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Leandro MoraiS

Voo livre no Pico do Urubu

O Pico do Urubu, localizado na porção mogiana da Serra do Itapety, permite aos praticantes de voo livre uma experiência única: alcançar o litoral a partir do interior do continente, em voos de até 2 mil metros de altitude. Pilotos habilitados propiciam voos duplos a não iniciados. Página 8

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade de Mogi das Cruzes • Produzido pelos alunos do 5º período de Jornalismo ANO XIII • NÚMERO 79 • ABRIL-MAIO / 2011 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • E-MAIL: paginaum@umc.br

Pesquisa realizada na UMC aponta nova origem para a cárie dentária Compreender como se desenvolve a cárie dentária é fundamental para o surgimento de inibidores químicos e novos fármacos, capazes de evitar este tipo de degradação dos dentes, que afeta 60% da população mundial. E na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), no Centro Interdisciplinar de Investigação Bioquímica, um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Ivarne Luis dos Santos Tersariol tem feito avançar o conhecimento nesta área. A origem da cárie, apontam os estudos, são enzimas e não bactérias, como se acreditava. Os resultados das pesquisas estão em periódicos científicos prestigiados. Página 3

UMC abre inscrições para PIBIC 2011 A UMC está com as inscrições abertas para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC). Alunos de todos dos cursos podem participar do processo de seleção, mediante inscrição de projeto de pesquisa na área em que atua. Os critérios da seleção dos bolsistas estão a cargo de comissões formadas para cada área de conhecimento, compostas dos professores da UMC e membros externos. Página 2

Mogi resgata patrimônio histórico Casarão em estilo neoclássico, localizado na Rua Coronel Souza Franco, em Mogi das Cruzes, será tombado como bem histórico e cultural. Depois, será restaurado e utilizado para abrigar setor da Secretaria da Educação LuÍS araÚJo

Mogi comemora retorno do

BASQUETE

No centro de Mogi das Cruzes um casarão [foto] construído na década de 1920 foi desapropriado e se encontra em processo de tombamento pelo Conselho Municipal de Conservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagís-

tico (COMPHAT). O imóvel é considerado o único em estilo neoclássico existente no centro da cidade, caracterizado pelas formas regulares e simétricas, e pelo uso de materiais nobres como madeira de lei e vitrais franceses. Página 6

Mogianos ganham Academias da Terceira Idade

Projeto investe na formação de futuros atletas De olho nas Olimpíadas de 2016, jovens com idades acima de 12 anos participam do Projeto Suzano Olímpico, desenvolvido pela Secretaria de Esportes do município. Basquete, futsal, natação e mais quatro modalidades são contempladas pelo Projeto. Para participar, o candidato a atleta precisa ser escolhido pelos técnicos do Projeto, que visitam as escolas do município e observam o desempenho dos alunos em atividades esportivas. Página 7

angéLiCa ribeiro

tHaMirYS MarQueS

D

epois de um intervalo de seis anos, cidade volta a contar com time profissional da modalidade. A equipe é predominantemente formada por jovens atletas, com cerca de 20 anos de idade, e disputa oTorneio Novo Milênio. O objetivo é terminar a competição entre os quatro mais bem colocados e, consequentemente, conseguir acesso à elite do Campeonato Paulista, que terá início no segundo semestre. Página 7

aLine Sabino

As Academias da Terceira Idade (ATIs), localizadas em Mogi das Cruzes, foram pensadas para estimular a prática de exercícios físicos por pessoas acima de 60 anos. Instrutores orientam os usuários dos equipamen-

tos e estão disponíveis nas academias em diversos horários. A expectativa é que até novembro todas as unidades previstas no projeto, sob responsabilidade da Prefeitura de Mogi, estejam em funcionamento. Página 4

Terminal próximo à UMC facilita acesso de estudantes O novo Terminal Estudantes inaugurado em janeiro de 2011, conta com plataformas cobertas nas áreas interna e externa, e recebe ônibus municipais e intermunicipais. Com características semelhantes às do Terminal Central, entregue em maio de 2010, o

Terminal Estudantes oferece sinal de internet gratuito, ponto de venda de passes, sanitários, revistaria, cafeteria, engraxataria, cabelereiro e caixas eletrônicos. Utilizando o cartão do Sistema Integrado Mogiano (SIM), o passageiro pode embarcar em até dois

ônibus durante o período de uma hora, pagando apenas uma passagem. O acesso para passageiros deficientes físicos e visuais é facilitado por meio de rampas e piso tátil. A frota de ônibus que serve o Terminal também é 100% adaptada para deficientes e os motoris-

tas são orientados para prestarem atendimento especial a estes passageiros. Para os estudantes da Universidade de Mogi das Cruzes, o novo Terminal representa mais comodidade para vir às aulas e voltar da instituição de ensino. Página 5


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opinião

abril-maio / 2011

EDITORIAL

CRÔNICA

PIBIC

Desafio aos alunos

Entre check-ins e despedidas

UMC abre inscrições para Programa de Iniciação Científica

A

primeira edição do jornal-laboratório Página UM da série anual costuma ser a mais difícil de ser planejada e executada. Explica-se: os alunos que agora são responsáveis pelo jornal chegaram ao terceiro ano do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e deparam-se com novas exigências previstas no projeto pedagógico – dentre elas colocar em circulação pelo menos cinco edições do jornal-laboratório. Ainda estão, portanto, num estágio básico de aprendizado, o que justifica plenamente a dificuldade inicial para fazer deslanchar a primeira edição da série programada para o ano. Em 2011, 25 alunos têm a missão de produzir o jornallaboratório Página UM. É aqui, nestas páginas que o leitor tem em mãos, que eles se desenvolverão nas técnicas e fundamentos que embasam o trabalho jornalístico voltado para meio impresso. Por sua natureza, o jornallaboratório deve sempre ser visto como um experimento, um ato de aprendizado e não um produto feito por profissionais experientes. Os professores-orientadores envolvidos diretamente com o trabalho de produção estão sempre presentes, mas o resultado final, em cada edição, é resultado do empenho e dedicação de cada aluno-repórter. O objetivo é levar o aluno a perpassar por todas as tarefas necessárias para produzir um jornal impresso. A primeira das tarefas é levantar as

possíveis pautas, adequadas ao projeto editorial do jornal. Isso significa informar-se sobre o que acontece na região do Alto Tietê. Identificadas e aprovadas as pautas sugeridos pelos alunos-repórteres, é hora de ir ao campo, fazer entrevistas, obter informações, produzir fotografias. É com a matériaprima que daí virá que será possível produzir cada linha de texto para a edição. Na redação do Página UM, tudo se processa de modo coletivo, uma forma de estimular a troca de informações, o trabalho em equipe, a superação de etapas de produção jornalísticas necessárias para concluir uma edição. Todas as orientações de ordem teórica ocorrem a partir da prática laboratorial. Os erros são apontados. As sugestões advindas dos próprios alunos são analisadas e acatadas, quando cabíveis. Enfim, na redação ocorrem todas as ações típicas da produção de um meio impresso: elaboram-se textos, títulos de reportagem, legendas de fotos, tratamento de fotografias, diagramação de páginas. O Página UM está em seu décimo-terceiro ano de existência. E tem se mostrado um eficiente mecanismo de ensino-aprendizagem, indispensável em curso que pretende efetivamente formar jornalistas conscientes e capazes de atender demandas oriundas do mercado de trabalho. Os alunos-repórteres que agora o produzem saberão aproveitar esse momento do curso e certamente irão aprender e evoluir a cada nova edição.

Estações de trem, terminais de ônibus e pistas de decolagem. Passaportes, passagens e check-ins. Embarque e desembarque. Chegada e partida. Nem sempre é assim... Gabriela Pasquale Despedidas, tchau que tem mais sabor de adeus e o silêncio que ronda a troca de olhares antes de cada um ir para o seu lado, são algumas das coisas que definitivamente não gosto. Não há algo pior do que ver alguém indo embora da sua vida e não poder fazer nada para evitar isso. Não há coisa pior do que sentir que esse alguém não vai voltar tão cedo. Pensando bem, há algo pior sim. Quem se despede pode ter como lembrança as palavras, os abraços e até mesmo as lágrimas. Pode escutar, no ato da partida, a promessa de volta, que apesar da distância, o telefone ainda vai tocar, a caixa de correio será recheada por muitas cartas e que a caixa de entrada só vai ter e-mail de uma pessoa. Mesmo que não haja cartas, telefonemas, e-mails e até mesmo sinais de fumaça, ao menos aquele alguém foi visto por uma última vez. Por mais que seja doloroso, houve diálogo, o choro foi compartilhado e o “até outro dia” foi dito. Pior do que tudo isso é não ter uma despedida. É saber, de supetão, que uma pessoa simplesmente vai embora e que ela não vai ser vista antes de partir. Por conta de disso, todos os lugares que foram frequentados enquanto a presença ainda existia vão

carregar algum tipo de lembrança. E pode ter certeza, vai doer demais. Dói demais saber que não houve abraços, não houve promessas de volta e nem lágrimas em conjunto. Que ninguém foi levado ao aeroporto nem ao terminal de ônibus e muito menos até a estação de trem. Apesar de não acreditar, muitos dizem que há continuidade quando a despedida não acontece. Assim, caminhar pelas ruas, ir até os lugares preferidos, pegar o trem vez ou outra e até mesmo a volta para casa, ganham um sabor diferente. Parece, por um milagre divino, que vão colocar o tal alguém no seu caminho. Aí dias se transformam em semanas que se tornam meses e a espera pelo reencontro passa a não mais existir. Aí fica perceptível que outras pessoas vão aparecer e tirar essa dor de foco. Que estações de trem, pistas de decolagem e terminais de ônibus na verdade são o nosso coração. Passaportes, check-ins e passagens são a maneira que cada um pede permissão para entrar na nossa vida. Alguns simplesmente chegam, conseguem embarcar e ficam por um longo tempo. Outros são mais rápidos e desembarcam muito mais cedo. E na verdade, cada um aparece para cumprir uma missão e vai embora quando tem que ir. Com ou sem despedidas, é assim que tem ser.

CRÔNICA

Senta que lá vem a história Luana Nogueira Em trem lotado ouve-se um infinito número de conversas interessantes e outras tantas fúteis. É quase impossível não bisbilhotar o que as pessoas conversam no banco da frente ou em pé a sua frente. Em uma dessas viagens de trem lotado, estava próxima a uma das portas de saída. Em uma das tantas estações existentes no percurso entre a Estação da Luz e a Estação Estudantes entraram três senhoras. Uma delas aparentava ter chegado aos trinta anos em muito boa forma. Usava uma bolsa de muito bom gosto transpassada pelos ombros para não ter nenhum inconveniente por conta da lotação. A mulher falava animadamente com

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social, Habilitação Jornalismo, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC)

duas outras, que provavelmente deviam ser suas amigas de trabalho. Duas estações depois eu já sabia que ambas trabalhavam em uma loja de conveniências. O primeiro assunto destrinchado pelas senhoras foi o chefe, ou melhor, a canalhice do chefe. Depois o tema filhos foi discutido, num trecho longo entre uma estação e outra. Logo em seguida a mulher mais entusiasmada começou a ministrar uma verdadeira aula de como fazer um “caixa dois” para futuras emergências. O diálogo transcorreu como em uma explanação de um mestre no assunto. “Meu marido não sabe qual o valor de contas que temos para pagar, por isso falo sempre um valor a mais e embolso o resto”. A amiga ao seu lado brinca:

“Deixa só ele aprender a fazer conta”. Em seguida lamenta: “Devia ter feito isso também antes de me separar”. A conversa foi interrompida ali pela voz do maquinista e ao som dos freios avisando a última estação. Fim de linha, final de conversa. No mesmo dia, mais tarde, num ônibus, logo nos primeiros minutos de sacolejo, o cobrador puxa assunto com o motorista. A garota “bem apessoada” da parada anterior. A derrota do time nas quartas de finais e, finalmente, o assunto ex-mulher. O cobrador, um homem de vinte e poucos anos, desfiou uma longa narrativa de como a namorada o havia abandonado deixando apenas o colchão da cama. O motorista, um senhor que

já tinha passado alguns anos dos 40, e até o momento não havia mostrado interesse nos assuntos, resolveu contar sua tragédia pessoal. A mulher o havia deixado. Tinha ficado com a casa e queria 50% do valor da venda do carro. Indignado, o motorista bradava: “Coloco fogo no carro, mas ela também não leva”. O cobrador, com sua sabedoria adquirida com a vasta experiência, aconselhava: “O bom mesmo é ficar solteiro. Assim, não temos prejuízos depois do pé na bunda”. Dei o sinal e desci na parada seguinte. Ao caminhar, penso se trens e ônibus não são, de certo modo, divãs de onde emergem segredos não tão bem guardados, à espera de ouvidos sensíveis.

EDIÇÃO 79 – ABRIL-MAIO / 2011 Fechamento em 16 de maio de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Avenida Dr. Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 CEP 08780-911 – Mogi das Cruzes, SP

Patrícia do Vale A UMC está com as inscrições abertas para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC). Alunos de todos os cursos podem participar do processo de seleção, mediante inscrição de projeto de pesquisa na área em que atua. Para conseguir uma bolsa de pesquisa, o candidato deve demonstrar desempenho compatível com os objetivos da pesquisa. O participante deve ser indicado por professor da própria Universidade com título de mestre e/ou doutor e não pode acumular a bolsa de Iniciação Cientifica com outro tipo de financiamento. O orientador do aluno deve ter produção cientifica ou artístico-cultural publicada em livros, revistas especializadas, anais, e/ou divulgada em exposições, seminários, congressos e demais eventos da comunidade cientificoacadêmica. Para ser aprovado, o projeto do candidato deve apresentar originalidade e viabilidade. Em casos excepcionais, a depender de avaliação dos comitês competentes, poderão ser aceitos os projetos a serem desenvolvidos por equipes de até três alunos, sendo um bolsista e dois cola-

boradores. É possível ainda a inclusão de um co-orientador por projeto. Os critérios da seleção dos bolsistas estão a cargo de comissões formadas para cada área de conhecimento, compostas dos professores da UMC e membros externos. No processo de classificação dos projetos, toma-se por base a análise do histórico escolar e o currículo do aluno. Além disso, são avaliadas a titulação e a produção cientifica do professor orientador, bem como a clareza, a viabilidade e a relevância do projeto de pesquisa proposto. O que é PIBIC? O Programa Institucional de Bolsas Iniciação Científica é um programa de incentivo às atividades de pesquisa, desenvolvidas em todas as áreas do conhecimento. É dirigido a alunos de graduação. Foi criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) e é administrado diretamente pela Universidade. Privilegia a participação dos alunos em projetos de pesquisa com qualidade acadêmica e mérito científico, objetivando a continuidade de formação do aluno e incentivando vocações para a área de pós-graduação.

Aluno concluinte de Jornalismo da UMC lança livro Ariane Noronha Desenvolvido em 2010 como Projeto Experimental na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) pelo estudante do último ano de Jornalismo Eduardo Lyra, o livro Dialogando com Lideranças foi publicado com tiragem de 2 mil exemplares e apresentado ao público num evento realizado em 8 de abril, na Câmara Municipal de Poá, cidade do Alto Tietê onde mora o autor. No livro, estão 23 entrevistas, com personalidades das áreas cultural, política e religiosa. Concederam entrevista a então Senadora Marina Silva, o cantor de rap MV Bill, o arquiteto Oscar Niemayer, o escritor Fernando Morais, o colunista da Folha de S. Paulo, Clovis Rossi, dentre outros. Para tornar real a idéia, Eduardo Lyra organizou uma lista de 50 possíveis entrevistados e muniu-se de uma pesquisa prévia sobre cada um deles. A idéia de fazer um livro de entrevistas com pessoas influentes surgiu após o estudante entrevis-

roberto MedeiroS

tar, para o jornal-laboratório Página UM, a repórter da revista Época, Eliane Brum. “Ela deu-me a certeza de que escolhi a melhor profissão do mundo, ser jornalista”, diz. Com 228 páginas, Dialogando com Lideranças é vendido por R$29,90. Vale pelo conteúdo em si – o que pensa cada um dos 23 entrevistados – e, também, como uma aula de técnica de entrevista. De Projeto Experimental [defendido ao final de 2010 perante uma Banca de Professores] a um livro de verdade, tudo é conseqüência do esforço e dedicação do autor.

Edição produzida pelos alunos do 5º Período: Aline Afonso Sabino, Angélica de Oliveira Souza Ribeiro, Ariane Sabrina de Noronha, Claudia Beatriz Soares, Eric Bruno de Souza Pereira, Felipe Figueira da Silva, Fernanda Cristina dos Santos, Flávia Faria Santos, Gabriela Hosomi Pasquale, Giselle Barreto Fornazza, Glaucia André Francisco, Larissa Miki Murata, Leandro de Castro Morais, Loriane Amaral Vicentini, Luana Aparecida Nogueira, Lucas Cachoni de Morais, Luis Henrique de Araújo Diogo, Renata Cardoso Rubilar, Renata de Sousa Leite, Rodrigo Dias dos Santos, Rodrigo Luiz Barone, Thamirys Marques Correia, Thiago Rodrigues Gonçalves, Vivian Fernandes Martins Silva.

Tel.: 11 4798-7000 – E-mail: paginaum@umc.br

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – UMC

O jornal-laboratório Página UM é produzido por alunos no contexto do Projeto Superação (Patamar Exercer), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso de Jornalismo, aplicado no 5º e 6º Períodos do curso. Professores orientadores: Roberto Medeiros – MTb 13223/59/18 (Orientador-Geral, Textos e Edição), Sérsi Bardari – MTb 20.256 (Textos), Elizeu Silva – MTb 21.072 (Planejamento Gráfico e Edição) e Fábio Luiz Marins Aguiar (Fotojornalismo). Apoio: LAB-Info UMC. Secretária de Redação: Larissa Miki Murata.

Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo. Reitora: Profa. Regina Coeli Bezerra de Melo. Vice-Reitor Administrativo e Financeiro: Eng. Jesus Carlos Paredes González. Vice-Reitor Acadêmico: Prof. José Augusto Peres. PróReitora de Graduação: Profa. Eliana Rodrigues. Pró-Reitor de Pesquisa, PósGraduação e Extensão: Prof. Luiz Roberto Nunes. Pró-Reitor Administrativo e Financeiro: Jorge Kowalski Salvarani. Coordenadora do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Rádio e TV: Profa. Cristina Schmidt Pereira da Silva


3 Pesquisa aponta desenvolvimento da cárie

campus

abril-maio / 2011

Pesquisador da UMC identificou duas das principais causadoras da lesão nos dentes Luana Nogueira

Luana Nogueira

O

professor Ivarne Luis dos Santos Tersariol, coordenador do Centro Interdisciplinar de Investigação Bioquímica da Universidade de Mogi das Cruzes (CIIB), e professor em cursos das áreas de Saúde, lidera uma equipe de cientistas que buscam compreender a cárie, uma degradação dos dentes que afeta cerca de 60% da população mundial. Os resultados têm sido apresentados em publicações científicas, como a prestigiada Journal Endodontics (JOE). Pesquisas que visam entender a cárie poderão levar à tratamentos diferentes dos atuais ou mesmo a mecanismos de base molecular que evitem o surgimento desta “doença” dos dentes. O objetivo da pesquisa conduzida pelo professor Tersariol é identificar o agente causador da cárie. “A cárie é uma destruição do dente. É uma alteração que forma uma lesão e vai destruindo o tecido dentário, principalmente a dentina”, diz. Depois de um longo trabalho de pesquisa e análise, desenvolvida nos últimos cinco anos e financiada por recursos de agências de fomento, Tersariol e a equipe estão convencidos que a origem da cárie não são bactérias, como comumente se supõe. “Hoje sabemos que a bactéria na cavidade bucal é simplesmente um gatilho. Ela não é o agente principal da lesão da cárie. Na verdade é nosso próprio sistema, as próprias enzimas que estão presentes nos dentes, que acabam tendo uma ação exagerada na presença de bactérias”, esclarece. O trabalho Cysteine Cathepsins in Human Dentin-

Larissa Murata

Vanderlei Sousa, ex-aluno da UMC, hoje é responsável pela formação de futuros profissionais

Larissa Murata

Professor Ivarne Tersariol observa equipamento utilizado para avaliar a quantidade de enzimas proteolíticas em tecido dentário no laboratório do CIIB/UMC

Pulp Complex (2010) identificou duas classes de enzimas presente nos dentes. E testou a hipótese delas serem as responsáveis pela destruição das estruturas dentárias. Em conjunto, a cisteíno-proteinases e a mataloproteinases (MMPs) degradam os dentes formando lesões que provocam a cárie. Essa ação ataca o colágeno, elemento abundante na dentina e principal proteína do tecido conjuntivo presente em todos os tecidos que dão sustentação ao corpo. “Essas duas classes de enzimas são produzidas pelos odontoplastos (células responsáveis por formar parte do dente, conhecidas como pré-dentina e dentina). Essas enzimas no momento de resposta inflamatória são jogadas para fora da matriz e começam a destruir o tecido dentário. Elas quebram o colágeno, principal proteína do tecido conjuntivo”, explica Tersariol.

A pesquisa desenvolvida por Tersariol e sua equipe, publicada na Journal Endodontics (JOE), forneceu subsídios para realizar um novo trabalho destinado a estudar a ação das duas classes de enzimas sobre a modificação da dentina com cárie. O fator idade foi levado em conta para produzir o estudo que foi publicado na Journal of Dental Research com o título Cysteine Cathepsins in Human Carious Dentin (2011). Essa pesquisa demonstrou que as cisteino-proteinases são encontradas em mais quantidade em dentes cariados do que na dentina saudável. Foi identificado ainda que a ação das enzimas diminui com o passar dos anos. Isso explica por que a cárie é mais comum em crianças e jovens. “Os dois trabalhos são ligados ao mesmo tema. No trabalho da Journal Endodontics (JOE) nós publicamos a enzima no dente nor-

UMC apoia programa de Alfabetização Solidária Ariane Noronha Com o objetivo de contribuir com a erradicação do analfabetismo de jovens e adultos no País, a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em parceria com a Prefeitura da cidade, participa do programa Alfabetização Solidária. Atualmente, cerca de 100 pessoas maiores de idade, que não sabem ler e escrever, estão matriculados em uma das oito escolas de Mogi nas quais ocorrem as aulas de alfabetização. Os professores-alfabetizadores são ex-alunos da UMC ou alunos de cursos de Pós-Graduação, os quais participam de formação inicial e continuada ministradas por professores da UMC. Em 15 anos de atuação, já foram alfabetizados mais de cinco mil pessoas por intermédio da Universidade. O curso tem duração de dois anos, mas, caso o aluno seja alfabetizado antes de concluir esse período, ele poderá ser encaminhado ao ensino regular, basta saber ler e escrever. “Nosso objetivo é alfabetizar os jovens e adultos que não tiveram acesso à escolarização na idade

Alunos de ontem, mestres de hoje

certa de modo que eles tenham condições de serem inseridos na rede regular de ensino, ou seja, na EJA, para continuar os estudos e, de fato, fazer o uso social da leitura e da escrita,”, informa Francine de Paulo Martins, coordenadora do programa e professora do Curso de Pedagogia da UMC. As atividades relacionadas com a Alfabetização Solidária na UMC são realizadas sob responsabilidade da Pró-Reitoria de Pesquisa, PósGraduação e Extensão, em parceria com o Curso de Pedagogia, coordenado pela professora Tatiana Platzer do Amaral. De acordo com a responsável pelo setor de Educação de Jovens e Adultos da Prefeitura de Mogi das Cruzes, Márcia Aparecida Melo Vianna, os resultados obtidos por meio do programa são positivos. “Todos os programas que surgem para beneficiar e auxiliar esses adultos são muito bem vindos. Quando a pessoa não sabe ler, ela se sente perdida e não se acha inclusa na sociedade, então tanto a EJA quanto a AJA são importantes”, diz Márcia. Devido às ações realizadas o índice de analfabetismo no

município, que era de 6% em 2000, hoje se encontra em 2,63%”. Criado há 15 anos, o Programa Alfabetização Solidária busca reduzir os índices de analfabetismo no País. Para isso, conta com o apoio de organizações não-governamentais e instituições de ensino que oferecem espaços para atender os interessados. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, das 19h30 às 22h em escolas municipais, onde os alunos são recebidos com merenda escolar e acompanhados em conjunto, pela equipe gestora das escolas municipais e do programa de Alfabetização da UMC. Atualmente, as aulas ocorrem nos bairros Cesar de Souza, Piatã, Jundiapeba, Residencial Cocuera, Biritiba Ussú, Rodeio e Vila Cintra. Serviço Para mais informações, procurar o Núcleo de Extensão da Pró-Reitoria da UMC. Telefone 4798-7090 ou pelo e-mail neac@umc.br. Também nas escolas da rede municipal obtémse informações sobre o Programa de Alfabetização Solidária.

mal sem doença. Mostramos que essas enzimas estavam lá aparentemente envolvidas na confecção de dentina. O segundo foi exatamente a ação das enzimas no dente cariado. Tem uma classe importante dessas enzimas que está atuando na degradação da dentina, isso nós definimos e publicamos. Essa classe está atuante na lesão da cárie, agora a consequência disso é realizar novos estudos”, afirma o pesquisador. As pesquisas realizadas por Tersariol e a equipe de cientistas abrem novos caminhos para o desenvolvimento de produtos destinados a combater a cárie. “A ideia é tentar controlar a atividade dessas enzimas com inibidores químicos e novos fármacos. Mas isso não é tão simples, envolve uma química fina e novas tecnologias. É como desenvolver uma molécula que vai agir exatamente onde o colágeno é destruído”, explicou o professor.

Muitos alunos sonham em ser professor universitário. Na UMC, isso não só pode acontecer como vem acontecendo há muito tempo. O corpo docente da universidade conta com um extenso número de exalunos. O curso de Design, por exemplo, conta com vários professores que foram alunos da Universidade. A coordenadora do curso, professora Cristina Ragaini, cita que a maior importância de ter esses professores hoje está no fato de eles representarem um “espelho” para os alunos. “Os alunos se sentem mais perto do professor, e passam a acreditar que também podem se tornar um professor respeitado amanhã”, diz. Vanderlei Sousa é um exemplo de ex-aluno que ingressou na carreira acadêmica. Ele concluiu o curso de Letras em 1998 e, em 2004, foi chamado para assumir a cadeira de Literatura Brasileira no mesmo curso. Desde que começou a dar aulas na UMC, Vanderlei passou também pelos cursos de Pedagogia, Química, Recursos Humanos, Logística e Comunicação Social (habilitações Jornalismo e Publicidade e Propaganda). Nesses, minis-

tra aulas nas áreas de Comunicação e Linguagens. Embora Vanderlei já desse aula em escolas estaduais, o primeiro dia do outro lado da sala universitária causou espanto. “Fiquei assustado no primeiro dia, porque entrei no lugar de uma grande professora, Marcia Arouca, da qual já havia sido aluno, monitor e secretário”, lembra Vanderlei. A coordenadora do curso de Psicologia, Ana Cristina Gomes Teixeira Arzabe, que se formou em 1984, conta que, durante a graduação, seu desejo sempre foi o de trabalhar em escolas e consultório. Começou a trabalhar na UMC, em 1985, como professora auxiliar de Psicologia da Educação. Em 2006, quando era psicóloga responsável pela ClínicaEscola, surgiu a oportunidade da coordenação. “No meu primeiro dia fiquei ansiosa e nervosa, pois sempre considerei uma responsabilidade grande formar pessoas e sempre me questionei quanto à adequação da minha prática profissional. Mas foi e tem sido muito gratificante, pois me sinto renovada sempre que estou em sala de aula. A troca de experiências tanto com alunos como com os colegas é muito instigante”, conta Ana Cristina.

Estágios dão oportunidade para alunos entrarem no mercado de trabalho Fernanda Santos

Sede do CIEE- Unidade Mogi das Cruzes: milhares de alunos encaminhados ao mercado de trabalho

Fernanda Santos Após escolher a futura profissão, o estudante passa por outro dilema: ingressar no mercado de trabalho. O estágio é uma ótima oportunidade para testar a escolha da carreira, além de permitir a vivência nos campos de atuação relacionados ao curso e o dia a dia da profissão. A Lei n. 11.788/2008 define o estágio como o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, visando desenvolver a preparação para o trabalho produtivo do estudante. A jornada do estagiário é de seis horas, e

permite ao estudante benefícios como bolsa-auxílio, auxílio transporte, recesso remunerado, entre outros benefícios. O supervisor da Unidade do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Marcelo Paixão, esclarece que o “estágio é a oportunidade para que os estudantes coloquem em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, de maneira que possam vivenciar no dia a dia a teoria, absorvendo melhor os conhecimentos, podendo refletir sua escolha”. Para o estudante do quinto semestre de Engenharia Civil da UMC, Vitor Martins, o estágio foi a oportunidade

de agregar mais dinamismo, responsabilidade e disciplina em sua vida pessoal. Mas, o mais importante foi a possibilidade de obter experiência na área escolhida. O CIEE de Mogi das Cruzes encaminha por ano em média 8.200 alunos ao mercado de trabalho por meio do estágio. Os períodos de dezembro a março e de julho a agosto são os mais procurados pelos estudantes. As empresas privadas e os órgãos públicos que disponibilizam vagas para estágio estão cada vez mais exigentes quanto as suas contratações, buscando profissionais capacitados e com conhecimentos extras, como línguas e informática. Com isso, encontrar a vaga desejada nem sempre é tarefa fácil. É preciso não desistir e seguir em frente. Para saber quais vagas são oferecidas, é preciso se cadastrar no site www.ciee.org.br ou ir direto à unidade localizada na Rua Dom Antônio Cândido Vieira, 492, no centro, ou no posto da unidade na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), no prédio da Reitoria.


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cidades

abril-maio / 2011

Mogianos ganham 29 ATIs

Academias da Terceira Idade (ATIs) prometem melhorar a qualidade de vida da população tHAMIRYS mARQUES

Renata Sousa

Feira noturna vira ponto turístico no Alto Tietê

A

s Academias da Terceira Idade (ATIs) localizadas em Taiaçupeba, Alto do Ipiranga e Mogilar, entre outros bairros, foram criadas a partir de fevereiro de 2011, com vistas à recreação prática e esportiva. Trata-se de um projeto social voltado para um grupo específico – no caso, os idosos –, que não costumam frequentar academias convencionais e preferem se exercitar ao ar livre. “Na construção, espero que os serviços sejam de ótima qualidade para não comprometermos o projeto na instalação dos equipamentos. Espero, também, conseguir sanar rapidamente os problemas que surgirem após a construção’’, afirmou, por email, o gestor de Esporte s de Mogi das Cruzes, Anderson do Prado. “Na primeira fase serão 10 unidades e, na segunda, mais 19 academias.’’ Os equipamentos da primeira fase foram instalados em Sabaúna (Praça Jesuino Franco), na Vila Natal, em César de Souza, Botujuru, Nova Mogilar (Praça do Habbib’s), Alto do Ipiranga (Praça da Jardelina), Taiaçupeba e no Parque Leon Feffer, entre outras localidades. Já na

Rodrigo Dias

Academias: Alunos realizam atividades físicas na Rua Jardelina, localizada no Alto do Ipiranga. Os exercícios são realizados no período da manhã

segunda fase, serão instalados no Parque Olímpico, Alto do Ipiranga, Braz Cubas (Praça Zumbi dos Palmares), BiritibaUssú, Ginásio Municipal, Vila Industrial, São Sebastião, Jardim das Bandeiras, Vila Cintra, Rodeio e Ponte Grande, entre outras. Segundo a engenheira civil da Coordenadoria de Obras, Débora Fabro Valenço Loureiro, a academia do Mogilar tem desde equipamentos para o público da terceira idade até equipamentos para deficientes físicos e crianças. Já na academia da Chacará Jafet, no Alto do Ipiranga, tem equipamentos

SESI constrói nova unidade em Ferraz de Vasconcelos

Nova unidade do SESI: Obras seguem em ritmo acelerado no Jardim Juliana em Ferraz de Vasconcelos

A nova unidade do SESI (Serviço Social da Indústria), situada no Jardim Juliana, em Ferraz de Vasconcelos, está em fase final de construção. Uma estrutura com 12 mil metros quadrados de área construída, dotada de dois laboratórios de informática, ciências, tecnologia, química e física, biblioteca, salas de música, artes cênicas, além de uma quadra poliesportiva. Com as obras em estágio adiantado, a expectativa do Diretor de Atividades Educacionais do SESI, Roberto Xavier, é que a nova unidade seja inaugurada no segundo semestre deste ano. A nova unidade trará à região do Alto Tietê mais um centro educacional de qualidade. Com a nova infraestrutura, a unidade terá capacidade para atender mais de 2.000 alunos no ensino de níveis fundamental, médio e de educação de jovens e adultos. Serão oferecidos cursos profissionalizantes, oficinas,

a coordenação motora. Os exercícios não seguem um padrão. Cada aluno tem sua série, e vai evoluindo com o passar das aulas. Souza ressalta que só pode participar das aulas quem apresentar atestado médico, comprovando aptidão para as atividades físicas de carga e sobrecarga. Sendo assim, cada professor tem seu controle de alunos. A Coordenadoria de Esportes da Prefeitura cadastra os interessados gratuitamente e fornece uma camiseta do projeto. Porém, as academias podem ser utilizadas mesmo por quem não é cadastrado. Afinal, é um local público.

Mogi terá Poupatempo Eric Pereira

Eric Pereira

de madeira com a mesma finalidade. Débora destaca que as academias são construídas de acordo com a contratação dos serviços. O prazo para a conclusão é de 240 dias. As academias contam com instrutores para orientar os exercícios físicos realizados pelos idosos. Eles atuam em dias e horários alternados, manhã e tarde. Por telefone, um dos instrutores, Rodrigo de Souza, afirma que os exercícios são desenvolvidos de acordo com os aparelhos instalados e o condicionamento físico de cada aluno. São realizadas atividades para melhorar

práticas de atividade física, entre outras. Segundo Xavier, “as escolas do SESI possibilitam aos alunos usufruir de um ensino com alta qualidade, que busca melhores resultados sempre”. O diretor esclarece ainda que “o diferencial do SESI, se comparado com as escolas públicas ou particulares, se dá principalmente pela formação dos professores, com cursos, palestras, acompanhamento de coordenadores pedagógicos e material didático padronizado”. Ainda este ano, está prevista a construção de outras unidades na região do Alto Tietê, em Poá, Suzano e Itaquaquecetuba. O SESI foi fundado no dia 1º de julho de 1946. É uma entidade de direito privado, mantida e administrada pela indústria, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do industriário e seus dependentes. Entre as atividades desenvolvidas pela instituição estão a prestação de serviços em saúde, educação, lazer, cultura e a promoção da cidadania.

Thamirys Marques Está decidido. O Poupatempo de Mogi das Cruzes será instalado no hipermercado D´Avó. Os pontos de atendimento ocuparão uma área de 2,5mil metros onde atual­ mente funcionam uma videolocadora e uma loja de móveis. A expectativa é que 5 mil pessoas sejam atendidas todos os dias. Segundo a prefeitura, o lugar receberá cidadãos mogianos e de toda a região do Alto Tietê. Ainda segundo a prefreitura, a vinda do Poupatempo vai aumentar os empregos em Mogi. Serão contratados 110 funcionários, dos

quais 80% serão terceirzados e 20% estarão ligados à Prefeitura. Os mogianos veem a vinda do Poupatempo como algo muito importante e que valorizará a cidade, como destaca a estudante de Administração Ludymila Laís Vieira: “Isso é um sinal de que a cidade está crescendo e se valorizando. Mostra que Mogi tem todas as características de uma grande cidade e não de interior, como muitos dizem”. A Prefeitura espera que até o fim do ano o serviço já esteja à disposição da população. As obras de adaptação do espaço começaram em abril e devem durar 5 meses.

Feira Noturna em Suzano: Variedades de produtos atraem consumidores de todo o Alto Tietê

Rodrigo Dias Criada pela Prefeitura de Suzano para assegurar mais uma oportunidade de geração de renda aos feirantes, a feira noturna, além de ser uma boa opção para quem não pode fazer compras nos horários convencionais, transformou-se em ponto cultural e de encontro para os moradores da cidade e adjacências. Lançada em julho de 2008 e realizada todas as quartas-feiras no entroncamento das ruas Benjamin Constant e Konoe Endo, a Feira Noturna consolidou-se com grande sucesso no município. Lá, o consumidor encontra grande diversidade de produtos, como frutas, peixes, temperos, verduras, legumes, ovos, aves, carnes, ervas medicinais, roupas, miudezas, artesanato, flores e plantas ornamentais. Há também, no local, diversas tendas de alimentação, que oferecem desde os tradicionais pastéis e a garapa, passando por especialidades da culinária japonesa, como tempurá, yakissoba e temaki, até a sofisticada paella. Há ainda opções como mini-pizzas, massas, tapioca, bolos e outros doces. De acordo com o feirante Yukio Kuruiwa, atuante desde o início das atividades, “é uma atração à parte e virou um ponto de encontro entre

amigos. O público é totalmente diferente e o retorno financeiro é bom”. Segundo Yukio, a Prefeitura organizou cursos preparatórios e de especialização para que a venda de hortaliças, que até então não existia, fosse bastante intensificada. Os frequentadores da feira podem encontrar produtos oriundos de diferentes culturas. Entre essas, destaca-se a japonesa, predominante na cidade de Suzano e de grande influência no estilo e decoração em todos os eventos da cidade. Desperdício Em meio a tanta fartura, é grande a quantidade de frutas, legumes e verduras que são jogadas fora por serem consideradas “feias” . O fato vem há algum tempo preocupando tanto os consumidores como também os organizadores. Para Sandra Maria, atuante no comércio de artigos para jardinagem há 35 anos, “o desperdício de mercadorias não aproveitadas só irá parar quando pesar no bolso dos vendedores. No final da feira, o ambiente familiar abre espaço à sujeira”. A Prefeitura, junto com a Secretaria da Cultura, afirma que ainda neste semestre irá firmar ações para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de combater o despertício.

Projeto incentiva vocações para esportes Gabriela Pasquale O Projeto Suzano Olímpico, desenvolvido pela Secretaria de Esportes de Suzano desde 2007, oferece a oportunidade de crianças escolherem um esporte para praticar. Para que o jovem possa participar do projeto, pedese no mínimo 12 anos e ser escolhido pelos técnicos que visitam as escolas do município, para observar o desempenho e o rendimento dos alunos com potencial para se tornarem profissionais. Segundo Assis Costa, professor de musculação, uma criança de 12 anos, dentro de suas limitações, tem condições de começar a treinar e pode participar das

Olimpía­das de 2016. “Não dá para falar que um atleta vai chegar a um determinado nível. Depende do biotipo e do interesse pessoal. Alguns respondem melhor, outros ficam na média, mesmo fazendo um trabalho específico”, diz ele. Para que a criança se torne um bom atleta, o acompanhamento dos pais e dos treinadores é de grande importância. Isso porque eles auxiliam na alimentação, disciplina e até mesmo na estrutura físico-psicológica que ela desenvolve. Segundo a psicopedagoga Roberta Pires Lima, o desenvolvimento físico está ligado ao psicológico. A criança precisa sentir prazer nas atividades que realiza, para que não desenvolva estresse e nenhum tipo de

Wanderley Costa/Secom Suzano

Projeto Suzano Olímpico: Voleibol é uma das modalidades incluídas pela Secretaria de Esportes

doença não aparente, como, por exemplo, gastrite nervosa. De acordo com Maria Monteiro, coordenadora e colaboradora do Projeto Suzano Olímpico, a Prefeitura oferece os serviços médicos disponíveis no município para aqueles que se machucarem. Se o desempenho do

jovem cair, o caso é avaliado. “Problemas familiares e escolares podem prejudicar o rendimento do atleta”, diz ela. O Projeto oferece suporte para sete modalidades, entre as quais basquete, futsal e natação. Os treinos acontecem no Ginásio Paulo Portella e no Parque Max Feffer.


5 Terminal modifica paisagem próxima à UMC

cidades

abril-maio / 2011

Inaugurado em janeiro, terminal de ônibus Estudantes oferece mais conforto a usuários aline sabino

Flávia Faria e Aline Sabino

D

ando sequência ao modelo já criado no Terminal Central, a prefeitura de Mogi das Cruzes vem promovendo mudanças no sistema de transporte público da cidade. Em janeiro, o novo Terminal Estudantes, localizado em frente à Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), foi inaugurado. Ele conta com plataformas cobertas na área interna e externa, para os ônibus municipais e para as linhas intermunicipais. Pelo novo Terminal transitam diariamente 202 ônibus que fazem o itinerário dentro do município, 100% deles adaptados aos portadores de necessidades especiais. A acessibilidade também foi levada em con-

Seguindo o modelo já adotado no Terminal Central, o Terminal Estudantes (acima) conta lanchonetes, posto do Mogi Passes, guias rebaixadas para cadeirantes e piso tátil para deficientes visuais

sideração na construção dos terminais: todos contam com rampa de acesso para cadeirantes e piso tátil para deficientes visuais. “Estamos tentando colocar informações em braile em todo o Terminal”, afirma o Secretário municipal de

Transportes, Carlos Nakaharada. O novo espaço tem as mesmas características do Terminal Central, entregue em maio de 2010, e oferece total conforto aos usuários dos ônibus. Faz parte do complexo um prédio admi-

Novos radares registram infrações de trânsito em Mogi

nistrativo, onde são oferecidos diversos serviços, como sinal de internet gratuito, venda de passes, sanitários, revistaria, cafeteria, engraxataria, cabelereiro e caixas eletrônicos. Há duas entradas e duas saídas para os ônibus, cons-

truídas na tentativa de evitar congestionamentos e atrasos das linhas. O acesso de pedestres é feito pela Av. Doutor Cândido Xavier de Almeida e Souza. Para diminuir o gasto dos usuários, foi criado o Sistema de Integração Municipal –

SIM – por meio do qual os passageiros podem se deslocar por toda a cidade pagando apenas uma passagem. São cerca de 20 mil usuários que circulam pelo terminal todos os dias. Questionado sobre a instalação de uma passarela no local para facilitar o acesso à UMC e à Estação Estudantes da CPTM, o Secretário afirmou que a CPTM tem um projeto de passarela, já discutido. “O cronograma de obras vai até 2014. Trata-se de uma ação conjunta entre o estado e o município”. As obras do Terminal foram iniciadas em junho de 2010, ao custo total de R$ 1,5 milhão. Já em funciomento, a obra foi aprovado pelos usuários: “Muito importante pela necessidade de todos. Mais do que merecido”, afirma a estudante Fernanda Lima.

Surto de conjuntivite atinge Alto Tietê. Falta de asseio pode favorecer propagação da doença

Flávia Faria

Fotos: Gisele Fornazza

Radares da rodovia Mogi–Bertioga inibem abuso de velocidade e podem reduzir acidentes

Flávia Faria Em novembro de 2010, o secretário municipal de transportes, Carlos Nakaharada, assinou contrato para a instalação de 22 novos radares de trânsito. As empresas responsáveis pela operação dos equipamentos de fiscalização eletrônica do trânsito de Mogi das Cruzes, NDC, Politran e Consladel, foram contratadas por um ano. O acordo prevê a instalação de quatro barreiras eletrônicas e dez radares fixos: um para verificação do trânsito de caminhões e seis que detectam o avanço de sinal vermelho e excesso de velocidade. “A nossa intenção não é simplesmente multar, e sim garantir a segurança de quem trafega pelas vias da cidade”, afirma Carlos Nakaharada. Os radares foram instalados em pontos considerados estratégicos, nos quais são registrados altos índices de acidentes. Os locais de instalação foram escolhidos a partir de um rigoroso estudo preliminar, que levou em consideração o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o número de acidentes e as características viárias. No início de fevereiro, as avenidas Doutor Álvaro de Campos Carneiro, na Vila Brasileira, e Joaquim Pereira de Carvalho, na Volta Fria, receberam novos equipamentos. Na segunda quinzena de março, a SP-98, que liga Mogi a Bertioga, recebeu um radar com sistema de Leitura Automática de Placas (LAP), que, além de controlar o excesso de

velocidade, é capaz de flagrar veículos que estejam com o IPVA e licenciamento em atraso e aqueles que estão suspensos de circular por indícios de furto ou clonagem. O radar da Mogi–Bertioga é um dos 28 instalados recentemente em diversas estradas paulistas pelo governo do Estado. No total, até o fim do ano, serão 41 radares do tipo LAP nas estradas paulistas, ao custo de R$ 6,5 milhões de reais. Os radares que permitem a Leitura Automática de Placas utilizam a internet para cruzar dados do veículo com informações constantes no banco de dados do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e, em seguida, avisam as viaturas via rádio. Polêmica “O radar não é para punir, e sim para inibir a infração de trânsito. A multa ainda é baixa, para alguns tipos de infração”, afirma José Alves Bezerra, motorista de fretado que passa todos os dias pela rodovia Mogi– Bertioga. A opinião de Claudomiro Silva, também motorista de ônibus, é contrária à instalação. “Nós, motoristas de ônibus, vivemos na correria. Temos sempre horário para chegar e atrasos são motivos de briga na empresa. Acho ruim a instalação de radares, pois acaba ficando mais caro para nós.” Vale lembrar que, em dias de maior movimento na rodovia, o número de autuações chega a 400, por excesso de velocidade.

Pacientes procuram atendimento no Hospital Regional de Ferraz. Pediatra Simone Barreto (destaque), alerta para necessidade de cuidados higiênicos

Giselle Fornazza A falta de cuidados higiênicos entre pessoas contaminadas pode ser a causa do surto de conjuntivite identificado na região do Alto Tietê. Esta é a opinião da pediatra Simone Barreto, coordenadora de pediatria do Hospital Regional Dr. Osíris Flo-

rindo Coelho, em Ferraz de Vasconcelos. “Enquanto as pessoas contaminadas não se conscientizarem que devem ficar em resguardo, a doença vai continuar se espalhando”, afirma a médica. Os acometidos pela conjuntivite devem consultar um médico e cumprir as prescrições até que o período

de contágio acabe. “Evitar o contato com pessoas contaminadas é também uma forma de combater a epidemia”, afirma a médica. Para prevenir a doença, é necessário lavar regularmente as mãos. Para quem já contraiu a doença, o essencial é também lavar as mãos com frequência, não com-

partilhar objetos pessoais, evitar atividades em grupo, o contato das mãos com os olhos e a não utilizar lentes de contato. Simone Barreto alerta que “as pessoas contaminadas pela conjuntivite tenham em mãos álcool em gel, para evitar que a doença se espalhe ainda mais”.

Concluída a duplicação da Mogi–Salesópolis Aline Sabino

Aline Sabino Formada por três diferentes rodovias, Mogi-Dutra, Mogi-Salesópolis e Estrada dos Pitas, a SP-88, acaba de ter 33 quilômetros de pistas duplicados, de um total de 97. A obra alterou o traçado da rodovia, para suavizar as curvas, consideradas muito acentuadas e perigosas. Com nova sinalização para motoristas e pedestres, a estrada tornou-se muito mais segura. Um alívio para os usuários.­ No total, foram aplicados R$ 21,8 milhões, soma que inclui a recuperação Estrada do Nagao, que liga a rodovia à Mogi-Bertioga. O trecho entre Mogi das Cruzes e Salesópolis começa na avenida Miguel Gemma, bairro do Socorro, com o nome de Rodovia Alfredo Rolim de Moura. São 40 quilômetros passando por

Rodovia Alfredo Rolim de Moura (SP-88), em Biritiba Mirim. A duplicação do trecho entre Mogi e Salesópolis tornou a estrada mais segura

Cocuera, Biritiba Mirim e Nossa Senhora dos Remédios. As expectativas dos usuários são as melhores possíveis. “Ficaremos mais seguros. Transporto passageiros e a tensão será menor, tanto para mim como para eles, afirma Rogé-

rio Santos das Mercês, que faz fretamento entre Mogi e Salesópolis. “Na pista antiga ocorriam muitos acidentes. Frequentemente víamos carros batidos e acidentes com motos. Agora, com a duplicação, tenho

convicção que vai mudar”, é a opinião de Evaldo da Silva, motorista. “As viagens são mais rápidas e o percurso ficou prático”, completou Adriano Conceição Silva, que faz fretamento entre Mogi e Salesópolis.


6 cultura Mogi resgata patrimônio histórico abril-maio / 2011

Casarão antigo localizado no centro de Mogi abrigará setor da Secretaria de Educação Angélica Ribeiro

Angélica Ribeiro

O

centro histórico de Mogi das Cruzes preserva diversos casarões antigos embora, em 450 anos de história, a cidade tenha crescido consideravelmente. Muitos desses patrimônios passaram por reformas e restauros, como o Casarão do Carmo, cuja existência ajuda a preservar a memória do município. Outro exemplo é uma antiga residência, construída na década de 1920, na Rua Coronel Souza Franco. O casarão está em área próxima a outros imóveis de valor histórico, os quais a prefeitura tem interesse em preservar. O órgão responsável por ações de conservação é o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico (COMPHAP), que tem autonomia para realizar o tombamento de um bem, seja ele material ou imaterial. [Veja box ao lado] Em 25 de março, o processo de desapropriação do imóvel da Coronel Souza Franco foi concluído. Segundo o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli, “esse é um casarão em estilo neoclássico. Um dos poucos que restaram na região. Tomamos a decisão de preservar a história”. O imóvel custou à prefeitura R$ 686 mil. O casarão ainda está em processo de tombamento. Os técnicos do Departamento do Patrimônio histórico (DPH) e do Departamento de Planejamento da Prefeitura já começaram a fazer le-

Vivian Fernandes

Vívian Fernandes

Casarão da década de 1920 localizado no centro histórico da cidade é uma das últimas construções no estilo neoclássico encontradas na região

vantamento sobre o estado de conservação do imóvel. Ainda no centro da cidade, podem ser encontrados imóveis em outros estilos arquitetônicos. Segundo o arquiteto e Secretário Geral do COMPHAP, Ubirajara Nunes, “Mogi foi colonizada por volta do século XVII, o que favoreceu a construção típicas do período colonial, passando pela arquitetura imperial, posteriormente o art decó, até chegar aos prédios modernos e contemporâneos”. Após a restauração, sem prazo definido para começar, o casarão abrigará a Secretaria de Planejamento Educacional. Segundo a Secretária da Educação de Mogi das Cruzes, Maria Geny Borges Ávila Horle, “o prédio abrigará a central de vagas e de transportes escolares que irá atender a toda população da cidade”.

O que é tombamento? Vivian Fernandes Um patrimônio cultural pode ser qualquer objeto com valor histórico, arqueológico, arquitetônico, arquivístico, bibliográfico, museológico, artístico, paisagístico, ambiental, cultural e afetivo para a população. A preservação deste serve para conservar, recuperar e nunca perder a identidade deste patrimônio, autorizando o acesso da população a este e proibindo que este seja destruído ou descaracterizado. Em Mogi das Cruzes, o órgão responsável por esta parte desde 2003 é o Conselho Municipal de Conservação ao Patrimônio Histórico,

Secretaria da Cultura de Itaquaquecetuba realiza Festival de Música Popular Brasileira

Cultural Artístico e Paisagístico (COMPHAP). Ao contrário do que muita gente pensa, a preservação somente protege a história, mas jamais faz com que a cidade pareça antiga, já que não impede uma reforma no local. O único agravante é que ela precisa ser autorizada, pelo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em Mogi, estão em processo de tombamento são a Estação Ferroviária de Sabaúna, o prédio do Batalhão da Polícia Militar, imóveis particulares na área do centro histórico e a Igreja São Benedito, entre outros.

Apresentação da banda “Batuka Jazz” um dos premiados na XIV edição do Festival de MPB de Itaquá

so, serviram para revelar grandes nomes, hoje consagrados, da música brasileira e canções que se tornaram clássicos. Apesar de não atingirem a dimensão dos de antigamente, pequenos festivais ainda são realizados em todo território brasileiro, com potencial para revelar tendências e talentos locais. Alguns, inclusive, já despertam interesses de grandes veículos de comunicação. O Festival de Itaquaquecetuba tornou-se uma oportunidade para revelar novos talentos regionais, entre compositores e intérpretes. Para o Secretário da Cultura do município, Jandir Jorge Souto, a iniciativa "além de se constituir fator de cultura, lazer e entretenimento, divulga e socializa as produções musicais dos cantores da

região, funcionando também como ato de congregação dos admiradores de música”. O vencedore desta edição do festival foi Raul Malaquias, da cidade de Poá, que faturou o primeiro lugar, e o prêmio de melhor intérprete. Em segundo lugar ficou a banda Batuka Jazz e em terceiro lugar o Grupo Mágicka. “Eu achei tudo muito bonito, a casa estava cheia, os trabalhos são muito bons, e com certeza convidaremos o vencedor para participar dos eventos promovidos pela Seretaria da cidade”, afirmou o Secretário. O Festival de Música Popular Brasileira de Itaquaquecetuba é realizado há quatorze anos, e faz parte do calendário oficial da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Há 84 anos, a região do Alto Tietê conhece a Corporação Musical Santa Cecília, que apresenta música de ótima qualidade em festas promovidas pelas cidades. Desde 1933, a orquestra ensaia em edifício importante para a cultura de Mogi das Cruzes. Por essa razão, a Prefeitura decidiu efetuar o tombamento do prédio. “A sede da corporação, erguida com recursos próprios e projetada dentro de um programa arquitetônico que atende sua finalidade, constitui rico patrimônio, localizado no centro histórico de nossa cidade, que merece ser preservado”, afirma o Secretário Geral do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (COMPHAP), Ubirajara Nunes Pereira de Souza. “Além disso, o tombamento ocorre pela importância cultural e social que a Corporação Musical representa para a região”, acrescenta. Em maio de 1926, os músicos Francisco Navajas, Benedicto Olegário Berti, Benedicto Augusto Sant’Anna e Galdino Pereira Alves decidiram montar a banda, que faria sua primeira apresentação em 22 de novembro do mesmo ano em uma Festa do Divino Espírito Santo. Desde então, com trocas constantes de integrantes, a Santa Cecília é a mais famosa organização musical do município.

Sede da Corporação Musical Santa Cecília

Regida por Manassés Maximiano dos Santos, a banda conta atualmente com 34 componentes, entre homens e mulheres, cuja idade média é de 26 anos. O membro mais antigo, que está há 35 anos na companhia, é Benedito Inês, de 79 anos. Os músicos oferecem diariamente aulas gratuitas de diversos instrumentos musicais, por meio do projeto “Madeiras e Metais”, que encaminha os melhores estudantes para tocar na orquestra. O maestro Manassés, há 12 anos à frente da corporação, ressalta a importância do tombamento para a banda, e afirma que é o município quem mais tem a ganhar com a iniciativa. “Este prédio pertence ao povo. Portanto, nada mais justo do que ser tombado”. A sede da Corporação Musical Santa Cecília localiza-se à Rua Doutor Corrêa, 522 – Largo do Carmo de Mogi das Cruzes.

Galpão Arthur Netto incentiva a cultura em Mogi Claudia Soares

Gláucia Francisco

Gláucia Francisco A XIV edição do Festival de Música Popular Brasileira foi realizada no Espaço Multifuncional, localizado na sede da própria Secretaria da Cultura de Itaquá. O local também é utilizado para outras apresentações culturais e palestras educativas, promovidas pelos alunos das oficinas culturais realizadas no prédio. Marcado para ocorrer na noite de sábado, 26 de março, o evento foi transferido para o meio dia de domingo, 27 de março, devido à grande quantidade de inscritos, fato que surpreendeu a comissão organizadora. No total, foram recebidas mais de 50 inscrições. “Não estávamos esperando tantas inscrições, tivemos de alterar a data e o horário para dar tempo de todos se apresentarem”, afirmou Nena Mar, organizadora e apresentadora do evento. Festivais de música fizeram muito sucesso no país na década de 1960 e início dos anos 1970. Os eventos da época tinham conotação política e social, e serviam como divulgadores de mensagens veladas contra a ditadura militar então vigente. Além dis-

Prédio de tradicional banda mogiana será tombado

Mogi das Cruzes é sede de diversos espetáculos teatrais e apresentações circenses todos os meses, como os que são realizados no Galpão Arthur Netto. Criado em 2009, o espaço é mantido por uma companhia teatral que incentiva a cultura no Alto Tietê, que oferece atrações a preços populares, tanto de artistas mogianos quanto da capital. Além disso, no Galpão Arthur Neto são oferecidas, gratuitamente, oficinas de circo e teatro para a comunidade em geral. As aulas são ministradas por uma equipe de profissionais capacitados e experientes em artes cênicas. Todos os trabalhos artísticos desenvolvidos no Galpão têm por objetivo propor aos participantes a reflexão sobre temas como cidadania, humanização das relações, violência, gentileza, preconceito, entre outros. Segundo Manoel Mesquita Júnior, ator e diretor do espaço, a meta para 2012 é desafiante: tornar o espaço referência de cultura de qualidade no Alto Tietê, reconhecido pela população e mídia local, por meio do incentivo a grupos artísticos e da produção de peças teatrais. O Galpão fica na Avenida Fausta Duarte de Araújo, 23,

Claudia Soares

provocou grande mobilização social. Arthur Netto foi atacado na noite do dia cinco de agosto. Ele havia ido para a festa de aniversário da própria mãe, na Vila da Prata, e depois seguiu para a casa noturna Divina Comédia, no centro da cidade. Já de madrugada, quando estava a caminho do ponto de ônibus no Largo São Francisco, foi surpreendido e espancado a garrafadas por três pessoas na esquina da Rua Antônio Cândido Vieira com a Otto Unger. O ator chegou a No Galpão Arthur Netto, cenas de “As Filhas de Bernarda” ficar 41 dias interJardim Santista. Quem tiver nado, teve alta, mas interesse em assistir a peças não resistiu aos ferimentos. teatrais e circenses ou mesmo Morreu no dia 15 de setemter aulas de circo, pode enbro do mesmo ano. Somente trar em contato pelo telefone dois anos e sete meses depois, 3433-9841 ou pela internet: em março de 2009, o pintor http://www.galpaoarthurnetAntônio Ernani Gomes, hoje to.com.br. com 30 anos, e o entregador de marmitas Carlos Vinícius Nasce o Galpão Gomes Filho, de 22 anos, foO projeto surgiu da indig- ram indiciados por lesão cornação da classe artística re- poral dolosa, quando há ingional com a morte do jovem tenção de matar. Atualmente, ator e publicitário mogiano os dois suspeitos esperam, em Arthur José Netto, em 2006. liberdade, pelo julgamento. O crime foi um choque para O terceiro participante do Mogi das Cruzes e, na época, crime nunca foi identificado.


7 Mogi comemora retorno do basquete

esportes

abril-maio / 2011

Formado por jogadores jovens, time do Alto Tietê busca acesso à elite do Campeonato Paulista Campeão paraolímpico concilia vida de atleta e projeto social

Rodrigo Barone O para-atleta mogiano Dirceu Pinto, integrante da seleção brasileira de bocha adaptada e campeão (individual e dupla) nas Paraolimpíadas de Pequim 2008, dedica parte do seu tempo trabalhando na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SMEL) de Mogi das Cruzes como coordenador paradesportivo, desenvolvendo um projeto social com os deficientes físicos da cidade. O objetivo é tirar os cadeirantes de suas casas e inseri-los na sociedade através do esporte. O coordenador trabalha em parceria com clínicas de fisioterapia, responsáveis por apresentar as lista de pacientes em potencial para a prática esportiva. Com este material em mãos, Dirceu estuda o grau da deficiência de cada um e tenta inseri-los nas modalidades disponíveis, que são bocha adaptada, tênis de mesa, atletismo ou natação. “Para convencê-los, trabalho com comparativos, apresentando fotos de participantes do projeto com os mais elevados níveis de deficiência e limitações. É isso que muitas vezes os convence a sair de casa”, declarou Dirceu. O projeto conta com 56 deficientes físicos envolvidos, sendo que 13 deles estão voltados para o alto rendimento e os demais praticam esporte como recreação. “O

rodrigo barone

Dirceu coordena projeto para cadeirantes

foco do projeto não é formar atletas e sim cidadãos através da prática esportiva. Por isso contamos com duas equipes, sendo uma voltada para a inserção social e outra competitiva, buscando o alto rendimento”, explica. No entanto, o projeto se apoia nas condições oferecidas pela Prefeitura e o calcanhar de aquiles está no transporte. “Mogi não é uma cidade preparada para atender as necessidades dos cadeirantes, seja pelas ruas esburacadas ou pelos ônibus sem degraus. Por isso a Prefeitura disponibiliza vans especiais que transportam os cadeirantes. Mesmo assim, contamos com apenas dois veículos, que não atendem a demanda necessária”, explica Dirceu. O projeto é realizado desde março de 2010 e acontece nas dependências do Ginásio Municipal Professor Hugo Ramos.

Karatê traz prêmios para a região renata rubiLar

Atletas da Academia Falcões do Karatê em treinamento ministrado pelo sensei João Jesus

Loriane Vicentini O karatê é uma modalidade de arte marcial japonesa que vem se destacando cada vez mais na região do Alto Tiête. A cidade de Suzano está no topo do ranking da Federação Paulista de Karatê Interestilos (FPKI) pelo terceiro ano consecutivo, com a Associação Suzanense Falcões do Karatê, do sensei (técnico) João Jesus da Silveira. A conquista fez com que a agremiação recebesse novamente o prêmio de “Melhores do Ano”. A manutenção do primeiro lugar no Estado só foi possível após os atletas de Suzano terem conquistado 44 medalhas, sendo 22 de ouro,

12 de prata e 10 de bronze, na 4ª Copa Cotia de Karatê Interestilos, que foi realizada na cidade de Cotia – SP, no mês de janeiro deste ano. Esse foi o último evento oficial do calendário da FPKI que validou pontos dobrados na contagem e definiu o ranking. A equipe de Suzano obteve sucesso também na primeira etapa do Campeonato Paulista de Karatê, que ocorreu no último mês de fevereiro. O time trouxe o troféu de ouro para casa e, agora, espera repetir o bom resultado na segunda e última etapa da competição em outubro. A equipe de Suzano se prepara para, em agosto, participar do Campeonato PanAmericano, que será realizado em São Paulo

Luis Araújo

M

ogi das Cruzes não contava com um time profissional de basquete havia seis anos. Mas o período de inatividade chegou ao fim e a população terá, agora, a chance de matar as saudades. A nova equipe vai disputar o Torneio Novo Milênio, competição que possibilita aos quatro primeiros colocados acesso ao Campeonato Paulista. “Não podia ficar tanto tempo afastado, o público queria esse retorno. Vamos lutar para dar uma boa sequência ao projeto”, afirma o Secretário de Esportes e Lazer da cidade, Nilo Guimarães. “Mogi é uma praça com tradição nesse esporte. A prefeitura está bastante envolvida em dar essa opção de entretenimento aos munícipes. E o basquete é muito querido por aqui”. O Ginásio Municipal Professor Hugo Ramos, casa da equipe, está de cara nova. Entre as ações realizadas para a revitalização do espaço estão a troca do piso da quadra, a compra de novos placares eletrônicos e a construção de um elevador para acesso de cadeirantes. O técnico Marcelinho Rato observa, no entanto, que só as reformas não serão

suficientes para garantir que o público compareça aos jogos. “Para ter apoio da torcida, é preciso conquistá-la. E isso só vai acontecer vencendo as partidas. Não tem outra maneira”. A média de idade do elenco é de aproximadamente 20 anos. Há a possibilidade de algumas contratações com o decorrer do campeonato. De acordo com Guimarães, o objetivo é conseguir classificação com esses jovens atletas. Ele revela, contudo, a intenção é a de ir reforçando a equipe aos poucos. “Não adianta achar que teremos agora um time repleto de jogadores de seleção brasileira. Não é esse o nosso perfil no momento. Mas esperamos ter um time bem competitivo no segundo semestre”. O armador Gabriel Alves, de 19 anos, é natural de Mogi e cresceu acompanhando o time de basquete local. Hoje, é um dos jogadores que tentam fazer com que a cidade volte a ter alegrias com esse esporte. “É um sonho, uma sensação muito gostosa ter a chance de jogar em alto nível e na minha cidade”, relata Gabriel. “Tomara que o ginásio esteja sempre lotado”. O ala Pedro Galocha tem desejo semelhante: “Acho que a torcida vai voltar a aparecer com a mesma força de sem-

LuÍS araÚJo

O armador Gabriel Alves é um dos destaques da equipe de Mogi para a disputa do Torneio Novo Milénio

pre. E a gente pede que isso aconteça mesmo”. Comemoração A notícia da volta do basquete a Mogi das Cruzes foi bem recebida por dois armadores que disputam o NBB (Novo Basquete Brasil). Nascido na cidade, Paulinho Boracini, que hoje defende o Joinville, disse que não via a hora de a cidade voltar a ser

representada no basquete. Fúlvio de Assis, atual atleta do São José, jogou em Mogi em 2004 e 2005. Para ele, o basquete jamais deveria ter acabado na cidade. “Mogi das Cruzes tem tradição, torcida fiel, que sempre acompanhou os jogos”, comenta. “Fico feliz e espero que continue, para um dia, quem sabe, eu encerre minha carreira na cidade”.

Beisebol Bunkyo/Mogi forma atletas e cidadãos tHiago rodrigueS

Lucas Cachoni O beisebol em Mogi das Cruzes é tão antigo quanto a chegada dos primeiros imigrantes japoneses na cidade, praticado desde a formação das primeiras colônias. O esporte teve seu momento de ouro na década de 1960, graças a empresas que trouxeram jogadores japoneses para atuar nos times da região e ajudar no treinamento dos jogadores brasileiros. Afora o bom condicionamento físico proporcionado pela prática do esporte, Roberto Nakahori, técnico do time Bunkyo/Mogi, enumera outros benefícios oferecidos pelo beisebol, como os fortes laços de amizade e a disciplina aprendida. “Começando cedo no esporte, a criança aprende o significado de coletividade. As famílias são presentes nos treinos, o que

Com a equipe do Bunkyo/Mogi, Renan Ishihara conheceu jogadores da América Latina e novas técnicas

acaba criando senso de comunidade não só entre os atletas como entre os pais também. A amizade que se forma entre os jogadores dura para a

vida toda”, afirma Nakahori. Além disso, os pais organizam eventos para angariar fundos para o time, que não recebe mais verba COB – Comitê

Olímpico Brasileiro. O time Bunkyo/Mogi foi reconhecido pela Major League Baseball, liga americana cujos organizadores vieram à América Latina, no começo deste ano, em busca de jovens talentos. Na ocasião, dois jogadores do Bunkyo/Mogi foram convidados a fazer uma clínica de cinco dias em São Paulo, com direito a um try out (teste eliminatório) no último dia. Renan Akira Ishihara foi um desses jovens. Para ele, o teste foi uma oportunidade única em sua vida. “Tive a chance de conhecer outros jogadores de toda a América Latina e ainda aprender novas técnicas”, conta o atleta. Reconhecido por seus resultados, o Bunkyo/Mogi conta ainda com vários atletas que atuam profissionalmente no Japão e que começaram a carreira na cidade.

Rogério Rodrigues, exemplo de força e determinação LuCaS CaCHoni

Renata Rubilar Devido a uma má formação, Rogério Rodrigues, 29 anos, casado e pai de dois filhos, nasceu sem a perna esquerda. Mas o fato não representou obstáculo para o jogador que, aos sete anos, com o auxílio de muletas, começou a praticar o futebol com crianças da mesma idade e sem nenhum tipo de deficiência. Rogerinho, como é conhecido no time, conta que, com apenas a perna direita, tem mais habilidade que muitos jogadores convocados para a seleção que foi à África. “Tal-

O jogador Rogério Rodrigues parte com a bola dominada em jogo de exibição no Mogi Shopping

vez, se eu tivesse nascido com as duas pernas, não poderia disputar uma competição mundial”, declara. Rogério tem planos de ficar por muitos e muitos anos na seleção. “Diferentemente do

futebol para os considerados normais, o time de amputados é formado por jogadores na faixa dos 40 anos de idade. Para se ter uma ideia, eu sou o mais novo”, salienta. O futebol para amputados

é, entre tantos outros, um esporte que não tem o apoio de investidores. “Nem mesmo com a nossa ida para a Copa do Mundo o ano passado essa situação mudou”, contou. A modalidade também não integra as Paraolimpíadas. Esse fator torna ainda mais difícil a situação dos praticantes, que não podem se dedicar totalmente ao esporte, pois não são remunerados. No entanto, eles esperam que esta situação possa ser alterada, pois o esporte atende com sucesso todas as regras impostas pelo comitê paraolímpico.



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