ANO 30 | EDIÇÃO 374 | MAIO 2021
NA LINHA DE FRENTE ITAL E CETEA LIDERAM OS ESFORÇOS EM PESQUISAS PARA A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS E EMBALAGENS. POR ELOÍSA GARCIA E SÍLVIA DANTAS P.14
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#EmbalagemParaEcommerce
CENTRO BRASIL DESIGN
LOGÍSTICA
VAREJISTA INVESTE EM AUTOMAÇÃO NA EMBALAGEM
QUANTO CUSTA INVESTIR EM PROJETO DE EMBALAGEM
PASSOS PARA UM E-COMMERCE DE SUCESSO
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SUMÁRIO
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ENTREVISTA ELOÍSA GARCIA, DIRETORA DO ITAL, E SÍLVIA DANTAS, DIRETORA DO CETEA, FALAM SOBRE OS DESAFIOS DA PESQUISA DE ALIMENTOS E EMBALAGEM NO BRASIL, EM CONSTANTE EVOLUÇÃO PARA ACOMPANHAR O MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
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#DesignDeEmbalagem
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FOCO NAS SUAS NECESSIDADES EM TODAS AS ETAPAS DOS PROCESSOS DE EMBALAGENS COM RAPIDEZ E OBJETIVIDADE ATRAVÉS DO
360º
FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com / redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Circulação e Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Sophia Araujo Cassaro Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal
A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. - REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMERCIAL: Rua Capote Valente, 478, Casa 01 • Pinheiros • CEP 05409001 • São Paulo/SP • Brasil Telefones: (11) 3064-2405 - WhatsApp 11+94721-4102 Registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990. Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem. As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização..
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#EmbalagemParaEcommerce
VAREJISTA INVESTE EM SOLUÇÃO DE AUTOMAÇÃO DE EMBALAGEM
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crescimento acelerado do e-commerce no último ano trouxe para o varejo alguns desafios, como a necessidade de ganhar produtividade na etapa de embalagem dos produtos e conferir segurança aos itens transportados. Entre os exemplos de empresas que se voltaram para encontrar soluções nessa etapa da operação, está a Pernambucanas, posicionada entre as maiores varejistas do país, atualmente com 413 lojas. A varejista investiu em uma solução de automação de embalagens da Sealed Air, a FloWrap Automática para processamento de envelopes de segurança. A solução aumenta a capacidade de embalagem no processo operacional, e otimiza o uso do filme plástico. Com a FloWrap Automática, a Pernambucanas conseguiu elevar em até 2.500% a produtividade da operação de embalagens de produtos. A FloWrap Automática atua de forma integrada com outras etapas do processo de embalagem, num processo contínuo. Produtos variados de tamanhos diferentes
entram na esteira e saem embalados, etiquetados, prontos para o envio, incluindo a geração de nota fiscal. Ao entrar na esteira, o produto passa por um scanner de identificação do produto e do cliente, em seguida é feita a identificação do tamanho do produto, a criação do envelope de segurança de forma customizada e a selagem. Após, é aplicada a etiqueta de envio de acordo com a identificação realizada no primeiro scanner. Flávia Moreira, Gerente de Marketing responsável pelos mercados de fulfillment e indústria da Sealed Air, explica que o projeto da Pernambucanas foi o primeiro neste padrão a ser implementado no Brasil. “Estamos muito felizes em contribuir com a melhoria da produtividade da Pernambucanas, a partir de uma solução totalmente nova para o varejo brasileiro. Por meio de nossa equipe técnica podemos customizar soluções de automação de acordo com as necessidades de cada varejista, potencializando o crescimento de suas operações”.
REDUÇÃO NO USO DE FILME PLÁSTICO E SEGURANÇA Além dos benefícios em produtividade, o sistema FloWrap Automática otimiza o uso de filme, pois leva em conta as dimensões do produto a ser embalado. Se comparado com as embalagens de uso manual de tamanhos pré-definidos a operação utiliza menos material por metro quadrado. “O filme da tecnologia FloWrap é composto por material de alta resistência à violação e excelente apresentação. Isto garante a integridade do produto em toda a cadeia logística até chegar diretamente às mãos do consumidor”, comenta Flávia. A executiva afirma que a Sealed Air acompanha de perto o desenvolvimento do varejo no Brasil e está atenta às novas demandas nos sistemas de embalagens diante dos novos hábitos de compra. “Para que qualquer comércio eletrônico se adeque a este novo cenário de maior demanda é preciso buscar alternativas que otimizem a operação com mais segurança, assertividade e, sobretudo, eficiência operacional, fatores encontrados na automação e que, ao mesmo tempo, beneficiam a experiência do cliente e trazem diferenciação para o negócio. Como pioneiros neste segmento, estamos sempre investindo para trazer para o mercado brasileiro soluções inovadoras que apoiem o crescimento do varejo nacional”, afirma a gerente da Sealed Air.
sealedair.com.br; pernambucanas.com.br 8
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#DesignDeEmbalagem
EMPRESA DE BRINQUEDOS INVESTE NA VISIBILIDADE DA MARCA
O
s brinquedos da marca Tateti, empresa do Grupo Calesita, já estão circulando nos pontos de venda de todo o país com as novas embalagens. O projeto de redesign, iniciado em fins de 2019, nasceu a partir da percepção de que a marca tinha um grande potencial que no entanto não se traduzia em visibilidade no ponto de venda, referendada por análises de mercado e pesquisas junto aos consumidores. “A Tateti já nasceu uma marca grande e respeitada, com o reconhecimento e o selo de qualidade do Grupo Calesita. Porém, a marca não tinha o destaque merecido nas prateleiras, deixando assim de contar a história de qualidade e criatividade dos produtos do Grupo Calesita – explica Elan Correia, diretor de negócios da Fullgaz Comunicação, de Joinville, que coordenou os estudos e a criação das novas embalagens. Segundo o publicitário, para conquistar visibilidade no ponto de venda, foi identificada a necessidade de criar uma massa de cor que diferenciasse os produtos Tateti, atraindo o olhar e a atenção do consumidor. Assim, o vermelho, que já fazia parte da identidade visual da Calesita, foi a cor escolhida, também por ser uma tonalidade pouco utilizada nas embalagens de brinquedo. “Nossas análises mostraram que o mercado de brinquedos não apresenta um padrão definido de embalagens. Há uma enor10
me mistura de cores e imagens que confundem o consumidor. O novo design Tateti criou um ‘paredão vermelho’ nos pontos de venda; com isso a marca passou a ser facilmente identificada, gerando uma quebra de categoria e aumentando sua percepção pelo público”, acrescenta Correia. Um outro ponto importante do novo design é a organização das informações técnicas de cada brinquedo. Além das exigências legais, como a idade indicativa e a presença de peças pequenas, as embalagens Tateti identificam a categoria dos brinquedos (Faz de conta, Praia e jardim, Educativo, e Para bebês) e informa as características de cada produto, se tem som, cheiro, luz ou água, por exemplo. “O reforço nessas informações, também nos brinquedos da marca Calesita, faz parte do compromisso do grupo com a transparência, a segurança e a confiança do consumidor”, afirma Nadia Vacinaletti, Diretora do Grupo. A Tateti conta com um mix de mais de 170 produtos oferecidos ao mercado. As embalagens de papelcartão são produzidas pelas empresas Cartonagem Batistense, Gráfica Tipotil e Gráfica Mundial.
tatetibrinquedos.com.br; calesita.com.br; fullgaz.com.br; cartonagembatistense.com.br; tipotil.com.br/2020
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CENTRO BRASIL DESIGN Apresenta Spice Design**
QUANTO CUSTA INVESTIR EM UM PROJETO DE EMBALAGEM? GABY TISCHER É A PRIMEIRA DESIGNER CONVIDADA A FALAR NESTE ESPAÇO SOBRE PROJETOS, SEUS DESAFIOS E EXPECTATIVAS
A
partir desta edição, o Centro Brasil Design vai compartilhar com você uma seleção de entrevistas com os escritórios de design reconhecidos pela brilhante atuação no desenvolvimento de projeto de embalagem. A cada edição a história será do designer convidado, cada qual irá contar um projeto de destaque do escritório, os desafios e as expectativas do projeto de embalagem, além de compartilhar alguns números. Nas próximas linhas você poderá entender quanto custa um projeto de design de embalagem. A grande dúvida: é caro investir em um projeto de embalagem? Quem compartilha esta informação é a Gaby Tischer da Spice Design! A conversa com a Gaby rendeu muitas informações e dividimos essa entrevista em duas partes. Nesta edição você acompanha a primeira parte! “Desde criança pintava pedras, embrulhava e as vendia! Sempre fui uma apaixonada pelo mundo da embalagem e das artes”, diz Gaby Tischer da Spice Design. Após 22 anos de experiência no desenvolvimento de projetos de design focados em atender os objetivos dos clientes, acredita que a estratégia associada ao design e parcerias próximas e de longo prazo fortalecem a construção de grandes marcas. Conta com uma equipe unida, irrequieta, criativa e comprometida com o propósito do escritório “Design by people for people”.
A Spice Design atua no design 360º abrangendo todos os aspectos do projeto, como branding, material de trade, PDV e embalagem. Todos os projetos são acompanhados do início ao fim; é dado suporte até a pós-impressão para que o cliente tenha excelência no resultado final. O know-how em embalagem e processos permite que o design proposto e os resultados sejam assertivos. Esta forma de ver e expressar o design, a estratégia associada aos projetos e atendimento trouxeram à Spice grandes conquistas e prêmios ao longo dos anos, entre eles estão 14 prêmios EMBANEWS, 3 prêmios Creativity International Awards, 3 prêmios World Star, 1 prêmio de Qualidade Gráfica Tetra Pak, 1 prêmio PENTAWARDS e 1 prêmio Brazil Design Award. A atuação nos projetos de embalagem é integral, engloba os projetos gráfico, estrutural e assessoria junto aos parceiros e fornecedores. Ao longo dos 22 anos foram mais de 5.000 projetos de embalagens com foco nos mercados nacionais e internacionais de diferentes portes de grande a micro-empresas, sem-
O Centro Brasil Design atua há 22 anos trabalhando em projetos nacionais e internacionais mostrando que o design é uma ferramenta estratégica que traz resultados imediatos ao negócio, por meio da metodologia chamada Design na Prática®. (www.cbd.org.br) 12
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pre primando pelo bom design brasileiro. O prazo do desenvolvimento de uma embalagem depende de sua complexidade e quantidades de SKU’S, é possível estimar um período de 2 a 6 meses. Contudo, o escritório sempre se dedica a atender com a maior presteza os prazos dos clientes mantendo o compromisso pela verdadeira parceria. Um projeto de embalagem na Spice conta com o envolvimento de 4 a 10 profissionais, podendo variar de acordo com o seu escopo. Para projetos estruturais ou com vários SKU’s, dependendo de parceiros e fornecedores, este número pode ser ainda maior. Normalmente os projetos de embalagem com a criação do conceito da linha de produtos e suas variações tem valor médio de R$ 21.000,00 a 50.000,00, tudo depende da quantidade de artes e produtos envolvidos. Para linhas extensas de produtos o valor aumenta conforme a quantidade de SKU’S. Na próxima edição teremos uma valiosa DICA DA GABY, aguardem. ** ENTREVISTA COM GABY TISCHER DA SPICE DESIGN | WWW.SPICE.COM.BR SPICE@SPICE.COM.BR | 11 2977-2203 WHATSAPP 11 94204-0819
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ENTREVISTA
Eloísa Garcia
Sílvia Dantas
A PESQUISA E A GERAÇÃO DE VALOR PARA A INDÚSTRIA O ITAL E O CETEA SE DESTACAM NA PESQUISA DE ALIMENTOS E EMBALAGENS E ESTÃO EM CONSTANTE EVOLUÇÃO PARA ACOMPANHAR ESSE MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
A
força da indústria de alimentos e bebidas para a economia do país é inquestionável. Só em 2020, ela respondeu por 10,5% do PIB brasileiro e por quase 2/3 do saldo de sua balança comercial. É neste contexto que o papel do Ital, como um instituto de pesquisas pioneiro no campo da tecnologia de alimentos no Brasil se revela em seu esforço para o desenvolvimento dos processos de conservação de alimentos e bebidas. Este ano o Ital – Instituto de Tecnologia de Alimentos, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, completa 58 anos de existência. O surgimento do Instituto no Estado de São Paulo em 1963, a partir do Instituto Agronômico (IAC), como Centro Tropical de Pesquisa e Tecnologia de Alimen-
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tos (CTPTA), coincide com a nascente indústria de alimentos brasileira, e viria a se tornar o Ital em 1969. Sua criação foi financiada pela FAO – Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação. Outro pioneirismo do Ital foi ter sediado a primeira faculdade de Engenharia de Alimentos do Brasil: hoje são mais de 60 no País. “A partir do Instituto criou-se também toda a rede que atualmente trabalha para o desenvolvimento dos processos de segurança e conservação de alimentos e bebidas, nosso foco desde sempre, e também para a embalagem, porque ela é essencial para o cumprimento desses dois objetivos”, afirma Eloisa Garcia, diretora do Ital, em entrevista à EMBANEWS, junto com Silvia Dantas, diretora do Cetea.
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ENTREVISTA As pesquisas do Instituto com embalagem começaram com a Seção de Embalagens e Acondicionamento (Semb) em 1969, mas o Cetea – Centro de Tecnologia de Embalagem foi criado em 1982 a partir de um novo investimento da FAO, ampliado em 2014, com a construção de um novo prédio. O Cetea tornou-se referência no setor de embalagem, em especial no campo da Qualidade: em 2003 conquistou a habilitação de ensaios pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a certificação pela Associação Internacional de Trânsito Seguro (ISTA International Safe Transit Association) e em 2007 obteve a acreditação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Como resultado desse reconhecimento, o Cetea conquistou importantes parceiros nacionais e internacionais e passou a sediar eventos de ponta, como a Conferência Internacional de Embalagens Flexíveis e eventos da Associação Internacional de Institutos de Pesquisa de Embalagens (IAPRI). Eloísa Garcia começou sua carreira pela iniciação científica na área de embalagem do Ital e quando se formou engenheira de alimentos, integrou, através de concurso, a equipe do Cetea; desde então construiu toda a sua carreira na área da embalagem, especializando-se em embalagens plásticas. A partir do ano 2000 começou a trabalhar mais intensamente com a sustentabilidade e a relação da embalagem com o meio ambiente. Por mais de 15 anos foi gerente técnica do Grupo de Embalagens Plásticas e da área de Meio Ambiente do Cetea e há oito anos foi convidada para trabalhar como assessora da Diretoria Geral do Ital, assumindo o novo cargo em paralelo à gerência de Embalagens Plásticas. Passou então a se envolver também com pesquisa, inovação e serviços tecnológicos das demais unidades especializadas do Ital, que abrangem alimentos, bebidas e ingredientes. Com a experiência adquirida, tornou-se vice-diretora e em 2019 foi convidada pelo secretário de Agricultura e Abastecimento de SP, Gustavo Junqueira, a assumir a direção do Ital, fruto de uma trajetória de trabalho e dedicação à pesquisa e ao Instituto. Sílvia Dantas cursou Engenharia de Alimentos na Unicamp, e no último ano, fez estágio na Seção de Embalagem e Acondicionamento do Ital, que antecedeu a criação do Cetea. Apaixonada por embalagem, ao se formar, trabalhou por dois anos na iniciativa privada, mas logo percebeu sua vocação, ingressando como pesquisadora no Ital e especializando-se em embalagens metálicas. No início da década de 90, atuou ativamente em pesquisas sobre o processo de soldagem elétrica na introdução da fabricação de latas três peças eletrossoldadas no Brasil. Em 1993, assumiu a gerência técnica do Grupo de Embalagens Metálicas e de Vidro, envolvendo-se ainda com os assuntos regulatórios das duas áreas, até que em outubro de 2018 tornou-se diretora do Cetea. Além disso, em 2013 foi 16
convidada a compor a diretoria da International Association of Packaging Research Institutes (Iapri) e desde 2019 assumiu a vice-presidência da associação. EMBANEWS: Como veem hoje seus principais desafios à frente das instituições? ELOÍSA GARCIA: O principal compromisso é manter o alto padrão de competência e o reconhecimento conquistados pelo Ital na área de pesquisa de alimentos, bebidas e embalagem no País, em seus 57 anos de história. E, nestes tempos de grandes e rápidas transformações, é preciso estar sempre atento, com as equipes bem orientadas, para assegurar a continuidade da missão do Ital, em sintonia com as necessidades da sociedade e do mercado. A pandemia trouxe um desafio a mais. O Ital conseguiu manter suas atividades laboratoriais, cumprindo os protocolos de segurança, mantendo em home office quando possível. É claro que sempre há impacto, mas conseguimos atender o setor produtivo com bons resultados. SÍLVIA DANTAS: Nossa responsabilidade é realizar a missão do Cetea, para que seja uma instituição financeiramente sustentável, com infraestrutura atualizada e equipe bem capacitada, com pessoas cientes do seu papel e realizadas. Acredito que este seja um norte para o direcionamento do nosso trabalho e a melhor forma de se obter bons resultados para a instituição. O desafio é atender com excelência todas as partes interessadas, governo, instituições públicas, associações e o setor privado. EMBANEWS: Sílvia, como avalia o papel do Cetea para o avanço tecnológico do setor de embalagem e suas realizações? SÍLVIA DANTAS: Nesta era de muitas mudanças e desafios, com problemas ambientais, de segurança dos alimentos e segurança alimentar, além do surgimento inesperado da pandemia, há muito a ser feito e a evoluir nos campos de pesquisa de abrangência do Cetea. Entre as pesquisas em curso podemos citar os estudos sobre a qualidade dos materiais de embalagem e seus elementos constituintes com vistas à segurança dos alimentos para a saúde do consumidor, e o cumprimento de legislações nacional e internacional. Um exemplo é a tese de doutorado da pesquisadora Mary Ângela Fávaro Perez, sobre a presença de aminas aromáticas primárias em utensílios de cozinha disponíveis no mercado nacional e internacional. Outra é a pesquisa sobre ftalatos em embalagem celulósica para alimentos, financiada pela Fapesp e coordenada pela pesquisadora Leda Coltro. Há ainda o estudo sobre o efeito do processamento de alimentos sob alta pressão em embalagem multicamada de poliamida e a migração de ε-caprolactama. A área de sustentabilidade ambiental é também uma frente importante do trabalho do Cetea. Em tese de
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ENTREVISTA
Cromatógrafo
mestrado orientada pela pesquisadora Anna Lúcia Mourad, foram feitos estudos sobre o impacto ambiental dos diferentes métodos de preparação do café, assim como do uso de copos descartáveis e reutilizáveis para café. A eficiência ambiental na preparação de alimentos fora de casa foi o tema de outra pesquisa. Há ainda várias pesquisas concluídas e em curso, com artigos que podem ser consultados nas páginas do Cetea (ital.agricultura.sp.gov.br/cetea). EMBANEWS: Como o Cetea está hoje estruturado e quais os principais serviços que oferece às empresas do setor e aos brand owners? SÍLVIA DANTAS: O Cetea está estruturado em dois grupos técnicos, nos quais se divide a equipe: avaliação de conformidade, e interação e sistemas de embalagem. Já as áreas com atuação matricial, como a de sustentabilidade, envolvem os dois grupos. Os principais serviços prestados são pesquisa, desenvolvimento, realização de ensaios, assistência tecnológica, consultoria, suporte em processos e perícias técnicas, eventos, treinamentos fechados e publicações. As atividades com maior incidência são, em primeiro, a parte regulatória, de verificação do atendimento à legislação, tanto de embalagens para alimentos como de produtos farmacêuticos e odonto-médico-hospitalares, regulados pela Anvisa e pelas farmacopeias brasileira, americana e europeia. Depois vêm as atividades relativas às embalagens de transporte e distribuição, seguidas pelas demais áreas: resistências físico-mecânica e química, estudos de interação e de permeabilidade e caracterização de embalagem. EMBANEWS: Eloísa, como você vê os desafios que o trabalho de pesquisa enfrenta hoje no País? ELOÍSA GARCIA: Assim como outras instituições de pesquisa do País e do estado de São Paulo, temos sofrido muito com a redução da quantidade de pesquisadores devido a aposentadorias pela idade e a 18
Projetor de perfil
ausência de concursos para reposição. Há um grande desafio para formar novas equipes e transferir o conhecimento institucional, e estamos tentando contornar o problema através de bolsas de pós-doutorado e do Programa de Pós-Graduação, formando novas gerações de profissionais, mas sempre fica o desafio da continuidade. Somado a isso temos que estar atentos aos recursos para financiamento à pesquisa. O estado de São Paulo ainda tem sorte por ter a Fapesp, que mantém um ritmo de fomento, mas as opções vêm diminuindo com o tempo, especialmente com a crise dos últimos anos que atinge não somente a pesquisa. Diante disso estamos fortalecendo as relações institucionais, buscando novos meios e projetos em parcerias com o setor produtivo, universidades, outras instituições e hubs de pesquisa, dentro desse processo de modernização do Ital. EMBANEWS: Houve investimentos recentes no Ital? E no Cetea? ELOÍSA GARCIA: Houve investimentos significativos com o Plano de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIP), projeto financiado pela Fapesp, que é muito importante para o Ital e está em desenvolvimento. Ele permitiu a aquisição de equipamentos em áreas que necessitavam de modernização e a ampliação e diversificação das linhas de pesquisa. Ele também trouxe recursos para bolsas de mestrado e pós-doutorado e para receber pesquisadores visitantes. Tivemos, por exemplo, um reforço na Biologia Molecular aplicada à Microbiologia de Alimentos, e na área de permeabilidade de oxigênio e vapor d’água do Cetea. SÍLVIA DANTAS: Sim, especificamente para o Cetea, os investimentos mais recentes do PDIP possibilitaram a aquisição da mesa de corte para o preparo de protótipos, equipamento para digestão de amostras por micro-ondas, um projetor de perfil e equipamentos multiusuários – sistema de vibração e equipamentos para determinações de permeabilidade a oxigênio
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ENTREVISTA e vapor d’água, além de um cromatógrafo, compartilhado com o Centro de Ciência e Qualidade dos Alimentos (CCQA). Além disso, tivemos investimentos em infraestrutura predial. EMBANEWS: Quais as principais mudanças que deveremos presenciar em futuro próximo? ELOÍSA GARCIA: Destaco três pontos: a pesquisa de materiais de fonte renovável, especialmente o aproveitamento economicamente viável de resíduos de outras cadeias produtivas de alimentos, e sua transformação em embalagem. A melhoria do gerenciamento dos resíduos sólidos pós-consumo através de tecnologias de reciclagem que aumentem a qualidade e o valor do produto reciclado, que viabilize sua reinserção na economia circular. Por fim, os sensores inteligentes, tornando a embalagem um elemento importante para a rastreabilidade do produto na cadeia de produção. SÍLVIA DANTAS: Vejo dois aspectos principais: a sustentabilidade, em que destaco a oferta de mais opções recicláveis e o reforço do sistema de reciclagem, além de maior disponibilidade de plantas de reciclagem, apoiado em ações pela educação do consumidor. E o avanço na coleta e disponibilidade da informação, através de recursos como 4G, 5G, QR Code, que vão permitir maior controle sobre o produto, assim como maior transparência ao consumidor. EMBANEWS: Qual a sua visão sobre a embalagem e a sustentabilidade nos dias de hoje? ELOÍSA GARCIA: A sustentabilidade não se restringe à embalagem. É um assunto transversal a todas as cadeias produtivas e envolve decisões de consumo. É um tema amplo e precisa ser continuamente estudado e melhorado, para que tenhamos produtos que custem menos para o meio ambiente, que sejam economicamente viáveis e socialmente justos. São vários os desafios nesse campo, assim como as oportunidades, que passam pelo design, a otimização da cadeia
Permatran, para determinações de permeabilidade a oxigênio e vapor d’água 20
produtiva, da cadeia de frio, a gestão de resíduos pós-consumo, tecnologias de reciclagem, entre outros. O papel da embalagem é ainda mais relevante na cadeia produtiva do alimento, devido ao alto custo ambiental e econômico de produção do alimento, e se contrapõe à premissa do custo ambiental da embalagem em si. Temos que analisar a sustentabilidade como um sistema, do qual a embalagem é parte. Atualmente estamos revendo a questão da sustentabilidade sob a ótica da economia circular: essa lógica está trazendo novas formas de ver e pensar as soluções, mudando os modelos de negócios e as tecnologias. EMBANEWS: Eloisa, como uma pesquisadora com larga experiência em embalagem plástica, qual a sua visão hoje sobre os desafios em relação a este material? ELOÍSA GARCIA: Há uma campanha internacional contra o plástico, que confunde questões importantes. O plástico nos oceanos é um problema da má gestão de resíduos pós-consumo: envolve desde o comportamento individual do consumidor até o fato de não haver uma estrutura de coleta, destinação e revalorização do resíduo. Se jogado em qualquer lugar, o resíduo é levado pela chuva aos rios, e desemboca no mar. Isso acontece no mundo inteiro, e não é um problema do plástico em si. Os itens plásticos de uso único e momentâneo também têm sido questionados, como o canudo, o prato e o garfo descartáveis. Temos que pensar no uso racional, como em caso de saúde pública, em que esse tipo de material torna-se muito importante. Independentemente de ser um item de plástico ou papel de uso único, ao se adotá-lo, não se pode eximir da responsabilidade pela sua coleta e reciclagem. Não podemos ter uma visão limitada em relação ao problema, é preciso ver o contexto e, aí sim, a sociedade, o governo, a indústria e os serviços conseguirão achar soluções efetivas. ital.agricultura.sp.gov.br
Embalagem na mesa de corte
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A Anuga FoodTec, Feira Internacional de Fornecedores para a Indústria de Alimentos e Bebidas, remarcada para o período de 26 a 29 de abril de 2022, está registrando um excelente número de inscrições, segundo os organizadores, como o evento internacional da indústria mais importante após a pandemia de Covid. O conceito da feira foi concebido como uma "edição especial", ao associar a feira física compacta à plataforma digital de amplo alcance AnugaFoodTec @home. A Anuga FoodTec oferece à indústria de alimentos e bebidas uma plataforma ideal para informações e pedidos para todos os setores, da produção ao processamento e embalagem. Com a plataforma digital AnugaFoodTec @home, que está sendo realizada paralelamente à feira física, os expositores se beneficiarão de uma expansão digital efetiva de sua presença na feira. O formato inovador oferece também networking e opções de contato principalmente com os visitantes e interessados, que ainda não possam viajar na extensão desejada no próximo ano.
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A feira que reúne as últimas tecnologias e lançamentos destinados aos transformadores do plástico, a Plástico Brasil será realizada de 8 a 12 de novembro de 2021, no São Paulo Expo, voltada para as indústrias de alimentos e bebidas, perfumaria, higiene e limpeza, automóveis e autopeças, borracha, construção civil, entre outros. A Plástico Brasil é uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) e das principais entidades do setor, organizada pela Informa Markets. A feira apresenta os últimos avanços tecnológicos e as principais tendências globais dos segmentos que envolvem a cadeia produtiva do plástico. Em sua terceira edição, será palco da mais alta tecnologia, apresentada em primeira mão para o mercado por mais de 800 grandes marcas de toda a cadeia produtiva do plástico: máquinas, equipamentos e acessórios, matérias primas e resinas, moldes e porta moldes, automação industrial e robótica, entre outros produtos, serviços e soluções. www.plasticobrasil.com.br
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LOGÍSTICA
OS PASSOS PARA UM E-COMMERCE DE SUCESSO ASPECTOS LEGAIS, TRIBUTÁRIOS E CAMBIAIS POR TRÁS DO ÊXITO DE UM NEGÓCIO DE COMÉRCIO ELETRÔNICO
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ntre as inúmeras transformações de comportamento e hábitos de consumo geradas e aceleradas pela crise sanitária da covid-19, o crescimento do comércio eletrônico é uma das mais notáveis. Há um ano, acompanhamos a expansão das vendas on-line, as movimentações e as adaptações às diferentes necessidades do consumidor. Com isso, a digitalização de pequenos empreendedores, como alternativa ao fechamento das portas, e o fortalecimento do e-commerce cross border foram apenas mais algumas das consequências de tudo que temos vivenciado. Além do importante papel da logística no andamento de um bom negócio, que contempla o armazenamento, o manuseio, a expedição e o transporte da mercadoria, muitas são as dúvidas e os desconhecimentos sobre as questões legais por trás dessa forma de venda, acelerada ao longo do último ano. Contudo, as licenças, os cadastros e os documentos fiscais, entre tantas outras habilitações, são parte fundamental e não negociável para aqueles que já fazem parte ou desejam integrar o mundo das vendas digitais. A começar pela abertura do negócio, os empreendedores que desejarem iniciar um comércio virtual devem prever a criação do documento de constituição de empresa, que estabelece quem serão seus sócios, a divisão de cotas, o objetivo da companhia e outros processos. Logo em seguida, o registro desse documento é necessário para a inscrição do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) na Receita Federal, responsável pelo número único de identificação da empresa 26
e dos demais registros obrigatórios, como a Inscrição Estadual, usada para o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e a Inscrição Municipal. Com a conclusão dessa primeira etapa, é possível então avançar para a solicitação do alvará de funcionamento e para o cadastro na Previdência Social, que atestarão que a empresa está apta para funcionar no ambiente on-line. Para quem desejar expandir seus negócios além das fronteiras nacionais, o registro para a habilitação de exportação na Receita Federal também deve ser realizado. Além disso, ao pensar em uma expansão de entrega internacional, é de extrema importância ter consciência da necessidade de um planejamento prévio e da expertise em questões aduaneiras, uma vez que a habilitação da empresa pela Receita Federal não será o único documento exigido. Devido ao fato de cada país possuir seus próprios requerimentos e particularidades, é ideal contar com parceiros logísticos de confiança, para garantir agilidade e eficiência na entrega, além da preparação adequada dos documentos. Empresas que garantam a chegada do produto ao consumidor final dentro do prazo estabelecido, e com qualidade, promovem também a satisfação do cliente com os serviços da loja. Isso evidencia como a sinergia entre o e-commerce e a transportadora é um fator decisivo para o sucesso das vendas no meio on-line. Ademais, parceiros logísticos que cumprem com as ações fiscais e legais também são importantes, para evitar o pagamento de multas e diminuir o risco de proces-
sos criminais por sonegação de impostos, o que pode acarretar prisão e exposição negativa da marca. Neste contexto de avanço do e-commerce, a digitalização também aparece de forma essencial para a parte documental. O uso de documentos on-line permite controlar toda a operação de forma integrada e proporciona melhorias na qualidade e na produtividade do processo de transporte. Ao otimizar os procedimentos internos, ainda é possível alcançar maior eficiência e ter uma significativa diminuição de riscos e custos na cadeia logística. Como consequência, isso entra como fator decisivo na satisfação do consumidor final, uma vez que a diminuição de custos e desperdícios também promove maior agilidade na entrega dos produtos. Com esses argumentos, nota-se como a documentação é uma das etapas mais importantes e críticas para um negócio, principalmente no cenário brasileiro, que se apresenta como um dos mais complexos e burocráticos do mundo. Os riscos durante esse processo são tamanhos e podem ocorrer desde a etapa de constituição da empresa até os trâmites tributários e cambiais. Por isso, é essencial contar com parceiros especializados, que assegurem a conformidade do negócio, para que, junto com a gestão automatizada da documentação e um bom planejamento, o crescimento da empresa seja garantido.
SOPHIA ARAUJO CASSARO
Gerente Jurídica da DHL Express
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