Conexão 2.0 - Sexo Inseguro

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www.conexao20.com.br

Igrejas e ONGs cristãs se despertam para a responsabilidade ambiental

Abr-Jun 2013 – Ano 7 no 26

Exemplar: 6,60 – Assinatura: 21,00

entenda. exPerimente. mude

Camisinhas e pílulas não protegem seu maior orgão sexual: o cérebro. Saiba como o sexo sem compromisso afeta suas emoções

AO PONTO: A LÓGICA INSANA DO CONSUMO

MUDE SEU MUNDO: O EVANGELHO IMAGINE SE A INTERNET ENTRA NA CRACOLÂNDIA NÃO EXISTISSE


Da redação

Editor associado Eduardo Rueda

menu 5 conectado

A OPINIÃO DE QUEM SEGUE E CURTE A REVISTA

NeM 8, NeM 80

6 gloBosFera

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO, VEGETARIANISMO E ENERGÉTICOS

10 entenda

A CONTRIBUIÇÃO DOS 150 ANOS DO ADVENTISMO

Cortesia

SExO NÃO É TEMA NOVO PRA NINGUÉM, muito menos hoje em dia. Acontece que nem sempre foi assim. Por muito tempo, ele foi tabu. Houve uma época em que a simples menção ao ato sexual era “pecado”. É bem possível que seus avós, por exemplo, tenham recebido muitas cintadas quando adolescentes, ao questionar os adultos a respeito do assunto. Até mesmo no âmbito religioso – e principalmente nele – o sexo era visto como algo sujo, necessário apenas para a procriação. Toda essa “ditadura sexual”, com o passar dos anos, foi acumulando inconformismo e preparou o terreno para uma reação explosiva. Até que, na década de 60, a casa caiu. Cansada do longo período de repressão, a sociedade instaurou a chamada Revolução Sexual. Desde então, “tá tudo liberado”. Hoje, ao contrário do tempo de nossos avós, o sexo caiu no outro extremo: a banalização. Mas não precisava ser assim. Muitos séculos atrás, a Bíblia já trazia uma visão bastante equilibrada sobre a sexualidade. Não havia tabus. A relação íntima entre um homem e uma mulher era vista como algo a ser celebrado, um presente de Deus. Salomão dedica um livro inteiro à exaltação do sexo – o Cântico dos Cânticos. A Bíblia, do começo ao fim, está repleta de símbolos que fazem alusão ao ato conjugal. Sexo, portanto, não é pecado, e ponto. Mas, para que ele não se torne dor de cabeça, não basta usar camisinha ou pílulas anticoncepcionais. É preciso aderir ao modelo bíblico de sexualidade: só com compromisso. Nesta edição, a Conexão 2.0 vai mostrar que sexo apenas no casamento é a melhor opção para seu corpo, mente e futuro. O segredo está em usar bem seu maior orgão sexual: o cérebro!

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22 Perguntas

ARTES MARCIAIS, ANJOS, MAGNETISMO E TIRADENTES

30 aPrenda

A SE VIRAR SEM DICIONÁRIO

18 rePortagem

ONGS CRISTÃS SE DESPERTAM PARA A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL


24 imagine

SE A INTERNET NÃO EXISTISSE

8 ao Ponto

COMO O ARGUMENTO DA PRESSA INCENTIVA O CONSUMO

Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Abril-Junho 2013 Ano 7, no 26

casa PuBlicadora Brasileira

Editora dos Adventistas do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br Serviço de Atendimento ao Cliente Ligue Grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 7h30 às 15h45 Domingo,das 8h30 às 14h

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Editor: Wendel Lima Editor Associado: Eduardo Rueda Projeto Gráfico: Marcos Santos e Éfeso Granieri Designer Gráfico: Marcos Santos Diretor Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Edson Erthal de Medeiros Redator-Chefe: Rubens S. Lessa

caPa

OS EFEITOS DO SEXO CASUAL SOBRE AS EMOÇÕES

26 mude seu mundo

O RESGATE DE USUÁRIOS DE DROGAS DA CRACOLÂNDIA

Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Chefe de Expedição: Eduardo G. da Luz Colaboradores: Edgard Leonel Luz, Orlando Mário Ritter, Ivan Góes, Antônio Marcos Alves, Marco Antonio Leal Góes, Enildo do Nascimento, Almir Augusto de Oliveira, Douglas Jeferson Menslin, Areli Barbosa, Aquino Bastos, Elmar Borges, Nelson Milanelli, Ivay Araújo, Ronaldo Arco, Donato Azevedo Filho e Carlos Campitelli Assinatura: R$ 21,00 Avulso: R$ 6,60 www.conexao20.com.br Tiragem: 29.500

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lição de vida

EXECUTIVO DE HOLLYWOOD FALA SOBRE SUCESSO E VALORES

9115/27771 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

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Os sonhos fazem parte da nossa vida. O sucesso nos estudos, uma profissão, uma carreira... Quais são seus sonhos? Como realizá-los? A educação é essencial para conquistar o sucesso. Nossa escola oferece o

Douglas Assunção / Imagem: William de Moraes

ponto de partida para uma vida plena de realizações. Educação Adventista – compromisso com o futuro de seus sonhos!

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educacaoadventista.com.br


Informação Conectado & Opinião Globosfera

Texto Redação

Ao ponto Entenda

conexao20@cpb.com.br Desabafos, sugestões, interação e dúvidas para a seção Perguntas? É aqui mesmo!

Gostei muito de aprender “Como esticar meu dinheiro” e de “Juntar as peças” sobre esse assunto criacionista que é pouco discutido. Mas o que mais me chamou a atenção foi o “Ponto de vista” sobre guerra. Percebi que coisas pequenas que não damos a mínima consideração são assuntos importantes para nossa conduta cristã. Estudo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, conversei com colegas de outras denominações, e pude conhecer o ponto de vista de outras igrejas. Realmente há quem concorde em defender seu país na guerra. Obrigado Conexão 2.0 por contribuir para nosso crescimento espiritual. haniedson oliveira

Assim que recebi minha revista, de cara já fiquei curioso. Como alguns dizem, a capa está “irada”. Fui folheando e cada vez mais me emocionando com as histórias. vanderlei alves Li de capa a capa a última edição e fiquei muito satisfeito. É o tipo de matéria, diagramação e design que atingem não somente os jovens, mas também os mais secularizados. Além, é claro, de também tocar em assuntos que hoje fazem parte dos questionamentos enfrentados por nossos jovens, principalmente, em seu contato com o ambiente universitário. dr. rodrigo silva

facebook.com/conexao20

Saiba o que vai ser publicado, opine sobre os conteúdos que já saíram e compartilhe com os amigos que não têm a revista.

conexao20.com.br No blog, você tem os bastidores da revista, o complemento das matérias e acesso às edições anteriores.

hugo Bêda: Sem dúvidas, a revista está cada vez melhor. A edição deste trimestre atingiu o ápice do ministério; está chegando a hora de transformá-la em mensal. O texto, ilustrações, designer, capa, enfim, está tudo de primeira qualidade. josé Fernandes: Sensacional! A Conexão 2.0 deste primeiro trimestre está superlegal. Gostei muito do artigo de capa sobre a Pré-História. As ilustrações ficaram bem realistas, o que torna a matéria bem criativa. Sem falar do real exemplo de vida dos dois garotos apresentados no texto “Opostos”. Muito bom mesmo! Esperando a edição de abril!

samuel Pedrosa: A edição 25 foi ótima, mas muito curta. Vocês poderiam publicar mais páginas ou iniciar a publicação bimestral. Édina Patrícia de sá: Gostei da revista deste trimestre logo de cara. Falar sobre o “homem das cavernas” tirou uma dúvida que tinha há muito tempo: o ponto de vista criacionista sobre o assunto. Não sei qual tema foi mais interessante na edição. Continuem assim, atraindo nossa atenção para as coisas boas! davi Pereira: A revista é boa demais. Cada página é mais surpreendente e interessante que a anterior! Tem lin-

guagem simples, dinâmica e divertida, sem deixar de oferecer conteúdo confiável e super importante. Ela tem me ajudado muito. Khelven Klay a. lemos: Ficou massa a capa sobre a Pré-História! ricardo coelho: Muito boa a última edição. Destaque para a matéria de capa. Desde o ensino fundamental, tinha curiosidade de conhecer a visão criacionista sobre as pinturas rupestres. Nunca tinha ouvido uma opinião. Graças a Conexão 2.0 recebi essa informação pelo menos antes de terminar a faculdade! A revista cada vez supera as expectativas.

twitter.com/conexao_20 @paolanayara: A @conexao_20 desse trimestre está tão interessante que tive que me segurar para não ler tudo de uma vez só! Uma revista cada dia melhor! @mayaramah: Amei a nova edição da @conexao_20 ! É incrível como podemos entender a ciência e ver em cada detalhe a presença de Deus.

@Brenda_gbs: É a primeira revista que compro da @conexao_20. Amei completamente e minha mãe está muito feliz. @ethyperes: Ao ler a seção “Lição de Vida” da revista @conexao_20 fiquei curiosa e assisti ao documentário Opostos. Estou muito emocionada! Assistam!

@hendersonrogers: É impossível ler a @conexao_20 e não elogiá-la! Matérias importantíssimas elaboradas com muito talento e inspiração. © Michael Brown | Fotolia e Divulgação

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Texto Wendel Lima

CIÊNCIa QUE CABE NO PRATO A ciência vai à mesa e pode ajudar você a viver mais e melhor. É o que mostrou o 6º Congresso Internacional de Nutrição Vegetariana (vegetariannutrition.org) realizado pela Universidade de Loma Linda, na Califórnia. Lá, nozes, verduras e a gordura animal foram objeto de estudo de quase 900 pesquisadores que estão preocupados com a saúde da população e do planeta. O impacto da dieta ocidental sobre o meio ambiente foi um dos pontos altos do encontro. A produção de carne, por exemplo, utiliza 12 vezes mais energia do que o cultivo de vegetais. Houve espaço também para a inovação, como a apresentação de um creme dental, desenvolvido na Alemanha, que é enriquecido com vitamina B12. Boa pedida para quem riscou a carne do menu. Em Loma Linda, saúde é uma preocupação de todos, principalmente dos adventistas, que lá, costumam morrer apenas depois dos cem anos. Fonte: news.adventist.org/pt

MUDAR O

BraSIL

ATÉ A CoPa

Quando você olha a falta de estrutura dos nossos aeroportos ou o atraso na entrega dos estádios da Copa de 2014, surge a dúvida sobre a competência de o Brasil organizar esse megaevento. Mas um grupo de publicitários, com o apoio de empresas e centenas de jovens, propôs substituir a reclamação pela ação. A ideia é postar 75 histórias no site imaginanacopa.com.br, uma por semana, de projetos que estão transformando o cotidiano das cidades-sede. As iniciativas procuram unir colaboração e criatividade, como um grupo de universitários que constrói casas de madeira, em dois dias, para famílias que vivem na miséria.

IMAGINE SUA VIDA SEM O Facebook?

A pergunta que daria um bom texto para nossa seção da revista foi respondida por cem pessoas que decidiram ficar cem dias offline da rede social acessada por quase 50% dos internautas do mundo. Os autoexilados fizeram o site 100face.com.br parecer uma sala virtual dos Alcoólicos Anônimos. Ali, eles narraram as “recaídas”, as “síndromes de abstinência” e a felicidade a cada vitória. Resultado do jejum: eles foram menos tentados a invejar as férias, a beleza e as realizações dos outros e tiveram mais tempo para ler e formar a própria opinião. 6 |

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Foto: Daniel Oliveira – Ilustração: © D.Vasques | Fotolia


universidade

EM CASA

Que tal ter aulas com professores de Harvard, Princeton ou Yale sem sair de casa? Isso é possível e gratuito. Tem se popularizado o conceito dos cursos abertos online em massa. É quando universidades, incluindo as melhores do mundo, disponibilizam aulas e/ou cursos inteiros em vídeo na web. O site coursera.org é o maior e oferece 325 cursos, alguns com diplomas. A carga horária é puxada, as aulas estão em inglês e são exigidas leituras complementares. O edx.org é outra opção. Para os que precisam de legendas em português, a salvação é o veduca.com.br e os portais da Unesp (unesp.br/unespaberta) e USP (eaulas.usp.br). Fonte: folha.com

ProPaganda

FaLSa

SUCESSO

movido a Álcool

O sucesso do sertanejo universitário, novo fenômeno musical do Brasil, parece ser movido a álcool. Dois estudos acadêmicos recentes mostram a relação do estilo com o incentivo à bebedeira. Das 48 duplas analisadas na dissertação de mestrado de Mariana Lioto, apenas sete não falam da bebida nas canções (disponível em http:// bit.ly/WHlUKb). Ela avaliou 243 músicas e constatou que o discurso relaciona o consumo de álcool a fazer amigos, conquistar mulheres, ter sexo casual e resolver todos os problemas. A pesquisa da psicóloga Francismari Barbi vai na mesma direção. Francismari afirma que a música tem forte influência comportamental entre os jovens e lamenta que o discurso chato (mas realista) sobre a bebida fique a cargo apenas dos profissionais de saúde.

A disposição prometida pelas bebidas energéticas tem se mostrado um tiro que sai pela culatra. Segundo um relatório do governo americano, o número dos atendimentos de emergência por causa dos cafeinados dobrou entre 2007 e 2011. Quase 21 mil pacientes são atendidos anualmente com sintomas de ansiedade, dores de cabeça, arritmia cardíaca e ataques do coração. Geralmente são homens de 18 a 25 anos. Eles são alvo das propagandas de um setor que fatura 10 bilhões de dólares por ano, relacionando essas bebidas aos esportes radicais, rock e mulheres com pouca roupa. O consumo de cafeinados já é visto como um problema de saúde pública nos Estados Unidos, principalmente quando associado ao álcool. Fonte: nytimes.com

Fonte: G1.com.br © vector_master e Tuulijumala | Fotolia

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Ao ponto

Texto Wendel Lima Ilustração Rogério Chimello

a LÓGICa Do CoNSuMo

A TESE DE DOUTORADO do publicitário e pastor Martin Kuhn analisou como o apelo de urgência da propaganda tem ajudado a estourar o limite do seu cartão de crédito. Ele constatou que a ditadura da pressa é um fenômeno social que não se limita à publicidade e cujos efeitos colaterais são dívidas e constante insatisfação. Entender a lógica do consumo fará bem para seu bolso e alma.

como foi construído o império do imediatismo? Com a revolução industrial, o homem passou a produzir em escala. Mas, para que tudo isso fosse distribuído, era preciso motivar as pessoas a comprar. Aí é que entra a revolução das comunicações de massa. Tudo passou a ser global e instantâneo. O sistema de transporte foi também agilizado, encurtando distâncias e fazendo do tempo um fator de diferenciação. No entanto, quando a velocidade se tornou um padrão do mercado, o que sobrou foi a cultura da pressa. viver nesse ritmo não seria insano? Sim. Para aguentar o ritmo frenético da vida, muitos recorrem a mecanismos artificiais de controle do tempo, como as bebidas cafeinadas. Nesse contexto, dormir é perder tempo e a lógica se torna trabalhar, produzir, para lucrar e consumir, em um ciclo ininterrupto. 8 |

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Por que a publicidade teve que recorrer ao fator tempo? No passado, se propagou a utilidade dos produtos. Depois, o caminho foi revestir as coisas de uma embalagem simbólica. Mas, agora, é preciso usar o apelo da urgência, na qual velocidade é sinônimo de inteligência. Surgem então as promoções-relâmpago e de curto prazo, acompanhadas das chamadas: “é só amanhã”, “não fique aí parado” ou “economize comprando hoje”. como esse apelo funciona no cérebro? O clima de urgência altera os valores das pessoas, sem alterar seus princípios. Todo mundo sabe que precisa poupar para garantir o futuro, mas quando a oportunidade de compra é colocada como “urgente” e “barata”, o consumidor pensa na oferta como algo imperdível. É uma lógica absurda. Como você economi-

za gastando? O consumidor é tratado como um idiota... o consumo tem gerado mais felicidade? A lógica do mercado é contraditória, porque se sustenta com a insatisfação. Isso acontece por meio do processo de tornar ultrapassado aquilo que foi lançado como a solução de tudo em determinado momento. Resultado? Constante frustração. É a lógica do pecado. A tentação oferece o prazer imediato e joga a conta para o futuro. há um explicação religiosa para esse fenômeno? Creio que nossa tendência à urgência surgiu com o pecado. É a constante busca pelo infinito, causada pela nossa separação de Deus (Ec 3:11). Corremos o tempo todo, como fuga do nosso vazio existencial. Satanás tem a intenção de nos sugerir atividades ininterruptas, para que pensemos

que estamos realizando algo. É a supermobilidade que não nos tira do lugar. Qual é a relação entre tempo e espiritualidade? Nossa conexão com Deus acontece no tempo, não necessariamente no espaço. Precisamos de tempo para contemplar, ler, falar, ouvir, decidir e mudar. Isso tem tudo que ver com o propósito do sábado (Êx 20:8-11). Parafraseando o mandamento, eu diria: “Seis dias trabalharás, acessarás, te conectarás, mas no sábado o Senhor teu Deus controla seu tempo.” Ao viver essa lógica no sábado, nossa vida é reorientada. O documentário Império do Imediato pode ajudar você a entender melhor esse fenômeno. São 18 minutos muito bem aproveitados.


Faculdades Adventistas

seus O FUTURO SONHOS

com

COMPROMISSO

de

Um futuro promissor depende de suas escolhas hoje, e escolher bem a faculdade que você vai cursar é o primeiro passo para alcançar seu sonho. As faculdades adventistas oferecem uma formação de qualidade em diversas áreas e, acima de

Douglas Assunção / Imagem: Fotolia

tudo, preservam os valores cristãos.

Campus em Benevides, PA – Cachoeira, BA – Lavras, MG – Ivatuba, PR Engenheiro Coelho, SP – Hortolândia, SP – São Paulo, SP abr-jun 2013 | 9 www.educacaoadventista.org.br/ensino-superior


Entenda

Texto Wendel Lima Ilustração Rogério Chimello

como a iGreJa aDVeNtiSta EM MAIO DE 1863, quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi organizada nos Estados Unidos, seus 3.500 fiéis jamais imaginariam que a denominação chegaria aos 150 anos de existência, com 73,5 mil igrejas e presente em 90% dos países reconhecidos pela ONU. Em tempos de desconfiança nas instituições religiosas – seja por escândalos de corrupção ou pedofilia – vale a pena avaliar a credibilidade de uma igreja por sua história, mensagem e contribuição.

cura

Prega

o evangelho eterno para os 7 BilhÕes de habitantes da Terra através da mobilização de seus

17,6 MILHÕeS de fiéis, liderados por 17,5 mil pastores e 232 mil funcionários.

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muda a vida de

20,2 MILHÕeS

de pessoas, de 120 PaÍses, atendidas pelos 1,5 mil projetos humanitários da ADRA, ONG que investe 264 milhÕes de dólares por ano para fazer o bem.

16 MILHÕeS

de pacientes atendidos nos 579 hosPitais e clÍnicas, acolhe as crianças abrigadas nos 36 orFanatos adventistas, e promove uma dieta saudável para os clientes das suas 20 FÁBricas de alimentos vegetarianos.


FaZ a DiFereNÇa HÁ...

comunica

esperança para as milhões de pessoas que acompanham a programação das 126 emissoras de rádio e TV, leem os livros e revistas produzidos pelas 62 eDIToraS, e compram literatura de 6,8 mil vendedores de porta em porta.

educa

1,7 MILHÃo

de alunos, de 150 PaÍses, orientados por 77,2 mil professores que trabalham em 7,8 mil escolas e universidades. Fonte: Escritório de Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia (adventistarchives.org). abr-jun

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Interpretação Capa & Reflexão Reportagem

Texto Wendel Lima Colaboração Michelson Borges Foto William de Moraes

Perguntas Imagine

Sexo seguro,

só com compromisso Pesquisas confirmam o que o velho (mas sempre atual) conselho bíblico já dizia: sexo tem hora e modo de usar. Uma campanha pró-virgindade tem ajudado milhares de brasileiros a entender isso

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DE ACORDO COM A CULTURA POPULAR, homens precisam começar a fazer sexo o quanto antes, porque precocidade e diversidade de experiências são preparatórias para o bom desempenho na vida adulta. Já as mulheres são mais românticas e reflexivas em relação ao sexo, e costumam “entregar” a virgindade como um dote para com quem desejam passar o resto da vida. Alguns desses estereótipos sobre o comportamento sexual dos jovens foram confirmados e outros desmentidos na pesquisa Juventudes e Sexualidade, realizada pela Unesco, em 2004, com 16.400 alunos e mais de 3 mil pais e professores de 13 capitais brasileiras. A precocidade é real. Em média, a iniciação sexual acontece aos 14 anos. No caso dos meninos, aos 13. Quanto ao “ficar” e ao sexo casual, as mulheres passaram a aceitar esse comportamento com mais naturalidade. Para elas, o encontro pode se limitar a beijinhos ou acabar na cama. Apesar de não haver consenso sobre o tema entre pais, educadores e alunos, a virgindade é vista como um valor ultrapassado. O que todos parecem concordar é que a prática sexual tem grande papel na socialização (leia-se aceitação) dos jovens, especialmente entre os amigos. “Bota a camisinha” Ao mostrar mudanças culturais e comportamentais, estudos como esse auxiliam governos a desenvolver políticas públicas de saúde voltadas para os jovens na questão da sexualidade. A partir desses dados, equipes multidisciplinares quebram a cabeça para elaborar campanhas educativas que incentivem o sexo seguro. Conceito que no glossário da Unesco é definido como as “práticas e comportamentos sexuais que reduzem o risco de contrair e transmitir infecções sexualmente transmissíveis, especialmente o HIV”. Para a entidade, entre as estratégias seguras, estão a automasturbação, o uso de preservativos e a monogamia (fidelidade a um único parceiro).

© ae_patara | Fotolia

Definições de sexo seguro, como a da Unesco, que limitam o ato sexual ao aspecto físico, desconsiderando suas implicações sociais, emocionais e morais, fazem da camisinha e da pílula anticoncepcional os maiores ícones de uma revolução comportamental. Por isso, as marchinhas de carnaval, de alerta contra a Aids, dizem para você botar a camisinha, em vez de fazer sexo com responsabilidade. Porém, o que a mídia secular não mostra, e que os jovens não sabem, e o governo acredita ser dogmático e ineficaz, a Bíblia já dizia havia muito tempo, e cada vez mais as pesquisas confirmam: sexo seguro só com compromisso (casamento). Por isso, a Conexão 2.0 decidiu mostrar dados e opiniões de especialistas que vão na contramão da ética sexual de hoje, mas que oferecem mais segurança para seu corpo e emoções do que um pedaço de látex. Seu maior orgão sexual Toda essa história de sexo com compromisso e virgindade até o casamento parece soar hoje mais como romantismo de conto de fadas, encíclica papal ou sermão retrógrado. Só parece. Psicólogos e médicos têm pesquisado sobre os efeitos da revolução sexual das últimas décadas sobre o maior orgão sexual do ser humano, e para o qual não existe preservativo: o cérebro. Os resultados, alguns conclusivos e outros ainda não, são preocupantes e convincentes. Além de dar formas mais arredondadas ao corpo, o sexo muda nossa mente. “Ele produz poderosas (até para a vida toda) mudanças no cérebro que dirigem e influenciam nosso futuro num grau surpreendente”, garantem o ginecologista Joe S. McIlhaney e a obstetra Freda McKissic Bush, no livro Hooked – New Science on How Casual Sex is Affecting Our Children (ainda sem tradução).

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Perda da “cola” Segundo os especialistas norte-americanos, nossa “central de comando” trabalha sob o efeito de neurotransmissores como dopamina, oxitocina e vasopressina. As três substâncias são neutras, podendo recompensar bons e maus hábitos, dependendo do comportamento do indivíduo. O efeito “cola” da oxitocina e da vasopressina, apelidadas de “hormônio do amor ou da fidelidade”, é um exemplo desses processos. Quando duas pessoas fazem sexo, ambas liberam esses hormônios relacionados ao prazer do vínculo afetivo; logo, na cama não há apenas união de corpos. Se o encontro foi só casual, fica a ferida aberta da “cola” que foi retirada. No caso dos homens, especialmente, a experiência com várias parceiras diminui a produção de vasopressina (perda da “cola”), por isso, esses indivíduos tendem a fugir de compromissos e a se esconder em relações superficiais. O curioso é que a produção desses hormônios aumenta nas relações sólidas e diminui com a promiscuidade. Essas reações químicas e cognitivas ajudam a explicar também o fenômeno da descartabilidade nos relacionamentos, bem exemplificados pela popularização do “ficar” entre os adolescentes, e do sexo casual entre os jovens adultos. Quem faz o alerta é a psicóloga Talita Castelão, mestre em sexologia, doutora em genética e professora do Unasp, campus São Paulo. “Alguém que não está disponível para dividir com você o todo da vida, dificilmente terá responsabilidade para com seus sentimentos ao dividir apenas partes do seu corpo”, argumenta. Talita, que atende casais que buscam terapia sexual em seu consultório, critica a lógica do momento: “Vejo muitos homens fingindo amor para terem sexo e muitas mulheres permitindo o sexo para terem amor. Resultado: Ninguém tem o que quer de verdade.” idade É documento A precocidade das relações sexuais é outro comportamento que preocupa esses profissionais. Com a puberdade chegando mais cedo e o casamento mais tarde, há maior tolerância social para o sexo “se14 |

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28%

das garotas engravidam nos três primeiros meses de vida sexual.

41%

das 208 milhões de gestações que ocorrem por ano no mundo não são planejadas.

15%

é o risco de contrair o HIV, mesmo usando camisinha.

guro” entre adolescentes. O ponto é que os preservativos e anticoncepcionais não protegem, por exemplo, o lobo frontal. Essa região do cérebro, responsável por analisar as decisões com consequências de longa duração, não está completamente formada até os 25 anos. “Por isso, os adolescentes são vulneráveis aos comportamentos de risco”, esclarece a psicóloga Rosana Alves, doutora em neurociências e coordenadora de pesquisa do Laboratório de Neurofarmacologia Molecular da USP. Rosana se refere ao sexo precoce, bem como às drogas e qualquer comportamento que misture prazer com perigo. Para a pesquisadora, nem a mente nem o corpo dos adolescentes estão preparados para uma vida sexual ativa. “Do ponto de vista biológico, o epitélio do colo do útero das adolescentes está exposto e, tanto as clamídias como os gonococos têm preferência por esse tipo de tecido. Logo, as adolescentes são muito mais vulneráveis às DSTs do que as mulheres acima de 25 anos”, exemplifica. A professora Talita reforça o coro de que sexo pede maturidade. “Com 14 anos, por exemplo, não há estrutura em todos os sentidos. A pessoa está conhecendo a si mesma e precisa decidir quais crenças vão reger sua vida. O sexo pode confundir muito esse processo, dando uma falsa sensação de vínculo”, opina. sexo vicia Outro risco do sexo sem compromisso é o vício. A explicação para isso seria a torrente de prazer gerada pela dopamina no cérebro. O hormônio da recompensa funciona como uma droga que vicia, porque pede que as experiências sejam repetidas de maneira mais intensa. Mas antes de culpar a dopamina por qualquer dependência, saiba que ela é neutra, reforça apenas os comportamentos que escolhemos. Ou seja, quem pratica o sexo no casamento – uma relação estável – tem a ajuda da dopamina para ficar “viciado” no marido ou esposa, e “ser feliz para sempre”. Já quem tem várias parceiras ou parceiros enfrentará maior dificuldade, caso queira mudar seu estilo de vida. “A troca frequente de parceiros exige que nosso cérebro produza quantidades cada vez maiores de dopamina para que continuemos sentindo prazer, o que pode ser prejudicial. Da mesma forma que a droga vicia, esse comportamento também (claro que em um nível bem menor), levando muitos a se tornarem promíscuos”, alerta a psicóloga Rosana. Quando mais É menos E quando se fala em promiscuidade, um fator que parece ter relação direta com o número de parceiros que se terá na vida é a idade da iniciação sexual. Os autores do livro Hooked citam uma pesquisa americana (National Survey of Family Growth, 1995), feita com 10 mil mulheres de 15 a 44 anos, como referência.


200 mil

mulheres morrem anualmente por causa de abortos ilegais no mundo.

Segundo eles, das garotas que experimentaram o sexo por volta dos 16 anos, 44% tiveram cinco ou mais parceiros até os 20. Mas esse índice cai para 15% entre as mulheres que tiveram sua primeira vez depois dos 20 anos. O estudo ainda mostra a relação entre sexo na adolescência e aborto, gravidez indesejada e nível de felicidade no casamento. A dificuldade em ter satisfação em um relacionamento estável na vida adulta, por exemplo, pode estar ligada ao hormônio da memória, a noradrenalina. Quem sugere isso é o autor do livro A Verdade Nua e Crua (CPAD, 2012), Josh McDowell. Nessa obra, o famoso defensor da fé cristã relaciona a ética sexual bíblica com pesquisas feitas especialmente nos Estados Unidos. Ele argumenta que uma vida sexual ativa e com parceiros diversificados acumula uma bagagem de experiências e memórias que dificultam o sucesso de um relacionamento sério posterior. Josh complementa dizendo que o consumo de material pornográfico, por razões óbvias, também oferece esse risco. Perigo para si mesmo, é o que a psicóloga Talita afirma ser o sexo sem compromisso. “Para se entregar sexualmente a alguém, é preciso conhecer a pessoa e saber que ela é cuidadosa com você. E isso só vem com a convivência. Quem não consegue esperar, experimenta a sensação de vazio Bíblia e sexo têm tudo a ver. As orientae frustração, porque se entregar a todas ções do Livro Sagrado são claras, posias experiências possíveis, só fragmenta a tivas, seguras e podem ser resumidas pessoa”, adverte. em alguns tuítes.

#bíbliaesexo

16 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos dão à luz anualmente no mundo.

Fontes: Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde, Dra. Rosana Alves, Dr. César Vasconcellos, Dra. Freda Bush, Susan Weller e Karen Davis-Betay em Condom effectiveness in reducing heterosexual HIV transmission. (Cochrane Database Syst Rev. 2002).

Entrevista do pastor Nelson Júnior para o programa Sem Tabus, da TV Novo Tempo

Ícones: Thiago Lobo, © Sam e Vjom | Fotolia

não somos animais A ideia de que podemos controlar nossos impulsos, e que o sexo casual é prejudicial em qualquer circunstância deve, no mínimo, levar os que olham o homem como um animal evoluído a torcer o nariz. Em livros recentes lançados por psicólogos e neurocientistas evolucionistas, a promiscuidade e a traição são abordadas como comportamentos naturais e instintivos desde a Pré-História. Logo, teríamos “desculpas genéticas” para justificar que a “carne é fraca”. “Não há provas científicas para afirmar que a promiscuidade seja consequência de um determinismo genético. Se assim fosse, tais condutas sexuais desviantes não causariam tanto sofrimento”, rebate Rosana. Em outras palavras, traição e promiscuidade deveriam gerar felicidade e não sentimento de vingança, dependência e solidão.

#A imagem de Deus é melhor representada na união dos gêneros (Gn 1:27). #Antes de se tornar uma só carne (sexo), é preciso dar dois passos: “deixar pai e mãe” (independência) e unir-se (casarse) com a pessoa escolhida (Gn 2:24). #“Conhecer” é um verbo muito usado para o sexo na Bíblia, porque implica intimidade (Gn 4:1). #O princípio do sétimo mandamento vai além do adultério: é pureza sexual (Êx 20:14; Mt 5:28). #O pecado sexual tem consequências diversas, e mais profundas do que se imagina (1Co 6:18). Fonte: Samuele Bacchiocchi, teólogo (“Uma Perspectiva Cristã do Sexo”, Diálogo Universitário, v. 1, 1996).

casar FaZ Bem O que algumas pesquisas apontam é que os parceiros monogâmicos casados apresentam os maiores índices de satisfação sexual e emocional. No livro de McDowell, por exemplo, é citado um estudo da Univeridade de Chicago (EUA) sobre práticas sexuais dos norte-americanos. Publicado em forma de livro em 1994, o levantamento mostra que 87% dos casais entrevistados disseram estar muito satisfeitos com sua vida sexual; e 85% afirmaram estar muito bem emocionalmente. McDowell atribui essa felicidade à oxitocina, o hormônio do amor e da fidelidade. abr-jun

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O psiquiatra e membro da American Psychosomatic Society, César Vasconcellos de Souza, acrescenta uma pesquisa à discussão. Ele cita o estudo do Dr. Dean Ornish, cardiologista e professor da Universidade da Califórnia, publicado no livro Amor e Sobrevivência (Rocco, 1999). Segundo o médico norte-americano, a intimidade afetiva de uma relação é muito importante para a saúde do coração, e o casamento monogâmico é o tipo de relacionamento que oferece melhores condições para isso. “As pessoas que têm muitos parceiros, um tipo ‘Dom Juan’, no fundo não têm ninguém, porque não desenvolvem intimidade afetiva com nenhuma pessoa, mesmo fazendo sexo com várias”, complementa o psiquiatra brasileiro. suPressão x rePressão Mas, se vários estudos apontam para as vantagens da ética sexual defendida por quase todas as igrejas cristãs – que recomenda o sexo somente no contexto do casamento heterossexual –, por que assumir esse comportamento soa engraçado para alguns e absurdo para outros? Provavelmente, porque tudo que relaciona Bíblia com sexualidade é confundido com a repressão sexual que imperou por séculos, motivada, em boa parte, por uma visão religiosa equivocada (veja o box “Ação e reação”). Como toda ação gera uma reação proporcional, o pêndulo da ética sexual deixou o extremo da repressão, passou pelo ponto de equilíbrio e agora tende para a outra ponta, a banalização. O psiquiatra César Vasconcelos diz que as respostas que a humanidade busca não estão em nenhum dos dois extremos, mas no centro. “Supressão é diferente de repressão”, sugere um meio-termo. “Suprimir é ter consciência de seus impulsos, mas administrá-los para uma boa convivência, respeitando seus valores. Enquanto reprimir é não ter consciência dos seus desejos, por não ter dado uma chance à sua mente de perceber o que ela quer”, define.

Apesar de a sociedade atual considerar a virgindade coisa de outro mundo, o psiquiatra acredita que a abstinência sexual até o casamento é possível e saudável quando o “jovem sabe o que quer, tem coragem moral de praticá-la, não se deixa levar pela maioria e concentra sua energia mental no preparo para a vida adulta”. O médico ainda acrescenta que, para esses jovens, o risco de desenvolver distúrbios emocionais é muito menor do que nas pessoas supersexualizadas. eles escolheram esPerar Tá certo que optar ou não pela abstinência sexual é uma questão muito pessoal, que envolve valores e consciência, mas ter o apoio de um grupo que pensa da mesma forma faz grande diferença. É o que tem mostrado a campanha “Eu Escolhi Esperar”, liderada pela MOB, uma ONG cristã de Vitória, ES. Eles já têm 1,3 milhão de fãs no Facebook e 170 mil seguidores no Twitter. A mobilização só tem dois anos e já alcançou todo o Brasil com seminários, música-tema, literatura, camisetas, pulseiras e engajamento nas redes sociais. A campanha é pauta recorrente na grande imprensa secular e segue uma tendência norte-americana, já da década de 1990, de representar o voto de castidade com um símbolo, como um anel. O líder do movimento no Brasil, pastor Nelson Júnior, tem 20 anos de experiência com ministérios para jovens. Ele afirma que o tema não é o mais importante da agenda das igrejas cristãs, mas precisa ser falado porque ainda é tabu. Para ele, tem faltado orientação e um clima favorável para que os jovens cristãos exponham suas dúvidas, medos e fraquezas em relação à sexualidade.

aÇÃo e reaÇÃo Nos quase dois mil anos de Ocidente cristão, o pêndulo do comportamento sexual já esteve no extremo da restrição, mas agora tem ultrapassado as últimas fronteiras da falta de limites. Entenda essa mudança.

Na grécia, antes de Cristo, a crença de que o homem tem um corpo mau e uma alma boa fez os estoicos defenderem que o sexo só era lícito para a procriação, no casamento. Parte dos romanos pegou carona nessa onda, assim como os pais da Igreja Cristã.

Mas o sexo seria ainda mais demonizado por dois pensadores católicos – Agostinho e Tomás de Aquino. Para Agostinho, não era correto ter prazer sexual, nem mesmo no casamento. E para Aquino, sexo era pecaminoso em qualquer situação. A partir daí, o celibato se tornou um sinal de santidade. Ilustrações: Thiago Lobo


“Temos percebido que os jovens estão desejosos de descobrir como é possível desenvolver experiências emocionais que não produzam tantas decepções e que sejam de acordo com a vontade de Deus”, afirma. A família dele e outras cinco se dedicam em tempo integral ao ministério. Boa parte da agenda deles é preenchida com seminários de um dia inteiro, dirigidos a centenas de jovens, nas igrejas e fora delas.

SEXO,

dePressão e suicÍdio

outra direção “Em nossos seminários e materiais, deixamos sempre muito claro que não adianta guardar o corpo, sem antes guardar a mente e os olhos. Nosso foco não é a virgindade, mas a pureza sexual, o entendimento de que Deus tem um plano perfeito para a vida sentimental e sexual de cada um”, esclarece o pastor, que diz ter casado virgem. Por causa dessa abordagem equilibrada, os que já iniciaram sua vida sexual como solteiros, por diversos motivos, não são excluídos da campanha. Pelo contrário, caso se identifiquem e queiram mudar seu comportamento, são convidados a participar e dar um novo rumo para sua sexualidade. Nelson diz que a liderança e os simpatizantes da campanha recebem críticas pela suposta pressão exercida sobre os jovens religiosos. O pastor argumenta que a mobilização tem o objetivo de orientar e dar voz para aqueles que se sentem pressionados por outro tipo de opressão: a da banalização do sexo. “Vários jovens nos escrevem dizendo que agora percebem que não estão sozinhos e, por isso, são fortalecidos. Muitos outros nos escrevem contando as péssimas experiências sentimentais e sexuais pelas quais já passaram, interessados em descobrir como viver a vontade de Deus e felizes por saber que existe alternativa”, conta o pastor. Alternativa essa que os dados e as experiências indicam ser a melhor.

Um dos efeitos desastrosos do sexo sem compromisso é o suicídio. Isso mesmo. Segundo o conceituado jornal de medicina Lancet, essa é a principal causa de morte de meninas entre 15 e 19 anos no mundo. As garotas estão tirando a própria vida por causa de gravidez precoce e indesejada, prostituição e o uso de drogas. A explicação seria a maior propensão desse grupo para desenvolver a depressão. Uma pesquisa nacional nos EUA sobre saúde adolescente mostrou que a vida sexual ativa antes do casamento aumenta em três vezes a chance de meninas ficarem depressivas e tentarem o suicídio. Para os garotos, a probabilidade é oito vezes maior. Fonte: Folha de S.Paulo (22 jun. 2012), Dra. Rosana Alves, Dra. Freda Bush e estudo Sexually active teenagers are more likely to be depressed and to attempt suicide (The Heritage Foundation, 2003). © Jochen Chönfeld | Fotolia

No entanto, as mudanças mais radicais ainda viriam nos 200 anos seguintes; começando com a aceitação da teoria evolucionista, que rebaixou o ser humano ao status de animal, tirou Deus e Suas leis da jogada e colocou no lugar a “ética” da sobrevivência.

A reação a essas ideias veio no fim do século 17, com Hobbes, Locke e Rousseau. Eles criticaram o equivocado conceito de pecado original. Nesse mesmo espírito, a revolução Francesa, já no século 18, ajudou a oficializar o divórcio e a incentivar o sexo livre entre solteiros.

Fonte: Teologia e Ética do Sexo Para Solteiros, de Natanael B. P. Moraes (Unaspress, 2000).

Pronto! Agora, o caminho estava aberto para a revolução sexual da década de 1960 que – com a ajuda da penicilina, da pílula anticoncepcional e depois da camisinha – removeria as consequências mais temidas do sexo casual: infecção e concepção. Resultado: Se antes o amor não tinha sexo, hoje o sexo não tem amor. E o que era um “mal necessário” para a procriação, agora é confundido com diversão. abr-jun

2013 | 17


Reportagem

Texto Fernando Torres Ilustração Thiago Lobo

iGreJaS VerDeS

Organizações cristãs começam a despertar para a responsabilidade ambiental. Mas a causa ainda não está na lista de prioridades 18 |

abr-jun

2013

O IDEAL DA sustentabilidade chegou às igrejas cristãs brasileiras. Pelo menos para aquelas que enxergam a relação entre a salvação do homem e a preservação do planeta. Afinal de contas, a gestão cuidadosa da criação sempre foi um mandato bíblico, que ganha maior importância nesses tempos em que a Terra dá sinais de falência.


Mas movimentos isolados, de diferentes igrejas, têm começado a fazer a diferença na real. Recentemente, a biológa Gínia César Bontempo reuniu algumas experiências pelo Brasil afora no livro Assim na Terra Como no Céu (Ultimato, 2011). “Há vários exemplos concretos de pequenas e grandes igrejas, urbanas e periféricas, do sertão e da mata atlântica exercendo um evangelho integral, do qual o cuidado com toda a Criação, inclusive a criatura, faz parte”, afirma ela. salve o ParQue! Um desses casos é a ONG mineira Oikos Brasil – Espiritualidade Ecológica. O grupo nasceu em 2005, dentro da Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, mas se abriu para adeptos de outras correntes religiosas. Além de promover seminários de educação ambiental e caminhadas ecoespirituais, a organização tem como principal objetivo a defesa de parques ecológicos. Uma das experiências de sucesso aconteceu com o parque Ursulina de Andrade Melo, área de 242 mil m² dentro de um bairro de classe média de “Beagá”. “De início, pensamos em montar um conselho gestor para que a comunidade da região pudesse ter participação mais efetiva. Como isso é muito burocrático, fundamos o Fórum Amigos do Parque Ursulina, um espaço mais aberto para discutir o futuro da reserva natural”, conta o pastor, psicólogo e professor universitário Éser Pacheco, presidente da Oikos Brasil. moBiliZação As reuniões do fórum aconteciam no próprio parque. Estudantes, moradores, funcionários do parque, pesquisadores, ambientalistas, gestores da Fundação Municipal de Parques e, claro, os fiéis participavam com sugestões de preservação ambiental. Como nem só de ideias vive o homem, logo os voluntários partiram para ações práticas. “Plantamos mudas em uma área degradada por incêndio, reinvidicamos a melhoria do cercamento

e conseguimos que uma rua interna fosse fechada para carros, pois invadia uma área de recomposição do lençol freático”, recorda Éser. A ONG ainda participou de assembleias junto à prefeitura e fez parcerias com academias e escolas para patrocinar caminhadas e outras atividades físicas. “Para 2013, nossos planos são subsidiar um trabalho de educação ambiental no Parque Estadual Serra do Rola-Moça, na região metropolitana de Belo Horizonte, minimizando o impacto humano no entorno da área”, planeja o pastor. de dentro Para Fora Que fique claro: o casamento entre religião e sustentabilidade não passa exclusivamente pelo altar. A ONG cristã A Rocha Brasil, por exemplo, nasceu a partir de membros da Igreja Batista de Indaiatuba (SP) mas transcendeu seus limites e hoje não tem vínculo com nenhuma denominação. Em 2012, com a chegada da megaconferência internacional Rio+20, o grupo criou o projeto coletivo “Igrejas Ecocidadãs”. “Nossa proposta é informar as igrejas brasileiras sobre as questões fundamentais do meio ambiente e mobilizá-las para ações práticas. As ferramentas de estratégia envolvem material especializado, celebrações, redes sociais virtuais, estudos bíblicos e spots em rádios”, descreve a bióloga Raquel Arouca, uma das coordenadoras do empreendimento. Com um punhado de ousadia, o projeto Igrejas Cidadãs chegou a entrar no território da ONU como observador e participou da programação oficial da Cúpula dos Povos, organizada pela sociedade civil em paralelo com a conferência. Findo o Rio+20, o projeto se manteve. Melhor: cresceu. Expandiu as fronteiras d’A Rocha Brasil e passou a contar com o apoio de mais igrejas e financiamento de ONGs internacionais, como a inglesa Tearfund. “A meta agora é continuar a sensibilizar e mobilizar as igrejas, mas também de começar a trabalhar com as pessoas e grupos que já foram sensibilizados”, antevê.

CIDaDÃo

54%

das pessoas acreditam que o principal causador de problemas ambientais é a população, mas...

GoVerNo

48%

delas defendem que a resolução cabe ao poder público Fonte: ONG Oikos Brasil abr-jun

2013 | 19


A galera do Centro-Oeste está de parabéns. Na segunda edição do campori de desbravadores da região, em setembro do ano passado, o jornal local do SBT fez uma reportagem em tom elogioso sobre as ações sustentáveis do acampamento. O destaque ficou por conta dos portais dos clubes, feitos de material reciclável, como jornais, garrafas PET, pneus e caixinhas de suco. O acampamento foi realizado no Parque da Cidade, em Brasília.

8 mil

acampantes abraçaram a Lagoa dos Patos

3 mil

sacos de lixo recolhidos do parque

15 mil folders

de papel reciclado distribuídos

Óleo e saBão Na Igreja Adventista, a mensagem socioambiental ainda não decolou. As escolas da rede fazem a lição de casa, colocando a temática em destaque nas aulas, feiras e projetos comunitários. Mas o estímulo ainda é pequeno em boa parte das congregações. “Como profissional da área, não percebo muito engajamento nessas questões. O meio ambiente não é uma prioridade e o assunto não costuma ter ênfase no púlpito”, lamenta o engenheiro florestal Djeison Batista, professor da Universidade Federal do Espírito Santo, com doutorado na área pela UFPR. Por ora, a tarefa de fazer algo em favor do planeta fica a cargo do Clube de Desbravadores e Aventureiros, agremiações que há décadas incentivam o contato e o cuidado com a natureza. O próprio Djeison conta uma experiência interessante que teve com o grupo de adolescentes que lidera no município de Jerônimo Monteiro (ES): reciclagem de óleo para fabricar sabão. 20 |

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2013

4,5 toneladas de lixo produzidas no acampamento foram para a reciclagem

“Depois de instruir as crianças e adolescentes sobre o potencial poluidor do líquido quando descartado no ralo da cozinha, escolhemos um bairro carente da cidade e fomos de casa em casa pedir que os moradores guardassem o óleo usado para reutilização”, relata. Equipados com folhetos explicativos e até um imã de geladeira confeccionado especiamente para o projeto, os desbravadores conseguiram recolher 120 litros de óleo em cerca de cem casas. Com a ajuda de duas voluntárias da igreja local, iniciaram o processo de preparo do sabão. E haja sabão! “Depois de pronto, os jovens voltaram às casas em que haviam recolhido a matéria-prima e presentearam os moradores com o novo produto. E olha que nem usamos todo o óleo”, comemora Djeison. O projeto deu tão certo que a prefeitura já sinalizou planos de incorporar à agenda oficial do município uma oficina de fabricação de sabão. “Além de ajudar a salvar o planeta, pode se transformar em uma fonte de renda para comunidades carentes”, projeta o engenheiro. Foto: Marina Milanelli – Ícones: Thiago Lobo


No Céu e na Terra

Conheça algumas ONGs cristãs socioambientais ao redor do mundo:

Pão para o Mundo (Brot für die Welt): com sede na Alemanha, apoia projetos ligados à agricultura sustentável, como hortas comunitárias e captação de água da chuva.

Christian Aid: busca combater a fome e a pobreza em países subdesenvolvidos e oferecer socorro em catástrofes. Foi criada em 1945 pelas igrejas do Reino Unido e da Irlanda para ajudar na reconstrução da Europa pós-guerra.

Oxfam: confederação de 17 organizações com sede em Londres e escritórios em 90 países. Faz campanhas com os mais ricos para combater a probreza, a injustiça e atuar em emergências.

Ambiental e social A propósito, a fusão dos problemas ambientais e sociais é um ponto importante da mensagem ecológica cristã. “Muitas igrejas estão preocupadas com a pobreza, mas, se associarem essa questão ao meio ambiente, terão grandes chances de implementar projetos dignos de provocar mudanças substantivas e garantir um futuro sustentável”, analisa a antropóloga Andréa Zhouri, coordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da UFMG. Ela lembra que o conceito de sustentabilidade, afinal, vai além da simples conservação ambiental. “Uma sociedade verdadeiramente sustentável também precisa incorporar o sentido de justiça social e a distribuição equânima do meio ambiente. As igrejas têm papel importante nesse pensamento, pois articulam o sentido de comunidade e incentivam as pessoas a agir de forma ativa na sociedade, com ideias de compromisso, pertencimento e solidariedade.” Mudança total E o que falta para isso realmente acontecer? Bem, em primeiro lugar acabar com a dicotomia entre matéria e espírito, corpo e alma. É que, ao longo dos séculos, o cristianismo incorporou essas supostas dualidades que limitaram o evangelho à transformação espiritual. O ponto é que a mensagem cristã se propõe a reconciliar o homem com Deus, consigo mesmo e com a natureza. “No passado, as igrejas cristãs até já se envolveram mais, até mesmo sem perceber, pois não separavam gente de ambiente. Hoje, as instituições temem perder o foco de sua missão, a pregação do evangelho; concentram-se em alcançar a alma do indivíduo, deixando de lado sua vida na Terra ”, contrasta a bióloga Gínia Bontempo. O engenheiro florestal Djeison Batista reforça ainda que a responsabilidade ambiental está prevista em Gênesis (dê uma espiada nos capítulos 1:26-30 e 2:19, 20). “Ao fazer parte da obra da Criação, o homem se tornou o responsável por cuidar da fauna, da flora e da biosfera. É uma doutrina bíblica, que precisa urgentemente fazer parte da pauta das igrejas, defendida não apenas por grupos isolados, mas também pelas próprias organizações”, apela. Se a multidão realmente se engajar, o futuro promete.

Misereor: estabelecida em Hamburgo, na Alemanha, apoia projetos de suporte a minorias raciais e sociais e de política agrária entre os pequenos produtores. Ícones: © Imagination13 | Fotolia

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Básica

Texto Eduardo Rueda Imagem © Sonulkaster | Fotolia

QUem são os anjos? Fofinhos, de pele rosada, cachinhos loiros e olhos azuis; quase sempre sem roupa, com asas e uma auréola na cabeça; pulam de nuvem em nuvem, voam e tocam harpa sem parar. Isso é o que as pessoas geralmente pensam quando falam em anjos. E o imaginário popular não para por aí. Há quem diga que quem morre vira anjo, quando não estrela. Outros acham que os anjos merecem culto, adoração. Afinal de contas, quem são os anjos, realmente? O que eles fazem? O que têm a ver conosco? A Bíblia tem as respostas. De acordo com o Livro sagrado, os anjos, assim como nós, são seres criados por Deus (Hb 2:7); existem milhões deles (Ap 5:11) e sua missão especial, além de servir ao Criador, é agir em favor dos seres humanos – principalmente dos que têm um compromisso com Deus (Hb 1:14). Eles são invisíveis, o que não significa que sejam “espíritos desencarnados” ou algo assim (veja 1Co 15:44). Os anjos voam (Dn 9:21; Ap 14:6); são rápidos como a luz (Ez 1:14; Mt 28:2, 3); têm poderes especiais (Sl 103:20; 2Rs 19:35); e seu status está um pouco acima da humanidade (Hb 2:7). Os anjos desempenham um papel fundamental no plano da salvação. Eles transmitem mensagens de Deus aos homens (Lc 2:9, 10; Ap 1:1); mantém um contato constante entre o Céu e a Terra (Gn 28:12; Jo 1:51) e, por fim, participarão de forma ativa na vinda de Jesus, reunindo os que permanecerem fiéis a Deus (Mt 24:31). A Bíblia também fala dos anjos do mal (Ef 6:12). Eles eram anjos bons que decidiram se rebelar contra Deus (Ap 12:9; Jd 6). Hoje são chamados de demônios. Esses seres perversos têm prazer em causar sofrimento e levar as pessoas ao pecado (Jo 10:10; 1Pe 5:8). O líder deles é o diabo (Mt 25:41). Vivemos em meio a uma guerra entre as forças do bem e do mal. Mas, no fim do gibi, quem perde a briga é o vilão (Rm 16:20; Ap 21:4). De que lado você quer ficar?

Fofinhos não. Poderosos!

Fontes: Josh McDowell, Respostas convincentes (Hagnos, 2006); Norman L. Geisler, If God, why evil? (Bethany House, 2011); Ellen G. White, A verdade sobre os anjos (CPB, 2009).

Curiosa

Texto Eduardo Rueda Ícones © HitToon.com | Fotolia

magnetismo

“Os opostos se atraem.” Romântico, não acha? Na verdade, essa expressão vem da Física. Quem nunca brincou com um ímã, fingindo ter superpoderes? O magnetismo é um conjunto de fenômenos relacionados à atração e repulsão entre determinados objetos, que ocorrem devido ao movimento dos elétrons nos átomos. Ao contrário do que muita gente pensa, nem todos os metais são atraídos pelos ímãs. Na verdade, a maioria deles não responde ao magnetismo de forma perceptível aos sentidos. Entre os poucos que respondem estão: o ferro, o cobalto e o níquel. 22 |

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Não confunda fenômenos elétricos com fenômenos magnéticos. Embora parecidos e intimamente relacionados, eles são diferentes. Esfregar uma bexiga no cabelo e atrair pedacinhos de papel com ela é um fenômeno elétrico. Grudar enfeites na geladeira faz parte de um fenômeno magnético. Além do funcionamento da bússola, outro exemplo da ação do magnetismo é a aurora polar. É um fenômeno luminoso muito bonito observado no céu durante a noite nas regiões polares. Ele acontece quando partículas elétricas vindas do Sol se chocam com os gases

atmosféricos, atraídas pelo campo magnético da Terra. Talvez o fato mais curioso relacionado ao magnetismo na atualidade seja a experiência do cientista Andre Geim, da Universidade de Nijmegen, na Holanda. Para o espanto da comunidade científica, ele fez um sapo levitar. Isso graças a um aparelho capaz de criar um campo magnético até mil vezes mais potente que um imã comum. Haja sapo pra tanta criatividade! Fontes: Rubens N. Faria e Luis Felipe C.P. Lima, Introdução ao magnetismo dos materiais (Livraria da Física, 2005); Humberto de Andrade Carmona, doutor em Física e professor na Universidade Estadual do Ceará; e site <www.explicatorium.com/quimica/ Aurora-polar.php>.


Ponto de vista Texto Alex Machado Imagem © Blas | Fotolia

Tudo ligado Texto Eduardo Rueda

Dos Tridentes a Tiradentes Tridentes

artes marciais Socos, pontapés e sangue... muito sangue! Essa é a rotina de Vitor Belfort, famoso lutador de MMA. Apesar de sua cara de mau, ele garante que tem um bom relacionamento com Deus e faz questão de exibir o nome “Jesus” estampado em seu calção de luta. Sua atitude incomum de agradecer a Deus depois de espancar o adversário tem sido alvo de um interessante debate: É possível conciliar artes marciais e cristianismo? Para que você reflita nessa questão, separamos três posições.

Sim

Muitos religiosos consideram possível desvincular as artes marciais de sua filosofia mística e praticá-las apenas como esporte. Para eles, o cristão pode praticar qualquer tipo de luta desde que a intenção seja boa. A Igreja Renascer, por exemplo, optou pelo MMA como instrumento para arrebanhar novos fiéis. Para o bispo George Ramos, um dos idealizadores do projeto, é melhor ver um jovem perder o sangue no octógono do que vê-lo perdendo a vida para as drogas e para o crime.

Não

Entre os que protestam contra a prática de artes marciais encontra-se o pastor Ciro Zibordi, da Igreja Assembleia de Deus. Ele explica que o grande problema não é a violência, mas o fato de as artes marciais estarem relacionadas a práticas ocultistas orientais. Para ele, qualquer cristão que se aventura em esportes como o MMA acaba se envolvendo em filosofias ocultas.

Depende

Há grupos, como os adventistas do sétimo dia, que defendem a prática de exercícios físicos, mas questionam as atividades que promovem a violência, a rivalidade egoísta e o ocultismo. Eles explicam que o homem é um ser integrado, cujas necessidades físicas, mentais, espirituais e sociais são inter-relacionadas e interdependentes. Sendo assim, a escolha de atividades físicas, incluindo a prática de artes marciais, deve sempre levar em consideração o desenvolvimento do caráter cristão. “Isso vai contribuir para meu desenvolvimento físico, mental, espiritual e social?” A melhor decisão depende da resposta a essa pergunta.

Eram um tipo de arma branca antiga semelhante a uma lança, com três pontas. O tridente (nada a ver com chiclete!) foi aperfeiçoado por gregos e romanos e muito utilizado em guerras, como também nos circos ou arenas de Roma pelos gladiadores. Muitas vezes associado ao cetro de Netuno, ou Poseidon, o deus dos mares na mitologia, o tridente ficou famoso mesmo foi nas mãos do...

Diabo Geralmente retratado com orelhas e rabo pontiagudos e um tridente na mão, dizem que ele gosta de espetar pessoas nos caldeirões do inferno, torturando-as por toda a eternidade. Mas não é bem assim que a Bíblia ensina. A caricatura do mal, criada na Idade Média, hoje soa infantil e colabora para a descrença de alguns na existência do diabo. Outros, ainda, o imaginam chifrudo e vermelho como o...

Catchup Feito à base de tomate, é utilizado em sanduíches, batatas fritas e todo tipo de fastfood. O condimento vermelho tem como seu antepassado o ketsiap, um molho chinês de sabor picante, mas sem tomates. Somente no século 18, nos Estados Unidos, o tomate encontrou sua vocação, passando a compor o molho. Na medida do possível, é bom evitar o catchup, entre outros alimentos que ofererem risco à saúde dental – esse é o conselho dos dentistas, colegas de profissão de...

Tiradentes Seu nome verdadeiro era Joaquim José da Silva Xavier. Além de dentista, foi tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político. Atuou nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Possuidor de vários títulos, Tiradentes é reconhecido como herói nacional, mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico e das polícias militares do Brasil – nada mau, pra quem não tinha um tridente e comeu “o pão que o diabo amassou”, sem catchup!

Fontes: Declarações da Igreja (CPB, 2003); sites <http://novotempo.com/novachance/2012/07/17/violencia/>; <http://novotempo.com/namiradaverdade/2012/07/17/>; <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/07/igreja-evangelica-recorre-lutas-de-mma-para-arrebanhar-novos-fieis.html>; blog <http://cirozibordi.blogspot. com.br/2012/07/aos-cristaos-que-gostam-de-mma-com-amor.html>. abr-jun

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Imagine

Texto Jefferson Paradello Ilustração Thiago Lobo

... se a internet não existisse OK! NÃO É nada fácil imaginar a vida sem os recursos e facilidades da web. Só no Brasil, segundo o Ibope, dos 196 milhões de habitantes, 47% acessaram a internet no último trimestre de 2012. Entre os jovens, ela é o principal meio de comunicação e entretenimento, seja para pesquisar, ver filmes ou simplesmente jogar conversa fora. As vantagens desse fenômeno você já sabe e experimentou, mas este texto quer fazer você pensar no outro lado da moeda.

mais concentração

O escritor norte-americano Nicholas Carr argumenta que a internet está alterando o cérebro humano e, consequentemente, nosso comportamento. Vivemos em uma era de distrações. Já não é tão fácil realizar uma única atividade sem ceder à tentação de olhar o Facebook ou checar a caixa de e-mail. E isso não é tudo. O Google nos deixou mais preguiçosos. Quase não retemos informações, porque sabemos que elas estão a um clique.

Brincadeira de criança

“Com a internet, as possibilidades aumentaram!”, você pode pensar. Claro! Mas quantas delas ainda brincam de pega-pega e esconde-esconde? Com a popularização dos gadgets, toda uma geração trocou recreação presencial por diversão artificial. Os prejuízos para o desenvolvimento físico e social são inevitáveis. Mais sedentarismo, muitas horas em frente às telas e menos interação pessoal com meninos e meninas da mesma idade. 24 |

abr-jun

2013


tour virtual

Se você nunca “andou” pelas ruas de Paris sem sair de casa, está perdendo tempo. Um dos projetos mais ambiciosos da era digital foi colocar o mundo todo na internet. Com poucos cliques e zooms, você pode visualizar o mapa de qualquer lugar do globo e até “passear” por alguns dos mais famosos cartões-postais do mundo. Algo impensável antes da web, época em que era preciso se contentar com algumas fotos, vídeos e relatos daqueles que já estiveram lá. Apesar do avanço tecnológico, nada supera a experiência real de visitar o Museu Britânico ou mergulhar no Taiti.

Face a face

A forma como nos relacionamos está mudando radicalmente. Com mais coisas para fazer em um menor espaço de tempo, a sociabilidade fica em segundo plano e, quando acontece, é mediada pela tecnologia. Vide o fenômeno das redes sociais. Resultado: estamos fisicamente mais distantes. Além disso, segundo Ciro Marcondes Filho, falamos muito e comunicamos pouco. A dependência de intermediários digitais nesse processo dá a ilusão de comunicação, mas isso não acontece em sua plenitude.

o jornal nosso de cada dia

Até o fim do século passado, quem queria se manter informado precisava esperar pela próxima edição dos telejornais ou dos impressos. Agora, em poucos minutos, tudo está disponível online e de graça, na maioria dos casos. A informação já não é mais exclusividade dos jornalistas. Qualquer pessoa com conexão à web é capaz de “produzir” notícias. É o chamado jornalismo colaborativo. Se por um lado isso contribuiu para a democracia, por outro, enche a timeline e nossa cabeça, é claro, de informações inúteis, excessivas e que geram ansiedade e superficialidade.

A web não precisa ser demonizada, mas também não deve receber status de Deus. Ela não é onipresente (precisa estar em todos os lugares), onisciente (tem todas as respostas), e onipotente (oferece todas as possibilidades). Como qualquer tecnologia, a internet é uma extensão do homem. Expansão do que há de melhor e pior nele. Fontes: A dromocracia cibercultural, de Eugênio Trivinho (Paulus, 2007); A geração superficial, de Nicholas Carr (Agir, 2011); A vida digital, de Nicholas Negroponte (Companhia das Letras, 1995); Até que ponto, de fato, nos comunicamos?, de Ciro Marcondes Filho (Paulus, 2004); Ser jornalista, de Ciro Marcondes Filho (Paulus, 2009). abr-jun

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Ação Mude seu mundo

Texto e fotos Eber Pola

Lição de vida Aprenda

O evangelho chega ao inferno Projeto Cristolândia ilumina bairro paulistano dominado pelo crack e a prostituição. O resgate de 1.500 pessoas mostra que existe vida após as drogas Ao você se aproximar das ruas da “Cracolândia”, no centro de São Paulo, o cenário é desolador. São milhares de moradores de rua, na sua maioria, usuários de crack e cocaína. Uma região descrita na imprensa como boca do lixo. O tráfico de drogas a céu aberto divide espaço com a prostituição infantil, violência e o latrocínio. Nesse contexto de degradação humana, homens, mulheres e crianças vivem em um mundo paralelo, à margem da sociedade. Redutos de consumo de drogas em grandes cidades, como esse, aumentam no Brasil. Não é sem razão. O país é o maior mercado de crack do mundo e o segundo de cocaína. São 2,8 milhões de usuários. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, cerca de 6 milhões de pessoas já experimentaram a cocaína, 442 mil delas são adolescentes de 14 a 18 anos. O depoimento de jovens viciados confirma que os efeitos do crack são avassaladores. A droga gera dependência química já a partir das primeiras vezes que é usada, levando o usuário rapidamente ao estágio de mendicância e miséria total. Muitos abandonam a família, perdem o emprego e passam a viver na rua. As “cracolândias” concentram um grande número de pessoas que perderam sua identidade e dignidade. 26 |

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Cristolândia O Projeto Radical Brasil Cristolândia teve início em 2009, na cidade de São Paulo. Uma iniciativa da Junta de Missões Nacionais e da Convenção Batista Brasileira. O trabalho começou com um grupo de voluntários, vindo de diversas partes do Brasil, que decidiram colocar em prática o exemplo de Jesus: aliviar o sofrimento e levar esperança através da Palavra de Deus.


A abordagem direta aos usuários de drogas é feita oferecendo um serviço: café da manhã, almoço, jantar, banho com troca de roupas e corte de cabelo. É a forma que os voluntários encontraram de se aproximar e despertar a confiança dos usuários. Na sede do projeto é feito o acolhimento e, quando há interesse, o indivíduo é encaminhado para a internação, tratamento que leva até dois anos. Além de São Paulo, existem núcleos nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília e no Estado do Espírito Santo. O estudo da Bíblia e a conversão para o cristianismo acabam sendo parte do tratamento. Muitos ex-dependentes optam pela vida de missionário no próprio projeto a fim de ajudar outras pessoas a trilhar o mesmo caminho de libertação. Invadir o inferno Por trás de todo o movimento está o pastor Humberto Machado, o coordenador do núcleo de São Paulo. Ele também encontrou em Deus e na religião a vida após as drogas. Ainda jovem, ele se sentiu vocacionado para o trabalho evangelístico nos presídios. Missão que cumpriu por 14 anos. O ministro conta que ao visitar a Cracolândia, se perguntou se entre aquelas centenas de “nóias” não existia um coração clamando por socorro e desejando transformação. O passo seguinte foi recrutar voluntários para essa difícil tarefa. “Precisamos nos tornar o verdadeiro milagre de Deus. Invadimos o inferno, saqueamos o território do inimigo e gritamos em voz alta que Jesus é o Senhor para a glória de Deus”, declara Humberto. Na opinião dele, as igrejas deixaram de incentivar os jovens e de criar oportunidades de trabalho evangelístico de rua. Humberto acredita que as denominações e os jovens precisam sair da zona de conforto. Da pichação para o rap “Aos 15 anos eu me identifiquei com a pichação e entrei para a Turma dos Ingratos. O desafio era pichar o mais alto possível. Quanto mais alto, mais famoso a gente ficava”, lembra Tiago Ideal, de 30 anos, que entrou pela porta da Cristolândia de muletas e com o pé quebrado. Ele havia caído bêbado de um beiral de um prédio, a 4 metros de altura, em uma madrugada de 2011. Com a perda da mãe aos 12 anos de idade, Tiago começou a usar maconha e aos 23 anos conheceu o crack puro. Após o acidente, ele ficou sabendo do projeto Cristolândia através de uma reportagem de TV. Quando chegou ao

Para saber +

núcleo, foi bem acolhido e logo pediu que fosse internado na clínica de recuperação do projeto, em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo. Na clínica, Tiago passou a compor letras religiosas no estilo rap e foi batizado. Hoje ele faz parte da equipe de apoio do projeto e solta a voz para cantar sobre sua transformação nos cultos da Cristolândia, organizados antes das refeições. Vida de cachorro “Eu levo uma vida de cachorro”, declara o ex-marceneiro que vive nas ruas há quatro anos. Paulo, conhecido como “Perninha”, é usuário de crack e vive ao lado do prédio do projeto. A fala dele revela o sofrimento que é morar nas ruas. “Vivemos debaixo de sol e chuva, em meio à brigas, polícia e muita humilhação. Uma vida de cachorro sem dono. A minha força espiritual é muito forte senão já tinha me enforcado como fez Judas da Bíblia. Graças a Deus que tem uma igreja aqui na Cracolândia”, diz. Elio Vieira Santo Júnior, 51 anos, também perdeu tudo por causa das drogas. “Elas entraram na minha vida como um furacão. Em 2007, deixei meu emprego em que ganhava 25 mil reais para morar na rua. De presidente de sindicato fui procurar comida rasgando sacos de lixo. Abri mão de tudo para ficar com o crack”, revela. O ex-gráfico do jornal O Estado de S. Paulo acredita que o vazio que todo mundo sente, como se fosse um nó na garganta, é a falta de Deus na vida. Segundo Elio, o prazer das drogas camufla esse vazio. O projeto o resgatou e lhe ofereceu uma nova vida. Hoje, ele se emprenha para ajudar outros. depois das drogas O consumo de drogas no Brasil já é um grave problema de saúde pública, que saltou aos nossos olhos com a cobertura sobre o processo de desocupação das “cracolândias”. O projeto Cristolândia já resgatou 1.500 pessoas e mostrou que existe vida após as drogas. Os cristãos podem fazer muito para reverter esse quadro, basta transformar compaixão em ação.

jmn.org.br

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Lição de vida

Texto Leonardo Siqueira Ilustração © Tuulijumala | Fotolia Foto The FrontPage Firm [cortesia]

A vida, um filme O executivo de Hollywood que testemunhou de sua fé para Oprah Winfrey fala de sucesso e valores em autobiografia

É FÁCIL SABER QUANDO UM FILME ACABA. Basta prestar atenção nas letrinhas brancas que aparecem na tela assim que a última cena de uma produção cinematográfica é exibida. É no fim do filme, quando a história atingiu seu ponto mais alto e os personagens da trama finalmente chegaram no “e foram felizes para sempre”, que a gente descobre quem são os autores de uma produção. O vice-presidente sênior de Produção da Columbia Pictures, DeVon Franklin, levou cerca de 15 anos, entre o primeiro estágio e a função que ocupa atualmente, para descobrir que sua vida era, na verdade, um filme, e Deus, o produtor. A afirmação pode parecer estranha, mas foi essa concepção que levou esse adventista a galgar um dos cargos executivos mais cobiçados de Hollywood. No livro Produced by Faith (Produzido pela Fé, em tradução livre), Franklin usa a produção de filmes como metáfora da vida. Para tanto, ele descreve as várias etapas utilizadas no mundo do cinema para se produzir e, consequentemente, vender um sucesso de bilheteria. 28 |

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liçÕes de devon FranKlin ■

Não há sucesso da noite para o dia. Tudo tem um preço Atitudes falam mais alto que palavras Deus espera que a gente coloque nosso dinheiro onde está a nossa fé, em todos os aspectos de nossa vida, especialmente na carreira

Não fale. Mostre

Seja corajoso e criativo

Menos é mais

Ouça


Antes de ganhar as telonas, os filmes passam por duas etapas importantes: desenvolvimento e produção. “Na indústria do cinema, há um tempo de preparação, o qual chamamos de desenvolvimento. Na vida, você não pode simplesmente alcançar a posição que tanto almeja. Antes, porém, é preciso ser lapidado, treinado e adquirir experiência”, diz um dos 35 executivos mais importantes de Hollywood com até 35 anos de idade, segundo a revista americana The Hollywood Reporter. É apenas quando você descobre sua “grande ideia” – que é seu sonho, alvo profissional ou objetivo de vida – que é possível avançar para a segunda e última etapa: a produção. Ambos os processos são longos e delicados. E é exatamente por isso que, antes de mais nada, você deve conhecer seus valores. “Que crenças não posso, de maneira alguma, comprometer?”, questiona Franklin em seu livro. “O problema é que quando você é o personagem da história – quando você está imerso nela – você não consegue ver como as coisas vão acontecer no futuro”, escreve. Por isso, ter a consciência de que você e Deus são os roteiristas de sua vida, e que Ele é o diretor, pode ajudá-lo a vencer uma série de obstáculos. suPeração e PreParo Filho de imigrantes jamaicanos, Franklin cresceu em um lar cristão. Mesmo tendo perdido o pai, Donald Franklin, aos 9 anos de idade, vítima de um ataque cardíaco, o futuro executivo não perdeu a esperança e a vontade de vencer. Pelo contrário, abraçou sua fé e fez dela um verdadeiro escudo. Com o tempo, descobriu que a “grande ideia” de sua vida estava na indústria cinematográfica. Em 1996, ele fez um estágio na Handprint Entertainment e, em 1998, recebeu um convite para trabalhar na Overbrook Entertainment, onde aprendeu mais sobre a indústria do entretenimento e conheceu de perto o ator Will Smith e o produtor James Lassiter. Mesmo durante a graduação na Universidade do Sul da Califórnia, Franklin enfrentou dificuldades para conciliar a fé adventista com a rotina de estudos e trabalho. Em vez de ser prejudicado por observar o sábado bíblico, ter sua fé testada apenas reforçou a convicção de quem ele realmente era, destacando-o como alguém autêntico e confiável. “Não há uma separação entre a vida pessoal, profissional e religiosa. Elas são, na verdade, a mesma coisa”, defende o executivo mais jovem de Hollywood. Ele compara as dificuldades que viveu durante a infância – como a ausência do pai, que antes de falecer perdeu o emprego e abandonou a família por conta do alcoolismo – e na vida adulta, ao processo criativo de produzir o roteiro de um filme.

“No cinema, você não sai por aí e produz um filme num dia claro, com o céu azul. Primeiro, é necessário criar um roteiro. Isso leva tempo. Da mesma forma, passamos por um processo até desenvolver nossa integridade e talento, o que irá nos preparar, lá na frente, para assumir a posição que almejamos”, aconselha. valores Conhecido no mundo das celebridades como um homem íntegro, que não tem vergonha de priorizar sua fé, antes mesmo do trabalho, Franklin tem uma definição bem peculiar de sucesso. “O sucesso é paz. Antes de tudo, você precisa ter paz. Você precisa gostar de ser quem Deus fez você ser. Seja lá qual for sua posição, Deus criou você para ter paz consigo mesmo, e acredito que o sucesso começa exatamente aí”, argumenta. Colocar a fé em primeiro lugar é desafiador para quem vive de uma indústria interessada somente nos bilhões de dólares que fatura anualmente. Isso inclui rejeitar convites importantes e ordens que não estejam de acordo com seus princípios. “Já neguei alguns tipos de trabalho por causa de minha fé. Não quero esse negócio mais do que eu quero a vontade de Deus. Se tem alguma coisa que não é certa, e não vou fazê-la, serei claro a respeito do porquê que não estou fazendo aquilo”, reitera o executivo. Franklin já deu provas de sua seriedade. Ele manteve um voto de castidade de dez anos com a então namorada e noiva, a atriz e produtora Meagan Good, com quem é casado desde junho do ano passado. Se ele estiver certo; se nossa vida for de fato um filme, pode ser que o “final feliz” que você sonhou para a sua não esteja na fama ou poder. Não se preocupe ou se frustre! A realização profissional e pessoal só é completa quando você sabe quem é e vive de acordo com o que acredita. Como diz DeVon: “Só entre pela porta em que cabe a sua fé”.

Para saber +

Produced by Faith, de DeVon Franklin com Tim Vandehey (Howard Books, 2011). Veja a entrevista de DeVon Franklin para a Conexão 2.0 e para a Oprah Winfrey.

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Aprenda

virar

A se

Texto Eduardo Rueda Ilustração Rogério Chimello

sem dicionário

VOCê SE CONSIDERA uma pessoa inócua, loquaz ou rubicunda? Se você não tem tanta intimidade com o Português, não se desespere: para isso serve o dicionário. Mas, convenhamos, ninguém leva um Aurélio pra todos os lugares, muito menos quando se tem um gadget na mão. Por isso, a Conexão 2.0 vai ensinar você a descobrir o significado de boa parte das palavras sem precisar de dicionário e, acredite, sem internet. Pegue no ar Muitas palavras da nossa língua têm origem no grego e no latim. Basta aprender alguns radicais (raízes das palavras), prefixos (o que vem antes da raiz) e sufixos (o que vem depois) pra “pegar no ar” o significado delas. Veja alguns exemplos:

PreFixos

Eles ajudam bastante. Por exemplo: Hiper está relacionado a excesso ou superioridade (hipertensão, hiperatividade, hipermercado). Meta tem o sentido de mudança, transformação ou aquilo que vai além (metáfora, metamorfose). Pos traz a ideia do que está depois (posterior, póstumo, postergar).

A palavra xenofobia (aversão a pessoas ou coisas estrangeiras) vem da união xeno (estranho ou estrangeiro) + fobia (medo). xenomania, por outro lado, vem de xeno + mania (loucura) e significa paixão por tudo que é estrangeiro. Falando em louco, manicômio vem de mania + cômio (lugar de tratamento). Você sabe a diferença entre ovíparo e ovívoro? Ovíparo vem de ovi (ovo) + paro (que produz) e significa “animal que põe ovos”. Ovívoro, por sua vez, vem de ovi + voro (que devora, que come) e significa “animal que se nutre de ovos”. Quem escreve certo tem uma boa ortografia, orto (direito, correto) + grafia (escrita). Pra consertar o sorriso a gente vai ao ortodontista, ou ao ortopedista pra arrumar a postura.

radical semPre igual

Valem algumas máximas também: Tudo que tem o radical logo se refere a estudo: Geologia (estudo da terra), Patologia (estudo das doenças, não dos patos!), Teologia (estudo de Deus), etc. Tudo que tem cida, mata (homicida, suicida, genocida). Tele tem a ver com distância (telefone, telescópio). Teca está ligado a coleção (biblioteca, videoteca). Tudo que tem zoo é animal (zoológico, zoologia).

Agora, é só ir juntando prefixos, radicais e sufixos pra se ter um glossário mental que, com certeza, vai fazer você arrebentar a boca do aeróstato... quer dizer, do balão! Para ter acesso a uma lista completa, procure uma boa gramática ou digite “radicais, sufixos e prefixos gregos e latinos” no seu buscador. Fontes: Domingos Paschoal Cegalla, Novíssima gramática da Língua Portuguesa (Companhia Editora Nacional, 2011); Paulo Flávio Ledur, Português prático (AGE, 2001); Edmon Neto de Oliveira, Morfologia – processo de formação de palavras – radicais, prefixos e sufixos (e-Tec Brasil).

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suFixos

Dá pra brincar com eles também. Quando o assunto for pr ofissões, lembre-se do “ãodorista” (cirurgião, vendedor, dentista...). Pr a quem gosta de exag erar, pode ser íssimo, ér rimo ou limo (belíssim o, paupérrimo, facílim o). No diminutivo: ac ho, inho/ inha, ote (riach o, livrinho, filhote).


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