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COMPORTAMENTO: os riscos e as frustrações de uma sexualidade sem limites
O PARAÍSO DAS ESPÉCIES Nas ilhas exóticas que inspiraram Darwin, pesquisadores enxergam evidências de que tudo foi criado
MUDE SEU MUNDO: NOVA VIDA PARA QUEM VENDE O CORPO
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LIÇÃO DE VIDA: DESMOND DOSS, O SOLDADO DESARMADO
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Jan-Mar 2017 – Ano 10 no 41
Exemplar:8,05 – Assinatura: 25,60
ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE
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AO PONTO: O PASTOR QUE PERDEU E REDESCOBRIU A2017 FÉ| 1 JAN MAR
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Da redação
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Editor Wendel Lima
5 CONECTADO
A OPINIÃO DE QUEM SEGUE E CURTE A REVISTA
CHANCE DE CRESCER
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William de Moraes
ESCOLA TEM TUDO que ver com o crescimento. No plano ideal, classes, ementas, avaliações, notas e aprovação para novas séries são recursos educacionais para medir o progresso do aluno e ajudá-lo em seu desenvolvimento. Porém, quando falamos de uma rede de ensino confessional, como a adventista, existe a preocupação com o crescimento integral dos estudantes, algo que vai além do estímulo cognitivo. Porque uma formação profissionalizante ou meramente teórica não dá conta de atender a complexidade do ser humano e da realidade que nos cerca. Reconhecer isso, por exemplo, significa contemplar o desenvolvimento da espiritualidade na sala de aula. É por essa razão que anualmente nossa rede educacional adventista na América do Sul elabora e executa o Plano Mestre de Desenvolvimento Espiritual (PMDE). Uma proposta abrangente que tem o objetivo de orientar as ações das escolas, privilegiando o desenvolvimento de determinados valores. Para este ano, a ideia é trabalhar os conceitos de liberdade (1o bimestre), alegria (2o bimestre), solidariedade (3o bimestre) e gratidão (4o bimestre). Ao longo de 2017, a Conexão 2.0 vai procurar reforçar esses valores. Já na primeira edição do ano, por exemplo, trazemos três seções que refletem sobre a liberdade: Entenda, Imagine e Tudo ligado. Mas não é de hoje que a visão bíblica sobre esse conceito tem norteado nossas publicações. Entendemos liberdade não como uma posse humana, mas como um chamado divino. Isso porque na explicação apresentada na Bíblia para a condição do ser humano, somos descritos como escravos do pecado. Ou seja, desconectados de Deus não temos capacidade de amar genuinamente, crescer moralmente e servir sem interesses egoístas. Porém, a reversão desse quadro é possível somente quando respondemos positivamente ao convite de Deus para a liberdade (Gl 5:13). Mais do que entender, experimentar a liberdade que vem de Deus, leva o ser humano à obediência voluntária aos propósitos dEle, e ao serviço altruísta pelo próximo. Essa libertação é capaz de gerar uma verdadeira revolução, algo que ainda tem sido pouco vivenciado em nossos dias. Porém, em 2017, você terá a chance de crescer nesse e em outros aspectos. Aproveite!
6 GLOBOSFERA
FILMES, LIVROS, NÃO COMBATÊNCIA, POLÍTICA E SUPERAÇÃO
10 ENTENDA
A LIBERDADE QUE CRISTO OFERECE AO SER HUMANO
22 PERGUNTAS
SUICÍDIO, ORAÇÃO, VEGETARIANISMO E LIBERDADE
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APRENDA
A PLANEJAR UM ACAMPAMENTO
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NUDE, SEXTING, PORNOGRAFIA E POLIAMOR. A CONFUSÃO DA NOVA SEXUALIDADE
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O SE ATE CRE
18 ARTIGO
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________ Depto. Arte
8 AO
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CA
STO ANO
... SE NÃO EXISTISSEM DESIGUALDADES ENTRE MULHERES E HOMENS
8 AO PONTO
O SEMINARISTA QUE SE TORNOU ATEU E DEPOIS VOLTOU A CRER EM DEUS
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CAPA
CONHEÇA O ARQUIPÉLAGO DE GALÁPAGOS E DESCUBRA O QUE DARWIN NÃO CONSEGUIU VER LÁ
Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Jan-Mar 2017 Ano 10, no 41 Ilustração da capa: Thiago Lobo
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br Serviço de Atendimento ao Cliente Ligue grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 8h às 15h45 Domingo,das 8h30 às 14h
OGRAFIA SÃO DA
Editor: Wendel Lima Editor associado: Fernando Dias Projeto gráfico: Marcos Santos e Éfeso Granieri Designer: Renan Martin Diretor-Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Uilson Garcia Redator-Chefe: Marcos De Benedicto
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GUE
24 IMAGINE
Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Colaboradores: Edgard Leonel Luz, Almir Afonso Pires, Almir Augusto de Oliveira, Antônio Marcos Alves, Eder Leal, Marco Antonio Leal Góes, Orlando Pedro Renato Frozza, Raquel Xavier Ricarte, Rubens Paulo Silva, Alexander dos Santos Dutra e Rérison Alfer Vasques.
26 MUDE SEU MUNDO
DUAS VOLUNTÁRIAS FREQUENTAM UMA ESQUINA PARA RESGATAR PROFISSIONAIS DO SEXO
Assinatura: R$ 25,60 Avulso: R$ 8,05 www.conexao20.com.br Tiragem: 30.000
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LIÇÃO DE VIDA
DESMOND DOSS, O HERÓI DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL QUE SALVOU EM VEZ DE MATAR
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Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita dos autores e da editora.
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Informação Conectado & Opinião Globosfera Ao ponto Entenda
Desabafos, sugestões, interação e dúvidas para a seção Perguntas? É aqui mesmo!
O que tornou a edição de outubrodezembro ainda mais especial foi o modo interessante como a reportagem de capa contou a história da rede educacional adventista no Brasil, da qual faço parte desde que me entendo por gente. Bruna Pereira Blumenau (SC)
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Perdeu alguma edição ou deseja reler uma matéria de que gostou muito? Acesse nosso arquivo e folheie todas as edições da Conexão 2.0
O trabalho de arte e diagramação continua surpreendendo. Destaco na edição de outubro-dezembro o artigo “A razão da dor”. Primeiro pela escolha do tema, que é recorrente e ponto de conflito com amigos meus que não compartilham da minha fé. Segundo, porque comparou a perspectiva bíblica com outras linhas de pensamento. Pressupostos esses que embasam os argumentos que ouço no meu dia a dia como médico. Quem sabe nas próximas edições poderia ser abordado como a questão do sofrimento é encarada em outras culturas. Ricardo Coelho São Paulo (SP)
Ao ler o infográfico da última edição, sobre as implicações de interpretar o relato bíblico da criação como literal ou metafórico, entendi por que Deus idealizou a educação adventista. Uma visão distorcida sobre a origem da humanidade leva a sociedade à degradação. Porém, na contramão dessa corrente, a educação adventista colabora para a formação de jovens que tenham valores e princípios cristãos e que evitem atitudes autodestrutivas. Daniele Quirino Porto Velho (RO)
A revista se superou na última edição ao contar a história da educação adventista de uma maneira tão diferente. Parabéns! Como pastor e professor, fico muito feliz em perceber que essa revista é seria e comprometida com a mensagem bíblica. Felippe Amorim Araquari (SC) © Michael Brown | Fotolia
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Fui tocado pela matéria “A razão da dor”. Esse é um tema que suscita muitas perguntas e com o qual todos nós nos identificamos. Por isso, faz muito bem saber quem é Deus e que Ele está cuidando de nós no meio disso tudo. Gabriel Diniz Gruber Tatuí (SP)
Fiquei emocionada quando li na conclusão do perfil da pesquisadora criacionista que cresceu em Galápagos: “Muito em breve, eles descobrirão que, no coração do arquipélago, também haverá um espaço para se encontrarem com o Criador.” Amém! Creio nisso! Giovanna Eugênia Petrolina (PE)
A Conexão 2.0 é um recurso essencial para uma juventude cristã que vive em meio a dilemas cada vez mais complexos numa sociedade pós-moderna. Achei excelente o artigo sobre o sofrimento. Rodrigo Udo Zeviani Hannover (Alemanha)
A revista se reinventa e se supera a cada edição. Lindas histórias de vida e reportagens muito interessantes. Já estou ansiosa pela próxima. Paola Neves Porto Feliz (SP)
A leitura da Conexão 2.0 sempre me agrega conhecimento. Da última edição, destaco a entrevista com o Daniel Lüdtke. Concordo com ele que não falta vontade nos jovens de trabalhar para Deus. Por ser aluna da rede educacional adventista, também gostei da reportagem de capa, e já coloquei o documentário dos 120 anos da rede na minha lista de coisas para assistir. Achei sensacional a matéria “A razão da dor”, que veio para complementar o estudo sobre o livro de Jó, que os adventistas fizeram no último trimestre de 2016. E termino meu comentário destacando o projeto social de Bal Kama. Espero que esse conteúdo inspire outros jovens como eu a fazer algo em favor de quem precisa de ajuda. Gladys Angélica Engenheiro Coelho (SP)
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De uma série que se propõe a explicar o plano de salvação elaborado e executado por Deus para a humanidade, O Libertador é uma das melhores e mais completas biografias de Jesus. É um convite para acompanhar de perto a incrível trajetória daquele que dividiu a História e que continua a inspirar milhões de seguidores. Escrito no fim do século 19 pela autora norte-americana Ellen G. White, a novidade desta versão é que apresenta linguagem atualizada para os leitores do século 21.
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ELA CHEGOU LÁ
Foto: Andrea Miranda
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TERCEIRO VOLUME...
SE O VOTO NÃO FOSSE
OBRIGATÓRIO...
Ainda assim 62% dos eleitores entrevistados pelo Ibope Inteligência em outubro disseram que votariam. Existem variações dessa média quando são considerados nível de escolaridade e se os eleitores moram em cidade pequena ou grande. Contudo, para 54% dos brasileiros entrevistados o voto deveria ser facultativo, 3% a mais do que em 2010. 6 |
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© iluslab | Fotolia
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Foto: Maria Angelica Hiroko Osiro
Gabriela Silva Gonçalves, 14, é paulistana, evangélica e há sete anos estuda no Colégio Adventista de São Miguel Paulista. Ela participou do projeto Parlamento Jovem 2016 e teve sua proposta aprovada pela Câmara de Vereadores de São Paulo. Gabriela sugeriu a instalação de dispositivos sonoros nos pontos de ônibus para orientar os deficientes visuais. Confira nosso bate-papo com ela. O que levou você a inscrever um projeto? Vi alguém num ponto de ônibus negando ajuda para um deficiente visual que tinha pedido que lhe avisasse quando o ônibus estivesse chegando. Achei um absurdo o que vi. Você foi incentivada por alguém da escola? Sim, pelas professoras Nazilda Aiolfi (Geografia) e Carol Cantoia (Língua Portuguesa). Elas me falaram sobre a importância da formulação de leis para o benefício da população. Como sua visão sobre política mudou depois dessa experiência? Devido à tanta corrupção do nosso país, não tinha vontade de me envolver. Mas depois de participar desse projeto, tomei a decisão de me engajar em eventos de conscientização de jovens. Minha geração não está mais se importando com as decisões das autoridades. Mas precisamos participar dessas resoluções, pois assim estaremos construindo nosso futuro. Seu projeto será implementado? Ele foi escolhido, mas não tem data de implantação, porque o custo dele ainda precisa ser aprovado no orçamento que será votado pela Câmara Municipal. Política e religião combinam? Elas podem sim andar lado a lado sem comprometer uma a outra. Quando os cristãos praticam os princípios morais da Palavra de Deus, eles podem fazer uma política mais justa e correta.
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VEREADORA POR UM DIA
Mesmo sendo portadora de síndrome de Down, Mariana Viana não precisou utilizar cotas de inclusão para ser aprovada no curso de Gestão de Recursos Humanos de uma faculdade particular de Belém (PA). O segredo de sua superação é atribuído ao estímulo da mãe, ao reforço escolar e ao suporte do Colégio Adventista Grão-Pará. Mariana, que gosta das aulas de redação, pretende ajudar os pais na gestão dos negócios da família.
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90% DOS ESTUDANTES
do Avondale College que responderam a uma pesquisa nacional na Austrália disseram estar satisfeitos com a instituição adventista.
Adventist World
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O 1º lugar foi dado para o Pacific Union College, instituição adventista da Califórnia (EUA), num ranking nacional de diversidade étnica entre os alunos.
18 mil
acampantes se reuniram nos dias 10 a 14 de novembro em São Luís (MA). Além de competições esportivas e de habilidades, eles participaram de ações comunitárias.
340 km foi o que remaram Marcelo Fragoso e Juliano
Esse é o nome que recebeu o longa-metragem adventista mais bem produzido até aqui. A produção australiana retrata como um pequeno grupo de agricultores do nordeste dos Estados Unidos formou as bases da Igreja Adventista, organização que tem se destacado por sua interpretação profética, além de seu investimento em saúde, educação e comunicação. O filme também ressalta os principais momentos da vida de Ellen G. White e a contribuição da pioneira para o crescimento da denominação. Como Tudo Começou pode ser baixado em português no site telltheworldfilm.org.
SOLDADO DESARMADO
20 mil km foi o que andou o agricultor aposentado
Foto: Andrea Miranda
Peter Tripovich, de 90 anos, ao rodear a Austrália para levantar 100 mil dólares australianos para uma entidade que cuida de crianças.
76 mil sabatistas se inscreveram no Enem em 2016. No Acre, a espera para fazer a prova foi de 9 horas.
TRABALHO COLABORATIVO Precisa-se de voluntários que transcrevam, traduzam e revisem legendas de vídeos adventistas. Hoje, 200 pessoas trabalham na comunidade Team Adventist legendando vídeos para 45 idiomas, mas são necessários outros milhares de colaboradores. Se você tem interesse nessa atividade, acesse amara.org/teams/adventist.
Com estreia internacional em novembro de 2016 e e no Brasil em janeiro de 2017, o filme Hacksaw Ridge, dirigido por Mel Gibson e protagonizado por Andrew Garfield, tem chamado a atenção para a postura da não combatência. Posição que foi adotada pelo soldado adventista Desmond Doss, um herói desarmado da Segunda Guerra Mundial (veja o perfil da página 28). Para entender a posição filosófica da não combatência, as guerras descritas na Bíblia e conhecer outros militares que têm a mesma postura de Doss, acesse o site ucb.adventistas.org/ desmond-doss. Colaboradores: Alexis Villar, Andreia Raquel, Felipe Lemos, Leonardo Leite, Lucas Rocha, Márcio Tonetti, Mark A. Kellner, Nikola Grujić, Silaine Bohry, Simone Joe, Tracey Bridcutt e Vania Chew jan-mar
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Eduardo Olszewski – Montagem sobre imagens do Fotolia
Polidoro, dois líderes de desbravadores, para chegar a um acampamento em São Lourenço do Sul (RS).
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COMO TUDO COMEÇOU
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Ao ponto
Texto Wendel Lima Ilustração Kaleb de Carvalho
O PONTO DA VIRADA
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ELE SONHAVA EM ser missionário; por isso, trancou o curso de Teologia no Brasil para estudar inglês por um ano na Inglaterra. Mas o que o paulistano Diego Boquer não imaginava é que se tornaria um ateu convicto na Europa. Porém, depois de dois anos de militância, ele reencontrou sua fé e vocação. Hoje, com 32 anos, Diego é pastor nos Estados Unidos, está casado, prestes a se tornar pai, e cursa doutorado no seminário Fuller, um dos mais prestigiados do mundo. A história dele pode servir de alerta e inspiração para você.
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Qual foi sua formação religiosa? Meus pais eram separados e recebi influências católicas de um lado e espíritas do outro. Cresci vendo manifestações sobrenaturais e aos 11 anos dizia que queria ser médium. Porém, aos 15, fui batizado na Igreja Adventista por influência de amigos e da escola adventista. Dois anos depois, em 2002, já estava começando o curso de Teologia no Unasp. Como sua espiritualidade foi abalada na Europa? Morei quatro anos na Inglaterra, uma sociedade sem tempo para Deus. Nos dois primeiros anos, mantive-me fiel e servi em algumas igrejas. Lá, fiz amigos cristãos, muçulmanos, budistas e ateus. Porém, caí na ilusão de achar que todos estão certos e errados ao mesmo tempo. Não consegui 8 |
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mais defender aquilo que havia aprendido no seminário, porque havia perdido a fé na própria Bíblia. Logo a igreja também se tornou irrelevante para mim. Por que você perdeu a fé? O ponto é que você não se conhece o tanto que pensa que se conhece. Enquanto estive mais “protegido” no meu mundo religioso foi mais fácil resistir a algumas tentações, mas quando fui para um lugar em que não precisava prestar contas para ninguém, não soube lidar com tentações novas para mim. Como foi esse período de afastamento de Deus? Minha consciência não pesava nem tive medo de morrer perdido. Fui um ateu convicto e militante. Comecei a odiar religião, inclusive o cristianismo.
Por conta própria, estudei os argumentos do ateísmo. E tinha prazer de entrar em debates com perguntas que “ninguém” podia responder.
religiosos) nos Estados Unidos. Fiquei chocado. Voltei para a Inglaterra, fui rebatizado e decidi novamente ser missionário.
Qual foi o ponto da virada? Percebi que o ateísmo não tinha todas as respostas, e que o cristianismo oferecia melhores explicações para as questões existenciais. Além disso, tive duas experiências marcantes: reconheci que a desobediência à lei de Deus (Êx 20:3-17) havia me levado ao sofrimento e passei a obedecê-lo por me sentir liberto por Ele; além disso, Deus respondeu a uma oração em que pedi que Ele provasse que existia e me aceitava de volta. Deus me respondeu duas semanas depois da minha oração, em 2007, numa visita ao Brasil. Encontrei um amigo que me convidou para colportar (vender livros
Foi difícil admitir que estava errado? Para mim, não. Sei que algumas pessoas não acreditaram na minha reconversão, mas a maioria me abraçou. Quem duvidou de mim, não pôde argumentar contra uma vida transformada. Aliás, essa é a maior evidência de que Deus existe. Como você se sente hoje? Às vezes, quase não acredito. A graça de Deus é incrível! Se um anjo me dissesse há dez anos tudo o que ocorreria comigo, seria bom demais para eu acreditar. Sou uma prova viva de que Deus resgata e capacita as pessoas.
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omo ajuntar os pedaços e seguir em frente, quando sua vida está sendo destruída? Existe algo ou alguém em quem realmente acreditar e confiar? Para Mara, a vida era literalmente um campo de guerra. Sua história verdadeira nos transporta à Sérvia e às cicatrizes da Primeira Guerra Mundial. A violência dilacerou a família de Mara e também seu coração. Quando veio a paz, afinal, Mara partiu com sua família para uma vida simples no campo.
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Mas uma observação feita de passagem levanta um novo conflito – desta vez na consciência de Mara. A igreja de sua mocidade sempre havia sido um oásis em meio ao caos mundial, e Mara nunca questionara seus ensinos. Lá ela havia encontrado a verdade, mas era a verdade divina? Mara decide procurar as respostas no livro que reverencia como sagrado. Em suas páginas, ela encontra o tesouro da verdade e descobre as respostas às suas muitas perguntas sobre a vida aqui e além. Ela conhece a Jesus, a quem pode confiar sua vida. Quando irrompe a Segunda Guerra Mundial, a máquina de guerra nazista leva violência à Sérvia, numa cruel missão de destruição. A fé mantida por Mara sustentaria a família em sua hora mais escura? A Quem Temerei é um livro poderoso que lhe trará coragem e o ajudará a encontrar esperança e vitória nas lutas da vida.
Ann Vitorovich, nascida e criada na cidade de Nova York, é filha de pais croatas. Escritora talentosa, é autora de Liberdade a Qualquer Preço, também editado pela Casa Publicadora Brasileira. Ela e o esposo, Voja, moram no Arizona, Estados Unidos, e têm um filho, George, que é artista profissional.
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Biografia
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Por um fio
ALLA CZERKASIJ, NATALIE CZERKASIJ LEWELLEN
liberdade a qualquer preço ANN VITOROVICH
a quem temerei ANN VITOROVICH
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Entenda
Texto Fernando Dias Ilustração Kaleb de Carvalho
Como Cristo nos liberta do
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MUITA GENTE PENSA que a religião aprisiona, tira a liberdade. Uma religiosidade distorcida pode realmente fazer isso. Mas a verdade é que, por sua vez, Cristo liberta. É isso o que se observa na experiência dos que seguem Jesus de perto. O que a Bíblia afirma é que todo ser humano nasce escravo do pecado. Ou seja, as pessoas conseguem pecar, mas não têm a liberdade de, por si só, abandonar completamente o pecado. Em determinado aspecto, alguma fraqueza sempre nos prende, seja o apetite, o temperamento, a arrogância, o vício de jogar… a lista é extensa. Porém, a pior constatação disso tudo é que o ser humano não pode evitar a mais trágica consequência de ter nascido pecador: a morte. A boa notícia, porém, é que Cristo veio para anunciar libertação a quem está preso (Lc 4:18). Neste infográfico, entenda como Deus pode libertar você do pecado e lhe conceder uma nova identidade como filho de Deus (Rm 8:21).
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Nascido prisioneiro, o pecador não consegue deixar de ser pecador (Rm 7). Tudo o que pensa ou faz tem alguma mancha de pecado. 10 |
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Cristo abre a prisão do pecado, chamando a pessoa para se arrepender e se libertar de uma vida sem Deus, iniciando uma jornada de liberdade ao lado de Cristo (1Pe 1:18, 19). Isso é conversão.
Mesmo liberto da condenação e da culpa do pecado (Rm 8:1), o pecador continua com inclinações para o mal. Por isso, ele deve viver submisso a Cristo, para receber poder de resistir às tentações (Rm 6:12-14; Tg 4:7). Se tentar viver sem a ajuda de Jesus, ele certamente cairá e desistirá de seguir o Mestre.
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Q t e r J e n
ta do pecado
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Quando o cristão cede à tentação ou aos seus impulsos e peca, deve procurar reconciliação imediata com Jesus, que pode perdoá-lo e resgatá-lo do pecado novamente (1Jo 2:1).
Quanto mais próximo alguém vive de Jesus, mais prazer ele tem no que é certo e mais repulsa do que é errado. Isso se chama santificação (1Ts 4:3).
Finalmente, quando Jesus voltar à Terra, os seguidores de Cristo serão definitivamente libertos de toda a inclinação para o pecado. Eles não terão mais a natureza pecaminosa. Isso será a glorificação (1Co 15:53).
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Para saber mais: Conhecer Jesus é Tudo (CPB), de Alejandro Bullón
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Interpretação Capa & Reflexão Artigo
Texto David Bernardes e Rebecca Ricarte Ilustração Thiago Lobo
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Perguntas Imagine
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Uma aventura nas exóticas ilhas que inspiraram Darwin a elaborar sua teoria evolucionista revela o que faltou para ele explicar a origem da vida
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O ARQUIPÉLAGO DE Galápagos, no meio do Oceano Pacífico, é o destino das férias dos sonhos de muita gente por conta dos cenários paradisíacos, das águas transparentes e da exuberância da fauna e da flora locais. Situado a quase mil quilômetros da costa oeste da América do Sul e cruzado pela linha do Equador, constitui-se de 21 ilhas de origem vulcânica e mais de uma centena de rochedos. A área terrestre do arquipélago é de 7.888 km2, um pouco maior que o Distrito Federal brasileiro. Das ilhas, apenas quatro são habitadas: Santa Cruz, São Cristóvão, Isabela e Fernandina. Galápagos é considerado o “berço do evolucionismo” pelo fato de que, em 1835, o naturalista britânico Charles Darwin esteve no arquipélago e ali firmou as bases do modelo que tentaria explicar a origem da vida a partir de mecanismos evolutivos aleatórios. Com base nas pesquisas realizadas ali, Darwin estabeleceu
O ELO PERDIDO DAS ORIGENS
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Vulcão Sierra Negra: 10 km de diâmetro e 100 m de profundidade
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UM POUCO DE HISTÓRIA Galápagos é território do Equador desde 1832. Seu nome oficial é Arquipélago de Colombo, ou de Cólon, segundo a versão em espanhol. Contudo, desde sua primeira aparição nos mapas, ainda no século 16, já foi chamado de “ilhas das Tartarugas” e “ilhas do Equador”. O arquipélago foi descoberto em 1535 por Tomás de Berlanga, então bispo do Panamá; entretanto, o primeiro habitante local foi o marinheiro irlandês Patrick Watkins, abandonado na Ilha de Floriana em 1807. Durante dois anos, ele viveu da caça, do cultivo de vegetais e de trocas com navegantes que aportavam na ilha. Em 1809, Watkins roubou um barco e fugiu para Guaiaquil, no Equador. Anos depois, outras pessoas foram atraídas às ilhas e nelas fixaram residência. Isoladas pela grande distância do continente e no percurso das fortes correntes oceânicas e dos ventos que sopram na região, as ilhas Galápagos são um refúgio natural para muitas espécies endêmicas, isto é, que só podem ser encontradas ali. Por isso, em 1979, o arquipélago foi declarado Patrimônio da Humanidade e, em 1985, reconhecido pela Unesco como Reserva da Biosfera.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES A viagem entre o Brasil e as ilhas Galápagos demanda paciência. Em nosso caso, que partimos de São Paulo, foram mais de 20 horas, com conexões em Lima (Peru) e Quito (Equador). Nossa equipe era composta de representantes de diferentes regiões do país. Independentemente do ponto de origem, para chegar a Galápagos, é preciso ir a Quito ou Guaiaquil e embarcar em um voo de três horas até o aeroporto da ilha de Baltra, onde, no passado, funcionou uma base militar norte-americana. Durante o pouso, observamos o cenário, que lembra uma mescla entre a caatinga e o cerrado brasileiros, com solo basáltico. No aeroporto, a inspeção de bagagens costuma ser rigorosa, especialmente porque os visitantes podem trazer consigo elementos nocivos ao frágil ecossistema local ou ser tentados a levar de lá algum suvenir natural (conchas, rochas vulcânicas, sementes, etc.), prática expressamente proibida. Do aeroporto, fomos de ônibus ao cais que dá acesso a Santa Cruz, a ilha mais povoada do arquipélago. A travessia entre Baltra e Santa Cruz, feita em pequenos barcos, é rápida. Do píer, em Santa Cruz, ônibus ou táxis transportam os recém-chegados a Puerto Ayora, a principal cidade das ilhas Galápagos, com cerca de 16 mil habitantes (mais da metade da população total do arquipélago). Nesse percurso, com duração média de 40 minutos, observamos, de um extremo a outro da ilha, uma vegetação bem mais densa e rica do que a da ilha de Baltra. Puerto Ayora é uma cidadezinha simples e tranquila, onde a maioria da população, muito receptiva, está envolvida de alguma forma com o turismo. Há opções variadas de hospedagem, alimentação e diversão tanto na avenida principal, denominada Charles Darwin, quanto nas ruas paralelas.
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hipóteses que, anos mais tarde, foram apresentadas ao mundo por meio da conhecida obra A Origem das Espécies. Em julho de 2016, acompanhamos um grupo de biólogos, geólogos, paleontólogos e professores universitários em uma fantástica expedição de duas semanas às ilhas Galápagos, a fim de identificar ali evidências capazes de questionar o modelo evolucionista das origens. Nesse período, visitamos quatro das principais ilhas que compõem o arquipélago (Baltra, Seymour Norte, Santa Cruz e Isabela), observando os aspectos biológicos, geológicos e ecológicos mais relevantes em cada uma delas.
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Ao caminharmos pelo vilarejo, em direção ao cais, chamaram nossa atenção o Oceano Pacífico, com seu belíssimo azul transparente, e a riqueza da fauna, composta por uma infinidade de aves ‒ dentre elas, pelicanos, gaivotas, pinguins, flamingos e os famosos tentilhões ‒ e outros animais, lobos-marinhos, iguanas, tartarugas, caranguejos coloridos que circulam livres ou descansavam tranquilamente ao sol, sem se importar com a presença humana. Ainda no cais, avistamos pequenos tubarões, que nadam próximo em busca de alimento. Uma das orientações recebidas na chegada a Galápagos é: os animais não devem ser tocados
Seymour Norte Baltra
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Nosso grupo conheceu quatro das 21 ilhas do arquipélago 14 |
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nem perturbados. Eles estão em seu habitat natural. Há, inclusive, uma determinação de que os turistas não se aproximem dos bichos. Quem desrespeita a lei, rigorosamente fiscalizada por guias turísticos e nativos das ilhas, pode ser multado, preso e mesmo deportado imediatamente. DARWIN E OS TENTILHÕES Os tentilhões estão entre os representantes mais destacados da fauna local. O arquipélago abriga 14 variedades de tentilhão, os quais se distinguem principalmente pelo formato e tamanho do bico e por sua coloração (cinza, marrom ou preta). Durante sua passagem por Galápagos, Charles Darwin observou essas diferenças. Ele supôs que os primeiros tentilhões do arquipélago se diferenciaram, adquirindo características mais adaptadas à sobrevivência. Cada variedade desenvolveu um formato de bico mais adequado a um alimento específico encontrado nas ilhas. Com o tempo, teriam evoluído, segundo o naturalista, a ponto de se tornarem novas espécies. Por isso, os tentilhões ganharam status de “caso clássico de macroevolução”. No entanto, dois fatos negam esse status: (1) a ausência de registro fóssil de “pré-tentilhões” ou de uma espécie de tentilhão se transformando em outra; (2) a evidência de que um período de extrema seca que atingiu as ilhas na época em que Darwin esteve por lá, influenciou a reversão das características mais comuns da espécie em pouco tempo. Portanto, o mais provável é que a variedade de bicos dos tentilhões não caracteriza a macroevolução (a formação de uma espécie nova), mas a aquisição de características distintivas limitadas por parte de uma espécie devido à competição com outras. Em outras palavras, tratava-se, de um caso de microevolução, quando ocorrem pequenas diferenciações que não descaracterizam um ser vivo a ponto de formar outra espécie. Assim, a escassez de comida deve ter feito com que os tentilhões adaptassem seus hábitos alimentares ao que estava disponível em cada ilha. Porém, em momento algum, eles deram origem a outra espécie de ser vivo. Continuaram sendo tentilhões. TARTARUGAS-GIGANTES CENTENÁRIAS A visita a Galápagos, um dos principais laboratórios naturais do mundo, é uma oportunidade ímpar de conhecer e aprender muito sobre espécies singulares como as tartarugas-gigantes, que, embora não sejam endêmicas de lá, extinguiram-se na maioria dos outros lugares do planeta. Para conhecer esses magníficos quelônios, que podem viver bem mais de 100 anos, medir quase dois metros entre a cabeça e a cauda e pesar por volta de
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VULCANISMO A estrutura geológica de Galápagos origina-se de atividade vulcânica. Entre os mais de 3 mil vulcões na região, a maioria submersos, seis ainda estão ativos. Por medida de segurança, a população vive em áreas distantes, permanecendo a salvo das imprevisíveis atividades vulcânicas. Ao longo da expedição, verificamos os efeitos do vulcanismo em diferentes locais, inclusive no rancho das tartarugas-gigantes. Encontramos túneis de lava, que, segundo o geólogo Nahor Neves, integrante de nossa equipe, são formações de rochas basálticas derivadas do escoamento de lava durante as erupções vulcânicas. O magma líquido e quente passa pela terra e abre canais de diferentes tamanhos, até escoar do outro lado. No interior de um desses túneis, com aproximadamente 1 km de extensão, foi necessário estar atento, pois, em um ambiente pouco iluminado, com solo rochoso e irregular, era muito fácil escorregar. Em certos trechos, o túnel ficou estreito e mais escuro, obrigando-nos a rastejar. Com o auxílio de lanternas, que só podiam ser acesas em determinados momentos, observamos a pirita – ou “ouro de tolo”, um minério de ferro de aspecto dourado – incrustada no teto da caverna. Prosseguimos com um cabo-guia até reencontrar a luz. Ainda em Santa Cruz, conhecemos outro local bastante visitado pelos turistas: os Gemelos, duas crateras quase idênticas que representam uma série de erupções vulcânicas. Pelo fato de os sedimentos do basalto (substrato do solo galapaguenho) serem ricos em nutrientes, a vegetação no interior e ao redor dessas crateras é densa e rica. A vista do abismo, a partir de um mirante existente no local, é de tirar o fôlego! Na ilha Isabela, a maior do arquipélago, há cinco vulcões, dentre os quais se destaca o Sierra Negra, um dos mais ativos do mundo. Para conhecê-lo, enfrentamos duas horas e meia de barco entre Santa Cruz e Isabela (aqui, vale uma recomendação: levar um comprimido antiemético na bagagem; isso o poupará do enjoo). No desembarque, além das espécies animais já vistas em Santa Cruz, observamos deslumbrantes flamingos, que pintam
A microevolução faz referência às pequenas modificações que ocasionam variações limitadas dentro de uma mesma espécie, em curtos espaços de tempo, as quais podem ser facilmente observadas na natureza. Tais ocorrências estão em plena consonância com a perspectiva criacionista, já que a existência de seres vivos dotados da capacidade de adequação às mudanças ambientais evidencia a atuação de um Planejador inteligente. Já a macroevolução representaria mudanças que transformariam uma espécie a ponto de originar um tipo de ser vivo totalmente diferente (por exemplo: um peixe evoluiria, tornando-se um tipo de macaco, e este, um ser humano). Enquanto a microevolução é cientificamente comprovada, a macroevolução não passa de uma hipótese.
de rosa um vale vulcânico preenchido com um espelho-d’água. A subida ao vulcão começou às 7 da manhã. Seguimos de carro por cerca de meia-hora até o fim do trecho asfaltado. Durante o trajeto, verificamos a interessante transição na flora, acompanhando a altitude: quanto mais subíamos, mais densa a vegetação se tornava, graças ao aumento da umidade. Iniciamos uma caminhada de 8 km até o topo do Sierra Negra, guiados por um senhor de 70 anos, mas com a disposição de um jovem de 20. O cansaço, resultante da trilha íngreme e das pesadas mochilas, foi compensado pela belíssima paisagem. De um lado, a imensidão azul do Pacífico; do outro, uma vasta área verde que, aos poucos, dava lugar a um terreno seco, constituído de rochas porosas. De repente, após uma área de forte serração, avistamos, a mais de 1.100 metros de altitude, a segunda maior caldeira vulcânica do mundo, com 10 km de diâmetro e paredões interiores que atingem 100 metros de profundidade. É impossível não se deslumbrar diante da extraordinária força da natureza expressa naquele cenário.
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300 quilos, fomos ao rancho El Chato, onde vivem livremente, entre goiabeiras e poças de lama. Ao tentarmos nos aproximar, muitas tartarugas se encolhiam em seus cascos e emitiam um som peculiar, como forma de autoproteção. Mesmo assim, conseguimos registrar imagens bem próximo de algumas delas, mais sociáveis e curiosas. Quem desejou uma experiência ainda mais intensa pôde ser fotografado no interior de cascos reais e enormes, disponíveis no local.
A fragata macho infla o papo para impressionar a fêmea
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Desastre global Seria possível relacionar essas formações vulcânicas de Galápagos com um fenômeno mas abrangente? O geólogo Dr. Nahor Neves acredita que sim. “Alguns cientistas estudam esses fenômenos isoladamente e falam em milhares ou milhões de anos para o surgimento dessas estruturas. Mas será que realmente passou tanto tempo? Quando analisamos as formações vulcânicas de Galápagos e de outras partes do mundo, há evidências de grandes impactos. Por outro lado, ao examinarmos as atividades vulcânicas e tectônicas recentes, concluímos que elas não seriam capazes de produzir os grandes indícios que visualizamos nesses lugares. Dessa forma, não posso acreditar que, em milhares ou milhões de anos, a continuidade de atividades como as que ocorrem atualmente tenha ocasionado mudanças tão significativas em diversos pontos do planeta. Cada vez mais, as evidências apontam para uma catástrofe global, de grandes proporções, com intensas enchentes, chuvas de meteoros, deslocamento das placas tectônicas e separação do continente primitivo (Pangeia). O curioso é que esses mesmos fenômenos são associados a um período da história terrestre registrado nos capítulos 6 a 9 do livro de Gênesis. Trata-se do relato bíblico do Dilúvio, uma catástrofe global que assolou a Terra no passado.”
Entretidos com selfies, risos e conversas, não nos demos conta do pouco tempo disponível para estarmos a bordo do último barco do dia rumo a Santa Cruz. Tínhamos compromissos na manhã seguinte, e os hotéis de Isabela estavam lotados. O único jeito era descer o vulcão correndo. Agarramos nossas mochilas e demais apetrechos e “despencamos” por 8 km. Alguns de nós certamente alcançariam o pódio em corridas amadoras com os índices obtidos na ocasião. O esforço foi válido, pois, “aos 45 do segundo tempo”, chegamos ao cais e, completamente exaustos, embarcarmos para Santa Cruz.
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A “ILHA ANIMAL” Partimos de Santa Cruz para uma viagem de barco, com duração média de uma hora rumo à ilha Seymour Norte, um extraordinário habitat de
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Patola-de-pés-azuis, uma das aves mais exóticas de Galápagos
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TOUR PELA BAÍA De volta a Santa Cruz, fizemos o chamado “tour pela baía”, visitando diferentes pontos da orla marítima da ilha a bordo de uma lancha. Durante o trajeto, mergulhamos no Oceano Pacífico, explorando áreas de baixa profundidade. Utilizando apenas snorkel e óculos de mergulho, nadamos lado a lado com tartarugas-marinhas, filhotes de tubarões e diversas espécies de peixes. Quem mergulha com cilindro pode se aproximar de tubarões maiores e de uma infinidade de seres de diferentes cores e formatos em águas um pouco mais profundas. Passamos rapidamente em Tortuga Bay, parada obrigatória para quem gosta de praia. Partindo da cidade, fizemos uma caminhada de 40 minutos até esse paraíso isolado de águas calmas (e geladas), areia branca e paisagem exuberante. Seguindo por uma trilha de cactos imensos e arbustos retorcidos, chegamos a uma das principais atrações de Galápagos: o belíssimo cânion Las Grietas, com suas três piscinas naturais cristalinas. Alguns membros do grupo, mais empolgados, não resistiram ao convidativo (porém, gelado) verde-esmeralda das águas locais. CIÊNCIA E FÉ EM GALÁPAGOS A ilha de Santa Cruz sedia a Estação Científica Charles Darwin, que realiza estudos para promover a conservação de espécies endêmicas da fauna de Galápagos, notadamente as tartarugas-gigantes. Em nossa rápida passagem por esse instituto de pesquisas,
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espécies endêmicas exóticas. Ali, “escoltados” por animais silvestres que não fugiam à nossa aproximação, caminhamos por trilhas em meio a pequenos arbustos, cactos e gramíneas, observando bem de perto aves de grande porte como os pelicanos e as notáveis fragatas, cujos machos ostentam um papo vermelho, que infla para chamar a atenção das fêmeas. Outro pássaro comum em Seymour é o atobá, com suas inconfundíveis patas azuis. São aves extremamente dóceis, acostumadas à presença humana. Respeitando-se os limites de distanciamento determinados por placas e supervisionados pelos guias, é possível aproximar-se delas e fazer uma selfie, exceto nos momentos em que elas estão chocando seus ovos. Entre os répteis, roubam a cena incontáveis iguanas-amarelas, que desfilam vagarosamente entre as rochas e vão parando em um cacto e outro para se alimentarem. Enquanto isso, grupos de iguanas-marinhas (exclusivas de Galápagos), com sua pele escura e aspecto rústico, espalham-se pela areia da praia, estirando-se para uma soneca tranquila no forte calor equatorial. Nos meses mais quentes, a temperatura no arquipélago chega a 40°C.
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Iguana rosa, um a espécie endê mica do
arquipélago
VENDO O QUE DARWIN NÃO VIU Após duas semanas de experiências inesquecíveis em Galápagos, voltamos para casa trazendo conosco memórias indeléveis desse lugar extraordinário e a certeza de que a ciência e a fé podem se complementar. Haveria muitas outras histórias para contar, outros lugares visitados para descrever. Quem sabe, um dia, todas essas lembranças se tornem um livro… Durante as diferentes atividades realizadas no arquipélago, observamos fortes evidências da ação de um Planejador inteligente naquele ecossistema. No mesmo local em que, há cerca de 180 anos, Charles Darwin viu a macroevolução, generalizada, simplificante e aleatória, visualizamos aspectos claros da microevolução, individualizada, complexa e proposital, cuja origem cremos estar em um Criador poderoso, amoroso e detalhista. Talvez, se visitasse a ilha em nossos dias, dispondo dos conhecimentos científicos atuais, Darwin também chegaria a essa mesma conclusão.
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Cânion Las Grietas, local de mergulho e um dos principais pontos turísticos de Santa Cruz
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nada vimos além daquilo que já havia sido observado durante nossas andanças em Santa Cruz. Os milhares de visitantes anuais têm acesso livre a pouca coisa além dos viveiros nos quais as tartarugas-gigantes são mantidas. Apesar disso, a visita foi compensada por vermos de perto uma ossada de baleia com mais de 20 metros de comprimento e sermos fotografados com a estátua de Darwin existente no local. Criada em 1960, a Estação Charles Darwin homenageia o naturalista homônimo. Durante sua visita às Galápagos, Darwin ficou intrigado com a peculiaridade da fauna e da flora locais. Na época, conceitos como seleção natural e outros mecanismos evolutivos já estavam em pauta. Porém, faltavam exemplos capazes de comprovar sua ocorrência na natureza. Com base nas diferentes características observadas em aves, répteis, mamíferos e plantas em cada ilha, o cientista presumiu ter encontrado aquilo de que necessitava para abalizar o modelo evolucionista de origem dos seres vivos. Após duas décadas de incerteza, ele divulgou suas ideias à comunidade científica, sendo aclamado, tempos depois, como o “pai da evolução”. Entretanto, após a morte de Darwin, a ciência se expandiu em novas áreas, como a genética, bioquímica e biologia molecular, e descobriu fatos sobre a vida que ele jamais sonhou que ocorressem. Informações obtidas em pesquisas mais recentes não se encaixam perfeitamente nos pressupostos elaborados por alguém que sequer imaginava o que é o DNA, o código molecular da vida. Logo, apesar do crédito que as ideias de Darwin ainda recebem, cada vez mais suas suposições têm se revelado falhas em muitos aspectos. A bióloga Monica Soria, nativa da ilha de Santa Cruz (o perfil dela foi publicado nas páginas 28 e 29 da edição de outubro de 2016), está entre os inúmeros cientistas em todo o mundo que ousaram contestar a “infalibilidade” evolucionista, enxergando a ciência sob uma perspectiva diferente. Ao ler a Bíblia, a expesquisadora da Estação Charles Darwin percebeu que a vida é demasiadamente complexa para ser entendida à luz das inferências evolucionistas. Atualmente, Monica defende o criacionismo como uma linha de pensamento plausível e auxilia jovens estudantes a perceber as limitações e fragilidades do modelo evolucionista. Em julho de 2016, por meio de um convênio firmado entre diversas instituições vinculadas à rede educacional adventista na América do Sul, foi confirmada a implantação de um centro de pesquisas criacionistas na ilha de Santa Cruz, em plena avenida Charles Darwin, a fim de receber cientistas de diferentes partes do mundo e divulgar resultados de estudos de cunho criacionista justamente no local mais expressivo para a comunidade científica evolucionista. Monica Soria participará ativamente desse projeto desafiador.
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Texto Talita Castelão Designer Fábio Fernandes Ilustrações © Gstudio Group | Fotolia
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PROTEJA SUA INTIMIDADE Em tempos de redes sociais, a superexposição pode machucar sua dignidade
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ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO A febre dos nudes tomou conta dos internautas. O desenvolvimento da tecnologia, principalmente a das redes sociais, impactou profundamente a maneira pela qual muitos usuários da web expressam a sexualidade. A diferença entre o público e o privado não é clara, e “viralizou” a troca de fotos ou vídeos de pessoas nuas, principalmente pelos aplicativos WhatsApp e Snapchat. Uma pesquisa recente feita pelo Instituto de Pesquisas Online QualiBest mostrou que praticamente a metade dos internautas (46%) com idades entre 16 e 30 anos já enviou nudes. A pesquisa abrangeu homens (47%) e mulheres (53%) de diferentes estados do Brasil que responderam a um questionário on-line. Entre os participantes, as mulheres são as mais preocupadas em se tornarem vítimas do revenge porn, ou a “pornografia da vingança”, que seria a publicação na internet (principalmente nas redes sociais), sem o consentimento de quem enviou, de fotos e/ou vídeos de conteúdo sexual. Isso pode ser feito por “amigos”, ex-namorados ou até por alguém que não teve a chance de namorar quem enviou o material. Conforme a pesquisa, as pessoas enviam nudes por muitos motivos. Pode ser um desejo de chamar a atenção de alguém, vaidade ou um meio de paquera. Há quem envie a pedido do(a) namorado(a). Infelizmente, essas fotos e vídeos “vazam”, o que causa grande constrangimento. Devido ao mal-estar provocado pela exposição, há quem chegue a cometer suicídio. Isso aconteceu com a adolescente Luana*, de 16 anos. Após ter enviado fotos íntimas a um rapaz, ele repassou as imagens aos amigos. A garota
se tornou alvo de bullying, não conseguiu suportar o constrangimento e se matou. A cada dia, aumentam os casos de garotas que, à semelhança de Luana (pseudônimo), dão fim à própria vida por causa desse tipo de crime. Sim, compartilhar fotos e vídeos íntimos de alguém sem seu consentimento é crime, mas mesmo que a punição venha na forma de multa ou prisão, esse compartilhamento indevido pode causar danos físicos e emocionais irreversíveis. Nos últimos anos, dobrou o número de vítimas de vazamento de nude selfie e sexting no Brasil. Os dados são da ONG Safernet Brasil, uma organização que, juntamente com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP), monitora crimes e violações dos direitos humanos na internet. O estudo também aponta o aumento na busca por ajuda psicológica para pessoas que tiveram a intimidade indevidamente exposta na web. A psicóloga Juliana Cunha, da Safernet, acredita que, atualmente, os jovens têm usado os smartphones para expressar sua sexualidade. Assim, o nude faria parte dessa nova cultura. Muitos adolescentes, procurando aumentar a intimidade e a cumplicidade com os parceiros, adotam então essa prática. A facilidade e a ampla utilização da internet, e dos aparelhos como webcams, tablets e smartphones, aliadas à falta de reflexão sobre o autocuidado, levam as pessoas a se permitirem fotografar em sua intimidade, sem compreender que qualquer imagem pode ser rapidamente compartilhada de diversas formas pelos meios eletrônicos. As imagens de nudez feminina logo são associadas a uma série de críticas à conduta moral da pessoa que concordou em se fotografar. Por isso, a melhor forma de preservar a imagem pessoal e não se tornar uma vítima na internet é não se expor em fotos e vídeos íntimos, e muito menos publicar, postar ou distribuir esse material. Ninguém pode garantir que quem recebe esse conteúdo íntimo não irá compartilhá-lo, sem falar do risco de furto e roubo do equipamento eletrônico e de invasão de hackers.
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ELA ENTROU NO consultório meio sem graça, desconfiada e com olhar triste. A mãe esperava do lado de fora com o coração apertado, para não dizer partido. O motivo da consulta era: sintomas de depressão. Origem do problema: um nude enviado a um rapaz que, como na maioria dos casos acontece, caiu na rede e se tornou público. Então, com vergonha dos colegas, da família e da sua comunidade religiosa, não quer mais sair de casa. Deprimiu. Seja enviando um nude, dando uma olhadela rápida em pornografia ou fazendo sexo livre, a vivência da sexualidade mudou bastante nos últimos tempos. Neste século, as novas formas de sexualidade não se comparam com as modalidades divulgadas pela revolução sexual do século passado. Mesmo assim, parece haver uma grande distância entre as novas práticas sexuais e o que realmente satisfaz os desejos, alimenta o afeto e nutre as emoções.
SEM LIMITES Outra importante questão atual é a defesa de uma vivência da sexualidade sem limites, na qual tudo é possível. Para isso, bastaria criar um novo conceito: poliamor, amor livre, relacionamento aberto, etc. Embora os termos já sejam conhecidos desde o século 20, a vivência dessas práticas aumentou recentemente. O que, porém, serve de base para todas elas é a crença subjacente de que se pode todas as coisas no âmbito afetivo e sexual. Ou seja, pode-se experimentar todas as possibilidades, sem limites. Será que é mesmo assim?
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Essa fragilidade dos laços humanos foi amplamente discutida pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman em vários de seus livros, principalmente em Amor líquido e Modernidade líquida. O autor analisa a dificuldade de uma real comunicação afetiva. Segundo Bauman, embora as pessoas queiram se relacionar, interrompem o vínculo facilmente quando surge algum problema. Assim, os relacionamentos escorrem das mãos pelos dedos como a água (por isso o termo “líquido”). Nessa perspectiva, encaixam-se as variações de relações amorosas que não são estáveis. Poucos conseguem manter relacionamentos de longo prazo, pois, havendo algum “defeito no produto”, descartam imediatamente a pessoa com quem se relacionaram intimamente. “Fazer amor” é como se tem chamado praticar relações sexuais sem compromisso. Mas, na verdade, há falta de amor próprio nessas relações, pois o amor-próprio implica autocuidado. Para alguém se sentir pertencente, o que mais precisa é ser amado, ouvido e amparado. Isso é impossível em relações instáveis, inseguras e instantâneas. Quem quer verdadeiramente ser amado paga o preço por isso – busca conhecer bem o outro e investe na relação e no cuidado mútuo. Tentar burlar essas premissas não dará certo e fará a pessoa se ferir. E também não adianta maquiar as ações e fazer as coisas parecerem o que não são. Intimidade leva tempo. Segurança requer confiança. Já pensou se um dia você fosse escolher um extrato de tomate no supermercado e conhecesse alguém que aprecia a mesma marca de que você gosta? Vocês podem até trocar algumas receitas, mas nem por isso você convidaria o “novo amigo” para jantar em sua casa à noite. Mas há muita gente por aí que não vê problema em conhecer alguém numa festa e dormir com ele na mesma noite. Abrir-se a todas as experiências possíveis fragmenta a personalidade e aumenta o vazio e a solidão. Outra moda com graves consequências psicológicas é o envolvimento sexual com alguém do mesmo sexo, apenas por curiosidade. Não falo da
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bissexualidade ou homossexualidade, mas da curiosidade irrefletida pelo que não condiz com o que a pessoa realmente é. Algo que se faz simplesmente porque a mídia ou os amigos disseram que era legal. Como se diz por aí, é ser “flex”. Já pensou a quem interessa essa crença de que você pode experimentar de tudo, como se nenhum relacionamento marcasse sua vida? Com certeza não é assim que funciona na prática. Tem gente que sofre o resto da existência tentando apagar da memória coisas que jamais gostaria de ter feito. Coisas que geram dúvida sobre si mesmo, sobre sua forma de amar e sobre o que tem valor na vida. O MERCADO SEXUAL Se você assistir à televisão, ler um jornal, ver anúncios comerciais ou simplesmente passear num shopping vai presenciar inevitavelmente imagens explicitamente sexuais. Acredito que, de alguma forma, estamos nos tornando uma sociedade pornográfica. Não é à toa que existem muitos apelos sexuais na propaganda de um modo geral. Não é sem consequências que todo esse material entra na mente. No último Congresso da Federação Europeia de Sexologia, ocorrido em maio de 2015 na Croácia, foram apontados alguns dados preocupantes. Entre todos os sites na internet, 12% são pornográficos. Isso corresponde a 24.644.172 websites. Estima-se, por exemplo, que 40 milhões de americanos visitem regularmente sites pornôs e um em cada três espectadores seja mulher. Em dados mundiais, uma criança vê pornografia pela primeira vez na faixa dos 11 anos de idade, mas, no Brasil, isso pode acontecer por volta dos 8 anos. Um recente estudo feito por cientistas do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano, em Berlim (Alemanha), afirma que a pornografia afeta o desenvolvimento normal do cérebro da criança. Mas há impactos neurológicos em pessoas de mais idade também. A pornografia altera a plasticidade nos cérebros adultos e provoca perda de massa cinzenta no córtex pré-frontal. De fato, os cientistas constataram que, quanto maior é a exposição às imagens pornográficas, maior é a deterioração das conexões entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, responsável principalmente pelo
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comportamento e pela tomada de decisões. Outro estudo, realizado pela Dra. Valerie Voon, neurocientista da Universidade de Cambridge (Reino Unido), revelou que pessoas viciadas em pornografia apresentam uma atividade cerebral semelhante à dos alcoólicos ou toxicodependentes. Já nos Estados Unidos, pesquisadores da Fundação Nacional de Pesquisa e Educação da Família concluíram que “a exposição à pornografia coloca os usuários sob o risco crescente de desenvolver tendências de desvios de comportamento sexual”, segundo eles, de todo tipo. Independentemente dos danos causados à própria pessoa que consome pornografia, vale ressaltar que a indústria pornográfica alimenta o crime organizado em todo o mundo, pois juntamente com os jogos de azar e o tráfico de drogas ilícitas chega a movimentar bilhões de dólares ao ano. Soma-se a isso o fato de a indústria pornográfica fortalecer e promover a prostituição e a exploração infantil, ambas as práticas estreitamente relacionadas com crimes sexuais. Portanto, consumir esse tipo de material é apoiar atividades ilegais, ainda que indiretamente. CUIDADO COM O CORAÇÃO! Talvez haja algo errado com o coração das pessoas. Amar, vivenciar a sexualidade, ser importante na vida de alguém e conhecer-se são coisas muito importantes, das quais falamos bem pouco. Tudo isso afeta os relacionamentos e a forma pela qual a sociedade valida os padrões da conduta sexual. Rapidamente passamos de um período de profunda repressão sexual para outro igualmente repressor, mas que é camuflado com o discurso de liberdade e autonomia. Um exemplo disso é a questão da virgindade. Se até os anos 1960 ela era imperativa como valor moral,
hoje é quase um constrangimento social ser virgem. Muita gente vê como “problemáticas” as garotas que não fazem sexo antes do casamento. E mais do que “ter” que manter relações sexuais, as pessoas imaginam que precisam se envolver com muitos parceiros e, de preferência, não criar vínculos com nenhum. E quem são os parceiros? Esses podem facilmente ser encontrados, às vezes sem precisar ir à balada: basta acessar aplicativos, como o famoso Tinder. Aumenta o número de pessoas confusas com sua própria sexualidade, feridas por relacionamentos descartáveis e solitárias. As pessoas não foram “libertadas de suas velhas gaiolas”, como diria Bauman; elas apenas trocaram de moldes. Modelos igualmente imperativos que fragmentam a pessoa à medida em que ela se esforça para acompanhar um padrão pensado sabe-se lá por quem, mas que se tornou uma nova ordem a ser cumprida cegamente. Sobre a garota do início do artigo, posso dizer que está bem. Sofreu, chorou, amadureceu, ressignificou a vida e seguiu em frente. É uma vitoriosa! Mesmo assim, por um ato de fragilidade momentânea e a má-fé de alguém, vai ter que lidar com um tipo de exposição que dificilmente terá volta. Quando arrumar um namorado novo, as imagens estarão por aí. E provavelmente continuarão em circulação quando ela se formar, começar a trabalhar, se casar e tiver filhos. A vivência da sexualidade é um fenômeno afetivo, pessoal, mas também coletivo. Cabe a cada pessoa ter responsabilidade por seus atos e escolhas. Sexo é função, mas sexualidade é vivência. É por isso que o sexo não dará conta de preencher o vazio que só o encontro verdadeiro proporciona. Vá com calma, pense carinhosamente em seu coração ao tomar cada decisão e boa sorte na jornada!
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Básica
SUICÍDIO
Texto Wendel Lima Imagem © Volodymyr Shevchuk | Fotolia
O silêncio é uma das causas do suicídio
Ao redor do mundo, o suicídio mata mais do que a Aids. No Brasil, segundo o Mapa da Violência (2014), em dez anos, aumentou em 15,3% o número de jovens que tiraram a própria vida. Essa atitude trágica tem causas múltiplas. A cartilha de prevenção da OMS, por exemplo, apresenta 15 delas, como o uso de álcool e drogas, luto e transtornos mentais. Talvez poderia ser acrescentado o fator silêncio. O tema é um tabu social, porém os escritores bíblicos não se calaram quanto à questão. As Escrituras registram alguns suicídios, como o de Abimeleque (Jz 9:54), Saul (1Sm 31:4), Aitofel (2Sm 17:23), Zinri (1Rs 16:18) e Judas (Mt 27:5). A maioria deles se matou durante guerras, prefirindo a morte à rendição. Nos outros casos, o suicídio foi motivado por medo, culpa e baixa autoestima. Todas essas pessoas parecem ter tomado essa decisão num estado emocional alterado. Apesar de a Bíblia não tecer juízo de valor sobre a atitude desses personagens, o suicídio contraria princípios básicos das Escrituras: Deus criou a vida (Jó 1:21), nós não somos donos dela (1Co 6:19) e devemos aproveitá-la dedicando nossa existência para Ele (Mt 25:14-30; Fp 1:21). Portanto, para um cristão, o suicídio não é uma solução moralmente aceitável para os desafios da vida, porque é a transgressão do sexto mandamento: “Não matarás” (Êx 20:13). Isso soa estranho para uma sociedade que valoriza a autonomia; mas, do ponto de vista da santidade da vida (Gn 9:5, 6) e de que não existimos para nós mesmos (Rm 14:7, 8), fica claro que não temos direito de interromper nossa existência nem a dos outros. Porém, não nos cabe julgar o destino eterno de um suicida. O juízo final pertence a Deus, que é justo e misericordioso. Ele definirá se o suicida ressuscitará para receber a vida eterna (1Ts 4:16, 17; Ap 20:6); ou para enfrentar a morte eterna (Jo 5:28, 29; Ap 20:12-15). Frequentemente o suicídio é motivado por um quadro de desiquilíbrio mental, em que o indivíduo não avalia o que faz. Portanto, confiar na bondade de Deus é o consolo para quem chora a perda. É também escudo para quem está sendo assediado por pensamentos suicidas. Se você é um desses ou conhece alguém nessa situação, além de ter fé, é preciso buscar ajuda, porque o silêncio pode matar. Fontes: Declarações da Igreja (CPB, 2012); Gilbert Meilaender, em Bioética: Um Guia Para os Cristãos (Vida Nova, 1996); Ángel Manuel Rodríguez, “O suicídio e a Bíblia”, em Diálogo Universitário (v. 16, nº 3, p. 17); e Judy Cushman, “Suicídio: o que você deveria saber”, em Diálogo Universitário (v. 9, nº 1, p. 7-9).
Curiosa 35256 – Conexão 01/2017
Texto Fernando Dias
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POR QUE DEUS NÃO ATENDE MINHA ORAÇÃO? Você acreditou. Teve fé. Concentrou todo o poder de seu pensamento positivo (como se houvesse algo de sobrenatural nele). Acima de tudo, você orou para que o mais desejado pedido do seu coração fosse satisfeito. Resultado: nada. Deus não “moveu um dedo” para concretizar seu sonho. Você não foi bem na prova, o amigo não passou no vestibular e está difícil conseguir um(a) namorado(a). A frustração parece ser maior quando você escuta relatos incrí22 |
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veis de respostas à oração. A pergunta que fica é: “Será que isso só acontece com os outros?” Se você pensa assim, a Bíblia tem resposta para esse dilema. Mesmo sabendo que Jesus garantiu “peçam, e lhes será dado” (Mt 7:7), devemos entender que há situações em que Deus não atua, para nosso bem e do Universo que Ele governa. Deus tem condições para atender nossas orações. E os critérios dele são mais justos do que os nossos.
Conheça alguns deles: (1) Pedir especificamente. Não faça uma oração genérica do tipo “abençoa minha vida, amém!”, mas seja específico em seus pedidos (Tg 4:2); (2) Orar com frequência (Lc 18:1-7). Tem gente que fala com Deus como se estivesse solicitando um serviço de delivery. Só que o Pai deseja passar tempo de qualidade em conversas descontraídas e amigáveis com seus filhos. Quem costuma ouvir a voz de Deus, sabe melhor o que pedir; (3) Pedir certo (Tg 4:3;
1Jo 5:14). Deus não atende orações que contrariam seus propósitos de amor para o ser humano, como os pedidos egoístas. Talvez Ele não lhe dê um dia de sol para ir à praia, porque precisa mandar chuva para o agricultor que depende da colheita. Porém, se pedir aquilo que Ele já prometeu, o “sim” é garantido (2Co 1:20). Por isso, conheça e reivindique as promessas bíblicas, entre em sintonia com a vontade de Deus (Pv 28:9), e peça, sobretudo, a orientação e a transformação que vem por meio do Espírito (Lc 11:13).
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Ponto de vista
Texto Fernando Dias Imagem © : beautyartvision | Fotolia
Verdade Falar a verdade é essencial para ter bons relacionamentos. As pessoas que mentem criam barreiras para si, pois perdem a credibilidade. A verdade é um valor muito importante. A ciência procura descobri-la, a justiça tenta prová-la e a religião quer aplicá-la à vida do fiel. Sem a verdade, as superstições e a falta de conhecimento prevalecem, os charlatões exploram os ingênuos e aumenta o…
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VEGETARIANISMO Alguns sentem compaixão dos animais e perdem o apetite ao pensar na morte dos bichinhos. Outros aderem à dieta que abandona as carnes preocupados em manter ou recuperar a saúde e a forma física. Com diferentes motivações, mais de 15 milhões de brasileiros (8% da população) preferem não colocar carne no prato. Entre essa multidão natureba, alguns têm no vegetarianismo uma questão de fé; enquanto outros utilizam a carne para rituais religiosos. Entenda essas diferentes posições sobre alimentação e espiritualidade.
Sim
No jainismo, ser vegetariano é essencial. Essa religião indiana incentiva seus adeptos a evitar toda a violência possível, inclusive o abate de animais para o consumo humano. Este princípio radicalmente pacifista é chamado de ahimsa, e é compartilhado com maior ou menor rigidez por outras religiões orientais, como budismo e hinduísmo. O movimento Hare Krishna exige o vegetarianismo, e um dos nove preceitos da religião afro-jamaicana rastafári é ter uma alimentação o mais próximo deste ideal.
Não
No islamismo, no candomblé e em várias religiões de matiz africana a carne é consumida em rituais religiosos. Em algumas festas judaicas, a carne de carneiro ou cabrito também têm um significado religioso.
Depende
Os adventistas do sétimo dia incentivam a adoção do vegetarianismo. Esse foi o regime alimentar original prescrito por Deus no Éden (Gn 1:29). No entanto, por questões circunstanciais, Deus mesmo liberou o consumo de carne após o Dilúvio (Gn 9:3), mas com restrições (Lv 11; Dt 14). Entre as carnes proibidas por Ele está a de porco, os frutos do mar e os peixes sem escamas e barbatanas. Mesmo das carnes permitidas para o consumo, o sangue e a gordura não devem ser consumidos (Lv 7:22-27). Assim como os adventistas, judeus, mórmons e espíritas dão grande valor ao vegetarianismo. Para algumas ordens católicas, como a cisterciense e a beneditina, o vegetarianismo é parte dos votos de aprimoramento espiritual. E há registro de aproximadamente 150 “santos” católicos que foram vegetarianos. Fontes: o livro A Ciência do Bom Viver, de Ellen G. White (CPB, 2016); o artigo “A prática vegetariana e os seus argumentos legitimadores: viés religioso”, Revista Nures, jan-abr. 2009, Beatriz B. Beig; e os sites vegetarianismo.com.br e ibope.com.br.
Crime Assunto que ocupa a maioria das colunas dos jornais impressos e o maior tempo dos noticiários no rádio e na televisão. Às vezes, o interesse no crime se mostra um aspecto sádico da personalidade humana. Não bastassem os relatos dos crimes reais, a indústria de entretenimento explora o tema nos filmes, desde as antigas películas de faroeste, passando pelos dramas de guerra até as tramas mais recentes de ação. Também a literatura apresenta o crime como pano de fundo dos romances-policiais de banca de jornal e de obras clássicas como Os Miseráveis, de Vítor Hugo, Os Irmãos Karamázov e Crime e Castigo, estes dois de autoria de Fiódor Dostoiévski, escritor…
Russo Não confundir com a palavra ruço, que indica uma coloração grisalha ou alourada, e, como regionalismo, algo cheio de dificuldades. Russo com dois “esses” refere-se ao mais falado idioma do grupo eslavo e ao natural da Rússia, o país com a maior extensão territorial do mundo, localizado em parte na Europa e em parte na Ásia. Uma das lembranças da Rússia é que, em sua história, sua população experimentou pouquíssimos períodos de…
Liberdade Para o enfermo, liberdade é a cura. Para o perseguido, liberdade é a paz. Para o pecador, liberdade é o perdão divino. É com Deus que qualquer pessoa pode ser liberta da preocupação, do medo e da culpa. Pode experimentar a liberdade qualquer pessoa que aceitar a mensagem de Cristo, até mesmo um russo de verdade que perdeu sua liberdade por causa de um crime! jan-mar
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Texto Fernando Dias
DA VERDADE À LIBERDADE
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Tudo ligado
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Imagine
Texto Jessica Manfrim Ilustração © alvaroc | Fotolia
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C LIBERDADE, IGUALDADE E fraternidade. Esse foi o lema da Revolução Francesa. Luta-se ainda por isso no século 21. As datas comemorativas muitas vezes trazem as marcas desse ideal ainda não alcançado. O 8 de março é um desses lembretes do calendário. O Dia Internacional da Mulher nasceu da luta das operárias nas fábricas de tecidos por melhores condições de vida: jornada de trabalho de dez horas e não de 16, salário igual ao dos homens, ambiente de trabalho digno e a igualdade de tratamento entre homens e mulheres. Mas, será que basta simplesmente uma declaração de igualdade? Qual é a história do 8 de março? Como seria nossa sociedade se nunca houvesse existido desigualdade entre os gêneros?
RISCARÍAMOS O 8 DE MARÇO
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Durante o 2o Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, realizado em 1910 em Copenhagen, Dinamarca, a alemã Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, sem especificar uma data. A proposta era um reconhecimento das lutas e reivindicações das trabalhadoras. A definição pela data de 8 de março está comumente relacionada ao incêndio de uma fábrica de tecidos em Nova York (EUA) em 8 de março de 1857, no qual teriam morrido 129 mulheres. Mas esse incidente é contestado. Não há registro dessa tragédia, talvez confundida com o incêndio da Triangle Shirtwaist Company, que aconteceu em 25 de março de 1911, matando 123 mulheres e 13 homens. Em 8 de março de 1917, trabalhadoras russas do setor de tecelagem entraram em greve. O fato é que a data atual está ligada a uma greve de trabalhadoras russas ocorrida em 8 de março de 1917.Esse acontecimento iniciou a Revolução de Fevereiro, primeira fase da Revolução Russa.
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NÃO EXISTIRIA A ONU MULHERES
Em 1947, a Organização das Nações Unidas criou a Comissão sobre o Status da Mulher como resultado de uma carta escrita em 1945, durante o processo de criação da ONU. A carta pedia o reconhecimento dos direitos das mulheres como mães, trabalhadoras e cidadãs, e reivindicava serviços de saúde, educação e assistência social de qualidade, assim como equiparação salarial com os homens e oportunidades iguais de formação e promoção. Em 1975, a ONU contribuiu para confirmar a data de 8 de março ao declarar esse dia como uma comemoração internacional, reforçando assim a ideia de que a origem da data tem relação com o incêndio da fábrica. A raiz comunista da comemoração desapareceu, afinal, era o período da Guerra Fria. Como resultado de um processo histórico, em 2010, surgiu a ONU Mulheres, que tem sete princípios em sua agenda: (1) liderança corporativa que promova a igualdade entre os gêneros; (2) oportunidades iguais, inclusão e não discriminação para mulheres e homens; (3) saúde, segurança e bem-estar para todos os trabalhadores; (4) educação e treinamento para as mulheres; (5) apoio ao empreendedorismo feminino; (6) ativismo social; (7) mediação e publicação dos progressos para alcançar a igualdade de gênero.
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Ter direito ao voto está relacionado aos conceitos de público e privado. No passado, os homens atuavam na esfera pública, e as mulheres, na esfera privada. Essa ideia colaborou para o afastamento da mulher nas decisões políticas, sociais e econômicas, servindo de impedimento para o exercício de uma cidadania plena. O direito ao voto daria, para as mulheres, acesso à esfera pública, na qual poderiam lutar por outros direitos. No Brasil, os direitos femininos ao voto e de candidatura foram estabelecidos no Código Eleitoral de 1932 e na Constituição de 1934, com exercício de fato somente depois da saída de Getúlio Vargas do poder, em 1945. A importância da eleição de mulheres pôde ser vista na Constituinte de 1987/1988: somente nossa constituição atual anulou todas as discriminações contra as mulheres. A participação de deputadas nesse processo foi fundamental para que isso ocorresse.
REJEIÇÃO ÀS TEORIAS PRECONCEITUOSAS
A ideia da mulher como ser inferior, desprovido de razão e inteligência, vem de alguns filósofos gregos. Para Aristóteles, por exemplo, a mulher era um homem incompleto, de menor “virtude”. Mais recentemente a teoria da evolução também serviu de base para a discriminação. A explicação para essa ideia de inferioridade intelectual foi que o cérebro da mulher, por ser mais leve que o do homem, faria menos conexões, o que seria também a causa da “fragilidade” feminina.
MAIS DO QUE IGUALDADE
A justiça distributiva tem três princípios: igualdade, necessidade e equidade, que refletem em sua definição: cada cidadão deve receber o que lhe é devido (necessário). Os princípios são usados de modos diferentes, pois dependem do contexto. Por exemplo: a mulher que é mãe necessita de horários flexíveis de trabalho. Conceder essa flexibilidade é justiça distributiva. Apesar de iguais em essência (são seres humanos), homens e mulheres têm necessidades e potencialidades diversas. A justiça distributiva contempla essa diversidade. O movimento das mulheres por direitos surgiu de demandas não atendidas, de perguntas não respondidas e de questões não debatidas. Porém, apesar de legítimo, não pode estabelecer uma nova opressão para corrigir abusos históricos. Por isso, a justiça distributiva parece ser um conceito mais equilibrado do que o da mera igualdade de gêneros.
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CIDADANIA PLENA PARA AMBOS
Há dois mil anos, o cristianismo oferecia uma nova interação entre homens e mulheres. Para Cristo, homens e mulheres são iguais (Gl 3:28). Ele jamais concordou com o preconceito em relação a sexo, etnia ou classe social, muito menos considerou as mulheres inferiores espiritual, moral ou intelectualmente. Seus princípios universais de boa convivência mostram isso (Êx 20:1-17) e são para todos, sem distinção. A verdadeira liberdade tem esses mesmos princípios.
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Fontes: “8 de março: conquistas e controvérsias”, artigo de Eva Alterman Blay (http://bit.ly/21ZTxUR); Gênero e Mídia: a Cobertura do Dia Internacional da Mulher, dissertação de mestrado de Adriana Jacob Carneiro na UFBA (http://bit. ly/2gZdME2); Guia dos Direitos da Mulher, de Maria Luiza dos Santos Mota (Instituto Milton Campos de São Paulo, 2002); Mulher Sem Culpa, de Carrie L. Lukas (Gente, 2010); A Identidade Feminina Segundo Jesus, de Kari Torjesen Malcolm (Vida, 2003); site onumulheres.org.br; “Sócrates e as Mulheres: um germe do reconhecimento de direitos em plena Grécia Antiga”, artigo de Eduardo Luiz Santos Cabette (http://bit.ly/2gZkIkp); “Justiça distributiva: uma revisão da literatura psicossocial e desenvolvimentista”, de Leonardo Rodrigues Sampaio et al. (http://bit.ly/2fWkFEw).
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Ação Mude seu mundo
Texto Emanuely Miranda Ilustração Lívia Haydée
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A ESPERANÇA CH
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Como duas voluntárias têm inspirado mudanças na vida de garotas que vendem o próprio corpo DENTRO, GRAÇA E paz. Fora, tragédias pessoais. Dentro, a serenidade reverente de um santuário. Fora, a profanação de corpos. Dentro, hinos de louvor. Fora, palavras de baixo calão. Mas, no intervalo entre dois momentos do culto da manhã de sábado, exatamente às 10h10, a advogada Raquel Sarmento e a psicóloga Leiva Custódio saem do templo e seguem pela rua. Os sons de louvor são substituídos pelo barulho do tráfego. As buzinas dos carros cortam o ar, mas nada que incomode as duas mulheres que caminham para prestar uma outra espécie de adoração a Deus. Após apenas 20 metros, a caminhada é interrompida. Elas chegam ao destino. À frente, duas mulheres com shorts sumários as recebem com um abraço. “Oi! Tudo bem?” – recepciona uma, de
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lábios rubros e sorriso alvo. Um sorriso, no entanto, raro. Ela parecia estar triste naquela manhã. Uma conversa sobre a semana preenche o momento e ganha o tom de desabafo. A jovem abre o coração, compartilha suas dores e escuta os conselhos de Raquel e Leiva. Após algumas risadas e confidências, a conversa caminha para o desfecho. Ao fim do encontro, uma palavra de oração. Todas cerram os olhos para falar com Deus e terminam a prece num uníssono “amém!” Em seguida, uma despedida acompanhada da certeza de que se veriam na semana seguinte. As duas distintas cristãs retornam para a igreja e as outras duas mulheres ficam no ponto à espera de um programa. PRIMEIRO PASSO Próximo ao templo central da Igreja Adventista de Araras (SP) há pontos de prostituição. Ao longo da avenida, pessoas vendem seus corpos. Durante muito tempo, essa proximidade incomodou os vizinhos. Entretanto, Raquel e Leiva decidiram enxergar a situação não mais como uma inconveniência, mas como uma oportunidade de expressar cristianismo de maneira prática. O primeiro passo resumiu-se a uma simpática saudação às mulheres que se prostituíam. Posteriormente, Raquel e Leiva experimentaram convidá-las para que
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participassem dos cultos na igreja ao lado. Os convites foram recusados, mas a simpatia e receptividade das duas amoleceu o coração daquelas que estavam acostumadas a receber apenas preconceito e malícia. Em uma reunião de oração, Raquel pregou. “Falei justamente sobre a história da cura do paralítico (Mc 2:1-12) e expliquei que, não fossem os amigos rompendo as barreiras da multidão e quebrando o teto, aquele homem jamais teria experimentado a cura interior e exterior”. Ela apelou à igreja para que trouxesse os “paralíticos contemporâneos” para mais perto de Cristo. A começar pelas mulheres que se prostituíam na rua do templo. Leiva ouviu atentamente o sermão daquela noite. Ela se identificou com o espírito missionário da oradora e acatou o apelo. Ao fim do culto, procurou Raquel e disse que elas precisavam fazer
ministério, andou com pecadores e não se importou com os comentários. O exemplo do Mestre as animou. Elas prosseguiram orando para pedir orientação divina e realizaram os encontros com as “meninas”, como carinhosamente as chamam.
algo por aquelas mulheres. Ambas decidiram agir com as prostitutas como Jesus fez em relação a Maria Madalena. Era hora de dar o segundo passo.
(mobilização anual de combate à violência sexual e ao abuso, promovida pela igreja). Então, abordo a violência física, psicológica e sexual”, explica. Leiva, por sua vez, é a psicóloga das meninas. Seus ouvidos atentos escutam cada palavra delas e, geralmente, são os únicos dispostos a ouvi-las. Em virtude da vida que levam, as garotas de programa são desprezadas pela família e não têm laços de amizade com outras pessoas. A assistência social também faz parte do trabalho voluntário. Quando uma das garotas de programa faleceu, houve arrecadação de alimentos para os filhos que ela havia deixado. Aliás, a maioria delas é composta por mães. Vez ou outra, recebem brinquedos e os levam com carinho para casa.
AJUDA COMPLETA No sábado, as visitas têm um gostinho especial. Além das conversas e de uma breve meditação na Bíblia, há um saboroso café da manhã preparado para as “meninas”. Contudo, a assistência oferecida vai além da alimentação. As voluntárias usam suas profissões para servir. Como advogada, Raquel oferece apoio jurídico. Muitas delas foram violentadas e não sabem como reagir a esse fato. “Faço a conscientização com base nos temas da campanha Quebrando o Silêncio
maconha e bebendo, mas pararam na mesma hora em que eu pedi para orar”, afirma a psicóloga. Com Leiva e Raquel, as mulheres aprendem que Jesus as ama incondicionalmente, e que, além disso, há um Pai pronto a perdoá-las a despeito de qualquer erro cometido. Uma delas já aceitou esse perdão desmedido. Lorena*, influenciada pelo trabalho de evangelização, abandonou a prostituição e segue construindo uma nova história. Bárbara* tem planos de fazer o mesmo. Anteriormente, ela era esteticista, mas abandonou a profissão e começou a fazer programas por causa da quantidade de dinheiro que podia ganhar com essa prática. Hoje, ela planeja retomar a antiga ocupação, pois compreende que seu corpo é precioso demais para ser vendido.
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PRECONCEITO O segundo passo foi dado por volta de abril de 2016. Desde então, Leiva e Raquel fazem parte da vida dessas moças, pois vão visitá-las todos os sábados pela manhã e também logo após os cultos noturnos durante a semana. Inicialmente, as evangelizadoras enfrentaram forte preconceito. Elas são conhecidas na cidade com 119 mil pessoas em que moram e o desencadeamento do projeto com garotas de programa prejudicou a imagem delas. “Todos sabem que sou advogada na área do Direito de Família e que a Leiva é psicóloga e trabalha em uma ONG importante de Araras. Semanalmente, somos vistas na esquina com prostitutas. Eu sofri um impacto de quebra de conceitos e barreiras”, admite Raquel. A advogada conta que ela e a amiga choraram e o desânimo as atingiu, mas resistiram e buscaram força por meio da oração. Leiva relembra que o próprio Jesus, durante seu
ORIENTAÇÃO ESPIRITUAL A parte mais imprescindível do trabalho realizado pelas voluntárias é a ajuda espiritual. Todos os encontros são finalizados com uma oração. No momento de conversar com Deus, as moças interrompem quaisquer atividades que estejam fazendo. “Certa vez, elas estavam fumando
Laura*, uma das prostitutas, foi presa por tráfico de drogas. Dentro da prisão, escreve cartas e as envia para suas amigas Leiva e Raquel. As respostas ao que ela escreve vão acompanhadas de mensagens e explicações a respeito de temas bíblicos. Entre elas, há muitos sonhos. “Muitas sonham com atividades diferentes. Elas têm planos e isso nos empolga”, confessa a psicóloga. Leiva reconhece o peso de sua influência e intercessão no futuro de suas meninas. De prece em prece, as histórias dessas moças são transformadas. “Estamos semeando em solos, alguns áridos e outros não. As flores poderão desabrochar em um tempo eventualmente distante ou muito próximo. Os fatores tempo e incerteza são estancados pela nossa fé e vontade da missão”, acredita Raquel. A cada sorriso lançado na amargura de suas realidades, as “meninas” de Leiva e Raquel sentem a doçura do Espírito Santo. Usadas por Ele, as evangelizadoras ensinam às prostitutas que o maior valor atribuído a elas foi pago numa cruz. Todas são preciosas e valem o sangue do Filho de Deus. JAN-MAR
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ÇA CHEGA ÀS ESQUINAS
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Lição de vida
Texto Vinícius Mendes de Oliveira Designer Fábio Fernandes
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HORRORIZADO COM AS atrocidades da Segunda Guerra Mundial, um jovem norte-americano se alistou no exército de seu país, mas foi rejeitado devido à sua fragilidade física. Porém, ao perceber o grande amor que o rapaz nutria por sua nação, um general ofereceu-lhe a chance de participar de um experimento chamado “Operação Renascimento”. Foi assim que o franzino Steve Rogers se tornou o poderoso Capitão América, uma verdadeira máquina de guerra para defender os Estados Unidos. Nas histórias em quadrinhos e no cinema, o super-herói, portando apenas um indestrutível escudo, encarna os valores morais que a mais poderosa nação da Terra deseja que sejam reconhecidos nela. Como “sentinela da liberdade”, Capitão América é inteligente, corajoso, honesto e patriota, mas não passa de mera ficção. Na vida real, os heróis de verdade também são forjados em uma espécie de “Operação Renascimento”. Nascido em uma típica família norte-americana, Desmond Doss foi educado com valores cristãos. Em sua biografia Soldado Desarmado (CPB, 2016), escrita pela esposa, Frances M. Doss, é apresentado um fato, aparentemente despretensioso, mas que marcou o processo de constituição de uma personalidade com envergadura heroica. O pai de Desmond, Thomas Doss, em um leilão, adquiriu um quadro em que a lei de Deus é retratada. Com imagens para cada mandamento, aquela pintura deixou profundas impressões na mente e no coração de um menino que não imaginava ser, posteriormente, um dos mais respeitados heróis de seu país.
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A incrível história de um homem que enfrentou os horrores da Segunda Guerra Mundial portando apenas o escudo da fé
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Por esse e outros atos heroicos, Desmond Doss recebeu das mãos do presidente Harry Truman o mais importante reconhecimento militar norte-americano: a Medalha de Honra do Congresso. Nessa condecoração pública, outros atos heróicos de Desmond são relatados: “Em um ataque noturno, Doss ficou gravemente ferido nas pernas por causa da explosão de uma granada. Em vez de chamar outro paramédico, cuidou das próprias feridas e aguardou cinco horas até que carregadores chegassem e começassem a transportá-lo ao abrigo. O soldado Doss, ao ver um homem mais criticamente ferido por perto, arrastou-se para fora da maca e instruiu os carregadores a dar atenção ao outro primeiro. Enquanto aguardava o retorno dos carregadores, foi atingido novamente, dessa vez sofrendo uma fratura em um dos braços. Demonstrando força extraordinária, amarrou a coronha de um rifle ao braço atingido como se fosse uma tala e se arrastou por quase 300 metros por terreno acidentado até a estação de apoio.” O texto da condecoração é concluído com esta honrosa declaração a respeito de Desmond Doss: “Seu nome se tornou um símbolo de nobreza preeminente muito além do chamado ao dever.” Depois desse reconhecimento por parte do governo dos Estados Unidos, Doss ficou famoso, sua história foi parar nos quadrinhos, livros, documentários e até no recém-lançado filme Hacksaw Ridge. A vida heroica de Desmond Doss é uma evidência de que a verdadeira “Operação Renascimento” inscreve o decálogo no coração humano, o qual, como um indestrutível escudo, protege os soldados fiéis com amor a Deus e ao próximo e os prepara a fim de que sejam vencedores nas ferrenhas batalhas do grande conflito entre o bem e o mal. Doss foi leal a Deus e fiel à sua consciência. Por isso, continua inspirando pessoas do mundo todo.
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Frances M. Doss relata: “[Desmond] reconheceu mais uma vez como aquela ilustração havia influenciado sua vida. O sexto mandamento, ‘Não matarás’, era representado com a imagem do personagem bíblico Caim, com um porrete na mão, pisando no corpo do próprio irmão, Abel, logo depois de matá-lo. Desmond se perguntou muitas vezes: ‘Como alguém foi capaz de fazer algo assim com o próprio irmão?’ [...] Conseguia imaginar Jesus lhe dizendo: ‘Desmond, se você me ama, não vai matar, mas, sim, salvar vidas como Eu faria se estivesse em seu lugar. Siga meu exemplo.’” Por isso, durante a Segunda Guerra Mundial, Desmond Doss se sentiu honrado por poder servir sua nação, mas se recusou a empunhar armas. Então, foi arrolado no Exército como “objetor de consciência”, alguém que, por sua ideologia de vida, recusava-se a matar. Assim, Doss foi designado para ser um paramédico. O respeito heroico à lei de Deus também se manisfestou na vida de Doss em relação ao quarto mandamento. Por incrível que pareça, durante o período em que esteve em treinamento e no campo de batalha, Desmond sempre encontrava um jeito de ir à igreja aos sábados, além de não fazer nenhuma atividade de trabalho no dia que, por razões bíblicas, considerava sagrado. Por sua posição ao lado da verdade, Doss recebeu o rótulo de covarde e esteve a ponto de ser expulso da corporação como louco. Porém, ele se manteve firme como um verdadeiro herói, enquanto Deus preparava a situação em que seu nome e o de seu servo seriam honrados. Usando apenas o escudo da fé, Doss se defendeu dos dardos inflamados do inimigo, permaneceu no exército norte-americano, mas, acima de tudo, confirmou seu alistamento no exército dos fiéis a Deus. Depois de um ataque surpresa dos japoneses em Okinawa, muitos companheiros de Doss ficaram feridos e totalmente vulneráveis ao inimigo no alto de uma escarpa de dez metros. Só um herói de verdade poderia defendê-los. Firme à missão de salvar vidas, havia um homem chamado Desmond Doss. O “covarde e louco” era a única pessoa com coragem e lucidez suficientes para resgatar os soldados feridos no alto do desfiladeiro. Sozinho e desarmado, ao longo daquela extenuante e perigosa empreitada, Doss orava: “Senhor, ajuda-me a salvar mais um.” Foi assim que, depois de cinco horas, Desmond resgatou o último dos 75 homens, sem que nenhum deles perdesse a vida.
Publicado originalmente em inglês com o título Objector Conscientious, o livro Soldado Desarmado (CPB, 176 páginas) chega ao público brasileiro para apresentar a biografia do herói norte-americano Desmond Doss. Por ter salvado a vida de 75 companheiros durante um combate na Segunda Guerra Mundial, Doss recebeu a mais importante condecoração militar do Estados Unidos, a Medalha de Honra do Congresso. Com autoria de Frances M. Doss, esposa de Desmond, a obra é iniciada com as memórias de infância de Desmond no convés de um navio em direção ao campo de batalha. As lembranças continuam até o fato heroico em Okinawa. Na sequência, o livro retrata os desdobramentos da vida do herói, como a perda da audição, o falecimento trágico da primeira esposa, Dorothy, e o recomeço da vida ao lado de Frances.
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Aprenda
Texto Ana Paula Ramos Ilustração © VIGE.co | Fotolia
A planejar um acampamento O VERÃO ESTÁ aí, e mesmo para quem não está de férias, é possível curtir a família e os amigos durante o feriadão de Carnaval. Um ótimo momento para acampar, tirando as chuvas típicas da estação. Se gostou da ideia, siga as dicas abaixo e planeje seu acampamento.
OBJETIVO
Muitas igrejas e agremiações (como o Clube de Desbravadores) organizam eventos nessa época com ênfase na reflexão espiritual, integração do grupo e recreação. Outros preferem programas com grupos menores, mais flexíveis e de maior contato com a natureza.
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LUGAR
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CONFORTO
Barracas ou abrigos naturais fabricados pelos próprios participantes num local sem energia elétrica ou água encanada. Quem deseja mais conforto deve optar por barracas bem equipadas ou pousar em cabanas com estrutura completa.
Para quem gosta de aventura, região montanhosa com trilhas e cachoeiras é uma boa opção, e para quem deseja relaxar, o melhor é fugir dos campings tradicionais e alugar uma chácara no campo. Nessa escolha, é importante considerar três aspectos: (1) uma área própria para a montagem das barracas ou um local próprio para dormir; (2) banheiro em condições de uso e (3) água em quantidade suficiente para beber, utilizar o banheiro e preparar comida.
CHECK-LIST
Isso depende do local, tipo de atividades, clima da região e de quanto tempo vai ficar acampado. Sugiro que você prepare três listas básicas: (1) roupas e acessórios (não esqueça itens de higiene pessoal e proteção solar); (2) equipamentos (de barracas a kit de primeiros socorros) e (3) alimentação (preparo e consumo). Com antecedência, defina um cardápio e como fará para armazenar e preparar os alimentos. 30 |
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ATIVIDADES
Planeje alguns dos momentos de lazer, de descanso, para interação e de reflexão espiritual. Se o grupo for grande, o segredo é ter o que fazer, mas sem engessar muito o programa, tornando assim o acampamento cansativo.
SEGURANÇA
Acampamento exige cuidados, como qualquer atividade. Tenha o endereço do hospital mais próximo do camping; cheque as condições de todos os equipamentos; evite atividades de alto risco; faça o seguro de vida de todos os acampantes; utilize trilhas já conhecidas e tenha em média dois adultos cuidando de cada grupo de cinco a oito adolescentes.
Fontes: Manual do Clube de Desbravadores (DSA); Campismo e Caravanismo, de A. Almeida Henriques (Prelo Editora, Lisboa); O Livro de Cozinha do Excursionista Faminto: Técnicas e Receitas Para Acampamento e Trilha, de Sérgio Beck (edição do autor); artigo “Seis segredos para acampar e relaxar de verdade”, disponível em http://bit.ly/2gZFkJv.
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ENEM sem medo
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é tempo de pensar no futuro
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Faça sua
faculdade com a gente!
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de possibilidades
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