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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes | Produzido pelos alunos do 5º período | Ano XVII | Número 95 | Distribuição Gratuita | paginaum@umc.br

Centro Cultural de Mogi abriga Clube de Xadrez Reuniões do clube incluem de amadores a competidores de alto rendimento

GUSTAVO PEREIRA

O clube funciona com apoio de voluntários. No espaço disponibilizado pela prefeitura, ocorrem treinamentos, competições e reuniões. A entrada é gratuita e qualquer pessoa pode participar. Leia mais na página 11.

Ocorrência de Aedes aegypti causa alerta no Alto Tietê As grávidas, principalmente, estão alarmadas com o risco de contágio. Isso porque o vírus zika, transmitido pelo mosquito, é apontado como causador de microcefalia. Página 3 LETICIA SAID

Projeto leva stand up paddle ao Parque Centenário, em Mogi Projeto Stand Up Para Todos oferece aulas no Parque Centenário, em Mogi das Cruzes. Segundo o instrutor Kuia Condo, o esporte pode ser praticado por qualquer pessoa. Leia mais na página 12.

EVELIN KAMIMURA

Coletivo mogiano aposta em sucesso no YouTube Friends Group Entertainment produz vídeos que misturam ação, terror, comédia e fantasia. O canal tem 20 mil inscritos. Página 6

MAGDA NATHIA

Pessoas de todas as idades podem participar do Clube. "Visamos tanto o entretenimento, como o alto rendimento e o aspecto social", diz o presidente


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opinião

2016 | Ano XVII | Nº 95

editorial

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC)

Ano XVII – Nº 95

Fechamento: 3/05/2016

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Avenida Doutor Cândido Xavier de Almeida Souza, 200 – CEP: 08780-911 – Mogi das Cruzes – SP Tel.: (11) 4798-7000 E-mail: paginaum@umc.com.br * * * O jornal-laboratório Página UM é uma produção de alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso. Esta edição foi produzida pelos alunos do 5º período. Professores orientadores: Prof. Elizeu Silva – MTb 21.072-SP (Orientação geral, Edição, Textos e Planejamento Gráfico); Prof. Guillermo Gomuci (Textos); Prof. Fábio Aguiar (Fotografias); Projeto gráfico: Andre Eiji Nihiduma; Guilherme Mendonça de Oliveira; Luis Felipe Candido Gregorutti (Alunos do curso de DG da UMC): Orientador: Prof. Fábio Bortolotto * * * UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES Chanceler: Prof. Manoel Bezerra de Melo Reitora: Profª. Regina Coeli Bezerra de Melo Vice-Reitora: Profª. Roseli dos Santos Ferraz Veras Pró-Reitor de Campus (sede): Prof. Claudio José Alves Brito Pró-Reitor de Campus (fora da sede): Prof. Antonio de Olival Fernandes Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão Prof. Miguel Luiz Batista Júnior Diretor Administrativo: Luiz Carlos Jorge de Oliveira Leite Gestora dos Cursos de Design Gráfico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda: Prof. Ms. Agnes Arruda

Somos feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos Virou lugar comum afirmar que o jornalismo nunca se fez tão necessário na nossa história. Os nossos alunos sabem que essa é uma imprecisão oriunda de uma comoção compreensível por parte da opinião pública e que o exercício do jornalismo é tão salutar na atualidade quanto sempre o foi. Ou que já se vão 400 anos desde que Shakespeare alertava sobre algo podre no reino da Dinamarca para colocar um espelho bem na frente de nossos olhos. Vários dos artigos e matérias do jornal que você tem em mãos têm pauteiros e repórteres diferentes. Nesse caso, o aluno que sugeriu o assunto a ser apurado não

é o mesmo que fez o trabalho de repórter e redator. Isso é importante não apenas porque condiz com o principal objetivo de um jornal-laboratório, que é o de emular as condições de uma redação com a maior fidelidade conceitual possível, mas também porque põe à prova o ferramental do ofício jornalístico aprendido durante toda a trajetória acadêmica até o momento. Ainda que desapareçam as mazelas, vale salientar que a figura do jornalista nunca descansará, sempre atenta e repetindo o aforismo de Émile Zola como se fosse um mantra: com o dever de falar e não querer ser cúmplice, para o bem e para o mal.

da coordenação

Comunicação e complexidade humana (ou "Porque religar os saberes é preciso") Agnes Arruda* Interdisciplinaridade tem sido a palavra-guia para o desenvolvimento das atividades de professores e alunos de Design Gráfico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UMC. Muito antes de estar na moda falar sobre pensamento holístico, hermético, a construção dos projetos pedagógicos de nossos cursos já foram elaboradas considerando a comunicação humana em toda a sua complexidade. Por isso, além de levar em conta as especificidades de cada curso, constantemente os estudantes são postos diante de situações que precisam ser solucionadas de forma integrada, e o próprio jornal que está em suas mãos reflete esse processo. Em 2015-2, os alunos de DG foram provocados a desenvolver um novo projeto gráfico para o Página UM. Para isso, foi necessário considerar características do veículo, como o conteúdo produzido pelos alunos de Jornalismo e as condições merca-

dológicas, típicas das estratégias de Propaganda. A orientação foi do professor Fábio Bortoloto, com consultoria do professor Elizeu Silva. Após toda a pesquisa e desenvolvimento da proposta, foram realizadas apresentações em bancas de avaliação, para a escolha do projeto mais adequado. Venceu a criação dos estudantes Andre Eiji Nihiduma, Guilherme Mendonça de Oliveira e Luis Felipe Candido Gregorutti, atualmente no 3º período do curso, por contemplar melhor as características e necessidades do jornal e seu público. Dessa forma, convido você, leitor, a não só apreciar o conteúdo que este jornal oferece, mas também a forma na qual ele aparece. Ela é resultado de muito trabalho dedicado por nossos estudantes e professores, e certamente pensada especialmente para você. *Professora coordenadora dos cursos de Design Grá�ico, Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UMC. E-mail. agness@umc.br

Filho resultado de estupro Tamires Vichi* No mundo, algumas das personagens que mais vêm ganhando destaque em meio a tantas mudanças sociais são mulheres: lutando por seus direitos! Salários iguais! Por respeito! Contra a violência! A favor do aborto. Opa, a favor do aborto? Todas querem ser respeitadas, não submetidas, nem sofrerem com a violência, ações que absurdamente deveriam ser algo inato. Mas quando o assunto é aborto, existe uma divisão. Contra ou a favor. Em especial, existem vidas – mãe e filho. Uma perspectiva: em São José dos Campos, interior de São Paulo, a Associação de Guadalupe, organização sem fins lucrativos e atuante em todo o país, acolhe mulheres que tenham sofrido algum tipo de violência e pensam em abortar. Segundo a fundadora Mariângela Consôli, cerca de 80% das mulheres que conhecem o projeto optam por ter seus filhos, pois são acolhidas, têm um acompanhamento psicológico, espiritual e após saírem dos cuidados da Associação, têm alternativas de sustento econômico que lhes foram apresentadas durante a estadia. As outras 20% entram em contato, mas superficialmente, mal se identificam. Outra pespectiva: segundo o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no país. O que fazemos para deter esse mal? Legalizamos o aborto? Quantas mulheres ainda serão estupradas, ou então: quantas vezes serão? Mulheres pobres e negras, que são as mais violentadas, deveriam ter o direito ao aborto? No entanto, se muitas vezes o mais básico já lhes é negado: atendimento digno nos postos de saúde, remédios; quem garante que com a aprovação de uma lei tudo será mudado? E se for? Elas terão lugar para abortar os filhos? E o necessário para viver com dignidade e não precisar passar pelo trauma de ter que decidir entre abortar ou não, isso lhes será garantido? *Aluna do 5º A de Jornalismo da UMC


saúde

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Falta de reforma prejudica atendimento em UBS Placa instalada no local anuncia reforma concluída em 2014, ao custo de R$ 313 mil. Moradores negam Jeferson Veras Os usuários da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Paulista, Suzano, se deparam com instalações que exigem uma reforma urgente. Uma placa instalada no local anuncia obras de melhorias, que, segundo moradores, nunca ocorreram. Pela placa, sabe-se que as obras deveriam ter sido concluídas julho de 2014, ao custo total de R$ 313.000,00. Márcia Silva, 37 anos, moradora do edifício em frente à UBS, não entende a finalidade da placa. “Moro aqui desde 2013 e nunca vi sequer vestígio de reforma nesse posto”, afirma. O professor Agnaldo Marcolombo, 44 anos, revolta-se com a situação. “A placa está aí de estátua, pois na prática nunca foi feito nada”. Ele mora na rua Paulo Alfredo Hilbert, que dá acesso à entrada do posto. Segundo Glaucia Silva, 27 anos, o prédio da UBS precisa de reparos na rede hidráulica, na cobertura e na pintura das paredes. Ela utiliza os serviços da unidade de saúde todas as semanas, pois está grávida. A reportagem do Página UM esteve no local e constatou problemas no piso, que dificultam a locomoção dos usuários, e bancos quebrados na área externa da unidade de saúde. Não foram localizados registros sobre a obra no Portal da Transparência da prefeitura de Suzano. A reportagem fez contato por telefone com a Secretaria de Saúde do município, e a atendente solicitou que os questionamentos fossem enviados por e-mail. Contudo, as mensagens retornaram com aviso de endereço inexistente.

FOTOS: JEFERSON VERAS

Zika Vírus causa mudança de comportamento LETICIA SAID

Na placa, constam o custo total das obras e o prazo para conclusão da reforma

Emilli Santos, gestante de 5 meses, adota cuidados contra picadas do mosquito

Leticia Said

Banco quebrado: na área interna, há infiltrações no teto e rachaduras no piso

Falta de manutenção compromete oferta de atendimento digno aos cidadãos

O Zika Vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue, febre amarela e febre chikungunya. O surto do vírus no Brasil tornou-se notícia até em jornais internacionais, porém, ainda há pessoas que não sabem como lidar com o risco. Todo cuidado é pouco. Os especialistas recomendam não deixar água parada ou lixo acumulado. É necessário usar repelente, instalar telas nas portas e janelas, manter garrafas vazias e baldes virados para baixo, limpar calhas e canos, cobrir caixas d’água e piscinas, impedir o acúmulo de água no quintal ou na rua, colocar terra nos pratos de vasos de plantas. Os recipientes de comida de animais domésticos, que normalmente ficam no quintal , também exigem atenção. Para a enfermeira Michelle Paiva, somente com mudança de comportamento será possível vencer a ameaça. As grávidas, principalmente, estão alarmadas com o risco de contágio. Isso porque o vírus zika é apontado como causador de mi-

crocefalia, embora ainda sem confirmação científica. A microcefalia compromete o pleno desenvolvimento da cabeça e do cérebro durante a gestação, causando atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez muscular. Até fevereiro deste ano foram confirmados 462 casos no país, 41 deles associados ao vírus do zika, de acordo com o Ministério da Saúde. Emilli Santos, no quinto mês de gestação, desabafa: "Me sinto refém dos repelentes, das telas nas janelas, das roupas cobrindo todo o corpo e dos inseticidas". Após a picada do mosquito, o vírus demora de 3 a 12 dias para apresentar sintomas, que são febre baixa, entre 37,8 e 38,5 graus; dor nas articulações, mãos e pés, com possível inchaço; dor muscular; dor de cabeça e atrás dos olhos; manchas vermelhas acompanhadas de coceira, que afetam rosto, tronco, mãos e pés. Os sintomas geralmente desaparecem entre 3 e 7 dias após a manifestação. No entanto, as dores nas articulações podem persistir por aproximadamente um mês.


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saúde

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Hospital amplia capacidade de atendimento Até o inicio do próximo semestre, Unidade médica passará a ter 82 leitos para dependentes químicos campus

GABRIELA DE SOUSA

Estudantes evangélicos realizam cultos na UMC FOTOS: LYAMARA ALVES

Os encontros ocorrem antes das aulas. Qualquer pessoa pode participar

Lyamara Alves Centro Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcianti tenta mudar a perspectiva dos dependentes através de reinserção social

Gabriela de Sousa Maria Francisca Thiago Caetano O Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, localizado em Jundiapeba, Mogi das Cruzes, ampliou a Unidade de Reabilitação de dependentes químicos e até o próximo semestre terá 82 leitos, para ambos os sexos, destinados ao cuidado de pessoas com dependência química. Vinte leitos, para homens, já funcionam no centro, inaugurado em 2013. A dependência química é um dos maiores problemas sociais na atualidade. Segundo o Relatório Mundial Sobre Drogas, da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado em Viena em junho de 2015, cerca de 246 milhões de pessoas já consumiram entor-

pecentes ilegais. No relatório, o diretor-geral do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Yuri Fedotov, afirma que o número de pessoas que morreram no mundo, em 2013, devido ao consumo de drogas, ultrapassa 187 mil. O hospital tenta mudar este cenário, fornecendo além do tratamento convencional, a reinserção dos pacientes na sociedade. Para o estudante de psicologia, Paulo Victorino, essas atividades são importantes na recuperação dos pacientes. “Atividades auxiliam nas terapias, pois são estímulos positivos. Os reforços naturais, como elogios, contribuem para que comportamentos como o de sociabilização voltem a ocorrer, o que ajuda no tratamento como um todo”. Paulo ainda comenta sobre o

papel das famílias no tratamento. “A família é imprescindível para os dependentes químicos, deve reforçar positivamente o adicto, para que ele se socialize com outras pessoas”. Mas nem sempre os familiares estão presentes. Wesley Pereira, estudante de Publicidade e Propaganda, que visitou o local com um grupo da igreja da qual faz parte, afirma que a participação dos familiares é quase inexistente. “Há pessoas que não têm família apoiando ou cuidando. É muito difícil”. Apesar da falta de perspectiva para alguns pacientes, Wesley relata que visitar o hospital é uma lição de vida. “É um turbilhão de sentimentos, os pacientes ficam felizes com a nossa presença, são muitas pessoas e muitas histórias”.

Quem passa pelo campus I da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) já deve ter visto um grupo de jovens realizando celebrações religiosas na alameda entre os prédios II e III. Em alguns horários, é possível ouvir cânticos acompanhados por violão. Composto por estudantes de cursos variados, os universitários evangélicos estão organizados em três grupos principais: o Dunamis Pocket, o Aviuni e o Reference. Em comum, os grupos procuram promover a integração entre estudantes que professam religiões cristãs e incentivar condutas elevadas e os sistemas de valores difundidos pela religião. A estudante Thayná Bertaiolli, que participa dos eventos há mais ou menos um ano, afirma que se sente muito bem entre os demais jovens. “Eu sempre saio edificada e feliz para me dedicar ainda mais àquilo que faço. As reuniões têm

Thayná: "Sempre saio edificada. As reuniões têm me ajudado no estudo"

me ajudado inclusive nos estudos, porque quero fazer a diferença no mundo e sei que isso será possível através da minha profissão. Além de ser um encontro de pessoas com o mesmo objetivo, ainda é possível fazer novas amizades", diz.


empreendedorismo

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Investimento em brechós vira tendência no AT Além de promover consumo consciente, esse tipo de empreendimento oferece peças únicas a preços baixos GEOVANNA GARCELLAN

Geovanna Garcellan O empreendimento em brechós é a nova tendência na região do Alto Tietê. Comerciantes da área investem na decoração diferenciada de suas lojas e oferecem preços baixos. Na maioria das vezes, contudo, os clientes são atraídos pelo consumo consciente. Mayra Leão, proprietária do brechó Espaço da Carochinha, em Mogi, explica que há 18 meses decidiu abrir a loja por ter afinidade com moda e com produtos de segunda mão. “Gosto da ideia de sustentabilidade e tenho habilidade em montar combinações. Quando pensei em ter meu próprio negócio, o brechó foi a primeira coisa que me veio à cabeça”. Para atrair clientes, Mayra dá preferência à decoração temática e organizada do estabelecimento. “Eu ofereço um ambiente limpo, organizado, decorado e aconchegante. Quero que as pessoas enxerguem o brechó de outra forma e se sintam à vontade”.­ Os preços são definidos conforme o tecido e o estilo da roupa. As opções vão dos anos 50 aos 90 e custam a partir de R$ 2. “Quanto mais vintage, mais alto o valor”. No BreChic, de Suzano, a sócia Aline Pereira da Silva Tanaki conta que sua família decidiu fechar um restaurante de comida oriental para investir no brechó. “Desde que abrimos, há oito meses, percebemos que foi um bom negócio. O movimento é muito grande. Tem muita gente interessada em peças antigas, exclusivas e com preço acessível”, afirma. Os brechós proporcionam economia de até 80% no preço das mercadorias. Por aqui, a tendência ainda está se consolidando, mas nos EUA e nos países europeus esse tipo de loja é bastante comum.

Franquias de alimentação e estética resistem à crise LETÍCIA SANTIAGO

Para especialista, empreender em franquias de alimentos pode ser vantajoso

Amanda Mantovani Letícia Santiago Ingrid Marques Mayra Leão, do Espaço da Carochinha: "Clientes têm que se sentir à vontade"

Tendência promove consumo consciente Além de bom investimento para empreendedores, os brechós promovem o consumo consciente. De acordo com a jornalista Jessica Almeida, que elaborou seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre o impacto da reutilização na sociedade e no meio ambiente, os brechós se constituem como uma prática sustentável. “Não se descartam os bens de consumo, mas busca-se a reutilização. Os impactos positivos são diversos, tanto no aspecto ambiental quanto no econômico”, explica Jessica.

Lígia de Marco, moradora de Mogi das Cruzes e consumidora de produtos de segunda mão, afirma que a sustentabilidade e a liberdade para seguir um estilo próprio levaram-na aos brechós. "Penso muito na questão político-social e ambiental de comprar coisas desnecessárias. Não sou contra o consumo de objetos novos, apenas tento avaliar se preciso, se realmente quero e se de fato vou usar. Sempre que adquiro algo, vejo se posso me desfazer de outra coisa passando para frente”. (G.G.)

O Brasil atravessa uma crise econômica que afeta o comércio em geral e, neste cenário, quem pretende investir no setor precisa tomar algumas precauções. Em um cenário economicamente desfavorável, os comerciantes adotam a inovação como alternativa. Nesse sentido, as franquias atraem os negociantes que desejam uma marca reconhecida, com público-alvo definido e na maioria das vezes com a propaganda pronta. O candidato a franqueado deve ficar atento ao tipo de franquia que pretende adquirir. O gestor de recursos humanos e capacitação profissional Paulo Rogério destaca que conhecer e entender a marca, o segmento e o público são

fatores essenciais. “O franqueado precisa desenvolver a prática de se relacionar com o público, ter liderança, ter potencial financeiro e dedicar-se ativamente à franquia”. Escolher o ramo certo para investir é uma tarefa difícil para os comerciantes, porém, neste momento de crise, os setores de estética e alimentação continuam recebendo investimentos. “Franquias desses ramos sobrevivem mais em épocas de crise. Em seguida, vem a prestação de serviços” explica Paulo Rogério. Mesmo que a ação do franqueado seja independente da atuação do franqueador, é importante ficar atento aos padrões da marca, suas atualizações e à legislação. “Investir em uma franquia é um negócio que abre portas e oportunidades, desde que seja bem estruturada e conduzida” afirma Paulo Rogério.


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empreendedorismo

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Quem quer ser um Youtuber?

opinião

Nem jogador de futebol, nem modelo. A profissão do momento é youtuber FOTOS: MAGDA NATHIA

MAGDA NATHIA Felipe Guilherme, 22, largou o emprego e decidiu se aventurar no meio digital. Há pouco mais de um ano, fundou no YouTube o canal Friends Group Entertainment. Atualmente com oito integrantes, o grupo mogiano ultrapassa 20 mil inscritos. O grupo banca as próprias produções, pois ainda não tem patrocinadores. Os integrantes se desdobram em atuação, direção, criação e edição dos vídeos. “É um projeto ousado, um sonho”, afirma Felipe. Sem apoio da família, depende dos amigos para levar o sonho adiante. Os vídeos do FGE são uma mistura de ação, terror, comédia e fantasia. Por não se prenderem ao roteiro, muitas cenas nascem durante a gravação. É o caso do vídeo “Sobreviventes”, cujo roteiro previa uma discussão de amigos sobre o uso excessivo de celular, mas acabou virando um filme sobre o apocalipse zumbi, novidade no canal. O resultado deu tão certo que agora os fãs pedem que seja transformado em série. Os fãs, ou inscritos, como são chamados, têm a oportunidade de acompanhar algumas gravações e sugerir o que querem ver no canal. Lucas Elias, um fã que gostava de acompanhar as gravações, foi convidado a participar de uma gravação e acabou sendo incorporado ao grupo. O sonho de ser youtuber não veio de uma hora para outra. O Friends se inspirou no canal australiano Racka Racka, que faz produções semelhantes. “Eles são muito mais insanos”, afirma Felipe. Em plena crise financeira, a decisão tomada por Felipe de abandonar o emprego parece loucura,

O futuro é em 3D e 1080p Carolina Kiuchi

Integrantes do FGE: a partir da esquerda, Dorival, Anderson, Felipe, Rebeca e Cinthya; agachado: Arthur

Gravação de “Sobreviventes”, vídeo que retrata um apocalipse zumbi

mas não é. Canais como “5inco Minutos”, da youtuber Kéfera Buchmann e “Parafernalha”, de Felipe Neto, são casos que deram certo. Kéfera, por exemplo, não revela quanto ganha, mas estima-se que seja mais de R$ 370 mil mensais. Felipe Neto, o primeiro youtuber brasileiro a ter mais de um milhão de inscritos, fundou uma empresa de consultoria para youtubers, a Paramaker.

O próprio YouTube disponibiliza dicas, sons e outros recursos para quem deseja ter um canal e não sabe por ponde começar. Para quem quiser ir mais fundo, o canal oferece cursos online na Escola de Criadores de Conteúdo; e quem precisa de estúdio profissional para as gravações pode utilizar o YouTube Space, localizado em São Paulo, que reúne todos os recursos de um set de filmagens.

Embora a produção seja caseira, o FGE não abre mão da qualidade

Quando soube que a Samsung, oficialmente, lançaria um celular que poderia ser acoplado a outra plataforma para se tornar uma espécie de Oculus, pensei, “quem diria”. Até o momento já havia visto outras formas de experimentar a “realidade virtual”, mas todas voltada para o mundo dos jogos. O Oculus rift (agora pertencente ao Facebook) foi popularizado pelos youtubers gamers, apresentando experiências que envolviam emoção e terror. A tecnologia 3D foi além e as simulações da realidade já fazem parte do cotidiano. Obrigatório desde o final de 2015, o simulador de volante das autoescolas é um jogo que somos obrigados a jogar. E graças a esses avanços, podemos até passear pelo interior de uma casa antes mesmo dela ser construída. O 3D permite uma nova abordagem para os compradores, além de evitar possíveis problemas futuros com design indesejável. Os “jogos” estão presentes, também, na área médica. Ano passado, o Hospital das Clínicas conduziu um tratamento para pacientes com o mal de Parkinson fazendo o uso dessa tecnologia, aplicável também em outras doenças psicológicas e fobias. Quem sabe, em alguns anos, a humanidade possa finalmente se teletransportar? Ou a euforia que seria poder imergir seu cérebro em um mundo completamente diferente; curar doenças psicológicas. Bom, que venha o futuro.


meio ambiente

Conheça o ciclo do Tietê O rio que deságua longe do mar é um dos mais importantes do país FOTOS: LÍLIAN PEREIRA

Em Biritiba Mirim, onde a poluição das águas começa a ser visível, ainda é possível encontrar peixes e pássaros no rio

Lílian Pereira O rio que nasce em meio à Mata Atlântica na pequena Salesópolis, tem muita história para contar. O Tietê, ou melhor, o “caudal volumoso”, na língua Tupi, é um dos rios mais importantes do Brasil. No século XVI, foi a primeira rota de penetração no território. Em meio a árvores, vegetação rasteira e animais, o rio que surge no "Parque Nascentes do Tietê" é bem diferente daquele conhecido pelos paulistanos. Nenhum sinal de poluição. Rodrigo Ribeiro, biólogo do parque, revela que há muitas nascentes, mas uma delas foi escolhida como principal por ser a mais distante da foz e a mais alta em relação ao nível do mar. O segundo trecho do rio começa em Biritiba Mirim, onde a poluição começa a ser visível. A a produção hortifrutigranjeira, principal atividade econômica da cidade, contribui para a descarga de substâncias no curso d'água. Segundo Ribeiro, não haveria problema se em Biritiba o Tietê já fosse caudaloso e capaz de diluir os defensivos agrícolas nele lançados. Infelizmente não é o que ocorre. Em Mogi das Cruzes, a reali-

Bairro do Toyama, Mogi das Cruzes, onde o Tietê morre por falta de oxigênio

dade começa a ficar bem pior. É a primeira cidade que descarta o esgoto diretamente no Tietê, fazendo o rio perder oxigênio. Indústrias da região também dão sua quota para a destruição do rio. Segundo Nadja Soares, bióloga da ONG Bio Bras, o problema com as indústrias vem caindo, e atualmente elas respeitam a legislação ambiental. “A fiscalização é intensa e não vemos muitas indústrias burlando leis. Pode até ser que alguma faça algo escondido, como abrir comportas de esgoto de madrugada, mas o mais grave é o esgoto doméstico despejado diretamente no rio”. Em setembro de 2015, a organização SOS Mata Atlântica colocou uma placa indicando o local onde o Tietê morre, no bairro Toyama, em Mogi.

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Cabe à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) o controle, a fiscalização, o monitoramento e o licenciamento de atividades geradoras de poluição, conforme consta no site da companhia. Procuramos, então, a agência mogiana que, por meio do biólogo Jorge Neves, explicou que as indústrias da região dispõem de sistemas de tratamento de esgoto tanto sanitário quanto industrial e que a CETESB monitora periodicamente os efluentes tratados, avaliando a eficiência do sistema de tratamento. Neves afirma que “o sistema de tratamento dos esgotos sanitários de Mogi se encontra operando satisfatoriamente”. Não explica, contudo, por que o rio morre no bairro Toyama, a apenas 56,5 quilômetros da nascente.

Ferraz sobe 214 posições em ranking ambiental Katarine Marques No ranking ambiental do Programa Município Verde Azul (PMVA) do governo do Estado de São Paulo, o município de Ferraz subiu 214 posições. A cidade, que estava na posição 568, agora ocupa o 354° lugar de 614 municípios paulistas, conforme a Secretaria Estadual de Meio Ambiente. A conquista resulta do trabalho da Pasta Verde, diz o secretário Clóvis Caetano, que assumiu a Secretaria do Verde e Meio Ambiente em fevereiro deste ano. Caetano afirma ter muitos projetos de educação ambiental a serem implementados, principalmente nas escolas. “Vamos distribuir cartilhas sobre conscientização ambiental”, garante. Para verificar a extensão do trabalho da Pasta Verde, o Página UM conversou com moradores sobre as ações voltadas ao Meio Ambiente promovidas pela prefeitura. Vitor Fagundes, 19, relata que nunca viu nenhuma ação de educação ambiental no bairro onde mora. Ele revela que atrás da casa dele há um terreno baldio com enorme quantidade de lixo. “Em casa a gente separa o lixo, nada muito especifico, apenas separamos o lixo orgânico dos demais. O resto vai tudo junto. É difícil saber como o lixo será tratado pela prefeitura, se vai ser reciclado ou jogado em algum aterro ilegal”, questiona. Aline Sobrinho, ex-agente municipal de saúde, moradora do bairro Margarida, desconhece o ranking ambiental e ficou surpresa com a posição alcançada pela cidade. “A única coisa que fazemos em casa é reciclar o óleo para fazer sabão. Acho que as pessoas só

FOTOS: KATARINE MARQUES

Moradores Vitor Fernandes (no alto) e Aline Sobrinho (centro) apontam problemas e desconhecem ações da prefeitura. Secretário Clóvis Caetano (acima) justifica dizendo que "algumas ações demoram até ser percebidas"

fazem alguma coisa quando existe algo para ganhar”, afirma. Informado de que muitos cidadãos desconhecem as medidas tomadas pelo município, o secretário justificou dizendo que algumas ações demoram até ser percebidas pela população.


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educação

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Ensino especial enfrenta problemas na região Falta formação específica para docentes, cuidadores, professores auxiliares e infraestrutura física FOTOS: JENNIFER OLIVEIRA

Para inspetora, convivência com alunos rejuvenesce YASMIN CASTRO

Professores enfrantam desafios por não receberem capacitação adequada para lecionar aos alunos especiais.

Jennifer Oliveira Cada vez mais alunos especiais estão se matriculando em escolas nas quais a maioria dos estudantes não têm deficiência. Contudo, nem sempre os professores recebem a capacitação adequada para atender estes alunos. Os docentes enfrentam diversas dificuldades. Francinete de Paula Valverde Bassi, coordenadora técnica de ensino especial na rede municipal de uma das cidades do Alto Tietê, afirma que entre as principais dificuldades estão a falta de formação específica, a ausência de cuidadores, de professor-auxiliar na sala de aula, de equipe multidisciplinar, bem como, até falta de estrutura física. Para a pedagoga Sislene Riente Ruiz Gomes, a falta de formação­do docente compromete o aprendizado dos alunos. “Os docentes não estão preparados para trabalhar com estas crianças, o que dificulta o desenvolvimento delas”, explica. Francinete Valverde defende que a melhoria no desempenho docente depende da iniciativa

VERÔNICA RIBEIRO

Apesar dos desafios, Otília Fernandes vê vantagens em ser inspetora de alunos

DAIANE AQUINO YASMIN CASTRO

“Acredito que a inclusão será comum e natural”, afirma Francinete Valverde, coordenadora técnica

“A falta de formação compromete o aprendizado do aluno", afirma a pedagoga Sislene Riente

de cada profissional. “Enquanto educadores, devemos conhecer e fazer valer a educação numa perspectiva inclusiva. Não temos mais como dizer: 'eu não sei’, ‘eu não consigo’ ou ‘eu não tenho formação para isto'. É necessário buscar as formações previstas em lei". Por telefone, Sandra Nogueira Evaristo, mãe de uma aluna com displasia frontonasal, com incapacidade para ouvir e falar, reforça que boa parte dos docentes não

tem a formação necessária para atender os deficientes. "Minha filha está matriculada em sala regular e o aprendizado que ela recebe não é adequado. Eu tenho que acompanhá-la na sala para ajudá-la em algumas atividades. diz. Apesar dos problemas, a coordenadora técnica Francinete Valverde mantém o otimismo. "Acredito que em um futuro bem próximo a inclusão será comum e natural", afirma.

As vozes jovens e eufóricas nos corredores da E.E. Washington Luís, em Mogi das Cruzes, fazem parte da rotina de Otília Fernandes há 22 anos. A agente de organização escolar, cargo antes chamado de ”inspetora”, convive com a agitação comum nos adolescentes diariamente, e diz que é preciso ser firme. “Aqui é cansativo, a escola é grande. Hoje em dia, nem todo adolescente quer saber de estudar, tem que ficar pondo na sala, e eu brigo mesmo. Não deixo ficar fora”. Otília, que era telefonista antes do atual emprego conquistado por concurso público, afirma que muita coisa mudou ao longo dos anos. “Hoje é muito mais difícil me impor. Antigamente, eles vinham à escola para estudar, mas agora virou ponto de encontro”. A rotina é estressante, mas o

sorriso da agente escolar não sofre abalos. Ela conta que poucos conseguem permanecer neste trabalho por muito tempo. “Uma professora que trabalhou aqui, e que também trabalhou em hospital, saiu dizendo que era melhor ficar com os doentinhos”, lembra. Com sensibilidade, ela tenta compreender os adolescentes. “Já explodiram bomba perto de mim. Eu fico muito triste com situações como essa, mas temos que ver o lado deles. Muitos vêm de lares desestruturados, sem amor e sem incentivo”, afirma. A agente escolar afirma que muitas vezes prefere não contar certos problemas às famílias, para não piorar a situação dos alunos. Apesar das dificuldades, Otília nem pensa em mudar de profissão e, com um sorriso, afirma que adora o que faz. “A gente rejuvenesce. Apesar do corpo estar assim, a convivência com eles deixa a gente mais jovem".


educação

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Ambiente escolar faz professores adoecerem Educadores sofrem com negação de direitos e violência no ambiente escolar. Sindicalista relata suicídio VITORIA SAMPAIO

Vitoria Sampaio Na atual crise do ensino público no Brasil, parte da sociedade atribui aos professores a culpa pelo fraco desempenho dos alunos. Contudo, o problema é muito mais complexo. Com salário de apenas R$ 10,43 por hora/aula, o professor do estado é sub-valorizado e obrigado a enfrentar situações humilhantes quase diárias, como o ambiente hostil nos quais sofre assédio moral e ameaças físicas. Segundo Eliana Nunes, dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), o atual cenário da educação pública é delicado. Um dos efeitos visíveis dessa condição é que os alunos têm dificuldade para aprender e os professores para ensinar, sendo que estes acabam responsabilizados pelo fracasso da educação. “Na verdade, são vítimas tanto quanto os alunos”, garante. A dirigente sindical expõe um quadro desanimador: "Esperam que alunos e trabalhadores sejam felizes num ambiente de prédios destruídos, merenda muitas vezes vencida, quadras de esporte necessitando de reformas, entre outros problemas. Chega a ser irônico”. Segundo Eliana, a escola deixou de ser um local acolhedor e transformou-se em prisão. “Os alunos se sentem literalmente atrás das grades’’. A professora L.A.S., 32 anos de idade e há 10 anos educadora do estado, tem uma lista de motivos para estar desanimada: as condições precárias de trabalho, a desvalorização da carreira docente, a ausência de segurança nas escolas, a falta de um plano de carreira, as ameaças dos alunos e de seus familiares, as agressões fí-

Lotação excessiva das salas é um dos problemas apontados pelos professores

sicas e verbais e a necessidade de trabalhar em diversos períodos e em unidades diferentes para conseguir um salário razoável. Eliana, da APEOESP, reforça o depoimento de L.A.S. Ela denun-

cia também que os professores encontram barreiras quando precisam de afastamento para cuidar da saúde. O site do Instituto de Assistência Médica dos Servidores Públicos Estaduais (IAMSPE),

por meio do qual os servidores devem marcar consultas, permanece inacessível por longos períodos. Quando conseguem acessar o site, os servidores não encontram vagas. Educadores extremamente doentes têm as licenças negadas nas perícias médicas, resultando em descontos de salários. ‘É uma verdadeira perseguição aos profissionais que adoecem em decorrência das péssimas condições de trabalhos’’, afirma. Segundo a dirigente da APEOSP, a doença que mais assombra os professores é a Síndrome de Burnout, conhecida como síndrome do pânico, que tem carácter depressivo. Causada por esgotamento mental e físico intensos, leva o doente ao pâni-

co e impede o bom desempenho nas aulas. “O profissional acaba visto como preguiçoso, o que intensifica o assédio por parte dos alunos, dos familiares dos alunos e da direção da escola, resultando em isolamento e desmoralização. Infelizmente, no IAMSPE os médicos raramente confirmam o diagnóstico, e a doença só se aprofunda”. Há, inclusive, ocorrência de suicídios. Um dos casos mais recentes é o do professor Limeira, relatado por Eliana Nunes. Após publicar uma série de desabafos nas redes sociais, ele teria cometido suicídio após complicações causadas por fibromialgia e ter negados seus pedidos de licença para se tratar.

sociedade

Crianças e adolescentes esperam por adoção em Poá LUCAS ALMEIDA

LEONARDO CARLOS LUCAS ALMEIDA PABLO JANUÁRIO Neste ano, 58 crianças e adolescentes esperam ser adotadas na cidade de Poá. As informações são de três órgãos de Justiça no município. Ao longo de todo o ano de 2015 foram adotados 14 jovens. Já em 2016, até a segunda quinzena de março, o porcentual aumentou, e cinco crianças já conseguiram novo lar. Há também adolescentes que estão sob a guarda com fins de adoção (estágio de convivência), aguardando a destituição do poder familiar dos genitores para o processo ser concluído. Vale destacar que atualmente há cerca de 1.385 crianças registradas para adoção no estado de São Paulo. No processo de adoção, os interessados geralmente optam

Processo pode ser lento e burocrático, para garantir proteção das crianças

pelos mais jovens, o que acaba deixando os pré-adolescentes em situação muito difícil. Odete Penteado Abrão, chefe de seção Judiciário da 2ª Vara Criminal, da Infância e da Juventude de Poá, explica a situação: “As pessoas veem mais facilidade na adoção de bebês e crianças pequenas, recém-nascidas”. Segundo ela, a procura por crianças um pouco maiores e adolescentes é quase nula. O processo de adoção conta com várias etapas que envolvem

detalhes como a documentação das crianças, o tempo de espera e determinação do motivo para a adoção. A professora Silvia Rangel passou por esse processo e atualmente é mãe adotiva. “No meu caso também houve algumas dificuldades burocráticas, mas resisti a todas, pois o nosso desejo, meu e do Celso (esposo), era receber com muito amor e carinho o nosso filho do coração. A primeira vez que o vi senti um amor tão grande que superou qualquer diferença.

Foi o que chamamos de DNA por bluetooth. Hoje, ao olhar o meu filho, tenho certeza de que na verdade nós que fomos adotados por ele. O carinho transborda.” Sofia Paixão é ajudante geral, mãe adotiva de duas crianças e afirma que a burocracia não só é necessária, mas recompensadora. “Depois de me cadastrar, tive que esperar sete anos. Tudo depende do perfil que queremos. Após esse tempo, fui informada de que que poderia adotar. Sou muito grata por ter conseguido duas crianças para a minha família. Hoje, passados quatro anos, eles estão grandes e me sinto muito bem”. Sofia não esconde a satisfação e até estimula: “Naquela época, o processo para adotar era bem rigoroso e demorado, mas simples de se fazer. Portanto, para os interessados em realizar uma ação como esta, façam! A sensação é maravilhosa.”


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segurança

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Cantada de rua é crime e pode render processo Ato configura injúria prevista no Código Penal. A pessoa assediada pode registrar queixa contra agressor Jéssica Gidorini Marina Doi Ana e Maria (nomes fictícios, para preservar a segurança das entrevistadas) enfrentam algo em comum no caminho da casa para a universidade: a falta de respeito. Elas percorrem um trajeto com casas, vias moderadamente movimentadas e um prédio em construção. É em frente a obra que o desrespeito habita. “Fiu fiu”, “olha pra mim, linda”, “maravilhosa”, e outras expressões menos educadas, as acompanham pelos intermináveis metros de calçada em frente à obra. Ana e Maria são apenas duas entre milhares de mulheres. Seus nomes poderiam ser substituídos por quaisquer outros. O Think Olga, projeto criado pela jornalista Juliana de Faria, realizou pesquisa com 8 mil mulheres de todo o país e revelou que 81% das entrevistadas já deixaram de passar por obras ou até de sair a pé por causa do assédio. “Entre a minha casa e o ponto de

ônibus existe uma obra, e eu me sentia constrangida toda vez que passava por lá pela forma como era tratada. Exausta, mudei de caminho”, revela Maria. “Tenho vontade de xingar, mas ao mesmo tempo tenho medo do que eles possam fazer se eu reagir”, conta Ana. O que muitas mulheres não sabem é que a cantada é um crime tipificado no Código Penal. Trata-se de injúria, que dá à mulher assediada o direito de prestar queixa contra o agressor. Até a empresa na qual ele trabalha pode ser denunciada, caso ocorra no ambiente profissional. De acordo com a advogada Regina Célia, tudo o que acontece dentro da empresa em horário de trabalho é de responsabilidade da empresa. “O funcionário em horário de trabalho representa a empresa, portanto, se um processo for aberto, o empregador também poderá ser implicado”, explica. O Página UM entrou em contato com cinco importantes construtoras da região para saber se

JÉSSICA GIDORINI

Se a cantada acontecer durante o expediente de trabalho do assediador, a empresa também pode ser responsabilizada

há, dentro da empresa, alguma punição para o funcionário que assediar mulheres na rua, mas nenhuma aceitou falar sobre o assunto. Todas garantiram: “Não

há nenhuma reclamação dessa natureza”. A Polícia Civil orienta que as mulheres que passarem por situações de assédio prestem queixa

no Distrito Policial mais próximo, na Delegacia da Mulher ou mesmo pela internet, no site www.ssp.sp. gov.br/nbo, na área “Injúria/Calúnia/Difamação”.

Organização cria Semana Internacional Contra o Assédio na Rua Pensando em formas de combate ao assédio contra mulheres, a organização americana Stop Street Harassment (“Pare com o assédio na rua”) criou a Semana Internacional Contra o Assédio na Rua (International Anti-Street Harassment Week). O evento acontece durante sete dias e une pessoas de diferentes partes do mundo para discutir possíveis soluções para o problema. No período determinado pela SSH, grupos de cada país participante se reúnem em locais escolhidos pelos líderes da ação no território. Pessoas de todo o mundo podem participar pelas redes sociais, usando a hashtag #EndSH, acompanhada de frases ou fotos relacionadas ao assédio nas ruas. É possível enviar ideias de como combater esse crime. Neste ano, a ação aconteceu entres os dias 10 e 16 de abril. (J.G./M.D.)

Manifestações mundiais contra assédio na rua

Afeganistão Estados Unidos

Estados Unidos

Iraque

França

Havaí


esportes

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Clube de xadrez reúne jogadores mogianos Esporte oferece benefícios para a saúde mental, além de ser uma forma de socialização e entretenimento FOTOS: GUSTAVO PEREIRA

Gustavo Pereira Gustavo Silva João Renato Amorim Fundado em 2007, o Clube de Xadrez de Mogi das Cruzes (CXMC) reúne toda sexta-feira, a partir das 19h30, jogadores de diferentes idades e níveis de rendimento para a prática do esporte no Centro Cultural da cidade. O trabalho surgiu por iniciativa do atual presidente do clube, Cláudio Tomarozi. Ele destaca a importância do xadrez na questão social que, segundo argumenta, é “fundamental”, pois proporciona benefícios para o corpo, além de ser uma boa forma de integração. “Contemplamos as três áreas: entretenimento, alto rendimento com jogadores federados que disputam torneios e o aspecto social. Os três estão entrelaçados”, afirma. Associada ao clube há quase uma década, a atual campeã brasileira da categoria Sub-16 Feminino, Isabelle Tomarozi, 17, diz que o xadrez ajuda nos estudos. “O fato de eu jogar xadrez me ajuda com todas as matérias de exatas, pois envolve concentração e raciocínio lógico”. Para Emely dos Santos, 10, jogar xadrez é uma forma de “esfriar a cabeça depois da escola”. Ela revela que gosta de jogar em dias de prova, pois ajuda a ter um melhor desempenho. A mãe da garota, Andréia dos Santos, conta que a filha aprendeu a jogar na escola e que o esporte melhorou o seu aprendizado. “O xadrez ajudou muito nos estudos, pois ela era muito dispersa. Hoje ela já não tem isso, a concentração é muito maior.” Outra atleta de alto rendimento associada ao clube é Thifanni Nakata, 17, atual campeã paulista

Cláudio Tomarozi, presidente do CXMC (no alto) diz que o esporte pode ser praticado por jogadores de diferentes idades e níveis de rendimento

Sub-18 Feminino. Com o incentivo dos pais, ela começou a jogar com 11 anos. Embora pretenda seguir carreira no esporte, no momento a jovem está mais concentrada no vestibular que prestará e em estudar bastante para ter tranquilidade durante as provas.­ Sem fins lucrativos, o clube funciona com apoio de voluntários. O espaço para treinamento, competições e reuniões é dispo-

nibiliado pela prefeitura. A entrada é gratuita e de livre acesso ao público em geral interessado pela atividade.

Serviço Centro Cultural de Mogi Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, 360 – Centro, Mogi das Cruzes, SP. Todas as sextas-feiras, das 19h30 às 22h. Entrada franca.


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lazer

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Parque mogiano é cenário de esporte aquático Em parceria com loja de surf, o Centenário abre espaço para stand up. Crianças e até idosos já aderiram

Pub torna-se nova opção de lazer em Mogi AURO SAKAI

(alunos praticando o Stand Up Paddle no lago do Parque Centenário)

Auro Sakai Lucas camargo

evelin kamimura O Parque Centenário, em Mogi das Cruzes, realiza em parceria com lojas de artigos para surf, o projeto Stand Up Para Todos. Praticado em praias e lagos de todo o país, o SUP só chegou em Mogi no ano passado. Inicialmente, as aulas podiam ser trocadas por alimentos que Kuia Condo, organizador do projeto, doava a entidades assistenciais. A partir do começo deste ano, só é possível fazer as aulas mediante pagamento. Em entrevista ao Página UM, Kuia afirma que o esporte pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente de idade ou experiência. “Até quem nunca teve contato com a prancha consegue praticar”, afirma. Os iniciantes recebem instruções e suporte de treinadores formados em Educação Física e estagiários. Renata Trigo,estilista, 35, que conheceu o SUP no litoral, diz que os lagos do Centenário são uma ótima opção perto de casa. “Venho

sempre ao parque para fazer atividades físicas e agora incluí o SUP na minha rotina de treinos”. Flávia Souza, (acrescentar idade), outra praticante do esporte no Centenário, também aprova a iniciativa. Ramiro Ferreira, aposentado, 58 anos, veio de Ouro Branco, Minas Gerais, visitar o irmão e, por indicação deste, se dispôs a expe-

rimentar o esporte pela primeira vez. “As instruções iniciais são essenciais para quem tem experiência”, afirma. A Secretaria do Verde e Meio Ambiente, responsável pelo parque, garante que a água dos lagos foi analisada e não oferece nenhum risco à saúde dos esportistas.

EVELIN KAMIMURA

O treinamento é conduzido por professores de Educação Física e estagiários

Nos últimos anos, o conceito do “happy hour” chama a atenção daqueles que preferem um ambiente mais reservado. Sem perder o clima descontraído dos famosos “barzinhos”, os pubs tomaram conta dos finais de semana e após o expediente nos dias úteis, quando seus adeptos brindam ao momento de lazer. Os pubs (ou public houses) nasceram por refugiados durante a Invasão Romana das Ilhas Britânicas, por volta de 10 a.C. e ganharam notoriedade com a regulamentação feita pelo governo inglês no funcionamento de bares abertos em todo o país em 1839. Em Mogi, o pub Three Dogs localizado no Centro da cidade, compõe um ambiente semelhante ao modelo britânico. Fernando Flores, proprietário do estabelecimento ressalta o diferencial como a oferta de mais de 50 rótulos de cervejas destiladas e artesanais, onde se destacam quatro tipos: a Lager com mais malte, a Pilsen com menos, a Pale Ale que é mais encorpada e a Wit, feita de trigo, além de ser um gastropub com os mais variados pratos, o gênero

musical predominante é o rock e as suas vertentes, que vão do rock clássico e o heavy metal do Iron Maiden, passando pelo indie rock, até ícones do rock nacional como Titãs, Charlie Brown Jr. e O Rappa, entre outros. Para quem gosta de um ritmo dançante, DJs animam os intervalos das bandas cover ao vivo, a Three Dogs é voltada ao público adulto. Fernando acredita que apesar da crise econômica, enxerga o setor com otimismo, devido a relevância do segmento às pessoas que reservam o tempo ao lazer. De acordo com Giovana Anacleto, professora de psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes, a interação por meio dos pubs e bares se encaixa numa das quatro grandes classificações desta área de estudo: a Classificação Social, onde uma pessoa busca o relaxamento em lazer no seu tempo livre por pessoas que tenham um tipo de comportamento expansivo. Geralmente, essas pessoas trabalham em ambientes fechados com pouca interação, o que revela uma característica de Compensação, quando se obtém algo por necessidade, como o sentimento de satisfação ao realizar uma determinada atividade.


lazer

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Trilha: uma alternativa para uma vida saudável À procura de qualidade de vida atletas buscam nas trilhas uma alternativa para manter a forma FOTOS: CAROLINA CRICA

Sinalização das trilhas no Parque das Neblinas permite visita autoguiada

Carolina Crica Em meio à paisagem cinzenta da cidade, muitos atletas amadores buscam a tão sonhada forma física. Entre uma abertura e outra do semáforo, nas vias públicas acabam se misturando à poluição e ao caos do trânsito. Entre buracos e desníveis, buscam cuidar da saúde, mas o ambiente nem sempre é favorável. Cansada da paisagem sufocante e do caos da cidade, a estudante de enfermagem Raiza de Souza decidiu mudar drasticamente o ambiente onde praticava atividades físicas. Ela deixou de lado a praça próxima de sua residência e optou por trilhas em meio à vegetação. Na busca por locais adequados, já precisou se locomover até para outras cidades. “Sempre busquei me exercitar e ter uma vida saudável. Eu praticava caminhada todos os dias, mas sentia que faltava algo. Caminhar no meio dos carros e perto de prédios não me deixava satisfeita. Agora me encontrei, praticando

caminhada em trilhas, onde posso ter contato direto com a natureza. Conquistei uma qualidade de vida muito superior", afirma. O guia turístico Fábio Santana explica que a caminhada em trilha é indicada para qualquer pessoa, de todas as idades. “A prática frequente traz vários benefícios para o corpo, como liberação do estresse, perda de peso, aumento do condicionamento físico, prevenção de doenças e equilíbrio emocional. Porém,

é importante lembrar que toda atividade física deve ser avaliada por um médico. É necessário respeitar os limites de próprio corpo”, alerta. O Parque da Neblinas, localizado no distrito de Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes, é uma reserva privada de uso sustentável, administrada pelo Instituto Ecofuturo. A Companhia Suzano de Papel e Celulose é sua principal mantedora. No parque, os visitantes têm acesso a várias atividades, sendo as trilhas, como as do Mirante, as principais atrações. Há também a possibilidade de passeios ciclísticos e canoagem. Segundo Michele Martins, analista de projetos do Instituto Ecofuturo, para fazer as trilhas com segurança é necessário vestir roupas confortáveis, usar tênis com solado antiderrapante e levar roupas extras, tudo acondicionado em alguma mochila pequena. Também é importante lembrar de usar protetor solar e repelente de insetos. O parque funciona de terça a domingo, das 8h30 às 16h. O preço do ingresso depende do passeio escolhido. As visitas devem ser agendas.

Raiza de Souza, praticando caminhada em avenida próximo sua residência

vida silvestre

Mogi das Cruzes não dispõe de estrutura para atender animais silvestres NICHOLAS MODESTO

Nicholas Modesto Niedja Araújo Victória Feijó Mogi das Cruzes é uma cidade rodeada de grande vegetação e está no meio da Serra do Itapety. Por isso, diversos animais silvestres já foram encontrados em áreas urbanas, como os mais variados tipos de aves, gato do mato, gato mourisco, capivara, jaguatirica, onças e muitos outros. Segundo o veterinário Jefferson Renan Araújo Leite, esses animais aparecem devido à cidade estar localizada numa área de fauna rica. “De 2011 para cá, já foram enviados aproximadamente 1.600 animais silvestres para o CRAS PET, localizado no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo”. Mesmo com toda a vegetação e fauna silvestres no entorno da

cidade, Mogi não conta um CRAS para atender os animais que se extraviam. “O local mais próximo é o do Parque Ecológico do Tietê, que vive lotado. Os animais que surgem na cidade têm que esperar vagas no Parque. Muitos se machucam ao serem capturados ou sofrem acidente nas vias públicas. A maioria, infelizmente, acaba morrendo devido ao estresse de captura”, afirma o veterinário. Jefferson Leite orienta que caso algum desses animais sejam avistados em ambiente urbano, deve-se acionar um serviço de recolhimento, como Centro de Controle de Zoonoses, Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, ou qualquer outro órgão que conta com equipe preparada. "Pode haver risco reação violenta do animal ou intoxicação por veneno. É preciso ter cuidado”, alerta.


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cultura

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Evento reúne bandas de rock em Ferraz Festival incentiva a cultura e promove interação de tribos, acolhe causa beneficente e já fixou marca LETICIA RIENTE

Corporação Musical Santa Cecília retoma atividades LANNA MESQUITA

Lanna Mesquita Rebeca Feitoza

As bandas não cobram cachê e divertem o público durante todo o dia. A ideia surgiu de uma comemoração de aniversário

Leticia Riente Em Ferraz de Vasconcelos, um grupo de amigos se juntou para organizar um evento que divulga bandas da cidade e da região. O “Ressaca Rock Fest” está na 3ª edição e desta vez será beneficente. O encontro acontecerá no dia 22 de maio, das 13 às 22 horas, no Esconderijo Rock Bar. Os fãs adoram o espaço que o evento abre, como forma de cultura e interação. “É uma ótima oportunidade para reunir diferentes gostos e também promove a troca de ideias”, afirma Luiza Alves. Já Adrielle Silveira explica que o que mais gosta no evento é poder ouvir seu tipo de música favorito. “As músicas sempre são boas e o mais legal é que além de ser gratuito, também contribui culturalmente na cidade”, ressalta. O evento tem como objetivo mostrar o trabalho de grupos da

cidade, e também beneficiar entidades do município que cuidam de crianças carentes. Na ocasião, serão arrecadados brinquedos e alimentos destinados às crianças. Se apresentarão no “Ressaca Rock Fest” as bandas S.I.G.L.A, Tomatecru, The Folks, Tequila Hemp, Truck 6 e Celestino. Diego Porcho, um dos organizadores, explica que a ideia surgiu quando era cogitada uma comemoração de aniversário para alguns amigos. “A maioria de nós faz aniversário em junho, então, no dia 14 de junho de 2015, fizemos a primeira edição. Em 7 de fevereiro deste ano, organizamos a segunda. Juntos, os dois eventos reuniram mais de 400 pessoas”, afirma. Maicon Dias, também organizador, esclarece como ocorre a negociação com os grupos. “A gente deixa bem claro desde o começo que é um evento beneficente, então realmente é para mostrar o

trabalho das bandas. Como já fizemos outras edições, já temos uma marca e a maioria das bandas já conhecem o evento e até se oferecem para nos ajudar”, explica Dias. Uma das idealizadoras do festival, Fabiana Santos Benedetti, dona do local onde será realizado o evento, conta que iniciativas como esta são muitos escassas em Ferraz. “As ‘bandas de garagem’ são carentes de espaços para se apresentarem. Apoiamos esses festivais há 18 anos e sempre tivemos bons resultados”, afirma. O evento também tem o apoio de marcas como “Fish Way”, que trabalha com filmagens, e de amigos fotógrafos profissionais. Outros bares da região também marcam presença no evento. O Esconderijo Rock Bar fica na Rua Armênia, 108, Vila Romanópolis, em Ferraz de Vasconcelos e a entrada para o “Ressaca Rock Fest” é franca.

A tradicional Banda Santa Cecília de Mogi das Cruzes voltou à atividade após mais de dois anos em silêncio. O grupo tem ensaiado no Casarão da Mariquinha, porque sua sede está em péssimas condições e não há recursos para a reforma. A iniciativa da retomada foi do atual maestro Mário Augusto dos Santos, juntamente com ex-integrantes da Banda, apoiados pelo vereador Iduigues Martins. As atividades haviam sido suspensas em 2013, após o corte do repasse de R$ 15 mil pela prefeitura. O corte foi causado por dívidas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e por problemas de prestação de contas da antiga gestão. No começo de março deste ano, ex-integrantes da Banda se reuniram na Câmara Municipal com o vereador para tratar do reinício dos ensaios e apresentações. “Duas ações foram definidas: encontrar meios jurídicos para os problemas administrativos e fazer com que os músicos pudessem retomar as apresentações independentemente da situação da sede e da antiga gestão”, conta o

Os músicos tomaram a frente da banda após omissão do atual presidente. Próximo passo é reforma e retorno à sede

vereador. “Assim como vários mogianos, assisti a inúmeras apresentações da Banda. Sei que ela tem potencial para se reerguer e me motiva saber que, com algum esforço, podemos conseguir a recuperação de sua sede e a volta das apresentações”, afirma. Quem está à frente da Corporação é o maestro Mário Augusto, músico da Santa Cecília há cerca de 30 anos. “Quando soube que a Banda havia parado, fiquei muito triste e comecei a conversar com os músicos, até que falei com um ex-presidente que é advogado, o Dr. Valter Aguiar e começamos a nos mover”. Desde que as atividades foram retomadas, todas as quintas-feiras, a partir das 19h, cerca de 30 músicos se encontram para a realização dos ensaios. “Nunca tive a pretensão de ser maestro. Tenho um diploma, mas gosto mesmo é de tocar. Quanto a reger, arranjaremos outro. Vamos por a Banda para funcionar”, garante o atual maestro.


cultura

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Rezadeiras visitam devotos do Divino em Mogi Cerca de 220 mulheres, entre rezadeiras e auxiliares, fazem da devoção ao Divino um compromisso de vida FOTOS: ISABELA CAROLINA

EWELIN ALVES ISABELA CAROLINA LARISSA NOBREGA As rezadeiras do Divino têm como missão evangelizar os fiéis na caminhada da fé, tradição que começou em 1974, e continua até hoje. São ao todo 50 rezadeiras oficias, cada uma com um pequeno grupo de auxiliares que as acompanham nas visitas aos fiéis, totalizando cerca de 220 mulheres que fazem de sua devoção ao Divino Espírito Santo um compromisso de vida. Estima-se que suas rezas tenham incentivado mais de 35 mil fiéis a participarem da Festa do Divino. A festa é realizada tradicionalmente no mês de maio, mas para as rezadeiras o trabalho começa em janeiro, ou logo após o carnaval. Cada rezadeira tem uma história, um porquê de tanta devoção. Dona Elizabete Moraes Lopes, 53 anos, nascida em berço católico, rezadeira oficial há 8 anos, conta que em 2014 foi diagnosticada com câncer maligno na mama. Durante o tratamento de quimioterapia, perdeu a filha de 32 anos. "Foi uma fase difícil", conta Elizabete. Contudo, ela afirma que nunca desistiu e que a devoção ao Divino Espírito Santo foi o que lhe deu força para seguir adiante. Em 2015, após os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, e a cirurgia para a retirada do tumor, Elizabete foi declarada curada. “Foram minha fé e devoção que me curaram. Não fosse Deus e o Divino eu não estaria aqui contando meu testemunhos a tantas pessoas”. Dona Maria Aparecida, 73 anos, rezadeira desde 1999, lidera uma equipe de seis casais que faz as visitas na região de Jundiapeba, onde mora. Quando começou a frequentar a festa, acompanhando

Grupo de rezadeiras se reúne na Catedral de Sant’Anna, onde são abençoadas pelo bispo. A tradição iniciada em 1974 sobrevive até os dias atuais

os avós festeiros, ela não sabia o fundamento da comemoração ao Divino. Perguntada sobre o significado da festa em sua vida, ela responde: “O Divino é tudo para mim. Ser rezadeira é sem dúvida a maior graça que recebi”. Durante as visitas aos devotos, as rezadeiras cantam e rezam. O devoto prepara a casa para recebê-las, providenciando um altar onde a imagem do Divino Espirito Santo, representado pela pomba branca, seja colocada sobre um pano vermelho. De um lado do altar é colocada uma caixa na qual os fiéis depositam pedidos; do outro, é colocado um cofre onde os devotos depositam ofertas. O dinheiro arrecadado é doado a instituições de caridade. Antes de começar o ritual, as rezadeiras distribuem dons espirituais entre os familiares. São sete dons: da sabedoria, do entendimento, do conselho, da for-

taleza, da ciência, da piedade e do temor a Deus. Após os rituais, uma mesa farta aguarda os fiéis. Os alimentos são também abençoados e oferecidos aos convidados. É um modo de agradecer e receber a bênção da fartura. A professora Luciene Ariza, 49 anos, abriu as portas de sua casa para as rezadeiras. Ela tinha um motivo especial: queria agradecer o regresso a Mogi das Cruzes, após dois anos em Jundiaí. “Foi a forma que encontrei para agradecer todas as bênçãos alcançadas, agradecer nosso retorno e pedir proteção para nossa família”, diz. O trabalho das rezadeiras abre caminho para a festa. Elas são responsáveis pela parte espiritual da festa, um trabalho minucioso e cuidadoso que exige amor e devoção. Para ser rezadeira é preciso acompanhar as

Famílias acolhem as rezadeiras por gratidão e em busca de bênçãos

rezadeiras mais experientes por, no mínimo, um ano, e ter o dom da reza. As visitas nas casas continuam até cerca de uma semana antes da festa. Aparecida Marlene Miguel Barros, coordenadora das rezadeiras, revela que a história dessas rezadeiras irá se transformar em

livro. Um grupo de pesquisadores se interessou pelas histórias e decidiu contar a caminhada dessas mulheres na fé. O livro tem como objetivo mostrar o que levou essas mulheres a serem rezadeiras. Toda a renda obtida com a venda do livro será revertida para a Casa da Festa.


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