ENS - Carta Mensal 1953-6 - Junho

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S E NHORA S.Paulo, junho de 1953

Devemos constantemente procurar fazer com que a nossa caridade tenha cada vez maior generosidade e seja cada vez mais -·'atenciosa; ver naquele que sofre, o Cristo -que sofre e ir para '- ele com :.o coráção do Cristo que salva. Nesta ordem de ide ias, ·: pensamos· que seria util ler - ou reler- - a conclusão da mensagerii' de · Natal, de Sua Santidade Pio XII, na qual, depot s de expriWir até . que ponto ele sofre com as angustias do mundo atual, desenvolve a idéia de que a · salvação não pode vir unicamente pelo aperfeiçoamento técnico da produção e da organisação: "Jesus não perguntou se, e até que ponto, a miséria qu~ tinha ao seu redo.r , provínha dos defeitos ou da carência da organização política .e econômica de seu tempo. Não cert~ente,· .que isto ih~ fosse indiferente. Ao contrário, é o Senhor do mundo e de sua ordem. Mas como a sua missão . de Salvador foi. pessoal, assim tambem quiz ele ir ao encontro ,das outras misérias com o· seu amor atuando de pessoa a pessoa • ••• Quizéramoa portanto que~ amor mais intenso, e por _assim dizer multiplicado para com os pobres, suscitasse como que uma torren~e de socorros, aantamente impetuosa, q_u~ penetrasse em toda a parte ond~ se encontre um velho abandonado, um doente na indigência, uma eriança que sofre, ao ,lado de uma mãe que se desespera por não poder fazer nada por ela • .... A melhor organização de caridade não seria suficiente por si s6 para auxiliar os homens na miséria. E' preciso . ao~eacentar necessariamente a ação pessoal cheia


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de solicitude, preocupada em fazer desapa~ec~r - a distância entre o infeliz e o benfei~r, e que se ~proxime do indi te porq"Q.e ele é um irmão do Cristo e ·nos·áo trmão. A grande tentação, mesmo para os crentes, numa época que se diz social e na qual - alem_da Igreja - o Estado,os municípios e as outras instituições públicas se consagram a tantos problemas sociais, é que, quando o · pobre bate à ta, nós o encaminhemos sumariamente para um Instituto ou uma ,o utra ,.o rganização social. E julgamos ter cumprido suficientemente o nosso dever pessoal ao -darmos a nossa colaboração a tais instituições, seja pelo pagamento de imposto seja por donativos voluntários. ·sem dúvida nenhuma, aquele necessitado receberá o vo ao a'lÍB:l.lio por intermédio da instituição para a qual foi caminhado·. Mas, mui tas vezes, ele conta tambem convosco, lo menos com uma paiavra de bondade e de conforto que parta de vós. A vossa caridade deve se assemelhar à. de ..Deus, que veio em pessoa prestar-nos· socorro. E' este o conteúdo da mensagem deBelem... . . Tudo isto nos anima a apelar p~ra a voss_a. __col~~oração pessoal. Os indigentes, aqueles que foram ma.ltrat~d:os pela vida, os infelizes de toda ordem, esperam por ela • ..No que de vós depender, faze i oom . que nunca mais. ,n inguem .possa di zer tristemente como out·r' ora o homem d<? ~vangelho_ , enfermo havia trinta e oito anos: "Senhor. t ·não tenho ninguem" (Jo.v, 7). .O

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Nemo" tam pater, niriguem é pai, tanto quanto Ele, tem-se di.to de Deu~. ··D epois de Deus. estas palavras não se aplicam tambem ao Papa? Ninguem é pai,tanto quanto .ele ••• E .·bem sabeis, vós a. ···q,uem eu me dirijo, qual o significado desta ·p alávra "pai" e que · já é bem pesada, para 'ó· coração de um homem, a responsabili~ade de 4 ou S · filhos! E' preciso não a6 àlimentá-loa, mas .· tambem conduz!-los, protegê.:.los contra a:! mesmos e ·contra o mal ·· que ronda ao ·deredor. E não é possivel depor o fardo:não está pousado apenás sobre os ombros • mas sim cravado no coração. - Causa vertigem a visão desta alma de ·Pai, cujos filhos contam-se · aoâ milhÕes ••• H.C. Extraído do editorial da Carta Mensai de Janeiro 1951: "Em São Pedro de · Rotnan. ·


LEITURA ESPIRITUAL Alguns textos referentes à "mise en commun".

!.2.

Antigo Te_stamen_!.Q_:

"Vinde, escutai, vós que temeis a Deus, E eu vos direi o que Ele fez à minha alma't. (Ps.66) "Vêde como é bom, como é suave, Habitar como irmãos, todos juntos". (Ps. 133) "'"· .· ..;

"Não lançareis mão nem da fraude, nem da mentira uns para com os outros". (Lev. XIX, 12) ·

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"Que o justo me bata que homem piedoso me censure, mas não seja minha cabeça ungida pelo -óleo do -i mpio". (Ps. 141) "Não te esquives àqueles que ohoram e manifesta a tua aflição com os que se afligem".

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{~l.VII,34)

No Evangelho:

"Eu vos chamei amigos

p~rque

eu vos dei a conhecer tudo o que aprendi de meu Pai". (Jo.XV,15).

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"Que todos sejam~ como tu; Pai, estás em mim e eu em ti ••• sejam eles consumados na unidade; afim de que o mundo saiba que tú me enviastes e .que tú os amastes a . eles, como amastes a mim". (Jo. XVII, .'21-23)· "Quan~o

dois ·ou três se acham reunidos em me~ nome, eu estou presente em meio deles". {Mat. XVIII, 19~20). Nos

· têi!l.:Q..Q_~--ª'.E.Q..~j&~icos:

"A assembléia dos crentes tinha um s6 coração e uma só alma e ninguem dizia que era seu o que poss~ia, ·maS. . tudo era comum entre eles" (Act. _ Ap~ IV, 32~ .•

tt' _.- •.

"Haja entre v6s união de ·sentimentos,- bo!ldade ·compassiva, caridade fraterna, afeição misericordi-oàa, humildade". ( I Pedro , I I I , 8 ) • "Regozijaé-vos com os que se .regozijam, chorai com _9s que chor.am 11 • (Ep. aos Rom. I,. 15>". "Acolhei uns aos outros comó Cristo -· vos acolheu". (Rom. XV, 7) (":•

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Procurar tambem em s .,'Jo.ã o, éni ·s .Paulo, todos os textos sôbre o "6o~p~~ ~í~tico", tudo aquilo que acentua o caráter c.omu_~i tár:i'o e não o indivndualista da religião de Cristo.

1.


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11 MISE

EN -GOMMUN"

Por não encontrarmos em po o termo ~ue traduza exatament pensamen to ~ue ., este título en ra - a ?.-ção ·de - p~r em comum xamô~lo no pr6p~io original. (Nota do t De

g_~<?._ ~trata?

De acordo com um in~uérito que abrapge c~rca~ de quarenta saia·, foi 'po~~ívél oonst~t~r . na :última ~~~iã_? . d?~ ~: casais res-p sáveis que a "mis·e en commun" na e~uipe nem sempre era reali e .. q-g.~, .tambet.n, nem sempre e·ra compreendida.- -'- Esta à ti vidade é . · confl!Il4i.da . mui t.as .vezes; parece, com as · manifestaÇões de amiz ou -com a cooperação ou auxílio mútuo mate+ial. _ . Vamos dar maior pr~cisão ao nosso vbcabulári~: A disposiç de pà~tilharmos das 'alegrias, das tristezas, das ·p reocupações cada um, é o essencial da nossa "mise en commllli". E ·reservamos termo ~tilha" para o exame das obrigaçõe.s . das Regras , para qual tun certo tempo deve ser previsto -na org.aniz.é;i.ção do Ror das reuniões. · A "mise en commun" ·é muito mais geral do- que ·á partilha; se aplica apenas . a alguns pontos definidos mas a toda nossa da. Si é .bom .que lhe reservemos um tempo determinado durante reuniões (de preferência o momento da refeição'},- no entanto ul trapassará necessar_iamente este .limite: encontra-.l a.-emos na ticipação de cada Um ao tema de. estudos; irá inspir.a r as int ções pessoais formuladas no decorrer da oração. Irá até o pon de procurar outros meios de se manifestar at:é mesttu);. fõ.r a:· das reuniões .• Aliás voltaremos mais adiante sô;bre este .ponto. Seus doj.s aspectos. A amizade~ e·sponta.neamente, tende· a conhec.e r e a se fazer. conhecida. · O conhe·c imento mútuo, reei procamente, ap·r ofunda e f tific.a _aamizade. O que é verdade num .plano puramente humano ser muito maia evidente nas Equipes, onde a amizade não é si afinidade mútua, mas amor fraterno que tem as7~~fzes no amor Deus. Então~ descoberta das defiviências, lo:h~é de levar ao refecimento da amizade ·, como isto acont'e ce no plano natural, ná-la-á mais calorosa e mais viva porque despertará em n6s cesaidadede d~o~ o nosso auxílio. Por outro · lado, n6s mesmos não nos envergonharemos de que vejam as nossas deficiências, e pediremos aos outros que

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nham em vosso auxilio. ' _ Abert~a - cooperação - Eis os dois aspectos necessários, indissolúveis da "mise -en commun 11, . O que iremos

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em comum ?

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Os recursos materiais, :sem dlivida, quando· se oferecer oportunidade, como tambem 08 vários meios de .nos pre-s tarmos servit .ç os. Mas, i~almente, os_nossos bens intelectuais, nossas des.• . cobertas, nossa vida af~cti va, alegrias e tristezas; e princi1 ·: • p~mente o que ~á de melh_o r em nós ·mesmo·s: o nosso pensamento _profundo, a nossa vida espiritual, a nossa experiência de Deus. No decorrer de uma reunião, por maior que seja a nossa abertura de uns para com os outros, não temos tempo de tudo contar. E' preciso escolher ••• e reagir contra a tendência que nos levaria a escolher o que é mais fácil dizer, o que é mais superficial: as pequenas preocupações da saúde ou do orçamento, ou Um res~o do Último filme que vimos ••• 1: "E' mais fácil di~er "estou atrapalhada com o meu orçamento doméstico" do que comunicar dificuldades de ordem interior, !' ,. dificuldades que se apresentam na vida conjugal, espiritual, etc t' No entanto, é isto justamente que seria bom por em comum: os nossos problemas maiores. Não confun~ir com problemas extra.. ordinários: assim como é suficiente por vezes a palavra de uma criança para provocar em nós um choque salutar (pensar no último acto da conversão de Santo Agostinho), assim tambem um acontecimento insignificante poderá ter uma repercussão profunda em n6s e na nossa marcha para Deus, nos ajudar ou nos entravar; "1 será portanto para nós um acontecimento maior~ r· Será preciso indicar em que podem consistir estes proble~- mas? Preocupações de toda ordem, desde o estado de _cansaço e -nervosismo provocado por uma residência muito pequena, até ca..sos de consciência excepcionais, como este: "Durante as férias, um dos nossos casais tinha sob os seus cuidados uma so•rinha de 5 a 6 anos, cujos pais se opÕem a que ela reze, mesmo com outras crianças. Mas .. .. ' esta menina tem grande desejo de rezar. Nossos amigos apresentaram a dificuldade, indagando qual parecia .ser o seu dever".

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Dificuldades na nossa vida familiar, proplemas de educação, decepções, fracassos ••• mas tambem alegrias e vit6rias, a-f im de que os outros nos ajudem a melhor 88radecer a Deus. Nossa. atividade em todos os planos: "ação católica", paróquia, ação social, sindical, profissional. A profissão do marido, por exemplo, é fator importante da vida do lar; como

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6 então ignorá-la? (este caso se aprese~tou no entanto numa e aegmido nos contam, depois de um a.D:o· de exist-ência). •. 11 Antes :de tudon ; n·os ·cónt·a ·'óU:tra · àql:í!-pe, "devemos c nicar-nos o lado -humano dá ·vfdá 1'11'rofissional: ·os homens os quais a profissão nos põe ..em .contacto, são no-ssos em Cristo; será que pensamos nisto?" ··; Inqu-ie-t aç.ã o ·pelao outros: unia alma que procüra Deus, lar:· eni · gra:ve s di fi culdad e s :-· · .. . "Na nossa equipe ficamos -todos · interessados· pela ai~ tuação de uma j.ovem senhOra ·,que, · após· grandes- ·sofrimentos morais, . tem grande dific-uldade em -reencontrar o ·seu equi l.íb.ri'o psíquico. Apenas uma· dentre 'nós, acompanha de pe . esta senhora; entretanto ·, -todos nós· fazemos esforços · aduptar esta preocupação nas nossas ór_a ções! ,.- ·· Nem tudo deve~~~ -~osto em comum ,··

·. E' evidente. E I asstm que não devemos pôr em c:ÓmuJn as p

cupaçõe.s de ordem- mui to intima; ·os f'actos que se!:_iam' àp.resen dos por um dos cônjuges -como sena·o · uma acusaÇão ·a:c,· outro, as c·onfidências que· iriam -trair a ·éun fiança: de uma criança ou a gir a reputação alheia. A caridade · n.Os dirá si ~á- údnveni~nc em falar ou em calar. Lembremo-nos tambem da discreção n e cessária+ .ó que · é obj de confidências de uns para com os outros 1 _ sob o olha r d e De não - l.. emos o direito de divulgá...:.lo fora da equipe. · .g.uan1 9 é que n_ão hé: "mise en commun" Um casal do interior nos escreve: "Não encontr-amos ainda aquele auxílio fraternal que nos parecia indispenaavel; · este io de uns sôbre os outros, esta doação de >u~ pouco · de nós me aos outros, para viver ·melhor os compromissos, viver melhor caridade". Por isso memno que a equipe não correspondeu . à . tati va deste casal, o assistente aconselhou-o a não allandonar grupo, mas sim procurar fazer com que as almas cheguem a um sultado positivo, a uma abertura espiritual maior. Eis o exemplo de algumas equipes q_ue ·procuram acertar: Um casal diz: HNão queremos aborrecer o s outros com as aas preocupações" (aí é que está o nó da que s t ão ). Surgem p testes, mas no entanto eis o factor principal : respeito h~-~v ~ara r~agir, a equipe resolve abandonar nesse dia -o tema de e t~dos e dedicar a reunião a uma part~lha mais profunda sobro obrigações da Regra e em seguida por uma "mise en commun" dos factos marcantes da nossa vida. Os re~ponsáveis explicam ent que tentaram dar início a outra equipe,mas não tocaram


to em reunião: estavam e·rrado·s evidentemente ·, pois ·a ·tarefa lhes te.ria sido . mais leve com as ora9-ões de todos"~ . "A "mise en oommun" é feita na. nossa equipe durante ·o jantar. A dificuldade consiste nas palestras inte~ináveis ·que desviam do assunto". · "Sem a ''mise .en commun", a reunião parece vasia. Istó aconteceu · uma vez: tínhamos apresentado avisçs por demais numerosos e as discussões ·para a sua adopção tinham sido intermináveis ••• Ao sair, ti~amos a. impressão que nada tínhamos feito". "Não recebemo. s suficiente auxílio da equipe porque os pontos mais delicados · não são debatidos ou o são do maneira muito ·pouco pessoal. Si não houve esta simplicidade que nos leva a partilhar em comum as nossas dificuldades, é porque, apezar de r.r;- . 8 anos de .atividades, os contactos -não foram bastante íntimos" - é . o que reconhece· uma equipe belga que resolve; em consequên.... cia, procurar ocasiões para que os casais se vejam com mais . frequência entre uma e outra reunião mensal.

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Condições para uma boa "mise e!}Óommun" Possuir uma 11 espiri'tualidade de Corpo Místico de Cristo". r;·. ~ , FuBir do individualismo. Antes de tudo, voltar o nosso olhar sObre a vida da SS .Jlrindade, nosso modelo., perfeita comunidade de pensamento, de objetivos, de interesses, de vontade, de ação, .... de fidelidade. !:, • Cristo nos prescreveu: 11 Sêde ~_2_9_m·o meu Pai e eu somos um". Penetrados por ~te desejo de união, por esta necessidade ·de dar e receber, não nos deixaremos mais tolher pela timidez, pelo respeito humano, pelo orgulho: ou pelos nossos hábito&de excessiva reserva. Olharemos uns par~ os outros de alma para

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alma.

Praticamente, será necessária uma apresentação de uns aos outros, desd e o início, indicando· as grandes linhas da vida do 1arl a profissão do marido, os atrativos particulares que assinalam a vocação de cada um. Mas é para desejar tambem, que tor.· · . nemoa a fazer, de tempos em tempos, mais em profundádade, esta ,) f., -apresentação quo poderá ser para os membros da equipe, ao mesmo tempo; um meio de nos abrirmos uns aos outros e uma oportunidade de revisão da vida e até mesmo a ocasião de tornar mais ::. profundo o próprio conhecimento mútuo entre os esposos.O clim~necessário de simplicidade, de confiança, requer boa vontade de todos, a solicitude do casal responsável e do · casal que recebe. A eles cabe fazer com que se volte ·ao assun~ ~;~ .. to · quando uma conversa se dewvia, ou levar um tímido a se mani.;: :-; festar (é grande caridade "libertar" um tímido) , ou evitar, sem

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magoá-lo., que um. memb.r.o ·:prolixo . monopolise a · atenção. > Si faltar tempo. no decurso das reuniões de trabalho para "mise en ._Qo.mmun" mai. ~ .:Prof.u nda, po_rque .não lhe· ded!icar uma -.nião de amizade?· Poderá·, se.r ·.wn .dia passado no campo, em ·ambi te repousante, com disponibilidade de tempo que muito auxili a abertura de _u ns para com o.s outros •. Eis um· exemplo: "Há vários anos. temos por hábito 'f>assar .juntos "Week-end" antes das fér~as, seja num lugar acolhedor, ja ou chácara, seja em casa de algpm antigo casal d:a equipe que se tenha tornaQ.o ..·''si t -i ante" e que nos ofer.oce a posai lidade "acampar" em seu: j.ardim: nes_te:. caso, aproveitamos a ocasião para nos f;3-zermos conhecer pelo vigário da par6qui Mas em todos os casos nosso assistente nos acompanha·. com ele lliD,a revisão _do ano .decorrido e escolhemos · -a pr6xi série do temas de estudo •. Não se trata de um recolhimento: crianças aí estão e a alegria ruidosa ·que dE:les part.e nos volve, mas a presença deles ajuda até a que .nos conheçamos · melhor. A missa com ~odas as crianças, a oração em comum, a possibilidade de nos recolhermos e de nos podermos confem~ nos dão umaverdadeira vantagem espiritual. Algumas horas de descanço, sentados na relva, enquanto conversamos despre padamente, permitem que digamos muitas cousas que nunca riamos o vagar de contar f6ra destas ocasiões". Fóra das reuniões, é bem certo que teremos ocasiões de encontrarmos si realmente procurarmos estas mportnnidades: as nhoras podem trabalhar juntas, sairtliuntas; os maridos podem a sua solidão enquanto a mulher e os filhos estão. em fé.rias. Si nascerem assim amizades privilegiadas entre dois casais, · os outros não devem se sentir formalisados: a vantagem á de todos. Para urna "mise en commun" mais ampla Aqui ainda, que a nossa equipe seja a nossa "escola· de c ridade": que ela nos ensine a nos abrirmos para todos, a simpatisarmos com todas as mágoas, a compreendermos todos os sofriJ?entos dos nossos irmãos. "Nada do que é humano me 6 . estranho": somos n6s capazes de fazer nossa esta atitude, a mais elevada tenha sido atingida pelo mundo pagão,. e de superá-la dizendo: 11 Nada do que é humano me é estranho, porque tudo o que é .humano foi assumido por Cristo e resgatado por seu sangue e porque eu sou do Cristo". Não nos imaginemos que isto seja fáoil: n6s n iludimos muito a este respeito ••• A nossa "mise en commun" na quipe será a nossa pedra de toque: "Sou eu bastante cristão p ra me interGssar realmente pelos outros? Sou eu bastante crie a ponto de não me fechar sobre mim mesmo, quando outros estão


9 . . ,. .. pàstos a se interessar por mim? e dade, conselho e socorro?"

p~dir-lhes,

com

tod~

a humi1-

Esforço om ser · acolhedor. Esfqrço em ser transparente. Caf.idade p~onta em ~restar auxílio. Caridade pronta· em dar aos ·Í [;. '· o'?-tros a opo~tunid~de de ajudar. Tuqo i ato vai no · mesmo senti~ . do: libertar-nos do amor de n~s mesmos, encaminharmo-nos para v. um . ~mor de Deeüs presente nos nossos irm~gs. Em tudo isto é que consiste a vida cristã! o

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SUPLEMENTO

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das Equipes do Sector de São Paulo

UM FRACASSO ? .

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Não se realizou o "Dia de Recolhimento" marcado para o 10 de maio último. ·_ Apenas 8 cas~is inseri tos ( 35 no recolhimento anterior!), dos quais . 5 comunicarani à. última hora a desistência, po·r moti•os· just·os • ..... · Q,ual teria sido ·a causa deste resultado pouco animador? Vários factores ponderáveis podem ser alegados ~e início: ~~. ~-' ~ coincidência com o "Dia das Mães".; exclusão das crianças; surrr:::'<: :t ·o . de gripe... . Entretanto ••• ~ ~ .. .. E é por causa deste "entretanto" que vos propomos algumas t ·~$t •. .reflexões para uma análise ·leal e corajosa. J .•

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: Análise leal e corajosa... à qual se submetem em 1~ lugar os c-asais que tomaram sobre sí a I'esponsabilidade da organização do Reco~imento. Sentiram eles, desde o início, um certo desinteresse ao redor de si. E não souberam enfrentá-lo com energia. Nãa.o lograram despertar em· s.í e nos outros o entusiamo e o calor .que devem·caracteriaa.r·a.ã 1niaiattvas de cristãos com espírit.o realmente apostólico. O entusiasmo que contagia, que anima .e de~perta~ .. que movimenta e arrasta. Análi~e

leal: e corajosa ••• Temos n6s bem presente a razão de ser dos recolhimentos? A oportunidade que nos proporcionam


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de um dia ~e pausa, 4~ sil~ncio - f~ctores indispensáv~i~ uma reflexão -:mais profunda, . para um C?ntacto _mais ín~im'? : Deua ••• e que permite uma visão mais nítida de nossa vida, do ponto · de vista religioso; ·· eonhF profissional, .. familiar, Temos n6s bem presenté : ~·· o quanto pode representar um recolhimento para os - casais qué nos cercam? E que pode ·ser ele ponto de partida para· tima tomada de ·consciôncia do que · seja re~ almente a vida ••• a vida ·conjugal · e familiar em particular? deremos nós ficar indiferentes ante à indife~ença de tantos c~ sais que ignoram o ver~adeiro conteúdo humano e religioso do cramento que os une? E dentre esses casais, não se encontram to particularmente alguns que nos tocam mais de perto ao co -e· que desejaríamos tembem, muito d.e·; coração, ver maia· pr6ximo d e Cristo1 o . Um recolhimento das nossas equipes é, port·a nto, um empreendimento de grande . alcance. Deve interessar todos os equipistas, Não ·um rriero int~r~sse de curiosidade ou adesão passiva, mas sim o interesse por uma iniciativa _que pode representar para muitos .:uma verdadeira revelação, para todos uma ascenção. · Por isso, cada me~oro. das equipes deve sentir sobre si a responsauilidade db êxito. · E assumir a responsabilidade Q

Um insucesso e até _mesmo um tracasso, devem merecer particular atenção. Não podem ser encar:a<Íos . com i -n diferença. Nem t pouco levar ao desânimo~ Coristi tuem uma lição. A pe.sqltiza de suas causas profundas, com a Q.i s_poaição de encarar de frente as conclusões a que chegarmos, deve~~ última análise;eer eminent . m·e nte construtiva. E se .algo · houve :de errado que ~ · pre.c~so cor-· · rigi·r, aceitemos o insuc.esso como um incentivo para nãp recair. •

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Não esquecer nunca, que um Recolhimento ou ·um Retiro, estão acima de nossas medid·a& ·e p'ossi bilicfades humanas. Por serem empreitadas de ordem eminentemente sobrenatural, é no aobrena tural quo terão o seu apoio_ .e a .sua inspiração. E ~ por isso a oração deve estar na Qase de qualque~ trabalho de organizaç

·1~----~---------------------------------------O amor humano s6 será puro e duravel, si ' fôr o prolongamento · ou a preparação do amor: eterno. :Deve ·ser a continuação· 'de Deus ou a iniciação para Deus: sem o que ·~ não irá alem da · mediocridade :.. -ou··não evitai rá a dece_pção. · Gustave· Thibon

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ORAÇÕES para o mês de julho Oraçãp litúrgica

HI NO {Daniel, III, 52-56) ... · · Bendito sois, · Senhor, Deus de nossos Pais, E digno de louvor e glória por todos os séculos •

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E o vosso nome,Deus santo e glorioso, tambem é bendito, E digno de louvor e gl6ria por todos os séculos.

V6s sois _bendito no esplendor de vosso templo santo, E digno de louvor e gl6ria por todos os séculos. V6s sois bendito sobre o trono santo de vosso poder, E digno de louvor· e gl6ria por todos os séculos. V6s sois bendito pelo ceptro de vossa divindade, E digno de louvor e gl6ria por todos os séculos. V6s sois bendito, v6s que estais asentado acima dos anjos e penetrais os abismos, E digno de louvor e g16ria por todos os séculos.

V6s sois

be~dito,

v6s que caminhais sobre as azas do vento e sobre as ondas do mar, E digno de louvor e glória por todos os séeulos.

Que os anjos e os Santos vos bendigam, E cantem o vosso louvor e a vossa glória pelos séculos sem fim. Que os céus,a terra, o mar e tudo o que encerram vos bendigain, · E cantam o vosso louvor e . a v0ssa gl6ria pelos séculos sem fim Gl6ria ao Pai, ao Filho- e ao Espírito Santo, Dignos de louvor e de gl6ria pelos séculos sem fim. Como no princípio, agora e sempre, gl6ria a Deus, Digno de louvor e de gl6ria pelos s6culos sem fim. Assim seja.


12 2. Meq_i tação

A _l[~_?IT~_ç_4q_ J?E_]l_Qª-ª-.~--SENHORA O mês de julho abre-se com a tividude da Visitaç~o d~ ,Nns nhora (2 de julho). Propomos Equipé·a ,. a meditação dest2. sa página do Evangelho, em q L~cas nos narra o comovente · tro de duas Mães, as primeir terem a revelação do mistério _Encarnação. "Naquele tempo, levantou-se Maria e foi com pressa às tm1has, a urna cidade do Judá. E entrou em casa de Zacarias o dou Isabel. E aconteceu que apenas Isabél . ouviu a saudação Ma:r;ia,. _exul-t;ou o menino que tipha no seio, e Isabel ficou do Espírito Santo, e exclamou em alta voz: Bendita sois v6s tre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre. E de me vem · esta graça de vir a mim aMãe · do meu Senhor? Porque que chegou aos meus ouvidos a voz de vossa saudação, o menino xultou de alegria em meu _ ventre~ Bemayenturada v6s que creste porque se hão de cumprir gran~es cousas que da parte do Senho vos fo:r;am ditas. Então disse Maria: A minha alma glorifica o Senhor, meu espírito exnlta de alegria em Deus, mau Salvador." (Luc. I, 39-47) o

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EQUIPES DE NOSSA

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S~ORA

Secretariado Rua Venâncio Aires, Tel. 51.7563 - São

Paulo -

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