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Mogi das Cruzes ganha espaço dedicado ao hip-hop

Megandra promove a

paz e a sustentabilidade LILIANE FERREIRA

Espaço em Guararema oferece cursos de biomovelaria, yoga, palestras filosóficas, além de massagens e tratamentos holísticos. A casa oferece um café preparado com produtos orgânicos. Página 10

A Casa do Hip-Hop, no centro da cidade, promete dar uma nova cara ao gênero. A programação prevê shows e oficinas, palestras, ensaios e treinos, além de uma biblioteca com 500 títulos sobre o tema. Página 3

PAULA DIAS

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes ||| Produzido pelos alunos do 6º período ANO XV ||| NÚMERO 89 ||| OUTUBRO de 2014 ||| DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ||| paginaum@umc.br

eleições Eleitor mogiano Iniciativa popular quer mais de seus pode alterar representantes cenário político O Página UM foi às ruas e à internet para ouvir a opinião dos eleitores sobre a eleições. Os mogianos indicaram que saúde, educação e segurança continuam prioritários. Página 6

A sociedade não precisa esperar que apenas os políticos proponham leis. A Constituição Federal de 1988 dá à população o direito de apresentar projetos. A Lei da Ficha Limpa surgiu desta forma. Página 7

Realidade põe em xeque legados da Copa do Mundo O estádio virou arena de “bacanas”, moradores da região continuam sofrendo para chegar em casa, preço dos imóveis subiu às alturas. Quais os legados da Copa em Itaquera e em Mogi? Leia nas páginas 8 e 9.

FERNANDA NASCIMENTO

Embora tenha porte médio, a cidade começa a enfrentar problemas típicos das metrópoles. A frota de veículos cresceu 145% nos últimos 10 anos e os congestionamentos começam a se tornar frequentes. As cinco passagens de

nível existentes na cidade complicam ainda mais o trânsito. A prefeitura anunciou investimentos de R$ 390 milhões, com apoio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Leia reportagem na página 11.

Lei de zoneamento urbano de 1982 não atende necessidades do município Aprovação da nova lei deve ocorrer somente em 2015, após ser apresentada à população e votada na Câmara Municipal.

Na falta da lei, empreendimentoss geradores de tráfego oferecem contrapartidas para o impacto que causam. Página 11

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Falta da lei de zoneamento, crescimento imobiliário acelerado e passagens de nível: são vários os problemas no caminho do mogiano

FERNANDA FERNANDES

‘O Novo Diálogo’ foi tema da Semana da Comunicação da UMC Novos olhares, contato com o mercado, interação e muito mais foi proporcionado pela Semana da Comunicação. Leia na página 3.

Mogiano convive com trânsito de cidade grande

GABRIELA DE OLIVEIRA

ARISLY FRANCO

Sabesp nega racionamento, mas moradores relatam falta d’água Em Suzano, banho e louça lavada só com hora marcada. É que na região central da cidade e em alguns bairros o fornecimento de água é suspenso diariamente a

partir das 20h. O mesmo acontece em Ferraz de Vasconcelos. Em Mogi, o racionamento preocupa indústrias e produtores rurais. Se por um lado a Sabesp nega

qualquer problema no fornecimento, por outro anunciou a contratação de uma empresa especialista em “fazer chover”, ao custo de quase R$ 3,7 milhões. Paralelamente,

a companhia lançou um programa de bônus para quem reduzir o consumo, que resultou numa economia de 775 milhões de litros de água no Alto Tietê. Páginas 4 e 5


outubro || 2014

02 || opinião

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade de Mogi das Cruzes

ANO XV – Nº 89 OUTUBRO | 2014 Fechamento: 25/08/2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Avenida Doutor Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 – CEP: 08780911 – Mogi das Cruzes – SP Tel.: (11) 4798-7000 E-mail: paginaum@umc.com.br * * * O jornal-laboratório Página UM é uma produção de alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), no contexto do Projeto Superação (Patamar Exercer), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso. Esta edição foi produzida pelos alunos do 5º período. Professores orientadores: Prof. Elizeu Silva – MTb 21.072-SP (Edição e Planejamento Gráfico); Prof. Franthiesco Ballerini – MTb 39.704-SP (Edição); Prof. Claudinei Nakasone (Fotografia); Profa. Solange Bazzon (Revisão). Projeto gráfico: (Alunos do curso de Design da UMC) Felipe Magno, Fernanda Roberti, Rafael Santana, Gabriel Aparecido e Rian Martins. Orientador: Prof. Fábio Bortolotto * * * UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – UMC Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo Reitora: Profª. Regina Coeli Bezerra de Melo Vice-Reitora: Roseli dos Santos Ferraz Veras Pró-Reitor de Campus (sede): Prof. Claudio José Alves Brito Pró-Reitor de Campus (fora da sede): Prof. Antonio de Olival Fernandes Diretor Administrativo: Luiz Carlos Jorge de Oliveira Leite Coordenadora do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, Publicidade e Propaganda: Prof. Ms. Agnes Arruda

editorial

artigo

Resposta nas urnas para os problemas urbanos

•DA COORDENAÇÃO*•

Trânsito caótico, digno de metrópole. Falta de lei de zoneamento. Racionamento de água em diversos bairros e poucas contrapartidas públicas. Contra tudo isso: ano de eleições. Esta edição traz os problemas mais graves da região no ano em que a resposta pode vir das urnas. A começar pela crise da água, que até pouco tempo parecia atingir apenas os moradores da Grande São Paulo, mas já está mostrando seus reflexos negativos para Mogi e região. Os moradores estão fazendo sua parte, economizando água para evitar o pior, mas descobrimos que, apesar das insistentes negativas de órgãos públicos como a Sabesp, muitos moradores já estão sofrendo com o racionamento. A solução? Nem mesmo os especialistas veem uma saída a curto prazo. Investimentos em infraestrutura também foram o tema da investigação sobre o legado da Copa do Mundo, tanto para Itaquera, na Grande São Paulo, quanto para Mogi, que abrigou a seleção da Bélgica. E o resultado foi desapontador. Tudo deu certo durante a Copa, mas poucos benefícios permanentes parecem

ter ficado. Se os moradores de Itaquera ainda se sentem inseguros em dias que não há jogos, os mogianos não viram grandes benefícios em abrigar a seleção belga para o Mundial. Mas a pior notícia vem mesmo do trânsito. Mogi cresce, atrai indústrias, estudantes e novos empreendimentos urbanos. Mas sem leis de zoneamento que exigem contrapartidas à altura, o resultado é um trânsito de metrópole numa cidade sem capacidade para suportar tamanho engarrafamento diário. Um excelente cardápio cultural mostra que, apesar dos problemas, Mogi e região estão abrigando cada vez mais entretenimento e arte para os moradores. Mas a boa notícia é que estamos em ano de eleição e a falta de investimentos públicos para evitar o que já fora previsto há anos pode refletir nas urnas. E para ajudar os leitores-eleitores, esta edição caprichou em dados para quem deseja usar de modo consciente seu direito de votar, com sites para avaliar o perfil e histórico de cada candidato. Neste ano, você tem uma arma nas mãos: o seu voto.

Círculo virtuoso Integrar alunos, professores e corpo técnico dos cursos de Comunicação da UMC tem sido uma das mais importantes tarefas desta gestão. Isso pois acreditamos que, a partir do momento em que os agentes individuais passam a se ver como parte do todo, a rede se fortalece, melhorando assim a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, objetivo de nosso trabalho. Tal integração pode acontecer de formas diversas. Alguns exemplos, já inclusive mencionados neste espaço, como a Semana da Comunicação, dão conta de esforços mais intensos ao trazer profissionais renomados do mercado de trabalho para que os

alunos possam ampliar seu leque de opções relacionadas à carreira que escolheram para a vida. Outros, no entanto, são bem mais simples, mas surtem o mesmo efeito. Veja só: Há três edições que o Página UM traz, não somente as produções dos alunos de Jornalismo, mas também trabalhos dos estudantes de Publicidade e Propaganda em suas páginas. A última capa, desde o número 87, agora é ocupada por peças conceituais produzidas pelos discentes de PP. Os temas abordados permitem, além do exercício criativo, a reflexão a respeito de questões cotidianas importantes, como política, educação, sustentabilidade e, mais

precisamente nesta edição, o preconceito racial. Algo tão elementar como dar esse espaço para os estudantes, na verdade, torna o círculo de produção em sala de aula ainda mais virtuoso: o aluno se empenha na tarefa com a motivação extra de ver seu trabalho impresso em um jornal de qualidade, com abrangência regional, que por sua vez circulando, funciona de vitrine, com vistas para o mercado de trabalho. Missão cumprida. *Prof. Ms. Agnes Arruda Coordenadora dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da UMC agness@umc.br (11) 4798-7150

400 são atendidos no Dia da Responsabilidade Social JÉSSICA ALMEIDA Integração, prática e conscientização. As três palavras resumem o Dia da Responsabilidade Social realizado na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) em 20 de setembro de 2014. O clima chuvoso não afastou o público. Segundo Fernando da Silva Prado, da coordenação de marketing da UMC,

cerca de 400 pessoas visitaram os estandes. “Isso mostra a importância do evento para a comunidade”, afirmou. A dona de casa Maria Aparecida Cândida, 42 anos, participa pelo terceiro ano consecutivo. Seu maior interesse foi na área da saúde. “Gosto de saber se está tudo bem”, justifica. “Além de ser de graça, todo ano tem alguma novidade”.

CAIO ROCHA


2014 || outubro

campus || 03 Comunicação Social promove semana de palestras Palestrantes falaram sobre política, mercado de trabalho e estratégias da Comunicação FOTOS: ARISLY FRANCO

ARISLY FRANCO LUCAS ELIEL A tradicional Semana da Comunicação da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) aconteceu, neste ano, entre os dias 25 e 29 de agosto. Com o tema ‘O novo diálogo’, a atividade teve como objetivo principal apresentar aos alunos dos cursos de Administração, Ciências Contáveis, Design, Logística, Jornalismo e Publicidade e Propaganda outras perspectivas e realidades do mercado de trabalho. “A Semana existe principalmente para que os alunos tenham contato com profissionais do mercado”, afirma Agnes Arruda, coordenadora dos cursos de Comunicação Social da UMC. De acordo com a professora Solange Bazzon, “a Semana da Comunicação é importante por proporcionar aos graduandos uma série de experiências extracurriculares, além de envolver e proporcionar interação entre os alunos de todos os semestres”. No primeiro dia, os palestrantes Cecília Arbolave e João Varella falaram do sucesso que a editora ‘Lote 42’, obteve em julho deste ano, durante a Copa do Mundo, ao oferecer 10% de descon-

No alto, teatro Bezerrão lotado com alunos de Comunicação Social. Embaixo, Cecília Arbolave e João Varella, da Editora ‘Lote 42’ (esquerda), e a publicitária Gabriela Rodrigues (direita). Ao lado, equipe vencedora da campanha de prestação de contas da Festa do Divino

to para cada gol sofrido pela Seleção Brasileira durante a competição. Na semifinal contra a

Alemanha, a promoção rendeu 70% de desconto para os clientes. Segundo João Varella, não foi

prejuízo para editora. “Tivemos um retorno de propaganda espontânea, pelas redes sociais, pela

qual não esperávamos e que valeu os 70% de desconto, foi incrível alcançar tantas pessoas ”. Ainda na segunda-feira, a jornalista Flávia Silveira Serralvo, editora de conteúdo da TV Câmara de Guarulhos, falou sobre a Construção do Discurso Político, abordando a produção da imagem dos políticos. Terça-feira foi o dia dos palestrantes Gabriel Failde e Gustavo Riguete, assessores de imprensa, discorreram a comunicação corporativa da TV Record. No mesmo dia, Rodrigo Zannin, diretor de criação da DM9DDB, compartilhou suas vivências e a experiência de trabalhar em uma das mais premiadas agências brasileiras. Na quarta-feira, os alunos de Publicidade apresentaram projetos de campanhas para a prestação de contas da Festa do Divino. Várias agências concorreram, sendo escolhida a equipe “Sinergia”. Ivone Rocha, jornalista presidente da ONG Voto Consciente, apresentou palestra na quinta-feira, sobre a importância da política na vida do cidadão. No mesmo dia, a publicitária Gabriela Rodrigues apresentou a palestra ‘Planejamento

Estratégico – A importância na Agência e na Vida’’. No encerramento das palestras o assunto foi o ‘Mundo Wébico’ e trouxe três convidados: Guillermo Gumucio, que falou sobre gamificação, Caio Cunha, que comentou sobre o cenário político e Kamila Muniz, ex-aluna de Publicidade e uma das gerentes da página do facebook ‘Spotted: Te Vi Na UMC’. As palestras aconteceram no Centro Cultural e no Bezerrão e reuniram cerca de 500 alunos. Lanna Oliveira, do 2º semestre de Jornalismo, destacou a oportunidade de conhecer profissionais do mercado como ponto alto da programação. “Eles compartilharam experiências profissionais com a gente. Como estou no segundo semestre de jornalismo, isso dá mais força para continuar”, afirma. “Achei as temáticas das palestras muito interessantes e diferentes para o curso de comunicação, já que estudar e estar no mercado de trabalho são diferentes”, comentou Marina Falsoni, estudante do 6º semestre de Publicidade e Propaganda.


outubro || 2014

04 || crise da água Moradores do AT começam a sofrer com racionamento Apesar de negativas da Sabesp, em Suzano e Ferraz fornecimento de água é suspenso à noite STEFANY LEANDRO

Crise da água pode prejudicar empresas e preocupa produtores agrícolas da região GLAYDSTON DIAS

LUCAS BABESCO GLAYDSTON DIAS

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As caixas d’água não têm sido suficientes para garantir água para o uso domésticos durante os cortes feitos pela Sabesp

STEFANY LEANDRO cozinhar e tormar banho. É o caso da dona de casa Embora a Companhia Maria Lúcia de Andrade, de Saneamento Básico de 47 anos, que mora no do Estado de São Paulo Ramal São José. “Tenho (Sabesp) tenha descarta- caixa d'água em casa e do o racionamento e o mesmo assim a situação rodízio no abastecimento está crítica. Durante o dia de água, moradores de tem água, mas à noite já alguns bairros de Suzano não tem mais nada”, diz. e Ferraz de Vasconcelos Para o comerciante afirmam sofrer com a Mauricio Leite, de 56 anos, falta de água, que ocorre o principal problema é a diariamente e sempre no falta de informação, já mesmo horário. De acordo que a autarquia responcom as reclamações, há sável pelo abastecimenmais de um mês o pro- to de água nega haver blema causa transtornos racionamento. “Dizem a quem vive no local. que não fazem rodízio No bairro Casa Branca e nem racionamento, e na região central de então porque todos os Suzano, por exemplo, dias estamos sem água? a partir das 20 horas as É falta de respeito com torceiras começam a secar. a população”, reclama. Para amenizar a situação, Em Ferraz de Vasconmuitos moradores estão celos, o problema tem armazenando água em afetado os moradores tambores, para realizar da Vila Jamil. Todos os atividades básicas como dias a partir das 20h30

o abastecimento é interrompido, dificultando a realização dos serviços domésticos, conforme conta a comerciante, Adriana dos Santos Castilho, de 29 anos, residente na rua Mendes Sá. “A louça do jantar fica acumulada na pia, pois não há água para lavar. Além disso, não podemos usar o chuveiro. Isso é um absurdo”, diz. Contraponto A Assessoria de Imprensa da Sabesp informou, por meio de nota, que não há racionamento, restrição ou rodízio no fornecimento da água em nenhum dos municípios operados pela concessionária, inclusive no Alto Tietê. Segundo a companhia, os problemas de abastecimento devem ser informados por meio dos telefones 195 e 0800 119 911.

A redução no fornecimento de água no Alto Tietê pode prejudicar os produtores agrícolas da região. O remanejamento de águas adotado pelo governo do Estado desde fevereiro de 2014, como solução emergencial para abastecer a região metropolitana de São Paulo, reduz a oferta para Mogi e região. A reserva está no nível mais crítico da história, com quedas diárias no volume de água. Dados divulgados no site da Sabesp informam que não foram só os reservatórios da Cantareira

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Plantação de verduras em Jundiapeba. Nível dos reservatórios para irrigação está muito baixo

que sofreram com a falta de chuva no verão. Nas cinco represas da região, distribuídas entre Suzano e Salesópolis, o índice pluviométrico ficou mais de 30% abaixo da média histórica entre fevereiro e maio. O nível do sistema caiu 14,7% , entre dezembro

e junho, quando registrou respectivamente 49,1% e 33,6% de sua capacidade. O agricultor Walter Kojima, do bairro das Palmeiras, em Suzano, acredita que, se a seca continuar, a economia da região será seriamente afetada.

Sabesp quer ‘fazer chover’ ao custo de R$ 3,68 milhões RUBIA TELES Em agosto, a Sabesp anunciou a contratação de uma empresa para “fazer chover” nas represas do Sistema Produtor Alto Tietê (Spat), por R$ 3,68 milhões. Trata-se de um serviço de semeadura de nuvens com água potável e gotículas, em sobrevoos sobre a região

onde se deseja que chova. A aeronave leva até 300 litros de gotículas capazes de fazer chover mais rapidamente e com mais intensidade. Segundo a concessionária, a empresa contratada, Modclima, realiza o monitoramento constante e diário, além de acompanhamento por radares para identificar

potenciais nuvens com capacidade de provocar chuvas na área das represas. O serviço foi realizado no ano passado no sistema Cantareira, e provocou a precipitação de cerca de 11,5 bilhões de litros de chuva, o que representa 1,2% do volume de todo o sistema.


2014 || outubro

crise da água || 05 Região economiza 775 milhões de litros de água Redução do consumo foi incentivada por programa de bônus FERNANDA FERNANDES de redução no consumo ÍTALO GUEDES de água no Alto Tietê atingiu uma economia A população do Alto de 734 milhões de litros. Tietê economizou 775 Mais de 100 mil famílias milhões de litros de água aderiram à campanha em junho deste ano, o que e contribuíram para a significa uma redução de redução do consumo, 5,58% em comparação com sendo bonificadas na o mês anterior, segundo cobrança da taxa. A coma Sabesp informou por panhia ainda informou meio da assessoria de que o programa de bônus imprensa. A economia é deve ser estendido até resultado do programa de dezembro. A empresa bônus que a concessionária ainda ressaltou que a lançou para incentivar economia poderá ser o uso racional da água, ainda maior se os outros diante das condições de 27% também aderirem escassez de chuvas que ao uso racional da água. abastecem as represas. Os A campanha de bôdados são referentes às nus foi lançada em fe270 mil ligações de água vereiro e, inicialmente, que existem nas cidades contemplava apenas as de Arujá, Biritiba Mirim, residências abastecidas Ferraz de Vasconcelos, pelo sistema Cantareira Itaquaquecetuba, Poá, e resultou na economia Salesópolis, Suzano e de 354 milhões de litros os bairros de divisa de de água. Mas diante do Mogi das Cruzes. baixo índice de chuvas, Na região, 73% da po- que ameaçou outros repulação aderiu à econo- servatórios do estado, o mia, porém, apenas 44% governo estendeu a ação conseguiu atingir a meta também para o Sistema de redução no consumo Produtor Alto Tietê (Spat) em 20% ou mais para e para mais 31 municípios obter o desconto de 30% operados pela Sabesp. no valor total da fatura. Os outros 29% também Enquete reduziram o consumo, O racionamento de mas não atingiram a meta água vem causando muitos estipulada pela ação, por transtornos à população do isso não foram contem- Alto Tietê. Para saber qual pladas com o bônus na o impacto, a reportagem conta de água. do Página UM realizou Segundo a concessioná- uma enquete, de 19 de ria, em maio, a campanha agosto a 1 de setembro,

FERNANDA FERNANDES

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Bônus inclui áreas servidas pelos sistemas Cantareira e Alto Tietê e outros 31 municípios

na página de Itaquaquecetuba no Facebook. Dos que responderam, 85% estão adotando medidas para economizar água, 10% não estão fazendo nada e 5% não souberam responder. Foi perguntado aos moradores o que eles estão fazendo para economizar água. Renata Oliveira adotou novos hábitos para reduzir o consumo. “Es-

tou aproveitando a água da máquina para lavar tapetes e para descarga do banheiro, já faz 15 dias que não lavo o carro”. Iris Leticia tem um jeito diferente de economizar água em sua casa. “Passei a usar o regador no lugar de mangueira para regar as plantas. Me revolto quando vejo vizinhos lavando calçada enquanto batem papo”, comenta.

Para especialista, não há soluções imediatas MARCUS FERREIRA só é possível com obras hidráulicas que demoA Grande São Pau- ram a ser executadas. lo enfrenta uma das “Além disso, há uma piores crises hídricas grande dificuldade de da história, que pode encontrar mananciais atingir 4,5 milhões de na vizinhança da Região usuários que dependem Metropolitana de São dos reservatórios do Paulo que não estejam Alto Tietê. No início comprometidos.” Para de setembro, o siste- Mello, não há solução ma estava com 15,3% imediata, pois todas de sua capacidade de as possibilidades exiarmazenamento. Se- gem obras complexas. gundo a Companhia “Esta crise demonstra de Saneamento Básico a importância de se do Estado de São Paulo planejar o sistema de (Sabesp), a pior medição recursos hídricos redunantes da atual ocorreu dantes a fim de garantir em dezembro de 2003, o fornecimento para quando o nível baixou a população e para o desenvolvimento da a 16%. Na crise atual, a que- região”, afirma. A Sabesp trabalha da no volume d’água se acentuou quando com a hipótese de adotar o Alto Tietê passou a também, no Alto Tietê, socorrer o sistema Can- a captação do volume tareira, ocasionando morto — reservatório uma redução de cinco de água que fica no pontos percentuais. A fundo das represas— escassez de chuvas e como alternativa para o desperdício de água não acontecer na região agravam o problema. o mesmo que ocorreu Por e-mail, o Página na Grande São Paulo. A UM conversou com o empresa ainda pretende especialista em assuntos retirar 10 bilhões de hídricos e professor da litros de água da repreEscola Politécnica da sa de Biritiba-Mirim e Universidade de São 15 bilhões da represa Paulo (USP), Arisvaldo Jundiaí. Ainda de acordo Vieira Mello. Segundo o com a Sabesp, não há professor, a alternativa previsão para o início seria importar água de da captação da reserva outras bacias, mas isso técnica do Alto Tietê.


outubro || 2014

06 || eleições O que os mogianos esperam das eleições deste ano? Saúde, educação e segurança são prioridades. Idosos estão descrentes com cenário político MARINA ALENCAR

DANIELA PEREIRA MARINA ALENCAR No dia 5 de outubro de 2014 aconteceu o primeiro turno das eleições no Brasil, quando mais de 115 milhões de brasileiros compareceram às urnas, dos quais aproximadamente 290 mil mogianos. Os números são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os eleitores escolheram o presidente da República e governadores de Estado, senadores, deputados federais e deputados estaduais ou distritais (no caso do Distrito Federal). Segundo questionário realizado pelo Página UM presencialmente e via internet, no período entre 13 e 21 de agosto, com 26 moradores de Mogi com idade entre 18 e 60 anos, a maioria dos eleitores jovens tinha baixa expectativa em relação à eleição e demonstra insatisfação com a política. Já os adultos esperam mudanças no atual cenário político e a renovação dos representantes. Em relação às prioridades das propostas, a pesquisa via internet aponta que 69,23% dos entrevistados consideram a educação como compromisso mais importante para os governantes, enquanto 53,85% acha que a saúde

Para especialista, ‘eleitor mogiano é conservador’ ROGÉRIO JOÃO NASCIMENTO

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Câmara: “Alto índice de votos brancos mostra o descontentamento do eleitor”

ROGÉRIO JOÃO NASCIMENTO

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Sebastião Mariano, 76 anos, diz que pode voltar a votar, caso algum candidato o convença de que pode realmente mudar o cenário político

deve receber prioridade máxima. Para 38,46%, a segurança é o mais importante. Os demais itens (transporte e emprego) ficaram com menos de 20% das preferências. A mesma pergunta, feita de modo presencial, resultou em empate de 50% para educação e saúde. A segurança ficou em segundo lugar, com 30,76%. O público da Terceira Idade também foi convidado a opinar. A pesquisa demonstra que esta par-

cela da população anda descrente do poder do voto para mudar o país. Morador do bairro Mogi Moderno, o segurança Sebastião Mariano, 76, não vota desde as eleições de 2010. “Em todos os anos de eleição que votei, nunca houve melhorias, por esta razão tive uma desilusão política. Enquanto as mudanças não acontecem, prefiro ficar isento dessa prática”, diz. A diretora da ONG Movimento Voto Consciente,

Ivone Rocha, discorda da abstenção, e destaca a importância do voto e da participação responsável de todas as faixas etárias nas eleições. “O eleitor precisa checar se as propostas do candidato estão em conformidade com as atribuições do cargo, verificar se o mesmo possui ficha limpa, analisar o histórico e escolher o partido que esteja de acordo com as suas ideologias”, declarou a diretora da ONG.

Para o advogado Olavo Câmara, doutor em direito eleitoral e membro da Comissão Estadual de Ética na Política da OAB-SP, o eleitor de Mogi das Cruzes tem perfil tradicional. “Ele tende a optar pelas propostas já consolidadas”, afirma. Em 2012, o atual prefeito da cidade foi reeleito com mais de 80% dos votos válidos, de acordo o Tribunal Regional Eleitoral. Dados obtidos no Cartório Eleitoral da cidade indicam que, em 2010, dos 206.792 eleitores de Mogi que compareceram às urnas, 1.167 votaram em branco, o equivalente a 2,69% dos votos válidos. Em nível nacional, o percentual é de 2,3% do eleitorado, ou 2.452.594 eleitores. Já os que decidiram anular o voto em Mogi totalizaram 1.783, ou 4,10% dos votos.

Em nível nacional, foram 4.689.397 eleitores, o equivalente a 4,40% do total. Os quase 7% que não se manifestaram nas urnas (votos brancos e nulos), se isentaram como protesto ou por não se identificar com nenhum candidato. “O que leva a esse quadro é o descontentamento do eleitor com a cena política atual”, opina Câmara. Para o especialista, o voto obrigatório “é um atraso para o Brasil”, opinião parcialmente compartilhada pela coordenadora da ONG Voto Consciente, Ivone Rocha. Para ela, “o voto facultativo é importante, mas não agora. É preciso que haja um processo de conscientização”, afirma. A polêmica está longe de acabar. “Se o eleitor brasileiro não estiver pronto para o voto facultativo, ele aprenderá a estar, durante o processo”, argumenta Câmara.


2014 || outubro

eleições || 07 População pode participar da elaboração de leis Professor explica processo democrático para a proposição de leis de interesse da sociedade JÚLIA FIGUEIREDO

JÚLIA FIGUEIREDO Aprovada em 4 de junho de 2010, a Lei Complementar nº 135, conhecida como Lei da Ficha Limpa, permite aos eleitores tomar decisões mais conscientes na hora de escolher o candidato. A Lei é fruto de uma iniciativa popular e mostra a sede por mudanças e transparência política da maioria dos brasileiros. A iniciativa popular é o caminho correto para a aprovação de leis do interesse da população. Para que a iniciativa popular se torne lei, é necessário que alguém, ou alguma instituição, se encarregue de criar uma petição pública apresentando as reivindicações do povo. É necessário haver um consenso nacional a respeito da proposta, antes que seja apresentada como projeto de lei. De acordo com o advogado e professor de Direito,

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Edison Yague afirma que a Constituição garante a participação popular na elaboração de leis

Edison Yague Salgado, para que uma solicitação popular possa dar entrada na secretaria da Câmara dos Deputados é necessário que pelo menos 1% do eleitorado nacional assine a petição, distribuído em, no mínimo, cinco estados. “São necessários não menos que três décimos por

cento do eleitorado de cada estado, conforme determina o Art. 61, § 2º da Constituição Federal de 1998”, afirma o professor. Segundo Salgado, muitos projetos de lei já foram apresentados, tramitaram, foram aprovados e hoje são Leis. Ele cita como exemplos a Lei de Crimes

Ferramentas online ajudam a escolher o candidato O eleitor interessado em conhecer os candidatos dispõe de diversas ferramentas, desde portais na internet até aplicativos móveis, que possibilitam acompanhar a ficha completa dos políticos.

Destacam-se o blog Preto no Branco (http:// oglobo.globo.com/blogs/ preto-no-branco/), que avalia todas as declarações dos candidatos, classificando-as de falsa a exagerada; o aplicativo móvel “Acordei”, que reúne

todos os dados disponíveis sobre o candidato, incluindo ficha criminal; portais de transparência das prefeituras, estados, e da União, que apresentam os investimentos liberados para cada área e segmento da sociedade e

Hediondos, inspirada no caso Daniela Perez, a Lei Maria da Penha, contra a violência doméstica, e a Lei da Ficha Limpa. “Para virar lei precisa captar o clamor popular, a vontade do povo. Tem que sair à praça pública, fazer reuniões, manifestações, abaixo-assinados, juntar assinaturas e entregar no Congresso. É assim que começa a elaboração de uma lei por iniciativa popular”, explica. Há três formas pelas quais as leis surgem: por iniciativa do presidente da República, por iniciativa do Congresso ou por iniciativa do povo. Depois da votação e aprovação da nova Lei, ela é mandada para o presidente para que ele sancione ou vete. “Quando a iniciativa surge do povo, é necessário brigar, lutar, até que o Congresso aprove. É um direito do cidadão, e está na Constituição”, defende o professor. o quanto foi utilizado. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o internauta pode denunciar irregularidades da campanha, como cavaletes colocados em horário indevido, outdoors que ultrapassam o espaço máximo permitido, e outros abusos. (JF)

Eleitores mais escolarizados rejeitam voto obrigatório CAIO ROCHA JOSUEL SILVA Mais da metade dos brasileiros é contra o voto obrigatório. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha no primeiro semestre de 2014, se pudessem, 61% dos entrevistados deixariam de comparecer às urnas. Os dados ainda revelam que quanto mais rico e escolarizado o eleitor, mais rejeita o voto obrigatório. Para o advogado e professor Edison Yague Salgado, o fim do voto obrigatório é o melhor caminho para a transformação política e social do país. “A Constituição afirma que todo cidadão tem direito ao voto, mas isso não o torna obrigatório”, afirma. Já o técnico em programação Emerson Xavier, 36, é a favor do voto obrigatório. Para ele, a população brasileira não está preparada intelectual­mente para o voto facultativo. “No momento, isso resultaria em uma confusão muito grande”, acredita. No entanto, alguns passos estão sendo dados em direção ao fim da obrigatoriedade do voto. Em junho de 2010 a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em caráter terminativo, um projeto de lei que acaba com algumas restrições aos eleitores que deixarem de votar, constantes no atual Código Eleitoral. Atualmente, quem deixa de votar sem justificativa está sujeito a uma série de punições, como impedimento para participar de concursos públicos ou tomar posse em cargos públicos, tirar passaporte e carteira de identidade, obter empréstimo em bancos estatais, matricular-se em instituições de ensino, entre outros. Além das restrições, fica obrigado ainda a pagar multa de até R$ 35,10. A proposta agora depende de votação na Câmara dos Deputados e sanção da presidência da República, para entrar em vigor.


outubro || 2014

08 || pós-copa Estádio do time do povo é só Ingressos caros dificultam para “bacanas” acesso à Arena Corinthians JÉSSICA ALMEIDA De maneira geral, o legado da Copa visível na Arena Corinthians não reflete a realidade dos arredores do estádio. Ao contrário do lema de “time do povo”, o estádio em Itaquera praticamente só é frequentado pela classe média-alta, que consegue pagar, sem sacrifícios, em média R$ 150 por jogo. Dentro

a família, tem que pagar uma taxa adicional. Se quiser ir de galera, cada um tem que comprar o seu. Só fui uma vez no Itaquerão para conhecer, e claro ver o Corinthians jogar. Fiquei impressionado com as pessoas. Corinthiano maloqueiro? Quase nenhum, só tinha bacana”, afirma. No lado de fora a realidade é outra. O entorno é povoado por vendedores ambu-

lantes constantemente coagidos pela polícia e moradores obrigados a driblar as ameaças de violência o tempo todo. João Paulo, 42, trabalha como ambulante em jogos há 10 anos e não está contente com a atuação da polícia no Itaquerão. “Eles (a polícia) ficam muito em cima da gente. Em todos os estádios é meio complicado, mas aqui está demais”, avalia.

Dentro da Arena, sensação de segurança é plena. Fora, população relata falta de policiamento

Arena tornou imóveis de Itaquera mais caros CAROLINE XAVIER A Copa do Mundo trouxe diversas mudanças para o bairro de Itaquera, que tem população de aproximadamente 205 mil pessoas. O bairro teve um acréscimo de 100% no valor dos imóveis

para vendas ou locação. Segundo Reis Ferreira, delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, o CRECI, o setor vem sofrendo oscilações há muito tempo. “A população da região, sem o conhecimento do que

FERNANDA NASCIMENTO

MARCELA VILELLA

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do estádio, torcedores com ternos ou camisas oficiais e senhoras bem-apessoadas se sentem seguros por causa do policiamento reforçado. Christiano Aparecido, 27, técnico de informática, torcedor do timão, comenta que além dos preços nada populares, comprar ingresso é um trabalho de paciência. “Pela internet só dá pra comprar um ingresso por CPF. Para cadastrar

Jogos complicam trânsito próximo ao estádio e atrasam ônibus

é o mercado imobiliário, começou a pedir em seus imóveis valores fora da realidade, principalmente os de locação”, diz. Apesar do aumento no valor dos imóveis para venda, os valores estipulados pelas construtoras, antes do mundial, basicamente

GABRIELA FERREIRA chega a demorar mais de MARCELA VILELLA duas horas para chegar em casa” ressaltou ela. A projeção do governo Após a Copa, o transera que 82% dos torce- porte público voltou ao dores chegassem à Are- normal. Para chegar à na Corinthians por meio Arena Corinthians, de carro do transporte público. ou transporte público, O serviço deu conta do demora-se muito, já que recado e levou o público o Expresso Copa já não ao estádio. Porém, com o funciona mais. fim da Copa, a realidade E não é só na chegada é outra. Para a auxiliar de ao estádio que há proenfermagem Josy Olivei- blemas. Para sair de lá, ra, 39, a construção do principalmente nos dias estádio fez com que tudo que o jogo começa às piorasse no bairro em que 22h, os torcedores sofrem. vive, já que em dia de Segundo o Metrô, o horájogo as várias alterações rio de funcionamento foi e bloqueios no trânsito estendido até meia noite prejudicam o trajeto de e meia. Mas para alguns quem precisa voltar para torcedores e para quem a casa. “Em dias de jogo, trabalha em dias de jogo, a condução fica terrível, isso não foi suficiente.

preço normal. “Restou com o Ministério Público só frustração para os Estadual, que previa o permaneceram iguais. Já especuladores”. pagamento de R$ 12 o mercado imobiliário milhões pelo uso do praticado por terceiros terreno. Pelo acordo, A conta continua alto, por ainda A prefeitura de São o pagamento deve ser haver obras de interven- Paulo criou uma comissão feito até 2019, mas R$ 4 ção urbana local. Ferreira para cobrar do Corinthians milhões devem ser pagos acrescenta que como a as contrapartidas sociais neste ano. A prefeitura Copa não trouxe nenhuma relacionadas à construção sugere a construção de rentabilidade anormal, o do estádio. Em 2011, o creches e equipamentos mercado voltou ao seu time firmou um acordo esportivos públicos.


2014 || outubro

pós-copa || 09 Falta de segurança preocupa a vizinhança da Arena Habitantes ainda não confiam no policiamento do bairro, que foi reforçado para a Copa THAYANA ALVARENGA policiamento reforçado para o evento não foi Nem tudo foi positivo suficiente para evitar com a chegada da Copa assaltos além dos arredo Mundo ao bairro de dores do estádio. Aguinaldo Barbosa, 46 Itaquera. De acordo com dados divulgados pela anos, mora há mais de duas Secretaria de Segurança décadas em Itaquera e, Pública do Estado de São apesar de nunca ter sido Paulo (SSP-SP), em maio, roubado por lá, fica atento mês que antecedeu a principalmente em áreas abertura da Copa, a situa- distantes do estádio. “A ção de roubos registrada maioria dos casos de furto em Itaquera era de 189 que acontece é longe da casos. Após o início do Arena, sempre em pontos Mundial, em junho, esse nos quais a polícia não cobre. número subiu para 243 Isso porque eles só ficam e, em julho, continuou em torno do estádio, para crescendo para 257 casos. garantir o deslocamento Os dados refletem que o da torcida”, afirma.

Em contrapartida, o estudante Rodrigo Silva, 20 anos, que mora no bairro desde que nasceu, considera a construção do estádio como algo positivo, apesar da falta de segurança. “A acessibilidade melhorou muito. Antes eu demorava 15 minutos da estação até minha casa e atualmente, em dias normais, não passa de três. Sem contar a valorização dos imóveis. O único problema está em dias de jogos. Por conta dos assaltos, a polícia reforça a vigilância próximo ao estádio e o

restante fica à mercê de bandidos e também de vândalos das torcidas organizadas”, destaca. Procurada pela reportagem, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que, por motivos operacionais, de estratégia e de segurança, os detalhes das operações policias não são informados. Além disso, disse que o procedimento adotado nos dias de jogos são os mesmos de quando as partidas eram realizadas no Pacaembu.

FERNANDA NASCIMENTO

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Mesmo durante a Copa, quando a segurança foi reforçada, roubos aumentaram na região

Hospedar Seleção Belga trouxe poucos benefícios para Mogi das Cruzes FERNANDA NASCIMENTO

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Os benefícios estruturais são poucos, mas Mogi poderá ter intercâmbio com a Bélgica

FERNANDA NASCIMENTO Em Mogi das Cruzes, anfitriã da seleção da Bélgica durante a Copa do Mundo, a sensação após o Mundial é que o poder público podia ter feito mais. Apesar de a Prefeitura alegar que as obras de recapeamento e pavimentação de algumas vias do bairro já estavam programadas, o fato é que elas só saíram do papel às vésperas do evento. Porém, a assessoria de imprensa da prefeitura afirma que a parceria com o consulado belga

pode resultar em um intercâmbio cultural entre a cidade e o país europeu. Segundo a assessoria, “há a possibilidade de que Mogi tenha uma cidade-irmã na Bélgica, como já acontece com duas cidades no Japão, Seki e Toyama”. A parceria também gerou bolsas para cursos online de idiomas para alguns alunos da Rede Municipal de Ensino. Para moradores como a teleatendente Claudiane Paula de Miranda, 25, que mora em Jundiapeba desde que nasceu, as obras no distrito não tiveram grande impacto no dia-a-dia. “Só

percebi as ruas recapeadas, mais sinalização e guarda de trânsito”, afirma. Já Carlos Henrique Baio, 52, que mantém um estabelecimento no ponto central de Jundiapeba e também é morador do bairro, diz que as mudanças do bairro o prejudicaram. “O comércio simplesmente parou. A mudança no sentido da via acabou por diminuir o movimento da loja”, conta o comerciante. Quem mais saiu ganhando durante o mundial foi o Paradise Resort, anfitrião da seleção europeia. O resort investiu cerca de R$ 2,5 milhões em estrutura e

treinamento dos empregados para receber os belgas. Para eles, o investimento valeu a pena. Segundo o diretor comercial do empreendimento, Ricardo Aly, “o resort esteve sob os holofotes do mundo inteiro. Pudemos expor nossa excelência em atendimento e estrutura”. Para Aly, Mogi também ganhou muita visibilidade e pode redescobrir algumas potencialidades. “Acredito que a exposição de nossa cidade atua diretamente no orgulho e autoestima dos mogianos, além de impulsionar muitos negócios por aqui,” afirma.


outubro || 2014

10 || mobilidade Cidade cresce e ganha engarrafamentos de metrópole Congestionada, Mogi irá investir 390 mihões nos próximos anos para desafogar o trânsito MARIA MÁXIMO

» BEATRIZ BARROS MARIA MÁXIMO MARCELO SOUZA Mogi das Cruzes, a cidade mais populosa do Alto Tietê, com aproximadamente 415 mil habitantes, enfrenta diversos problemas de mobilidade urbana. Nos últimos dez anos, a frota de veículos de Mogi das Cruzes cresceu 145% e o movimento de pessoas vindas de outras cidades é intenso. O crescimento não se dá apenas pelo desenvolvimento populacional; é causado também pela expansão industrial, pelo fato de a cidade abrigar as duas maiores universidades da região e por ser rota para o litoral norte.

O motorista que trafega por Mogi das Cruzes encontra um cenário urbano parecido com o das grandes metrópoles. É preciso se acostumar com vias estreitas, trânsito lento, tráfego intenso de caminhões, carretas e ônibus e um dos principais problemas, que são passagens de nível com cancelas que interrompem a circulação de veículos toda vez que algum trem cruza a cidade. São cinco passagens, o que dificulta seriamente o trânsito. “Eu acho que a pior via é a Cabo Diogo Oliver. No horário entre meio-dia e 13 horas, chego a ficar parado por até 30 minutos, por causa do trem que passa com frequência e a cancela não

abre”, relata o pediatra Gilberto Kato, 53. No entanto, projetos estão sendo discutidos com mais intensidade desde setembro de 2013, quando aconteceu o 1° Seminário de Mobilidade Urbana, evento que propôs avanços para o sistema viário do município. Nos próximos anos, haverá investimentos de aproximadamente R$ 390 milhões, com apoio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. “Obras como o recapeamento da Via Perimetral, a construção do viaduto na Cabo Diogo Oliver, o Complexo Júlio Simões, inaugurado em 30 de agosto e que vai aliviar o trânsito na Via

Mogi das Cruzes, maior cidade do Alto Tietê, ganha aproximadamente 200 mil veículos por ano

Perimetral sentido Mogi-Bertioga, irão facilitar a vida de quem passa pela cidade”, afirma o secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Transportes, Fábio Marcelo Vega. Ele ainda afirma que a implantação da “Onda Verde” (semáforos sincronizados) tem ajudado a dar mais fluidez ao tráfego. Já a construção dos viadutos de Jundiapeba e da avenida Cavalheiro Nami Jafet sobre outras duas passagens de nível, que podem por fim ao antigo problema no entorno das passagens, ainda está sem previsão de início e aguardam aprovação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Prefeitura de Mogi promete melhorias no trânsito com nova lei de zoneamento GABRIELA DE OLIVEIRA MARIA JAISLANE VERÔNICA GONÇALVES

A expansão imobiliária em Mogi das Cruzes é apontada como uma das principais causas para os problemas de trânsito. Na busca por soluções para o problema, a prefeitura está elaborando uma lei para regulamentar os grandes Pólos Geradores de Tráfego, e o impacto deles sobre a mobilidade urbana. “O objetivo da lei é melhorar a qualidade de vida, não só dos moradores, mas também dos munícipes

que utilizam as vias afetadas. Queremos que o impacto seja positivo e também um indutor de desenvolvimento”, afirma Priscila Freire, diretora do Departamento de Trânsito da prefeitura de Mogi das Cruzes. Enquanto a lei não é aprovada, a prefeitura faz acordos com os empreendedores, para que eles realizem obras que melhorem a mobilidade próximo aos empreendimentos. Devem ser criadas novas vias, instaladas placas sinalizadoras e semáforos em alguns pontos da cidade.


2014 || outubro

mobilidade || 11 Empreendimentos imobiliários podem piorar o trânsito Sem nova lei de zoneamento, contrapartidas públicas das construtoras ainda são tímidas LUIZA VALENTE

LUIZA VALENTE NATAN LIRA Até o final de 2016, o bairro do Mogilar receberá mais 1.100 novos apartamentos e um hipermercado. O bairro já tem o trânsito mais caótico da cidade, por estar próximo a duas universidades, mais de 10 condomínios residenciais e um shopping. A ausência de uma lei de zoneamento atualizada (a última foi aprovada em 1982) dificulta a regulamentação das novas construções. Segundo Nídia Fátima Cristóforo, secretária-adjunta de Planejamento e Urbanismo da prefeitura de Mogi das Cruzes, a nova lei de zoneamento está sendo finalizada. A aprovação deve ocorrer somente em 2015. “A Secretaria de Uso e Ocupação do Solo está revisando toda a lei e fazendo alterações”, afirma Cristóforo. Em seguida, a nova lei será apresentada à população em audiência pública e depois será votada na Câmara Municipal. Enquanto isso, as contrapartidas de melhorias dependem do que as construtoras oferecem. Se aceitas pela Secretaria de Transporte e Planejamento, elas são

cardápio cultural Trio Aperto de Mão faz música de qualidade

EMANUELA SANTOS

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Empreendimentos habitacionais se tornam pólos geradores de trânsito

fixadas num Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). As construtoras responsáveis pelos empreendimentos no Novo Mogilar se comprometeram a alargar as vias e criar mais uma rotatória no bairro. Porém, conforme verificado pela reportagem do Página UM, não há espaço para ampliação das principais vias. O arquiteto José Barca Mello, residente no Mogilar, acredita que as mudanças podem até ser válidas mas são insatisfatórias porque não resultam de um plane-

jamento amplo. Com a nova lei, é provável que as construtoras tenham que fazer novas adaptações. “Muitos detalhes podem dar errado”, afirma. Para ele, a região já está caótica e as mudanças servirão apenas para dar espaço ao acréscimo de no mínimo 1.100 novos carros no bairro. O arquiteto aponta os trilhos de trem como um grave problema do trânsito em Mogi, argumentando que só o alargamento das vias é insuficiente para resolver o problema da circulação.

EMANUELA SANTOS; LILIANE FERREIRA; PAULA DIAS

om mais de uma década de estrada, o Trio Aperto de Mão, formado por Yrapoan Gidal Junior (vocal e pandeiro), Eurico de Souza (cavaco) e Dudu Mendonça (violão de sete cordas) tem como repertório canções da Música Popular Brasileira. Anteriormente Eurico e Dudu faziam parte do grupo “Caixinha de Fósforo”. “Com o tempo, fomos nos Associação Opereta difunde destacando até que decidimos sair e formar o Trio”. O Aperto de Mão arte e cultura em Poá se apresenta em casas como CanAssociação Cultural Opereta oferece tagalo, Soberano, Norival e outros diversas oficinas para a população. palcos do Alto Tietê. Contatos pelo Teatro, música, fotografia, dança e telefone 11 95331-9195. muitas outras atividades fazem parte do cardápio. A cidade conta ainda com Megandra Empório peças criadas pelos próprios alunos Cultural: sustentabilidade da Associação e apresentadas gratuie cultura de paz tamente para a comunidade. Música e artes cênicas são as atividades mais Megandra Empório Cultural procuradas pela população. As releivisa despertar os valores turas de obras famosas são o ponto de sustentabilidade e cultura forte entre as produções. Rua Dr. de paz. Localizado em GuaraEmílio Ribas, 168. Tel. 11 4696-2700. rema, no bairro de Luís Carlos, o ambiente ecologicamente Cultura de rua para todos sustentável oferece cursos como hip hop acaba de ganhar um novo biomovelaria, yoga, palestras e espaço. Inaugurada no fim de agosto, cursos ligados à filosofia, além a Casa do Hip-Hop, em Mogi das Cruzes de massagens e tratamentos pretende dar uma nova cara ao gênero. O holísticos. O Empório procura espaço promete ampliar do movimento praticar o comércio justo na e mostrar novas caras. Haverá oficinas, comercialização de peças de palestras, ensaios e treinos e uma biblioartesanato feitas por pessoas teca com cerca de 500 títulos sobre arte da comunidade. Um café com gráfica, fotografia e clássicos da literatura produtos orgânicos complebrasileira, tudo voltado para o gênero. menta as instalações. Estrada A Casa fica na rua Coronel Cardoso de Municipal Argemiro de Souza Siqueira, 48, no Centro. Melo, 350, bairro Luis Carlos.

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MURILO HIDEKI Aluno do 6ยบ Semestre de Publicidade e Propaganda da UMC


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