Conexão 2.0 - PENSE VERDE

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INTOLERÂNCIA: Alguns ateus militantes pecam no que mais nos criticam a revista do jovem que pensa

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janeiro-março 2011

A crise ecológica exige dos adventistas reflexão e uma postura responsável. Descubra o que você pode fazer

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EXPRESSÃO: Marina Silva fala sobre sustentabilidade, religião e política 23509_Conexao1tri11.indd 1

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Verdes pelo motivo certo

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Capa: Enio Scheffel Jr. Foto: Shutterstock

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Em 1866, o cientista alemão Ernst Haeckel (1834-1919) criou o termo “ecologia”. Ele se referia à relação entre os seres vivos e o ambiente. Apesar de ter passado tanto tempo, o assunto nunca foi tão atual. Talvez, há algumas décadas, a defesa do meio ambiente fosse preocupação exclusiva de alguns grupos considerados excêntricos e que viviam à margem da sociedade. Hoje, felizmente, um número cada vez maior de pessoas se conscientiza de seu papel na preservação da vida e do ecossistema. Mais do que uma defesa meramente teórica, a sociedade começa a desenvolver um estilo de vida adaptado à nova preocupação global. E, assim, outra palavra é acrescentada ao nosso dicionário do dia a dia: sustentabilidade. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o uso sustentável dos recursos naturais deve “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas”.

Restauração completa

ecossistemas e tem cologia é a ciência que estuda os oas a administrar os como principal objetivo levar as pess da. Em outras palavras, é recursos naturais de forma equilibra equilíbrio faz parte do placuidar bem do lugar onde se vive. O pecado, aquilo que era no de Deus, porém, com a entrada do , Deus não deseja que ordenado se desordenou. Mesmo assim Seu plano de salvação o homem viva na desordem. Por isso, em e da natureza. Deus inclui a completa restauração do hom que o pecado estragou e é especialista em reconstruir aquilo Ele quer nos usar para essa obra. no jardim do Éden para A Bíblia fala que Deus colocou Adão a se preocupar com o cultivá-lo e guardá-lo. Ele foi o primeiro a natureza alguém a quem cuidado da Terra, e não havia em toda to ao homem. Por isso, Deus tivesse confiado tantos poderes quan o, e que cuidar da navocê precisa entender que é um mordom

E nós, cristãos adventistas, onde entramos nessa história? No centro da nossa missão está um chamado de adoração a Deus como Criador e Salvador (Ap 14:6, 7). Quando Deus criou a Terra, viu que “tudo era muito bom” (Gn 1:31). Mas o pecado provocou alienação entre o ser humano e o restante da criação. O resultado é que “toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto” (Rm 8:22, NVI). Esperamos ansiosamente o dia em que “a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra” (v. 21, NVI). Se cremos em Deus como Criador e Salvador, teremos todo o interesse em cuidar daquilo que Ele criou e salvou. Além da matéria de capa, assinada pelo editor associado Diogo Cavalcanti, outras duas falam sobre sustentabilidade: a entrevista com a senadora Marina Silva e a seção “Bem contado”, de Denis Cruz. Leia e se conscientize!

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Matheus Cardoso

Editor associado

ponto de a Bíblia afirmar tureza é algo de suma importância, a m a Terra (Ap 11:18). que Deus destruirá aqueles que destruíre Adventista tem feito Nesta obra de reconstrução, a Igreja has educativas às ações muitas coisas, que vão das campan massa da crotalária, mais concretas, como o plantio em mosquito da dengue planta que atrai os predadores do . Muitas atitudes dos ajudando a combater essa epidemia de cristãos podem amenizar o estado a degradação do ecossistema, porém, igre a que ora ação mais transformad o. ja tem realizado é pregar o evangelh o Quando alguém conhece o evangelh o e leis as s, – entendendo os princípio ente plano da redenção – automaticam or mad sfor tran nte ele se torna um age do meio ambiente.

Divulgação DSA

Ano 5, no 17 • jan-mar/2011 ISSN 1981-1470 www.conexaoja.com.br

Rod Cai Fon Site

SER Lig

Areli Barbosa

ericanos

Líder dos jovens adventistas sul-am

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A onda ecológica global fez a igreja descobrir seu lado verde. Agora é o momento de agir

5 Pode crer

No juízo divino, a vida de todos é um livro aberto

6 Expressão

Conversamos com Marina Silva, ícone de um idealismo que tem inspirado a geração atual

14 Raio X Shutterstock e Photoxpres

Os reality shows e você, o telespectador

17 Trindade

A natureza divina revela o princípio que rege o Universo

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16 Aconteceu Comigo

Adrenalina

Não quer enfrentar jacarés? Conheça os roteiros de aventura vizinhos do Pantanal

O médico disse que ele iria morrer, mas Deus tinha outro plano

20 Bem Contado

Poliana aprendeu que atrás de cada questão ecológica existe um desafio social

24 Mercado de Trabalho Aprenda um segundo idioma e se torne um profissional sem fronteiras

28 Link

Divulgação da Secretaria de Turismo do Mato Grosso

Shutterstock

A computação em nuvem e a valorização da história

30 Conexão Direta

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Divulgação DSA

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9 Agora é nossa vez

Escolha lutar por aquilo que vale a pena

25 Ateus

Alguns não apenas rejeitam a Deus, militam contra Ele

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Editora dos Adventistas do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE Ligue Grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 7h30 às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h

Editor: Wendel Lima Editores Associados: Diogo Cavalcanti e Matheus Cardoso Designer Gráfico: Marcos S. Santos e Fernando Lima Diretor Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Edson Erthal de Medeiros Redator-Chefe: Rubens S. Lessa Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Chefe de Expedição: Eduardo G. da Luz

Colaboradores: Areli Barbosa, Aquino Bastos, Elmar Borges, Nelson Milanelli, Ivay Araújo, Ronaldo Arco, Donato Azevedo Filho e Carlos Campitelli Assinatura: R$ 19,00 Avulso: R$ 5,96 Tiragem: 10.000

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________ Editor

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

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Envie um e-mail pra gente: conexaoja@cpb.com.br – As mensagens publicadas não representam necessariamente o pensamento da revista.

Nota do editor: Valeu pela sugestão! Porém, matérias mais práticas, do tipo “como fazer”, deverão ser pautadas para nosso futuro site. Já os temas que exigem maior reflexão, preferencialmente serão tratados na revista impressa.

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Gostei muito da matéria de capa. A relevância da igreja para a geração pós-moderna é um desafio muito atual. Também fiquei com interrogações, como o autor indica resultar da leitura da matéria, mas ele refletiu bem a situação em que nos encontramos como membros e líderes da igreja. Temos que orar muito pedindo que Deus nos ilumine e dê sabedoria para não perdermos os princípios e ao mesmo tempo sermos relevantes para o mundo. Eliane Miyashita de Carvalho, 30 anos, São Paulo, SP eliane.miyashita@adventistas.org.br

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Olá, é um prazer escrever para vocês! Saibam que estou amando a leitura e parabenizo a cada um pela belíssima revista! Franciskinha Crispiniano Alves, 19 anos, São Bento, PB franciskinhacrispiniano@hotmail.com

Olá, me sinto grata por poder ter em mãos a Conexão JA. Parabéns pela iniciativa! As matérias são sempre muito interessantes, atuais e é muito bom poder contar com informações tão relevantes. Achei lindo o testemunho na seção “Aconteceu Comigo” da edição de julho. Textos assim realmente me motivam! As reflexões no “Raio X”, por Michelson Borges, também são fantásticas. Que Deus conduza cada reflexão. E que nunca percamos o foco: Jesus! Sucesso! Edja Lilian, 25 anos, São Paulo, SP edjalilian@hotmail.com

Sou leitor assíduo da Conexão JA desde a primeira edição e gostaria de parabenizá-los pelas edições tão criativas, atuais e importantes para todo jovem. Sou aluno de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas e avaliei a revista numa das matérias do curso. A revista apresenta um formato ímpar e segue o perfil de seus leitores e seus artigos em geral sempre são relevantes. Desejo que, a partir de 2011 as edições sejam mensais, pois tenham certeza de que público, leitores, assinantes e, por que não, colaboradores não faltarão. O artigo “O ‘Y’ da questão” foi muito útil para mim, porque existem conflitos entre profissionais jovens e os mais experientes, por causa da maneira diferente de pensar e agir. Se cada igreja agisse da forma que o pastor Elias Brenha aconselhou na entrevista, certamente teríamos igrejas mais autênticas e atrativas. Porém, de todas as matérias da última edição, gostei mais do quadro “Pode Crer”. Fiquei impressionado com a explicação sobre o “mar”, que não existirá no céu, segundo Apocalipse 21:1. Aproveito a deixa para sugerir um quadro ou mais artigos sobre profecias apocalípticas, tão importantes para nós jovens. Henderson Rogers Melo da Silva, 26 anos, Maceió, AL hendersonrogers@gmail.com

Parabéns pela matéria “Jesus sim, igreja não”. Alguns grupos de jovens da minha cidade têm esse pensamento. Querem apenas acreditar em Jesus e adorá-Lo do jeito deles, porém, sem frequentar alguma igreja, e outros formam seu próprio ministério. Deus continue abençoando todos vocês! Joelson Santos, joelson_ja@hotmail.com

Oi, gente! Gosto muito da revista Conexão JA e é meu primeiro ano como assinante. Quando ela chegou, mal pude acreditar! Eu a levo para o colégio e ela faz o maior sucesso entre meus colegas da sala e os professores que não são adventistas. Eles elogiam muito as matérias publicadas e, às vezes, até usam algumas em sua aula. Parabéns a todos! Só lamento por ela ser trimestral e não mensal. A matéria “Morte, mitos, mídia” abriu os olhos de quem tinha dúvidas sobre a morte em minha turma. Obrigada por isso! Eymilli Fenali, Criciúma, SC eymillicgf@gmail.com

É muito boa a revista e tem boas reportagens. Mas eu gostaria de dar uma sugestão a vocês sobre algo que, na minha opinião, faz muita falta. Como hoje em dia a maioria dos assinantes estuda em internato e frequenta a igreja é um horror achar

vestidos descentes para nós meninas, jovens, e principalmente adolescentes. Todos os modelos de vestido que vejo são indecentes. Vocês poderiam dar sugestões de modelos de vestidos e saias para as meninas usarem na igreja. Que tal? Aline Larissa alinelarissa@terra.com.br Nota do editor: Aline, depois da sua sugestão, fiquei imaginado como três editores (Wendel, Diogo e Matheus) poderiam escrever sobre moda feminina... (risos). De qualquer forma, creio que a revista pode falar sobre tendências, já que o gosto é muito pessoal. Os princípios estão claros na mente de todos e se a gente tentar ser muito específico podemos cair no legalismo. Gostei da sua sugestão e vamos pensar como tratar disso com alguma especialista numa seção ou matéria.

A revista tem crescido em qualidade e melhorado mais e mais a cada edição. Com artigos menos superficiais, tratando o jovem de uma forma inteligente, como de fato é. Quanto mais profundas forem as matérias tão mais interessante a revista se tornará. Parabéns pela escolha dos temas, muito atuais e próximos de nossa realidade. Uma sugestão: seria bom falar um pouco mais da nossa história. Nossa história como igreja e povo com uma missão especial é ainda muito desconhecida. Adolpho Galindo adolphoabg@gmail.com Nota do editor: Adolpho, boa sugestão! Na edição de setembro já tivemos um artigo mais doutrinário (morte) e nesta temos um sobre a trindade. Isso mostra nossa intenção em discutir nossa história e crenças de maneira mais contextualizada e relevante. Pode esperar que vem coisa boa por aí!

Orkut ##Everton## Olá!!! Agradeço a Deus em primeiro lugar e a vocês por essa revista maravilhosa, que nos traz conteúdos diversos, assuntos do meio cristão, que nos ajudam a tirar muitas dúvidas. Sou assinante há uns 4 anos e não me arrependo. Fico ansioso ao esperar cada revista.

Siga a Conexão JA @conexaoja

Foto: Shutterstock

Olá gente! Essa revista é maravilhosa! Quando ela vira mensal? A revista é uma bênção, com assuntos incríveis, de leitura envolvente e gostosa, todos os jovens deveriam assinar essa relíquia. Deus preparou esse material para que nós pudéssemos ficar mais próximos dEle! Ideia: que tal se tivesse, vez ou outra, matérias sobre alimentação saudável e receitas? Seria ótimo ver os leitores com a mão na massa..., digo na cenoura, beterraba, soja e repolho...kkkk. É meu primeiro ano como assinante da revista e estou orgulhosa pela criatividade e dinamismo que mostra a linguagem jovem. Parabéns a todos! Que tal um quadro novo para a revista falando sobre o meio ambiente? Ariely Maria, 24 anos, Betânia, PE arielypri@hotmail.com

E-mail: conexaoja@yahoo.com.br

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Invasão de privacidade

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No juízo durante o milênio, a vida dos perdidos será um livro aberto

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omo milhões de pessoas no Brasil, eu fiquei curioso em saber o veredito do caso Isabella. De um lado, um promotor experiente e com provas aparentemente irrefutáveis. Do outro, um advogado seguro e disposto a argumentar a inocência de Anna e Alexandre Nardoni. Ao fim de dois dias de julgamento, o júri ficou convencido de que os réus eram culpados. Apesar das fortes evidências contra eles, os Nardoni saíram do fórum afirmando inocência. Segundo eles, uma terceira pessoa esteve no apartamento e por alguma razão jogou Isabella pela janela. Afinal: Qual é a verdade? O que é mentira? Eles são culpados ou inocentes? Quem viu, quem sabe, quem tem certeza? Só pelo fato de ser um crime, já poderíamos chamar de barbárie. Porém, detalhes de selvageria e requintes de crueldade envolvendo um astro do futebol brasileiro deram ao caso de Eliza Samúdio um ar de filme de terror. Uma possível versão, diz que ela foi sequestrada, mantida em cárcere privado durante alguns dias e posteriormente levada até uma chácara no município de Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde foi morta e seu corpo jogado aos cães. Bruno, ex-goleiro do Flamengo e principal suspeito de ter mandado matar a namorada, se diz inocente. Um agravante no caso é o fato de que, até agora, não foi encontrado os restos mortais de Eliza. Será que ela morreu? Quem foi o mandante? Quem sabe o que realmente aconteceu? Será que algum dia saberemos a verdade? Para essas e outras indagações, a resposta é sim. Nada debaixo do céu está encoberto aos olhos de Deus. Todos os atos da humanidade estão devidamente anotados para o julgamento final e, por isso, muitos crimes nebulosos um dia serão revelados para os salvos. Como isso vai acontecer? Apocalipse 20 nos apresenta o milênio. Um período de mil anos que começa após a segunda vinda de Jesus e termina com a “terceira vinda” de Jesus que será o fim definitivo de Satanás. A Bíblia nos ensina que, enquanto Satanás estiver preso na Terra pelas circuns-

tâncias e todos os ímpios estiverem mortos, no Céu, os salvos vão examinar os registros da humanidade, a fim de analisar, entender e desvendar o que está oculto. Para que isso? Para que os salvos tenham a certeza de que os perdidos não foram injustiçados, pelo contrário, receberam justa recompensa por sua rebelião contra Deus. João viu que durante o milênio, os santos estariam envolvidos em julgamento: ele contemplou “tronos e nestes sentaramse aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar (Ap 20:4). Essa é a ocasião mencionada por Paulo, em que os santos haverão de julgar o mundo e os anjos (1Co 6:2,3). Ellen G. White também fez referência a esse momento: “Em união com Cristo julgam os ímpios, comparando seus atos com o código – a Escritura Sagrada, e decidindo cada caso segundo as ações praticadas no corpo (...) Igualmente Satanás e os anjos maus serão julgados por Cristo e Seu povo” (O Grande Conflito, pp. 660 e 661). “O julgamento que ocorre durante o milênio não decide quem está salvo ou perdido. Essa decisão é tomada por Deus antes do segundo advento (...) o julgamento de que os santos participam serve ao propósito de responder qualquer questão que os justos possam ter em relação às causas que levaram outros a se perderem” (Nisto Cremos, p. 449, edição de 2008). Todos erramos e temos pecados ocultos mas, a boa nova é que ainda é tempo de graça. Confesse seus pecados, tenha uma vida de aparência e transparência segundo o caminho de Jesus. Assim, no milênio você julgará e não será julgado.

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Pr. Elmar Borges Líder dos jovens adventistas da Região Sul do Brasil elmar.borges@adventistas.org.br

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WENDEL LIMA

A candidata à presidência que melhor representou o idealismo dos jovens na última eleição, fala sobre sustentabilidade, religião e política

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Um ícone da nova geração Conexão JA: A bandeira da sustentabilidade, que a senhora empunha, é a grande ideologia da geração atual? Marina Silva: Sem dúvida, há um encantamento da juventude com aquilo que chamamos de utopias do século 21 e, talvez a mais forte de todas, é a sustentabilidade. Como a juventude não se envolve em projetos de poder pelo poder, a juventude se envolve com quem tem visão antecipatória do mundo. E essa visão é de que vamos preci6

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sar, cada vez mais, integrar economia e ecologia, sob pena de inviabilizarmos a vida na Terra. E o conceito de sustentabilidade é algo recente? Do ponto de vista econômico, social e científico, a sustentabilidade é uma realidade que remonta à década de 1980, quando a ONU encomendou o relatório “Nosso futuro comum”, mostrando que o planeta está esgotando

sua capacidade de regeneração e que é necessário se repensar o modo de produzir e consumir. Então, a partir daí, se começou um grande esforço e debate que foi afunilado com a Eco 92, no Rio de Janeiro, encontro do qual saíram três grandes convenções internacionais: a convenção do clima, de mudanças climáticas e a de combate à desertificação. O plano era que a humanidade fizesse esse esforço para reverter o processo. Porém, lamentavelmente, pouco

Foto: Cacá Meirelles, cedida pela assessoria de impressa da senadora / Ilustração: Shutterstock

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revista Veja a classificou como um dos ícones políticos de uma geração jovem, universitária e ligada às profissões de tecnologia. A razão? Ela levanta a bandeira da sustentabilidade e da ética na política, oferecendo um modelo alternativo ao desacreditado pelos jovens. Seus quase 20 milhões de votos nas eleições para presidente confirmam que Marina Silva representa as aspirações de muita gente. Além das ideias que defende, a Senadora inspira admiração por sua trajetória de superação da pobreza, analfabetismo, preconceitos e condições adversas de saúde. De aspirante a freira à missionária da Igreja Assembleia de Deus, de militante estudantil a candidata à presidência, de seringueira no Acre a parlamentar no Senado, a biografia de Marina é marcada por idealismo e fé. Uma personagem rica para ser entrevistada. Não bastasse tudo isso, Marina Silva tem uma ligação familiar com a Igreja Adventista: suas duas filhas mais novas, Moara e Mayara, são membros da Igreja Central de Brasília. Nas próximas três páginas, você lê a entrevista que ela me concedeu por telefone.

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Os cristãos deveriam ser os cidadãos mais responsáveis pelo meio ambiente? É interessante perceber que do ponto de vista daqueles que leem a Bíblia e têm fé, a sustentabilidade não é algo recente. O sábio Salomão já dizia que mais vale uma mão cheia com descanso, do que as duas mãos cheias com aflição de espírito (Ec 4:6). O que estamos fazendo hoje é encher as duas mãos, tirando cada vez mais dos recursos naturais com grande aflição de espírito, porque a Terra já está 30% no vermelho. Em Gênesis 1:28, diz que devemos dominar a Terra e tudo que nela há, mas as pessoas se apegaram só a essa parte e se esqueceram de que em Gênesis 2:15, Deus colocou o homem no jardim para o cultivar e guardar. A ideia da sustentabilidade tem embasamento científico, econômico, social, ecológico e para os que creem, tem uma antecipação bíblica. A responsabilidade do cuidado com o resgate não é só com os seres humanos, mas com toda a criação que geme com dores de parto até ser restaurada (Rm 8:22). Consequentemente, é incoerente dizer que amamos o Criador sem respeitar a criação.

Foto: Cacá Meirelles, cedida pela assessoria de impressa da senadora / Ilustração: Shutterstock

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Se o desenvolvimento atual do Brasil não tiver um compromisso claro com a sustentabilidade, que tipo de prejuízos imediatos e de longo prazo o país vai colher? Depende do desafio. No contexto das mudanças climáticas, tem que haver um esforço de todos os países, principalmente, dos países desenvolvidos e dos emergentes, que já são grandes emissores de CO2. Quanto ao cuidado com os recursos hídricos, com a biodiversidade, com o ar e com a terra para o plantio, podemos ter um prejuízo enorme. Estudos feitos pela comissão de biodiversidade mostram que 50% do PIB dos países emergentes dependem de sua biodiversidade. A destruição dessa, como está acontecendo

no cerrado, mata atlântica e na caatinga, se acontecer com a Amazônia, trará um prejuízo irreversível em todos os aspectos. Será um impacto sério para a agricultura e provocará um desequilíbrio hídrico, afetando o volume de chuvas nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, e tornando as regiões mais populosas do país em deserto. A senhora sempre foi muito religiosa. Que papel a fé tem em sua trajetória, superações e conquistas? Eu sempre digo que sou uma pessoa movida à fé e determinação. A fé para remover as montanhas que eu não posso escalar e a determinação para escalar as montanhas que não devo transferir para a fé. Isso foi fundamental em todos os momentos da minha vida. O importante é que a gente não tenha uma visão mágica da fé e de que as coisas são resolvidas como se fossem passe de mágica. Todas as vezes em que fiquei doente, procurei a ciência e os médicos. Mas, sem a fé eu não teria vencido as montanhas do desânimo, da incerteza e da insegurança, principalmente nas três vezes em que fui desenganada pelos médicos.

cos sobre política ainda é muito tradicional, confundindo o envolvimento correto na busca pela justiça e liberdade – algo que Jesus fazia com muita propriedade – com subversão. Tem gente que tem muito ainda da cultura do “amém” para a política, e a gente precisa aprender com Jesus Cristo a cultura do “porém”. Cristo disse muito mais “porém”, do que “amém” para a política. Nas sinagogas havia política, e Ele chegava no meio dos poderosos, sem envolvimento partidário, dizendo “vocês estão fazendo assim, Eu porém vos digo...”. Essa postura do protestantismo está sendo revertida e existem evangélicos que começam a dar contribuições para a política.

Como a juventude não se envolve em projetos de poder pelo poder, a juventude se envolve com quem tem visão antecipatória do mundo

Foi nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), num período de grande força da Teologia da Libertação entre os católicos, que a senhora tomou gosto pelas questões políticas. Hoje, sendo evangélica, a senhora acha que o protestantismo é menos atuante do que o catolicismo nas áreas política e social? Eu acho que são experiências históricas diferentes. A Igreja Católica tem um engajamento político de muitos anos já no Brasil e por isso tem dado uma grande contribuição transformadora. O mundo evangélico está começando a ter essa percepção, mas ainda é um processo muito embrionário. A visão dos evangéli-

Sua liderança poderia motivar outros evangélicos a se engajar na política? Acho que aí é uma questão de vocação, um chamado. Para mim política é um serviço. Não é algo que possa significar status ou promoção é serviço e muito serviço. Quando a política é encarada como serviço ela é muito árdua. Às vezes você tem que confrontar interesses e fazer coisas que não lhe rendem popularidade, e acaba não sendo compreendido por aqueles que só pensam no imediatismo das coisas. Talvez o ministério mais difícil de uma pessoa é o de governo, se encarado como ministério.

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tem sido feito para deter a desertificação e para proteger a biodiversidade.

A senhora tem mostrado habilidade especial com os que pensam diferente da sua opinião, inclusive com adversários políticos. Isso vem da sua história e personalidade ou sua fé a tem ajudado a ser mais tolerante? Graças a Deus, desde criança eu tenho fé nEle. Sempre fui apaixonada por Jesus. Mas é bom lembrar que a habilidade, a ética e o respeito pela diferença é um dom que Deus dá para

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A visão dos evangélicos sobre política ainda é muito tradicional, confundindo o envolvimento correto na busca pela justiça e liberdade – algo que Jesus fazia com muita propriedade – com subversão

O que a levou a deixar o catolicismo e abraçar a fé evangélica? A conversão é algo que talvez não tenha uma explicação. Certamente, se alguém perguntasse para Paulo como é que ele saiu do judaísmo para o cristianismo, ele relataria sua experiência de Damasco. E obviamente, sua experiência no judaísmo foi fundamental para que ele fosse quem foi: o apóstolo aos gentios. Nada na nossa vida é por acaso. Eu tenho um grande respeito pelos meus irmãos e amigos católicos, são pessoas que me deram testemunhos de vida fantásticos e continuam dando até hoje, como é o caso do Dom Moacyr Grechi, arcebispo de Porto Velho, AC, que sem saber quem eu era, quando eu tinha 19 anos, me recebeu no palácio e conseguiu uma vaga para mim no Hospital São Camilo, em São Paulo, em 1979. A fé dele moveu as montanhas que uma menina pobre não conseguiria. Nada na nossa vida é por acaso. Hoje, eu sou muito feliz

Mas além da experiência, ouve alguma questão cognitiva, como a compreensão de novas verdades bíblicas? Com certeza são perspectivas diferentes, e eu acho que Jesus era muito prudente quando, nos seus discursos, não tentava desconstruir historicamente o judaísmo. Eu acho que a Igreja do Senhor passa por diferentes etapas históricas e nesse processo ela tem o plano perfeito de Deus. Problemas que aconteceram, são problemas dos homens. Nós temos que olhar é para essa trajetória, esse fio cognitivo e teológico do Senhor. Sua sogra (dona Neide), que mora em Santos, SP, é adventista e suas duas filhas mais novas (Moara e Mayara) são membros da Igreja Central de Brasília. O que a senhora pensa da fé e do povo adventista? Tenho uma relação de respeito e concordo com a Bíblia que nada é por força e nem violência. Eu não me prendo aos rótulos dados às denominações. Prefiro que cada um viva o exercício de sua fé, pois é assim que Deus fala com cada um. Eu sou da Assembleia de Deus, mas tenho uma relação interdenominacional com as várias igrejas evangélicas. E com os adventistas, aprendi a respeitá-los e admirá-los, inclusive pelo testemunho das minhas filhas e da minha sogra. Em alguns momentos eu cultuo com elas e elas comigo, graças a Deus.

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Seus filhos e esposo também abraçam sua paixão pela política e sustentabilidade? Sim, graças a Deus. Cada um tem suas atividades, mas procuram ter uma vida comprometida com esses princípios e valores. E isso é uma atitude de vida. Você pode ser alguém que cuida da sua água, do seu lixo, sendo quem você é em casa. E, quando você olha para empresas, produtos e políticos, suas escolhas acabam sendo feitas em virtude desses princípios. Antes de comprar uma mesa para casa, vou me certificar se sua madeira é legal. Apesar disso, ninguém na minha família demonstrou inclinação para a carreira política institucional.

PARA SABER MAIS

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A senhora cursou História numa época de grande militância da esquerda. Naquela época, apesar de ser chique ser ateu, a senhora não perdeu a fé. Por quê? Nesse período, eu me distanciei muito das CEBs e me dediquei bastante ao movimento estudantil, na própria universidade. Mas no fundo no fundo, nunca deixei de crer e nunca deixaram de me rotular de “igrejeira”. No meu coração, eu tinha uma semente muito forte das coisas que tinha aprendido com minha avó e com os padres e freiras.

Esposo e filhos: Fábio, Moara, Mayara, Shalon e Danilo 8

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Foto: Cortesia da entrevistada

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todos. Tem pessoas que não têm fé, mas são mais tolerantes do que nós. E isso é maravilhoso, é o exercício da alteridade, de se colocar no lugar do outro. É saber que Deus me ama, mas ama a Dilma, o Serra, o Plínio e o Eymael. A gente não precisa tratar as pessoas como se fossem nossos inimigos, basta tratá-los como nossos concorrentes ou opositores.

Suas filhas estudaram num internato adventista (IAP). Qual foi a contribuição desse período para elas? Foi algo muito bom e rico para elas e para nós, os pais delas. Uma aprendizagem de valores, de conhecimento acadêmico e de relacionamentos, um mundo experiencial muito rico. Isso deu a elas mais autonomia para tomar decisões.

com minha fé evangélica da Assembleia de Deus, tenho duas filhas que são adventistas, a Moara e a Mayara e agradeço profundamente a Deus por esse novo toque que Ele deu na minha vida.

Marina: a vida por uma causa, de Marília de Camargo César (Mundo Cristão, 2010), 244 páginas.

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AGORA É

A onda ecológica global fez a igreja descobrir seu lado verde. Agora é o momento de agir

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NOSSA VEZ A

preocupação com o meio ambiente deixou de ser uma bandeira ecológica e se tornou a marca de uma revolução cultural e industrial. Hoje, pessoas de todos os setores e de todas as partes do planeta desenvolvem soluções para diminuir ou mesmo zerar o impacto ambiental de diversas atividades humanas. “Sustentabilidade” é a palavra que pode significar a liderança no mercado, a eleição para um cargo, ou mesmo a sobrevivência de nações mais vulneráveis às mudanças climáticas. E por que não dizer que esse é um tema, no mínimo, importante para nós?

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O fato é que houve uma mudança de paradigma. Até pouco tempo, se acreditava que florestas e animais fossem um entrave ao desenvolvimento humano. Assim, ou se preservava a natureza, ou ela era sacrificada em nome do bemestar social urbano. Hoje, se prova cada vez mais que esse é um dilema ultrapassado. Na matéria 10 big green ideas (Dez grandes ideias verdes), destaque de capa da revista Newsweek (25/10/2010), a primeira boa ideia é atribuída a um brasileiro: Blairo Maggi. Político e latifundiário conhecido internacionalmente, Maggi chegou a ganhar o prêmio Motosserra de Ouro, do Greenpeace, você imagina por quê. Mas parece que o homem se converteu para ganhar outro tipo de prêmio. Por que Maggi mudou? O próprio respondeu à revista: “O mundo inteiro chegou à conclusão de que florestas valem mais em pé do que cortadas. Os fazendeiros devem pagar por isso.” Ou seja: negócios sustentáveis se tornaram um imperativo de mercado. Em todo o mundo, borbulham iniciativas verdes, seja da parte de governos, empresas, ONGs, ou indivíduos. Pergun-

Cuide do seu mundo

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O grupo que levou os políticos verdes à ascensão é a faixa etária mais preocupada com o meio ambiente: os jovens.

Recicle

Guarde o sábado Economize água e energia

Projetos Se você quer ver as coisas saírem do discurso para a prática, veja como adotar ações sustentáveis e criar pontes entre a igreja e sua comunidade. 10

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Eles estão no centro e à frente do novo ambientalismo. No Brasil, cerca de 78% dos jovens se preocupam com o meio ambiente, segundo pesquisa do Vox Populi mais recente (2006). Mas, para muitos, essa preocupação chega a ganhar contornos espirituais. De acordo com a cientista social Regina Novaes, cada vez mais jovens se dizem sem religião e abraçam novas formas de espiritualidade, entre elas, a de “ecologia profunda (...) com novas possibilidades de (con) sagração da natureza”.1 Assim, o ambientalismo se transforma em religião e a Mãe Terra ou Gaia, em deus. Vemos nisso uma retomada do panteísmo, que é crença de que Deus é ou está em tudo. Essa onda panteísta é notada por alguns na blogosfera evangélica, adventista e até mesmo secular. Porém um fator sutil preocupa mais: a tendência de a ecologia ser explorada com segundas intenções por setores políticos e religiosos. Na perspectiva de alguns, os gigantescos problemas ecológicos seriam uma entre outras razões para uma união interreligiosa (ecumenismo) a fim de separar um dia de descanso para o homem e para a Terra. Esse dia, de preferência, o domingo, funcionaria como uma marca de uma autoridade religiosa sobre todos os cristãos e povos de outras religiões (Ap 13:16, 17). Teoria da conspiração?

Procure órgãos como a prefeitura, entidades, universidades e ONGs de sua região e pergunte sobre projetos ambientais. Às vezes, eles já têm projetos, mas faltam voluntários.

Ande mais. Não abuse do carro

Planeje ações de acordo com sua realidade local. São infinitas as possibilidades: coleta de materiais recicláveis ou perigosos, como óleo de cozinha usado, pilhas e materiais eletrônicos. Você pode combinar essa atividade com projetos de reciclagem e de ganho de renda para os mais pobres.

Ilustrações: Shutterstock

________ Editor

Intersecção religiosa

Reutilize

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te ao Google. O município de Paredes, em Portugal, será a primeira ecocidade planejada para funcionar como um organismo, com um tipo de cérebro eletrônico para organizar seus serviços. Em Abu Dhabi, surge a primeira universidade voltada exclusivamente para negócios e produtos sustentáveis: o Instituto Masdar, apoiado pelo famoso Instituto de Tecnologia de Massachusetts. O assunto é tão sensível que levou o filme Avatar, que tem forte apelo ecológico, à estratosfera da bilheteria do cinema mundial. A preocupação com o meio ambiente se fez sentir no Brasil em 2010. A candidata do Partido Verde, Marina Silva, ganhou inéditos e expressivos 19% dos votos, o que levou a eleição para o segundo turno (veja a entrevista exclusiva nesta edição). Mas esse fenômeno não ocorreu somente aqui. Na Colômbia, o candidato verde à presidência, Antanas Mockus, chegou ao segundo turno e não venceu por pouco. A ascensão verde também foi perceptível em países como França, Alemanha, Chile, Austrália e até no Parlamento Europeu.

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deve em maior parte à ação humana, o contrário também não foi. Os céticos à responsabilidade humana afirmam que um possível aumento da irradiação solar, entre outros fatores naturais e inevitáveis, estaria causando o aquecimento global. No entanto, também há descrença sobre isso. Pesquisadores como Mike Lockwood e Claus Froehlich, do Centro Mundial de Radiação, na Suíça, após observarem registros da atividade solar, perceberam que a atividade solar diminuiu de 1985 para cá. Além disso, argumenta-se que as nuvens formadas pelo efeito estufa rebatem parte da irradiação solar. Em meio a toda a discussão, não se nega que as geleiras dos Alpes aos Andes estão se derretendo rapidamente. O aumento médio de um grau na temperatura do planeta nos últimos 150 anos (ou seja, desde a Revolução Industrial) está provocando extremos climáticos. Isso sem falar na destruição das fontes de água, no desflorestamento e na extinção acelerada de espécies. “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo geme, geme e suporta angústias até agora” (Rm 8:22). Se isso era verdade nos tempos do apóstolo Paulo, hoje, estamos quase no limite.

Visão e ação Temos princípios bíblicos para cuidar do meio ambiente. Afinal, estamos falando da casa (em grego, oikos, da qual vem o “eco” de ecologia) que o Criador nos concedeu morar e desfrutar de seus benefícios. A base da ecologia bíblica está em Gênesis 1:28, em que Deus ordenou ao homem “encher”, “subjugar” e “dominar” a Terra e os animais. Embora essas palavras aparentem um sentido antiecológico, elas tratam do contrário – basta prestar atenção ao contexto. A cada passo da criação, Deus viu que tudo era “bom”, e, ao fim, afirmou que tudo era “muito bom” (v. 31). Não faz sentido pensar que o Senhor criou uma natureza belíssima, reflexo de Seu amor, para depois dizer à humanidade: “Vão, meus filhos! Vocês podem poluir à vontade, maltratar os animais, fazer doutorado em sadismo e acabar com tudo de bom que Eu criei. Podem brincar com a vida, criar um circo de horror, se vocês quiserem!” Não! Deus não é um pai irresponsável que entregou seres sensíveis para filhos mimados os destruírem. Logo após

Tenha uma alimentação mais vegetariana e natural que puder

Não compre por comprar

Fontes: site Adventists for The Environment e redação da Conexão JA

Ilustrações: Shutterstock

Compre de empresas social e ambientalmente responsáveis

Se seu projeto requer financiamento, procure empresas. Elas são obrigadas a investir em meio ambiente para compensar danos ao ecossistema. Por isso, abrem editais geralmente no fim do ano.

Ao planejar as programações da igreja, sua construção, ou qualquer outra atividade, pense sustentavelmente, evitando a produção de lixo e usando materiais mais adequados.

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Antes de plantar árvores, consulte profissionais. A espécie pode ser inadequada ao local onde é plantada.

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Fontes: Prof. Djeison Batista e redação da Conexão JA

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Para Sérgio Santelli, não. Pastor adventista em São Paulo e administrador do blog Minuto Profético, ele acredita que está em andamento um “ecomenismo” – tendência de se usar a ecologia para promover ecumenismo. Evidências não faltam: Santelli tem apontado matérias da mídia e de outras fontes que defendem a adoção de um dia na semana para amenizar as emissões de gases estufa e assim reduzir o aquecimento global. Santelli e Michelson Borges (editor na CPB, escritor e administrador do blog Criacionismo) ressaltam que o aquecimento global causado pelo homem ainda carece de confirmação científica. Citam o climategate, episódio ocorrido há pouco mais de um ano, em que foram colocadas em cheque as conclusões do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas. Com isso, foi colocada em dúvida a noção de que o aquecimento global é causado pelo homem. Michelson ainda concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo (7/03/2010), na qual questionou as motivações por trás do climategate. A entrevista pode ser conferida na íntegra em seu blog. Por outro lado, se ainda não foi comprovado que o aquecimento global se

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a criação, Deus ordenou o domínio humano, sim, mas um domínio responsável, que incluía “cultivar e guardar”, jamais fazer a criação sofrer (Gn 2:15). Isso é confirmado ao longo de toda a Bíblia. “Do Senhor é a Terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24:1). Nada é nosso, nem nós mesmos. Tudo pertence a Ele. Estamos aqui para cuidar do planeta, como gerentes ou mordomos, e isso inclui responsabilidade moral: “O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel” (Pv 12:10). Tanto isso é verdade que Deus destruirá “os que destroem a Terra” (Ap 11:18). Duas de nossas crenças fundamentais impactam positivamente o meio ambiente: a observância do sábado e a mensagem de saúde. Ao guardar o sábado, refreamos o consumo, os transportes e paramos para ter mais contato com Deus, se possível, em meio à natureza. No sétimo dia também somos restaurados física, espiritual e emocionalmente, o que é um antídoto contra o consumismo. Assim como a guarda do sábado, a busca por um estilo de vida saudável também envolve o cuidado da natureza. Só a redução ou a eliminação do consumo de carne já é uma grande contribuição contra a poluição e emissão de gases. Segundo Paula Scheidt, do Instituto Carbono Brasil, a produção de um quilo de carne emite mais gases poluentes do que dirigir por três horas. No total, a cadeia produtiva de carne produz mais gases estufa (18%) do que todo o setor de transportes (13,5%).2 Se seu estilo de vida é simples, de consumo consciente, mais orgânico e menos artificial, você já dá uma tremenda contribuição ao meio ambiente.

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Além dessas práticas ecológicas, digamos, involuntárias, os adventistas também têm agido em favor do planeta, especialmente, com iniciativas do setor educacional. Em Novo Hamburgo, RS, a escola adventista recolhe, através dos alunos, material eletrônico sucateado e o encaminha a uma empresa de reciclagem. Na capital maranhense, a educação adventista também fez a diferença, com a plantação de mais de 10 mil mudas de árvores. Em Monte Alegre de Goiás, Solange Santana, 46, adventista pós-graduada em educação ambiental e coordenadora de educação da cidade, desenvolveu uma campanha de conscientização nas salas de aula e com apresentações de músicas adventistas. Em 2009, entre os funcionários da Rede Novo Tempo, foi realizada uma campanha de conscientização dentro do ambiente de trabalho, que se transformou em iniciativa ambiental e prossegue até hoje. “Ficou em evidência a necessidade de uma campanha de preservação tanto do meio ambiente quanto do ambiente interno”, conta Ana Bárbara Stina, do setor de endomarketing. Em 2008, na cidade de Hortolândia, os alunos do Iasp também agiram sob orientação da Fundação SOS Mata Atlântica, plantando 10 mil mudas de árvores para recuperar a mata e as nascentes locais. Iniciativas como essas se multiplicam em escolas, colégios, clubes de desbravadores, igrejas e pela ADRA de todas as regiões do país e em várias partes do mundo. Outro exemplo é o de Emily Ferreira Soares. Com apenas 16 anos, ela desenvolveu, com a ajuda de seu pai, o professor Zilmar, um projeto socioambiental no pequeno povoado de Serra Quebrada, interior do município de Edison Lobão, MA. Após conhecer as necessidades da vila, por meio de pesquisas e entrevistas, ela pôs em ação uma série de iniciativas para o aproveitamento sustentável do buriti, fruto comum na região. Instruiu os moradores sobre processos mais higiênicos e adequados de extração e confecção de artesanatos, passando pela gastronomia e a produção de diversos itens como sabão e protetor solar. O projeto também alcançou as escolas e envolveu outros parceiros. Além disso, ao longo de todo o trabalho, Emily e seu pai distribuíram revistas Quebrando o Silêncio e outros materiais da igreja, aproveitando a oportunidade para testemunhar. O trabalho ganhou reconhecimen-

Ilustrações: Shutterstock

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A questão não é apenas proteger o meio ambiente, mas a nós mesmos

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devem fazer parte da vida da igreja, ocupando seu devido lugar e pelos motivos certos: “Não podemos nos esquecer de que a função primordial da Igreja como organização é a pregação do evangelho eterno. A Igreja deve tomar uma posição em favor da sustentabilidade, não meramente por uma questão de ética e de imagem, mas pelo entendimento consciente de que essa é uma postura moralmente adequada.” Nossa fé, ou mesmo a crença na volta de Jesus não deve ser uma desculpa para se negligenciar o cuidado com o meio ambiente. Além de se tratar de respeito para com Deus e Sua criação, também tem relação com o respeito ao próximo. Completa o professor Djeison: “Como cristãos, sabemos que esse mundo ainda vai piorar muito até que Jesus Cristo retorne. Mas cabe a nós dar testemunho de um cristianismo prático e fazer de nosso lar, quintal, vizinhança e bairro

Nossa fé, ou mesmo a crença na volta de Jesus não deve ser uma desculpa para se negligenciar o cuidado com o meio ambiente um pedacinho do Céu aqui na Terra. E, por que não, um pedacinho mais sustentável?” Regina Novaes. Os jovens “sem religião”: ventos secularizantes, “espírito de época” e novos sincretismos. Notas preliminares. Estudos avançados. v.18 n.52. São Paulo. Setembro/ dezembro 2004. Disponível em http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0103-40142004000300020 2 DN Ciência. Disponível em: http://dn.sapo. pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_ id=1262025&seccao=Biosfera 3 Revista Adventista. Casa Publicadora Brasileira. Abril 2010. p. 6. 1

Diogo Cavalcanti

Editor associado

Reportagem: Ana Bárbara Stina, Anita Leite, Caroline Ferraz Carnieto, Charlise Alves e Tatiane Lopes

Sara Campos/ Foto Shutterstock

to dentro e fora do Brasil, conquistando diversos prêmios (entre eles, da USP), e credenciamento para apresentação em eventos internacionais no México e nos Estados Unidos. Segundo o professor do Unasp, Caetano Consolo, mestre em Educação Ambiental e autor do livro O Meio Ambiente Numa Perspectiva Bíblica, “o argumento mais forte [para cuidar do ambiente], entre muitos, é o fato de poder demonstrar meu amor ao próximo. Se amo meu irmão, não tenho o direito de destruir o ambiente em que ele vive”.3 Para Djeison Batista, professor do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Espírito Santo, “atualmente, todas as entidades que não estiverem pensando suas atividades de forma sustentável correm o risco de ter sua imagem prejudicada. Com a Igreja Adventista do Sétimo Dia não é diferente”. Para ele, que é adventista, jovem e ativo, ações mais sustentáveis

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Quer ter uma fé viva e

intensa comunhão

com Deus?

Ilustrações: Shutterstock

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projeto sonhando

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odo ano, em mais de uma emissora de TV, uma velha fórmula adquire novos formatos: os reality shows. Apesar das variações, a tática para conquistar audiências em geral é a mesma: a exposição do cotidiano fabricado e da intimidade maquiada de anônimos ou celebridades. O que eles querem? Alcançar ou reinventar a própria fama através de atitudes polêmicas e da exposição do corpo. Querem a superexposição para realizar seus sonhos, resolver seus problemas, conquistar um prêmio ou simplesmente curtir a vida. Os primeiros reality shows surgiram nos Estados Unidos, na década de 1970. O programa sempre foi alvo de merchandising lucrativo. As propagandas de cigarro, proibidas, por exemplo, migram e são adaptadas para os reality shows. Nada melhor do que colocar alguém atraente fumando de maneira casual um cigarro que parece quase inofensivo. Tudo é calculado, todo 14

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desejo é sondado, o alvo é o lucro. No Brasil, a exposição de confinados em arenas televisivas completou uma década com a conquista de milhões de telespectadores. Além dos objetivos de cada participante, todos estão em busca de alguém: você, o telespectador. O que você procura? A caixa de vidro revela a vida de seus participantes, prometendo autenticidade em tempo real. Um show de verdades humanas que envolve amizade, pactos, intrigas, beleza, erros, desejo, consumo e paixão. Um pacote atrativo demais para não ser espiado. Para quem tem sede de entretenimento, quer uma saída para qualquer lugar, algo que o transporte do seu dia a dia comum e lhe cubra de novas sensações: espie. O rock brasileiro, na voz dos Titãs, uma década antes dos reality shows, já dizia: “A gente não quer só comida/ A gente quer a vida/ Como a vida quer...”

Foto: Shutterstock

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Os reality shows e você, o telespectador

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amigos brindou a vida eterna. Aceitem e compartilhem o cálice da vida: “Em seguida tomou o cálice, deu graças, ofereceu-o aos discípulos, e todos beberam. Isto é o Meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos” (Mc 14:23, 24). Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?

Quer emoções reais e experiência de vida?

Quer ter recursos

Henrianne Barbosa e Hetelc Barbosa

Jornalista, doutora em Comunicação Social e pós-doutoranda em Ciência, Tecnologia e Sociedade na UFSCar; artista plástica.

Sara Campos/ Foto William de Moraes

Ilustração: Shutterstock

Há sede demais nesses tempos de vazios gritantes. Sede de amor, do alívio daquilo que dói, sede do que é inteiro, fome de ser reconhecido e de se reconhecer. Os reality shows não prometem e nem podem saciar sua sede, sua fome de vida. Mas eles tentam e conseguem despertar desejos. Oferecem a caixa de vidro, mas você não pode entrar ali. Não há troca, o telespectador é apenas um recipiente das ideias e desejos do outro. E aquele que contempla se transforma. Você não altera o destino de ninguém, mas eles alteram o seu. O mercado sabe desse gênero, por isso coloca seus produtos nas casas mais espiadas do país. O shopping virtual da tela não pode satisfazer seus anseios, mas pode torná-lo um comprador da sede do outro, da fome alheia. Então, o que fazer com a sede por uma vida mais intensa e autêntica? O que fazer para superar o anonimato e vivenciar o incrível? “Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida” (Ap 22:17, NVI). Experimente a água que Jesus oferece. Escute Ele dizer: “Tomem; isto é o Meu corpo” (Mc 14:22, NVI). O pão da vida que sacia a fome. Olhem e apreciem a cena mais linda da história, quando um grupo de

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para pagar a

faculdade?

Participe do

projeto

Foto: Shutterstock

Sonhando

O

projeto Sonhando Alto é realizado em toda a América do Sul e oferece preparo, suporte e motivação para quem deseja cursar uma faculdade com os ganhos da colportagem – venda de livros e revistas com uma mensagem especial. Só no Brasil, mais de 1.500 jovens participam

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do projeto a cada ano. O projeto Sonhando Alto possibilita a você estudar em uma das 11 instituições adventistas sul-americanas de ensino superior. Mais do que uma oportunidade, é uma solução real. Procure o pastor da sua igreja ou acesse

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www.portaladventista.org/publicacoes

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A cura

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Além disso, eu estava com um aneurisma próximo do fígado que poderia me levar à morte a qualquer momento. Seria necessária uma cirurgia. O pastor Eduardo Bomfim disse que todos no Iacs iriam orar. Fui para o centro cirúrgico com os olhos cheios de lágrimas, mas crendo que Deus estaria comigo mais uma vez. A cirurgia durou algumas horas, e fui levado novamente para o quarto. No dia seguinte, os médicos disseram que havia acontecido algo inexplicável: o abscesso e o aneurisma haviam desaparecido sem a cirurgia. Vários outros médicos, inclusive amigos, verificaram que não havia ocorrido nenhum erro médico. O médico do hospital disse: “Houve um milagre ontem à noite no centro cirúrgico.” Em uma tarde, o técnico de enfermagem foi ao meu quarto e perguntou se eu precisava de alguma coisa, por ter apertado a campainha. Eu disse que não tinha feito isso. Quando ele foi desligar a campainha no painel, atrás da minha cabeça, percebeu que o soro que estava sendo injetado no meu pescoço estava saindo com sangue, que vinha direto do meu coração. Se ele não tivesse visto em tempo, isso poderia causar muitos problemas. Naquele momento, ele disse que sabia quem havia apertado a campainha: o mesmo que tinha me livrado da infecção generalizada, Aquele que havia me operado antes dos médicos. Deus já realizou esses e outros milagres em minha vida. Talvez agora não seja possível percebermos todos os milagres que Deus faz por nós, mas um dia Ele dirá, pessoalmente, tudo que fez por mim e por você. Então, veremos quantos milagres Ele fez por nós. Alex Landim

Graduado em Administração de Empresas, mestre e doutorando em Ciências da Educação, é diretor de Marketing do Instituto Adventista Paranaens e. alex.landim@iap.org.br

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u sempre ouvia: “Nada é por acaso, Deus tem um plano muito especial para você.” Mas, para mim, isso não passava de uma simples frase, até o dia em que descobri que tinha hipertireoidismo. Os médicos da Santa Casa de Porto Alegre me examinaram e disseram que eu deveria ser internado, para que fossem realizados outros exames. No dia 15 de agosto de 2000, às 21h30, enquanto tentava dormir no quarto do hospital, percebi que alguém balançava meu pé e apertava bem forte minha mão. Pensei que alguém havia entrado para ver meus sinais vitais. Acendi a luz e tive uma grande surpresa: não havia ninguém no quarto. Entendi que Jesus estava naquele lugar, e comecei a falar com Ele. Na manhã seguinte, recebi a ligação do pastor Eduardo Bomfim, da Igreja Adventista do Iacs, em Taquara, RS. Contei o que tinha ocorrido. Ele disse que havia muitas pessoas orando por mim e que Jesus havia me visitado pessoalmente! Naquele dia, no quarto do hospital, pedi que alguns amigos pegassem uma coberta para mim, pois estava sentindo muito frio. Chamaram a enfermeira e ela verificou que eu estava com febre. Quando a temperatura chegou a 42 graus, entrei em coma. Fui para a UTI, onde constataram que eu havia adquirido uma infecção generalizada. Quando minha esposa foi me visitar, sem que percebessem, ouvi o médico lhe dizer que, em poucas horas, eu morreria. Foi um dos piores momentos que já tive: saber que eu teria somente mais algumas horas de vida. Pedi a Deus que me deixasse ficar um pouco mais com a minha família. Meus dois filhos ainda eram pequenos e precisavam de mim. Ouvi Jesus dizer nitidamente: “Fique tranquilo, Eu estou com você. Seus filhos ainda terão você com eles.” Dias depois, os médicos apresentaram os resultados de outros exames: foi constatado um abscesso no meu baço.

Fotos: Jupiterimages e cedida pelo autor

Diante das limitações dos médicos, Deus pôde entrar em ação


TRÊS EM UM Mais do que filosofia, entender a natureza intrigante de Deus é viver o princípio que governa o Universo: o amor

Shutterstock

Fotos: Jupiterimages e cedida pelo autor

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e acordo com o psiquiatra norte-americano Edward Hallowell, as experiências mais marcantes na vida de uma pessoa são a realização pessoal e os relacionamentos. Porém, ele observa que nossa sociedade se preocupa cada vez mais com as realizações, e menos com as relações interpessoais profundas e verdadeiras. Apesar de entrarmos em contato com centenas e até milhares de pessoas durante o dia, muitos já se esqueceram do que significa a essência de um relacionamento. Quem criou os relacionamentos pessoais foi o próprio Deus. Por isso, Deus não é uma Pessoa solitária. Ele é apresentado na Bíblia como três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (veja o quadro). Porém, essas Pessoas vivem em relacionamento tão íntimo que são apenas um Deus (Dt 6:4), assim como um homem e uma mulher formam “uma só carne” no casamento (Gn 2:24). Dizer que existe somente um Deus significa que somente o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm a natureza divina. O restante dos seres compartilha de outras naturezas: humana, animal, angélica (dos anjos), e assim por diante.

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maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor” (1Co 13:4, 5, NVI). É fácil entender como Jesus praticou e continua a praticar esse amor altruísta. Ele veio à Terra para executar a vontade do Pai e glorificá-Lo, e não chamar atenção para Si mesmo (Mt 26:39, 42; Jo 6:38). Não apenas na Terra, mas no Céu, a alegria de Cristo é servir a Deus, o Pai (1Co 15:24, 28). Quando percebem esses fatos, algumas pessoas concluem que Cristo é menos Deus que o Pai. Porém, elas se esquecem de um fato essencial: no reino de Deus, governado pela lei do amor, o maior é o mais humilde e o servo de todos (Mt 20:25-28). Em Sua natureza ou essência, Cristo é plenamente Deus e igual

bRincaR de quebRa-cabeça

Ao contrário do que muitos gostariam, a Bíblia não está organizada por temas. Logo, para se entender o que ela diz sobre algo é preciso estudar as referências sobre o assunto, juntando as peças do quebra-cabeça.

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jesus é deus • É chamado de Deus (Is 9:6; Jo 1:1; 20:28; Rm 9:5; Tt 2:13; Hb 1:8-12) • Possui todas as qualidades divinas (Jo 5:21-23; 8:58; Cl 1:15-17; 2:9; Hb 1:3) o espírito santo é um ser pessoal • Na Bíblia, os seres espirituais (invisíveis aos humanos) são chamados de “espíritos”: Deus, o Pai (Jo 4:24); Cristo (1Co 15:45); o Espírito Santo; os anjos (Hb 1:14); e os demônios (Lc 9:42; At 16:16; 1Tm 4:1) • Ele possui qualidades pessoais: inteligência (Jo 14:26; At 1:16), emoções (Ef 4:30) e vontade (At 15:28; Rm 8:27; 1Co 12:11) • Ele realiza ações pessoais: fala (At 8:29; 10:19; 13:2; Hb 9:8), guia (Mt 4:1; At 10:19, 20), testemunha (Jo 15:26; At 5:32) e ensina (Lc 12:12) • É possível mentir ao Espírito Santo (At 5:3, 4) e pecar contra Ele (Mt 12:31, 32) Pai, Filho e espírito santo: três pessoas distintas • O Espírito Santo é distinguido de Deus, o Pai (Rm 8:26, 27; 1Co 6:19) • O Espírito Santo é distinguido de Cristo (Mt 1:18; 12:31, 32; Jo 16:7, 13, 14) • Pai Filho e Espírito Santo: três pessoas distintas (Mt 28:19; Lc 3:21, 22; Jo 14:16, 17, 26; 15:26; 1Co 12:4-6; 2Co 13:13; Ef 4:4-6; 1Pe 1:2; Ap 1:4, 5)

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ao Pai (veja o quadro). Mas, em Seu papel ou função, Jesus é subordinado ao Pai. Lúcifer, que era apenas uma criatura, desejou ser igual a Deus (Is 14:13, 14; Ez 28:17). Cristo, que era – e é – plenamente Deus, Se humilhou a ponto de sofrer a condenação do pecador (Fp 2:8; Gl 3:13). Por isso, Ele é o exemplo perfeito de amor altruísta e humilde (Jo 13:13-16; Fp 2:5-8).

O altruísmo de Deus, o Pai É óbvio que Jesus foi – e continua a ser – amável e altruísta. Mas o que dizer de Deus, o Pai? Jesus veio ao mundo revelar como é o Pai (Jo 14:8, 9; Hb 1:1, 2) e mostrar que ambos são um em natureza e caráter (Jo 10:30). Portanto, o caráter revelado por Jesus é o mesmo que o Pai possui. Ellen White fornece interessantes insights sobre o caráter de Deus na história da batalha entre o bem e o mal. No início do grande conflito, Lúcifer “acusou a Deus de procurar simplesmente a exaltação de Si mesmo, exigindo submissão e obediência de Suas criaturas, e declarou que, enquanto o Criador pedia abnegação de todos os outros, Ele próprio não a praticava e não fazia sacrifício algum. Viu-se então [na cruz] que para a salvação de uma raça caída e pecadora, o Governador do Universo [Deus, o Pai] fizera o máximo sacrifício que o amor poderia efetuar; pois ‘Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo’ (2Co 5:19)”.1 Em outro texto, ela afirma: “Olhando para Jesus, vemos

Imagens: Shutterstock e Photoxpress

Quando pensamos nessa união misteriosa que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, pode surgir a pergunta: Como Eles Se relacionam? Que tipo de conexão pessoal existe entre Eles? Provavelmente, o fato mais importante sobre Deus – e, portanto, o mais importante do Universo – é que “Deus é amor” (1Jo 4:8, 16). Então, o relacionamento entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo deve ser baseado nesse princípio. Hoje, a palavra “amor” é usada para quase tudo: desde o gosto que alguém tem pelo animal de estimação até a sublime afeição pelo cônjuge. Mas a Bíblia tem uma definição bastante clara sobre o amor: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não

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voz PRoFÉtica

Imagens: Shutterstock e Photoxpress

Alguns textos de Ellen G. White sobre a Trindade: • O Pai, o Filho e o Espírito Santo são “os três grandes poderes do Céu”, “os três maiores poderes do Universo” e “os três poderes da Divindade”.8 • “Há três pessoas vivas pertencentes ao trio celeste; em nome destes três grandes poderes – o Pai, o Filho e o Espírito Santo –, os que recebem a Cristo por fé viva são batizados.”9 • O Espírito Santo é “a terceira pessoa da Divindade”.10

importante é servida pelas demais. Mas, quando entendemos o amor de Deus conforme demonstrado por Cristo, percebemos que o maior é aquele que está disposto a realizar o maior sacrifício.

E o Espírito Santo? A Bíblia fala muito mais sobre Deus, o Pai, e sobre Jesus do que sobre o Espírito Santo. Será que isso diminui o Espírito Santo ou mostra que Ele não é Deus? Ao contrário: essa é uma das maiores provas de que Ele é realmente uma Pessoa da Trindade. Foi o Espírito Santo quem guiou os profetas ao escreverem a Bíblia (2Pe 1:21). Portanto, seria de se esperar que Ele falasse muito sobre o Pai e sobre Cristo, mas pouco sobre Si mesmo. O Espírito Santo também demonstra amor altruísta no plano da salvação. O amor é exatamente “o fruto do Espírito” (Gl 5:22). O Espírito Santo é enviado pelo Pai e pelo filho para realizar a salvação dos seres humanos (Jo 15:26; 16:7). A missão do Espírito Santo não é “falar de Si mesmo”, mas glorificar ao Pai e ao Filho e realizar a vontade dEles (Jo 14:26; 15:26; 16:7-9, 13-15). Ellen White escreve: “O Salvador veio glorificar o Pai pela demonstração de Seu amor; assim o Espírito havia de glorificar a Cristo, revelando ao mundo a Sua graça.”4 O teólogo José Carlos Ramos explica que o Espírito Santo “permanece um tanto imperceptível, à parte, despretensioso, operando sem autoprojeção, não Se impondo, não falando ‘de Si mesmo’ (Jo 16:13). E no próprio ato do desprendimento, Ele cumpre a divina obra que O faz conhecido. É parte de Sua glória exaltar e glorificar o Filho e, através do

Filho, o Pai, fazendo com que a revelação de ambos se efetive na consciência humana. Que exemplo de abnegação!”5 O relacionamento entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo mostra que a essência da vida não é adquirir, receber ou conquistar, mas servir, amar e se relacionar. Cada uma das Pessoas da Trindade exerce altruísmo e serviço em relação às outras duas Pessoas e em relação ao Universo. Como diz Ellen White: “A Divindade Se moveu de compaixão pela humanidade, e o Pai, o Filho e o Espírito Santo entregaram-Se a Si mesmos ao estabelecerem o plano da redenção.”6 Em vez de ser uma doutrina árida ou irrelevante, a Trindade nos ensina a lição mais importante que existe: amor e altruísmo não diminuem uma pessoa, mas revelam sua verdadeira grandeza. Notas 1 Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 502. 2 Idem, O Desejado de Todas as Nações, p. 21. 3 Ibid., p. 19, 20. 4 Ibid., p. 671. 5 José Carlos Ramos, “Uma Pessoa maravilhosa chamada Espírito Santo”, Revista Adventista, agosto de 2001, p. 8. 6 Ellen G. White, Conselhos sobre Saúde, p. 222. 7 Veja mais em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: CPB, 2011), capítulo “Doutrina de Deus”; e Norman R. Gulley, Systematic Theology: Doctrine of God (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2011). 8 Evangelismo, p. 613-617. 9 Special Testimonies, Série B, nº 7, p. 62, 63 (publicado em 1906); Bible Training School, 1° de março de 1906. 10 Carta 8, 1896; Special Testimonies, Série A, nº 10, p. 37 (publicado em 1897); Special Testimonies for Ministers and Workers, n° 10, p. 25 (publicado em 1897); O Desejado de Todas as Nações, p. 671 (publicado em 1898); Signs of the Times, 1° de dezembro de 1898; Review and Herald, 19 de maio de 1904; Southern Watchman, 28 de novembro de 1905; [Australian] Signs of the Times, 4 de dezembro de 1911. Veja algumas dessas citações em Ellen G. White, Evangelismo, p. 613-617.

Matheus Cardoso

Editor associado

PaRa sabeR +

Confira o livro A Trindade. A obra apresenta o que a Bíblia diz sobre o assunto e esclarece dúvidas. Também mostra como os cristãos em geral e os adventistas têm compreendido o tema ao longo da história.

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Faça o download de palestras sobre esse tema no blog www.criacionismo.com.br jan-mar 2011

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que a glória de nosso Deus é dar. ‘Nada faço por Mim mesmo’ (Jo 8:28), disse Cristo; ‘o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai’ (Jo 6:57). ‘Eu não busco a Minha glória’ (Jo 8:50), mas ‘a dAquele que Me enviou’ (Jo 7:18). Manifesta-se nessas palavras o grande princípio que é a lei da vida para o Universo. Todas as coisas Cristo recebeu de Deus, mas as recebeu para dar. Assim nas cortes celestes, em Seu ministério por todos os seres criados: através do amado Filho, flui para todos a vida do Pai; por meio do Filho ela volve em louvor e jubiloso serviço, uma onda de amor, à grande Fonte de tudo. E assim, através de Cristo, completa-se o circuito da beneficência, representando o caráter do grande Doador, a lei da vida.”2 Na eternidade, os “seres remidos e os não caídos encontrarão na cruz de Cristo sua ciência e seu cântico. Será visto que a glória que resplandece na face de Jesus Cristo é a glória do abnegado amor. À luz do Calvário se patenteará que a lei do amor que renuncia é a lei da vida para a Terra e o Céu; que o amor que ‘não busca os seus interesses’ (1Co 13:5) tem sua fonte no coração de Deus; e que no manso e humilde Jesus se manifesta o caráter dAquele que habita na luz inacessível ao homem”.3 Alguns podem ter dificuldade de entender como Cristo pode ser plenamente Deus apesar de Sua humildade e submissão. Essa dificuldade existe porque neste mundo de pecado a pessoa mais

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que sua família havia descartado. – Ah, de tudo um pouco – ele respondeu apontando para a carroça cheia de quinquilharia. – Papel, alumínio e coisas que dá para reciclar. E às vezes acho até comida que as pessoas não querem mais – o homem levantou a mão, mostrou a fruta e deu um sorriso sem muitos dentes – Essa aqui deve ter algum pedaço que dê para se comer. Poliana tentou retribuir o sorriso, mas não conseguiu. Entrou para casa correndo e, lá de dentro, pela fresta da janela, viu o homem sair empurrando com muito esforço seu carrinho. – Descobriu quem é o fanfarrão da lixeira? – Perguntou-lhe a mãe. – Sim. É um velho que recolhe lixo reciclável para vender. Não tive coragem de reclamar com ele, pois me pareceu tão cansado, tão sofrido. – E se nós separássemos nosso lixo? – sugeriu a mãe. – Isto facilitaria a vida dele. E acho que nós não teríamos a lixeira revirada – concordou a garota. Poliana tinha algumas economias para comprar um celular novo. Foi dolorido gastar aquele dinheiro num kit de lixeiras seletivas, daquelas coloridas com as inscrições “vidro”, “orgânico”, “metal”, “papel” e “plástico”. Mas o resultado veio rápido. Na semana seguinte, o catador de lixo não bagunçou nada e Poliana aproveitou para espalhar a ideia por seu bairro. Com o tempo, a jovem descobriu que o nome do homem era Francisco e decidiu fazer mais: separava roupas e comida para ele, pois Poliana sabia que, por trás de cada questão ecológica há um desafio social; por trás de cada ação ecológica, há uma finalidade, que é a de melhorar a vida de pessoas. Poliana não pôde alcançar o mundo, mas pôde ajudar alguém que estava ao seu alcance: um velho catador, chamado Francisco.

A lixeira

Denis Cruz

Escritor e autor do livro Além da Magia (CPB) deniscruz@deniscruz.com.br

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oliana colocou os punhos fechados na cintura. – Que absurdo! – disse indignada, olhando novamente para o lixo espalhado na calçada da frente de sua casa. Alguém havia mexido e remexido ali, espalhando sacolas e sobras de comida pelo chão. – Que tipo de pessoa faz isto? – perguntou para si, fazendo careta e recolhendo uma das sacolas, da qual escorria um líquido viscoso e azedo. Nem quis pensar no que havia ali dentro. Depois de muita cara feia e vários acessos de náusea, Poliana recolheu toda a sujeira, prometendo que iria descobrir quem era o responsável por bagunçar seu lixo, pois pelo menos uma vez por semana algum engraçadinho resolvia revirar as lixeiras da vizinhança. Poliana fez plantão. Deixava a janela da frente da casa aberta e espiava por ela a cada momento. Começou até a ler um livro, sentada num cantinho escondido, de onde via a calçada. Os esforços deram resultado. Era sexta-feira e Poliana tinha acabado de acordar. Escovou os dentes, comeu uma fatia de pão com a mãe e quando foi fazer sua vigília, advinha quem ela flagrou? A garota correu para o portão, mas antes de despejar todos os impropérios que havia planejado, observou atentamente: um homem de roupas sujas retirava sacolas de sua lixeira, abrindo algumas, separando outras. Ao lado dele estavam latinhas, papelão e outros materiais recicláveis. Estacionada rente ao meio fio, havia uma carroça que era puxada pelo próprio homem, abarrotada de objetos descartados por toda aquela vizinhança. – Bo... bom dia, senhor – Poliana conseguiu falar. – Bom dia, mocinha! – disse o homem com um sorriso que marcou cada uma de suas profundas e encardidas rugas. Eram marcas não só da idade, mas da vida sofrida, curtida pelo sol de todos os dias de sua dura existência – Por favor, me perdoe por revirar sua lixeira, mas se eu for muito cuidadoso não consigo recolher material que dê um bom dinheiro. – Está tudo bem – disse a jovem, tentando disfarçar – E o que o senhor recolhe? – ela perguntou, não deixando de observar que nas mãos calejadas do homem havia uma maçã podre

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P


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uem disse que o único roteiro turístico do Mato Grosso é o Pantanal? Em viagem a trabalho para Cuiabá, a capital mato-grossense, decidi explorar por minha própria conta, risco e money algumas das outras atrações das redondezas num raio de distância inferior a 150 quilômetros. Dessa vez, como companheiros de aventura, contei com dois amigos da empresa em que trabalho, o Wellington e o Daniel, que também curtiram a ideia de dar uma “esticadinha”.

Fotos: Shutterstock e Fernando Torres (paisagem)

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Não é preciso enfrentar onça e jacaré para se divertir no Mato Grosso. A Conexão JA dá a dica de roteiros de aventura pertinhos de Cuiabá

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Embora esteja bem longe do mar, a galera de Cuiabá costuma pegar praia aos fins de semana. A prainha artificial do Lago do Manso, a 86 quilômetros da capital, é formada pela água da usina hidrelétrica local e pertence à cidade de Chapada dos Guimarães. Com vista para o Morro do Chapéu, é possível praticar vários esportes náuticos, como caiaque, esqui e windsurf.

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No dia seguinte, de volta à Cuiabá, acordamos bem cedo. Dessa vez, o destino era a Chapada dos Guimarães, a 64 quilômetros ao leste. A diversão já começa no caminho. No meio da BR-251, está o Córrego da Salgadeira, onde os antigos bandeirantes paragruta vam para temperar a carne. Hoje, é uma espécie de balneário de cachoeiras, ótimo para se refrescar do intenso calor do Mato Grosso – aliás, bota calor nisso! Pouco adiante, o mirante Portão do Inferno tem uma vista incrível das esculturas rochosas da Chapada, que levam o nome de Cidade de Pedra. Sem falar nas araras, que constroem seus ninhos nas pedras do penhasco. Tudo isso é muito bonito, mas o que mais me chamou a atenção foi o Mirante do Centro Geodésico. Explico: a Chapada dos Guimarães está encravada no centro do continente sul-americano, entre os oceanos Atlântico e Pacífico. E o mirante à beira do precipício é a marca ideal para se sentir bem no meio da América. Lá de cima, a impressão que se tem é de que o mar de montanhas e planícies nunca acaba. Ao mesmo tempo em que vi tudo “do alto”, senti que sou minúsculo. A sensação é de paz, muita paz. Quer melhor lugar para se perder nos próprios pensamentos?

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Na Chapada dos Guimarães, almoce no restaurante panorâmico Morro dos Ventos. O lugar fica numa espécie de condomínio afastado da cidade e o mirante proporciona uma vista particular dos paredões de pedra.

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mergulho

À tarde, nosso programa em Nobres incluiu visita à Gruta da Lagoa Azul – não confunda com a Gruta do Lago Azul, em Bonito. A incursão à caverna é feita por uma trilha bem mais fácil de 1.500 metros, passando por estalactites e estalagmites de rochas calcárias. O lago, que já pode ser visto na metade do percurso, exibe um tom de azul intenso. Mas é apenas ilusão de ótica. O efeito blue se deve, novamente, aos minerais calcário e magnésio e à própria luz solar. Porém, essa informação não diminui em nada o impacto e a sensação de reverência que a gruta proporciona.

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Como primeiro destino, escolhemos o vilarejo de Nobres, a 140 quilômetros a noroeste de Cuiabá, metade deles em estrada de terra. Depois de sacolejar por duas horas e meia numa van, finalmente chegamos a uma pousada às margens do Rio Salobra, na Vila Bom Jardim. A flutuação – também chamada de snorkeling – é uma atividade praticamente exclusiva daquelas bandas: no Brasil, além de Nobres, esse mergulho superficial só pode ser feito em Bonito, MS. O que faz os rios dali tão extraordinários? A combinação de calcário e magnésio, minerais que garantem águas 100% cristalinas. Não é por acaso que a região é chamada de Reino Encantado da Lagoa Azul. Rapidamente, nos equipamos com máscara de mergulho, snorkel (tubo de respiração), coletes salva-vidas e caminhamos até a nascente. Dali, é possível ver alguns legítimos exemplares da fauna do cerrado, a exemplo do macaco-prego e da cutia. Mas é entrando no leito do rio que a diversão realmente começa. Ao mergulhar, a sensação é de estar num mundo à parte. A ressurgência do lençol freático provoca borbulhas na água, um espetáculo visual à parte. Peixes como pintado, dourado, tucunaré, lambari e pacu nos cercam e dão as boas-vindas, assumindo que, por alguns minutos, também fazemos parte do habitat fluvial. Agora, era só relaxar e seguir a leve correnteza, flutuando, flutuando, flutuando...


No último dia de viagem, a rota foi Jaciara, 150 quilômetros a sudeste de Cuiabá. Espécie de balneário, a pequena cidade concentra águas termais, rios e cachoeiras. Mas, a aventura de hoje é o rafting no Rio Tenente Amaral. À primeira vista, enfrentar altas corredeiras parece emoção demais para quem é urbano até o último fio de cabelo. Bobagem! O rafting não é exatamente um passeio light, mas também não chega a ser tão radical. São 2.500 metros de descida em três botes infláveis, sendo que cada um abriga sete pessoas e o guia. Nesse trajeto, há corredeiras do nível 1 ao 4. Portanto, esqueça a véu da noiva possibilidade de sair seco de lá, principalmente porque os instrutores estimulam que os barcos entrem em “guerrinha” de água entre si. Dá pra imaginar a cena, né?! A trip aquática começa na Cachoeira da Fumaça, mas é na queda-d’água Salto do Bambu, que o coração quase sai pela boca. O lance é que a gente não pode parar de remar. Tá pensando que é brincandeira? Três mil duzentas e trinta e sete remadas depois, chegamos ao Balneário Cachoeira da Fumaça, um espaço para camping, que conta com cachoeiras, aves nativas e piscinas. Problema à vista: não dava para curtir muito tempo esse paraíso, pois já era hora de pegar a estrada de volta para Cuiabá e, então, o voo de volta para casa. Mas, sem dúvida, valeu a pena. Para uma “esticadinha” básica, a gente aproveitou até o limite. Fernando Torres

Esqueça a ideia de se aventurar pelas bandas do Mato Grosso sem um guia credenciado. Reservas antecipadas são imprescindíveis, mas vale a pena ligar para várias agências e pechinchar bastante. Confira a média dos gastos de cada passeio por pessoa: Flutuação + Gruta do Lago + traslado (Cuiabá – Nobres – Cuiabá) + almoço = 200 reais (inclui equipamento de mergulho)

Córrego da Salgadeira + Portão do Inferno + Mirante do Centro Geodésico + Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (Véu da Noiva + Circuito das Cachoeiras) + traslado (Cuiabá – Chapada – Cuiabá) = 100 reais. As atrações fora do Parque Nacional não são pagas e não precisam de guia, mas, para quem é de fora, o pacote completo vale a pena. Caminhada Morro São Jerônimo + traslado (Cuiabá – Chapada – Cuiabá) = 150 reais. Almoço no restaurante Morro dos Ventos = 70 reais por prato (serve três pessoas).

Rafting no Rio Tenente Amaral + traslado (Cuiabá – Jaciara – Cuiabá) + almoço = 120 reais. * Preços referentes ao transporte com veículo da agência e/ou do guia. Dependendo do número de pessoas, pode ser mais vantajoso alugar um carro.

Jornalista

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Fotos: Secretaria de Turismo do Estado do Mato Grosso

Fotos: Secretaria de Turismo do Estado do Mato Grosso

Enfim, chegamos ao Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. A cerca de 500 metros da portaria, está a principal atração: a cachoeira Véu da Noiva, de 86 metros de altura. Infelizmente, fomos avisados de que, devido a um acidente em abril de 2008, a trilha até o poço está temporariamente vetada. Mas há o prêmio de consolação. O Circuito das Cachoeiras, ainda dentro do parque, oferece uma sequência de sete quedas-d’água. Anote aí: as melhores são a primeira, a Cachoeira do Pulo; a quinta, a Cachoeira da Prainha (cercada de areia branca); e a sétima, a Cachoeira das Andorinhas (com 18 metros de altura). O percurso completo de ida e volta é de 6 quilômetros, mas a caminhada não oferece grandes desafios. Com um pouco mais de fôlego, estendemos as andanças até a Casa de Pedra, gruta de arenito com inscrições rupestres formada pela ação do Rio Sete de Setembro. Dizem que, nos anos 1920, a caverna abrigou os guerrilheiros da Coluna Prestes. O ponto mais alto do parque é o Morro de São Jerônimo, a 800 metros de altitude. Para chegar lá, é preciso ter ânimo. Com cerca de 20 quilômetros (ida e volta), a caminhada completa leva entre cinco a seis horas. Sem falar na escalada, propriamente dita. O trajeto inclui transposição de rio e vizualização de esculturas de pedras bem características da Chapada, como o Chapéu, o Cogumelo, a Tartaruga, o Jacaré e o Altar. Porém, tudo isso ficou apenas na vontade. O trekking até o Morro de São Jerônimo está provisoriamente suspenso, para fins de manutenção. Pena! Demos azar.

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O dom de línguas que se aprende na escola

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Domine outro idioma e conquiste o mercado

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Mais importante do que a escola de idiomas é o nível de aprendizado do aluno. Não adianta passar quatro anos estudando, receber o diploma e não falar fluentemente. Antes de se matricular, converse com quem já estudou lá e peça informações;

2

Por isso, as empresas exigem que, no currículo, seja colocado seu grau de domínio da língua. Exemplo: inglês (leitura e escrita: avançadas; fala: fluente);

3 4

Jamais minta no currículo, pois, na entrevista de emprego, seu conhecimento em língua estrangeira será posto à prova;

Ir ao Paraguai comprar muamba não é experiência internacional. Coloque no currículo somente as viagens ao exterior que contribuíram de alguma forma para sua carreira e explique o porquê.

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Na entrevista, será avaliado seu grau de compreensão e expressão do idioma. Fale com calma e deixe claro, desde o início, seu nível de conhecimento.

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Em alguns casos, é melhor investir num intercâmbio do que numa pós-graduação.

O convívio com a língua precisa ser diário. Se possível, tenha uma Bíblia e também a Lição da Escola Sabatina em inglês. Ouça músicas e assista a filmes no idioma estrangeiro. E não se esqueça de orar para que Deus, conhecedor de todas as línguas, o ajude nessa tarefa. Cristiano Stefenoni Jornalista, consultor de carreiras e autor do livro Profissional de Sucesso (CPB) c.stefenoni@hotmail.com

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do mundo: Brasil, Coreia, China, Índia, Alemanha, Tailândia, Grécia, França, Itália, entre outros. Vários alunos, porém um único objetivo: dominar outro idioma para fazer parte dos “profissionais sem fronteiras”. Se você também não quer ficar para trás, aqui estão algumas dicas:

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amos fazer um teste. Suponhamos que você seja um estudante, sem experiência de mercado, mas que precisa de um estágio. Só há uma vaga e quatro candidatos. Então, o avaliador pergunta: Quem sabe falar inglês? Qual seria sua resposta? Fiz esse exercício durante uma palestra com alunos do Colégio Adventista de Vitória e, dos quatro entrevistados, apenas uma adolescente respondeu afirmativamente. Assim, continuei a conversa com ela em inglês. Numa situação real, ela teria sido contratada. Compreende? É fundamental dominar outro idioma, principalmente para quem está em início de carreira. Prova disso é uma pesquisa feita pela Manager Assessoria em Recursos Humanos. Ela revelou que 89,37% das vagas oferecidas pelas empresas exigiam o domínio do inglês. Depois vinham o espanhol, o mandarim, o alemão, o japonês e o francês. E não é só isso. Saber outro idioma ajuda a ganhar mais. Para se ter uma ideia, um estudo feito pela Catho Online mostra que quem fala inglês fluente chega a ganhar até R$ 5 mil a mais em relação a profissionais de mesmo nível hierárquico que não dominam o idioma. É preciso entender que a exigência pela língua estrangeira segue uma tendência mundial. Estando o mundo cada vez mais globalizado, a troca de dados entre empresas, sócios, gestores e funcionários se tornou mundial e não mais local. Reuniões, cursos, feiras, congressos, visitas técnicas, tudo é feito de forma global. Isso sem contar as chances de atuar numa multinacional. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 86 milhões de pessoas no mundo participam do mercado de trabalho em países distintos ao de sua origem. Conferi isso de perto quando visitei uma importante escola de idiomas em Nova York, nos Estados Unidos. Havia jovens estudantes de todas as partes

Falar um segundo idioma é o primeiro passo para se tornar um profissional sem fronteiras


O lado fanático do ateísmo

Foto: Shutterstock

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les não são muito numerosos em relação à maioria esmagadora dos brasileiros que dizem acreditar em Deus, mas costumam fazer barulho. Seu número pode ser apenas estimado em cerca de 3% da população do país, tendo em vista que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identifica nos resultados do censo apenas o grupo dos “sem-religião”, que compreendem, além dos ateus, agnósticos e pessoas crentes sem vínculo com uma denominação. No entanto, a imprensa e a indústria cultural brasileiras costumam repercurtir as ações proselitistas dos neoateístas americanos e europeus. Depois da publicação

em português dos livros dos quatro cavaleiros do ceticismo – Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Sam Harris e Daniel Dennett – a guerra contra a religião tomou a tela nas cenas do filme A primeira mentira (2009), escrito e dirigido pelo ateu irlandês Ricky Gervais. No enredo, ele é o responsável pela primeira mentira numa comunidade em que as pessoas só dizem a verdade. Sarcasticamente, uma das suas mentiras ensinadas aos habitantes dessa cidade é que existe um “Homem que habita no Céu”. O objetivo da produção é “desmascarar” essa e outras mentiras relacionadas a esse Homem.

Diante disso, as perguntam que surgem são: “Qual é a consistência dessas críticas à religião?” e se “a proposta que elas apresentam dá mais significado à vida?”Em primeiro lugar, é bom lembrar que o movimento encabeçado por Dawkins e companhia não é um grupo coeso. O professor de filosofia Michael Ruse, da Florida State University, disse que a obra Deus, um delírio, de Dawkins, o fez “se sentir embaraçado por ser ateu”. O mesmo afirmou o professor de psicologia Scott Atran, após uma preleção de Sam Harris.1 Em segundo lugar, por mais libertadora que possa parecer a crença na inexistência de Deus, o ateísmo apresenta sérias lacunas filosóficas com implicações catastróficas para a vida humana. Nesse artigo, cito duas: absolutos morais e o sentido da existência humana. jan-mar 2011

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Os livros e filmes contra a religião podem até fazer barulho, mas não oferecem proposta superior à do cristianismo e pecam no ponto que mais criticam a fé: a intolerância

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O ateísmo não tem um referencial que distingua o certo do errado. O renomado filósofo ateu Kai Nielsen, da Calgary University, no Canadá, reconhece: ”Não fomos capazes de mostrar que a razão exige o ponto de vista moral, nem que todas as pessoas realmente racionais não deveriam ser individualistas egoístas ou não morais clássicas. A razão não decide aqui. O que pintei para você não é agradável. A reflexão sobre isso me deprime (...) A razão prática, pura, mesmo com um bom conhecimento dos fatos, não o levará à moralidade” (ênfase minha). Isso não significa que os ateus não sejam pessoas morais. Ao contrário. Eu soube recentemente de um conhecido ateu que ajuda crianças orfãs no Nepal, um dos países mais pobres do mundo. O que Nielsen está dizendo é que a tão aclamada razão, assim como a ciência, não proporciona fundamento sólido para alguém se comportar moralmente. Numa tentativa quase desesperada de preencher essa lacuna, Sam Harris publicou no ano passado sua obra The Moral Landscape: How Science Can Determine Human Values (A paisagem moral: como a ciência pode determinar valores huma-

nos). Para Harris, não é preciso que um Deus nos dê consciência moral, a ciência pode nos proporcionar isso. Mas será mera coincidência que – após a morte filosófica de Deus, declarada no século 19 – o século 20 tenha se tornado o mais sangrento de todos? O ódio de Harris contra a religião o cegou a ponto de ele dizer que, se pudesse, destruiria a religião em lugar do estupro, pelo fato de a igreja ter feito mais vítimas do que os estupradores.3 É bem provável que nenhuma mulher da família de Harris tenha passado por esse horrível trauma, caso contrário sua opinião poderia ser outra. Os ateus se esquecem de que os pecados históricos do cristianismo jamais seriam endossados pelo fundador da fé cristã, Jesus Cristo. Por outro lado, qual seria a desculpa de Joseph Stalin, o exseminarista que, durante seu governo ateísta na antiga União Soviética matou mais de 40 milhões de pessoas? Ou o que dizer do ideal racista de Adolf Hitler, moldado pela filosofia do desespero de Friedrich Nietzsche e pelo evolucionismo de Charles Darwin? Escute Viktor Frankl, uma vítima do Holocausto: “Estou absolutamente convencido de que as câmaras de gás de Auschwitz, Treblinka e Maida-

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O neoateísmo é novo apenas no nome, porque seus argumentos são antigos e sua retórica é repetitiva. Porém, em português, infelizmente, os livros dos críticos da fé ganham mais visibilidade e títulos do que os que defendem o cristianismo. Mas para que você entenda esse embate, e tenha respostas para os principais argumentos ateístas, listamos as obras abaixo.

Em busca de sentido profundo Numa visão de mundo em que Deus está ausente, somos apenas o último estágio de um processo de milhões e milhões de anos. O falecido paleontólogo Stephen Jay Gould, que lecionou em Harvard, parece concordar com isto: “O mundo estava perfeitamente bem sem nós o tempo todo, exceto no derradeiro momento do tempo terrestre – e esse fato faz com que nosso surgimento mais pareça um pensamento tardio acidental do que a culminação de um plano prefigurado. Não podemos ler passivamente o sentido da vida nos fatos da natureza. Nós mesmos temos de construir estas respostas – partindo da nossa sabedoria e do nosso senso ético. Não há outro caminho.” Apesar de os principais defensores do neoateísmo afirmarem empolgadamente que não existe sentido para a existência humana, ironicamente eles escrevem livros que supostamente apresentam uma base sólida para o sentido do ateísmo! Além disso, fazem uso de uma linguagem que por si só demanda sentido! Gostaria

AÇÃO

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GUERRA FILOSÓFICA

nek em última análise foram preparadas não por um ou outro ministério de Berlim, mas, antes, nas escrivaninhas e nas salas de leitura dos cientistas e filósofos niilistas.”4 Em suma, o ateísmo não é capaz de oferecer uma visão de mundo pautada pelo respeito, amor e bondade.

REAÇÃO

Como devemos agir?

Deus, um delírio, de Richard Dawkins O livro coloca a crença em Deus como uma das maiores irracionalidades humanas, relembra os pecados históricos do cristianismo e classifica a educação religiosa como um crime. Com a obra, o “devoto de Darwin” pretende converter cristãos em ateus.

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A morte da fé: religião, terror e o futuro da razão, de Sam Harris O escritor e filósofo condena a tolerância aos fundamentalismos. O autor propõe a abolição de todas as religiões dogmáticas e sua substituição pelo autoconhecimento.

Deus não é grande: como a religião envenena tudo, de Christopher Hitchens O jornalista sustenta que o conceito de Deus é um reflexo do medo da morte, logo, foi o homem quem criou Deus. Segundo Hitchens, as religiões têm atrasado o desenvolvimento da civilização. Além do cristianismo, o livro também ataca o Alcorão e o islamismo.

Quebrando o encanto: a religião como fenômeno natural, de Daniel Dennett Em lugar de negar a religião, Dennett busca quebrar seu poder de encanto sobre as massas, comparando seu feitiço ao do alcoolismo e da pornografia infantil. Ele também associa a religião ao fanatismo, intolerância e perda da autonomia individual.

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Notas Ravi Zacharias, The End of Reason (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2008), p. 23. 2 Kai Nielsen, “Why Should I Be Moral?”, American Philosophical Quarterly 21 (1984), p. 90. 3 Esse comentário foi feito numa entrevista dada a Bethany Saltman, disponível no site: http://www. nichirenbuddhist.org/Science/SamHarris/Articles/ SamHarrisInterview.pdf 4 Viktor Frankl, The Doctor and the Soul: Introduction to Logotherapy (New York, Knopf, 1982), p. 21. 5 Philip Schaff, Person of Christ: the miracle of history (Boston, The American Tract Society, s.d.), p. 328.

o que a pesquisa de mercado mostrou? Ficamos surpresos ao perceber que as pessoas têm uma visão muito positiva dos cristãos. Eles pensam que somos honestos, bons, confiáveis e que amamos as pessoas. O problema é que eles pensam que somos um pouco ingênuos e que os ateus são os verdadeiros pensadores e intelectuais. Então, procuramos nesta série contar com cristãos que são professores universitários de prestígio. Queremos retratar a fé inteligente, não a “fé cega”. qual tem sido a reação dos membros e dos não adventistas ao projeto? Uma importante agência de pesquisa de mercado, que trabalha para a Pepsi e o McDonald’s, testou nosso primeiro filme com uma audiência secular. As pessoas lhes disseram que era divertido e convincente. Mas vamos continuar atentos ao feedback do público. Por sua vez, os pastores e membros têm respondido que é isso o que precisavam e líderes de outras duas grandes denominações disseram que querem usar nosso material. historicamente, o cinema tem sido visto pela igreja adventista com certas ressalvas. Por que um pastor optou cursar cinema? Ótima pergunta. Quando era um jovem pastor, eu disse ao meu presidente da associação que gostaria de fazer uma graduação em cinema. Ele parecia um pouco preocupado e disse: “Mas você vai ter que assistir filmes...”. Ele não era ingênuo. Tenho que admitir que os filmes com frequência têm propagado valores não cristãos, que podem comprometer nossa fé e moral. Mas, se a igreja se afasta das artes, perde a grande batalha de ideias, a batalha pela atenção das pessoas. Será como no tempo em que o povo de Israel não tinha ferreiros e por isso não tinha espadas. Logo, eles tiveram que ir aos filisteus para obter suas ferramentas afiadas. Talvez algum jovem que esteja lendo esta revista pensa em estudar cinema. Se você pretende fazer isso por dinheiro e fama, não desperdice sua vida. Mas se você sonha fazê-lo para o reino de Deus, vá em frente! Leve a Deus consigo e seja o sal numa área em que Deus é tão escasso. Eu tive grandes conversas nos sets de filmagem com pessoas que estão abertas a Deus.

REAÇÃO

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O pastor Grenville Kent é formado em cinema e tem um doutorado em Antigo Testamento. Ele é o mentor e apresentador do documentário Big Questions (Grandes Perguntas), uma série de 13 vídeos de 27 minutos que tratam da questão da existência de Deus (www.bigquestions.com). O projeto é ousado: contou com pesquisa de mercado e com o investimento de 2 milhões de dólares. O objetivo é alcançar as pessoas secularizadas da Austrália, que no país são maioria esmagadora. Uma matéria ampla sobre a iniciativa pode ser vista na revista Adventist World de novembro, em português (http://portuguese.adventistworld.org).

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Luiz Gustavo Assis

Pastor em Caxias do Sul, RS – lzgstv.assis@gmail.com

O PODER DAS PERGUNTAS

Foto cedida pelo entrevistado

de ouvir o que Gould, Dawkins ou Harris teriam a dizer para a mãe de um garoto de 19 anos que cometeu suicídio, em Flores da Cunha, RS. Ele era simplesmente fruto de um acidente cósmico? Livros e filmes podem ser produzidos com o intuito de negar que Deus seja real, mas a sede por propósito aumentará cada vez mais. E é quando encaramos diretamente a horrível face do ateísmo que descobrimos quão fundamental é Deus para a vida humana. Quem pode saciar essa sede de propósito e fornecer uma noção absoluta de certo e errado? A resposta pode vir de alguém que, ironicamente, participou ativamente da Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte: “Procurei em vão na história alguém parecido com Jesus Cristo ou alguma coisa que se assemelhe ao evangelho. Nações desaparecem, tronos caem, mas a igreja permanece.”5

O delírio de Dawkins, de Alister e Joanna McGrath Escrito pelo ex-ateu e também professor em Oxford (como Dawkins), em coautoria com a esposa Joanna. O livro desmantela o argumento de que a ciência deve levar ao ateísmo. McGrath mostra que Dawkins assumiu um ateísmo fundamentalista, e se vale de apenas 156 páginas para refutar as 500 páginas escritas por Dawkins.

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Um ateu garante: Deus existe, de Antony Flew Considerado o maior ateu do século 20, Flew conta por que repensou suas crenças depois de defender por 50 anos o ateísmo. Além dos argumentos científicos, o autor se vale de sua experiência para justificar sua conversão.

Ansewering the New Atheism: Dismantling Dawkins’ case against God, de Scott Hahn e Benjamin Wiker Numa análise justa e animada, os autores expõem o raciocínio de má qualidade e os erros lógicos do livro Deus, um delírio. Eles apresentam argumentos persuasivos e convincentes para a existência de Deus. O próprio Antony Flew recomenda a obra.

God and the New Atheism: a critical response to Dawkins, Harris, and Hitchens, de John F. Haught Para quem deseja conhecer os principais argumentos do neoateísmo. O autor é professor de Teologia Sistemática e ex-presidente do Departamento de Teologia da Universidade de Georgetown, nos EUA.

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ma das definições para a loucura é a incapacidade de se entrelaçar passado, presente e futuro. Tudo parece um eterno presente. O historiador Eric Hobsbawn diz em seu livro Era dos Extremos: o breve século XX (1914-1991), que “os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem” (p. 13). Como alguém pode dizer que os jovens de hoje não têm relação com seu passado se vivemos num período em que nunca antes houve acesso tão amplo a todo tipo de informação? Eis um bom dilema. A evolução da tecnologia e da informática nos legou uma capacidade incrível de armazenar informações. Costumamos “medir” as informações virtuais através de unidades como megas (MB) ou gigas (GB), mas quanto isso realmente equivale? Os valores variam e se estima que 100MB sejam o mesmo que um metro de livros numa estante. Ou seja, se você já encheu um HD com 160GB (cada giga equivale, arredondando, a mil megas), você tem o equivalente a mais de um quilômetro e meio de livros. Sua biblioteca chega perto disso? Se você se assustou é porque ainda não leu os dados a respeito da internet. Há quem defenda que na web existam dois petabytes de informação, isto é 2 milhões de gigas. Seria algo como 20 mil quilômetros de livros – meia volta na Terra. Com tanta facilidade de armazenar, temos informação como nunca antes. Mas não é só isso. O acesso a todo esse acervo pode ser feito de qualquer lugar do planeta, desde que haja conexão à rede. Essa acessibilidade, somada aos cres-

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O fim da memória

Cada vez mais as informações são armazenadas na “nuvem”. Saiba o que isso tem a ver com sua maneira de interpretar o mundo

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operá-las, o que é uma espécie de nova alfabetização. Apesar disso, a nuvem continua se expandindo e ganhando adeptos. A pergunta é: com um jeito tão fácil e prático de guardar e recorrer a alguma informação, por que devo me preocupar em retê-la na cabeça? Memorizar, que é lembrar o passado, não é mais tão importante assim. E é nesse raciocínio capcioso que está a charada. Não é simples coincidência o fato de coexistirem uma rede tecnológica que diminui a importância da memória pessoal e uma cultura de perda dos vínculos com o passado. Os dois fenômenos são sintomas de uma tendência estranha da humanidade: o desprezo pela memória. O resultado é uma espécie de loucura social. Sem memória não há passado, e, sem noção de passado, vive-se também sem perspectiva de futuro. Aí só resta o presente e a nuvem fica como testemunho da mudança de paradigmas. Tales Tomaz É professor de Comunicação Social do Unasp e mestrando em Comunicação e Semiótica na PUC-SP talestomaz@gmail.com

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centes esforços pela ampliação da banda larga no mundo, fez com que empresas e indivíduos passassem a usar a rede como depósito para armazenar suas informações específicas. Assim, poderiam “planetarizar” o acesso a seus dados. Isso é muito útil num mundo globalizado, em que empresas se tornaram grandes corporações com escritórios em várias partes do planeta, e em que o trabalho e o lazer são cada vez mais “nômades”, isto é, menos restritos a um local. É essa característica meio satelitizada que deu origem a um termo popular no mundo digital: computação em nuvem. A ideia é de que, assim como a nuvem, a rede paire sobre toda a superfície do globo, não ficando vinculada a um território. Se o uso da rede como depósito provê facilidades, também oferece seus riscos. A posse de um livro impresso garante bastante controle sobre ele. Você o leva para onde quiser, guarda, preserva. Se a informação de que você precisa está na rede, já há uma perda de controle. Para acessá-la, passam a ser necessários uma máquina, a rede e ainda o conhecimento para

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o dia a dia, a competição é muitas vezes a mãe de nossas virtudes. E o medo do fracasso é o pai de nossa coragem. Competimos por vagas na universidade e postos de trabalho. Lutamos por uma dose maior de afeto e uma carga menor de sofrimentos. Com frequência, desejamos mais responsabilidades, sonhando com melhores salários ou maior prestígio. Quais são suas motivações para lutar? O filósofo alemão Arthur Schopenhauer desejava ser um escritor reconhecido e um aclamado professor universitário. Ganhou a primeira luta, mas perdeu a segunda. Seus livros se tornaram famosos. Suas aulas, um fiasco. Em sua visão, a existência seria um cruel campo de batalha: “A vida do homem é um combate perpétuo, não só contra males abstratos, a miséria ou o aborrecimento, mas também contra os outros homens. Em toda parte se encontra um adversário: a vida é uma guerra sem tréguas, e morre-se com as armas na mão” (Dores do Mundo, p. 7). Saber lutar do modo certo e no tempo adequado é o que ensina o estrategista chinês Sun Tzu, em A Arte da Guerra. Tendo a dissimulação como aliada, ele aconselha: “Quando és capaz de atacar, deves aparentar incapacidade e, quando as tropas se movem, aparentar inatividade” (p. 3). Para Sun Tzu, “a arte da guerra se baseia no engano”. A fórmula do sucesso está na capacidade de trapacear para conquistar o que se deseja. Assim, na luta pela vida, não haveria espaço para pessoas leais e verdadeiras. Porém, mesmo que o guerreiro obtenha muitas vitórias empregando as mais refinadas e sutis estratégias de combate, um dia acabará derrotado. A riqueza, o poder e o prestígio passam rapidamente de mão em mão. Neste mundo, toda conquista tem um prazo de validade. Sendo assim, vale a pena se envolver em disputa pelo que é essencialmente transitório? Contra quem ou o que você de fato precisa lutar? 30

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Das várias batalhas da vida, existe uma que você não pode perder O apóstolo Paulo ensina que “nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:12). Em meio a nossas batalhas cotidianas, não podemos perder a dimensão da verdadeira guerra espiritual em que estamos todos inseridos. Mesmo porque, nesse conflito, os vitoriosos terão uma conquista eterna. Diante desse desafio supremo, a exemplo do rei Davi é preciso lutar as batalhas do Senhor e se retirar de disputas cujas conquistas já nascem falidas. Perseguido de forma traiçoeira por Saul, Davi soube bater em retirada em muitas ocasiões. Por duas vezes, teve a oportunidade de apunhalar o oponente, mas deixou que Deus cuidasse de seu adversário. O mesmo Davi que não se atemorizou diante do gigante Golias e do exército filisteu se recusou a atacar Saul, porque não estava envolvido em uma disputa pessoal, mas se preocupava em lutar em nome do Senhor dos Exércitos. A arte da guerra, baseada no engano e na dissimulação, pode parecer a estratégia dos vitoriosos. Mas é, de fato, o método falido usado pelo derrotado inimigo de Deus, identificado na Bíblia como a serpente enganadora (Ap 12:9). Porém, a verdade, revelada em Cristo e em Sua Palavra, tem o poder necessário para esmagar a cabeça da serpente e nos livrar de suas ameaças. Por isso, como soldados do exército de Cristo, não precisamos temer. Quando, em oração, pedimos a Deus sabedoria para encarar as batalhas de cada dia, podemos clamar como Davi: “Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança” (Sl 27:3). Guilherme Silva

Pastor, jornalista e editor de livros da Casa Publicadora Brasileira guilherme.silva@cpb.com.br

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A arte da guerra

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