Página UM 93

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Mogianos têm uma das melhores pistas de skate do país

Quer relaxar ou prefere

vitória fiel

Se o que você precisa é tranquilidade, então seu lugar é o Pico do Urubu. Já se quiser aventura, então deve ir ao Pico do Urubu. A magia do local agrada a todos. Página 10.

bruna ferreira

altas doses de adrenalina?

O Mogi Skate Park, localizado no Mogilar, está entre os melhores circuitos brasileiros. O local já sediou importantes competições nacionais. Página 3

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes ||| Produzido pelos alunos do 4º período ANO XVI ||| NÚMERO 93 ||| DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ||| paginaum@umc.br

niedja araújo

carolina kiuchi

Deficiência física não incapacita para esportes

LANNA MESQUITA

O templo localizado no Parque Santa Rosa, em Suzano, atrai visitantes de lugares distantes interessados na tradição oriental. Página 8

Suzano está construindo arena multiuso. Há 20 anos

JEFERSON VERAS

Evelyn Vieira, paratleta da equipe do Sesi-Suzano, prova que deficiência física não impede a prática esportiva. Dona de medalhas conquistadas inclusive no circuito internacional, declara que realizou muitos através da bocha adaptada. Página 14

Templo budista pouco conhecido dos suzanenses atrai centenas de turistas

O que está acontecendo com os parques de Mogi das Cruzes?

Os parques de Mogi das Cruzes não são mais os de antes. A manutenção deixa a desejar e não há programação adequada para atrair frequentadores. O que está acontecendo? Página 5

Tudo que a população tem, até o momento, é o “esqueleto” – forma como a estrutura ficou conhecida. Embora a prefeitura afirme que as obras continuam, moradores da região dizem que as máquinas apenas passeiam pelo terreno. Leia a reportagem da Página 9.


Ano XVI / N 93 || 2015

02 || opinião artigo

editorial

Esporte, lazer e turismo: a vocação do Alto Tietê Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes

ANO XVI – Nº 93 Fechamento: 7/12/2015 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Avenida Doutor Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 – CEP: 08780911 – Mogi das Cruzes – SP Tel.: (11) 4798-7000 E-mail: paginaum@umc.com.br * * * O jornal-laboratório Página UM é uma produção de alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso. Esta edição foi produzida pelos alunos do 4º período. Professores orientadores: Prof. Elizeu Silva – MTb 21.072-SP (Edição e Planejamento Gráfico); Profa. Agnes Arruda (Textos); Prof. Sérsi Bardari (Textos). Projeto gráfico: (Alunos do curso de Design Gráfico da UMC): Felipe Magno, Fernanda Roberti, Rafael Santana, Gabriel Aparecido e Rian Martins. Orientador: Prof. Fábio Bortolotto * * * UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – UMC Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo Reitora: Profª. Regina Coeli Bezerra de Melo Vice-Reitora: Profª. Roseli dos Santos Ferraz Veras Pró-Reitor de Campus (sede): Prof. Claudio José Alves Brito Pró-Reitor de Campus (fora da sede): Prof. Antonio de Olival Fernandes Pró-reitor de Pesquisa, Pósgraduação e Extensão Prof. Miguel Luiz Batista Júnior Diretor Administrativo: Luiz Carlos Jorge de Oliveira Leite Coordenadora dos Cursos de Design Gráfico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda: Prof. Ms. Agnes Arruda

Nesta edição do Página UM o leitor encontrará reportagens sobre esporte, lazer e turismo no Alto Tietê. São temas interligados que, isoladamente ou em interseções, promovem desenvolvimento econômico para a região e integram o indivíduo ao ambiente. No Brasil e no mundo, o setor de turismo apresenta números robustos que dão conta da sua importância na vida contemporânea. Dados do Ministério do Turismo consolidados em 2013 mostram que naquele ano o setor obteve receita equivalente a mais de R$ 25 bilhões (valores atua­lizados). Empresários e gestores públicos da região têm se unido em associações e agências de fomento visando a descoberta de soluções economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis. Essas lideranças empresariais veem na região uma vocação natural para a exploração dessas áreas. De olho nesse ambiente macro, os alunos-repórteres do Página UM foram a campo a fim de identificar opções de lazer, iniciativas esportivas e curiosidades turísticas da nossa região, para apresentá-los aos leitores. Descobrimos muitas coisas interessantes. Da “velha senhora”, a maria-fumaça que voltou a circular num charmoso passeio entre as estações de Guararema e Luís Carlos, às aventuras radicais na Pedra do Estudante, em Suzano; das manobras sobre rodinhas no Mogi Skate Park à tranquilidade do templo budista em Suzano; da disputa de bocha paraolímpica à velocidade do Drift Trike em Arujá, o leitor terá um panorama amplo das possibilidades da nossa região. Jornalismo, contudo, não deve ser reprodução de informações oficiais. O que se espera é que seja capaz de olhar criticamente a realidade social e apontar aspectos que devem ser melhorados. Nessa perspectiva, o leitor encontrará questionamentos quanto à gestão dos parques públicos de Mogi das Cruzes, bem como à construção da arena multiuso de Suzano que já dura 20 anos. Desta forma, procuramos cumprir a missão máxima do Jornalismo, que consiste em se colocar a serviço da sociedade. (Seu feedback é muito importante para nós. Envie suas impressões para o e-mail paginaum@ umc.br). Boa leitura.

•DA COORDENAÇÃO•

Quando o TCC não é a última coisa a ser feita Agnes Arruda* Quando concluímos alguma etapa importante de nossas vidas, como os alunos que recentemente entregaram e apresentaram seus Trabalhos de Conclusão de Curso, a sensação de alívio pela missão cumprida é uma frequente. No caso do TCC é uma coisa louca. A gente não sabe se ri, se chora, se abraça a mãe, o pai, o namorado, o cachorro, os colegas de classe ou o professor da banca. Fica meio bobo por um tempo e publica com pressa na internet qualquer coisa – foto, selfie, textinho, textão, tanto faz – com #ACABOU. A ideia é oficializar logo aquele momento para que ele não escape. Não é por menos. No último ano de seus cursos, esses estudantes se entregam de cabeça a seus projetos. Palavras como metodologia, fundamentação teórica, orientador e ABNT fazem parte de suas rotinas tanto quanto a prática de ir a campo, interpretar a realidade sobre o recorte proposto e traduzi-la em um projeto que seja consistente o suficiente para os qualificar com PROFISSIONAIS. É de ficar aliviado mesmo. Por outro lado – e sinto muito se o que vem a seguir destruirá sua felicidade –, contrariando o que muita gente pensa, entregar e apresentar o TCC não é ponto de chegada, mas sim de partida. Isso porque o trabalho não é construído somente nesse ano intenso que descrevi acima. Pelo menos não é o que se almeja para os alunos de Design Gráfico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UMC. O Projeto Pedagógico dos nossos cursos foram construídos para que todos os períodos da graduação sejam aproveitados na construção não apenas de um projeto final, mas sim de um profissional apto para o mercado, prático ou acadêmico. Aliadas às bagagens dos próprios alunos, as competências e habilidades desenvolvidas nas mais diferentes disciplinas devem permitir reflexões sobre a atuação profissional ética, bem como sobre a importância social de suas atividades, dando então aos estudantes as ferramentas para, a partir de formados, seguirem seus próprios caminhos. Dentro desse contexto, o Trabalho de Conclusão de Curso se torna, então, uma preparação para esses caminhos a serem trilhados; um ponto de partida para que esses antes alunos, agora profissionais, devidamente instrumentalizados, ocupem os escritórios, as agências e as redações da vida cientes de que a estrada percorrida até então foi um preparatório. A prova de fogo vem a seguir. *Professora-coordenadora dos cursos de Design Gráfico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UMC. agness@umc.br.


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esporte, lazer e turismo

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Pista mogiana de skate está entre as melhores do país O Mogi Skate Park, localizado no Mogilar, já recebeu atletas consagrados que aprovaram a pista Bruna Ferreira

Conheça as sete melhores pistas de skate do Brasil Lyamara Alves Localizado no Complexo

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Em 2014, a pista do Mogilar sediou a última etapa do campeonato brasileiro de freestyle, com 50 atletas inscritos

Bruna Ferreira O esporte de se equilibrar sobre a prancha de madeira com rodinhas ganha mais praticantes a cada dia. Inaugurada em 2012, a pista Mogi Skate Park, no Mogilar, procura atender essa demanda e incentivar a prática do esporte na cidade. A pista já recebeu grandes nomes do skateboard, como o ex-campeão mundial Rony Gomes e o norte-americano Eric Dressen. Ela está entre as melhores do Brasil, trazendo para a cidade

alguns campeonatos de skate. “Sou novo no mundo do skate, e pretendo adotar esse esporte como profissão, e a pista está me ajudando muito”, diz o estudante Julio Costa, de 16 anos. As aulas para iniciantes ocorrem de terça a domingo, das 8h às 10h, e de terça a sexta das 14h às 16h. Em 2014 a cidade sediou a última etapa do campeonato brasileiro de freestyle, com 50 atletas inscritos. Freestyle é uma modalidade em que o skatista apresenta várias

manobras no chão em sequência. O mogiano Matheus Souza, de 19 anos, foi campeão na categoria amador e diz que é muito gratificante ter uma das melhores pistas do Brasil na cidade em que vive. “Isso me ajudou muito na evolução com o skate”. A pista fica aberta de terça-feira a sábado, das 8h às 22h; aos domingos, das 8h às 20h. Às segundas-feiras, o local permanece fechado para manutenção. A turma Old School, acima dos 35 anos, conta com ho-

rário especial nas terças e quintas, das 20h às 22h Para utilizar o espaço é necessário fazer um cadastro na Secretaria de Esportes de Mogi. Menores de 18 anos precisam entregar uma autorização assinada pelos pais ou responsáveis, enquanto os menores de 12 anos somente podem utilizar a pista acompanhado dos pais ou responsáveis. Mogi Skate Park: Av. Professor Ismael Alves dos Santos, 560 – Mogilar. Telefone: 4798-5104

Quer saber quais são as melhores pistas de skate do Brasil? Confira! 1-Tatu Skate Park, Rio de Janeiro (Pista Madureira): Segunda maior pista do país, com 3.850 m². Conta com obstáculos e modalidades banks, bowl, mini-ladeira para downhill e um circuito para street com corrimões, escadas e obstáculos variados. 2-Pista Municipal de São Bernardo do Campo (Parque da Juventude): Inaugurada nos anos 1980, é considerado o maior e melhor skate park público do Brasil, com 5,5 km2. Já recebeu grandes eventos, como o Campeonato Brasileiro de Street Amador em 2012. 3-Skate Park do Cocó, Fortaleza, Ceará: Famosa por ser um skate park de ótima estrutura, com 1.200m2 de extensão, a pista é completa. Feita de concreto com acabamento em granilite, já recebeu grandes eventos como o Ceará World Cup 2012. 4-Mogi Skate Park, Mogi das Cruzes, São Paulo:

Esportivo “Professor Hugo Ramos”, possui equipamentos para skate e patinação. A pista conta com local para street, com obstáculos como corrimões e rampas, além de dois bowls. 5-Pista de Skate de Nova Lima, Minas Gerais: Inaugurada em 2012, é atualmente a segunda maior pista de Minas Gerais. Localizada num clube campestre, mede com 1,1 km2. O espaço é aberto ao público e também recebe competições. 6-Pista de Boiçucanga, São Sebastião, São Paulo: A pista pública de Boiçucanga foi inaugurada em 2008. Cheia de obstáculos de street integrados a um banks, oferece uma vista incrível para o mar. 7-Pista de Skate do Parque de Mangabeiras, Belo Horizonte, MG: Localizada em Belo Horizonte, possui como principal destaque a pista em estilo half-pipe, com 317 metros quadrados e quatro metros de altura, além de cinco níveis diferentes de descida.


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04 || esporte, lazer e turismo Pedra do Estudante tem aventura para todas as idades Localizada em Suzano, a pedra possibilita a prática de trilha e de rapel para iniciantes Fotos: Fernando Bomfim

Marina Doi A região do Alto Tietê é rica em atrações turísticas e de lazer, sejam elas no ambiente urbano ou rural. Em Suzano, uma obra da natureza une beleza e possibilidade para prática do esporte de aventura: a Pedra dos Estudantes. Localizada na Fazenda Viaduto, a Pedra de 25 metros é considerada pelos aventureiros um ótimo destino para quem deseja praticar trilha e rapel de nível fácil. Também é indicada para as pessoas que desejam conhecer as modalidades. O percurso na trilha principal dura, em média, 20 minutos. Já o rapel, com dificuldades variadas, reserva emoções para o praticante. “É uma pedra escola, na qual é possível os três níveis de rapel: ângulo, parede e negativo. São todas as descidas de rapel em uma pedra só”, explica Wellington Carvalho, sócio de uma empresa especializada em turismo de aventura. “A sensação é maravilhosa. A Pedra dos Estudantes é perfeita”, afirma Jaqueline Ricarte, de Ferraz de Vasconcelos. Além da emoção, a Pedra dos Estudantes proporciona um belo cenário natural. Dela, é

Drift Trike, o esporte que conquistou Arujá Ricardo de paula

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Thaís Serpa A Pedra dos Estudantes proporciona lazer com um belo visual do Alto Tietê

possível ver toda a região do Alto Tietê e uma triste realidade. “É nítida a diferença entre o céu de São Paulo e o da região. No lado da capital o céu é muito mais escuro, devido à poluição”, relata Emanuel Alves, instrutor de técnicas verticais. Embora seja um ótimo local para contato com a natureza e seja muito próximo do centro, poucos conhecem a Pedra dos Estudantes.

O desconhecimento se deve ao fato da pedra estar localizada numa área particular, embora acessível a todos. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Suzano, através da Diretoria de Turismo, afirmou que há projetos para que o turismo seja desenvolvido na região, inclusive, fornecendo cursos, capacitação e fomentado para que o local seja qualificado para receber turistas.

Um novo esporte vem ganhando adeptos no Alto Tietê: trata-se do drift trike, praticado com um triciclo caseiro que, em grandes ladeiras, chega a atingir 90 km/h. Algumas empresas já fabricam trikes e peças para profissionais, amadores e simpatizantes do novo esporte. A novidade chegou a Arujá em 2012 por meio dos amigos Adriano e Emerson, que a conheceram pelas redes sociais. Outros amigos também se interessaram pelo esporte e começaram a se encontrar nos fins de semana para praticar. Surgiu, assim, a equipe Maloka Trike. Atualmente a equipe conta com aproximadamente 80 integrantes, entre profissionais e amadores.

A cidade já conta com uma equipe participando das principais competições

A Maloka vem conquistando títulos estaduais, nacionais e até mundiais, em diversas categorias. Em 2013, levou o título de campeão paulista em categorias de velocidade (Speed Pró), Feminino, e na categoria de manobras (Slide). A equipe também venceu um Encontro realizado em Santa Isabel nas provas de velocidade (speed) e manobras(slide). As conquistas de 2014 incluíram o campeonato nacional no Speed Pró e feminino, paulista na categoria juvenil, campeonato Red Bull Trike Strike em duplas, Desafio Slide DTA, o Encontro em Taubaté nas provas de Speed Time e Speed Trike Juvenil. Em 2015, a Maloka conquistou a 1ª Etapa do Mundial Slide King, nas categorias Masculino e juvenil, Grande Prêmio

Morfina feminino, Red Bull Trike Strike em duplas e segue líder nos rankings paulista e nacional. Um dos fundadores da Maloka, Sidnei de Mattos Prado, atual líder do ranking paulista, acredita que o Drift Trike está se popularizando. “Cada vez há mais praticantes, mais eventos e o melhor de tudo, sendo reconhecido como tal, havendo apoio das autoridades e divulgação pelos diversos meios de comunicação”. Os encontros acontecem em vias públicas, porém em lugares mais afastados para não colocar ninguém em risco. À primeira vista o drift trike pode ser visto como brincadeira, já que o trike lembra o bom e velho carrinho de rolimã, mas é um novo esporte que promete muito mais títulos para o país.


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O que está acontecendo com os parques de Mogi? O número de frequentadores diminuiu, e os que restaram estão insatisfeitos atrações e mais cuidado com o parque. “Poderia Os parques de Mogi ter uma ciclovia aqui. das Cruzes parecem estar Além disso, às vezes o caindo no esquecimento. parque fica meio sujo”. Cada vez menos pessoas Parque Leon Feffer visitam o Centenário, Ao contrário do que o Leon Feffer e a Ilha Marabá. De acordo com acontece no Parque Cenos frequentadores, no tenário, no Leon Feffer Leon Feffer, por exemplo, não há eventos – e talvez a sensação de insegu- por isso o sumiço dos rança e a infraestrutura frequentadores seja mais precária tornam o local notado. Quem frequenta tem mais reclamações que inadequado. Marinice Wata, 63 elogios. “O parque está anos, que frequenta o meio ‘caidinho’. Parece Parque Centenário todas que ninguém cuida dele”, as terças-feiras, percebeu afirma o estudante Lucas a redução no número de Andrade, que deixou de visitantes. “Acho que um frequentar o local. Por dos motivos é a falta de telefone, Emerson Mochizuki, da Secretaria do segurança”, afirma. Marinice cobra mais Verde e Meio Ambiente, Carolina Kiuchi

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Parque Centenário, o mais bem cuidado da cidade, também tem perdido frequentadores

afirma que o parque está passando por uma série de reformas. Elas são bem vindas, pois observa-se lixo concentrado no trecho do rio Tietê que passa pelo parque, erosões em barrancos e falta de pavimentação nas trilhas. Ilha Marabá AIlha Marabá, antes visitada por excursões escolares e famílias, deixou de receber visitantes há muito tempo. Por email, Luis Felipe Uchoa, da Coordenadoria de Turismo, diz que não há previsão para reabrir o local. Segundo Uchoa, para que a Ilha volte a receber visitantes, as

trilhas precisam ser sinalizadas e a infraestrutura do local melhorada. Parque Natural Francisco Affonso de Melo Poucos mogianos sabem que a cidade conta com um parque localizado na Serra do Itapeti. Trata-se do Parque Natural Francisco Affonso de Melo, fechado à visitação desde 2008. Segundo Emerson Mochizuki, o parque foi fechado devido ao Plano de Manejo do município, que estabelece uma área mínima de conservação de mata nativa. Para visitar o Parque Natural, é preciso fazer agendamento prévio junto à administração do parque. Carolina Kiuchi

Vizinhos criam grupo para praticar esportes Nestor Gomes

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Esportistas em dia de treino, no Pico do Urubu, em Mogi das Cruzes

Carolina Crica Moradores do condomínio Aruã, em Mogi das Cruzes, acharam no esporte uma maneira de driblar a cansativa rotina do dia a dia. Há 3 anos, um grupo de 18 pessoas pratica corrida duas vezes por semana perto de casa, e nos fins de semana utiliza as rodovias da região como local de treinamento. O grupo já competiu em Mogi das Cruzes, Taubaté, Santa Isabel, Rio de Janeiro, no Chile, nos Estados Unidos e na Alemanha, entre outros lugares. “A corrida é um dos exercícios recomendados para quem busca bem estar físico e mental. Além de ser uma atividade completa, que envolve praticamente todos os

músculos, ajuda a queimar gordura e aumentar a massa muscular”, afirma Luciano Ghirelli, participante do grupo. O Gestor Esportivo Ricardo de Souza destaca que atividades físicas regulares juntamente com alimentação saudável previnem doenças e melhoram a condição orgânica geral, mas exigem cuidados. “Quem deseja iniciar uma atividade física deve primeiro passar por uma avaliação médica”. Atleta há 15 anos, Nestor Gomes buscou no esporte a forma de aliviar a pressão do dia a dia para ter melhor qualidade de vida. “Comecei a correr para aliviar o estresse e a ansiedade. Acabei me identificando com o esporte e hoje minha meta é participar de maratonas.”


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06 || esporte, lazer e turismo Bocha do SESI Suzano foca em treinos para o Rio-2016 De olho nas Parolimpíadas, atletas superam falta de patrocínio e se empenham nas seletivas DAIANE AQUINO

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Guilherme Germano Moraes, 25 anos, foi a Toronto para garantir vaga no Parapan

Daiane Aquino A lista de convocados para as paraolimpíadas do Rio de Janeiro sai somente em 2016, mas muitos paratletas do Alto Tietê vivem a expectativa de participar dos jogos do próximo ano. As modalidades com mais chances são atletismo, bocha, goalball e vôlei sentado, com as equipes masculina e feminina. Sob orientação da técnica Raquel Matias Gonzaga, 33 anos, a equipe de bocha recebe o apoio de aulas funcionais e exercícios de coordenação, além do treinamento técnico, na unidade do SESI de Suzano. Às segundas, quartas e

sextas-feiras, das 10h às 16h, são ministrados os treinos para a equipe BC1 composta por jogadores que não conseguem se locomover sozinhos e necessitam da ajuda de orientadores. Nas sextas também há atividades para atletas da BC3, composta por atletas portadores de sequelas mas que conseguem se movimentar sozinhos. A equipe conta com investimento do Governo Federal por meio do programa Bolsa Atleta, o que serve de apoio aos paratletas. Eles também contam com auxílio disponibilizado pelo SESI no valor de um salário mínimo durante um ano. Os novatos, porém, não contam

com esse benefício por ainda não terem vínculo forte com a instituição. Além disso, é necessário ser considerado atleta de alto rendimento. A Empresa Júlio Simões também dá apoio aos paratletas, contratando-os como funcionários sem que precisem abandonar a carreira esportiva. Os mais bem posicionados nos campeonatos internacionais podem ganhar bolsas de até R$ 3.100,00. O benefício é mantido por um ano, o que ajuda o atleta a manter-se no esporte e garante melhores condições sociais. Para participar das Olimpíadas de 2016, os paratletas precisam passar por etapas seletivas. A

primeira é o Campeonato Paulista, no qual o atleta deve ficar entre os vinte classificados. Depois ele precisa disputar o Campeonato Regional e ficar, pelo menos, na sexta colocação. Por último, o paratleta participa do campeonato Brasileiro e deve alcançar um dos três primeiros lugares, para só então conseguir a vaga na seleção Brasileira. A equipe de Bocha do SESI já passou pelo Campeonato Paulista e agora se prepara para o Regional, que ocorrerá de 13 a 16 de outubro em Águas de Lindóia. A grande aposta da bocha para as paraolimpíadas é o mogiano Guilherme Germano Moraes, de 25 anos. O atleta acaba de chegar de Toronto, onde garantiu boa colocação no Parapan. Guilherme se diz determinado a chegar nas Paraolimpíadas e enfrentar a equipe da Coréia, considerada uma das melhores do mundo. Os desafios para paratletas são os mesmos dos atletas não portadores de deficiência, porém o tempo dedicado ao esporte é diferente. Enquanto boa parte dos atletas de alto rendimento se dedicam exclusivamente ao esporte, com treinamento diário, os paratletas precisam trabalhar para se sustentar.

Vencer dentro e fora do tatame Evelin Yumi

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Iniciativa do professor Evandro de Paula promove a autodisciplina entre os alunos

Evelin Yumi Os moradores de Biritiba Mirim têm a possibilidade de aprender jiu-jitsu na própria cidade. Quem oferece a oportunidade é o projeto social Tatame do Futuro, que desde 2012 funciona na Associação Biritiba Mirim Futebol Clube. O principal objetivo é formar jovens cidadãos. A iniciativa é do professor Evandro de Paula, como incentivo à autodisciplina para crianças e jovens. “Para treinar tem que estar bem na escola. Aqui tem regras”, diz o professor. O projeto é mantido com eventos beneficentes. Laís Melo, 14, treina desde 2013 e se diz apaixonada pelo esporte. “Até minhas notas na escola melhoraram. Quero seguir o esporte como profissão”.

Leticia Souza, 14, conta a impotância que o esporte teve em sua vida. “Eu era muito tímida, e agora me sinto mais determinada”. Letícia exibe seis medalhas, e recentemente conquistou o seu tão esperado ouro. A primeira medalha veio logo que iniciou seus treinos no projeto, conquistada na II Copa Caiçara. Entre as que mais se orgulha, está a medalha do campeonato mundial de jiu-jitsu esportivo, no qual se destacou em sua categoria. E a medalha de ouro, da IV Copa Caiçara de Jiu-Jitsu, que aconteceu em julho deste ano. A arte marcial com um toque brasileiro conquistou muitos adeptos, e os que se indentificam com a modalidade fazem da arte um verdadeiro estilo de vida.


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Maria Fumaça 353 volta a circular em Guararema Desde 16 de outubro a “Velha Senhora” faz o percurso turístico até a estação Luís Carlos Foto: Divulgação

Turismo fortalece economia do AT

Jéssica Gidorini

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Mais conhecida como a “Velha Senhora”, o trem conta com três carros e capacidade para 150 passageiros

Geovanna Garcellan A restauração da Maria Fumaça 353, conhecida como a “Velha Senhora”, promete agitar o turismo em Guararema. O passeio inaugural marcado para 16 de outubro contou com a presença de diversos representantes políticos e convidados. Com capacidade para 150 passageiros, o antigo cumpre um percurso de aproximadamente 7 km nos finais de semana e feriados. De acordo com a Prefeitura, foram investidos R$10 milhões na restauração da Maria Fumaça e em outros reparos essenciais para o projeto “Passeio Cultural Guararema–Luís

Carlos”. Com a iniciativa, pretende-se resgatar e valorizar a história da cidade, além de fortalecer o turismo. Circulando entre as estações Central e Luís Carlos, o Passeio Cultural deve promover uma verdadeira volta ao passado, associado a atividades pedagógicas e artísticas, para contar a história de Guararema e do transporte ferroviário. Durante a programação, prevista para ocorrer aos sábados, domingos e feriados, haverá um dia reservado para passeios gratuitos oferecidos a creches e escolas, participantes de programas sociais, idosos e moradores de cidade. No primeiro passeio, ocorrido em 16 de outu-

bro, esteve presente o Ministro dos Transportes, o presidente da Frente Parlamentar de Preservação da Memória e do Patrimônio Ferroviário, o Prefeito de Guararema, e outras autoridades. Por e-mail, o prefeito revelou a expectativa pelo início do funcionamento da Maria Fumaça 353 e afirma que todas as providencias foram tomadas. “Garantimos a segurança dos passageiros e das pessoas que moram no entorno da linha”. Os valores, horários e locais de compra do ingresso serão divulgados em breve pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), responsável por toda a operação das viagens.

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Grupo de empreendedores atua para transformar o turismo rural em atividade econômica sustentável

Jéssica Gidorini As belezas naturais e a simplicidade do meio rural no Alto Tietê, atraem visitantes e favorecem os comerciantes com geração de renda. Parque Centenário (Mogi), Parque Nascentes do Tietê (Salesópolis), Parque da Pedra Montada (Guararema) e Casarão do Chá (Mogi), são apenas alguns pontos turísticos da região muito procurados seja como opção de lazer ou pela história e cultura de cada cidade. Bruna Fernandes, 20, empresária e frequentadora do Parque Centenário, diz que aprende muito durante as visitas. “Gosto das oficinas, exposições, aulas de yoga e até mesmo dos tours sobre a história da imigração japonesa”. A crescente exposição

do Alto Tietê como região turística, permitiu também, que o meio rural se destacasse. Desde 2013, a Associação dos Empresários de Turismo Rural (AsDETUR) atua para transformar o turismo rural em uma atividade econômica sustentável. A Associação atualmente conta com 18 propriedades no roteiro, entre sítios e chácaras. Além das visitas agendadas, ocorrem oficinas e palestras. Algumas propriedades hospedam os visitantes e oferecem atividades relacionadas à vida no campo. Delenar Gracia de Oliveira, proprietária do Recanto Filho do Sol e uma das fundadoras da AsDETUR, diz que a ampliação do turismo na região mudou radicalmente sua vida pessoal e

profissional “A principal mudança foi entender que é possível desenvolver novas habilidades quando enxergamos novas possibilidades. Foi assim que decidi ter meu próprio negócio. Minha visão mudou completamente”. Rosely Dias, gestora em agronegócio e responsável pela Querência Ismael e Antônia, diz que o turismo rural é importante tanto para a sociedade quanto para os produtores, pois ajuda a fixar e valorizar o trabalhador no campo de forma correta e sustentável. O turismo alavanca o desenvolvimento local e incentiva a preservação do patrimônio ambiental e cultural da região. Para mais informações, visite as páginas da AsDetur: www.asdetur. com.br / www.facebook. com/asdetur


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08 || esporte, lazer e turismo Praça das Flores, em Suzano, é refúgio contra caos Praça é bastante frequentada pelos suzanenses, que reclamam da falta de opção nos bairros Gustavo Silva

Templo budista atrai turistas para Suzano JEFERSON VERAS

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A Praça das Flores, no centro de Suzano, atrai frequentadores como Fábio, que visita o local acompanhado dos filhos

Gustavo Silva Grande e bela, a praça das flores é um dos principais espaços públicos de lazer em Suzano. Localizada no centro da cidade, ao lado da prefeitura, a praça é frequentada por moradores de diferentes bairros. A reportagem do Página UM foi até o local conversar com as pessoas para saber o que elas acham do lugar. A maioria gosta, mas reclama da falta de opções de lazer nos bairros onde residem. Fábio, 31, é fiscal de loja e mora no Parque Alvorada. Ele relata que devido ao trabalho, vai poucas vezes à praça, mas sempre que pode

leva os três filhos para passear no local. “Eu venho poucas vezes aqui, mas sempre que posso trago meus filhos porque eles adoram brincar na praça e ver os peixes” Segundo ele, no Parque Alvorada não há lugar público para as crianças. O fiscal de loja reclama do descaso dos políticos para com a população. Embora tenha que se deslocar da Vila Urupês ao centro para aproveitar a praça, o aposentado Gabriel, 60, gosta dos espaços de lazer da cidade, mas acha que eles são mal utilizados. “Os baderneiros tomam conta e depredam tudo”, diz. Enquanto muitos vão à Praça das Flores desfru-

tar o dia de folga, Joana, 22, e Carminha, 57, que trabalham segurando placas de lançamentos imobiliários nos semáforos perto da praça, utilizam o local para se proteger do sol e descansar nos momentos de folga. A praça também serve de refeitório para os trabalhadores ambulantes da região. Moradora do bairro Suzanópolis há mais de vinte anos, Carminha reclama da falta de praças públicas no bairro. “Para piorar, construíram o Rodoanel que estragou mais ainda o bairro. A iluminação pública foi prejudicada e ficou muito perigoso andar por lá depois das 18 horas”, lamenta a moradora.

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Alguns monges budistas moram no templo, conferindo ao local toda a tradição da religião oriental

JEFERSON VERAS Localizado na cidade de Suzano, o Templo Budista Nambei Shingonshu Daigozan Jomyoji, atrai cerca de 300 visitantes por mês. Construído segundo a arquitetura tradicional japonesa, com madeiras encaixadas e sem uso de pregos, o templo encanta visitantes de diversos lugares. Logo na entrada há duas esculturas do santo “Niosam”, esculpidas em madeira e medindo mais de 2 metros de altura. Dentro do templo há três capelas "Sanguendô", construídas em reverência aos santos Seiryu Gonguem, que é o santo da água, o Godairiki, protetor das pessoas e do trânsito, e Juntei

Kannon, que é o santo da saúde. No ambiente principal fica o altar do santo "Fudomyo", medindo aproximadamente três metros de altura e esculpido em um único tronco de madeira. É a maior escultura do Fudomyo da América Latina. No pátio externo, há uma escultura em pedra da santa Emmei Dizou Sama segurando dois bebês. A santa é reconhecida como protetora das mães e das crianças, e por isso é muito procurada por mulheres grávidas. Muitos monges budistas moram no templo, o que faz do local um ambiente tipicamente japonês. A natureza bem cuidada transmite muita calma e paz aos visitantes. Pessoas de diversos lugares

procuram os monges em busca de orientação para os mais variados tipos de problemas. Aos domingos ocorrem cerimônias comemorativas e cultos especiais para visitar antepassados, além do culto de Goma e do culto das Lanternas. Embora o templo já exista há mais de 40 anos na cidade, poucos suzanenses conhecem sua história. A construção foi iniciada nos anos 1960 e durou 9 anos. O nome do templo é uma homenagem ao fundador do ramo budista praticado na cidade, Nambei Shingonshu Daigozan Jomyoji. O Templo fica na Estrada dos Fernandes, 1927, Parque Santa Rosa, em Suzano. As visitas podem ser feitas todos os dias, das 8h às 17h.


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Arena multiuso de Suzano segue em construção Moradores do bairro Monte Cristo afirmam que, na verdade, obras estão paradas há muito tempo FOTOS: LANNA MESQUITA

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Moradores (abaixo) só veem o esqueleto, mas a prefeitura afirma que está dando continuidade à obra

Lanna Mesquita A Arena multiuso de Suzano, localizada no Parque Max Feffer, começou a ser construída há 20 anos mas nunca foi concluída. A estrutura conhecida pela população como “esqueleto” foi alvo de projetos apresentados por diversos candidatos a prefeito, mas continua inalterada – à exceção de algumas pichações que “decoram” colunas e paredes. Em 2014, a prefeitura firmou convênio com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para a conclusão da obra, conforme informado à imprensa local, porém, foram feitas apenas algumas análises técnicas, e mais uma vez nada foi concluído. Este ano foi apresentado novo projeto, a ser

executado pela Trópico Construtora e Incorporadora Ltda. Contudo, ainda não foi desta vez que o “esqueleto” ganhou acabamento. “É um absurdo em 20 anos a prefeitura não concluir o ginásio. Só vejo máquinas passeando no local”, afirma em tom de revolta Miguel da Silva, 40, morador do bairro. A Assessoria de Comunicação da prefeitura informa que a empresa contratada está dando continuidade à obra, dando conta de que 40% da primeira fase já está concluída. Porém, moradores do bairro Monte Cristo, próximo ao parque, questionam a informação. “Passo em frente todos os dias e não vi nada de diferente”, afirma Maria Rita, 58. Por e-mail, Wendel Freitas, técnico do União Suzano Atlético Clube

(USAC), declara que a cidade perde muito com a falta de infraestrutura para o esporte. “Ótimos jogadores de futebol estão indo para clubes grandes como Corinthians e São Paulo, sendo que poderiam estar nos auxiliando no time da cidade”. Para Wendel Freitas o ginásio seria muito importante para a população do bairro também como alternativa de lazer. “Poderíamos desenvolver muitos projetos com as crianças que ficam na rua o dia

inteiro”. Na opinião do técnico, o ginásio beneficiaria inclusive a rede hoteleira e o comércio da cidade com os eventos esportivos que atrairia. “Mogi das Cruzes, por exemplo, é uma referência no basquete porque há investimento. Isso faz falta em Suzano”. A reportagem do Página UM encaminhou por e-mail essas questões ao secretário de esportes do município, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

População cobra opções de lazer na região Letícia Santiago a realização de eventos culturais e esportivos, A ausência de lazer dariam valor à cidade", nos espaços públicos no destaca Isabella. A moradora de SuAlto Tietê está provocando desconforto nos zano, Hamaly Martins moradores, obrigados a ir Soares de Oliveira, de para outros locais, como 19 anos, ressalta que São Paulo, em busca de prefere o centro de São alternativas. Oferecer Paulo para se divertir, áreas de lazer é um de- pois lá encontra parques ver das administrações amplos e diferentes. "A municipais, que não está minha cidade só conta sendo bem executado. com o Parque Max FeAs principais queixas têm ffer com equipamentos como alvo os municípios velhos e quebrados. Não de Itaquaquecetuba e existem muitas opções". Suzano, que dispõem A ausência de acessibilide áreas públicas como dade para portadores de o Parque Max Feffer, em deficiência e a sujeira, Suzano, e o Parque Ecoló- também fazem parte das gico em Itaquaquecetuba, queixas. "O que mais me porém não oferecem incomoda no parque é a programação e infraes- sujeira, fezes de animais e a inexistência de acestrutura adequada. A skatista Isabella Gomes sibilidade". A psicóloga Sandra da Silva, 18 anos, moradora de Itaquaquecetuba, Srchewinsky afirma que explica que na cidade o lazer garante qualidade onde mora não tem local de vida, momentos prazeadequado para a praticae rosos com a família, além skate. "Temos apenas um de saúde e bem-estar. "O parque e sem a estrutura lazer é muito importante ideal". A construção de porque proporciona uma novos espaços é apontada limpeza no cérebro e como uma solução, pois os descanso mental, além moradores não precisarão de desenvolver uma sair da cidade toda vez interação social que é que quiserem opções de fundamental para todos lazer. "Um parque novo e os seres humanos".


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10 || esporte, lazer e turismo Copa de Motocross leva adrenalina a Biritiba Mirim Cerca de 500 pessoas assistiram 3ª Etapa da Copa Adrenalina de Cross Country Honda fotos: Lílian Pereira

Lílian Pereira Em agosto, Biritiba-Mirim sediou a 3ª etapa da Copa Adrenalina de Cross Country (CACC) Honda, e a 6ª etapa da CACC Kids. A competição foi realizada na pista MXKM18, uma das três do Alto Tietê. Um dos competidores, Tiago Cassaro, 9 anos, começou correr com apenas 4 anos e se iniciou nas competições aos 7. Ele foi o vencedor da última etapa de Biritiba, e vem liderando o campeonato. Outro competidor veio de Três Corações, Sul de

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A competição foi realizada na pista MXKM18, uma das três do Alto Tietê

Minas. Estevão Barros, 17 anos, chegou cedo em Biritiba e já encarou os treinos. “Esse treino ajuda a conhecer a pista e a controlar o nervosismo”, explica. Barros corre na categoria XCJ-3 Juvenil

e compete desde os 14 anos, quando ganhou a primeira motocicleta do pai. Atualmente ele lidera o campeonato na sua categoria. As mulheres também tem representantes no

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Janaína, 27, pilota desde os 9 anos

universo do motocross. Desde 2010 elas são incentivadas pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM). Janaína Souza, 27 anos, também competiu em Biritiba e garante que na hora da

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Estevão, 17, corre desde os 14 anos

corrida não há diferença entre homens e mulheres. “Alguns pilotos não admitem ser ultrapassados por mulheres, mas a gente sempre dá um jeitinho de passar”, conta. Ela começou a andar

de moto aos 9 anos e aos 12 fez a primeira trilha. Segundo a piloto, a maior motivação vem da aventura que as competições proporcionam. “Só de saber que vou participar de alguma prova a adrenalina já sobe”, garante. O motocross não é um esporte de baixo custo. Além de uma motocicleta própria para as trilhas, são necessários equipamentos de segurança. O investimento numa moto infantil pode passar de R$ 6 mil, mais pelo menos R$ 2 mil de equipamentos, como capacete, óculos, colete, botas e cintas.

Pico do Urubu atrai aventureiros e turistas em busca de tranquilidade Vitória Fiel A bela paisagem vista do Pico do Urubu, localizado no alto na Serra do Itapety, atrai turistas e praticantes de voo livre. O maior movimento ocorre nos fins de semana. As opções agradam a todos os gostos: há espaços para piqueniques tranquilos e trilhas radicais para os aventureiros. Os mogianos Clodoaldo Cardoso e Neide Oliveira frequentam o lugar por causa da vista. Levando consigo uma caixa

térmica com bebidas e alimentos, o casal decidiu passar o dia “num lugar tranquilo e rodeado por vegetação”, como disseram. Eles só reclamam da falta de cuidado. “Falta sensibilidade por parte de alguns frequentadores”, afirmam. Já Adriana Cristina e a família visitavam o Pico pela primeira vez. Embora tenham gostado muito, reclamaram da dificuldade para chegar ao local com a mãe, Maria Regina Silva, que é cadeirante.

O Pico do Urubu também oferece muitas opções para corredores, ciclistas e aspirantes ao voo livre. Segundo o piloto Alexandre Moreira, o salto de parapente é praticado no local há pelo menos 20 anos. “Nos últimos anos cresceu mais ou menos 30% a procura por saltos”, afirma. Ele alerta que, para saltar, é necessário ser orientado por instrutores qualificados. “São necessários um curso e diversos saltos acompanhados por pilotos profissionais”, afirma.

fotos: Vitória Fiel

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A maioria dos visitantes visita o Pico do Urubu nos fins de semana


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Roteiro ecológico promove turismo em Mogi das Cruzes City Tour já levou cerca de 4.200 turistas para visitar principais pontos de interesse da cidade Yasmin Castro

Vila Luís Carlos, em Guararema recebe quase 5.000 turistas nos fins de semana FELIPE SOTTAM

LUCAS CAMARGO Maria nascimento

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O roteiro ecológico ocorre durante os quatro primeiros domingos do mês, e parte do Parque Centenário

YASMIN CASTRO O Mogi para Mogianos (City Tour) é uma iniciativa da coordenadoria de turismo de Mogi das Cruzes com o objetivo de incentivar os moradores a conhecerem a própria cidade, além de mostrar a importância do turismo para as atividades econômicas do comércio local. Partindo do Parque Centenário, localizado no distrito de César de Souza, o tour ocorre às 10h da manhã nos domingos roteiro é alterado mensalmente, e os destinos variam a cada semana, sempre fomentando atividades que envolvam cultura e contato com o meio ambiente, explica, por e-mail, o coordenador de turismo de Mogi das Cruzes, Fábio Barbosa.

“Há uma avaliação prévia dos destinos e os responsáveis pelos locais preenchem um questionário para verificar a adequação das atrações à proposta do tour. Se o termo de compromisso for aceito, o ponto turístico entra no roteiro”. Implantado em 2010, o programa já recebeu quase 4.200 turistas, em grupos semanais de 26 pessoas.Segundo Barbosa, anualmente são investidos cerca de R$ 46 mil no Mogi para Mogianos. O programa tem potencial para expandir, mas a coordenadoria não pretende aumentar a verba, na expectativa de que a iniciativa privada se interesse em investir no setor. “Procuramos mostrar que há possibilidade de turismo na região”, afirma.

Para participar do tour, é necessário reservar com antecedência através do telefone (11) 47905142, ou comparecer diretamente na Ilha de Marabá, onde funciona a coordenadoria de turismo. O ingresso deve ser pago no momento do embarque, e custa R$ 5,00 por pessoa, e R$ 2,50 para cada três acompanhantes. Durante a realização dessa matéria, a reportagem do Página UM encontrou dificuldades para realizar a reserva devido à indisponibilidade do telefone informado. O coordenador afirma que outros turistas têm apresentado a mesma queixa, e que já foram tomadas providencias para corrigir o problema. tomadas providencias para corrigir o problema.

Guararema é conhecida como a "Pérola do Vale" e o "Paraíso das Orquídeas" devido às suas características interioranas. O que nem todos sabem é que a pequena cidade possui um distrito ainda mais interiorano, com características arquitetônicas do início do século XX. Trata-se da Vila Luís Carlos, que passou por um processo de revitalização de quase dois anos. Reinaugurada em 2014, a vila foi incorporada ao roteiro turístico da cidade. Segundo Odvane Silva, secretário municipal de Turismo de Guararema, doze construções foram totalmente recuperadas, quatro tiveram as fachadas restauradas e cinco foram construídas. As novas construções abrigam pontos comerciais voltados para o turismo. A Igreja de São Lourenço e a Estação de Trem são um capítulo à parte. Com a reforma, passaram a atrair muitos olhares curiosos, pois dão ao local um charme de cidade cinematográfica.

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Odvane Silva, secretário de Turismo

Moradora do bairro há mais de 10 anos, Arilda Souza afirma que depois da modernização o movimento aumentou muito. “O maior fluxo ocorre nos feriados, quando os turistas vêm conhecer a Maria Fumaça”. De fato, o movimento aumentou ainda mais a partir de outubro com a inauguração da locomotiva Maria Fumaça 353, mais conhecida como Velha

Senhora, que circula entre as estações Central e Luís Carlos. Comportando até 150 passageiros, os vagões dos anos 1930 proporcionam aos turistas um agradável passeio ao passado. Aproximadamente 5000 pessoas visitam o local nos fins de semana. Para mais informações, acesse www.guararema. sp.gov.br ou ligue para (11) 4695-1793.


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CCI de Ferraz oferece atividades de lazer para idosos Interessados devem se cadastrar na sede do CCI, de terça e quinta-feira, das 8 às 11 horas. Verônica Ribeiro

Jennifer Oliveira O Centro de Convivência do Idoso (CCI) de Ferraz de Vasconcelos é um órgão vinculado à Secretaria Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social, destinado ao público com idade a partir de 60 anos do município. O projeto oferece gratuitamente atividades de lazer e recreação. O atendimento é realizado na Avenida Lourenço Paganucci, 1.133, Jardim Pérola, de segunda a sexta-feira, entre 8 e 17 horas. O CCI disponibiliza aos frequentadores aulas de ginástica, bordado, crochê, pintura em tela, artesanato e artesanato

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No CCI são oferecidos atendimento em fisioterapia, psicologia e dinâmicas de grupo

em couro, além do curso de patchwork. Na área da Saúde, o Centro oferece consultas com fisioterapeutas e psicólogos, e dinâmicas de grupo. Para Francisca Henrique de Oliveira, titular da

Secretaria Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social, as atividades mexem diretamente com a vida dos idosos. “Oferecer atividades de lazer à terceira idade é muito importante, pois estão

relacionadas diretamente com a criatividade e a saúde deles”, afirma. Quem se interessar pelo projeto deve fazer inscrição no próprio CCI, nas terças e quintas-feiras, das 8 às 11 horas. É necessário

estar munido de cópia do RG, comprovante de residência e duas fotos 3x4. Por telefone, Cícera Francisca dos Santos, coordenadora do CCI, informou que atualmente mais de 500 idosos estão cadastrados nas atividades. Ormina Rodrigues de Oliveira Silva, 76, moradora da Vila Santa Margarida, considera o CCI uma parte importante da vida. “Venho sempre ao Centro. É um local de descontração e também de aprendizado”, explica. Pedro Vicente da Silva, 60, morador da Vila Santo Antônio, comemora a existência do projeto,

porém enfatiza que falta divulgação. “É ótimo ter o projeto, mas a informação que chega aos bairros é muito precária. Muitas pessoas deixam de participar das atividades por não saberem delas”, afirma. A secretária Francisca Oliveira afirma que a divulgação é realizada por meio de folhetos e também em encontros com a população. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 a população idosa de Ferraz de Vasconcelos contava 11.793 pessoas. Mais informações sobre o CCI podem ser obtidas pelo número 4678-8966.

População de Ferraz reclama da falta de locais de lazer na cidade Katarine Marques opções nos bairros, mas aqui não tem isso”. Newton Sposito, 56 Uma das reclamações mais comuns em Ferraz anos, da Vila Correa, mora de Vasconcelos é a falta perto de uma praça, mas reclama dos equipamentos. de opções de lazer. No centro há uma praça “São muito ruins”, afirma Já Paulo Cardoso, 61, de cultura, além do Parque Ecológico Nosso Recanto, disse que passou a freque no momento passa quentar o parque Nosso Recanto porque agora está por reformas. Entrevistada pelo Página sendo reformado, mas UM na Praça dos Traba- vê a falta de segurança lhadores, Ellen Cristina, como problema. Há ainda quem reclame 22 anos, declarou vai sempre à mesma praça da falta de bailes e de por não haver outras. shopping centers, como “Em outras cidades há o taxista Cícero Marques,

ou da superlotação do parque Nosso Recanto em dias de shows, como Nilda Oliveira de 58 anos. “A gente nem consegue fazer ginástica”, reclama. O Página UM foi ouvir, então, o titular da Secretaria Municipal de Juventude, Esportes e Lazer, Fabio Cruz de Sales, que reconhece a falta de alternativas – principalmente nos bairros. “Nos bairros isolados temos apenas algumas quadras pequenas e descobertas, que recebem um fluxo

grande de pessoas adultas que acabam inibindo os mais novos”. O secretário anunciou novos projetos, e citou como exemplo uma praça que será inaugurada no Jardim Margarida, que contará com pista de skate, área para jogos de salão, tênis de mesa, salas temáticas e espaços para ginástica e judô. “No mesmo local haverá um prédio do CRAS e espaço cultural, com anfiteatro, biblioteca, oficinas de corte, pintura e tecido”, afirma.

Ellen Cristina

Nilda Oliveira

Newton Sposito

Fabio Cruz de Sales


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Academias públicas têm professores de Educação Física São 50 academias em diversos bairros, voltadas principalmente para a Terceira Idade Amanda Mantovani

Yukiko Nakada, 79, dá exemplo de vitalidade REBECA FEITOZA

REBECA FEITOZA

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Academia pública localizada na Praça Zumbi dos Palmares, no distrito de Braz Cubas

A aposentada Adelaide Amanda Mantovani Lucas castro Correia, 80 anos, diz que adora utilizar a Academia Para os mogianos que todos os dias. “No começo buscam qualidade de a preguiça era grande e eu vida, as Academias da não acreditava que pudesse Terceira Idade são uma fazer exercícios como os ótima opção. O projeto jovens, mas hoje eu ganho foi desenvolvido pen- até da minha neta”, afirma. sando nos benefícios Dona Adelaide não tem que a prática esportiva dúvida de que começar oferece à população, prin- a fazer atividades físicas cipalmente à terceira foi a melhor decisão dos idade. Atualmente são últimos tempos. Todos os 50 Academias da Terceira dias de manhã é possível Idade (ATI) e, segundo a vê-la na academia do prefeitura, esse número Jardim Maricá. logo irá se ampliar. Roberto Noboru NakaAs ATIs fazem parte no, 62 anos, utiliza todos do programa Viva Mais os dias os equipamentos Esporte Mogi que ofe- da Rua Benedito Lopes rece aulas gratuitas com da Silva, na Vila Nova professores de Educação Mogilar. Na opinião dele Física que orientam os os equipamentos são frequentadores, dando adequados e estão sempre preferência aos idosos. em boas condições. “Já

presenciei funcionários da prefeitura cuidando da manutenção”, afirma. Nakano acha, contudo, que a lubrificação deve ser melhorada “para acabar com alguns ruídos irritantes nos aparelhos”. Cada ATI tem capacidade para atender cerca de 200 pessoas por semana e as unidades estão localizadas em praças e áreas públicas. Além das ATIs, há outras oportunidades em alguns bairros. No Centro Esportivo do Socorro, por exemplo, são oferecidas aulas gratuitas de natação, hidroginástica e judô. Na região de Jundiapeba, as aulas são oferecidas no Ginásio Poliesportivo Deputado Federal Paulo Kobayashi.

Yukiko Nakada tem 79 anos de idade, mas pela disposição e bom humor aparenta ter 20. Ela é corredora há 6 anos. Começou para se distrair e atualmente participa de competições de até 10 km. Me encontrei com ela às 8 da manhã de uma quinta-feira nublada. Achei que fosse cedo demais, mas ela considerou o horário ideal porque acorda às cinco todos os dias. A rotina de Yukiko é intensa. Mãe, esposa e dona de casa, antes de sair para a corrida matinal de duas horas, ela deixa o café pronto. As manhãs das segundas e quartas-feiras são reservadas para aulas de ginástica localizada. A primeira competição de Yukiko foi em Caraguatatuba em 2009. Sem nenhum treino ou experiência, ainda assim conquistou o 4º lugar na disputa dos mil metros. Depois desse dia ela começou a treinar e, desde então, já teve três treinadores. Atualmente, corre sozinha. As corridas, aliás, viraram um hábito: até mesmo ao mercado ela vai correndo. A família brinca dizendo que se

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Yukiko afirma que o segredo é ser persistente e ter fé

andar, ela pode cair e por isso corre sempre. Dos sete campeonatos disputados por Yukiko, ela obteve a primeira colocação em cinco. A atleta já correu em Osasco, Caraguá, Presidente Prudente e outras cidades. Correndo, realiza outras duas atividades de que gosta: fazer amizades e conhecer novos lugares. Yukiko confessa que em muitas corridas já tem certeza de que vai conquistar o 1º lugar por falta de competidores da mesma faixa etária dela. Neste ano, ela começou a correr distâncias como 7 km, 8 km e até 10 km. Quando perguntei sobre o segredo para tanta disposição, ela respondeu que é necessário comer de tudo, porém em pequenas quantidades. A

atleta recomenda também muitas verduras no cardápio e manter o peso sob controle. Para percorrer grandes distâncias, ela diz que começa devagar e vai aumentando a velocidade aos poucos, deixando para dar o seu melhor quando está perto da chegada. Segundo ela, também é importante ser persistente e ter fé. A prática de exercícios físicos na terceira idade, assim como em todas as demais faixas etárias, requer alguns cuidados. A enfermeira Daniela Aparecida Rodrigues diz que é importante consultar o médico antes de iniciar uma rotina de exercícios. Caso a pessoa perceba qualquer reação diferente, deve suspender imediatamente o exercício e procurar um médico.


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Deficiência física não incapacita para o esporte Paratleta Evelyn Vieira revela que a bocha adaptada lhe permitiu realizar muitos sonhos Niedja Araújo A prática de esporte é importante para todas as pessoas, pois ela contribui de maneira positiva para o bom funcionamento de todo o corpo promovendo desde a respiração até o bem estar psicológico. Pessoas com deficiência também podem se beneficiar da prática esportiva. Embora haja quem pense diferente, a deficiência física não incapacita as pessoas para os esportes. Praticamente todos os esportes têm categorias específicas para pessoas com limitações de movimentos. Para elas o esporte é

uma porta para diversas conquistas importantes, como autonomia, independência, e até mesmo uma porta para conseguir visibilidade na sociedade. Um exemplo disso é a estudante e paratleta Evelyn Vieira de Oliveira, de 28 anos. Evelyn tem amiotrofia muscular espinhal, uma doença degenerativa de origem genética que causa fraqueza muscular e perda progressiva do movimento. Mesmo diante das limitações, há cinco anos ela pratica bocha paralímpica. Trata-se de uma modalidade competitiva que pode ser disputada em equipes, cuja principal

finalidade é encostar o maior número possível de bolas num alvo. Jogadores com deficiências muito severas têm autorização para utilizar um dispositivo auxiliar. A paratleta Evelyn integra a equipe do Sesi-Suzano, que treina no centro esportivo da avenida Senador Roberto Simonsen, em Suzano. A equipe paralímpica de bocha do Sesi-Suzano existe desde 2011. O projeto proporciona integração de atletas olímpicos e paralímpicos, além da promoção de valores como a inclusão e a superação. É o que confirma Evelyn: “Hoje entendo que

minha missão como atleta dentro do esporte mais do que conquistar medalhas para meu clube ou meu país, é deixar um legado sobre os valores do esporte aplicados ao nosso dia a dia. A importância de ser determinado, superar as adversidades que sempre vão existir, e principalmente para as pessoas com deficiência perderem essa imagem de fragilidade que uma cadeira de rodas transmite e assumir a postura de alguém que sonha e é capaz de batalhar, construir e realizar seus sonhos. O esporte me proporcionou realizar muitos sonhos”.

Niedja Araújo

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Paratleta Evelyn Vieira durante treinamento de bocha no Sesi-Suzano

Victória Feijó

Paratletas de Mogi das Cruzes ganham Centro de Treinamento Victória Feijó Mogi das Cruzes ganhou em julho deste ano um centro esportivo para treinamento de paratletas da cidade. O centro com mais de 1.500 m2 de área construída está localizada no bairro Rodeio, e resulta de parceria com o governo do Estado. O espaço é totalmente

adaptado para atender pessoas com deficiência física, além de contar com sala de fisioterapia, cozinha e vestiários. No local são praticadas diversas modalidades esportivas, entre as quais o futebol de sete, goalball e bocha adaptada. Para participar das atividades, é necessário ir até o Centro Municipal

» Paradesportivo e procurar a professora Mônica Mendes, especializada em trabalhos com pessoas com deficiência. A especialista indicará, então,

O Centro Municipal Paradesportivo está localizado no bairro Rodeio

a melhor modalidade para cada caso. “Eu vejo o paradesporto como duas vertentes, tanto no lado social quanto no lado competitivo. O lado social

é o que a gente resgata as pessoas de dentro de casa e traz para a sociedade e para a atividade física, melhorando a vida dentro de casa e o desempenho

motor. As pessoas acabam fazendo como uma atividade de lazer, um meio de se sociabilizar.”, afirma a administradora do Centro.


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Kartismo diverte, mas exige medidas de segurança Derivada do automobilismo, a modalidade é uma alternativa para quem curte adrenalina Magda Nathia

Cinema com projeção 3D e sala vip agrada mogianos Pablo Januáro

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Kart garante altas doses de adrenalina, mas é necessário observar regras de segurança

Magda Nathia Enquanto muita gente vive assombrada por doenças causadas pelo estresse, outras adotam o lazer como forma de evitá-las. Isso mesmo: a diversão tem sido uma boa opção para quem deseja quebrar a rotina e buscar saúde. Para quem busca adrenalina, as opções são diversas, entre as quais o kartismo, ou simplesmente kart. Junção de adrenalina e diversão, ele agrada pessoas das mais variadas idades e gostos, mas pesa um pouco no bolso. Vinte minutos custam cerca de R$ 50,00. Presente no Brasil

desde os anos 1960, o kartismo está organizado em categorias de acordo com a faixa etária dos competidores. Qualquer pessoa com idade acima de 6 anos pode se tornar piloto de kart. Quem corre pela primeira sempre quer repetir. É o caso de Guilherme Mitsuo, 21, que foi ao kartódromo atraído por uma propaganda e comentários de amigos. “Eu voltarei, com certeza”, garante após a primeira corrida. Antes de assumir o volante o candidato a piloto deve receber instruções sobre o veículo e o uso dos equipamentos de proteção. Os instrutores indicam o que fazer

em caso de acidente e oferecem explicações técnicas. “Eles explicam os significados das bandeiras e das sinalizações”, diz Fabiana Ambrósio, que visitava o local pela primeira vez. Pessoas cardíacas ou hipertensas não devem se arriscar nesse esporte. Contudo, os principais acidentes envolvendo karts têm a ver com o comprimento dos cabelos. Quem usa cabelos longos deve mantê-los bem presos dentro do capacete. Como o motor é externo, há o risco de os cabelos enrolarem no motor. Foi o que aconteceu com a gaúcha Fernanda Dryer, em 2013, durante uma prova. A jovem do

Rio Grande do Sul teve o couro cabeludo arrancado. Mesmo com os riscos, durante a prova é possível ver pessoas competindo com os cabelos à mostra. No Adrenalina Kart, de Suzano, a prevenção se limitou à recomendação dos instrutores para que os cabelos ficassem “o mais escondido possível”. Outro problema são as altas temperaturas do motor, que podem causar queimaduras graves. Em relação a isso, a única instrução dada foi de não movimentar o braço direito, que fica ao lado do motor O Adrenalina Kart está instalado no estacionamento do shopping de Suzano.

Usuários gostaram das novas salas, mas acham que deveria haver outro cinema

Pablo Januáro Kauê Gomes Depois da grande espera pelo novo cinema em Mogi das Cruzes, ele finalmente foi inaugurado em julho deste ano. “Perdi vários lançamentos e estréias e a falta de tempo me impossibilitava de ir para os cinemas de outras cidades”, reclama o recreador, Lincoln Caique Santos, que se declara como fã de cinema desde os 5 anos de idade. Para ele, sem cinema na cidade, não restavam muitas alternativas de lazer. “Só sobravam parques públicos, barzinhos e praças da cidade”, afirma. O jeito era ir para São

Paulo. “Mogi das Cruzes é uma cidade de grande porte e é inadmissível ficar sem cinema, mas agora com a reinauguração das sala, tudo fica mais fácil", afirma a designer de interiores Ivete Souza Silva. Contudo, ela acha que deveria haver pelo menos mais um cinema em Mogi. Segundo o site do Cinemark, que atualmente controla as salas no Mogi Shopping, o novo cinema tem sete salas, sendo três delas preparadas para filmes em 3D e uma sala vip. A capacidade das salas varia de 79 a 383 pessoas. O horário de funcionamento é de segunda a domingo, das 10h às 22h.


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