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LIGIANE DE MACEDO

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PRÊMIOS

EX-ALUNAS DA UMC GANHARAM “PRÊMIO ESTADO DE JORNALISMO”

Fabíola Glenia em 1999 e Gisele Hirata (foto) em 2007 foram premiadas com pós-graduação na Espanha. DILAN AREZZO

Ano XXI  |  Número 108 Distribuição Gratuita

Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes paginaum@umc.br Fale conosco: /paginaumc

Professor Hércules Moreira (ao centro) comanda 8º FDT. Atividade da disciplina Recursos Audiovisuais virou principal evento de variedades do Alto Tietê

FDT/2019

SHOW DE VARIEDADES CHEGA À 8ª EDIÇÃO E SE CONSOLIDA NO CALENDÁRIO DOS CURSOS DE COMUNICAÇÃO DA UMC 15 8

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DOCENTES

EX-ALUNOS

Profissionais bem sucedidos falam da carreira após a UMC

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EX-ALUNOS RETORNAM À UMC COMO PROFESSORES

CALOUROS

Novos estudantes revelam expectativas com cursos de Comunicação da UMC. Eles querem mais contato com tecnologias digitais

BEATRIZ MENDES


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OPINIÃO

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editorial

artigos

Cursos de Comunicação da UMC completam 45 anos O ano era o de 1974. No Brasil, vivia-se sob regime militar. O Plano de Integração Nacional, implementado pelo então presidente Emilio Garrastazu Médici, encontrava-se em pleno vigor. Era a época do aclamado “milagre econômico”, quando o País crescia em média 12% ao ano às custas de vultosos empréstimos estrangeiros. Nesse contexto, surgia o curso de Comunicação Social da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), que logo viria a se tornar um dos maiores do Brasil em uma universidade privada. As habilitações oferecidas inicialmente eram Jornalismo, Relações Públicas e Propaganda e Publicidade. Com o aumento da demanda, foi criado também o curso de Rádio e TV. Embora o futuro viria dizer o contrário, respirava-se desenvolvimento em todos os setores da economia nacional. O número de candidatos a uma vaga no curso de Comunicação e nos demais cursos oferecidos pela UMC aproximava-se de dezenas de milhares. O clima imperante no campus sede da Universidade era de grandiosa efervescência estudantil em busca de aperfeiçoamento profissional. Como consequência da conjuntura, a Comunicação Social da UMC pode atingir níveis de excelência. No decorrer desses 45 anos, a partir da modernização da infraestrutura a par e passo com os avanços tecnológicos, foi possível experimentar novos processos e métodos de ensino que resultaram em total sucesso pedagógico. Uma das experiências mais bem-sucedidas na Comunicação foi o Curso Articulado por Projeto, o CAP, implantado no ano 2000, por iniciativa pioneira do professor e então coordenador Armando Sérgio da Silva. Por meio do CAP, tinha-se como premissas básicas a multidisciplinaridade e a atuação prática. Os alunos realizavam projetos experimentais desde o primeiro semestre do curso. Com o desenrolar das crises econômicas, muitas das atividades tiveram de ser redimensionadas, mas sempre com a preocupação de se preservar a qualidade de ensino. Prova disso, são os prêmios que os projetos e trabalhos dos alunos continuam conquistando em congressos acadêmicos nacionais. Na atualidade, a Comunicação Social da UMC mantém estrutura na medida exata para continuar oferecendo os melhores cursos de Jornalismo, Design Gráfico e Publicidade e Propaganda. Vale a pena conhecê-los um pouco mais por meio das matérias publicadas nesta edição do jornal laboratório Página UM.

Faço parte dessa história ARQUIVO PESSOAL

João Marcos de Barros

N

a condição de veterano do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), sinto que ajudei a escrever a história de 45 anos de um dos principais centros de ensino do Alto Tietê. Há três anos tenho aulas com professores de estilos diversos e fica fácil concluir que existe diversidade na instituição. Um dos pontos mais positivos da UMC é a pluralidade de pessoas. Considero isso muito bom, pois os alunos de Comunicação Social não podem viver dentro de bolhas e nem ficar presos a preconceitos, sejam de ordem social, racial ou estética. Cinco semestres já se passaram e, durante esse tempo, ganhei experiências como escrever matérias para um jornal, apresentar programas de televisão, entender processos de edição, até mesmo aprender a fundo conceitos comunicacionais que podem parecer chatos num primeiro momento, mas que realmente fazem a diferença no ensino. Desde que ingressei no curso de Jornalismo, três anos atrás, algumas coisas mudaram. Imagino que muito mais coisas tenham mudado desde a fundação do curso, há 45 anos. Contudo, vale ressaltar que algo que não muda na UMC é o fato dos gestores e professores não nos verem como clientes, mas como futuros comunicadores que deverão chegar ao mercado com a melhor formação possível! É assim que vejo a história dos cursos de Comunicação da UMC e me sinto bem por fazer parte dela.

PRODUÇÃO Alunos regularmente matriculados nas turmas 5º A, 5º B e 6º A de Jornalismo da UMC DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) Ano XXI – Nº 108 Fechamento: 29/07/2019 O jornal-laboratório Página UM é uma produção de alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso. Esta edição foi produzida por alunos do 5º e 6º períodos. *Os conteúdos refletem tão somente a opinião dos autores que os assinam, não correspondendo necessariamente à opinião da Universidade ou do Curso de Jornalismo.

Professores Orientadores: Prof. Elizeu Silva – MTb 21.072-SP (Orientação geral, Edição e Planejamento Gráfico) | Profª. Simone Leone – MTb 399.971-SP (Pautas e Edição de Textos) | Prof. Sérsi Bardari - MTb 20.256-SP (Pautas e Edição de Textos) | Prof. Fábio Aguiar (Fotografias) Projeto Gráfico: Alunos do curso de Design Gráfico da UMC, sob orientação do Prof. Fábio Bortoloto: Rafael Alves de Oliveira | Gilmar Amaral Lamberti Rafael Marques dos Santos | Daniel Miranda Ribeiro

Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo Reitora: Profª. Regina Coeli Bezerra de Melo Pró-Reitor Acadêmico do Campus (sede): Prof. Cláudio José Freixeiro Alves de Brito Pró-Reitor Acadêmico – Campus Fora de Sede – Villa Lobos/Lapa: Prof. Ariovaldo Folino Júnior Assessor Pedagógico Campus (sede): Prof. Hélio Martucci Neto Assessor Pedagógico Campus Fora da Sede: Prof. Wilson Pereira Dourado Diretor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão: Prof. Cláudio José Freixeiro Alves de Brito Diretor de EaD: Prof. Ariovaldo Folino Junior Assessora Pedagógica EaD: Andrea Lícia de Almeida Oliveira Diretor Administrativo: Luiz Carlos Jorge de Oliveira Leite Gestor dos Cursos de Design Gráfico e Jornalismo: Prof. Andre Luiz Dal Bello

Avenida Doutor Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 – CEP: 08780-911 – Mogi das Cruzes – SP | Tel.: (11) 4798-7000 E-mail: paginaum@umc.br


45 ANOS

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Gestores falam dos desafios à frente dos cursos Conheça a trajetória da coordenação dos cursos de Comunicação da UMC em 45 anos de história THAMY NAKAYAMA

AMANDA MIWA

AMANDA MIWA

AMANDA MIWA

ABDA MELO

Leni Pontinha, coordenadora de 1984 a 1991

Cristina Schimidt, coordenadora de 2005 a 2009

Agnes Arruda, coordenadora de 2013 a 2017

André Dal Bello, atual gestor de Jornalismo e Design Gráfico

Gracy Duarte, atual gestora de Publicidade e Propaganda

Thamy Nakayama

reira, de 1980 até 1983; e Leni Calderaro Pontinha, que ficou à frente da coordenação por sete anos (1984-1991). Leni começou sua história na UMC como aluna, quando entrou na primeira turma de Relações Públicas da universidade e trilhou seu caminho até a coordenação. “Foi uma época de muita união e de apoio mútuo. Eu cuidava dos alunos como se fossem filhos. Fui mãe e amiga de todos”, conta. Depois de Leni, veio o professor Antonio Wuo, que ficou três anos, de 1992 a 1995; em seguida, assu-

miu o professor José Carlos Aronchi (1996-1998). Durante a sua gestão foram entregues e equipados os estúdios de TV, rádio e fotografia. Em 1999 o professor Rafael Souza Silva assumiu a coordenação, mas permaneceu por apenas um ano. Em 2000 foi a vez do professor Armando Sérgio Silva, que ficou até 2004. Com a saída do professor Armando Sérgio, a coordenação passou a ser compartilhada pelas professoras Cristina Schmidt (Jornalismo e Radialismo) e Tânia Augusta Ferreira (Publicidade e Propaganda). A

professora Tânia se desligou da instituição em 2009, cabendo à professora Cristina Schmidt permanecer à frente dos cursos. Nessa época, a gestão do curso de Design Gráfico foi incorporada à Comunicação Social. Entre 2011 e 2012 o professor William Araújo esteve no comando dos cursos. A professora Agnes Arruda assumiu em 2013, tendo permanecido à frente até 2017. Ela conta que, ao assumir, fez o possível para que as palavras “chefe” e “amiga” fossem sinônimas. “Era meu papel ser chefe,

mas também ser amiga e ouvinte dos alunos e professores”. Em 2018, a gestão dos cursos voltou a ser separada. André Luis Dal Bello comanda atualmente os cursos de Jornalismo e de Design Gráfico, e Gracy Astolpho Duarte coordena Publicidade e Propaganda. Os dois professores falam que a coordenação é um conjunto de desafios e realizações, sendo, contudo, prazeroso trabalhar ao lado de professores e alunos. “Nunca foi trabalho, sempre foi uma parceria e um hobby”, afirma André Dal Bello.

S

er coordenador é um desafio cheio de responsabilidades e realizações. Isso é o que dizem os coordenadores dos cursos de Comunicação da Universidade Mogi das Cruzes (UMC). Em 45 anos de curso, 14 profissionais fizeram tudo acontecer e ser o que é hoje. Tudo começou com o professor Francisco de Assis Martins Fernandes, que atuou de 1974 até 1977; depois veio Paulo Rocha, de 1977 a 1979; Olavo Leonel Fer-

Comunicação tem nota 4, segundo avaliação do MEC Mateus Costa Os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Design Gráfico da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) são bem avaliados pelo Ministério da Educação (MEC). Os três têm conceito 4. O MEC atribui notas de 1 a 5, levando em consideração fatores como a média da nota dos alunos na prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), parecer de avaliadores que visitam a instituição, a infraestrutura dos cursos e a titulação dos docentes.

O curso de Comunicação Social começou a ser oferecido pela UMC em 1974, exatos 12 anos depois da fundação da Instituição, que nasceu em 1962. O reconhecimento dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda, pelo governo federal, ocorreu em 1977. Antes disso era oferecido apenas o curso de Relações Públicas. Em 27 de maio de 1977 o então presidente Ernesto Geisel, assinou o decreto por meio do qual as habilitações em Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Jornalismo foram reconhecidas pelo MEC.

A ex-gestora e professora Agnes Arruda afirma que a qualidade do corpo docente da UMC e o interesse desses profissionais em desenvolver as atividades fazem a diferença para que a nota do curso seja boa. Agnes, que respondeu pela coordenação durante cinco anos, afirma que foi um período de muito trabalho, com a implantação da Agência Experimental de Comunicação (AECom), do Mimese Cineclube e a reformulação do Prêmio Jovem Talento Acadêmico (PJTA). Manter a nota alta é um desafio. Em 2012, a nota de Jornalismo caiu para 3. O desempenho, po-

rém, foi revertido e logo a nota 4 foi recuperada. O atual coordenador de Jornalismo, André Luiz Dal Bello, e a atual coordenadora de Publicidade e Propaganda, Gracy Duarte, contam quais fatores determinaram essa queda e como o conceito foi reconquistado. André explica que se uma determinada turma não vai bem na prova do Enade, a nota cai. Gracy completa que o Ministério da Educação escolhe uma turma para fazer a prova, se a turma for bem, a nota se mantém, mas se a turma for mal, como aconteceu, o conceito cai. Neste caso, o MEC reali-

za uma visita de avaliação para ver se a instituição está cumprindo os pré-requisitos determinados pelo MEC. No caso da UMC, após visita técnica, foi constatado que a universidade atendia as exigências, e por isso a nota voltou ao 4. Cristina Schimidt, que foi coordenadora do curso por seis anos, conta porque o curso é bem avaliado. “A UMC sempre foi uma instituição muito séria, que sempre se preocupou em organizar os cursos de acordo com os critérios de exigência do MEC”, afirma.


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COMUNICAÇÃO UMC

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UMC se destaca no Prêmio Estado de Jornalismo Ganhadores e finalistas são ex-alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes FOTOS: LIGIANE DE MACEDO

Ligiane de Macedo

O

s estudantes de Jornalismo Fabiola Glenia, Giselle Hirata, Jheniffer Aparecida e Renan Omura têm em comum muito mais do que o amor pelo jornalismo. Os quatro alunos da Universidade de Mogi das Cruzes marcaram presença na Semana Estado de Jornalismo em busca do prêmio Jovem Jornalista que os levaria a realizar um semestre letivo na Universidade de Navarra, na Espanha. Em 1999, Fabíola Glenia foi a pioneira na conquista do prêmio, na época, patrocinado pelo banco Bilbao Vizcaya. A estudante embarcou para a Espanha no ano 2000. Já em 2007, a reportagem “Nascente do Tietê, um obstáculo em Salesópolis” levou a sua autora, Giselle Hirata, a desbancar outros 15 finalistas ao grande prêmio patrocinado pelo Banco Real. A até então moradora de Biritiba Mirim e estudante do quarto ano do curso de Jornalismo seguiu para a Espanha em fevereiro de

Reportagem sobre nascentes do Tietê rendeu a Gisele uma bolsa de estudos em Navarra, na Espanha. Renan Omura (direita) foi finalista com reportagem sobre um faxineiro que fundou um projeto social Cristina Shimidt (esquerda), gestora dos cursos de Comunicação Social quando Gisele foi premiada, foi convidada pelo Estadão a visitar a Universidade de Navarra

2008. Lá, Giselle especializou-se em infografia e deixou sua marca em revistas famosas da editora Abril. “Foi uma porta que se abriu e que me ajudou a dar o pontapé

inicial ao trabalho que faço até hoje”, conta ela. Em abril de 2008, a convite do Banco Real e do Estadão, Cristina Schimdt – na época coordenadora dos cursos de Comunicação da UMC – embarcou com destino à Espanha para visitar Giselle e trouxe de lá muitas experiências. “Conhecer a Universidade de Navarra foi uma grande referência, uma coisa bem diferente. Trouxe muitas ideias para o curso de comunicação da UMC”. Em 2017 a UMC marcou presença na competição em dose dupla. Jhennifer Aparecida Correa escreveu a reportagem “Combate à intolerância religiosa pode começar pelo celular”, enquanto Renan Tetsuo Omura se classificou com o texto “Nas ruas e na internet, ONG arrecada alimentos para o Alto Tietê”. Ambos foram finalistas. Mesmo não conquistando o grande prêmio, Renan declara sua satisfação em ter participado. “É uma experiência muito bacana. Eu saía das palestras muito cansado, mas também muito inspirado”.

Curso de Jornalismo é premiado em congressos Matheus Freitas O Congresso Nacional da Intercom, maior evento de exposição de trabalhos acadêmicos de Comunicação do Brasil, ocorre anualmente e é promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. A entidade estimula o desenvolvimento de produção científica não apenas entre mestres e doutores, como também entre alunos e recém-graduados na área de Comunicação. Os cursos de Comunicação da UMC marcam presença todos os anos nos congressos. Em 2015, o ex-aluno de Jornalismo Rogério Nascimento e seu grupo inscreveram o trabalho realizado na disciplina de Telejornalismo, “UMC

Repórter: prestação de serviços em prol do bairro Ponte Grande”, orientado pelo professor Hércules Moreira. Eles receberam o prêmio de melhor telejornal da região Sudeste, competindo com diversas universidades. “Foi gratificante representar a UMC. Nos inscrevemos sem pretensão nenhuma e no final conseguimos”, disse Rogério. Após o regional, ele e seu grupo representaram a UMC no congresso nacional e bateram na trave com um segundo lugar. A apresentação de pesquisas realizadas por programas de Iniciação Cientifica também é bastante comum. O ex-aluno de Jornalismo Gustavo Honorato, atualmente mestre em Políticas Públicas, apresentou suas pesqui-

sas orientadas pelo professor Elizeu Silva em diversos congressos. “Apresentei a pesquisa ‘Futebol: mundo de encantos e de oportunidades? ‘no 39º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, modalidade Intercom Júnior, na Universidade de São Paulo (USP), em 2016, e posteriormente ‘Futebol: a construção do mundo de encantos e de oportunidades’, no 40º Congresso, na Universidade Positivo, em Curitiba, em 2017”. Gustavo, salienta que apresentar pesquisas para uma sala formada cheia de outros pesquisadores gerou ótimas experiências, além de melhorar o seu currículo para o mercado de trabalho e para a carreira acadêmica que pretende seguir.

FOTOS:ARQUIVO PESSOAL

Rogério Nascimento exibe o troféu conquistado na Intercom Sudeste, em Uberlândia, MG. À direita, Gustavo Honorato no 40º Congresso da Intercom realizado em Curitiba, PR


45 ANOS

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TV UMC: um ambicioso projeto da Comunicação Estrutura jornalística profissional garantiu destaque e prêmios para produções audiovisuaia da UMC FOTOS: MURILO CABRAL MARTINS

Murilo Cabral Martins

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uando entrei para ser coordenador dos cursos de Comunicação em 1996, o projeto de implementação do estúdio já estava encaminhado por uma empresa de consultoria. Minha função foi adaptar o plano para um formato acadêmico para enfim dar início à construção”. Como define o professor José Carlos Aronchi, o ousado projeto TV UMC, da Universidade de Mogi das Cruzes, já representava uma necessidade antiga da instituição, que buscava se inserir na expansão da era digital no mercado audiovisual. Com o plano de adaptação da estrutura da universidade para um aprimoramento das áreas de Publicidade, Jornalismo e Rádio e TV, Aronchi foi aos Estados Unidos acompanhar a maior feira de tecnologia para rádio e televisão e também as instalações dos cursos de comunicação da University of California, Los Angeles (UCLA). “Já voltei desta viagem com as ideias redondas, tanto em relação a instalações quanto à metodologia de ensino que queria aplicar na TV. Daí até o esqueleto do estúdio começar a tomar forma, foi um processo extremamente rápido”. Em um ano, o curso já produzia conteúdos próprios, como programas de entrevistas, de variedades e jornalísticos desenvolvidos em inglês. “Desliguei-me da universidade no fim de 1997, mas retornei em 2000 a convite do reitor Manoel Bezerra de Melo. Ele tinha vontade de ver tudo aquilo crescendo tanto quanto eu”, conta Aronchi. No retorno, Aronchi assumiu a coordenação da TV UMC, periodo em que ela viveu sua fase mais criativa e se consolidou como uma fonte de excelência, reconhecida dentro e fora do país. Sheyla Reis, que estudou Rádio e TV entre 2000 e 2003, integrou

Estúdios impulsionam cursos de Comunicação POLIANA NUNES

Laboratorista Mauro Justino fala sobre contribuições do LabCom

“Saí da direção da TV UMC com a sensação de dever cumprido”, afirma o professor José Carlos Aronchi

Ex-aluna Sheyla Reis ao lado da produção “Sítio do Pica Pau Amarelo”, criada pelo seu grupo para a TV UMC, em 2001

o grande time de estagiários que atuou nos estúdios. “As pessoas que trabalhavam na TV eram escolhidas a dedo pelo Aronchi. Havia uma qualidade muito profissional nos conteúdos desenvolvidos, que passavam pela dramaturgia, entretenimento, política pública e literatura”, comenta Sheyla. O acervo da TV UMC não se encontra mais disponível por moti-

vos pouco conhecidos. Houve casos, inclusive, de extravios por alunos que usaram o material para consulta. “A perda de um material tão rico como esse representou uma grande tristeza para mim e indignação com o descaso para com os trabalhos. Foi uma passagem da história da Comunicação da cidade que desapareceu”, diz a ex-aluna.

Poliana Nunes Os laboratórios dos cursos de Comunicação Social da UMC (LabCom) auxiliam os alunos a se desenvolverem na profissão que escolheram. Foi um longo percurso até a criação dos estúdios e a obtenção dos equipamentos. Grande precursor e revolucionário durante os anos de ouro da Comunicação na UMC, José Carlos Aronchi foi coordenador dos cursos de JOR, PP e RP durante quatro anos. Atuou como diretor da TV UMC e foi coordenador do curso de RTV até 2003. Com o fechamento do curso de Relações Públicas e a implantação do curso de Rádio, TV e Internet, os estúdios foram equipados para atender as necessidades dos cursos. Aronchi viajou aos EUA para a maior feira de tecnologia de rádio e televisão, a National Association of Broadcasters (NAB), para conhecer tendências e definir a tecnologia a ser adquirida. “Posso afirmar que os estúdios da UMC foram implantados com tecnologia mais avançada do que os melhores estúdios acadêmicos que conheci nos EUA”, afirma Aronchi. Quando retornou ao Brasil, ele finalizou a aquisição dos equipamentos – câmeras, iluminação, ilhas de edição, central técni-

ca, sonoplastia – e fez a UMC ganhar repercussão nacional e os estúdios serem reconhecidos pela imprensa especializada como melhor que muitas emissoras comerciais do país. “Foi realmente um reconhecimento devido ao esforço da universidade em oferecer o melhor aos alunos e que foi alcançado devido ao alto grau de comprometimento do corpo docente, com um projeto de curso arrojado e dinâmico”, diz Aronchi. Os resultados surgiram na forma de prêmios nacionais e internacionais. “Aquela infraestrutura e o trabalho dos professores e alunos realmente fizeram e fazem a diferença. Fico muito feliz em ter participado dessa história”, completa o ex-coordenador. Atualmente, a UMC conta com equipamentos para produção multimídia. Os laboratoristas são responsáveis por manter a integridade do local, e fiscalizar os empréstimos, podendo gerar suspensão de uso, se entregue com algum dano. Mauro Justino, laboratorista, avalia que todos os cursos se beneficiam dos equipamentos, com aulas práticas e produções agendadas. “Os laboratoristas são uma ferramenta da universidade para auxiliar no aprendizado e manuseio dos recursos disponíveis”.


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COMUNICAÇÃO UMC

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Tecnologia ajuda estudos mas pode dificultar foco Gestores e professores precisam se adaptar ao comportamento dos alunos nativos digitais JOÃO MARCOS

João Marcos

JOZILEIDE A. CARNEIRO

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tecnologia que deveria ser uma das principais aliadas para a transmissão e a recepção de informações, às vezes se torna uma grande vilã não apenas por facilitar a disseminação de fake news, mas também por desviar a atenção do aluno durante as aulas. Nesses casos o prejuízo é certo, pois apesar de parecer monótona, a matéria que o docente passa em aula é importante para a formação de um bom profissional. Mirela Rodrigues, recém-formada em Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), diz: “Entendo a importância de absorver o conteúdo que o professor passa em sala, mas confesso que às vezes é difícil, pois estamos cansados e temos que ouvir uma fala maçante. Durante as aulas não desligamos da ‘realidade externa’, porque em alguns momen-

André Dal Bello, gestor dos cursos de Jornalismo e de Design Gráfico

Elizeu do Nascimento Silva, professor de Jornalismo da UMC

tos precisamos usar o celular para resolver questões pessoais e de trabalho”. Vendo a questão por outro ângulo, o professor da UMC, Elizeu do Nascimento Silva, ao ser perguntado sobre as mudanças que ocorreram desde que começou a dar aula, apresenta seu olhar sobre o tema: “Um dos aspectos que

dades e eram mais questionadores que atualmente.” O gestor do curso de Jornalismo, professor André Dal Bello, revela disposição para tornar o curso mais adequado aos tempos atuais. “Estamos cada vez mais abertos a ouvir os alunos justamente por isso. Queremos entender os alunos do curso para nos

mais me chama atenção é o fato de no passado os alunos terem mais disponibilidade para as atividades acadêmicas. A maioria apenas estudava, diferentemente de hoje, quando a maioria trabalha para manter os estudos. Talvez por poderem se dedicar mais aos estudos, os alunos de uma década atrás participavam mais das ativi-

adequarmos cada vez mais a suas necessidades”. Perguntado sobre os planos da UMC para uma possível mudança no sistema de aulas, André disse que pretende tornar o ambiente acadêmico do curso de Jornalismo o mais dinâmico possível, para continuar formando bons comunicólogos.

Baixa procura fez curso de Rádio e TV ser extinto FOTOS: GABRIEL AFONSO

Gabriel Afonso

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om três cursos na área de Comunicação, a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), assim como diversas outras instituições de ensino, vive um momento de diminuição da procura dos alunos por essas áreas. Pesquisa realizada pela Semesp, entidade representativa das mantenedoras de instituições de ensino superior particulares, demonstra que houve uma queda de 10% no número de ingressantes em bacharelados presenciais, e nessa parcela estão expressivamente representados os cursos de Comunicação. Na UMC, a baixa na procura pelo curso de Rádio e TV acabou resultando na extinção do curso. “A demanda em todos os cursos de Comunicação diminuiu e a Universidade achou que não era viável

“Houve um momento em que a demanda diminuiu”, diz Schmidt

Wladimir Petigrosso lembra que custo de equipamentos é muito alto

continuar o curso de Rádio e TV, porque o ciclo básico, o primeiro ano e parte do segundo eram com todas as turmas juntas. Quando desmembrava, o grupo ficava muito pequeno”, relata a professora Cristina Schmidt, ex-coordenadora dos cursos de Comunicação Social. Wladimir Petigrosso conhece

ilhas de edição, comprou câmeras novas, tudo digital, só que, com o tempo e com o uso por muitos alunos, o material vai deteriorando”. Lucas Marques, ex-aluno de Rádio e TV da UMC, diz que o que aprendeu na universidade foi decisivo para sua carreira profissional. Marques declara que inúmeras

bem o ambiente da Comunicação e as dificuldades para manter os cursos. Com um currículo profissional que inclui vínculos com a Rede Globo, acredita que os altos custo das transformações tecnológicas da comunicação dificultaram a continuidade do curso de Rádio e TV. “A Universidade montou

portas foram abertas pelo bacharelado numa área de que tanto gosta. “Espero que um dia o curso de Rádio e TV possa voltar. Acredito que iria elevar ainda mais o nível e a nota da universidade em todos os aspectos”, afirma Luiz Henrique, outro ex-aluno.


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Rádio prepara estudantes para futuro profissional Na Universidade de Mogi das Cruzes as disciplinas de rádio valorizam a parte prática do aluno FOTOS: NICOLAS TAKADA

Jornal-laboratório simula ambiente de redação para aprendizado de estudantes Jozileide A. Carneiro

Professor Wagner Belmonte afirma que alunos precisam estar antenados à evolução das mídias

Nicolas Takada

O

curso de Jornalismo vem passando por mudanças significativas em relação à evolução das mídias tradicionais, principalmente no rádio, que muitos especialistas afirmam ser a mídia que mais se adaptou durante as últimas décadas. O professor e especialista em rádio, Wagner Belmonte, falou sobre a evolução do rádio e qual o seu papel hoje em dia. “Se eu disser que o rádio tem hoje a mesma importância que ele tinha há 20 anos é mentira, e se eu dissesse que há 20 anos o rádio tinha a mesma relevância de antes, também será mentira. O ponto a que quero chegar é que tudo muda, o rádio não é mais o mesmo. O rádio continua sendo uma das mídias que mais conseguiu se adaptar à chegada da internet’’, disse. Segundo Wagner, o rádio já proporcionou inúmeras histórias importantes e de relevância para a população. Para ele, um dos principais acontecimentos foi o prêmio Esso obtido pela Rádio Jovem Pan

em 1970, por realizar a cobertura do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo. Na época, o governo pediu que a Jovem Pan não colocasse no ar a Voz do Brasil, no auge do regime militar, porque a equipes de resgate estavam se pautando pelo trabalho de prestação de serviços que a rádio estava fazendo para orientar o socorro às vítimas e o apoio às famílias. Belmonte também afirmou que na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), as matérias de rádio acabam prezando mais a prática, pois para ele a teoria é fundamental na vida dos alunos, mas hoje em dia, o que leva um profissional a ser bom no que faz, são as experiências e os portfólios construídos ao longo do curso. O estudante do sétimo semestre de Jornalismo Felipe Antonelli é uma prova do que Belmonte defende. Em entrevista ao Página UM, o aluno relatou suas experiências no estúdio de rádio da UMC e como a experiência o ajudou a conseguir um estágio. “A disciplina Linguagem Radiofônica foi fundamental para o meu

Antonelli almeja sucesso na área

aprendizado pois foi neste período que pude desenvolver mais meu trabalho e perceber em quais pontos eu errava mais. Hoje trabalho na Rádio Metropolitana e a sensação de estar falando diretamente para centenas, às vezes milhares, de pessoas é incrível, algo que dificilmente vou esquecer’’, afirmou.

A seriedade da produção e da apuração da notícia nos meios laboratoriais não são menores em qualidade e importância se comparadas à dos jornais produzidos por empresas. No jornal-laboratório tenta-se o máximo possível criar um ambiente que simule a rotina de redação, algo que não pode ser alcançado de maneira plena, devido às limitações que possui. Segundo o professor Elizeu Nascimento, atual editor-chefe do Página UM, a experiência laboratorial é o momento quando é permitido ao aluno cometer erros que não seriam aceitáveis no mercado de trabalho. “O erro faz parte do processo, porque proporciona aprendizado”, afirma. Busca-se uma rotina e exigências o mais próximas possíveis de uma redação profissional. Os procedimentos orientados para a pauta – apuração, redação, edição e publicação das informações – seguem rígidas recomendações dos professores e orientadores. Todo o processo de produção do jornal, aliás, fica por conta dos alunos do curso de Jornalismo, que também montam e executam todo o projeto gráfico. Além do processo de experimentação, destaca-se também a importância do jornal-laboratório enquanto produto de comunicação e a potencialidade que possui para disseminar informação para a sociedade. A UMC, em seus 45 anos dos cursos de comunicação, passou por períodos nos quais o jornal em publicação atendia a esta proposta. O Jornal Comunitário, pro-

duzido por quase 10 anos, possuía forte ligação com a comunidade e dava ao aluno a vivência da profissão enquanto atuava de maneira participativa na vida local. O próprio Página UM, em determinado momento de sua história, também teve um modelo similar, em que as pautas eram desenvolvidas a partir do contato direto do aluno-repórter com a população, ouvindo e percebendo suas necessidades através dessa relação de proximidade. Com o passar dos anos, o modelo alterou-se. Antigamente, poucos possuíam jornada dupla de trabalho e estudo. Hoje, raros são os que não a possuem. Outro fator a ser destacado era o maior número de professores envolvidos em seu processo de produção. Assim, o jornal-laboratório acabou por adaptar-se às novas rotinas daqueles que o produziam. Atualmente, o Página UM é um dos grandes diferenciais do curso. Sua importância foi comprovada quando, no ano de 2017, o professor Elizeu teve seu trabalho reconhecido, ao ser indicado ao prêmio “Professor IMPRENSA” na categoria de “Coordenador de jornal-laboratório”. O professor Fabio Aguiar, orientador de Fotojornalismo, avalia o fato como gerador de credibilidade para o jornal não só dentro da Universidade como na própria cidade, onde é distribuído para algumas empresas e órgãos públicos. “Essa premiação só veio a confirmar o trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo de vários anos e é consequência do trabalho de toda equipe que já passou pelo jornal”, afirma Fabio.


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COMUNICAÇÃO UMC

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Ex-alunos regressam como professores da casa MATEUS DA SILVA SANTOS

Se o bom filho à casa torna, bons alunos podem voltar como professores. Cursos de Comunicação da UMC contam com professores que estudaram na própria instituição

A professora Simone Leone revela que sempre teve vontade de lecionar no curso no qual se formou. Antes da docência, ela atuou em jornais diários e chegou ao posto de editora-chefe

Mateus da Silva Santos

A

vida de universitário não é fácil. O jovem chega nas aulas e percebe o abismo entre a escola e a universidade, mas, mesmo com todas as diferenças, é comum um aluno se sentir atraído por alguma área de seu curso e naquele momento se “encontrar”, geralmente escolhendo ela como local de atuação no mercado de trabalho, porém, existem também estudantes que se deparam com a possibilidade de se tornar

professor universitário, optando por uma pós-graduação e o ingresso na vida acadêmica de pesquisa. Foi o que aconteceu com Elizeu Silva, professor de Comunicação Social há 15 anos. Por já trabalhar como jornalista na época, foi convidado para dar aula na universidade, ainda enquanto estudava, no lugar de um professor que tinha se licenciado. “Eu me lembro como hoje: estava em casa, quando recebi uma ligação em nome do coordenador do curso, na época o professor Armando Sérgio, me

consultando se eu podia ajudar. Respondi imediatamente que não sabia quanto podia ajudar, mas estava disponível para o que fosse necessário. Desde então, não saí mais”, comenta o professor. Elizeu faz parte de um crescente número de alunos que decidiram ingressar na carreira docente. Só em 2015, o Brasil já contava com 122.295 estudantes de pós-graduação, dos quais 76.323 são de mestrado acadêmico, 4.008 de mestrado profissional e 41.964 de doutorado, segundo levantamento

da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes/MEC). O estado de São Paulo é o que tem mais da metade dos futuros docentes, com cerca de 21.161 dos 41.964 alunos da área. Foi a partir de uma especialização que a professora Simone Leone, que ministra aulas para o curso de Jornalismo, decidiu ingressar na docência. “Em 2000, mais ou menos, eu fiz uma especialização de pós-graduação na Faculdade Cásper Líbero e já naquela época me interessei um pou-

co pela área da docência, mas achei cedo. Depois eu fiz um mestrado e ali vi que talvez tivesse jeito para dar aula”, conta a professora. Simone ainda fala como foi voltar para a universidade após 29 anos longe, agora como docente. “Voltar hoje como professora é muito gratificante, porque aqui comecei a carreira que queria ter no Jornalismo, trabalhei em redação como queria trabalhar e hoje estou onde queria estar, lecionando no curso de Comunicação. Voltei para a casa onde me formei”.

Os desafios da Publicidade, segundo profissionais formados na UMC Lucas Conti Formado em 2009, o ex-aluno da UMC, Murilo Moretti, 33, atualmente trabalha como produtor audiovisual na FCB Brasil, uma das maiores agências publicitárias do país. Ele fala como o curso de Publicidade e Propaganda o ajudou na carreira. “O curso me ajudou a entender como essa profissão funciona. A experiência dos professores agregou bastante ao meu crescimento, ao meu entendimento sobre a Publicidade”. Bruno Renzi, 33, ex-aluno vencedor do Prêmio ABRADi,

considerado por ele o mais importante em sua carreira, também destaca a importância do curso. Bruno, que começou a carreira como “freelancer” de mídia na Taterka Comunicações, passou pela FCB Brasil, Buscapé Company, Ad. Dialeto (atual Accenture), BETC HAVAS, e atualmente trabalha na Grey Brasil. “Carrego até hoje todos os ensinamentos que obtive em minha formação, tudo que aprendi foi fundamental e me deu muita base para a área que atuo desde o inicio da carreira, tenho grande gratidão aos mestres que me ensinaram e deram

todo conhecimento e caminhos para que eu hoje atue na área de mídia”, relata Bruno sobre a importância que o curso teve em sua carreira. “É preciso ser criativo. Hoje a Publicidade é feita para todos os tipos de mídias, então a exigência de criatividade aumentou muito”, afirma Murilo. “Os alunos precisam se permitir ser publicitários. Como qualquer carreira, sempre haverá dificuldades, porém quem deixa o medo e se arrisca a ir além, a dar literalmente a ‘cara a tapa’, sempre alcança o sucesso. Basta definir os objetivos e se arriscar”, completa Bruno.

ARQUIVO PESSOAL

LUCAS CONTI

Os publicitários Bruno Renzi e Murilo Moretti, formados na UMC


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Eles venceram! HELDER NASCIMENTO

ARQUIVO PESSOAL

As dicas de quem se adaptou à instabilidade do mercado e conquistou a tão sonhada autonomia profissional ARQUIVO PESSOAL

ARQUIVO PESSOAL

A partir da esquerda: Fábio Castilho, Fernando Passos, Carlos Ristow e Ilton Caldeira, são alguns profissionais notáveis que se formaram na UMC

Helder Nascimento

C

ompletando 45 anos de implantação dos cursos de Comunicação Social na Universidade de Mogi das Cruzes, muito se tem a comemorar, tanto pela Instituição, que vem cumprindo rigorosamente os requisitos para oferecer cursos de qualidade, quanto pelos alunos, que vivenciam uma época que, apesar das incertezas, tem despertado a criatividade e o empreendedorismo que os deixam cada vez mais capazes de alcançarem suas metas. É nesse cenário paradoxal que ex-estudantes de Jornalismo e de

Publicidade e Propaganda, dizem o que pensam sobre a crise do mercado, as alternativas, e suas realizações “pós-universidade”. Fábio Castilho, 37, formado no ano de 2003 em Publicidade e Propaganda, já passou por diversas empresas, tem seu próprio empreendimento, e também atua como professor da UMC. Mesmo com esse caótico cenário, ele destaca a permanência da relevância dada pelas empresas aos profissionais que atuam na área, todavia, pondera as diversas exigências que o mercado tem feito para que se mantenham nele. “É preciso ser um camaleão (alusão ao mascote

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do curso) e desenvolver a capacidade de se adaptar, a fim de garantir a devida preparação”. Fernando Passos, 38, foi colega de turma de Fabio. Começou estagiando em um estúdio na Universidade. Logo depois, foi para São Paulo, contratado como diretor de arte por uma grande agência. Essa atuação garantiu a ele diversos prêmios internacionais, como os mais de 10 títulos no Festival de Cannes. Assim como Fábio, Fernando também pontua o nível “cruel’ de competição do mercado. “Não basta fazer um bom trabalho na sala, tem que brigar para ser o mais interessante da

Universidade. Parece exagerado, mas é exatamente isso que acontece todos os dias em grandes agências de propaganda”. O também publicitário Carlos Henrique Ristow, 48, formou-se em 1996. Proprietário da Mono Filmes, produtora de anúncios, já ganhou diversos prêmios internacionais. Ele enfatiza as mudanças ocorridas no mercado após à conclusão do curso. Em sua época de formação, a universidade já parecia possuir uma visão da iminente reestruturação de carreira que os profissionais teriam de passar nos anos seguintes: “o curso em geral nos dava muita abertura para ou-

tras áreas da Comunicação”, completa. O jornalista de economia e política Ilton Caldeira, 47, é contemporâneo de Carlos na UMC, completou o curso um ano antes, em 1995. Com mais de 25 anos de experiência, dentre inúmeras realizações, foi um dos membros fundadores do Valor Econômico, o maior jornal de economia do país. Sobre as transformações do mercado que culminaram na atual crise, o jornalista afirma que tudo faz parte de um processo que está longe de terminar. “Existem muitas diferenças (no mercado) que surgiram desde a minha época de estudante”. Entretanto, nem tudo mudou: “um bom texto, uma boa base de cultura geral e o conhecimento de outros idiomas ainda seguem sendo nossa cartilha”. Embora os dois publicitários entrevistados concordem que o mercado é complexo, eles acreditam que os próprios meios para vencê-lo está dentro de nós. Já o jornalista e o professor dão outra importante dica que merece toda atenção: “entender de gente”. É preciso compreender as pessoas e suas diversidades, antes de simplesmente tratá-las como meras consumidoras de produtos ou notícias.

Renovação tecnológica desafia comunicadores FOTOS: FRANCISCO JUNIOR

Francisco Junior Arnaldo Rafael, aluno formado na turma de Jornalismo de 2002, ao ser perguntado sobre as mudanças que ocorreram na forma de se comunicar afirma: “Sabíamos que o ensino na faculdade nos abriria portas, porém precisávamos ter experiência profissional para realmente poder desenvolver o que era ensinado em sala de aula”. Em entrevista ao site Guia de Carreiras, a coordenadora do curso de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Denise Paiero ressalta: “Há vagas em todos os setores, mas a mídia tradicional tende a ter uma expressão

Jornalista Arnaldo Borges e publicitário e professor Fábio Inoue

menor, ao passo que a internet e o mercado de comunicação organizacional tende a crescer. Há muito

espaço também para ideias novas e para o empreendedorismo”. O professor da UMC, Fabio

Inoue, que leciona há 17 anos na instituição, faz um comparativo entre a transformação do segmento nesse período: “Quando comecei a lecionar na UMC, a tecnologia e a internet eram muito pouco exploradas de modo geral, não só na universidade, mas no mercado como um todo. Nós só percebemos uma mudança considerável a partir de 2005, 2006, quando a internet se popularizou, porém é extremamente difícil acompanhar o mercado”. Um dos maiores desafios do comunicólogo é conciliar a inovação com uma base sólida, ou seja, fazer primeiro o “básico” bem feito, conclui Inoue.

Os cursos de Comunicação da UMC sempre foram reconhecidos como referência no Alto Tiête, seja em termos de produção de conteúdo ou na estrutura do curso. Arnaldo relata que as aulas práticas eram bem produtivas: “Produzíamos programas de rádio com entrevistas e utilizávamos os estúdios de TV para fazer alguns programas”. O curso conta atualmente com laboratórios de Rádio, estúdio de TV equipados com ilhas de edição digitais e diversos laboratórios de informática. E ainda com um veículo próprio de informação, o Página UM que circula há mais de 20 anos.


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Estudantes cobram maior contato com o mundo digital Alunas esperam matérias voltadas ao webjornalismo e contato com plataformas de conteúdo online BEATRIZ MENDES

Beatriz Mendes

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ual a primeira coisa que vem à sua cabeça quando você ouve a palavra jornalismo? Muitos possuem uma noção limitada da profissão, imaginando o jornalista como âncora ou repórter. Este era o caso da estudante do primeiro semestre de jornalismo Ana Beatriz Alves, antes de iniciar o curso. “Quando falei para os meus pais que queria fazer jornalismo, eles falaram ‘você não tem cara de quem vai apresentar o Jornal Nacional com o Bonner’. Eu tinha uma noção bem básica: ou você trabalha na TV como apresentador e repórter ou então você escreve para internet”, conta. Ana Beatriz diz que sempre gostou de escrever, pesquisar e tirar fotos e foi dessa forma que descobriu a paixão pelo Jornalismo. Já para Tatiana Silva, também do primeiro semestre, o jornalismo foi a primeira escolha. “Quando comecei a conhecer mais o curso, descobri que não é só ‘apresentar com o Bonner’ não, tem muitas áreas para seguir”. As estudantes mostram que o principal interesse atualmente é pelo jornalismo digital. Para Ana Beatriz, que pensa em criar um canal no YouTube e adora navegar na internet, a expectativa maior é aprender sobre o uso de plataformas digitais. “Mesmo para quem não quer seguir nessa área é muito importante conhecer, pois hoje a internet é essencial. Todo mundo usa, tudo gira em torno da internet”. Ela observa que embora o curso de Jornalismo da UMC seja bem equipado, sentiu falta da conteúdos focados em Webjornalismo. “Se a gente pudesse a aprender a mexer não só com o jornal impresso, mas com uma plataforma digital de notícias, como podcast, que acaba sendo uma extensão do rádio, ou com o YouTube, ia ser incrível”, comenta Ana Beatriz. Tatiana, que entrou no curso pensando em ser redatora, confes-

Tatiana Silva e Ana Beatriz Alves falam das expectativas para com o Jornalismo. Nativos digitais querem exercer profissão na internet

sa estar mais aberta a novas opções ao longo dos semestres. “Eu fui numa palestra em que o cara simplesmente falou ‘isso não dá dinheiro, olha a internet aí!’, isso meio que abriu meu campo de visão”, relembra. Ela também espera mais contato com o mundo digital. “Seria legal ter alguma coisa voltada para a internet, assim como tem o jornal Página UM. Poderia ter alguma plataforma com professores ajudando como alcançar o público alvo”, sugere Tatiana. Para a recém-formada Tatiana Floris, que terminou o curso no final de 2018 também na UMC, não foi diferente. Ela comenta que as aulas teóricas foram muito importantes, mas que sentiu falta de práticas mais voltadas ao ambiente digital. “Eu acho que tem que partir dos alunos também, eles correrem atrás disso, porque quando a gente começa a trabalhar fora, percebe que o jornalismo é uma área muito mais ampla”, opina.

Mudanças afetam cursos de Comunicação Geovane Gomes A cada ano as turmas dos cursos de Comunicação parecem diminuir na UMC. Os maiores exemplos disso são os cursos de Relações Públicas – primeiro curso de Comunicação da universidade – e de Rádio e TV, que não existem mais. Para o professor Elizeu Silva, que leciona na UMC há 15 anos, um dos fatores que explica a baixa demanda dos jovens pelos cursos de comunicação é a redução dos programas de incentivo ao ensino superior. “Muitos dos nossos alunos dependem desses programas para se manter na universidade, e infelizmente, eles já não são tão amplos como eram anos atrás”, declara. Além disso, Elizeu analisa as mudanças que a comunicação como um todo vem sofrendo e como

isso afeta a procura pelos cursos. “O setor da comunicação está passando por transformações profundas, causadas pelas novas tecnologias, tanto de comunicação quanto de interação social. Neste cenário, os papéis do comunicador profissional ficam mais difusos e as carreiras tradicionais perdem relevância. Neste cenário, alguns acabam optando por áreas menos impactadas pelas transformações tecnológicas”, explica o professor. Para gestor do curso de Jornalismo da UMC, André Dal Bello, um dos maiores desafios que a Universidade enfrenta para atrair alunos para os seus cursos de comunicação refere-se à ampla concorrência. “Muitas vezes o futuro aluno pode optar por uma universidade mais perto da sua casa, ou que tem mensalidade mais barata. Nem sempre ele leva em consideração fatores

como corpo docente, instalações e laboratórios”, explica. Ao ser questionado sobre possíveis soluções e alternativas para tornar os cursos de Comunicação cada vez mais atrativos para os futuros universitários, o coordenador defendeu que as instituições precisam trabalhar com uma divulgação que busque mostrar os diferenciais dos cursos, e também falou sobre a importância de sempre ouvir tanto os alunos quanto o corpo docente. “Quando ouvimos todos os lados, conseguimos costurar um curso sempre atualizado, pois os alunos trazem demandas relevantes, pois têm a necessidade de disciplinas mais digitais e atualizadas dentro da tecnologia e o corpo docente tem o conhecimento de diversos anos e assim contribui para esse lado pedagógico do curso”, finaliza André.


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Mulheres enfrentam desafios na área de Comunicação Assédio, imposição de padrão de beleza, salários inferiores, são obstáculos diários para comunicadoras FOTOS: ÉLLEN AVILA

Vanessa Teodoro, jornalista e proprietária da empresa Rede Mater

Gracy Duarte, publicitária e gestora do curso de Publicidade na UMC

Éllen Ávila

Como jornalista, Gabriele encontrou na comunicação sua identidade. Trabalhando durante muitos anos em redação de jornal impresso, chegou a ser chefe de reportagem e liderar equipe. Recém-formada em Publicidade e Propaganda, Tawane Silva, 22, ressalta que iniciar na área é sempre difícil. Segundo ela, os estágios foram muito importantes para começar. Seu trabalho de conclusão de curso motivou sua contratação na agência. Como mulher e negra, Tawane disputa espaço todos os dias com homens que dominam o departamento de criação e, atualmente, desenvolve projeto voltado

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ulher, feminista e empreendedora. Assim é a jornalista Vanessa Teodoro, 38, ex-aluna da UMC (Universidade de Mogi das Cruzes). Com sua própria empresa de assessoria de impressa, ela continua atuando na área pela qual tem tanto amor. Em sua carreira, enfrentou diversos desafios, como a pressão psicológica na cobertura de tragédias e o assédio moral. Hoje ministra curso de criação de anúncios em redes sociais para mulheres que estão iniciando um novo negócio. Gracy Duarte, 45, formada em

Publicidade e Propaganda, é outro exemplo de profissional bem-sucedida. “Eu gosto do que faço, o meu dom foi desenvolvido pelos meus estudos, o meu dom é compartilhar informações” afirma. Atualmente coordena o mesmo curso no qual se formou na UMC. Para ela, na Comunicação há desvalorização profissional, mas ela nunca pensou em desistir. Gabriele Stela Doro, 36, jornalista e ex-aluna da Universidade, destaca a importância dos projetos desenvolvidos no curso. Quando estava na graduação, teve a oportunidade de apresentar programas de rádio e televisão, que abriram portas para o mercado de trabalho.

às mulheres que moram nas periferias. “A comunicação permite que as pessoas vejam uma nova realidade do mundo. Você escuta as histórias das pessoas e isso te faz crescer, faz perceber o quanto cada indivíduo contribui para a formação da sociedade”, afirma Sandra Paulino, 35, formada em jornalismo pela UMC. Durante o curso, Sandra foi para o Rio de Janeiro apurar informações sobre a morte do jornalista Tim Lopes para seu documentário. O projeto recebeu um prêmio da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Depois de formada, encarou

Sandra Paulino, jornalista e assessora de imprensa

obstáculos como a estipulação de padrões de beleza, principalmente na televisão. No entanto, Sandra é apaixonada pela comunicação e aconselha a todos os futuros jornalistas a resgatar os pilares da profissão e a não se contentarem com coberturas superficiais.

“Não é o diploma que faz o jornalista”, diz professora Fernando Barreto No ano de 2009, uma decisão do do STF, presidido na época pelo ministro Gilmar Mendes, tornou facultativo o diploma em Jornalismo para atuar na área. A decisão afetou a procura pelo curso em todas as universidades, e na UMC não foi diferente. À frente do curso naquela época, a professora Cristina Schmidt tratou de buscar meios para mantê-lo em atividade. Cristina diz que as medidas tomadas centraram-se na área do

marketing, no sentido de apresentar ao público as qualidades que a UMC proporcionava e ainda oferece aos alunos. “Demos entrevistas para a mídia local e regional, mostrando a importância do curso. Utilizamos também o programa ‘UMC Day’, para apresentar os laboratórios de Rádio, TV e Fotografia, e toda a estrutura que tínhamos”. Além do marketing institucional, ela ligava pessoalmente para todos aqueles que havian demonstrado interesse em estudar Jornalismo. “Quando vinham alunos

perguntar se turmas seriam formadas, eu pegava os contatos, e depois ligava explicando como o mercado estava reagindo ao decreto e o que a UMC proporcionava”. Além disso, Cristina explicava aos candidatos que “não era o diploma em si que fazia o jornalista, mas a formação”. A ex-aluna do curso, Vivian Fernandes, que hoje trabalha como assistente jurídica, diz que na época do decreto, houve desistência por parte de alunos. “Eu me lembro, ainda era semana de pro-

va. Logo de cara umas 15 pessoas desistiram. Acharam que o curso perderia prestígio”. Edgar Leite, 45 anos, que em 2009 já era editor-chefe do Jornal Diário de Suzano, revela a posição do jornal na época. “Aqui sempre exigimos diploma. Quem não tem e quer escrever, tem oportunidade por meio de artigos. Para produzir notícia, que não é opinião, aí se exige o jornalista diplomado”. Leite reitera a importância da formação. “O jornalista é o porta-voz das várias opiniões, ou seja,

não lidamos com a opinião e sim com a notícia, e essa deve ser a mais próxima da isenção”. Cristina expressa a felicidade que sente ao perceber o que fez pelo curso. “Eu fico feliz, porque sou jornalista. Na época, tive a oportunidade de ver como era a formação na Espanha e na Itália. Nós observamos que a importância dada ao curso nesses lugares não era diferente daquela que se dá aqui no Brasil. Então, conseguir mantê-lo aberto foi muito gratificante”.


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Da UMC à Terra do Sol Nascente Rotinas práticas Thassia Ohphata, formada na UMC em 2004, fala sobre experiências no curso e no mercado de trabalho

ARQUIVO PESSOAL

preparam alunos

LARISSA ANJOS

Leandro Yoshida

T

hassia Ohphata formou-se em Jornalismo no ano de 2004 e, logo no início de 2005, recebeu proposta de trabalhar no Japão, no então International Press, antigo jornal semanal destinado à comunidade Nikkei residente naquele país. Quatro anos depois, em virtude de uma crise econômica, Thassia decidiu voltar ao Brasil. Porém, em menos de seis meses, Thassia recebeu nova proposta de trabalho no Japão, vinda também de uma revista destinada à comunidade brasileira chamada Alternativa. É nesse veículo que Thassia trabalha até hoje, produzindo reportagens sobre os mais variados assuntos do Japão, tais como crises econômicas, terremotos, maremotos, tufões e idas e vindas de políticos, artistas e atletas do Brasil. Em entrevista por e-mail, Thassia conta um pouco sua trajetória na UMC e suas impressões sobre o Jornalismo atualmente. Página UM: Como foi a sua experiência no Página UM? Thassia Ohphata: O Página UM foi a minha primeira experiência no jornalismo. Ali pude exercitar e vivenciar na prática tudo o que foi passado e o que havia aprendido em três anos em sala de aula. No ano que participei do PUM, o projeto estava voltado para o jornalismo comunitário, com foco no bairro do Mogilar. Coincidência ou não, pouco tempo depois de formada, passei a trabalhar justamente com esse foco para a comunidade brasileira no Japão. Assim como na época do PUM, meu trabalho no Japão sempre foi pautado em servir como um instrumento de mobilização social para o brasileiro que vive num país com cultura e idioma tão diferentes de sua origem. No plano de ensino do curso está descrito que os jornalistas são os profissionais que, à medida em que observam a realidade, apuram dados, entrevistam pessoas, registram ocorrências, traduzem as informações da melhor forma possível, para que as pessoas estejam atualizadas. Para tanto, eles precisam desenvolver várias habilidades técnicas e conhecimentos que permitam escrever, falar, registrar fatos e reinterpretá-los para variados públicos. Você considera que o conteúdo das disciplinas foi suficiente para te preparar para o mercado de trabalho? O que você, com a experiência adquirida na carreira, adicionaria ao curso?

Professor Fabio Inoue destaca oportunidades da Publicidade

Larissa Anjos

Jornalista da revista Alternativa produz conteúdos para a comunidade brasileira no Japão

TO: Sim, o conteúdo foi suficiente. O Página UM foi essencial nesse ponto. Talvez acrescentaria mais a parte prática, na produção de outros produtos além do impresso. Mas não sei o que ocorre hoje, se existe a produção de outros meios, como web, TV, comunicação empresarial, entre outros. Qual seria sua dica para os estudantes de jornalismo? TO: Não parem de estudar. Aprendam línguas – nesse mundo globalizado e digital, quanto mais idiomas souberem mais portas irão se abrir – e principalmente na comunicação. Tudo tem mudado muito rapidamente, é importante ficar sempre de olho em tudo isso e se atualizar sempre. O que você diria para os leitores da edição especial 45 anos do curso de Comunicação Social? TO: Parabéns e vida longa ao Página UM! Que essa belíssima produção continue sendo o celeiro de novos jornalistas pelo mundo afora.

O curso de Publicidade e Propaganda da UMC é considerado um dos mais tradicionais da instituição. Com mais de 30 anos de existência, representa muito bem a área de Comunicação da universidade, que completa 45 anos em 2019. O desenvolvimento de projetos e atividades de prática profissional, que levam o aluno a ter contato com o mercado, são diferencias do curso, que recebeu nota 4 na última avaliação do MEC. O publicitário tem a responsabilidade de utilizar os meios e técnicas de comunicação para tornar um produto, serviço ou marca conhecidos pelo consumidor. No primeiro ano de curso os alunos estudam matérias que ensinam na teoria o que é a Comunicação Social e como ela é usada no campo da Publicidade, com disciplinas como Psicologia da Comunicação, História da Comunicação e Economia e Geopolítica. Na UMC, a formação em Publicidade e Propaganda é interdisciplinar, o que significa que as disciplinas têm ligação entre si e sempre vão se relacionar de alguma forma. Nas aulas práticas, os alunos aprendem a desenvolver a criatividade por meio de projetos que simulam o que eles vão encontrar no mercado de trabalho. O estudante de Publicidade e Propaganda Ygor Souza, 22, está no sexto semestre do curso e já atua como Analista de Marketing.

Ele diz que entrou na UMC buscando encontrar pessoas com interesses semelhantes aos seus, e logo no primeiro semestre recebeu o prêmio de Jovem Talento pela matéria História da Arte. “Foi um grande incentivo para seguir em frente, sou muito grato por isso”. De acordo com a coordenadora do curso, Gracy Cristina Astolpho Duarte, após o primeiro ano todos os trabalhos de grupo são organizados por agências experimentais, nas quais os alunos podem desenvolver suas funções, de acordo com o setor que mais se identificam. A coordenadora ainda diz que os estudantes têm a oportunidade de trabalhar com clientes reais. “Muitas empresas da região, procuram a gente e em algumas disciplinas encaixamos isso, deixando o aluno mais próximo do mercado real”. Ela também ressalta que a tradição da universidade, a estrutura do curso e o corpo docente fortalecem o currículo profissional do aluno. Para o professor Fabio Inoue, o interessante da publicidade é o fato dela ser multifacetada. Ele destaca que após se formar o aluno pode trabalhar em várias áreas diferentes, desde uma agência publicitária, atuando em seus vários setores, até o departamento interno de comunicação do cliente em empresas e veículos de comunicação. “Sempre vai ter espaço para um profissional de publicidade, independente de onde ele esteja”.


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FOTO: REPRODUÇÃO/RECORD

“A universidade foi essencial na minha carreira” Luiz Bacci, ex-aluno de Jornalismo, é um dos destaques do cenário atual da TV brasileira

Pedro Ferrari

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ascido em Mogi das Cruzes em 12 de março de 1984, Luiz Fernando Elui Bacci, aos 35 anos, é considerado um dos maiores apresentadores da TV brasileira da atualidade. Formado em Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes, o apresentador da TV Record iniciou carreira aos 11 anos de idade, em 1995, na rádio Diário de Mogi das Cruzes. Na época, Bacci, como é comumente chamado, já era conhecido por suas entrevistas com personalidades locais e pelos recordes de audiência atingidos Em 1998, ao completar 13 anos, decidiu experimentar a televi-

são, apresentando o quadro infantil “Domingo no Palco”, dentro do programa “Domingo Milionário”, na extinta Rede Manchete. Em 2002, ingressou na UMC. Para ele, o mercado já era muito difícil, e embora já estivesse inserido, sabia que precisava se aperfeiçoar e o diploma sempre foi um sonho. Durante a faculdade de Jornalismo, Luiz esteve à frente do programa de auditório “Estação Mix”, transmitido pela TV Diário, afiliada da Rede Globo em Mogi das Cruzes, e passou pela Rádio Metropolitana, também na cidade, onde à época exerceu o cargo de diretor artístico. Ao concluir os estudos em 2005, Bacci já era um dos repórteres do jornalismo da TV Diário.

O destaque na tevê local o levou a ser contratado pelo SBT em 2006. “A universidade, sem dúvidas, foi a principal chave para a minha carreira”, explica o jornalista. Na emissora, além de compor a equipe de reportagem, atuava também como apresentador substituto no SBT Brasil, o principal telejornal da emissora. Em outubro de 2009, Luiz recebeu convite da Rede Record, mas o SBT decidiu cobrir a proposta da concorrente e renovou contrato por mais três anos. Esse contrato durou apenas mais um ano, pois em 24 de novembro de 2010, Luiz Bacci assinou com a Rede Record, para apresentar um dos programas jornalísticos da

emissora no Rio de Janeiro. Entre 2014 e 2015, o apresentador passou pela TV Bandeirantes, onde apresentou os telejornais “Tá na Tela” e “Café com Jornal”, mas por conta de um corte de gastos da emissora, teve o contrato rescindido. Em 31 de março de 2015, Bacci retornou à Record para apresentar o “Balanço Geral SP” e participar do “Cidade Alerta”, em rede nacional, com Marcelo Rezende. “Tudo foi tão rápido, que ainda hoje eu olho para trás e penso: não podia ser diferente.” Em 5 de maio de 2017, Bacci assumiu interinamente a apresentação do Cidade Alerta, após o titular Marcelo Rezende se afastar

para o tratamento de um câncer. Em setembro, foi efetivado no comando do “Cidade Alerta”, após o falecimento de Marcelo. “O Marcelo foi o meu padrinho querido na televisão, ele me acolheu como um filho desde o início”, conta o apresentador. Luiz Bacci permanece como apresentador titular do “Cidade Alerta”, onde alcança números expressivos de audiência, de segunda a sexta-feira, a partir das 16h45 e é referência na pauta de pessoas desaparecidas. “Infelizmente nos deparamos com histórias de pessoas desaparecidas todos os dias e eu confesso que enquanto não consigo uma resposta sobre aquele caso, eu não paro”.

Editor destaca evolução do Jornalismo da UMC Vittor Leite Para o jornalista e editor-chefe do jornal Diário de Suzano, o curso de Jornalismo da UMC tem grande importância para a região do Alto Tietê. “Uma média de 70% a 80% dos alunos que saíram da UMC atuaram na redação do DS e muitos depois foram trabalhar em grandes jornais da capital”. Para Leite, o fato do jornal suzanense receber grande número de estagiários e ex-alunos faz da publicação quase uma extensão do curso. Formado em 1996, Leite observa que muita coisa mudou na comunicação desde os anos 1990 e com

o crescimento da Internet, a forma de se produzir jornalismo sofreu grandes alterações. Ele destaca a importância da adaptação que os cursos da área precisam passar, visando sempre acompanhar o mercado. Para Edgar, a UMC tem feito muito bem esse trabalho, e evoluiu muito desde que ele se formou. O jornalista destaca a inclusão de matérias como o webjornalismo, que não existia no ano em que se formou, como um dos fatores do sucesso da UMC nesse quesito. Outro fator importante mencionado por Edgar são as atividades práticas dos cursos. Além dos estágios, o jornal experimental Página

UM é uma forma dos alunos adquirirem experiência. “Mesmo não sendo diário, o Página UM tem sua importância, pois inclui pautas externas, em que os alunos precisam entrevistar pessoas sobre questões do cotidiano. Esta é exatamente as atividades que vão desenvolver depois de formados”. Para o jornalista, o impresso enfrenta a maior dificuldade atualmente, diferente da internet, que é o futuro da comunicação. “O jornal impresso está se reinventando. A situação dessa mídia está complicada, enquanto na internet tudo está mais acessível, é uma área mais fácil de se trabalhar”.

VITTOR LEITE

Editor-chefe do Diario de Suzano, Edgar Leite se formou na UMC


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Alunos das primeiras turmas relatam memórias Mais de 40 anos depois, ex-alunos contam como foi o início dos cursos de Comunicação da UMC ARQUIVO PESSOAL\ NIVALDO MARANGONI

LUIZ FERNANDO ANDRADE

Luiz Fernando Andrade

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m 1974, na rua Senador Dantas, em Mogi Das Cruzes, funcionava um dos antigos prédios da Organização Mogiana de Ensino e Cultura (OMEC). Lá se instalaram as primeiras turmas de Comunicação da instituição, cujo campus principal ainda estava em construção. Dos cursos de Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda, saíram grandes profissionais, nomes conhecidos como César Galvão e Nivaldo Marangoni, que ajudaram a tornar a UMC uma instituição nacionalmente conhecida. Nivaldo Marangoni é jornalista, concluiu o curso na UMC em 1979, em 1980 começou como professor assistente, onde permaneceu até 2017. Ele atribui a qualidade dos cursos de comunicação à seriedade no ensino cobrada pelo chanceler Manoel Bezerra de Melo, além dos formandos serem rapidamente inseridos no mercado de trabalho de toda a região. Marangoni trabalhou durante dez anos como repórter na Rede Globo de Televisão, em São José dos Campos, graças à indicação de

Leni Pontinha foi coordenadora dos cursos de Comunicação por 8 anos. O ex-aluno e jornalista Nivaldo Marangoni foi professor na UMC por 37 anos

uma funcionária da universidade. “Uma das professoras da UMC, que foi coordenadora da Comunicação em Mogi, Leni Calderaro Pontinha, disse que havia vaga para repórter na Globo de São José. Preparei um currículo, fiz um vídeo e assim fui aprovado na Globo”. A comunicóloga Leni Calderaro Pontinha também é um dos nomes marcantes da UMC. Ela se formou na primeira turma de Rela-

ções Públicas, em 1977, começou a trabalhar na instituição em 1979. Ela foi coordenadora dos cursos de Comunicação entre 1984 e 1991, onde lecionou até os anos 2000. Leni comenta, saudosa, sobre sua vida de estudante na UMC. “Naquela época tínhamos aula de segunda a sábado, e um dos professores, o de Cultura Brasileira, costumava marcar atividades extra sala, quando íamos até a biblioteca

Alunas recordam acidente na MogiBertioga com estudantes da UMC Bruna Calhau O acidente que ocorreu na noite do dia 8 de junho de 2016, transformou a vida dos 18 jovens universitários sobreviventes. Outros 17 não resistiram ao capotamento do ônibus no quilômetro 84 da rodovia Mogi-Bertioga e faleceram. Emily Priscila, aluna de Ciências Contábeis da UMC que estava em outro ônibus rumo a Bertioga, conta que assistiu o desastre. “Praticamente participamos do acidente”, conta. A estudante de fisioterapia Carine Cajueiro diz que ela e a colega de assento perceberam árvores

caídas na estrada e pensaram ser resultado do mau tempo. Demorou alguns minutos até perceberem no meio da neblina a parte traseira do ônibus acidentado, do outro lado da rodovia. Ainda segundo a jovem, poucos alunos da linha desceram para prestar assistência. “Recolhi todo tipo de agasalho e cobertor para envolver os sobreviventes. Fui instruída a abraçá-los, confortá-los e a não permitir que perdessem a consciência até a chegada do socorro. Fazia muito frio naquela noite. Acredito que alguns morreram de hipotermia. Não tenho noção de tempo, mas o socorro demorou, parecia

que as ambulâncias não chegavam nunca”. A maioria dos estudantes permaneceu em estado de choque mesmo depois de seguir viagem. O motorista Roberto Machado foi uma das pessoas que ajudou retirar corpos dos escombros do ônibus. Ao continuar o percurso, precisou parar e solicitar que alguém da companhia assumisse a direção do ônibus porque ele estava passando mal. Depois do ocorrido, Machado pediu transferência para a linha de Santos. O acidente deixou traumas que ainda hoje fazem moradores do litoral norte desistirem de estudar nas instituições de Mogi das Cruzes.

municipal de São Paulo, víamos algum filme, comentávamos sobre o diretor e as cenas. Mas não íamos por nota, íamos para aprender”. A ex-funcionária definiu sua carreira na instituição em duas palavras: trabalho e realização, sempre em prol do crescimento dos cursos. Enquanto coordenadora, atuou pela implantação dos estúdios de rádio, TV e fotografia do campus de Mogi das Cruzes, além

de trazer em eventos, grandes nomes, como o médico pesquisador Albert Sabin, criador da vacina oral contra poliomielite, a gotinha. Ela relembra com prazer como era estar ali e deixa um conselho aos atuais alunos. “Curtam a universidade, é a sua época, esse momento é mágico e único, não é só ver a aula e ir embora, aproveitem a biblioteca, os estúdios, a lanchonete, é tudo de vocês”. FOTOS: BRUNA CALHAU

Carine Cajueiro, 20, e Emily Priscila, 20, presenciaram o acidente


45 ANOS

Nº 108 | Ano XXI | 2019

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Festival de Talentos completa 8 anos de histórias O FDT proporciona aos estudantes a oportunidade de colocar em prática aspectos das aulas teóricas AMANDA MIWA

Natália Siqueira

C

riado em 2012, o Festival de Talentos (FDT) é um programa de variedades que integra o calendário dos cursos de Comunicação Social da UMC. Estruturado como programa de auditório, o FDT proporciona aos estudantes uma oportunidade para colocar em prática aspectos das aulas teóricas desenvolvidas ao longo do curso. O professor Hércules Moreira, idealizador do projeto, começou a lecionar na UMC em 2011. “O festival surgiu como uma atividade prática da disciplina ‘Recursos Audiovisuais’ que eu ministrava, mas a ideia no início era que fosse uma atividade complementar. Desde a primeira edição, contudo, percebi que ele tomou uma dimensão inesperada”. Hércules explica que o FDT é uma forma do estudante adquirir experiência, pois a organização do programa exige que os alunos se envolvam diretamente na apresentação, pesquisa, produção, assessoria de imprensa e reportagem. “É uma experiência mercadológica dentro do ambien-

AMANDA SOUZA

te acadêmico, essa é a principal missão do Festival”, declara. Rafaela Vieira, formada em Publicidade e Propaganda em 2015, participou da primeira edição do FDT em 2012. “Vi o projeto nascer e crescer. No início participei do núcleo musical e me envolvi também com a abertura, que foi a parte que mais amei. É um orgulho saber que contribuí de alguma forma por 4 anos, dando o meu melhor e ajudando a construir essa história. Amo esse festival até hoje”, comenta. Kayane Rocha se formou em

Jornalismo em 2018 e também participou do festival durante os quatro anos do curso. “Eu acho difícil falar do Festival de Talentos, porque são muitas emoções. No meu primeiro ano de faculdade eu participei apenas na plateia, e já amei, no segundo fui assistente de palco, no terceiro apresentadora e no último fiz parte da equipe de cobertura online. Posso afirmar que nesses quatro anos aprendi muito, cada edição de um jeito diferente”, ressalta. O Festival de Talentos é uma das poucas atividades na universida-

de em que os familiares podem participar. O público é composto por crianças, adultos, idosos e os próprios universitários. Por isso, as atrações são selecionadas pensando em atingir todas as faixas etárias.

O professor Hércules Moreira (ao lado), idealizador do FDT, diz que a ideia era que fosse uma atividade complementar. Só que desde a primeira edição o programa se tornou maior que o esperado

O professor Hércules fala ainda que durante todos esses anos muitas histórias marcaram o FDT, mas uma em especial é lembrada com carinho. “Uma senhora, mãe de um aluno, no final do programa me disse: ‘Graças ao Festival de Talentos, hoje pela primeira vez na minha vida eu pude entrar e conhecer uma universidade’.”

Curso de Comunicação Social premia estudantes Amanda Miwa Premiar os estudantes pelos projetos desenvolvidos é um dos diferenciais do curso de Comunicação da UMC. Há pelos menos 18 anos são realizados eventos nesse sentido. O primeiro deles foi o Prêmio Balcap e o mais recente é o Prêmio Ser Camaleão. Em 2001, para valorizar os trabalhos dos alunos, criou-se o Balcap (Balanço do Curso Articulado por Projeto), com critérios acadêmicos de avaliação em escrita, prática e apresentação. O prêmio teve 10 edições, até ser extinto devido a uma mudança curricular. A nova coordenação adequou

a premiação, batizando-o de Prêmio Jovem Talento Acadêmico (PJTA). Com ele vieram outros critérios de avaliação e de valorização das produções dos alunos, segundo a ex-coordenadora Agnes Arruda, que esteve à frente do PJTA. Em 2018, com nova coordenação, surgiu o Prêmio Ser Camaleão, constituído das melhores partes dos prêmios anteriores. Segundo a gestora de Publicidade e Propaganda, Gracy Duarte, um dos objetivos era retomar o espírito do Prêmio Balcap, do qual ela fez parte como aluna. Coincidência ou não, as duas premiações tiveram o mesmo professor como apresentador para trazer a festa

no evento., professor Vanderlei Bhyanko, responsável pela abertura do Prêmio Balcap e, novamente, sete anos depois, responsável pela festa do novo prêmio. Para o professor Vanderlei, o Ser Camaleão é uma grande celebração dos talentos que se transformam em sala de aula. “A cada dia que o aluno vai à faculdade, ele muda de cor, a cada dia ele se torna um camaleão diferente. Depois de formado ele vai entender que o trabalho é totalmente dinâmico, então continuanuará mudando de cor”. Os gestores esperam adesão cada vez maior ao prêmio e que em 2019 tenha a mesma “vibe” do ano passado.

AMANDA MIWA

Professor Vanderlei Bhyano apresentou o Prêmio Ser Camaleão em 2018


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COMUNICAÇÃO UMC

2019 | Ano XXI | Nº 108

Diretório Acadêmico “Chatô” promove ação social Fora do campus, o DA busca a interação entre os alunos ajudando aqueles que necessitam VITOR GIANLUCA

De Paulo Freire a Assis Chateaubriand As idas e vindas dos diretórios da Comunicação Social da UMC Rodrigo Chaves

Integrantes do Chatô: a partir da esquerda, Gabriel Miranda, Thiago Ramos, Luiz Rezende e Gabriel Romano

Vitor Gianluca

O

Diretório Acadêmico Assis Chateaubriand (Chatô), representante dos estudantes dos cursos de Comunicação da UMC, realizou um “trote” diferente em 2019. No ano em que os cursos de Comunicação completam 45 anos, os alunos responsáveis pelo Diretório decidiram arrecadar livros para a AACD, entidade que realiza assistência a crianças deficientes. A campanha, promovida em parceria com o projeto Vida Literária, durou 20 dias. Caixas e mesas foram espalhadas pelo campus para receber as doações. “Todas as iniciativas visam ajudar quem realmente precisa”, disse o representante do Chatô, Luiz Rezende. “Foram arrecadados mais de 600 livros nesta campanha”, informa. Segundo Simone Aparecida, supervisora administrativa da AACD, a campanha atingiu a meta esperada e ajudou a aumentar a quantidade de livros à disposição dos pacientes. “Os alunos são muito comprometidos, abraçaram nossa causa. Estamos em contato para mais uma edição, enfatizando os livros infantis”, completou a supervisora. Luiz Rezende revela que as ações sociais do DA em 2019 ain-

Fábio Castilho, responsável pela reativação do DA no início dos anos 2000

da não acabaram. “Estamos planejando outras até o final do ano”. A campanha dos livros não foi a primeira a ser realizada pelos alunos dos cursos de Comunicação. Além do trote solidário, o DA também participa de uma campanha chamada Motirõ. Trata-se de um projeto social da aluna de Publicidade e Propaganda, Marcela Siqueira, que procura instituições com poucos recursos e desenvolve ações em prol delas. Segundo Marcela, a ajuda do Diretório Acadêmico e do curso é muito importante. “Este ano o Motirõ teve um estande para a divulgação e arrecadação no Festival de Talentos da Universidade”. O professor Fábio Castilho, um dos responsáveis pela volta do Diretório nos anos 2000, disse

que o Diretório sempre promoveu ações sociais. Em 2001, houve uma campanha de doação de sangue, ela não foi feita pelo DA, mas foi a partir dela que Fábio e outros alunos viram a força que tinham para iniciar o Diretório. “Foi um trote solidário em que levamos os veteranos e os novatos para doar sangue, desde que estivessem em condições. A doação que fizemos em um dia correspondeu ao que eles conseguiam em 25”. “Já no início de 2003 foi feita uma arrecadação de livros também. A doação foi destinada a uma ONG que incentivava leitura nas escolas públicas. No inverno do mesmo ano fizemos uma arrecadação de agasalhos e meias, destinada a moradores de rua”, completou.

O primeiro diretório acadêmico do curso de Comunicação Social da UMC de que se tem notícia foi o DA Paulo Freire. O ex-aluno Osni Diaz, atualmente jornalista e professor universitário, foi presidente daquele DA e diz que representar os alunos do curso era o principal objetivo. Osni conta como foi o fim do diretório Paulo Freire: “Minha gestão foi de 1987 a 1988. Saí por divergências com outros membros, mas depois daquilo viramos ótimos amigos. Temos contato até hoje’’. As divergências citadas por Osni causaram não apenas sua saída, mas também encerramento das atividades do diretório. A principal missão de um diretório acadêmico é representar os alunos diante da instituição. Foi com esta missão que em meados de 2002 surgiu o Diretório Acadêmico Assis Chateaubriand, ou simplesmente, Chatô. Após um período de atividade o diretório Chatô foi fechado, sendo reaberto somente em 2014 por iniciativa de um grupo de alunos do qual participava Marcela Siqueira, atualmente no 7º semestre de Publicidade e Propaganda. “Quando entrei na universidade o Chatô não estava ativo. As pessoas se reuniam apenas para os trotes. Mantivemos os trotes, mas queríamos torná-los grandes. Após a renúncia do presidente da época, que saiu por motivos pessoais, eu o substituí no cargo. A partir daí, trabalhei duro pelo crescimento do DA e de eventos. Criei setores que funcionam até hoje. Tentei alcançar alunos que não faziam parte do diretório. Fomos crescendo aos poucos’’, conta

RODRIGO CHAVES

Marcela Siqueira participou da reativação do diretório acadêmico em 2014, e atualmente é vicepresidente do Chatô

Marcela, que permaneceu à frente do DA até 2018, quando foi substituída por Luiz Rezende, atualmente no 3º semestre de Publicidade e Propaganda. “O Diretório só existe se puder contar com o apoio dos alunos. Sem eles o DA não consegue trabalhar, criar eventos, propor ações. É impossível ir para frente”. Avaliando o papel do diretório, o atual presidente Luiz Rezende reafirma a disposição de estar sempre perto dos alunos. “Nossa meta é divulgar cada vez mais o Chatô para viabilizar os projetos, fazer parcerias e continuar o trabalho. Nosso principal alvo é construir uma ponte entre alunos e coordenação e manter essa boa comunicação entre todos. A gente ficou bem contente com o resultado do Trote Solidário de 2018, porque acabou gerando mais visibilidade ainda. Esta campanha fez o Chatô crescer ainda mais”.


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