Conexão 2.0 - O CLIMA ESQUENTOU

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ENSINO BILÍNGUE: rede adventista oferece imersão cultural sem sair do Brasil

O CLIMA ESQUENTOU

Não há consenso se a culpa do aquecimento global é do ser humano, mas a humanidade precisa rever como utiliza os recursos da natureza AO PONTO: A UNIVERSITÁRIA QUE FOI INDICADA AO OSCAR ESTUDANTIL

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MUDE SEU MUNDO: PRONTO-SOCORRO NO ORIENTE MÉDIO

LIÇÃO DE VIDA: LIVRO CONTA EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA EM PAÍSES MUÇULMANOS

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Jan-Mar 2018 – Ano 11 no 45

Exemplar: 8,75 – Assinatura: 27,80

ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE

________ Designer ________ Editor ________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte


Da redação

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Editor Wendel Lima

GUARDIÕES DO JARDIM

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Daniel Oliveira

________ Designer ________ Editor ________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte

BANHOS MAIS RÁPIDOS, pedalar de casa até a escola ou o trabalho, usar sacolas e embalagens retornáveis, descartar adequadamente o lixo e deixar de comer carne e derivados de animais. A lista não para aqui e você já deve ter ouvido isso várias vezes, a ponto de ter incorporado alguns desses hábitos. A questão é que esse discurso em favor de um estilo de vida mais sustentável para o planeta não apareceu do nada. Desde os anos 1970 tem crescido a percepção de que a Terra tem passado por mudanças climáticas, cujo impacto já pode ser sentido no cotidiano. Para um bom número de cientistas, o aquecimento global é resultado do processo de industrialização e urbanização, iniciado nos séculos 18 e 19 e intensificado nas últimas décadas em várias regiões do mundo. Portanto, esse fenômeno seria culpa da ganância humana. Em contrapartida, um grupo menor de especialistas entende que o planeta passa por ciclos naturais de aquecimento e que tudo isso não tem nada que ver com chaminé de indústrias, escapamentos de carros e a flatulência do gado. Como a discussão é quente e marcada por acusações e argumentos de ambos os lados, há os que entendem que o quadro atual pode ser uma combinação de fatores naturais e da ação humana. O fato é que o clima está ficando mais quente e isso tem inúmeras implicações. Por isso, há aqueles que entendem que independentemente de qual seja a causa do aquecimento global, a Terra está esquentando e se tivermos culpa nisso é bom comerçamos a rever logo nossos hábitos e modelo de desenvolvimento. Por isso, nossa reportagem de capa trata dessa questão. Para quem é cristão e leva a Bíblia a sério, a vocação para o cuidado da natureza é algo que independe do apelo apocalíptico de que o planeta pode chegar a um colapso natural. Com base nas Escrituras, é possível deduzir que a Terra foi criada por Deus num estado perfeito (Gn 1), que as más escolhas da humanidade afetam toda a criação (Gn 3; 6:7; Rm 8:20) e que Deus está trabalhando para restaurar todas as coisas, inclusive a natureza (Rm 8:22, 23; Ap 21:4). Apesar de o tema da sustentabilidade ainda não ter muito destaque nos púlpitos e seminários cristãos, algumas igrejas parecem estar entendendo o cuidado com o meio ambiente como uma dimensão da ética e missão cristãs. O livro Assim na Terra Como no Céu (Ultimato, 2011), por exemplo, apresenta uma congregação que foi estabelecida num lixão em Recife (PE) e outra que abraçou o reflorestamento de um parque ecológico em Belo Horizonte (MG). Essas e outras iniciativas nos fazem ver na prática que podemos exercer nossa liberdade de escolha com sabedoria, colaborando com Deus em Seu trabalho de redenção e restauração, ao atuarmos segundo nossa vocação original: como guardiões do jardim (Gn 2:15).

4 CONECTADO

A OPINIÃO DE QUEM SEGUE E CURTE A GENTE

6 GLOBOSFERA

IDEOLOGIA DE GÊNERO, PRECONCEITO, ADOLESCÊNCIA E MUSEU DA BÍBLIA

8 ENTENDA

OS SINAIS QUE ANTECEDEM A VOLTA DE JESUS À TERRA

20 PERGUNTAS

MUDANÇA DE SEXO, VIRGINDADE E DEMÔNIOS

28

GUIA DE PROFISSÕES

CONHEÇA A CARREIRA QUE LIDA COM AS EMOÇÕES, IDEIAS E VALORES DO SER HUMANO

JAN-MAR

1

BIOGRAFIA FALA SOBRE A VIDA QUE VALE A PENA VIVER

30 APRENDA

A LER MAIS LIVROS EM MENOS TEMPO

16 REPORTAGEM

ENSINO BILÍNGUE É A CHANCE DE TER UMA IMERSÃO CULTURAL SEM SAIR DO PAÍS

24 M

P A R

2018

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A RO AO O CON

29 NA CABECEIRA

Nota: A partir desta edição vamos substituir duas páginas de propaganda por conteúdo editorial. Resgatamos nossa antiga seção de resenhas e estreamos um novo espaço sobre carreira profissional. Espero que aproveite! 2 |

5 AO

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CÊNCIA

DEM RRA

OS

SÕES

QUE , IDEIAS MANO

... SE NÃO EXISTISSE SEPARAÇÃO ENTRE IGREJA E ESTADO NO BRASIL

5 AO PONTO

A ROTEIRISTA QUE FOI INDICADA AO OSCAR ESTUDANTIL POR CONTAR UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA

10

CAPA

Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Jan-Mar 2018 Ano 11, no 45

AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ESTÃO OCORRENDO RÁPIDA E DRASTICAMENTE

Capa: Renan Martin Imagem: © Bits and Splits | Fotolia

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia

EA VIVER

Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br Serviço de Atendimento ao Cliente Ligue grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 8h às 15h45 Domingo,das 8h30 às 14h

HANCE ULTURAL

Editor: Wendel Lima Editor Associado: Fernando Dias Projeto Gráfico: Marcos Santos e Éfeso Granieri Designer Gráfico: Renan Martin

Foto: Danillo Cabrera

Diretor-Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Uilson Garcia Redator-Chefe: Marcos De Benedicto

24 MUDE SEU MUNDO

PROJETO DE VOLUNTÁRIOS ATENDE MILHARES DE REFUGIADOS NO ORIENTE MÉDIO

Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Colaboradores: Alexander Dutra, Antonio Marcos da Silva Alves, Almir Afonso Pires, Almir Augusto de Oliveira, Eder Fernandes Leal, Edgard Luz, Marco Antônio Leal Góes, Pedro Renato Frozza, Raquel de Oliveira Xavier Ricarte, Rérison Vasques e Rubens Paulo Silva Assinatura: R$ 27,80 Avulso: R$ 8,75 www.conexao20.com.br

Foto: Allana Ferreira

Tiragem: 1

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LIÇÃO DE VIDA

A MISSIONÁRIA BRASILEIRA QUE TRABALHOU EM PAÍSES EXCOMUNISTAS E MUÇULMANOS

________ Designer ________ Editor

9114/36972 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da editora.

________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade

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GUE

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Informação Conectado & Opinião Globosfera Ao ponto Entenda

que é certo e errado nesse contexto é extramamente tênue. Acredito que a matéria nos lembrou de que existe sim um caminho melhor e correto a ser percorrido pelos filhos de Deus. E como precisamos de certezas para nos apoiar! A conclusão da matéria foi prática e atendeu minhas necessidades: considerar que o grande conflito entre o bem e o mal afetam todas as esferas da existência, inclusive nossa relação com a cultura. Para tanto, precisamos do auxílio do Espírito e da Palavra de Deus. Que bom que temos a revista como uma espécie de mentora espiritual.

conexao20@cpb.com.br

Desabafos, sugestões, interação e dúvidas para a seção Perguntas? É aqui mesmo!

conexao20.com.br

Andressa Liz Cândido Botucatu (SP)

Perdeu alguma edição ou deseja reler uma matéria de que gostou muito?

O mais incrível da revista Conexão 2.0 é que ela me informa sobre temas atuais, sem deixar de me preparar e direcionar para o mais importante: a vida eterna.

Acesse nosso arquivo e folheie todas as edições da Conexão 2.0

Bruna Pereira Araquari (SC)

www.conexao20.com.br

COMPORTAMENTO: os riscos e as frustrações de uma sexualidade sem limites

O PARAÍSO DAS ESPÉCIES Nas ilhas exóticas que inspiraram Darwin, pesquisadores enxergam evidências de que tudo foi criado

MUDE SEU MUNDO: NOVA VIDA PARA QUEM VENDE O CORPO

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________ Designer ________ Editor ________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte

LIÇÃO DE VIDA: DESMOND DOSS, O SOLDADO DESARMADO

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Jan-Mar 2017 – Ano 10 no 41

Exemplar:8,05 – Assinatura: 25,60

ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE

________ Designer ________ Editor ________ Ger. Didáticos

AO PONTO: O PASTOR QUE PERDEU E JAN-MAR A 2017 REDESCOBRIU FÉ| 1

________ C.Qualidade ________ Depto. Arte

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facebook.com/conexao20

Saiba o que vai ser publicado, opine sobre os conteúdos que já saíram e compartilhe com os amigos que não têm a revista

Quanto prazer tenho em ler a Conexão 2.0! É uma revista que está preocupada em discutir os conflitos pessoais dos jovens adventistas que vivem nos mais variados contextos. A matéria de capa, “Contracultura cristã”, tratou sobre meu dilema nos últimos anos de estudo na Unesp. Enquanto lia sobre as diversas posturas que se pode assumir diante da cultura, pensei nos caminhos que poderia ter percorrido: desacreditar dos pontos positivos da cultura, acreditar demais em seus valores, isolar-me dela ou ser uma agente de transformação do meu contexto. A linha de separação entre o 4 |

JAN-MAR

Cada vez mais me surpreendo com esta revista e me sinto feliz e grata por ser assinante dela. A matéria de capa é extremamente relevante nos dias em que vivemos, quando muitos jovens, principalmente universitários, passam pelo conflito de estar no mundo e ainda assim não “fazer parte” dele. Esse é um excelente material para discussão num culto jovem. Giovanna Eugênia Petrolina (PE)

Esta revista sempre surpreende! Quanto à última edição, gostei muito da seção Entenda, que trouxe a matéria sobre as diferenças políticas entre esquerda e direita de modo bem didático. Também curti o texto do Lição de Vida. É inspirador ver como a vida de pessoas são transformadas, seja pela determinação pessoal ou pela fé em Deus. Já a matéria de capa fi-

cou sensacional! A explanação do tema auxilia muito no esclarecimento quanto ao comportamento que não só a igreja, mas cada indivíduo, precisa tomar diante do contexto cultural no qual vive. Embora eu tenha familiaridade com o assunto, por fazer parte de um grupo de pesquisa na área, aqui no Unasp, fiquei fascinada pela explanação simples e objetiva. Quando se trata de mídia e religião ou de cristãos versus cultura, a lição primordial é saber separar o que é princípio bíblico do que não é; utilizar aspectos aceitáveis da cultura para pregar o evangelho; procurar transformar indivíduos visando melhorar a sociedade; e contribuir com a humanidade mediante ações que promovam a vida. Gladys Angélica Silva Engenheiro Coelho (SP)

Além da matéria sobre as diferenças políticas, que dá ao jovem conhecimento a respeito das duas principais correntes de pensamento da política atual, gostei muito da entrevista com o Jeconias Vieira Lopes. Deus realmente nos dá uma infinidade de oportunidades diárias de sermos mais próximos Dele. São testemunhos como esse que ajudam os jovens a seguir a Cristo com determinação por toda a vida. Mariana Alencar Bombinhas (SC)

Sobre a matéria de capa da última edição, “Cristãos x cultura”, penso que o povo de Deus hoje, o chamado remanescente, é responsável por levar as últimas mensagens apocalípticas. E por causa dessa importante tarefa, esse povo deve ter em mente que pertence ao Criador, apesar de estar vivendo num mundo de pecado e já condenado. Por isso, acredito que ao utilizar uma linguagem relevante para a cultura atual, quem deseja estabelecer pontes entre o evangelho e o mundo secularizado, deve cuidar para que a “linguagem” seja apenas um canal para transmitir a mensagem e não para modificá-la. Pedro Araújo São Paulo (SP)

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C d O ta ir e c a d A c te b q e b

O d p A u s d


Ao ponto

Texto Lisandro Staut Ilustração Kaleb

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS

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Como surgiu a ideia desse documentário? Originalmente, a ideia era contar apenas a história da minha irmã. O problema é que eu estava em Michigan tentando contar uma história que estava acontecendo na Califórnia, onde Lisa cursava o ensino médio. Além disso, percebi que não conhecia minha irmã suficientemente bem para contar sua biografia. Foi quando percebi que a narrativa a ser contada era da minha busca por descobrir quem era minha irmã. O que faz do relacionamento de vocês uma boa história para se contar? Acredito que nossa história é universal. O autismo pode não ser aplicável a todos, mas o desejo de estar perto e querer

um relacionamento significativo com alguém faz parte da experiência humana, seja no casamento, entre amigos ou em nossa caminhada com Deus. O desafio é evitar o erguimento de barreiras e aceitar as diferenças uns dos outros. Quanto tempo você dedicou à produção do Sisterly? O filme foi criado ao longo de quatro anos. Nos três primeiros eu filmei e documentei a narrativa, e no último ano escrevi a história para a pósprodução. Tenho certeza de que existe um método mais organizado de criação, mas o desafio que tive foi não conhecer a história em sua totalidade até o fim da pós-produção. Na verdade, eu ainda estou escrevendo o fim da história,

mesmo depois do filme ter terminado. O que representou para você a indicação ao Oscar estudantil? Pessoalmente foi uma experiência de humildade, porque nunca pensei que meu filme mereceria esse reconhecimento. Profissionalmente, a indicação ajudou o filme a obter uma exposição mais ampla em festivais e em outros eventos. Até agora, o filme foi selecionado para oito festivais de cinema e ficou bem posicionado em cinco deles, incluindo o Festival de Curta-Metragem de Boston e o DocLA Film Festival. O que você diria para jovens que têm boas histórias, mas não sabem por onde começar a contá-las?

A parte mais difícil é começar. Eu diria que você deve enfrentar as incertezas e dúvidas que existem dentro de você. No meu caso, eu sabia que estava contando uma história que me ajudaria a ser uma versão melhor de mim mesma. Acho que contar boas histórias é uma experiência terapêutica e uma fonte de cura para si mesmo. Quais são os planos para o futuro? Neste momento, estou explorando uma carreira em narrativa documental. Gostei muito de trabalhar com narrativa visual, mas estou mais interessada agora em documentários em áudio. Acredito que minha formação acadêmica me moldou para ser uma contadora de histórias de vida. jan-mar

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NINA VALLADO NASCEU no Rio de janeiro, mas aos seis anos se mudou para a Califórnia. Já nessa época ela descobria a paixão pela arte de contar histórias: com vizinhos ela costumava encenar pequenas peças, que eram filmadas pelos pais. Porém, aos 22 anos viu sua brincadeira de criança ser reconhecida como trabalho de gente grande. Ao terminar sua graduação em Artes na Universidade Andrews (EUA), Nina teve seu documentário Sisterly indicado para a final do Oscar estudantil, em Hollywood. Ela não ganhou, mas a indicação lhe rendeu visibilidade em outros festivais e a possibilidade de divulgar uma produção que conta a história dela com sua irmã que tem autismo. Com segurança e maturidade, Nina fala dos desafios do projeto e do sonho de continuar contando histórias que transformam vidas.

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Mockup | Graphicriver

Colaboradores: Andréia Silva, Anne Seixas, Céciah Mota, Felipe Lemos, Lucas Rocha, Márcio Tonetti e Wendel Lima

D m t o m O c

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DE CARA NOVA

SÉRIE DEBATE ADOLESCÊNCIA

Melissa tem 15 anos e só consegue superar seu isolamento social depois que reencontra três amigos de infância, com a ajuda dos quais tem força para enfrentar os dilemas da sua idade. Lançada em novembro na plataforma de vídeos da Igreja Adventista, a websérie Fora de Série debate como uma espiritualidade com base na Bíblia pode servir de referência para a resolução de conflitos como crise existencial, baixa autoestima e pressão familiar. Disponível em feliz7play.com.

________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte

Desde o ano passado, 22 de outubro entrou para o calendário oficial do Estado de São Paulo como o Dia do Adventista. A decisão foi um reconhecimento do governo paulista às ações sociais da igreja no Estado.

I Uma campanha de conscientização sobre segurança na web promovida pela rede educacional adventista no Rio Grande do Sul foi premiada em duas categorias no 27o Mídia Festival, evento organizado pela Associação dos Profissionais de Propaganda de Campinas (APP), em novembro. O projeto desenvolvido pela agência Arpejo pode ser conhecido no link: educacaoadventistars.com.br/perigodisfarcado.

VIDA NO INTERNATO A série de vídeos em 360º Residentes está mostrando como é viver num internato adventista. Por vários ângulos, o usuário consegue acompanhar como é o cotidiano de alunos que moram onde estudam. A primeira temporada da série, com seis capítulos, retrata o Instituto Adventista Brasil Central (IABC), no interior de Goiás. Disponível no canal Adventistas 360 no YouTube. 6 |

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CARDÁPIO NOTA DEZ

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________ Editor

CALENDÁRIO OFICIAL

© M.studio | Fotolia

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© UMB-O | Fotolia

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NÃO CAIA NA REDE

O guia de estudo da Bíblia que a Igreja Adventista produz para os jovens está de cara nova. A edição de abril a junho já será diagramada num projeto gráfico mais leve e moderno. Publicada a cada três meses, a Lição da Escola Sabatina dos Jovens reúne reflexões da juventude adventista ao redor do mundo sobre temáticas espirituais e livros bíblicos. Disponível em mais.cpb.com.br.

A alimentação oferecida nas escolas adventistas da Austrália e o estilo de vida adotado pelos pais dos alunos têm feito diferença na saúde dos estudantes. A conclusão é de uma pesquisa do Avondale College que apontou que a taxa de sobrepeso e obesidade entre os alunos da rede é 18% menor do que a registrada nos demais colégios do país.

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“Imploro por meu povo, uma pobre e oprimida raça, que habita em uma terra que ostenta liberdade, sem um lugar permanente”.

Desde novembro, Washington, D.C., a capital americana, tem mais um grande museu com entrada gratuita. Localizado no National Mall, próximo à Casa Branca, o Museu da Bíblia, com seus oito andares e 40 mil artefatos históricos e religiosos do todo o mundo custou 500 milhões de dólares ao bilionário Steve Green. O espaço oferece muita tecnologia e experiências imersivas para contar histórias do livro sagrado.

Sojourner Truth, nome de luta assumido por Isabella Baumfree, ex-escrava cristã, que se tornou uma das maiores defensoras dos direitos civis dos negros no século 19 nos Estados Unidos

Wikimedia

Mockup | Graphicriver

MUSEU DA BÍBLIA

NÚMEROS

SEGUNDA CHANCE

Agora menores infratores de Ananindeua (PA) vão ter um novo espaço para receber orientação a fim de recomeçar a vida. Um Espaço Novo Tempo foi aberto na Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (Fasepa). O local é utilizado para assistência psicológica e espiritual e a realização de cursos profissionalizantes. Desde 2016, com a ajuda de voluntários e estudantes de Teologia da Faculdade Adventista da Amazônia (Faama), 12 jovens que passaram por ali conseguiram a inserção no mercado de trabalho.

ASN

© M.studio | Fotolia

IDEOLOGIA DE GÊNERO

Diante de tanta confusão, polêmica e informações desencontradas, a Igreja Adventista disponibiliza no seu canal no YouTube uma entrevista sobre esse tema com um teólogo e um psiquiatra. Ambos oferecem uma perspectiva bíblica e científica sobre o tema. Acesse http://bit.ly/2zkiSUZ.

2002 pessoas foram entrevistadas pelo Ibope 83% disseram não ser preconceituosos 72% admitiram já ter falado frases preconceituosas CONFIANÇA EM BAIXA

Segundo a pesquisa “O Dilema do Brasileiro”, realizada pelo Ibope em agosto com mais de 1,5 mil entrevistados:

55%

30%

deles não votariam novamente no mesmo candidato que escolheram para presidente em 2014.

pretendem votar em algum candidato fora da política tradicional em 2018.

29% dizem que votarão em branco ou nulo neste ano.

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POLÍTICA E RELIGIÃO

De acordo com um levantamento do Datafolha, realizado no fim de setembro

________ Editor

52% dos entrevista-

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dos não votariam de jeito nenhum em um candidato ateu.

81% dos eleitores que têm

religião não costumam considerar as indicações políticas de seus líderes religiosos. jan-mar

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Wikipédia

PRECONCEITO VELADO

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Entenda

Texto Fernando Dias Design Renan Martin

A contagem regressiva para o fim do mundo

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“ DIGANOS QUANDO essas coisas vão acontecer e que sinal haverá da Sua vinda e do fim dos tempos” (Mt 24:3). Com essas palavras os doze discípulos de Jesus abriram o coração para ouvir do Mestre o sermão profético, pregado no monte das Oliveiras poucos dias antes de Sua crucificação (ver Mt 24). Apesar de não marcar o dia em que Ele virá (Mc 13:32), a Bíblia apresenta alguns sinais de que o fim do sofrimento e o início de uma nova era sem a presença do mal está para chegar. Veja o que já se cumpriu, está se cumprindo e se cumprirá.

12 11 O evangelho é pregado a todo o mundo

10 Falsos líderes espirituais e confusão religiosa

9

Guerras

Tragédias sociais e ambientais

8 Aumento da criminalidade e imoralidade

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I p d n c


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Jesus vem

1 Grande terremoto

1

(Ap 6:12) – Lisboa (Portugal), 1o de novembro de 1755.

2

(Ap 6:12; Mt 24:29) – Nova Inglaterra (EUA), 19 de maio de 1780.

3

(Ap 11:7-10) – Paris (França), 11 de novembro de 1793.

4

(Ap 13:3) – Papa Pio VI é preso pelos franceses – Roma, 20 de fevereiro de 1798.

5

(Mt 24:29; Mc 13:25) – Atlântico Norte, 13 de novembro de 1833.

6

(Dn 8:14; Ap 10) – 22 de outubro de 1844.

7

(2Tm 3:1-7) – 2016 foi o ano com mais assassinatos registrados.

8

(Mt 24:7) – Atualmente, 815 milhões de pessoas passam fome.

9

(Mt 24:6) – Hoje, mais de 160 países estão envolvidos em conflitos armados.

Surgimento do Estado ateísta

3

Declínio do poder político do catolicismo

4

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7

Início da primeira fase do julgamento no santuário celestial

Chuva de meteoros

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2

Sol negro e Lua de sangue

10 (Mt 24:11) – O número de seitas e religiões chegou à casa dos 50 mil.

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________ Designer

(Mt 24:14) – A revista que você tem em mãos faz parte desse movimento.

________ Editor ________ Ger. Didáticos

12 (Mt 24:30) – Cristo se ma-

nifesta de maneira audível, visível e poderosa. JAN-MAR

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Interpretação Capa & Reflexão Reportagem

Texto Giannina Invernizzi

Perguntas Imagine

O CLIMA

JÁ NÃO É

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O g o q e c

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O É O MESMO 36972 – Conexão 01/2018 ________ Designer

Foto: Danillo Cabrera

O debate sobre o aquecimento global é pauta quente e divide opiniões. Porém, melhor do que discutir acerca de teorias e preconceitos, é repensar como exploramos a natureza

DESDE OS POLOS até o Equador, o maravilhoso equilíbrio que existe em nosso planeta garante a diversidade de temperaturas e condições ambientais ideais para que a vida esteja distribuída sobre toda a Terra. No entanto, a beleza e a biodiversidade que caracterizam nosso mundo são só alguns dos elementos que fazem dele um lugar muito especial. Na quase invisível camada que envolve e protege o planeta podemos enxergar também inúmeros processos que condicionam aspectos tão cotidianos para nós como o ar que respiramos. É justamente nessa fina camada que nos deparamos com uma das maiores e mais importantes polêmicas do nosso tempo: o aquecimento global. Mais importante do que gastar tempo discutindo teorias sobre a mudança climática, é reconhecermos que o clima está mudando drástica e rapidamente. E fica difícil imaginar que, por um lado, a ganância humana não tenha culpa nisso e, por outro, a minimização desses efeitos também não seja nossa responsabilidade. Nesta reportagem, selecionamos sete tópicos importantes para você entender essa questão e agir em resposta a esse problema que tem que ver com seu futuro e do planeta. jan-mar

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1. RECONHECER O PROBLEMA A discussão começou há não mais do que 30 anos, mas seja pelas implicações políticas e econômicas ou pela urgência dessa causa, esse tem sido um dos assuntos mais controversos do nosso século. Ainda hoje, vários especialistas negam o aquecimento global, seja a própria existência do fenômeno ou a responsabilidade humana nesse processo. Discutindo dados e desqualificando cientistas, esse grupo insiste em não relacionar as mudanças climáticas atuais com a industrialização e urbanização do globo, nem com o consumo desenfreado do nosso tempo. A questão é que, mesmo que essas interpretações sejam encaradas como um ponto de vista pessoal, é inegável que nosso mundo não é igual ao de três décadas atrás, e que algo sério está acontecendo no planeta. Negar isso é escolher fechar os olhos para desastres iminentes. Nove de cada dez climatologistas estão de acordo em que o aquecimento global é um fato que pode ser comprovado cientificamente. Uma compilação com base em dados registrados em milhares de estações meteorológicas, sensores em boias e embarcações distribuídas pelo mundo todo revelou que, em 2016, a temperatura global média na superfície do planeta foi 0,94ºC mais alta que a média do século 20.

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Mais importante do que gastar tempo discutindo teorias sobre a mudança climática, é reconhecermos que o clima está mudando de maneira drástica e rápida

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SINAIS DE FUMAÇA

Apesar de ser recente a discussão mais acalorada sobre o aquecimento global, sinais de que o clima do planeta estava mudando já vinham sendo registrados nos séculos 19 e 20. 12 |

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As observações do francês Joseph Fourier em 1824 o levaram a afirmar que a Terra deveria ter algum elemento isolante que a ajudasse a manter sua temperatura.

2. APONTAR O CULPADO “O aquecimento global é real, as causas dele é que são discutíveis”, diz o biólogo marinho, pós-graduado em meio ambiente, Marcelo Szpilman. “Que a gente está passando por um aquecimento do planeta, isso é irrefutável. A questão é: há um grupo que diz que o problema se deve às atividades humanas, enquanto outro diz ser esse um aquecimento natural do planeta. Penso que temos uma mistura dos dois. Existe um ciclo de aquecimentos e resfriamentos naturais no planeta e a ação humana que vem acelerando e intensificando esse processo”, explica Szpilman, que também é o diretor-presidente do AcuaRio, Aquário Marinho do Rio de Janeiro. Por sua vez, outros não concordam em diluir a culpa: “O problema não é o planeta, nós somos o problema”, afirmou o político e ativista britânico David Puttnam, em uma de suas apresentações nas conferências TEDTalk. 3. EFEITO ESTUFA Um dos fenômenos mais conhecidos que ocorre na fina camada protetora que envolve a Terra é o efeito estufa. Para se manter o perfeito equilíbrio, ele é indispensável para nossa subsistência, mas a intervenção humana pode estar comprometendo seu bom funcionamento. “Existe um efeito estufa natural. A dosagem equilibrada de carbono na atmosfera é o que permitiu até aqui que nossas noites na Terra não fossem congelantes”, afirma Paulo De Souza, doutor em Ciências de Engenharia Ambiental pela USP. “Boa parte do que chega de gás carbônico (CO2) à Terra é reenviada para o espaço. Só que agora estamos potencializando essa capacidade de retenção de calor da nossa atmosfera ao lançarmos mais CO2 no ar”, elucida Paulo, que é professor da Universidade Federal de Alfenas (MG). Ainda que a discussão sobre o aquecimento global seja relativamente recente, já nos séculos 19 e 20 alguns cientistas começaram a observar o aumento do dióxi-

Em1856, os experimentos com CO2 da cientista Eunice Foote sugeriram que uma atmosfera com maior quantidade desse gás poderia dar à Terra uma temperatura mais elevada.

Em 1850, John Tyndall ampliaria as pesquisas sobre o assunto, mas o conhecimento ainda era muito limitado.

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4. RESFRIADORES PLANETÁRIOS Felizmente, a complexa maquinaria da Terra não se rende facilmente. No momento em que se produz o desequilíbrio, novos mecanismos são acionados para mantê-los em funcionamento. “Quando a Terra retém calor, o primeiro instrumento de socorro são os oceanos. Eles vão concentrar esse calor”, diz o professor Paulo De Souza, “mas quando eles começam a esquentar e não conseguem se livrar de toda essa energia, sua influência se estende para todo o planeta, tanto pelo ar como pelas correntes marinhas”. Sendo os oceanos os maiores reservatórios de calor do planeta, o aperfeiçoamento das ferramentas de medição tem sido muito importante para precisar o que está ocorrendo na Terra. Atualmente, um dos métodos mais utilizados é um sistema que integra 3 mil boias ou sondas robóticas espalhadas nos oceanos ao redor do mundo e que disponibiliza dados em tempo real. Recentemente essas boias mostraram que a parte superior do oceano está ganhando calor a uma taxa expressiva. Isso também está ocorrendo nas profundezas, ainda que numa taxa menor, e todo esse excesso de energia têm contribuído para o derretimento do gelo em todo o planeta. Até a superf ície da Terra e o epicentro do planeta estão aquecendo. “O total do desequilíbrio de energia agora é de aproximadamente 0,6 watts por metro quadrado. Não parece ser muito, mas a soma global dessa conta é

Foi na década de 1890 que o químico sueco Svante Arrhenius previu que o CO2 liberado no aumento da queima do carvão resultaria no aquecimento do planeta. Porém, suas teorias foram ignoradas por mais de 50 anos.

enorme: aproximadamente 20 vezes maior que a taxa de energia usada por toda a humanidade”, esclarece o climatologista James Hansen. “É equivalente à explosão diária de 400 mil bombas atômicas como a de Hiroshima ao longo de um ano”, completa. Ainda que a situação seja alarmante, Hansen acredita que haja solução: reduzir a emissão de CO2.

O aquecimento global é real, as causas dele é que são discutíveis

5. IMPACTO NA NATUREZA Desde o fim do século 19, o planeta se tornou, em média, 0,85°C mais quente. Boa parte desse aquecimento ocorreu a partir de 1960. Se bem que os ciclos climáticos naturais explicam parte dessa irregularidade, eles não esclarecem a própria tendência de aquecimento que coincide com o aumento das emissões em um mundo em crescente industrialização. O rápido derretimento das geleiras nos extremos norte e sul do planeta tem sido amplamente documentado com fotografias, vídeos e imagens de satélites. O Ártico, por exemplo, sofreu um aquecimento dramático, o que tornou sua banquisa de gelo mais fina e menor. Isso intensificou o aquecimento, uma vez que os raios solares, agora absorvidos pelo oceano mais escuro, deixam de ser refletidos de volta ao espaço pela camada de gelo. “Um oceano mais quente libera mais CO2, e mais dióxido de carbono causa mais aquecimento. Portanto, o ciclo de liberação de CO2, metano e derretimento de geleiras são realimentações que amplificam a mudança da temperatura global, fazendo com que as oscilações climáticas sejam enormes, apesar de terem sido iniciadas em pequena escala. “Enquanto não podemos dizer exatamente quão rápido algumas realimentações positivas do planeta poderiam gerar um efeito contrário, de proteção, é certo que eventos catastróficos continuarão acontecendo a menos que paremos o aquecimento”, projeta Hansen.

Na década de 1950, os oceanógrafos Roger Revelle e Hans E. Suess descobriram que as camadas superiores dos oceanos já estavam bastante saturadas de CO2, uma indicação de que esse elemento estava sendo acumulado na atmosfera.

Somente a partir de 1977 os cientistas finalmente começaram a compreender Em 1958, o joque o aquecimento do planeta vem cientista Charles também era produzido pelo David Keeling confirmou dióxido de carbono, subsa hipótese deles, montando tância liberada na queima uma estação de medições de combustíveis no Havaí (EUA), que vem fósseis. registrando a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera desde então. jan-mar

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do de carbono na atmosfera (veja o quadro “Sinais de fumaça”). “Quando adicionamos CO2 ao ar é como se colocássemos mais um cobertor na cama”, ilustra o climatologista norte-americano James Hansen. “Esse elemento reduz a radiação de calor da Terra para o espaço, o que gera um desequilíbrio momentâneo de energia. Mais energia entra do que sai, até que a Terra esquenta o suficiente para novamente irradiar para o espaço tanta energia quanto ela absorve do Sol”, infere Hansen.

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Essa é uma ameaça não só para os casquetes polares, mas para as grandes geleiras nas montanhas. O nível dos oceanos subiu de 20 a 23 centímetros desde 1900. Isso seria só o começo se as grandes calotas de gelo da Groenlândia e da Antártida começarem derreter, o que poderia marcar o início da desaparição de muitas das maiores cidades costeiras do mundo. A repentina mudança de temperaturas nos oceanos poderia também pôr em perigo a subsistência de muitos seres vivos. O Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC) estima que entre 20 e 50% da biodiversidade do planeta corre risco por causa do aquecimento. Fatores como a destruição dos habitats naturais, a falta de alimento e condições climáticas hostis são só algumas das ameaças que preocupam os pesquisadores. Na lista de risco está a borboleta real, que pode entrar em extinção até o fim deste século; e a grande barreira de corais da Austrália, cuja temperatura do oceano tem matado parte de seu gigante ecossistema, equivalente em área ao Reino Unido, Suíça e Holanda juntos.

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6. EFEITOS NA SOCIEDADE “O aquecimento global aumenta ambos os extremos do ciclo das águas na Terra. Ondas de calor e O IPCC seca de um lado são resultados estima que diretos do aquecimento; mas também o aquecimento da entre 20 e 50% da atmosfera gera mais retenbiodiversidade do ção de vapor de água que, por causa dessa energia laplaneta corre risco tente torna as chuvas mais por causa do violentas. Haverá tempestades aquecimento mais fortes e maiores inundações daqui para frente”, prevê o climatólogo James Hansen. A história humana está marcada de exemplos em que as condições climáticas trouxeram consigo sofrimento e crise econômica, política e social. Secas que levaram às migrações massivas e insegurança, resultando em guerra; invernos congelantes que trouxeram fome e doenças, os quais deram lugar à insatisfação, que se tornaria a raiz de grandes levantamentos como a Revolução Francesa. Mas se o mundo sempre foi abatido por fenômenos naturais, as últimas décadas têm sido particularmente devastadoras. Uma e outra vez, com maior frequência e magnitude nunca antes conhecida, os perigos naturais têm trazido instabilidade, violência e, por fim, o caos.

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7. QUATRO ATITUDES “Somos a primeira geração a sentir o impacto da mudança climática e a última geração que realmente pode fazer alguma coisa a respeito”, avaliou Jay Inslee. Em meio a 7,3 bilhões de pessoas, pode um mero indivíduo fazer a diferença? Apesar das grandes implicações de decisões governamentais e empresariais, as mudanças climáticas têm que ver em grande medida também com mudanças no estilo de vida individual. “Há coisas que todos sabemos que podemos fazer, mas, muitas vezes, não as fazemos por algum motivo. Por exemplo, o fato de consumirmos mais do que precisamos. Isso tem que ver com tudo aquilo que compramos que na verdade não precisamos, e com todo o processo da produção e descarte dessas coisas. São várias pequenas ações que todos podemos fazer e que têm um grande impacto, especialmente se muitas pessoas se conscientizam e mudam”, diz a doutora em biologia Noemí Durán. A pesquisadora insiste com a ideia de que a responsabilidade de cuidar do planeta é dividida por todos os habitantes dele. É verdade que, muitas vezes, nos sentimos pequenos diante de um problema que é muito complexo. “E como achamos que não podemos fazer nada, negligenciamos um pouco nossa responsabilidade,

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mas a realidade é que podemos fazer algo, sim”, completa a bióloga. O professor Márcio Fraigberg, doutor em Educação em Ciências e Matemática, também segue essa linha de raciocínio. “Essa ideia de que isso é responsabilidade de alguém, algum governo, alguma instituição, não cabe mais para alguém que está disposto a preservar a vida não somente para si, mas para as próximas gerações”, argumenta. Para ele, se a geração atual fechar os olhos para os perigos que temos hoje, fugindo de participar de um processo de cuidado da Terra, no futuro talvez não conheçam a natureza como nós a conhecemos. Segundo Paulo De Souza, doutor em Ciências da Engenharia Ambiental e pós-doutor em Geografia, um slogan usado pelos especialistas do campo das ciências ambientais e da terra resume algo importante: “Aja localmente, mas pense globalmente.” Isso significa que, quando se trata de uma cadeia interligada, como os ecossistemas do planeta, as ações individuais têm impacto mundial. O professor da Universidade Federal de Alfenas (MG) critica a lógica de “privatizar os lucros e socializar os prejuízos” e evoca a responsabilidade individual de cada um na adoção de quatro atitudes: reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar. Para ele, desenvolver o último “r” pode influenciar na adesão aos demais. GUARDIÕES DO JARDIM “Nossa Terra é um planeta frágil. Quando vimos pela primeira vez as fotos dela a partir do espaço, notamos que ela é uma pequena ilha azul no Universo. Isso nos ajudou a perceber que há um limite para a exploração de nossos recursos. Não temos outro lugar para ir se tudo for mal aqui”, reflete James Gibson, doutor em biologia e diretor do Geoscience

Precisamos rever a lógica de privatizar os lucros e socializar os prejuízos

Foto: Ana Ferraz

Research Institute (GRI), instituto criacionista da Igreja Adventista, com sede na Califórnia (EUA). Gibson chama a atenção dos cristãos para o fato de que aqueles que acreditam que Deus criou tudo e colocou os seres humanos para cuidar da Terra, deveriam levar a sério o engajamento nas questões ambientais, pois elas têm que ver com a preservação daquilo que Deus nos confiou: a preservação da vida no planeta e das condições para que ela se desenvolva com qualidade. “Por isso, os criacionistas deveriam ser bons guardiões do jardim, do nosso planeta”, conclui. Sobre o relato de Gênesis, muitas pessoas enfatizam apenas a parte em que Deus disse para o ser humano dominar a Terra, e se esquecem de que essa ordem é precedida pelo mandamento de cuidar de tudo que foi criado. Quem chama a atenção para essa tendência é a professora Noemí Durán, que coordena o GRI na Europa. “Quando Deus deu ao homem o domínio sobre o restante das espécies e a Terra, foi precisamente para que ele cuidasse dela e a mantivesse nas melhores condições possíveis. E isso atualmente é algo que não estamos fazendo, ou pelo menos não como deveríamos fazer”, constata a bióloga. Recebemos um presente. Um planeta para chamarmos de nosso. Um lugar perfeito, interconectado, detalhadamente projetado para que a vida floresça e se multiplique sobre sua superfície. Mas o estamos tratando como deveríamos? Ou estamos fazendo dele um campo de batalha, onde ser o mais forte é a única coisa que importa, onde a sobrevivência significa destruir o outro, onde não há lugar para a compaixão e a empatia? “A função dada a nós por Deus de cuidar da Terra e das pessoas é a maior realização confiada a nós. Temos o privilégio de ser os administradores responsáveis pela proteção da criação. Deus confiou Sua criação nas mãos de Seus filhos. Pensar assim elimina toda a autossuficiência e o egoísmo. Cuidar deste mundo que está a caminho da destruição, segundo a previsão das profecias bíblicas, prepara nosso caráter agora para uma existência que será eterna. E isso tem que ver com quem somos, independentemente das circunstâncias que nos cercam”, desafia o pastor Herbert Boger Jr., um dos líderes da Igreja Adventista para a América do Sul. Neste mundo em que cada aspecto conta, onde seres, ciclos e sistemas compõem uma sinfonia harmônica de vida, é nossa missão colaborar para que ela continue tocando por meio do poder insondável Daquele que criou e mantém tudo por amor. Amor que protege, que não depende de retribuições, e que possibilita chamarmos este planeta de nosso lar.

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Reportagem

Texto Rebbeca Ricarte Ilustração Fotolia; Marta Irokawa Design Milena Ribeiro

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Todo mundo sabe que falar o idioma mais importante do mundo abre muitas portas. A novidade é que tem crescido o número de colégios adventistas que oferecem a modalidade de ensino bilíngue

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Quer ser bilíngue?

Em dois anos, 11 unidades da rede educacional adventista no Brasil aderiram à modalidade high school. E esse número deve aumentar. Veja onde estudar:

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IF YOU DON’T exercise your mind with a second language, you may not understand the beginning of this article. O fato é que, apesar de saber que o domínio da língua inglesa é fundamental para abrir portas acadêmicas e profissionais num mundo globalizado, aprender outro idioma é um bloqueio para muita gente. Segundo pesquisa realizada em 2013 pelo instituto Data Popular para a British Council, departamento do Reino Unido que atende pelas relações culturais e oportunidades educacionais, apenas 5% dos brasileiros realmente são fluentes na língua inglesa. Se essa realidade nacional é comparada a de outros países, a gente percebe que está literalmente ficando para trás. Uma pesquisa da empresa Education First realizada com mais de um milhão de alunos que vivem em 80 países em que o inglês não é o idioma oficial, e que levou em consideração as habilidades dos estudantes em gramática, vocabulário, leitura e compreensão, colocou o Brasil na 41a posição, atrás, por exemplo, de República Dominicana, Filipinas e Vietnã.

Goiás Instituto Adventista Brasil Central (IABC) Rio de Janeiro Instituto Petropolitano Adventista de Ensino (Ipae) São Paulo Unasp, campus Engenheiro Coelho Unasp, campus Hortolândia Colégio Adventista de Americana Colégio Adventista de Santo André Paraná Instituto Adventista Paranaense (IAP) Colégio Curitibano Adventista do Bom Retiro Colégio Adventista de São José dos Pinhais Santa Catarina Instituto Adventista de Ensino de Santa Catarina (Iaesc) Rio Grande do Sul Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (Iacs)

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IS IT POSSIBLE TO LEARN ENGLISH WITHOUT LEAVING BRAZIL? Os especialistas em idiomas vão recomendar que a melhor forma de estudar alguma língua é fazendo uma imersão cultural num país que fala aquele idioma, porque assim o aprendizado não se restringe ao tempo em sala de aula e inclui as interações do dia a dia. Porém, o contraponto dessa experiência é o custo de tempo e dinheiro, o que nem sempre é acessível para muita gente. Por isso, as alternativas mais procuradas são as escolas de inglês, e sabe o que é curioso? Apesar de o país ter milhares dessas unidades, que são franqueadas com dezenas de redes de ensino, os milhões de alunos matriculados nesse sistema pouco aprendem. Ao que parece, esse é um bom negócio para quem oferece o serviço, mas não para quem o contrata. Os cursos costumam ser longos, o material didático é caro e a ênfase está na gramática. Entre as modalidades oferecidas, inclusive pelas escolas de idiomas, está a do intercâmbio semestral durante o ensino médio, seja nos Estados Unidos, Canadá ou Europa. Opção que também costuma pesar no bolso. So, the question is the following: is it possible to attend an Amercian High School in Brazil? Actually, yes it is. This school stage, so famous in American movies, is a good opportunity for teenagers motivate their mind, not only to translate, but also to think in this new language, and this is the real fluency. Do you know how important is to have this understanding?

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Formação de cidadãos globais

De acordo com o MEC, ensino bilíngue é aquele em que 50% do currículo são ministrados em inglês e que inclui momentos de aprendizado lúdico. Nesse caso, o ensino é oferecido em período integral e pode incluir desde alunos da pré-escola até os do ensino médio. Por exemplo, o Systemic Bilingual, programa pioneiro de educação desta modalidade no país, atende hoje 80 escolas, em 18 estados, onde estudam 12 mil alunos nessa proposta educativa.

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CONHECIMENTO E INTERAÇÃO Além do envolvimento diário com o idioma, a proposta do ensino bilíngue inclui uma viagem de imersão nos Estados Unidos, monitorada por um professor que irá explorar pontos e informações importantes sobre a história, cultura e política americanas que já foram abordadas em sala de aula. “Nessa viagem, os alunos conhecem museus e lugares históricos, e ficam hospedados num internato adventista americano que segue a mesma filosofia de ensino da rede no Brasil, o que traz muita segurança para os pais”, explica Lucas Azevedo, professor que acompanhou a turma de 2017. Lucas acrescenta que, no ano passado, os intercambistas puderam aproveitar o tradicional summer camp , divertindo-se assim com várias atividades esportivas e fazendo novas amizades. Ana Carolina Stafski concluiu seu segundo ano de high school no Brasil em 2017. De acordo com ela, que já tinha conhecimentos prévios do idioma, a experiência do ensino bilíngue lhe trouxe mais segurança para se comunicar. “Sempre gostei de inglês, mas tinha medo de escrever um texto mais formal ou conduzir uma apresentação em público. O high school me ajudou não apenas a obter mais conhecimentos, como também a vencer esses medos. No intercâmbio que participamos em Boston foi muito bom poder expor minhas ideias e interagir sem receios com outros alunos americanos”, compara.

DUPLA DIPLOMAÇÃO A proposta do high school da rede adventista tem como base uma parceria com a Griggs Internacional Academy, o setor de idiomas da Universidade Andrews, uma instituição adventista sediada em Michigan (EUA). Por esse motivo, a proposta prevê um currículo integrado, em que aproveita os créditos das disciplinas nacionais e conclui o curso com um duplo diploma: o brasileiro e o americano. Dessa maneira, esse estudante pode tanto realizar vestibulares no Brasil, como testes de admissão em universidades nos Estados Unidos. “Isso é possível porque as escolas adventistas ao redor do mundo formam uma rede. E depois de alguns estudos, concluiu-se que os alunos brasileiros precisavam apenas cursar sete disciplinas específicas do currículo americano para conquistar ambos os diplomas”, detalha Janice. Para o empresário George Burlandy, esse foi um dos pontos que chamou a atenção no programa. “Quando soube que Habilidades que fazem a escola delas aqui ia oferecer o diferença programa, nem pensei duas veNo mercado de trabalho da zes: uma delas já está estudando indústria, turismo, tecnolona modalidade . Saber que elas gia da informação, finanças e recursos humanos, por estão tendo essa oportunidade de exemplo, basicamente dois crescimento acadêmico, de vertipos de habilidades são dadeira imersão no inglês, é saber importantes em relação à que elas terão a oportunidade de língua inglesa: (1) técnica, cursar as melhores universidades que é instrumental e impordo mundo. E isso é uma grantante para a compreensão de alegria para mim como pai.” de manuais e softwares Realização para os pais e novas específicos; e (2) de conversação, que inclui a fala oportunidades para os filhos, a e compreensão oral, para um custo mais acessível, sem sair contato com representando país e com a marca da filosotes, clientes e fornecedores fia de ensino adventista. É isso o internacionais. que essa proposta de modalidade Fonte: British Council bilíngue promete oferecer. E os próximos anos devem mostrar o alcance dessa iniciativa. jan-mar

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Percebendo essa demanda de muitos adolescentes que gostariam de aprender inglês ao longo do ensino médio, mas sem possibilidade de deixar o país, a rede educacional adventista implementou em 2016 um projeto-piloto de ensino bilíngue em São Paulo. Segundo Janice Fernandes, coordenadora do programa, esse parece ser um caminho sem volta, especialmente para os internatos e as unidades da rede que estão nos grandes centros urbanos. “Pela manhã, os alunos seguem o currículo brasileiro, enquanto que no contraturno eles têm as disciplinas americanas ministradas em inglês”, explica. Para Oscar Simonetti, aluno do 2º ano do ensino médio, a possibilidade de introduzir a língua inglesa no seu cotidiano foi o que lhe chamou a atenção na modalidade bilíngue: “No high school você estuda em inglês outras disciplinas, que não temos no Brasil, e que são superinteressantes. Isso vai ser um diferencial no meu currículo”, avalia. Entre as matérias adicionais estão política e história americana, tipologias literárias, e disciplinas práticas como desenvolvimento em tecnologia, em que os estudantes aprendem a elaborar websites e a trabalhar com diagramação.

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Textos Fernando Dias

Básica

PIOR DO QUE SE IMAGINA

Seres monstruosos, com pés de cabra, chifres de bode, rabo de seta e cheiro de enxofre. Assim são descritos os demônios, entes sobrenaturais associados a assombrações, invocados com a magia e exorcizados com oração. Essa descrição representa os demônios como figuras lendárias, e muitos questionam se são mesmo assim, e se realmente existem. Verdade que não são como dizem, e mentira que são seres imaginários. Mencionados mais de 150 vezes na Bíblia, são na verdade mais feios do que pintam. Os demônios são anjos que pecaram (2Pe 2:4; Jd 6), o que faz com que tenham algo de angélico, e podem aparentar um ser de luz (2Co 11:14). Se fisicamente não são tão feios; moralmente não há o que se admirar. Criados em estado de perfeição (Ez 28:15), um terço dos anjos do Céu (Ap 12:4) aderiu à rebelião encabeçada

por Lúcifer, o portador de luz (Ez 28:17; Is 14:13, 14), que se tornou o diabo e Satanás (Ap 12:9). Ao combaterem Deus e Cristo no Céu, foram expulsos e exilados no planeta Terra (Ap 12:7-9), onde induziram os primeiros seres humanos a também se afastarem de Deus (Gn 3). Praticar o pecado e instigar pessoas a pecar é a atividade dos demônios (1Jo 3:8). Aliás, o chefe deles se atreveu, sem sucesso, a tentar Cristo (Mc 1:13). Como um leão voraz, espreitam cada pessoa para que se afaste de Deus (1Pe 5:8). Jesus os descreveu como assassinos e mentirosos (Jo 8:44), e somos advertidos de que têm poderes sobrenaturais (2Ts 2:9). Algumas práticas podem aproximar perigosamente uma pessoa do mundo dos demônios, como magia, mediunidade e adivinhação (2Cr 33:6; Gl 5:20). Filmes, livros, jogos e música que fazem alusão às

forças das trevas colocam quem busca esse tipo de entretenimento ao alcance delas também. No terreno minado do inimigo de Deus, uma pessoa pode ser atormentada espiritualmente, como foi o rei Saul (1Sm 16:14), e até mesmo ficar possessa, estado em que perde o controle de si mesma, não consegue falar (Mc 9:17), ou o demônio que a possui fala por ela (Mt 8:31), adquire força sobrenatural (Mc 5:3, 4) e tenta se autodestruir (Mc 5:5). Finalmente, pode ser levada à morte (Êx 12:23; Hb 2:14). Apesar de tudo isso, podemos combater e vencer os demônios pelo poder de Cristo (Ef 6:12; Ap 12:11). Nessa batalha, oração, jejum, vigilância e estudo da Palavra (Mt 12:21; Mc 9:29; Ef 6:14-18) são as armas para derrotar um inimigo que um dia será destruído por Deus (Mt 25:41). Fonte: Kurt Hasel, Superstição e Ocultismo (CPB, 1999).

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POR QUE ESPERAR PELO CASAMENTO?

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S O mundo fica diferente quando essa pessoa maravilhosa chega perto de você. E o melhor de tudo é que ela pensa o mesmo a seu respeito! O coração bate mais forte, e um terno e prazeroso sentimento inunda você quando está na companhia de alguém tão especial. Você se sente atraído e quer se entregar ao outro, mas interiormente, às vezes subconscientemente, você se pergunta: por que esperar pelo casamento para o sexo? Responder corretamente a essa pergunta fará diferença radical em toda a sua vida futura. Errar a resposta significará uma longa recuperação na escola da felicidade. Acertar resultará nos privilégios de uma promoção a um estado mais avançado de satisfação e plenitude. Portanto, vamos ajudá-lo a se preparar para o exame vestibular para o ingresso na universidade do amor. Primeiro, abster-se do sexo antes do casamento é ordenança de Deus (Gn 2:24; Hb 13:4). Ora, Deus é amor (1Jo 4:8), e nos amou tanto a ponto de Se sacrificar por nós (Jo 3:16; Ef 5:25). Ele deseja nos abençoar (Sl 67:6) e nos salvar de situações destrutivas (Lc 19:10). Portanto, jamais exigiria de nós algo

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que nos privasse do bem. Se nos pede algo aparentemente difícil, é porque há algum benefício muito compensador em obedecê-Lo (Dt 28:1, 2). Deus inventou o sexo (isso mesmo!) para cimentar o amor de um homem e uma mulher (Gn 2:24). Portanto, para a realização sexual, é indispensável o amor, que se expressa em paciência, confiança, respeito, altruísmo, sinceridade, autocontrole e, principalmente, estabilidade (1Co 13:4-8). O casamento atende a todas essas exigências do amor e é o único ambiente adequado para expressar esse sentimento por meio do sexo. Fazer sexo sem o compromisso do casamento jamais produzirá a mesma satisfação. Portanto, antes de se deitar com alguém, ame essa pessoa a ponto de se casar com ela! Não se iluda, ninguém consegue ser sexualmente realizado sem o compromisso do casamento. O primeiro ato de intimidade marcará você para sempre, e a realização sexual plena resulta de alguns anos de prática com a mesma pessoa num ambiente de compromisso e exclusividade. Portanto, por experiência própria, posso lhe contar: vale a pena esperar!

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MUDANÇA DE SEXO Apesar de não ser tão velho, eu lembro exatamente o dia em que, na minha adolescência, na década de 1990, ouvi pela primeira vez, de forma reducionista, de “homem que quer ser mulher” e de “mulher que quer ser homem”. Ou seja, consegui atravessar a infância sem imaginar que sexo era coisa para se trocar! Se há duas décadas isso era possível, hoje é improvável. Cada vez mais é divulgado o comportamento de pessoas que se vestem e agem imitando o sexo oposto, inclusive a ponto de se submeterem a cirurgias e medicações para descaracterizar o corpo. Que posição tomar sobre isso?

Sim

Ativistas têm divulgado por meio de alguns dos grandes veículos de comunicação de massa que a possibilidade de alterar o sexo deve ser aceita e é a melhor alternativa para tratar o transtorno de identidade de gênero, no qual o indivíduo se sente desconfortável em agir conforme seu sexo natural. No campo religioso, religiões não cristãs como o budismo e a umbanda não veem problema algum na mudança de sexo. As igrejas cristãs que se autodenominam “inclusivas” aceitam o comportamento e defendem que os textos bíblicos que o condenam teriam sido supostamente alterados por tradutores tendenciosos.

Não

O cristianismo bíblico reconhece que “Deus criou o ser humano como duas pessoas respectivamente identificadas como homem e mulher em termos de gênero. A Bíblia associa inextrincavelmente o gênero ao sexo biológico (Gn 1:27; 2:22-24)” (a citação é de uma declaração oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre o tema). Jesus Cristo reafirmou que a masculinidade e a feminilidade deveriam corresponder ao sexo com que Deus criou cada um (Mt 19:4; Mc 10:6). O apóstolo Paulo pontou que o comportamento em questão é antinatural (Rm 1:21-28) e inabilita a pessoa para habitar no Reino de Deus (1Co 6:9, 10). Além disso, a Bíblia proíbe a mutilação do corpo (Lv 19:28), que pertence a Deus (1Co 6:18-20) e deve ser preservado para a habitação do Espírito Santo (1Co 3:16, 17). A escritora adventista Ellen G. White, inspirada por Deus, afirmou que tudo quanto torna o homem varonil, e feminina a mulher, reflete o caráter de Cristo. Mesmo reconhecendo como pecado alterar as características do sexo biológico, o cristão deve respeitar quem escolheu esse caminho. Ellen White identificou como “próximo”, ou seja, aquele que deve ser amado, “cada errante filho e filha de Adão que foi iludido por Satanás e escravizado por hábitos errôneos que debilitam a masculinidade ou a feminilidade dada por Deus”. Logo, devemos amar a todos (Lc 10:27; Rm 12:10), pois Deus quer restaurar todos nós ao estado de perfeição no qual a humanidade foi criada! (Ver 1Co 15:49, 53).

é um ingrediente quase onipresente nas cozinhas. Sozinho ou em dobradinha com a prima cebola, é base do bom tempero, além de ter propriedades medicinais, prevenindo de resfriados a infartos, e cicatrizando arranhões e úlceras. Quando você se mudar para uma humilde mansão em Beverly Hills, Los Angeles, poderá frequentar o restaurante Rosa Fedorenta, especializado em comida com bastante alho, e pedir de sobremesa o sorvete de alho, iguaria da casa. Curiosamente, o biólogo Lineu classificou o alho na mesma família botânica do…

Lírio

ou açucena, que viceja em quase todo o mundo. Por florescer em em brejos e ambientes sujos, sem perder sua graça, representa a pureza. Talvez seja a flor mais usada como símbolo religioso, sendo que a Bíblia o cita 19 vezes. Cristo ilustrou com ele a confiança no cuidado de Deus, pois nem mesmo o mais rico rei se vestiu tão bem como Deus veste os lírios do…

Campo

de futebol é um gramado plano e retangular de 90 a 120 metros de comprimento e 45 a 90 de largura. Durante noventa minutos de uma partida, os jogadores correm atrás da pelota buscando acertar com ela o espaço de 7,32 metros entre as traves. Como não sou bom de bola, quando estou nos gramados, em vez de jogar eu…

Malho

instrumento para o ferreiro bater o ferro e o calçador assentar as pedras do caminho. Parece um martelo, e você já deve ter visto um rodoviário batendo, com um de borracha, nas rodas do ônibus. Por analogia, significa figuradamente a crítica negativa. No campo da vida, contemple a beleza simples do lírio e dê sabor a seu humor temperando-o com alho, mas desça o malho no desânimo e no pessimismo.

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Fontes: “Declaração Sobre Transgeneridade”, em Revista Adventista, maio de 2017, p. 36, 37; Ellen G. White, Mensagens aos Jovens (CPB), p. 394; e Ministério Para as Cidades (CPB, 2013), p. 82. jan-mar

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Tudo ligado

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O ANO COMEÇOU COM duas datas relacionadas com a liberdade religiosa: o Dia da Liberdade de Culto (7 de janeiro) e o Dia Mundial da Religião e Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro). Se hoje temos liberdade de consciência, de culto e de crença devemos isso em grande parte ao processo de secularização que minou o poder hegemônico das instituições religiosas. A ideia de Estado laico, em que os poderes civil e religioso estão separados, é fruto desse processo. Vale lembrar que um Estado laico não é sinônimo de ateu, pois nele o direito de crer e não crer estão garantidos. Nem todos os países são laicos. Existem Estados confessionais, como a Inglaterra (que adotam uma religião oficial, ou um conjunto delas, e permitem certo grau de interferência religiosa em assuntos políticos); e o Estado teocrático, como o Irã (em que a política deve seguir as leis religiosas, e o chefe de Estado, muitas vezes, é também o líder religioso). Entre esses modelos de governo existe grande diferença de leis, costumes, práticas e níveis de liberdade. E aqui, como seria se não houvesse separação entre igreja e Estado?

PAÍS CATÓLICO

EDUCAÇÃO CONFESSIONAL

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Desde a colonização do país pelos portugueses até o período do império, a presença da Igreja Católica foi hegemônica. A catequese dos índios, as escolas e os cargos públicos importantes estavam, em boa parte, nas mãos de padres e bispos. Quando o Brasil declarou sua independência, a religião oficial do império continuou sendo a católica, apesar de morarem por aqui adeptos de outras religiões, como a judaica, as de vertente protestante, por causa do período de dominação holandesa, e as de matriz africana.

No Brasil colônia, até 1759, as escolas eram administradas por padres jesuítas, cujo objetivo era ensinar a doutrina católica, além de ler e escrever. Por serem letrados em uma terra de analfabetos, o clero acabou assumindo cargos políticos de influência no Brasil império: líderes religiosos chegaram a representar 10% dos senadores e 23% dos deputados.

N co gu po ta ou fic m so sa po ca

COMO ERA

COMO SERIA

Seguindo essa tendência, o Brasil teria o catolicismo como religião oficial.

Atualmente, 12% dos católicos do mundo vivem no Brasil: cerca de 127 milhões de pessoas.

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COMO ERA

COMO SERIA

Se esse padrão de líderes religiosos envolvidos na política continuasse, não haveria discussões sobre ensino confessional como matéria optativa nas escolas públicas, nem quanto à retirada dos crucifixos das repartições públicas e da frase “Deus seja louvado” das cédulas de real. As escolas privadas e as do governo seriam administradas em parceria: igreja oficial e Estado, exceto se outras religiões obtivessem licença especial para estabelecer escolas e contassem com tolerância por parte do governo.

Estado laico

Poderes civil e religioso estão separados

Estado confessional

Permite certo grau de interferência religiosa em assuntos políticos

Estado teocrático

O chefe de Estado, muitas vezes, é também o líder religioso

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Texto Jessica Manfrim Design Flávio Oak

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Imagine

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© Boris Ryaposov | Fotolia

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COMO SERIA

Possivelmente algumas práticas religiosas alternativas seriam classificadas como atentado contra a “moral e os bons costumes” ou que prejudicariam a “ordem pública”. Essas expressões estiveram presentes nas constituições brasileiras até a carta magna de 1988. Na política, talvez não haveria a possibilidade da formação de uma bancada evangélica no Congresso Nacional, que hoje é formada por 199 deputados e quatro senadores.

COMO ERA

COMO SERIA

Num hipotético Estado brasileiro confessional, os representantes da religião oficial poderiam continuar a ser mediadores entre o governo e a população, regulando moralmente a sociedade e interferindo diretamente na política.

O direito de crer e não crer estão garantidos Adota-se uma religião oficial ou um conjunto delas A política deve seguir as leis religiosas

1890, o que foi assegurado na Constituição de 1891, iniciando assim um período de proteção das liberdades essenciais. E quais são elas? Liberdade de consciência (não restringir as convicções pessoais, sejam elas filosóficas, políticas ou religiosas), de pensamento (a liberdade de exteriorizar suas convicções pessoais), de crença (direito de crer ou não crer) e de culto (direito de manifestar publicamente suas práticas religiosas). Esses direitos fundamentais são pré-requisitos para a coexistência humana pacífica. Mantê-los em equilíbrio é um desafio para os Estados laicos, porque a intolerância religiosa não tem que ver apenas com a aprovação de leis que garantam a liberdade religiosa, mas com a formação de uma cultura da paz que iniba a hostilidade social em relação à crença do outro. Isso começa por conhecer melhor quem pensa diferentemente de você, a fim de não criar um rótulo com base na distância, e respeitar a liberdade alheia, porque Deus também respeita as escolhas humanas. jan-mar

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No Brasil, tanto em seu período colonial quanto no império, vigorou uma relação entre Estado e Igreja Católica conhecida como padroado régio: em troca da garantia que Um embate o Estado asseguraria e proteocorrido durante o império geria os direitos e a organimostra como os poderes civil zação da igreja, a instituição e religioso estavam entrelaçados. religiosa fez concessões Em 1864, D. Pedro II, usando as ao governo, como o direito prerrogativas do padroado régio, de recolher o dízimo, criar decretou inválida a bula papal que dioceses e nomear bispos. pedia a excomunhão de todos As eleições no Brasil império os católicos envolvidos com eram feitas nas igrejas, com a maçonaria. direito a toque do sino, incenso e missa. A igreja também auxiliava o Estado no controle social, fiscalizando as fesContudo, com a queda do império e o surgimento da tas de matriz africana, por República, um decreto tornou o Brasil um Estado laico em exemplo.

COMO ERA

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No Brasil do século 19, a constituição previa que ninguém poderia ser perseguido por motivo de religião, mas também mencionava que outras religiões deveriam ficar na esfera privada, sem manifestação pública, e que somente aqueles que professassem a religião do Estado poderiam se candidatar a cargos eletivos.

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INTERFERÊNCIAS POLÍTICO-RELIGIOSAS

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RESTRIÇÕES RELIGIOSAS E CIVIS

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Ação Mude seu mundo

Texto Ruben Santana Fotos Allana Ferreira

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Lição de vida Aprenda

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PRONTO-SOCORRO

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Iniciativa de profissionais voluntários oferece atendimento médico gratuito para pessoas que fugiram de conflitos armados no Oriente Médio

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Médico curdo, Mohammed Sardar

O SOM PRODUZIDO pelo impacto das ondas com as pedras da praia se misturava com o barulho das aves, mas eram os distantes gritos por socorro que destoavam. Botes infláveis se aproximavam lotados de idosos, mulheres grávidas e crianças de todas as idades. Uma infinidade de coletes salva-vidas espalhados por vários pontos da ilha grega de Lesbos não só sinalizava o fim da perigosa travessia de 15 km que separa a Grécia da Turquia, mas também pintava de laranja os pontos de chegada de refugiados 24 |

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da Síria, Iraque, Paquistão, Afeganistão e Irã. Muitos não sabiam onde estavam chegando, porém, todos tinham algo em comum: a esperança de encontrar um local seguro, quem sabe seco e aquecido onde pudessem recomeçar a vida em paz. Era agosto de 2015 e a necessidade evidente contrastava com a falta de alternativas para uma demanda assustadora. Diariamente, milhares de pessoas fugiam dos conflitos no Oriente Médio e buscavam refúgio na Europa. A Grécia era a porta de entrada. Nesse período, profissionais voluntários adventistas tiveram a ideia de iniciar um projeto médico-humanitário em resposta à crise de refugiados.

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Denominada Adventist Help, a iniciativa ganhou rápido apoio de voluntários e doações do mundo todo que chegavam devido à sensibilização pela causa. Em pouco tempo, já havia uma clínica móvel completamente operacional na ilha. O médico sul-africano Michael Von Hörsten é voluntário do projeto e enfatiza que o objetivo era atender emergências e oferecer cuidados primários, mesmo que as condições fossem as mais adversas possíveis. “A situação era dramática e o ritmo frenético. Passamos o inverno lá com até 5 mil pessoas chegando por dia. O tempo estava horrível, fazia muito frio e o mar agitado causava muitos afogamentos”, relembra.

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CURDISTÃO Quando perceberam o deslocamento massivo de moradores de Mossul, cidade iraquiana tomada pelo autoproclamado Estado Islâmico em 2014, para acampamentos fora da cidade, voluntários do projeto Adventist Help identificaram ali uma necessidade urgente. Em poucas semanas, uma parceria foi estabelecida com a ADRA, agência humanitária da Igreja Adventista, para a construção de um hospital de emergência e uma clínica de cuidados primários no campo de Hassan Sham U2. Juntas, as duas unidades já realizaram quase 20 mil atendimentos. No início de 2017, a pediatra brasileira Maielly Pereira trabalhou como voluntária por um mês no local. Ela tratou de vários problemas físicos das crianças e, em conversas com suas mães, também percebeu que muitos pequenos apresentavam problemas como insônia, transtorno de ansie-

dade e até depressão. Porém, o que mais a impressionou foi a resiliência das crianças em meio ao caos. “A alegria delas me admirou muito. Como sorriam, eram amáveis e gostavam de interagir. Apesar de tanto sofrimento, as crianças ainda mantinham a inocência da infância”, se emociona. O modelo de trabalho da iniciativa foi desenhado para unir o trabalho de profissionais voluntários de várias partes do mundo com a mão de obra local. “Trabalhamos com médicos, enfermeiros e farmacêuticos daqui. São curdos que também falam árabe. Sem contar os tradutores, essenciais quando se trabalha com tantos voluntários estrangeiros”, destaca Hildebrando. TENSÃO No dia 25 de setembro, mais de 3 milhões de curdos que vivem no Iraque votaram num referendo sobre a formação de um Estado independente para a etnia. Resultado: 92,8% optaram pelo “sim”, segundo dados da comissão eleitoral. O DRAMA DE MILHARES

8,5 mil pessoas vivem no campo de Hassan Sham U2

57 mil deslocados estão nos três campos da região de Mossul

HÁ VAGAS PARA VOLUNTÁRIOS

Precisa-se de enfermeiros e médicos com experiência mínima de dois anos e que estejam dispostos a servir pelo menos por um mês. No caso dos psicólogos, a permanência mínima deve ser de três meses. Para vagas em outras áreas, os voluntários devem discutir individualmente as condições por meio do e-mail volunteers@adventisthelp.org.

REFUGIADOS OU DESLOCADOS?

Deslocadas são as pessoas que não precisaram cruzar as fronteiras do seu país para encontrar segurança, diferentemente dos refugiados, que buscam abrigo fora de sua terra natal. No caso dos deslocados a situação pode ser ainda mais dramática, pois continuam sob a tutela de um governo que, em tese, está causando seu deslocamento.

O apelo da população por um território autônomo que possa chamar de seu já dura quase um século, pois o mapa do Oriente Médio foi estabelecido pelas potências vitoriosas no fim da I Guerra Mundial. Sem um país, restou ao povo curdo (mais de 35 milhões de pessoas) viver em áreas montanhosas que se estendem pela Síria, Turquia, Iraque e Irã. Visto como o início de uma ameaça separatista de grandes proporções, o movimento irrita o governo iraquiano principalmente porque pode abrir precedentes para outras mobilizações por independência nos aliados Irã e Turquia. Outra preocupação com o movimento separatista é financeira. Nos últimos três anos, a área reivindicada pelos curdos teve um crescimento territorial de 40%, já que os peshmerga (exército curdo) tomaram a cidade de Kirkuk, uma rica região petrolífera, que havia sido abandonada pelos militares iraquianos durante uma ofensiva do Estado Islâmico. Por estar localizada próximo à cidade de Erbil, capital do que seria o novo país, a clínica do projeto Adventist Help foi diretamente prejudicada pelas mobilizações e precisou diminuir o número de atendimentos. O resultado do referendo fez com que o governo iraquiano ordenasse o fechamento dos aeroportos internacionais da região, o que levou 30 voluntários a deixar a clínica. Com a equipe reduzida, pelo menos os serviços básicos estão sendo mantidos. Até o fechamento desta matéria, no fim de outubro, o clima era de ameaças de confronto próximo ao campo de deslocados; porém, Erbil não tinha sido invadida. A expectativa de Hildebrando e sua equipe era que a tensão diminuísse e os aeroportos fossem reabertos para voos internacionais, a fim de que mais voluntários cheguem para ajudar. Afinal de contas, os conflitos na região já fizeram milhares de vítimas e a paz nessa parte do mundo ainda parece estar longe de ser uma realidade. Enquanto isso, os voluntários vão fazendo sua parte para minimizar o sofrimento humano. “É impossível imaginar o que eles passaram até chegar aqui. Mas é gratificante ver que podemos fazer a diferença nem que seja para uma criança apenas”, resume Hildebrando. jan-mar

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OINOFYTA Com o passar das semanas, a demanda na ilha foi diminuindo. Por isso, em março de 2016 foi decidido que a atuação do projeto seria transferida para o campo de Oinofyta, local para o qual os refugiados estavam migrando. “Mudamos para ali, a cerca de uma hora ao norte de Atenas, pois nossa presença já não era mais tão necessária em Lesbos. Esse novo campo não tinha nenhuma organização médica disponível para ajudar”, justifica Hildebrando Camacho, artista visual português que, com a esposa Leah, que é enfermeira, hoje está coordenando o projeto Adventist Help no norte do Iraque. Depois da luta pela sobrevivência em seu estágio mais instintivo era que os problemas secundários iam se tornando mais perceptíveis no cotidiano dos refugiados, especialmente os transtornos mentais decorrentes dessa experiência. Então a iniciativa Adventist Help começou a oferecer suporte psicológico com o apoio de profissionais visitantes, além de atendimento odontológico por meio de uma parceria entre dentistas locais e voluntários. O atendimento do projeto em Oinofyta continuou até o fechamento do campo de refugiados em novembro, por ordem do governo grego.

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Lição de vida

Texto Loriza Kettle Ilustração Kaleb

Tapeçaria

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DA VIDA

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Experiências de missionária brasileira que trabalhou dez anos em países ex-comunistas e muçulmanos são reunidas em livro

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A GAROTA TÍMIDA, gaúcha de Porto Alegre, foi ensinada desde cedo pelos pais a ser prestativa. Foi por isso que na adolescência ela usou sua capacidade de simplificar as informações para ajudar os colegas no reforço escolar. Na igreja, sua vontade de servir também a levou a participar dos ministérios de ensino, música e da visitação aos doentes. Assim era Gisele Dias Cezar, uma menina cuja infância feliz foi marcada pela forte influência da mãe, que lhe ensinou a ler e a escrever, e lhe inspirou a sonhar com a carreira de docente universitária. E cuja infância também teve forte presença da família, que era muito unida a ponto de se mudar da capital para a cidade de Taquara a fim de ajudar Gisele no seu tratamento contra a asma. Hoje, ela avalia aquela mudança como providencial, porque foi a proximidade dos familiares que ajudou sua avó a lidar com a morte do esposo. Foi providencial também porque ela ingressou no IACS (Instituto Adventista Cruzeiro do Sul), internato local, onde conheceu Wagner Kuhn, um jovem pastor, seu primeiro e único namorado. Wagner visitava o colégio para recrutar alunos que queriam trabalhar nas férias com a venda de livros e revistas (colportagem) para custear os estudos. Foi numa dessas visitas que eles se conheceram. Ironicamente, entre as poucas certezas que Gisele tinha era que não queria se casar com um pastor e viver longe de sua família. Mas um sonho em comum uniu os dois.

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SONHO EM COMUM Certa vez Wagner perguntou à namorada se ela gostaria de servir a Deus fora do país. Gisele respondeu que sim, mas que não era sua intenção viver longe da família por muito tempo. Depois de muita conversa e oração conjunta, eles decidiram se casar, o que ocorreu logo depois de ela terminar o ensino médio. Apesar de bem jovens, eles estavam convictos daquela decisão. 26 |

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NO CAMPO MISSIONÁRIO Em junho de 1994, um mês depois, o casal estava chegando em Nabah. Naquele tempo não havia internet para pesquisar sobre as características culturais de uma terra distante e desconhecida. Por isso, Gisele não fazia ideia do que enfrentaria ao viver num país ex-comunista, muçulmano e em guerra. Apesar das incertezas, o casal foi muito bem recebido naquele país. Eles demoraram para conquistar a confiança das pessoas, mas quando conseguiram isso, amizades sólidas foram estabelecidas. Eles aprenderam que para entender uma cultura

e passar a fazer parte dela, é preciso observar as pessoas e falar seu idioma. Após a experiência marcante no campo missionário em Nabah, o casal voltou para os Estados Unidos com a filha Gielle a fim de estudar na Califórnia. Wagner concluiu o PhD em Missiologia no Seminário Teológico Fuller, uma referência na área, e Gisele graduou-se em Enfermagem na Universidade de Loma Linda. Depois de concluídos os estudos, eles receberam um convite para retornar ao campo missionário, desta vez ao Jaland*, onde serviram por vários anos. Nesta segunda experiência, o amor de Gisele pelas pessoas locais e sua cultura se solidificou, a ponto de ela passar a fazer parte daquele povo. Sete anos depois de deixar Jaland, Gisele reencontrou uma amiga e ficou sabendo que naquele país as jovens da igreja a imitavam na forma de criar os filhos, porque entendiam que ela era um exemplo de Cristo. Gisele e Wagner trabalharam em dois países muçulmanos ao longo de quase dez anos. Ali eles descobriram que apesar de as mulheres não terem voz em público, elas exercem grande influência na família e comunidade local. Por causa desse forte traço cultural, se não fosse casada, Gisele enfrentaria muita resistência das famílias. DOENÇA E ACIDENTE Em 2005, aos dez anos de idade, Gielle foi diagnosticada com linfoma Burkitt, uma espécie de câncer agressivo. Ela recebeu o tratamento de quimioterapia no Hospital da Criança da Universidade de Michigan (EUA). Foram tempos muito difíceis, mas Gisele diz que Deus realizou milagres diários. Hoje a filha mais velha não lembra todos os detalhes do que aconteceu, mas aprendeu a ser mais resiliente, como toda a família, incluindo sua irmã Gillian, quatro anos mais nova. Curiosamente, hoje Gielle cursa mestrado em saúde pública na universidade em que recebeu tratamento. Anos mais tarde, quem enfrentaria um drama na área de saúde seria a própria Gisele. Durante um passeio, em janeiro de 2014, ela escorregou na neve e bateu com a cabeça no chão, o que causou hemorragia cerebral. Depois de algumas tentativas de tratamento, foi encaminhada para uma

neuro-oftalmologista que descobriu que seu olho direito tinha perdido a sincronia e não estava se conectando com o cérebro. A especialista colocou um prisma nos óculos de Gisele para tentar corrigir esse problema. Apesar de ter dificuldades para ler, escrever e trabalhar, Gisele está otimista com o tratamento. Nos anos de 2003 e 2004, quando a família trabalhou por pouco tempo no Brasil, no Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP), Gisele foi incentivada por um amigo a registrar suas experiências. Em seis meses ela escreveu sua autobiografia em inglês, porque era o idioma com o qual estava mais familiarizada. Porém, apenas em outubro de 2017, o livro foi lançado em português com o título Tapeçaria da Vida, em um congresso que reuniu 3 mil mulheres adventistas no interior de São Paulo. “Quero motivar pessoas de todas as idades a servir a Jesus diariamente, onde estiverem. As mulheres muçulmanas fazem seus tapetes pelo avesso e somente ao terminar podem ver o produto final. Cristo é nosso tapeceiro, pois vê nossa vida pelo lado certo. Quando Ele voltar vai nos mostrar que cada dificuldade, cada ponto, cada desenho do tapete tinha um propósito e foi isso que aperfeiçou nosso caráter.” Há 12 anos Gisele e Wagner Kuhn servem a Deus na pequena cidade de Berrien Springs, onde está sediada a Universidade Andrews, um dos principais centros de formação de missionários adventistas. O esposo é diretor do departamento de Missiologia da instituição, e ela leciona no curso de Enfermagem e está concluindo o doutorado em Educação na mesma universidade. Como docente, Gisele foi responsável por desenvolver um trabalho pioneiro de saúde com os alunos de Enfermagem entre os índios americanos no estado de Montana. Por causa de sua saúde, Gisele está afastada do trabalho, mas pretende voltar à ativa neste semestre. Entre vitórias e dificuldades, ela entende que sua vida está sendo tecida pelo Criador. * nomes fictícios para preservar as igrejas que atuam nesses países.

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Para saber +

Tapeçaria da Vida (2017, 248 p.), de Gisele Kuhn JAN-MAR

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Uma semana após o casamento, o casal Kuhn estava em Massachusetts (EUA), matriculando-se no Atlantic Union College. Inicialmente, Gisele teve muitas dificuldades com a comunicação, pois mal conseguia falar e escrever algumas palavras em inglês. Começou a estudar o idioma e fez o teste TOEFL. Gisele ficou surpresa com a nota alta que tirou, o que possibilitou que ela começasse o curso de Enfermagem. A escolha da carreira foi fruto de oração e ponderação. Uma formação na área de saúde facilitaria Gisele conseguir um emprego e ajudar o esposo com as finanças. “Nunca pensei em fazer enfermagem, mas com os anos descobri meu amor por essa profissão e pude fazer bom uso do que aprendi tanto em casa como nas comunidades em que vivi”, garante a missionária. Nessa época, Gisele também ajudou o esposo no estabelecimento de uma igreja adventista na cidade de Framingham. Tempos depois o casal se mudou para Michigan, onde Wagner fez mestrado em Missiologia na Universidade Andrews e Gisele continuou estudando enfermagem e trabalhando na área para reforçar o orçamento familiar. Quando terminou o curso, Wagner disse à esposa que gostaria de trabalhar em outros países, pois precisava de uma experiência missionária transcultural. Foi nesse contexto que um dia estando sozinha em casa, Gisele recebeu uma ligação da Alemanha com um convite para um trabalho humanitário em Nabah*, um ex-país da antiga União Soviética que estava em guerra. Gisele sentiu que aquele era um chamado de Deus e imediatamente aceitou a oportunidade.

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Guia de profissões

Texto Rebbeca Ricarte

Psicologia Conheça mais sobre essa carreira, o perfil do profissional e como ela tem ampliado opções de atuação no mercado de trabalho

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PERFIL DO ALUNO

Muitos candidatos a essa profissão se preocupam se serão capazes de desenvolver a habilidade de tratar o sofrimento alheio. O ponto é que isso é possível por meio do entendimento de teorias e o aprendizado de técnicas. Para tanto, é preciso que cada aluno primeiramente aprenda a lidar com seus próprios sofrimentos e frustrações, para que a partir daí ajude os demais. Por isso, é importante que ele faça terapia também.

GRADE CURRICULAR

A grade curricular vai variar conforme a modalidade (bacharelado ou licenciatura) e a instituição. De acordo com o MEC, a carga horária mínima deve ser de 2,9 mil horas, incluindo 210 de estágio básico e 300 de supervisionado. Para tanto, os cursos diurnos devem oferecer no mínimo 30 horas semanais e, os noturnos, 24 horas.

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ÁREAS DE ATUAÇÃO

As possibilidades são várias. Há vagas como psicólogo escolar, social, organizacional, clínico, hospitalar ou de trânsito. Além disso, é possível prestar serviços nas áreas de marketing, educação, pesquisa e docência, e até mesmo nos segmentos de exatas, tecnologia e telecomunicações.

REMUNERAÇÃO

ONDE ESTUDAR

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Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) São Paulo Conceito 3 no MEC 1.152,63 reais mensais Bacharelado, diurno, dez semestres unasp.edu.br

Instituto Adventista Paranaense (IAP) Ivatuba (PR) Conceito 4 no MEC 892,50 reais mensais Bacharelado, diurno e noturno, dez semestres iap.org.br

Fontes: psicóloga Vivian Andrade Araújo, coordenadora do curso de Psicologia do Unasp; Jornal da USP, de 10 nov 2016 (disponível em http://bit.ly/2AamPet); Diretrizes Curriculares do MEC para a Graduação em Psicologia (disponível em http://bit.ly/2n14zyC); e sites guiadacarreira.com.br; catho.com.br e infoescola.com.

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Faculdade Adventista da Bahia Cachoeira (BA) Conceito 4 no MEC 1.172 reais mensais Bacharelado, diurno e noturno, dez semestres adventista.edu.br/psicologia

HISTÓRIA

Apesar de filósofos gregos terem se aventurado a entender a mente humana, foi somente nos séculos 18 e 19 que surgiram condições para o desenvolvimento de uma ciência psicológica. No Brasil, os primeiros cursos específicos de psicologia foram abertos na década de 1950, e a profissão foi regulamentada em 1962.

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Ilustração VIGE.co

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O DIA A dia de um psicólogo é marcado pelo estudo das emoções, ideias e valores do ser humano. Esse profissional lida com as angústias e conflitos das pessoas, grupos e instituições. Logo, para ele trabalho não falta e tende a aumentar num contexto em que a vida assume um ritmo frenético e a autoestima e os relacionamentos estão fragilizados. Um indicador dessa demanda é a procura pelo curso. Em 2016, por exemplo, Psicologia foi a segunda carreira mais concorrida no vestibular da USP, cerca de 60 candidatos por vaga, ficando atrás apenas de Medicina.

A média nacional é 2,3 mil reais, mas o piso salarial vai variar conforme a função e a região do Brasil. Em São Paulo, o piso salarial é 2.750 reais, enquanto em Santa Catarina o valor é de seis salários mínimos (6 mil) para uma jornada semanal de 30 horas de trabalho. Desde 2013, quando os planos de saúde decidiram remunerar as consultas psicológicas, a carreira está em alta e com expectativa de aumento de remuneração.

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Na cabeceira

Texto Glauber Araújo

Ilustração VIGE.co

Para cantar junto

O repertório do DVD Adoradores 3 é daquele tipo de música contagiante e emocionante, que dá vontade de cantar junto, como as faixas “Nas Mãos do Oleiro”, “Eu Vou” e “Tua Casa, Tua Morada” . A coletânea é uma produção anual, no estilo louvor e adoração, voltada para os jovens. São 16 músicas inéditas interpretadas por cantores da gravadora Novo Tempo, que foram gravadas ao vivo em Recife (PE) em um concerto que reuniu 5 mil pessoas. Para saber mais ou adquirir o DVD, acesse novotempo.com/ gravadora.

QUANDO TERMINEI DE ler, fechei o livro e permaneci paralisado por alguns instantes, tentando absorver o impacto da história. A biografia de Pavel Goia, um romeno que foi desafiado a permanecer fiel a Deus em meio a circunstâncias nada favoráveis durante o regime comunista em seu país, parecia fantástica demais para ser verdadeira. Um pouco cético em relação à história, cheguei a interromper a leitura algumas vezes para checar na internet a autenticidade daquele relato. Em poucos segundos, diversas páginas virtuais foram listadas na tela do meu computador em que a versão do livro era confirmada. Ao assistir a alguns vídeos de pregações de Pavel, fiquei fascinado com a simplicidade e genuinidade daquele homem que tem na oração seu principal canal de comunicação com Deus. Um Milagre Após o Outro (CPB, 208 p.), biografia esrita por Greg Budd, é um livro que confronta sem acusar. Que leva o leitor a pensar se não está gastando tempo e energia no que não vale a pena. Pavel começou a trabalhar cedo. Ao se especializar no corte de vidros, ele logo montou um negócio que lhe trouxe muito renome e dinheiro. Alguns anos depois graduou-se em engenharia e, embora estivesse lucrando muito no ramo de construções, Deus lhe mostrou

que ele deveria abandonar tudo para se tornar um pastor. Já casado e com filhos, Pavel aceitou o desafio e começou a trabalhar para a Igreja Adventista, recebendo um salário irrisório comparado com aquilo que ganhava. Em cada uma dessas etapas, ele se manteve fiel ao plano de Deus e teve suas orações respondidas em circunstâncias que pareciam improváveis. A história do menino pobre que se tornou um empresário bem-sucedido e que abandonou tudo para servir como pastor e construir um ministério evangelístico internacional não nos ensina apenas que devemos orar mais, mas orar corretamente. A prece não é um recurso mágico para a solução de nossos problemas. A oração aceitável a Deus e que transforma o ser humano não é aquela que está centrada nas próprias necessidades e desejos de quem pede, e sim na vontade do Deus que provê e oferece. Ao relatar experiências marcantes de fidelidade cristã num contexto de regime comunista, o livro nos lembra de que a existência que vale a pena ser vivida é viver para a glória de Deus.

Recomendo Verdade Absoluta, de Nancy Pearcey (CPAD), 400 p. “Nancy Pearcey mostra que é possível enxergar como valores aparentemente inofensivos do secularismo e pós-modernismo moldaram a cultura atual e nos induzem a escolhas e ideias muito perigosas. Leitura indispensável para hoje.” Rodrigo Udo Zeviani | Maringá (PR)

Livres em Cristo, de Augustus Nicodemos (Vida Nova, 2016), 320 p. “Uma exposição do livro de Gálatas, capítulo por capítulo, para entendermos melhor sobre a graça e salvação de Cristo.”

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Bianca Oliveira | Jacareí (SP) JAN-MAR

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A vida que vale a pena viver

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Aprenda

Texto Bianca Oliveira Ilustração Renan Martin

A ler mais livros em menos tempo

TODOS SABEMOS QUE ler faz bem. Esse hábito nos ajuda, por exemplo, no desenvolvimento do pensamento opinativo, na construção de um repertório de ideias e vocabulário, no processo criativo e na expressão verbal e escrita. Porém, lemos pouco no Brasil: em média dois livros por ano, enquanto na Europa esse índice é de oito a dez obras. A grande desculpa para não mergulhar nas páginas dos livros é a falta de tempo. Por isso, a seguir você encontra algumas dicas para ler mais, sair da média e abrir a cabeça.

É duro admitir, mas é verdade: nunca será possível ler todos os livros que queremos ou que nos recomendam. Portanto, não seja ansioso. Leia um livro de cada vez e, com o tempo, seu ritmo de leitura vai aumentar.

ESCUTE

Use o tempo “desperdiçado” no trânsito, na corrida ou na arrumação do quarto para ouvir livros. No Brasil, o mercado de audiolivros ainda não está tão aquecido como nos Estados Unidos, mas o app Ubook é uma boa opção. Tem uma versão gratuita de acesso e outra paga que disponibiliza todo o catálogo de obras em português por oito dólares mensais. Se quiser treinar seu inglês, uma alternativa é o aplicativo Audible.

SEJA SELETIVO

Não leia somente para dizer que leu. Mais do que obter informação ou superar uma meta pessoal, é importante pensar na sua formação. Portanto, gaste um tempo avaliando a introdução, conclusão e o início de cada capítulo do livro para ter uma ideia geral da obra. Se ainda assim no meio do caminho perceber que a leitura não está sendo proveitosa, procure outro livro. Leia para aprender.

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ESCUTE E LEIA

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Quem nunca pegou um livro pra ler e quando percebeu estava com a cabeça no mundo da lua? Para não perder a concentração, manter o ritmo da leitura e potencializar a compreensão do conteúdo, uma boa estratégia é acompanhar o audiolivro lendo sua versão impressa. Se preferir, já vá grifando o que lhe interessa.

POTENCIALIZE SEUS ESTUDOS

APROVEITE OS RETALHOS DE TEMPO

Está de bobeira na fila do banco? Leia. Está esperando num consultório? Leia. Tem meia hora vaga no almoço? Leia. Nessa vida corrida é quase impossível achar um tempo exclusivo para ler. Por isso, carregue sempre um livro com você e aproveite os retalhos de tempo. 30 |

JAN-MAR

LEIA UM DE CADA VEZ

Fontes: Nailor Marques, professor, consultor e palestrante; e os livros Alta Produtividade, de Robert C. Pozem (Elsevier, 2012), e Produtividade Máxima, de Tamara Schwambach e Kano Myles (Sextante, 2015).

A leitura preparatória para exames e vestibular deve ser feita rapidamente, pois ler devagar leva à distração. Leia jogando os olhos pelas frases. Quanto mais rápida for sua leitura, maior será sua atenção e aprendizagem. Faça resumos de poucas linhas após ler cada capítulo e uma síntese geral depois de concluir a obra. Isso ajuda na retenção do conteúdo. Lembre-se de que o gosto pela leitura mais complexa e dos clássicos somente é desenvolvido com o tempo. Por isso, as dicas anteriores podem ajudar você a tornar o que hoje é difícil em algo produtivo e divertido.

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