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DIVULGAÇÃO

ONG Opereta muda futuro de jovens da região através da cultura

Localizada em Poá, a Associação Cultural Opereta (ACO) se destaca pelas atividades realizadas na região do Alto Tietê. A ONG oferece cursos em diversas áreas, dentre elas teatro, dança e música. Além disso, proporciona a crianças e jovens carentes a oportunidade de atingir formação profissional. Página 8

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade de Mogi das Cruzes  •  Produzido pelos alunos do 5º período de Jornalismo ANO XII  •  NÚMERO  80  •  JUNHO-JULHO / 2011  •  DISTRIBUIÇÃO GRATUITA  •  E-MAIL: paginaum@umc.br

Número de migrantes cai 390% na região LUANA NOGUEIRA

Pombos podem causar doenças Pombos são personagens típicas do cenário urbano. Essas aves podem ser consideradas, por alguns, como seres inofensivos à saúde da população. No entanto, o ideal é manter a distância destes animais, já que o risco de contrair algum tipo de doença pulmonar e meningite por meio das fezes dos pombos, por exemplo, é grande. É o que explica o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Mogi das Cruzes, Jefferson Renan de Araújo Leite. Trazidos para o Brasil na época da colonização, a espécie de origem exótica adaptou-se bem ao ambiente brasileiro, onde encontrou abundância de alimento e se beneficiou da ausência de predadores naturais. Página 4

Alcoolismo entre jovens preocupa especialistas As bebidas alcoólicas exercem enorme fascínio sobre adolescentes e jovens. O começo no vício está associado ao desejo de aceitação pelo grupo de amigos e de afirmação da própria identidade. Segundo o médico Carlos Alberto Lopes Martins, o alcoolismo prejudica os neurônios e compromete a capacidade de aprendizado dos jovens. Além disso, pesquisas indicam os efeitos da substância sobre a memória, o aprendizado, o autocontrole e a motivação. Entretanto, é no trânsito que as consequências são mais visíveis. Acidentes envolvendo jovens embriagados são cada vez mais frequentes e graves. Página 6

União Mogi vê categorias de base como esperança

Rede Brazuca faz parceria com UMC A Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão e Assuntos Comunitários (PROPPGE), fez parceria com a Rede Brazucah de Difusão do Cinema Nacional, com o objetivo de exibir para os alunos da instituição e para a comunidade em geral longas e curtas nacionais. Estes filmes geralmente não são exibidos nas salas de cinema das regiões interioranas. A divulgação do projeto é feita por um aluno escolhido pela Rede Brazucah, que também oferece ajuda de custo e treinamento. Página 3

Curso de Comunicação Social realiza Intercap

Discussão sobre imparcialidade no Jornalismo e o surgimento de novas mídias marcaram a edição de 2011 do Intercap. Os palestrantes que participaram do evento, realizado no Centro Cultural da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), ainda

RODRIGO BARONE

As categorias de base do União Futebol Clube, composta por 120 garotos de 11 a 18 anos e coordenadas por João Caldonazo, são vistas pelos torcedores e simpatizantes do clube como a esperança de dias melhores para a equipe profissional de Mogi das Cruzes. Em meio a constantes crises políticas, o alvirrubro mogiano encontra-se na última divisão do futebol paulista, enquanto as categorias menores disputam torneios importantes e trazem troféus para a cidade. Mesmo diante da crise política e financeira, o clube ainda sonha em disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que já foi sediada pela cidade vizinha Suzano. Página 7

apresentaram aos estudantes dos cursos de Comunicação, conceitos sobre produção de conteúdo e trabalhos infográficos, além de comentarem o cenário do mercado de trabalho que aguarda os futuros profissionais da área. Página 3

Grupo de Maracatu agita Mogi O grupo de Maracatu Suburbaque (foto) vem agitando Mogi e região desde 2009. Formado por quinze integrantes, o grupo já realizou inúmeras intervenções culturais. Além dos shows, o grupo desenvolve uma oficina de música, na qual é desenvolvida a prática com instrumentos ligados à cultura pernambucana. Com ensaios abertos ao público, o grupo pretende desta forma divulgar a música nordestina. Página 6 THAMIRYS MARQUES

SIS agiliza agendamentos Em maio, a central de agendamentos do Sistema Integrado de Saúde (SIS) da Prefeitura de Mogi, divulgou um relatório sobre o primeiro mês de funcionamento do projeto. Cerca de 30 mil usuários já foram beneficiados e mais de 20 mil consultas médicas foram agendadas no primeiro mês. Segundo a prefeitura, as pessoas que costumavam utilizar o Ligue-Médico podem ficar tranquilas, pois o novo sistema veio para agregar mais qualidade à saúde pública do município. A população poderá agendar consultas por telefone, internet, totens de autoatendimento e Postos de Saúde. Página 5

Pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados (Seade) mostra que, na última década, caiu o número de migrantes que vêm morar na região. Baseada nos primeiros resultados do Censo Demográfico de 2010, a análise aponta queda brusca do fluxo migratório em comparação à década anterior. Com exceção de Mogi das Cruzes e Guararema, os demais municípios apresentaram mudanças significativas. A única cidade que percorreu caminho contrário foi Santa Isabel que, até os anos 2000, perdia pouco mais de 40 moradores anualmente ao passo que atualmente atrai cerca de 145 pessoas­ a cada ano. Itaquaquecetuba sempre recebeu grande número de migrantes. Eram mais de oito mil novos moradores por ano e, desde 2001, recebe menos de mil, registrando queda de 90%. Troca interna entre os municípios é um dos fatores apontados pela analista de projetos da Fundação Seade. Página 5

Agasalhos devem ser doados até 8 de agosto A Campanha do Agasalho de Mogi das Cruzes pretende arrecadar mais de 225 mil peças e superar a marca do ano passado, quando foram arrecadadas 225.725. A ação, que começou no dia 27 de abril, se estenderá até 8 de agosto. Quem puder contribuir com um agasalho deve comparecer a um dos 250 postos de arrecadação espalhados pela cidade. Eles estão localizados na sede da Prefeitura, na Câmara Municipal, no Tiro de Guerra, em Escolas Municipais, estaduais­ e particulares, na Associação Comercial (ACMC) e no Mogi Shopping, por exemplo. As doações são destinadas a associações de moradores, igrejas e abrigo de idosos. Página 4

“Garra, Amor e Paixão” LEANDRO MORAES

Esse é o lema dos alunos do curso de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) que participam das atividades esportivas promovidas pela “Atlética”. As disputas esportivas entre faculdades de Medicina do estado de São Paulo e do Brasil são sempre acirradas, e para não fazer feio, os treinos são levados a sério pelos futuros doutores. Nos campos, nas quadras e até mesmo nos tabuleiros, a UMC tem representatividade garantida. Página 6


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opinião

junho-julho / 2011

EDITORIAL

ARTIGO

CRÔNICA

80 edições do Página UM

Eles só pensam na Seleção

Porquinho do sentimento

P

ossivelmente o leitor saiba que a produção de jornais é uma atividade de alta complexidade. Tudo começa com um olhar que procura enxergar além dos fatos aparentes e não se contenta com primeiras impressões nem com definições simplistas. Requer, portanto, conhecimento de História, de Ciências Sociais, de Filosofia, de Psicologia, entre outras disciplinas. É necessário analisar o fato levando em consideração o contexto em que ocorre. Esta etapa requer conhecimento de áreas tão distintas como Economia e Esportes, Política e Comportamento, Cultura e Segurança Pública, Tecnologia e Meio Ambiente – no fim, nem tão distintas. Para relatar o fato, é necessário encontrar a angulação mais adequada aos objetivos preliminares, ser capaz de identificar o público-alvo e encontrar a melhor maneira de abordá-lo, saber estruturar discursos coerentes com a norma culta da língua e ser capaz de explorar os recursos dos meios de difusão da mensagem. Nesses casos, trata-se de conhecimentos de Comunicação Social e de Língua Portuguesa. Precisa mais: é necessário fotografar, diagramar, revisar, redigir títulos, legendas e linhas-finas. Precisa conhecer, também, pelo menos os procedimentos elementares de produção gráfica. Permeando todas as etapas, a ética constitui-se num convite constante à reflexão sobre as consequências da publicação e à responsabilidade quanto à maneira de publicá-los. Sim, todo esse processo ocorre diariamente em centenas de redações país afora para que o leitor receba o jornal em casa ou o adquira nas bancas. Embora muitos profissionais tenham aprendido a fazer jornalismo no dia-a-dia das redações, é inquestionável a contribuição que a formação acadêmica específica traz para todos que desejam militar de forma competente e responsável na difusão de notícias. Reafirmar a pertinência do curso de Jornalismo equivale a destacar o papel dos professores neste processo e a importância dos produtos jornalísticos laboratoriais. Dos primeiros, espera-se que sejam no mínimo pesquisadores aplicados e/ou especialistas em suas áreas de atuação – e como tais, merecem reconhecimento pelo papel que desempenham. Quanto aos produtos laboratoriais – entre os quais se inclui o jornal-laboratório Página UM –, servem como espaço de treinamento para os alunos-repórteres. A fotolegenda desta página ilustra a atuação de alunos e professores-orientadores durante a produção do jornal. É bem provável que o processo de produção jornalística não seja de todo desconhecido por boa parte dos leitores. Contudo, na ocasião em que o Página UM completa 80 edições publicadas ao longo de 12 anos de existência contínua, é bom relembrar que o bom jornalismo depende de boas escolas de jornalismo.

Luis Araújo O empate em 0 x 0 da Seleção Brasileira com a da Holanda em 4 de junho despertou a revolta nos torcedores que compareceram ao estádio Serra Dourada, em Goiânia. Antes mesmo do apito final, as vaias atingiram alto nível de decibéis. A insatisfação era notória. O técnico Mano Menezes foi o principal alvo dos insultos e ouviu muitas reclamações à beira do campo. Para o torcedor, é frustrante assistir a Seleção deixar o campo com um resultado que não seja a vitória, de preferência por ampla margem de gols. Isto é uma obsessão do brasileiro, como se em nenhum outro país o futebol pudesse ser jogado em alto nível. Grande bobagem.­ O fato de o adversário ser o atual vice-campeão do mundo é tratado com irrelevância por esses torcedores. Vale lembrar que na final do Mundial da África do Sul, no ano passado, a Holanda caiu diante da Espanha somente na prorrogação. Vendeu caro o título, e chegou à decisão deixando pelo caminho justamente o Brasil, na fase de quartas-de-final. Entre os milhares de espectadores presentes ao Serra

Dourada, estava o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Para ele, não houve vaia alguma. O dirigente está há 22 anos à frente da entidade que rege o futebol no País e teve o nome envolvido em suspeitas de recebimento de propina na votação da Fifa para as escolhas das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. As acusações aparecem no mesmo momento em que as obras de construção dos estádios do Brasil para o Mundial de 2014 estão atrasadas, e com orçamentos cada vez maiores em relação ao previsto inicialmente. Os torcedores brasileiros, no entanto, parecem despreocupados quanto a isso. Ainda que tenham motivos suficientes para suspeitarem que as construções serão financiadas pelo dinheiro público – que deveria ser investido em outros projetos necessários ao desenvolvimento do País. O episódio ocorrido no Serra Dourada indica que o torcedor parece preocupado única e exclusivamente com o que ocorre dentro de campo. Não estaria na hora de os fanáticos por futebol demonstrarem também sua indignação com o que ocorre fora dos estádios?

Gisele Fornazza Duda sentia muita falta da mãe, que era médica, casada, estudante, mãe de dois filhos e mais um milhão de coisas. Tantas, que nem sobrava muito tempo para a filha. Sofriam igualmente, mas a mãe, por ter mais experiência, conseguia lidar melhor com a situação. Além disso, a necessidade não permitia que fosse diferente. Duda era uma menina triste, que se sentia sozinha. Acabou se acostumando com a solidão, que só não era maior por causa da companhia dos empregados. Era obrigada a viver essa situação, uma questão de sobrevivência. Nos raros momentos que tinham juntas, a menina percebia a falta de paciência e de atenção que a mãe tinha com ela. Ainda sim, a presença materna era importante em sua vida. Para recompensá-la, a mãe enchia Duda de presentes que garantiam satisfação apenas momentânea. Certa vez Duda teve uma ideia: sem consultar ninguém, decidiu que daquele dia em diante passaria a juntar moedas. No pouco tempo que tinha com sua mãe, lhe pedia moedas (mais uma vez, recompensas), procurava as que estavam perdidas pela casa e assim por diante. Um dia, quando a mãe chegou em casa, perguntou: – Mãe, quanto você ganha? – Pra quê você quer saber? – Por nada, só pra saber, quanto é? – Deve ser uns três mil, sei lá, que pergunta uma hora dessas. – Tá bom. Então Duda juntou mais e mais moedas. Dias se passaram e lá estava Duda de novo: – Mãe, quanto a você ganha por hora? Sem paciência e sem entender o porquê das perguntas, a mãe respondeu irritada: – Não sei. Pra que isso de novo? E Duda explicou: – Durante dias juntei dinheiro na esperança de comprar uma hora do seu dia e poder ficar com você. Será que isso dá pra comprar pelo menos um pouco do seu tempo pra mim?

NA REDAÇÃO

CRÔNICA

O agora e o amanhã Gabriela Pasquale Faço todo dia o mesmo caminho. Passo sempre pela mesma praça. Nela, há de tudo: gente sentada nos bancos, velhos batendo papo, pessoas que não têm onde morar. Às quartas-feiras, se não me engano, há até feirinha de artesanato. Mesmo com essa mistura, o cenário é harmonioso. Começo de semana, apesar do frio, transeuntes circulam pela praça. Eu, como sempre, estava com pressa, nada disposta a reparar em volta e muito menos a desacelerar o passo. Só que algo surpreendeu meus ouvidos. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar na verdade não há... Foi o que eles escutaram. A voz pertencia a um homem, cujo rosto só vi de relance. Pelo jeito, ele estava há horas parado no mesmo lugar, cantando a mesma música e não se importando

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social, Habilitação Jornalismo, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC)

com as pessoas que passavam ao seu lado. Pode até parecer pouco, mas ao ouvilo, senti os elementos que compunham a cena ficarem em câmera lenta. Desacelerei o passo, desfiz-me da distração e comecei a pensar. “Por causa da pressa, a gente deixa de reparar no que acontece ao redor. Por causa da pressa, a gente transforma o cotidiano em rotina. Fecha os olhos e segue em frente, deixando de viver os momentos do hoje e se preocupando com o dia que ainda nem chegou”, matutei. O que pensei mais parece frase de livro de autoajuda, eu sei, mas é o que de fato acontece e que, inclusive, ninguém vai conseguir mudar. A pressa cega. Nada é para sempre. E já que o amanhã ainda não existe, por que deixar o que pode ser feito hoje para o dia seguinte? Como já esperava, não vi e nem ouvi a cantoria do homem no dia seguinte...

Em época de fechamento os alunos do 5º período de jornalismo, responsáveis pela redação do jornal Página UM, trabalham arduamente para colocar todo o trabalho de apuração em suas páginas. Os futuros jornalistas realizam suas tarefas sob o olhar atento dos professores orientadores que têm como função dar o suporte necessário. A redação funciona nas quintas e sextasfeiras durante as aulas. A apuração para as matérias é feita nos outros dias da semana.

EDIÇÃO 80 – JUNHO-JULHO / 2011 Fechamento em 19 de junho de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Avenida Dr. Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 CEP 08780-911 – Mogi das Cruzes, SP

Ribeiro, Ariane Sabrina de Noronha, Claudia Beatriz Soares, Eric Bruno de Souza Pereira, Felipe Figueira da Silva, Fernanda Cristina dos Santos, Flávia Faria Santos, Gabriela Hosomi Pasquale, Giselle Barreto Fornazza, Glaucia André Francisco, Larissa Miki Murata, Leandro de Castro Morais, Loriane Amaral Vicentini, Luana Aparecida Nogueira, Lucas Cachoni de Morais, Luis Henrique de Araújo Diogo, Renata Cardoso Rubilar, Renata de Sousa Leite, Rodrigo Dias dos Santos, Rodrigo Luiz Barone, Thamirys Marques Correia, Thiago Rodrigues Gonçalves, Vivian Fernandes Martins Silva.

Tel.: 11 4798-7000 – E-mail: paginaum@umc.br

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – UMC

O jornal-laboratório Página UM é produzido por alunos no contexto do Projeto Superação (Patamar Exercer), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso de Jornalismo, aplicado no 5º e 6º Períodos do curso. Professores orientadores: Roberto Medeiros – MTb 13223/59/18 (Orientador-Geral, Textos e Edição), Sérsi Bardari – MTb 20.256 (Textos), Elizeu Silva – MTb 21.072 (Planejamento Gráfico e Edição) e Fábio Luiz Marins Aguiar (Fotojornalismo). Laboratório e Arquivo Fotográfico: Silmara Andere. Apoio: LAB-Info UMC. Secretária de Redação: Larissa Murata.

Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo. Reitora: Profa. Regina Coeli Bezerra de Melo. Vice-Reitor Administrativo e Financeiro: Eng. Jesus Carlos Paredes González. Vice-Reitor Acadêmico: Prof. José Augusto Peres. Pró-Reitora de Graduação: Profa. Eliana Rodrigues. Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão: Prof. Luiz Roberto Nunes. Pró-Reitor Administrativo e Financeiro: Jorge Kowalski Salvarani. Coordenadora do Curso de Comunicação Social – Jornalismo e Publicidade e Propaganda: Profa. Cristina Schmidt Pereira da Silva

Edição produzida pelos alunos do 5º Período: Aline Afonso Sabino, Angélica de Oliveira Souza


campus

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UMC faz parceria para exibição de filmes nacionais Universidade realiza projeto em parceria com a Rede Brazucah de difusão do Cinema Nacional Thiago Rodrigues

Coordenadora de projetos extensionistas do Núcleo de Extensão: professora Francine de Paulo Martins fala sobre parceria com a Rede Brazucah

Thiago Rodrigues

A

Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), por meio da PróReitoria de Pesquisa, Extensão e Assuntos Comunitários (PROPPGE), fechou parceria com a Rede Brazucah de Difusão do Cinema Nacional. A Rede tem como objetivo apresentar o que há de melhor na produção cinematográfica nacional. As sessões ocorrem em escolas e universidades.

A Rede Brazucah coordena estratégias de lançamentos de longas e curtas nacionais pouco divulgados, que geralmente ficam restritos a poucas salas de cinema cidades como São Paulo. Localidades interioranas como Mogi das Cruzes raramente recebem estas produções. Contribuindo para reduzir essa carência local, a UMC cede espaço físico e equipamentos para a exibição desses filmes. O projeto de cinema não chega a ser novo, pois anos

atrás a instituição cedia suas instalações para outro projeto parecido, o Cine Cult. A parceria com a Rede Brazucah dá sequência à dinâmica anterior. A Rede é formada por alunos e professores de instituições de ensino dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. A professora Francine de Paulo Martins, responsável pelo projeto na UMC, afirma que a parceria proporciona uma programação cultural de qualidade aos alunos e à co-

Coordenadora do Curso de Comunicação Social tem trabalho publicado pelo IPEA Loriane Vicentini

Gestora do curso de Comunicação Social Cristina Schmidt fala sobre pesquisas em folkcomunicação

Lucas Cachoni “Há 43 anos Luiz Beltrão inaugurou uma disciplina no campo da Comunicação voltada ao estudo dos processos comunicacionais do folclore, a Folkcomunicação”. É desta forma que a professora, pesquisadora e coordenadora dos cursos de Comunicação Social da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Cristina Schmidt, começa o capítulo “Folkcomunicação: memória institucional”, publicado no segundo volume da obra “Panorama Brasileiro da Comunicação e das Telecomunicações”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Federação Brasilei-

ra das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom). O trabalho consiste em uma pesquisa na qual é resgatada a memória das associações científicas e acadêmicas de Comunicação no Brasil. O convite para participar do projeto veio da Socicom, responsável pelo trabalho que teve inicio graças às ações de algumas prefeituras e governos que solicitaram à entidade que realizasse pesquisas sobre políticas públicas visando discutir a democratização da Comunicação e a Comunicação Comunitária. Pesquisadora de folkcomunicação desde a graduação, Cristina Schmidt afirma que o tema tem grande importância

“Direitos Humanos Sob o Prisma do Trabalho Infantil”. Este foi o tema de debate realizado em abril, na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com a participação de membros da equipe do programa “A Liga”, exibido na Rede Bandeirantes de TV, Pedro Ekman e Sophia Reis. O programa é composto por uma reportagem, com duração média de 50 minutos,

sobre temas relevantes. Segundo a professora do curso de Direito da UMC, Dorotea Amaral de Brito Lira, a ideia do debate surgiu de dois aspectos: o primeiro, da relação com as disciplinas dos cursos de Direito, Recursos Humanos e Administração, relacionadas com a proteção do menor no trabalho e o Direito Constitucional. O segundo aspecto foi a forte impressão que a reportagem sobre o tema, apresenta-

Alunas da UMC participam do I Congresso Brasileiro de Psicologia Jurídica

Lucas Cachoni

As alunas do 8º semestre falam da satisfação de apresentar o trabalho em Porto Alegre

Renata Rubilar Durante o I Congresso Brasileiro e II Simpósio SulBrasileiro de Psicologia Jurídica, em Porto Alegre, duas alunas do curso de Psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Iracema Nunes de Camargo e Renata Furuiti Aversa, apresentaram o trabalho “Violência contra a criança e o adolescente: estudo sobre as notificações do CREAS de um município da Grande São Paulo”, sob a orientação da professora dos cursos de Psicologia e Direito da UMC, e especialista em Psicologia Jurídica, Marta Valente. A proposta do trabalho foi estudar a situação de vio-

lência a que estão expostas as crianças e adolescentes de determinado município, com base nas informações fornecidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), uma unidade pública estatal que presta o apoio necessário e o acompanhamento a famílias que têm integrantes em situação de ameaça ou violência. Iracema e Renata disseram que a oportunidade de fazer o trabalho surgiu com a leitura de uma dissertação de Mestrado de um professor da própria universidade que falava sobre a questão da palmada. “Este trabalho despertou o interesse pelo tema”, afirmaram as duas alunas.

Imparcialidade da imprensa e novas mídias foram tema do Intercap de 2011 Renata Rubilar

para os profissionais da área da Comunicação: “Entender a folkcomunicação é importante no Jornalismo e na Publicidade, porque é uma ferramenta poderosa na hora de aproximar os profissionais de seu públicoalvo, especialmente quando este é constituído por sindicatos, músicos, artistas, comunidades e entidades populares. Em relação à sua carreira como professora e coordenadora, Cristina afirma que pesquisa e ensino estão vinculados, “Professor que não faz pesquisa e que não está no mercado de trabalho enferruja”. Folkcomunicação A folckcomunicação é uma disciplina científica que tem como objetivo o estudo da comunicação popular e o folclore na difusão de meios de comunicação de massa. Os estudos na área da folkcomunicação são conduzidos por uma rede de pesquisadores organizada desde 2004. Coube à professora Cristina Schmidt registrá-la como organização oficial.

Trabalho infantil é tema de debate na UMC Loriane Vicentini

munidade. “A ideia é mostrar de forma geral que a Universidade está de portas abertas para quem deseja conhecimento, mesmo não sendo aluno”. A divulgação do projeto é feita por aluno da própria Universidade, selecionado entre vários candidatos, que recebe treinamento sobre o cinema nacional e os métodos da Rede Brazucah e também ganha uma ajuda de custo para atuar como monitor durante as sessões. “O aluno selecionado faz um curso de dois dias inteiros, com todas as despesas pagas, no qual tem contato não só com a linguagem e os princípios do projeto, como também com o diretor João Jardim, indicado ao Oscar pelo documentário ‘Lixo Extraordinário’”, conta. Algumas escolas já demonstraram interesse em participar do projeto juntamente com a UMC. Alunos da escola Washington Luís, por exemplo, têm lotado as seções na Universidade sempre que são convidados. O resultado é a formação de público para o cinema brasileiro. A próxima sessão está prevista para setembro. A entrada é gratuita.

da duas semanas antes do debate, causou nos estudantes. “Este é um tipo de atividade interdisciplinar, que possibilita aos alunos estabelecer a relação entre conteúdos teóricos e a respectiva contextualização com aspectos sociais, observados durante o debate”, afirmou Dorotea. O debate teve a presença de 140 alunos e foi acompanhado pelos professores Michel Mott, Luis Hiromitsu, José Castilho e Dorotea Lira.

Alex Moletta e Pedro Ekman durante a palestra inicial do Intercap no auditório do Centro Cultural

Luís Araújo A edição de 2011 do Intercap – Seminário Interdisciplinar dos Cursos Articulados por Projetos – foi realizada entre os dias 27 e 28 de maio, no Centro Cultural da Universidade de Mogi das Cruzes. Os temas propostos incluíam produção de conteúdo e recursos infográficos, mas questões controversas, como a imparcialidade no Jornalismo, também foram abordadas. Produtor do programa A Liga, que é exibido pela Rede Bandeirantes de televisão, Pedro Ekman, afirmou que pratica jornalismo com postura parcial. Ele acredita que o fato de assumir um posicionamento diante de um assunto noticiado é o que faz as pessoas refletirem, e defende que os futuros profissionais também devem ter opiniões formadas sobre o que vão informar. “Se o comunicador achar

que ele é só um espaço entre quem fala e quem escuta, será um comunicador vazio”, ponderou Ekman. “É necessário querer falar alguma coisa para as pessoas, e isso naturalmente vai encaixá-lo no mercado de trabalho”. Alex Moletta, produtor de curtas metragens, concordou com a avaliação de Ekman, ao declarar que os comunicadores têm a tarefa de persuadir quem está recebendo a mensagem. As palavras não são a única ferramenta utilizada para transmitir informações. Essa foi a ideia apresentada por Gabriel Gianordoli, designer da revista Superinteressante, que trabalha com recursos infográficos. Tais recursos podem conter fotografias, desenhos e textos, numa combinação regida pela criatividade de quem está por trás do trabalho. “É necessária organização visual,­ para permi-

tir que o leitor apenas bata o olho e entenda”, afirmou Gianordoli. A produção de um videocast sobre as diferentes plataformas de comunicação utilizadas nos dias de hoje encerrou o evento. O debate, mediado pelo professor Fábio Inoue, contou com a participação dos jornalistas Haisem Abaki e Giselle Hirata e do publicitário Salatiel Moraes. Os três julgam que as mídias digitais são importantes por informarem com maior agilidade, mas que os demais meios sobreviverão no mercado, se passarem por um processo de readaptação. Essas novas mídias ampliam os horizontes dos aspirantes a comunicadores. É o que constata Moletta: “Os estudantes que saem da universidade hoje em dia têm muito mais opções de atuação do que o pessoal de 20 ou 30 anos atrás”.


4 cidade Campanha quer superar 225 mil peças junho-julho / 2011

Arrecadações de agasalhos pretendem ultrapassar a marca de doações alcançada em 2010

Larissa Murata

A

Campanha do Agasalho de Mogi das Cruzes pretende arrecadar mais de 225 mil peças e superar a marca do ano passado, quando foram arrecadados 225.725 itens. A campanha começou no dia 27 de abril e irá até 8 de agosto. O Fundo Social de Solidariedade (FUSS), comandado pela primeira-dama Mara Bertaiolli, organiza a campanha, e espera que esse ano possa atender mais entidades. São 250 postos de arrecadação, nos quais estão inclusos a Sede da Prefeitura, Câmara Municipal, Tiro de Guerra, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Escolas Municipais, estaduais e particulares, Associação Comercial (ACMC) e Mogi Shopping. Para serem beneficiadas,

as entidades precisam estar cadastradas no FUSS. As doações são destinadas a associações de moradores, igrejas católicas, abrigo de idosos, entre outras. Em 2010 foram atendidas 228 entidades. O secretário-adjunto da Assistência Social, Edson Santos, que ajuda a organizar a campanha, explica: “Esse ano queremos atender mais entidades e, para isso temos que aumentar a arrecadação. Estamos tentando sensibilizar as pessoas para que consigamos atingir nosso objetivo”. Segundo Santos, ao todo são beneficiadas 50 famílias de cada entidade. “Fazemos um kit com roupas femininas, masculinas, infantis e também com cobertor”. A Organização Não-Governamental (ONG) Ação da Cidadania Contra a Fome

e Pela Vida, presidida por Cida Rodrigues há 10 anos, recebe doações da Campanha do Agasalho há aproximadamente 25 anos e atende cerca de 1.500 pessoas. Cida afirma que já ocorreram casos em que as roupas não estavam em boas condições, porém nos últimos anos a qualidade aumentou. “Ano passado vieram ótimas peças e pudemos aproveitar todas”. A triagem das roupas é feita no Tiro de Guerra, por cerca de 40 voluntários do Fundo. Ela ocorre a partir do momento que as roupas começam a ser doadas. Esse ano a separação já começou e o FUSS afirma que o número de peças em mau estado é baixo, pois a divulgação está incentivando a doação de roupas em boas condições. As roupas rasgadas são descartadas e as sujas são lavadas.

Vacina imuniza 250 mil pessoas na região Ariane Noronha

Governo realizou a vacinação contra o vírus A H1N1 e da Influenza e imunizou 250 mil na região

Ariane Noronha É nesta época do ano, quando a temperatura baixa e a exposição ao tempo seco e gelado é inevitável, que as pessoas ficam gripadas com mais facilidade. Pensando nisso o governo do Estado realizou nos últimos meses a campanha de vacinação contra o vírus A H1N1 e da Influenza, que chegou a imunizar cerca de 250 mil pessoas no Alto Tietê. A dose foi destinada apenas às crianças menores de dois anos, aos profissionais da saúde, às

gestantes, aos idosos com mais de 60 anos e aos portadores de doenças crônicas, grupos mais propensos a pegar a gripe. “No ano passado tivemos redução significativa da doença porque priorizamos justamente estes grupos. Nós precisamos garantir e imunizar as pessoas que correm o risco ou que já tenham a doença, para que o quadro não evolua e também para evitar a circulação do vírus, fazendo com que os outros grupos indiretamente também fiquem imunes”, informa Maria

­ eresa ­Gagliazzi, coordenadoT ra de imunização do Grupo de Vigilância Epidemiológica do Alto Tietê. Maria afirma ainda que a Campanha de Vacinação nas cidades começou antes do inverno, tudo para evitar um número maior de pessoas doentes na época mais fria do ano. “A vacina começa a ser aplicada no outono justamente porque no inverno a incidência de casos de gripe é maior. O vírus circula mais no frio porque as pessoas ficam mais aglomeradas. No calor, por exemplo, nós ventilamos mais a casa”, explica. Segundo Maria Teresa, o tratamento correto das pessoas que estão gripadas varia de acordo com o tipo de vírus. Àqueles que tiverem sintomas da doença, a coordenadora aconselha procurar um médico e ficar em observação para que seja possível fazer uma análise do caso e evitar que a situação se complique. “Para fortalecer o sistema imunológico e evitar o contágio da doença, é necessário se alimentar corretamente, com refeições balanceadas e adequadas”, aconselha.

Pichação: autoafirmação versus vandalismo Fernanda Santos

Os pichadores consideram sua atitude uma forma de protesto, enquanto os moradores se sentem lesados pelo dano ao patrimônio

Fernanda Santos Casas, prédios e viadutos pichados é algo cada vez mais comum em Mogi das Cruzes. O que os moradores e a sociedade não conseguem entender, é o motivo de tanta pichação. Entre os moradores a revolta é sempre a mesma, pois deixam o muro das casas bem cuidado e quando menos esperam, ele aparece cheio de marcas, desenhos e palavras. Izabel Komatsu, que mora no centro de Mogi das Cruzes, teve o murro pichado por um desses grupos, e está indignada com esse tipo de atitude. “Acho uma falta do que fazer sair por aí pichando as casas das pessoas que não fizeram nada para merecer isso. Nem quero mais pintar o muro, com medo de ser novamente vítima de vandalismo”, desabafa. Não dá para falar sobre pichação sem tentar entender os motivos de um pichador. Neguinho, como prefere ser identificado, participou de um desses grupos e explica que quem picha prefere os lugares mais altos para deixar sua marca, porque o reconhecimento é maior. “Preferimos mais os prédio e viadutos do que as casas. É que quanto mais

alto e maior o risco, mais pontos você ganha com os “manos”, além de ganhar muito respeito no movimento. Os muros das estações de trem também valem ponto, porque você tem que ser invisível para os guardas. Outra coisa que vale muito para conquistar respeito é pichar trens cargueiros, pois assim sua pichação vai passar por vários lugares.” Em relação às casas, ele explicou que só algumas são alvo do movimento. Perguntado sobre o critério de seleção, Neguinho explica que os fofoqueiros são as principais vítimas. “Nós só pichamos as casas por diversão, porque o que vale mesmo

é a adrenalina de ficar pendurado nos viadutos, escalar os prédios abandonados, e ter a sensação de ser pego a qualquer hora.” Escritas, símbolos e desenhos são formas adotadas pelos pichadores para mostrar à sociedade o que sentem. É uma forma de protesto, e talvez por isso suas assinaturas são vistas como criminosas. Os moradores ficam com a sensação de impotência diante do estrago na pintura de suas casas, mas os grupos de pichadores continuarão escalando os lugares mais altos e perigosos para deixar sua marca.

Grafite versus pichação

Apesar de muitas pessoas classificarem pichação e grafite como a mesma coisa, existe uma diferença imensa entre eles. O trabalho do pichador é mais concentrado nas letras. Eles registram sempre a mesma assinatura para marcar por onde andam. As cores são únicas, não havendo mistura na mesma sessão. Já o grafite não tem a letra como foco, mas sim uma mistura de letras, desenhos e outras composições. Várias cores podem ser utilizadas, obtidas com tintas comuns (para fazer a base do desenho) ou em spray. Como envolve mais trabalho e consome mais tempo, os murais de grafite geralmente são feitos por mais de uma pessoa. A Lei 9.605/98 determina a pena para quem é apanhado em flagrante: de três meses a um ano de detenção. Porém também são adotadas penas alternativas, como fornecimento de cestas básicas ou trabalho voluntário. De acordo com a Lei Municipal 5.610 de 2004, em Mogi, além da punição da administração pública, que está prevista em 30 Unidades Fiscais do Município (UFMs), em um total de R$ 3.256,80, o vândalo ainda deve responder criminalmente­.

Personagens típicos do cenário urbano, pombos ameaçam saúde da população Luana Nogueira Pombos são personagens típicas do cenário urbano. São encontradas comumente em bandos, a vagar pelas praças e parques à espreita de comida. Essas aves podem ser consideradas, por alguns, como seres inofensivos à saúde da população. No entanto, doenças pulmonares e meningite, por exemplos, podem ser desencadeadas pelo contato com os pombos. Trazidos para o Brasil na época da colonização, essa espécie de origem exótica adaptou-se bem ao ambiente brasileiro, onde encontrou abundância de alimento e se beneficiou da ausência de predadores naturais. Prédios altos, sobrados e copas de árvores são alguns

dos habitats dos pombos nos centros urbanos. “O pombo é uma ave de origem europeia. Em seu ambiente natural tem o hábito de viver em encostas. Por isso, busca abrigo em vãos de prédios onde conseguem ficar observando os alimentos, livre de predadores”, explica o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Mogi das Cruzes, Jefferson Renan de Araújo Leite. As fezes dos pombos e a própria ave podem causar diversas doenças. “O contato próximo com as pombas cria o risco de contagio com piolhos. Doenças fúngicas também podem ocorrer. Fungos como o criptococos podem ser encontrados nas fezes da ave. Elas causam doenças inalatórias e meningite. Por isso,

é importante manter distância dos animais”, informa o médico infectologista Jean Carlo Gorinchteyn. Um dos motivos da proliferação da ave nas cidades é a grande facilidade de reprodução desses animais. “A cada procriação, os pombos têm em média quatro filhotes. Eles se reproduzem durante o ano, mas é entre agosto e fevereiro que essa atividade aumenta. As condições de temperatura e luminosidade auxiliam na reprodução”, informa Leite. A grande oferta de alimentos propicia o aumento das aves nas cidades. “Em média, os pombos, em ambiente livre, têm uma vida mais curta, de quatro a cinco anos. Quanto mais aves, a qualidade de vida diminui,

por causa da disputa por territórios e por doenças”, esclarece o veterinário. Os principais predadores dos pombos são gatos e aves de rapina, como gaviões e corujas. “A legislação proíbe matar pombos. O CCZ cuida da manutenção dos prédios públicos, colocando anteparos em beirais e vedando as fendas. Matar os pombos não traz modificações, mas acaba piorando a situação, já que aumenta a oferta de alimentos”, destaca Leite. O incômodo e a sujeira são descritos como principais transtornos causados pelas aves. “Elas são extremamente nocivas. Entopem as calhas e ainda possuem piolhos. São verdadeiros “ratos de asas””, define o operador de scanner, Valter de Paula de 45 anos.

Luana Nogueira

A grande concentração de pombos no Largo do Rosário causa transtornos aos frequentadores do local


5 Diminui número de migrantes na região

cidade

junho-julho / 2011

Número de pessoas que vieram para as cidades do Alto Tietê teve queda maior que 390% Claudia Soares

J

á se foi a época em que a região atraía novos moradores. As cidades do Alto

Tietê não são mais tão atrativas para quem decide mudar de município. É o que aponta uma pesquisa divulgada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, o Seade, baseada no Censo de 2010. Com exceção de Mogi das Cruzes, Guararema e Santa Isabel, os outros municípios registraram queda significativa no fluxo migratório nos últimos dez anos. Poá e Salesópolis apresentaram índices negativos de crescimento migratório, ou seja, perderam parte da população para outras cidades. Desde 2001, quase 190 pessoas deixam Poá todo ano e 26 deixam Salesópolis. Itaquaquecetuba, dona do maior parque industrial da região, foi a cidade mais atrativa entre 1991 e 2000, recebendo 8.400 pessoas anual­mente. Hoje, atrai menos de 800 pessoas­por ano. O histórico social demonstra que Itaquá cresceu muito e de maneira desordenada nas últimas três décadas, devido à localização próxima à capital, e aos potenciais industriais e

comerciais emergentes. Com isso, a cidade foi alvo de grande migração proveniente, principalmente, do Norte e Nordeste do país. O secretário Municipal de Planejamento, João Antônio Soares Campos, disse que “o poder público tem executado ações para coibir o crescimento populacional desordenado e ocupações irregulares, o que pode ter sido um dos fatores que levaram à mudança destes migrantes para outras localidades”. Suzano também apresentou grande mudança, uma vez que liderava o ranking ao lado de Itaquá. Mais de quatro mil pessoas iam morar no município anualmente ao passo que, nos últimos dez anos, são pouco mais de 300. Ferraz de Vasconcelos, Biritiba Mirim e Arujá apresentaram resultados semelhantes às duas cidades. Já Mogi das Cruzes e Guararema não registram grandes alterações no fluxo migratório. A única cidade que percorreu o caminho contrário das demais na última década foi Santa Isabel que, atualmente, recebe cerca de 145 novos moradores todo ano, mas, até os anos 2000, registrava perda anual de 46 pessoas para outros lugares.

Cooperativa contribui para preservação do meio ambiente Gláucia Francisco A Cooperativa de Reciclagem de Arujá (CORA), formada por ex-catadores de rua, atualmente é responsável pela coleta seletiva e pela destinação correta de materiais recicláveis recolhidos no município. O trabalho realizado pela CORA ajuda a reduzir a quantidade de lixo enviado aos aterros sanitários. A iniciativa contribui para a preservação dos recursos naturais e a conservação do meio ambiente. Mas a Cooperativa também promove outro importante papel: a inclusão social dos catadores. Fundada em 2004, a casa hoje conta com mais de 30 catadores associados, que tem na reciclagem a principal fonte de renda. “Aqui não existe hierarquia salarial. O que um ganha, todos ganham”, diz Veneza Fernandes, presidente da CORA. Veneza afirma que o principal objetivo da Cooperativa é fortalecer a imagem e o trabalho do catador. “Nas ruas, além de sermos explorados pelos ferro velhos, somos excluídos pela sociedade”, denuncia. Segundo a catadora Rita da Silva dos Santos, 42 anos, as pessoas passaram a respeitá-la mais desde que aderiu à Cooperativa 4 anos atrás. “Quero continuar trabalhando aqui até ficar velhinha”. Para a presidente, a autoestima dos trabalhadores é fundamental. “Aqui eles têm direito de voz e voto, direito de escolher o presidente e de acompanhar a prestação de contas no fim do mês. Eles sabem que também

são donos da empresa”. Carlos Carvalho Aparecido, 50 anos, está na CORA desde a fundação, e ainda se lembra do preconceito que sofria. “Aqui eu encontrei ajuda para o meu problema de alcoolismo. Hoje sou respeitado e vou até me casar”. O trabalho na cooperativa funciona de forma organizada, que começa com a colaboração dos moradores, a quem cabe separar em casa o lixo reciclável. O caminhão da coleta seletiva passa em dia e horário determinados Todo material recolhido passa por um processo de triagem, no qual são selecionados e divididos por categorias, como papel, vidros, plásticos e metais. Depois de separados, os materiais são prensados e compactados para facilitar o armazenamento. Quando atingem quantidade suficiente, são comercializados e toda renda é distribuída entre os catadores associados. Segundo o Secretário do Meio Ambiente do município, Leonardo Machado Godoy, a reciclagem reduz custos para a cidade. Por isso, existe um projeto, em fase final, de ampliação do galpão da Cooperativa para 600m², pois o atual é de 200 m². Estima-se que mais de 55 toneladas de material reciclável são coletados pela CORA todo mês. Entretanto, ainda há uma enorme quantidade de material reciclável a ser retirado das ruas da cidade, tarefa para a qual conta com a participação da população. “As pessoas estão cada vez mais conscientes”, afirma Veneza.

Claudia Soares

Calçadão da Rua Doutor Deodato Wertheimer, principal centro de compras de Mogi das Cruzes: atualmente o fluxo de pessoas é muito menor que o registrado na década passada

De acordo com Sônia Perillo, analista de projetos da Fundação Seade, muitas questões devem ser analisadas para que a queda migratória na região seja compreendida.

“Pode ser que a região tenha troca interna de pessoas”, exemplificou. A analista disse ainda que a saída de pessoas de São Paulo para outras cidades também pode ser sinal

de uma situação econômica já não é tão favorável como antigamente. Outra razão apontada pela Fundação para explicar a queda do fluxo migratório pode

estar nas políticas públicas de combate às ocupações irregulares. A Prefeitura de Mogi, por exemplo, há anos tenta combater ocupações irregulares em áreas protegidas.

Instituto de Nefrologia de Mogi ganha prêmio mundial Vivian Fernandes O Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes ganhou um prêmio na edição de 2011 do Congresso Mundial de Nefrologia, realizado em Vancouver, no Canadá, entre os dias 8 e 12 de abril. A premiação reconhece o trabalho dos especialistas mogianos, que desenvolveram um shake que melhora o quadro nutricional e a recuperação de pacientes renais crônicos em apenas três meses. Segundo o nefrologista Jenner Cruz, havia mais de mil projetos e o de Mogi foi selecionado entre os 30 melhores. Para Fátima Costa Matias Pelarigo, coordenadora-médica e uma das desenvolvedoras do shake, o

reconhecimento é devido à abrangência do produto, que pode ser mundial, pois tem baixo custo, é fácil de ingerir e apresenta rápido tempo de resposta. O produto, aplicado pelo Instituto desde 2002, consiste em uma solução de ovo in natura, gelatina, óleo de girassol e leite. No teste inicial, pacientes renais desnutridos e enfraquecidos tomaram o produto três vezes por semana durante as diálises. “Fizemos exames antes do teste e três meses depois verificamos melhoras tanto no diagnóstico da doença, como na condição clínica dos pacientes. Eles passaram a se sentir melhores, o que foi muito gratificante para nós”, explica Fátima.

Vivian Fernandes

Flávia Bassini Chiang, Fátima Pelarigo e Sérgio Henrique Caetano, desenvolvedores do shake

O Instituto de Nefrologia atualmente atende 295 pacientes na unidade de Mogi das Cruzes, inaugurada em 11 de maio de 1998. A sede, em Suzano, existe desde 1990. O Instituto participa do Ação

Global, projeto do Sesi, e faz campanhas de prevenção de doença renal periodicamente em diversos locais. Organização de caráter filantrópico, o Instituto mantém também a Casa do Renal Crônico para portadores da doença.

SIS informatiza atendimento médico em Mogi

ANGÉLICA RIBEIRO

Angélica Ribeiro Em abril, primeiro mês de funcionamento do Sistema Integrado de Saúde (SIS) de Mogi das Cruzes, cerca de 30 mil pacientes foram atendidos e 20 mil consultas foram agendadas. O SIS já tem 10 mil usuários cadastrados e a meta é atingir 120 mil. A unificação das Unidades de Saúde vai possibilitar

atendimento em qualquer posto de saúde, mediante apresentação do cartão SIS. O Sistema evitará o agendamento duplicado, pois cada cartão tem numeração única. Hoje, perto de 40% das pessoas não comparecem às consultas. “Isso vai acabar, pois quando tentar agendar outra consulta, o sistema vai apontar a duplicidade”, informa o Secretário Municipal da Saúde, Paulo Villas Boas de Carvalho.

A solicitação de consulta pode ser feita nos totens espalhados pela cidade, através do Ligue-Médico ou pelo site da Prefeitura. Após 72 horas, um funcionário do SIS liga para fazer o agendamento. “Sempre utilizei o LigueMédico e o atendimento era muito demorado. Com o SIS espero não ter que esperar tanto tempo”, afirma Francelina Josefa Alves, auxiliar de limpeza.

Como utilizar Ligação gratuita: 0800 770 5585 / Site: www.mogidascruzes.sp.gov.br/sis Localização dos totens: Secretaria Municipal de Saúde; Prefeitura; Terminais Central e Estudantes; Mercado Municipal; CIC de Jundiapeba; PAC de Brás Cubas; Regional de César de Souza; Pró-Criança e Pró-Hiper. Passo-a-passo: É possível agendar consulta para três opções de especialidades: Clínica Geral, Pediatria e Ginecologia. Selecione uma opção. Em seguida, insira seus dados utilizando os botões do sistema. Pronto. O cartão do SIS será enviado para a sua casa ou para o posto de saúde mais próximo.

Dona Francelina aprova o novo sistema


6

comportamento

junho-julho / 2011

Alcoolismo eleva risco de acidentes

Entre jovens, consumo de bebidas alcoólicas é associado ao desejo de serem aceitos por amigos Flavia Faria

O

s acidentes automobilísticos são a maior causa de morte entre os jovens. Neste ano, segundo o Departamento de Estradas e Rodagens (DER), o número de acidentes cresceu cerca de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. A maioria ocorre nos fins de semana, à noite ou nas primeiras horas da manhã e geralmente estão associados ao consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas. A bebida alcoólica é a droga mais vendida em todo o mundo, superando até mesmo o cigarro. E o alcoolismo pode ser considerado um problema de saúde pública mundial. Pesquisas recentes sobre os efeitos do álcool sobre adolescentes mostram que a substância afeta as regiões responsáveis pela memória, aprendizado, autocontrole e a motivação. E os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo. Para a psicóloga Andrea Leão, o consumo de bebidas “é uma estratégia para ser

aceito por um grupo social e é normalmente associada à autoestima e à afirmação social entre grupos de jovens.” Para os pais, o assunto é motivo de preocupação. Segundo Lea de Andrade, mãe de dois adolescentes de 17 e 19 anos, “não existem propagandas contra o álcool­ como as que alertam para os males do cigarro.” As propagandas associam as bebidas à sexualidade e não mostram o dia seguinte, o da ressaca. Priscila Mello, estudante de Publicidade e Propaganda, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), relata que tem por hábito usar bebidas alcoólicas quando sai para se divertir. “Costumo beber antes de sair, pois o efeito do álcool me deixa mais desinibida. Sem beber, não consigo nem dançar.” “A embriaguez entre os jovens é um problema grave, porque ela destrói os neurónios, que são depositários da inteligência”, afirma Carlos Alberto Lopes Martins, médico há mais de 20 anos. Ele relata já ter atendido inúmeros casos de coma alcoólico envolvendo adolescentes.

Adeus correio elegante. Quem forma casais agora são as redes sociais ALINE SABINO

“Sou feliz”: Mário Ferreira conheceu a esposa através da internet. Brevemente o casal terá o primeiro bebê

Aline Sabino Navegar na internet já virou hábito para muita gente. Entre as ferramentas disponíveis na web, as redes sociais, entre as quais Facebook, Orkut e Twitter, têm ampliado a agenda de contatos de muitos internautas. A possibilidade de se comunicar com outras pessoas­, conhecidas ou não, sem precisar sair de casa, seduz tanto jovens como adultos, que veem na atividade uma interessante diversão. Além de permitir que as pessoas troquem informações e experiências, eventualmente a internet também forma casais. A possibilidade de conhecer alguém pela internet atrai tanto jovens, como adultos. Muitos pais de família e donas de casa já incorporaram o novo meio no dia-a-dia. Entrevistado pela internet, José Fernando Júnior, 40

anos, afirma que usa a internet para fazer divulgação de seu trabalho como motorista de transporte escolar e também para fazer amigos e conversar com os passageiros. Mas nem todos são tão acanhados: pelo MSN, serviço gratuito de mensagens instantâneas­, o DJ e radialista Mário Ferreira, 26 anos, de Mogi das Cruzes, relata que conheceu a esposa em uma rede social na internet. Ele se declara feliz com a companheira e prepara-se para se tornar pai em 2011. “O amor que sinto por ela é inexplicável, só sentindo para entender. Sou feliz.”. O universo virtual tem transformado e vai continuar mudando a vida de muitas pessoas, tanto profissionalmente, como na forma de construir relacionamentos.

Flávia Faria

Drinks sofisticados e visualmente atraentes exercem forte influência sobre jovens e adolescentes. Campanhas alertando para as consequências da embriaguez poderiam ajudar a reduzir o consumo

Professora dá dicas para mães que precisam conciliar filhos e trabalho Giselle Fornazza Mães que exercem alguma atividade profissional geralmente desenvolvem sentimento de culpa por não acompanharem o crescimento dos filhos. A professora Fabiana Camargo reconhece a dificuldade, mas acha que as mães não devem sentir remorso. “O mais importante é não nutrir sentimento de culpa pela ausência na vida dos filhos”. Segundo a professora, a ausência deve ser entendida como a contrapartida para o crescimento profissional, além de em muitos casos ser importante para os rendimentos da família. Fabiana, que lida com crianças todos os dias, diz que o mais importante é a mulher entender que não é possível dar conta de tudo. “Perfeccionismo não existe. O melhor é aproveitar cada momento que tiver livre com os filhos”. Uma forma de ficar inteirada do que acontece na vida dos pequenos é ligar

#

algumas vezes durante o dia e enviar mensagens pelo celular, por exemplo. A professora sugere que as mães tornem especiais cada momento com os filhos. Leia dicas da Fabiana Camargo para mães com complexo de culpa: • A volta para casa no fim do dia deve ser uma festa. Peça ajuda às crianças para preparar a comida. • Sempre que possível, procure chegar mais cedo em casa e leve-os para um passeio ou para jantar fora. • A hora de ir para a cama pode ser um bom momento para ficar algum tempo com os filhos pequenos. Aproveite para perguntar como foi o dia, como estão indo na escola e procure identificar alguma dificuldade. Se puder, leia alguma história. • Aproveite os fins de semana. Organize passeios e brincadeiras que envolvam toda a família. • Dar presentes para que se comportem não fará com

80

Em 12 anos de existência e 80

edições, publicamos muitas histórias. Destas, as mais importantes são as dos alunos (ex e atuais) que iniciaram brilhantes carreiras jornalísticas em nossas páginas.

Giselle Fornazza

Fabiana Camargo usa experiência com a filha para dar dicas sobre como conciliar trabalho e família

que fiquem mais próximos da mãe. Castigá-los quando chega do trabalho porque se comportaram mal, também não é aconselhável. Existe hora até para isso.

• A maternidade exige a mesma responsabilidade e empenho que a vida profissional. A diferença é que cuidar dos “patrõezinhos” é muito mais prazeroso.

jornal-laboratório


7 Categoria de base pode salvar União

esportes

junho-julho / 2011

Rodrigo Barone

Prestes a comemorar 100 anos, clube sonha com dias melhores Rodrigo Barone

“C

omo é possível uma cidade com quase 400 mil habitantes não ter um time na primeira divisão?”. A pergunta, comum entre os amantes do futebol de Mogi, é pertinente, principalmente se o torcedor comparar a cidade com os municípios de Mirassol e Itápolis, que têm equipes na primeira divisão. O União Mogi é o time mais tradicional da cidade. No entanto, vive em meio a crises políticas, salariais e administrativas. Não é à-toa que a equipe se mantém há mais de 10 anos na quarta divisão do Campeonato Paulista. Com tantos problemas e falta de credibilidade, ainda resta uma esperança para o time da cidade: as categorias de base do clube, administradas pelo diretor João Caldonazo. São 160 crianças e adolescentes das categorias Sub-9 a Sub-17, que disputam torneios

importantes, como Campeonato Paulista da primeira divisão e Liga Municipal de Mogi das Cruzes. Caldonazo começou a se envolver com as categoria menores do União FC em 2009, ao levar seus dois filhos para jogarem futebol. No entanto, hoje, o coordenador considera ser pai de 160 garotos e já conquistou o respeito de todos os membros do clube mogiano. “Comecei a me envolver e conheci as dificuldades do clube. Foi aí que me juntei com o grupo de pais que tem filhos nas categorias de base, e percebi que o clube tinha a necessidade de reconquistar a credibilidade e me dispus a colaborar. Para mim, realizar este trabalho social é motivo de grande satisfação porque o futuro do União está aqui”, explica Caldonazo. O trabalho de base do União é feito de maneira estritamente social. Nenhum jogador tem qualquer vínculo com o clube mogiano, nem com os

De olho na juventude, torcedores observam esperançosos a decisão por pênatis do Sub-12 da Liga Municipal de Mogi das Cruzes entre União e SãoFrancisco, no Centro Esportivo do Socorro

mais de 20 colaboradores do projeto. “Nossa intenção é buscar o melhor para os garotos. Claro que torcemos que para que os bons jogadores fiquem no time e possam futuramente vestir a camisa profissional do União. No entanto, nosso foco é social. Sabemos como o esporte é importante na vida da

Time de Mogi lidera categoria A2 de Futsal Patricia do Vale

Patricia do Vale A equipe de Futsal de Mogi das Cruzes, o Grêmio Esportivo Mogiano/Smel, foi campeã paulista da segunda divisão em 2010 na categoria Sub-20. O acesso à elite foi conquistado com muito suor dentro das quadras, mas o time permaneceu na Série A2, devido ao fato da Prefeitura não disponibilizar a verba necessária para disputar a competição. A luta agora é repetir o feito do ano passado e alcançar o bicampeonato. A campanha até o momento alimenta o sonho de um novo título. Com 24 pontos conquistados, decorrentes de oito vitórias em nove jogos disputados, o time mogiano lidera a chave A torneio. O bom desempenho, de acordo com a comissão técnica do Grêmio Mogiano, é fruto do empenho diário dos jogadores nos treinamentos. “Estamos trabalhando jogo a jogo, tivemos evolução dentro e fora de quadra desde a estreia”, afirma o treinador Juliano Martins, o Jabá.

Mesmo com a derrota para o time de Sorocaba por 4 x 3, o Mogi segue na ponta do Paulista A2

O comandante afirma que o desejo de todos os profissionais envolvidos com a equipe é conquistar o bicampeonato, principalmente neste ano, que será disputado os Jogos Abertos do Interior (Jais). Mas admite também que não abriu mão do sonho de disputar a divisão de elite em uma próxima

oportunidade. “Ser campeão depende de vários fatores. Um deles nós estamos cumprindo com muita vontade, que é treinar bastante e evoluir”, afirma. As partidas com mando de jogo do time mogiano são realizadas no Ginásio Municipal Professor Hugo Ramos. A entrada é franca.

criança e na formação do cidadão”, explica o diretor. Sonho O grande sonho da diretoria de base do clube mogiano é participar da Copa São Paulo de Futebol Junior, realizada tradicionalmente no mês de janeiro. Para isso, é preciso

um investimento de mais de R$ 100 mil. “O objetivo do garoto que joga no União, assim como o de seus pais, é o de ter projeção nacional. E a maior vitrine e seleiro de jogadores em Mogi ainda é o União. Por isso, tenho planos de participar da Taça SP de Futebol Junior em 2012

e sediar o torneio em 2013, até como um presente para o centenário do clube”, disse Caldonazo. Enquanto a base segue seu trabalho cheio de objetivos, no momento, a equipe profissional do União é a última colocada no Paulista da segunda divisão.

Medicina: garra, amor e paixão pelo esporte Leandro Morais Quanto mais você sua nos treinamentos menos sangra no campo de batalha. A frase do célebre técnico de futebol americano Earl Colonel “Red” Blaik, estampada na camiseta de um dos alunos do curso de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes resume bem a rotina dos futuros doutores, atletas que esperam ansiosos pelos acirrados encontros desportivos promovidos por universidades de medicina do Estado de São Paulo e do Brasil. O empenho é notório nas mais variadas modalidades, como futsal, handbol, vôlei e basquete, defendidas nas categorias masculino e feminino. O mesmo acontece com o futebol de campo, para o qual a dedicação também é primordial, assim como no xadrez, judô, tênis, tênis de mesa, atletismo e no prestigiado time de baseball. Espalhados pela cidade, e por conta própria, alunosatletas alugam espaços para treinamento por toda a cidade, desde que o Centro Es-

portivo da UMC foi vendido . O campo de futebol em que treinam pertence ao Esporte Clube Paulistinha, localizado às margens do rio Tietê, no bairro da Olaria. Já o handebol tem no Kosmos Club, no Parque Residencial Itapety, seu espaço de preparação e no Bunkyo, bairro da Porteira Preta, é treinado o Baseball, que se destaca no cenário nacional, e muitos outros locais distintos para as outras modalidades. De olho na Copamed e na Intermed, principais competições esportivas realizadas pelas faculdades de medicina, nossas futuras médicas e médicos se desdobram entre os intervalos das aulas e seu tempo de estudos para se dedicar também ao desporto e representar a UMC e a própria cidade nesses encontros anuais no interior do estado e pelo Brasil afora. Barbara Bueno Lombello, 22, concluinte do quinto semestre a atual presidente da Atlética (órgão que representa os alunos da medicina), também conhecida como Judoka, lembra-se de quan-

leandro morais

Felipe Granzotto, o Geleia, estudante do sexto ano de Medicina, goleiro desde o primeiro

do entrou para a faculdade: sempre tive o incentivo da família para praticar o esporte e, estudando medicina, muitos achavam que seria difícil continuar treinando. Continuo com amor ao esporte e muita dedicação. Mesmo afastada por uma lesão, Barbara é exigente quanto à frequência dos atletas aos treinos, e as faltas são raras.

Pista do Centro Cívico, em Mogi das Cruzes, atrai skatistas paulistanos Felipe Figueira O skate é um esporte que exige muito equilíbrio, habilidade e autoconfiança dos praticantes. Não por ser um esporte radical em si, mas pela adrenalina que ele proporciona. No Centro Cívico de Mogi das Cruzes encontra-se uma das pistas de skate mais completas do Estado, com todos os aparatos necessários tanto para skatistas iniciantes quanto para profissionais ou casuais. O Centro Cívico de Mogi das Cruzes foi criado inicialmente como um parque para as pessoas passearem e

nada mais. Com o passar dos anos, o Centro foi ganhando ares esportivos e passou a receber maior diversidade de frequentadores. Campos de futebol e uma pista de skate caracterizam esse que é hoje uns dos lugares mais visitados não só de Mogi. E não são somente os habitantes de Mogi que frequentam o lugar, pessoas atravessam o Estado de São Paulo em busca do Centro. É o caso dos irmãos Guilherme e Gustavo Mansur, 20 e 22 anos, respectivamente, que vieram do bairro do Ipiranga, na capital paulista, junto com os seus

amigos Ivan Muniz, 21, e Julio Bueno, 20, só para andar de skate na pista. Eles formam um clã de skate que se chama “Rabaska Crew” e filmam suas manobras por toda capital e interior de São Paulo. Julio é o videomaker do grupo e relata: “É a primeira vez que viemos para Mogi, demoramos um pouco, mas conseguimos chegar. É uma pista simples e sensacional, dá para andar tranquilo”. Gustavo também se impressionou com o Centro Cívico: “É um lugar realmente bastante agradável, a pista é muito boa e bem feita, está

de parabéns a cidade de Mogi das Cruzes”. Mesmo sendo a

primeira visita aqui na cidade, os jovens garantem que

pretendem retornar ao espaço com mais frequência. felipe figueira

Julio Bueno filmando Guilherme Mansur realizando a manobra “Fifty Grind” no corrimão da pista de skate do Centro Cívico de Mogi das Cruzes


8 cultura ONG Opereta: arte e solidariedade junho-julho / 2011

Por meio da cultura, associação cultural transforma sonhos de jovens carentes em realidade Acervo/Associação Cultural Opereta

Eric Pereira

R

ealizado em Poá, no dia 22 de abril, feriado de Sexta-Feira Santa, o espetáculo Passos da Paixão mais uma vez foi uma grande atração da Associação Cultural Opereta, que, segundo estimativa da Defesa Civil, levou à cidade mais de 10.000 mil espectadores. O Passos é um projeto artístico-cultural que se desenvolve há 12 anos na Região de Poá. O vice-presidente da Associação, Marco Senna explica que “Espetáculo é uma encenação ao ar livre, que conta a vida, a paixão, a morte, a ressurreição e a ascensão de Cristo. O texto e a direção teatral são inspirados nas antigas encenações dos mistérios medievais (espetáculos itinerantes com temática religiosa) e nas capelas com esculturas do mestre Aleijadinho, em Congonhas do Campo (MG), representando a via-crúcis”.

O início da ONG Em meados da década de 80, dois grupos de artistas amadores - Grupo de Arte Terra Nova e Grupo Teatral Opereta -, empenhados na produção e divulgação de seus espetáculos, resolveram se juntar e fundaram somente no dia 30 de julho de 1994, a Associação Cultural Opereta (ACO), entidade privada, de utilidade pública e sem fins lucrativos, com o intuito de oferecer arte e cultura à população carente. Atualmente, a ACO oferece atividades de teatro, música, dança, idiomas e cursos relacionados à formação do profissional da arte. Oferece também o espaço para realiza-

A vida e a arte da Troupe Parabolandos

Arquivo/Rafael Marcondes

Troupe Parabolandos encena “O Conto de Beatriz” no Galpão das Artes

Gabriela Pasquale Representação da passagem de Jesus Cristo no espetáculo “Passos da Paixão” no espaço cultural do povo, em Poá

ção de espetáculos, divulgando os artistas independentes. “Passamos por muitas dificuldades até chegarmos onde estamos. Muitos de nós temos outras profissões, estudamos, damos aulas em outros locais, enfim, temos outras atividades, mas é com empenho e dedicação por essa ONG que estamos aqui todos os dias, dando oportunidades a muitos jovens da nossa região transformar o seu próprio futuro”, explica Senna. A Associação tornou-se, em 2010, Ponto de Cultura do Brasil, ao integrar um seleto grupo de 300 participantes. O projeto Pontos de Cultura é realizado pelo governo federal, que apoia e patrocina Ongs e associações culturais em todo o Brasil.

Principais eventos Ao longo desses quase 17 anos de existência, a Associação Cultural Opereta já realizou vários espetáculos e projetos. Destacam-se como principais: AVC - AÇÃO VIVA CRIANÇA, dirigida às crianças do bairro de Calmon Viana – Reino da Garotada de Poá – SP, entre os anos de 1987 a 1989, 1995 e 1996. FAZENDO ARTE, LA-

DRILHAR e CANTOS E ENCANTOS, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e CONDECA. O projeto nasceu da necessidade de ações que se opusessem ao crescente número de crianças e adolescentes que passam parte do dia nas ruas.Esta atividade foi realizada entre os anos de 2001 a 2007.

Suburbaque resgata cultura nordestina

Sarah Almeida / grupo suburbaque

Formada em 2005, a Troupe Parabolandos é um dos grupos teatrais mais conceituados de Suzano. Isso porque, além de participar dos principais festivais de teatro da cidade e ser presença constante em eventos culturais, tem espaço cultural próprio – Espaço Cultural Parabolandos. Segundo Rafael Marcondes, ator e diretor geral, a Troupe conquistou credibilidade por causa da batalha que teve para ser reconhecida. “São quase 7 anos de luta constante”, diz ele. Apesar de os atores afirmarem não estar presos a rótulos, o Teatro do Absurdo influencia os roteiros dos Pa-

Casarão das Artes oferece oficinas gratuitas para diversos públicos Rodrigo Dias

CECAP oferece cursos e exposições em Mogi Renata Sousa O Centro Cultural Antonio do Pinhal está localizado na Rua Boa Vista, em Mogi das Cruzes. Trata-se de uma construção de arquitetura colonial, com paredes externas de taipa de pilão. Foi restaurado em 2006, quando passou a ser ponto cultural da região e local de encontro da família Pinhal. Por e-mail, o curador, arquiteto e urbanista Paulo Pinhal afirma que o casarão tem como objetivo contribuir com conhecimento e cultura para o público mogiano, e, ao mesmo tempo, preparar as pessoas para futuramente frequentarem um Centro Cultural Municipal. “Não adianta ter um edifício maravilhoso se não tiverem pessoas utilizando e aproveitando os espaços”, destaca. Desde dezembro de 2006, o Centro Cultural já apresentou várias exposições diferenciadas. Com exemplos, podem ser citadas as de guardanapos de papel, balões, pipas e outros. Segundo Paulo Pinhal, o CECAP é uma entidade sem fins lucrativos, o que permite ao Centro oferecer cursos gra-

tuitos, como História da Arte do Século XX e teatro, além de encontros literários com o grupo Hora das Letras, danças e sarais. Pinhal acrescenta que todos os anos oficinas gratuitas ou com preço simbólico são oferecidas no período de férias. “Para junho e julho, estão previstas oficinas de fotografia digital, tango e edição de filmes, entre outras. Porém, essas atividades estão vinculadas à existência de patrocinadores”. O CECAP conta com vários parceiros para o desenvolvimento dos cursos. Entre eles, a psicóloga e diretora do grupo de estudo Hora das Letras, Lúcia Helena, que atua desde 2009 no Centro Cultural. ”Reunimos pessoas toda primeira segunda-feira do mês, para realização de debates sobre livros, filmes e outros temas”. Por telefone, Lúcia Helena refere-se ao CECAP como o “pai” do grupo de estudo Hora das Letras, e comenta que o local não é apenas um Centro Cultural, mas também um espaço de oportunidades. “É fantástica a liberdade, o apoio e o incentivo que o casarão deposita em nós, parceiros”.

rabolandos. A evidência das bobagens da humanidade, a exposição do paradoxo, da ignorância, da incoerência e a presença da ironia são alguns dos elementos dessa linha teatral. Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo grupo é a rotatividade de integrantes. “Tem pessoas que começaram com a gente, que, de uma para outra, resolveram seguir outro caminho”, diz. Em Julho, eles pretendem lançar um novo espetáculo ainda sem nome. No final do ano, serão encenados dois espetáculos sobre o início do “Conto de Beatriz” e outros baseados na trilogia “Como Treinar Seu Dragão”, de Cressida Cowell.

Grupo Suburbaque em uma de suas típicas apresentações inspiradas na cultura nordestina

Thamirys Marques Criado em Mogi das Cruzes no ano 2009, o grupo de maracatu Suburbaque resgata para a região a música pernambucana. Influenciado pelo Maracatu de Baque Virado – Maracatu mais tradicional de Recife, cuja característica é o ritmo compassado, que depois se acelera –, por nações representantes, como Estrela Brilhante de Igarassú, Estrela Brilhante de Recife, Porto Rico, e também por músicas de terreiro como o Afoxé. “Baque” é sinônimo do “toque” característico do cortejo que acompanha os músicos. O nome Sububarque é a junção de duas palavras: “subúrbio” e “baque”, como explica Nandes Castro, um dos integrantes do grupo, “Suburbaque vem da intenção e da prática do grupo de levar o Maracatu para fora dos centros urbanos, principalmente para a região mogiana”, completa Castro. O grupo, formado por 15 integrantes, fez inúmeras

apresentações em Mogi das Cruzes, Suzano e até em São Paulo, quando abriu o show do cantor Manu Chao. Durante todas as apresentações do grupo, algumas ficaram marcadas na memória dos integrantes, como a vez em que tocaram na Tenda Literária, como relata outra integrante do grupo, Sarah Almeida. “Em fração de segundos todas as pessoas já estavam tomadas pelo ritmo. Foi maravilhoso!”. Além das diversas apresentações, o grupo realiza oficina musical com instrumentos ligados à cultura do Maracatu. Como explica Nandes Castro, esse trabalho ocorre “primeiramente de forma individual, quando o aprendiz escolhe o instrumento que deseja aprender a tocar”. O aluno também estuda a teoria, o surgimento e a implantação dos instrumentos no Maracatu de Baque Virado. Porém, as oficinas atualmente não estão sendo realizadas. Assim que voltarem a ser oferecidas, o grupo voltará a fazer divulgações.

Pintura a óleo é uma das atividades propostas que contemplam o cronograma municipal

Rodrigo Dias Situado no município de Suzano, o Casarão das Artes é um projeto gerenciado pela Secretaria de Cultura, ao todo são 13 pontos de cultura espalhados pela cidade, cada um com enfoque e propostas diferentes perante cada estilo e costumes culturais da região. São abrigados no local, o setor de Patrimônio Histórico HC (Diretoria do Patrimônio Municipal, Artístico, Arquitetônico e Cultural), oficinas de artesanato, artes plásticas, grafite, além de um estúdio público municipal, que é uma das raras iniciativas no país que construíram um ponto para o uso gratuito da população. Segundo Cleiton Pereira, responsável pela divulgação

dos projetos “Entre outros fatores, o estúdio amplia e cria fomento aos músicos da cidade.” Cleiton destaca ainda que as iniciativas oferecem aos munícipes o acesso a bens culturais, formação, inclusão e exercício da auto estima na sociedade. O Casarão das Artes é responsável também por oferecer o espaço como recreio dos alunos que estudam em escolas do ensino fundamental naquela região como forma de reflexão, além de despertar o interesse dos jovens e interagindo através das atividades culturais voltadas para cada tipo de faixa etária como forma de disseminação da cultura. O centro cultural fica aberto de segunda a sexta, das 08:00 as 21:00hs, e aos sábados das 08:00 as 17:00.


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