpert:

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escobrir uma doença grave aos 13 anos não foi fácil para mim, muito menos para meus pais. Os problemas começaram em setembro de 2000, quando tive a primeira convulsão. Fui levada ao hospital e passei 40 minutos em crise. Fiquei o dia inteiro inconsciente e os médicos não encontraram o problema. Dois meses mais tarde passei mal de novo. Outra crise convulsiva. E mais uma vez não havia explicações aparentes. Fomos para a cidade vizinha, para fazer uma tomografia computadorizada. Espanto e pânico. Essas palavras definem bem o que meus pais sentiram no momento em que o médico revelou meu problema: tumor maligno no cérebro. Naquele mesmo dia fomos para Brasília, a 550 km de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde morava na época. No dia seguinte, fui internada no Hospital de Base, para uma série de exames. A ressonância magnética com contraste poderia mostrar exatamente de qual doença eu sofria. Quando cheguei à sala na qual estava a máquina, descobri que ela não estava funcionando. O técnico contou que tinha acabado de quebrar, e quando isso acontecia, o conserto demorava cerca de seis meses. Mas aconselhou que eu esperasse aquele dia no hospital. Tudo o que eu mais pedia para Deus naquele momento era um pouco de paz e a solução para aquela situação, para que meus pais não sofressem mais. E qual não foi a surpresa quando, no fim do dia, o aparelho estava funcionando novamente! No fim, descobrimos que, ao invés de tumor, eu tinha neurocisticercose. Essa doença é causada pela presença da larva do porco no organismo. A contaminação acontece quando a pessoa ingere a carne do porco. Como isso poderia acontecer se eu sempre segui os conselhos dietéticos bíblicos? Mais tarde

descobri que havia comido alface cultivada com esterco de porco. Assim, a larva entrou no meu corpo e se alojou no sistema nervoso central, uma das regiões mais sensíveis. Fiz o tratamento e a larva morreu. Entretanto, ela ficou calcificada no meu cérebro. E como a região era muito sensível, passei mal outra vez. A partir de então, comecei a usar anticonvulsivos. Todos os dias, sem exceção, deveria tomar os remédios. Mas, mesmo assim, ainda tive outras convulsões. Eu simplesmente não compreendia o porquê daquilo tudo. Alguns anos mais tarde, consultei outra médica. Ela afirmou que havia possibilidade de parar com os medicamentos. Em janeiro de 2005, iniciei o tratamento que levaria dois anos. Nesse período, não poderia ter nenhuma crise. Se isso acontecesse, eu realmente não deveria ficar sem os remédios. No fim dos dois anos, a dose seria reduzida aos poucos, até a retirada total. Não desisti de orar. Sabia que Deus tinha algo especial para mim. Eu só pedia para Ele me dar confiança. E esse foi o período em que mais senti a presença divina em minha vida. Quando o tratamento terminou, a neurologista pediu o último exame, só por precaução. Ela queria saber quais as condições do meu cérebro e da larva calcificada, antes de retirar o medicamento. Em agosto de 2007, fiz a ressonância magnética com contraste, no Hospital Santa Helena, em Brasília. O barulho da máquina era ensurdecedor. Chorei, chorei bastante. Mas decidi que iria aceitar o que Deus tinha para mim. Uma semana depois, meus pais pegaram o resultado. O médico pediu o exame anterior, aquele que mostrou a larva e a localização dela. Ele explicou que procurou exatamente naquele local e não encontrou nada. Como achou estranho, procurou nas outras regiões. Em vão. Ele não soube nem argumentar o que havia acontecido. Quando a neurologista olhou o resultado, ficou admirada. Ela disse que não havia mais nada e, por isso, também não havia razão para continuar a tomar o remédio. Foi assim que no dia 31 de outubro de 2007 tomei o último remédio controlado. E nunca me senti tão bem. Você sabe dizer o que aconteceu? A explicação é simples. As minhas orações e da minha família foram atendidas. Nas palavras da médica: “Aconteceu um milagre.”

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Inexplicável

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Cígredy Neves

Jornalista e assistente da editoria de Livros Didáticos na Casa Publicadora Brasileira

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Os cinco antivírus vitais

Na edição anterior, falamos sobre cinco vírus mortais. Mas não se preocupe. Aqui estão antivírus para todos eles

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sites & blogs www.outraleitura.com.br

Um time de bons escritores (jornalistas, teólogos, médico, psicóloga...) trata de temas atuais com as lentes bíblicas, ajudando os leitores a fazer outra leitura da realidade. 14

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Há muitos que se isolam entre quatro paredes, dedicando-se exclusivamente ao computador. Não vão às reuniões sociais ou ao culto na igreja, não batem papo frente a frente com os amigos e a família. Já foram infectados pelo Individualismus só eu mesmus. Então é urgente uma boa dose de Ágapes. “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal” (Rm 12:10). “Amem sinceramente uns aos outros e de todo coração” (1Pe 1:22). Somente o antivírus Purezis pode deter os avanços dos Hormonius sexualis explosivus. Há apelos sexuais em muitos sites e chats. “Fujam da imoralidade sexual e glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo” (1Co 6:12-20). Como José do Egito (Gn 39), devemos ser puros em todos os momentos e em qualquer lugar, incluindo a internet. Porque “Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1Ts 4:1-8). O contato instantâneo com culturas e ideias de todo o globo terrestre favorece a proliferação do Pós-modernismus afetatus. E afeta mesmo. Afeta o modo de pensar e agir, influenciando negativamente quem deveria influenciar positivamente. Para esse, temos o antivírus Valoris (Mt 5:14-16). Os valores bíblicos são permanentes e são o alto padrão de Deus para os cristãos. “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformemse pela renovação da sua mente” (Rm 12:1-2). Confio em Jesus que você usará estes cinco antivírus enquanto navegar na internet; e, assim, seja capaz “de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). Um abraço cibernético. Udolcy Zukowski

Líder de Jovens da União Este Brasileira

www.pos-darwinista. blogspot.com

Blog do professor Enézio de Almeida Filho, coordenador do Núcleo Brasileiro de Design Inteligente. Textos bem-humorados e argumentação afiada.

www.minutoprofetico. blogspot.com

www.centrowhite.org.br

Site do Centro de Pesquisas Ellen G. White. Tudo sobre o precioso dom profético com o qual Deus abençoou Sua igreja.

O blog do pastor adventista Sérgio Santeli apresenta as profecias bíblicas relacionadas com os últimos acontecimentos. E são textos que todo mundo entende.

Ilustração: Marta Irokawa

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iver neste mundo sem se contaminar é um grande desafio. Hoje em dia, por causa da globalização e facilidade de transporte aéreo, um vírus pode viajar e se multiplicar em várias partes do mundo em poucos dias. Mas a capacidade de “contaminação” de um vírus da internet é maior e mais rápida. Como podemos nos precaver contra os vírus mortais que a internet pode disseminar na vida de um cristão? Contra o Tempus desperdiçadus, que afeta tantos jovens, levando-os a gastar várias horas em inutilidades, é necessário ativar o antivírus Mordomus. A mordomia do tempo significa usar sabiamente as 24 horas do dia que temos, “aproveitando ao máximo cada oportunidade porque os dias são maus” (Ef 5:16). O antivírus Mordomus nos lembra que não somos eternos neste planeta. Não temos todo o tempo do mundo. Estamos apenas cuidando dele da melhor maneira possível, porque ele não volta e não dá segunda chance. Como sugestão para aqueles cujo “tempo voa” diante do computador, experimente marcar hora consigo mesmo. Quanto tempo de “navegação” ou outra atividade é saudável e necessário? Então programe o celular para “despertar” você; e, assim que ele tocar, é hora de levantar-se da cadeira. O Anonimatus escondidus é o que leva as pessoas a “inventarem” suas próprias características nas páginas de relacionamentos. Para esse problema, nada melhor do que o antivírus Verdadeirus. Ser verdadeiro é ser de confiança. Ver e fazer o que é certo sem se preocupar em ganhar atenção para si mesmo (Fp 4:8).


E todo mundo gosta

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Ilustração: Marta Irokawa

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Respeito é bom

Para os chefes u Hoje você é chefe, amanhã poderá não ser. Lembre-se disso antes de tratar mal alguém. u Um funcionário desrespeitado fará de tudo para não ajudar a equipe ou a chefia. u Se alguém o desrespeitou, chame-o e advirta-o em particular, de forma educada. u Jamais tente impor suas ideias em uma reunião. u O verdadeiro respeito é conquistado com atos de bondade e compreensão.

Para os funcionários Talento não substitui o respeito. Se você trata mal os colegas, o isolamento é uma questão de tempo. E ninguém vai para frente sozinho. u Ao participar de uma reunião, ouça mais e fale menos. Defenda seu ponto de vista, mas de forma educada e gentil. Tenha humildade para aceitar uma decisão que não foi do seu agrado. u Seja educado com todos na empresa, desde o chefe até a faxineira. u

Jesus ficou marcado na história pelo grande respeito que teve para com a humanidade. Quando se sentir tentado a desrespeitar alguém, siga o exemplo de Cristo. Valerá à pena, afinal, Ele teve como pagamento a cruz, algo bem diferente do que você receberá em sua conta bancária no fim do mês.

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e eu pedir que você pense em três pessoas que marcaram sua vida, é provável que uma delas seja alguém que lhe magoou muito. Em geral, ser desrespeitado deixa marcas profundas em nossa história. No mercado não é diferente. Por isso, a quinta das “Cinco atitudes que podem afundar uma carreira” é: não saber respeitar. Nada é tão destruidor nas relações humanas quanto o desrespeito. Quando o respeito acaba, costuma terminar junto com ele o casamento, a amizade, a confiança, a fé e, claro, o vínculo empregatício. Muita gente aceita ser desrespeitado no trabalho com medo de perder o emprego, e isso não é bom. Na empresa, o desrespeito pode ser visto de várias formas, como: não cumprimento da carga horária, insultos aos colegas e subordinados, divisão imprópria do serviço, corte de benefícios, rodas de fofocas, ofensas ao chefe, exploração dos empregados, discriminação racial, social, sexual e religiosa; falta de cuidado com o meio ambiente, promoção injusta, assédio sexual e moral; críticas destrutivas em uma reunião, uma demissão desnecessária, etc. Certa vez, durante uma reunião com a equipe, meu chefe foi surpreendido por uma colega de trabalho. Ela havia chegado atrasada, pegou o assunto pela metade e esbravejou bem alto: “Não concordo com nada disso!” Se eu fiquei sem graça com a situação, imagine o nosso gestor. Ele a advertiu na frente de todos e, depois, pediu que ficasse, ou seja, o “sermão” iria continuar. Por sorte não foi demitida. Mas a imagem ruim que ela deixou permanece até hoje. Nem Jesus aceitou ser desrespeitado em Seu momento de angústia. Quando o soldado bateu em Seu rosto, o questionamento de Cristo foi imediato: “Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, por que Me feres?” (João 18:23). O fato de o Salvador ter aceitado sofrer e morrer por nós não significa que Ele estava feliz em ser humilhado nem que gostava de ser espancado. Respeito é bom e todo mundo gosta. O fato de você precisar do seu emprego não quer dizer que deva tolerar tudo, muito menos desrespeitar alguém só porque é seu subordinado. Para não cair nesses erros, aqui vão algumas dicas:

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Cristiano Stefenoni

Jornalista, consultor de carreiras e autor do livro Profissional de Sucesso (CASA) – c.stefenoni@hotmail.com

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Esperança duradoura

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Quando a tragédia climática se abateu sobre Santa Catarina no ano passado, o jovem Diógenes Vinícius Gonçalves, de Blumenau, enviou um e-mail para o editor da Conexão JA dizendo que queria fazer alguma coisa pelas pessoas que viviam em bairros mais atingidos pela enchente em sua cidade. Disse que queria dar a elas, além de mantimentos, alguma coisa que permanecesse e lhes desse esperança duradoura. E pediu uma ideia. Na época, vários funcionários da Casa Publicadora Brasileira haviam comprado caixas de livros Sinais de Esperança, do pastor Alejandro Bullón. O designer Cristiano Kleinert, do Departamento de Arte, havia comprado uma caixa de livros e não sabia bem para quem distribuir. Encaminhamos o e-mail do Diógenes e, depois de lê-lo, o Cristiano imediatamente colocou a caixa no caminhão de mantimentos que a editora enviou para Santa Catarina. Os livros chega-

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ram às mãos do Diógenes e o resultado disso você lê neste e-mail dele: “Olá, Cristiano. Bom dia, tudo bem? Amigo, estou lhe escrevendo para dar um feedback da aplicação do abençoado material que tu nos enviaste (os livros Sinais de Esperança). Nossa ideia foi preparar kits com o livro e um chocolatinho dentro de um papel de presente, e outro kit com bala, chocolate e pirulito para dar às crianças. Iríamos entregar isso nos abrigos, porém, infelizmente, somente com autorização se pode entrar nesses abrigos. Então fizemos o seguinte: no sábado posterior à enxurrada, em novembro, a Igreja Adventista de Garcia fez um mutirão de voluntários e fomos às ruas ajudar vários moradores que foram atingidos em uma área bem próxima da igreja que frequentamos. Tivemos a ideia de voltar lá e conversar com

esses mesmos moradores que ajudamos e assim entregar os livros para eles. Foi uma benção! Fomos muito bem recebidos por todos e, devido a esse trabalho, poderão surgir alguns estudos bíblicos naquela área. Infelizmente, não conseguimos terminar de entregar todos os livros naquela ocasião devido à chuva que recomeçou a cair. Mas daremos prosseguimento ao trabalho. “Gostaria de lhe agradecer mais uma vez por tão abençoado material, e aproveito para pedir oração pelas famílias que receberam os livros e pela nossa igreja, pois quando fazemos esse tipo de trabalho, nossa motivação cresce e sentimos vontade de fazer mais.”

Pôr do sol diferente

1 + 1 = 1.000

Presidente Prudente, SP. Sextafeira, fim do dia, as pessoas estão voltando do trabalho cansadas. Alguns estão satisfeitos porque no dia seguinte poderão acordar mais tarde e descansar um pouco mais; outros estão pensando que terão que trabalhar no sábado até ao meio-dia. Nesse cenário de estresse, algo diferente acontece. Jovens adventistas do sétimo dia realizam um culto de pôr do sol no Parque do Povo. Com alegria, eles tocam, cantam e meditam na Palavra de Deus. Tudo ao ar livre. As pessoas observam. Algumas até param para ouvir e sentir o contraste entre o triste e o feliz; a agonia e a esperança; o incerto e o certo. Os jovens gostaram da experiência e a estão repetindo.

Os jovens da Igreja Adventista de Joaçaba, SC, estão colocando em prática o projeto evangelístico 1 + 1 = 1.000. O principal objetivo é levar 40 pessoas ao batismo e conscientizar os jovens e a igreja de que se cada um fizer sua parte muito mais pessoas poderão conhecer Jesus. O líder Josué Carvalho ressaltou que “não é mais tempo de ficarmos de braços cruzados enquanto muitos amigos se perdem a cada dia; temos que levá-los até Cristo”.

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www.conexaoja.com

Universitários na trilha

Nova geração de líderes

Conhecida por sediar campeonatos brasileiros, sul-americanos e até mundiais de canoagem, a cidade gaúcha de três coroas foi o palco escolhido para a realização da 1ª Trilha da Aventura Universitária. O evento promovido pela Agremiação Gaúcha de Universitários Adventistas (Agua), com o apoio do departamento de Ministério Jovem da Associação SulRio-Grandense (ASR), foi realizado no dia 29 de março, no Parque das Laranjeiras. Atividades como rafting, tirolesa, rapel e trilhas ecológicas divertiram os mais de 60 participantes. Um dos diferenciais do evento foi a presença de amigos da Igreja. Cada universitário foi desafiado a levar um colega de faculdade a viver uma experiência diferente e a conhecer mais de perto os jovens adventistas e sua maneira saudável de viver. Para os líderes da Agremiação, “o ambiente acadêmico é cercado por pressões e por vezes os jovens precisam descansar. Nada melhor do que fazer isso de forma saudável e com amigos. Demonstramos que a juventude da Igreja tem ótimas opções para usar o tempo livre, recreando-se no verdadeiro sentido da palavra”. A resposta do evento foi tão interessante que a segunda edição já está planejada para o fim do ano.

As aulas trataram sobre evangelismo infantil, planejamento, especialidades, liderança, comunicação, habilidades de acampar, criatividade, eventos e evangelismo jovem. O prefeito de Terra Roxa, Donaldo Wagner, marcou presença no encontro e disse que vai apoiar a Igreja Adventista nos projetos durante o ano. Segundo o coordenador do evento, pastor Hadson Araújo, o objetivo foi alcançado. “Estamos muito felizes pela resposta dos líderes que estiveram presentes. Percebemos que esses líderes têm potencial para realizar um grande trabalho. Cremos que eles constituem a nova geração de líderes com os quais Deus estava sonhando. Precisamos acreditar em seu potencial e que serão os líderes com os quais a obra será encerrada”, disse.

Convenção em Marabá Diretores dos departamentos de Jovens, Desbravadores, Aventureiros, Música e Universitários estiveram reunidos na 1ª Convenção de Evangelismo Jovem da Associação Sul do Pará, realizada nos dias 13 e 14 de março, no Ginásio do Colégio Adventista, em Marabá. O treinamento envolveu mais de 1.200 pessoas, oriundas de 21 municípios do sul e sudeste do Pará. Com o tema “Brilha em Mim”, o foco da convenção foi apresentado e repetido por várias vezes pelos líderes e participantes: “Bíblia na primeira hora do dia; oração três vezes ao dia; e testemunho todo dia.” Os palestrantes do encontro foram os pastores Otimar Gonçalves, líder de Jovens da Divisão SulAmericana; Aquino Bastos Filho, da União Norte-Brasileira; Nazareno Santos; e o médico Heyder Lino. Os participantes foram motivados, treinados, capacitados e desafiados para a ação missionária 2009, e receberam orientações através dos seminários e materiais entregues como suporte teórico para a pregação.

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Cerca de 400 jovens de toda a região norte do Paraná participaram, nos dias 13, 14 e 15 de março, do curso de liderança em Terra Roxa. O encontro reuniu líderes de jovens, desbravadores e aventureiros. A coordenação do evento preparou o encontro com o objetivo de capacitar a liderança da igreja e preparar novos líderes. Durante o evento, os jovens participaram de aulas específicas concluindo 10 horas de atividades.

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Colaboradores: Licene Renck, Dina Karla Miranda, Laerte Lanza e Ulisses Pompeu

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Vaga para Au pair Veja as dicas de quem já experimentou este popular programa de intercâmbio internacional

a Havendo completado o program a ada enci influ com sucesso, passei de plo agente influenciador. O maior exem s disso é minha irmã – Lizzie, de 24 ano d, mon Rich – que está há seis meses em ia, Virgínia. Formada em Musicoterap esês, ingl o ar seu objetivo é aprimor tudar, fazer compras e conhecer luga

Thaíse Lessa O engraçado é que, diu pair: do francês, “ao par”, “equiferente de muita gente, eu valência”. Esta expressão dá nome in- nunca havia sonhado em a um dos mais famosos programas de efe fazer intercâmbio. Sempre tercâmbio da atualidade. É o carro-ch e morei com meus pais e de agências que oferecem serviços dess ilei- não deixei minha casa nem tipo, no qual milhares de jovens bras mesmo para fazer faculdaros se inscrevem anualmente. de. Os caminhos profissioVocê provavelmente conhece alguém co- nais, no entanto, apontaque foi, é ou será au pair. Se não e é ram que a experiência de nhece ainda: muito prazer, meu nom a pair viver em um país de língu Thaíse Lessa e vivi na condição de au isi- estrangeira era um requ por 19 meses em Duxbury, uma cida considerável). dos to (informal, mas de peso dezinha próxima a Boston, nos Esta , demorei a cia, Analisando as possibilidades Unidos. Intermediada por uma agên – o períopair que cogitar o programa de au fui recebida pela família americana cia uma eteradia do mínimo de 1 ano pare proveu para mim alimentação, mor ura, inspirada ha nidade! Num ato de brav e um pequeno salário semanal. Min e amigas que já me- pelos colegas de trabalho responsabilidade era cuidar das três riência, resolvi , no haviam passado pela expe ninas enquanto a mãe (divorciada fazer minha inscrição. meu caso) não estivesse presente.

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Lizzie Lessa de res novos. “Como eu tinha acabado um sem va terminar a faculdade, esta que emprego fixo e vivia a indecisão de acabém tam pair au caminho seguir. Ser No bou sendo um escape da realidade. um entanto, essa ‘fuga’ me possibilitará pra ade urid mat currículo melhor e mais ndo enfrentar o mercado de trabalho qua voltar ao Brasil.”

Fotos: Cedidas pela autora

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Ana Cláudia Nemes Ana Cláudia Nemes, 27, valendo-se desse “escape”, reverteu o mau momento pessoal que atravessava em uma oportunidade de crescimento. “Como gosto de crianças e falo inglês, o programa foi uma excelente opção.” Ana trabalhava como professora de inglês e não teve problemas em comprovar experiência prévia com crianças. As agências exigem por volta de 200 horas (parentes não valem como referência). O candidato a au pair nos EUA também deve ter conhecimento da língua inglesa (nível intermediário, no mínimo) e estar na faixa etária de 18 a 26 anos. O nível de conhecimento linguístico justifica-se ainda antes de deixar o Brasil – o processo envolve o contato com as famílias americanas por e-mail e telefone. Esta é uma das fases-chave para o sucesso do programa; quanto melhor o jovem souber se comunicar, mais certo estará das decisões que tomar. “Escolha direito a família onde você vai morar, mesmo que demore um pouquinho. Na hora de escolher, eu precisava ser bem rápida por causa da minha idade. Mesmo assim, conversei com várias famílias, não aceitei logo a primeira que apareceu”, orienta Ana. Em Hillsborough, Califórnia, Ana Cláudia mora há 11 meses com um casal de americanos e seus filhos de 11 e 14 anos (sem mencionar os dois cachorros, as duas cobras e o porquinho-da-índia de estimação). Os bichos de estimação são apenas uma das coisas inusitadas com as

Salada cultural Para sobreviver ao programa de au pair, a pessoa deve ser, acima de tudo, flexível. Apesar de estar teoricamente em pé de igualdade com a família que o receberá (host family), costumes e crenças variam e devem ser respeitados, assim como eles se propõem a respeitar o do estrangeiro (no caso, você). E, embora os EUA sejam o destino preferido, há muitas outras opções na lista dos países de destino. Allana Lutz, 25, decidiu-se pela Inglaterra. O fato de possuir cidadania europeia e a possibilidade de conhecer vários outros países nos períodos ociosos influenciou a decisão. Cada país tem suas peculiaridades, mas os efeitos da experiência são comuns. Allana faz coro com as outras jovens ao apontar o crescimento pessoal como um dos benefícios diretos: “Você aprende a ser independente, a ‘se virar’ sozinha. Aprende lições com a família e com os europeus em si. Aprende e, também, ensina.” Entre os pontos positivos, Allana destaca a convivência com as crianças: “São elas quem mais lhe ensinam a língua.” Apesar de, às vezes, ter que aturar birras e choros, Lizzie também vê o lado bom de conviver com os pequenos: “É muito legal quando eles fazem um desenho e dão pra você ou vêm dar um beijo melecado.

É uma gracinha quando eles aprendem a cantar em português ou a falar ‘linda’!” Para quem sabe aproveitar a oportunidade, o intercâmbio cultural vai muito além do âmbito da host family. É possível conhecer gente das mais diferentes partes do Brasil e do mundo – uma divertida e enriquecedora salada cultural. Amizades que nascem nesse período (em que a saudade de casa e a distância dos familiares fragiliza) tendem a se fortalecer grandemente. Ninguém volta rico para casa após um ano (ou até dois) como au pair. Por outro lado, se bem administrada, a ajuda de custo semanal pode render a aquisição de alguns bens materiais e viagens memoráveis. Dividir despesas (como hotel e combustível) com amigos que estão no mesmo barco é prática comum entre au pairs. Ser au pair não é algo fácil. Você tem que se acostumar a uma indefinição de status – ora estrangeiro, ora estudante, ora filha adotiva, ora estepe de mãe e pai. Mas, com pé no chão, cabeça aberta e um investimento relativamente módico você poderá tornar real um dos anos mais proveitosos e inesquecíveis de sua vida. Thaíse Lessa

Tradutora

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a rocure uma boa agência. Não vale P e. lidad ilega a pena apelar para priviléu Estudar é uma das exigências e tuniopor a veite gios do programa. Apro . ículo curr o r uece dade para enriq a de u Viaje bastante – não há melhor form ral. cultu gem aumentar sua baga a adu Sentir saudade é normal. Mas saib ministrá-la. u Seja flexível, pró-ativo e curioso. ém u Embora sejam minoria, rapazes tamb . pairs au ser m pode

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ão tenha pressa ao escolher sua host N e family. Quanto mais conhecer sobr eles, melhor. mas u Não abandone seus princípios. Algu erávuln mais situações podem deixá-lo ntal. ame fund é za vel, mas ter firme

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Allana Lutz

Fotos: Cedidas pela autora

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quais ela teve que aprender a conviver. “A forma como o americano educa os filhos é bem diferente da brasileira e, no começo, atrapalha um pouco. Mas, aos poucos, a gente se acostuma.”

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A fronteira dos limites

o PEQuENo PrÍNCiPE Antoine De SaintExupéry (Agir) “Estava dando uma arrumada no quarto, quando me deparei com este livro. Como já tinha ouvido falar, comecei a ler ali mesmo. É impressionante a forma como o autor escolhe as palavras, nos mostrando a importância das pessoas. O diálogo entre o príncipe e a raposa é simplesmente fantástico!” Fabrício Luís Lovato 17 anos Santa Maria, RS

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oriGENs – rELaCioNaNdo a CiÊNCia Com a BÍBLia Ariel Roth (CASA)

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“O autor, um zoólogo e advogado norteamericano, prova que é possível harmonizar ciência e religião. Por meio de dados e evidências científicas, ele demonstra que o relato bíblico da Criação faz todo o sentido. É um livro fundamental para quem deseja fortalecer a fé no Criador da vida.” Flávia Costa de Carvalho 26 anos Itaguaí, RJ sE mEu PoVo orar Randy Maxwell (CASA) “Este livro é uma inspiração para a alma, um verdadeiro reavivamento espiritual e um conforto aos corações sedentos de paz. Se fizéssemos ideia da quantidade de bênçãos que Deus tem reservado a cada um de Seus filhos, não hesitaríamos em orar sem cessar.”

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dualmente de várias formas. A principal delas é a perda de autenticidade, a liberdade de ser você mesmo. Quem já namorou sabe que é muito difícil determinar quando ceder e quando ser firme. É aí que entra esse manual. As dicas e conselhos de Limites no Namoro irão ajudá-lo a encontrar uma pessoa que se encaixa com sua personalidade e construir um relacionamento de sucesso, mesmo com as diferenças. Ao final da leitura, você irá perceber que os limites, antes de serem barreiras para o namoro, são fundamentais para que você e seu amado(a) preservem um ao outro e tenham um final feliz. – Fernando Torres

P te v v v n P im d e A (e 1 d q e b c d Im

Para líderes de verdade Do alto de sua experiência como presidente da União do Pacífico Norte da Igreja Adventista, com mestrado e doutorado, era de se esperar que Jere D. Patzer escrevesse um manual técnico de administração eclesiástica. Mas, não. Rumo ao Futuro (CASA, 123 páginas) é leitura agradável, leve e recheada de exemplos e ilustrações práticas. Por isso mesmo, trata-se de material útil para todo tipo de líder da igreja, inclusive os de Jovens e Desbravadores. A primeira ilustração feliz de Patzer é apresentada logo no prefácio: “Quando dirigimos um carro pela estrada, precisamos prestar atenção no que se encontra à nossa frente. Mas, para vermos o caminho percorrido, é necessário ocasionalmente dar uma olhada no espe-

lho retrovisor.” Esse é o fio condutor da obra: enquanto Patzer convida os líderes a olhar para frente e encarar os desafios do mundo pós-moderno, ele também incentiva a meditar no exemplo dos pioneiros adventistas e nos insights de liderança providos pela Bíblia. Para Patzer, só poderemos avançar com segurança e sem temor rumo ao futuro se não nos esquecermos das lições que Deus nos deixou. No aspecto mais prático de seu livro, ele pontua: “Não fomos chamados para ser apenas administradores. Fomos chamados para ser líderes. Administradores administram programas. Líderes lideram pessoas.” – Michelson Borges

Imagens: Divulgação

diogo machado 26 anos Guaramirim, SC

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Imagens: Divulgação

O que estou lendo

Quando recebi a missão de resenhar Limites no Namoro (Editora Vida, 287 páginas), pensei que fosse mais um daqueles livros sobre os limites sexuais entre solteiros – não que esse tema não seja importante, mas o acho um pouco “batido”, editorialmente falando. Nada disso. Os limites a que o título se refere são mais abrangentes: dizem respeito a preferências, hábitos, influências, ideias, culpa, crenças e tudo o mais que possa gerar conflito em um relacionamento. Segundo os autores, os psicólogos Henry Cloud e John Townsend, os limites em um namoro têm a função de proteção. Eles expõem vários princípios para o casal avaliar se o relacionamento vai ou não dar certo. Pode parecer que não, mas algumas diferenças entre você e seu namorado(a) afetam indivi-

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UM POUCO MENOR DO QUE DEUS

FAÇA DIFERENÇA 2

FAMÍLIA SOUL & NOVO ISRAEL AO VIVO

Tatiana Costa

Produção de Suzanne Hirle

Projet’art (Novo Tempo)

Família Soul e Novo Israel (Music Edition)

Produção de Lineu Soares

Ainda que mantenha diversas semelhanças com o álbum de estreia, o segundo CD de Tatiana Costa representa um passo à frente na carreira da cantora. A produção é nitidamente mais acurada e a interpretação, mais

Produção musical de Bruno Menezes Produção de vídeo de Adil Oliveira

ADORAÇÃO INSTRUMENTAL Samuel Krähenbühl

Produção de Samuel Krähenbühl

segura. O disco mescla inéditas e versões, com destaque para Na Montanha e a faixa-título, que dá continuidade ao projeto social “Faça a Diferença”. Tatiana regrava com suas irmãs Forte Como um Menino, um clássico do grupo Prisma nos anos 90. Como bônus, a faixa multimídia do belíssimo videoclipe Preciosa Graça, gravado no mesmo campo de trigo das fotos do encarte.

Para quem costuma conferir a ficha técnica dos CDs, o nome Samuel Krähenbühl não é desconhecido. O violinista assina boa parte dos arranjos orquestrais das produções recentes, sempre marcados por erudição, criatividade e bom gosto. Não é diferente neste álbum solo instrumental de violino e viola, onde Krähenbühl mostra que, além de um bom arranjador, é um excelente intérprete. As 12 faixas incluem hinos tradicionais e duas composições próprias. Destaque para o arranjo e o acento folclórico de Louvemos o Rei e o tenso e virtuoso dueto de Castelo Forte.

O lançamento acústico do grupo Família Soul e o quarteto Novo Israel (disponível em CD e DVD) reforça a marca worship – a saber, louvor e adoração fervorosos. Gravado no Auditório Mackenzie, em São Paulo, o repertório mescla canções do primeiro CD a inéditas, todas compostas pelo diretor do grupo, Bruno Menezes. A apresentação começa com músicas bem up (como a ótima Serei Contigo), para depois dar lugar à calmaria (Digno). Honestamente? É um álbum heterodoxo, que agrada apenas a ouvidos mais descolados. Fernando Torres

Imagens: Divulgação

Imagens: Divulgação

A SEGUNDA CHANCE A Segunda Chance (The Second Chance, EUA, 2006) tem como um dos atores principais o cantor evangélico Michael W. Smith, e oferece uma boa oportunidade de reflexão sobre a necessidade de utilizar os modernos meios de comunicação na pregação do evangelho, sem esquecer de que a igreja deve tocar a vida das pessoas, abrir as portas e o coração para salvar. Smith interpreta o pastor Ethan, filho do fundador no ministério The Rock, Jeremiah Jenkins. Para Ethan, o ministério é mais como um negócio. Cantor renomado,

dono de uma bela casa, um carro caríssimo e autor de um livro, ele mal faz ideia do que seja o cristianismo prático. Por isso, o pai decide que ele precisa aprender um pouco mais sobre o verdadeiro trabalho de uma igreja e do pastor. Ethan é enviado para auxiliar a Igreja da Segunda Chance, ligada ao ministério The Rock. Ali ele conhece o ex-presidiário e também pastor Jake (Jeff Obafemi Carr), que luta para salvar jovens afundados no mundo das drogas e da prostituição. Os dois pastores, ainda que professem a mesma fé e pertençam ao mesmo ministério, batem de frente com a visão de trabalho diferente que têm. Eles devem superar essas diferenças e aprender lições profundas sobre tolerância, amor e fé. Para eles, ali acontece também uma segunda chance. – Michelson Borges jul-set 2009

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Puxe pela memória: você não tem a sensação de que já ouviu uma interpretação incrivelmente familiar de Amaivos, faixa de abertura do novo CD do grupo paulistano Projet’art? Pois é, não é só impressão. O título é a maior diferença entre essa versão e a original, Amai-vos Uns Aos Outros, do Tom de Vida (em “O Sorriso da Alma”, de 1998). Essa falta de novidade traça a unidade do álbum, que, em geral, não surpreende. Mas há exceções. Os bons momentos ficam por conta de Só Nos Resta Agradecer, Isso é Graça e Contato Imediato.

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uem convive com os cinco funcionários da Casa Publicadora Brasileira – Silvânia Moreira, Carlos Stork, Jofram Cardoso, Rodrigo Biagi e Carlos Rizziolli – durante a semana e os vê com roupa social, nem imagina o que eles fazem nos fins de semana! Num domingo, logo cedo, pude presenciar a transformação. Montados em suas motos, alguns deles traja22

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vam jaqueta de couro, calças jeans surradas, botas e um até estava com roupa de corredor de motocross. Sim, é exatamente isto que eles fazem para “desestressar”: trocam o asfalto pelo pó, lama e trilhas na mata fechada, e não têm dó das motos que exibem na pintura arranhada e nos amassados os maustratos que recebem.

Fotos: Daniel Oliveira

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Experimentamos as emoções da moto trilha com um pessoal que no fim de semana deixa o escritório para se sujar de lama e pó


Fotos: Daniel Oliveira

Cruzei a cidade em meu carro, enquanto os trilheiros tomaram um atalho. Eles não queriam mesmo saber de asfalto... Quando chegamos ao local, me surpreendi com o tamanho das crateras de onde os tratores retiram argila para abastecer as muitas cerâmicas da região. Buracos, morros e muita terra solta: para amantes da moto trilha, é como se fosse um playground. E lá foram eles. O ronco dos motores dominou o ambiente e as rodas jogaram terra pra todo lado. Eles subiam e desciam os barrancos num vaivém divertido. A Silvânia, com sua moto mais nova e “urbana”, é a mais cuidadosa. O Biaggi e o Stork são os mais ousados e fazem algumas manobras de dar medo, como descer uma montanha de terra de uns 30 metros e inclinação de mais de 50 graus. De repente, o Rizziolli me faz uma pergunta à queima-roupa: – Quer dar uma volta? – Eu? – tentei ganhar tempo para assimilar o convite. – Você sabe andar de bicicleta? – perguntou o Stork. – Sei. – Então, é quase igual – incentivou. Montei na “fera”, dei a partida no motor e fiz uma viagem mental aos tempos da adolescência. Como assim? É que pratiquei bicicross por alguns anos e sonhava um dia poder competir como piloto de motocross. Mas a “febre” passou e esqueci o assunto. Cheguei a “pilotar” uma mobilete no passado, mas agora ali estava a chance de experimentar uma moto de verdade. Não podia perder a oportunidade! Acelerei com a embreagem apertada, só para sentir a vibração do motor. Depois, fui soltando a embreagem devagar, para me acostumar à potência da moto. Rodei um pouco numa estrada plana, para “pegar o jeito”, e, em seguida, motivado pelos motoqueiros,

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Stork é chefe de departamento, Jofram trabalha na contabilidade, Biagi e Silvânia, no SAC, e o Rizziolli é técnico de segurança. O que os une, além da fé e do trabalho, é o gosto pelo motociclismo. Na definição de Jofram: “O emocionante de uma trilha é que você nunca sabe o que vem pela frente. Você está com um grupo de amigos e um depende do outro. Às vezes, a coragem tem que ser maior que a emoção.” Naquela manhã de domingo, estávamos ali, o Daniel (fotógrafo) e eu para conferir de perto essa paixão. Assim que a Silvânia chegou ao local combinado, fomos até a casa do Stork, que é chefe de manutenção industrial da CASA e sempre dá um jeito quando uma moto quebra. Depois de ele colocar água no radiador (a Yamaha DT 180 dele é a única moto das cinco com esse tipo de refrigeração), nos dirigimos para a mata localizada atrás do condomínio Vale dos Lagos. Quando chegamos, estacionei o carro à beira do lago e o Daniel e eu corremos (literalmente) atrás dos motoqueiros, mata adentro, em busca de boas fotos para a matéria. O cheiro de gasolina e óleo queimado dos motores dois tempos tomou conta do ar (o único aspecto não ecológico do passeio, diga-se). O Daniel subiu numa árvore para captar o melhor ângulo e eu fiquei observando enquanto eles se divertiam passando por poças d’água e desviando-se de troncos e galhos. O Rodrigo Biagi chegou a jogar água em mim, enquanto eu observava suas manobras numa poça de lama. Em alguns trechos da trilha, mal havia espaço para uma pessoa passar. O Biagi é o moto trilheiro mais experiente do grupo. Está no “ramo” há dez anos e tem história pra contar. Certa vez, quando fazia trilha de Apiaí a Itaoca (45 km no meio da Mata Atlântica), ele e alguns amigos conheceram um senhor “muito bacana” que morava isolado da civilização, numa casa simples, atrás da qual tinha sua plantação, alguns bezerros e uma vaca leiteira. “Fiquei feliz quando começamos a conversar e no meio da conversa ele chamou a gente pra almoçar”, lembra. “Ele disse: ‘Vamos almoçar! Tenho arroz, ovo caipira e feijão plantado ali na roça.’ Esse ato me mostrou que existem pessoas amorosas em lugares que a gente sequer imaginaria encontrar. Deus estava com aquele senhor, tenho certeza.” Depois de alguns minutos, suor (do Daniel e meu) e muitas fotos, decidimos ir para a barreira das cerâmicas, no bairro Santa Rita, distante uns 14 km de onde estávamos.

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resolvi entrar numa das crateras. Foi bom demais! Desci e subi os barrancos (não como aquele de 30 metros, evidentemente) e realizei o sonho quase esquecido. Quando tirei o capacete e devolvi a moto ao Rizziolli, tomei a liberdade de provocar o Daniel: “Que ir também?” E o Rizziolli já foi emprestando a moto. O Daniel me entregou a câmera e entrou na reportagem, com uma pequena diferença: levou um tombo numa curva. Mas nada grave, já que a queda foi amor-

tecida pela terra fofa. Tornou a montar na moto e terminou o passeio como se nada tivesse acontecido. Depois de brincar um pouco mais noutros barrancos, nos sentamos para descansar e saborear algumas canas-de-açúcar. Jogamos conversa fora e contemplamos os campos e a cidade ao longe. Eita, vidão! Agora, preciso convencer minha esposa a me deixar comprar uma moto... Michelson Borges

Segundo o Carlos Rizziolli, para fazer moto trilha, é necessário, além de um pouco de coragem e da moto apropriada para o esporte (com suspensão alta e pneus com cravos), ter equipamentos como roupa adequada, capacete, cotoveleira, luvas e bota. “É importante começar devagar, conhecendo o terreno e andar sempre com mais pessoas. A manutenção da moto deve estar em dia, e é bom levar sempre algumas ferramentas, celular, dinheiro, alimentos e, principalmente, líquidos para hidratação.” São as dicas do técnico de segurança da CASA. Os motoqueiros desta reportagem garantem que não gastam mais de 35-40 reais por mês com combustível, óleo e manutenção de suas DTs 180 (quase todas com mais de 10 anos de uso).

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Fotos: Daniel Oliveira

Para fazer moto trilha

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Louvor total

Fotos: Daniel Oliveira

Imagens: Jupiterimages / Stockexpert

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que você está ouvindo? – perguntou Rogério ao colega de trabalho ao lado. Ambos estavam sentados no coletivo, voltando para casa ao término do dia. – Música gospel – respondeu Marcos sacolejando a cabeça ao ritmo do som. Tirou um dos fones do ouvido e o ofereceu ao amigo. Rogério colocou o fone e fez uma careta. – O que é isso, Marcos? – Louvor, ué! – respondeu o colega, ainda balançando a cabeça no ritmo violento do som estridente. – Louvor para quem? Marcos pensou para responder, mas finalmente disse, com certa dúvida: – Para Deus!? – Pode me chamar de careta, mas não consigo imaginar Deus sentado em Seu trono, chacoalhando a cabeleira branca, enquanto os anjos tocam rock ‘n’ roll ou outras melodias pop. – Ah, Rogério, eu gosto desse ritmo. Creio que Deus não Se importa com isso, ainda mais quando a letra é sacra. – Está bem, mas não chame isso de louvor. Não para Deus. Pode ser um louvor para você. Você está cultuando seu gosto pessoal e não adorando a Deus. – Ai, deixa de ser chato, Rogério! – Marcos tentou desconversar e cutucou uma espinha no queixo. – Ótimo argumento o seu! Sou chato por não acreditar que este ti-

po de música agrade a Deus. Meu amigo, se você gosta, tudo bem, mas não minta para si mesmo, alegando que Deus aceita tudo o que você aprecia. Eu gosto de muitas coisas também; coisas que não agradariam a Deus. Abandonei muitas práticas para tentar ser igual a Jesus e me aproximar dEle. Seria muito fácil se Jesus Se transformasse à minha imagem e ficasse igual a mim. Perdoe-me pelo sermão, mas acho que o cristianismo pede justamente o contrário: que nós nos transformemos à imagem e semelhança de Deus, como fomos criados no Éden. – Faz sentido – concordou o jovem, retirando o fone do ouvido e prestando atenção. – Olha, vivemos numa guerra em que está em jogo, justamente, a quem vamos adorar. Vamos cultuar este mundo, nossos gostos pessoais ou ao Criador? Ao louvarmos, a pergunta não é “isto me agrada?”, mas “isto agrada a Deus?” O louvor não é para mim, para minha carne, é para Deus. Neste momento, o ônibus freou. Os jovens desceram naquele ponto e continuaram caminhando à luz dos postes. Despediram-se numa das esquinas. Marcos chegou em casa, jogou a mochila no canto da sala e atirou-se no sofá pensando nas palavras de Rogério. Vasculhou na mente uma data que indicasse a última vez que havia sentido o louvor fluindo de si para o alto. De fato, ouvia músicas evangélicas o tempo inteiro, mas a maioria delas parecia ir ao encontro apenas de suas necessidades e gostos humanos. O fato era que havia muito tempo não louvava a Deus de verdade. Marcos procurou na estante um CD, colocou no aparelho e escolheu a música. O som inundou o pequeno ambiente e eriçou os pelos dos seus braços e da nuca. O jovem acompanhou toda a música, cantando com voz melodiosa. Sentiu um calor no peito e reconheceu o que estava fazendo: adorando e louvando ao Criador.

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Marcos e Rogério refletem sobre a verdadeira adoração

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Denis Cruz

Funcionário público e escritor, reside em Mundo Novo, MS deniscdacruz@hotmail.com

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Fé naturalista Ao dar as costas para Deus, o ser humano passa a acreditar em absurdos

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revista Superinteressante especial “29 Coisas que Não Fazem Sentido”, publicada em junho do ano passado, traz uma série de mais de 60 matérias sobre temas que, sob as lentes naturalistas, não fazem sentido. Exemplo: Por que as baleias têm cérebro tão grande? Por que temos câncer? Se os ETs existem, por que não fazemos contato com eles? Por que temos fé? Por que morremos? Por que somos o único bicho [sic] com linguagem? Para que serve o sexo? Por que os humanos têm consciência? Se somos primatas, por que temos tão pouco pêlo no corpo? Entre explicações risíveis e outras até bem fundamentadas, o texto que mais me chamou a atenção foi o que tratou da pergunta “Por que a vida surgiu no Universo?” A matéria começa lamentando: “Pena que essa historinha [a do big bang e do surgimento e evolução da vida] ainda esteja longe de realmente explicar a coisa toda. Isso é porque todo mundo entende o que aconteceu para que o Universo acabasse produzindo vida, mas ninguém entende por que o Universo nasceu ‘configurado’ para permitir todas essas maravilhas. Parece uma sorte tremendamente grande.” O texto prossegue: “Aparentemente, nós só estamos aqui porque algumas regulagens específicas das leis da física – a intensidade da gravidade, ou o nível de atração entre elétrons e prótons, partículas que compõem os átomos – vieram ‘certinhas’ para permitir nossa existência. Quer exemplos? Se a gravidade fosse um pouco mais forte, as estrelas teriam vida muito curta e nunca haveria tempo hábil para a evolução das espécies; se fosse mais fraca, não seria capaz de agregar a massa em estrelas. E a atração mútua entre elétrons e prótons? Se fosse diferente do que é, não existiriam átomos estáveis. São parâmetros que, devidamente ajustados, tornaram o Universo um lugar habitável. A pergunta que não quer calar é: Quem ou o que fez essa ‘tunagem’, ou ‘regulagem’ do Cosmos, lá no começo de todas as coisas?”

Fotos: Jupiterimages / Stockxpert

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Ilustração: Jupiterimages / Ablestock

Fotos: Jupiterimages / Stockxpert

Michelson Borges

Querem mais Darwin nas escolas

A revista Nova Escola de abril traz como matéria de capa “A Origem da Vida”. O subtítulo é, como se podia esperar no “ano de Darwin”, tremendamente ufanista: “Com a Teoria da Evolução, o inglês Charles Darwin explicou que todos os seres vivos surgiram de um organismo semelhante a uma bactéria. Entenda como ele chegou a essa conclusão e a importância disso para a sala de aula.” Darwin explicou isso, é? Que eu saiba, ele explicou bem foi a variabilidade entre os seres vivos, propondo o mecanismo da seleção natural. O resto é especulação. A revista ilustrou a capa com a foto do que parece ser uma célula em processo de divisão. Deram um “tiro no pé”, já que foi justamente por causa das pesquisas que revelaram a ultracomplexidade da célula que a teoria do design inteligente ganhou força. Já é difícil (senão impossível, sob a ótica naturalista) explicar a origem da informação genética; imagine explicar o fato de que toda essa informação é perfeitamente (salvo raras anomalias) duplicada antes de a célula se dividir. A origem da informação complexa especificada, sem a qual a primeira célula não poderia existir, continua sendo um dos grandes mistérios da vida – mas a Nova Escola não toca no assunto. Antes, afirma enfaticamente que a “escola tem o dever de transmitir esse saber [darwinista] a todos os seus alunos”. No artigo “As grandes teorias e a sala de aula”, Nova Escola afirma: “A ciência busca a verdade. Justamente por isso, a verdade de hoje pode se revelar incompleta ou inconclusiva amanhã. Charles Darwin fez isso no século 19 ao publicar sua teoria da evolução das espécies: revolucionou conceitos que vigoravam de forma sólida e precisaram ser revistos. Mas ele não foi o primeiro. Ao contrário. A história da humanidade está marcada por esses avanços científicos e é papel da escola (e de todo professor) acompanhar essas transformações para não passar informações erradas aos alunos nem defender conceitos ultrapassados.” Se a informação precisa é tão importante em sala de aula, por que o MEC ainda aceita livros didáticos de Biologia com erros crassos? Em 2003 e 2005, o MEC/SEMTEC recebeu análise crítica sobre a distorção do evolucionismo em pelo menos sete livros didáticos de autores expoentes. As duas fraudes apontadas pelo Núcleo Brasileiro de Design Inteligente são os embriões de Haeckel e as mariposas de Manchester, usadas para favorecer o modelo da evolução. Em outubro de 2002, o jornal New York Times publicou uma lista de fraudes científicas, entre as quais a das mariposas. Mas os livros didáticos ainda as apresentam como evidência a favor da evolução... Por que não se ensina em sala de aula que o darwinismo possui insuficiências epistêmicas e que existem modelos alternativos como a teoria do design inteligente (pelo menos para que alunos saibam que há cientistas que pensam diferente)? Darwin ajudou a revolucionar conceitos que precisavam ser revistos em seu tempo. Por que os darwinistas de hoje não adotam a mesma postura? Por que doutrinar as crianças em sala de aula, impedindo-as de pensar criticamente e de alcançar o verdadeiro propósito da educação? A “nova” escola está mais velha do que nunca!

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Como se trata de uma revista científica e como o naturalismo filosófico não admite que a Teologia se atreva a sugerir uma resposta (sim, porque assumem a priori que o sobrenatural não existe), e como insistir no fator sorte para tanta organização “pega mal”, eles se saem com a “resposta”: “Aplicar a teoria da seleção natural de Darwin ao Universo poderia resolver de vez o mistério da existência. Tal como ocorre com os seres vivos na Terra, os universos que mais se ‘reproduzem’ seriam os mais bem-sucedidos.” Claro! Por que não pensaram nisso antes? A teoria-explicatudo está aí pra isso mesmo. Nada de sorte, nada de Deus. Seleção natural cósmica! Segundo a Superinteressante, há cientistas que defendem a existência de infinitos universos, cada um com sua afinação diferente. “O nosso não teria nada de especial; seria apenas mais um de uma gama de universos totalmente desligados uns dos outros, componentes de um Multiverso.” E antes que a gente pergunte, eles respondem: a ideia é completamente metafísica, “outro tipo de roubalheira intelectual, em que se usa de hipóteses não verificáveis para solucionar (entre aspas) um problema apresentado pela configuração do Universo”. Constrangedor, não? Dão um chega-pra-lá no criacionismo para defender a metafísica pura. Pra não ficar no campo da especulação pura e simples, apelam para Darwin e a teoriaexplica-tudo. E fica mais ou menos assim: surgiram muitos universos diferentes a partir de buracos negros. Por “seleção cosmológica natural”, os universos menos aptos a produzir vida ou mais aptos a produzir outros universos estariam em número maior que os que têm poucos “filhos”. “Resultado: torna-se, de súbito, muito mais provável que estejamos em um Universo como o nosso, em vez de em qualquer outro menos prolífico, digamos.” Simples, não? Detalhe: a matéria seguinte trata da pergunta “Por que sabemos tão pouco sobre a existência de Jesus?” A reportagem não aceita que os evangelhos sejam documentos confiáveis sobre Jesus Cristo, embora admita que autores não cristãos do século 1 e começo do século 2 (como Flávio Josefo, Tácito e Suetônio) O tenham mencionado. Um pequeno quadro na página 35 afirma que é falso o ossuário de Tiago (urna funerária com uma inscrição em aramaico que menciona Jesus). Pena que o autor do texto não leu o convincente livro de Hershel Shanks (editor da Biblical Archaeology Review), O Irmão de Jesus (Editora Hagnos). Resumindo: quando o assunto é religião, crença, criacionismo, Deus, etc., levanta-se todo tipo de questionamento, ainda que se possa contar com o apoio de evidências históricas e arqueológicas. Mas quando se trata de explicar do ponto de vista naturalista a origem do Universo e da vida, os mais mirabolantes argumentos podem ser usados – mesmo que não haja evidências empíricas para eles. Viva a coerência!

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a r i t n e m e Detector d

mentirinha? a m u ar p ca es u xo ei d ca n Fale a verdade: você nu que este teste revela a seu respeito Vamos ver o

Em um fim de semana sem sair de casa, você diz para seus amigos ou amigas: a) Foi mais ou menos. (2) b) Foi muito legal, fiz um montão de coisa. (3) c) Foi horrível. (1)

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Depois de uma prova na escola, o que responde quando lhe perguntam como você se saiu? a) Foi razoável. (2) b) Muito bem! (3) c) Respondi às perguntas, mas estava em dúvida a respeito de algumas. (1)

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Você não faz os trabalhos escolares porque não gosta do professor e, quando ele pergunta por que não fez, você diz: a) Não entendi muito bem o que era pra fazer. (2) b) Não estava com vontade de fazer e por isso não arranjei tempo. (1) c) Tive que sair com minha mãe e não deu tempo. (3)

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b) O papo estava muito bom. (1) c) O trânsito estava terrível! (3)

Alguém comenta de uma roupa bonita e da moda. Você não tem condições de comprar. Diz: a) Bem que eu gostaria de uma, mas não tenho dinheiro. (1) b) É, sei lá. Não pensei ainda. (2) c) Não gostei, não uso roupa que todo mundo usa. (3)

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Você está interessando em alguém. Depois de conversar com essa pessoa e perceber que não adianta ter esperanças, você diz: a) Ainda gosto dela. (1) b) Ela gosta de mim só que não admite. (3) c) Ela não faz meu tipo. (2)

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Quando você promete voltar pra casa em determinado horário e se atrasa muito por ficar batendo papo, sua desculpa é: a) Eu estava sem relógio e perdi a hora. (2) Some os pont os e confira o resultado: 16 pontos Você está be m em sua si nceridade. Pr verdade é m uito a que pode levá importante. A sincerid você, a ad -lo a grande s realizações e é algo teza, ao deita . Com cerr, tranquila. Lu você sempre terá a co te pela verd nsciência ade, pois ela parte de sua deve fazer vida.

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Quando você mente para um amigo e percebe que ele desconfiou, você: a) Confessa que o que você disse não era verdade. (1) b) Fica meio sem jeito de voltar a conversar. (2) c) Volta a conversar como se nada tivesse acontecido. (3)

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Você se esquece do aniversário de um amigo muito querido. O que diz a ele? a) “Estava viajando e, por isso, não pude cumprimentá-lo na data certa.” (2) b) “Pensei nisso a semana inteira, mas não consegui me definir por um presente e resolvi parabenizar você só depois que me definisse por algo.” (3) c) “Sinto muito. Eu me esqueci do seu aniversário, mas que tal sairmos para comemorar, mesmo atrasado?” (1)

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Você dormiu demais e chegou atrasado ao trabalho. O que diz? a) “Dormi demais, mas prometo que isso não voltará a acontecer.” (1) b) “Tive que levar minha mãe ao hospital” ou “O trânsito estava péssimo!” (3) c) Liga para o trabalho quando acorda e avisa: “Vou chegar um pouco mais tarde por causa de um problema particular.” (2) 17-32 pontos Sinceridade não Uma mentirin é uma coisa tão importa nte assim. ha de vez em guém; esse parece ser se quando não mata ninu lema. Mas a verdade é lem um meio erro. Pr a só e não existe meia ve bre-se: ocure ser si ncero sempr rdade ou vezes, porque e e não às al toda a sua vi gumas mentiras podem prejudicar da.

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Já entrou em algum evento (feira, exposição, museu) usando crachá de outra pessoa para não ter que pagar a entrada? a) Nunca. (1) b) Sim, na maior cara-de-pau. (3) c) Uma vez, apenas. (2)

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Você está no começo do namoro e descobre que seu amor gosta muito de berinjela, que você detesta. O que faz? a) Confessa que não gosta desse vegetal. (1) b) Diz que gostaria de provar berinjela do jeitinho que ele(ela) mais aprecia. (2) c) Diz que também é um dos seus pratos favoritos. (3)

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O que você diz se um policial o parar logo depois de você passar por um sinal vermelho? a) “Havia uma árvore que escondia o semáforo e eu não vi.” (3) b) “Por acaso o senhor sabe com quem está falando?” (2) c) “Quando vi o semáforo, era tarde demais. Não dava para parar.” (1)

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Você já mentiu sobre seus antigos relacionamentos? a) Claro. Quem vive de passado é museu. (3) b) Eu não minto; eu omito. (2) c) Não. Minha vida é um livro aberto. (1)

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Se alguém com quem você não queira conversar telefonar para sua casa, o que fará? a) Atenderá gentilmente. (2) b) Mandará dizer que liga mais tarde, e retornará a ligação quando se sentir mais confortável para fazê-lo. (1) c) Mandará dizer que não está. (3)

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Você mente em testes como este? a) Às vezes. (2) b) Geralmente sim. (3) c) Não. (1) 33-48 pontos Descubra po r qu provar com su e você precisa mentir. O as que quer pensem de vo mentiras? O que quer qu e os outros cê? As mentir imagem. Expe as só pr ejudic rim irão gostar m ente cultivar a verdade e am sua as pessoas ais de você.

Sueli Ferreira de Oliveira – Baseado no teste “Cadê a sinceridade”, do psicólogo Marenos Schmidt, publicado na revista Superamigo, de junho de 1997.

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Quando alguém pergunta como serão suas férias, e não tem nenhum plano, você diz: a) Não tenho nada definido. (1) b) Olha, acho que vou fazer uma viagem. (2) c) Vou viajar para este ou aquele lugar. (3)


Arco-íris Sobre o Inferno Questões Sobre Doutrina Questões Sobre Doutrina foi escrito para apresentar ao mundo evangélico uma visão mais clara dos ensinos adventistas. Agora, você tem a chance de obter esta obra fundamental e esclarecer tudo sobre a teologia e as doutrinas adventistas. Não deixe de ler este clássico!

Os horrores da Segunda Guerra Mundial são vistos através dos olhos de um jovem japonês que se uniu à resistência contra os americanos e tornou-se assassino. Sua prisão e condenação à morte formaram o pano de fundo para um encontro capaz de transformar sua vida. Escrito por um premiado autor japonês. Cód. 10411

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Você conhece Deus? Que diferença isso faz? Jon Paulien, professor e pesquisador, aborda o tema da salvação em nível pessoal. Deus no Mundo Real esclarece os elementos básicos da mensagem do evangelho e demonstra como essa mensagem pode ser expressa de modo a fazer sentido no ambiente secular.

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Sueli Ferreira de Oliveira – Baseado no teste “Cadê a sinceridade”, do psicólogo Marenos Schmidt, publicado na revista Superamigo, de junho de 1997.

Cura Para a Alma Fatigada

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jul-set 2009 *Horários de atendimento: Segunda a quinta, das 8h às 20h / Sexta, das 7h30 às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h.

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Sou membro da igreja há muito tempo, e só agora estou descobrindo o poder da oração intercessória em minha vida. Quero ter meu ministério de oração intercessória na internet e no meu blog. O que fazer? Por onde começar? I.S. Que bom usar a mídia moderna para alcançar os jovens cibernautas! Quero estimulá-lo e a todos os jovens da América do Sul para que usem sites, blogs e todos os meios de comunicação possíveis para exaltar a Jesus e realizar um megaministério de oração intercessória. Sendo assim, vamos para a teologia da oração na Bíblia: 1. “Orai sem cessar” (1Ts 5:17). Orar não é uma atividade esporádica; é um ministério vivo e poderoso. A expressão “orai” está no modo verbal imperativo, portanto, é 30

uma ordem e um claro mandamento de Deus para todos nós. Orar também não é uma opção para o jovem cristão; é uma santa “obrigação”. “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18:1). A palavra “dever”, no original grego, é dei, que significa: é necessário, convém, há necessidade, é correto, é próprio. Portanto, convém que nos organizemos em sites e blogs e oremos “sem cessar” pelos amigos e colegas. Só há uma atividade física na vida que fazemos sem cessar: respirar. E Ellen G. White escreveu: “A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual” (Mensagens aos Jovens, p. 249). 2. Tenha horário e lugar específicos para orar (Mc 1:35). Quanto ao modus vivendi espiritual de Jesus, sabemos que, “tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava” (Mc

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1:35). Jesus tinha o hábito de orar todos os dias entre três e seis horas da manhã. O princípio é: primeiro Deus; depois, as outras coisas (Mt 6:33). A grande bênção desse princípio é formar o hábito da comunhão com Deus e ouvir Sua doce voz cada manhã, não importa o que tenha acontecido na noite anterior. Qual é o melhor horário para os cibernautas orarem juntos? A escolha é de cada um. Mãos à obra, digo, ao teclado e use a tecnologia para criar essa corrente do bem contra o mal. 3. Seja específico na oração (Lc 22:32). Certa vez, Jesus orou a respeito de Pedro e lhe disse: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lc 22:32). Jesus foi específico na oração intercessória. Os cibernautas precisam ser específicos nas orações intercessórias. Genérico, só remédio. Portanto, ore por nomes, por pessoas específicas. 4. Seja insistente e persistente na oração (Lc 11:9). Em

Lucas 11:9, Jesus nos desafia a colocá-Lo em nosso cotidiano: “Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.” Os verbos “pedir”, “buscar” e “bater” estão no modo verbal imperativo, ou seja, também são ordens de Deus. Mas, afinal, por que devo pedir se Deus já sabe tudo da minha vida? “Faz parte do plano de Deus conceder-nos, em resposta a oração da fé, aquilo que Ele não outorgaria se o não pedíssemos assim” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 525). A base do ministério de Jesus foi Sua vida de oração intercessória. Através da corrente cibernética de oração e, pelo poder de Deus, faremos o continente tremer! E quem mais vai tremer quando nos unirmos na televisão, no rádio, na internet e em blogs para orar uns pelos outros, e em especial por aqueles que ainda não conhecem a Jesus? “Ao som da fervorosa oração todo o exército de Satanás treme” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 346). A oração sincera sempre é ouvida no Céu! Otimar Gonçalves

Líder de Jovens da Divisão Sul-Americana otimar.goncalves@dsa.org.br

Ilustração: Marta Irokawa

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Sites e blogs de oração


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Ilustração: Marta Irokawa

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