Página UM 88

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Mogi espera temporada

ainda melhor no basquete

Gotas de Luz espalha vida e alegria entre internos

Expectativa da torcida para a próxima eduardo moraes temporada é de resultados ainda melhores, principalmente com a confirmação do espanhol Paco Garcia no comando da equipe por mais um ano. Página 10

Grupo de Guararema capacita voluntários para levar alegria a asilos, orfanatos e hospitais. Para a lider Luciana Zitei, quem mais ganha carinho são os próprios voluntários. Leia na página 3.

Marcelo Souza

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes ||| Produzido pelos alunos do 5º período ANO XV ||| NÚMERO 88 ||| JULHO-AGOSTO de 2014 ||| DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ||| paginaum@umc.br maria máximo

Festa do Divino reafirma devoção centenária Fernanda Nascimento

Quatro séculos de celebrações não são suficientes para diminuir o entusiasmo do mogiano com a Festa do Divino. Ao contrário, a cada ano o que se vê são demonstrações impressionantes de devoção e fé. Ambiente tão tradicio-

nal e místico é fértil em histórias que merecem ser contadas, vividas por pessoas igualmente peculiares. Algumas dessas histórias foram colhidas pelos alunos-repórteres do Página UM e podem ser lidas na cobertura especial das páginas 6 e 7.

UMC prepara XVII Congresso de Iniciação Científica Alunos de todos os cursos de graduação da UMC podem reforçar o currículo participando do Programa Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), viabilizado pelo convênio entre a Universidade e o CNPq. O tempo nor-

mal de permanência no programa é de um ano, ao fim do qual o aluno apresenta os resultados da pesquisa no congresso de iniciação científica. Mais de 1.200 alunos já participaram do programa. Página 8

Os imigrantes haitianos chegaram a São Paulo. Sociedade e poder público não sabem o que fazer Páginas 4 e 5


julho-agosto || 2014

02 || opinião

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade de Mogi das Cruzes

ANO XV – Nº 88 JULHO-AGOSTO | 2014 Fechamento: 25/08/2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Avenida Doutor Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 – CEP: 08780911 – Mogi das Cruzes – SP Tel.: (11) 4798-7000 E-mail: paginaum@umc.com.br * * * O jornal-laboratório Página UM é uma produção de alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), no contexto do Projeto Superação (Patamar Exercer), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso. Esta edição foi produzida pelos alunos do 5º período. Professores orientadores: Prof. Elizeu Silva – MTb 21.072-SP (Edição e planejamento gráfico); Prof. Sérsi Bardari – MTb 20.256 (Textos); Prof. Fábio Aguiar (Fotografias); Profa. Solange Bazzon (Revisão). Projeto gráfico: (Alunos do curso de Design da UMC) Felipe Magno, Fernanda Roberti, Rafael Santana, Gabriel Aparecido e Rian Martins. Orientador: Prof. Fábio Bortolotto * * * UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – UMC Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo Reitora: Profª. Regina Coeli Bezerra de Melo Vice-Reitora: Roseli dos Santos Ferraz Veras Pró-Reitor de Campus (sede): Prof. Claudio José Alves Brito Pró-Reitor de Campus (fora da sede): Prof. Antonio de Olival Fernandes Diretor Administrativo: Luiz Carlos Jorge de Oliveira Leite Coordenadora do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, Publicidade e Propaganda: Prof. Ms. Agnes Arruda

editorial

artigo

A cordialidade brasileira e os imigrantes haitianos

•DA COORDENAÇÃO•

Não é novidade a indulgência das pessoas quando convidadas a se autoavaliarem. Apesar de alguns desencantos, a mesma indulgência se revela em nível nacional. Aos nossos olhos, somos hospitaleiros com os que chegam, gentis e generosos. Só mesmo altas doses de autocomiseração podem explicar a “certeza” nacional de que o Brasil é habitado por gente hospitaleira que prontamente estende os braços aos estrangeiros que aqui aportam. A coisa ganhou ares de verdade incontestável a partir da interpretação apressada de um ensaio de Sérgio Buarque de Holanda, intitulado “O homem cordial”, publicado pela primeira vez em 1936. Tomado providencialmente como chancela acadêmica ao bom mocismo e à boa índole nacionais, ignorou-se que o jornalista [sim, Sérgio Buarque foi jornalista] e historiador na verdade estava apenas destacando o modo brasileiro de agir mais com o coração [cordis] do que com a razão. Em outras palavras, era uma denúncia à nossa incapacidade crônica de agir racionalmente, pautando-nos quase sempre por um voluntarismo emotivo e inconsequente. A realidade mostra que, como nação, não somos assim tão cordiais [no sentido de “afáveis” e “hospitaleiros”]. Foi o que constataram os alunos-repórteres do Página UM ao visitar o acampamento de imigrantes haitianos na Paróquia Nossa Senhora da Paz, na baixada do Glicério, em São Paulo. Somada à proverbial inaptidão do poder público para lidar com urgências humanitárias, destaca-se a insensibilidade e o alheamento dos brasileiros em relação ao drama daquelas pessoas. Alguma ajuda tem chegado à paróquia - isso é fato! Mas quem mais ajuda são estrangeiros residentes, em cuja memória a indiferença com a qual foram recebidos ainda é uma ferida fresca. Como qualquer ser cordial [pautado pelas emoções], nós nos envolvemos em tudo que nos interessa. Somos capazes de organizar festas centenárias como a devoção ao Divino Espírito Santo, de iniciativas comunitárias, de projetos socioeducacionais, de vibrar por nossos times, de cuidar das nossas crianças especiais – para mencionar apenas temas abordados nesta edição. Contudo, nossa cordialidade não inclui os imigrantes pobres, pois estes não nos interessam.

Sejam todos bem-vindos! Agnes Arruda*

A

ssim, com entusiasmo, os cursos de Comunicação da UMC recebem veteranos e calouros para mais este semestre letivo. Depois do merecido descanso em julho, chegou a hora de dar início à parte prática da maior parte dos projetos e disciplinas que Jornalismo e Publicidade e Propaganda desenvolvem na Casa. Logo em agosto há a Semana da Comunicação, com convidados do mercado que, com visão ampla e – em muitos casos – diferentes a respeito dos mais variados assuntos da área, dão aos alunos nova perspectiva sobre a atuação profissional. É durante o evento, inclusive, que os vencedores do concurso da TV Diário para a criação da campanha

de prestação de contas da Festa do Divino de 2014 serão conhecidos. Uma oportunidade e tanto dos alunos de Publicidade e Propaganda darem as caras ao mundo da Comunicação. O Festival de Talentos também vem aí. Em sua 3ª edição, a atração movimenta estudantes de todos os períodos dos cursos, que se dividem nas tarefas de planejamento e execução de um grande evento de auditório. Para coroar o semestre, os melhores alunos, com os melhores trabalhos, são reconhecidos na premiação Jovem Talento Acadêmico. É atividade que não acaba mais. Assim, bora colocar essas mentes para funcionar, que 2014-2 promete! * Prof. Ms. Agnes Arruda é gestora dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da UMC Liliane Ferreira

No Festival de Talentos, alunos colocam em prática todo conhecimento adquirido em sala de aula


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cidadania || 03 Ação comunitária mobiliza Juquehy Associação luta pela qualidade de vida no balneário

Marcelo Souza Maria Jaislane

Maria Jaislane Juquehy, localizada em São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo, é uma praia com aproximadamente 3,5 km de extensão e quase 7 mil moradores. A população aumenta no verão com a chegada dos turistas que lotam pousadas, hotéis e residências temporárias Uma das principais preocupações do lugar é a conservação da praia. Para discutir o problema e buscar soluções, em 1976 foi criada a Associação Comunitária Amigos de Juquehy (SAMJU). Edgard dos Santos, atual

» » presidente, explica que o objetivo da Samju é promover a participação voluntária em defesa da qualidade do balneário. “O aumento inevitável de frequentadores e moradores pode deteriorar a nossa praia”, afirma.

Sede da Associação Comunitária Amigos de Juquehy (SAMJU)

Moradores como Francisco Damaso, 66, apoiam o trabalho da Associação, mas querem mais. “É preciso criar atividades tanto para os jovens, como para os idosos, com mais ações culturais, cursos de língua estrangeira e mais

atividades esportivas”, defende. Na área cultural, atual­ mente a Samju promove sessões de cinema e oferece cursos profissionalizantes. Para saber mais sobre a Samju, acesse: www. samju.com.br

Projeto socioeducacional oferece atividades gratuitas emanuela santos

EMANUELA SANTOS O projeto socioeducacional Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos conta com três polos no bairro Botujuru. No núcleo-sede Nossa Senhora da Glória são atendidas 145 crianças, no Cristo Redentor, 50 crianças, e no núcleo São Miguel, outras 100. Além das crianças, jovens entre 10 e 17 anos podem participar de oficinas de informática, aulas de inglês,

‘Gota de Luz’ distribui alegria e carinho

Arte-educadora Lucina Zitei (direita) e voluntários em visita a asilo de Guararema

Gabriela Oliveira voluntários com idades Marcelo Souza dos 20 aos 50 anos, além de alguns adolescentes. Com o objetivo de “Achamos essencial a levar alegria aos idosos, participação dos mais a arte-educadora e atriz jovens”, afirma a arteLuciana Zitei, de Guara- -educadora. rema, formou em 2004 o Luciana revela que grupo Gotas de Luz para a atuação traz alegria visitar hospitais, asilos e e conhecimento para orfanatos e levar alegria o próprio grupo. “Estaaos internos. belecemos uma relação Atualmente, além de de carinho, pois nossa liderar o grupo, Luciana missão é compartilhar capacita atores para a amor. Idosos são pessoas Liga da Alegria, formada cheias de vida e de histopor alunos de Medicina rias incríveis. Acabamos da Universidade de Mogi sendo expectadores e das Cruzes (UMC). aprendemos muito com O Gotas de Luz atrai eles”, afirma.

Associação oferece cursos gratuitos Lucas Eliel

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Alunas do curso de artesanato. Para participar do projeto os jovens devem ter entre 10 e 17 anos

treinos de karatê e de dança, curso de violão, de teatro, de artesanato e de culinária. O coordenador pedagógico Jacks Douglas de Lima explica a importância

do projeto: “A autoestima dessas crianças era baixa, pois moram num bairro muito mal visto pela sociedade”. Em catorze anos, cerca de dois mil alunos pas-

saram pela instituição. Para complementar a verba de R$182.700,00 que recebe da prefeitura, a entidade angaria fundos com a realização de quermesses.

Em parceria com o Senai, a Associação Emaús oferece gratuitamente cursos de Informática Básica, Eletricista Instalador e Panificação, destinados a adolescentes e jovens a partir de 14 anos. A coordenadora Cristiane Maria dos Santos destaca o entrosamento

entre a Associação e as escolas. “O desempenho dos estudantes na Oficina é conhecido nas escolas, e vice-e-versa”, relata. Os interessados devem fazer inscrições diretamente na sede da Oficina Dom Bosco, localizada na Estrada Furuyama, 2974 - Rio Abaixo, em Suzano. Telefone: (11) 4743-7590.


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04 || especial Imigrantes haitianos sofrem na chegada ao Brasil O país que participa da Missão de Paz da ONU mostrou aos imigrantes sua face mais dura natan lira Professor de francês, pedreiro e pizzaiolo. Apesar das três profissões, o haitiano Aris Aurelien, 40 anos, ganhava apenas o equivalente a R$ 700,00 no seu país, o que tornava a vida muito difícil. Para dar melhores condições aos quatro filhos e à esposa, ele veio para o Brasil junto com os mais de 200 mil haitianos que começaram a chegar na primeira metade deste ano. A maioria entrou de forma ilegal via divisa da Bolívia com o estado do Acre. Foram recebidos na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em São Paulo, na região conhecida como “baixada do Glicério”, pelo seminarista Julián Zapata, 24, que há dois anos atua na recepção aos imigrantes juntamente com outros religiosos e voluntários. Todos vêm esperançosos, mas a realidade que encontram pode ser desumana. “O primeiro grupo a chegar era composto de oito pessoas. Eles dormiram no pátio, ao relento, e só quando o dia amanheceu é que entraram aqui pedindo abrigo. Dois dias depois, já eram mais de duzentos”. Os haitianos procuram a paróquia porque ela mantém a

Casa do Migrante, mas são apenas 110 vagas. “Cedemos o salão da igreja, onde ficaram vários dias”, conta Julián. Três dias depois da chegada dos primeiros grupos a prefeitura de São Paulo enviou colchões, porque todos estavam dormindo no chão. Demorou 10 dias até começarem a receber comida – sopa, e somente à noite. São Paulo é a única cidade do país que dispõe de políticas para recepção de imigrantes. A liberação de vistos humanitários concedido pelo governo federal permite aos haitianos se instalar no país, o que segundo o coordenador de políticas para imigrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (SMDHC), Paulo Illes, “envolve a regularização da situação migratória, a obtenção de carteira de trabalho, de CPF, a abertura de conta bancária, e a criação de condições básicas de sobrevivência”. Os haitianos veem o Brasil como amigo, pela participação brasileira na Missão de Paz da ONU. A previsão é que os primeiros a chegar permanecessem durante três meses no abrigo custeado pela prefeitura.

Fotos: Beatriz Barros

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Alguns imigrantes foram encaminhados para abrigos, mas a maioria sente-se mais acolhida na Paróquia Nossa Senhora da Paz

Apesar das dificuldades, estrangeiros esperam dias melhores Beatriz Barros Na esperança de melhores oportunidades, nos últimos anos haitianos e outros povos têm migrado para o Brasil. Aqui, descobrem que nem tudo são flores e invariavelmente acabam se deparando com escassez de abrigos, ausência de programas de acolhimento, e a desconfiança dos futuros empregadores. Pablo Esperanza, 37 anos, deixou no Haiti a

mãe, quatro irmãos menores de idade e o que considerava um emprego dos sonhos, para vir ao Brasil. Ele era atacante do Baltimore Sportif Club, em Saint-Marc, mas o salário mal supria as necessidades da família. O ex-jogador conseguiu juntar os R$ 10 mil cobrados pelo coiote e enfrentou quase três meses de viagem antes de cruzar a fronteira clandestinamente. No acampamento do Acre, conseguiu o visto

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Pablo Esperanza esconde o rosto, mas exibe com orgulho o visto de permanência

humanitário oferecido pelo governo brasileiro. A viagem para São Paulo foi feita em ônibus fretado pelo governo acreano e, na capital paulista, foi acolhido pela Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos),

que oferece abrigo aos migrantes independentemente de origem, cultura, crença e etnia. Segundo o seminarista Julian Betancur, 24 anos, os imigrantes não param de chegar. “Além dos haitianos, recebemos diariamente pessoas de Angola, da Síria, do Senegal e do Congo”, afirma. Entre as famílias que chegam, há várias crianças que embora pareçam não entender a situação, se divertem brincando com novos amigos de outros continentes. Fazendo jus ao nome, Pablo Esperanza segue esperançoso de uma boa renda e de moradia fixa para trazer a família que ficou para trás.


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especial || 05 Haitiano quer voltar para casa mas não tem dinheiro Desempregado, imigrante não consegue se manter no Brasil e nem pagar passagens de volta Jéssica almeida

Maria Máximo Dieudonné Thelemaque, 42 anos, pedreiro, em São Paulo há alguns meses, veio do Haiti com a esperança de juntar dinheiro para trazer os filhos e a mulher. No início, o que mais o incomodava era ficar longe da família. “Não se vive bem longe da família. Mesmo encontrando mais oportunidades aqui, a distância é difícil e a tristeza é grande”, declara. Dieudonné tem visto de permanência por

cinco anos, mas ficou desempregado e agora se vê numa situação complicada. “Depois que cheguei trabalhei algumas vezes, mas não durou muito tempo e isso me assusta. O pior é que não consigo trazer meus filhos e minha mulher”, lamenta. Com dificuldade para se manter, Thelemaque pensa em voltar para o Haiti, mas não tem como custear a viagem. “Pretendia ficar aqui, mas não tem condições. Preciso dar um jeito de voltar logo pra casa”.

Vítimas do terremotod que em 2010 devastou o país, alguns haitianos veem na imigração uma oportunidade para melhorar de vida. O país que é o mais pobre das Américas, patina para se reerguer da tragédia. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Haiti tem um dos piores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo. Com 0,471 pontos, ocupa a 168ª posição, à frente apenas de alguns países africanos. O Brasil ocupa a 79ª posição.

Atuação de voluntários diminui sofrimento dos imigrantes. Estrangeiros são maioria Jéssica almeida

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Para alguns imigrantes, a esperança de uma vida melhor ganha contornos dramáticos quando não conseguem emprego ou ficam desempregados. Longe de casa, e às vezes ilegais no país, não têm a quem recorrer

Fome, frio, noites dormidas no chão, falta de banho e dificuldade de comunicação. Assim começa a história de boa parte dos imigrantes haitianos que chegam a São Paulo. O cenário seria pior não fosse um detalhe pouco percebido: a atuação dos voluntários. A primeira e mais consistente ajuda aos recém-chegados surge, ironicamente, de outros imigrantes que vivem aqui, principalmente

bolivianos, chilenos e outros haitianos. Ongs e grupos religiosos também participam da recepção. Um dos colaboradores da paróquia, que preferiu não se identificar, veio com as filhas de 6 e 8 anos para doar uma bicicleta. Ele é chileno e chegou ao Brasil há seis anos e foi auxiliado pela paróquia Nossa Senhora da Paz e pela Casa do Migrante. “Nunca deixei de vir aqui. Tenho muitas lembranças de tudo que vivi, e eu, melhor do que ninguém, sei de como toda ajuda

é bem-vinda. Trago minhas filhas porque quero ensinar a elas que nós, que temos de tudo, não podemos nos esquecer dos que não têm.” Com o lema “migrar é um direito, não um delito”, a Missão de Paz, além da assistência básica, oferece auxilio jurídico para obtenção do visto e da Carteira de Trabalho, e encaminha os imigrantes para vagas de emprego. Além disso, dispõe de atendimento especial para mulheres grávidas e mantém parceira com creches.


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06 || festa do divino Tradição de 401 anos inspira devotos do Divino Exemplos de fé e superação são comuns na Alvorada. Todos têm ao menos uma história para contar fernanda nascimento A fé Na madrugada gelada, enquanto todos procuravam calor humano junto à multidão, Benedito Augusto, 68, vinha atrás sozinho, abraçado à bandeira vermelha. Quem se aproximava ouvia rezas sussurradas, como se apenas a pomba estampada na bandeira precisasse lhe ouvir. De fato, os pedidos de paz, saúde e livramento dos “malfazejos” eram feitos ao Espírito Santo. O devoto de fala arrastada veio de Minas há 46 anos e por aqui ficou. Durante toda a procissão proferia palavras de gratidão e exaltação a Deus, a quem se refere carinhosamente como “Papai do Céu”, e ao Divino. “Deus é nossa luz, é o ar que a gente respira. Eu devo tudo na minha vida ao Espírito Santo”, seguia repetindo. Distante da multidão, Benedito não estava sozinho. Cerca de mil fiéis também louvavam e exaltavam o Divino. A superação Num canto do salão, mãe e filha tomavam o café quentinho servido por alguma alma caridosa. A mãe em pé, a filha sentada na cadeira de

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Gabriela Ferreira

Madrugada do primeiro dia da Alvorada: centenas de fiéis vencem frio e sono por devoção ao Divino Espírito Santo

93 anos de devoção ao Divino Espírito Santo

Thayana Alvarenga

THAYANA ALVARENGA rodas. Gisele, 30 anos, não demonstrava se importar com as limitações físicas e mentais que a natureza lhe impôs e cumprimentava a todos com um sorridente e caloroso “bom-dia”. Elizabeth, 56, dizia que a filha estava feliz por participar da Festa do Divino Espírito Santo. A mãe não se lembra da primeira vez que participou. Ela conta que as dificuldades não foram capazes de fazê-la desistir e que o Espírito Santo abençoou sua família. “No ano passado, a família inteira estava aqui, menos meu pai, que estava internado no hospital, entre a vida e a morte. Este ano ele está aqui com a gente mais uma vez, em pé, com

saúde”, disse ela, apon- passar a mensagem do tando para a multidão, Espírito Santo, então valeu onde o pai estava com o a pena”. restante da família. A entrega A criatividade Eles começaram muiEntre tantas pombas, to antes que os outros. uma se destacava. Pa- Acordaram bem mais recia mágica a maneira cedo e passaram muito como mudava de cores mais frio. Os voluntários e batia as asas incan- responsáveis pelo cafésavelmente. Crianças e -da-manhã, servido todos adultos ficavam curiosos. os dias após a Alvorada, Francisco Molina, 60, é o começam os trabalhos criativo dono da pomba às 3h30 da madrugada. conduzida com orgulho O coordenador do café, no alto da bandeira. “Eu José Carlos Nunes Júnior, sempre falei para meus sintetiza a motivação filhos que precisa ser para tanta dedicação: diferente, se destacar “Exerço esta função desde por aquilo que você faz, 2008, e pra mim é muito por aquilo que você é”, gratificante. Estar presendiz. Ele conta que levou te e servir as pessoas, seis anos para realizar mostrando devoção pelo o projeto. “Se por meio Divino, é a nossa maior da pomba eu conseguir motivação. ”

A festa Composta por estas e outras tantas histórias, o primeiro dia de Alvorada da Festa do Divino Espírito Santo foi um exemplo de fé, disposição e carisma da comunidade católica. Os mais de mil fieis presentes, de acordo com informações da assessoria de imprensa da festa, deixaram a madrugada de sábado mais calorosa. O café quentinho deixou os presentes mais dispostos. Os cânticos e as palavras ministradas inspiraram os fiéis e a reza constante os encheu de fé. Pela quadricentésima primeira vez, a fé e a devoção dos mogianos mantiveram a tradição da Festa do Divino.

Os cabelos brancos e olhos fundos contrastam com a disposição e vitalidade do mogiano Miled Andere Cury, 93 anos. Por influência do pai, Cury tomou gosto pela Festa do Divino, da qual participa há 60 anos. A primeira participação foi como voluntário na barraca dos ex-combatentes da 2ª Guerra Mundial. “Em 1993 fui o festeiro e nunca vou esquecer”, relata. Foi em Taubaté, no Vale do Ribeira, que Cury aprendeu a fazer a tradicional paçoca dos sete dons, comercializada na quermesse do Divino. “Eu tinha 12 anos na época. Quando voltei para casa fiz o doce todo mundo gostou e paçoca acabou ficando famosa”, conta.


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festa do divino || 07

fernanda Nascimento

Entrada dos Palmitos atrai mais de 25 mil pessoas Procissão lembra a religiosidade da Zona Rural e a importância da agricultura para Mogi

» caroline xavier Aguardada por muitos mogianos, a “Entrada dos Palmitos” celebrou neste ano 401 anos de dedicação, fé e devoção ao Divino Espírito Santo.­O evento lembra a chegada dos devotos da zona rural para a procissão de Pentecostes na região central. Segundo os organizadores, a procissão deste ano foi acompanhada por 25 mil pessoas. O cortejo seguiu o roteiro tradicional, da rua Dr. Ricardo Vilela até a Catedral de Sant’Ana, no centro da cidade. Carros-de-boi, cavaleiros, charreteiros e grandes bonecos abriram a procissão. Na sequência vieram

as congadas, marujadas e moçambique durante aproximadamente duas horas de romaria. Roberto Carlos Vieira, 66 anos, percussionista da Congada Santa lfigênia há 40 anos, não contém o entusiasmo: “Para mim é só alegria”. Acompanhado da esposa, o prefeito Marco Bertaiolli estava entre as pessoas que assistiam o cortejo. “É uma festa que encanta a todos. Há folclore e participação popular, tudo movido pela fé”, disse. A aposentada Teresinha Gonçalves dançou e celebrou totalmente caracterizada com as cores do Divino. “Eu sigo tudo, vou à alvorada, venho

aqui, danço e celebro. Eu amo o Divino Espírito Santo. Me emociono muito”. A Entrada dos Palmitos marcou o último fim de semana da Festa e deixou saudades para os festeiros Carlos Matias Guerra e a esposa Maria de Fátima Guerra. “É a festa do povo, é a festa dos devotos do Divino Espírito Santo. Foi quase um ano trabalhando e agora é o final, a parte mais emocionante. Errar eu errei, mas procurei acertar”, avalia. O fim do cortejo foi marcado pela bênção do bispo diocesano dom Pedro Luiz Stringhini, que distribuía sorrisos e água benta aos fiéis em frente à Catedral de Sant’Ana.

Na passagem da procissão em frente à Catedral de Sant’Anna, fiéis são saudados pela multidão e pelo bispo dom Pedro Luiz Stringhini

Mais que celebração religiosa, congada resgata tradições e vira estilo de vida passada ao neto Natan, Jéssica Ameida Thayana Alvarenga oito anos, que pela primeira vez participava Olhos brilhantes, pés no do Festival. “Na minha ritmo do batuque, braços família a congada passa incansáveis e uma voz de geração para geração”, que parece vir da alma. conta. “Não posso deixar Esse é seu João, animado a tradição acabar”. congadeiro que se apreNilton Alessandro Pesentaria no II Festival de reira dos Anjos também é Arte Popular do Alto Tietê. congadeiro de nascença. João Santana da Silva, Ele tem 12 anos e parti59 anos, é do grupo de cipa com a família desde congada Santa Ifigênia o berço. “É uma forma desde 1984, mas iniciou- de cultura e é tradição -se como congadeiro aos da minha família. É uma quatro anos em Minas forma me conectar aos Gerais, por influência meus antepassados”. da família – influência Rafael dos Santos, 22

anos, venceu o preconceito para se dedicar ao ritmo. “Alguns amigos estranhavam, mas depois conheceram melhor e perceberam que é uma forma de cultura”. Quando não está nos compromissos culturais com o grupo Santa Ifigênia, que normalmente tomam dois dias por semana, ele se dedica às aulas de hip hop. “Eu adoro a congada. Para mim, é tudo, porque me traz o que é bom: emprego, amigos, família e união”, conclui.


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08 || campus Programa de iniciação científica mobiliza estudantes Mais de 1.200 alunos da graduação já participaram do programa de iniciação científica da UMC ROGÉRIO JOÃO Desde 1997 a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) conta com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) para alunos da graduação. O programa foi criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do governo federal. “É um ponto de partida para o mestrado, a docência universitária e até mesmo a pesquisa profissional”, afirma a

professora Kátia Mugnol, coordenadora do mestrado em Tecnologia e Saúde da UMC. Ela orienta PIBIC na área da Saúde. Até o momento, 1.230 estudantes dos mais diversos cursos já realizaram pesquisas pelo programa. Alunos que por exercem atividades profissionais também podem fazer pesquisas, mas neste caso por meio do Programa Voluntário de Iniciação Científica (PVIC), que tem o mesmo grau de exigência do PIBIC, porém não fornece o auxílio financeiro. As pesquisas, feitas sob orientação de pro-

fessores da UMC, dão origem a monografias que são apresentadas no Congresso de Iniciação Científica da UMC.Em 2013, 76 alunos concluíram e apresentaram estudos após 12 meses de pesquisas. No XVII Congresso, previsto para setembro e outubro deste ano, a expectativa é de um número maior de trabalhos. Das 122 propostas inscritas em junho de 2013, 97 foram aceitas. Mais informações sobre os programas de pesquisa da UMC podem ser obtidas no site www. umc.br.

Curso de acupuntura oferece atendimento gratuito Josuel Silva

JOSUEL SILVA A Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) oferece o curso de Pós-Graduação em Acupuntura para profissionais da área da saúde há mais de 8 anos. O curso é coordenado por pela professora Romana de Souza Franco, indicada ao Mérito Nacional Acadêmico de Acupuntura e Medicina Chinesa, no 1º Congresso Acadêmico Internacional China– Brasil de Acupuntura e Medicina Chinesa, ocorrido em agosto de 2014.

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A acupuntura é um método de tratamento complementar da medicina tradicional chinesa

Segundo Romana, “o atendimento aos pacientes da região do Alto Tietê é realizado todas as quartas e sextas-feiras, das 19h às 22h”. São aplicadas diversas modalidades de

acupuntura, como sistêmica, aurículo-acupuntura, moxateria, ventosaterapia, ryodoraku, laser-acupuntura, eletro-acupuntura, entre outras. O atendimento é gratuito.

Biblioteca Central atende estudantes e moradores da região do Alto Tietê DANIELA PEREIRA

DANIELA PEREIRA A Biblioteca Central da Universidade de Mogi das Cruzes reúne o maior acervo do Alto Tietê, composto por 110.480 volumes, entre livros, teses, dissertações, monografias, filmes e periódicos. Além de atender o público interno, composto por alunos, professores e funcionários, a biblioteca também está de portas abertas para a comunidade. O acervo físico é complementado pela plataforma Minha Biblioteca, que é uma biblioteca virtual formada por um consórcio de editoras. O atendimento aos leitores é considerado satisfatório. “Os funcionários nos atendem com educação e nos ajudam a encontrar os livros quando temos dificuldades com a numeração”, afirma Viviane Sacramento, aluna de Direito. Para fazer a carteirinha da biblioteca é necessário fornecer uma foto recente no tamanho 3x4, apresentar comprovante do vínculo com a Universidade e preencher a ficha de inscrição. A carteirinha fica pronta no prazo de 3 a 4 dias.

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A biblioteca disponibiliza mais de 110 mil livros, revistas semanais e cinco jornais diários

Centro de Convivência da UMC conquista estudantes MARINA ALENCAR JÚLIA FIGUEIREDO O Centro de Convivência do campus é um amplo local de lazer, onde os alunos contam com lanchonetes, restaurante, lojas de roupas e acessórios, salão de beleza, central de cópias e impressões, agência de viagens e livraria, papelaria e perfumaria. João Sobrinho, sócio da papelaria, diz que atende, em média, 70 pessoas por dia. Para ele, as vendas ocorrem mais “no começo das

aulas, época de trabalhos escolares e também em datas comemorativas”. O estudante de Biologia, Thiago Lopes Freitas, 24, o Centro de Convivência. “Prefiro comprar dentro da universidade devido à praticidade”. Já Jéssica Ingrid Rezende, 25, do 1º semestre de Logística, conta que não costuma utilizar os serviços do local. “Só às vezes compro alguma coisa, pois os funcionários sabem cativar a gente e se preocupam com a satisfação do cliente”.


2014 || julho-agosto

educação || 09 Escola especial ajuda crianças a enfrentar o autismo Mãe de criança especial revela despreparo da sociedade para conviver com as diferenças aRQUIVO PESSOAL

lILIANE FERREIRA “Infelizmente a sociedade não está preparada para receber uma pessoa especial... qualquer que seja. As pessoas levam susto, discriminam. Há pessoas que compreendem, que ajudam, que auxiliam, mas também tem o outro lado. Quem é especial geralmente é excluído e a gente sente na pele”. O desabafo é da dona de casa Rosemeire Niiyama, mãe de Karina Yumi, portadora de autismo. “As crianças encaram com mais naturalidade, mas os adultos são muito cruéis. A falta de tolerância é visível”, destaca. A descoberta da doença foi demorada. Após passar por pediatras, psicólogos e fonoaudiólogos, Rose levou Karina para um especialista em doenças neurológicas. O autismo foi detectado após uma abordagem clínica específica, que constatou na menina a presença dos dez principais sintomas da doença. Um passeio inesperado, uma comida diferente ou outra alteração qualquer na rotina, são motivos de choro e inquietação para Yumi. Ela frequenta uma escola especial, onde tem aulas de educação física e coordenação motora.

Biblioteca municipal perde público Paula dias

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Karina Yumi fez ecoterapia e fonoaudiologia antes de ser matriculada em escola especial. Autismo só foi identificado por especialista

Desafios na educação Yumi só consegue se manter concentrada em algo por no máximo cinco minutos. Ela não fala, tem hiperatividade e não tem coordenação motora fina – o que a impede de escrever. A necessidade de atendimento especial para a aprendizagem levaram mãe e filha à Escola Municipal de Educação Especial “Profª Jovita Franco Arouche”. A escola foi criada em março de 1988, um ano antes da lei federal nº 7.853/89 que instituiu as escolas especiais no sistema educacional do país.

Antes de ser matriculada na escola especial Yumi fez eco-terapia e fonoaudiologia, entre outras terapias para ajudar seu aprendizado e desenvolvimento. “É um processo lento e difícil”, explica a mãe. Para aprender a soprar uma vela, por exemplo, Yumi precisou de cerca de seis anos. A participação dos pais é fundamental, pois não existem profissionais em quantidade suficiente para atender adequadamente todas as crianças portadoras de necessidades especiais.

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O bibliotecário Auro Malaquias discorda da ideia de que passou o tempo das bibliotecas. “Em época de concurso, aparece muita gente aqui”

jornais. Além disso, oferece acesso à internet. No entanto, pouca gente A Biblioteca Municipal de aproveita os recursos. Mogi das Cruzes “Benedicto Segundo o bibliotecário Sérvulo de Sant’Anna”, Auro Malaquias dos Sancoloca à disposição dos tos, 46, o espaço recebe usuários mogianos 15 mil em média 34 pessoas obras para os mogianos, por dia. “Quando algum incluindo gibis, revistas e concurso para acontecer arisly franco Paula dias

o público aumenta um pouco”, afirma. Durante a visita do Página UM ao local, em cerca de uma hora apenas três pessoas entraram no prédio. Liana Natsoko, estudante de 20 anos, chegou acompanhado da irmã Shnuwen Natsoko, 19 anos. Nem olham para os livros, pois querem apenas um lugar tranquilo para estudar. “Preferimos trazer nosso material. Aqui é mais silencioso e a gente consegue se concentrar melhor”, explicam. As causas para o baixo interesse pelas bibliotecas não são muito claras, mas certamente têm a ver com a popularização da internet. A estudante de Fisioterapia Bruna Jeane é uma das que não abre mão do conforto e dos recursos da rede. “Além do acesso a praticamente tudo, nem preciso sair de casa para fazer minhas pesquisas. Dá para estudar até pelo celular”, afirma.

incentivo Mogi recebe R$ 498 mil para aplicar em esportes Fernanda Fernandes pelo menos 400 crianças e adolescentes, com idades Um dos projetos be- entre 11 e 18 anos. Para Nico Guimarães, neficiados é o “Basquete Para Todos”, que receberá secretário de Esporte e R$ 387 mil. A meta é levar Lazer, “é uma conquista aulas da modalidade para para a cidade”.

A iniciativa também prevê R$ 110 mil para a “Corrida de Rua” do aniversário da cidade. O evento está previsto para 31 de agosto, véspera do aniversário de 454 anos de Mogi.


julho-agosto || 2014

10 || esportes Mogi Basquete segue confiante

Equipe dá aulas gratuitas de Jiu-Jitsu

Time busca temporada melhor que a deste ano

Projeto é voltado para crianças e adolescentes

guilherme peixinho/basquete pinheirense

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Na temporada 2013/2014 o time mogiano chegou às semifinais do NBB

sTEFANY lEANDRO é de resultados ainda melhores, principalmente O Mogi das Cruzes/ com a confirmação do Helbor ganhou destaque espanhol Paco Garcia no nos últimos meses ao comando da equipe por conseguir a inédita clas- mais um ano. “Traçamos uma série sificação para os playoffs do Novo Basquete Brasil de objetivos para esta (NBB) e garantir vaga para temporada e posso dizer a Liga Sul-Americana. com orgulho que conseAlém disso, pela primeira guimos cumpri-los. Nós vez na história do NBB, ganhamos uma vaga enum time 12º colocado tre os melhores do país, na fase de classificação agora temos que manter chegou à semifinal do isso”, declarou o técnico espanhol ao realizar um campeonato. A expectativa para balanço da temporada. Os resultados positivos a próxima temporada

garantiram a presença nas arquibancadas de uma torcida apaixonada e disposta a empurrar o crime. A estudante Maria Cecília da Silva, 22 anos, faz parte da Fúria Mogi e acompanha o time há três anos. Para ela, atualmente o Mogi/Helbor é um dos melhores do país. “O time mostrou isso, embora muitos não acreditassem. Espero que o rendimento continue elevado e que nos dê ainda mais alegrias”, afirma.

MARCUS ferreira

MARCUS ferreira Uma iniciativa da equipe Delariva de Jiu-Jitsu está permitindo que crianças e adolescentes de bairros carentes pratiquem a arte marcial milenar. As aulas ocorrem sob supervisão do mestre Bruno Almeida e são realizadas nos bairros Jardim Piratininga, Jardim São Paulo, Jardim Gonçalves, Jardim Paineira e Vila Maria Augusta. Gabriel Cronemberg, que auxilia nas aulas, alerta que os jovens interessados devem

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Participantes precisam estar matriculados na escola e tirar boas notas

estar preparados para uma disciplina rígida e que precisam estar matriculados na escola e obter boas notas. “O praticante de jiu-jitsu deve sempre respeitar as outras pessoas e também precisa ser muito aplicado para

fazer parte da equipe”. Bruno Almeida destaca que “o principal foco do projeto é contribuir para a criação oportunidades para as crianças e jovens da região, visando o desenvolvimento humano e a cidadania”.

Time oferece opção de lazer e de cidadania

Cristiano Leal Santos, Glaydston Palma categorias jovem e adultos. Diniz, que é professor 27 anos, participa do time O Valência Futebol de Matemática, enxergou e relata que em alguns Clube, criado por José no esporte um meio para casos o empenho do proAparecido Diniz, 46 anos, ajudar os moradores do fessor Diniz vai além de não se preocupa muito Jardim Fiorello, em Ita- oferecer espaço no time: com o placar dos jogos ou quá, onde as opções de “Eu e alguns amigos fomos a posição nos campeona- lazer são insuficientes. encaminhados por ele tos. O principal objetivo é “Aliado à educação, o para vagas de emprego. afastar crianças e jovens esporte pode ser uma Isso foi ótimo, porque importante forma de não é nada fácil viver do da criminalidade. proteção social”, afirma. esporte”. Fundado há 15 anos, que começou as atividades. “Passei a considerar a o Valência disputa nas atividade física como algo muito importante”, diz. O baile do Dia das Mães foi o evento mais recente elaborado pelo projeto Melhor Idade. A Valência Futebol Clube, de Itaquaquecetuba, considera iniciativa reuniu aproxio esporte como importante forma de proteção social” madamente 300 pessoas.

Projeto de atividades físicas agrada idosos Ítalo guedes

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Glaydston Palma

Itaquaquecetuba oferece atividades físicas para 2.300 idosos por meio do projeto Atendimento Especial para a Melhor Idade (AEMI). Ginástica, pilates, musculação, alongamento, expressão

corporal, dança de salão, coreografia e artesanato, são algumas das atividades oferecidas gratuitamente. A mais procurada é o vôlei adaptado, oferecida no ginásio municipal de esportes. Maria Aparecida, 65 anos, se diz mais jovem depois


2014 || julho-agosto

cultura || 11 Dia do Trabalho é comemorado com teatro em Santa Isabel Com projeto “Teatro de Graça na Praça”, atriz Elizabeth Savala aposta na popularização da arte gabriela ferreira

gabriela ferreira No 1º de Maio, Dia do Trabalhador, a cidade de Santa Isabel teve uma programação diferente. A atriz Elizabeth Savala apresentou o monólogo AMADAS (Associação das Mulheres que Acordam Despencadas), que conta a história de uma mulher de meia idade ante as demandas do materialismo que pauta a sociedade. O monólogo faz parte de projeto “Teatro de Graça na Praça”, que segundo a atriz visa socializar e divulgar o teatro, além de fomentar uma nova platéia e mostrar ao público o que é teatro. O projeto parte da constatação de que a maior parte das pessoas nunca foi ao teatro. Embora o espetáculo seja apresentado ao ar livre, é um oportunidade para as pessoas conhecerem essa arte cênica. Em Santa Isabel, o público fez várias intervenções durante o espetáculo, fato considerado muito positivo pela atriz. “Nós somos como uma caixa de ressonância, o que acontece na platéia ressoa na gente e a gente devolve para o público. É como se fosse uma comunhão, todo mundo na mesma sintonia ao mesmo tempo. Quando você tem uma platéia

crônica esportiva

O sexto jogador

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Monólogo conta história de uma mulher de meia idade às voltas com o materialismo da sociedade contemporânea

maravilhosa, o espetáculo fica maravilhoso.Quando não, isso afeta a gente”. A atriz ainda reforçou que para ela não há nenhuma diferença entre o público que a assiste dentro dos teatros e o

Eduardo moraes o Limeira. Animada, a torcida foi à cidade do A regra determina que adversário e garantiu o as equipes de basquete Mogi nas semifinais da entrem em quadra com competição. Quando ficou deficinco jogadores, mas não foi o que se viu nido que o adversário nos jogos realizados em da semifinal seria o triMogi das Cruzes. Com campeão nacional Flao quarto menor inves- mengo, muitos críticos timento do NBB (Novo colocaram como certa a Basquete Brasil), o time eliminação. Entretanto, do Mogi das Cruzes/Hel- os jogadores entraram bor chegou aos playoffs em quadra com a emoda competição como ção e a devoção que se azarão. Quando não se pode esperar de uma esperava mais que uma grande equipe. Jogando simples participação, pelo coletivo, o time eis que surge o “sexto comandado por Paco jogador”, personificado Garcia não se intimidou na ruidosa torcida mo- ante o campeoníssimo giana. Cinco mil pessoas rubronegro. Com um elenco unido marcaram presença em todos os jogos em casa. e a fanática torcida, o O resultado não poderia Mogi das Cruzes/Helbor ser melhor: classificação fez história ao quebrar até a semifinal do NBB. todas as estatísticas e, A primeira vítima principalmente, o pendo time turbinado foi samento de que só os o tradicional clube pau- grandes centros têm lista Pinheiros. Depois basquete de qualidade. Eduardo moraes

público do projeto. “Não noto nenhuma diferença, é exatamente igual, a sensibilidade das pessoas independe do local. Quando a gente fala com o coração, tanto faz onde a gente esteja.”

O projeto foi idealizado pela atriz e é patrocinado pelas prefeituras das cidades por onde passa. Mais de dez mil espectadores, em cerca de 50 cidades, já assistiram o espetáculo.


julho-agosto || 2014

stefanie abreu Aluna do 6ยบ Semestre de Publicidade e Propaganda da UMC


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