Conexão 2.0 - MISSÃO SEM FRONTEIRAS

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a revista do jovem que pensa

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Missão sem fronteiras Voluntários participam da nova onda evangelística mundial e confirmam que o brasileiro é o missionário do momento

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a revista do jovem que pensa

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Missão sem fronteiras Voluntários participam da nova onda evangelística mundial e confirmam que o brasileiro é o missionário do momento

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Ano 5, no 20 • out-dez/2011 ISSN 1981-1470 www.conexaoja.com.br Capa: Éfeso Granieri Foto: Willam de Moraes

É hora de pagar nossa dívida A

Igreja Adventista na América do Sul, especialmente no Brasil, vive um momento histórico. O primeiro fator que gera grande otimismo é a maturidade financeira e institucional. Impulsionada pela fidelidade e ascensão social dos seus fiéis, a Igreja sul-americana hoje é responsável pela segunda maior arrecadação de dízimos e ofertas do mundo adventista, perdendo apenas para a América do Norte. No aspecto corporativo, muitas instituições se consolidaram ou estão em franca expansão nos últimos anos. Por isso, comitivas de vários países têm visitado as organizações brasileiras em busca de know-how. Elas querem entender os princípios que nos levaram ao sucesso, a fim de desenvolver ou reavivar esses segmentos da Igreja Adventista em suas respectivas regiões do globo. O segundo fator que desperta a atenção do mundo para a América do Sul, são as taxas de

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crescimento numérico de fiéis e a quantidade de jovens que se interessam pela mensagem adventista. Isso significa que somos uma igreja com futuro. Ademais, os sul-americanos têm se tornado referência em ministérios como produção musical, sistema educacional, comunicação, publicações e evangelismo. Vários projetos aqui desenvolvidos têm sido copiados e adaptados para outros países. Se todo esse avanço nos enche de otimismo e gratidão a Deus, não deve ser menor nossa responsabilidade. Temos uma grande dívida com os missionários americanos e europeus que desbravaram nosso continente. Agora é nossa vez de contribuir mais e melhor com a Igreja mundial. A nosso favor estão o carisma, a capacidade de adaptação cultural e o fervor evangelístico. Por isso, o brasileiro é o missionário do momento!

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Wendel Lima

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Convergências

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pos” o momento da Bíblia chama de “plenitude dos tem . Em outras palavras, primeira vinda de Cristo à Terra (Gl 4:4) do Império Romano trouxe era a hora certa. A grande extensão facilitou o comércio, transvárias vantagens: (1) o trânsito livre s dominadas; (2) o idioma porte e comunicação entre as província em que foi escrito o Novo mais difundido era o grego, o mesmo “globalizou” o modelo políTestamento; (3) o domínio de Roma tégias de evangelismo cristão tico e legislativo, facilitando as estra o evangelho foi “ouvido por por todo o império. Como resultado, ). toda criatura debaixo do céu” (Cl 1:23 ergências. Em muitos conv de pos tem Hoje, vivemos em tição daquela em que o aspectos, nossa época é uma repe a humanidade estar dividida cristianismo nasceu: (1) apesar de

globalizado tornou o em mais de 200 países, o mundo sem fronteiras; (2) a homem do século 21, um cidadão iversal” e o advento consolidação do inglês como língua “un contribuíram para que da internet diminuíram distâncias e a “aldeia global”. nosso mundo se tornasse uma pequen pregação Esse contexto favorável para a algo que sar universal do evangelho nos faz pen vinda de Cristo mais grandioso do que a primeira usar o inglês e de está para acontecer. Por isso, além s evangelísticas, a web para potencializar nossas açõe r canto do podemos servir em quase qualque teiras. planeta, cumprindo a missão sem fron

Areli Barbosa

os Líder dos jovens adventistas sul-american

Foto: cortesia do entrevistado

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Editor

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Foto: William de Moraes

Essa experiência pode mudar sua vida para sempre

26 Internacional

5 Expressão

Saiba como foi a primeira expedição da Missão Calebe na Albânia

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18 Mercado de Trabalho Cortesia dos entrevistados

Cuidados com a internet no ambiente profissional

22 Raio X

Um dos sócios do Peixe Urbano fala sobre empreendedorismo na web

30 Link

O tempo livre e o sentido da vida

19 Profecia

Turismo religioso

Foto: Guilherme Silva

Leandro Quadros fala sobre o sucesso de seu programa na TV Novo Tempo

Conheça os lugares históricos da Igreja Adventista nos Estados Unidos

28 Internet

O projeto Minyma e o futuro do evangelismo na plataforma digital

24 Voluntariado

Universitários dedicam as férias na Amazônia e Ilha do Banana

Quem são os 144 mil de Apocalipse?

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Editora dos Adventistas do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE Ligue Grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 7h30 às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h

Editor: Wendel Lima Editores Associados: Diogo Cavalcanti e Matheus Cardoso Projeto Gráfico: Marcos S. Santos Designer Gráfico: Éfeso Granieri Diretor Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Edson Erthal de Medeiros Redator-Chefe: Rubens S. Lessa Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Chefe de Expedição: Eduardo G. da Luz

Colaboradores: Areli Barbosa, Aquino Bastos, Elmar Borges, Nelson Milanelli, Ivay Araújo, Ronaldo Arco, Donato Azevedo Filho e Carlos Campitelli

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Assinatura: R$ 19,00 Avulso: R$ 5,96 Tiragem: 10.000

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Foto: cortesia do entrevistado

8 Missões de curta duração

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Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

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Envie um e-mail pra gente: conexaoja@cpb.com.br – As mensagens publicadas não representam necessariamente o pensamento da revista.

Ricardo Coelho, presidente da Suam, entrou em contato conosco porque os jovens do norte do Paraná querem conhecer outras agremiações. “A última edição da Conexão JA foi um grande incentivo nessa caminhada que, por vezes, é um tanto incerta”, ele agradeceu. “Gostaria de parabenizar a revista. O conteúdo é muito próximo do cotidiano de um jovem adventista, e tem me trazido apoio e motivação”, completou. Ricardo Lima Coelho, 20 anos, Maringá, PR suamonline@gmail.com

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Help na faculdade A Conexão JA de abril-junho de 2010 teve como matéria de capa a reportagem “Entre dois mundos”, assinada por Diogo Cavalcanti. Além de orientar os leitores sobre as redes sociais, a matéria serviu de referência para a Gladys apresentar um trabalho do seu curso de Comunicação Digital. “Consegui desenvolver bem o tema e realizar dois trabalhos importantes e de peso nas minhas atividades complementares”, contou Gladys, por e-mail. “Amo a revista Conexão JA e parabenizo o empenho profissional dessa equipe”, conclui. Gladys Angéllica, 19 anos, São Paulo, SP ggangeldk@yahoo.com.br

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Eu-escritora Além de sugerir pautas, criticar ou elogiar, você pode mandar textos para nossa redação. Se for selecionado, seu insight pode sair no blog da revista (conexaoja.com.br). Isabelle Palma tentou e deu certo. Estudante de Psicologia da Faculdade Adventista da Bahia, ela tem escrito para o blog Mulher Adventista (mulheradventista.com). “Amo ler a revista Conexão JA e ver um texto meu publicado nela seria a realização de um sonho”, disse ela. Na revista não deu, mas Isabelle já estreou no blog escrevendo um texto. Isabelle Palma, 20 anos, Cachoeira, BA isabelle_palma@hotmail.com Enquanto não vira pauta Luciana Vieira faz parte de um projeto chamado HLERA. Uma vez por mês, esse grupo sai para fazer visitas num sábado à tarde. O detalhe é que apenas o diretor do grupo e os parentes dos visitados é que sabem o que vai acontecer. O resto do pessoal só fica sabendo na hora certa. Cerca de 120 pessoas 4

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são divididas em carros e visitam a comunidade para fazer uma serenata. A ideia tem sido copiada por outras igrejas. Não foi possível pautar esse projeto para esta edição, mas fica o site do projeto para você conhecer melhor a iniciativa (hleravv. blogspot.com). “A matéria sobre universitários foi muito boa. Felizmente tive a oportunidade de estudar numa universidade próxima da minha casa, mas nem por isso os desafios foram menores. Parabenizo a todos que tiveram e têm a iniciativa de montar e manter esses grupos que levam o evangelho. Parabenizo também o Gabriel Borba pelo seu trabalho. Tive o prazer de conhecê-lo e seu projeto quando ele esteve na minha igreja”, ela avaliou a edição de julho. Luciana Vieira, Vila Velha, ES lullyana2003@hotmail.com De mão em mão O comentário do Vanderlei Alves já saiu nesta seção. E ele ficou tão feliz por isso que mandou outro e-mail para a redação elogiando a revista e dizendo que deu seu exemplar para um amigo não adventista, que estava curioso por saber como jovens cristãos podem alcançar o sucesso sem abrir mão da fé. Vanderlei conta que a edição de julho mal chegou e já foi emprestada para uma amiga. O e-mail do Vanderlei só confirma os estudos que dizem que uma revista costuma ser lida por quatro a cinco pessoas. É isso aí, vamos compartilhar! Vanderlei Alves, 21anos, Itapiranga, AM dessek_alves@hotmail.com A Conexão JA é a melhor revista para nós jovens, praticamente meu pão espiritual. A cada edição é uma nova emoção. Aqui em Teresina ela é um xodó. Só um a dica: a seção de músicas, livros e filmes deveria voltar, eu gostava muito. Getúlio Dias, 22 anos, Teresina, PI gtulio.7@hotmail.com

@prdiego: Acabei de receber minha @ConexaoJA. Gostei muito da matéria “Por dentro do sistema”. Excelente! Parabéns Tales Tomaz. @It_vieira_holan: Já passou da hora da @conexaoja ser mensal. Gostei do artigo sobre #universitarios. @jessicaguidolin: Estava lendo uma matéria na @ConexaoJA sobre cibercultura e só depois percebi que era do professor Tales. Adorei! @endyds: Minha @ConexaoJA chegou. Eu adorei o tema desse mês! @herminiosexto: Quando a @ConexaoJA será mensal? @casapublicadora já tá na hora desta maravilhosa e abençoada revista ser mensal! @denisferrarin: Você não precisa de revistas sensacionalistas, que só existem para difamar Jesus e Seus ensinamentos. Você, jovem adventista, tem a @ConexaoJA @silviorsl: Minha @conexaoja chegou ontem. Louvado seja Deus por esse instrumento dEle para os jovens. Vou ler tudo hoje! agatacris10: Li minha @ConexaoJA quase toda de uma só vez. A leitura é tão gostosa, que nem dá vontade de parar! @faustopc: acabou de chegar minha @ ConexaoJA. Muito massa o tema, principalmente para mim que sou universitário @thonyelcen: @ConexaoJA, gostei muito das reportagens desta edição, em especial três delas: “Mão na massa”, “Outra perspectiva” e “Missão no campus” @greicekelly_sa: Lendo a revista @ConexaoJA. Gostei muito da matéria sobre a Austrália, que me deu mais vontade ainda de conhecer #sonho. @amiltoncarneiro: A @ConexaoJA despertou meu interesse em ir para o Unasp. Como disse @ Arelibarbosa, Deus tem um plano para nossa vida.

Editor: você tem razão Getúlio. Nossa edição de resenhas de produções culturais volta em 2012.

@HendersonRogers: Minha @ConexaoJA chegou ontem. Já estou saboreando seu riquíssimo conteúdo e já apreciei o importante infográfico #Biblefacts. Parabéns!

Pelo Twitter

@Hellen_Castilho: Chegou minha @conexaoja. Adorei a matéria sobre a Austrália e sobre Ellen White

@Agenilsons3a: @ConexaoJA a revista do jovem que pensa foi um sucesso. Gostei também das adaptações dos escritos de EGW. Todos poderão entender melhor esses escritos @vaniofortes: Lendo a revista @conexaoja edição jul.-set. 2011. Parabéns Wendel e equipe. A revista está cada vez melhor! Poderia ser mensal @lullyana2003: Se você é como eu, que fica ansioso demais esperando a @ConexaoJA chegar e acha que três meses é tempo demais entre comigo na campanha #ConexãoJAMensal @pauloliveira7: @ConexaoJA minha revista chegou! Está com matérias excelentes. Parabéns a toda a equipe! Oramos para que em breve ela seja mensal.

Escorregamos Ellen White viveu nove anos na Austrália (1891-1900), não cinco anos, como informado na página 16 da edição de julho-setembro.

@conexaoja conexaoja@cpb.com.br blog: www.conexaoja.com.br

Foto: cortesia TV Novo Tempo

Nosso empurrão O pessoal da Sociedade Universitária Adventista de Maringá (suam.com.br) está empolgado com a nova fase da agremiação. Criada em 1974, nos últimos anos a Suam esteve inativa, mas agora dá sinais de ressurreição. No ano passado, o grupo promoveu um encontro sobre criacionismo com o jornalista Michelson Borges. Neste ano, os universitários já contam com um site e um pequeno grupo na Universidade Estadual de Maringá.


DIOGO CAVALCANTI

Leandro Quadros fala sobre sua conversão, seu programa de TV e a popularidade da mensagem adventista

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Foto: cortesia TV Novo Tempo

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oi assim que Deus o encontrou: com cabelo comprido, uniforme de futebol (depois do jogo) e chuteiras. Um jovem de 18 anos chamado Leandro Soares de Quadros parou em frente a uma igreja adventista e sentiu vontade de entrar (veja o quadro “Marco zero”). Hoje, aos 32, aquele que era um jovem tímido de Palmeiras das Missões, RS, apresenta, ao lado de Tito Rocha, um dos programas de maior audiência na TV Novo Tempo: Na Mira da Verdade. O programa tem uma concepção simples, mas ousada: responder ao vivo a perguntas sobre Deus, Bíblia, religiões, doutrinas e fatos atuais relacionados. A receita tem dado certo: em pouco mais de dois anos no ar, o programa levou mais de 38 mil pessoas a pedir estudos bíblicos. Leandro é formado em jornalismo, pós-graduado em jornalismo científico e mestrando em teologia pela Universidade Adventista Del Plata, na Argentina. É casado com Nayara Quadros e pai coruja da pequena Yasmin. Além de futebol e leitura, um de seus hobbies é marcar Bíblias (ele já está na quinta). Uma de suas maiores alegrias foi ver o batismo surpresa de seu pai, João Martins de Quadros, ao vivo no programa. Produtor e apresentador do Na Mira da Verdade, Leandro também apresenta o programa Lições da Bíblia, da rádio Novo Tempo. Agora, Leandro caiu na mira a laser da Conexão JA para falar sobre seu trabalho, vida pessoal e outros assuntos.

No programa, você lê as perguntas antes e se prepara para respondêlas, ou as recebe e responde ali, na hora? A dinâmica do programa ao vivo não permite que leiamos as perguntas antes. O que vem chegando, o Tito joga para mim, sem dó nem piedade (risos). Qual foi a pergunta mais difícil até hoje? De vez em quando você se sente na mira? A pergunta mais difícil foi a seguinte: “Se Deus já sabe quem irá se salvar e se perder, por que Ele continua a ir atrás do pecador? Não seria isso perda de tempo?“ Se o leitor quiser saber a resposta, assista ao programa (risos). Minha maior preocupação é dizer a verdade sem ofender a pessoa. O Espírito Santo tem me ajudado nisso, pois é impossível que um out-dez 2011

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Como surgiu o programa Na Mira da Verdade? O Na Mira nasceu da vontade de meu amigo Tito Rocha ter na grade da TV Novo Tempo (NT) um programa de estudo da Bíblia. Quando o pastor Odailson Fonseca chegou à NT, ele também tinha o desejo de colocar algo novo na programação. Quando me viu citar de memória algumas referências bíblicas em um culto na emissora, ele me convidou para apresentar um programa ao vivo de respostas a dúvidas bíblicas. Aceitei e, pela graça de Deus, no dia 25 de março de 2009, o programa foi ao ar.

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O Na Mira da Verdade também atrai uma boa audiência dos próprios membros da igreja. Será que eles encontram nesse programa uma identificação com o perfil que todo adventista deve ter: o de um profundo conhecedor da Bíblia? Percebo que muitos adventistas se sentem defendidos no Na Mira da Verdade, porque, quando chegam perguntas desafiadoras à nossa fé, tenho a oportunidade de desmistificar o adventismo diante de um público protestante que tem contato com literatura apologética de péssima qualidade, quando se trata de Igreja Adventista. Pelos depoimentos que recebo, vejo que realmente eles encontram no programa uma motivação para estudar mais a Bíblia, a fim de representar melhor a mensagem adventista diante dos amigos.

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Seu programa tem alcançado céticos. Essas pessoas também têm fome da Palavra de Deus e buscam um referencial? Há ateus que estão estudando a Bíblia por causa do programa. Um dia desses, um cético me escreveu, dizendo: “Olha, não creio em Deus e não gosto de religião alguma. Porém, no horário do programa, não recebo nem visitas em minha casa.” Se mostrarmos aos ateus a relevância da Bíblia para a vida deles e evidenciarmos que a fé não é cega, eles se sentirão atraídos para a Palavra de Deus, como tenho visto nesses dois anos de programa. O humorista Danilo Gentili, no programa Agora é Tarde, da Band, 6

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satirizou seu programa, tirando-o do contexto. O que você pensa disso e como se prepara para novos ataques, à medida que a cobertura da TV Novo Tempo aumenta e você é cada vez mais “observado”? Encarei a sátira de Danilo Gentili como um “meio” de criticar os políticos brasileiros. Achei positivo o uso do Na Mira da Verdade, por que isso indica que estamos, como TV adventista, mais em evidência na mídia secular. Muitos vão querer saber quem é “aquele que falou contra a marcha a favor da legalização da maconha”. Desse modo, terão algum contato com a mensagem adventista, que não teriam de outra maneira. Dei uma resposta aos editores do programa de Gentili, na qual mostrei ter levado tudo na brincadeira. Isso trouxe bons resultados, a ponto de um seguidor dele no Twitter me parabenizar por não ter levado aquilo como uma ofensa pessoal. Essa pessoa até divulgou nosso Twitter, e isso é fantástico! Claro que nem todos os ataques poderão ser tidos como “brincadeira”. Para alguns deles, uma resposta cristã, mas com firmeza, será importante para mostrarmos que nós, adventistas, não somos saco de pancada nas mãos dos críticos.

mundo que há esperança e que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem aquilo que o ser humano mais precisa. Você responde a perguntas sobre doutrinas específicas de outras igrejas e religiões, muitas vezes discordando delas e não escondendo sua identidade adventista. Em seu ver, isso tem dado bons resultados? Nesses 11 anos em que trabalho na NT, já obtive todas as provas de que falar abertamente é a melhor postura que podemos adotar. Falo abertamente que sou adventista do sétimo dia e que acredito no dom profético dado a Ellen White. E, como resultado, muitas pessoas que têm aceitado as verdades defendidas pelos adventistas estão vindo diretamente para nossa igreja, e não para outras. Afinal, agora elas sabem qual é a igreja da TV Novo Tempo! Várias pessoas escrevem, dizendo que quererem conhecer a “igreja da TV Novo Tempo”. Creio que uma igreja como a nossa, com uma mensagem urgente como a de Apocalipse 14:612, é proibida por Deus de esconder sua

O mundo odeia ‘enrolação’ e clama por cristãos transparentes, que digam a verdade com amor, firmeza e clareza.

Como tem sido a participação dos jovens, especialmente através das redes sociais na internet? A igreja como um todo pode usar ainda mais essas ferramentas? Nossa geração tem um ponto de encontro nas redes sociais, e a igreja precisa se encontrar com ela no Twitter e no Facebook, por exemplo. Se não fizermos isso, outros marcarão um encontro com cada jovem adventista e conquistarão seu coração para o pecado. Todas as nossas igrejas e instituições deveriam ter um Carlos Magalhães e uma Débora Teixeira, para aprenderem a usar bem as redes sociais (assim como temos eles aqui na NT), para dizer ao

identidade. Aqueles que vão ouvir as três mensagens angélicas precisam saber o nome da igreja da qual farão parte. Então, podemos dizer que nossas crenças mais “adventistas” como o sábado, o santuário e a volta de Jesus também atraem as pessoas? Com certeza! O problema não está na nossa mensagem, mas na maneira como ela é apresentada. Se nossas palavras forem “agradáveis” e “temperadas com sal” (Cl 4:6), podemos dizer tudo o que Deus quer que digamos, e as pessoas sinceras não se sentirão ofendidas. O mundo odeia “enrolação” e clama por

Foto: cortesia TV Novo Tempo

ser humano pecador vá ao coração das pessoas com uma mensagem forte como a nossa. Certa vez, recebi um e-mail. Em poucas palavras, ele disse muito: Sou professor seminarista, mas quero lhes dizer uma coisa: vocês, adventistas, conhecem a Bíblia de verdade.


dizendo: “Leandro, eu tinha uma raiva enorme do seu programa, porque eu era testemunha de Jeová. Porém, graças ao Na Mira, hoje estou aqui como membro da Igreja Adventista.” “ADÃO TINHA UMBIGO?” Para Leandro, essa foi a pergunta mais estranha em seu programa. Ele conta o caso: “Eu brinquei com o telespectador e respondi: ‘Creio que não, porque a mãe de Adão (a Terra) não tinha útero. E, não tendo ela útero, ele não poderia ter cordão umbilical e umbigo.’”

O problema não está na nossa mensagem, mas na maneira como ela é apresentada.

ma am a za.

Foto: cortesia TV Novo Tempo

Quais foram as histórias de conversão, por meio do programa, que mais o impressionaram? Há poucos meses o amigo Matheus Amaral foi batizado em São José dos

Campos, SP, por influência direta do programa. Ela era seminarista e se decidiu pela Igreja Adventista depois de ter sido confrontado com a Bíblia. Já recebi contato de três pessoas que abandonaram a maçonaria por causa do programa. Temos também a história de dois ex-mórmons e vários ex-líderes das testemunhas de Jeová. Entre eles o relato de um professor de história que, mesmo tendo lido 11 vezes a Bíblia, disse-me por e-mail que enfim conheceu a verdade e que está se tornando adventista. Lembro-me de uma vez ter chegado a uma igreja, em que uma senhora me abordou,

NA MIRA POR DENTRO • Estudos bíblicos: 38.452 solicidados em dois anos (10.645 só no 1° semestre de 2011) • Interação: as perguntas são encaminhadas ao programa via e-mail, SMS, blog e Twitter • Site: integrado ao portal da TV Novo Tempo, disponibiliza textos, vídeos e conecta o público a outros canais de comunicação do programa (novotempo.com/namiradaverdade) • Blog: 34 mil visitas por mês, com 90 mil páginas vizualizadas (namiradaverdade. com.br) • Vídeos: os vídeos do site oficial do portal da TV Novo Tempo tiveram 119 mil acessos nos primeiros seis meses deste ano • Twitter: @namiradaverdade @VideosNMV • Materiais: o programa e o site oferecem materiais impressos e online, entre eles, o curso O Espiritismo, produzido por Leandro Quadros

MARCO ZERO O início da jornada espiritual de Leandro Quadros e seu ingresso na missão da igreja foi sua conversão, que considera um milagre. Ele próprio relata: “Em 1996, eu voltava de um treino de futebol quando, ao parar na frente de uma igreja adventista, senti uma vontade enorme de entrar. Pensei: ‘Não posso ir a essa igreja do jeito que estou “de bermuda, chuteira, camiseta e cabelo comprido pelo ombro. Vou embora.’ Ao dar dois passos (lembrome como se fosse hoje), veio uma voz na minha mente dizendo: ‘Se você não entrar na igreja hoje, irá se arrepender depois.” Isso me assustou, e decidi ser obediente.” Na Igreja Adventista de Palmeira das Missões, Leandro se sentou no penúltimo banco e, apesar de ser extremamente tímido, atendeu ao apelo e foi à frente, aceitando Cristo como seu Salvador pessoal. Estudou a Bíblia por três meses e foi batizado. “Lembro-me de que, no início daquele “primeiro amor”, estudei a Bíblia por 20 horas seguidas, a ponto de minha mãe pensar que eu estava virando um fanático. Hoje, ela e eu sabemos que Deus estava dando início ao meu preparo para o tipo de trabalho que realizo”, conta. out-dez 2011

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cristãos transparentes, que digam a verdade com amor, firmeza e clareza. E nós, adventistas, devemos atender a essa necessidade. Se mostrarmos que o centro de nossas crenças distintivas é Cristo e que tais doutrinas são relevantes, podemos falar sem medo, com a certeza de que as pessoas tomarão a decisão certa no momento certo.

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Missionários para sempre Cresce o número de voluntários em projetos de curto prazo. Conheça as histórias de quem já participou e como isso mudou sua perspectiva de mundo

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arlito, corta a corda!” – disse Rafael, estendendo uma faca. “Não, não posso!”, respondeu Carlito. “Você tem que fazer isso. Corta a corda!”, insistia Rafael enfaticamente, enquanto Carlito se negava, em lágrimas. Carlito havia assistido a toda a série de conferências, mas não se levantou durante o apelo, pois uma corda amarrada em sua cintura o acorrentava a um pacto de sangue. Ainda quando bebê, ele havia sido dedicado a Hirã, uma divindade maligna que aterroriza e cativa o povo em Guiné-Bissau. Sangue de porco foi derramado sobre Carlito, e sua vida foi ligada ao ser maligno. Uma corda simbolizava aquela ligação. Por fim, Carlito não resistiu, cortou a corda e abraçou Rafael. O sangue de Jesus foi mais forte, e Carlito se tornou um adventista ativo na comunidade. Essa foi apenas uma das histórias que marcaram Rafael Reis, naquele época estudante de Teologia, hoje, pastor em São Paulo, SP. Ele e outros colegas foram a Guiné-Bissau como missionários voluntários, nas férias. Assim como eles, milhares de adventistas de todas as formações e idades estão se dedicando a uma atividade que vem ganhando cada vez mais espaço: a missão de curto prazo.

Voluntários

Foto: William de Moraes

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O voluntário de curto prazo é alguém que realiza um serviço missionário por um período de duas semanas a dois anos. Pode desenvolver qualquer atividade, seja ela relacionada a evangelismo, enfermagem, medicina, educação física, engenharia, construção, odontologia, pedagogia, ensino de línguas, trabalhos técnicos, etc. Ele atua diretamente na comunidade ou serve em uma instituição da igreja em que a ajuda não é somente bem-vinda, mas essencial. Mais do que um serviço isolado, um trabalho em equipe pode fazer a diferença. Foi o que fizeram 23 jovens do Unasp, campus Hortolândia, SP. Entre 14 de agosto e 3 de setembro deste

ano, eles se organizaram para ajudar pessoas em Munguluni, Moçambique. A equipe reuniu três médicos, cinco enfermeiros, bancários, engenheiros, entre outros profissionais. Eles se dedicaram a reformar um posto médico, terminar a construção de uma igreja e participar de oito noites de pregações. Durante o dia, realizavam atividades gerais. À noite, dirigiam a série evangelística e contavam histórias para crianças. O projeto, chamado Missão África, terminou com 64 batismos, 27 deles, despertados pelo projeto (mais detalhes no blog missaoiasp.blogspot.com).

“Nosso desafio é envolver os jovens, dizendo que existe um programa oficial da Igreja seguro e fácil. Temos que criar uma cultura missionária no Brasil.” (Marly Timm) Segundo Marly Timm, coordenadora do Serviço Voluntário Adventista (SVA) para a América do Sul, nos últimos anos tem havido um forte crescimento no número de voluntários adventistas em todo o mundo, “e o que se vê hoje é apenas a ponta do iceberg”, conta. De acordo com ela, anteriormente, as iniciativas eram individuais e isoladas, ou de grupos de adventistas independentes, sem vínculo com a organização da Igreja, indo para lugares onde nem sempre havia necessidade. Mas a Igreja mundial percebeu a tendência, e a situação mudou drasticamente desde que foi organizado, há cerca de 13 anos, o Adventist Volunteer Center, departamento que passou a centralizar em um só site “todos os projetos, voluntários e necessidades, funcionando como uma ponte entre aqueles que querem ajudar e os que precisam de ajuda”, explica Marly. Um termômetro desse movimento foi o primeiro congresso internacional de out-dez 2011

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universitários missionários adventistas, “I Will Go”. Idealizado pela Universidade Adventista del Plata (UAP), na Argentina, ocorreu entre os dias 1 e 3 de setembro deste ano, reunindo mais de 700 participantes de 31 países. No encontro, além das palestras, testemunhos e stands, três casais missionários foram dedicados: um para ser enviado a Palau, próximo às Filipinas, outro para o Líbano e outro para um local ainda a ser definido. Relatos do envolvimento missionário de jovens – como o dos mil estudantes e professores da UAP que saem todos os sábados para o trabalho missionário – demonstram que o envolvimento de voluntários está em alta.

voluntário missionário

Apesar de a igreja estar presente em mais de 200 países nos cinco continentes, em muitos deles, quase 100% da população jamais ouviu falar de Jesus. Em várias nações não há um adventista sequer. Pessoas precisam de você

Desafio quase tão grande quanto a Janela 10/40. Os europeus já são considerados pós-cristãos e têm aversão ao cristianismo tradicional

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“As pessoas, saem, se dispõem a servir, dedicando sua vida a ajudar em uma causa. Na verdade, estão buscando um significado para sua vida.” (Berndt Wolter)

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Hoje, Marly informa, a América do Norte ainda é a região que mais envia missionários (mais do que a soma de todas as outras juntas). A segunda região que mais envia missionários e a que mais cresce nesse sentido é a América do Sul. No Brasil, essa tendência é nova. País continental, com a maior parte da população distante da fronteira e historicamente voltada para sua própria cultura, nunca teve tradição missionária. As iniciativas sempre foram esparsas e isoladas. No entanto, num despertar missionário, hoje já são mais de 500 voluntários brasileiros envolvidos em projetos ao redor do mundo, segundo dados do SVA. São cerca de 100 missionários em atividades de mais de um ano de duração, e o restante, engajados em projetos de missões de curto prazo. 10

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Devido ao forte secularismo, os uruguaios são o povo sul-americano mais resistente à religião

Brasil

Uruguai

Missão de curto prazo

• De algumas semanas até dois anos, dependendo do projeto. Você escolhe! • Faça o que você sabe fazer melhor • Encontre Deus e o sentido da vida • Disponha-se a servir outros

Também recebe missionários (50 em atividade), que sofrem para entrar no País, devido à burocracia. Nossos maiores desafios são cerca de 200 povos indígenas, com suas 120 línguas (67 desses povos não têm contato com o País). Outros desafios são as tribos urbanas, as colônias estrangeiras e a crescente secularização da sociedade

Áfric

D de mi


Leve na bagagem

Os focos desse despertar missionário têm sido as instituições de ensino. A maioria dos internatos adventistas está envolvida com algum projeto missionário, seja dentro ou fora do País. São atividades que não envolvem apenas universitários, mas estudantes de ensino médio que desenvolvem o gosto por servir. “Nosso desafio é envolver os jovens, dizendo que existe um programa oficial da Igreja seguro e fácil”, afirma Marly Timm. Para quem já participou da Missão Calebe pode dar o próximo passo como um missionário voluntário no exterior. “Só neste ano, foram mais de 45 mil jovens participando do projeto [Missão Calebe], e muitos deles não sabem como dar continuidade a isso. Precisamos ajudálos a ingressar em projetos maiores e a participar dos desafios da Igreja mundial. Temos que criar uma cultura missionária no Brasil”, defende Marly. Uma amostra do potencial missionário dos jovens da Missão Calebe foi o que aconteceu na Albânia em julho deste ano (veja a ma-

1. Chamado de Deus - A missão começa em Deus e continua através de nós, em comunhão com Ele 2. Amor - Requisito essencial para lidar com as diferenças e desafios 3. Preparo - Sem ele, a missão não alcança seu objetivo. Inclui conhecimento, seguro de saúde, treinamento e recursos

Região do mundo que menos conhece a Cristo, reúne 28 países muçulmanos, oito budistas e dois hindus. Com mais de 40% da população mundial, concentra 80% dos mais pobres do planeta

Janela 10/40

uanto á são têm onal

Potência emergente com mais de 1,3 bilhão de habitantes, é um país fechado para igrejas e missionários oficiais. Assim como em outros países da Janela 10/40, casais de profissionais liberais podem fazer a diferença, morando lá

China

“Como eu digo para o pessoal, o primeiro ‘baque’ é a primeira janta.” (Felipe Tonasso)

África

Dividida em 54 países e fragmentada em centenas de etnias, culturas e línguas, sempre foi um desafio missionário e social

téria “Missão nos Bálcãs”, nesta edição). Para Berndt Wolter, professor de Teologia do Unasp e diretor do Núcleo de Missões e Crescimento de Igreja (Numci), a Igreja no Brasil vive uma grande oportunidade. “A Igreja talvez esteja passando por um de seus melhores momentos no Brasil. Ela pode, finalmente, investir no campo missionário. No mundo inteiro, a Igreja está clamando: ‘Por favor, brasileiros, nos ajudem na pregação do evangelho’”, afirma. Exemplificando a importância do envio de missionários brasileiros ao exterior, Wolter menciona o caso de três missionários enviados ao Oriente Médio,

Oceania

• Passaporte para a Missão - Leitura que inspira até quem nunca se imaginou missionário. Livro indispensável para quem está fazendo as malas para servir • Mission Post - Revista trimestral produzida pelo Adventist Volunteer Center • Journal of Adventist Mission Studies Periódico semestral que oferece uma análise mais acadêmica da missiologia adventista

Austrália e outros países da região são altamente secularizados

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para entrar o cerca de s não têm s colônias

Europa Ocidental

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• DVDs do Serviço Voluntário Adventista - Dois DVDs promocionais e kit com DVDs para escolas missionárias

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Links

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• voluntariosadventistas.org - Site em português e espanhol mantido pelo Serviço Voluntário Adventista, com sede no prédio da Divisão Sul-Americana, em Brasília. Nele você tem tudo o que precisa para se tornar um missionário voluntário • adventistvolunteers.org - Site em inglês, mantido pelo Adventist Volunteer Center, da sede mundial. O site do SVA é ligado a ele • numci.org - Núcleo de Missões e Crescimento de Igreja, sediado no Unasp, campus Engenheiro Coelho • hishands.ws - His Hands International, voltado para projetos de curto prazo. É mantido pelo Adventist Volunteer Center • afmonline.org - Site do Adventist Frontier Missions, organização adventista leiga dedicada a estabelecer igrejas entre grupos não alcançados

Projeto Igrejas em Missão

• O que é: Uma igreja ou um distrito pastoral enviam um voluntário • Como funciona: O pastor atua na escolha do voluntário. Os membros se dividem em três equipes para cuidar do antes, durante e depois do projeto missionário. • Saiba mais: Visite o site voluntariosadventistas.org

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Bagagem O que é preciso para ser um missionário voluntário? “Tem que levar primeiro o amor pelo ser humano. O resto entra no pacote”, acredita Felipe Tonasso, que já foi voluntário na Malásia e organizou a Missão África. “Além disso, creio ser fundamental o desejo de ter uma experiência tão real com Cristo que leve a pessoa a descobrir Deus o tempo inteiro ali”, completa. “Em primeiro lugar, vem o chamado de Deus”, acredita Marly Timm. “Não é um passeio nem uma aventura. Muitas ONGs vão só para realizar ações sociais. O grupo missionário vai além, para cumprir a missão.” Wolter destaca a capacidade de lidar com imprevistos, algo que teve de praticar há três anos, em Moçambique. Um grupo dissidente da própria Igreja havia invadido a sede da União e expulsado os líderes eleitos. Em meio a ameaças de agressão, Wolter e os alunos decidiram ficar, e o quadro foi revertido. Situações perigosas não são comuns

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Materiais

no campo missionário, nem as que mais requerem flexibilidade. É o choque cultural que exige mais do voluntário. “Na Malásia, você chega no café da manhã e tem macarrão. No púlpito, a gente não pode apontar com o dedo indicador, só com o polegar (imagine falar do Céu?). Em Moçambique, tivemos o choque com uma infraestrutura que o Brasil tinha há 500 anos. Como digo para o pessoal, o primeiro ‘baque’ é a primeira janta”, brinca Tonasso. Por isso, o voluntário precisa levar na bagagem preparo e conhecimento cultural e do idioma do país ao qual pretende ir. “Alguns me dizem: ‘Pastor, quero ser missionário para aprender inglês.’ E eu respondo: ‘Não. Você vai para o campo missionário já sabendo falar inglês’”, pontua Wolter. Preparo espiritual e pessoal são indispensáveis para o sucesso da missão. Por isso, Marly Timm afirma que o SVA trabalha para oferecer cursos gratuitos de línguas para estudantes que pretendam ser missionários. Um exemplo é o da Faculdade Adventista da Amazônia (Faama), que já oferece cursos de inglês e francês. Money é outro ponto. O voluntário de curto prazo geralmente custeia parte ou todas as despesas. Alguns arcam apenas com os custos de viagem, seguro e documentação, mas recebem hospedagem, alimentação e, em poucos casos, um auxílio-manutenção numa instituição adventista, seja ela hospital ou colégio. Em casos específicos, as instituições que têm condições e necessitam muito de um voluntário até pagam tudo. “Ok, quero participar, mas para onde vou?”, você pode se perguntar. O site do Serviço Voluntário Adventista oferece uma lista de projetos atualizada diariamente. São cerca de 500 novos projetos todos os dias, em todo o mundo. Cada projeto tem suas necessidades e requer uma participação financeira diferente. A inscrição é feita no próprio site, e o SVA dá as orientações necessárias. Um dos principais objetivos do SVA é

Fotos: Michele Clementino

Saiba mais

numa parceria do Numci com a Divisão Trans-Europeia e a União do Oriente Médio, para iniciar a transmissão da Hope Channel, em árabe. “Eles montaram o estúdio, compraram os equipamentos, escreveram os roteiros, enfim, fizeram todo o trabalho”, conta. E dá outros exemplos: “Temos um missionário no Qatar, lá no meio do mundo islâmico. Temos outro lá no Líbano. Estávamos com três prontos para ir ao Egito, quando estourou a revolução no início do ano, e não pudemos enviá-los, por conselho da igreja de lá. Temos cerca de 15 jovens na Comunidade Árabe Aberta, em São Paulo, preparando-se para servir em países árabes. Em Guiné-Bissau, temos dois casais pastorais e mais um rapaz, como voluntários. Cada casal é mantido por uma sede administrativa do Brasil. Quanto pesa para uma Associação depositar 800 reais por mês para um casal? Para muitas, não é nada. E, lá, eles conseguem viver com isso tranquilamente.”


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Fotos: Michele Clementino

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motivar e prover recursos didáticos para que colégios (incluindo externatos) e igrejas treinem e enviem missionários. No projeto “Igrejas em Missão”, foram produzidos dois DVDs promocionais para igrejas e um kit de DVDs para o treinamento missionário em colégios. “Nas escolas que estão entrando no projeto, vemos bastante euforia e animação!”, relata Marly.

Imagem: Fotolia

O que fica Ninguém volta o mesmo após um serviço voluntário. O que era para ser de “curto prazo” se transforma em “para sempre”, mesmo para quem não volta mais ao campo missionário. As experiências dão aos participantes uma nova visão de mundo e de si mesmos. Refinam os talentos e ajudam a descobrir novas aptidões. “Muitos [da equipe da Missão África] usaram termos como ‘despertamento’, ‘reavivamento’. Vários pararam para pensar em como usam seu dinheiro”, conta Tonasso. Wolter fala com convicção: “Não sei se existe alguém que entende mais de

felicidade do que o missionário. Se uma pessoa tem sua religiosidade quadradinha e nunca faz nada por alguém, eu diria que ela nunca experimentou o cristianismo. Nosso Mestre disse: ‘Eu vim para servir, e não para ser servido.’” Muitos, ao terminar o trabalho voluntário, sentem vontade de voltar. “Muitos participam para ter uma experiência curta, se identificam e gostam. Aconselho aos que pretendem ser missionários a que antes participem de um projeto como voluntários. Isso dá mais segurança ao assumirem uma missão por um prazo maior”, conta Marly Timm. “Na nossa equipe, uns seis ou sete se levantaram com potencial de liderança”, revela Tonasso, que já delegou a alguns deles eles a organização de um novo projeto para Moçambique no próximo ano, enquanto ele planeja organizar outro, para um país de cultura diferente. O pastor Rafael, do início desta reportagem, está planejando com a esposa umas “férias missionárias” na Tailândia. “Nossa responsabilidade não pode se restringir ao nosso território”, apela

Wolter. “Há lugares em que americanos e europeus não conseguem entrar, pois não são bem-vindos. Então, quem irá? Nesses lugares, os brasileiros são recebidos com aplauso. Por isso, temos uma responsabilidade diante do mundo. Não penso que precisamos escolher entre evangelizar nosso país e evangelizar lá fora. Temos condição de fazer ambas as coisas, e muito bem. Com um milhão de adventistas no Brasil, 2,5 milhões na América do Sul, temos condições de mandar alguns deles para fora? Com certeza!” O fato é que o serviço missionário voluntário marca não apenas quem vai. Influencia a família e a igreja que apoiam o voluntário. Inspira o surgimento de novos missionários e abre portas que só a fé e o amor conseguem enxergar. Por mais que tenhamos feito pouco pelo mundo no passado, hoje temos uma responsabilidade que, sem dúvida, é um privilégio. “‘Quem enviarei? Quem irá por nós?’ E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6:8, NVI). out-dez 2011

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(1) brasileiros, embaixadores do futebol; (2) equipe multidisciplinar; (3) oração, linguagem universal ; (4) HIV, diarreia, malária e tuberculose são comuns entre as crianças; (5) Igreja de Munguluni; (6) culto ao ar livre; (7) viagem da África do Sul para Moçambique; (8) o primeiro parto da expedição

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WENDEL LIMA

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Da próxima vez que você for aos Estados Unidos, compre e se divirta, mas não deixe de fazer um turismo cultural pelos lugares que contam a história e o desenvolvimento da Igreja Adventista

uem põe os pés nos Estados Unidos pela primeira vez se sente num parque de diversões. Poucos países oferecem museus para todos os gostos, parques temáticos de última geração, as melhores universidades do mundo, metrópoles que são o paraíso do consumo e belezas naturais diversificadas, com direito a praias, montanhas e neve. Diante de tanta variedade, o que os roteiros turísticos tradicionais costumam ignorar é um tesouro histórico-religioso para 17 milhões de fiéis de 206 países: os lugares que retratam o surgimento e desenvolvimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Eu e mais quatro amigos tivemos a experiência fantástica de conhecer esses lugares em abril, numa viagem em que percorremos milhares de quilômetros ao longo de 14 dias, atravessando mais de dez estados norte-americanos. Ao visitar túmulos, monumentos, fazendas, museus, hospitais e universidades, percebemos que Alguém está por trás da história desta igreja. Para quem deseja seguir os passos dos pioneiros adventistas, leia as próximas páginas e, quando puder, pegue o próximo avião.

Sede mundial (Silver Spring, Maryland): Na sede da Igreja Adventista são tomadas as decisões que vão influenciar sua vida e a de milhões de fiéis. O prédio tem quatro andares, espaço usado pelos departamentos da igreja e por mais alguns ministérios especiais, como o Instituto de Pesquisa Bíblica (biblicalresearch.gc.adventist.org), a Rádio Mundial Adventista (awr.org), a Rede Adventista de Televisão (adventist.tv) e o Patrimônio Literário de Ellen G. White (whiteestate.org). Para visitar a sede mundial, onde trabalham 800 funcionários, é preciso agendar horário (adventist.org).

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Review and Herald (Hagerstown, Maryland): Essa editora é a mais antiga instituição adventista. Antes mesmo de a denominação ter um nome, Tiago White publicou, em 1849, a revista The Present Truth (A Verdade Presente). Depois de sofrer um incêndio em 1902, em Battle Creek, Michigan, a editora já mudou duas vezes de endereço. Hoje, com quase 200 funcionários, a Review and Herald continua a publicar os livros teológicos mais importantes da igreja, além de imprimir Bíblias para a Romênia, revistas para a Rússia e folhetos para a África. Os adventistas norte-americanos ainda contam com outra editora centenária, a Pacific Press Publishing (pacificpress.com), em Boise, Idaho.

Fotos: Diogo Cavalcanti, Guilherme Silva, Leandro Quadros e Wendel Lima

Distância: 105 km da sede mundial Distância: 55 km do Aeroporto Internacional de Washington, D.C.

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Leandro Quadros e Wendel Lima

Casa de José Bates (Fairhaven, Massachusetts): O mais velho dos três fundadores da Igreja Adventista (os outros dois foram Tiago e Ellen White) viveu nessa cidade. O capitão aposentado, que navegou para a Europa e América do Sul, chegou a visitar o litoral brasileiro de norte a sul, e a ter suas próprias embarcações. Na cidade vizinha, New Bedford, as cartas arquivadas no museu baleeiro contam essas histórias (whalingmuseum.org). O patrimônio construído por Bates, assim como o restante de sua vida, foram dedicados a pregar sobre o sábado e o cuidado com a saúde.

Distância: 222 km de Plymouth e 160 km de Boston

Primeira Igreja Adventista (New Hampshire, Washington): Nessa cidade, com cerca de mil habitantes, está o primeiro templo adventista do sétimo dia do mundo. Em 1844, guardadores do sábado já se reuniam ali. Ao lado da pequena igreja de madeira, onde ainda uma comunidade adventista congrega, há um cemitério e o início de uma trilha de mais de um quilômetro. Nessa trilha, há 31 inscrições em pedras que contam a história da guarda do sábado, desde o Éden à Nova Terra. Perto dali está a casa de Cyrus Farnsworth, um dos pioneiros da igreja local (tagnet.org/washington).

Gorham, Maine. Ellen White nasceu nessa cidade em 26 de novembro de 1827. Uma placa na beira da estrada foi colocada para indicar o local. Distância: 18 km de Portland

Distância: 225 km da primeira Igreja Adventista Portland, Maine. Nessa cidade, Ellen White viveu com seus pais, a família Harmon. Certo dia, no caminho de volta do colégio para casa, ela foi atingida no nariz por uma pedra atirada por uma colega da escola. Esse acidente comprometeu muito sua saúde, que nunca foi das melhores. Foi ali também no parque Deering Oaks que ela conversou várias vezes com Deus sobre seus desafios espirituais. Quem visita Portland, pode conhecer a igreja metodista que ela frequentou, na Rua Basco.

Distância: 341 km de Gorham e 380 km de Portland Fazenda de Guilherme Miller (Hampton, New York): Na mesma propriedade, estão a casa de Miller, as edificações da fazenda, uma capela e a chamada Rocha da Ascensão, lugar em que alguns mileritas aguardaram a vinda de Jesus em 22 de outubro de 1844. Próximo dali, Miller e a esposa estão sepultados. A casa, com sua mobília original, foi transformada num museu aberto à visitação. Esse é um dos lugares históricos do adventismo mais interessantes e bem preservados. De origem batista, Miller teve pouca instrução escolar, mas foi autodidata. Depois de deixar o deísmo, após quase morrer na guerra de 1812, ele estudou a Bíblia como poucos. De 1835 a 1844, Miller pregou 3.200 vezes sobre a volta de Jesus. Ele morreu em 1849, sem ter-se tornado um guardador do sábado, mas crendo na breve vinda de Cristo. out-dez 2011

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Distância: 727 km da Review and Herald e 98 km de Boston

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Distância: 893 km da fazenda de Hiran Edson e 170 km de Chicago, Illinois Fazenda de Hiran Edson (Port Gibson, New York): Foi andando no meio do milharal dessa propriedade que Hiran Edson, pregador milerita, teve um insight sobre o santuário celestial. Isso aconteceu depois da decepção da meia-noite do dia 22 de outubro de 1844. Ele e alguns amigos passaram a noite em oração no celeiro em busca de conforto. Consolados, eles saíram para animar os demais fiéis. Distância: 402 km da fazenda de Guilherme Miller e 47 km de Rochester

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Battle Creek, Michigan. Nas primeiras décadas da historia da Igreja Adventista, essa cidade abrigou a sede mundial, a editora, a primeira escola e o primeiro hospital da denominação. Hoje, o famoso Tabernáculo Dime continua a funcionar como igreja local e uma vila histórica foi construída para reunir algumas casas dos pioneiros e um museu com os equipamentos de vanguarda usados pelo médico Jonh Harvey Kellog.

Elmshaven (Santa Helena, Califórnia): Nesse pequeno paraíso, fica a casa em que Ellen White viveu seus últimos 15 anos. O sobrado era grande e muito confortável já para os padrões do início do século 20. A mobília da casa mostra a visão vanguardista de Ellen White. A casa tinha telefone e energia elétrica. Seus cavalos eram de raça e sua carruagem moderna. Em torno da lareira da sala, ela gostava de comer e brincar com os netos nos sábados à noite. Nesse lugar, conhecido como Elmshaven, ela viveu com o filho William, alguns parentes e seus assistentes. No seu quarto, Ellen teve algumas visões, recebeu anjos e o próprio Cristo (elmshaven.org).

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Distância: 112 km de São Francisco

Fotos: Diogo Cavalcanti, Guilherme Silva, Leandro Quadros e Wendel Lima

Distância: 137 km da Universidade Andrews e 274 km de Chicago

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Universidade Andrews (Berrien Springs, Michigan): Essa universidade é herdeira da primeira escola da denominação, fundada na década de 1870, com apenas 12 alunos, em Battle Creek, Michigan. Em pouco tempo, a instituição se tornou um centro de formação de missionários. Não é sem razão que hoje ela leva o nome do primeiro missionário oficial enviado para além-mar, John Andrews, e recebe alunos de quase 100 países. Sua pós-graduação em Teologia é a mais importante da Igreja Adventista, e credencia vários cursos de extensão ao redor do mundo. No campus, onde estudam 3.400 alunos, há um museu de arqueologia do antigo Oriente Médio, com um acervo de 8.500 artefatos e uma das maiores coleções de tabletes cuneiformes dos Estados Unidos (siegfriedhornmuseum.wordpress.com); uma escola de aviação para formação de pilotos missionários; e o maior acervo da história do adventismo no Center for Adventist Research, onde estão objetos como manuscritos de Isaac Newton e a Bíblia de Guilherme Miller (andrews.edu/library/car).


Pacific Union College (Angwin, Califórnia): Com o apoio de Ellen White e seu filho William, o internato foi estabelecido em 1882 (puc.edu). Essa é a única instituição adventista que tem uma graduação em produções cinematográficas e artes cênicas. Distância: 8 km de Elmshaven

Distância: 2 km de Elmshaven Hospital Santa Helena (Santa Helena, Califórnia): Assim como as unidades de Glendale (glendaleadventist.com) e Paradise Valley (paradisevalleyhospital.net), e a Universidade de Loma Linda, essa instituição médica foi estabelecida por influência de Ellen White (sthelenahospitals.org).

Fotos: Diogo Cavalcanti, Guilherme Silva, Leandro Quadros e Wendel Lima

Centro de Mídia (Simi Valley, Califónia): Ali está localizado um dos principais centros de mídia adventista do mundo (sdamedia.org). Lá são produzidos programas como Está Escrito, La Voz de La Esperanza, Fé para Hoje, Breath of Life, Life Talk Radio, além de CDs, DVDs (ampstudios.com) e o atendimento da escola bíblica. O prédio tem dois estúdios de televisão, quatro de áudio e seis suítes de edição de vídeo. Um dos estúdios tem 6 mil m2 e recebe plateia para as gravações.

Distância: 160 km de Simi Valley e 87 km de Los Angeles

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Distância: 66 km de Los Angeles

Universidade La Sierra (Riverside, Califórnia): Fundada em 1922, a instituição oferece cursos nas áreas de artes, ciências, educação, negócios e religião. Tem se destacado nas competições esportivas, por seus projetos sociais e culto contemporâneo. A universidade também abriga o John Hancock Center, um instituto de pesquisas sobre o desenvolvimento espiritual dos jovens. É esse centro que realiza, a cada dez anos, o famoso estudo Value Genesis (lasierra.edu/centers/hcym).

Distância: 21 km da Universidade La Sierra e 95 km de Los Angeles

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Universidade de Loma Linda (Loma Linda, Califórnia): Esse é o mais importante centro de estudos e ensino sobre saúde da Igreja Adventista (llu.edu). Seu hospital é referência nacional em pediatria, cardiologia e ficou conhecido por seu pioneirismo no tratamento de câncer com prótons (lomalindahealth.org). A longevidade da comunidade adventista local tem sido estudada ao redor do mundo, e já foi destaque na imprensa brasileira. Os cursos na área de saúde atraem anualmente 4 mil alunos de 80 países. No campus também está localizado o Geoscience Research Institute, o QG adventista sobre criacionismo (grisda.org). out-dez 2011

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A demissão a um clique

PARA NÃO SE ENROSCAR NA REDE intimidade

redes sociais

Evite e-mails com expressões íntimas e conteúdos româticos, mesmo para seu cônjuge.

busca de emprego Evite usar o e-mail e a internet corporativa para buscar emprego em outro lugar.

arquivos

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Não use os computadores da empresa para armazenar conteúdo particular. Não baixe nem instale nenhum programa sem ter autorização expressa do responsável. Também não empreste sua senha a ninguém.

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E mais: a empresa não precisa comprovar que teve prejuízo, basta haver o descumprimento das regras. No setor público, ainda se aplica a Lei 8112/90, que diz que o servidor não pode fazer uso particular de recursos públicos, entre eles, a utilização indevida do computador. Entre os maiores erros estão: enviar correntes, scraps (recados) para amigos, assistir a vídeos no YouTube, usar e-mail para resolver problemas pessoais, trocar informações por bate-papo no MSN, joguinhos, usar o Twitter para desabafar, falar mal da empresa, do chefe, dos colegas, ou revelar informações estratégicas e confidenciais, navegação em sites impróprios e instalação de softwares, etc. Se você não quer fazer parte do grupo que só usa a internet para procrurar emprego, aqui vão algumas dicas:

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e-mails Reserve tempo para ler os e-mails e para organizá-los. Responda logo os urgentes.

Não use as redes sociais como o Twitter, o Facebook e o Orkut para desabafar, contar segredos da empresa, dar indiretas, fazer piadinhas ou colocar qualquer informação ou imagem que irá prejudicá-lo no emprego.

Cristiano Stefenoni

Jornalista, consultor de carreiras e autor do livro Profissional de Sucesso (CPB). c.stefenoni@hotmail.com

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que há em comum entre a internet e o desemprego? Se você souber usá-la, nada. O problema é que muita gente confunde o local de trabalho com a sala de casa e utiliza essa importante ferramenta de forma errada. E isso pode levar a uma demissão, como foi o caso do deputado norte-americano, Anthony Weiner, que usava o Twitter para enviar fotos sensuais para suas seguidoras. Quase ninguem sabe, mas os computadores das empresas passam por auditoria, ou seja, aquilo que você faz na web, inclusive os e-mails corporativos, vai direto para a mão do chefe em forma de relatório. Sim, isso é legalmente permitido. Quando há normas prévias sobre tráfego de dados na rede empresarial, a gravação das informações de acesso não é considerada invasão de privacidade. Essa medida foi adotada devido à queda na produtividade registrada em algumas companhias depois da instalação da internet. Uma pesquisa feita pela agência Tríad, por exemplo, revelou que 80% dos funcionários gastam até três horas do tempo de trabalho viajando na rede mundial com atividades que não contribuem para o serviço, sendo que 27,3% gastam tempo demais com e-mails e 40,9% dizem repassar piadas para os colegas. Além disso, o Artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) permite a dispensa por justa causa quando há mau procedimento, quebra de confiança, insubordinação, entre outros, que violem a “segurança da informação”.

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Cuidados com a internet no ambiente de trabalho


Saiba mais sobre a identidade do povo que vai enfrentar e vencer a crise final multidão5 –, essa também não era nem é até hoje uma posição oficial da Igreja. O assunto ainda está em estudo, e o que se enfatiza não é quem são os 144 mil, mas como ser parte deles, como alcançar a salvação.6 Por outro lado, se Ellen White condenou discussões inúteis, também encorajou os adventistas a não desistir de buscar conhecer cada vez mais a Bíblia e as profecias.7 Em uma de suas mais fortes declarações, ela afirmou: “A história da igreja nos ensina que o povo de Deus não deve ficar estereotipado em suas teorias da fé, mas preparar-se para nova luz, para abrir a verdade revelada em Sua Palavra.”8 Portanto, os ensinos e profecias da Bíblia podem e devem ser compreendidos cada vez mais à medida que o tempo passa e os estudos progridem. Aspectos como a justificação pela fé, que Ellen White não compreendia inicialmente, foram entendidos por ela décadas depois. Da mesma maneira, partes da Bíblia que ela não entendia, pela falta de estudos mais profundos à época, hoje podem ser mais bem compreendidas (assim como Daniel não entendia suas próprias profecias, mas hoje podemos compreendê-las, ver Dn 12:4).

Avanços Nas últimas décadas, diversos estudos envolvendo os 144 mil têm sido divulgados por meios oficiais da Igreja, como o Instituto Bíblico de Pesquisas (BRI, sigla em inglês), lançando mais

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m dos temas que mais intrigam os adventistas e os cristãos em geral são os 144 mil do Apocalipse. Muitos não compreendem nem mesmo os aspectos mais básicos em relação a eles – se o número é literal ou simbólico, se eles fazem parte da chamada “grande multidão” e, principalmente, quem são eles. Em grande parte, isso se deve a um conselho de Ellen White, de se evitar discussões inúteis sobre esse assunto, assim como outros não essenciais para a salvação.1 No entanto, ela mesma citou esse grupo dezenas de vezes em seus escritos, relacionando-o a acontecimentos cruciais para o povo de Deus no tempo do fim, como o selamento e a grande tribulação. Tamanha foi a importância desse grupo em seu ministério profético, que os 144 mil foram representados logo em sua primeira visão, sobre o povo do advento.2 Apesar de haver escrito tanto sobre os 144 mil, Ellen White nunca os definiu claramente. A própria igreja até hoje não tem uma posição oficial abrangente sobre o assunto. Embora o Instituto Bíblico de Pesquisas, órgão oficial da sede mundial, interprete o número como simbólico3, a Igreja não determina oficialmente essa compreensão como uma crença.4 E, apesar de o Seventh-day Adventist Commentary declarar que, até à época de sua reedição (1980), os adventistas favoreciam a interpretação de que os 144 mil são um grupo especial do povo de Deus nos últimos dias – um grupo à parte da grande

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os únicos que podem ficar de pé diante de Cristo, em Sua vinda à Terra. Isso deixa claro que ambos são o retrato do povo de Deus que estará vivo por ocasião da volta de Jesus. A questão é: eles são dois grupos ou um só?

Um grupo Assim como Beatrice Neall, Ekkehart Mueller, em seu artigo The 144,000 and the Great Multitude10 (“Os 144 mil e a Grande Multidão”), apresenta argumentos convincentes em favor de que ambos os grupos são um só: (1) João ouve o número dos selados (144 mil), mas, na sequência, contempla uma grande multidão (7:4, 9), assim como em 5:5, 6 ele tinha ouvido sobre um Leão, mas viu um Cordeiro; (2) no capítulo 7, os 144 mil são os justos do tempo do fim descritos ainda na Terra; a grande multidão é um retrato desse povo já no Céu; (3) os 144 mil são a descrição do povo de Deus no tempo do fim, que vai passar pela grande tribulação (representada pela liberação dos ventos); a grande multidão são os que já passaram pela tribulação (7:3, 14); (4) os 144 mil são os selados antes da liberação dos ventos (7:3); a grande multidão logicamente precisou ser selada antes de passar pela grande tribulação (7:14).11 O selamento e a grande tribulação são as principais marcas de identificação, conforme Neall chama, entre os 144 mil e a grande multidão. Ambas as marcas dão fundamentos para se enxergar semelhanças, não diferenças, entre os grupos. Os dois grupos foram selados e passaram pela tribulação. Não é à toa que, no livro O Grande Conflito, Ellen White se referiu aos 144 mil, citando versículos referentes diretamente à grande multidão (Ap 7:14-16).12 Assim, resta uma dúvida: o que poderia diferenciar os 144 mil da grande multidão? Haverá dois grupos de justos vivos quando Cristo voltar? Alguns argumentam que os 144 mil são as “primícias” (Ap 14:4), um grupo especial em

relação à grande multidão. No entanto, “primícias” pode se referir aos 144 mil como os primeiros frutos da “colheita universal de redimidos de todas as eras”. Diante disso, Mueller conclui que “é melhor entender que os 144 mil e a grande multidão são o mesmo grupo, visto por diferentes perspectivas.” Para ele, os 144 mil representam um “termo simbólico”, enquanto a grande multidão “descreve a realidade”.13 O simbolismo dos 144 mil pode encontrar sua realidade na grande multidão em diversos outros aspectos, entre eles: (1) origem étnica – João ouviu de um grupo composto por 12 tribos de 12 mil filhos de Israel, mas viu uma multidão de tribos (7:9); (2) número – João ouviu um número exato, mas viu uma multidão inumerável (7:4, 9); (3) pureza – os 144 mil são descritos como puros, sem mancha, assim como a grande multidão, vestida de vestiduras brancas (14:4. 5; 7:14); (4) proximidade ao Cordeiro – os 144 mil “seguem o Cordeiro para onde quer que vá”, assim como a grande multidão serve de “dia e de noite” diante do trono e do Cordeiro (14:4; 7:15, 17); (5) serviço – os 144 mil são “servos de Deus”, e a grande multidão também “serve a Deus” (7:3, 15). Hans K. LaRondelle, eminente teólogo adventista, apontou os 144 mil como o povo remanescente de Deus no tempo do fim, fiéis de todas as nações que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé em Jesus” (Ap 14:12). Segundo LaRondelle, eles enfrentarão a crise final promovida no mundo pelo anticristo. Ou seja, ele enxerga nos 144 mil um simbolismo do remanescente que passará pela grande tribulação.14 Diante das evidências apresentadas, torna-se ainda mais claro que o número 144 mil é simbólico. O próprio contexto das passagens indica isso: tanto no capítulo 7:1-8, como em 14:1-5, a linguagem diretamente ligada aos 144 mil tem forte simbolismo – ventos, quatro anjos, quatro cantos, selamento na testa, homens

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luz sobre o assunto. Uma importante coleção de materiais sobre Daniel e Apocalipse lançada no início dos anos 1990 é a série Daniel & Revelation Comitee Series, conhecida como “Darcom”. Num dos volumes da coleção, um capítulo escrito por Beatrice Neall, Sealed Saints and the Tribulation (“Os Santos Selados e a Tribulação”) trata diretamente dos 144 mil.9 Nesse estudo, um ponto especial pode ser destacado: a relação entre os 144 mil e a “grande multidão” de Apocalipse 7. Em vez de enfatizar as diferenças entre ambos os grupos, a autora apresenta diversas “marcas de identificação” entre eles – evidências de que podem constituir um só grupo. Assim como ela, outros acadêmicos adventistas, como Ekkehardt Mueller, um dos diretores associados do BRI, também favorecem essa posição. Os 144 mil são apresentados em duas seções, em Apocalipse: 7:1-8 e 14:1-5. No capítulo 7, o relato sobre os 144 mil é seguido pela descrição de uma multidão inumerável. A primeira grande evidência de que os 144 mil e a grande multidão podem ser o mesmo grupo é a própria estrutura do livro do Apocalipse. O capítulo 7 é um hiato, um parêntese entre o sexto e o sétimo selos. Ele responde a uma pergunta básica feita pelos ímpios no sexto selo. Diante da expectativa da vinda de Jesus, os ímpios clamam aos montes e aos rochedos: “Caí sobre nós e escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira dEles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6: 16, 17). Parafraseando, “quem poderá ficar de pé quando Cristo voltar?” Em 7:9, a resposta é direta: “Depois destas coisas, vi e eis grande multidão que ninguém podia enumerar... em pé diante do trono e diante do Cordeiro” (v. 9). Mais à frente, no livro, os 144 mil são vistos em pé junto ao Cordeiro, no monte Sião (Ap 14:1). Os 144 mil e a grande multidão são descritos em momentos diferentes, como


virgens, doze tribos de Israel (a maioria extinta, além de a lista não corresponder à original dos doze patriarcas), etc. É mais coerente entender os 144 mil das 12 tribos de Israel como que simbolizando a unidade, perfeição, completude e vastidão da igreja de Deus.15 Portanto, é possível concluir que os 144 mil simbolizam a grande multidão – a multidão inumerável que atravessará a crise final da Terra. Há razões para se acreditar que Jesus não virá para buscar um pequeno grupo de remidos, nem dois grupos de justos vivos na Terra, mas um remanescente fiel composto por uma multidão inumerável de todas

as nações. Virá buscar um povo que terá passado por muitas dificuldades, mas que contou com a proteção de um Deus que lhes enxugará pessoalmente “toda lágrima” (Ap 7:17). Mais importante ainda é nos prepararmos para pertencer a esse grupo. Referências 1 White, Ellen G. Eventos Finais, p. 268. 2 White, Ellen G. Primeiros Escritos, p. 15-23. 3 Pfandl, Gerhard. “Information on the Seventh-day Adventist Reform Movement”. Biblical Research Institute. Num ponto deste artigo, a crença reformista de que 144 mil é um número literal é posta em contraste com a crença adventista do sétimo dia de que o número é simbólico. Disponível em: http:// migre.me/5NUPA 4 Nichol, F. D. (Ed.). Seventh-day Adventist Bible

Commentary, v. 7. (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1980), p. 783. 5 Ibid., p. 785. 6 Ibid., p. 783. 7 White, Ellen G. Caminho a Cristo, p. 112 e Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 23. 8 White, Ellen G. Cristo Triunfante, p. 317. 9 Frank Holbrook (ed.). Beatrice Neall. “Sealed Saints and the Tribulation”. Symposium on Revelation – Book I. Daniel & Revelation Committee Series. (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2000), p. 245-278. 10 Mueller, Ekkehardt. “The 144,000 and the Great Multitude”. Biblical Research Institute. Disponível em: http://migre.me/5NURu 11 Ibid. 12 White, O Grande Conflito, 648, 649. 13 Mueller. Ibid. 14 LaRondelle, Hans K. “Prophetic Basis of Adventism”. Adventist Review, 1° de junho-20 de julho, 1989. Disponível em: http://migre.me/5NURX 15 Neall, Ibid. 262, 269.

Diogo Cavalcanti

Editor associado

Marcas de identificação Características iniciais (Ap 7:4, 9) • “Ouvi” • 144 mil • “das doze tribos dos filhos de Israel”

• “Vi” • Multidão inumerável • “de todas as nações, tribos, povos e línguas

Relação com a grande tribulação (Ap 7:3, 14) • São selados antes que sejam danificados a terra, nem o mar, nem as árvores. Ou seja, são selados para ser protegidos da grande tribulação

• “São os que vêm da grande tribulação”

Apego ao Cordeiro (Ap 7:15, 17; 14:1, 4) • Permanecem dia e noite diante do trono e no Seu santuário. São guiados e apascentados pelo Cordeiro

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• Seguem-No para onde quer que vá

Louvor e posição diante do trono (Ap 7:9, 10; 14:3) • Entoam novo cântico • Onde? Em pé, diante do trono e do Cordeiro

• Louvam a Deus e ao Cordeiro • Onde? Em pé, diante do trono e do Cordeiro

Vitória sobre a crise (Ap 7:3, 9, 14; 14: 1, 3; 15:3) • Selados para passar pela liberação dos ventos das calamidades • Diante da ameaça da trindade falsa (Ap 12, 13), ficam em pé junto ao Cordeiro

• Palmas nas mãos (símbolo de vitória) • Passam pela grande tribulação e também ficam em pé

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Imagem: Fotolia

Pureza na fé e no caráter (Ap 7: 14; 14: 1, 3, 4, 5) • Selados na fronte com o nome do Cordeiro e do Pai, não se macularam com mulheres, não mentem, não têm mácula

• Usam vestiduras brancas lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro

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na onda do

Sócio do Peixe Urbano fala sobre empreendedorismo e o sucesso dos sites de compras coletivas

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os primeiros anos da internet, poucos eram os que acreditavam que ela poderia trazer algum retorno financeiro. Hoje, ela é imprescindível para a economia e faz milionários cada vez mais jovens, atraindo assim o olhar de uma nova geração de empreendedores. No entanto, o desafio atual é encontrar espaço em um ambiente assim tão competitivo e desafiador. Por isso, quando uma ideia surge, além de muito planejamento, análise e uma proposta bem estruturada, também é preciso ousadia para conquistar sucesso na rede. Ou seja, é necessário arriscar. Esse é o pensamento do empresário Emerson Andrade, sócio-fundador e COO responsável pelas áreas comercial e de operações do site de compras coletivas Peixe Urbano, um dos fenômenos da web no Brasil.

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Como foi que você e os demais sócios se conheceram e apostaram no modelo de compras coletivas no País? Eu e o Júlio Vasconcelos fizemos MBA juntos na Stanford University. O Júlio já conhecia o Alex Taboa desde 2005. Após o MBA, eu me mudei para Seattle para trabalhar para a Microsoft, e o Júlio continuou no Vale do Silício, trabalhando para uma start-up de internet. No início de 2010, ele me chamou para lançar o Peixe Urbano no Brasil. O modelo havia surgido há pouco tempo nos Estados Unidos, com bastante sucesso, e ainda não existia nada similar na América Latina. O conceito nos chamou a atenção por trazer benefícios relevantes tanto para os consumidores como para as empresas, e apostamos que daria certo no Brasil devido ao cenário macroeconômico muito positivo, à crescente penetração da internet e do poder aquisitivo da classe média, e também às características do povo brasileiro, que usa muito a internet e as redes sociais e gosta de compartilhar rapidamente novidades com os amigos. Os sites de compras coletivas apresentam significativo crescimento no Brasil. Nessa onda, o Peixe Urbano se tornou uma vitrine para anunciantes e consumidores. Quais vantagens seu negócio apresenta para ambos? Para os consumidores, os descontos, que podem chegar a 99%, servem de incentivo para que descubram e experimentem os melhores produtos, serviços e atividades de suas cidades. Para as empresas locais, é uma forma inovadora e eficiente de 22

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promover seus serviços para um público amplo e qualificado e de conquistar grande número de novos clientes em pouco tempo sem ter qualquer desembolso. Aqueles que desejam empreender, aproveitando as oportunidades proporcionadas pela expansão da tecnologia, devem atentar para quais itens? Nossa recomendação é ser ousado e colocar ideias em prática, mesmo sem ter um plano perfeito. Testá-las em tempo real, com clientes reais, e monitorar com olho crítico os resultados para ir adaptando e melhorando o produto de acordo com as necessidades e preferências do cliente. Além disso, é necessário ter visão e know-how e, ao mesmo tempo, muita dedicação para crescer de forma sustentável e diferenciada. Também é importante montar e motivar uma equipe com excelentes profissionais, 100% comprometidos com a missão da empresa, trabalhando em conjunto e num ambiente propício à constante geração e implementação de grandes ideias. Como foi a expectativa em iniciar um projeto praticamente do zero? Sempre existem riscos em começar um projeto do zero. Mas nós realmente acreditávamos muito na ideia. O que nos surpreendeu foi a velocidade de crescimento do mercado. Lançamos o site com uma equipe de apenas cinco pessoas e cerca de 6 mil usuários cadastrados em uma cidade. Hoje, pouco depois de um ano, já somos mais de 700 colaboradores e mais de 11 milhões de usuários cadastrados em mais de 60 cidades do Brasil e da Argentina, com novos lançamentos previstos em breve. Os preços baixos oferecidos pelo site não estimulam o consumismo e o endividamento? De modo geral, o site oferece uma forma de economizar. Recomendamos que o usuário leia com atenção todos os detalhes de cada oferta antes de comprá-la. Além disso, cada usuário pode visualizar em sua conta do Peixe Urbano, a qualquer momento, todos os cupons comprados, com os detalhes e o status de uso de cada um. Assim, é possível se organizar, acompanhar e ter total controle sobre as compras efetuadas. Com isso, procuramos ajudar as pessoas a economizar e a aproveitar os descontos. Até hoje, através de mais de 12 mil ofertas divulgadas, já foi possível proporcionar uma economia de mais de 600 milhões de reais aos consumidores.

Imagens: Assessoria de comunicação do Peixe Urbano / Vetorização de foto: Rogério Chimello e Fotolia (Fundo)

cardume

Jefferson Paradello

Jornalista da Igreja Adventista para a região central do Estado do Paraná, em Curitiba. jefferson.paradello@adventistas.org.br

Emerson Andrade


erson drade

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Imagens: Assessoria de comunicação do Peixe Urbano / Vetorização de foto: Rogério Chimello e Fotolia (Fundo)


Algumas comunidades não sabiam o que era atendimento médico havia cinco anos

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O projeto

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A

euforia tomou conta do aluno Vítor Hugo Costa quando as férias de inverno chegaram. O estudante de Nutrição do Centro Univeristário Adventista de São Paulo (Unasp) trocou o frio da capital paulista pelo calor e desafios da Amazônia brasileira. O detalhe é que além de abrir mão do descanso de 15 dias para trabalhar, 24

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Os alunos foram divididos em grupos que se deslocaram para diferentes regiões. Três equipes trabalharam nas comunidades próximas a Manacapuru, quarta maior cidade do Amazonas. Outro grupo viajou 16 horas de barco para chegar à comunidade de Abacabeira. As equipes foram lideradas por dois enfermeiros do projeto e por um professor do Unasp. Algumas comunidades do Rio Manacapuru não eram visitadas por um médico havia cinco anos. Além do atendimento clínico e odontológico, os ribeirinhos receberam orientação nutricional e fisioterapêutica, visitas domiciliares e atividades educativas sobre higiene para as crianças. Quase 700 pessoas foram atendidas e outras centenas beneficiadas pelos serviços prestados pelos universitários da instituição paulistana.

De geração em geração A saída dos universitários de Manaus

para as comunidades ribeirinhas foi marcada pela comemoração dos 80 anos do projeto assistencial com as lanchas na Amazônia. O trabalho iniciado pelo casal norte-americano Leo e Jessie Halliwell, em 1931, continua a inspirar e mobilizar gerações. Prova disso é o desprendimento de Kauana Peggau, 26 anos. Ela deixou de viajar com o esposo e seu filho para participar dessa aventura. “Ainda não sou adventista, e quando eu vim para cá não sabia exatamente como seria, tinha apenas uma noção. Mas quando cheguei me deparei com uma realidade totalmente diferente da que vivo. A população ribeirinha é tão simples e vive em grande parte feliz com o pouco que tem. Nós é que não valorizamos o que possuímos. Isso me

cou as Kauana Peggau tro o filho e so po férias com o es inhos eir rib os er para atend

Fotos da Ilha do Bananal: Cortesia dos entrevistados

ele pagou para ter essa experiência humanitária. Comprou as passagens de avião para Manaus sem ter dinheiro e correu atrás de patrocínio. Em poucas semanas, tinha o dinheiro para cobrir todos os custos da viagem. Vítor e mais 31 alunos do Unasp, campus São Paulo, participaram do projeto liderado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), nos dias 3 a 18 de julho.

Fotos da Amazônia: Rosemeire Braga / Imagens: Fotolia

Nada de frio e universitários nem frieza. Na folga, aproveitaramde São Paulo e da Bahia humano aos a folga para levar calor ribeirinhos d a Am e da Ilha do B azônia ananal


fez pensar, e eu sei que Deus me levou até lá com um propósito: transformar minha vida. Quero voltar em outra oportunidade”, conta emocionada.

as lho hos

Índios carajás Também em julho, no coração do Brasil, na maior ilha fluvial do mundo, 22 alunos e professores das Faculdades Adventistas da Bahia experimentaram um período de muito trabalho, calor, sacrifício e, acima de tudo, amor ao próximo. Essa galera encarou os 1.900 km que separam a cidade de Cachoeira, BA, de Santa Terezinha, MT, município fronteiriço à Ilha do Bananal, TO, que serviu de base para o grupo. Do outro lado do Rio Araguaia, os voluntários se depararam com um mundo totalmente diferente. Eles tiveram a sensação de viver por alguns dias em comunidades em que o idioma, os costumes e o biotipo da população são bem peculiares.

Saúde e educação O grupo atendeu a aldeia Macaúba, que tem quarenta famílias e cerca de

Na escola da aldeia, 80 crianças aprenderam brincan do

Resultados

500 habitantes. As equipes procuraram responder aos dois principais problemas da população: acesso

O efeito do cristianismo prático foi mais eficaz do que se todos tivessem chegado com Bíblias abertas, tentando “convencer” os nativos sobre a verdade. O evangelho foi lido na vida dos alunos e professores. O próprio cacique passou a olhar os “brancos” de outra forma. Em 2012, as Faculdades Adventistas da Bahia pretendem dar continuidade ao projeto, dessa vez com uma abordagem evangelística mais direta. Rosemeire Braga

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Fotos da Ilha do Bananal: Cortesia dos entrevistados

Fotos da Amazônia: Rosemeire Braga / Imagens: Fotolia

lga, ahia lor nia al

à saúde e educação de qualidade. “Encontramos muitas verminoses, afecções da pele, dores musculares e nas articulações, além do alcoolismo, que tem se alastrado na aldeia e ocasionado muitos problemas”, relata Mírian Correia, enfermeira voluntária, professora da instituição baiana. Cerca de 180 pessoas foram atendidas no posto médico e de casa em casa. A poucos metros do posto de saúde, outra equipe orientou 80 crianças na escola da aldeia. Os voluntários utilizaram músicas, brincadeiras e histórias para ganhar a confiança dos pequenos. “Depois passamos para as atividades pedagógicas propriamente ditas. Trabalhamos o alfabeto, palavras, questões de identidade e saúde, cidadania, e fizemos muitas pinturas. E como eles adoram pintar!”, lembra a professora Denise Tosta.

ônibus, il km de m 2 e s a u o mundo e viajar q m um outr ra ri b Depois d o c rios des os voluntá o do Rio Araguaia d la do outro

Para saber + • voluntariosiaene.blogspot.com • voluntariosadventistas.org • adra.org.br

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Assessora de imprensa do Unasp, campus São Paulo rosemeire.braga@unasp.edu.br

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Daniel Lüdtke

Jornalista e capelão das Faculdades Adventistas da Bahia, em Cachoeira, BA daniel_ludtke@hotmail.com

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os olhos de um visitante prestes a aterrissar no Aeroporto Internacional Madre Teresa, em Tirana, capital do país, a geografia da Albânia impressiona. Situado estrategicamente no estreito de Otranto, que liga o Mar Adriático ao Mar Jônico e ao Mar Mediterrâneo, o país de 3 milhões de habitantes é caracterizado por uma fascinante cordilheira. A maior montanha, chamada Korab, possui 2.573 metros de altitude. Bem menor, mas não menos estupenda, Mount Moravia é uma das montanhas albanesas exploradas como atração turística. Do alto dela é possível ver plenamente a cidade de Korçë, um dos municípios mais importantes, com 60 mil habitantes. Fiéis de várias nacionalidades se reuniram nesta montanha, no dia 1º de julho, para um período de orações ao pôr do sol. Na ocasião, havia albaneses, bem como um pastor croata e um voluntário sueco que trabalhou na construção do primeiro templo adventista da Albânia. Mas a maioria do grupo era brasileira. Uma comitiva de 29 jovens voluntários entrou para a história como a primeira excursão internacional da Missão Calebe. O pastor Oliveiros Ferreira, um dos líderes da expedição, foi o precursor do adventismo no país, ao construir o primeiro templo, em 1994, depois de uma temporada missionária em Korçë. Lá, os voluntários distribuíram 15 mil exemplares do livro Sinais de Esperança, traduzidos para o albanês. Eles visitaram todas as casas do município em apenas cinco dias.

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A aventura evangelística de jovens paulistas num país ex-comunista: a Albânia. Eles participaram da primeira expedição internacional da Missão Calebe

s são muçulmanos

60% dos albanese

Fotos: Cortesia dos entrevistados e Fotolia

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Voluntários falaram em inglês e “arranharam” o albanês


o O livro Sinais de Esperança foi traduzid para o idioma local

Eles distribuíram 15 mil livros mis sionários em apenas cinco dias

Cortina de ferro Essa foi a primeira evangelização adventista em massa realizada em Korçë, uma cidade importante para a formação de Henver Hoxha, o ditador que liderou a Revolução Cultural e Ideológica. Esse movimento instituiu oficialmente o ateísmo na Albânia por quatro décadas até a abertura política no fim dos anos 80. Na Albânia moderna, com 60% da população professando o islamismo, os missionários brasileiros superaram desafios. Eles distribuíram o livro missionário e convidaram os moradores para assistir às pregações no hotel em que o grupo esteve hospedado. A cada noite, cerca de 80 albaneses acompanharam as mensagens bíblicas apresentadas pelo pastor Oliveiros Júnior.

Em geral, a recepção foi amistosa. Os voluntários até se aventuraram a trocar algumas palavras em albanês. No segundo dia de trabalho, os brasileiros tiveram a ajuda de jovens adventistas de Tirana, capital da Albânia. A organização do projeto preparou uma apostila com frases essenciais para a distribuição do livro e o convite para as reuniões missionárias. Um jovem que assistiu aos encontros de adoração durante todas as noites aceitou receber estudos bíblicos, com a noiva. Ele está decidido a ser batizado na Igreja Adventista.

Futuro Servet, um jovem alcançado pela mensagem adventista em Tirana, colaborou com os brasileiros durante o evan-

gelismo. Por causa de sua fidelidade à guarda do sábado, ele perdeu o emprego no shopping em que trabalhava. Mas a habilidade missionária do jovem chamou a atenção dos pastores Oliveiros Ferreira e Leo España, presidente da Igreja Adventista na Albânia. Eles decidiram contratá-lo como evangelista para o país no dia em que foi demitido de seu antigo emprego. O fato emocionou todos os brasileiros e sinalizou o futuro da expansão adventista na Albânia. O missionário albanês está atuando e enviando relatórios regulares para os líderes brasileiros. Para alcançar os jovens, ele criou um time de futebol, chamado Equipe Calebe, um time com sete jogadores. “Eles têm muita necessidade de Deus em seu meio. Todos estão interessados em Deus e em breve, com a ajuda dEle, terão a oportunidade de fazer estudos bíblicos”, contou Servet. A primeira reunião foi um grande sucesso. No sábado, 23 de julho, três deles participaram do encontro e discutiram o tema da Lição da Escola Sabatina. Heron Santana

Jornalista da Igreja Adventista para a região central do Estado de São Paulo, em Campinas. heron.santana@gmail.com

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Portas abertas para os brasileiros Aos 17 anos, o estudante do curso técnico de Enfermagem, Alexandre Gimenes Júnior, viveu uma experiência que redefiniu sua caminhada espiritual. Ele foi um dos voluntários do projeto realizado na Albânia. Nesta entrevista, ele avalia o quanto valeu participar dessa expedição internacional. O que você conhecia da Albânia antes desta viagem? Não conhecia muita coisa antes de ouvir falar da missão. Sabia que é um país europeu, pobre, ex-comunista, de economia fraca, relevo montanhoso e de maioria muçulmana.

Fotos: Cortesia dos entrevistados e Fotolia

O que mais chamou sua atenção quando você chegou ao país? A beleza da Albânia. É impossível não notar. O país inteiro tem montanhas belíssimas, formando uma paisagem que não existe em nenhum lugar do Brasil. Como foi a distribuição do livro? Nas ruas, formávamos duplas, geralmente um brasileiro com um albanês voluntário, outras vezes somente com dois brasileiros, e batíamos de porta em porta. Na maioria dos casos, a recepção foi boa porque o povo albanês é muito hospitaleiro. Já alguns nem olhavam para nós ou então começavam a gritar, expulsando-nos dos prédios. Mencionar que somos brasileiros sempre ajudou: descobri que somos muito queridos por lá. Enfrentamos algumas dificuldades, mas o que foi mais marcante para mim foram os casos que deram certo. O momento mais emocionante foi o último dia, quando cerca de cem pessoas aceitaram o apelo do sermão. out-dez 2011

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Para curtir e compartilhar

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“E

ste é mais um Minyma.” Depois de ouvir essa assinatura, o internauta percebe que passou quase três minutos assistindo a um vídeo com mensagem cristã que pode levá-lo a reflexões profundas ou, no mínimo, a ter um dia melhor. Mais do que ser um receptor passivo, esse usuário também acaba compartilhando o vídeo com seus contatos, tornando assim viral aquele sermão em miniatura. A ideia é simples, mas de alcance do tamanho da rede. O projeto, que pretende ser uma plataforma de evangelismo na web, nasceu de um grupo de jovens que sabe o que é viver conectado e que deseja testemunhar para quem não sai da internet. Inspirada no trabalho do pastor Rob Bell, criador da série Nooma (nooma.com), 28

out-dez 2011

essa galera uniu produção visual, linguagem “não igrejeira” e conteúdo relevante na mídia em que todos estão.

Sucesso O sucesso da iniciativa pode ser medido por alguns fatores. O primeiro deles é o número de acessos no canal do Minyma no YouTube: 12.200 de janeiro a agosto deste ano. O segundo indicativo é a expansão do projeto. A cada três meses, os voluntários envolvidos no ministério produzem e transmitem um programa de TV com temática religiosa a partir de uma metrópole mundial. Esse encontro, que recebe o nome de Minyma Live (ao vivo), já foi realizado em Sidney, São Paulo e Toronto. O próximo será nos Estados Unidos.

O objetivo é reunir em tempo real os que conhecem o projeto apenas pelos vídeos ou site. Na programação, com duração de 40 minutos, há entrevistas, música, pregação bíblica mais aprofundada e o principal: interação com o público por meio das redes sociais. Cerca de 2.500 computadores estiveram conectados na edição paulistana do Minyma Live. O terceiro fator que indica o potencial da ideia é o impacto espiritual nos usuários, mais difícil de ser quantificado por causa do alcance da rede. Mas nada que não possa ser mensurado pelo feedback de quem foi beneficiado. “Não criamos o Minyma e o Minyma Live para ser um programa de entretenimento cristão e que tivesse números espantosos para impressionar”, Marcelo Bussacarini,

Fotos: Cortesia dos entrevistados e Fotolia

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Conheça o projeto Minyma e entenda o que ele representa para o futuro do evangelismo na web


Making of Só que nos bastidores de todo ministério sério há muito trabalho. E para alcançar esse propósito, cerca de 20 pessoas em São Paulo, dez em Sidney e dez em Toronto dispõem de tempo e criatividade para fazer a coisa funcionar. No Brasil, quinzenalmente o grupo dedica as manhãs de domingo para as gravações e mais duas horas diárias para atualizar e divulgar o conteúdo do site. A equipe também procura pautar os vídeos pela autenticidade e espontaneidade. E é nessa característica que está o potencial dos vídeos se espalharem pela rede. “Tem uma palavra que usamos muito, que é o ‘engage’ ou engajamento. O projeto precisa gerar isso. Eu preciso gostar tanto do vídeo a ponto de compartilhar com meus conhecidos. Se eles tiverem o mesmo sentimento, então o vídeo se torna viral”, explica o publicitário e gerente de internet da Rede Novo Tempo de Comunicação, Carlos Magalhães.

Futuro

Fotos: Cortesia dos entrevistados e Fotolia

A equipe sonha com muitos desdobramentos do projeto. O Minyma App para iPhone, Androide e Windows Phone já inaugurou a presença na internet móvel. A legendagem e/ou produção de vídeos

em outras línguas como espanhol, inglês, francês e arábe é outro sonho, que pode se tornar mais real com a consolidação de núcleos do Minyma em mais países. Por causa dessa nova demanda por produção, outro objetivo é aumentar o número de omilits ou mensageiros. Hoje, o grupo conta com a participação do comunicador Serginho Borges, da jornalista Carolina Cavalcanti (autora da ficção O Fim do Começo), do pastor André Vieria e do pastor e psicólogo Alberto Nery. Sem descartar o evangelismo tradicional, os mentores do Minyma entendem que enxergar o potencial missionário da internet é um imperativo para a igreja hoje, e uma questão de sobrevivência no amanhã. “A mensagem de Deus precisa ser espalhada, e as ferramentas estão aí. A igreja, como estrutura física, um dia vai sumir, mas na internet é mais difícil a mensagem ser barrada”, avalia Patrick Marquat, 25 anos, gerente comercial e pioneiro do Minyma. André Vieira, pastor de uma igreja de fala portuguesa na Austrália, ressalta que o contato virtual contextualizado serve para quebrar preconceitos e estabelecer um relacionamento. Posteriormente, é fundamental que haja contato presencial com os interessados pela “igreja do Minyma”. Por fim, Marcelo resume porque o projeto parece ter um conceito que veio para ficar: “o Minyma é para uma geração que raciocina rápido, espera respostas instântaneas, que está acostumada com o dinamismo da TV, mas pensa como o video-game: reseta e começa de novo. Essa geração é muito mais motivada pela emoção do que pela razão e é mais inclinada a tomar decisões pela influência do grupo.” Luciana Santana

Apresentadora do programa Conexão Jovem da TV Novo Tempo luciana.santana@novotempo.org.br

Wendel Lima

Editor

Minyma Significa “mensagem” em grego. Juntando ao som da palavra em português, o trocadilho cai bem: “pequena mensagem” O que é: meditação em vídeo para a web Temática: de fundo moral e cristocêntrico; que não desrespeita outras denominações e suas crenças. O objetivo é despertar interesse por assuntos cristãos. Duração: 2 a 3 minutos Público-alvo: jovens sem-religião Minyma Live: encontro trimestral online e ao vivo para aprofundar as temáticas dos vídeos curtos e mostrar que há uma comunidade ligada pelo projeto Site: minyma.org Twitter: @minymaadv Facebook: facebook.com/Minyma Quero participar É possível participar criando um núcleo do Minyma na sua igreja, compartilhando os vídeos ou ajudando em novas produções. Para aprender a fazer um roteiro, mande um e-mail para roteiro@ minymalive.org TV Assista essa matéria no blog novotempo.com/conexaojovem out-dez 2011

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27 anos, explica o foco bem definido do projeto. Ele é gerente de marketing na Austrália.

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Sábado online

Consumir o tempo livre para esconder a falta de sentido

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sem clicar em mais nada, sem sequer tocar no computador a não ser para responder ao outro? Pois é, provavelmente não, justamente porque é isso que nos atrai na internet, essa possibilidade de preencher todo tempinho livre. Com o computador ou outra máquina digital diante de nós, não temos que ficar esperando o outro elaborar seu raciocínio. Enquanto o outro pensa e escreve, podemos ir clicando e vendo fotos. Enquanto uma pessoa demora a responder, podemos acionar outra. Vendo bem, o que importa não é outro, mas preencher o tempo com o(s) outro(s). O Twitter sintetizou muito bem isso. A todo instante chega o tweet de alguém, assim ficamos o tempo todo ocupados. A rede é nossa aliada preferida na arte de matar o silêncio. Na conversa pela rede, a outra pessoa é muitas vezes somente um álibi para o que realmente queremos: matar o tempo, que é a verdadeira razão do consumo simbólico. E isso passa a ser uma necessidade a partir do momento em que o tempo livre não faz sentido, diferentemente do que Deus havia planejado. Ellen White diz que “Satanás bem sabe que todos os que negligenciam a oração e o estudo das Escrituras serão vencidos por seus ataques. Portanto, inventa todo artifício possível para ocupar a mente” (O Grande Conflito, p. 296). Deus sabia que era necessário ter tempo livre. Por isso, antes mesmo do trabalho, criou o sábado, tempo para se relacionar com Ele, para ler a Bíblia e orar. Se o tempo que Deus separou para Ele está sendo usado para “consumir”, pode ser que o sentido esteja em falta também em nossas vidas. E, para um cristão, esse é um sintoma muito sério para ser ignorado. Tales Tomaz

É professor de Comunicação Social do Unasp e mestrando em Comunicação e Semiótica na PUC-SP. talestomaz@gmail.com

Imagem: Fotolia

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eus é contra o ócio? Cuidado, pense bem antes de responder. Vamos aos fatos. No Éden, Deus ordenou que Adão e Eva cultivassem o jardim. Esse é um argumento contra o ócio. Mas qual foi a primeira experiência na vida de Adão e Eva? Foi o sábado, um dia de... ócio! Deus tinha, sim, a intenção de que as criaturas tivessem tempo livre, e criou um dia especificamente para isso, para que fosse um momento em que o ser humano estivesse liberado de obrigações e pudesse se relacionar plenamente com o Criador e com o restante da criação. As tardes de sábado no Twitter, no MSN e em outras redes sociais não negam: para muitos de nós, jovens adventistas, descanso sabático virou sinônimo de bate-papo na rede. Não podemos julgar os motivos, mas propor uma reflexão sobre essa prática e o que está implícito nela. Uma das formas que o ser humano encontrou de ocupar o tempo livre é o consumo. Já estamos “vacinados” contra o argumento do consumismo de bens e serviços, esses que a gente vê por aí embelezando as vitrines, sejam elas das ruas ou das telas. Além disso, como nos custam dinheiro, não podemos simplesmente comprar produtos o tempo todo. Mas raramente percebemos um outro consumo, que é imaterial, intangível e muito mais barato, características que o tornam ainda mais eficaz e irresistível: o consumo de “símbolos”, isto é, de imagens, informação, dados, que chegaram à nossa vida através de máquinas de produzir comunicação, como a televisão e o computador. Sendo assim, mesmo o bate-papo na rede é uma forma de participar dessa lógica de consumo. Mas qual é a diferença entre conversar presencialmente ou na rede? Para responder, farei outra pergunta: Você já conversou com alguém na internet deixando apenas a janela daquela pessoa aberta, concentrando-se permanentemente no que ela dizia, sem abrir outras janelas,


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