Conexão 2.0 - Viagem no tempo

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DILEMA: Se Deus é bom, por que nós sofremos?

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Out-Dez 2016 – Ano 9 no 40

Exemplar: 8,05 – Assinatura: 25,60

ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE

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Dois estudantes rodam o Brasil para conhecer os primeiros passos da educação adventista

________ Editor ________ Ger. Didáticos

AO PONTO: CANTOR FALA SOBRE IDENTIDADE CRISTÃ

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LIÇÃO DE VIDA: A BIÓLOGA CRIACIONISTA QUE VIVE NAS ILHAS DE DARWIN

MUDE SEU MUNDO: RAINHA CONDECORA JOVEM SONHADOR

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Da redação

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Editor Wendel Lima

4 CONECTADO

A OPINIÃO DE QUEM SEGUE E CURTE A REVISTA

NOSTALGIA

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GLOBOSFERA

LIVROS RELIGIOSOS, SAÚDE NO CAMPUS, FILMES CRISTÃOS E A RELEVÂNCIA DA BÍBLIA

8 ENTENDA

O COMPORTAMENTO DO ESTUDANTE BRASILEIRO

William de Moraes

HÁ EXATOS 20 anos, eu me despedia da minha turma da 8 série (hoje 9 ano) do Colégio Adventista de Tucuruvi, em São Paulo. Turma que se uniu nos estudos, nas competições esportivas e nas gincanas solidárias. Em 2002, eu ingressaria num campus adventista (Unasp) para cursar duas graduações. No fim desse período, seria convidado para trabalhar como capelão no Colégio Adventista do Portão, em Curitiba. Em 2009, receberia o chamado para servir na CPB, onde há sete anos edito uma revista destinada aos jovens da igreja e alunos do Ensino Médio (Conexão 2.0). Desde meados de 2015, também sou o líder local de uma congregação que se reúne na capela do Colégio Adventista de Tatuí (SP). E, em 2017, meu filho, que completará quatro anos, vai também dar seus primeiros passos na rede educacional adventista. Como você pôde perceber, esse sistema de ensino marcou minha vida nas últimas décadas e deve continuar fazendo parte da história da minha família. Nesse clima de saudável nostalgia e gratidão pelas oportunidades que tive, lembro-me do que aprendi com pessoas, aulas, projetos, congressos, estágios, leituras e aconselhamentos. Guardo com carinho a lembrança de professores que se aproximaram dos alunos, entendendo que a transmissão de conteúdo só é útil se gerar transformação no ser humano. Recordo das amizades do internato, lugar que por anos acaba sendo uma extensão do lar dos alunos e a porta de entrada para a realidade desafiadora da vida. Levo comigo algumas profundas reflexões feitas em sala de aula, que me ajudaram a entender melhor quem sou, quem Deus é e a realidade que nos cerca. Ao tentar abençoar outras pessoas, desejo retribuir de alguma forma a amizade dos colegas, a orientação dos professores e o investimento e apoio da minha família. A reportagem de capa desta edição mostra que, ao longo de 120 anos de educação adventista no Brasil, Deus fez prosperar o começo humilde de uma iniciativa visionária, não apenas com números que hoje impressionam, mas, sobretudo, com milhares de vidas transformadas. Assim como foi a minha. Para tornar esse relato ainda mais interessante, a jornalista Rebbeca Ricarte, que também é apresentadora do programa Educação da TV Novo Tempo, mesclou ficção e realidade, a fim de contar uma história dentro da grande história. Espero que gostem dessa e de outras matérias, e que se sintam parte dessa trajetória e comemoração.

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22 PERGUNTAS

ETS, O ENDEREÇO DE DEUS, GOVERNO GLOBAL E ELEIÇÕES MUNICIPAIS

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APRENDA

A DESENHAR UM CARTUM

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O R F P

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POR QUE UM DEUS DE AMOR E PODER PERMITE O SOFRIMENTO HUMANO?

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DAN UMA DA I

18 ARTIGO

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ÚDE RISTÃOS BLIA

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DEUS,

UM

... SE O TERREMOTO DE LISBOA NÃO TIVESSE ACONTECIDO

5 AO PONTO

DANIEL LÜDTKE FALA SOBRE UMA CAMPANHA DE RESGATE DA IDENTIDADE CRISTÃ

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CAPA

DOIS ESTUDANTES VIAJAM NO TEMPO PARA DESCOBRIR A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ADVENTISTA NO BRASIL

Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Out-Dez 2016 Ano 9, no 40 Ilustração da capa: Rogério Chimello

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br Serviço de Atendimento ao Cliente Ligue grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 8h às 15h45 Domingo,das 8h30 às 14h

TE O ?

Editor: Wendel Lima Editor Associado: Fernando Dias Projeto Gráfico: Marcos Santos e Éfeso Granieri Designers: Renan Martin e Milena Ribeiro Diretor-Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Uilson Garcia Redator-Chefe: Marcos De Benedicto

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GUE

24 IMAGINE

Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Colaboradores: Edgard Leonel Luz, Almir Afonso Pires, Almir Augusto de Oliveira, Antônio Marcos Alves, Eder Leal, Marco Antonio Leal Góes, Orlando Pedro Renato Frozza, Raquel Xavier Ricarte, Rubens Paulo Silva, Alexander dos Santos Dutra e Rérison Alfer Vasques.

26 MUDE SEU MUNDO

O PROJETO ELOGIADO PELA RAINHA ELIZABETH II QUE FAZ A DIFERENÇA EM PAPUA-NOVA GUINÉ

Assinatura: R$ 25,60 Avulso: R$ 8,05 www.conexao20.com.br

28 LIÇÃO DE VIDA

A PESQUISADORA CRIACIONISTA QUE VIVE NO ARQUIPÉLAGO VISITADO POR DARWIN

Tiragem: 28.500

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Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita dos autores e da editora.

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Informação Conectado & Opinião Globosfera Ao ponto Entenda

conexao20@cpb.com.br

Desabafos, sugestões, interação e dúvidas para a seção Perguntas? É aqui mesmo!

conexao20.com.br

Aqui no colégio do campus da Faama (Faculdade Adventista da Amazônia), utilizamos a reportagem de capa sobre as Olimpíadas nas aulas de Educação Física. Esses relatos dos atletas ajudaram os alunos na compreensão do que vale a pena na vida, e por essa razão são extremamente significativos para transmitir valores. Eles puderam compreender que as lições do esporte se aplicam à vida; que o caminho da vitória muitas vezes passa pelo vale da desilusão e do fracasso, mas que, se mantiverem o foco, a determinação e o domínio próprio, as metas desejadas podem ser alcançadas. Muitas vezes, os atletas não chegam ao ponto mais alto do pódio; assim é na espiritualidade, pois o objetivo não é, necessariamente, chegar em primeiro lugar, mas trilhar o caminho certo com coragem e com os olhos no Reino Eterno. Kleide Souza Benevides (PA)

Perdeu alguma edição ou deseja reler uma matéria de que gostou muito?

Acesse nosso arquivo e folheie todas as edições da Conexão 2.0

Em tempos em que tudo é considerado relativo, infelizmente até dentro das igrejas, é extremamente relevante entender e defender que a Palavra de Deus é verdadeira e absoluta. Como mostrou o infográfico “A importância de interpretar corretamente a Bíblia”, se o relato de Gênesis fosse uma lenda, nossa fé seria vã! Que essa revista ajude muitos jovens a defender sua fé e seu Deus, e a declarar sem medo: “Eu creio!”

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Giovanna Eugênia Petrolina (PE)

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facebook.com/conexao20

Saiba o que vai ser publicado, opine sobre os conteúdos que já saíram e compartilhe com os amigos que não têm a revista.

Ana Paula Cieba: Achei demais a edição de julho-setembro. Dinâmica e com linguagem atual. Todos que leem a revista entendem seu conteúdo. Bruno Esequiel: Preciso urgentemente voltar a fazer a assinatura dessa revista. Estou perdendo muitas edições boas. Paola Neves: A cada trimestre, a Conexão consegue se superar!

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OUT-DEZ

Os temas são sempre atuais e a forma com que são escritos tornam todas as seções e matérias muito atraentes. Gosto de Olimpíadas e amei a reportagem de capa. As dicas de produtividade da seção “Aprenda” são ótimas e vou tentar colocar em prática. Vinícius Ferreira Miranda: Que revista linda! Arte gráfica caprichada. Deus seja louvado!

Recomendo a leitura da Conexão 2.0 de julho, porque aborda assuntos bem atuais, de relevância política e conceitual para a fé cristã. No senso comum, costuma-se dizer que religião e política não se discutem, o que é um erro, pois, como diria Platão, o ser humano é, por natureza, político (por viver na pólis) e religioso (por essa ser uma característica presente em todas as culturas). Vale ressaltar também a reportagem de capa sobre as Olimpíadas e a seção “Perguntas” que tratou da relação entre Deus, o mérito e a imprevisibilidade nos esportes.

O ú O c b r v d a d o m n e a u lh

Chrystian Máximo Mauá (SP)

A cada edição essa revista nos surpreende com seu conteúdo. Foi uma inspiração ler a reportagem sobre as histórias de atletas olímpicos que venceram sem subir no pódio. Pedro Cordeiro Porto Alegre (RS)

Destaco as boas reflexões da reportagem de capa sobre nomofobia (janeiro-março). Por sua vez, a seção “Imagine” estava sensacional. Falar sobre pornografia não é fácil, mas necessário. Quem vê esse tipo de conteúdo não percebe o prejuízo que ele traz para si e para seus relacionamentos. Para finalizar, minha matéria favorita foi a do Fernando Torres sobre carreira profissional. Mesmo depois de concluir a primeira graduação, percebo que há um leque muito grande de oportunidades a ser explorado.

C s t C m d im m

Gladys Angélica Engenheiro Coelho (SP)

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Ao ponto

Texto Camila Torres Ilustração Kaleb Carvalho

NA CONTRAMÃO

O que há de “diferente” nesse último DVD? O projeto não tem músicas com letras baseadas em textos bíblicos, como os três anteriores. Pensamos em temáticas voltadas para a realidade e os desafios do jovem cristão na atualidade. No DVD, em vez de um ambiente de concerto, optamos por algo mais informal e descontraído, que comunicasse a ideia de um encontro entre amigos que cantam, se abraçam, se emocionam e usam o celular para compartilhar o que vivenciam. Como esse DVD representa sua percepção sobre o ministério para os jovens? Como pastor, sempre vi a música como um veículo de comunicação de grande impacto nos jovens. Recentemente, liderando um grupo de

adolescentes e jovens em São Paulo, a Comunidade YES, vi a necessidade de produzir mais músicas para essa geração. Músicas alegres, fáceis de cantar, reflexivas e, ao mesmo tempo, com letras profundas. Músicas que tratassem de temas como o amor e o perdão de Deus, princípios, intimidade com Cristo e missão. Quais os produtos e ações que acompanham esse projeto? Criamos uma camiseta como “uniforme”, a música “Diferente” como grito de guerra, o jogo no Instagram para gerar reflexão sobre o poder das escolhas e a hashtag #EuSouDiferente para testemunhar nas redes sociais. E as ações devem continuar. A ideia é comunicar um conceito de que diferente é aquele que procura ser semelhante

a Cristo e que se une a outros parecidos com ele para juntos fazerem mais por Jesus. Quais atitudes vocês querem estimular? Muitos jovens cristãos têm vergonha de ser diferentes. Somos tentados a assimilar conceitos e comportamentos absurdos e deturpados, que são apresentados pela mídia, a cultura e os amigos. Porém, esse DVD tem a proposta de gerar uma revolução. Queremos estimular a intimidade com Deus, a união entre os jovens e a missão de ser luz do mundo. Acho que esses são os pilares para um cristianismo autêntico e vivo. Essa geração tem ideias e vontade de sobra para trabalhar para Deus, precisa apenas de espaço e de líderes que a apoiem.

Com tanta exposição, você não teme se tornar uma “celebridade gospel”? Acho que isso tem que ver com a postura individual. Não quero ser uma “celebridade”, mas um “modelo”, como Paulo, que dizia ser imitador de Cristo (1Co 11:1). Dessa maneira posso influenciar uma faixa etária que busca referências para definir sua própria identidade. Em alguns casos, ocorrem excessos quando a admiração extrapola o carinho, mas a maturidade de quem está no palco ou no púlpito é o que faz toda a diferença. Quais são os próximos planos? Quero retomar a linha das letras com base na Bíblia e falar sobre a volta de Jesus. Mas os jovens sempre serão a prioridade dos nossos projetos. out-dez

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PASTOR, JORNALISTA E compositor, Daniel Lüdtke coleciona histórias de pessoas que foram tocadas por suas músicas. Com 32 anos, o apresentador do programa televisivo Perfil Musical está trabalhando na divulgação do seu quarto álbum pela gravadora Novo Tempo. Mais do que um produto, o DVD Diferente tem a proposta de ser o grito de guerra de um movimento que resgate entre os jovens o estilo de vida tipicamente contracultural do cristianismo. Para liderar essa campanha, além de contar com o poder de Deus, Lüdtke usa sua visibilidade na TV Novo Tempo e a influência nas redes sociais, nas quais têm mais de 396 mil seguidores.

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© Antonioguillem | Fotolia

Colaboradores: Andrew McChesney, Anne Seixas, Fernando Dias e Kimberly Luste Maran

OS JOVENS E A IGREJA

Uma pesquisa de cinco anos realizada pelo Grupo Barna, nos Estados Unidos, identificou que não existe apenas uma única razão para muitos jovens norte-americanos deixarem a igreja após a adolescência, mas vários fatores. Os principais são: (1) as igrejas têm a tendência de ser superprotetoras; (2) a experiência dos adolescentes com o cristianismo é superficial; (3) as igrejas parecem ser antagônicas à ciência; e (4) a igreja é hostil com aqueles que manifestam dúvidas. O diálogo entre as gerações parece ser um caminho para que todos percebam que a igreja não perdeu sua relevância e que todos são chamados a fazer parte do corpo de Cristo.

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LIBERADO AOS SÁBADOS

A Faculdade de Extrema (FAEX), localizada na cidade com o mesmo nome, no interior mineiro, decidiu alterar seu regulamento interno para amparar os alunos adventistas. Atividades domiciliares e avaliações em horários diferenciados permitem que os estudantes tenham uma alternativa para os requisitos acadêmicos exigidos aos sábados.

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Joseilton Gomes

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ALUNOS DE DESTAQUE

Divulgação

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TEORIA E PRÁTICA

Num ranking divulgado pela American College of Sports Medicine, a maior organização científica de medicina desportiva do mundo, a Universidade Andrews (EUA) foi a primeira instituição privada a receber a condecoração de ouro. A Andrews se destacou por incentivar a prática de atividade física entre alunos e professores. Outras duas universidades adventistas se sobressaem na promoção da saúde: a Oakwood, no Alabama, e a de Loma Linda, na Califórnia.

Fonte: ultimato.com.br

Sam Delaware, estudante adventista de 18 anos do Pacific Union College, na Califórnia (EUA), ganhou o prêmio Sony World Photography Awards 2016 na categoria “retrato”. Considerado um aluno brilhante, ele se destacou num concurso que teve 230 mil trabalhos inscritos. Ray McAllister, o primeiro cego a completar o programa de PhD em Antigo Testamento na Universidade Andrews (EUA), recebeu, no início de julho, o prêmio Dr. Jacob Bolotin, considerado o “nobel dos cegos”. Ele desenvolveu um sistema adicional de símbolos em braile que facilita para os cegos a leitura do texto bíblico em uma de suas línguas originais.

© Tyler Olson | Fotolia

© 4Max | Fotolia

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© Antonioguillem | Fotolia

LIVROS RELIGIOSOS EM ALTA

“NETFLIX” CRISTÃO

© Tyler Olson | Fotolia

Edward Veve, um empreendedor adventista norte-americano, criou um serviço similar ao do Netflix para oferecer centenas de filmes, séries e programas com foco nos valores cristãos. O site Morningstar Video (mstarvid.com) já custou 1 milhão de dólares em investimentos.

74% dos brasileiros não têm interesse em comprar livros e somente 56% da população se consideraram leitores, segundo a Câmara Brasileira do Livro. Dentro dessa realidade, os números apresentados pela pesquisadora Leda Paulani na 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo revelaram que o segmento religioso foi o único que teve picos de crescimento acima da média da economia nos últimos dez anos. Em 2015, o setor de livros religiosos vendeu 559 milhões de reais. Outro detalhe é que as obras desse segmento custam em média 50% menos do que os livros em geral.

A BÍBLIA AINDA É POP

© zix777 | Fotolia

De acordo com uma pesquisa do instituto Barna, a Bíblia ainda é muito importante para os adolescentes norte-americanos. A maioria a considera um livro sagrado (86%), tem seu próprio exemplar (69%) e a lê na versão impressa (70%). Cerca de metade deles lê a Bíblia para se aproximar de Deus (54%), enxerga nela uma fonte de esperança (47%) e acredita que a política seria melhor se os ensinos da Bíblia fossem praticados (53%). O estudo mostrou também que os adolescentes precisam crescer no contato com o texto sagrado: apenas 25% leem as Escrituras ao menos uma vez por semana e, quando o fazem, 31% gastam menos de 15 minutos.

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TÁ NA MÃO DO POVO Segundo pesquisa do Ibope Inteligência, divulgada em agosto:

75% 57%

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40%

dos brasileiros têm smartphone, o dobro do que em 2014 (19%).

utilizam o aparelho para diversão, duas vezes mais do que aqueles que o usam para o trabalho (24%).

dos usuários disseram que a principal função do celular é tirar fotos e acessar as redes sociais.

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Entenda

Texto Wendel Lima Ilustração Lívia Haydée

O comportamento do estudante brasileiro DIVULGADA NO FINAL de agosto, a terceira edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar trouxe dados levantados pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde. Em 2015, foram entrevistados cerca de 2,6 milhões de estudantes do 9o ano do Ensino Fundamental. Desses, 85,5% estudavam na rede pública de ensino e a maioria tinha entre 13 e 15 anos. A condição socioeconômica melhorou: 13,3% das mães dos alunos entrevistados concluíram o Ensino Superior, contra 8,9% em 2012. Porém, o quadro geral preocupa, principalmente quanto ao consumo de álcool e drogas ilícitas, sexo precoce, bullying e violência doméstica. DROGAS

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Álcool: subiu de 50,3% para 55,5% o percentual dos que já experimentaram.

O consumo atual de álcool caiu de 26% para 23,8%.

As garotas na idade pesquisada bebem mais do que os garotos.

Cigarro: o consumo caiu de 19,6% para 18,4%

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Ilícitas: subiu de 7,3% para 9% o percentual dos que experimentaram. Entre esses, o consumo atual subiu de 34,5% para 46,6%. 8 |

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dentre esses

experimentaram

continuam consumindo

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VIOLÊNCIA

SEXUALIDADE

27% já haviam perdido a virgindade. 39% não utilizaram camisinha na primeira relação.

sofreram bullying

9% haviam engravidado, índice bem menor na rede particular (3,5%).

bullying

SAÚDE

25,1% estavam acima do peso.

praticaram

34,4 % dos alunos são fisicamente ativos, crescimento de 4%.

23,3% dos estudantes haviam se envolvido em alguma briga ou luta física no último ano.

14,5% foram agredidos por algum adulto da família.

HÁBITOS GERAIS 23,4% dos alunos faltaram à aula sem o conhecimento dos pais.

7% induziram o vômito ou tomaram laxante para emagrecer.

32,4% haviam dirigido sem habilitação um veículo motorizado.

RR: 41,4% já iniciaram a vida sexual e 7,3% foram forçados ao sexo.

TO: 14,2% dos meninos usaram medicamento sem prescrição médica para ganhar massa muscular. MA: 10,2% dos meninos induziram o vômito ou tomaram laxante para emagrecer.

PE: 18% dos alunos foram agredidos por um adulto da família.

RS: 39,4% das meninas queriam emagrecer.

RJ: 47% dos estudantes nunca ou raramente usaram cinto de segurança.

60% dos estudantes passaram pelo menos duas horas diárias em frente à TV, queda de 18%.

OS MAIS VELHOS SE ARRISCAM MAIS Em comparação com a maioria dos pesquisados (13 a 15 anos), entre os estudantes de 16 e 17 anos... o índice de iniciação sexual dobra...

e quase duplica o uso de drogas

54,7 %

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Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense 2015), disponível em ibge.gov.br. out-dez

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MAPA DOS MAIORES ÍNDICES

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Interpretação Capa & Reflexão Artigo

Texto Rebbeca Ricarte Ilustração Rogério Chimello

Perguntas Imagine

Aventura na história Como você reagiria se tivesse que gastar suas férias realizando um trabalho escolar? Para Pedro e Marina, o que parecia um castigo acabou se tornando uma das melhores experiências da vida deles

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QUANDO O SINAL tocou às 12h40 para a última aula daquela sexta-feira, os alunos estavam eufóricos. Na sala, a turma do 1o ano do Ensino Médio contava as horas para sair de férias, e só faltavam 50 minutos para que aquela expectativa se tornasse realidade. O felizardo que iria declarar o início do esperado recesso do meio do ano para aquela turma de 35 adolescentes seria o professor Márcio, sujeito de estatura mediana, que adorava camisa xadrez de mangas curtas e lecionava História de um jeito cativante. Naquele momento, os alunos já se consideravam de férias, e era difícil, até mesmo para o experiente professor, controlar a conversa na turma. Até que ele teve a brilhante ideia de subir na mesa para que todos ficassem calados e atentos às suas palavras. “Quarenta dias de férias. Esse é o período que vocês têm de descanso pela frente. Mas, como vocês foram excelentes alunos nesse primeiro semestre, imaginei que não gostariam de ficar tanto tempo longe da História. Por isso, preparei uma atividade especial dessa matéria para as férias”. As palavras do professor foram recebidas por rostos aflitos e um ar de desânimo por parte da turma. Como assim um trabalho para as férias? Não parecia justo! Mas era exatamente aquilo que iria acontecer. Os alunos precisariam formar duplas e vivenciar uma

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rdou dinheiro durante a vida para Renato, professor aposentado, gua grande história e recontá-la num visitar os locais onde aconteceu uma realizar esse sonho. livro. Pedro e Marina o ajudaram a

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O ANÚNCIO NO JORNAL Pedro e Marina já haviam combinado de almoçar na lanchonete preferida deles naquele último dia de aula. E o “balde de água fria” que tinham acabado de receber não iria mudar os planos. Eles eram amigos desde o jardim da infância, e, mesmo com as diferenças, sempre faziam tudo juntos. Enquanto comiam naquela tarde, começaram a pensar em como realizar o trabalho de férias, mesmo que ainda chateados com aquela situação. Pedro já tinha planos de acampar com alguns amigos durante o fim de semana, e Marina pretendia ir com a mãe e a irmã visitar uma tia, que morava em outro estado. Marina estava pensando em algo como “uma semana no zoológico estudando a vida dos animais que vivem em cativeiro”, quando Pedro interrompeu as ideias da amiga ao ler um anúncio do jornal da cidade: “Procura-se dois jovens para uma grande aventura. Se você gosta de fotos, pessoas e histórias, fazer contato imediatamente”. Logo abaixo, havia o telefone e o endereço de um professor aposentado que morava não tão longe dali. Pedro e Marina se olharam, e, sem falar nada, já sabiam: aquela parecia ser uma ideia no mínimo intrigante para um trabalho de férias. Enquanto Pedro pagava a conta, Marina deu um toque para o telefone do anúncio e marcou o encontro. Os amigos saíram da lanchonete rindo e esperando o que iriam se deparar. Uma casa pequena, sem muros e com janelas e portas azuis. A dupla tocou a campainha, e foi recebida com um cordial boa-tarde do professor Renato. Enquanto entravam e se assentavam no pequeno sofá da sala, Pedro e Marina ficaram impressionados com o local e com aquele senhor, que aparentava uns 70 anos e estava impecavelmente vestido para um encontro informal com dois adolescentes.

A sala dele era, no mínimo, inusitada! O sofá de dois lugares era complementado por uma mesa pequena de madeira, e absolutamente tudo ao redor era preenchido por livros. Estantes repletas de volumes e mais volumes iam até o teto. A sala do professor Renato era uma biblioteca particular. Estou muito feliz que vocês tenham vindo, e, pelo que a Marina me contou por telefone, parece que os planos de férias da turma foram frustrados. Por isso, acho que vamos poder fazer um bom trabalho juntos. Digamos que vamos nos ajudar mutuamente. Sou um professor aposentado que há muito tempo sonha em contar uma história, o que exige fazer uma longa viagem. Como não estou acostumado com as novas tecnologias, preciso de dois jovens que me ajudem a registrar no computador e por meio de fotografias essa viagem no tempo. O que acham? Os amigos tentavam se comunicar apenas pelo olhar. Era perceptível que Marina já estava sentimentalmente envolvida com a proposta, mas Pedro ainda estava um pouco desconfiado. Por isso, tomou a iniciativa de continuar o diálogo. “Para onde exatamente temos que ir e o que devemos fazer?”, ele quis saber. “Nos próximos 30 dias, precisamos viajar pelas cinco regiões do Brasil. Vamos fazer trajetos de avião, carro e barco. Não vai ser fácil, mas garanto: será uma aventura e tanto! Há dez anos guardo dinheiro para isso, e sinto que finalmente chegou a hora. Vou escrever um livro contando a história que vamos revisitar. Então, o que me dizem?”, insistiu o professor. “Nós dizemos sim”, respondeu Marina, sem vacilar. Pedro ainda não acreditava na resposta impulsiva da amiga. Ele esperava convencê-la do contrário assim que saíssem pela porta. Enquanto isso, a garota passava para o professor Renato os telefones e endereços dos pais deles para que ele entrasse em contato e explicasse seu projeto autoral e sonho de vida e assim os convencesse a liberá-los para a viagem. Ao voltar para casa, Pedro parecia ainda não ter entendido bem a proposta. Que sonho seria aquele? Que história tão importante precisaria de 30 dias e tantas viagens para ser contada? Enquanto o garoto estava intrigado, Marina já pensava em tudo que precisaria colocar na mala. Definitivamente, eles não sabiam o que os aguardava. ROTEIRO DE VIAGEM Pedro ainda não acreditava que tanto seus pais como os de Marina concordaram que eles viajassem sozinhos com aquele professor aposentado aspirante a escritor. Três dias depois, eles já fechavam as malas para viajar um mês pelo Brasil, o que, por esse ponto de vista, não parecia nada mal. O roteiro incluía oito estados. “Uau! Nem se eu juntar minha mesada e tudo o que ganhar pelos próximos dez anos conseguiria fazer uma viagem dessas! É... pensando bem, ser ajudante de escritor não parece nada ruim”, reconheceu Pedro. “Eu disse que você ia se animar. Vai ser uma superaventura”, lembrou Marina, que começou a fotografar o trio ali mesmo, no aeroporto, prestes a pegar o primeiro voo rumo ao Sul do Brasil para mergulhar em uma história quase desconhecida, e que mexia muito com o coração do professor Renato. out-dez

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experiência histórica juntos durante o recesso. A proposta do trabalho era que, por meio de fotos e depoimentos, eles montassem um mural contando uma história do passado, repercutida no presente e com consequências para o futuro. Parecia dif ícil de entender, o barulho dentro da sala naquele momento era intenso. As duplas começaram a se formar, mesmo que, ainda incrédulos, os alunos esperassem pela desistência do professor. Mas isso não aconteceu. O sinal tocou. Era apenas o início das férias. E, para dois alunos, o começo de uma jornada inesquecível.

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1o DIA

SUL: A PRIMEIRA ESCOLA Curitiba estava gelada e chuvosa, para variar. Marina recebeu orientações para fotografar os principais pontos do roteiro, sem deixar de registrar o nome dos locais e personagens. Pedro era responsável por gravar as entrevistas e transcrever as informações mais importantes para o computador, assim como aquilo que ele escrevesse no bloco de notas. O material seria a base para que o professor produzisse o livro. A primeira parada do grupo foi na rua Paula Gomes, 290. Uma casa vermelha, de enormes janelões, atualmente fechada, mas que existe há mais de um século! Naquela instalação funcionou o Colégio Internacional, a partir de 1o de julho de 1896.

A escola foi um sucesso em Curitiba! Naquele período era obrigatório que os colégios da cidade abrissem aos sábados. Para cumprir a lei, o Colégio Internacional oferecia as atividades religiosas que integravam seu currículo aos sábados. Logo, funcionava como uma espécie de igreja nesses dias. Com o crescimento, a escola mudou de endereço duas vezes, chegando a operar no prédio mais imponente da capital no período. Mesmo indo bem, anos depois o colégio foi inexplicavelmente fechado. Voltando a abrir as portas em 1928, no cruzamento das avenidas Saldanha Marinho e Brigadeiro, junto ao principal templo adventista da cidade.

Foi muito emocionante quando a escola nova ficou pronta, passando a ser chamada de Colégio Curitibano Adventista do Bom Retiro. Aquilo sim era uma escola de verdade: linda e com muito espaço para brincar. Hoje me sinto muito realizada por minhas filhas estudarem nessa escola que meus avós ajudaram a construir, em que minha mãe lecionou e onde estudei.

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No restante do dia, o grupo visitou as locações em que a escola funcionou e pôde fazer boas fotos. No dia seguinte, conheceram pessoas cuja história da família se mistura com a da instituição. Lígia de Oliveira, por exemplo, viu a escola começar a operar nos fundos da igreja, quando seu esposo era o pastor local. Depois de anos morando no exterior, a família voltou para a cidade, e foi a filha do casal, Vera Lúcia Dorl, que passou a dar aulas de inglês no colégio. Anos depois, os filhos de Vera Lúcia é que estudaram na escola. A mais nova, Luciana, presenciou a mudança do colégio para o endereço atual.

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Essa escola surgiu seis meses depois que a Igreja Adventista estabeleceu sua primeira congregação na capital paranaense. O Colégio Internacional, como ficou conhecido na época, foi a primeira unidade da rede educacional adventista no Brasil. Existem duas hipóteses para o nome dessa escola: o fato de que o ensino era bilíngue (português e alemão) ou que seu pioneiro, o professor Guilherme Stein Júnior, havia estudado numa escola em São Paulo com esse mesmo nome. Guilherme Stein Júnior, o primeiro adventista a ser batizado no Brasil, aplicou no colégio curitibano o método fonético para alfabetização criado pelo professor Felisberto de Carvalho, algo revolucionário para a época, pois acelerava o processo. Um tempo depois, Stein se mudou para Gaspar Alto (SC) a fim de fundar outra escola da igreja. Em Curitiba, ele foi substituído pelo professor Paulo Kramer, que emigrou da Alemanha, trazendo materiais didático-pedagógicos, como pranchas e sólidos geométricos, novidades no Brasil.

Encantados, Marina e Pedro registravam tudo o que o professor dizia. Os dois adolescentes estudavam em um colégio adventista e jamais imaginaram que fizessem parte de uma rede escolar tão tradicional e com um início tão interessante.

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4o DIA

SUDESTE: NA METRÓPOLE E NA SERRA Após três dias em Curitiba, ouvindo histórias e conhecendo os locais em que a rede adventista se estabeleceu, chegou a hora de os amigos viajarem para a região Sudeste. Após uma manhã inteira no carro, finalmente chegaram à zona sul de São Paulo. No caminho, Marina foi fotografando os arranha-céus, a famosa ponte estaiada, que liga os bairros Brooklin e Morumbi, até chegar ao Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). Aquele lugar parecia um refúgio no meio da caótica cidade que não dorme. Um ambiente tranquilo, arborizado, onde estruturas antigas se misturam com toques de modernidade, e uma multidão de alunos circula manhã, tarde e noite. Em frente ao templo do campus, um monumento que retrata Jesus e as crianças chamou a atenção do professor Renato. O grupo parou, e Cleide Borba, uma simpática senhora que trabalha na instituição, começou a narrar a história do local.

Esse monumento representa a trajetória centenária dessa escola. Foi em maio de 1915 que tudo começou de maneira muito simples. Imaginem que, há um século, São Paulo estava longe de ser essa metrópole! Aqui era uma fazenda conhecida como “as terras de Pantaleão”, que ficava a mais de 20 km do centro. O irmão do meu bisavô, Libório Klein, saiu do bairro Santo Amaro de charrete e veio visitar essas terras junto aos compradores da fazenda. Desde então, as cinco gerações da minha família passaram por aqui, incluindo hoje meus filhos. O começo dessa instituição foi bem dif ícil, pois as aulas começaram no mesmo ano em que a fazenda foi comprada. Os alunos, verdadeiros pioneiros, dormiam em barracas, porque não havia dormitórios nem refeitório.

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Toda aquela história surpreendeu o grupo que, após dar uma volta no campus e conversar com mais alguns alunos e funcionários, pegou a estrada rumo ao interior paulista para visitar os outros dois campi (Hortolândia e Engenheiro Coelho) que hoje formam o centro universitário. Após alguns dias de visitas na região metropolitana de Campinas, os amigos seguiram para uma viagem longa até o Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, não deu nem para aproveitar as belezas naturais como o Corcovado e o Pão de Açúcar, porque o destino do grupo era a serra fluminense. Acompanhados do historiador Paulo Costa Oliveira, eles subiram a estrada sinuosa em direção a Petrópolis ouvindo uma aula sobre a trajetória do Instituto Petropolitano de Ensino (Ipae). O clima e o relevo da serra chamaram a atenção do grupo, que ficou impressionado. Como foi possível construir uma escola entre rochas tão exuberantes? No fim da tarde, eles conheceram a família da professora Maria Mateus, que há quatro gerações participa da história da instituição.

Essa cidade foi capital administrativa do Brasil imperial, pois D. Pedro II se encantou pelo clima da região e acabou trazendo traços da corte que até hoje podem ser observados na arquitetura local. A Igreja Adventista escolheu essa região para estabelecer mais um colégio em sistema de internato em 1936. A estrada era de barro e o único prédio que existia só tinha paredes e teto. Foi por isso que, num dia de fortes chuvas, a água entrou nos quartos, estragando as malas de papelão dos alunos. Os estudantes tiveram vontade de desistir, mas a instituição seguiu firme, e pouco a pouco foi sendo estruturada. Meu pai, Elias Mateus, esteve aqui na inauguração da escola. Logo depois, vim para cá com o objetivo de estudar. Meus filhos também tiveram essa experiência, e agora meus netos também. out-dez

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Esculturas no cam pus São Paulo celebram o centen ário do Unasp

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o 12 DIA

CENTRO-OESTE: NO CORAÇÃO DO BRASIL Saindo de Petrópolis, o grupo desceu a serra e tomou um voo do Rio de Janeiro para Campo Grande (MS), a cidade que sediou a primeira escola adventista na região Centro-Oeste, na década de 1930. As primeiras unidades da rede surgiram num modelo paroquial, em que as escolas compartilhavam as mesmas instalações da igreja e serviam como extensão dos valores religiosos que os pais queriam transmitir aos filhos. Na capital sul-mato-grossense, o grupo fez um tour acompanhado do jornalista e historiador Genival Mota. Eles pararam em frente a uma farmácia, no cruzamento das avenidas Barão do Rio Branco e Rui Barbosa, no centro da cidade, para conhecer o início da história da educação adventista na região. Foi nesse prédio que tudo começou, com a professora Feliza Mota lecionando para todas as turmas do nível primário. Com o tempo, o número de adventistas cresceu e o espaço compartilhado com o templo ficou muito apertado. Foi por isso que a igreja se mudou para Amambaí, um bairro em crescimento na época. Nas novas instalações, salas foram construídas nos fundos da igreja. Porém, com o crescimento, surgiram duas grandes escolas com instalações próprias, que juntas tem hoje mais de 2,5 mil alunos.

Sou professor de dedicação exclusiva nesta instituição e pós-doutor em Engenharia Elétrica. Devo muito do que sei hoje à educação que tive no colégio adventista. Comecei a estudar na escola quando ela ainda funcionava nos fundos da Igreja do Amambaí e depois acompanhei a transição para o prédio atual, o que nos proporcionou mais espaço e conforto. Estudei nesta escola até o Ensino Médio, quando consegui ingressar direto na universidade. Mas meus princípios e valores aprendi na escola adventista.

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Marina ouviu atentamente sobre o trabalho do doutor Godoy, um jovem promissor, que desenvolve pesquisas reconhecidas internacionalmente. De posse daquelas informações, ela passou a rascunhar na mente como tudo o que estavam aprendendo tinha relação com os requisitos do trabalho de férias apresentado pelo professor Márcio: escolher um objeto de estudo que integrasse elementos do passado, presente e futuro.

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Em Campo Grande, Pedro, Marina e o professor Renato conseguiram visitar os três locais em que a escola adventista funcionou, e ainda ouvir em primeira mão os relatos de quem testemunhou as várias fases da instituição. Uma das histórias não tão antigas que ouviram foi a de Rúben Godoy, que recebeu o grupo na sua sala de trabalho na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

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Dr. Rúben Godoy, profes sor da Universidade Fed eral do Mato Grosso do Sul e ex-aluno da rede adv entista

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Não existe uma data precisa para o início da educação adventista na região. O que sabemos é que tudo foi motivado por um senhor chamado Pedro Fiscal, que morava na comunidade Porto Novo do Corrente, a cerca de 900 km de Salvador. Em 1915, ele decidiu ir até São Paulo para assistir à inauguração do Colégio Adventista Brasileiro, atual Unasp. Lá chegando, ele convidou uma professora local para abrir uma escola no interior da Bahia. Sua iniciativa só teve sucesso anos depois, mas não há registros de quando isso ocorreu. Essa pequena escola, no entanto, logo fechou. O que se sabe é que entre 1925 e 1929

Com a missão cumprida na Bahia, o grupo seguiu 15 horas de carro até Recife (PE). No caminho, o sol foi severo. Bancas de frutas na beira da estrada convidavam para uma pausa a fim de desfrutar um pouco da região, que produz frutos doces mesmo nos locais mais secos. Chegando à capital pernambucana, o calor foi amenizado pela brisa marítima, e, apesar de cansados, eles quiseram logo ir ao primeiro ponto: o bairro do Arruda, onde o historiador Abimael Gadelha os esperava. Esta foi a primeira escola em Pernambuco, fundada na década de 1930, quando o pastor Jerônimo Garcia chegou à cidade como pastor geral da Igreja Adventista para a região. Foi a esposa dele, Rosa Garcia, que assumiu o projeto inicial da escola que, como outros colégios, começou nos fundos da igreja. Atualmente, o Colégio Adventista do Arruda tem mais de mil alunos.

teve início a primeira escola adventista de Salvador. A unidade foi fundada pela professora Filonila dos Santos, uma baiana que tinha ido estudar no Colégio Adventista Brasileiro. Antes de ocupar o prédio atual na Cidade Baixa, o Colégio Adventista de Salvador teve três endereços. Além das belas paisagens da capital baiana, com águas azuis e cristalinas, o grupo visitou o aposentado Zózimo Reis, de 87 anos, personagem ilustre que emocionou o professor Renato. Em sua farmácia, no centro da cidade, Zózimo recebeu os visitantes. Eu tinha entre seis e sete anos quando comecei a estudar nessa escola, e era apenas uma professora para todas as turmas. Como não tinha todas as séries, precisei estudar em outras escolas, depois ingressei no curso de Farmácia da Universidade Federal da Bahia. E fiz questão que todos meus filhos passassem pelo colégio adventista. E hoje meus netos também estudam lá.

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NORDESTE: DO SERTÃO AO LITORAL Três dias na cidade de Campo Grande foram suficientes para conhecer todas as instalações em que a educação adventista começou. Na sequência, o grupo precisou seguir viagem. Salvador (BA) foi o destino seguinte. Um caloroso sol esperava os caçadores de histórias. O guia do grupo na cidade seria o pastor e pesquisador Nesias Joaquim dos Santos, que apresentou para eles lugares e fotos importantes.

15o DIA

Mas, além da escola inicial, outra instituição, que surgiu um pouco depois no interior do estado, chama a atenção de quem estuda a história da educação adventista no Brasil. Interditado em 2000, após uma terrível enchente, o Educandário Nordestino Adventista marcou gerações. Suas portas foram fechadas, mas a igreja não deixou de sonhar com a continuidade dessa história. Por isso, inaugurou em 2013, em Gravatá, a 90 km de Recife, o Instituto Adventista Pernambucano de Ensino (Iape), que continua o legado iniciado pelos pioneiros. out-dez

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o 22 DIA

NORTE: DENTRO DA AMAZÔNIA Ouvir aquelas histórias motivou o grupo a continuar a jornada que já chegava ao fim. Na sequência, os amigos tomaram um voo de 3 horas de Recife até Belém. Chegando à capital paraense, terra do açaí, onde chove todas as tardes, eles foram recebidos pela professora Cleonice Corrêa, uma simpática senhora de 87 anos, que conta uma história que ela mesma viveu. Fui aluna pioneira da primeira escola adventista do Norte do Brasil, inaugurada em 1943. Nosso pastor na época, um norte-americano, queria muito que uma escola funcionasse nas instalações anexas à igreja. Minha irmã mais velha, Esmeralda Fonseca, foi a primeira professora dessa instituição. Logo a escola ficou pequena, e nos mudamos para um prédio no bairro São Brás, onde está até hoje. Naquele mesmo período, muitas famílias adventistas chegaram de várias regiões do Brasil atraídas pela construção do Hospital Adventista de Belém. Foi nesse contexto que a igreja decidiu estabelecer uma escola diferenciada, com forte vocação para o ensino de habilidades domésticas e úteis para o cotidiano: o Colégio Adventista Grão-Pará, que tem hoje 1.560 alunos.

Depois de se emocionarem com as histórias da capital paraense, o último destino da viagem do grupo foi a Floresta Amazônica. Pedro, mais do que todos, ansiava por aquele momento. O garoto, que tinha deixado de acampar com os amigos naquelas férias, nunca desperdiçava uma boa aventura em meio à natureza. Chegando em Manaus, foi preciso tomar um barco e viajar por quase 8 horas até Maués, no coração da floresta. Os visitantes foram recebidos por uma família muito querida, que vive em Manaus, mas tem suas raízes onde a história da educação e do próprio adventismo teve início no Amazonas. E a pioneira em questão é Áurea Araújo, que, aos 95 anos, relembrou detalhes com surpreendente lucidez. O pastor Leo Halliwell chegou a essa região com as lanchas Luzeiro. Ele, a esposa Jessie e outros voluntários traziam assistência de saúde para gente. À noite, eles faziam séries de pregação pública em Maués, e nós íamos aprender sobre a Bíblia. Foi o pastor Leo quem me batizou no rio. Com o tempo, esses voluntários perceberam que precisavam ter uma escola adventista ali, e um senhor chamado Michiles ofereceu um alpendre na sua fazenda para começar a escola. Por causa da distância, passávamos a semana na Fazenda Centenário, onde ficava a escola e, no fim de semana, voltávamos para casa. Trouxeram um professor alemão, chamado João Gnutt, que, com a esposa e as filhas, dava aulas para a gente. Era tudo muito simples, mas nós estudávamos de verdade!

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Áurea cresceu, casou-se e se mudou para Manaus, onde foi morar próximo à primeira igreja adventista da cidade, na rua 7 de Setembro. Lá, seus filhos estudaram na primeira escola da capital, fundada em 1947. O legado hoje ficou para os netos e bisnetos, que todos os dias vestem um uniforme com estilo e cores diferentes, mas que também estampa o nome da educação adventista.

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A HISTÓRIA CONTINUA Oito destinos, 30 dias 30o DIA de aventura. Após quatro semanas juntos, Marina, Pedro e o professor Renato estabeleceram laços por causa de uma história que seria contada a seis mãos. Cada um com seus talentos, eles organizariam os fatos nas páginas de um livro que, um dia, também viraria história. Havia chegado a hora de fazer as malas e voltar para casa. Era fim de viagem e missão cumprida. No voo de 4 horas e meias de retorno até São Paulo, eles não eram mais um trio de dois adolescentes e um professor aposentado, mas amigos que, em silêncio, reviram um filme passando na memória. O professor Renato havia realizado seu sonho, enquanto Marina e Pedro teriam um bom trabalho para apresentar. Mais do que isso, aprenderam, como havia dito o professor Márcio, que História vai muito além dos livros: ela tem que ver com a vida e suas implicações no passado, presente e futuro.

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Rebbeca Ricarte é jornalista da TV Novo Tempo, e, entre 2015 e 2016, fez esse roteiro de viagem para gravar um documentário sobre os 120 anos da rede educacional adventista no Brasil (o material está disponível em novotempo.com/educacao). Os personagens Marina, Pedro e Renato são fictícios. Os demais entrevistados são reais.

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Artigo

Texto Fernando Dias Ilustração Thiago Lobo

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Se Deus existe, é bom e todo-poderoso, por que permite o sofrimento?

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EXPLICAÇÕES INSATISFATÓRIAS Por ser religioso, ouço muito a pergunta: “Se Deus existe e é amor, por que tanta gente sofre?” Normalmente, aceitamos a dor consequente do erro. Se o sofrimento pune o pecado, é justificável. Mas a relação de causa e efeito nem sempre é precisa. Conheci um jovem revoltado e ingrato que se atirou da cobertura de um edifício e sobreviveu. Também conheci uma amável senhora que morreu como consequência de um tropeção em casa. Um fumante inveterado que completou saudavelmente o centésimo aniversário, e um adolescente que nunca inalou a fumaça de um cigarro e morreu de câncer de pulmão! O mal é para todos. Não importa o que uma pessoa tenha feito: algumas venturas e desventuras não terão nenhuma relação com suas escolhas. A frustração com a arbitrariedade do sofrimento é expressa, por exemplo, no Salmo 73 (versos 3, 4, 12, 13 e 16). Nesse trecho, Asafe questionou a sorte dos maus e a desgraça dos bons. O fato é que os questionamentos levantados por ele ainda ecoam. E por isso têm sido elaboradas inúmeras respostas para esse dilema. Várias delas são religiosas, mas ainda assim insatisfatórias, porque não retratam a explicação bíblica. No quadro ao lado, você pode conhecer as principais.

QUESTÃO COMPLEXA Há três premissas aparentemente inconciliáveis para explicar a experiência humana da dor: (1) Deus é amor, (2) Deus é todo-poderoso e (3) o mal existe. Veja a seguir como algumas visões de mundo tentam resolver esse dilema.

Ateísmo a) Deus é amor b) Deus é todo-poderoso c) O mal existe Deísmo a) Deus é amor b) Deus é todo-poderoso c) O mal existe Panteísmo a) Deus é amor b) Deus é todo-poderoso c) O mal existe 34772 – CONEXÃO 4trim/2016

ENQUANTO ESCREVO ESTA matéria, há no ar a sensação horrível do que é viver neste mundo em que a dor interrompe a alegria. Do meu escritório, em casa, ouço o som da TV noticiando um atentado terrorista. Enquanto o mundo se apavora com um reincidente ato assassino, minha família vive um desapontamento particular. Depois de viver 10 anos e 25 dias, o Dicky, nosso cão poodle, faleceu. Sua ausência é uma incisiva lembrança de que a morte existe e de que a dor é um cálice amargo que cada um, mais cedo ou mais tarde, terá que provar. Tanto em escala global quanto no aspecto pessoal, nada é mais democrático que a dor. Como líder espiritual, acompanhei o sofrimento de inúmeras pessoas. Realizei funerais, alguns em circunstâncias que mesmo a religião não tem muitas palavras de conforto aos enlutados... O que falar durante o sepultamento de um suicida? Ou de um jovem morto a tiros enquanto roubava? E, mesmo quando a religião oferece alguma esperança, o que dizer a um pai que perde seu filho adolescente?

Teísmo aberto a) Deus é amor b) Deus é todo-poderoso c) O mal existe Fonte: Adaptação do artigo “As Cinco Respostas ao Problema do Mal”, de Michael C. Patton. Disponível em: reforma21.org.

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Para o ateu, o problema se resolve negando a existência de um Deus de amor e poder, uma vez que o mal é uma realidade incontestável. Chamei a segunda explicação de deísta porque, para essa filosofia racionalista, Deus não interfere no mundo nem faz nada por ninguém. Mesmo não sendo deístas, alguns cristãos responsabilizam o Criador pelo mal. Eles entendem que todo acontecimento, bom ou ruim, seja resultado de uma escolha de Deus. Para alguns evangélicos dessa linha, o Todo-poderoso criou pessoas sem chances de salvação e que, após a morte, padecerão a eternidade em sofrimento eterno no inferno. Paulo Aragão Lins, em seu livro O Que a Bíblia Não Diz… Mas Muitos Pregadores e Mestres Dizem, opina que Deus criou o diabo para ser o diabo e fazer o mal e se opor ao bem. Nessa explicação, a soberania divina é superestimada em detrimento do amor de Deus. Por sua vez, as religiões orientais “resolvem” o enigma do mal negando sua existência. “O mal não existe realmente. Todos os males são falsas existências. Não te deixes arrastar pelo mal. Afinal, és filho de Deus, que é o bem”, escreveu o guru Masaharu Taniguchi, fundador da religião seicho-no-ie, no livro A Verdade da Vida. Concepções como essa derivam da visão de mundo panteísta, para a qual Deus, que é o bem, permeia tudo, e o mal é uma face do bem. Aliás, essa é uma percepção equivocada da realidade; o sofrimento é óbvio demais para ser negado ou confundido com o bem. Talvez o livro mais popular do mundo sobre o problema do mal seja Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas (Nobel, 2000), com mais de 4 milhões de exemplares vendidos. Nele, o rabino Harold Kushner propõe uma solução inusitada para o problema do sofrimento, a que teólogos chamaram de teísmo aberto. Após refletir sobre o sofrimento e a morte precoce de seu filho, portador de uma doença genética rara, Kushner defende o amor de Deus, mas nega sua onipotência. Para o rabino, Deus não extingue o sofrimento porque não consegue fazê-lo, mas podemos contar com Ele para nos confortar e animar. Deus se resumiria a um treinador que grita palavras de ânimo de fora do campo enquanto as pessoas disputam o jogo da vida. O ponto é que nenhuma dessas explicações parece ser satisfatória nem verdadeira, porque não conciliam a soberania e o amor de Deus com a realidade do sofrimento. Afinal, se Deus não for amável nem todo-poderoso, não poderá merecer nossa devoção.

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A ORIGEM DO SOFRIMENTO Sobre a questão do sofrimento, a Bíblia estabelece três premissas aparentemente inconciliáveis: Deus

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é amor (1Jo 4:8); Ele é todo-poderoso (Gn 17:1); e o mal existe (Ec 8:6). Além disso, é importante lembrar que Deus não é o responsável pela existência do mal. Isso pode surpreender muitos que cresceram pensando que Deus determina tudo o que acontece. Porém, Ele não criou o sofrimento, mas seres inteligentes e livres, com capacidade de escolher o bem ou o mal, colhendo assim alegria ou dor. Conhecida como “teodiceia do grande conflito” (veja o texto abaixo), a explicação bíblica para o mal apresenta o inimigo de Deus, Satanás, como o mentor da maldade.

TEODICEIA DO GRANDE CONFLITO a) Deus é amor b) Deus é todo-poderoso c) O mal existe

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Criado perfeito por Deus, um dos anjos do primeiro escalão celestial desejou governar o Universo (Ez 28:15; Is 14:13, 14). Esse sentimento transformou Lúcifer, o anjo de luz, no diabo, aquele que foi lançado ou expulso (Lc 10:18). Questionado em sua soberania, Deus continuou respeitando a liberdade alheia. Houve então o primeiro resultado prático do mal: uma guerra no Céu envolvendo um terço dos anjos do lado de Lúcifer e o restante deles alinhados com Deus (Ap 12:7). Apesar de ser o Todo-poderoso e ter a maioria dos anjos ao seu lado, Deus não destruiu os rebeldes. Ele apenas os expulsou do Céu. Lúcifer e seus seguidores vieram para a Terra. E mesmo estando restrito à “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 3:22), o diabo conseguiu enganar o primeiro casal de seres humanos, levando Adão e Eva a se rebelarem contra Deus (Gn 3:1-9). Com isso, a Terra passou a ser dominada por Satanás (Jo 16:11; 1Jo 5:19), onde ele tem se empenhado em “roubar, matar e destruir” (Jo 10:10). Responsável por essa rebelião cósmica, o diabo foi classificado por Cristo como o grande “homicida” (Jo 8:44), ou seja, em última instância, ele é o culpado por todo o sofrimento e morte. Num artigo da revista Ministério de julho-agosto de 2015, o teólogo adventista Richard Rice lembra que o diabo é “o único responsável por tudo o que está errado e enfermo nas coisas criadas por Deus”.

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Assim, argumenta Rice, em vez de ficarmos perguntando por que Deus permite, ou se Ele tem a intenção de usar o sofrimento com algum propósito, para nos ensinar algo, nossa resposta deve ser: “Um inimigo fez isso” (Mt 13:28), e lançar a culpa sobre ele. E, para que esse adversário realmente se configurasse um culpado, era preciso que ele tivesse liberdade para cometer ou não crimes. Foi por isso que Deus não impediu a rebelião na sua fase inicial, matando Lúcifer, por exemplo. Se o fizesse teria sido injusto, porque, mesmo sabendo o futuro, não poderia punir Satanás antecipadamente. Se optasse por aniquilar seus inimigos, Deus construiria seu governo na mesma base de opressão de Satanás, e Ele é o oposto do diabo. Contraditoriamente, é justamente pelo fato de Deus ser amor e respeitar a liberdade de suas criaturas que o mal se tornou uma possibilidade. O CONTRA-ATAQUE DE DEUS Porém, Deus não abandonou o Universo e a humanidade à própria sorte (Jó 1:6-12). Ele sempre esteve no controle da situação (Dn 2:20, 21 e 44). Na luta entre o bem e o mal, Deus contra-atacou o diabo da maneira adequada para derrotá-lo. Ele entrou de “carne e osso” na esfera humana do conflito (Jo 1:14; Fp 2:5-11). Sim, porque Deus também sofre nesse campo de batalha que se tornou a Terra. Sofreu em Cristo, que se fez um de nós, e sofre com cada ser humano que padece. Quando não poupou a si mesmo nem as criaturas que ama, Deus deu um golpe mortal no governo do diabo, desmascarando as intenções de Satanás e tornando claras as implicações destrutivas da proposta do inimigo. Ao perseguir Cristo quando Ele esteve na Terra (Ap 12:4, 5), o diabo esperava receber ódio e vingança, o que assinalaria a vitória do mal sobre o bem. Mas Jesus respondeu à maldade com bondade, ao ódio com amor e à traição com fidelidade. Dessa maneira, toda vez que o mal é pago com o bem, o ciclo do pecado é quebrado (Rm 12:21; Mt 5:38-48). Contudo, apesar de o reino de Deus estar alcançando inúmeras pessoas e de ficar cada vez mais claro que o governo do diabo é ilegítimo e o mal é irracional, ainda não chegou o tempo de Deus colocar um fim nessa história. Cristo ilustrou essa expectativa contando uma parábola (Mt 13:24-30; 36-43). Na história, um inimigo semeia joio junto com o trigo. O joio é um vegetal muito parecido com o trigo, mas não é comestível e é frequentemente contaminado por um fungo tóxico. Quando os trabalhadores da fazenda perceberam o problema, tentaram arrancar o joio, mas o dono da lavoura disse que era para

“Quando o mal for vencido, pelo método de Deus, que envolve amor e justiça, Ele restaurará os estragos desse conflito cósmico e recompensará os que sofreram injustamente” esperar os dois crescerem juntos, porque só depois que estivessem maduros o joio poderia ser identificado, arrancado e queimado com segurança, sem o risco de ser arrancado o trigo e prejudicar a safra. Na explicação de Jesus, o joio representa o mal e os que o praticam, enquanto o trigo são os que servem a Deus. O campo é o mundo, o inimigo é o diabo e a colheita é a volta de Jesus (Ap 14:14-18). O ponto é que, enquanto o pecado não é eliminado, o sofrimento será inevitável, porque, como escreveu Richard Rice, na “zona de guerra” entre o bem e o mal até os inocentes são atingidos. E é nesse contexto de vulnerabilidade temporária que a confiança em Deus se mostra ainda mais relevante, por alguns motivos: Ele nos dá forças para suportar a dor, o que é evidente na história bíblica de Paulo (2Co 11:23-27; Fp 4:10-13); Ele eventualmente nos livra da dor, como fez com o rei Ezequias (Is 38-1-8) e os três hebreus na fornalha ardente (Dn 3:16-18, 25 e 27); Ele dá propósito à dor, tornando o mal em bênção e fazendo com que o sofrimento seja o caminho para a felicidade e o crescimento, como no caso de José no Egito (Gn 45:7-8); e Ele reverterá o mal (1Jo 3:8), restaurará o que foi perdido (Ap 21:1-4) e indenizará os resgatados que nasceram na Terra com o privilégio de participar do governo de Deus (Ap 3:21; Hb 1:13). Em resumo, Deus é amor e todo-poderoso. O mal existe, mas não é provocado por Ele. Assim como nós, Deus sofre por causa do mal e está em guerra contra Satanás, o originador dessa rebelião. Quando o mal for vencido, pelo método de Deus, que envolve amor e justiça, Ele restaurará os estragos desse conflito cósmico e recompensará os que sofreram injustamente, consolando os que choram e enxugando suas lágrimas (Ap 21:4).

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Texto Fernando Dias

Básica

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O ESCRITÓRIO DE JESUS Onde está Jesus Cristo? A pergunta, retórica e intrigante, exige satisfazer mais que a curiosidade. Afinal, o endereço do Salvador está, na mente do fiel, próximo ao interesse dEle pela humanidade e pelos seus problemas. Alguns pensam que Cristo está em todo lugar. Sim, Ele está, mas por meio do Espírito Santo, a terceira pessoa da Divindade, enviado por Deus Filho para representá-lo. Após sua estadia de 33 anos na Terra, Cristo regressou ao Céu. Longe de estar tirando férias prolongadas para compensar a vida intensa e a morte turbulenta, o Senhor continua ativo desde seu retorno para lá. E seu local de trabalho, seu escritório, por assim dizer, é o santuário celestial. Semelhante ao tabernáculo terrestre, o santuário celestial é dividido em dois ambientes. O primeiro, o lugar Santo, é mobiliado com sete candeeiros de ouro (Ap 1:12), uma mesa com pães e um altar de incenso (Ap 8:3). O segundo, o lugar Santíssimo ou o Santo dos Santos, contém a célebre arca da aliança, que guarda as tábuas de pedra com os dez mandamentos escritos por Deus (Hb 9:1-5). O trabalho de Jesus no santuário tem várias etapas. A primeira, assumida logo após sua ascensão, consistiu em trabalhar, no lugar Santo, pela salvação de cada pecador, intercedendo pela conversão de pecadores e fazendo a propiciação pelos pecados daqueles que se arrependeram (Hb 2:17; 7:25). Uma segunda etapa teve início após o período profético de 2.300 anos (Dn 8:14; Nm 14:34), que se cumpriu em 22 de outubro de 1844. Dessa data em diante, Cristo passou a cumprir o Dia da Expiação profético (Lv 16). Esse trabalho consiste em repassar o histórico da vida de cada pessoa e julgá-la para determinar se deve ser absolvida de seus pecados e receber a vida eterna ou condenada por seus erros (Dn 7:10). O critério para escapar da condenação é ter demonstrado fé em Cristo como Salvador e se entregado a Ele por meio do batismo e de uma vida de compromisso (Mc 16:16; Jo 17:3). Ao encerrar essa tarefa, Jesus se retira do santuário (Ap 15:8), ordenando que sejam derramadas as sete últimas pragas (Ap 16). Na sequência, Ele voltará à Terra para resgatar os salvos e destruir os perdidos (Ap 14:14-20). Nesse processo de salvação e condenação, Jesus quer ser seu Advogado de defesa (1Jo 2:1, 2) e trabalhar sempre para interceder por você (1Tm 2:25; Hb 2:17, 18; 7:25). Fonte: Ángel Manuel Rodríguez, “O Santuário”, em Raoul Dederen (org.), Tratado de Teologia (CPB, 2013).

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Curiosa

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EXISTEM EXTRATERRESTRES? Sim, está comprovado! E tem mais: eles são membros inteligentes de uma civilização avançada e visitam regularmente o planeta Terra há milênios. Os alienígenas já fizeram (e continuam fazendo) contato com os humanos e interferiram várias vezes nos acontecimentos históricos, inclusive nos mais importantes. Para breve, eles planejam uma invasão global com a abdução em massa de milhões de pessoas e a destruição de todo o restante da humanidade. Uau! Essa descrição é: (a) A fala do trailer do mais recente filme apocalíptico de Hollywood; (b) O texto da contracapa do último lançamento da literatura de ficção científica; (c) Uma teoria de conspiração assustadora; (d) A chamada da matéria de capa de uma revista de ufologia; (e) Os delírios de um nerd após assistir ao Arquivo X? Nenhuma das alternativas anteriores! Tudo isso está na Bíblia, que, aliás, foi escrita com a ajuda de seres extraterrestres e relata inclusive viagens de seres humanos a outros mundos 22 |

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habitados (2Co 12:2-4; Ap 4:1). Mas esqueça o estereótipo dos homenzinhos verdes. Os autênticos seres não terrestres são o próprio Deus, os anjos, os espíritos malignos e os habitantes de outros planetas. Estes últimos não caíram em pecado e têm acesso direto a Deus (Jó 1:6). O Senhor criou vários mundos (Hb 11:3), e os seres desses planetas acompanham a vida na Terra desde sua fundação (Jó 38:7, 1Co 4:9). Alguns deles, os anjos, visitam regularmente nosso planeta e entram em contato com as pessoas (Gn 16:7; 19:1; Jz 6:11; Dn 9: 21-23; Lc 1:11-20) a fim de cumprir sua missão (Hb 1:14).

Jesus Cristo, aquele que mais influenciou a história do planeta, disse não ser deste mundo (Jo 3:13; 8:23). Após uma vida de combate aos extraterrestres do mal (1Jo 3:8), Ele retornou ao Céu, mas prometeu vir outra vez (At 1:11) acompanhado de milhares de seres celestiais a fim de arrebatar para o paraíso os que entregarem a vida a Ele (Mt 24:30, 31). Se quiser ter um contato de “terceiro grau”, experimente a oração. Quando Cristo vier, seus fiéis seguidores serão “abduzidos” para uma viagem interplanetária, rumo a “outra dimensão” chamada Nova Jerusalém (Ap 21:1-3).

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UM GOVERNO MUNDIAL

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O plebiscito teve resultado apertado: 51,9% dos votantes optaram pela saída do Reino Unido da União Europeia. Mas o arrependimento dominou os britânicos, a ponto de 4 milhões deles assinarem uma petição ao parlamento para refazer o referendo. Não só os britânicos estão divididos quanto a ter ou não um governo supranacional. Enquanto para alguns um possível governo mundial representaria a efetiva conquista da paz e o paraíso na Terra, para outros uma autoridade mundial encarnaria o próprio anticristo. Qual é a posição das religiões sobre a unificação dos países sob um poder global?

Sim

Para muitos, um governo mundial virá e será algo muito bom. O judaísmo contemporâneo interpreta que, com o advento da era messiânica, o mundo todo se unirá em paz. Os espiritualistas e adeptos da Nova Era ensinam que a união dos povos, das religiões e dos países é uma etapa mais avançada do desenvolvimento espiritual da humanidade. As testemunhas de Jeová pregam que o paraíso será restaurado na Terra e haverá então um governo mundial teocrático dos 144 mil habitantes do Céu. Cristãos pós-milenaristas, geralmente membros das igrejas protestantes históricas, entendem que o mundo todo será evangelizado, e um próspero governo mundial inaugurará o milênio.

Não

Para outros, um eventual governo global é demonizado. Toda a união supranacional faz parte de um plano diabólico de controlar o mundo e subjugar todas as nações ao anticristo. A unidade internacional, longe de ser uma democracia próspera e pacífica, seria o pior totalitarismo já visto na história. Essa é a crença prevalecente entre os cristãos evangélicos de linha fundamentalista e entre a maioria dos pentecostais.

Depende

Para os adventistas do sétimo dia, os governos deste mundo tentam se unir sem sucesso efetivo; afinal, a profecia bíblica revela que uma união internacional é como a mescla de ferro com barro: uma liga impossível (Dn 2:42, 43). Mesmo assim, há uma tentativa final de arrebanhar todos os povos em uma fraternidade ecumênica (Ap 13:7, 8). Mas um remanescente prefere manter a fidelidade a Deus a fazer concessões para a unidade global (Ap 13:10). Finalmente, Deus destrói todos os governos mundanos e toma posse como soberano da humanidade redimida e não mais dividida em nacionalidades (Ap 11:15, Dn 2:44). Fontes: Arnaldo B. Christianini, Radiografia do Jeovismo (CPB, 1975); Eliseu Correia Lira, O Governo da Nova Era: Uma Nova Ordem Mundial (CPB, 1999); Kenneth R. Wade, Nova Era: O Que Você Precisa Saber (CPB, 1994). Marcos De Benedicto, “Cenário da profecia”, Revista Adventista, agosto de 2016; Marvin Moore, Apocalipse 13: Isso Poderia Realmente Acontecer? (CPB, 2013); verbete “Messiah”, in.: Encyclopaedia Judaica, 2 ed. (Thomson Gale, 2007).

Tudo ligado DO PREFEITO AO PERFEITO Prefeito O cargo existe desde os tempos do Império Romano, mas, naquela época, intitulava os governantes de regiões mais amplas, na verdade, as colônias ou os países subjugados pelos césares. Correspondente ao burgomestre dos germânicos e ao alcaide dos hispanos, o termo “prefeito” atualmente é a designação do chefe do executivo da menor subdivisão territorial de um país. Dependendo da pátria, o prefeito ou seu equivalente governa um município, uma comuna, um cantão, um condado ou uma…

Paróquia Mais conhecida como o território sob influência de uma congregação cristã específica. Em alguns países há a paróquia civil, uma divisão política, mas, na maioria dos países, o vocábulo é de uso apenas religioso. Na área da sua paróquia, um pastor ou pároco deve planejar a assistência espiritual dos membros de sua igreja e a evangelização dos que não são membros. A fim de retratar sua visão abrangente da pregação do evangelho, a frase “o mundo é a minha paróquia” se tornou o lema de João Wesley, reformador protestante e fundador do…

Metodismo Originado do “Clube Santo”, um grupo de estudantes da Universidade de Oxford na Inglaterra que se reunia de maneira metódica para a prática da devoção cristã. Surgida no século 18, a Igreja Metodista contribuiu historicamente com as missões mundiais e com o engajamento social do cristianismo. As principais doutrinas que os metodistas defendem são a Trindade, o pecado original, a justificação pela fé, o livre-arbítrio, o novo nascimento e a santificação. Essa última significa que eles creem que o cristão deve buscar ser…

Perfeito O que não significa ser impecável. Na Bíblia, perfeição é permitir o agir de Deus na vida ao ponto de o cristão ser capaz de amar até mesmo seus inimigos (Mt 5:43-48). Se todo prefeito buscasse ser perfeito, a integridade, a defesa da liberdade e a promoção da justiça seriam as prioridades de cada mandato.

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Ponto de vista

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Imagine

Texto Jessica Manfrim Ilustração Joseilton Gomes

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... se o terremoto de Lisboa nã

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LISBOA, PORTUGAL, 1o DE NOVEMBRO DE 1755. Dia de Todos os Santos, de céu limpo, ar calmo e temperatura amena. Os fiéis estão reunidos nas igrejas para as missas comemorativas dessa data. Por volta das 9h40, um tremor de terra devastador de 8,5 graus na escala Richter, segundo cálculos atuais, destruiu a capital em dez minutos. Dois tremores secundários de menor intensidade, mas ainda assim muito fortes, vieram na sequência, às 11h e 15h. Para piorar, 40 minutos depois do primeiro sismo, as águas do mar e do rio Tejo desapareceram do porto, voltando em ondas de 15 metros de altura. Se isso não bastasse, a combinação explosiva de velas acesas e casas de madeira redundou num incêndio de seis dias, do qual foi difícil escapar por causa das ruas estreitas e cheias de curvas de uma Lisboa no estilo medieval. Depois que os gases de enxofre e a névoa de poeira baixaram, pôde-se ver a real situação: das 20 mil casas de Lisboa, apenas 3 mil estavam em pé; dos 65 conventos, somente 11 resistiram; mais de 30 palácios destruídos; nenhum dos seis hospitais aguentou o termor. No meio dessa destruição, 20 a 30 mil mortos espalhados pelos escombros, cerca de 10% da população local na época; e milhares de sobreviventes sem casa, comida e rumo. O terremoto foi tão intenso que atingiu a Espanha e o norte da África, e sete horas após o tremor, ondas de seis metros alcançaram a costa do Nordeste brasileiro. A tragédia foi tamanha que, 260 anos depois, seu impacto social, religioso e intelectual ainda é sentido. Pela relevância desse terremoto, intérpretes da Bíblia o enxergam como um cumprimento profético (Ap 6:12; Mt 24:29). Catástrofes nunca são bem-vindas. No entanto, a humanidade tem aprendido com elas. Veja o que mudou no Ocidente após aquele dia em Lisboa.

PROTÓTIPO DA DEFESA CIVIL

Enterrar os mortos e cuidar dos vivos foi a preocupação inicial de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal. Pombal providenciou a construção de abrigos temporários, atendimento médico nos conventos que restaram, distribuição de alimentos arrecadados em todo o país e também bancados pelos cofres públicos, e o enterro dos mortos em valas comuns e em balsas afundadas no rio Tejo, evitando assim epidemias. Ele também cuidou da segurança pública, impedindo a pilhagem e punindo os saqueadores. Nações vizinhas da Europa se solidarizaram enviando recursos. Da resposta àquela tragédia herdamos dois princípios da gestão de riscos em catástrofes: proteção civil e ajuda humanitária internacional.

ARQUITETURA ANTISSÍSMICA

O engenheiro-mor do reino, Manuel da Maia, e sua equipe traçaram a nova arquitetura de Lisboa, valorizando ruas largas e retas e limitando o número de andares das casas, que antes contavam com uma estrutura fraca para sete andares. Do complexo processo de reconstrução, dois fatores se destacaram: a criação de uma estrutura flexível e resistente a abalos sísmicos, chamada de “gaiola de madeira” (que era encaixada na parede), e um traçado de cidade que levava em consideração a segurança estrutural, a estética e a saúde pública. Detalhe: esse projeto foi feito em apenas quatro meses e a reconstrução começou assim que os escombros foram retirados. Estava inaugurada a era da engenharia sísmica.

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DEUS, A NATUREZA E O MAL

No século 18, os europeus tentavam conciliar a bondade e o poder infinitos de Deus com a existência do mal. Porém, com o terremoto de Lisboa, a relação entre Deus, as tragédias e o sofrimento gerou um debate em toda a Europa. O ponto era se aquele desastre havia sido um castigo divino aos pecados da cidade (extremamente religiosa) ou simples decorrência de causas naturais. Para pensadores como Leibniz e Pope, mesmo as catástrofes naturais contribuíam para a harmonia do Universo; por sua vez, para Voltaire, Deus não poderia ser suficientemente bondoso e poderoso e ainda permitir o sofrimento; enquanto Rousseau argumentava que o problema não era Deus, mas a humanidade que não respeitava as leis da natureza. A longo prazo, um novo paradigma para entender as catástrofes naturais resultou na adoção do racionalismo, na crença apenas nas explicações científicas, nas grandes revoluções (americana e francesa), nos governos constitucionais e na fluidez das religiões.

Nosso mundo possui um “equilíbrio instável”. Diante de tragédias, em pouco tempo, o modo de agir e pensar de uma sociedade pode mudar radicalmente. Não sem razão, o sociólogo Zygmunt Bauman atribui ao terremoto de Lisboa o início da modernidade. E, para a historiadora Mary Del Priore, a catástrofe obrigou Portugal a ser outro, “diferente daquele que jamais sonhara ou quisera ser”. O terremoto de Lisboa nos ensina que, quanto mais complexa for uma sociedade, mais dependente ela será de sistemas artificiais para seu funcionamento e abastecimento e, portanto, menos resistente a um desastre natural que interrompa esse fluxo. Logo, a reação coletiva a um desastre pode levar a medidas extremas na tentativa de restaurar o que foi enterrado pelos escombros ou levado pelas ondas do mar. Fontes: “Um terramoto em Lisboa (1755). Uma reflexão de agora, 260 anos depois”, artigo de Antônio Betâmio de Almeida (disponível em http://bit.ly/2a9xQ0F); “A reconstrução da cidade de Lisboa e os tratados de arquitetura”, artigo de Paulo de Assunção (disponível em http://bit.ly/2a9yZVX); “Crônicas da destruição”, artigo de Mary Del Priore (disponível em: http://bit.ly/2ay3IfZ); “Tremor em Lisboa, abalo na Bahia”, artigo de Carolina Ferro (disponível em http://bit.ly/2aaifNk); e O Terramoto de 1755: Impactos Históricos (Livros Horizonte, 2007), de Nuno Gonçalo Monteiro (org.).

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NASCIMENTO DA SISMOLOGIA

Para reconstruir uma versão mais segura da cidade, o marquês de Pombal fez um inquérito para entender melhor o fenômeno. Distribuiu questionários por todo o reino para levantar dados sobre a duração, intensidade e efeitos do terremoto na terra e no mar. Essa pesquisa serviu de modelo para futuras coletas de dados de estudos sismológicos. O inquérito de Pombal ajudou inclusive John Michell, professor da Universidade de Cambridge e pai da sismologia moderna, a publicar em 1760 um livro com um método para determinar a origem dos terremotos.

Tsunami em Portugal

Veja uma reconstituição do terremoto de Lisboa produzida pelo Smithsonian Channel, disponível em inglês no link http://bit.ly/2aajqNR

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Ação Mude seu mundo

Texto Mariana Venturi

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Lição de vida Aprenda

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reino Jovem pobre e rejeitado pela escola torna-se PhD e tem projeto de bolsas de estudos reconhecido pela rainha Elisabeth II

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SITUADA NO CÍRCULO de fogo do Oceano Pacífico, salpicada por mais de 60 vulcões e frequentes erupções e sacudida por 7 mil tremores de terra ao ano, Papua-Nova Guiné é considerada a nação menos desbravada do mundo. Mas seu cenário está longe de ser inóspito: coberta por densas florestas tropicais, significa também um verde santuário que, ladeado pelo azul do mar, abriga rica biodiversidade, como a exótica e bela ave-do-paraíso. Nesse que é o segundo maior arquipélago do planeta (cujo território abrange outras 600 pequenas ilhas), cientistas estimam que muitas espécies de fauna e flora nativas vivam ali sem terem sido sequer descobertas pelo ser humano. Além da riqueza natural, Papua-Nova Guiné exerce fascínio nos antropólogos e linguistas. Com mais de mil grupos étnicos, é a nação com maior diversidade idiomática do planeta: foram registradas mais de 840 línguas nativas. Ainda hoje, grande parte da população permanece à parte do estilo de vida cosmopolita da civilização: 85% dos 7 milhões de habitantes vivem em zonas rurais, vilarejos e tribos.

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Da aldeia para o

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O SONHO E O RECONHECIMENTO E ele cultivou essa resolução até que frutificou em propósito cumprido. O pequeno garoto rejeitado pela escola se tornou mais tarde estudante do programa de PhD em Direito na Universidade Nacional Australiana, advogado e fundador da Kama

Scholars Foundation, projeto pelo qual foi premiado durante o Commonwealth Youth Awards, no dia 17 de março, em Londres. Bal recebeu uma homenagem conferida pessoalmente pela rainha Elisabeth II, que lhe designou como Pacific Young Person of the Year (O Jovem do Ano no Pacífico) pela excelência de seu trabalho em desenvolvimento humanitário. Bal Kama tem 28 anos e sua fundação já ofereceu mais de 50 bolsas de estudos em três anos de atividades. “Kama Scholars Foundation é uma iniciativa de fortalecimento da comunidade que foi estabelecida em 2013 para dar suporte aos dois aspectos mais fundamentais da sociedade humana: saúde e educação. Na área da saúde, organizamos grupos de estudantes de Medicina da Austrália para ir às aldeias de Papua-Nova Guiné a fim de realizar campanhas de higiene, saúde da mulher, primeiros socorros, exames clínicos e doação de medicamentos. Na educação, oferecemos bolsas de estudos e apoio às escolas, como materiais didáticos, livros para bibliotecas e computadores. Os colégios beneficiados por nós são as primeiras escolas de aldeia no país a oferecer aulas de informática e a ter livros da Austrália na biblioteca”, relata. O programa de bolsa de estudos é o grande trunfo da fundação. E ele é direcionado para o desenvolvimento dos alunos em três áreas: liderança, disciplina e inteligência. O objetivo é ajudar crianças e adolescentes a transformar conhecimento em benefício para a sociedade. “Muitas sociedades estão ruindo com crimes, drogas e outros problemas porque os jovens não são encorajados ou treinados desde cedo para a liderança. Isso parece ocorrer também no Brasil. O programa da nossa fundação busca mudar essa mentalidade e começar uma reforma no sistema educacional”, justifica Bal. Ele acrescenta que seu projeto também tem preocupação com a inclusão. Por isso, existem bolsas de estudos específicas para meninas e pessoas com deficiências. De acordo com ele, em Papua-Nova Guiné e nos demais países em desenvolvimento ainda existe muito o que fazer pela igualdade dos gêneros. “Queremos mudar isso ao tornar garotas e mulheres tão importantes quanto os homens. Também apoiamos

os alunos com deficiência. Afinal, Jesus veio para curar e salvar os marginalizados. E nós na fundação fazemos desse trabalho um ministério”, compara. VALORES E FÉ Bal Kama pontua que um aspecto importante sobre seu país é que a Papua-Nova Guiné é uma nação religiosa: 96% da população são cristãos, de acordo com o último censo. Segundo ele, isso tem ajudado seu povo a confiar em Deus, tornar-se mais resiliente e otimista, a despeito dos problemas. E foi a fé que levou o garoto papuásio da infância pobre na remota aldeia à sua trajetória como PhD em Camberra, a capital australiana, e fundador do projeto que, por seu valor humanitário, recebeu alto reconhecimento na Europa. Bal Kama atribuiu seus valores à sua formação adventista. “Dos 4 aos 6 anos, costumava ir à missa para tomar comunhão, porque tinha fome. Mas meus irmãos mais velhos me levaram para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Cada vez mais, a fé adventista se tornou parte de mim”, lembra. Ele diz ter aprendido sobre disciplina e integridade no clube de desbravadores, agremiação da igreja para adolescentes que lembra o trabalho dos escoteiros. E credita à vivência no adventismo seu ideal de serviço ao próximo, ética sexual de preservação e cuidado com a saúde mental e física. Elementos que Bal considera essenciais para seu desempenho acadêmico e engajamento social. Ao voltar da premiação em Londres, em entrevista à rádio australiana ABC, Bal comentou sentir-se grato pelo trabalho da fundação ter sido reconhecido, e declarou que os jovens devem ser vistos como agentes de mudança. Quando fala para jovens cristãos, Bal Kama é ainda mais enfático: “Temos a responsabilidade de viver para servir.” Por isso, ele encoraja: “Encontre seu interesse e vá em frente.” Concluindo nossa conversa, Bal parafraseou o ex-presidente norte-americano J. F. Kennedy, que disse: “Não perguntemos o que a comunidade pode fazer por nós, mas sim o que nós podemos fazer pela comunidade”; e citou o apóstolo Paulo: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens” (Cl 3:23, NVI). out-dez

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Foto: Arquivo pessoal

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POUCAS OPORTUNIDADES Foi nesse contexto que o papuásio Bal Kama cresceu. Quando garoto, passou a infância em um remoto vilarejo distante do cenário urbano. “Era mais divertido, a vida era mais livre e mais orgânica quando nos envolvíamos mais com a natureza. Sem jogos de computador e menos filmes. Diria que era muito enriquecedora! Mas nós enfrentávamos consideráveis desafios”, recorda Bal. Desafios que tornavam – e ainda tornam – a vida mais frágil e difícil em Papua-Nova Guiné. Problemas econômicos e instabilidade política de tempos em tempos, como praticamente todo país em desenvolvimento enfrenta; mas, ali, a nação banhada de mares paradisíacos tem o pior acesso à água potável do mundo: 60% da população vive sem suplemento de água segura para se beber, segundo matéria recente do jornal The Guardian. A situação é agravada pelo índice alarmante de doenças como AIDS e malária, a principal causa de morte no país, e pelo acesso precário à saúde e educação. Bal viveu isso de perto. Só tinha roupas velhas e rasgadas para ir ao colégio, e uma vez ele e seus irmãos foram expulsos da escola primária porque sua família não tinha como pagar uma taxa de 15 dólares. “Eu não podia ter uma educação de qualidade porque meus pais eram pobres. E em relação à saúde, minha mãe morreu de uma doença que poderia ter sido evitada, e muitos de minha família eram doentes, assim como outras pessoas na vila. Então percebi que algo precisava ser feito para melhorar os padrões de educação, e prover as clínicas de saúde com medicamentos, conscientizar sobre estilo de vida e saúde da mulher, e tantas questões que frequentemente são negligenciadas pelo governo. Por causa do que passamos, vejo como nosso dever moral assegurar que a próxima geração de crianças nos vilarejos não tenha que ter a mesma experiência”, afirma Bal Kama.

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Lição de vida

Texto Gianina Ivernizzi Fotos Raul Esperante

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Nas ilhas Galápagos, paraíso natural em que Darwin enxergou evidências da evolução, uma bióloga ex-evolucionista divulga o criacionismo

INFÂNCIA EM GALÁPAGOS O arquipélago é conhecido mundialmente pela visita de Charles Darwin em 1835. Após observar a fauna e flora local, ele elaborou a teoria da evolução. A geografia peculiar das ilhas combinada a uma rica biodiversidade atrai o fascínio de turistas e cientistas. Monica nasceu em Galápagos, numa época em que as posibilidades de receber visitas turísticas eram escassas. O único contato com as comodidades do continente, a quase mil quilômetros de distância, era por meio de uma viagem de barco a cada seis meses ou um voo a cada 20 dias. Neta de colonizadores, seus avós chegaram às ilhas na primeira metade do século 20, mas suas lembranças nunca estiveram nas necessidades ou limitações do isolamento geográfico, mas nas belezas de uma vida em contato direto com um dos ecosistemas mais exóticos do planeta.

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NOSSA EQUIPE DO programa Origens, da TV Novo Tempo, conviveu duas semanas com a Monica em Galápagos. E que privilégio! Percorrer o arquipélago equatoriano com ela é como colocar aquele território sob as lentes de um microscópio, tudo isso acompanhado de risadas e bom humor. Como boa cientista, a bióloga Monica Cecilia Soria, de 42 anos, é organizada e detalhista. Ela faz questão de carregar uma mochila cheia de livros por onde quer que vá. Para ela, é um dever saber o nome científico de cada uma das plantas e animais que vivem no arquipélago que ela chama de lar. “Esta espécie é endêmica”, foi uma das frases dela que mais ouvimos durante as gravações em Galápagos, onde a diversidade animal e vegetal é muito peculiar. “Essa se chama Darwiniothamnus tenuifolius”, diz ela; “é da família das asteráceas...”, continua enquanto fazemos uma parada na nossa extenuante subida ao vulcão Sierra Negra, na ilha Isabela, a maior do arquipélago. Mas os ensinamentos de Monica vão além de uma detalhada explicação científica sobre a fauna, flora e topografia de um dos lugares mais remotos do Oceano Pacífico. Ela tem muito a ensinar sobre a vida.

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DEUS E UMA NOVA PERSPECTIVA Com a aquisição de novos conhecimentos e o contato com teorias naturalistas na universidade, o fascínio próprio da infância começou a se apagar lentamente da mente e do coração de Monica, enquanto suas perguntas sobre as maravilhas da vida e da existência foram explicadas para ela como mero capricho do acaso. “Para mim, a pesquisa biológica oferecia um sentido bastante básico da existência”, explica Monica; “as coisas existiam por existir”. “Durante esse tempo, ninguém tinha falado de Deus para mim. Eu não conhecia o Criador.” Foi a insuficiência de respostas para a busca do propósito da existência que levou Monica a continuar procurando uma explicação coerente com suas observações e que preenchesse o vazio daquilo que vai além dos sentidos. Tudo mudou quando ela finalmente se encontrou com Deus e começou a estudar a Bíblia com mais dedicação e admiração que qualquer um dos seus livros de Biologia. Um fator para essa reviravolta foi perceber a mudança de atitude da sua avó e mãe, que há alguns anos se tornaram criacionistas e adventistas. E o segundo ponto foi o contato que Monica teve com uma comunidade adventista, quando fazia o mestrado

em Biologia na Universidade do Missouri-Saint Louis (EUA). Foi lá que ela se aproximou do Deus revelado nas Escrituras. Após terminar os estudos bíblicos, Monica decidiu abraçar uma nova perspectiva. “Desde então, a natureza passou a ter outro sentido, uma importância muito maior para mim”, relata feliz. Trinta anos depois do seu primeiro contato com as ilhas Galápagos, seus olhos voltaram a enchergar o arquipélago com a admiração sincera de uma criança, de uma aprendiz. “Hoje, mais do que um ícone da evolução, para mim as ilhas são um ícone da criação e da bondade de Deus. A forma natural e amigável que os animais interagem com o ser humano aqui é para mim uma demonstração do plano original que Deus tinha para nosso mundo”, afirma. CIÊNCIA E MISSÃO Depois de haver contribuído em várias pesquisas que a levariam a dar uma volta ao mundo e a visitar instituições de renome, como a Universidade Cambridge, na Inglaterra, Monica percebeu que já não era possível continuar colaborando em investigações que procuravam por evidências com pressupostos diferentes dos que havia assumido. A ambição de conhecimento científico que sempre caracterizou essa ávida pesquisadora foi estimulada pelas novas concepções da cosmovisão bíblica. Longe de afastá-la da “verdadeira ciência”, como alguns dos seus antigos colegas poderiam argumentar, reconhecer a existência e intervenção do Criador multiplicou suas alternativas e a convenceu de que sua missão ia muito além de buscar formas para cuidar da natureza. Deus a estava chamando para salvar vidas, não somente de plantas e animais, mas de seres humanos que precisam se encontrar com o poder restaurador do seu Criador. Um giro inesperado na sua carreira marcaria o início de uma nova fase, até o momento postergada. Impelida por situações fora do controle humano, era chegado o momento de provar sua fé no controle divino. O que começou como um sonho de amigos cientistas que desejavam criar um espaço em Galápagos para falar sobre o criacionismo, hoje, com a ajuda de Deus, da Igreja Adventista e de outras instituições, começa a ser uma realidade. E Monica é parte importante disso. Esse centro de pesquisa criacionista deve ser construído na avenida Charles Darwin, a mais importante via de Puerto Ayora, na ilha de Santa Cruz. A cidade, a mais populosa de Galápagos, é onde, anualmente, milhares de turistas chegam de todas as partes do mundo para conhecer o berço do evolucionismo. Muito em breve, eles descobrirão que, no coração do arquipélago, também haverá um espaço para se encontrarem com o Criador.

Na TV

A quarta temporada do programa Origens, da TV Novo Tempo, foi apresentada pela jornalista Giannina Invernizzi, que esteve em Galápagos para mostrar as curiosidades da fauna, flora e topografia desse paraíso natural perdido no Oceano Pacífico. Confira em novotempo.com/ origens out-dez

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Por ser filha de um dos primeiros vigias do Parque Nacional de Galápagos, estabelecido em 1959, aprendeu desde muito nova que o privilégio de morar nesse paraíso implica responsabilidade de preservá-lo. Desde suas excursões coletando conchas e levantando pedras em busca de animais pelas praias da ilha Santa Cruz, sua paixão pela natureza só cresceu. Durante a adolescência, costumava passar horas na Fundação Charles Darwin conversando com os cientistas sobre suas pesquisas e buscando novas oportunidades para observar e cuidar da vida animal da região. Por isso, não foi surpresa quando ela escolheu como profissão ser bióloga. Aos 18 anos, partiu para o continente, como a maioria dos jovens de Galápagos deve fazer se quiser estudar nas melhores universidades do Equador. Mas ela guardava algo dentro de si: a expectativa de voltar. Após vários anos fora, o tão esperado momento de retornar chegou e sua casa estava pronta para recebê-la. E as oportunidades de trabalho também lhe deram boas-vindas. Pesquisas, excursões científicas pelas ilhas, cursos nacionais e internacionais... sua carreira estava apenas começando. Observação de baleias, censo de aves marinhas, como pinguins e cormorões, coleta e classificação de plantas e insetos foram parte dessa época que ela descreve como “muito bonita e de muito aprendizado”.

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Aprenda

Texto e ilustração Thiago Lobo

A desenhar um cartum Com uma proposta que mescla humor, sátira e crítica social, o cartum é uma linguagem gráfica muito popular no Brasil. Há quem diga que ele é o estilo brasileiro de desenho, assim como o mangá é no Japão, e o comics nos Estados Unidos. Na imprensa, eles geralmente são publicados em forma de tirinhas simples e curtas (com ou sem legendas), ousadas e cômicas, num estilo livre que se adapta a vários públicos. Para ajudar você nos seus primeiros traços de cartum, descrevi os cinco passos para desenhar O Cético, um personagem criado por mim e o jornalista Michelson Borges. Então, mão no lápis!

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COMECE COM O “ESQUELETO”

Esboçando com um lápis, desenhe suavemente formas geometrizadas que servirão de base. Essa etapa é muito importante, porque é nela que definimos a proporção e o alinhamento correto das partes que compõem a figura.

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DEFINA A EXPRESSÃO

Usando as orientações da dica anterior, trabalhe com formas mais arredondadas. Continue a desenhar suavemente porque algumas linhas serão apagadas depois. É nessa etapa que são acrescentados os dedos da mão e a “massa” do nariz e da orelha. Nela também podemos definir a expressão do nosso personagem.

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FAÇA O ACABAMENTO

Maravilha, desenho concluído! Agora faça a arte-final com uma caneta nanquim ou um pincel, reforçando os traços. Depois apague com cuidado as linhas a lápis.

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É HORA DE COLORIR

O desenho pode ser digitalizado num escâner ou fotografado com um celular e editado num programa como o Photoshop. Aí é só mandar ver nas cores e compartilhar nas redes sociais com a hashtag #OCetico. Se quiser saber mais sobre o personagem que acredita que “às vezes é preciso duvidar para crer”, acesse ocetico.com.br.

CUIDE COM OS DETALHES

Você está quase terminando. Desenhe a franja, os óculos e a roupa. Nessa etapa, atente para os detalhes. Gaste o tempo que precisar nisso e lembre que desenhar exige mais da sua percepção do que da sua habilidade manual. 30 |

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MKT CPB | Imagem: Fotolia

FAAMA – Benevides, PA

FADBA – Cachoeira, BA FADMINAS – Lavras, MG

UNASP – Engenheiro Coelho, SP

UNASP – Hortolândia, SP

UNASP – São Paulo, SP

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IAP – Ivatuba, PR

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MKT CPB | Thiago Lobo

OR R MILTON LUIZ T

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O Aristófanes deste livro é diferente da personalidade histórica de Atenas, porque ele vivencia experiências comuns e, de certo modo, retrata a experiência de muitos adolescentes que, durante o processo de amadurecimento, têm que lidar com descobertas e frustrações. Não deixe de ler essa história recheada de descobertas e aventuras!

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