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Queridos Alunas e Alunos Estimadas Famílias Caros Docentes

É com grand e alegria que vos entregamos os manuai s de Educação Moral e Religiosa Católica, que foram preparados para lecionar o novo Programa da discip lina, na sua edição de 20 14. O que aqui encontrareis procura ajudar, cada um dos alunos e das alunas que frequentam a discip lina, a «posicionar-se, pessoa lmente , frente ao fenómeno religioso e agir com responsabilidade e coerência», tal como a Conferência Episcopal Portuguesa definiu como grande finalidade da discip lina*. Para tal, realizou-se um extenso traba lho que pretende, de forma pedagogicamente adequada e cientificamente significativa , contribuir com seriedade para a educação integral das crianças e dos jovens do nosso País. Esta tarefa, realizada sob a superior orientação da Conferência Episcopal Portuguesa, a respo nsabilidade da Comissão Episcopal da Educação Cris tã e Doutrina da Fé e a dedicação permanente do Secretariado Nacio nal da Educação Cristã, envo lveu uma extensa e motivada equ ipa de traba lho. Queremos, pois, agradecer aos autores dos textos e aos artis tas que elaboraram a mon tagem dos mesmos, pelo seu entusiasmo perma nente e pe la qualidade do resultado final. Também referi mos , com apreço e grat idão , os doce ntes que experimentara m e comentaram os manuais, ainda durante a sua exec ução, e o contributo insubstituível dos Secre tariados Diocesanos respo nsáve is pe la discip lina na Igreja local. E a todos os doce ntes de Educação Moral e Religiosa Cató lica, não só entregamos estes indispensáveis instrum entos pedagógicos como aprovei tamos esta feliz ocasião para sublinhar a relevância do seu fundamental pap el, nas escolas e na forma ção das suas alunas e dos seus aluno s, e testemunh amos o nosso reconhecimento pelo seu extenso compromisso pastoral na sociedade portu guesa, Do mesmo modo , estamos agradec idos às Famílias, porque desejam o melhor para os seus filhos e filhas e, nesse contexto, escolhem a disciplin a de Educação Moral e Religiosa Católica como um importante contributo para a formação e o desenvolvimento pleno e feliz dos seus jo vens . Os jo vens conformam o nosso futuro comum e o empenho sério na sua educação é sempre uma garantia de uma sociedade mais bondo sa, mais bela e mais ju sta. Finalmente, querida s crianças e queridos jovens, a Igreja quer ir ao vosso encontro, estar convosco, ajudar-vos a viver bem e, nesse sentido, colaborar com o esforço de construção de um mundo melhor a que sois chamados, enraizados e firmes (cf. Ca l 2, 7) na propo sta de vida que Jesus Cristo tem para cada um de vós. É esse o horizonte de vida, de missão e de futuro, a construir convosco, que nos propomos realizar com a disciplina de Educação Mora l e Religiosa Cató lica. Em nom e da Conferência Episcopa l Portuguesa e no nosso próprio , saudamos toda s as aluna s e todos os alunos de Educação Moral e Religiosa Católica de Portugal com alegr ia e esperança,

Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé Lisboa, 19 de março de 20 15, Solenidade de S. José, Esposo da Virgem Mari a e Padro eiro da Igrej a Universal

*Confcrência Episcopal Portu guesa, (2006), Edncuçilo ,\f ora! e Religiosa Católica - Um valioso contrí ínno para afonnação da personalidade. n. 6.


Manual do Aluno Educação Moral e Religios a Cat ólica 7.2 ano do Ensino Básico Coordenação Geral Cristin a Sá Carvalho Coordenação de Ciclo Fern ando Moita Equipa de Autores Antón io Cordeiro Fernando Mo ita José Luís Dias Margarid a Portu gal Revisão Ortográfic a Isa Dora Lopes Design gráfico e Capa Catari na Roque Imagens Dream stim e W ikip édia Tíragem: 30 000 ISBN: 978-972-869 0-88 -5 Depósito Legal: 39093 6/ 15 Edição e Propr iedade Fundação Secretariado Naciona l da Educação Cristã - Lisboa, 2015 Impressão Gráfica Almondin a - Torres Novas Aprovação Conferência Episcopal Portuguesa ©Todos os direito s reservados para a FSNEC


O\óJ

Parabéns por ter-es -escolhido o, disciplino.. de Educo..çüo Moro.! -e R-eligioso.. Co..tálico... Acpro.. qu-e -estfu o, começar um novo ano no.. tvo.. formo..çüo -escolar

süo' 0uitos o~ deso..fios qu-e te -esp-ero..rn. t grande o, von+o-de de saber -e yerc-eber tontos coses... Confio.. -e olho.. em frente com coro..gem. Ali. qu-e te interrogo..s sobr-e os origens do univ-erso -e do.. vido.. -e procuro..s ser pessoc o, sério; Ati. qu-e qootiono..s o. dimensüo r-eligioso.. do ser humano -e qu-er-esconhec-er o, importâncio.. dos r-eligiães; Ati. qu-e -estfu o, croc-er -e desejo..s conhec-ero-te melhor -e oroor mo.is; Ali. qu-e sonho..s o.. poz -e o..spiro..s construir um mundo feliz. QUERO SAE:>ER!... vo.i. com c-ertezo... ~udar o.. -encontrar ropostas. te o, conhec-ero- melhor. o.. confiar -em De.us -e o, Q.lJroximo.r-es- dos outros. te V-em -e viv-e.do.ícom os teus colego..s, o, o..v-entvro.. de novos conhecimentos -e o..titvdes qu-e o.. disciplino.. de E.MKC. te propõe paro.. o l ° ano. Abro..ço o..rnícp Os o..utoro




Olá! O meu nome é AlbeY~ fins~ein. Nas ci no. Alemanha em J~t<7, mas vivi, 3yo.nde po.Y~e do. minha vida, nos fs~o.dos Unidos do. Améyico..

À ~emá~ico. que vão 0.30Yo. es~udo.Y dediquei mui~o do meu ~Yo.bo.lho; o. ~eoyio. do. Yelo.~ivido.de, pOY

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desenvolvido.,

peymihu

Poymu/o.y

Yespos~o.s po.Yo. mui~o.s das peY3un~o.s que se vos co locam sobye o. oy i3em do un iveyso.

PeYDn~e o mundo fDscinDn~e em que vives, jó ObSeYVDS~e DS mDYDvil~Ds dD ~ecno lo~iD~ D ~DYmoniD dD nD~UYeZD~ D jYDndeZD do univeYso~ D belezD do ser ~umDno..? Jó ~e dei)(DS~e enCDn~DY pelo peyfume de umD

YOSD~ pelo soYYiso de umD CYiDnçD~ pelos ~es~os DmoYoSos dos ~eus pDis?

O ~eu penso.men~o é invadido POy uma es~Yo.n ho. sensação de o.dmiyo.ção e mis~éY~o peYo.n~e o mundo. ts o.sso./~o.do pOY dúvidas e ques~ães às quais nem sempye é Pácil yespondey: Como suY~ iu o univeyso?

~Y que e)(is~e vidD? Como é que elD suY~ iu e se desenvolveu? 10.1 como ~u, ~o.mbém as pessoas de ~odos os ~empos se ques~iono.Yo.m sob ye como é que o.po.yeceu o univeyso e o. vida no. ~eYYo. e poY que é o sev humano dfeYen~e dos Ou~yOS animais. Iodas as 3.eyo.çães ~en~o.Yo.m encon~Yo.Y

Yespos~o.s que so.~isPizessem o. pYOCUYo. de sen~ido. AcYedi~o que, com es~o. unidade, vais deixo.Y-~e enco.n~o.Y pelas mo.Yo.vilho.s do. Cyio.ção e pelo mis~éYio que é o. Vida.


Origem do universo Preocu pados em encontrar respostas satisfatórias para o qu ando e o como do princípio do universo e da vida, os astrónomos leva m-nos a percorrer uma viagem ao passado das galáxias e das estrelas... Dos estudos realizados surge, então, a descoberta do universo em expansão. No início do séc ulo XX "observou-se" que as ga láxias (agrupamentos irregulares de milhares de milhões de estrelas, gases e poeiras) se afastam umas das outras. Em 1929, Edwin Hu bble enu nciou a lei qu e ficaria conhecida pelo se u nome e qu e, resu mida me nte, consiste no se guint e: a velocidade do afastamento da s galáx ias é proporcional ao próprio afastamento. E se as galáx ias se afastam umas das outras, en tão, o universo es tá em expansão.

1.

Indica cinco aspetos que mais te encantam no universo, no nosso planeta ou nas pessoas que o habit am.

2•

Aprese nta t rês questões qu e te surjam moti vadas por essas maravilh as.

P or sua vez, a teoria da re latividade de Einste in permitiu ligar os conceitos de matéria e energia e exp licar que a energia pode ser convertida em matéria e vice-versa. Assim, foi proposta a teoria do Big-Bang, a qual afirma que o universo surgiu de uma "explosão" inicial.

Big-Bang Teoria cosmológica segundo a qual o univ erso, no seu estado inicial, se encontrava sob forma extraordinariamente condensada, o que orig inou uma violenta explosão. Esta hipótese foi proposta pelo abade Lemait re, em 1926, e retomada mais tarde por George Gamow. A expressão inglesa Big -Bang (grande explosão) foi inventada e primeiramente utili zada pelo astrónomo inglês Fred Hoyle. M áximo Ferreira (Ast rónomo cont emporâneo), Enciclopédia Verbo

3.

Ilustra a teoria do Big-Bang em três vinh etas de banda desen hada .


Origem da vida A vida encontra-se em todos os recantos do nosso planeta, desde o fundo do mar, mesmo longe do alcance da luz do dia, até ao topo da montanha mais alta. w,oIf,

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Os cientistas pensam que as primeiras form as de existência vital apareceram dev ido a uma série de reações químicas que ocorreram há cerca de quatro mil milhões de anos. Estas reações químicas der am origem a or ganismos muito simples que depois evoluíram e se t ornaram comp lexos e difer enciados, originando t odas as espécies que hoje encontramos no nosso planeta, incluindo a espécie humana.

Vida Os biólogos resumem a vida a uma série de características particulares que todos os seres vivos têm em comum. Essas características incluem a capacidade de usar energia, de incorporar matéria e de eliminar desperdícios. Frequentemente, também se inclui a resposta ao meio exterior por meio da movimentação ou mudança de forma. Mas a sua característica mais importante é a capacidade de reprodução. A reprodução é uma característica dos seres vivos como indivíduos, mas também da vida como um todo. Através da reprodução, os seres vivos são capazes de efetuar mudanças lentas, ou seja, evoluir ao longo do tempo. David Burnie (Zoólogo contemporân eo), Enciclopédia Visual da Ciência

Origem da humanidade Todas as criaturas que vivem na t erra estão ligadas entre si por laços de parentesco mais ou menos estreitos, visto que partilham a descendência comum dos organismos que viveram há milhões de anos. Mas, ao longo da evolução, esses organismos foram-se diferenciando e dando origem a e spécies diversas . No processo de diferenciação, só os indivíduos que tinham características mais vantajosas é que sobreviviam, os que tinham dificuldade em se adaptar ao meio ambiente acabavam por sucumbir (seleção natural). A evolução acontece, portanto, através dos processos de diferenciação e de seleção natural.


Os paleontologistas (Paleontologia é o estudo dos fósseis animais e vegetais que testemunham o desenvolvimento da vida) julgam que há cerca de cinco mi lhões de anos essa evolução conduziu ao surgimento da es pécie humana , a qual evoluiu ao longo dos tempos, a prendendo a conh ecer e a usar as suas capacida des.

Teoria da evolução Nenhuma das espécies que vive hoje na terra teve sempre o mesmo aspeto que apresenta atua lmente. Ao longo do tempo fo i assumindo caracteres próprios e diferenciando-se das outras espécies. Este facto é a base da teoria da evolução, formulada por Charles Darwin em 1859. Segundo esta teoria, os ind ivíduos diferenciam-se uns dos outros adquirindo características que os tornam mais ou menos aptos a viver no seu amb iente . Apenas os mais capazes sobrevivem e se reprodu zem, transmitindo essas características aos seus descendentes. Através deste mecanismo de seleção natural as espécies evoluiram e diferenciaram-se umas das outras. Adaptado de Barbara Gallavotti (Jornalista científica contemporânea), Segredos do vida

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~. Explica, por palavras tuas, a teoria da evolução das espécies sugerida por Darwin .



Cosmogonias A ciência permite investigar e descobrir pistas sobre algumas razões físicas do surgimento do universo, da vida e do ser humano.

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êtJliC~ÇbêQ Y2~ ~lêW' dbQ d~dbQ Ciê,,'h1tCbQ?

COMO VIAM OS NOSSOS ANTEPASSADOS OSURGIMENTO DO UNIVERSO, DA VIDA EDOS SERES HUMANOS?

Em cada povo antigo, nas suas lendas e tradições, encontramos teorias sobre como surgiu o mundo e os seres humanos: as cosmogonias.

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Cosmogonias (kosmos = universo + goné = nascimento) são explicações sobre a formação do mundo. São constituídas por mitos, lendas e entidades fantásticas ... (deuses, semideuses e heróis).

Foram transmitidas originalmente por tradição oral e, mais tarde, foram fixadas em textos escritos e em obras de arte. Com estas narrativas, os povos procuravam atribuir um sentido à vida humana (relações, sentimentos, sofrimento, morte) projetando-o na origem do universo e da vida.


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No Egíto Segundo o mito da cnaçao de Heliópolis, no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de lodo, chamada Ben-Ben, levantou-se dessas águas, tendo no topo Atum, o pr imeira deus. De At um surg iram todos os deuses, inclui ndo os faraós.

Na Grécia Antiga

POJi'enot1 (o.crópole de Atenas)

Na t radição narrada por Hom ero, no pr incípio havia o Caos. Depois surgiu o amo r (Eras) e a terra (Gea). Dest as três divindades - Ca os, Eros e Gea - nasceram o Céu e a Terra que, por sua vez, deram origem aos gigant es e estes aos de uses. O deus Epimeteu foi incumbi do de criar os homens, mas fê- los de barra, im perfeit os e sem vida. Então, o seu ir mão, Prometeu, com pena de les, roubou o fogo de Vulcano e de u-o aos hom ens para que est es tivessem vida .

Na Índia Toda a criação tev e início no som primordial Om. Deste som inicial sai a trindade hindu : Brahma, Xiva e Vixnu . De seguida, Brahma cria o universo e permanece acordado duran te um dia de Brahma, que cor respode a 4.320.000.000 anos no calendário hindu. Quando, no fim do seu dia, Brahma vai dormi r, o mundo e tudo o que nele existe é consumido pelo fogo e quando ele acorda de novo, recr ia toda a criação, e assim sucessivamen te, até que se comp letem cem anos de Brahma .

Na China Antiga No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Vin e Yang, as duas forças opostas que compõem o universo . Um dia as energias, em confl ito dentro do ovo, quebraram-no. Os elementos mais pesados desceram e formaram a terra, e os mais leves flutuaram e forma ram o céu. E entre o céu e a t erra estava P'an-ku, o pr imeiro ser que, depois, deu origem ao homem.

5.

Quem, porquê, para quê, onde, quando, como, são questões que podemos levantar sobre as origens. A quais destas questões respondem as cosmogonias? E a quais respondem as teorias científicas?

o Sentido das origens o

ser humano, porque se r pensante, quer saber sempr e mais, e, perante a s respo stas da ciência, pe r gunta:

· S-eró.. qoe O universo -e o s-er homoro surgiram simplesm-ente por o..co.so? · Tudo o qoe -existe tem algum sentido ou, p-elo contrõrío ivdo 'é resultado ele um proc-esso co.sual ou m-esmo absurdo? · Ahistório.. do.. -evolução -esro. direciono..do.. porn um fim? Desde sempre, cada pe ssoa, cada povo e cada cultura levantam as questões fundamentais que estruturam a exis t ência humana:


Que . DOY1cle veY1no1 POR QUE EXISTE O Estas questões e as respost as de sentido encontram-se em todas as culturas e nos escritos sagr ados de todas as religiões. Evolucionismo: é oconjunto de teorias que defendem que o surgimento da vida acontece apenas pela eclosão e evolução da matéria, em que o aparecimento de espécies mais complexas deve-se à evolução de espécies mais simples. Fixismo: perspetiva segundo a qual as espécies não sofreram nem sofrem qualquer transformação; surgiram imediatamente tal e qual como são hoje, pela força poderosa e direta de uma divindade (deus). Esta crença, erradamente entendida por "cr iacionismo", ainda é defendida por algumas religiões, apesar das evidências científicas. Interpreta lit er alment e as narrativas da criação dos textos sagrados das diversas liter atu r as religiosas. ~~

EPARA OS CRISTÃOS? A vida surge do poder amoroso de Deus, mas desenvolve-se através dos mecanismos naturais queridos por De us . A evolução das es pécies é u m facto, mas, envolvida pelo espírito vivifica nte do Criador, está direcionada par a u m fim : a felicidade. Deus é a origem primeira da vida e do ser humano e, porque é Amor, é o destino último de toda a existência.

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de compreender o. perspefíva crentífico. das origens -e de qv-esiionar o sentido do. vido. -e do. hvmo.nido.de.


A experiência do povo de Israel

Percurso do povo de Israel do E<jto

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T-erra. Prometida.

Libertação do Egito o povo de Israel faz a experiência significativa da presença de Deus

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Os israelitas, também conhecidos por hebreus ou judeus, como os outros povos, interrogaram-se sobre o sentido da existência e qual a sua missão no conjunto das outras nações. Ao longo da sua história, que, de acordo com a tradição bíblica, começa com Abraão (por volta de 1850 a.C.) , o povo judeu, apesar de sofrimentos, perseguições e escravidões, sempre experimentou a presença amiga e libertadora de Deus. Este povo compreendeu que Deus atua com amor na vida de todos e de cada um, para que todos vivam livres e felizes.

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z: Ta~.r"

ó.

Abra ão e Moisés são duas personagens fundamentais da história de Israel. Situa-os no tempo e indica os acontecimentos que protagonizaram.

na sua história como libertador e salvador. A grande vivência libertadora acontece no século XIII a.C., quando os israelitas eram escravizados pelos faraós do Egito. Um povo de -escravos qoe consegve libertar-se do poder imenso do grande faraó Ramsés II? Parec-e quase impossív-ell Mas o povo, liderado por Moisés, consegue sair do Egito e caminhar em direção à liberdade na TerraPrometida (êxodo). Esta vitória é atribuída à presença de Deus que ama, une e liberta o povo. A partir deste acontecimento, o povo reinterpreta a sua história e as suas crenças. Através desta proximidade com Deus, Israel vai descobrindo que tudo o que existe à sua volta é uma dádiva de Deus: as pessoas, os animais, as fiores, as estrelas... ou seja, o Deus que ama, que salva e liberta é o mesmo Deus que cria e que dá a vida. O Deus Libertador é também o Criador.


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livro do GénesIs é o pnmetVo livro da Bíblia Quer isso dizer que é o mais antigo?

Estranho?1É. um nome de origem grega qLAe sigmftca ' na cabeça" e que podemos traduzir por ' no pnncípio", lembrando-nos as nossas origens e raízes

Sou mesmo totól Depois do que aprendi nas aulas de físico-Química e Ciências, pensava qae os textos bíblicos da criação eram hiStónas para ent ret er crianças Afinal são textos simbólicos com uma mensagem de fé em Deus Criador, qae está na origem e dá sentido à criação.

1.

Qual o significado etimológico da palavra génesis?


As narrativas da criação no livro do Génesis Os autores das narrativas da criação não sabiam como é que o ser humano tinha aparecido, nem tão pouco tinham os conhecimentos científicos que hoje estão ao nosso alcance. Mas uma coisa lhes era sobejamente conhecida: as pessoas provinham da matéria comum a todas as outras coisas da natureza. Assim se chegou à tão expressiva imagem do homem formado "da terra" (do barro) no qual De us "infu n diu" o sopro da vida. U ma leit ur a dos textos bíblicos da criação não pode ser uma leitura superficial. É preciso saber distinguir o significado lit er al do significado simbólico das frases e dos textos, de acordo com o género lit er á rio em que foram escritos. Quan do alguém apaixonado chama à amada "o Sol da minha vida" não quer, evi dentemente, identifi ca r aquela pessoa com a estrela do mesmo nome; quer, usando uma bela met áfor a , transmitir a id eia de qu e, tal como o sol emite luz e es sa luz é es sencial à vida das pessoas, assim a amada iIumina a sua vida (dá-lh e alegria, orienta o seu caminho, dá-lhe sen tido) e é essencial à su a vida pe ssoal. As poJa.vras dizem muito mo.is do que os-eu sentido denoto..iivo,

assumem outros sentidos chcrncdos conoto..iivos. Ta.mbém a. história. de Adão -e Eva. dev-e s-er lida. no s-eu contexto simbólico.

Géneros literários são os diversos modos através dos quais o discurso se organiza. Isso é verdade tanto para a Bíblia como para outros textos. Para transmitir a sua mensagem, o autor organiza o discurso de uma determinada "De. forMo.. stMpUftco..d.o..} maneira, dependendo do objetivo que quer 1'0d.e.MOS d.tz..e.r '1ue. o.. l3íblto.. atingir, dos destinatários a quem se dirige, etc. ~e.M os se.'Jut"'~e.s 'Jé",e.ros: Assim, o conhecimento de cada género literário é ANílG-O TESíAMENíO fundamental para interpretar os diversos textos - o, p0e.sto.. populo..r} bíblicos . - o.. lt~ e.ro..~uro.. ",o..rro..l:tvo.. - o.. s oro..~õe s - 0..5 profe.ci.o..s - os ~e.x~os J .tríd.tcos - o.. lt~ero..l:uro.. so..pte."'ci.o..l

'Jé"'e.ro o..poco..Lí pl:tco

NOVO íESíAMENíO - os e.vo.."''Jell-\os

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'Jé",e.ro e.pts~olo..r 'Jé",e.ro o.. poco..lí pl:i.co

O mito pertence ao modo narrativo. Trata-se de uma história contada por um narrador , a respeito do início de uma determinada realidade. Não sendo uma narrativa historiográfica, a sua fun ção é simbólica. P rocura interpretar a realidade de maneira religiosa, ou seja, estabelecendo a relação entre Deus e o mundo. Pretende, como género literário, exprimir o que não é facilmente entendível pela razão ou através de outros géneros literários. Não tem, nem pretende ter, a intenção do discurso científico.


Criação 1 1No princípio, quando Deuscriou os c éus e a terra, 2a terra 'era informe e vazia, as tre vas cobriam o abismo e o espírito de Deus mov ia-se sobre a superfície das águas. 3Deus disse: "Faça-se a IÜz.»,E aluz foi feita. 4Deus· viu que a luz era boa e separou .a luz das trevas. 5Deus chamou dia à luz; e às trevas, noite. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia. 6Deus disse: " Haja firmamento entre as águas, para as manter separadas . umas das outras.» E assim acontece u. (...n oi o segundo dia, 9Deus disse: "Re únam-se as águas que estão debaixo dos céus, num único lugar, a fim de aparecer terra seca.» E.assim aconteceu. " Deus dis-. se: ue a terra produza verdura,. erva co m semente , árvores frutíferas que dêem fruto sobr e a terra, segundo as uas espéc ies, e contendo sement e.' E assim aconteceu. 2°Deus disse: " Que as águas .sejam povoadas de inúmeros.seres vivos , e que por cima da terra voem aves, sob o .firrnarnento dos . . céus.':' 25Deus fez os animais ferozes, 'segundo as suas espécies , os animais dom ésticos , segundo as suas espécies, é todos os répteis da terra, segundo as suas espécies. E Deus viu que.. isto era bom. 26Depois, Deus disse: «Façamos o ser humano à nossa imagem , à nossa semelhança," para que : domine sobre os peixes do mar, sobre as' aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os' répteis que rastejam pela terra." 27Deus criou ' o 'ser humano à sua imagem, criou -o à imagem dê Deus; Ele os"criou homem e mulher . 28Ab'ençoando-os, Deus disse-lhes:' "Crescei e -rnultiplicai-vos. . enchei e dominai . a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos' 0$ animais que se movem na terra. '; 29Deus disse: "Também vos dou todas as ervas com semente que existem à supertície da terra,'assim como to- ; das as .árvores de .ftuto com semente, para que vos sirvam de alimento. 31Deus; ·v.endo toda a sua obra, considerou-a muito boa. As- . sim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia. . . .

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2 1Foram 'assim terminados os céus e a terj

ra e todo o seu conjunto. 2Concluída, no sé: timo dia, toda a obra que tinha feito, Deus repousou. 3Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o, visto ter sido nesse dia que Ele repousou de toda a obra da criação. "Esta é a oriqern da criação dos céus e da terra. . Gn 1,1-6.9.11.20.25-29.31; 2,1-4a

Quando o Senhor Deus fez a terra e os céus, Se ' ainda não havia arbusto algum pelos campos, nem sequer uma planta germinara ainda, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para a cultivar, 6e da terra brotava uma nascente que regava toda a superfície, 7então o Senhor Deus for;;'ou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo. 'Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, ao oriente, e nele colocou o homem que tinha formado..180 Senhor Deus disse:' " Não é conveniente que o homem es. teja só; vou dar-lhe uma auxillar semelhante a ele.» "E ntão, o Senhor Deus, após ter formado da terra todos os animais dos campos e todas as aves ·dos céus, conduz iu-os até junto do homem; a fim de verificar como ele os charnafla, para' que todos os seres vivos foss em conhecidos pelos nomes que o homem lhes desse. 2°0 homem designou .com nomes todos os animais ' domésticos, todas as aves dos céus 'e todos os animais f~rozes; contudo, não encontrou auxiliar semelhante a ele. 21 Então, o Senhor Deus fez cair sobre o homem um sono profundo; e, enquanto ele 'dormia; tirou-lhe urna das suas costelas, cujo lugar preencheu de carrie. 22Da,costela 'que retlrara-do homem -o Senhor .Deus fez a mulher e conduziu-a até ao homem. 23Então, o homem exclamou: " Esta ~, realmente, osso dos meus ossos e carne da ,'minha carne . Chamar-se-a mulher, .visto ter sido tirada do homem!- 24Por esse motivo, o homem deixaráo pal e a mãe, Rara se unir ii sua mulher; e os dois serão uma só carne.


A Bíblia não tem a pretensão de responder ao quando, como e onde (campo da ciência), mas procura apenas responder às questões sobre o sentido do universo e da vida (porquê e para quê?) . Deus é sempre e exclusivamente o autor de tudo o que existe e do que tem vida. O tema da criação não se refere apenas ao resultado do ato do criador (luz, plantas, animais, ser humano), mas também e, sobretudo, ao projeto de vida que Deus oferece e quer construir com a humanidade. Neste projeto, Deus é a resposta à razão da existência: enquanto criaturas, viemos de Deus, com ele e para ele caminhamos. A relação é fundamental na dinâmica da criação; o mundo deve a existência a um Outro. A criação bíblica afirma esta ligação originária da s criaturas ao Criador. Entendida a cr iação neste sentido religioso (re-ligare), ela é a boa -no tí cia qu e diz que tudo quanto existe, existe por amor. Só o amor que chama à existência nos pode dar a certeza de que toda a vida, cada vida, tem um sentido.

8.

Porque razão terá o pintor representado Deus e o homem de forma tão semelhante? A criação do Homem, Miguel Ângelo (1475-1564) [Teto da Capela 5istina]

A Capela Sisti na, no Vaticano , com um teta magnífico pintado por M igue l Ângelo, é uma das mais notá veis obras de arte de todos os tempos. Foi mandada edificar pelo papa 5isto IV, advindo daí o seu nome, e inaugurada em 1483. É o local onde tradicionalmente se reúne o grupo de cardeais, em conclave, para a eleição do papa.


Elementos sí

dcriaçã

'ADÃO E EVA" Adão representa toda a humanidade criada por Deus à sua imagem. Em hebraico, Adão, refere-se tanto a adamá (solo vermelho) como a da m (sangue); podemos traduzir Adão por tirado do h úmus (da terra, da argila), o qu e significa o se u enraizamento corporal n o universo ma terial; de acor do com o texto bíblico, é o sopro de vida, que De us lh e in sufla n as nar in as, que o converte numa pessoa viva, capaz de se re lacion ar. Eva, em h ebraico, significa vivente. O nome Eva - vida, mãe dos viventes, lu gar da vida, maternida de - quer exprimir a função materna da mulher.

Adão e Eva no Paraíso, Jan Brueghel (1568-1625)

Adão e Eva são nomes simbólicos que significam e representam, ao mesmo tempo, o primeiro casal e todas as pessoas.

"O HOMEM E AMULHER FICAM ASER UMA Só PESSOA" Significa que o homem e a mulher, embora diferentes, são feitos um para o outro, são complementares. Deste modo a sexu alida de humana está ligada à obra do Criador e ao seu projeto de felicidade para a humanidade.

"FAÇAMOS OSER HUMANO À NOSSA IMAGEM E SEMELHANÇA" Significa que os homens e as mulheres foram criados por Deus e que há neles algo de divino. Somos parecidos com Deus: capazes de criar, amar, cuidar da natureza e dos outros.


"DAR NOME" Significa a submissão da natureza às pessoas. Deus quis colocar a natureza ao serviço do ser humano. A responsabilidade sobre a natureza pertence à humanidade, cabe-lhe usar os seus recursos de forma equilibrada.

9•

o que signifi ca a expressão "Façamos o ser hum ano à nossa imagem?

10.

Qual o signifi cado de Adão e Eva ?

11.

Que missão Deus confiou ao hom em e à mulh er?

"5ETE" É um número sagrado porque signfica totalidade, plenitude e perfeição; na narrativa da cr iação, tudo foi feito em seis dias e no sétimo dia a obra tinha atingido a plenitude. "JARDIM DO ÉDEN" As origens remot as do povo da Bíblia situam-se na Mesopotâmia, uma regiã o fér til entre os rios Ti gr e e Eufrates. Um verda deiro Paraíso. O Jardim do Éden, Jardim das Delícias ou Paraís o Terr estre, é n a tr adição das r eligiões abraâmicas (Judaísmo , Cristi anismo e Islamismo) o local simbólico da primitiva habitação da humanidade.

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Escala: 1:30.000 .000

Mensagem bíblica As narrativas bíblicas não querem ensinar Física nem Astronomia, nem nenhuma outra ciência. O seu objetivo é expressar a fé num Deus bom que tudo criou. Trata-se de textos com uma mensagem religiosa sobre Deus e sobre a humanidade: Deus interveio com paternal cuidado na formação do homem e da mulher, feitos um para o outro e criados à sua imagem e semelhança; Deus é a origem de todas as coisas; é ele que cria e é ele que , por puro amor, mantém na existência toda a criação; e toda a criação divina é boa: Deus viu que era bom.


Não tendo va lor historiográfico, estas narrativas comunicam-nos, no entanto, uma verdade profunda acerca das coisas e das pessoas, de Deus e da h ist ória. O homem e a mulher são criados por Deus para serem felizes. Seria, pois, descab id o tomar as n arr ativa s da ori gem do homem (da argila) e da mulher (de uma coste la) como se as coisas se tivessem passado assim: como se Deu s, de facto , fosse um Deus-oleiro a amassar o barro, a fazer uma es t átu a e a sop rar-lh e nas narinas um sopro de vida; ou um Deus- jardineiro a plantar as árvores no paraíso; ou um Deu s-cirur gião a formar a primeira mulh er . Seria , pois, um err o t omar estas n arrativas à let r a e basear-se ne las para afirmar a falsidade da teo ria evolucionista .

Os autores do Génesis escreveram milhares e milhares de anos após a criação. Não sabiam como ela tinha acontecido, nem estavam interessados nisso. Não era o passado que os preocupava, mas sim a situação do tempo em que viviam. Estes textos, que hoje suscitam tantas perguntas, foram escritos precisamente para dar respostas às situações das pessoas suas contemporâneas. A harmonia original que descrevem é um mito, na medida em que utiliza linguagem e imagens míticas; mas é uma realidade, enquanto retrata o grande sonho da humanidade. O paraíso não existiu nos termos em que o Génesis o descreve, mas o que existiu, e ainda existe, é a possibilidade real de as pessoas realizarem a perfeita harmonia e paz, quando se deixam guiar pel a luz e pela força de Deus, respeitando os ritmos da natureza e sendo solidários com os outros homens e mulheres, seus irmãos. A descrição do paraíso terrestre é um apelo à transformação do mundo no qual o ser humano tem um estatuto, e dignidade, diferente dos outros seres vivos.

12.

Resume a mensagem fundamental das narrativas bíblicas da criação.


A criação no Livro dos Salmos Dada a importância do tema da criação, os salmos também refletem sobre este assunto. O salmo 8 é um canto de admiração e de louvor a Deus Criador e a afirmação da dignidade do ser humano, como obra-prima da criação.

Hino ao Criador

.. I

2Ó Senhor, nosso Deus, como é admirável o teu nome em t odaa terra! Adorarei a tua majestade, mais alta que os céus. 3Da boca das crianças e dos pequeninos fizeste uma fortaleza contra os teus inimigos, para fazer calar os adversários rebeldes. "Ouando contemplo os céus, obra/ das tuas mãos, a lua e as estrelas que Tu criaste : Sque é o homem para te lembrares dele, o fi lho do homem para com ele te preocupares? ~ 6Quase fizeste dele um ser divino; de glória e de honra o coroaste. 7Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos, tudo submeteste a seus pés: "rebanhos e gado, sem excepção, e até mesmo os animais bravios; 9 as aves do céu e os peixes do mar, tudo o que percorre os caminhos do oceano. lOÓ Senhor! nosso Deus, como é admirável o teu nome em toda a terra! Salmo 8

o Livro dos Salmos, composto por 150 cânticos e poemas, é o livro de orações da Bíblia. Os salmos refletem as mais variadas situações da vida humana; são preces dirigidas a Deus, hinos de louvor e de agradecimento; também oferecem pistas sobre como se pode alcançar a felicidade. Foram escritos por diferentes autores, entre os quais Salomão e David, ao longo de cerca de setecentos anos (1000 a 300 a.C}, Jesus cantou e citou os salmos várias vezes e foram sempre usados no culto judaico e cristão de todas as épocas.


Certamente que já contemplaste variadas vezes a beleza de uma fior, de uma paisagem, a imensidão de um céu estrelado, o romantismo de um pôr do sol, o sorriso duma criança, a ternura dos pais, a melodia de um passarinho... A contemplação das maravilhas do mundo provoca realmente um gr ito de admiração e louvor . Afinal, toda esta beleza nos foi dada sem que a tivéssemos merecido: pura dádiva de amor. Também o salmista teve esta experiência contemplativa, na qual se interroga: "que é o homem para que te lemb r es de le?". Perante to das as belezas da cr iação, a pessoa humana merece especial atenção.

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,

No dia 21 de julho de 1969, por iniciativa do papa Paulo VI, os astronautas depositaram no solo da lua um texto da Bíblia: o salmo 8. ::

Este sa lmo confronta a gran deza do universo, a imensidão de Deus, com a pequenez do ser humano. Est e confr onto produz no a u t or uma enor me admiração: por qoe razão ha.via. Deus de s-e importar connosco? No entanto, Deus fez -no s qu ase divinos, r evestidos de uma gr ande dignidade e com pod er sobre todas as su as obras. Só por amor é qu e se compreende a açã o de Deus.

,

de compreender o projeto de Deus pres-ente na. mensagem bíblica. -e de -esto.belec-er um diálogo -entre a. cvltvra. -e a. fé.

13.

Deixa-te inspirar pelo salmo e redige um texto sobre a dignidade do ser humano.


A criação no Hinduísmo Vós sois o fogo Vós sois o sol Vós sois o ar Vós sois a lua Vós sois O firmamento estrelado Vós sois o Brahma Supremo Vós sois as águas Vós sois o Criador de tudo Upanishads, 1.1

A criação no Islão [Deus] cumula-vos com bens e filhos e concede-vos jardins e rios. Que vos impede de glorificá-lo? Não vos criou por estágios sucessivos? Não vistes como criou sete céus sobrepostos, neles colocando a lua como luz e o sol como lâmpada? E não foi ele quem vos tirou da terra como as plantas? Depois, para a terra vos devolverá, e dela vos tirará de novo e Deus aplainou a terra como um tapete para vós a fim de que a percorrais sobre caminhos largos. Deus vos criou de barro, depois de esperma. Eformou-vos em casais. Nenhuma fêmea concebe ou gera sem seu conhecimento.

111.

Qual a mensagem destas narrativas hindu e islâmica da criação?

Alcorão 71, 12-20; 3S, 10

de compreender que também nas outras religiões tudo qvanto -exis+e +em origem em Devs.


MAS AFI~AL FOI DEUS QUE ~OS CRIOU OU IIDESCE~DiMOS DOS MACACOS ?! II

P>íblia ou c.iênc.ia ?!

Bíblia ou ciência é uma pergunta que não faz sentido. Devemos substituir a conjunção "ou" pela conjunção "e", e em vez do ponto de interrogação devemos colocar apenas um ponto final: Bíblia e ciência. Ciênciae Bíblia a presentam discursos diferentes, mas não se contradizem; pelo contrário, complementam-se. Uma diz onde, quando e como foi (big-bang, evolução), outra diz porquê e para qu ê: Deus quis criar-nos porque nos ama e para sermos felizes, Se pretendermos conhecer qualquer coisa a fundo, não podemos analisá-la só a partir de um ponto de vista; temos de a estudar sob diversas perspetivas. Assim é com as origens, Mas há que fazer as perguntas certas a cada domínio do conhecimento; não podemos esperar que a Bíblia dê lições de Físico-Química ou que a Matemática dê aulas de História...

É à ciência que compete dizer onde e como começou a humanidade. Procurar essas respostas na Bíblia seria tão absurdo como, por exemplo, procurar num mapa a resposta à dúvida sobre como se conjuga um verbo!

ü s_text:?s bíblicos da criaçao nao são uma crónica de f~ctos; ~ão foram escritos por ~; Jornalista que tivesse assiso a~ começo da humanidade e depoIS o relatasse A in te 'nçao d os autores sagrados não era descrever como tinha surgIido a. humanidade (nem eles sabIam) mas apenas comunicar revelação: Deus cham a OU-nos no ~rincípio e chama-nos contmuamente a 11~ id d "'-AUa VI a e amor e. de harmon"la com todas as COIsas criadas.

, Fé e ciência são lIIlprescindivelmente complementares.


A cri ação não é um facto acabado, Deu s continua a cr iar. Mas nesta ação criadora, as próprias criaturas cooperam com o Cria dor.

Assim, os homens e as mu lheres que, ao ganhar o sustento para si e suas famílias, de ta l modo exercem a própria atividade que prestam conveniente serviço à sociedade, com razão podem considerar que prolongam com o seu trabalho a obra do Criador, ajudam os seus irmãos e dão uma contribuição pessoal para a realização dos desígnios de Deus na história. Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, 34

CoMo poDEMoS N6S Co~ABoM~ NeSTA TA~A ~MNDloSA? QUAl é o. nosso coniYibuto, l1oje, pAYA contlnUAY A obYA da CYiAção? Quan do cada um de nós n asceu, j á mu ita coisa exis ti a: a televisão, os compu t a dores, os tele móveis, a int ernet... são contr ibu t os preciosos pa r a o no sso di a a di a , de pessoas qu e nunca conhecemos, e atualme n te n ão sería mos ca pazes de viver sequer u m di a se m u tilizarmos algu mas dessa s invenções. Cada um de nós pode contribuir de for ma decisiva colaborando na criação .


Todos nós temos uma. ca.pa.cida.de. um dom especícl, é preciso fazer crescer esse dom e pô-lo ao serviço dos outros, da humanidade! Uns terão mais jeito para o desenh o, para a pintura, para as artes; outros gostarão mais de algu m tip o de despor to; u n s têm fac ilidade em lida r com os números; pa ra ou tros torna-se fác il ler e escrever... !

Todo s temos um dom especia l, algo qu e faz emos com maior fac ilida de, com mais gosto... e todo s eles são im porta ntíssimos ! Se formo s cap az es de pôr esses dons a re n der, já estaremos a ser verdadeir os colaboradores da criação!

Cuidar da criação Atualmente, falar de criação e ecologia é uma atitude necessária e urgente. Necessária, porque as evidências de um mundo ameaçado estão aí, são vistas, ouvidas e sentidas. Urgente, porque habitamos todos a mesma casa (etimologicamente o termo ecologia deriva do grego oihos - casa) em ruínas, que ameaça cair sobre a humanidade. Pensar na relação entre criação e ecologia é como cada pessoa ser convidada a olhar para si , refletir e analisar aquilo que tem feito , em função da beleza e equilíbrio da casa que é o mundo onde vive. Face ao progresso descontrolado, podemos dizer que vivemos num tempo em que a criação está fortemente ameaçada e essa crise manifesta-se em diferentes aspetos.

Crise do ambiente

o

ser humano en ch e o ambiente e m que vive com os resíduos do que produz e consome, transformando a natureza numa espécie de depósito de lixo tóxico, que está a caminhar a passos largos para a saturação. Quais as consequências? Poluição dos elementos graças aos quais se desenvolve a vida (ar, água, terra). Estamos, portanto, perante uma grave crise ambiental que afeta os ciclos naturais, fundados num equilíbrio profundo e complexo entre a energia solar, a atmosfera, as extensões de água, a fauna, a flora e o ser humano.


Crise energética

o

ser humano vive dependente das fontes de energia altamente poluidoras; o crescente uso das mesmas con duz à qu est ão energética, de consu mir se m pôr em ca usa o a mbie nte vital. Conscientes des t e prob lema, têm sido apresentadas soluções e fazem -se investimentos no sentido de produzir e aproveitar ener gias alternativas.

Crise de matérias-primas P ara satisfação das exigê ncias de produção e de cons u mo, as pessoas rec orrem às fontes de matérias-primas, que são limit adas e podem, por isso, esgotar-se.

TERÃO ENTENDIDO MAL O SIGNIFICADO DO VERBO "DOMINAR"?

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MIIVI~O 'lIê ~8 Ilbdêi~ ê 'lIê COM êl28 COVlViVê?

Perante estas crises, o desafio não é refugiar-se no medo ou entregar-se à indiferença. O desafio que nos deve encorajar é "dominar", de forma inteligente e responsável, todas as realidades naturais, o que implica tomar consciência de que a pessoa humana é a criatura por excelência, mas não é a única e, como tal, deve aprender a re sp e it ar a "ca s a" o nde vive. As outras criaturas existem para o ser humano, mas como ambiente natural do próprio ser humano. Este não vive só da s criaturas, mas também com elas, e delas depende a qualidade da sua própria vida. Também na relação entre as pessoas e a natureza, vale a prioridade do ser sobre o ter: as criaturas valem, não só pela utilidade, mas também pela variedade, pela beleza, pela riqueza e pela gratuidade. Entender o significado da criação significa compreender, não apenas o seu aspeto utilitário, mas também, e sobretudo, reconhecer que é dom de Deus e ambiente natural da humanidade.


- O' Elemento da or ía ça . o

o solo

• F6/uição - con~am ema que o afeta: I 0Ço Probl . Deseyn Icaçao

o

. N-o ahyes lixo paya o chão; , Conselhos. N:o des~Y\Jas plan~as; Plan~a ó-yvoyes Elemento da criação:

O OY qúe yespiyomos

Pr oblema que o afeta: • ~Iuição a~mosréYica • freJo de es~ura e aquecimen~o 310bal Conselhos: Não rumes; Usa wanspo~es cole~ivos; Grupa os ~eus ~efl1pos livyes com passeios a pé. de bicicle~a. sk..oJe. ou ouwo meio de dive~imen~o que não 3as~e eneY3ias rósseis nem pYoduzo poluição

o

- .

Elemento da crlaçao.

Luz do sol

cJ, am demasiados yaios ul~Yav/ole~a Problema que o afeta: e3 d d o

, ~eyYa devid o ao b uyaco na

: onselhos :

f"~,, us'"

cama a e ozono

sul,sfÔY>ó"s que

co~fe~h"", [FC

Elemento da criação: Animois Problema que o afeta: fx~inção de espécies Conselhos: Não adiYas à caça; 'Ya~a com diCfnidade os ~eus animais dOfl1és~icos; Derende os animais sefVa3ens con~Ya uma visão ciYcunscYi~a a in~eYesses pessoais


Elemento da criação: Os oceanosJ OS maYeS OS Y;O~J a O-jua J

Problema que o afeta: • f?>/uição - con~o.rnino.ção das ájuo.s • Fo.l~o. de ájuo. po~ável Conselhos: Reciclo. os óleos

o.lirnen~o.Yes; lorno. duche ern vez de

banho de irneYsão; Fecho. o. ~oYneiYo. quando es~ás o. escovor oS den~es; Não despejes lixo nos CUYSOS de ájuo.

Elemento da criação: As Problema que o afeta:

Ç/oYes~asJ as plan~as

Des~yuição de ÇloYes~o.s; fxhnção de espécies; Incêndios

Conselhos: Fín Yecicla~~," do papel que usas; Não despeydices papel; fvi~o. ço.zey çOjuetYo.s; 'Não o.yyo.nques plo.n~o.s desneCeSSo.Ylo.rnen~e,

PyeseYvo. os jo.ydins

15.

Identifica os maiores problemas que afligem a humanidade e elabora uma carta às nações, apresentando propostas de solução para uma vida pessoal e social criadora de um mundo mais humano.

Elemento da criação: Homens e Mulheyes Problema que o afeta:. In d.fl , ,t'eyenço.; Db re Yezo.; \/' VIO I""enc.o.; fjo,srno; DYojo.s

c~nselhos~ Rec~s~ ~o.bo.co, álcool e dY030.s; lern cuidado corn o. ~uo. o.l,rnen~o.ço.o e h'j,ene; Respei~o. e vo.loY'zo. o. opinião dos OU~YOS' ft"Y~ilho. o que ~ens corn os OU~YOS; DeÇende os rno.is çyo.cos '


A fé no Deus criador, à maneira de Francisco de Assis, que tratava todas as criaturas por irmãs, é a "arma" mais poderosa para vivermos e sermos homens e mulheres dignos da criação de Deus.

Francisco n asceu em Assis, no an o 1182. Depois de uma juventude boémia , converteu-se a Cristo, renunciou a todos os bens paternos e entregou -se inteiramente a Deus. Abraçou a pobreza para seguir mais perfeitamente o exemplo de Cristo e anunciar a todos o amor de Deus. Promoveu o diálogo en t re os povos e, ainda hoje, inspira os amantes da natur eza e os sonh a dor es de um mundo de paz. Morreu em 1226. Foi em homena gem a es te sa n to que o papa Francisco escolheu o nome.

5. Francisco de Assis, Cigoli (1559-16 13)


'Jitntico das Críati as o

o a

Louvado sejas, ó meu Senhor, com todas as tuas criaturas, especialme nte pelo irmão sol, atra vés do qual nos dás o dia e a luz. Ele é belo e radiante; com grande esplendor : de ti , Altíssimo, nos dá ele a im agem. Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã lua e as estrelas: no céu as acendeste, claras, preciosas e belas. Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão vento e pelo ar e pelas nuvens; pelo céu sereno e pelos tempos, com que sustentas todas as criaturas . Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã água, que é tão úti l e humilde e preciosa. Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão fogo, pelo qual alumias a noite;

1f).

ele é belo, agradável e forte. Louvado sejas, ó meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra,

Francisco de Assis.

que nos sustenta e governa

11 . Identifica

e produz variados frutos, com flores coloridas e verduras.

Faz o cartão de cidadão de

um elemento da criação que não esteja referido no Cântico das Criaturas e acrescenta uma estrofe ao poema .

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelos que perdoam por teu amor. Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Louvem e bendigam o meu Senhor, deem -Ihe graças e sirvam-no com toda a hum ildade. s. Francisco de Assis (1182-1226)

o Cântico das Criaturas é considerado a mais antiga e a mais preciosa da poesia italiana.

joia

Segu ndo a s fontes franciscanas da época, Francisco encon tr ava-se grave me n t e doente quando es cr eve u o Câ n tico; sofria de infeções no es tô mago, no fígado e no pâncreas, e estava qua se cego com uma conju ntivite aguda . Neste es t a do debilitado, é fácil pensar que nem se qu er o "seu" irmão sol brilharia para ele; aliás, um sim ples raio de luz ca usa r -lh e-ia terrível incómodo. 5. Francisco, Giotto (1266-1337)


Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, as pessoas vão entender que o dinheiro não se come. Greenpeace

,

de assumir comportwnentvs responsó.veis qve implicam

o cuidado da. cria.ção.


Todas as coisas são um milagre

18.

Einstein afirma que os " milagres" são possíveis. Indica atitudes concretas que cada um de nós pod e assumir para salvar o planeta .

Pode ser que um dia deixemos de nos falar... Mas, enq uanto hou ver am izade, Faremos as pazes de novo . Pode ser que um dia o tempo passe... Mas, se a amizade permanecer, Um do out ro há de lem brar-se. Pode ser que um dia nos afastemos ... M as, se formos amigos de verda de, A amizade nos reaprox imará. Pode ser qu e um dia não mais existamos... Mas, se ainda sobrar ami zade Nasceremos de novo, um para o out ro. Pode ser que um di a t udo acabe... M as, com amizade constr uire mos tudo novamente, Ca da vez de for ma diferente. Sendo único e inesquecível cada mo mento Que juntos vive remos e nos lembraremo s para sem pre. Há duas formas para viver a sua vida: Uma é acreditar que não existe mila gre; A outra é acreditar que todas as coisas são um mil agre. Alb ert Einste in (1879-19S5)

AVida

19 .

Madre Teresa acaba o seu poema com a ideia de que a Vida é importan te e é preciso defendê-Ia. Indica du as ati tud es que podes adot ar para defender a tua própria vida.

A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida A vida

é uma oportunidade, aproveita -a. é beleza, admira -a. é sonho, torna -o realidade . é um desafio, enfrenta -o. é um dever, cumpre-o. é um jogo, joga-o. é preciosa, cuida -a. é riqueza, conserva -a. é amor, goza-o. é um mistério, desvela-o. é promessa, cumpre-a. é tristeza, supera -a. é um hino, canta-o. é um combate, aceita -o. é tragédia, domina-a. é aventura, afronta -a. é felicidade, merece -a. é a VIDA, defende-a. Madre Teresa de Calcutá (1910-1997 )



Olá! O meu nome é Ab'('(J.õ.o. Vivi no séc.

XIX se

Isso mesmo: ~enho quase

L(OOO

anos! t'Jo.sci em Uy. no o.~uo.l \yo.que,

e poY lá ho.bi~ei o.~é o. minha vida mudo.y comple~o.men~e. Eyo. chefe de uma ~Yibo e, como ~odos os meus con~eyyaneos, odovav o

Abraão (detalhel Guerc'

váYios deuses. Mas pyo:tessivo.men~efui descobyindo

mo (1591 -1666)

o Deus único e peycebi que podia o.doyá-Io em quo.lquey IU30. y e em

quo.lquey ciYcuns~ancio.. Compyeendi que só pode exis~iY um único Deus e que os deuses o.n~i30s eYo.m ;dolos moY~os, elemen~os do. no.~uYezo. ou YepYesen~o.çõescons~yu;do.s pelas pessoas. Eu e o meu clã começámos o. o.cYedi~o.Y no Deus vivo e pYesen~e que

acompanho. o. hiS~óYio. pessoal e o. hiS~óYio. do povo. Um dia., Deus disse-me: "Deixo. o. ~uo. ~eYYo. e o. caso. de ~eu pai e vai

po.yo. o. ~eYYo. que eu ~e mos~Yo.y. Fo.yei de ~i um 3yo.nde povo, o.bençoo.Y-~e-ei, en3yo.ndeceyei o ~eu nome e seyás uma fon~e de bênçãos~' (Gn 12, 1-2). E eu confiei, o.cYedi~ei, obedeci e assim me ~oYnei no po.~Yio.Yco. de ~odos aqueles que o.cYedi~o.m no Deus único.


Vénus de Will endor f (Áustr ia)

A humanidade sempre se questionou sobre a existência quotidiana e sobre o que está para lá do universo, bem como sobre a vida e a morte, a fertilidade dos solos e dos animais, a harmonia dos astros ou a força da natureza. Não sabendo explicar mu itos dos fenó me nos naturais, atribui u o mi lagre da vida a forças poderosas que te mia e a quem prestava culto : perante a força vital do sol, adorou-o; ao desejar a fertilidade, construiu estatuetas que re presentam a deusa-mãe... Muitos rfiJ,' ..;,~\ f " r ~ :-,~-);l-~ povos do passado adoraram ~.i.:.~ ~ .~~. ~~~;<.t'_.:. ~~:.~'" '.:. - ",.•. ;..,.' :~ vários deu ses - forças -l,(- . ' ,,. 'j "i',:tit, , ' ..~" '-'~.~J",;:,"",,"~'~ L ' ' ;.' '~ ':- ,íf_..'.~ . da natureza, animais, . .~:",-';.P" ~--;. , , r ~ .... ~,.:l '" '" ~ ~ ~- .. . ~' >' árvores - qu e representavam sob várias formas e a qu em atribuíam diversos ", " nomes (politeísmo). , o

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So.be.r+ Politeísmo - Sistema religioso que reconhece e venera vários deuses. Monoteísmo - Sistema religioso que admi te a existência de um só Deus. Sendo Deus o ser absoluto é necessariamente único e

distinto da realidade por ele criada .

\


D&nen

Consciente de que ele próprio dependia de uma força que lhe era superior, o ser humano esco lheu locais de cu lto, que assinalou com grandes pe dras (menires), e ergue u dólmenes nos luga r es onde sepultava os se us mortos . A crença na vida pa r a alé m da mort e e na existência de forças divinas con duziu vár ios povos, em todas as latitudes, a de senvolverem ritos e manifestações religiosas. Onde quer que se encon t re m vestígios de atividade humana, aí se encon tr a m manifestações do religioso. Em todos os tempos e lu ga res , a humanidade procurou encon tr a r-se com o divino: construiu templos, celebrou festas e rituais, integrou as crenças no quotidiano.

Arte Rupestre

Independentemente do que pensamos da religião, ela é uma realidade estruturante das sociedades e não é possível compreender a história da humanidade sem ter em conta a dimensão re ligiosa. A vida social está configurada em grande parte pelo re ligioso, desde o nascimento até à morte (as festas, os costumes, o folclore , a lingu agem ...). A dimensão re ligiosa está presente nas vivências do quo tidiano, nas grandes opções de vida e nos momentos fortes da existência humana . Todas as culturas estão impregnadas de va lores re ligios os que se manifestam na história, na litera tura, na arte, na filosofia, na organização das povoações e do espaço urba no.

o ser

SarcófagJ -egípcio

é.

uM

kUMo..\t\O

ser relt9toso.

de compreender qve o fenómeno religioso faz porre do.. vido.. do..s pessoos -e do.. histório.. -e coniíibvi po..ro.. o sev des-envolvimento.


A religião é a resposta do ser humano à interpelação do Absoluto. Pressupõe uma ilu minação ou um encontro com o Sagrado, entendido por a lgu mas re ligiões como pessoal. Esse encontro está descrito em textos sagrados. Destacam-se, nest e processo, os místicos e os profeta s - personagens que, ten do uma es pec ial re lação com o Sagrado, expr essa m essa expe r iência aos ou tros. A relação com o Sa gr a do, atrav és da fé (atitude de reconhecimento e de entrega confiante), conduz a pe ssoa à fidelidade , a determinados compromissos e r esponsabilidades. Todos os dias, em cada recanto do mundo, homens e mulheres (individualmente ou em grupo) dedicam um pouco do seu tempo à sua relação com o Sagr ado, exprimindo-se a t r avés de palavras e gestos, orações e açõe s em favor dos outros.

Religião e magia são realidades completamente distintas e incompatíveis. Enquanto a religião se refere a um Deus absoluto que quer a liberdade e a felicidade das pessoas, a magia baseia-se na crença em forças ocultas qu e exe rcem influência sobre a vida das pessoas e tem como objetivo manipular e controlar essas mesmas forças.

,

Religião é um conj unt o de doutrinas, de ritua is e de práticas que pret endem estabelecer o contacto entre o human o e o divino. Dois elementos tornam-se obrigatórios na definição de religião: crença numa ordem superior da realidade e ordenação da vida em conformidade com a crença.

A religião apresenta um caminho de libertação interior e oferece um conjunto de respostas e metas que procuram dar sentido à existência e ao agir humanos. Conhecer as várias religiões é abrir-se à fascinante descoberta do mistério e da beleza, do heroísmo e da radicalidade, da verdade e da simplicidade. É entrar num mundo maravilhoso onde os homens e as mulheres se interrogam e se entregam sem limites a causas belas e justas e onde o Sagrado caminha, lado a lado, com cada u m e com todos, na busca da plena felicidade. Como cada família , também cada religião tem as suas características próprias, a sua maneira de ser e os seus costumes.


Todas as religiões propõem respostas para as perguntas que inquietam continuamente o espírito humano. Desde sempre, a pessoa parece ter organizado a sua vida quotidiana e o mundo em que vive segundo princípios de religiosidade. Desde o aparecimento da escrita que o ser humano registou as suas crenças religiosas em placas de argila, monumentos, tiras de papiro ou pergaminho. Alguns desses registos foram elevados à condição de textos sagrados por determinadas comunidades de crentes. Neles, refletem-se muitas das mais profundas questões a que o ser humano sentiu necessidade de responder: a criação do mundo e da humanidade, a morte, a vida para além dos limites temporais, a imortalidade, a organização e manutenção do universo, os valores e os princípios a partir dos quais se organiza a vida humana, as angústias, os desejos e as esperanças da humanidade...


Mas a religião não se circunscreve a textos. Manifesta-se também através de rituais sagrados: - conjunto de comportamentos individuais ou coletivos, materializados em gestos e palavras sagradas que põem o crente, ou a comunidade dos crentes, em contacto com a divindade. O ritual assume uma dimensão tão importante como o próprio texto. O primeiro pressup osto da religião é que existe uma realidade suprema, a que geralmente se ch ama Deus. A manifestação do sagrado, quando acolh ida, provo ca n a pessoa uma a tit ude religiosa. fàyo. q ue exis~o. Ye/i~ião, não bo.s~o. ho.vey um deu s q ue se mo.n;res~e; é pyeciso q ue o. pessoa e xpyesse o. suo. adesão, yeo./ e peYmo.nen~e, oYien~o.ndo o. suo. v ida po.yo. o sev supyemo. Tal atitude religiosa manifesta-

-se de diferent es modo s:

1.

A religião contribui para a felicidade das pessoas e dos grupos, atribuindo um sentido à existência humana e apelando aos valores éticos, que impelem a servil' os outros e o meio em que está in serido. ./

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~"~tlOú ~

,

Explica porque podemos considerar a religião como um fenómeno universal.

2.

o que é ser religioso?

de ideniificar o.. função do.. religião no.. vido.. das pessoas -e de compre-ender qve o.. -experiêncio.. religioso.. dignifico.. -e dó. sentico õ. vido.. humo..no..

3.

Indica três razões pelas quais faz sentido ser religioso .


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t.t.

Identifica as características da religiosidade oriental.

A religiosidade oriental caracteriza-se pela valorização do interior da pessoa; é introvertida, meditativa e contemplativa, sempre em busca do autoconhecimento e da harmonia com a sociedade, a natureza e o universo. Em geral, os orientais respeitam, não só os seus semelhantes, mas também todos os seres animados e inanimados, uma vez que tudo o que existe é habitado pela divindade (panteísmo) . Também por esta razão, o vegetarianismo é uma prática comum nas sociedades orientais. A Índia foi um dos grandes berços da civilização humana. Estudos recentes, evidenciam que a cultura harappiana (primeira civilização da Índia) era tão desenvolvida como a mesopotâmica e que os indianos de então dominavam técnicas avançadas para aquele período da história.

,

A civilização harappiana caraterizava-se por amplas cidades, extraord inariamente arquitetadas, com edifícios complexos de vários andares, com cisternas de água pluvia l e sistemas sofisticados de drenagem. Foi nesta civilização de artesãos particularmente habilidosos que surgiu o Código de Manu - a mais antiga compilação de leis existente.


A civilização chinesa é outra das mais antigas civilizações. A sua principal caraterística foi se mpre, pe lo menos até ao séc ulo XIX, a transmissão da cultura milenar. Sociedade tradicional, a China con siderava qu e a melhor forma de viver consistia, não em mod ernizar -se, mas em rep etir os padrões do pa ssado . Daí a manutenção da es cr ita ideográfica, da importância da família e do culto dos antepassados.

S~ber+ Apesar do tradicionalismo, os chineses foram sempre férteis na capacidade de invenção: a tecelagem da seda, a tinta, o chá, a pólvora, os foguetes, o fósforo, a bicicleta, o leme, a bússola, o ábaco, o papel, a caneta, o compasso, os óculos, o jogo de xadrez... Vários séculos antes de Cristo, os chineses já usavam carvão de pedra, petróleo e gás como combustíveis; conheciam astronomicamente os eclipses do sol e da lua e possuíam sismógrafos para identificação e registo de tremores de terra.

Na religiosidade oriental destacam-se três tradições: Hinduísmo, Budismo e Confucionismo.

o Hinduísmo

define-se como um conjunto de tradições religiosas envolvidas numa extensa e complexa variedade de crenças e cultos. As suas origens remontam ao segundo milénio a.C. , na Índia. No panteão hindu, sobressaem três divindades maiores, a que se dá o nome de Trimurti: - Brahma, o deus criador de todas as coisas e para o qual tudo volta; - Vixnu, o deus conservador; - Xiva, o deus destruidor.

Irimurti: Brahma, Vixnu e Xiva

As escrituras hindus chamam-se Shastras (Instruções ou Tesouros do Conhecimento) e dividem-se em dois grupos: Shruti (escutado, revelado) e Smriti (memórias - que são explicações dos S hruti) . Os quatro Vedas (sabedorias) constituem o corpo central dos textos revelados. Dos princípios hindus fazem parte quatro conceitos fundamentais: Karma - Herança das incarnações anteriores e destino (castigo ou recompensa); Darma - Lei, cumprimento dos deveres religiosos, morais e sociais; Samsara - Ciclo das reencarnações; Nirvana - Libertação do samsara; estado de perfeição.


Para os hindus, uma correta prática do darma tem um efeito favorável sobr e o harma, o que permite a cada indivíduo renascer num a ca st a e n um plano de exis tência m ai s elevado, aproxima n do-se , deste modo , do objetivo fin al , o nirvana. O principal dever de um hindu é a retidão ; aquilo que, de facto, importa é a conduta correta.

Brâmanes Cxátrias Vaixias Sudras

Párias

A sociedade hindu está organizada em castas: brâmanes (sacerdotes), cxátrias (guerreiros), vaixias (artífices) e sudras (servos). Os párias são considerados marginais e não pertencem a nenh uma casta.

O símbolo do Hinduísmo é o Orn . É a sílaba sagrada, constituída por três caracteres sânscritos (lín gu a sagrada do Hin duís mo), correspon de ntes às letr as A-U-M, qu e se pro nuncia numa única emissão de som: «om». É o som mais sagrado e a origem de todas as or ações.

5.

Elabora uma sínt ese (esquema) do Hinduísmo.

A oração salvou-me a vida. Sem a oração teria ficado muito tempo sem fé. Ela salvou-me do desespero. Com o tempo, a minha fé aumentou e a necessidade de rezar tornou -se mais irresistível. .. Como o corpo se não for lavado fica sujo, assim a alma sem oração se torna impura. A minha paz provém da oração. Eu sou um homem de oração.

tvvtdf~ Mahatma Gandhi


o

Bu dismo surgiu na Índia, por volta do ano 500 a . C., como consequência dos ensiname ntos de Sidartha Gautama.

SCÀber+ o fundador do Budismo, sobre o qual existem várias lendas, nasceu ,

no norte da índia (atualmente território do Nepal), por volta do ano 566 a.c. e terá morrido aos oitenta anos. Príncipe do reino Shakya, Sidartha Gautama foi primorosamente educado segundo os princípios do Hinduísmo. Insatisfeito com a vida que levava, abandonou a família e foi à procura de resposta para o sentido da existência humana e para a libertação do sofrimento que o nascimento, a velhice e a morte trazem consigo. Com 35 anos, enquanto meditava debaixo de uma figueira nas margens de um afluente do Ganges, teve uma experiência relig iosa de iluminação que o marcou para toda a vida. É neste momento que se torna «Buda», ou seja «i luminado» . Sidartha inicia então as suas pregações, atra indo numerosos discípu los e fundando comunidades monásticas.

o objetivo

do Budismo é ajudar as pessoas a encontrar o caminho para a iluminação e para o estado de nirvana, que põe fim ao sofrimento. Por ser uma proposta de aperfeiçoamento espiritual e pelo facto de poder prescindir da ideia de um deus transcendente, muitos consideram o Budismo mais como uma filosofia de vida do que como uma re ligião. A crença na reencarnação e a noção de karma (herança das boas e más ações) são a base da doutrina budista. O texto fundamental do Budismo é o Sermão de Benares, onde Sidartha Gautama identifica o grande mal do mundo - o sofrimento - e indica o Óctuplo Caminho como meio para o ultrapassar e atingir a paz e a serenidade.


A doutrina budista parte de uma constatação que leva a colocar a pergunta: por que é que existe o sofrimento? Na resposta a esta questão, são apontadas as quatro verdades pregadas por Sidartha Ga utama: 1. A vida é sofrimento, insatisfação, mal -est ar ,

frustr ação e imperfeiçã o, tanto do pon to de vis ta físico , como emocion al e mental. 2. A causa do sofr imen to é a ignorância, traduzida no egocen tr is mo, no desejo possessivo e na ambição . 3. A solução só se encontra quando se põe fim ao sofrimento pela negação de tudo o que a ele conduz. 4. O caminho que põe fim ao sofrimento tem três linhas de ação: Ética (agir para o bem de todos e não prejudicar nenhum ser vivo); Meditação (libertar a mente do negativo e cultivar o positivo) e Sabedoria (o material é ilusório e não satisfaz o ser h umano). Esta via da libertação realiza-se, na prática, através do Óctuplo Caminho - os oito "ma nda men tos" que o budista deverá viver: Compreensão correta; Pensamento correto; Fala correta; Ação correta; Trabalho correto; Atenção correta; Me ditação correta; Visão correta. E mbora a figura de Buda, sentado em postur a de lótus, tal como estaria no momento da sua ilumin ação, apareça com o re presen tação univer salizada do Bu dis mo, o sí mbolo do Bu dis mo é a Roda da Lei. As duas h a stes em cr uz indica m as Quatro Verdades e as duas hastes na diagonal completam as oito pontas e indicam o Caminho das Oito Vias.

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ó.

Elabora uma síntese (esquema) do Budismo.

Enquanto existir o espaço Enquanto aí existirem seres Possa eu também permanecer Para dissipar a dor do mundo Shantideva, mestre budista do século VIII


o Confucionismo

foi fundado pelo sábio K'ung-fu-tzu, conhecido por Confúcio, que nasceu por volta do ano 552 a.C., em Tsou, na China.

Sa.ber+ Confúcio acreditava no Céu como Deus pessoal, cuja vontade se manifestava no universo dos valores éticos. A sua visão é fundamentalmente humanista e racionalista. Para Confúcio, Deus não atua de forma arbitrária e há uma ordem racional no mundo. Agir de acordo com essa ordem ética é cumprir a vontade do Céu. Os asiáticos comemoram o seu aniversário a 20 de setembro.

o

Confucionismo é essencialmente uma doutrina política e ética, apesar de ter igualmente uma dimensão religiosa. O valor que atribui ao es tudo, à ordem, à consciência política e ao trabalho marcou profundamente a civilização chinesa, desde a antiguidade até aos dias atuais. O culto da natureza e dos antepassados, bem como a afirmação do amor, da justiça, da sinceridade e da reverência são caraterísticas fundamentais deste sistema filosófico-político-religioso. A doutrina confucionista visa a harmonia da vida e do mundo. Para isso, considera a família como base de uma sociedade em que todas as pessoas vivem em paz. Esta família começa nos governantes, qu e devem amar o povo como verdadeiros pais, e termina nos súbditos, que têm o dever de ser obedientes e humildes como filhos. Todos os seres humanos são irmãos e devem cuidar uns dos outros, tratando-se mutuamente com lealdade e r e sp e it o .


o princípio fundamental do confucionismo é a humanidade (jen) a justa organização das relações humanas. O j en , como virtude universal, está associado à lealdade em relação à própria consciência e à reciprocidade (respeito por todos) e traduz-se na bondade, compaixão e amor pelos outros.

O cânone da sabedoria e ensinamentos confucionistas centra-se nos cinco livros clássicos: I Ching, 8hu Ch ing, Li Ching, 8 hih Ching e Ch'un Ch' iu. O símbolo do Confucionis mo é o Tai Chi, simboliza n do as forças em movimento e em eq uilíbrio do Yin e Yang. O princípio Yin é o feminino, o n ão ma terial, a lua , a noite, a sombra, o frio , o negativo, a passividade contemplativa. O Yang, simu lt a nea men te oposto e complem en tar, é necessário ao equilíbrio; corresponde ao masculino, ao material, a o sol, ao dia, à luz, ao calor, ao positivo, à atividade. P a r a manter a harmonia e a ordem no univer so e dentro do corpo, é importante manter constantemente o Yin e o Yang em pl ena harmonia . Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo. A preguiça caminha tão devagar, que a pobreza não tem dificuldade em alcançá-la. -;

1.

Elabora uma síntese (esquema) do Confucionismo.

A humildade é a única base sólida de tocias as virtudes. Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade. Confúcio


Quadro síntese das religiões orientais HINDUÍSMO

BUDISMO

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CONFUCIONISMO

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lernplo conPuClon, ~o

Símbolo

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Príncíp íos

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A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz ser melhor:

mais compassivo, mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável, mais ético. DalaiLarna

de comp~~der o -ess-enciaJ das religiões orfentais -e de p-erc-eber como

-elas soo Importantes para. uma. grande parte da. humanidade.


A partida de Abraão, Ózsef M olnár (1821-1899)

Deus revela-se a Abraão e toda a história da humanidade se transformará por causa deste encontro com o Deus único.

8.

Elabora uma biografia de Abraão.

Os descendentes de Abraão, ao longo dos tempos, professaram a fé num só Deus e originaram as três religiões monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão. Todas acreditam num Deus único e re conhecem em Abraão o primeiro crente. Por isso se chamam religiões abraâmicas , fun dadas na revelação de Deus àquele que é o pai dos crentes.


o J u daísmo é a religião que surgiu em Israel como consequência da intervenção do Deus uno e único na história do povo judeu .

Abraão na estrada para Canaã, Pieter Lastman (1583-1633)

No século XIX a .C., Deus interpelou Abraão a partir para Canaã (Palestina, Israel ou Terra Santa), prometendo abençoar os seus descendentes e torná-los numa nação poderosa. Mais tarde, revelou-se a Moisés (no século XIII a.C.), manifestando-se-lhe no monte Sinai. A Aliança do Sinai, que é o corolário dos acontecimentos do êxodo (libertação do Egito), constitui o evento estrutural do Judaísmo e a confirmação de Israel como povo de Deus. A experiência da libertação, a Aliança e a Lei (Dez Mandamentos) são as fontes vivas da fé e da própria existência de Israel. Estes acontecimentos, que fizeram o Judaísmo nascer e desenvolver-se, são fonte de inspiração contínua e de impulso para o futuro, motivando o povo a realizar a aliança com Deus. Depois, por meio dos profetas, Deus tornou a falar muitas vezes ao povo de Israel para recordar a Aliança, ou seja, o compromisso que tinha est a belecido com ele. Neste po..do) 'Deus cOMproMeH.o..-se o, o..bel.r\~oo..r e proteger o seu povo e o povo cOMproMetto..-se o, cUMprtr o, vOl.r\to..de de 'Deus) expresso.. I.r\OS De.z, Mo..l.r\do..Mel.r\tos.


Marcos da história hebraica 1850 1700 1300 12 50

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Os descenden~es de Abyaão emi3yam paYa o f I

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Êxodo: ~oisés libeY~a o povo do f3i~0 e condu-lo de ye3yesso a Canaa

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Isyael é dividido em dois yeinos: Reino do NoY~e ( IsYael ) e Reino do 0ul (JU(Já) ue

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Queda de Judá ( NabucodonosoY conquis~a o 0ul e exila o povo na Babilónia) [;yo, e, cios peysad; vence o impéY'o babilónIco e peYmi~e o 'eqve"".>o dos exila o... a IsYael

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Os 3ye30s vencem os peYsas e IsYael rica sob o clom;nio helénico

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Os Yomanos conquis~am a Fà/es~ina e IsYael rica novamen~e sob dom;nio es~YanqeiYo

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D.e. 1948

~~S~YU'Çã~~o "Templo de Jeyusalém e in;cio cla 3yande ,aspo

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CYiação do fs~aclo de Isyael

A cultura judaica atual, moldada por tradições milenares, engloba os a spetos da vida das comunidades judaicas integradas nos diversos povos e cultur as. Entre os principais aspetos da cultura judaic a , pod emo s realçar a língu a , o vestuário e a alimentação.


Língua

o

hebraico é o principal idioma do Judaísmo e é atua lment e a língua ofic ial do Estado de Israel. Entre os vários id iomas juda icos podemos destacar o arama ico (língua que Jesus falava e que se mantém como língua materna de algumas comu nidades do Próximo Oriente) e o ladino (língua dos sefarditas - comunidades judaicas da Península Ibérica).

Vestuário O Kippá (pequeno barrete) é o símbo lo distintivo usado pelos ju deus (só os home ns) para manifestar respeito a Deus. Tefilim é o nome dado a duascaixinhas de couro dentro das quais está um pergaminho com trec hos fundamentais da Torah, que se prendem à testa e ao braço esquerdo no mom ento da oração para indicar a presença da palavra de Kippá Deus na mente e no coração. O tzitzit, que se prende ao tallit (espécie de xaile), é a sua parte mais importante e serve para lembrar aos judeus o / Tallit cumprimento dos Mandamentos. Jé" Tefilim

/

Alimentação

De acordo com a lei mosaica (lei de Moisés), os judeus dispõem de um código que lhes permite comer apenas determinados alimentos. Ao conjunto de leis dietéticas do Judaísmo dá-se o nome de kashrut. Aos alimentos permitidos pela religião judaica chama -se kosher. Entre os alimentos treif (proibidos) podemos nomear a carne de por co, todos os mariscos, os peixes que não possuam escamas, a carne com sangue e qualquer alimen to que misture carne e leite .

Tzitzit

Adaptado de Élie Barnavi, História Unive rso! dos Judeus

A história hebraica está presente na literatura, na pintura, na escultura, na música e em todas as artes. Refiram-se duas óperas famosíssimas: Moisés no Egito, de Gioacchino Rossini (1792 -1868), onde se canta a libertação dos hebreus da opressão egípcia; e Nabucco, de Giuseppe Verdi (1813-1901), onde se exaltam os judeus arrastados em cativeiro para a Babilónia, sob o jugo de Nabucodonosor.


A Menorah, principal símbolo da fé judaica , é um candelabro com sete braços que representa a nação de Israel e a sua missão de ser a luz entre as nações. A Estrela de David, composta por dois triângulos equiláteros que sugerem a essência dos ideais jud aicos (a fé e a sua história), era o emblema do escu do do grande rei David e é o símbolo da bandeira de Israel.

o mezuzza

é uma pequena caixa que contém um rolo de pergaminho com o shema (texto em que Deus ordena que se conservem as suas palavras nas mentes e nos corações). É fixa do no umbral da casa e sempre que se entra nela beijam-se os de dos e t oca-se no mezuza, mostrando assim amor e respeito a De us e a os seus Ma n damentos.

A Torah - Lei - é a es cr it ura mais impor tant e do J u daísmo. É o texto sagra do por excelência . Mas o cânone judaico, n a su a totalidade, chama-se Tanahh. e divide-se em três partes: Lei, Profetas e Es critos.

nt . - Afirmação da existência de um só Deus (monoteísmo) ; - Reconhecimento da presença e revelação de Deus nos acon tecimentos da história; - Fundamentação na Aliança entre Deus e Israel, o povo eleit o; - Esperança na vinda do Messias e na vida et er na.

Monr teísmo O princípio básico do J u daísmo é a unicidade abs olu ta de Deus Criador, Omnipotente, Omnisciente, Omnipresente - qu e influencia todo o universo e que não pode ser limitado nem repr es en t ado de forma alguma, o que faz da idolatria o pec ado mai s grave. O Deus único é um Deus pes soal com nome próprio - Yahweh (Aquele que está presente).

SCÀber+ •

As quatro letras que formam a palavra YHWH constituem o Tetragrama Sagrado. Foi com este nome que Deus se apresentou a Mo isés (Ex 3,14).


A proclamação da existência de um só Deus manifesta-se na profissão de fé judaica conhecida como Shema.

o.be.r+ Shema Escuta Israel, o Senhor e só Ele é o nosso Deus. Ama o Senhor, teu Deus, com todo o coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Que os mandamentos que hoje te dou estejam sempre na tua memória. Ensina-os continuamente aos teus filhos e repete-os, tanto ao deitar como ao levantar, quer estejas em casa, quer vás de viagem. Deves trazê-los no teu braço como um distintivo, na tua testa como emblema. Escreve-os nas ombreiras das portas da tua casa. Dt 6,4-9

o Judaísmo baseia-se na Aliança (pacto de fidelidade) entre Deus e Israel, o povo eleito. Deus revela-se nos acontecimentos concretos da história judaica e desafia continuamente '0 povo a permanecer fiel, daí que a existência humana no Judaísmo esteja fundamentada no Decálogo (Dez Mandamentos). Estes Mandamentos são uma dádiva de Deus, através de Moisés, para que o povo, acabado de sair da opressão do Egito, viva feliz e não torne a cair em qualquer tipo de escravidão.

Moisés com as tábuas da lei, Rembrandt (1606 -1669),

Decálogo 1. Não tenhas out ros deuses além de mim 2. Não prestes culto às imagens 3. Não faças mau uso do nome de Deus 4. Consagra o dia de Sábado 5. Respeita os teus pais 6. Não mates 7. Não cometas adultério 8. Não roubes 9. Não faças acusações falsas 10. Não cobices o que é dos out ros Cf. Ex 20,1-17


Profeta Isaías

Os profetas tiveram uma importância extraordinária na vivência da Aliança. Homens de Deus que conheciam profundamente a vida da comunidade e tinham uma consciência muito intensa do que constituía a fé de Israel, proclamavam em voz alta e claramente a vontade de Deus. Assumiam a função de consciência moral do povo, denunciando a injustiça e a mentira. Como int ér pr etes da história, os profetas apontavam para realidades ainda não vividas mas já espera das, em dir eção às quais orienta va m o olhar de Israel, faz endo-o aspirar à paz messi ânica .

1

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A maior parte dos judeus es pera um Messias judeu, da descendência do rei David, que reinará sobr e Is rael, reconstruirá a nação, fazendo com que todos os judeus retornem à Terra Santa, e unirá os povo s numa era de paz e prosperidade sob o domínio de Deus. Alguns judeus creem, no entanto, que a era me ssiânica n ão envolve necessariamente uma pessoa, tratando-se , antes, de um período de paz e prosperidade. Nas atuais correntes do Judaísmo, praticamente todos os judeus creem na ressurreição e na vida depois da morte.

A era judaica tem como referência a criação do mundo (3761 a .C., segundo os hebreus). É um calendário lunar, com doze meses de 29 ou 30 dias, num total de 354 dias. Periodicamente, é acrescentado um mês extraordinário, para acertar o ano lunar com o ano solar; desta maneira, os judeus podem celebrar todas as festas na sua estação correspondente, tal como a Torah. exige . Os judeus contam as semanas de sábado a sábado, que é o dia mais importante da semana. O dia começa ao pôr do sol.

o fact o de o dia começar com

o início da noit e é uma metáfo ra da próp ria vida, que pri ncipi a na obscurid ade do vent re mat erno, depois enfr ent a o resplendor da luz e fina liza na escuridão do túm ulo, que precede um novo amanhecer no mund o vin dou ro .


o estudo da Torah é o principal dever de um judeu. Toda a vida judai ca , em casa ou na sinagoga, é considerada como um se rviço por meio do qual a n ação eleita está dedicada a De us . Quan do reza, o ju deu tem a cabeça coberta com o ta llit e tem os tefi lim presos à testa e ao braço.

- Sábado (Shabbat) é o principal momento do calendário jud aico. Como sétimo dia da semana, re presenta a plenitude da criação pela qu al devem ser dadas graças a Deus, que fez o mu ndo em seis dias e ao sétimo descansou . Ao sábado - dia sa nto e de absoluto rep ouso - os judeus dedicam-se ao louvor a De us, sen do proibido qual qu er trabalho. - Circuncisão consiste no corte do pr epúcio (pr ega cutânea que recobre a glande do pénis) e simboliza a aliança com Deus marcando a pertença do menino ao Senh or . A circuncisão é o sinal visível, na carne, da pertença ao povo eleito. A iniciação religiosa dos rapazes - bar-mitzvah - acontece no primeiro sábado após o seu décimo terceiro aniversário; a das meninas - bat-mitzvah - ocorre aos doze anos de idade. Nesta cerimónia, leem pela primeira vez a Torah em voz alta na sinagoga e, a partir de então, tornam-se filhos do mandamento (mitzuah) e passam a integrar formalmente a comunidade judaica.

- Páscoa (Pessah) , é a principal festa judaica. Recorda a libertação do Egito e celebra e atualiza a Aliança de Deus com o povo de Israel. Mas há outras festas importantes, nomeadamente: a das Tendas, ou Tabernáculos, que recorda a vida de Israel no deserto; o Pentecostes, que recorda o dom dos Dez Mandamentos; o Dia do Perdão (Yom Kippur) , em que a pessoa se arrepende e Deus perdoa toda a comunidade de Israel; e a festa das Luzes (Hanuhah) que comemora a restauração da independência no séc. II a .C. e a reedificação do Templo.


Jerusalém, também chamada "Sião" e "Cidade de David", é o centro dos centros, a base do quase mítico reino de David, o local onde se centralizou o culto no Templo e o lugar de todas as instituições políticas e religiosas. O Templo de Jerusalém, mandado construir pelo rei Salomão n o séc . X a .C., destruído e reconstruído várias vezes, era o mais im por ta n te local de or a çã o e peregrinação; a li se ofereciam sacrifícios a De us e se celebravam as gr an des fest as. Era também o centr o político, merc antil e financei ro.

MClLJvefoe do T-emplo de T-ervsaJém

O Muro das Lamentações, única parte do Templo de Jerusalém que resistiu à destruição pelos romanos no ano 70, é atualmente o local mais sagrado do Judaísmo. Junto a ele, os judeus do mundo inteiro rezam e colocam, entre as pedras, as suas preces escritas. A s ina g o ga é o espaço público de oração. A palavra sinagoga significava, originariamente, p o vo reunid o ; depois veio a significar o edifício em que os judeus se reúnem para celebrar a sua fé. As sma gogas são normalmente de construção retangular e orientadas para Jerusalém . Na parede de fundo, bem visível, h á um lu gar para guardar os rolos da Lei. Ao longo das paredes ficam dispostos os bancos para a assembleia. Destaca-se o rabino (líder espiritual da comunidade) e o chazann (cantor litúrgico).


A comunidade ju da ica está ramificada numa série de grupos: J udaísmo ortodoxo, J udaísmo reformista, Judaísmo conservador e J u daísmo lib er al. Cada u m de les tem a sua visão sobre os princípios qu e u m judeu deve seguir.

Presença dos judeus em Portugal o

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Osjudeus da Península Ibérica (sefarditas), cujas origens remontam ao séc. II, gozaram de uma significativa liberdade religiosa e de ação. Esta realidade esteve sempre associada a um espaço de felicidade e identificação onde, durante séculos, eles prosperaram. Viviam em comunidades organizadas - judiarias - e através do comércio e da medicina, contribuíram para o desenvolvimento económico e social do país. D. Manuel I decretou a conversão obrigatória dos judeus ou a sua saída do país. D. João III concretizou essa expulsão no séc. XVI. Atualmente, em Portugal, há cerca de 1800 judeus. Adaptado de http ://lisbooreligioso.cm-Iisboa .pt

Apesar da s vicissitudes h istóri cas e dos conflit os, muitas vezes mais políticos do que r eligiosos, o J u daís mo é uma religião de paz e de bênção. A paz - Shalom - n ão é a pe nas uma sau da çã o de cortesia ; é a promessa de um futu ro melhor , prove ni ente de De us, e os vot os de bênção ent re as pessoas.

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9.

Bênção o

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O Senhor te abençoe e te proteja . O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te favoreça. O Senhor volte para ti a sua face e te conceda a paz. Nm 6,24 -26

Elabora uma sínt ese (esquema) do Judaísmo atendendo aos seguintes elementos: símbolo, princípios de fé, espiritualidade, calendário e locai s de culto.


o Islão é a religião que surgiu na Península Arábica, no século VII, ba seada no s ensinamentos religiosos do profeta Maomé.

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<Ãber+ Islão é o aportuguesamento da palavra árabe Islam, que significa "submissão voluntária e incondicional à vontade de Deus", Esta palavra tem também uma relação etimológica com outros vocábulos árabes como salaam ou shalam, que significam paz.

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Islão nasceu na Arábia, uma regiao marcada pelo de serto. Os árabes eram politeístas e adoravam divindades na forma de árvores ou pedras. Os seus rituais religiosos passavam pelo sacrifício de animais, jejuns e peregrinações. A cidade de Meca era o centro de uma peregrinação anual a um santuário, a Kaaba, onde se encontra a Pedra Negra (provavelmente um meteorito) que era alvo de veneração.

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Meca era uma cidade importante porque controlava o tráfego das caravanas que atravessavam a Arábia. Porém, a sua principal receita provinha do comércio de objetos religiosos, com base no politeísmo.

Em 570 ou 571 , nasceu em Meca um homem que viria a alterar a história da Arábia e do mundo: Maomé. O pai faleceu pouco antes do seu nascimento e a mãe quando ele tinha seis anos, pelo que foi educado por um tio. Tornou-se mercador e viajou com as caravanas do deserto para vender os seus produtos. Nestas viagens conheceu judeus e cristãos, através dos quais entrou em contacto com o monoteísmo. Maomé tinha o hábito de jejuar e meditar nas montanhas próximas de Meca. Em 610, enquanto fazia um retiro espiritual, experimentou aquilo que considerou ser uma revelação divina: um ser misterioso (Jibril, o anjo Gabriel) ordenou-lhe que recitasse uma frase que viria a ser a primeira revelação do Livro, mais tarde compilado com o nome de Alcorão.


Maomé, convencido de qu e er a o sucessor dos grandes profetas hebreus e cristãos, começou a pregar aos habitantes de Meca que deviam acreditar num Deus único e anunciou-lhe s o dia do Juízo Final, no qual os atos de cada pessoa seriam avaliados e a riqueza pessoal seria inútil. Alguns acreditaram nele, mas outros, particularmente os comerciantes que viviam da venda de objetos religiosos, tornaram-se seus inimigos e fizeram com que tivesse de fugir de Meca para Medina. Este acontecimento teve lugar no ano 622 e ficou conhecido como Hégira (fuga). Maomé fundou a comunidade islâmica em Medina e, apoiado pelos seus habitantes, em 630 regressou a Meca, onde destruiu os ídolos da Kaaba e fixou uma nova peregrinação e novas normas religiosas. Por altura da sua morte, em 632, quase toda a Península Arábica seguia os ensinamentos da nova religião.

o símbolo do Islão é o hilal ou crescente. A lua representa o calendário islâmico e a estrela representa Alá. O crescente era o símbolo da cidade de Bizâncio, que, com o imperador romano Constantino (Séc. IV), passou a chamar-se Constantinopla (atual Istambul). Os Otomanos (turcos) conquistaram a cidade em 1453 (queda do império romano do oriente) e adotaram o antigo símbolo da cidade, difundindo-o por todos os países sob o seu domínio. É por isso que ainda hoje quase todos os Estados islâmicos têm o crescente na bandeira. Em muitas correntes do Islão, é proibido fazer representações ou desenhos de seres humanos, portanto a arte desenvolveu-se em formas geométricas, fiores , folhagens e palavras. É o chamado estilo arabesco, caracterizado pela harmonia da repetição. Simboliza o infinito sem centro e, consequentemente, a natureza da criação de Alá.

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~L Alá (escrito em árabe)


Os ensinamentos de Alá estão contidos no Alcorão (R ecitação). Os islâmicos acredita m qu e Maomé recebe u estas revelações por intermédio do a njo Gabriel e qu e as recitou aos se us companheiros, qu e as fixaram por escrito. Considera-se qu e a es tr uturação do Alcorão, como livro , ocorreu por volta do ano 650. É const ituído por 114 ca pítulos, chamados su ras. A mensa gem principal do Alcorão é a da existê ncia de um único De us, que deve ser adorado. Contém também exor t ações éticas e morais, hi stóri a s relacionadas com os profetas a n ter ior es a Maomé, nomeadamente Moisés e J esus, avisos sobre a chegada do dia do juízo final e regras relacionadas com aspetos da vida diária, como o ca samento e o divórcio. No mundo islâmico, os ensinamentos contidos no Alcorão têm força de lei.

O Islão assenta em seis cr enças principais: • Acreditar em Alá, único Deus existente; Acreditar nos Anjos, seres criados por Alá; • Acreditar no Alcorão , como o derradeiro e completo livro sagrado; • Acreditar nos vários profetas enviados por Alá à humanidade, dos quais Maomé é o último e o maio r (Maomé acreditava que , como Moisés deu a Lei aos judeus e Jesus deu o Evangelho aos cristãos, também ele fora escolhido para dar o Alcorão aos árabes); • Acreditar no dia do Juízo Final, no qual as ações de cada pessoa serão avaliadas;

Anjo a apresentar uma miniatura da cidade a Maomé e seus companheiros, [Topkapi Palace library], Istam bul

• Acreditar na predestinação: Alá tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que acontece a cada pessoa, cuja vida está pré-definida e cujo destino já está de antemão traçado.


Pilares do Islão 1 Q Pilar Consiste na recitação do credo islâ mico, que deve ser dito com a máxima si nceridade: "Não h á outro Deus além de Alá, e Ma omé é o se u profeta ."

Oração

2 Q Pilar Faz-se cinco vezes por dia , em horas bem determinadas (antes do sol nascer, ao meio -dia, à tarde, antes do pôr do sol e antes da meia-noite). Do minarete da mesquita , o muezin convida os cr entes dizendo: "Deus é o altíssimo. Vinde à oração, vinde à salvação". A oração pode ser feita individual ou coletivamente em qualquer local, desde que se esteja limpo, pelo que, antes, se fazem abluções (lavagem das mãos, dos pés e da cabeça). Depois de purificado, o crente islâmico orienta-se na direção de Meca e, descalço, sobre o seu tapete pessoal, começa a oração.

3 Q Pilar Esmola

Consiste na partilha. O Islão estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será distribuída pelos pobres.

4 Q Pilar

J ejum

Consiste na abstinência de comida e de bebida, desde o nascer até ao pôr do sol, durante todo o mês de ramadão. Os doentes, os idosos, os viajantes, as crianças até à puberdade, as grávidas e as mulheres que amamentam estão dispensados do jejum. Em compensação, estas pessoas devem alimentar um pobre; por cada dia que fa ltarem ao jejum, ou então realizá-lo noutra altura do ano . O jejum é considerado uma forma de purificação, de aprendizagem do autocontrolo e de desenvolvimento de empatia em relação àqueles que passam fome ou outras necessidades.

5 Q Pilar Peregr inaç -

Consiste na ida a Meca, obrigatória, pelo menos uma vez na vida, para todos os que gozem de saúde e disponham de meios financeiros. Perto de Meca; os muçulmanos . vestem-se com um traje especial, todo branco, para que todos estejam iguais e não haja distinção de classes. Entre outros rituais, na mesquita de Meca, dão sete voltas em torno da Kaaba.


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calendário islâmico é um calendário lunar composto por doze meses de 29 ou 30 dias com um total de cerca de 354 dias. O mês começa quando o crescente lunar aparece pela primeira vez após o pôr-do-sol. Este calendário não corrige o facto de o ano lunar ser onze dias mais curto do que o ano solar, o que faz com que as festividades muçulmanas circulem por todas as estações. A contagem da era is lâmica começou com a hégira - fuga de Maomé de Meca para Medina, no ano de 622.

As comunidades islâmicas reúnem-se na mesquita, lugar onde o crente se prostra perante Deus, especialmente à sexta-feira, para prestar culto a Alá. Na mesquita há apenas tapetes para as pessoas se prostrarem. A sexta-feira é o dia sagrado do Is lão por que foi nesse dia que Deus criou o primeiro homem (Adão) e porque o dia do J uízo Fi nal h á de ocorrer também numa sext a-feir a . O Islão é abe r to a todos, independentemente da et nia, id ade, género, ou crenças prévias e n ão exis t e uma a u tor ida de que determine se uma pessoa pertence ou n ão à comunidade dos cr entes. Exis te um gr upo de pessoas reconhecidas pelo seu conhecimento da r eligião e da lei islâmica - os im ãs e sheihs - que coordenam a oração e explicit a m os ensinamentos do Profeta. As duas fe stas mais importantes do Islão são a da celebração do fim do jejum de Ramadão e a do fim da peregrinação a Meca.

Meca (na Arábia Sau dita) é, por excelência, a cidade do Islão. Nela está edificada a me squita mais sagr ada, a A I Masjid Al-Haram. É nesta me squita que se encontra a Kaaba, uma con strução cúbica, permanentemente coberta por uma manta es cu r a com bordados dourados, dentro da qual se encontra a Pedra Negra uma da s relíquias m ai s sagradas do Islão. Medina (na Arábia Saudita) é a cidade onde surgiu a primeira comunidade islâmica e onde se encontra o túmulo do profeta Maomé. J erusa lém (em Isr a el) é a cidade onde Maomé, numa exp eriência espiritual, se elevou até ao céu. Nesse local foi edifica da, em 691 , a mesquita de Omar, também conhecida por Cú pula da Rocha.


Todos os islâmicos veneram o Alcorão e aceitam os cinco pilares, porém, logo a seguir à morte de Maomé, por causa da escolha do seu sucessor, dividiram-se em Sunitas e Xiitas . Os Sunitas (seguidores da suna - tradição) representam a maioria dos muçulmanos. Os Xiitas (defensores de que os sucessores de Maomé devem ser seus descendentes diretos) ainda se subdividem em Is maelit as, Xiitas dos Doze Imãs e Zaiditas.

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Presença islâmica na Península Ibérica

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Apesar das divisões internas e de várias guerras CIVIS, os muçulmanos conquistaram e construíram grandes impérios, espalhando a sua fé por toda a Península da Arábia, África, partes da Ásia e Península Ibérica, onde entraram, em 711. A civili zação e cultura islâmicas estiveram presentes na Península Ibérica, de forma organizada, até 1492. É de salientar o enorme contributo que os árabes deixaram nesta Península: traduziram textos antigos e trouxeram inovações no campo da medicina, da geometria, da astronomia, das ciências naturais, da álgebra, da agricultura, da filosofia e da linguística (no léxico português encontram-se muitas palavras de origem árabe, especialmente as começadas por ai). Muitos desses conhecimentos foram de uma importância fundamental na gesta dos descobrimentos portugueses e espanhóis, nomeadamente, nos domínios da cartografia e nos instrumentos de navegação, como a bússola e o astrolábio. A palavra algarismo tem origem no nome do famoso matemático islâmico AI-Khwarizmi. Os números árabes que hoje usamos, e que vieram substituir a numeração romana, foram traz idos do oriente pelos árabes. Existem atualmente em Portugal várias comunidades islâmicas, perfeitamente integradas na sociedade lusa.

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Burka: Veste feminina que cobre todo o corpo, inclusive o rosto. Chador: Veste feminina que cobre todo o corpo, exceto o rosto . Imã: Responsável pela mesquita. (Na sua ausência, qualquer homem muçulmano pode dirigir a oração). ln Sha' a Allah: Expressão que significa "Se Deus quiser" e que deu origem à palavra portuguesa oxalá. Hezbollah: "Partido de Deus". É uma organi zação fundamentalista. Jihad: Égeralmentetraduzido por guerrasanta, maso seu significado original é "luta contra o mal". Madrassa: Escola ou lugar de ensino, frequentemente associada a uma mesquita. Sheik: "Ancião, líder". É um especialista nos ensinamentos do Islão, podendo ter à sua responsabilidad e os cuidados de uma mesquita.

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10.

Elabora uma síntese (esquema) do Islão, atendendo aos seguintes elementos: símbolos, princípios de fé, espiritualidade, calendário e locais de culto.



o Cr istianismo é

a re ligião daqueles que acreditam que Jesus de Nazaré é o Filho de Deus e o Messias prometido. Jesus Cristo é, para os cr istãos, a gran de mensagem de Deus à h umanidade. Veio anunciar a to das as pessoas a boa no tí cia da salvação, ou seja, o projeto de felici dade para todos: viver o amor, a justi ça e a verdade, trabalhando incansavelmen te pela paz. CÀ.

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nome Jesus vem do hebraico Yeshua e significa "Deus salva" . O significado etimológico do nome está, pois, relacionado com a missão de Jesuscomo Messias Salvador. Yeshua foi traduzido para grego (Jesous) e deste para latim (Jesus), dando origem ao português Jesus.

Deus, que ama profundamente a humanidade, aproxima-se dela e encarna no seio de uma jovem da Palestina, Maria de Nazaré. Esta maravilha, a e ncarnação, marca o início de um caminho novo.

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Ao saudar Maria, o anjo Gabriel diz: "Avé Maria cheia de graça, o Senhor está contigo"

Jesus, a quem a Bíblia chama Emanuel (Deus connosco), nasce em Belém e vive a sua infância com Maria e José em Nazaré. Por volta dos trinta anos, faz-se batizar por João Batista e começa a anunciar uma mensagem de amor e de paz e a manifestar, através do seu comportamento e gestos, a presença de um Deus que é Pai e que ama cada ser humano. Escolhe doze discípulos, que deixam tudo para o seguir, e percorre com eles o seu país, anunciando Anunciação, Josefa de Óbidos (1630 -1684), o Reino de Deus. Passa pela vida fazendo o bem a [Museu Nacional de Art e Antig a] todos, mas choca com as autoridades religiosas da sua terra que, aliadas aos ocupantes romanos, o condenam à morte. Morre crucificado, mas, três dias depois, os discípulos começam a falar da sua ressurreição, garantem que Jesus está vivo e tornam-no presente continuando a vida e a missão do Mestre.


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nascimento de Jesus marcou profundamente a história da humanidade, dividindo-a em antes e depo is deste acontecimento. Mas a maior novidade está na grande revelação do Reino de Deus: libertação dos preconceitos e egoísmos, a ssunção de comportamentos solidários, opção pela vida. A grande marca distintiva de Jesus, e hoje dos cristãos, é a ousadia do AMOR (''Nisto reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros" - Jo 13,35) . Os Evangelhos, não se n do bio gr afias , constituem as principais fontes escritas onde estão registados dados históricos sobre a pessoa e vida de J esus .

Map a da Palestina (Israel)

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Deriv ando da palavra grega evange lion (ev = bom + ange lion = men sagem ), Evangelho significa lit eralment e boa mensagem, boa notícia ou boa-n ova . Do único Evangelho que é Jesus - mensagem de Deus à humanidade - temos quatro narrati vas, atribuídas a S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João.

A existência histórica de Jesus é também comprovada por variados autores não cristãos: o historiador judeu Flávio Josefo; o historiador romano Tácito; o jurista, político e administrador imperial Plínio; e o escritor romano Suetónio. Todos ele s, com diferentes te stemunhos, provam que Jesus existiu realmente e que, por causa do que disse e do que fez, morreu pregado numa cruz. Jesus não é, pois, uma figura fictícia , irreal, inventada pelo s primeiros cr istãos. A existência histórica de Jesus é incontestável e a fé n'Ele ainda hoje dá sentido a milhões de pessoas.


Jesus, homem sábio o o a

Neste tempo viveu Jesus, homem sábio, que realizou obras maravilhosas, ensinou a receber a verdade com alegria e conquistou muitos judeus e muitos gregos. Pensavam que ele era o Cristo. Mas não era, segundo o parecer dos responsáveis entre nós. Por isso mesmo, sob a denúncia dos chefes da nossa nação, Pilatos condenou-o à cruz. Os discípulos guardaram a sua afeição e proclamavam continuamente que ele lhes tinha aparecido ao terceiro dia após a morte, de novo vivo, como os profetas divinos tinham anunciado; e espalharam muitas maravilhas a seu respeito. O grupo dos cristãos, assim chamados por causa dele, subsiste até aos dias de hoje. Flávio Josefa, Antiguidades Judaicas, ano 93

Superstição abominável (.)

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Este nome (o de cristãos) provém-lhes de Cristo, levado à morte pelo procurador Pâncio Pilatos, no tempo do reinad o de Tibério. Esta superstição abominável, imediatamente reprim ida, despontou novamente, não apenas na Judeia, origem daquele mal, mas também em Roma, onde tudo quanto existe de horrível e de vergonhoso no mundo ali vai ter e encontra numerosa clientela . Tácito, Anna les, ano 117

PRIMEIRA CARTA DE

S.

PEDRO

o impulso missionário dos discípulos de Jesus Cristo, e particularmente o dinamismo de S. Paulo, fez irradiar o Evangelho pelas cidades gregas, romanas e até pelas cidades do norte de África. Os apóstolos, com o seu exemplo e anúncio da mensagem de Jesus, fundavam pequenas comunidades de crentes que acompanhavam, à distância, através de cartas. Os cristãos apresentam um Salvador, Jesus Cristo, e afirmam um Deus amigo e libertador. Propõem uma nova sociedade onde não existe distinção entre pessoas ("Pai nosso") e se afirma a fraternidade universal ("Amai-vos uns aos outros"). Esta novidade não foi aceite pelo impéri o romano politeísta, que prestava culto ao imperador e vivia numa sociedade fortemente estratificada e baseada na exploração do trabalho escravo.

SEc;vNDA CARTA DE S. JoÀO

CAIUADES. PAVLO AOS ROMANOS

SE4V'NDACARTA DE

S.

AOS CORíNTlOS

PAVLO


Com o imperador Nero (que reinou de 54 a 68) começa um período de mais de dois séculos de perseguições aos cr istãos; vários milhares são mortos, tornando-se mártires e exemplo para ou tros qu e a dmiram a coragem, a firmeza e a felicidade encontrada no t estemunho, apesar do sofrime nt o e da morte. Em Rom a , os cristão s refugia m-se em subterrâne os (ca tacumba s) e vivem o se u culto às escondidas, desenvolvendo um código de comunicação desconhecido para qu em não estava familiarizado com a fé cr istã. Os primeiros cristãos reconheciam-se pelo sinal do peixe.

S~ber+ A palavra peixe, em grego, é "ictus" e cada let ra desta palavra é inicia l de outra palavra tornando-se a sigla de Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.

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Em 64, acontece em Roma u m grande incêndio. Nero, com medo da s sus peitas qu e se levanta m sobre si, lança as culpas sobre os seguidores de Cristo e vários cristãos romanos fora m que imados ou la nçados às feras. Os apóstolos Pedro e Paulo, qu e estavam em Roma a animar a comunidade dos crentes, fora m mor tos (pedro crucificado e Paulo decapitado). ~ • lIsa -

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Os cristãos Após vários interrogatórios, acompanhados de ameaças, mandei executar aque les que persistiam em declarar-se cristãos. Alguns negaram que seriam cristãos. O meu inquérito provou que se reúnem em dias fi xos.a ntes do nascer do dia, para cantar um hino a Cristo como a um deus. Plínio, Carta ao Imperador Trajano, ano 112

Em defesa dos cristãos o O C)

Nós som os os únicos a quem se recusa o direito de ter a religião que entendermos e os únicos a sermos perseguidos pelas nossas crenças. (...) No entanto, as vossas crue ldades de nada servem. Só contribuem para nos mantermos mais persistentes. Tornamo-nos mais numerosos à med ida que nos perseguem. O sangue dos cristãos é uma semente. A teimosia de que nos acusam é, no fundo, um exemp lo. Na verdade, quem não perguntará que religião é esta, que nos leva a mantermo-nos tão firmes?

Tertuliano, Apologia (Tertuliano foi um intelectualromano que seconverteu ao Cristianismono séc. II)


Com o édito de Milão, assinado em 313 pelo imperador Constantino, o Cr istianismo deixou de ser proibido e tornou-se n u ma das re ligiões oficiais do impér io. Em 380, sob o imperador Teodósio I, que interditou os outros cultos, o Cristianis mo tornou-se a única religião oficia l do império romano (édito de Tessalónica) . Com a liber dade de culto, os cristãos vivem um período de grande crescim ento na liturgia , na música , na ar te, na arquitetura e no pen samento (filosofia e te ologia). São dest e período: Santo Ambrósio (339-398), bispo de Milão, grande conhecedor da Bíblia e da sua mensagem; S. Jerónim o (345-420), grande intelectual a quem se deve a tradução dos livros da Bíblia para o la ti m ; Santo Agostinho (354-430), convertido ao Cri stianismo em adulto, bispo de Hipona, grande conhecedor da filosofia e um dos maiores pensadores cristãos.

Santo Ambrósio

Em 476 , ch ega ao fim o império r omano do ocid ente, apó s a invasão de diver sos povos "bárbaros". Era o fim da Antiguidade e o início de uma nova época , de um novo mundo unido pelo fator religioso. Com a qued a do império romano no ocid ente, a Igrej a torna-se a única organização capaz de lidar com os novo s povos e as novas ideias. Assume o papel de liderança e spiritual e política, aproveitando o quadro organizativo e administrativo do antigo império.

São Jerónimo

A arte, a economia, a política, a educação têm, durante a Idade Média, uma perspetiva religiosa : Deus é o centro da vida (teocentrismo). A Igreja é, du rante este período da história, um fato r de unidade num mundo politicamente dividido. Estará ligada à formação dos primeiros reinos independentes e, através dos inúmeros mosteiro s, abadias e catedrais, será o grande impulso da s artes, da literatura, da arquitetura, da cult ura e da agricultura .

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Sant o Agostinh o

SCÃ.ber+ Guido D'Arezzo (992- 1050), mo nge bened itino nascido em Arezzo (It ália), sistematizou os conhecimentos de notação musical e deu nome às sete notas musicais que conhecemos hoje: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.


Com S. Bento (480-547), e a ord em por ele fundada (Ordem dos Beneditinos), surge na Europa um movimento de cristianização e de civilização, ond e se conjuga de forma equilibrada a oração (espiritualidade), o estudo e o trabalho (ora et labora) , proporcionando um desenvolvimento económico e cultural nas cidades e no campo. Com grande dinamismo mission ário, as populações europeias da Idade Média tornam-se cristãs e profundamente religiosas. O clero (padres, monges, abades, bi spo s) gozava de grande prestígio e estima, porque estava próximo das pessoas, partilhando a vida e o saber. Mas progressivamente, foi surgindo o "alt o clero", oriundo de famílias nobres, que, rodeado de riquezas e luxos, se afastou do povo e ofuscou a belez a origin a l do Cristianismo.

Vaidade das vaidades o

Ó vaidade das vaidades, mas ainda mais loucura que vaidade! As

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igrejas cintilam por todos os lados, mas os pobres têm fome! As paredes das igrejas estão cobertas de ouro, mas os filhos da Igreja permanecem nus. Dizei-me, pobres monges - se acaso vós sois pobres -, que vem fazer o ouro aos lugares santos? Os fiéis olham mais a beleza das estátuas do que honram a virtude dos santos . O que reza, ao olhá -Ias, esquece mesmo a força da sua oração. Deixam-se os pobres morrer de fome e gasta-se o que lhes seria necessário, em sumptuosidades inúteis. S. Bernardo, Obrasmísticas

Os mosteiros e as ca t ed rais vã o ser o centro es pir itu al e cult ural do período da recon quis t a cris tã n a Península Ibérica . Lugares de or aç ão e es tu do, ali se copiava m os text os dos gran des me str es e da Bíblia e se formavam os líderes religiosos e políticos.

II

Sé veha. de (dntro.

Apesar de muitas infidelidades, os cristãos, hoj e, como de sde há dois mil a nos, caminham com o Sen h or r essuscitado e continuam a anunciar o seu Reino e a pr estar um contributo valioso n a con st rução de um mundo mai s justo e mais frat erno .


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símbolo cristão é a Cruz. Ainda que pareça significar sofrimento ou fracasso, para os cr istãos, a cruz é "sinal de mais" e representa a vitória de Jesus sobre a morte.

o Livro

sagr ado dos cr istãos é a Bíblia. Mais do qu e um livro, a Bíblia é uma biblioteca ; é uma coleçã o de 73 liv ros agrupa dos em du a s gran des partes: Antigo Testamento, constituído por 46 livros escritos antes do nascimento de Jesus, que contêm a hist ória da relação do povo de Is rael com o Deu s úni co e Novo Testamento, constituído por 27 livros, escritos depoi s da morte e ressurreiçã o de J esus, qu e tem como aconte cime ntos centrai s a pe sso a e a men sa gem de Jesus e a vida das primeir as comunidades cr istãs. P ar a os cristãos, a Bíblia é a palavra de Deus dirigid a aos se us filhos; exige, portanto, escuta e ate nção e ped e uma resposta . A Bíblia é o Livro Sagrado para milhões de pessoas de todas as línguas e etnias que, ao reconhecê-la como palavra de Deus, nela encontram força, luz e sentido para a s suas vidas.

A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso por Gutenberg, o inventor da imprensa, que terminou este trabalho em 1455. É, desde sempre, o livro mais difundido, traduzido, lido e estudado. A importância da Bíblia como inspiração da cultura humana é um facto incontestável. Os textos do Novo Testamento foram redigidos entre o ano 50 e o ano 100: - 4 Evangelhos - 21 Cartas apostólicas - Atas dos Apóstolos - Apocalipse


A fé cristã fundamenta-se na ressurreição de Jesus Cristo e apela à adesão pessoal e comunitária a Jesus Cristo e ao seu mandamento do a mor. Desde muito ce do, os apóstolos serviram-se de pequenas fórmul as para ex plicarem quem era Jesus e em que consis tia ser cr istão. Essas fórmulas for am-se desen volvendo e enriquecendo, até que, no Concílio de Niceia (325), foram sis tematizados os pr incípios básicos da fé cr is tã, qu e se chama Símbolo dos Apóstolos ou Credo.

Símbolo dos Apóstolos Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pâncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Concílio de Niceia

As celebrações cr ist ãs têm dois ritmos, um semanal e outro anual. Todas a s se ma n as, ao Domingo (Dies Domini = Dia do Senhor), celebra-se a r essurreição de Jesus n a euca r istia (mi ssa) . O An o Li túr gico é o ca le n dário r eli gioso dos cristãos . Divide-se em dois ciclos: o ciclo da P á scoa e o ciclo do Na t al. O ciclo do Natal começa com o Advento (tempo de preparação para a vinda de J esus) , inclui o Natal propriamente dito, e termina na Epifania. Esta festa celebra a manifestação de Jesus a todos os povos (habitualmente chamada "dia de Reis"); aqui aparecem simbolicamente os magos, qu e represen t am a universalidade dos povos, para mostrar que J esus veio para todas as n ações da te rra. O Natal festeja o nascimento de J esus em Belém, relembra qu e Deu s es t á próximo de nós em Jesus e celebra a salvação que entra definitivamente na no ssa história.


So.ber+ É desconhecida a data do nascimento de Jesus. O dia 25 de dezembro foi estabelecido por volta do século IV para dar um sentido cristão a uma festa pagã. No ano 274, o imperador Aure liano oficia lizou o culto do sol, mandando construir um templo em sua honra e fixou a festa do sol a 25 de dezembro que, segundo a astronomia daquela época, era considerada a data do solstício do inverno. Os cristãos passaram a festejar nesse dia o nascimento de Jesus, de modo a recordar que é Ele a verdadeira luz do mundo, o verdadeiro sol.

o ciclo da Páscoa inclui a Quaresma, que é um apelo à penitência e à conversão, e a Páscoa propriamente dita, em que se celebra a alegria de Cristo Ressuscitado. A Quaresma começa na quarta-feira de cinzas (dia a seguir ao Carnaval) e estende-se até à quinta-feira s a n t a à tarde, antes da celebração da Ceia do Senhor. Sendo tempo de renovação e mudança de vida, os cristãos ma nifest am esta atitu de especialmente através do jejum, da partilha e da or aç ão . É a preparação para a Páscoa do Senhor. Os "quarenta" di a s da Quaresma lembr a m a caminhada de quarenta a nos do povo de Deus no deser to , quando saiu do Egito em di r eçã o à Terra Prometida.

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Na quarta-feira de cinzas os cristãos católicos marcam o início da Quaresma com uma eucaristi a que inclui o rito da imposição de cinzas na cabeça de cada um . Com este ritual, reconhecem a fragilidade humana, tomam consciência da necessidade da misericórdia de Deus e assumem, pessoal e comunitariamente, o desafio da conversão caminhar das cinzas (morte) para a glória (vida).

O t r íduo pascal da pa ixa o e ressurreiçã o de Jesus inicia -se com a mi ssa da ceia do Se nh or (quinta-feira santa), qu e r ecorda a última cei a de Jesus com os se us a migos. Na sexta-feir a sa nta cel ebra- se a paixão e a morte de Jesus.

Calvário, Vasco Fern and es (147S-15 42) (M useu Grão Vasco - Viseu]


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domingo da ressurreiçao, que começa com a noite de sábado, na vigília pascal, celebra o grande acontecimento da ressurreição de Jesus: a morte e o medo foram vencidos, a Vida e a Alegria são as características da nova condição dos cristãos.

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A palavra Páscoa significa etimologicamente passagem. Desde os tempos antigos, os povos festejam a passagem do inverno para a primavera. O povo judeu, no séc.XIII a. C, liderado por Moisés, fez a passagem da escravatura no Egito para a liberdade na Terra Prometida: a Palestina. A Ressurreição de Jesus é a passagem da morte para a vida. A Páscoa é uma festa móvel. O dia da Páscoa é o primeiro dom ingo depois da lua cheia que ocorrer após o equinócio da primavera (21 de março). A data da Páscoa varia, pois, de ano para ano, sendo, no mínimo, a 22 de março e, no máximo, a 24 de abril.

Ressurreição, EI Greco (1541-1614)

o Tempo Pascal é o conjunto de cinquenta dias que se

prolongam desde o domingo da ressurreição até ao domingo de Pentecostes, em que se celebra a presença do Espírito de Deus na comunidade cristã. A Liturgia é o conjunto das celebrações que constituem o centro da vida dos cristãos, das quais se destacam, como mais importantes, as celebrações dos sacramentos. Os sacramentos são sinais de que Deus está perto de cada pessoa. Acompanham os momentos marcantes da vida (nascimento - Batismo; alimentação - Eucaristia; crescimento - Crisma; estado de vida - Matrimónio ou Ordem; pecado Reconciliação; doença - Unção). Cada sacramento é como uma boa notícia, uma grande ajuda que Deus dá nos momentos mais importantes da vida.

,

Um símbolo é um a realidade visível que repres enta algo invi sível. A cor vermelh a dos semáforos (realid ade visível) é um símbolo qu e represent a a ord em de parar (realidade invi sível). Um símbolo pod e fazer- nos reviver momentos feli zes da vida. Um prese nte de alguém qu e amamos represen t a o amor que a pessoa nos dedicou. Esse present e é, para nós, um sacrament o. Cada vez que o observamo s, relem bra mos e revivemos esse amor. A prenda representa a presença amorosa dessa pessoa. Também os sacramentos são símbolos que atualizam a presença amorosa de Deus j unto de nós.


A basílica da Natividade, em Belém, é a igr eja mais antiga da Terra Santa. Foi man da da construir, em 326, por ordem de santa He lena, mãe do im perador Constantino. Desd e a sua construção, a basílica nunca foi destruída: todo s os exér cit os que por ali passaram sempre a respeitaram! Em 1717, os franciscanos colocaram uma estrela de pr a ta e uma in scrição la tina qu e diz "Aqui, da Vir gem Maria , nasceu Jesus". A basílica do Santo Sepulcro es tá construída perto do Calvário, em Jerusalé m, onde a tradição cristã crê qu e Jesus Cristo foi se pultado. A basílica de São Pedro, no Vati cano, em Roma, ocupa o local onde, segun do a tradição, est á o se pulcr o de S. Pedro. É a igr eja mai s venerada no mundo católico, porque representa a unidade e a comunhão universal na figura do papa, como suces sor do apó stolo Pedro.

o Cristianismo, enquanto religião centrada na fé em

Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é professado e vivido por milhões de crentes espalhados por todo o mundo. Este facto corresponde à sua essência original, ou seja, Jesus Cristo apresenta-se como o Caminho, a Verdade e a Vida para toda a humanidade. O Cristianismo é a religião de todos os que acreditam na "Boa Notícia" de salvação e vida oferecidas por Jesus Cristo. A universalidade do Cristianismo não significa, porém, que todos os cristãos vivam de igual forma esta religião. Na verdade, fruto de divergências culturais, políticas, históricas e cultuais, o Cristianismo está dividido em três ramos principais: cristãos católicos, cristãos ortodoxos e cri stãos prote st ant e s .

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o

Cisma do Oriente, em 1054, consistiu na separação entre católicos e ortodoxos. A Reforma de Lutero, no início do séc. XVI, deu origem à criação das igrejas Protestantes.

11 .

Elabora um resumo do Cristianismo referindo Jesus, os princípios fundamentais da sua mensagem e os rituais e a espiritualidade dos cristãos.


Apesar destas divisões, sabendo que o caminho da unidade é o que foi proposto por Jesus Cristo, tem-se dado muita importância ao encontro e diálogo entre todos os cristãos, valorizando a vivência do que os une, ou seja, a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus. Este é o objetivo central do movimento a que se deu o nome de Ecumenismo e que procura a unidade (na diversidade) de todos os cristãos.

Quadro sinótico das religiões abraâJnicas Judaísmo

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de identificar o nOdeo C'entroJ das religiões monoteístas.


Batismo de Cristo, Piero della Francesce (1420-1492)

Jesus assume que o Deus único de Israel é o seu Deus, mas compreende-o de maneira plena. Chama-lhe Abbá (papá), o que denota proximidade, misericórdia, consolo, segurança.

36E dizia : «Abbá , Pai, tudo te possível ; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres. » é

Me 14,36

Deus é o Pai universal; não só dos bons, mas também dos maus, dos injustos, dos perdidos; o Pai que se interessa pela salvação de todos os filho s e não desiste de ningu ém. Jesus dá -nos a conhecer um Deus que é inequivocamente bom: é o Deus da salvação, da misericórdia, do perdão; o Deus que ama cada pe ssoa de forma in condicional e respeita a sua liberdade, apelando à conversão pela via do amor e não da condenação. Cristo e a adúltera, Nicol as Poussin (1594-1665)


Os teus pecados estão perdoados 36Um fariseu convidou-o para comer consigo. Entrou em casa do fariseu, e I pôs-se à mesa. 370 ra certa mulher , conhecida naquela cidade como peca dor a, ao saber que 'Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro com perfume. 38Colocando- se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas ; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo -os com perfume. 39Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!4°Então, Jesus disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa para te dizer: 44Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém, banhou -me os. pés com as suas lágrimas e enxug,?u-os com os seus cabelos. 45Não me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. 46Não me ungiste a cabeça com óleo, e ela ungiu-me os pés com perfume. "Porlsao. digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.» " Depois.idisse à mulher: "Os teus pecados estão perdoados.» 49COmeçaram, então, os convivas a dizer entre si: «Quem é este que até perdoa os pecados?», SOE Jes disse à mulher: «A t ua fé, te salvou. Vai em paz.» Lc 7,36-4 0a.44b -47.50

Jesus e a pecadora, James Tissol (1836-1902)

Foi assim que ele mostrou a sua justiça, ao perdoar os pecados cometid os outro ra, 26no tempo da divina paciência. Deus mostra assim a sua justiça no tempo presente , po rque Ele é justo e justifica quem tem fé em Jesus. 29Será Deus apenas Deus dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, Ele é também Deus dos gentios , 30uma vez que há um só Deus. 34Jesus dizia: " Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que tazern.. Rm 3,25b- 26. 29-30a ; Lc 23,34


o principal mandamento dos

cristãos é amar a Deus e as outras pessoas como a nós próprios, sendo que o amor se estende até ao próprio inim igo. Esta visão da vida decorre da maneira como Jesus entendia Deus: não um ser longín quo das pessoas, que impõe uma Lei (Torah) e toma o parti do some nte dos que a cumprirem, mas u m Deus dos excluídos, dos fracos, dos pobres , dos qu e não conhecem a Lei. Um Deus que não es t á distante, como estavam dist antes os deuse s da cultura greco-romana, mas que quer fazer história com a humanidade, caminhando ao lado de cada pessoa. Deus é puro amor, pura misericórdia, companhia certa para cada ser humano não se deixando aprisionar por qualquer pessoa, grupo de pessoas ou instituições. Ora, porque Jesus experimentou Deus assim, também queria que cada pessoa assumisse o amor ao próximo até às últimas consequências, que cada um fosse puro dom para os outros. Para Jesus, Deus é o Pai em quem se pode depositar toda a confiança.

Pai-Nosso 2Quando orardes , dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha ô teuReino: 3dá-nos o nosso pão de cada dia; 4 perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende ; e não nos deixes cair em tentação. Lc 11,2-4

SOra a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Rm5 ,5

12.

Redige um texto explicitando como é o Deus de Jesus Cristo.


De acordo com as três religiões abraâmicas, temos todos a mesma origem e o mesmo fim: Deus. Face a esta unidade fundamental entre as pessoas, a única atitude aceitável é a da fraternidade entre todos os seres humanos. Porque filho s do mesmo e único Pai, somos irmãos. f como iYmãos, mesmo que ~enJ,amos ideias d;(eYen~es, só podemos es~imaY-nos, Yespei~aY-nos e compyeendey-nos YecipYocamen~e. O diálogo e a colaboração mútua na defesa da justiça, da paz, da liberdade e da dignidade humana no mundo são atitudes que decorrem da consciência de sermos filho s do mesmo Pai. Esta é a vontade de Deus, expressa nas religiões abraâmicas, que nos impele a redescobrir o seu projeto de amor para toda a humanidade, num esforço conjunto de: - Diálogo que r econh ece, respeita e estima a diversidade; - Trabalho conjunto na construção de um mundo melhor e na luta contra todo o tipo de injustiça; - Criação de laços de afeto fraterno e acolhimento entre todos; - Valorização de todo o bem que cada pessoa e cada religião transportam consigo.

13.

Em que consiste o diálogo inter-religioso?


Consciente da importância fundamental do diálogo inter-religioso na construção da paz e do bem comum, o Concílio Vaticano II manifesta a vontade da Igreja Católica de construir rela ções cor diais com as outras religiões.

A Igre] a e as religiões não cristãs A Igreja Católica nada rejeita do que nessas religiões [Hinduísmo e Budismo] existe de verdadeiro e santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas, que refletem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens. Exorta, por isso, os seus filhos a que, com prudência e caridade, pelo diálogo e colaboração com os seguidores de outras religiões, dando testemunho da vida e fé cristãs, reconheçam, conservem e promovam os bens espirituais e morais e os valores socioculturais que entre eles se encontram. Se é verdade que, no decurso dos séculos, surgiram entre cristãos, judeus e muçulmanos não poucas discórdias e ódios, este concílio exorta todos a que, esquecendo o passado, sinceramente seexercitem na compreensão mútua e juntos defendam e promovam a justiça social, os bens morais, a paz e liberdade para todos os homens. Sendo tão grande o patr imónio espiritual comum aos cristãos, aos judeus, e aos muçulmanos, a Igreja quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima. Não podemos invocar Deus como Pai comum de todos, se nos recusamos a tratar como irmãos alguns seres humanos, criados à sua imagem. Concílio VaticanoII, Nostra Aetate, 2-5

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Um Concílio é uma reunião geral de bispos do mundo inteiro para refletir e tomar decisões sobre a vida da Igreja. O Concílio Vaticano II, que decorreu de 1962 a 1965, introduziu inúmeras reformas, tanto na vida interna da Igreja, como na sua forma de se relacionar com o mundo.


As religiões são intrinsecamente boas e propõem caminhos de autêntica realização pessoal e social. Estas são as máximas elementares da humanidade e comuns às grandes tradições religiosas:

Quando a religião se transforma numa fu ga à vida real, em vez de ser uma abertura ao sentido e ao outro, traz consigo os enormes perigos do fanatismo e do fundamentalismo .

o fa natismo consiste num apego excessivo às próprias convicções e caracteriza-se pela absoluta intolerância para com todo s os que pensam diferentemente. O fu ndamen ta li sm o consiste na observância literal de uma determinada doutrina, entendida como verdade indiscutível, e caracteriza-se pelo r a dicalismo, pela r ejeição do diálogo e até pela imposição aos demais.

1Lt.

Com base na frase "É ma is o que nos une do que aqu ilo que nos divide", apresenta o contributo das religiões na construção de um mu ndo melhor.

É mais o que n os une do que o que n os divide.

Se sou diferente de ti, longe de te prejudicar, aumento-te . Antoine de Saint Exupéry

15.

Como te posicion as face a cada um a das religiões est udadas? Justi fi ca as t uas posições pessoais.

de ideniifiwr OS princípios 'éiicos comuns às várias reli giões -e de reconhec-er qv-e são suporte poro. o. constrvçêo do. paz -e colaboro.ção entre os povos.



Olá! O meu nom e é A'fI'fIe. t'Jo.sci no elio. 12 ele J unho ele 1CfZ-Cf, em Fyo.nkPu\'+ ( Alemanha} lenho uma iYmã, o. M o.Y3 ot que é mais velho. ~Yês anos. 00mos uma Po.m(lio. juelio. e pOY isso, em ICf33, ~ivemos que PU3iY po.Yo. o. Holo.nelo. poY causo. elas peyse3uições elo ye3ime ele HiHey. t'J0. Holo.nelo. encon ~Yámos paz e se3 uyo.nço. o.Fé 0.0 elio. em que os alemães invo.eliYo.m es~e Po.(s, como ~o.n~os OU~YOS, num c/imo. ele meelo, óelio e ~eYYoy. An~es e eluYo.n~e o. 2 a l:jueyyo. munelio.l OCf3Cf-ICfLlS) o I(eley alemão Hitlel'; com v on1 0.ele ele 3oveyno.y o munelo, o.poeleYou-se ele v ârios po.(ses e peysel:juiu ~oelos os que eYo.m el,feYen~es elo. Yo.ço. o.Yio.na (o.fémães pUYoS ) nomeo.elo.men~e nós , os jueleus. Fzl.Yo. n ão seYmos levo.elos po.Yo. um campo ele concen~Yo.ção , os meus pais e 0.1 s 3un o.mi30s oY30.nizo.yo.m o. PU30. elas nossas Po.m(lio.s. Esconelemo-nos num anexo ele uma caso. e conviv(o.mos com o. ameaço. con s~o.n~e ele sevmos elescobeY~os pelo. pol(cio. nazi. Eshve eleso.po.yecielo. elo. viela social elos 12 aos 14 anos... lu sabes como é es~e peY(oelo elo. nosso. viela! fàyo. o.livio.y o coyo.ção, escrevia um eliáYio e inven~ei uma o.mi~r im0.3ináYio., o. KH3. Quo.nelo escrevia senha- me melhol'; o. minha elOY desooorecio, o. coy0.3em vol~o.vo. ... DUYo.n~e o pey/'oelo em que vivi como um pásso.YO em 30.io10., passei, ~0.1 como ~u, pOY um elesenvolvimen~o P(sico e pOY el,ficulelo.eles ele Yelo.ciono.men~o com os o.elul~os, pYincipo.lmen~e com o. minha mãe. Mas nes~e pequeno munelo ele soPYimen~o em que vivi, o.con~eceu o e~eYno mil0.3ye elo. viela: o o.moY en~Ye mim e o FMey. FMey eyo. um jovem, um pouco mais velho elo que eu, Pilho ele um casal o.mi30 elo. Po.m(lio. que vivia connosco no anexo. Quo.nelo o FMey e eu es~ávo.mos sen~o.elos ... eu com um byo.ço em vol~o. elos seus ombyos e ele o. byinco.y com uma mo.eleixo. elo meu cabelo, ~oelos os pYoblemo.s po.yecio.m insi3n,fico.n~es e ~oelos os sonhos poeleYio.m yeo.lizo.y-se.

c:

.....

No dia 4 de agosto de 1944 a ' . assa ltou o anexo e prendeu os oito refugiados Foram I ' A tendo sobrevivido 'a penas oe;:; ~s ~ara campos de concentração nne morreu em março de 1945 e nne . ' -Be.'sen. Uns amigos voltaram a no campo de concentração de BergenrevIstas, o Diário de Anne. Traduzi:o :nexo e encontraram, entre papéis e ao te~tro e ao cinema e é consideradom quase to~as ~s línguas, foi adaptado um gnto a favor da dignidade h uma obra IIteraria de grande bel que te umana O esconde" , eza e m como objetivo sensibilizar co'ntra t d n~o e atua!mente um museu o o o tipo de dIscriminações.


São muitas as vezes em que, frente ao espelho, damos connosco a refletir sobre a nossa aparência física. Se , por um lado, vemos um rosto que conhecemos bem, percebemos, por outro, que estamos diferentes, que estamos a mudar. Não é nada fácil olhar para o espelho e, de um dia para o outro, ver uma cara cheia de borbulhas, uma fisionomia diferente, um corpo a t r ansfor mar -se ... De repente o vestuário parece encolher, nada serve... ~~

for ~v.e é ~ hi~ me cotl1P~1 ~\,

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PORQUE ME CHATEIAM TANTO OS OUTROS?

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Conhecer-se e descobrir-se a si próprio(a) significa compreender todos os aspetos que envolvem a personalidade, ou seja, as qualidades e os defeitos, as dificuldades e as possibilidades. Significa também valorizar os aspetos mais positivos da maneira de ser e mudar aqueles de que não gostamos. Co nhecer-me é comp reender quem sou e o que quero fazer com a minha própria vida.

Tal como os outros seres vivos, também o ser humano tem um ciclo de vida: nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se adulto, envelhece e morre. Após a fecundação , a vida do ser humano é um processo contínuo, no qual todas as experiências positivas ou negativas vividas compõem a sua história individual, única e ir repetível.


A adolescência-é uma etapa importante deste ciclo de crescimento e desenvolvimento. É um período extraordinário na vida de todas as pessoas, pois é nela que cada indivíduo descobre a sua identidade e define a sua personalidade. É uma época da vida marcada por profundas transformações fisiológicas, psicológicas, pulsionais, afetivas, intelectuais e sociais vivenciadas num determinado contexto cultural. É uma dinâmica de passagem entre a infân cia e a idade adulta. Nesse processo, acontecem mudanças que con duz em à reformulação dos valores adquiridos na infância. O mundo social alarga-se e nasce uma grande preocupação com o que os outros pensam de nós.

1. Imagin a que vais passar férias com um tio que nunca viste e que vive na Austrália. Escreve-lhe uma cart a em que te descrevas a ti mesmo para que ele te possa reconhecer. Fala-lhe do teu aspeto físico e do tipo de roupa e acessórios que costumas usar; dá-lhe também umas dicas sobre a tua personalidade para que ele saiba com quem vai contar durante as férias.

Na adolescência vive-se como que num mundo entre dois mundos: já não se quer ser criança e ainda não se consegue s er ad ulto. É ne ste período que se fazem escolhas relevant es para o resto da vida: os estudos, a atividade profissional e o estado de vida. O adolescente quer ser ele mesmo, diferente dos outros, e construir a sua própria identidade. Ele "sabe" que a sua vida adulta e o seu bem-estar futuro têm r aízes nesta fa se q.ue está a viver.

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A adolescência tem início na puberdade, mas não é claro o momento em que termina. Poderíamos dizer que se conclu i quando o indivíduo, vivendo a sua própria identidade, alcança e assume autonomamente as suas responsab ilidades. A adolescência (do latim adolescere, "amadurecer", "crescer", "desenvolver-se") não se explica pela biologia, mas define -se de forma diferente em cada cultura e varia segundo a história da pessoa e do meio social. Puberdade (do lati m pubescere, "cobrir-se de pelos" ) é o processo de mat uração biológica, sexual e reprodutora que se inicia geralmente entre os dez e os doze anos, nas raparigas, e entre os doze e os catorze anos, nos rapazes. Nela tem lugar o aparecimento dos caracteres sexuais secundários (pelos, barba, menstruação, etc.).


Etapas da adolescência A adolescência abrange um período de t I " , empo ongo, mas com vanantes consoante o genero e a individualidade de cada um.

"Dos 18 aos

o (lJo'escen~e:

000

anos"

• Começa a compyeendey-se e a encon~YaY-se consi30 mesmo, e sen~e-se melhoY in~eqYado no mundo em que vive. • ApYesen~a um si3niPica~ivo p't0 na supeYaçõo da 3yesso hmidez. •É mais seyeno na sua condu~a e mos~Ya-se menos vulneYtÍvel às diPiculdades. • lem maioY aU~odom;nio. • lem capacidade paya ~omaY decisões PoY~es Yela~ivamen~e ao PU~UYo, aos es~udos, à pYoPissõo, ao seu RY~e~o de vida . • Es~abelece yelações mais pessoais e pYoPun'das.


o corpo: mudança e crescimento o

processo acelerado de mudança, iniciado na puberdade, desencadeia-se a partir de um complexo mecanismo neuro-hormonal que tem como "maest ro" o hipotálamo. Por sua vez , a hipófise produz substâncias químicas que vão iniciar o processo de crescimento e ativar o funcionamento das glândulas sexuais. Estas começam a produzir hormonas que circulam no sangue por todo o corpo.


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o

hipotálamo é uma zona do encéfalo que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino sintetizando a secreção de hormonas. Controla a temperatura do corpo, a fome , a sede, asemoções e o comportamento sexual. A hipófise situa -se na base do cérebro, abaixo do hipotá lamo. Éconsiderada uma glândula mestra, pois segrega hormo nas que contro lam o fu ncioname nto de outras glându las, e é responsável pela regulação de várias funções do organismo, como o crescimento.

A maior atividade das glândulas sudoríparas, o aumento da oleosidade da pe le e do cabelo, o crescimento corporal acelerado, com consequ ente acréscimo de peso e altur a , e o ap a r ecimento de pelo s n a zona púbica e na s ax ilas são comuns ao rapaz e à r a pariga. Em ambos os géneros, sur gem súbit as alterações de humor : a gr a n des entusiasmos, segu em-s e períodos de abatimento; é a época da amizade pura, das aventuras em grupo; irrompem paixões ou pelo herói ou heroína de um r om a nce, ou por u ma ve de ta da canção , ou por um(a) colega da escola; é também a época em qu e t odos os adolescentes son h a m e reconstroem o mundo à su a maneira, imersos em músicas, mensagens de telemóvel e conversações on-line.

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s~be.r+ Na mitologia greco-romana, o círculo com a cruz representa o espelho da deusa Afrodite/Vénus. O círculo com a flecha dirigida para o alto representa o escudo e a lança do deus Ares/Marte . Éessa a razão pela qual esses símbolo s representam, respetivamente, o sexo feminino e o sexo masculino.


2. Define adolescência.

3.

Indica as mudanças fundamentais que ocorrem na ado lescência. .... Inventa um

slogan apelando a uma adolescência saudável.

,

de ideniificar O que mvda. qvando crescemos -e compreendo melhor a. importância. de fo.zer -escolha.s criteriosa.s.


A personalidade de cada pessoa envolve a sua totalidade, é um processo de continuidade no ciclo da sua vida e define e dá unidade à identidade de cada um. O longo processo de amadurecimento, cheio de energia e dinamismo, constrói-se ao longo da vida e integra, progressivamente, as várias dimensões da pessoa: fisiológica , motivacional, intelectual, social, emocional, sexual, moral e religiosa.

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So.be.r+ Personalidade deriva do vocábulo latino persona, que designa a máscara usada pelos atares no teatro.


Tornar-se pessoa é o grande desafio de todo o ser humano. Desde o nascimento, cada um quer "ser mais", quer "ser melhor", quer "ser com os outros". Mas aceitar-se e aceitar os outros, crescer e ajudar a crescer, não é tarefa fácil. São várias as etapas, vários os desafios e várias as opções.

Cada eu - individual, único e "misterioso" - vive com os outros e, por isso, só É na medida em que ajuda a SER... Ser ressoo.. é ser co.."" os ou.l:ros e ro..ro.. os ou.l:ros.

o meu

corpo, as minhas -emoções. as minhas motivo..ções. o meu qoerer mudar o mundo, o.. minho.. busco.. de felicidade, fazem-me (quo..ndo qv-ero) s-er consirutor do.. minho.. vida, ajudo.c!o pelo.. minho.. farn"ia, pelos amigos -e pelo.. -escola. Alegrias -e rrísrezes fazem parte do dinamismo qoe vivo qoerendo s-er o qv-e des-ejo -e sonho, confrontando-me com o qoe me dizem paro.. s-er.

S-ei qoe o.. minho.. personalidade não 'é cpenos um puzzle com peças bem -encruxo.c!as. S-ei qoe sou um ivrbilhão de -experiências -e vontades. onde inteligêncio.. -e corpo s-e vão harmonizo..ndo (às v-ez-es). onde o.. boo.. disposição nem s-empre -existe -e onde os ovtros (fam"ia, amigos, Deus) não me "deixam -em po..z", mas ev s-ei qv-e sou porqv-e -eles -estão por perto.

o período da adolescência é marcado por um acelerado crescimento e mudanças na personalidade, ao ritmo de cada pessoa e sujeito à influência, positiva ou negativa, de diversos fatores como a hereditariedade, os grupos sociais, as normas e padrões culturais e as experiências pessoais.

o

5.

Comenta a afirmação "Sei que a minha personalidade não é apenas um puzzle com peças bem encaixadas".

adolescente questiona-se e questiona a realidade porque vai deixando um mundo fantasiado e infantil para dar lugar a raciocínios mais elaborados e pensamentos abstratos. Quer saber quem é, como são os outros, como funciona a sociedade e entrega-se em saber o que fazer com a sua vida. A capacidade de fazer escolhas e assumir responsabilidades marcam est a mudança e lançam o adolescente para um futuro de maturidade da sua personalidade.


Deixares de ser criança não é apenas veres-te maior em estatura e sexualmente desenvolvido. É também e simultaneamente o desejo e necessidade que sentes de mudar, de t e desligares dos comportamentos e dos modos de r elacionament o vividos ao longo da ínfâncía. É aqui que t e sentes confuso, perdido e até incompreen dido. Vês-te e és visto como crescido fisicamente, mas, por vezes, tratado como cr iança. Como sabes , "ninguém é uma ilha" e sem as outras pessoas não é possível a construção e afirmação da identidade.

Dur ante toda a sua vida, oser humanoorg aniza-se em grupos que influenciam a construção da sua personalidade: a fa mília, os gr upos escolares, os a migos, o gr u po despor tivo e os gr upos paroquiais são os mais comuns e significativos. Esta dimensão torna-se essencial para a definição da própria identidade, que é ao mesmo tempo individual e social. O contributo destes grupos sociais permite perceber que, afinal, não se está só e que a realização e felicidade é, também, fruto de uma teia de relações interpessoais.

A família A família constitui o primeiro grupo onde se desenvolve o sentimento de pertença. A partir desta primeira experiência de amor e afeto, em que se adquirem os alicerces para as futuras relações, o adolescente vai, mais tarde, integrar-se no grupo do bairro, dos colegas de escola, do desporto, da Igreja... As primeiras e mais profundas raízes do indivíduo estão ancor a das no grupo familiar, permitindo, deste modo , a formação de se ntimentos positivos face a si próprio e de ligações afetivas com os outros. A família é, para o adolescente, o espaço da s su as raízes, do seu passado, mas sur gem dificuldades na relação com os pais e irmãos. O adolescente alarga as suas relações de convivência com novas referências sociais - os grupos de amigos.

Equando não se faz a expetiência do all)Ç)r e do afeto na faml\la?


Testemunho de um pai Se os transportarmos sempre às costas, eles não aprenderão a andar; se os obrigarmos a seguir o nosso trajeto, não aprenderão a escolher; se não os deixarmos explorar, não aprende rão a resolver problemas ; e se não os acompanharmos, ainda qu e um pouco à distância, poderemos ser cúmplices dos seus fracassos.

Testemunho de uma mãe Como conviver com alguém que amamos tanto, mas que nos põe tão loucos? Sem dúvida que os adolescentes são seres incompreensíveis, com acessos súbitos de revolta, com reivindicações insustentáveis, com medos infundados, com uma completa ausência de capacidade para raciocinar de forma lógica e coerente. Mas, no meio da zanga, da angústia e dos trovões, como não nos enternecermos com a sua ingenuidade, generosidade, fragilidade, energia, criatividade e esperança?

Testemunho de uma adolescente Como viver com alguém que nos abafa, mas sem o qual não podemos passar? Sem dúvida que os pais são seres antiquados, irrecuperáveis, incompreensíveis, mas ainda são eles que detêm o poder e, apesar de todos os seus defeitos, devem ter algumas competências secretas e misteriosas para conseguirem sobreviver no mundo sem sentido que criaram. Além disso, sabe sempre bem ter alguém a quem humilhar pela sua mesquinhez (quando não querem apoiar os nossos maiores projetos), pela sua ignorância (quando não reconhecem as mais elementares bandas musicais), pela sua crueldade desnecessária (quando não nos deixam sair à noite) , estando sempre certos de que a sua maior qualidade é o amor idiota que sentem por nós, apesar dos maus tratos que lhes infligimos...


Os grupos o adolescente sente necessidade de se juntar com

os seus pares e constituir grupos ou integrar outros já organizados. Encontra neles a possibilidade de concretizar aspirações comuns. No grupo, assume novas atitudes, aprende uma nova linguagem, adquire um novo modo de pensar e sentir e empenha-se em novas ações e experiências. Muitas vezes o chefe de grupo ou outro elemento mais velho é tomado como modelo, pois encarna os sonhos e qualidades que o adolescente desejava ter.

Os amigos Na adolescência surgem os confidentes e os amigos íntimos a quem se revelam os pensamentos, os desejos, as emoções, as dúvidas e apreensões. Muitas vezes imitam-se os modos, as qualidades e os defeitos. "O amigo é como um outro eu que ajuda a conhecer- me melhor." O grupo de amigos merece agora a atenção que anteriormente era dada em exclusividade à família. Os amigos tornam-se a grande referência social para o adolescente, com os quais constrói conhecimento e experiências de integração social. Boas amizades influenciam bons comportamentos e contribuem para uma personalidade mais segura e, por isso, mais feliz. Uma amizade constrói-se na base da relação confiante, leal, solidária, próxima e atenta ao outro.

. ~orri sempre . Esta diSppnível para eSCUtar . fJão te: feçhes sob ti proprio re . Aceitate estima os ou. ros . S~ sempre sincero


A escola É na escola que os adolescentes vivem grande parte do seu tempo e é neste contexto social que se partilham as diferentes experiências de vida . Aqui nascem grupos de referência: a t urma, os amigos, as equipas despo r tiva s, os clubes, etc..

ó. Qual o contributo e a importância dos diferentes grupos sociais - família, escola, amigosna formaçã o da personal idade?

O a dolescente não olh a a escola do me smo modo que uma criança; encont r a nela o es paço de aprendizagem e de preparação para o seu futuro profissional, onde irá contribuir para o bem-estar de muitos. Inicia-se, ne sta fa se da vida, a perceção de que o conhecimento e o estudo são fundamentais par a o desen volvimento da dimensão intelectual da personalidade. O estudo exige esforço, determ inação, persistência e m ot iv a ç ã o - atitudes treinadas em contexto escolar e vividas a diferentes ritmos pelo s adolescentes. O estudo ajuda a conhecer-se melhor a si próprio e a preparar o fu turo pessoal e coletivo. Abrir-se a novos conhecimentos é como ganhar asas para poder voar mais alto. Estudar é descobrir e saborear a essência da vida e compreender os fenómenos humanos e da natureza. Através do estudo e do trabalho, descobrimo-nos construtores e coautores da socie dade, do gr upo e do próprio ser - do "ser mais ". També m a escola é esp aço de dificuldades, umas de integração, outras de a deq uação às exigências académicas e às normas a cu mprir.

7•

Dá um conselho a cada eleme nt o da fam ília - à mãe, ao pai e ao irm ão - de modo a qu e haja respeit o pela identi dade de cada um e compreensão entre todos.

de ideniificar as várias dimensões da. personoJida.de -e de compreender melhor qoern sou -e como 'é fundamental a.ma.durec-er a. minha. responsabilida.de 00+0. -eto.pa. relevante do meu crescimento pessooJ.


Crescer é uma exp eri ência admirável e um desafio constante a olhar com confiança para as preocupações que as mudanças trazem. A v ida torna-s e um grande de safio . É necessário aprender a conviver com um corpo diferente a desenvolver-se, nem sempre como o desejado. As diferentes alterações duma personalidade em formação , normais e naturais em todas as pessoas, podem, no entanto, criar algumas preocupações.

A nível f'lSico Quantas vezes os adolescentes parecem desajeitados, sendo muito comuns os encontrões aos móveis e às portas. Há uma desarmonia entre o que se é e o que se pensa ser. Isso pode provocar, como é natural, alguma ansiedade quando se veem os colegas a "fugir" em tamanho, em maturação, em interesses, na capacidade de atrair ou de ser atraído. Não são raros os casos de atraso de maturação física que leva alguns jovens a crescer bastante mais tarde do que a média.

Às vezes ficamos desil udidos com o nosso

corpo, dado que somos constantemente influenciados pelos meios de comunicação socioJ, com imagens oe sil huetas de caras lindas oe corpos perfeitos. que nos fazemperguntar por que f. que não somos assim. Mas f. -ess-encioJ não confundirmos as imagens que nos ojerecem com a r-eoJidade.


As pessoas não são perfeitas! O desafio passa por perceber que outros adolescentes sentem o que eu sinto e que é importante aceitarmos quem somos: pessoas especiais e únicas!

A nível afetivo É o tempo do despertar do desejo sexual. O corpo tem estímulos até aí desconhecidos. Sexo, erotismo, "curtir", "andar", passam a integrar o vocabulário. Desejar e ser desejado, ser reconhecido pelos outros como alguém diferente e único, passa a ser central na vida do adolescente. Pode haver desencontros afetivos que se relacionam com a capacidade de atrair e de ser atraído, de amar e ser amado. Um desgosto de amor ou uma rejeição por parte de um(a) colega tende a diminuir a autoestima, duvidando até de se ser digno do amor dos outros; por vezes, os amigos ou a família fazem observações a esse respeito que ainda pioram a situação, podendo provocar problemas emocionais e relacionais, de difícil resolução.

aa

ou

PASSA~ D LI.q~IA Â T~ISTI.ZAr VICI.-VI.~SAr I.M PO~CO TI.MPO I. SI.M MOTIVO APA~I.NTI. I. NO~MAL?


Uma pequena contrariedade pode afundar o adolescente no mais profundo desespero e levá-lo a fechar-se em si mesmo. Neste caso, emparedado no seu quarto, lerá, ouvirá música ou passará horas seguidas, sem mostrar interesse por nada nem por ninguém. Este comportamento é consequência do conflito interno permanente que o adolescente mantém na procura de si próprio, na diferenciação em relação aos outros e na procura de um lugar nu m mundo hostil e alheio aos seus problemas. Esta falta de estabilidade corresponde à ans ieda de e in segur anç a qu e acompanham o adolescente no se u mundo interior , no qual estão em jogo, por um lado , a dor pela infância perdida e, por outro, a dificul dade em satisfazer os se us desejos.

Estar trsre'é um direito. Um direito tão no..tvraJ como -estar o.Iegre. Umas vezes. vemos o mundo. os outros ou nós próprios de um modo mais otimisfa; oviras. mais pruimis+o. Muitos s-entimentos não têm umo.. -explico..ção so..tisfo..fório., mas 'é importante r-eftetir sobre as suas -eventvais co..usas. S-e o.. iristezo.. s-e mo..ntiver duro..nte muito tempo, 'é preciso p-edir ajudo...

A nível social Há o perigo de o adolescente adquirir o hábito de se refugiar em si mesmo, tornando-se ainda mais tímido, não ousando enfrentar o mundo que o rodeia. Isolar-se do seu círculo de amigos e familiares , fugindo da realidade, pode conduzi-lo a reações de medo ou de agressão. Um adolescente fechado sobre si próprio terá seguramente dificuldades em olhar para o mundo que o rodeia e viver de uma forma confiante, segura e tranquila. Mas nem tudo está perdido. É sempre possível reforçar a autoestima relacionando-se com pessoas que aceitam os outros como eles são, ou, por exemplo, dedicando-se a atividades onde se consegue ter sucesso.

Fece às preocupo..çães. o..os obstáculos. às dúvidas -e às o..ngústias. 'é fvndo..mentoJ reagir com o..titvdes positivas. Só com diálogo. reftexão. confio..nço... espemnço, coragem. p-ersistêncio..... poderemos uliro..passo..r os obstáculos -e cresc-er ho..rmonioso..mente.


Desafio do amor: amar e ser amado A afetividade é a carga emotiva que dinamiza qualquer r elaçã o de amizade sincera; é aqui lo que nos permite viver e compreender a felicidade. Os momentos da nossa vida que me lh or recor damos, aliás, que não somos ca pazes de esquecer, são os mome n tos felizes. Ora esses momentos felizes só o são porque for am a dor nados com instantes de positiva união, com verda deiros ges t os de afet o: um ab r aço , um beijo, uma carícia, um olhar cheio de ternura , um conselho .. . Estes momentos

a.fetivos têm um significo..do -especioJ nos períodos mo.is difíc:eis da. nossa. vida.. quando nos sentimos mo.is -tristes, mo.is sozinhos... porqve 'é nesses momentos qve, de fo..cto, cporecem os verdo..deiros amigos, a.qvelo.s pessoas qve gostam de nós incondicionoJmente -e nos dão a. mão -e ajudam a. -ergver -e a. seguir em frente, Só fazendo a experiência da afetividade a pe ssoa é capaz de viver cada momento da sua vida com ousadia, com dedicação, com uma vontade enorme de vencer, de ultrapassar todos os obstáculos! ..

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Gra.\r\d.es I:ra.\r\sforrYIa.~ões / 1)ÚVl.d.a.s e a.l-\gús!:l.a.s / 1)esa.fl.os

REfLEXÃO PESSOAL

DIALOGO ACEITACÃO DE MUDA


Nínguém me com reend ! Não percebo o que se passa à minha vo lta. Há pouco tempo tudo parecia tão arrumadin ho. Agora, o mundo está quase irreconhecível. Só me apetece contestar as or dens, os comportame nt os e as afirmações dos adult os. M as de cada vez que reivindico o direito a ter op inião e a dirigir a minha vid a, cai sob re mim uma chuva de protesto s. Ninguém me leva a sério. Nalgum as circunst âncias, dizem que ainda sou uma cria nça e que portan to ... Nout ras alt uras, j á não sou nenhu ma criança, motivo pelo qual esperam que me com porte de uma det ermin ada maneira. Ontem fui convidad a por um grupo de amigo s para sair. Quando me apron tava para o fazer, a minha mãe perguntou -me onde ia. Não tive coragem de lhe mentir. A resposta foi um não redondo . Os motivos são os do costume: "Tens muito que estudar, ainda não fi zeste os t rabalhos de casa, é preciso ajudar nas tarefas da casa, não t ens idade para andar por aí à noite ..." Respondi que já tinha idade para saber o que fazia e que os pais de todos os meus amigos os deixam sair à noite; além disso, que mal poderia acontecer-me, uma vez que estou integrada num grupo? Mas a minha mãe não foi sensível aos meus argumentos: "0 que acontece com os filhos dos outros é lá com eles; nessa idade (demasiado criança ainda!) não consegues defender-te, nem tens autonomia suficiente para fazeres face aos problemas que possam surgir e para tomar decisões acertadas e seguras". Já não posso mais ouvir falar em segurança! Isto agora é uma espécie de paranóia. Todos querem estar seguros. Veem-se perigos em todo o lado. É certo que acontecem coisas estranhas: pessoas são assaltadas, crianças e jovens são raptados, etc. Mas se olharmos só para esse lado das coisas, o que é que nos resta fazer? Ficamos simplesmente de mãos e pés atados, sem podermos viver a vida. Por vezes, para conseguir que me façam a vontade, procuro ver de que lado está o vento favorável. Primeiro sondo o meu pai, mas, se a resposta não for do meu agrado, pergunto à minha mãe... No momento em que se apercebem do meu jogo, tenho de os ouvir! Até me põem de castigo, como se eu fosse uma criança. Eu sei muito bem o que é bom para mim; não preciso que eles mo digam! É verdade que às vezes estou insegura e que preciso de ser ajudada a tomar as decisões mais certas, mas será que não posso ser eu a escolher o momento em que quero ser ajudada? Ontem zangaram-se comigo só porque eu emiti a minha opinião sobre um assunto escaldante: "Nem queremos acreditar no que estamos a ouvir! Será possível?" Claro que é possível eu pensar pela minha cabeça. Mas eles acharam que eu estava a passar das marcas e acusaram-me de ter dito o que pensava num tom agressivo, sem educação. A verdade é que nem sempre consigo controlar os meus nervos . Quando é que este pesadelo passa? Queria tanto que me compreendessem! Diário de uma adolescente

8.

Que preocupações e desafios encontras na tua experiência de adolescente?


Ao mesmo tempo que o corpo se desenvolve, desperta-se para uma abertura e procura do outro. O adolescente começa a descobrir o outro, diferente de si, e a compreender as diferenças significativas entre o género feminino e masculino. Na verdade, conhecer e compreender o outro sexo é um grande desafio. Relacionamo-nos com pessoas do outro sexo cada vez com mais seriedade; a princípio com uma certa vergonha dessa aproximação, mas depoi s com mais gosto por estarmos n a com pa n hia de quem é difer ente de nó s.

Sentimo-nos o..traídos pelo s-exo oposto: o. primeiro. converse o.. sós, n troca. de srrss, o nervosismo de codo, vez qv-e nos vemos, o desabo..fo com os cofegas... -enfim, começamos n gostar de ovtm pessoo.! O namoro é o momento em que nos empenhamos na relação afetiva com alguém que amamos. De facto, o que está em jogo é a r ela çã o com outra pe ssoa, por is so, transformar o namoro num jogo sem sentido é diminuirmo-nos a nós mesmos e diminuirmos o outro. Mas o amor não é algo que, uma vez adquirido e vivido, seja uma conquista para sempre. É, pelo contrário, a lgo frágil, que, como uma planta, precisa de ser regado e cuidado. Descurar a re lação com a pessoa amada é condenar essa relação ao fracasso . Amar exige u ma atitude de descentra ção (deixar de viver centrado em si próprio), o que não é nada fác il.

A nosso.. tendêncio.. na.tvroJ 'é pensarmos -e agirmos em benefício pessoal independentemente dos interess-es, necessdades -e s-entimentos dos ovtros. Mas voJ-e o.. pena. s-er oJtrvísta. porqv-e o amor coroperso, cS-e procurarmos aqvilo qoe faz bem 0.0 ovtro, -então começamos o.. viver o amor Amar alguém não é "u m mar de rosas"; a nossa vida não passa, como por um toque de magia, a ser uma história encantada, mas a companhia amorosa faz-nos suportar melhor os momentos difíceis, não permitindo que nos deixemos esmagar pelo peso das circunstâncias; é o amor que sentimos pelo outro que n o s faz v ib rar d e felicidade .



Osjove Era uma vez uma laranjeira, que um dia produziu flores, que um dia murcharam ... Um homem que não entendia de laranjeiras disse que ela não daria coisa alguma . Mas o homem que entendia de laranje iras ficou tranqui lo e disse que agora é que começar iam a nascer os frutos. E os frutos começaram a nascer.

a homem que entendia de laranjas pôs-se a observar um dos frutos que nasciam. E o frut o que ti nha sido florz inha que murchara , tinh a um centímetro. Era peq ueno e imat uro. Cresceu e continuou pequeno e imat uro . Cresceu um pouco mais e t ornou-se médio e im aturo. Cresceu mais ainda e t ornou-se grand e e im aturo. Quando chegou a época, o hom em que não entendia de laranjas, disse que ela já devia ser colhida . - Tem o tamanho físico de uma laranja, parece uma laranja, não vai crescer mu ito mais que isso; daqui por diante ela só vai envelhecer; logo, vamos colher esta laranj a enquanto é nova. Mas o homem que ent endia de laranjas, contestou e disse: senhor não entende nada sobre a vida! Ela parece uma laranja, tem tamanho físico de uma laranja, não vai crescer mais do que isso, mas ainda não é laranja: ela ainda não está madura nem doce por dentro! Deixe que ela receba a luz do alto, sugue a seiva da terra com mais intensidade do que antes, e t ransforme o seu íntimo em substância doce. Então começará a ficar dourada por fora e silenciosamente começará a dizer que amadureceu.

-a

Adaptado de Pe. Zézinho (Escritor contemporâneo)


o

o essencial é invisível aos olhos

o

- Vai ver outra vez as rosas. Compreenderás que a t ua é ún ica no mundo. Quand o volt ares para me dizer adeus, faço-te presente de um segredo . O principezinho foi ver outr a vez as rosas. - Vocês não são nada parecidas com a minh a rosa; ainda não são nada, disse-lhes ele. Ningu ém vos cativou, nem cativaram nin guém . Vocês são como era a minha rapo sa. Mas fi z dela minha ami ga e agora é úni ca no mundo . As rosas fic aram bast ant e abo rrecidas. - Vocês são belas, mas vazias, disse-lh es ainda o pri ncipezinho . Ninguém vai morrer por vocês. É certo que, quant o à minha rosa, qualqu er vul gar tra nseunt e julga rá que ela se vos assemelha. M as, sozinha, ela vale mais do que vocês t odas juntas, porque foi ela que eu reguei. Porque foi ela qu e eu pus num a redoma. Porque foi ela que abriguei com um biombo. Porque foi po r causa del a que mate i as lagart as (exceto duas ou t rês para as bor bo letas). Porque foi ela e só ela que ouvi lament ar-se ou gabar-se, ou mesmo, por vezes, calar-se. Porque é a minh a rosa. E voltando para junto da raposa: - Adeus, disse ele. - Adeus, disse a raposa. Vou dizer-te o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. - O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se recordar. - Foi o tempo que perdeste com a t ua rosa que tornou a tua rosa tão importante. - Foi o tempo que perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se recordar. - Os homens esqueceram esta verdade. Mas tu não deves esquecê-Ia. Ficas para sempre responsável por aquele que cativaste. És responsável pela tua rosa. - Sou responsável pela minha rosa, repetiu o principezinho, a fim de se recordar.

a

Antoine de Saint-Exupéry

(1900-1944), O Principezinho

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OS o.dolescentes senrem -e de voJorizar Odiálogo, o. confianço. -e o. arnizo.de como formas de resolução dos problemas -e de promoção do. dignido.de hormno .

de ideniificar as preOCUpo.ções qve

9.

Comenta a afirmação do Principezinho: "Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão important e".

10.

O que significa ser responsável?


Uma das características do adolescente é ser capaz de raciocinar sem recorrer a exemplos concretos, ou seja, começar a desenvolver a capacidade de abstração. Nesta fase, já se é capaz de discutir e apreciar acontecimentos alheios ou que na realidade não existem. Analisam-se factos, ideias e acontecimentos, criticam-se e imaginam-se possibilidades para resolver contradições e incoerências humanas... T-emos soluções pom ivdo -e revoltamo-nos com as injustiças, com as incoerências dos adultos, dos pouticos... Sonho.mos acordados?! Sim. mas também qu-eremos -enconirar soluções de fvivro. A inteligência do adolescente é, doravante, um instrumento eficiente para enfrentar, nem sempre com sucesso, os problemas do quotidiano, mas também para sonhar o futuro e equacionar soluções para os males da humanidade, como a fome, as guerras, a poluição e as injustiças.

Consciência e autonomia moral começam a ser uma bandeira do adolescente que se detém a explorar diferentes formas de resolver problemas éticos.

Por qve 'é qve há. gverro..? ~b~ ,Uê ê,Uê t1ê ~ ~8>z.~

~or que

CbWt b8

b~

POR QUE ~ QUE ME DÁ PRAZER AdUDAR UM COLEGA? POY

que é que c.olo past"~clS debaiJo da mesa!

O QUE É. O BEM?

e. que risco as carteiras!

'Por: 9U.e. é. 9U.e. kQ.o 90s~0 l::le. e.s~Q.r Co"'"' Q.9u.e.Le.?


Ao descobrirmo-nos como seres sociais vamos percebendo que nem tudo o que fazemos é correto. Temos consciência do bem e do mal por aquilo que aprendemos dos pais, dos professores, dos catequistas. Muitas vezes agimos apenas para lhes agradar. Mas agora começamos a ter consciência pessoal das consequências das ações e a entender o que devemos fazer. À capacidade de discernir e de fazer o bem a si próprio e aos outros, chamamos moral. E o crescimento moral é tão importa nte como o crescimento intelectual ou afetivo.

Dilema de Heínz o o G

Uma mulher está a morrer. Mas pode ser salva por um medicamento que um farmacêutico da sua cidade desenvolveu. O farmacêutico pede uma fortuna pelo remédio. Heinz, marido da doente terminal, procura todas as pessoas que conhece e pede-lhes dinheiro emprestado, conseguindo apenas metade da quantia necessária. Explica ao farmacêutico que a sua mulher está a morrer e pede-lhe que venda o curativo mais barato ou que o deixe completar o pagamento posteriormente. Mas o farmacêutico diz que não, porque aquele medicamento é o trabalho de toda a sua vida e não pode vendê-lo ao desbarato. Heinz fica desesperado. O que é que Heinz deve fazer? Lawrence Kohlberg (1927-1987)

o sentimento

de pertença religiosa tende a ser contestado nesta idade. De facto , a atitude de pôr tudo em causa, leva o adolescente a questionar-se sobre o sentido das suas crenças, das crenças dos seus pais e da sua participação numa comunidade religiosa.

IJ~ ~?

Faz sentido ser reli8ioso? QUAL ÉA MElHOR RElIG-IÃO? Estas são algumas questões do adolescente à procura do sen tido da vida. É nesta idade dos p orqu ê s que começam as preocupações sobre a vocação, o projeto de vida a que Deus chama. A "vivência" de Deus, apesar de vaga e distante, ganha intensidade afetiva e pessoal. Deus aparece associado ao amor e à confiança... torna-se um Deus "meu" e "pessoal".


Acreditar em Deus... é possível? o

Há quem julgue que eu, por ter a idade que tenho, não posso ter a minha própria opinião sobre as coisas. Ser adolescente não significa ser estúpido, ou incapaz de pensar. É verdade que as coisas podem ser um pouco comp licadas... Vem isto a propósito de uma discussão que tive com o meu tio que queria, à força toda, que eu acred itasse em Deus. Mas os argumentos que ele usava eram pouco mais que nada: a autoridade dos nossos antepassados chegava para ele. Mas para mim, não; razão por que nos desentendemos. Ultimamente tenho-me perguntado se faz sentido acred itar na existênc ia de um Deus. Se nunca o vi, como é que posso saber que existe? Às vezes adm ira-me muito a segurança com que os adult os afirmam coisas que são tão incertas com o esta. Que razões têm eles para acred itar nisso? Algun s amigos meus dizem- me que Jesus Cristo nunca existi u. Mas eu sei que não é nada disso. Jesus existiu mesmo . Viveu numa determinada região, num determ inado te mpo. E Deus? Os meus pais acreditam em Deus. Vivo numa sociedade em que a maior ia das pessoas se diz crente. Transmitiram-me estas ideias religiosas. Mas se eu ti vesse nascido noutro tempo ou noutra parte do mundo? Qual seria a minha crença? Se Deus existe, por que razão há sofrimento no mundo? E, contudo, quando o

a

ponho em causa a sua existência, sinto um vazio tão grande dentro de mim!

Deus, onde -estás?

Tudo isto é confuso. De certa maneira, t enho saudades do meu tempo de criança em que acreditar em Deus era tão natural como beber um copo de água. Eu sabia que Ele ali estava cada vez que dele precisava. Pressentia a sua presença na minha vida, como se fosse a presença dos meus pais. Hoje, sinto que tenho de me destacar das crenças que recebi em herança e seguir o meu próprio caminho. Mas significará isso necessariamente ter de deixar de acreditar em Deus? Ta lvez não; no entan to, tudo parece nebu loso e pouco claro . A minha mãe diz-me que acreditar em Deus é depositar nele a nossa confiança, apesar das nossas dúvidas . Apesar das muitas dúvidas ... Diário de um adolescent e

A dúvida não se opõe à fé. Observando, imit an do, recusando, questionando... constrói-se o próprio caminh o de realização. Gosta.va.. de encontrcr Deus peru uma.. boa.. corwerse,.. Hei de -encontrá..-lo!

11. Qual a im portâ ncia da con sciência no crescimento pessoal?

12.

Emque medida a religião ajuda na construção da vida pessoal e social?

Foi num turbilhão de emoções que , apesar do ambiente que me envolvia (clima de guer ra, per seguição e medo) , descobri algo maravilhoso: o amor entre mim e o Peter. Nestes anos aprendi a sensação agradável que é dar felicidade aos outros. A felicidade é uma procura pessoal e a religião ajuda nesta procura. Como sabes, fui educada no Judaísmo e acredito que a atitude perante Deus não deve ser de medo, mas de amor.


Cântico do amor 31Aspirai, porém , aos melhores dons . Aliás, vou mostrar-vos um caminho que ultrapassa todos os outros. r 13 'Ainda que eu fale as línguas dos homens ~ dos anjos, se não tiver amor, sou como um bron ze que soa ou um címbalo que retine. 2Ainda que eu tenha dom da profecia e conheça todos os mistérios é toda a ciência , ainda que eu te ha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor , nada sou. . / 3Ainda que eu distribua todos os meus' bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor , ge nada me aproveita. 40 amor é paciente, o amor é prestável , não é invejoso , não é arrogante nem orgulhoso, 5 nada faz de inconveniente, não procura o seu pr óprio interesse, . não se irrita nem guarda ressentimen to . 6Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade . "Tudo desculpa, tudo cr ê, tudo espera , tudo suporta. 80 amor jamais passará.

o

1 CorJ2,31-13,Ba


A la Carta de São Paulo aos cristãos

de Corinto, escrita por volta do ano 55, tem por objetivo advertir a comunidade para a necessidade de uma vida íntegra radicada no mandamento do Amor. Numa cidade marcada pelo eros e pelo egoísmo, o Hino ao Amor é a rejeição do egocentrismo e a afirmação do amor gratuito e altruísta, que quer o bem de todos e impulsiona cada pessoa a fazer de si uma dádiva para o outro. São Paulo, João D. Filipe (Pintor contemporâneo) [Coleção pessoal]

A antiga e célebre cidade grega de Corinto, cujo porto marítimo era dos mais frequentados entre a Europa e a Ásia, foi conqu istada pelos romanos em 146 a.c.. Era uma metrópole com um grande desenvolvimento económico e social.

Corinto era uma cidade cheia de movimento e ponto de encontro de muitas culturas, povos e religiões do Mediterrâneo. Nesta cidade populosa, em que muitos dos seus habitantes eram escravos, existia um grande santuário à deusa Afrodite, a deusa do amor (eros - amor físico). O Cristianismo chegou a Corinto através do apóstolo Paulo e, por volta do ano 50, já existia uma comunidade cristã que se desenvolveu neste ambiente cosmopolita. Esta comunidade conheceu alguns conflitos e divisões internas, que S. Paulo procurou resolver através das suas cartas, apelando à vivência do amor.


A vocação da pessoa é o Amor A mensagem que S. Paulo a qui transmite, de form a clara e incisiva é que só há um talento, um dom absoluto: o amor. Tudo o mais é relativo. O caminho da perfeição é o caminho da aprendizagem do amor; por isso, o amor permanecerá para sempre; não desaparecerá nunca ne m mu dará ja mais. O amor de que Paulo fala é o amor (ágape) tal como ele é entendido pelos cristãos: não é um egoísmo, que procura o próprio bem, ou o amor simp lesmente físico, mas o amor gratuito, desinteressado, sincero, fraterno, que se preocupa com o outro, que sofre pelo outro, que procura o bem do outro sem esperar nada em troca. Para S. Paulo, dizer amor é o mesmo que dizer Deus, porque viver no amor é viver em Deus. S. Paulo afir ma que, sem amor, até as melhores coisas (a fé, a ciência, a sabedoria, a distribuição de esmolas pelos pobres) são vazias e sem valor, pois só o amor dá sentido a toda a vid a e a toda a experiênci a humana e cristã. Depois personifica o amor, apresentando-o com características humano-divinas: ele é a fo nte e a origem de todos os bens e q u a lida d e s . Paulo enumera quinze características do amor a ut êntico (sete formuladas positivamente e oito de forma negativa) , sendo que todas elas se referem a realidades simples e quotidianas, que experimentamos e vivemos a cada in stante, para que ninguém pense que o amor só diz respeito aos sant os ou aos sábios. O amor cristão - isto é, o amor desinteressado que leva a procurar o bem do outro por pura gratuidade - é a essência da vida do cristão, ou seja, é aquilo a que todo s somos chamados. Desse amor partilhado nasce a comunidade de ir mãos a que chamamos Igreja.

o ~V'I1or)

C0V'l10 d.o~9â:o d.e. st V'I1e.SV'l1o) é. o, COt.-\9utsf:~ d.~ V'I1~tor rt9ue.z.~. O e.gc)1sV'l1o re.d.uz. o, pe.sso~ õ.. V'I1tsé.rt~ e.sptrU.:u~l e.

1-I.UV'l1~V\~. Só ~V'I1~V\d.o é 9tle. pe.sso~ e. e.V\cot.-\f:r~ o

o ser 1-I.uV'l1~t.-\o se. re.~ltz.~ corwo se.V\Hd.o p~r~ o, suo, vtd.~.

13.

Que interpelações provoca o " Hino ao amor" na tua procura de relações interpessoais?

1te •

Elabora um poem a ou escreve uma carta a alguém real ou imaginário inspirado(a) no "Hino ao amo r".


Crescer é fazer escolhas

~

Uma casa constrói-se pelo s alicerces e quanto mais profundos e seguros eles forem, menos perigos de oscilações haverá. Do mesmo modo , devemos começar a construir a nossa personalidade em alicerces seguros e profundos, com base em valores, ou seja, em pontos de orientação que dão sentido à nossa vida e ao nosso comportamento. Mas esta tarefa não é nada fácil. Até porque a construção pessoal se desenvolve particularmente em momentos conturbados da vida: a adolescência. Mas também não é fácil estudar para ter sucesso escolar, entrar na universidade, encontrar um emprego... e de dicamo-nos anos a fio ao cumprimento desses objeti vos. Não terá a mesma impo r t ância (ou até mais ainda) a construção da nossa personalidade, sobre valores seguros, dedicando-nos ao nosso crescimento afetivo e à construção da nossa identidade?

QUI V. LO'RIS QUI'RO P :R MINH VID? Afirmar a dignidade de todo o ser humano é acreditar na importância de cada pessoa. Por isso, gost ar de si e dos outros é "essencial para a conquista da felicidade. O valor dos outros expressa-se em nós pela descoberta da amizade . É aos amigos que confiamos todas as nossas preocupações, os nossos sonhos... parece que só eles é que nos compreendem, uma vez que estão a passar por momentos semelhantes, com interesses e necessidades idênticas. No- expressÕ:o do-s V\osso-s vl.vfY\do-s} tl~l.Ll.z..o-MOS uMoLl.Y\:Juo-:JeM p'róp:l.o- - o- Ll.V\:Juo-:JeM do O-Mor} do eV\colt\~ro COY\l'lUV\l.co-Y\d.o o-l:ro-vés de sl.lt\o-l.s} de pos~uro-s corporo-l.s} de o-fe~os} de ol.ko.re s, de sl.Lêlt\dos...

Para que essa linguagem resulte positivamente e tenha o sucesso que nós esperamos, é necessário qu e gostemos d e n ó s própr ios . Da nossa aut o est ima vai depender a forma como encar amos a vida e os outros. As pessoas que se apreciam a si mesmas, porque reconh ecem em si qualidades e valores, enquanto seres humanos únicos, responsabilizam-se pelos próprios atas e escolhas, reconhecem as suas limitações e disponibilizam-se para dar apoio aos outros. Ao contrário, aquelas que não se estimam a si próprias responsabilizam sempre os outros ou as circunstâncias pelos seus medos e fracassos.


Mas, atenção, ter autoestima não é pensar que se é o melhor, o mais perfeito, o mais engraçado, ou seja: ser presunçoso. Quando assim é, as coisas não poderão correr bem, porque os outros não vão apreciar tal postura no relacionamento com eles. Através da linguagem do encontro, da doação de si mesmo e da aceitação do outro diferente de nós, poderemos -construir a amizade e a comunhão. É neste relacionamento livre de medos que construímos a nossa casa, que tem por fundações o amor e a liberdade. Assumimos, assim, a responsabilidade de sermos homens e mulheres verdadeiramente felizes.

o homem imagem de Deus Amor Deus criou o homem à sua imagem e semelhança: chamando-o à existência por amor, chamou -o ao mesmo tempo ao amor. Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é a fundamental e originária vocação do ser humano. • Papa João Paulo II, Familiaris Consottio, 11

Venha dai um bom abraço Um bom abraço ajuda-nos a sentir as muitas dimensões do amor: a facilidade para receber e dar, a sensibilidade para o sofrimento, a disponibilidade para a alegriade sedivertir e a profundidade da ternura. Abraçar alguém é como dizer-lhe: "Olha, aqui estou para o que quiseres, de coração aberto para ti". Abraços são uma espécie de foguetes capazes de fazer despertar moribundos ou fazer levantar da cama preguiçosos. Explosões de vida. Quando um coração se abre para outro coração, há quase sempre uma qualquer maravilha que pode acontecer. Ou, quanto mais não seja, uma sensação de paz possível, neste mundo cheio de guerras em que vivemos. Maria José Costa Félix (escritora contemporânea), Mais e Melhor


Ama e faz o que quiseres Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa sen ão o amor serão os teus frutos. Santo Ag ostinho (354-430)

15.

Comenta a afirmaçã o de Sto. Agostinho "Ama e faz o que quiseres" .

Santo Agostinho tornou-se cristão já na idade adulta. Foi um entusiasta do cristianismo no Norte de África e viveu uma profunda re lação com Deus. Este texto é um comentário a um versículo bíb lico ("Aque le que não ama n ão che gou a conhecer a Deus, pois Deus é amo r" ~ - l Jo 4,8) e expr essa a A adolescência é Uma época de plenitude de um amo r CotvRAtvÇA e f(5PERAtvÇA É ' ap aixonado, pleno e adolescen~es o ue es' , " em nos, . f" I ra Uma Qas ma/ores rorças l I verdadeiro. Amar é entrar r.aZemos Qo mUnQo' mover u . na beleza que é Deus, ou ma casa, uma escola Uma comunidade , Um pa ,'s! (5 f' I ' seja, é viver de forma , J, . omOSor uru~ le mos Son os e prole~os para I . . livre, alegre, em harmonia I li Consrru,r um mUn Qo mais jus~o e humano. com todos e sem malícia ou vontade de fazer o mal. O limite do amor encontra-se no "rosto do outro" que é preciso amar e cuidar... amar sem medida! Amar é saber silenciar porque há palavras que ferem , amar é corrigir e chamar a atenção, sem julgar nem condenar. Tudo o que fi zermos... façamo-lo com amor.

de reconhec-er a. gra.ndeza. dos valores -eva.ngélicos -e -esivv disposiv a. crrscor vivê-los porqv-e ga.ra.ntem a. felicida.de -e a. realiza.ção pessoal.



Olá . Chamo -me Nelso.. . Mo.....Jelo. e Vou o.pYesen~o.Y um o.ssun~o que ceY~o.men~e~e in~eYesso. mui~o: o. po.z. D e fo.c~o, sem paz, o. vida ~oYno.-se um o.u~ên~ico infe yn o! E olho. que e u sei do que falo!

tJo.s ci em 111<6, no. ÁfYico. do 0 ul e peY~enço 0.0 po vo ( ~Yibo) "Th em ba . Fiquei Óyfão de pai mui~o cedo e fu i es~udo.Y po. yo. uma e scola CYis~ã.

Lo o no. infâ ncia , aoercebi-rne de Cfue, no meu Po.(s, as pe ss oas não eYo.m 3

~odo.s consideyo.do.s com i3Uo.I di:jI'1ido.de . Havia um pYeconcei~o Yo.cis~o. ~eyy(vel que dava pelo nome de opo.y~heid" e consis~io. no. s e po.Yo.ção en~Ye bYo. ncos e ne3Yos. Iodo. o. vida social e pol,tico. es~o.vo. OY30.nizo.do. de mo.neiYo. ~0.1 que as pessoas bYo.nco.s eYo.m consideYo.do.s mais impoY~o.n~es do que as n.e3Yo.s; poY isso, eYo.m elas que mandavam e que ~inho.m os melhoyes empye30s. As pessoas não bYo.nco.s eYo.m ne30.dos os diYei~os sociais e de po.Y~icipo.Ção pol(~ico.. Exisho.m hospi~o.is só po.Yo. bYo.ncos e hospi~o.is só po.yo. ne3Yos; Yes~o.uYo.n~es só po.yo. bYo.ncos e Yes~o.uYo.n~es po.yo. as ou~Yo.s pessoas: ne3Yos, mes~iços, indianos... 0empye me cus~ou mui~o que byo.ncos ( o. minoYio.) e ne3Yos ( o. mo.ioYio.) não po.yhlho.ssem, em comum, o. Cjoveyno.ção do Po.(s e não vivessem em concóydio. e fYo.~eYnido.de. CompYomeFi-me o. lu~o.Y con~Yo. o opo.y~heid: de mo.neiYo. o. 30.Yo.n~iY uma vida melhoY po.Yo. as pessoas ne3Yo.s e uma sociedade mais jus~o..

Em 1162, fui pyeso, jul30.do e condenado à moY~e. En~Ye~o.n~o, o.l~eYo.Yo.m o. peno. po.Yo. pYisão peYpé~uo.. DuYo.n~e os 2110n30s anos de yeclusão, conse3ui vivey sem Yo.ncoY nem ódio, o.peso.Y de me senh'y mui~o injus~iço.do. Fui libeY~o.:do em 1110, quando o sis~emo. pol(~ico do opo.y~heid" ~eYminou. Recebi o Pyémio tJobel do. fà.z, em 1113, e fui pYesiden~e do. ÁfYico. do 0ul de 11CfL/ o. 1111. Apelei, sempye, à fà.z e à yeconcilio.ção en~Ye ~odos. Queyo dizeY-~e que o. paz é indispensável 0.0 Yelo.ciono.men~o en~Ye os povos e en~Ye as pessoas. Mas não pode exis~iY paz sem jushço.. Uma e OU~Yo. andam de mãos dadas. t impoY~o.n~e cvesceves com o. ceY~ezo. de que o. Po.z ....0 mu....Jo ~o.mbém Jepe....de Je ~;... o.cei~o. es~e desafio.


Paz, Ayla M ahler (Pintor a contemporânea)

o desejo de paz faz parte dos anseios mais profundos da pessoa e marca a história, a arte e a cu ltura dos povos. Em t odos os tempos e lugares, o ser humano fala, escreve, pinta.. . procura a pa z. A paz foi cantada em todas as línguas, na certeza de que os ódios pessoais e as violências entre grupos e nações são contrários à natureza humana.

PAX (lati m) PAZ (po rtugu ês e espanh ol ) FRIEDEN (alemão) MII1PA (russo) PEACE (inglês) PACE (italiano e ro m eno )

MII1 P (ucrani ano) EIPHNH (gr ego) PAIX (francês) SHALOM (hebraico) SALAAM (árabe) VREDE (hol and ês)

No íntimo de si mesma, cada pessoa sempre qu is e continua a querer a civilização do amor, edificada na justiça, na harmonia, na concórdia e na paz. A paz que nasce de um diálogo sincero não é uma ideia abstrata, mas sim o gesto radical de ir ao encontro do outro na busca da verdade e de soluções válidas para os problemas que surgem continuamente na vida interpessoal, social e política. A paz é um bem precioso. É o único ambiente on de é possível uma vida verdadeiramente humana. A sua construção envolve cada um. Sair ao encontro do outro e ofer ecer o dom da paz é a utopia dos corajosos e dos em issários de boas notícias.


A paz sem vencedor e sem vencidos Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Que o tempo que nos deste seja um novo Recomeço de esperança e de justiça Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Erguei o nosso ser à transparência Para podermos ler melhor a vida Para entendermos vosso mandamento Para que venha a nós o vosso reino Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Fazei Senhor que a paz seja de todos Dai-nos a paz que nasce da verdade Dai-nos a paz que nasce da justiça Dai-nos a paz chamada liberdade Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Sophia de Me llo Breyner Andrese n (1919 - 2004), Dual

Ao longo dos tempos foram-se desenvolvendo símbolos da paz sinais que servem para recordar às pessoas de cada época e lugar a necessidade de construir a concórdia.

i1V

A pomba branca com um ramo de oliveira é

símbolo de paz e harmonia, numa tradição que tem as suas origens na "história" bíblica da Arca de Noé. Segundo o relato do Antigo Testamento, depois do dilúvio, Noé soltou uma pomba que regressou com um ramo de oliveira no bico mostrando que a água estava a regredir e que "tinha sido feita a paz com Deus" (cf. Gn 8,8ss).

A bandeira branca é um símbolo usado para representar a paz mundial entre os povos. Durante a Idade Média, quando um povo se colocava fora de uma guerra ou batalha, hasteava a bandeira branca em sinal de trégua e de paz. Ainda hoje é usada nos conflitos bélicos.


Os cinco anéis olímpicos retratam a união dos conti nentes. Na Grécia Antiga as guerras eram int errompidas durante o período dos jogos olímpicos.

A vela (luz) significa a pr esença de Deu s no int erior do ser humano, como paz e es perança de uma vida plena e just a .

O cachimbo da paz era usado pelos índios norte amer icanos, que fazia m a fumaça subir até aos deuses da concórdia. Todos fumavam do mesmo cachimbo, em sinal de compromisso com as decisões tomadas. O a rco-i ras une o céu e a terra e significa a harmonia e a paz com Deus e com o universo. A narrativa bíblica do dilúvio descreve-o como símbolo da aliança de paz entre Deus e toda a criação (cf. Gn 9,8-17).

Paz deriva do latim pax e refere-se à ausência de violência e de guerra. Mas paz é mais do que ausência de guerra ou de conflito. Paz é mais do que equilíbrio entre forças em discórdia. A paz, geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, sem perturbações ou agitação, é sobretudo um apelo ao Bem. É um valor evangélico, simultaneamente dom e tarefa.


Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz (Jo 14 ,2 7)

A paz de Jesus é u ma atitude/comportamento fruto da justiça e do amor que nos realiza verdadeiramente como pessoas e dá sentido e plenitude à vida. A paz é um valor essencial na construção da nossa identidade, da nossa realização pessoal e da nossa felicidade. DIA HUND1ItLDAPAZ

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DIAESCOLAR DA NÃO-VI OLÊNCIA E DAPAZ

Para educar e promover a paz, o papa Paulo VI propôs a criação do Dia Mundial da P az , qu e se celebra a 1 de janeiro , desde 1968. Para promover a paz em a mbient e escolar, estabeleceu-s e a 30 de janeiro , dia da morte de Ga n dh i, o Dia Escolar da Não -Violência e da Paz.

Muitas pessoa s t êm como objetivo de vid a construir a paz, quer interior - procurando o seu equilíbrio pessoal, quer no mundo - através da participação em organizações, manifestações e ações que procurem a justiça, o respeito pelos direitos humanos e uma partilha mais equilibrada dos bens entre as pessoas e os povos . A paz é uma conquista de cada pe ssoa, de cada comunidade, de cada povo ; não é algo que se adquire de uma vez por todas, mas qu e tem de estar em permanente construção.


Usar armas é fácil; empenhar-se pela paz, deixar-se sacrificar por este ideal é grandeza de poucos. Mas não podemos deixar de olhar para a força dos pacíficos e para a dinâmica da paz. A paz é um compromisso e um modo de vida que exige que se satisfaçam as expetativas legíti mas de todos, como o acesso à alimentação, à água e à energia, à medicina e à tecnologia... Só assim se poderá construir o futuro da hum anidade sonhado e querido por De us desde sempre.

Sem a justiça, a justa distribuição dos bens, a verdade e a liberdade não é poss íve l construi r relações de paz.

Ameaça à paz As injustiças, as excessivas desigualdades de ordem económica ou social, a inveja, a desconfiança e o orgulho que grassam entre os homens e as nações, são uma constante ameaça à paz e provocam as guerras. Tudo o que se faz para combater estas desordens contribui para edifica r a paz e evitar a guerra. Catecismo da Igreja Católica (CCE), 2317

Paz libertadora ()

g

F

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C

J. Rocha Mont e ir o

F

J J lU ti J J I,)U 11 I I;' ti IJ ti J J IA. J I

1. A paz vai cor- r en- d o co- m o um ri

-

0,

va i cor - r en- d o de mão pa- ra

1.

A paz vai correndo como um rio, Vai correndo de mão para mão . Vai correndo p'r ó deserto, Libertando o meu irmão.

Por qu e é que pod emos afi rmar que a paz é um sonho da hum anidade? Pe. J. Rocha Monteiro

de reconhecer o.. paz como voJor universoJ 'e 'evangélico qV'e dignifico..

tvdo..s o..s pessoes.

2.

Redige uma frase sobre a importância da paz e partilha-a com os t eus colegas.


Ao longo da história, as socieda des criaram códigos de atuação, leis e tratados para promover a paz, mas muitos deles, em princípio destinados a durar eternamente, fracassaram passado pouco tempo, arrastando, com o seu insucesso, milhares de vítimas. Sempre que no edifício da paz falham os pilares da igualdade, re s pe ito , justiça e liberdade, todo o edifício se desmorona. A falência da paz é a rutura das boas relações entre pessoas e povos. Deparamo-nos frequentemente com situações de conflito e de agressão: na família, na turma, na escola, no bairro, no mundo.. . situações em que todos saem prejudicados, tristes e infelizes; não apenas aqueles que se envolvem mais diretamente, mas também os outros que estão em redor. O ser humano anseia a paz. Mas todos os dias vemos e ouvimos notícias de guerra: desde insultos verbais a agressões físicas e desde batalhas psicológicas a combates armados.

São várias as causas da guerra, mas as maiores serão a injustiça, a miséria, a indiferença, os preconceitos ideológicos e culturais, os interesses políticos e económicos, a discriminação, a vontade de dominar os outros, a ganância, o desprezo pelo ambiente e pela natureza; em suma, o egoísmo de cada ser humano.


o negócio da venda de armas o

o

Esta é realmente uma guerra por problemas ou é uma guerra comercial, para vender estasarmas no comércio ilegal?

C)

Papa Francisco, Ânge lus, 8/9/2013

Os estados que produzem e vendem armas são estados onde a indústria de produção de armas é uma componente significativa da economia. O lucro transformou-se em lei suprema . Há ganhos enormes que são consegu idos através do tráfico de armas e há quem "sopre sobre o fogo" para poder vender ainda mais armas. Entretanto, ignoram-se as consequências a lo ngo prazo deste comércio: as armas continuam a reforçar a crim ina lidade e a nutrir as máfias de vários tipos. Silvano Maria Tomasi, observador permanente da Santa Sé na sede da ONU, Rádio Vati cano, 9/9/2013

A denúncia do papa Francisco de uma guerra "comercia l" é tão veraz que hoje prevemos as guerras a partir de estudos dos fluxos do comércio das armas e dos gastos mi litares. A Síria, nos anos anteriores a 2011, antes que começasse a guerra civil, aumentou a importação de armas, inclusive as produz idas na Itália, em 580%, ou seja, quase seisvezes. Negar o vínculo entre este comércio de armas em alguns lugares do mundo e a explosão dos confl itos é negar a evidência. Francisco Vignarca, coordenador da Rede It aliana para o Desarmamento, Rádio Vaticano, 9/9/2013

A proliferação incontrolada de pistol as, revólveres, granadas e outras armas converteu-se num grande problema de saúde pública, de dir eitos humanos e também económico.

PODE UMA PESSOA VIVER BEM COM A SUA COtJSCI~MCIA QUAtJDO EtJRIQUECE À CUSTADA MORTE DOS OUTROS?

..::.;:..:.....:::=~


Violência na escola o

o a

De acordo com dados apresentados pelo M inistério da Educação e Ciência, em 2012/2013 foram inseridos na Plataforma de Registo Eletró nico de Ocorrências 1446 casos. Os atos contra a liberdade e a int egridade física das pessoas (726) e contra a honra e o bom nome das pessoas (274) foram os mais prati cados e a sala de aula foi o local onde as sit uações de violência maisse verifi caram (571). De um total de 1008 vítim as, em 2012/2 013, os alunos (563) e os professores (335) foram os mais visados. Os autores são, na maioria, alunos entre os 14 e os 16 anos. Ana Gaspar, Jornal de Notícias, 30/1 /2 014

Idosos vítimas de violência De acordo com o último relatório da Associação de Apoio à Vitima (APAV), 809 idosos foram vítim as de vio lência, em Portugal, em 2012. O envelhecimento da população fez crescer o aumento do número de casos. A APAV alerta que "tem havido um crescendo no número de pedidos de apoio". Prevê-se que o relatório de 2013 venha a registar ainda maior número de ocorrências. As vítimas são sobretudo mulheres, entre os 65 e os 75 anos, e a violência é praticada pelos fi lhos ou pelo cônjuge. Bárbara Matias, Jornal Expresso, 30/1/2 014

Crianças-soldados o O

a

Mesmo com um protocolo int ernacional que impede que menores sejam alistados para fazer parte de grupos armados, em mais de 35 países esta é ainda uma realidade. Segundo dados de Amn istia Internaciona l, estima -se que em todo o mundo o número de crianças soldados esteja entre 300 e 500 mi l. Rogéri a Araú jo, http:// site.adital.com.brj , 8/2 /2 013

Em muitos casos, as crianças-soldados, que cresceram conhecendo apenas o jogo da guerra, são extremamente per igosas, combatentes experientes e com grande habilidade. Mu itas são sequestradas ou recrutadas à força, e geralmente obrigadas a cumprir ordens sob ameaça de morte . Outras juntam-se a grupos armados por desespero . À medida que o conflito vai destruindo a sociedade, deixando as crianças sem escola, obr igando-as a sair das suas casas ou a separar-se das famí lias, muitas percebem que o ingresso nos grup os armad os é a sua única hipót ese de sobrevivência. Outras ainda, ao int egrar grupos militares procuram apenas escapar à pobreza ou vingar membros da família mortos por fações opostas . Carlos Reis, RevistaAlém-Mar, fevere iro de 2009


11 de setembro: o atentado terrorista que mudou o mundo ()

Os ataqu es t er roristas de 11 de setembro de 2001 foram uma série de ataques suicidas, coordenados pela AI-Qaeda cont ra alvos civis nos Estados Unidos da América . Na man hã deste dia, quatro aviões comercia is foram sequestrados, vindo dois deles a colid ir contra as t orres do Wo rld Trade Center em M anhattan, Nova Vork. Os ate ntados causaram a mo rt e de 3234 pessoas e o desaparecimento de 24. Os métodos entretanto uti lizados pe lo Estado para investi gar e deter suspe itos têm sido severamente criticados por organ izações de direitos humanos e por chefes de governo. Foi na sequência deste ataq ue que os Estados Uni dos da Am érica invadi ram o Iraqu e com as consequ ência s j á conhecidas, que proj et aram o mundo nu m a espira l de insegurança te rr ível. O mundo ficou ma is inseguro e o terrorismo ganho u um alento e protagon ismo que já não conhecia desde os anos setenta no Méd io Oriente. José Manuel Duarte, http://www.m undoportu gues.org

o

a

O t err o rism o é um a das fo rmas mai s brutais de viol ência que at ualme nte at ribula a comunidade internacional: semeia ódio, morte, desejo de vingan ça e de represália. Catecismo da Igreja Cató lica, 2297

Genocídios Um dos aspetos mais chocantes do século XX foi a suprema hipocrisia das grandes potências mundia is. Ao mesmo tempo que defe nd iam a paz e os dire it os hum anos, fomenta vam (ou não condenavam ) guerras, ditaduras, segregações, eliminação de pessoas e povos ... um pouco por todo o mundo. O genocídio (genos = família, tribo ou raça + caedere = matar) define-se como o exterm ínio de liberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, religiosas ou ideo lóg icas. Alguns genocídios do século XX Ideologia

Dirigente

Período

Mortos (milhões)

URSS (Rússia)

Comun ismo

Estaline

1929-1953

43

China

Comunismo

Mão Tse-Tung

1923-1976

38

Nazismo

Hitler

1933 -1945

21

URSS

Comunismo

Lenine

1917-1924

4

Japão

Militarismo

Tojo Hideki

1941-1945

4

Camboja

Comunismo

Pol Pot

1968-1987

2,4

Turquia

Militarismo

Kema l Ataturk

1919-1920

2

Ruanda

Mil itarismo

Rad icais hutus

1994

1

Burundi

Mil itarismo

Radicais tutsis

1972

0,2

País

Alemanha

Adaptado de Rudoph Rummel, Death by Governmen t


o o

a

A absolutização da economia como único valor político Assim como o mandamento "não matar" põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer "não a uma economia da exclusão e da desigualdade social". Esta economia mata. Não é possível que a morte por enrege lamento dum idoso sem abrigo não I seja notíc ia, enquanto o é a descida de dois pontos na Bolsa. lstoé exclusão. Não se pode \ I ~ t olerar mais o facto de se lançar comida no lixo, quando há pessoas que passam fome. Isto é desigualdade social. Hoje, t udo entra no j ogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais frac o. Em consequência desta situação, grandes massas da popu lação veem-se excluídas e marginalizadas: sem tra balho, sem perspetivas, num beco sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora. Assim teve início a cultura do «desca rt ável», que aliás chega a ser promovida. Já não se trata simplesmente do fenómeno de exploração e opressão, mas de uma realidade nova: com a exclusão, fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive. Os excluídos não são "expl orados", mas resídu os, "sobras". Uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro, porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e sobre as nossas sociedades. A crise financeira que atravessamos faz-nos esquecer que, na sua origem, há uma crise antropológica profunda: a negação da primazia do ser humano. Papa Francisco, A Alegr ia da Evangelho, 53.55

3.

Identifica sit uações em que a paz falhou ou que ameaçam a paz.

&i.

Nomeia as atitudes que condu zem à falência da paz.


Cantata da paz o

o Q

Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar A bomba de Hiroshima Vergonha de nós todos Reduziu a cinzas A carne das crianças Vem os, ouvim os e lemos Não podemos igno rar Vemo s, ouvimos e lemos Não podemos igno rar D'Áf rica e Vietn ame Sobe a lament ação Dos povos destruídos Dos povos destroçados Vemo s, ouvimos e lemo s Não podemos igno rar Vemo s, ouvimos e lem os Não podemos igno rar Nada pode apagar O conce rto do s gri to s O nosso tempo é Pecado organi zado. Vemos, ouvimos e lemo s Não podemos ignorar Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar Poem a de Sofia de Mello Breyne r, mu sicado por Francisco Fanhais

A análise destes documentos evi dencia que a ausência de paz provoca mal-estar, que o egoísmo está na origem de todos os males e que a violência só gera mais violência agravando os problemas. É preciso ter a. coragem de responder à. guerra. com paz.

Nada se perde com a paz, mas tudo pode ser perdido com a guerra. Papa Jo ão XXIII , Pecem in Terris

de reconhecer a. urgência. de s-ermos mais responsáveis uns pelos outros. no respeito pela. paz -e pelos direitos de todos.


/ Pom ba, Pablo Picasso (1881-1973)

o

dir eit o à paz é universal e deriva da igual dignidade de todos os seres humanos .

Declaração sobre o direito dos povos à paz A Assembleia Geral, reafirmando que o principal objetivo das Nações Unidas é a manutenção da paz e da segurança internacionais; manifestando a vontade e as aspirações de todos os povos de eliminar a guerra da vida da Humanidade e, acima de tudo, de prevenir uma catástrofe nuclear mundial; convencida de que uma vida sem guerras constitui o primeiro requisito internacional para o bem -estar material, o desenvolvimento e o progresso dos países, e para a plena realização dos direitos humanos e liberdades fundamentais proclamados pelas Nações Unidas; reconhecendo que a garantia de uma vida em paz para os povos constitui um dever sagrado de todos os Estados; 1. Proclama solenemente que os povos do nosso planeta têm um direito sagrado à paz; 2. Declara solenemente que a preservação do direito dos povos

à paz e a promoção da sua realização constituem obrigações fundamentais de todos os Estados; 3. Sublinha que a garantia do exercício do direito dos povos à paz exige que as políticas dos Estados sejam orientadas para a eliminação da ameaça de guerra, em particular da guerra nuclear, para a renúncia ao uso da força nas relações internacionais e para a resolução de litígios internacionais por meios pacíficos com base na Carta das Nações Unidas; Resolução 39/11 da Assembleia Geraldas Nações Unidas, de 12 de novembro de 1984


o Direito a paz o

o Q

A paz é um direito do qua l todos devem beneficiar e uma situação que torna possível o desenvolvimento humano int egral. A paz é a condição que faz com que todos os out ros direitos sejam possíveis; a realização dos direitos fundamentais conduz, em última instâ ncia, à verdadeira paz, baseada na liberdade, na j usti ça e na fratern idade . D. Silvano Maria Tomasi, Observador Permanente da Santa Sé na ONU

o Direito Internacional o o Q

o desenvolvim ento

do di reit o int ern acion al é um dos obj etivos prim ário s das Nações Unid as. O direito intern acion al define as responsabilidades legais dos Estados na sua condu ta uns com os outros, e o t rat amento dos ind ivíduos dentro das fronteiras do Estado. Abrange uma ampla gama de questões de interesse internaciona l como os direitos humanos, o desarmamento, a crimina lidade internaciona l, os ref ugiados, a migração, prob lemas de nacio nalidade, o tratamento dos pr isione iros, o uso da força e a conduta de guerra, entre outros. Também regula os bens comuns globais, como o meio ambiente, o desenvo lvimento sustentável, as águas internacionais, o espaço sideral, as comunicações e o comércio mundia l. http://www.onu.org.br

A legítima defesa nos limites da necessidade e da proporcionalidade o o Q

Constitu i legíti ma defesa o facto praticado como meio necessário para repe lir a agressão atua l e ilícit a de interesses juridicamente protegidos do agente ou de terceiros. Se houver excesso dos meios empregados em legíti ma defesa, o facto é ilícito mas a pena pode ser especialmente atenuada . O agente não é punido se o excesso resultar de perturbação, medo ou susto, não censuráveis. Art.vs 32.º e 33.º do Código Penal Português


o Desarmamento o o a

Desde o nascimento das Nações Unidas, asmetas do desarmamento multilateral e da limitação de armas foram consideradas centrais para a manutenção da paz e da segurança internacionais. Estas metas vão desde a redução e eventual eliminação das armas nucleares, destruição de armas químicas e do fortalecimento da proibição contra armas biológicas, até à suspensão da proliferação de minas terrestres e de armas leves e de pequeno calibre . As missões de paz da ONU também utilizam a estratégia do desarmamento preventivo, que procura reduzir o número de armas de pequeno calibre em regiões de conflito . Conforme proclamado pela Assemb leia Geral, a Semana do Desarmamento é realizada em todo o mundo, de 24 a 30 de outubro, todos os anos. http://www.onu.org.br

Guernica, Pablo Picasso (1908 -190 9)

Ameaças à paz o

o a

5.

Explica por que razão o direito à paz é universal.

6. Refere os deveres que devem ser cumpridos para que o direit o à paz seja efetivamente satisfeito.

Observa-se nos nossos dias uma consciência crescente de que a paz mundial está ameaçada, não apenas pela corrida aos armamentos, pelos conflitos regionais e por causa das injustiças que ainda existem no seio dos povos e entre as nações, mas também pela falta do respeito devido à natureza, pela desordenada exploração dos seus recursos e pela progr essiva deterioração da qualidade de vida . Semelhante situ ação gera um senti do de precariedade e de insegurança, que, por sua vez, favorece formas de egoísmo coletivo. João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial da Paz, 1 de janeiro de 1990

Não sei com que armas a Terceira Guerra Mundial ser á disputada, mas a Quarta Guerra Mundial será travada com paus e pedras. Albert Einstein


Qj)acifismo de Mahatma Gandhi A resistência pacífica, método usado por Gandhi, é uma das formas mais interessantes de resolver conflitos sem recurso à violência. ahatma (nome que significa "Alma Grande'') Gandhi deu um novo significado à não-violência. Para ele, "algo que seja ganho através da violência não vale . ". a pena possrur

M

Nasceu no ano de 1869 na Índia. For mou-se em Direito na Inglaterra e depoi s exerceu advocacia na África do Sul. Aí, teve pela primeira vez a experiência da discriminação racial. As leis proibiam que as pessoas não brancas exercessem a profissão de advogado, viajassem nos comboios em compartimentos de primeira classe, utilizassem os mesmos espaços públicos dos brancos. Viu que muitos negros na África do Sul eram maltratados e explorados pelos brancos. Organizou protestos pacíficos e foi preso por lutar contra essas injustiças.

"Algo que seja ganho através da violência não vale a pena possuir". Desde o começo da sua vida como ativista, orientou-se pelas suas profundas convicções religiosas. Era um crente hindu.

Gandhi a os 7 anos, em 1876 .

Voltou para a Índia em 1915. A pobreza era enorme. Os ingleses governavam este país severamente; cobravam taxas que o povo não podia pagar e impediam os indianos de chefiar a sua própria nação, usando a força. Em 1930, Gandhi resolve protestar contra o imposto sobre o sal. O sal pode ser extraído da água do mar, mas na Índia todo o sal era preparado e vendido pelo governo inglês que ganhava dinheiro com isso. Afirmou decididamente que o sal pertencia à Índia e que, portanto, quebraria a lei britânica. Pediu, num primeiro momento,


para discutir o assunto com o chefe do governo britânico na Índia, o Vice-rei, mas este recusou, menosprezando a sua força. Quando tinha 60 anos, iniciou , com os seus seguidores, uma marcha de 322 quilómetros, desde a sua casa até ao mar, para extrair sal. Durante vinte e quatro dias a Índia e o resto do mundo seguiram o seu percurso. A expectativa era en orme. Com milhares de observadores, caminhou até ao mar e apanhou uma mão cheia de sal. Este ato de desafio era um sinal à nação. Ao longo da costa da Índia, o povo começou a extrair sal ilegalmente. "Eu quero a compaixão mundial nesta batalha da Justiça contra a opressão" tinha escrito Gandhi, mas um mês mais tarde foi preso, juntamente com outros milhares de indianos. Ele e o povo da Índia passaram ainda mais alguns anos a protestar para que os ingleses decidi ssem conceder a independência ao país.

A "M a rc ha do Sa l" e m 1930 .

Finalmente, em 1947, a Índia tornou-se um Estado independente. O promotor da não-violência, que procurou a liber dade orientada pelos princípios da "força da verdade e do amor", foi assassinado no dia 30 de janeiro de 1948, em Nova Deli, por um hindu radical que disparou vários tiros. "Se sucu mbir vítima da bala de u m assassino, não deve haver cólera no meu interior . Deus deverá estar no meu coração e nos meus lábios", tinha escrito dez dias ante s.

o

corpo de Mahatma foi cr emado e as su as cinzas foram lançada s ao Ganges, o rio sagrado.

· A não-violência é o meu primeiro artigo de fé. A violência apenas multiplica o mal. A não-violência é o meio para alcançar a verdade e a paz. · Uma força é tanto mais eficiente quanto mais silenciosa e subtil for. O amor é a mais subtil das forças do mundo. · A paz exterior é inútil na ausência de paz interior. /

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de reconhecer qoe o. paz 'é um direito universoJ qve derivo. do. iguoJ dignido.de de todas as pessoas. -e de compreender o. urgêncio. de -esfobefec-er -este diálogo -enií'e o. cultura. -e o. fé.


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AFraternidade,ftlndarnento e caminho para a paz

No coração de cada homem e mulher, habita o anseio duma vida plena que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar. Sem esta consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura. Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais. Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos económico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas. As inúmeras situações de desigualdade, pobreza e injustiça indicam não só uma profunda carência de fraternidade, mas também a ausência duma cultura de solidariedade. Desejo dirigir um forte apelo a quantos semeiam violência e morte, com as armas: naquele que hoje considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! Renunciai à via das armas e ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação para reconstruir a justiça, a confiança e esperança ao vosso redor! É precisa uma conversão do coração que permita a cada um reconhecer no outro um irmão do qual cuidar e com o qual trabalhar para, juntos, construírem uma vida em plenitude para todos. A fraternidade gera paz social, porque cria um equilíbrio entre liberdade e justiça, entre responsabilidade pessoal e solidariedade, entre bem dos indivíduos e bem comum. Há necessidade que a fraternidade seja descoberta, amada, experimentada, anunciada e testemunhada. Excertos da mensagem do papa Francisco para o XLVII dia mundial da paz, 1 de janeiro de 2014

1.

Explica por que razão a fraternidade é fundamento e caminho para a paz.


Em situações de ausência de paz, sabemos a importância que o diálogo assume como me io para chegar à compreensão do outro, ao entendimento e para pôr termo a situações de conflito. Isto é tão verdade n as relações entre povos e cu lturas, como n as relações interpessoai s, no se io da família , entre colegas, a migos ou vizinh os e in dividualmente na relação pessoal de ca da qu al consigo próp rio. Mas não se trato. de um diálogo quoJqver! Nu ma socieda de em qu e são disponibilizados todos os meios possíveis par a a comunicaçã o, parece não haver es paço para o diálogo a utêntico.

FoJa-se muito, mas diz-se pouco; ouve-se sem se -escvtar; repete-se sem se compreender; conto.cto.-se sem haver -enconiro; usam-se muitos meios de comunicação, mas comunica-se pouco. É difícil dialogar neste contexto e mais difícil se torna se atendermos à sua condição essencial: a escuta. A experiência quotidiana diz-nos que é bem m a is difícil escutar do que falar, pois existe em cada pessoa uma constante vontade de se sobrepor aos outros. É aqui que o diálogo aparece como o melhor meio para a paz porque permite perceber que o outro também tem valor, que tem ideias interessantes, sentimentos que suscitam em nós questões, um modo de estar e de ser únicos que nos enriquecem se estivermos dispostos a ser interpelados por eles. A finalidade de um verdadeiro diálogo não é convencer o outro da própria verdade. Dialogar não é atacar o outro, mas expor e escutar, com o verdadeiro desejo de compreender e fazer-se compreender. Sempre que alguém nos ofende é como se invadisse o nosso íntimo e nele abrisse uma ferida, deixando marcas mais ou menos profundas. Esta ofensa traz implicações nas relações interpessoais e poderá gerar situações de conflito e, consequentemente, a falência da paz.


(

c.

Por vezes confunde-se perdão com esquec imento da ofensa, considerando-se que o esquecimento é uma prova do perdão. A frase "perdoa e es quece" pode, pois, levar -nos a algumas confusões sobre o qu e significa perdoar.

Fazer troça. de alguém 'é s-empre uma. ofensa. qve magoa. o íniimo dos pessoos. Pera.nte uma. sitva.ção destas, poderemos registar vó.ria.s rea.ções õ. ofensa.: insulto verbal, a.gressão física., indiferença.... pela. nega.iiva.; ou, pela. posiiiva.: o dióJogo com qoem ofende a. fim de s-e ma.nifestar o desa.gra.do sentido-e, mais importante ainda.. o perdão da. ofensa.. Ador ca.usa.da. pela. ofensa. -exige tempo pom soror completamente. Ma.s o perdão 'é o único ca.minho qoe pode conduzir õ. coro. Arecusa. do perdão leva. a.o ress-eniimento, impossibilirondo o restnbelecmento da. pa.z eníre os pessoas. Podemos dizer, portanto, que perdoar ajuda a c urar a m emória da ofe n s a. O perdão ajuda a cr escer, tornando a pessoa mais sensível aos sofrimentos dos outros e mais humana. Embora a ofensa, mesmo perdoada, magoe profundamente alguém, a sua memória pode ter um efeito positivo: evitar fazer o mesmo a outrem. É a regra de ouro dita de uma outra forma: não faças aos outros o que de mal te fizeram a ti. Esta é a força do perdão: nasce pelo diálogo, exprime-se pela compreensão, põe termo ao ódio, não dá espaço à vingança e conduz sempre ao encontro entre as pessoas, possibilitando o seu crescimento num ambiente de paz.


Na verdade, o perdão não se opõe à justiça, mas sim ao ódio, ao rancor e à vingança. Castigar algué m com ódio e por vingança não é, definitivamente, o ca minho pa ra a paz. Se alguém, querendo ser justo, ofen de porque foi ofendido não está a ser ori ginal , mas re petidor de um ato que se va i soma ndo e, por isso, se vai acu mula ndo e criando novas dificuldades. Daí não pode nascer a paz, mas sim o ressentimento e o ódio. O perd ão é, assim, u m ato de coragem e não de fraqueza, pois enfrenta a injusti ça do mal que é cometido. O primeiro desafio para ca da pessoa é não re p e t ir a mesma ofensa , a mesma injustiça ; é não fazer aos outros o que não é desejado para si.

o qoe dizer do castigo qoe os pais aplicam aos filhos, as 'escolas aos alunos 'e, 'em geral, aqvefes qoe têm r-esponsobilidac/e sobr-e a 'educação dos outros, quando 'efes cometem

ctos reprovõ ves? É preciso ver qu e es tes castigos não são dit ados pelo ódio nem pela vingança, mas pelo amor, pela vontade de ver o outro verdadeiramente feliz ; e as pessoas só podem se r feliz es se a prenderem a não magoa r os ou tros e a resp eitá -los. Esta é a finalidade dos castigos dado s por quem tem responsabilidade na educação das cri anças e joven s: vê-los crescer de forma sa udável, para sere m adultos felizes.

A atitude que está na base destes castigos é, portanto, o amor. Também a prisão e outros castigos dados pela socieda de às pessoas que cometem infrações tem como objetivo tornar segura a vida social, afastando do convívio com os outros, aqueles que ainda não aprenderam a estabelecer relações de fraternidade e levar a pessoa que cometeu a infração a mudar de atitude, para que possa relacionar-se com os outros de forma saudável.


Nenhum destes objetivos é ditado pelo ódio ou pela vingança, bem pelo contrário. E é por isso que as prisões devem ser cada vez mais lugares de aprendizagem da vivência social, em vez de serem lugares onde as pessoas se sentem humilhadas e objeto do ódio e da vingança da sociedade.

8.

Refere a importância do diálogo e do perdão na construção da paz.

ti

.ções de Promoção da az

A União Europeia (UE) é uma parceria económica e política constituída por 28 países europeus, que, em conjunto, abarcam uma grande parte do continente europeu. A UE teve início no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, com o intuito de incentivar a cooperação económica na Europa, partindo-se do pressuposto de que os países com relações comerciais se tornam economicamente dependentes, reduzindo assim os r iscos de conflito. Desde então, assistiu-se à criação de um eno rme me rcado único em permanente evolução.

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Em 2012, a UE recebeu o Prémio Nobel da Paz pelos seus esforços em prol da paz, da reconciliação, da democracia e dos direitos humanos na Europa. A UEdecid iu doar o prém io monetário (930000 euros) às crianças que não tiveram a sorte de crescer num país em paz. Além disso, decidiu comp lementar o montante do prémio, totalizando dois milhões de euros, que foram atribuídos a quatro projetos educativos destinados a crianças vítimas de conflitos.


A (ONU) foi fundada logo após o a fim da 2. Guerra Mundial, a 24 de outubro de 1945, em São Francisco (EUA) , com o objetivo de promover a coope ração internacional e conseguir a paz e a segurança entre os povos. Um dos feitos mais notáveis da ONU foi a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro de 1948.

Declaração Universal dos Direitos Humanos 1. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

3. Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 4. Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.

5. Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

25.1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vest uário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários; e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velh ice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.

26.1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental.

26.2. Aeducação devevisarà plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a am izade entre todas as nações e t odos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.


o (ACNUR) , tem como missão dirigir e coordenar a ação internacional para proteger e ajudar as pessoas deslocadas em todo o mundo e encontrar soluções duradouras para elas.

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Iniciou os seus trabalhos em 1950. Já ajudou dezenas de milhões de pessoas e recebeu o Prémio Nobel da Paz pelo seu trabalho humanitário.

TheUNRefugeeAgency

Para quem se vê obrigado a fu gir dos seus lar es, nor malmen t e devido a guerras ou per seguições, a Agência da ONU para os Refugiados é, frequentemente, a última esperança de um retorno a uma vida nor mal.

A Amnistia Internacional foi criada em 1961. Dedica-se à investigação e prevenção dos a tent a dos à integridade física e mental, à lib erdade de consciência e de expr essão, e a todas as formas de discriminação, dentro do contexto da promoção dos Direitos Humanos.

AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL

Publica anualmente um relatório onde são denunciados os atentados à dignidade humana e os países onde acontecem.

A criação da Amnistia Internacional teve origem numa notícia publicada no jornal inglês "The Observer", onde era referida a prisão de dois estudantes portugueses por terem gritado "Viva a Liberdade!", numa rua de Lisboa. O advogado britânico Peter Benenson lançou, então, um apelo no sentido de se organizar uma ajuda prática às vítimas de discriminação étnica, política ou religiosa. Um mês após a publicação do apelo, Benenson tinha já recebido mais de mil ofertas de ajuda para recolher informações sobre casos, divulgá-Ias e entrar em contacto com governos. O primeiro presidente do Comité Executivo Internacional da organização (1963 a 1974) foi Sean MacBride, laureado com o Prémio Nobel da Paz em 1974.

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~ & ~PI) é um tribunal permanente que investiga e julga

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indivíduos pelos crimes internacionais mais graves: ~~ genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de

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É um tribunal de última instância , que só intervirá caso as autoridades nacionais não possam, ou n ão queiram, iniciar determinados processos judiciais.

Foi constituído em 1998 e está sedeado em Haia, na Holanda. A (jm ussao Nacional Iustica tJ )az (CNJP) é um or ganismo, da Igreja Católica, que te m como finalidade promover e defender a justiça e a pa z, à lu z do Evangelh o. As suas principais funções são o estudo e divulgaç ão da doutrina socia l da Igr eja , apreciando e analisando problemas relativos ao desenvolvimento dos povos, aos direitos humanos, à justiça e à paz se gu ndo o Evangelho. Fiel ao espírito do amor evangélico, a CNJP procura prestar particular atenção aos grupos mai s vuln er áveis da sociedade.

o Nobe 1 da Paz

é um dos prémios Nobel, deixado à humanidade pelo sueco Alfred Nobel. De acordo com a sua vontade, o prémio deveria distinguir a(s) pessoa(s) que tivesse(m) feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz. Ao contrário dos outros prémios Nobel, o Nobel da Paz pode ser atribuído a pessoas ou organizações que estejam envolvidas num processo de resolução de problemas, em vez de apenas distinguir aqueles que já atingiram os seus objetivos nalguma área específica.

9.

Escolhe três instituições de prom oção da paz e identi fica a sua atuação.

É atribuído anualmente, a 10 de dezembro (dia dos direitos humanos) , a pessoas que se evidenciaram pelo seu contributo para o fim das violências, conflitos ou opressões, através do seu empenho, entrega e liderança moral.


Laureados com o Prémio Nobel da Paz Ano

Premiado

País

Função I Razão do reconhecimento

Suíça França

Fundador da Cruz Vermelha Internacional

1901

Jean Henri Dunant

1954

Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)

1964

Martin Luther King

1965

Fundo Internacional das Nações Unidas para o Auxilio à Infância (UNICEF)

19 7 7

Amnistia Internacional

1979

Madre Teresa de Calcutá

1984

Desmond Tutu, bispo anglicano

1986

Elie Wiesel

1989

Tenzin Gyatso, 14 º Dalai-Lama

Tibete

1993

Nelson Mandela

África Sul

1996

D. Carlos Ximenes Belo e José Ramos-Horta

19 99

Médicos Sem Fronteiras

2006

Muhammad Yunus

2013

Organização para a Proibição de Armas Químicas

2 014

Malala Yousafzay e Kailash Satyarthi

EUA

Índia África Sul EUA

Timor Les te

Bangladesh

Paquístão e Índia

Ativista dos direitos humanos

I

~uta contr a a pobreza na! India e no mundo.

Opo siçã o ao apartheid Escr itor , sobrevivente do Holocau sto Luta pela independência do Tibete ~ Ativistas dos direitos humanos Trabalho conducente a um solução justa e pacífica para o conflito em Timor-Lest

Criação do Grameen, o banco de microcrédito

Defesa dos direitos das crianças

Uma criança, um professor, um livro, uma caneta podem mudar o mundo Malala Yousafzay

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de reconhecer que o. solvção pom as siivo.çoo de conflito -exige o reconhecimento do. dignido.de do. p-essoa, -e de compre-ender o. vrgêncio. de promover o bem comvm -e o cvidndo do ootro

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halom

Nos textos da Bíblia , a paz é um bem precioso e é sabor ea do como dom e salvação de Deus. A paz, fruto do coração e da sabedoria divina, exige justiça e o respeito pelo próximo. Esta dimensão ética faz da paz uma atitude do coração e da ação . Para preservar a paz organizaram-se códigos de conduta que o Antigo Testamento apresenta e onde a centralidade não é o perdão.

Lei de talião 17Se um homem ferir mortalmente outro homem , será condenado à morte. se alguém fizer um ferimento ao seu próximo, far-se- á o mesmo a ele: 20fratura por fratura , olho por olho, dente por dente; conforme o dano que tiver feito a outro hõmem , assim se lhe fará a ele. 19E

Lv 24, 17-21

Talião significa "t al e qual". A lei de talião, vulgarmente designada pela expressão "olho por olho , dente por dente", consiste na aplicação de um castigo igual ao dano causado.

É uma das leis mais antigas de que há conhecimento.

É de notar que esta lei introduziu um início de ordem na sociedade relativamente ao tratamento dos crimes e que limitou os excessos da vingança evitando que as pe ssoas fizes sem justiça por si próprias.


No Antigo Testamento o amor e o perdão ao inimigo estavam limitados aos compatriotas; o ódio ao inimigo que não fazia parte do povo de Israel era perfeitamente natural. Jesus vai muito mais além do que a proposta do Antigo Testamento e introduz uma novidade radical: o amor aos inimigos - sejam eles quem forem.

Jesus diz que é preciso amar quem nos ode ia, a mar quem nos calunia e amaldiçoa, amar quem nos bate, rouba ou trata mal.

jlmor aos inimigos 430 uvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. 44Eu, porém , digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. " Fazendo assim , tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. 46Porque, se amais os que vos amam , que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? 47E, se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? " Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste. Mt 5,43-48

S-eró. possível amar os inimigos? Com certeza que sim. Jesus nunca pediria impossíveis.

o amor a que Jesus se refere -

o " á ga p e" - não é simplesmente um sentimento ou afeto, mas sobretudo uma determinação da vontade.

o 9ue :Jesus V\os ped.e é 9ue fCÃ9CÃMOS beM o.os ou~ros) MeSMO 9ue eles V\os 9uetrCÃM MCÃl. Não se trata, pois , de sentir ternura pelos que nos tratam mal, mas de termos uma vontade firme de fazer o bem, mesmo que, para isso , tenhamos de contrariar os sentimentos que experimentamos instintivamente. Amar os inimigos é desejar-lhes o bem em vez do mal; é não alimentar contra eles ódio, rancor, ou desejo de vingança. E esta atitude, pela sua elevação moral, dignifica a pessoa, porque recusa totalmente a violência e propõe o amor.


Jesus recomenda o diálogo, aponta caminhos novos, como o perdão e a oração (peçam a Deus p or aqueles que vos perseguem) e incentiva a resolver os conflitos com métodos pacíficos, com os métodos de Deus, a mante da vida e da paz .

9Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Mt 5,9

Muitas vezes, é transmitida a ideia de que a não-violência é um sin al de fraqueza e de cobardia e que, pelo contrário, é um sinal de coragem e de força pagar o mal com o mal - se possível, com um mal ain da maior. Pensamos que defendemos a nossa honra e o nosso orgulho e que conquistamos a admiração dos que nos rodeiam. Mas estes princípios, presentes na lei de talião, geram, inevitavelmente, mais inimizades e conflito, divisões e separações, guerras e destruições.

É preciso inventar uma dinâmica de amor que desarme a violência e o ódio e apresente a paz. Ser pacificador não é ser cobarde nem, muito menos, colaborar com a injustiça e a opressão, mas é ser capaz de gestos concretos que invertam a espiral de violência e de ódio, não respondendo na mesma moeda, nem cortando as vias do diálogo e da compreensão. Agir assim é ter o coração repleto da misericórdia de Deus, que é igualmente bondoso para bons e maus, e tem paciência com os ingratos por nutrir a esperança de que se convertam ao bem e à solidarieda de. A proposta de Jesus para a construção da paz - o amor aos inimigos - também inclui o perdão.


21Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?» 22Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete» Mt 18,21-22

70X7 SEMPRE

Amar os inimigos é, fundamentalmente, estar disposto a r e c onc il iar-s e com ele s. Esta atitude baseia-se, em primeiro lugar, no reconhecimento de que também nós praticamos o mal. Até no mal nós somos irmãos dos outros! Em segundo lugar, a má ação de um TOÕD Pavkl II visihl. o homem qve inimigo, aquilo que nos magoa, nunca +entw matá.-Io exprime a sua completa maneira de ser; é sempre possível descobrir um elemento de bondade no nosso inimigo. Reconhecemos que o seu ódio foi criado pelo medo, orgulho, ignorância, preconceito ou mal-entendidos, mas vemos também que, apesar disso tudo, a imagem de Deus mantém-se inegavelmente gravada no seu ser. Para Jesus, amamos os nossos inimigos porque partilhamos com eles a mesma natureza de filhos de Deus. A razão pela qual devemos amar os inimigos é perfeitamente óbvia: retribuir o ódio com o ódio, multiplica o ódio e aumenta a escuridão de uma noite já sem estrelas. O ódio não expulsa o ódio: só o amor o pode fazer. E o amor conduz ao perdão incondicional. A violência multiplica a violência e a dureza multiplica a dureza, numa espiral que termina na destruição.

o

Q.V\'1or é o i..lt\strUV\'1elt\to V\'1Q.i..s pod.eroso e efi..cQ.z. pQ.rQ. Q. PQ.z. e pQ.rQ. Q. se<JurQ.lt\5Q. d.Q. k,UV\'1Q.V\i..d.Q.d.e.


~.

10.

Identifica as implicações do Mandamento de Jesus.

o ódio não 'é apenas prejudicial Õ. pessoa o. qoern s-e dirige. 'é igualmente prejudicial o. pessoa qoe oden. É como um cancro incurável qoe corrói o. personalidade -e lhe desfaz o. unidade vital; o ódio faz com qve o. pesson confvndo. o verdadeiro com o falso. o bem com o mal. Operdão liberta. -e traz felicidade -e bem -estar.

o ~r\'1or

e o perd.ô:o sÔ:o o, ÚL-\tc~ for9~ c~p~z.. d.e h~L-\sforr\'1~r o t"Ür\'1t~o L-\ ttr\'1 ~r\'1 t~ o

Para Jesus é claro que só opondo o amor ao ódio é que cada pessoa (criada por amor) se pode tornar verdadeiramente humana.

Para os cristãos, o amor aos inimigos, o perdão e a não-violência são características essenciais do trabalho pela paz.

Oração de S. Francisco Senhor, faz de mi m um inst rumento da tua paz: Onde houve r ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Faz que eu procure mais Consolar, que ser consolado; Compreender, que ser compree ndido; Amar, que ser amado; Pois é dando, que se recebe; É perdoando, que se é perdoado; E é morrendo, que se vive para a vida eterna. S. Francisco de Assis (1182 -1226)

Francisco de Assis, Fernando Apolinário (Pintor contemporâneo) [Coleção pessoal]

11.

Explicita a mensagem cristã sobre a paz.

de identificar o. paz como -efemento -e5s-encial do. identidade crism. -e de compreender o. importâ.ncio. do perdão.


Todas as religiões defendem princípios, regras e valores éticos conducentes à paz. As tradições religiosas oferecem princípios éticos para que todos possam viver em harmonia com a própria consciência, com os outros, com a natureza e com Deus. Promovem, assim, a sabedoria e a santidade de vida. São muitas as pessoas que, por todo o mundo, de forma pública ou silenciosamente, procuram traduzir estes valores nas várias situações da vida quotidiana. Por vezes, uma frase, uma declaração ou um imperativo resumem o essencial dos deveres morais que devem orientar a conduta humana. A máxima "Não façam aos outros o que não desejam que os outros vos façam" é chamada a regra de ouro e existe, com formulações diferentes, em praticamente todas as religiões. Jesus formulou-a de maneira positiva: «o que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós», para indicar que o bem não se limita a excluir o mal, mas implica um compromisso sério e objetivo na construção de relações verdadeiramente humanas. Trata-se de agir de forma desinteressada, sem intenção direta de obter qualquer recompensa pessoal.


A construção da paz é um desejo e um imperativo ético para a humanidade.

É inegável a ânsia de paz manifestada por todas as pessoas, como são inegáveis os paradoxos de toda a espécie de guerras continuamente presentes na história. Todos sonhamos com uma existência plena de felicidade , paz e harmonia, mas apesar de esta paz estar ao nosso alcance, são demasiadas as vezes que nos afastamos dela.

Viver em cada dia um destes sonhos, umas destas bem-aventuranças, uma destas atitudes radicais e distintivas dos cristãos:


(j3em -}l venturanças l Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter - sentado, os discípulos aproximaram-se dele. 2Ent ão tomou a palavra e começou a ensiná -los, dizendo: <Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. "Felizes os que choram, porque serão consolados. sFelizes os mansos, porque possuirão a te rra. 6Felizes os que têm fome e sede de justiça.porque serão saciado s. 7Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.-8Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. "Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. "Felizes os que sofrem perseguição por·causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. . llFelizes sereis, quando v~s insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa». Mt 5,1-11

Esta proposta de paz e de felicidade apresentada por Jesus é o oposto do que geralmente des ejamos: ser famosos, rICOS , poderosos, admirados, etc. Este projeto pe ssoal e coletivo transporta-nos de uma felicidade parcial e passageira para uma felicidade total e perfeita.

12 .

Explicita o contributo das religiões para a construção da paz. Sermão da Montanha, Fra Angélico (1395-1455)

de identificar o papel das religiões na. consirvção da. paz -e de compreender a. importância. de promover o dióJogJ

inter-religioso como suporte da. colobora.ção entre os povos.

• ~ Ao recowke.cer <Ã.S f<Ã.lk.<Ã.s e UVII1tf:<Ã.5ões J<Ã. VII1e coloco \1\0 k.ortz.o\l\f:e d.<Ã. esper<Ã.\I\5<Ã.; <Ã.O reco\f\k.ecer-VII1e f:rtsf:e jó.. f:~ eVll1 VII1tVll1 o des~o ~ <Ã.le9r~;

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<Ã.O reco\l\k.ecer-VII1e <Ã.9ressor jó.. <Ã.sptro p<Ã.z. e c0Vll1e50 o C<Ã.VII1t\l\k.o d.<Ã. VII1<Ã.\I\Std.a:o e d.o perd.a:o.

13 .

O que é necessário fazeres para que a paz seja uma realidade nas várias situaçõesda tua vida?


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