Página UM 100 - Especial

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes | Produzido pelos alunos do 5º período | Ano XIX | Número 100 | Distribuição Gratuita | paginaum@umc.br

LA GABRIE FERREIR A

ARTE: BRUNO OLIVEIRA


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2017 | Ano XIX | Nº 100

Nº100 página um ANO XIX

editorial

Avenida Doutor Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 – CEP: 08780-911 – Mogi das Cruzes – SP Tel.: (11) 4798-7000 E-mail: paginaum@umc.br * * * O jornal-laboratório Página UM é uma produção de alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso. Esta edição foi produzida pelos alunos do 5º período. Professores orientadores: Profa. Simone Leone – MTb 399.971-SP (Pautas e Edição de Textos); Prof. Elizeu Silva – MTb 21.072-SP (Orientação geral, Edição e Planejamento Gráfico); Prof. Fábio Aguiar (Fotografias); Projeto gráfico: Andre Eiji Nihiduma; Guilherme Mendonça de Oliveira; Luis Felipe Candido Gregorutti (Alunos do curso de DG da UMC): Orientador: Prof. Fábio Bortolotto Arte da capa: Bruno Oliveira (4ºB PP) * * * UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo Reitora: Profª. Regina Coeli Bezerra de Melo Pró-Reitor de Graduação do Campus Sede: Prof. Claudio José Alves de Brito Pró-Reitor de Graduação de Campus Fora da Sede Diretor de EaD Prof. Ariovaldo Folino Junior Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão Prof. Miguel Luiz Batista Júnior Diretor Administrativo: Luiz Carlos Jorge de Oliveira Leite Gestora dos Cursos de Design Gráfico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda: Prof. Ma. Agnes Arruda

Vem de longe o meu envolvimento com o Página UM. Consultando a coleção do jornal vejo matérias assinadas por mim quinze anos atrás, em 2002 – coisas banais, nada importantes, mas que renderam elogios, pela forma, do então editor de textos e professor Mauro de Souza Ventura. Eu o tenho em alta conta, e as palavras dele ressoam até hoje: “Você sabe contar uma boa história a partir do nada”. Era uma crítica pela pauta gelada, obviamente, mas também um reconhecimento ao meu esforço para domar as palavras. Incentivado pela crítica eu queria escrever mais, mas logo os professores descobriram que eu sabia diagramar, que tinha experiência em redação, revisão e edição, estando apto, portanto, para ajudá-los no fechamento do jornal. Aceitei a incumbência sem suspeitar que estava pavimentando o caminho para a carreira docente. Mas essa é outra história. Juntamente com a Patrícia Leal, e sob supervisão dos professores Osni Dias, Patrícia Kay (infelizmente vitimada por uma doença fatal há poucos meses), William Araújo e Roberto Medeiros, atuei, como aluno, no fechamento das edições de 2002 e 2003. Em 2004, após concluir o curso e obter o grau de Bacharel em Comunicação, fui convidado para integrar o corpo docente. O professor Osni Dias havia se desligado da UMC e o então coordenador dos cursos de Comunicação Social, Armando Sérgio, decidiu apostar em alguns ex-alunos. Fábio Castilho, meu colega de sala nos semestres iniciais do curso, foi convidado na mesma época e também segue como professor de Publicidade e Propaganda na UMC. O Página UM não saiu mais de mim, nem eu do seu expediente. Convivi com centenas de alunos que integraram sucessivas redações, cada um deixando um pouco de si enquanto aprendia sobre Jornalismo Impresso. Boa parte deles agora ocupa importantes cargos na imprensa e em assessorias de comunicação. Alguns construíram carreira no exterior. Nos meus treze anos como professor ligado ao Página UM, tive a honra de compartilhar essa responsabilidade com mestres como Roberto Medeiros, Fábio Aguiar, Sérsi Bardari, William Araújo, Solange Bazzon, Maísa Requena, Franthiesco Ballerini, Agnes Arruda, entre outros. Mais recentemente, passamos a contar com a valiosa colaboração da jornalista e professora Simone Leone, atual editora de textos. Como qualquer construção que se projeta no tempo, o Página UM soube aproveitar os bons momentos na mesma medida em que se ajustou às limitações de tempos menos generosos. Na fase mais difícil, foi impresso em preto e branco, perdeu páginas, teve o formato reduzido; quando faltaram turmas de Jornalismo, os alunos seguiram fazendo o jornal pelo 7º e 8º semestres afora; outros começaram precocemente, no 2º semestre, até que finalmente todas as turmas fossem preenchidas e o Página UM voltasse a ser responsabilidade dos alunos do 5º e 6º semestres. A despeito de tudo, o jornal nunca deixou de circular. Espero que o tom nostálgico não obscureça o essencial desse texto: que o jornal-laboratório Página UM é uma instituição do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes e faz parte tanto da formação profissional como da memória afetiva de quem dele participou. No Página UM, não nos limitamos a cumprir a determinação do MEC de oferecer veículos laboratoriais para a prática do Jornalismo: desafiamos os alunos-repórteres a darem o melhor de si, a conhecerem suas forças e fraquezas, a desenvolverem um olhar crítico da realidade social, a se importarem com questões ignoradas pela imprensa de massa. Talvez isso explique o carinho de tantos ex-alunos para com o jornal. Queria escrever muito mais sobre meus quinze anos de aprendizado no Página UM, mas chega! O leitor tem esta edição para ler, e eu, juntamente com as turmas de 2017, a edição 101 para concluir. Vida que segue. Boa leitura. Ps.: Não se escreve editorial em primeira pessoa e, no Página UM, não devem ser assinados. Está lá no Manual de Redação. Mas, vocês sabem, esta é uma edição especial.

JAIL

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Elizeu Silva

COM

Fechamento: 25/agosto/2017

LAB

Ano XIX – Nº 100 – Especial

Não se escreve editorial em primeira pessoa

NI/ OTO SON

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC)


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da coordenação

Raízes para o alto: uma reflexão sobre os objetivos do Jornalismo contemporâneo Agnes Arruda*

Do um ao cem

artigos

Fábio Aguiar Até chegarmos à edição número 100 do jornal Página UM muitas mudanças ocorreram neste processo contínuo de um trabalho de equipe que contou com a participação de vários colaboradores e um time enorme de alunos, todos empenhados na tarefa de produzir um jornal-laboratório de qualidade. Do início do jornal até os dias de hoje muita coisa mudou, antes, a produção fotográfica era feita na película, hoje meramente chamada de analógico, mas a tarefa dos alunos era trabalhosa – o laboratório só processava filmes em preto e branco, a revelação do filme, as provas de contato, a escolha da foto, a ampliação e a publicação no jornal. Com a entrada do Página UM na era digital houve grande avanço neste processo, com a possibilidade de se ver a foto em tempo real, permitiu ao aluno-repórter explorar melhor seu ponto de vista, ousar mais na produção das fotos e o aprendizado ficou mais ágil. Com tantas possibilidades e somando a técnica com a criatividade comemoramos a edição 100 e continuamos o trabalho rumo à edição 200!

FOTOS JAILSON OTONI/LABCOM

Tem sido uma honra fazer parte do processo de formação de jovens jornalistas já há quase 10 anos, a maior parte desse tempo aqui na Universidade de Mogi das Cruzes. Lembro do tempo em que era eu a jovem aprendiz de foca, como os recém-chegados nas redações são chamados, cheia de sonhos e idealismos que, com o passar dos anos, foram desconstruídos à medida em que fui aprendendo sobre os meandros da formação que escolhi para a vida. Porque sim, entender como essa roda funciona deixa a gente meio xarope. Não dá para assistir um programa de tevê sequer sem fazer uma análise mental dos interesses que estão por trás daquela produção/veiculação. Daí se você está meio revoltado com o mundo e joga o tópico no almoço de família, já viu, lá vai causar indigestão naquele tio reaça ou deixar a avózinha, tadinha, até sem ar quando você decidir questionar a programação sem limites encabeçada por Silvio Santos. Dureza.

A maturidade leva a gente a agir por caminhos menos suicidas. Ao invés de bater boca entre uma garfada de farofa, outra de macarronada, ou então de fazer textão no Facebook, me dedico a fazer com que o maior número possível de pessoas tenha condições de refletir a partir do que consomem como informação. Educação para a mídia; é disso que se trata o Página UM. Ao entender os processos de produção, tem-se a possibilidade de questioná-los e de fazer diferente, e é isso que, há 100 edições, tem sido feito a cada pauta, entrevista e editoração do jornal-laboratório da UMC. Um orgulho só. Nesta edição histórica, é possível conhecer um pouco desse processo, que já envolveu tanta gente que fica até difícil contar e que o time atual ficou com a responsabilidade. Missão dada, missão cumprida. Olhar para o passado para agir no presente, pensando no futuro, é não nos desprendermos de nossas raízes, mas ao mesmo tempo sabermos que o céu é o limite. Boa leitura. *Professora-coordenadora dos cursos de Design Gráfico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UMC. E-mail: agness@umc.br.

Patrimônio do Jornalismo Simone Leone

Sou do tempo em que não existia computador nas redações, só máquina de escrever. Celular era coisa de ficção e o telefone, daqueles de discar. Tinha a telefonista, que fazia as ligações e, quando dava sorte de encontrar quem você queria entrevistar, passava para o ramal do jornalista. Fotografia, só na base do rolo de filme, muitas vezes contado, com 24 ou 36 “poses”. E se quisesse ver o resultado tinha que esperar algumas horas até a revelação torcendo para não ter tremido, desfocado ou queimado tudo. Gravador de bolso era artigo de luxo. No meu tempo, eram do tamanho de uma agenda. Bloquinho de papel nunca faltou. Mais práticas, e mais utilizadas, eram as pranchetas, onde ficavam fixas as folhas a serem preenchidas com as informações apuradas e escritas à caneta Bic. Dava um trabalhão danado conseguir uma mínima informação. Afinal, não existiam Google, Facebook ou Twitter para jogar lá a palavra-chave ou pauta e pedir ajuda aos colegas. Alguém consegue imaginar hoje, ano de 2017, século 21, como era possível fazer jornalismo sem todas essas coisas que facilitam tanto a vida e o trabalho? Mas fazíamos jornalismo. Também fazíamos faculdade de Jornalismo. Não contei aqui antes, mas me formei na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Sim, com muito orgulho! Sou da turma que pegou o canudo em 1990. Também fazíamos o jornal-laboratório do curso, sem celular, sem internet, sem Whatsapp e tudo mais que existe hoje. No meu tempo tinha outro nome: “O Comunitário”. O Página UM veio na sequência, remodelado, atualizado, moderninho. Mas preservou a pegada jornalística de sempre, com valores e procedimentos que não mudam, como rigor da apuração, checagem detalhada, pluralidade, reportagem com responsabilidade, técnica e ética profissional. Uma escola e tanto. Narrei tudo isso porque, hoje, quero saudar e homenagear o jornal Página UM, que chega à marca histórica e simbólica de 100 edições. É um patrimônio universitário e jornalístico de valor imenso. Nos últimos anos, veículos de comunicação surgiram em Mogi das Cruzes e no Brasil afora, mas sucumbiram bem, mas bem antes. Parabéns, alunos e professores, das antigas e de hoje, pela persistência, competência e resiliência. E obrigada, UMC, por acreditar no Jornalismo. Ah... Faltou revelar que sou do tempo do “Bar do Popó” e das repúblicas do Mogilar, mas deixa essa história para outro dia.


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As 100 manchetes do Página UM Brenda Elvira e Larissa Chagas

IMAGE BANK

Quer conhecer um jornal? Leia suas manchetes. Como sínteses da edição, elas revelam bem mais que o perfil editorial da publicação. Refletem, também, a época em que as reportagens foram produzidas, o interesse do público leitor e a visão de mundo dos produtores dor jornal. Para que o leitor possa conhecer um pouco da trajetória do Página UM e saber quais temas mais despertaram a atenção dos alunos-repórteres ao longo de 100 edições, decidimos pesquisar e publicar todas as manchetes desde a primeira edição. A tarefa se mostrou mais complicada que o imaginado, pois alguns exemplares não puderam ser encontrados, e os arquivos digitais se perderam devido a mudanças na tecnologia de armazenamento. No entanto o conjunto apresentado nesta página e nas seguintes permitirá um interessante percurso sobre a história do Página UM.

ARTE: DANILO SANTOS - 4º SEM. DESIGN GRÁFICO

Ano 0 / nº1 / abril de 1998 Provão do MEC divide opinião de estudantes Ano0 / nº2 / maio de 1998 População se desespera com o desemprego Ano 0 / nº3 / junho de 1998 FHC: seca, saques e desemprego Ano 0 / nº4 / julho de 1998 Kotscho critica “oficialismo” da grande imprensa

Ano 0 / nº5 / setembro de 1998 Desemprego ronda eleições Ano 0 / nº6 / outubro de 1998 Estudante da UMC ganha 1º prêmio na Intercom Ano 0 / nº7 / novembro de 1998 ONG’s fortalecem cidadania Ano 0 / nº8 / dezembro de 1998 Radiografia mostra situação do mercado para jornalistas Continua na página 6


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Assim nasce o jornal Página UM... Saiba como é produzido o jornal-laboratório que há dezenove anos inspira sonhos e influencia carreiras

NATALIA ALMEIDA

Elizabeth Tavares Natalia Almeida O Página UM chega à edição 100 repleto de memórias sobre sonhos iniciados em suas páginas, carreiras influenciadas, talentos inspirados. O jornal-laboratório circula em quatro edições anuais distribuídas no campus da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). As reportagens são produzidas pelos alunos do 5º e 6º períodos de Jornalismo, sob a orientação dos professores Simone Leone, responsável pela disciplina Jornalismo Impresso, Elizeu Silva, que leciona Editoração Eletrônica, e Fábio Aguiar, que ensina Fotojornalismo. O professor Elizeu Silva é o editor-responsável pelo jornal. Cabe ao aluno sugerir e estruturar a pauta, bem como toda a execução da reportagem, redação do texto, fotografias e diagramação da página. A avaliação do desempenho ocorre a cada etapa. É difícil expressar a sensação de ter a primeira matéria publicada. “É diferente de tudo que eu tinha pensado que seria”, afirma Dorival Martins, 21 anos, do 5º A. Na reportagem publicada na edição 99 do Página UM, Dorival contou um pouco da história e obra de José Benedito da Cruz, artista sacro popular mogiano do século XIX. “Nada se compara à sensação de pegar o jornal e ver as fotos e a matéria que você produziu, com o seu nome em cima”. Durante o processo de produção de matérias os alunos não sabem quais serão publicadas, pois a seleção final só ocorre depois dessa etapa. A surpresa fica para quando o jornal é impresso e distribuído. Segundo o professor e editor Elizeu Silva, para ser selecionada, a reportagem precisa atender critérios mínimos de apuração, como ouvir fontes pertinen-

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Os alunos do 5º e 6º semestres do curso de Jornalismo sugerem pautas de acordo com o tema escolhido

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As pautas devem indicar a matéria que será produzida, as fontes e a fotografia. Depois passam pela aprovação dos professores e o editor indica o tamanho final do texto

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Inicia-se o processo de produção da reportagem: contatar fontes, coletar informações, escrever o texto e produzir as imagens

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Página UM

Então o jornal é distribuído na faculdade e chega ao seu público-alvo: os alunos da Universidade de Mogi das Cruzes.

O editor seleciona as reportagens que serão publicadas, o material é enviado para impressão gráfica externa e retorna para a Universidade.

Os textos corrigidos e as fotos selecionadas pelos professores, devem ser diagramados pelos alunos em programa de editoração eletrônica. FOTOS: ELIZABETH TAVARES

A partir da esquerda: Professor Elizeu Silva orienta alunos, professora Simone Leone durante aula, redação do Página UM e professor Fábio Aguiar

tes sobre o assunto. Além disso, boas fotografias e uma diagramação bem resolvida aumentam as chances de publicação. Acima de tudo, destaca o professor, é necessário sair da zona de conforto. “Às vezes o aluno tem vergonha de propor uma pauta maluca, sendo que tudo que espero são justamente ideias malucas, diferentes do comum, pois é justamente aí que pode estar a pauta sensacional. Quando isso acontece eu embarco com o aluno na ideia”, afirma.


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Ex-aluna segue carreira do pai no Jornalismo Jornalista da turma de 2012 lembra sua atuação no Página UM e a influência paterna na escolha do curso CAROLINA PRADO

REPRODUÇÃO

100 manchetes do Página UM Ano I / nº9 / abril de 1999 País vive pior momento econômico da década Ano I / nº10 / maio de 1999 Imprensa ajuda a desmantelar “máfia da propina” em SP

Carolina Nogueira relembra a entrevista com o sociólogo Afonso Pola, publicada na edição 85 do Página UM.

Ano I / nº11 / junho de 1999 Suspeita de pacto no trote da morte Ano I / nº13 / setembro de 1999 Publicidade é ouro e prata no Pro Awards

"Desde pequena eu escrevia, e quando chegou a hora de escolher um curso universitário ficou bem claro para mim que deveria ser Jornalismo"

Silvio Suehiro

Carolina Nogueira, 27 anos, formada em Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) em 2012, foi repórter do jornal-laboratório Página UM e seguiu os passos do pai. “Desde que nasci tem um jornalista dentro de casa”, afirma. Amarildo Augusto, o pai, trabalhou na CBN, Diário de Mogi e Mogi News. Foi, também, professor universitário. “Quando ele era professor em Campinas, por uma questão de horário, eu tinha que esperá-lo para irmos para casa. Na época eu tinha 15 anos e acabava assistindo as aulas de jornalismo. Meu interesse pela área está ligado diretamente ao meu pai”. Carolina realizou estágios

como assistente da chefia de reportagem do jornal Mogi News. Teve passagens também pelo Diário do Alto Tietê e pela Rádio DS FM. Além disso, atuou na assessoria de imprensa na campanha de um candidato a prefeito. Sua atuação no Página UM foi marcada pela entrevista com o sociólogo Afonso Pola, sobre democracia e política. A pauta foi sobre mitos da Lei Eleitoral, o Mensalão, Ficha Limpa, corrupção e compra de votos. A matéria foi produzida no período eleitoral de 2012, quando a discussão sobre corrupção e voto consciente estavam em evidência. “Hoje esses questionamentos são fortes, mas já estavam no ar desde aquela época”, afirma. Para Carolina, um dos diferenciais da matéria

Ano I / nº14 / outubro de 1999 FHC vive rejeição recorde do povo

foi a humanização do tema. “Fugi do clichê dos termos técnicos e consegui abordar o assunto aproximando-o do leitor”, diz. Outra matéria de que ela se lembra foi sobre o lançamento do livro “Nova História de Mogi das Cruzes”, do professor Mário Sérgio de Moraes, em 2010. Ela acompanhou a divulgação do livro no Mogi Shopping e destaca a importância da obra. “Havia um ‘buraco’ na pesquisa histórica sobre a cidade. Esse livro é muito importante por preencher essa lacuna”, afirma. Carol destaca a visão holística adquirida com a produção do jornal. “O Página UM me ensinou a olhar as coisas como um todo, e a perceber a contribuição de cada pessoa e cada coisa para o resultado final”, conclui.

Ano I / nº15 / novembro de 1999 Meta de Roitman na Reitoria é tornar UMC “excelência acadêmica” Ano I / nº16 / dezembro de 1999 Nova safra de jornalistas enfrenta o velho mercado Ano II / nº17 / março de 2000 Brasil no pódio da ciência mundial Ano II / nº18 / abril de 2000 É pau...é pedra...é pesquisa...é Tinhorão Ano II / nº19 / maio de 2000 Contagem regressiva para o provão 2000 Ano II / nº20 / junho de 2000 Rede Globo abocanha 71% da receita publicitária da TV Continua na página 9


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“Prática é fundamental à formação jornalística” Tiago Pantaleon lembra da primeira experiência com jornalismo impresso quando atuou no Página UM Dorival Martins Jr. Hoje editor dos jornais Mogi News e Diário do Alto Tietê, o jornalista Tiago Pantaleon publicou sua primeira matéria no jornal-laboratório Página UM. Para muitos outros profissionais da imprensa, o veículo laboratorial do curso de Jornalismo da UMC representa o primeiro contato com a prática jornalística. Tiago Pantaleon ingressou no curso em 2001. No 5º semestre, já em 2003, participou da equipe que responsável pelo jornal-laboratório. Após alguns meses, conta, começou a estagiar no jornal Diário de Suzano, tendo como única experiência a atuação no jornal-laboratório. O contraste entre o Página UM e o ambiente profissional foi sentido por Pantaleon quando começou a estagiar no jornal Diário de Suzano. “O jornal-laboratório acaba reproduzindo de certa forma o processo de produção de um jornal, mas existe uma realidade que só vai se conhecer na prática, como o dead line (prazo final de entrega da matéria escrita). A periodicidade do Página UM na minha época era mensal. Não havia a cobrança para a entrega da matéria como ocorre no jornal diário”, afirma.

Aos 35 anos, Tiago Pantaleon é editor de dois jornais diários: Mogi News e Diário do Alto Tietê – DAT. Segundo ele, o jornal-laboratório da universidade foi uma experiência fundamental na sua carreira profissional. “Ele de fato ampliou meus horizontes sobre o que é um jornal. Sem dúvida foi importante e imprescindível. A prática é fundamental para a formação do estudante”. Tiago produziu sua primeira matéria para o Página UM em maio de 2003. No mês seguinte começou a estagiar no jornal Diário de Suzano. O jornalista afirma que a experiência com o jornal-laboratório foi essencial para conseguir a vaga no emprego. Ele contou que parte da entrevista de emprego era sair as ruas, apurar e levar uma matéria escrita. Com a ajuda da experiência na faculdade, o jornalista escreveu uma matéria que lhe garantiu a vaga. O editor conta ainda que o jornal-laboratório assim como suas futuras experiências o moldou como profissional. Para Pantaleon, o primeiro contato com um jornal impresso foi fundamental na sua formação profissional. Foi no jornal-laboratório que aprendeu a ser imparcial e escrever mantendo a ética jornalística. “Foi minha primeira matéria para um jornal impresso. Fui imparcial, aprendi, com o Página UM, a ser um jornalista ético. A sempre ver os dois lados da história”, conta. Assim como Tiago, muitos estudantes da UMC seguiram carreira em jornalismo impresso, tendo o Página UM como primeiro contato com a área. Além da experiência, o jornal-laboratório oferece inspiração aos futuros jornalistas. “Eu sempre gostei de rádio. Comecei a faculdade pensando em atuar nessa área. Tanto que meu trabalho de conclusão de curso, inclusive, foi um programa de rádio. Mas acabei indo para o impresso desde o início e nunca fiz outra coisa em "O jornal-laboratório é necessário jornalismo além de jornal impresso”, finaliza.

"Eu comecei a faculdade pensando em me tornar repórter de rádio" FOTOS: DORIVAL MARTINS JR.

para a formação do estudante de jornalismo" -Tiago Pantaleon

Educação é a editoria com mais destaque no Página UM Markus Deberaldini Ao pesquisar o acervo físico do Página UM percebe-se que a Educação foi o tema mais abordado desde 1998 com 24 manchetes a respeito. Já o Turismo foi o menos discutido. As edições produzidas ajudam os alunos-repórteres na escolha dos temas a serem propostos em sucessivas publicações. A evolução

e atualização do jornal são visíveis: tamanho, fonte, papel, escolha dos temas e edição, modificação dos logotipos, cores e linguagem. Com novas técnicas de design e diferentes pautas propostas, o jornal se mantém sempre atualizado e busca novos assuntos e abordagens para atender ao leitor. Entre esses assuntos, a Educação, sem dúvida, é o mais abordado, talvez pelo fato de ser um jornal

feito por estudantes e veiculado em uma universidade. Segundo a pesquisa no acervo, de 1998 até 2016, entre 98 edições, as manchetes de educação ocuparam 24 vezes destaque na primeira página. O tema esporte foi manchete do Página UM cinco vezes, com 12,19%. Já cultura apareceu mais e ganhou espaço no Página UM a partir de 2001. Desse período até 2016, o tema foi manchete

em 13 edições do jornal. Cidades também é um tema que teve sua primeira manchete em 2001 e recorreu até 2016. Foram 12 manchetes sendo 17,64% nesse período. A Economia obteve 15 manchetes de 1998 até 2015 no Página UM, ocupando 16,12%. No mesmo período, com o total de 20 manchetes, Cidadania foi outro tema abordado no jornal. Já a pri-

meira vez que Saúde saiu na capa foi em 1999 e a última em 2007. Foram apenas cinco manchetes. Igual número teve o tema Cotidiano, que teve a primeira matéria em 2002 e a última em 2017. Com apenas uma capa em 2007, Turismo foi manchete apenas em 1% das edições, sendo a editoria menos destacada nas primeiras páginas do jornal. As matérias especiais têm espaço garantido no jornal, com 13 manchetes publicadas.


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Mulheres jornalistas em pauta

FOTOS: ALINE MOREIRA

ARQUIVO PESSOAL

Elas enfrentaram barreiras para se destacar no mercado, mas nada as impediu de alcançar o sucesso Aline Moreira Ingrid Caroline

Os direitos das mulheres têm sido objeto da atenção da mídia na última década. Essa discussão trouxe à tona que o mercado jornalístico ainda enfrenta dilemas antigos. A presença feminina nas redações é majoritária, com cerca de 64% dos profissionais, mas isso não reflete na remuneração e nos direitos. Os desafios são percebidos desde o começo da carreira, mas apesar das dificuldades as mulheres não têm deixado a desigualdade vencer. Durante os dezenove anos de existência do Página UM, muitas estudantes deixaram marcas no jornal-laboratório e foram para o mercado de trabalho determinadas a combater os padrões e julgamentos que as esperavam. Renata Honorato, Luciana Carpinelli e Danielle Yura são profissionais que saíram da UMC para construir caminhos do sucesso. #GirlGamerPower Aos 34 anos, Renata Honorato subiu muitos “levels” para chegar onde está. Atualmente, ela se dedica integralmente à Riot Games, empresa desenvolvedora do jogo “League of Legends”, sucesso no mundo todo. O “start” foi na Universidade, em 2000. No Página UM, Renata adquiriu experiências que a aju-

daram a iniciar a carreira. Fora da Universidade, passou pela Veja, portal IG, revista Trip, fez freelas para as revistas Galileu e Rolling Stones, entre outras experiências. Foi no IG que ela teve contato com o mundo dos games e decidiu mergulhar de vez no mundo digital. A carreira da jornalista foi construída como fases de um jogo. Desde a primeira oportunidade, a tecnologia entrou na sua vida e nunca mais saiu. Renata enfrentou grandes desafios. Um dos principais foi atuar na cobertura de tecnologias, até hoje dominado por homens. “Você ouve um monte de ‘vai lavar roupa’ e ‘vai cozinhar’. O problema não está só em Games e Tecnologia, mas também em Economia, Esportes e outras editorias”, revela. Para a jornalista, apesar dos movimentos de empoderamento feminino, ainda há muito preconceito no mercado de trabalho. “É preciso que haja mais flexibilidade das empresas com as mulheres, principalmente as que querem ser mães. Mas, independentemente disso, você deve tentar qualquer vaga”. A mulher em pauta Danielle Yura, 31 anos, assessora de comunicação do Instituto Federal de São Paulo, se formou em 2006 e desde então vem se moldando aos novos tempos. Sua

Renata Honorato, RP da Riot Games

Luciana Carpinelli, blogueira de gastronomia e comunicadora empresarial

experiência no Página UM foi a porta de entrada para o mercado. “Foi meu primeiro contato com as etapas de produção de um jornal impresso. No mesmo ano comecei a trabalhar como repórter no jornal Diário de Suzano, e a passagem pelo Página UM me ajudou a saber como funciona um jornal”. Em 2005, Danielle participou da edição especial "Mulheres", do Página UM. “Foi ótimo conhecer mulheres tão fortes e que superaram tantas dificuldades”, lembra. A jornalista precisou de muita força e determinação para ter sucesso num mercado predominantemente masculino. “Alguns homens não conseguem ver a jornalista como pessoa e profissional a ser respeitada. Já precisei ser áspera para ser ouvida”, revela.

Danielle Yura, Assessora de Imprensa

Os ingredientes do sucesso Luciana Carpinelli, comunicadora da Höganãs, se formou em 2003 e soube conciliar três ingredientes em sua carreira: o crescimento da comunicação online, o jornalismo corporativo mais humanizado e a gastronomia. Ela conta que se envolveu completamente nas atividades da Universidade, tanto que o seu maior projeto surgiu durante o curso. Trata-se do “Cozinhando para 2 ou 1”, um blog com mais 97 mil seguidores com dicas de culinária simples em pequenas porções. Graças ao talento com as panelas, seu projeto gastronômico conquistou espaço semanal no programa “Você Bonita”, da TV

Gazeta, e coluna no site da TPM. Perguntada sobre a adaptação do jornalismo ao ambiente online, responde com firmeza: “Tudo está no online, até mesmo a comunicação empresarial. Não tem como fugir disso”. Segundo a jornalista, no campo da comunicação corporativa um dos principais desafios é ter voz e ser ouvida como líder num ambiente masculino. "Vejo muita resistência, especialmente por ser mulher. Eles acreditam que não entendemos nada de administração ou de negócios, e provar que a sua fala tem embasamento é um desafio enorme”. Ela afirma que, com conhecimento, é possível driblar qualquer situação e conquistar espaço no mercado.


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Do Página UM para o jornal Folha de S. Paulo Em entrevista, ex-aluno Ricardo Hiar fala sobre a influência do jornal-laboratório na sua carreira Lídia Lima e Ana Carolina

Além de propiciar aos estudantes vivenciar a realidade dos repórteres, o Página UM guarda dezenas de histórias de alunos que nele publicaram suas primeiras matérias. Umas dessas histórias é a de Ricardo Hiar, da turma de 2002, que publicou suas primeiras matérias no Página UM. Atualmente ele é aluno do tradicional curso da Folha de S. Paulo LÍDIA LIMA

"O Página UM foi minha primeira experiência, fundamental para a minha carreira" Jornalista Ricardo Hiar, ex-aluno da UMC

100 manchetes do Página UM Ano II / nº21 / agosto de 2000 O povo brasileiro nos espaços de aprendizagem Ano II / nº22 / setembro de 2000 UMC ganha 5 prêmios na Intercom Ano II / nº23 / outubro de 2000 Roitman anuncia cursos de pós-graduação na UMC Ano II / nº24 / dezembro de 2000 Jornalismo e Jornalistas ... Jornalismo e Mercado

Página UM: Como foi sua entrada na UMC? Conte um pouco sobre essa experiência. Ricardo Hiar: Foi meu primeiro vestibular, aos 17 anos. Fiquei inseguro no começo, mas quando passei decidi que iria cursar Jornalismo mesmo e decidi vir do litoral para Ferraz de Vasconcelos. Logo no primeiro ano comecei a estagiar na própria UMC, promovendo os eventos da Universidade e organizando visitas técnicas. Depois dessa experiência comecei a estagiar numa agência de notícias dentro da UMC, que foi fundada pelo jornalista Laerte Fernandes. Como foi sua experiência no Página UM? RH: A minha turma era muito grande, então para conseguir emplacar uma matéria era difícil. Tínhamos que ir atrás de boas pautas, pois os professores eram bem criteriosos. Foi o primeiro momento prático como jornalista,

e hoje o vejo alinhado com a minha carreira. O Página UM foi fundamental, porque foi a primeira experiência, primeira responsabilidade de produzir e de entender como funciona o jornal na prática. Durante a faculdade o aluno tem a oportunidade de experimentar e acho que o mais próximo da rotina de trabalho é o jornal-laboratório. Por isso, essa atividade deve ser encarada com seriedade. Você se lembra de alguma matéria sua para o Página UM? RH: Lembro sim. Foi sobre uma ação social na Praça do Carmo. Um “sopão” ia ser servido na praça. O professor William Araújo aprovou a pauta e nós fomos falar com o pessoal envolvido na ação.

Você está em um dos cursos mais tradicionais e concorridos, o curso da Folha de S. Paulo. Como foi o processo para admissão no curso?

RH: Eu era colaborador da Folha de S. Paulo no litoral e nesse ano, pela primeira vez, eles abriram vagas para colaboradores de outras regiões. O jornal já conhecia meu trabalho, mas eu nunca tinha vindo ao prédio da Folha aqui em São Paulo. Nunca tinha participado da diagramação do jornal.

Você tem alguma dica para os estudantes que vão ingressar no Jornalismo? RH: Ouço que não tem emprego para jornalistas desde que entrei na faculdade, mas sempre trabalhei na área, sempre consegui espaço e sempre tive mais que um emprego, inclusive. Se você gosta de jornalismo, precisa se dedicar. É uma área que exige muito. O jornalista tem que ler bastante, tem que ser bem informado, precisa cultivar contatos. Eu acredito que existes oportunidades para todos, mas é necessário saber construir a ponte até elas.

Ano III / nº25 / março de 2001 ............................................... Ano III / nº26 / abril de 2001 Sombras do passado

Ano III / nº27 / maio de 2001 UMC vai abrir campus em São Paulo Ano III / nº28 / junho-julho de 2001 Presidente da SBPC discute o futuro da ciência no país Ano III / nº29 / agosto de 2001 Alunos da UMC premiados na Intercom Ano III / nº30 / setembro de 2001 Jornalistas em ação Ano IV / nº31 / março de 2002 Toma posse a nova reitora da UMC

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Reformas no design marcam passagem do tempo Ajustes no layout, no formato e até no tipo de papel, buscaram a modernização do jornal-laboratório FOTOS: BEATRIZ FERNANDES

Beatriz Fernandes Um dos fundadores do Página UM, professor Osni Dias, esteve no dia 30 de março na UMC para conversar com os alunos do 5º período de jornalismo, que atualmente produzem o jornal-laboratório. Ele falou sobre os 19 anos do Página UM, os vários formatos, a estrutura gráfica, e o desafio para acompanhar as transformações da sociedade. De acordo com o professor, a distribuição dos conteúdos e o aproveitamento do espaço foram se adequando às necessidades, buscando sempre a atualidade da apresentação visual do jornal. As referências sempre foram os jornais de grande porte. Osni Dias foi responsável pelo primeiro projeto gráfico do Página UM, em 1998. O objetivo era implantar um novo jornal nos moldes da grande imprensa, mas que tratasse de assuntos locais e que mantivesse a linha de interesse público. O jornal O Globo foi uma das referências mais fortes, pois, segundo o professor, trabalhava com fotos abertas, manchetes vinculadas com imagens e matérias menores. Porém, o nome veio de fora: “Numa viagem à Argentina, vi o jornal Página 12 e achei que podia adaptar o nome ao nosso jornal. O Página UM faz referência também ao nome da Universidade, como jornal da Universidade de Mogi”. Osni trouxe para a UMC sua experiência profissional como diagramador da Folha de S. Paulo e Notícias Populares. “Começamos o Página UM como um jornal grande, standard, para causar efeito, mas saindo um pouco do formato ‘quadradão’, dos jornais diários. Consegui trazer a ideia da modulação da Folha de S. Paulo”, conta. Conforme Osni, a democratiza-

Edições do Página UM retratam a história e a trajetória do jornal. Mudanças e evoluções não alteraram o conceito da publicação. Ao lado, professores Osni Dias (esquerda) e Elizeu Silva, passado e presente na condução do jornal

ção era a principal estratégia para chamar a atenção dos leitores. “A ideia era tentar aproximar uma matéria que fosse de maior impacto para a maioria das pessoas. O público já não era mais aquele do bairro, e o conteúdo tinha que ser mais abrangente”.

O Página UM passou a acompanhar as mudanças gráficas, que quando realizadas, já eram trazidas pelo Osni para a sala de aula. Para o professor, a principal mudança ao longo do tempo foi a flexibilidade. “Nasceu um jornal mais duro, com força, e depois

passou pra um estilo mais jovem, com agilidade e direção, que eram os principais focos do plano gráfico”, relata. Em 2004, Osni Dias se desligou da UMC e coube ao professor Elizeu Silva dar continuidade ao jornal como diagramador. Ele conta que procurou manter o projeto gráfico. Elizeu menciona que as mudanças de formato foram as que mais impactaram o layout do jornal. “Na medida em que a sociedade evolui, muda também a linguagem gráfica dos jornais. Nenhuma publicação pode ser estática. Ela precisa sempre captar as tendências do momento”, explica. As reformas gráficas e editoriais proporcionam aos alunos a adaptação às novas linguagens. Contudo, o jornal não pode mudar o tempo todo. “É necessário também pensar na identidade da

publicação”, defende o professor, ao comentar sobre os desafios da diagramação. “Se por um lado é necessário se manter atualizado, por outro o projeto gráfico deve ser preservado, pois ele define a identidade visual do jornal”. Até 2002 circulavam oito edições no ano, depois em 2003 eram seis, e desde 2005 passaram a ser apenas quatro. “Essa oscilação tem a ver com a redução do número de alunos e de professores envolvidos no Página UM”, diz Elizeu. O professor esclarece que a hierarquização das matérias depende do material produzido pelos alunos. Matérias bem apuradas, com boas fontes, bem escritas e com fotografias adequadas, tendem a ganhar mais relevância na edição. “O jornal não prioriza um tema em detrimento de outro. Tudo é tratado com igualdade”.


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Gestora antecipa novidades para o Página UM Agnes Arruda diz em entrevista que um dos planos é criar uma edição online para o jornal-laboratório ANDRIELE MENDES

Andriele Mendes Kayane Rocha Há mais de quatro anos na coordenação dos cursos de Comunicação Social da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), a professora e mestre Agnes Arruda, 32 anos, conta sobre os desafios da profissão, a importância do jornal-laboratório e uma novidade: a possibilidade de uma edição online para o jornal. Como coordenadora, Agnes conta que os principais desafios de sua carreira foram promover a interdisciplinaridade entre os cursos e a integração dos alunos com os professores, além da manutenção de projetos já existentes, dentre eles o Página UM. O jornal-laboratório, que chega à centésima edição, funciona como base para os alunos que pretendem trabalhar em qualquer outro veículo ou formato jornalístico. Ao longo do tempo, o Página UM sobreviveu a diversas mudanças. Houve ideias de transformá-lo em revista e até uma plataforma de reportagens já foi cogitada. Como a cobertura do cotidiano é essencial na formação de jornalistas, a decisão de manter o formato original prevaleceu entre os professores. “Ter um jornal-laboratório é muito importante para colocar em prática as atividades aprendidas em sala, que posteriormente serão realizadas no mercado profissional. E ainda funciona como meio de divulgação do trabalho do aluno, mesmo depois de sua formação, servindo como um portfólio, até porque sai dos muros da Universidade”, afirmou Agnes Arruda. Como projeto futuro, a meta é fazer um cruzamento dos produtos editoriais do curso de jornalismo, no qual a política de edição

100 manchetes do Página UM Ano IV / nº32 / abril de 2002 Ficção e realidade na era dos clones Ano IV / nº33 / junho de 2002 Um retrato da caricatura no Brasil Ano IV / nº34 / agosto de 2002 Provão 2002

Ano IV / nº35 / setembro de 2002 Excluídos, candidatos soltam o verbo

Na UMC desde 2011, Agnes Arruda é gestora dos cursos de Comunicação e Design Gráfico há quatro anos

seria igual para o UMC Repórter (televisão), o Rádio Jornal (rádio da UMC), e para o Página UM (impresso). Junto destes planejamentos surge também a possibilidade, muito bem vinda, de criar um formato online. Com a criação do formato virtual, as proporções do jornal-laboratório ficariam bem mais abrangentes. Ele seria realizado na matéria de web jornalismo, e divulgaria as matérias que não entraram no impresso, segundo a coordenadora. A jornalista Agnes descobriu a afinidade com a área desde cedo, ainda nos tempos de escola, ao se envolver em atividades como jornais e até cobertura de eventos na cidade de Lorena, interior de São Paulo, onde cursou Jornalismo na Faculdade Integrada Teresa D’Ávila. Em 2009, Agnes recebeu uma

Ano IV / nº36 / outubro de 2002 Transgênicos. Você poder estar consumindo sem saber proposta de trabalho de uma agência de publicidade, em Mogi das Cruzes, que a motivou a se mudar. Já na nova cidade, foi convidada pela então coordenadora dos cursos de Comunicação da UMC, Cristina Schmidt, a realizar uma palestra na SECOM (Semana da Comunicação), fato este que lhe abriu portas para lecionar na instituição, a partir de 2011. Após dois anos de docência, mesmo com apenas 28 anos, se destacou por sua dedicação e assumiu o cargo e a responsabilidade de coordenar os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Design Gráfico, função que exerce até hoje. "Eu me formei em Jornalismo, fiz mestrado em Comunicação e Semiótica, na área de audiovisual e estou terminando o doutorado também em Comunicação e Semiótica", revela.

Ano IV / nº37 / novembro de 2002 Um olhar crítico sobre a imprensa (edição especial sobre Jornalismo) Ano IV / nº38 / dezembro de 2002 Curso Articulado por Projetos premia os melhores de 2002 Ano V / nº39 / março de 2003 Mogilar vai virar notícia Ano V / nº40 / abril-maio de 2003 Divino, 300 Ano V / nº41 / junho-julho de 2003 Hospital Luzia Pinho perde verba adicional Ano V / nº42 / agosto de 2003 Segurança entra na pauta do Mogilar Continua na página 12


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Ex-coordenadores falam sobre o Página UM Cristina Schmidt e William Araújo analisam a importância do jornal-laboratório na formação dos estudantes FOTOS: WILLIAM CARLOS

WILLIAM CARLOS O processo de produção de um jornal é cheio de detalhes. Tudo começa com a pesquisa do tema, seguida da elaboração da pauta, da aprovação, da identificação das fontes, da entrevista, da fotografia, da redação e edição do texto e finalmente a diagramação e a edição final. Para que tudo ocorra como planejado, existem pessoas capazes de opinar e mostrar a melhor direção a ser trilhada. William Pereira de Araújo e Cristina Schmidt, ambos jornalistas, ex-coordenadores e atualmente professores do curso de Comunicação da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), têm algumas histórias com o Página UM. Cristina foi coordenadora do curso nos anos de 2005 a 2011, sucedida por William Araújo que permaneceu na coordenação até 2013. Nesse tempo, o jornal passou por várias reformulações como a questão visual. A professor Cristina Schmidt afirma que durante o tempo em

"Hoje tento pegar um exemplar e não tem mais, o que mostra a eficiência do Página UM", afirma William

100 manchetes do Página UM

Ano V / nº43 / outubro de 2003 Alunos apresentam teatro educativo Ano V / nº44 / novembro de 2003 Cresce agronegócio na região Ano V / nº45 / novembro de 2003 Crianças ganham ala no SUS Ano V / nº46 / dezembro de 2003 Mostra da comunicação agita UMC

que esteve à frente dos cursos de Comunicação acompanhou mais de perto o Página UM, conversando diretamente com os professores e alunos envolvidos na produção do jornal. “Eu tive essa relação de conversar muitos com os professores e com os próprios alunos para que a gente pudesse ter o jornal com a edição garantida, com o formato certo e atualizado. E acabamos fazendo várias modificações importantes durante o periodo em que estava no comando do curso". O professor William Araújo lembra que, quando entrou na UMC, havia outros jornais-laboratórios. “O Página UM surgiu depois, como um novo projeto. Ao longo do tempo ele foi reconfigurado, mudando, por exemplo, do standard para o tabloide, que é um formato europeu. Os ajustes são necessários por razões estéticas, de manuseio e para favorecer a leitura", afirma o professor William Araújo. Ambos, Cristina Schmidt e William Araújo, têm o mesmo pensamento sobre o papel do jor-

"Não existe formação em jornalismo sem jornal-laboratório", afirma Cristina Schmidt

Ano VI / nº47 / abril de 2004 Público aprova hora do conto Ano VI / nº48 / maio de 2004 Água: em 20 anos, escassez

Ano VI / nº49 / junho de 2004 Mogi vertical

Ano VI / nº50 / setembro de 2004 Mogi: cidade dos contrastes Ano VI / nº51 / outubro de 2004 Histórias de gente de Mogi das Cruzes

nal-laboratório. "Como produto laboratorial produzido no âmbito da academia, o jornal precisa vincular o aspecto didático com o atendimento das expectativas do público", afirma. Já para Cristina Schmidt, é fundamental a dinâmica dos conceitos trabalhados juntamente com a prática. troca de experiências junto com a prática. “Não existe formação em jornalismo sem jornal-laboratório”, afirma. “Não importa qual a comunidade em que jornal está inserido, o importante é ter compromisso com o público, seja interno ou externo, a intenção é fazer um bom jornal”, afirma a professora. William menciona que é importante mostrar para o público a relevância do jornal, e que atualmente isso é feito de forma correta: “Hoje não estou envolvido diretamente com o jornal, e quando vou tentar pegar um impresso já não tem mais. Interpreto isso como indício de que a distribuição está sendo feita adequadamente e o jornal está sendo oferecido em pontos fundamentais e específicos.”

Ano VI / nº52 / dezembro de 2004 Diretas Já! Vinte anos depois é lembrada por quem participou (edição especial) Ano VII / nº53 / maio de 2005 Mulher: sexo frágil? (Edição Especial Mulheres) Ano VII / nº54 / junho de 2005 Fé, folclore, festa (Edição Especial Festa do Divino) Continua na página 16


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Do analógico ao digital: a fotografia no Página UM

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Ex-alunas constroem carreiras no meio digital FERNANDA GUIMARÃES

Edição especial relembra as transformações das imagens desde o surgimento do nornal até as edições atuais SUELENN LADESSA

Luciana Carpinelli, com atuação no meio digital e comunicação empresarial

Adrielly Belarmina Fernanda Guimarães

Silmara Andere, coordenadora do Laboratório de Fotografia por 25 anos: "É necessário aprender a escrever com imagens"

Carolline Bittencourt Suelenn Ladessa A palavra fotografia se origina do grego e significa fós = luz + grafis = pincel, ou seja, desenhar com luz. É a arte ou processo de reproduzir imagens. Desde a época do filme, da revelação até o digital, o Página UM vem se desenvolvendo e se adaptando às novas tecnologias. Segundo Silmara Andere, coordenadora do laboratório de fotografia por 25 anos, para ser um bom fotógrafo é necessário aprender a escrever com a imagem. Na época em que ela trabalhava na Universidade, o processo fotográfico era totalmente artesanal. “Não tinha rotina no trabalho", lembra Silmara, "pois cada aluno tinha uma história e uma imagem captadas no cotidiano”. No início o Página UM tinha periodicidade mensal, o que fazia com que os alunos tivessem pouco tempo para realizar a fotografia e

todo o processo de edição, revelação e ampliação das imagens. As dificuldades eram muitas, como no procedimento de colocação dos filmes nos tanques de revelação, que não podiam ser expostos à luz sob risco de perda de todas as fotos tiradas pelo aluno. Na época, o Página UM publicava apenas fotografias em preto e branco, à exceção das fotos da capa e da contracapa, que eram coloridas. Com a fotografia digital e os softwares que permitem um acompanhamento melhor e maior controle sobre o processo fotográfico, tudo ficou mais fácil. O atual responsável pelas fotografias do Página UM, professor Fábio Aguiar, comenta que ainda existem dificuldades com a tecnologia das imagens, porém em nada comparáveis às dificuldades anteriores. "Agora tudo ficou mais fácil e mais dinâmico. Facilitou inclusive o encaminhamento da matéria em função das fotos", afirma.

CAROLLINE BITTENCOURT

Professor Fábio Aguiar orienta produção de fotos para o Página UM

Com a popularização da internet jornais impressos estão perdendo espaço, o que faz muitos jornalistas optarem pelo meio online. Em 1999, uma reportagem da então aluna Lilian Pachler, publicada no Página UM, já detectava o fato. Hoje, 18 anos depois, a história é a mesma, e as dúvidas quanto à sobrevivência do jornal impresso são cada vez mais fortes. De acordo com a jornalista Luciana Carpinelli, o mundo está cada vez mais online, e não tem como fugir ou evitar a internet. “O jornalismo ganhou muito com essa tecnologia na agilidade das notícias. Se você tem a informação na hora, é óbvio que você vai querer ter esse formato mais simplificado. Então, a migração é natural, pela sobrevivência. Quem não se adaptou à internet já desapareceu ou está desaparecendo. O impresso perdeu força pela falta de agilidade, pelo custo elevado de impressão e pelas mudanças nos hábitos dos leitores’, diz. Com ampla experiência no meio digital, Luciana dá uma dica sobre como escrever na internet: “Não se pode banalizar a tecnologia, no sentido da produção dos conteúdos. Assim como no im-

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Arisly Franco atua como social media

presso, é necessário se envolver com a construção da matéria, entrevistar, ir atrás da fonte, e não pegar notícias de um ou outro para montar uma só”. Segundo a jornalista, a internet proporciona “um mar de possibilidade" a serem aproveitadas. Já Arisly Franco, jornalista formada pela UMC em 2015, afirma: “Eu me vi dentro, crescendo nesse mundo. Internet é tudo, mas é necessário muita cautela, cuidado e claro, fontes confiáveis. Decidi permanecer nesse mundo cibernético, pois ele está em alta, é de fácil acesso, tudo está a um clique. Atualmente, atuo como social media, responsável por diversas páginas de empresas da minha cidade”.


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UMC forma gerações de bons jornalistas Jornal-laboratório e outras atividades práticas compõem o currículo de profissionais bem sucedidos HEITOR HERRUSO SAMUEL BARÃO O curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes existe desde 1977, e tem lançado profissionais competentes no mercado de trabalho. O corpo docente e a estrutura do curso promovem muitas atividades práticas, como este jornal que você está lendo agora. Para comprovar a eficácia do Pagina UM na construção da carreira dos focas, conversamos com três ex-alunos, hoje profissionais bem sucedidos. Patrícia Campos Leal, 35 anos, é assessora de comunicação da prefeitura de Macapá e produtora executiva na TV Amapá, afiliada da Rede Globo no estado. Formada em Jornalismo pela UMC em 2003, ela começou a atuar na área desde o primeiro período do curso. “Eu não era ligada na área da Comunicação, porém tinha amigos que cursavam Jornalismo e decidi seguir este caminho. Me matriculei no curso, e comecei a escrever artigos para um jornal. Depois disso fui estagiária no “A Semana” de Mogi das Cruzes e no fim de 2004 viajei a lazer para Macapá. Em 2005 voltei para cá e decidi procurar trabalho. Iniciei no “Jornal do Dia” como revisora de textos e logo me tornei editora-chefe. Em 2012 fui convidada para ser assessora da prefeitura, e em 2014 saí do jornal para entrar na TV, onde estou hoje”, revela. Na universidade ela participou da produção do Página UM. “Essa experiência salvou meu início de carreira, porque no jornal-laboratório a gente pode errar, perguntar e aprender”. Thassia Ohphata, 33, afirma que os projetos acadêmicos também foram muito importantes para o início da sua carreira. “Foi

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À esquerda, Patricia Leal (TV Amapá), acima e Thassia Ohphata (Revista Alternativa) e Eder Reis (Fox Sports)

SE VOCÊ PUDESSE DAR UM CONSELHO AOS FOCAS, O QUE DIRIA? Patricia: “Aproveitem o momento de aprendizagem e troca de experiências proporcionado pela universidade. Esse tempo passa muito rápido, mas é essencial para a formação profissional.”

Thassia: “Estar no Japão mostrou o quando é importante conhecermos outras culturas. Por isso, invista no aprendizado de outras línguas. O inglês tornou-se essencial, mas também vale a pela investir num terceiro idioma” Éder: “Se você tiver uma ponta de dúvida sobre cursar Jornalismo, não pense duas vezes. Evite. Guarde o dinheiro e espere a definição vir”. através deles que aprendi o bom jornalismo e o trabalho do repórter”. Formada em 2004, atualmente trabalha no Japão, na Revista Alternativa. Thassia também não se imaginava jornalista, mas, interessada pela leitura, decidiu

ingressar nessa área. “No quarto ano do curso estagiei num jornal de Suzano. No final de 2004, vi uma vaga para jornalistas brasileiros no Japão, e no começo de 2005 recebi um convite do jornal “International Press”. Trabalhei

lá até junho de 2009, produzindo matérias voltadas para a comunidade brasileira. Saí do jornal por conta de uma crise financeira e voltei ao Brasil, sem intenção de retornar. No entanto, fui chamada pela Revista Alternativa, que tam-

bém é uma publicação japonesa voltada para imigrantes brasileiros. Em 2010 voltei ao Japão para trabalhar como correspondente em Gunma e exerço essa função até hoje”. Thassia não se arrepende da escolha: “Tive experiências únicas e desafiadoras no Japão, que dificilmente teria no Brasil”. Eder Reis, 38 anos, conhecido carinhosamente como “Gigante da Narração”, se formou em Jornalismo pela UMC em 2005, após a graduação em Direito. Atualmente ele é narrador esportivo na Fox Sports. “Comecei no Jornalismo como estagiário do Diário de Suzano e logo depois fui para a Rádio Metropolitana, onde aprendi muito. Tive uma passagem rápida pela TV Diário e depois fui para São Paulo, contratado como repórter da RedeTV. Nessa emissora tive várias oportunidades como narrador esportivo. Comecei com o UFC e logo já estava narrando também os principais campeonatos de futebol. O grande marco na minha carreira foi o UFC Rio, ao qual fui como narrador oficial do evento no Brasil. A ida para a Fox Sports, onde estou hoje, foi consequência deste momento”. Os três jornalistas afirmam que as experiências na universidade ajudaram no mercado de trabalho e contribuíram para a construção de suas carreiras. Thassia usou um livro-reportagem produzido na UMC para entrar no mercado. Patrícia também abriu portas a partir de seu TCC, e diz que “sem esse apoio, não teria enfrentado o mercado de trabalho com tanta segurança”. Eder, por sua vez, recorda do apoio dos professores e ressalta a importância de aproveitá-los ao máximo, pois são eles que enxergam as habilidades dos alunos.


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Páginas da nossa história

A história dos jornais-laboratório que antecederam o Página UM FOTO

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As páginas amareladas, guardadas em arquivos da Universidade, revelam histórias e personagens que ajudaram construir a trajetória do Jornalismo na UMC. Em 1978 teve início uma publicação com o nome "O Jornal", que em 1979 entra em nova fase tornando-se jornal-laboratório com matérias produzidas pelos alunos de Jornalismo e material publicitário pelos estudantes de Publicidade e Propaganda. “O Jornal” teve quatro edições, todas impressas em preto e branco. Nos arquivos também é possível encontrar um exemplar do "Boletim Jornalismo", de outubro de 1981. Outro título encontrado, "A Partilha", com três edições em abril, maio e setembro de 1984, abordava problemas sociais e políticos da época, como a Ditadura Militar e o papel da mulher na sociedade. A partir de maio de 1985, o "Jornal Comunitário" iniciou uma nova fase para os veículos laboratoriais do curso de Jornalismo da UMC. Ele se consolidou e foi editado até 1996, quando cedeu lugar ao novo projeto: o jornal-laboratório Página UM, que começou a ser produzido em 1998. Como o nome sugere, o Jornal Comunitário tinha forte ligação com a comunidade. As edições eram feitas nos bairros, dando ao aluno a oportunidade de vivencia o jornal do começo ao fim. O professor William Araújo, que estudou Jornalismo na Universidade, posteriormente se tornou professor, e chegou a ser coordenador dos cursos de Comunicação, contou como era parte do processo de produção. “Por isso, se chamava Comunitário, porque ele procurava entender a sociedade local, do que ela precisava. Informações como andamento de obras, pautas ligadas ao público, não muito amplas, procurávamos vincular com a vida local”, explica William. Os alunos que produziam o Jornal Comunitário participavam de todo o processo, desde a discussão de pauta até a impressão final. Nivaldo Marangoni, que é professor da Universidade há cerca 35 anos, fala a respeito desse processo. “Eu me lembro desde que as matérias eram feitas no mimeógrafo”, recorda Marangoni. “Antes os fechamentos eram mais complicados, os professores iam com os alunos para uma gráfica em Guarulhos, acompanhar o jornal rodando, fazer os acertos”, conta o professor. Leni Calderaro Pontinha, que atuou como coordenadora do curso de Comunicação no período do Jornal Comunitário, também lembra bem daquele tempo. “Eu estudei na UMC. Sou formada em Relações Públicas. Lembro que quando eu entrei para a coordenação o jornal estava nascendo, e alguns profissionais daquela época estão na Universidade até hoje”, relata. “O engraçado era que a população recebia o jornal, e quando mudava de bairro as pessoas perguntavam ‘Cadê o jornal?’, ‘Por que acabou?’, ‘Não estamos recebendo’. Isso era muito interessante. O jornal era muito importante para o curso e os alunos”, lembra Pontinha. Desde aquela época muita coisa mudou, a produção deixou de ser artesanal e ganhou agilidade com o advento da internet. Com isso, a forma de ler jornal e se informar também mudou. O professor Sérsi Bardari, que atuou no Jornal Comunitário e no Página UM, como professor de produção textual e revisor de textos, continua ministrando aulas no curso. Sobre a mudança, ele afirma que conforme o jornalismo foi avançando, a cara do jornalismo digital foi se destacando. "O processo se inverteu, a internet começou a influenciar o impresso”, comenta. “Percebo nesses 23 anos que dou aula, que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio caíram em qualidade. Os alunos de hoje chegam com mais dificuldade de escrever do que os alunos daquela época”, destaca o professor. A produção do jornal-laboratório exerceu e ainda exerce importante função na formação acadêmica do profissional de Jornalismo. O tempo em que o aluno passa na universidade é de extrema importância. Leni Pontinha se emociona ao falar sobre isso. “A UMC faz parte da minha história, eu sai da UMC, mas ela não saiu de mim. É importante que os alunos vivenciem a experiência acadêmica ao máximo”, conclui.

FOTOS: GIOVANNA FIGUEIREDO

Professor William Araújo participou da produção dos jornais inicialmente como aluno e depois como professor

Professor Nivaldo Marangoni se formou na UMC e leciona nos cursos de Comunicação Social há mais de 30 anos

Leni Calderaro Pontinha, também formada na UMC, coordenou os cursos de Comunicação Social da UMC

Sersi Bardari atuou como professor de produção textual e revisor de textos dos jornais-laboratório de Jornalismo


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Profissionais confirmam: prática é fundamental Importantes jornalistas falam sobre a relevância da atuação em veículos laboratoriais durante a graduação LARISSA MARTINS

Hulli Moraes Larissa Martins Lucas Etiene Diversos jornalistas tiveram a oportunidade de participar de jornais-laboratório na faculdade. Na maioria das vezes é a primeira experiência do aluno com o jornalismo. Profissionais da região destacaram a importância do jornal-laboratório na formação dos futuros jornalistas. Dino Rodrigues, natural do Rio Grande do Sul, atualmente editor-chefe do telejornal Diário TV, da TV Diário, afiliada da Rede Globo no Alto Tietê, ingressou no jornalismo ainda adolescente. Passados os anos, percebeu que era realmente a área em que pretendia seguir carreira. Decisão tomada, ele se matriculou no curso de jornalismo na Universidade de Presidente Prudente. Dino revela que teve pouco contato com jornal impresso, porque entrou direto na área da TV. Contudo, baseado na sua experiência profissional, destaca a contribuição da prática laboratorial para a formação dos futuros jornalistas. “É fundamental que o profissional tenha experiência em todos os veículos, até para experimentar e descobrir em qual veículo seguir”, afirma. O editor-chefe defende que o estudante precisa se dedicar às atividades do curso e procurar absorver todos os conhecimentos, independentemente dos veículos laboratoriais serem impresso, TV, rádio ou internet. “O ideal é que a sala de aula se torne uma redação permanente, como se fossem jornalistas formados. Desta forma, futuramente já saberão como funciona uma redação de verdade”. Jornalista, radialista e âncora do Radar Noticioso da Rádio Me-

100 manchetes do Página UM Ano VII / nº55 / setembrooutubro de 2005 Sim ou não? Eleitores vão às urnas

Dino Rodrigues é editor-chefe e apresentador da afiliada Globo em Mogi LUCAS ETIENE

Ano VII / nº56 / outubronovembro de 2005 Centro poderá ser revitalizado Ano VIII / nº57 / maio de 2006 Reportagens de alunos aprendizes de Jornalismo (Edição Especial Projeto Superação) Ano VIII / nº58 / julho de 2006 Uma atleta em busca do seu destino Ano VIII / nº59 / outubro de 2006 Na fila da Previdência Social Ano VIII / nº60 / novembro-dezembro de 2006 Na hora de comprar, pesquisar é essencial

Marilei Schiavi é âncora do Radar Noticioso da Rádio Metropolitana, de Mogi

tropolitana, com atuação como comentarista na TV Bandeirantes, Marilei Schiavi tem mais de 20 anos de experiência em jornalismo impresso. Para ela, o jornal-laboratório cumpre papel fundamental na formação profissional pois, nas suas palavras “é essencial saber escrever bem, independentemente da mídia”. Para a radialista, a experiência em jornal impresso é a base da carreira de todo jornalista, pois o impresso é a essência do jornalismo. É nele que o repórter participa de todo o processo da criação da matéria desde a elaboração da pauta até a edição e conclusão. Marilei disse ao Página UM que a

experiência na faculdade é muito importante, pois é o momento em que os alunos começam a vivenciar o dia-a-dia da reportagem. Ela atribui à experiência no impresso o sucesso que obteve na carreira tanto no rádio como na televisão. Marilei Schiavi conhece de perto o Página UM. No período em que lecionou na UMC, auxiliou diversos alunos com sugestões de pautas e de fontes. Embora não tenha se formado na UMC, a radialista lembra de sempre ouvir falar nos “famosos” jornais-laboratório da UMC. Na época, eram publicados os jornais Comunitário, Regional e Primeira Pauta, antecessores do Página UM.

Ano VIII / nº61 / dezembro de 2006 Circo Social: inclusão em ascensão (Edição Especial Projeto Superação) Ano IX / nº62 / abril-maio de 2007 Aterro: sim ou não? Ano IX / nº63 / junho-julho de 2007 Cultura em Debate Ano IX / nº64 / outubro de 2007 Pan-americano estimula vocações Ano IX / nº65 / dezembro de 2007 Agricultores produzem sem degradar o meio ambiente (Edição Especial: Projeto Superação) Continua na página 19


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O sucesso NÃO ocorre por acaso ARQUIVO PESSOAL

Nayara, 28 anos, é coordenadora de Relações Públicas Digital do Bradesco. Sua trajetória começou em 2009 como estagiária no Mogi News, quando ainda estudava.

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O Página UM conversou com ex-alunos de Jornalismo que estão fazendo a diferença no mercado de trabalho Jheniffer Freitas e Paulo Oliveira

Nayara Ruiz e César de Oliveira têm alguns pontos em comum: ambos se formaram em Jornalismo na UMC e atuaram no jornal-laboratório Página UM. Depois de formados, seguiram para a área digital e se destacaram no mercado de trabalho. Em fevereiro deste ano, Nayara foi incluída na “Under30” da revista Forbes Brasil, que reconhece jovens influentes em suas áreas de atuação. César tem uma agência de publicidade bem sucedida. Página UM: Porque você escolheu Jornalismo? Nayara Ruiz: Sou antenada, gosto de ler, escrever, ouvir histórias, isso me levou a escolher o jornalismo. César de Oliveira: Na época queria trabalhar com música ou com surf, mas sabia que não seria profissional em nenhuma das áreas. Então achei que o Jornalismo me permitiria o contato com alguma dessas áreas. Como ocorre com a maior parte dos estudantes de Jornalismo, eu tinha uma enorme vontade de mudar o mundo. O Página UM foi sua primeira experiência com impresso? Nayara: Não, eu fazia estágio no Mogi News. Aliás, a pressão do trabalho me dispersou um pouco do curso, mas no final deu certo. César: Não. Antes fiz estágio num sindicato, onde ajudava a editar o jornal. O impresso sempre me encantou, principalmente nos anos de formação. Lembro de uma matéria que fiz sobre a cena musical de São Paulo. Na época o Kid Vinil estava na rádio Brasil 2000, que ti-

nha acabado de ser reformulada e estava dando muita visibilidade a bandas independentes. Entrevistei o próprio Kid Vinil, fui em festivais, consegui credencial como imprensa, tirei fotos do palco, tive acesso às bandas, enfim, foi ótimo.

Nayara, você foi listada na Forbes como um dos "Under30". Como você recebeu isso? Foi surpreendente. Pensei que fosse brincadeira, porque estava perto do meu aniversário. Isso é maluco, a gente fica tão absorvida no dia-a-dia que não percebe a dimensão que as coisas vão tomando, não percebe a importância do seu trabalho. Esse reconhecimento é muito gratificante. Sou muito grata à pessoa que me indicou para a lista da Forbes. César, como foi a experiência de montar a sua própria agência? Eu já estava cansado e não aguentava mais o ritmo de redação. Além disso estava fazendo pós e muito ligado ao meio digital. Enxerguei um futuro para esta comunicação, então pensei que deveria abrir uma

agência. Chamei o Fábio Inoue, professor de Publicidade na UMC, e em agosto de 2010 resolvemos abrir a EuMemo. Em dois anos a agência cresceu loucamente.

Nayara, o que é o PR Digital do Bradesco e como é a sua atuação nesse setor? É o departamento de Relações Públicas Digital do banco, voltado para criadores de conteúdos digitais. Entrei na Comunicação do Bradesco em 2011, mas foi em 2014 que vim para a área de redes sociais e logo percebi que faltava um olhar crítico para o relacionamento do banco com esse público. Hoje eu coordeno a área, que está crescendo muito. César, qual a importância do jornal-laboratório na sua carreira? No segundo ano eu já tinha noção de diagramação e o jornal me ajudou a praticar. No terceiro ano meu grupo ganhou o prêmio de página melhor diagramada. Foi a matéria sobre bandas independentes. A gente diagramou uma página interna espelhada com uma guitarra no meio. JHENIFFER FREITAS

César, 33 anos, está há 13 anos na área. Ele passou por jornais, sites, revistas e assessoria de imprensa da região e atualmente é sócio da “EUMEMO”, agência de Comunicação criada em 2010.


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“Pode-se morrer de tudo no Jornalismo, menos de tédio”

FOTOS: GIOVANNA FIGUEIREDO

Ricardo Boechat revela "certa obsessão" pelo jornalismo e aponta a prática como importante recurso de aprendizado Giovanna Figueiredo, Michelly Nogueira e Nathalie Alves

Dono de expressivos olhos azuis e uma voz inconfundível, Ricardo Eugênio Boechat, 64 anos, é filho de brasileiros nascido na Argentina. Jornalista desde os anos 1970, atualmente Boechat apresenta o Jornal da Band, na TV, e o BandNews FM, no rádio, é comentarista do programa Café com Jornal, também do Grupo Bandeirantes, e assina uma coluna semanal na revista ISTOÉ. Tem três prêmios Esso e o título de "Mestre do Jornalismo" concedido pelo Comunique-se. Já foi eleito o jornalista mais admirado do Brasil. Em entrevista exclusiva ao Página UM, Boechat falou sobre a profissão, os percalços e vantagens de ser jornalista, e deu conselhos aos futuros profissionais

Página UM: Como começou sua paixão pelo jornalismo? Ricardo Boechat: E quem disse que sou apaixonado pelo jornalismo? (risos) Não me vejo apaixonado pelo jornalismo, tenho uma relação de certa obsessão, que atribuo a sentimentos positivos ou a vício mesmo. Tenho uma relação de dependência, mas paixão corre em outro terreno, eu não chego a classificar como paixão o que me move nessa atividade.

Como você enxerga a importância do jornalismo para a sociedade? RB: O jornalismo construiu, durante séculos, uma relação muito forte com as sociedades. Ele perde um pouco esse peso com a configuração contemporânea da comunicação, em que cada indivíduo tem poder que outras gerações não tiveram de lidar com os fatos, como sendo ele difusor do entendimento. Dificilmente hoje a imprensa apresenta um furo. Outro dia morreu a jornalista inglesa que deu o furo do início da Segunda Guerra Mundial. Você consegue imaginar que alguém hoje dê um furo desses? Não tem. Essa coisa vai pipocar em milhares de fontes e em várias plataformas.

Experiências na faculdade como a produção de jornais-laboratório e experimentos em TV e Rádio ajudam a preparar um bom profissional? RB: Acho muito importante. Jornalismo é uma profissão que pode contemplar outro tipo de formação acadêmica. O ambiente universitário é dialético, de experimento, e é muito bom que seja vivido intensamente, mas entendo que esta é uma profissão na qual a prática é a grande professora. Nesse sentido acho muito importante que etapas da atividade prática sejam introduzidas o quanto antes na grade e exercitadas da forma mais similar possível àquelas que se experimentam nas redações. É muito importante quando você tem um Página UM chegando à 100ª edição. É uma coisa bacana, a Universidade de Mogi das Cruzes está de parabéns. Você já passou por alguns impressos. Com o tempo, você acha que esse suporte vai sumir? RB: No mundo inteiro as tiragens estão caindo. Jornais tradicionais tendem a se impor nesses momentos, e essa tradição que muitos construíram migrará e levará sua credibilidade para outras

plataformas. Mas me parece que o impresso é uma plataforma com o horizonte declinante. Eu vejo pelos mais jovens, é raro você ver um jovem comprando jornal. Eu sou viciado, percorro as páginas de quatro jornais por dia.

FOTOS: MICHELLY NOGUEIRA

O cenário político do país influencia o jornalismo? RB: O jornalismo não é uma redoma, ele é um ente vivo do ambiente social, é influenciável. Você vê uma bomba de gás matar crianças, você é influenciado, e a sua notícia refletirá esse sentimento. O problema é a manipulação. Dependendo das circunstâncias, o grau de manipulação pode ser até letal, mas não vejo problema em admitir que a imprensa sofre influências. Isso é inevitável.

Que conselhos você daria aos estudantes de jornalismo? RB: Eu adoro quando me perguntam isso. (risos) Mas eu gosto de lembrar um episódio em que o Otto Lara Resende entrevistou o Nelson Rodrigues e, terminando, o Otto disse: “Nelson, eu queria que você desse um conselho para os jovens jornalistas.” O Nelson disse: “Envelheçam” (risos). É uma

Ricardo Boechat concedeu entrevista ao Página UM, na sede da TV Band

tirada rodriguiana, mas é também um alerta. Esta é uma profissão em que o tempo é determinante, os obstáculos são muitos, os feriados e finais de semana são poucos, a pressão é gigantesca, os salários

médios são baixos, a rotatividade é enorme, mas não há profissão mais fascinante. Morre-se de tudo no jornalismo, menos de tédio. Este é um grande negócio para a vida de qualquer um.


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Os desafios da primeira equipe do Página UM Integrantes da primeira edição relatam suas experiências de começar a produção do jornal-laboratório ARQUIVO PESSOAL

GEOVANA PADOVANI

Geovana Padovani Laís Souza Jornais-laboratório são fundamentais para a formação dos futuros jornalistas, como veículos que dão oportunidade aos alunos de vivenciarem um pouco das rotinas do jornalismo impresso. O Página UM foi criado justamente com este objetivo. Desde 1998, o jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) é o veículo no qual muitos jornalistas publicaram suas primeiras matérias. A iniciativa para implantação do jornal partiu do professor José Carlos Aronchi, então coordenador dos cursos de Comunicação Social da universidade. Coube ao jornalista Osni Dias desenvolver o projeto gráfico-editorial da publicação. “Era gratificante ver o empenho dos alunos em produzir algo de qualidade. Foram muitas horas de trabalho para que tivéssemos um jornal com a qualidade que pretendíamos. No fechamento das edições, muitas vezes saíamos da Universidade quando tudo já estava fechado, as luzes apagadas, todas as demais atividades encerradas. Mas o esforço era recompensado quando os jornais chegavam da gráfica. Era como esperar por um filho”, lembra. A ideia principal da primeira

O professor universitário Osni Dias e a jornalista Claudia Irente fizeram parte da equipe que produziu a primeira edição do jornal-laboratório Página UM

edição do Página UM era apresentar o jornal à comunidade, por meio de reportagens especiais. A matéria principal da primeira edição fala sobre a história da Universidade, seus cursos e sua estrutura, seguida por diversas matérias de utilidade pública da época e sobre a importância da profissão do jornalista. A primeira equipe de fechamento do Página UM foi formada por Edson Garutti, Marpessa de

100 manchetes do Página UM Ano X / nº66 / abril-maio de 2008 Votar, cobrar e participar

Ano X / nº67 / junho de 2008 Projeto abre porta para o primeiro emprego

Castro, Simone Santana, Denise Marjorie e Adriane Junqueira. "Era uma equipe excelente, muito comprometida com a qualidade do jornal", afirma o professor Osni Dias, um dos fundadores do jornal e que à epoca respondia pelo Planejamento Gráfico. Passados quase vinte anos, alguns integrantes daquele grupo optaram por trocar de profissão. Edson Garutti cursou Direito e atualmente é delegado da Polícia

Federal, e Marpessa de Castro é funcionária pública no Tribunal de Justiça de São Paulo. SimoneSantana , Denise Marjorie e Adriane Dias seguem no Jornalismo. Claudia Irente, atualmente no Mogi News e no Diátio do Alto Tietê (DAT), participou daquela edição histórica. “Ali foi o começo de tudo, foi quando senti realmente que aquilo era o que queria para a minha vida. Os jornais-laboratório são de suma importância na

Ano X / nº68 / setembro-outubro de 2008 Lei define regras para estágios

Ano X / nº69 / novembro-dezembro de 2008 Superação 2008 (Edição Especial Projeto Superação)

formação dos jornalistas. Eu diria até que essenciais, pois fornecem uma base sólida. Mais que isso, ajudam a desenvolver ainda mais a paixão de quem optou pelo jornalismo. O Página UM nesse contexto, é a preparação de todo esse processo e a loucura de ter uma vida sem rotina. Fico feliz por ter feito parte da história do Página UM e espero que ele continue sendo o início da carreira de outros colegas”, afirma.

Ano XI / nº70 / abril-maio 2009 Catadores sentem efeitos da crise Ano XI / nº71 / junho-julho 2009 Sob a batuta de um mestre internacional Continua na página 21


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Regina Melo: a jornalista que virou reitora Em entrevista, a reitora da Universidade de Mogi das Cruzes lembra os tempos de estudante de Jornalismo LEONARDO NASCIMENTO

João de Mari e Leonardo Nascimento

Regina Coeli Bezerra de Melo, 44 anos, reitora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), é filha única do fundador e chanceler da UMC, padre Manoel Bezerra de Melo. Ela é formada em Jornalismo, que cursou na própria universidade. Nesta edição comemorativa, Regina fala, em entrevista exclusiva, um pouco sobre sua paixão pelo Jornalismo e algumas experiências durante o curso. Aos estudantes ela recomenda: “Leiam muito, sempre e de tudo”. Página UM: Por que escolheu fazer Jornalismo? Regina de Melo: Sempre gostei de ler e escrever e, por isso, me identifiquei com o curso. Acredito que estas são as características básicas para começar na área, Claro que no decorrer do curso fui entendendo que o jornalista, precisa, sim, saber escrever, mas precisa também de uma bagagem considerável de leitura. Acima de tudo, ele é um profissional responsável por transformar a sociedade, sempre em busca da verdade e com uma conduta ética. Quando iniciou na faculdade, qual era seu sonho em relação à profissão? RM: Cheguei a trabalhar na Gerência de Marketing e Notícias da UMC, quando acompanhei de perto o trabalho da assessoria de imprensa. Ao me formar em Jornalismo, comecei a trilhar minha vida profissional. Pensando no futuro da universidade, fui estudar para me especializar na área. Até hoje gosto muito do jornalismo, por isso leio sobre a carreira e procuro me manter atualizada.

Segundo a reitora, o jornal-laboratório lhe permitiu conhecer como se faz um jornal impresso. "Aprendi o passo-a-passo da reportagem", afirma

O jornal-laboratório foi importante para o seu desenvolvimento no curso de jornalismo? Por quê? RM: Sem dúvidas! Foi uma experiência importante e enriquecedora, que me permitiu, inclusive, conhecer um pouco mais sobre a cidade de Mogi das Cruzes, sua história, seus personagens e fatos. Aprendi na prática como se faz um

jornal impresso, as matérias que escrevi para o jornal-laboratório me mostraram o passo-a-passo da reportagem: como marcar uma entrevista, fazer a pauta e, principalmente, escrever um texto jornalístico.

Quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou em meio ao curso? RM: As dificuldades não eram relacionadas ao curso em si, mas com o modo de fazer as reportagens na época, pois era um processo lento e difícil. Imagine no início dos anos 1990, não existia celular nem internet. Demorávamos para conseguir marcar a entrevista. Com a matéria apurada, escrever era outro desafio, pois, assim como nas redações, nosso laboratório era imenso, com dezenas de máquinas de escrever e blocos e mais blocos de laudas de papel jornal de 1.400 toques. Era quase impossível escrever uma matéria na máquina sem erros. Hoje na posição de reitora, como você enxerga o curso? Acha que a Universidade oferece a estrutura necessária para a formação de bons profissionais? RM: O curso é bem estruturado e tradicional na UMC. O próprio Página UM é uma importante ferramenta de aprendizado, que permite aos alunos fazerem reportagens e publicá-las. Além disso, os estudantes participam da Semana da Comunicação e produzem o Festival de Talentos. O curso ainda dispõe do LabCom, que são os es-

túdios de TV, Rádio e Fotografia e da AECom – Agência Experimental de Comunicação da Universidade.

Há algum projeto de investimento em relação ao Jornalismo da UMC? RM: Os investimentos são contínuos, como ocorre em todos os outros cursos, pois é preciso acompanhar o mercado de trabalho e oferecer aos nossos alunos todas as ferramentas necessárias para que eles se desenvolvam na profissão que escolheram. Recentemente, o Laboratório de Fotografia, por exemplo, foi ampliado e novos equipamentos foram adquiridos para os laboratórios de Televisão e Rádio. O que você diria para os jovens que pretendem ingressar no curso de Jornalismo e seguir carreira? RM: Leiam muito, sempre e de tudo. Principalmente a respeito do tema no qual pretendem se especializar. Quanto mais conhecimento o jornalista tiver, melhor, mais ágil e analítico ele será. É importante que, além de relatar um fato, o jornalista consiga ter um olhar crítico sobre o assunto que está tratando. Isso o ajudará a encontrar os entrevistados adequados, a mostrar os dois lados das histórias e a não somente reproduzir informações.

Qual a principal característica que um jornalista deve ter? RM: Curiosidade, pois é a partir dela que o jornalista vai investigar os fatos de suas reportagens e descobrirá coisas que vão além do óbvio.


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Nova geração de estudantes define futuro do jornal Página UM

21 LILA CUNHA

Preparação para atuação no veículo começa nos primeiros semestres do curso Lila Cunha Nahara Reis Os alunos do primeiro ao quarto semestres do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) estão se preparando para o momento em que integrarão a redação do jornal-laboratório Página UM. O preparo é feito através de disciplinas teóricas, nas quais são discutidas o papel do jornalismo na sociedade. Enquanto aguardam o momento de começar a atuar, eles acompanham as publicações bimestrais que circulam pela universidade. Segundo a professora Solange Bazzon, “toda prática acadêmica deve ser precedida por pilares teóricos”. Ela ministra a disciplina de Técnicas de Comunicação Oral e Escrita para alunos do primeiro ano do curso de jornalismo. É no quinto e sexto

semestres que os alunos escrevem no Página UM. Segundo Elizeu Silva, professor e editor responsável pelo jornal, isso está definido no Projeto Pedagógico do Curso, levando em consideração que nesse estágio os alunos já conhecem os conceitos e estão aptos a colocá-los em prática. “O jornal-laboratório cumpre o papel de permitir ao aluno experimentar, sentir o que é o ambiente real das redações”, afirma. As disciplinas Fotojornalismo, Jornalismo Impresso e Editoração Eletrônica, oferecidas no quinto e sexto semestres, são voltadas à produção do jornal. Em abril deste ano, os alunos do primeiro semestre leram pela primeira vez uma edição do Página UM. Alguns ainda não sabiam sobre a sua existência, mas depois de uma explicação prévia sentiram-se mais à vontade para

100 manchetes do Página UM

Ano XI / nº72 / setembro-outubro de 2009 Entidades questionam Lei Antifumo de São Paulo ..................................... Ano XII / nº78 / novembrodezembro de 2010 Treinados e prontos para a ação

Calouros se entusiasmam com a possibilidade de atuar no Página UM, e fazem planos sobre matérias que produzirão

falar a respeito.“Esperamos que as pessoas se interessem mais pelo jornal impresso, que possamos ampliar o Página UM em questão de acessibilidade, e que tenhamos principalmente reconhecimento através do jornal”, afirma Roberta Pellicoro, aluna do primeiro semestre. Daqui a aproximadamente um ano e meio são eles que escreverão o jornal. No diálogo, surgiram muitas ideias e alguns alunos falaram sobre suas preferências por editorias como moda, arte e cultura, mídia global, espor-

te, cultura pop e política. A expectativa é tão grande que eles fazem planos do que irão produzir. Fica clara a preocupação em conseguir atingir o público-alvo do jornal. Os palpites também são relacionados à divulgação do Página UM. Alguns alunos sonham com uma versão digital que dê maior visibilidade aos textos produzidos. Isabela Macedo, do terceiro semestre da manhã, que acompanha as edições do Página UM desde que ingressou no curso, acredita

Ano XIII / nº79 / abril-maio de 2011 Pesquisa realizada na UMC aponta nova origem para a cárie dentária Ano XIII / nº80 / junho-julho de 2011 Número de imigrantes cai 390% na região

que a experiência como aluno-repórter ajuda a entender mais de perto como funciona a produção de um jornal. Para a maioria dos alunos, o Página UM é a primeira oportunidade de ter um texto publicado e em circulação. Suelenn Ladessa, aluna do quinto semestre da manhã, revela a sensação de dever cumprido que sentiu ao ver sua reportagem publicada na edição 99. “Foi o resultado de muito esforço e trabalho. Fiquei feliz”, afirma.

Ano XIII / nº81 / setembro-outubro de 2011 Uma viagem no Expresso Turístico Ano XIII / nº82 / novembro-dezembro de 2011 (Edição Especial Ex-alunos que atuaram no Página UM)

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Será que vai dar capa?

LUCAS OLIVEIRA

A capa do Página UM é um espaço disputado pelos alunos-repórteres. Ganhar destaque no segundo ano do curso não é para qualquer um Amanda Moreira Lucas Oliveira Pablo Arisa "Será que vai chover?" Essa era uma das principais perguntas em 2015, quando uma grande estiagem se prolongou por boa parte do Brasil. A crise hídrica, provocada pela falta de chuvas, afetou a região do Alto Tietê e cidades como Biritiba Mirim e Salesópolis, que têm na agricultura a principal atividade econômica, sofreram o impacto com queda na produção agrícola e consequentes prejuízos nas receitas. Foi a partir dessa realidade que surgiu a matéria de capa da edição nº 91 do Página UM, produzida por Lilian Pereira e Magda Nathia, que na época cursavam o 3° período de Jornalismo. Atualmente no 8º período do curso, as alunas concederam entrevista ao Página UM para esta edição especial, na qual lembram os desafios para a produção da matéria e da fotografia que virou

chamada da capa daquela edição. Com a maior base econômica da região ligada à produção hortifrutigranjeiros, e suas famílias sofrendo diretamente com a escassez por trabalharem em áreas rurais, a definição para a pauta seria justamente abordar a questão de forma ampla e informativa. E isso ficou relevante para que as alunas direcionassem o tema de forma que chamasse a atenção dos leitores. “Conhecemos várias famílias cujo sustento estava sendo prejudicado pela falta d'água”, afirma Lilian. Além de falarem sobre um assunto em evidência, a grande sacada foi a fotografia, que deu destaque à matéria e acabou veiculada na capa. A imagem de um agricultor olhando para o céu como se indagasse sobre a chuva, preocupado com a perda da produção, deu ênfase ao trabalho produzido das alunas. Quem viu a foto na capa não imagina ter sido feita com uma câmera de celular, o que a deixa

"Foi nosso primeiro trabalho impresso, o primeiro item do nosso portfolio. Jamais esqueceremos a importância do Página UM. Foi muito significativo tanto no aspecto emocional quanto no profissional". Magda Nathia

mais interessante. “Não tínhamos aulas de fotografia ainda. Foi uma produção totalmente pessoal”, comenta Lilian. Com orientações dos professores Elizeu Silva e Agnes Arruda, a primeira matéria para o jornal laboratório da universidade tomava a forma esperada pelas alunas. O que elas não esperavam era conseguir a principal página do jornal, e a repercussão que viria a seguir.

Lilian Pereira (esquerda) e Magda Nathia (direita) posam orgulhosas com a edição 91 do Página UM

“Emoção resume. Nenhum aluno do curso de Jornalismo sabe se sua matéria vai entrar no jornal até a circulação do material já impresso. Quando descobrimos que a reportagem tinha entrado, e ainda na capa, foi uma alegria enorme”, afirma Magda. “Até hoje tenho vários exemplares. Distribuí para vários de meus familiares. Levei até para parentes no Nordeste, quando fui visitá-los”, conta.

O apoio da família antes, durante e depois da produção da matéria foi muito importante, não só para elas, mas para todos os estudantes. A família é a principal incentivadora de um sonho. No caso da Lilian, ser jornalista é algo que sempre foi o desejo de sua família. “Meu pai sempre sonhou que eu fosse jornalista. O meu nome foi inspirada em uma jornalista. Realizar o meu sonho, junto com o do meu pai, é muito especial”, afirma. Os comentários surgidos após a distribuição do jornal revelaram a importância da atuação prática durante o curso. Atualmente envolvidas no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), elas reconhecem o quanto foi importante adquirir bagagem para as atuais e futuras produções da carreira. “Esse foi nosso primeiro trabalho impresso, o primeiro item do nosso portfólio. Jamais esqueceremos a importância de termos escrito para o Página UM”, garante Magda.


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Professores-editores focam na qualidade Docentes responsáveis pelo Página UM conduzem o jornal pensando em detalhes além da capa

Muito se fala sobre a importância do Página UM como jornal-laboratório e instrumento de desenvolvimento dos alunos de Jornalismo da UMC. Porém, é necessário dar os devidos créditos àqueles que estão por trás de tudo isso: os professores. Desde a criação do jornal, em 1998, passaram pela direção do jornal profissionais como Geraldo Rodrigues, Mauro Ventura, António Moura, Osni Dias, Roberto Medeiros, e Elizeu Silva, atual editor-responsável. Geraldo Rodrigues, atualmente diretor de Cultura de Bertioga (SP), foi o primeiro professor de Jornalismo da UMC formado pela própria universidade, em 1979. Ele conta que começou a lecionar um ano após a formatura e permaneceu por 19 anos, tendo sido, em parte desse tempo, responsável pelo Página UM. Nos anos em que esteve na coordenação do projeto, Geraldo Rodrigues relata que o jornal-laboratório era leitura obrigatória e procurada em Mogi das Cruzes. Segundo ele, o Página UM fez história e revelou excelentes profissionais, entre os quais muitos que exercem funções importantes no Alto Tietê e em outros lugares, incluindo a grande imprensa. Ele cita, como exemplo, o repórter César Galvão, hoje na TV Globo. Rodrigues lembra que, apesar de influenciar a vida profissional dele e dos demais professores engajados, o aprendizado era obtido também com os próprios estudantes. Quanto à didática, ressalta que os docentes tinham que elaborar um método próprio para envolver todos os alunos nas diferentes áreas na produção do jornal, expe-

PAULA FERRAZ

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Mirela Rodrigues Paula Ferraz

riência somou muito à sua própria formação, mesmo tendo passado pela redação dos jornais e revistas mais importantes do país. Após Geraldo Rodrigues, coordenaram o Página UM, na sequência, os professores Mauro Ventura, António Moura e Osni

m base “Criei alguns jornais co no Página na experiência obtida lar, Correio UM, como Gazeta Popu H, e levei Metropolitano e Hora comigo". alunos para trabalhar

Dias, até que este também se desligou da Universidade. Em 2004 coube ao jornalista Roberto Medeiros assumir a coordenação do jornal. Professor no curso de Jornalismo da UMC de 1999 a 2011, Medeiros participou do jornal por pelo menos dez anos, dos quais durante sete como coordenador do projeto. Segundo o antigo coordenador, o intuito sempre foi aperfeiçoar o jornal e dinamizá-lo a cada ano letivo. Ele destaca que o esforço não foi individual e contou com notável cooperação dos colegas, dentre eles Elizeu Silva, Fábio Aguiar e Sersi Bardari, todos ainda professores da universidade. A participação de um grupo de docentes se deve ao fato do Página UM estar ancorado em um projeto editorial factível de execução

Geraldo Rodrigues

pelos alunos, com as condições materiais disponíveis e orientação de professores com habilitações em texto, edição, fotografia, diagramação e produção gráfica, como explica Medeiros. Envolver os alunos na produção do jornal é um desafio constante. Para Medeiros, faz parte desse desafio desenvolver a sensibilidade necessária para compreender os alunos e trabalhar

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uito “Foram anos de m atificantes trabalho, mas gr da do ponto de vista ional”.

recompensa emoc

ros Roberto Medei

construtivamente com eles, mesmo quando apresentam pautas não condizentes com a proposta editorial do jornal. Outro desafio é o cumprimento do cronograma estabelecido – o Página UM chegou a ter dez edições por ano –, e promover a participação de todos. Assim como Medeiros, o atual editor-responsável pelo jornal, professor Elizeu Silva, destaca a di-

s típicos “Além dos desafio cada ano do jornalismo, a muda o grupo de alunos

e então é completamente, ar tudo necessário começ

le a pena”.

va novamente. Mas

Elizeu Silva

ficuldade para selecionar o que entra ou não nas edições, pelo fato de cada matéria representar, de certa forma, o aluno que a escreveu. Elizeu destaca esta como uma das importantes características do jornal-laboratório: fazer com que os alunos se habituem ao que acontece no ambiente profissional, fora da faculdade, em que os repórteres invariavelmente precisam disputar o espaço nas edições. Para os professores envolvidos no projeto, como explica o atual responsável, o essencial é aplicar no veículo laboratorial conhecimentos adquiridos no mercado de trabalho e no próprio curso, para que o crescimento profissional seja de ambas as partes, aluno e professor. Elizeu, que se formou na UMC e começou a lecionar nasequência, revela que este foi e continua sendo seu método.


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O mesmo sonho, caminhos e finais diferentes Jornalistas contam suas experiências acadêmicas e trajetória até a formação. Saiba como elas estão Bruna Souza Patrícia Barreto Luana Godoy e Vanusa Soares têm em comum o curso de Jornalismo realizado na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Apenas dois semestres separam as duas ex-alunas. Ambas contribuíram com matérias para o Página UM e produziram livros-reportagem como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Desde criança queria ser jornalista, pois sempre gostei de escrever e me comunicava super bem”, afirma Luana Godoy, formada em 2004, autora do livro-reportagem “Jornalismo da UMC – Trinta Anos de História”, no qual é relatado o surgimento do jornal-laboratório Página UM, bem como as dificuldades enfrentadas pelos alunos e o empenho dos professores na produção do jornal. “Sempre quis passar de maneira clara e objetiva as informações para as pessoas. É o que importa para mim”, diz Vanusa Soares, formada em 2003. Seu livro-reportagem “Entorpecido, doido, varrido – tráfico, drogas e outras histórias”, discute o problema da loucura. A vida de estudante tem suas complicações, e assim foi para as duas. Vanusa Soares veio de outra instituição e precisou se adaptar à UMC. Sobre o Página UM, ela lembra das matérias que realizou e das pesquisas de campo necessárias. "Me enriqueceu muito”, afirma. A melhor matéria, segundo a ex-aluna, abordou o tema da loucura através dos tempos, como a sociedade encara as pessoas doentes e algumas personalidades famosas, como Van Gogh e Shakespeare, que enfrentaram o problema. Atualmente Vanusa Soares é coordenadora de Comunicação do SESC Belenzinho, em São Paulo. Luana Godoy, que veio de Roseira, morou num quarto alugado durante os anos de formação. “Eu conversava muito com os professores e fiz amizade com a turma mais velha, até que surgiu uma oportunidade para fazer monitoria na sala de redação. Foi assim o meu período na faculdade”, conta. Como monitora, Luana se envolveu com o Página UM desde os primeiros semestres do curso. Luana Godoy defende que o jornal-laboratório é uma oportunidade para o estudante conhecer a dinâmica da produção jornalística com relação ao cumprimento de prazos, planejamento da reportagem, apuração, entrevista, fotografia, diagramação, enfim, todas as rotinas. "Dessa forma, o aluno consegue descobrir a área com que se identifica mais". Depois de atuar em algumas empresas em São Paulo, Luana retornou para Roseira, onde atualmente tem uma loja de bijouterias.

PATRÍCIA BARRETO

100 manchetes do Página UM Ano XIV / nº83 / abril-maio de 2012 Darwin no ônibus Ano XIV / nº84 / junho de 2012 Strong Monsters invadem Mogi Ano XIV / nº85 / outubro-novembro de 2012 Desafios para os novos Prefeitos Ano XV / nº86 / maio-junho de 2013 I Festival de Itinerâncias Teatrais traz espetáculos internacionais a Mogi

Vanusa Soares, formada há 14 anos, é coordenadora de Comunicação do SESC Belenzinho, e mãe de uma menina LUANA GODOY

Ano XVI / nº87 / maio-junho de 2014 Escola do MST em Guararema oferece cursos profissionalizantes e formação humanista Ano XVI / nº88 / julho-agosto de 2014 Haiti: Os imigrantes haitianos chegaram a São Paulo. Sociedade e poder político não sabem o que fazer Ano XVI / nº89 / outubro de 2014 Mogiano convive com trânsito de cidade grande Ano XVI / nº90 / dezembro de 2014 E-books conquistam estudantes Ano XVII / nº91 / junho de 2015 Será que vai chover? Ano XVII / nº92 / outubro de 2015 Verdura a preço de remédio

Luana Godoy, formada há 13 anos, voltou para Roseira, interior de SP, e atualmente é comerciante

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Muitos estudantes passaram pelo jornal-laboratório, mas ter a matéria como destaque da edição é para poucos

O jornal Página UM completa 19 anos em 2017. Não dá para saber quantas matérias foram publicadas, mas estima-se que são mais de 1900. Dessas, apenas 100 delas ganharam destaque nas manchetes. Nesta reportagem, são destacados três momentos do jornal: a manchete da primeira edição, outra da edição 53 que circulou na metade da sua trajetória, e a mais recente, publicada na edição 99. Juntas, compõem um pequeno quadro da trajetória do jornal.

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Angélica Florentino e Karine Leonel foram destaque na capa da primeira edição do jornal. É delas a manchete “UMC divide responsabilidade com alunos”, sobre a expectativa da Universidade em relação ao provão do MEC para medir o desempenho dos estudantes. Angélica Florentino, 40, sempre se identificou com o jornalismo impresso: “Sempre gostei de ler e escrever”, afirma. Na época, embora o Página UM fosse destinado aos alunos do quarto ano do curso, outros alunos, inclusive de Publicidade e Propaganda, publicavam charges e até artigos no jornal. Atualmente, Angélica é professora do Ensino Médio em Ubatuba. Karine Leonel, infelizmente, já faleceu. Em 2005, na 53ª edição, quem ocupou o espaço nobre do jornal foi Carla Fiamini, com a reportagem “Um exemplo de mulher centenária”. A matéria fez homenagem a dona Laura, mogiana de 104 anos e extremamente ativa. “Um exemplo de vitalidade”, escreveu a jornalista. Formada há 10 anos, Carla Fiamini

destaca a importância de oferecer ao leitor a possibilidade de refletir, aprender e se inspirar nas histórias que lê: “A humanização da matéria foi o que deixou ela tão interessante”, afirma. Atualmente, a jornalista é secretária de Comunicação da Prefeitura de Suzano, além de ser proprietária de uma empresa de Assessoria de Comunicação. Passou o tempo, mas as histórias humanizadas continuam inspirando jovens repórteres, como ocorreu com Renan Omura, 22 anos, na edição 99 do Página UM. Omura encontrou em Suzano o empreendedor social Emerson Alexandre do Prado, 39 anos, que fundou e mantém projetos sociais com o salário mínimo que recebe como faxineiro de um supermercado. Na reportagem, é apresentada a luta do faxineiro para custear suas despesas e ainda manter os projetos sociais. “Na hora de sugerir pautas para a edição 99, a primeira história que me veio à mente foi a do Alexandre, porque no Página UM eu teria um pouco mais de liberdade para trabalhar num texto perfil”, diz. O aluno também destaca a importância de ter um jornal-laboratório na formação acadêmica: “É fundamental participar de todo o processo”.

Carla Fiamini é autora da reportagem de capa da edição 53. Em 2017, pelo terceiro ano consecutivo, recebeu o prêmio "Mulheres de Expressão", concedido pelo Grupo Mogi News

"Guardo numa caixa recortes de todas as matérias que produzi", afirma Angélica (direita), que é mãe, jornalista e pedagoga. Ela é autora da reportagem de capa da primeira edição

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O Página UM em três gerações de alunos Caroline Ferreira Michelly Nogueira Randal Savino

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Renan Omura está no 6º período de Jornalismo e faz estágio no jornal Diário de Suzano, onde já teve matérias publicadas na capa. No Página UM, conquistou a capa da edição 99

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“Página UM foi referência para outros cursos” Ex-coordenador dos cursos de Comunicação, José Carlos Aronchi, fala dos desafios da criação do Página UM RENAN OMURA

Anny Nunes Renan Omura

Sentados na praça de alimentação do Shopping Metrô Santa Cruz, aguardávamos avidamente pelo encontro. Faltando poucos minutos para a entrevista, relemos o extenso currículo de José Carlos Aronchi. Professor e ex-coordenador dos cursos de Comunicação Social da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) nos anos 1990, entre outras realização ele esteve à frente da implantação dos estúdios de Rádio e TV e do surgimento do jornallaboratório Página UM. Às 19 horas e 50 minutos, Aronchi subiu pela escada rolante à nossa frente. De imediato fomos em sua direção e, após as saudações, escolhemos um ambiente confortável para o diálogo. Numa cativante conversa, ele nos contou sobre as suas experiências na UMC e os primeiros anos do Página UM. Página UM: Como foi sua chegada à UMC? José Carlos Aronchi: Entrei na UMC em 1996, convidado para assumir a coordenação dos cursos de Comunicação Social pelo padre Manoel Bezerra de Melo. O Brasil estava descobrindo a era digital e as empresas sentiam a necessidade de investir nas novas tecnologias. Era importante a modernização dos cursos. Quais foram as dificuldades que você enfrentou para estabelecer a nova proposta de ensino? JCA: A principal foi a transição de uma metodologia tradicional para outra mais moderna. A aceitação por parte dos orientadores e dos alunos foi um pouco complicada. Mas logo perceberam que era uma maneira de fortaler o curso. A ideia era que no primeiro ano o aluno conhecesse o mundo da comunicação e tivesse contato com sua profissão. No segundo, os alunos deveriam obter conhecimento sobre todas as oportunidades de trabalho. Era feito um jornal em inglês chamado First News, com notícias simples. No terceiro ano, os alunos faziam o Jornal Regional, que cobria toda a região. No último ano os alunos adquiriam experiência para trabalhar em jornais de abrangência

nacional e internacional. Daí surgiu a necessidade de um jornal com essas características.

Como surgiu o Página UM? JCA: Ele foi implantado para que os alunos do quarto ano produzissem conteúdo com característica de jornal diário e abrangência nacional. Ele tinha formato standard, assim como os principais jornais do país. Com esse desafio, abrimos vagas para pessoas que trabalhassem em jornais grandes e compreendessem a elaboração do formato. Tivemos a sorte de conhecer o jornalista Osni Dias, que veio para nos ajudar. Precisávamos decidir qual seria o nome do jornal e foram apresentadas várias propostas, mas não agradaram porque soavam muito acadêmicos. Até que surgiu o nome Página UM. Lembro exatamente do dia em que o professor Osni Dias entrou na minha sala radiante e disse o nome do jornal, explicando o UM como acrônimo de Universidade de Mogi. Eu comprei a ideia na hora. Alunos e professores trabalhavam muito, até mesmo fora do horário. O Página UM acabou sendo seguido por outras universidades do Brasil, pois ele foi inovador na concepção editorial, no formato e

no suporte. Foi uma evolução para a época e serviu de referência para outras universidades.

Quando a primeira edição ficou pronta, ela atendeu suas expectativas? JCA: Sim, pois, o Página UM tinha as mesmas características de um jornal diário, na estética, na proposta, e no conteúdo com abrangência nacional. Só perdia para a periodicidade. Ele era um jornal mensal, mas no produto final não se via diferença. O objetivo, então, era preparar o aluno para o mercado? JCA: O aluno de graduação vai para a faculdade de olho no mercado. Poucos se tornam pesquisadores. Na UMC, o que procurei fazer foi atualizar o curso para que formasse profissionais, e a experiência é fundamental para essa formação.

Como que você vê o Jornalismo atualmente? JCA: Independentemente do meio, o Jornalismo precisa desenvolver uma versão transmídia. Isso possibilita reverter algumas consequências da crise do Jornalismo. Em relação à profissão, é necessário desenvolver estratégias que a valorizem.

"No projeto original do Página UM, os alunos produziam conteúdo com característica de jornal diário e abrangência nacional" José Carlos Aronchi


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Profissionais relatam experiência no Página UM Jornalistas Valéria Barbarotto, Cristina Requena e Fernando Mancio falam sobre a participação no jornal ARQUIVO PESSOAL

Rosângela Oliveira

Jornalistas formados pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) falam da experiência na produção do jornal-laboratório Página UM. A reportagem conversou com Valéria Barbarotto, repórter e produtora no Ministério do Esporte, em Brasília, Cristina Requena, produtora de jornalismo e repórter plantonista do G1, e Fernando Mancio, repórter da TV Diário Página UM: Por que você escolheu estudar Jornalismo? Valéria Barbarotto: Desde criança sempre fui mais ligada à área de humanas e comportamento. A partir do momento em que consegui transpor a barreira da timidez excessiva, passei a me encantar com o universo da Comunicação em suas mais diversas formas, e acabei optando por cursar Jornalismo. Exerço essa profissão atualmente com muito orgulho. Sou eternamente grata aos meus mestres, por terem me ensinado do zero, teoria e prática, para que eu me tornasse uma profissional da Comunicação. Me lembro com muito carinho de todos eles e a contribuição de cada um para a minha formação como Jornalista. Cristina Requena: Sempre tive bons professores de português, e tinha muita intimidade com texto, narração, livros e etc. A opção pelo Jornalismo foi uma tendência natural. Fernando Mancio: Minha mãe me sugeriu cursar Jornalismo porque as opções de trabalhos seriam melhores. No começo aceitei um pouco contrariado, mas depois me apaixonei e hoje sou muito feliz com a minha profissão. Como foi a participação de vocês no Página UM? Valéria: Antes do Página UM eu nunca tinha visto como se faz um jornal impresso, desde a sugestão de pautas e divisão de editorias até a diagramação e impressão. Foi uma experiência

muito boa e que me proporcionou grande aprendizado. Cristina: No ano em que o Página UM completa 100 edições eu faço 10 anos de formada. Estudei na UMC de 2004 a 2007. Produzir o Página UM foi uma experiência muito bacana. Foi ótimo desde a faculdade estar envolvida com produção de TV, rádio, na diagramação, e na produção de fotografia e de texto. Já dava para sentir um pouco como é a atuação do jornalista. Fernando: Era tudo muito novo. Foi meu primeiro contato com a produção de um jornal e as preocupações relacionadas à diagramação, à quantidade de "toques" de cada matéria, entre outras. Foi uma experiência fundamental e que me ajudou muito.

O que você traz da experiência no Página UM para o seu trabalho atual? Valéria: Infelizmente ainda não trabalhei em veículo impresso. Estive em assessoria de imprensa, TV e portal de internet. Contudo, certamente a experiência no Página UM colaborou para que eu aprendesse a construir textos de maneira objetiva, coesa e com sequência de leitura, além de ter aprendido a diagramar. Conhecimento nunca é demais. Cristina: Essa experiência que a gente já teve lá o gostinho na faculdade, depois que se forma, você trabalha como profissional para esses veículos. O Página UM é o

Após 6 anos na Record, Valéria Barbaroto (com a dupla do vôlei de praia Larissa e Talita) trabalha no Ministério do Esporte ROSÂNGELA OLIVEIRA

ROSÂNGELA OLIVEIRA

Cristina Requena, à esquerda, e Fernando Mancio, acima, atuam na imprensa regional do Alto Tietê. Requena é produtora de jornalismo e repórter plantonista do G1. Mancio é repórter da afiliada Globo TV Diário

primeiro contato para o jornalista que vai trabalhar com jornalismo impresso. A parte da fotografia, de como trabalhar o texto, como fazer o lide. Tem que pensar na página, diagramá-la. No programa que eu trabalhei, por exemplo, a gente digitava os textos utilizando programas de editoração.

Fernando: A TV e o jornal impresso são veículos totalmente diferentes e com linguagens tão distintas quanto. Mas jornalismo é sempre jornalismo, e saber reportar é importante em qualquer veículo de imprensa. Por isso que a base que se aprende na produção do Página UM foi muito importante para mim.


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Página UM é primeiro contato com a profissão Profissionais que se tornaram referência no mercado regional falam sobre aprendizado no jornal-laboratório TATIANA FLORIS

Raissa Ferreira Tatiana Floris Contar uma boa história. É o que fazem aqueles que deixam sua marca registrada no Página UM. Em 19 anos de publicação, não faltaram boas histórias. Para comemorar a chegada da 100ª edição do jornal, a redação consultou aqueles que desenvolveram suas habilidades através do jornal e hoje ocupam posição de destaque no mercado da comunicação do Alto Tietê. Sandra Paulino, formada pela UMC em 2005, já passou por veículos como Diário de Suzano, Mogi News, e Folha Metropolitana. Segundo Sandra, os alunos tinham que atuar em equipe no Página UM, com divisão de funções. Na época em que atuou no jornal universitário, alguns computadores do laboratório apresentavam mal funcionamento, “além de dependermos muito do laboratório, tínhamos que conciliar a pauta com o tempo disponível do grupo”, lembra. Ainda assim, Sandra aprendeu com o jornal-laboratório alguns dos princípios que norteariam sua conduta profissional, como o compromisso com a informação correta, a importância do trabalho em equipe e a necessidade da contextualização da notícia – princípios que ela utiliza na emissora onde trabalha atualmente, a TVT. Já para Sandra Couto Prado, editora-chefe na TV Diário, as experiências com a publicação do jornal-laboratório contribuíram para que ela aprendesse a fazer apurações precisas, além de criar textos mais objetivos e atraentes. Sandra Couto relata que o projeto universitário

RAISSA FERREIRA

já tinha como objetivo noticiar fatos regionais, sendo que para

criação de pautas os alunos visitavam as ruas próximas à UMC,

conversavam com moradores e a

partir dos relatos desenvolviam as pautas.

Através do jornal experimen-

tal, o aluno tem a oportunidade de

criar um portfólio. Segundo Edgar

Leite, editor-chefe do Diário de Suzano, o jornal-laboratório prepara o aluno para a vida profissio-

nal, pois nele é possível aprender noções básicas de apuração e hie-

Sandra Paulino já atuou em diversos veículos da região. Atualmente está na TVT ARQUIVO PESSOAL

Sandra Couto, da TV Diário

Edgar Leite, do Diário de Suzano RAISSA FERREIRA

"Profissional tem que ser multimídia", afirma Gabriele Doro, do Diário de Suzano

rarquia de informações. O que diferencia o Página UM de uma publicação comercial diária, segundo o editor, é a rotina. Se o estudante faz uma matéria em um mês no jornal-laboratório, no estágio ele fará três matérias diariamente. De acordo com Edgar, “a prática laboratorial ajuda o estudante a se tornar um bom jornalista". Gabriele Doro, editora-adjunta do Diário de Suzano, também publicou no Página UM, além de participar de projetos televisivos e de rádio na Universidade. De acordo com ela, o profissional que deseja inserir-se no mercado "tem que ser multimídia". Ela argumenta que a constante mudança da sociedade influencia o consumo das notícias, e por isso não basta escrever bem para o jornal. "O jornalista deve saber lidar com as novas ferramentas de comunicação". Neste novo cenário, a criação de conteúdo, segundo a editora-adjunta do Diário de Suzano, é mais complexa, pois costumeiramente uma mesma notícia precisará de diferentes enfoques para diferentes mídias.


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“O jornalismo sempre foi minha grande paixão” Repórter da TV Record fala da trajetória profissional, lembra dos tempos da faculdade e de quem a inspirou THAYNA DE OLIVEIRA

Helayne Cortez, da turma de 2004, atuou na TV Diário, SBT, Globo São Paulo e atualmente está na TV Record de São Paulo

Thayna de Oliveira Helayne Cortez nasceu em Mogi das Cruzes e soube desde pequena qual profissão queria seguir. “Minha diversão sempre foi caderno e caneta. Sempre amei escrever”. O pai de Helayne trabalhava na área de distribuição da

Folha de S. Paulo e ela costumava acompanhá-lo no trabalho. “Eu passava por aqueles parques de impressão, as gráficas do jornal, via o papel sendo impresso e aquilo era fascinante. Eu acompanhava parte do processo”. Em 2001 ela ingressou no curso de Jornalismo da Universidade

100 manchetes do Página UM

Ano XVII / nº93 / dezembro de 2015 Suzano está construindo arena multiuso. Há 20 anos Ano XVIII / nº94 / fevereiro de 2016 O preconceito tem que dançar Ano XVIII / nº95 / maio de 2016 Centro Cultural de Mogi abriga Clube de Xadrez

de Mogi das Cruzes (UMC) com o sonho de escrever para jornais impressos, sua grande paixão. Em 2004, Helayne começou a fazer estágio na TV Diário, afiliada da Rede Globo na região, e mesmo não sendo a sua mídia preferida, ela deu tudo de si e conseguiu se efetivar na emisso-

ra. “Para conseguir algo na vida você precisa desejar incansavelmente”, ensina. Na TV Diário, Helayne participou de todas as etapas de produção e chegou a substituir a editora-chefe do Diário TV por alguns meses, enquanto esta estava de licença maternidade. Desejando ir mais longe, Helanyne tentou transferência para Rede Globo, não obteve sucesso. Quem lhe abriu as portas, na verdade, foi o SBT, emissora na qual sua carreira deu um grande salto. Ela pediu ao chefe uma oportunidade para fazer reportagens mais importantes, e desse pedido surgiu um convite para cobrir a estreia de um filme em Londres. Mesmo não tendo fluência em inglês e não sendo especialista no assunto, ela fez uma cobertura que repercutiu em todo o pais. Em outubro de 2010 Helayne foi desligada da emissora. Como nunca havia sido demitida de nenhuma empresa, a repórter se viu numa situação estranha, mas não se acomodou, e conseguiu voltar

Ano XVIII / nº96 / agosto de 2016 Mais rápido, mais alto, mais forte (Edição Especial Olimpíadas Rio-2016) Ano XVIII / nº97 / outubro de 2016 Aluna da UMC ganha ouro nas Paralimpíadas Rio-2016 Ano XVIII / nº98 / dezembro de 2016 O que precisa ser resolvido no Alto Tietê (Edição Especial Eleições Municipais)

para a Globo, dessa vez foi na sede em São Paulo, onde passou pelo Bom Dia São Paulo, SPTV e coordenou o Globocop. Em fevereiro de 2011 surgiu um convite para a Record, que ela aceitou prontamente. Hoje ela integra a equipe de repórteres do Hoje em Dia e suas reportagens são veiculadas também pela Record Internacional. Segundo a jornalista, profissionais como Neide Duarte, Marcelo Canelas, Ernesto Paglia a influenciaram muito. "São pessoas que me marcaram, que me ensinaram um pedacinho do que sou hoje. Há muitos outros, claro, mas não dá para citar todos”. Sobre a universidade, ela afirma: “Tudo que eu aprendi no ambiente acadêmico me influenciou demais. Posso citar, sem titubear, professores como Mário Sérgio, Paulo Rocha, Lúcia Montezuma e Osni Dias. Minha turma foi incrível, não sei se é assim com todas as turmas, mas para mim a minha turma de graduação foi a melhor”, revela, emocionada.

Ano XIX / nº99 / abril de 2017 Faxineiro fundou e mantém projeto social Ano XIX / nº100 / agosto de 2017 Página UM 100 (Edição Especial Comemorativa)

Fim


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“O jornalismo é transformador e revolucionário” Em entrevista, ex-aluna Lenina Velloso fala sobre sua época na Universidade e sua vida como Jornalista FOTOS: AMANDA MOREIRA

Amanda Moreira Lucas Oliveira Pablo Arisa

No bate-papo, Lenina abordou a importância do jornal-laboratório, falou do papel do jornalismo para a sociedade atual e deu dicas aos futuros profissionais. “O jornalismo é transformador e revolucionário. É uma forma de justiça” Página UM: Por que você escolheu o jornalismo como profissão? Lenina Veloso: Me encantei pela profissão na 7ª série, quando os professores começaram a elogiar minhas redações, dizendo que eu me sairia bem seguindo a área. Então, aos 15 anos, meu pai me levou para conhecer a redação do jornal O Diário de Mogi, e fiquei trabalhando antes mesmo de ingressar na faculdade. Do tempo de faculdade, o que você carrega até hoje para a sua vida? LV: Na faculdade descobri uma afinidade maior com a TV. Minha professora na época foi a Marilucy Cardoso, que me apresentou esse outro lado do jornalismo. Eu achava que telejornalismo era superficial, e mudei de conceito quando comecei a trabalhar com isso.

Como aluna, o jornal-laboratório foi essencial para sua formação acadêmica? LV: O jornal Página UM foi de extrema importância, pois, mesmo já tendo conhecimento conhecimento sobre a rotina do impresso por estagiar no jornal O Diário de Mogi, os professores orientadores daquela época, como o Osni Dias e o Sersi Bardari, foram essenciais para a minha formação. E para os alunos ingressantes na área, o jornal-laboratório é importante? LV: É essencial, pois, nem todos

os alunos têm a oportunidade de fazer estágio. O jornal laboratório contribui para a aquisição desses conhecimentos e permite colocar em prática. Mesmo se o aluno não tiver sua matéria publicada, eu recomendo que escreva uma matéria por dia, para exercitar sua habilidade em escrita. Quem quer ser jornalista de verdade tem que começar a escrever um texto por dia.

A assessoria de imprensa é uma área paralela ao jornalismo. Como foi pra você seguir esse caminho e criar sua própria empresa – a Dialeto Comunicação Integrada? LV: Todo jornalista gosta de novidade, né?!. Comigo não foi diferente. Já atuei como chefe de redação, como produtora, fiz reportagens e edições, fui apresentadora, e nunca gostei de fazer uma coisa só, pois isso me cansa. No ano passado eu e minha sócia tivemos a ideia de criar uma empresa de assessoria na região de Mogi e tem dado certo.

Qual é a importância do jornalismo para a sociedade? LV: É essencial para a sociedade, pois ela informa as pessoas e coloca assuntos em discussão. É uma pena ver as redações enxutas e muitos profissionais perdendo espaço no mercado, sem contar a falta de incentivo para que os jornais sobrevivam. O jornalismo é transformador, revolucionário e é uma forma de justiça.

Lenina Veloso durante a entrevista. No detalhe, reprodução da edição 37 do Página UM, com matéria da jornalista


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Se dependesse dos alunos de 2016 a edição especial seria antecipada. Mas contra datas não há argumento, e o desafio ficou para a turma de 2017

Se em time que está ganhando não se mexe, que dizer do jornal-laboratório Página UM que agora chega à 100ª edição, em 19 anos de existência? Criado em 1998 por determinação do professor José Carlos Aronchi, coordenador do curso à época, o Página UM é o mais bem-sucedido produto laboratorial do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

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A marca histórica exige comemoração, que os alunos-repórteres que atualmente compõem a redação do jornal, as turmas do 6º período de Jornalismo manhã e noite, não deixaram passar em branco. Números cheios exercem certo fascínio sobre qualquer pessoa, e os alunos decidiram não perder por nada a chance de participar da edição 100 do Página UM. As turmas anteriores, atualmente no 8º semestre, bem que tentaram: se dependesse deles,

que em 2016 atuaram nas edições 95, 96, 97 e 98, o número comemorativo seria antecipado e produzido por eles. Mas contra datas não há argumentos, por isso o desafio ficou para a redação atual. No começo de 2017, os professores Elizeu Silva, Simone Leone e Fábio Aguiar, juntamente com a gestora dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Design Gráfico, professora Agnes Arruda, definiram as linhas gerais do Página UM no ano e a abordagem a ser dada na edição especial. A edição 99, que circulou em abril, foi a primeira experiência das turmas atuais com o jornal-laboratório. Foi um ensaio para os desafios desta edição, que exigiu empenho especial na pesquisa de dados históricos e na captação de fontes. Os arquivos físicos do jornal foram consultados um sem número de vezes, antigos professores foram chamados à Universidade, outros se manifestaram por meio de entrevistas presenciais,

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História de uma edição histórica

Elizeu Silva

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2017 | Ano XIX | Nº 100 por e-mail, por telefone e até via redes sociais. A busca foi ampliada para ex-alunos, que também compareceram à Universidade, responderam e-mails, chamadas via whats-app, mensagens em redes sociais etc. Após a intensa fase de captação, as matérias começaram a ser redigidas – e, como era de esperar, surgiram dúvidas e contradições que precisaram ser resolvidas com novas buscas. Diferentemente do que ocorre nas edições regulares, nesta os alunos-repórteres puderam recorrer livremente a fotos de arquivo e a imagens fornecidas pelas próprias fontes. Afinal, alguns personagens vivem em lugares tão distantes como Rio de Janeiro, Brasília, Macapá, e até Japão. (Houve, inclusive, alunos que se voluntariaram para ir ao Japão entrevistar fontes e obter os registros fotográficos, mas, evidentemente, isso não estava entre os expedientes possíveis). Restou apelar para fotografias pertencentes ao arquivo pessoal

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dos entrevistados, devidamente identificadas. Redigido o texto e reunido o material fotográfico, o novo desafio para os alunos foi a diagramação. Queríamos um visual mais elaborado, ou, pelo menos, que fosse diferente das edições regulares. Queríamos algo marcante, mesmo sabendo que geralmente a execução teima em contrariar os planos. Não é fácil deixar de lado as regras de diagramação do Página UM, elaboradas visando a celeridade do processo e a pouca experiência dos alunos com a linguagem visual. Contudo, as dificuldades foram superadas e em algumas páginas é possível perceber claramente o quanto os alunos se empenharam nesta etapa. É esta, enfim, a história dessa edição: uma goleada de paixão pelo jornalismo, de ótimas recordações e de novas experiências. Vida longa ao Página UM e ao seu time de professores-editores e alunos-repórteres!

GABRIELA FERREIRA

Alunos das turmas 5º A e 5º B de Jornalismo, responsáveis pela produção do Página UM no primeiro semestre de 2017


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Do Página UM para a imprensa da região Jornal-laboratório ajudou futuros profissionais a entender o jornalismo impresso e agregou experiência Gustavo Gomes e Victor Neres Mais de 600 alunos-repórteres passaram pela redação do Página UM ao longo dos 19 anos nos quais foram publicadas 100 edições. O periódico surgiu como instrumento pedagógico

para os alunos de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), uma ferramenta através da qual os estudante podem adquirir conhecimento prático sobre o meio impresso. Dos vários alunos-repórteres que seguiram carreira nos veículos da região, entrevistamos quatro profissionais para esta edição especial:

Stefany Leandro N E R ES

Natan Lira, 22 anos, há dez meses é jornalista do jornal O Diário. Formado em 2015, o jovem repórter começou a trabalhar com jornalismo online, com intenção de fundar um portal de notícia, mas acabou indo para o impresso. Como o impresso é bem diferente do digital, usou a experiência no Página UM como principal referência. “Uma coisa que aprendi ao fazer o jornal-laboratorial foi a limitação do espaço. No Página UM tive a primeira oportunidade para entrevistar e ter contato com outras pessoas na prática jornalística”, diz. A primeira reportagem ninguém esquece, principalmente se foi importante. Natan conta que sua primeira matéria foi sobre um aterro sanitário em Itaquecetuba, que implodiu por conta do enxofre acumulado no local. "Fomos mostrar o entorno e falar com moradores sobre o impacto daquele acidente”, lembra.

VICTOR NERES

Natan Lira

Rodrigo Barone trabalha há seis anos no jornal Mogi News e atualmente exerce o cargo de editor de Esportes e também escreve nas editorias de Cidades e Autonews. O jornalista publicou três matérias no Página UM que considera importantes em sua carreira. “Uma das reportagens foi sobre academias da terceira idade, que na época eram novidade. Inclusive este foi o tema do meu TCC. Outra matéria foi sobre a entidade CIPEDE, voltada para inclusão de deficientes físicos no esporte. E, claro, não poderia esquecer a matéria que fiz com Rogerinho, quando ele estava começando a montar o time de futebol de amputados”, lembra o editor. Emplacando três de seus textos no periódico universitário e tendo sido contratado como assistente de redação no Mogi News, Rodrigo “entrou de cabeça” no jornalismo impresso, onde sempre teve vontade de atuar.

VICTOR

M ES GUST AVO GO

Formada em 2015, Fernanda trabalha há mais de sete anos no jornal Mogi News e mesmo já tendo experiência na área quando ingressou no curso de Jornalismo da UMC, o Página UM ajudou em sua carreira. “Aprendi muita coisa na raça, mas não tudo. Foi aí que o Página UM ajudou, pois agregou conhecimento a mais para mim”, conta. A jornalista já fazia reportagens desde o primeiro ano de faculdade, mas com a ajuda da turma do último ano. Ela ressalta que já exercer a profissão na época ajudou na escolha das pautas para ela mesma e para os colegas de grupo. As matérias publicadas no jornal-laboratório marcam todos os alunos e, claro, com a repórter não foi diferente. “A notícia que eu não esqueço é a que meu grupo fez para a editoria de Meio Ambiente sobre cooperativas de reciclagem. Quando vi que a reportagem conseguiu um destaque legal, comecei a enxergá-la com outros olhos”, explica Fernanda.

Rodrigo Barone

GUSTAVO GOMES

Fernanda Fernandes

Formada também em 2015, Stefany Leandro sempre quis trabalhar no meio impresso e como sua turma começou a fazer publicações no Página UM desde o primeiro semestre, a jornalista aprendeu muita coisa da prática na época escolar. Como todo começo não é fácil, ela lembra até hoje como foi sua primeira reportagem. “Nossa pauta era sobre meio ambiente em Biritiba Mirim. Como é um pouco longe, a parte de logística foi um pouco complicada, principalmente porque não conhecíamos o local. Mas foi uma experiência muito boa”, relata. Atualmente, Stefany trabalha como repórter no Mogi News, o qual foi seu primeiro trabalho como jornalista, mas ela sempre lembra da importância do Página UM na sua carreira. “Poder ir para rua entrevistar as pessoas no primeiro ano da faculdade faz você sentir o jornalismo na prática”, conta.


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