História da Vida – Nível 2 – Volume 2/2016

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História da Vida

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QUAL É A IDADE DA TERRA? OS MÉTODOS DE DATAÇÃO SÃO CONFIÁVEIS?

EXISTE ALGUMA EVIDÊNCIA DE QUE A VIDA NA TERRA SEJA RECENTE? LEIA E DESCUBRA!

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História da Vida nível 2: Marca Registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, do Ministério da Indústria e do Comércio. Todos os direitos reservados. Não é permitida a reprodução total ou parcial de matérias deste periódico sem autorização por escrito dos editores. 8992/33998 80.500 exemplares Maio-Junho 2016 Diretor-Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Uilson Leandro Garcia Redator-Chefe: Marcos De Benedicto Redator-Chefe Associado: Vanderlei Dorneles Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Didáticos: Alexander Dutra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Coordenadora pedagógica: Goretti Candido

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CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127, km 106, CP 34; CEP:18270-970 - Tatuí, SP Fone: (15) 3205-8800 Fax: (15) 3205-8900

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Por Michelson Borges Nas Olimpíadas da China, em 2008, o jamaicano Usain Bolt quebrou o recorde da prova dos 100 metros. Com seu jeito descontraído, pouco antes de cruzar a linha de chegada, ele relaxou os braços e bateu no peito. Para ele, a corrida parecia se tratar de uma brincadeira – e uma humilhação para os demais concorrentes que ficaram na poeira. Bolt concluiu a prova em 9,69 segundos, tornando-se o homem mais rápido do mundo. Mas como ter certeza de que ele realmente fez a prova em pouco mais de nove segundos? Como saber se o cronômetro estava mesmo zerado antes de começar a prova? E como saber se a contagem do tempo é confiável, não acelerando nem atrasando durante a prova? Simples: qualquer fiscal de prova poderia conferir se o cronômetro estava mesmo zerado antes do início da corrida e se estava funcionando adequadamente. Caso isso não fosse possível, os questionamentos acima teriam sentido. Os métodos utilizados para se fazer a datação dos eventos que ocorreram no passado, porém, não contam com um “fiscal”, como veremos a seguir.

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Editor: Michelson Borges Projeto Gráfico: Thays Lóia Diagramação e capa: Leonardo Alves Imagem de capa: © osvaldo1959_104 | Fotolia

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Cronômetros radioativos

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Muitas tentativas de determinar a idade da Terra foram feitas, mas todas davam datas muito recentes. A utilização dos elementos radioativos para datação acabou satisfazendo a necessidade de longos períodos de tempo exigidos para que a vida se desenvolvesse de acordo com as ideias propostas pelos evolucionistas. Mas como funcionam esses “relógios”? Tudo depende da determinação da relação entre a quantidade de determinado elemento radioativo na formação do material a ser datado e da quantidade de outro elemento formado (supostamente ausente na formação do material) por decaimento radioativo. Na verdade, todos os métodos de datação dependem basicamente das pressuposições das quantidades iniciais e da constância de certos valores ao longo do tempo. Mais ou menos como no caso do recorde do Bolt, que depende da confiabilidade do cronômetro no início e no decorrer da corrida, contudo, sem a presença de um fiscal. Se estivermos trabalhando com o urânio, por exemplo, precisamos determinar quais os percentuais de urânio e de chumbo (que é o produto do decaimento do urânio) na amostra analisada. Uma vez que a taxa de decaimento é conhecida, supõe-se que o tempo decorrido desde que o processo começou pode ser calculado para determinar a idade das rochas.

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O que é decaimento radioativo?

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O decaimento ocorre porque elementos radioativos têm a propriedade de perder espontaneamente sua massa emitindo partículas ou radiações eletromagnéticas. À medida que emite essas partículas e/ou radiação, o núcleo do átomo pode se alterar, resultando no aparecimento de outro núcleo diferente, ou seja, é formado um átomo de outro elemento químico. Quando um átomo se desintegra e o átomo formado é também radioativo, haverá novas desintegrações, que se sucederão até o aparecimento de um átomo estável, como os átomos do chumbo, por exemplo.

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Problemas com os métodos de datação

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O problema é que, para se realizar uma datação por esse método, deve-se ter a garantia de que não havia qualquer quantidade de chumbo por ocasião da formação da rocha a ser datada (o cronômetro tinha que estar zerado), ou então, conhecer a quantidade inicial desse elemento. Como isso é totalmente impossível, cientistas costumam lançar mão de hipóteses a respeito dos percentuais iniciais. Dependendo, porém, das condições iniciais admitidas, a conclusão a respeito da idade da rocha em questão pode variar, desde recente até excessivamente antiga. Como se pode ter certeza de que nem chumbo, nem urânio ou tório, ou outro elemento químico que compõe a série de desintegração radioativa do urânio, foram acrescidos ao sistema (cronômetro atrasado), ou dele retirados (cronômetro adiantado), desde a época de sua formação? Sabe-se que, com o calor, tanto o urânio quanto o chumbo podem se esvair das formações rochosas, sobretudo se forem rochas sedimentares. O urânio também se esvai com a água, pelo processo de lixiviação (dissolução por desgaste), à medida que ela se infiltra e penetra no solo; mas o chumbo é praticamente preservado, por ser menos solúvel em água. Portanto, utilizar-se o método de datação radiométrica urânio/chumbo ou qualquer outro método radioativo é sustentar a hipótese absurda de que a rocha a ser datada tenha estado na

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natureza, supostamente durante bilhões de anos, como se estivesse em um laboratório, apenas se processando a transformação urânio/chumbo. Resumindo: para uma datação correta são necessários pelo menos três fatores: (1) conhecer as condições iniciais do processo escolhido (cronômetro zerado); (2) conhecer o andamento do processo no tempo (cronômetro confiável e constante); e (3) ter a certeza (praticamente impossível) de que nenhum fator ou elemento estranho ao processo tenha interferido ou perturbado seu andamento (que nenhum sabotador tenha acelerado nem retardado o cronômetro). Partindo-se do modelo criacionista, podem ser preditos processos e modos que poderiam ter influenciado o andamento dos “cronômetros radioativos”, prejudicando consequentemente sua confiabilidade. Por exemplo: (1) distúrbios na crosta e no próprio manto ocorridos durante a semana da criação (3º dia) e durante e após o dilúvio; (2) a virtual e completa dissolução, pelas águas do dilúvio, da parte superior da crosta terrestre, escondendo, por assim dizer, as marcas do mundo que então era; (3) a rápida e catastrófica atividade orogênica que resultou na formação de cordilheiras e montanhas; (4) a própria ação do calor e dos resfriamentos e solidificações provenientes das atividades vulcânicas não poderia ter deixado intactas as séries radioativas, no que diz respeito ao seu funcionamento como “relógios”. Conclui-se, portanto, que os métodos de datação radioativos determinam não a idade de alguma coisa, mas sim a sua atividade radioativa (ou de decaimento), e foram escolhidos pelo pressuposto de que a Terra é muito antiga, com o objetivo de reforçar essa ideia.

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O método do radiocarbono

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O Carbono-14 (C-14) se forma constantemente nas camadas superiores da atmosfera, devido ao bombardeio de átomos de nitrogênio por raios cósmicos. À medida que se desintegram os átomos de C-14, novos átomos vão sendo constituídos graças aos raios cósmicos, de sorte que a proporção de C-14 em relação ao Carbono-12 (que é estável) se mantém constante. O C-14, por outro lado, desaparece continuamente por desintegração. Para todos os efeitos, basta entender que, quando um organismo morre, para de ingerir Carbono-14, pois obviamente não se alimenta mais. O C-14, instável, começa a decair, enquanto o C-12, estável, permanece constante. A diferença entre os carbonos 14 e 12 é usada na datação, pois se sabe que a meia-vida do C-14 é de 5.730 anos. As taxas de desintegração e as proporções entre C-14 e C-12 também podem ser alteradas pelos seguintes fatores:

(1) Tempestades solares (variações na intensidade do fluxo que chega ao nosso planeta).

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(2) Variações na intensidade do campo magnético da Terra que atua como escudo protetor (medições feitas por mais de 140 anos dão conta de que o campo magnético perdeu, nesse intervalo de tempo, cerca de 15% de sua intensidade).

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(3) Reservatórios de carbono (variações da intensidade absorvida ou liberada pela biomassa no planeta, pelos oceanos e pelas rochas sedimentares).

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(4) Atividade climática (variação do fluxo do carbono que passa dos reservatórios para a atmosfera).

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Datas discrepantes • O método do Carbono-14, quando aplicado a um mastodonte, indicou

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uma diferença de 750 anos entre a morte dos tecidos externos e a dos tecidos internos. A camada externa da presa datava de 7.820 anos a partir da morte, enquanto o interior do animal revelava ter ele morrido 750 anos mais tarde. Imagine a agonia desse pobre animal! Árvores nas proximidades de um aeroporto tinham idades radiocarbônicas na ordem de 10 mil anos, embora fosse sabido não terem mais que algumas décadas. Fica evidente aqui a contaminação pelos gases expelidos dos aviões. Foi calculado que a argamassa do Castelo de Oxford, na Inglaterra, tinha a idade de 7.370 anos, segundo método do Carbono-14. Mas o castelo foi construído há menos de 800 anos! Não ficou claro qual foi a espécie de contaminação. Talvez porque a argamassa absorve o dióxido de carbono do ar. Uma revista de pesquisas geofísicas relata que lava formada nos anos 1800-1801 teve idade calculada de 160 milhões a três bilhões de anos pelo método de datação do potássio-argônio. Datas semelhantes foram obtidas para rochas recentes na Noruega, Alemanha, França e na ex-União Soviética.

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Os cometas viajam em torno do Sol e se crê que eles tenham a mesma idade do sistema solar. Cada vez que um cometa realiza uma órbita, ele perde parte de sua massa devido às forças gravitacionais, formação de cauda, produção de chuvas meteóricas e forças radioativas. Há inúmeros cometas, de períodos longos e curtos, girando em torno do Sol, mas não se conhece nenhuma fonte de surgimento de novos cometas. Se o sistema solar tem mesmo bilhões de anos de idade, então esses cometas teriam realizado muitas órbitas desde então e, consequentemente, perdido grande parte de sua massa nos trajetos. Considerando-se o tamanho dos cometas hoje, sua perda de massa por órbita, e extrapolando esse resultado para bilhões de anos no passado, concluímos que a massa deles deve ter sido diversas vezes maior que a do Sol! Nesse caso, o Sol é que teria estado orbitando em volta dos cometas! Assim, a existência de centenas de cometas em nosso sistema solar, com órbitas elípticas fechadas – provando que eles não estão sendo acrescentados por uma fonte fora do sistema – nos sugere um sistema solar “jovem”. Mas isso não significa dizer que todo o Universo seja “jovem”. Ele pode ter os bilhões de anos sugeridos pelos cientistas. O que fica claro pelas pesquisas é que, ao que tudo indica, a história da vida é mais recente do que geralmente se pensa.

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Decaimento dos cometas

Michelson Borges é jornalista, mestre em Teologia e autor dos livros A História da Vida, Por Que Creio, A Descoberta, entre outros

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Texto e ilustração: Michelson Borges

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Para obter mais informações e materiais de apoio, acesse www.historiadavida.com.br

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