ENS - Carta Mensal 1953-7 - Julho

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-· • R A S.Paulo, julho de 1953

"Espiritualidade interess~ira" HB~ile de más~ ·á.ras" "Seriedade" "Submissão" ''Visão sincera" "Vitória da ce3:ridade 11 Eis _alg'uns títulos de editoriais da Carta Mensal que ficaram gravados no espí:ri to do·s "veteranos" e que aos novos poderão parecer misteriosos, mas podem nos fazer refletir a todos indistintamente. Refletir nas nossas riquezas pode nos levar muito longe: riquezas recebidas de Deus desde o nosso oatismo, nos Sacramentos, na Igreja; riquezas re-c ebidas nas nossas paróquias, nas nossas equipes e dos nossos assistentes. Sem fàlar nas eutras riquezas: educação, cultura, bens materiais. Riquezas que -não devemos guardar · só para nós ••• Sem o que irão nos sufocar. Ghettos": Dizem por vezes que. as equipes são recintos ~ Ofechados, 11 ghettos"; sabemos mui to bem lfOS melindrar ent Lo e responder• Mas ,devemos sempre apresentar a n6s mesmos a per· gunta: Noss ~ família, nossa equipe estão realmente abertos . , àos nossos irmãos, à miséria- do mundo? Nossa equipe nos ajuda ' ·· a U...l'J.s e a outros a~ alem de sí mesma? (Senhor, quando é qu~ te vimos · ter fome e sedei sem ter onde pousar, nd, doente ~·': ou enc ::trcer·a do e não te soco.rremos?... Todas as vezes que não ~- o fizestes ·- ao menor de .vossos irmãos-, é a mim que n§'.o 9 .fi!Jf:' zestes). 11

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Es piri tualidade in"t-eresseira ••• é a atitude daq_ue le g_'_•e :; vem :para rece be'i- ·e _. não. para: à. ar, qualquer que seja a c o:rn."L···: liclade a. que pertence: lar, f"am:!lia, equipe, :par6q_uiar n a ç2.o, T.?r L~: ­ Q.ua.ndo estamo·s desi,ltifiidos das comunida des s q_üe pert .


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cemos, não seria isto indício de que nelas vivemos como ~provei­ tadores? ou que não damos mais nada de n6s mesmos? "Aque~e que vem para receber, retirase de mãos vasias; aquele que vem para dar, encontra." Baile de máscaras:· a dança onde cada qual esconde o seu ser profundo debaixo de um verniz mundano ou convencional."Tornarmonoa verdadeiros deveria.-ser a nos-9 a profunda preoqupaçã~ cot~dia­ na". A partilha, a "mise-en-commun 11 a oração em comum não sãc{ ·na realidade momentos privilegiados onde nos devemos exercitar em viver com "verdade" na caridade? Seriedade, submissão, visão sincera ••• asp~ctos mais ·positivos nos quais a noss~ meditação pode se .deter depois do exame de consciência que acabamos de fazer e que nos perrtli tirão rever a nossa posição e a da nossa equipe. Vit6ria da caridade: resta-nos apenas abrir as páginas de São Paulo para concluir: "A caridade é paciente, a caridade é benigna; ela não' é invejosa; a caridade não é temerária, nem se envaidece. N ão é ambiciosa, não procura o pr6prio interesse, não se - irrita, não suspeita o mal; não se regozija com a injustiça, mas alegra-se com a verdade. A caridade ~udo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." ' C. & G.S. o

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L.EITURA ESPIRITUAL

A meditação dos "Irmãozinhos de Jesus" do Pe. de FoucaU;ld. "Uma das principais :objeções feitas aos nosso -estado de vida era que a fadiga, o entorpecimento do espírito, provocado por um esforço físico penoso e prolongado, parecia tirar -toda possibilidade de uma autêntica vida de meditação. E' compreensível o quanto esta questão é grave, não somente para v6s mas tambem ~ara milhões de pessoas que, para viver, se acham submetidas a um trabalho muitas vezes esmagador. Sentia eu muito bem que devia existir uma resposta a esta objecção ••• ao ler o Evangelho não - parecia que Jesus quizesse jamais fazer da oração qualquer cousa rara, reservada apenas aos homens gozando da calma e do tempo necessários para uma meditação frutífera: "Vinde a mim, vós que estais cansados e sobrecarregados e encontrareis o repouso das vossas almas". Sim, é preciso que nos conformemos: Na maioria das vezes,


· momento da oração seremos inncapazes de meditar, incapazes pensar.- E todo o proàle:ma se resume em saber si· outro camise oferece a nóspara chegarmos ao encontro de Deus, na o-

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-ra.ção. . - Dur(illte -.certo· ·tempo, mais ou menos longo conforme o~_ casos, ·será normal e até bom, que o nosso diálogo com Deus se inicie por um intercambio no qual o pensamento, a imaginação, as emo-ções sensíveis terão o seu lugar. Mas este diálogo deve progre·,.dir . em seguida parà uma zona de nós mesmos que fica situada muito alem da sensibilidade, das imagens, da reflexão. Em cada uma das etapas, não tenhaes receio em simplificar e .. tambem em atualizar o vosso encontro com Deus • . No início de vessa vida de oração - início que pode se prolongar - é prec.i.· so saber abrir, por exemplo, o vosso Evangelho ou a vossa Bíblia, . não tanto. para "meditar" as palavras divinas , mas _para ~ficar aí, sob a luz que delas irradia, lendo e relendo os ver.aícll.los, sem análise, sem discutir convosco me-smo. Podeis tam~ bem · e~colher a reei tação lenta do Padre Nosso ou da Ave Maria __ ou qualquer outra oração, deixando que as palavras da prece penetrem em vós u~a a uma ••• R.Pe. Vâlillaunne "Au coeur des Masses" Ed. du Cerf o

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~ZENDO A DESCCBERTA DA MEDITAÇÃO

Determinado número de "responsáveis" das nossas Equipes :'(.;2 exact.2me.nte) houve por bGm indicar de modo nítido, fra;nco ..e,~ simples, 9 que tinha sido para eles a experiência da medita- ~~o : cotidiana a que se achavam obrigados pela Regra, as difi. cu_f-_dades .a nte as q_uais se tinham defrontado, as vnntagens que . dela esperavam • Deix~ndo de parte detalhes de psicologia individual, ou as diferenças devidas à formação espiritual níveis di versos, de todos os testemunhos rn recebidos destaca-se. uma síntese bastante uniforme • ""' ·'U' ~

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em:polga..'lte! O caminho da meditação aberto , (~P~~a leigos ligad_o s ao casamento, ligados à vida ativa! Avan· . çara~ por ele a passo ora decidido ora hesi ta.nte, mas _pressen-tin~_o mui to bem que tal caminho, longe _de os desviar de suas ...~obr.igações, p a ra a:! os conduziria até o pr6prio âmaõo - até ..·,..aquele ponto em que "acontecimento" significa ·"vontade de Dousa, ' . · e onde "devor 11 . e "amor" se confundam. Experiência empolgant e e ... :;.:.


que pode ser de grande auxílio pai'a outros .leigos, como tambem :para os seus diretores espirituais; Se!"ü!mos felizes si :pudessemos · tirar ,deste · primeiro relato, re·f orçado por outros. testemunhos, um artigo para o "Anneau d'Or", •u um folheto do qual apenas daremos aqui um esboço (f1cariamos ~ratos si quizesseis ajudar-nos a torná...:.lo mais rico)

I. NÓ LIMIAR DA MEDITAÇÃO Uma verdadeira.A~~coberta. "A meditação cotidiana ~ então exequivel, mesmo ·quando não somos nem padre,nem religiosa, nem mesmo uma alma excepcional?" Eis aí, desde logo, uma surpresa para os nossos "responsé.veis": pois que antes de serem responsáveis, na sua quase unanimidade não a tinham ainda praticado e ·muitos tinham ; apenas uma idéia imprecisa a respeito. Sêm dúvida, desde a adolescência tinham ouvido falar na meditação (uma úriica resposta assinal~, na idade· da 1~ comUnhão solene, a infiuência exercida pela mãe, formada tambem ela pelo pró~rio pai, à vida interior): instruções nos col6gios religiosos, ret.i ros de j avens, acampamentos de escoteiros, movimentos de Ação Católica. Mas notemos que se tratava antes de le_i_tE-_!a meditada do Evangelho ou da Imitação, ou ainda "de meditação sentida, na medida do ·impulso em que nos encontrávamosa (o que é bastante normal nos jovens) ou ainda praticada com objetivos determinados: circunstâncias extraordinárias, combate para a pureza, etc. Não era porem a "conversação afectuosa com Deusn, na qual a alma se coloca humildemente na presença do Senhor, à sua disposição, ouvidos atentos; não era a meditação de acordo com a definição de Santa Tereza, este "comercio de amizade no qual nos entretemos muitas vezes sós a s6s com Deus" ••• "A experiôncia ultrapassa t ·odas as expectativas 11 e estão todos unanimemente resolvidos a continuar a fazer a meditação quando deixarem de ser "res:pons:iveis 11 : "este t.empo consagrado a Deus revela-se cada vez mais o momento insubstituivel de todo o nosso dia". Houve treinamento? Seria mais exato dizer que nos lançámos na água para aprender a nadar. Alguns,entrotanto, assinalam o auxilio recebido dos assistentes de equipo: fizeram eles compreender melhor do que se tratp.va, em. cert : -Ls reuniões ( particularr.aente naquelas que eram consagr~das aos tem2.s de estudo sobre "a oraç.ã o"), em retiros ou recolhimentos. A oração na equipe proporcionou algam auxílio? São muitos os que dizem: "é o contrário: 8, meditação cotidiana 6 que alimentou · a oração comunitária". R0conheoem entretanto que a equipe ennou-lhes"a espontaneidade, a far!1iliaridade com o Scnhor"e nela


5 nos voltamos ta.mbem "para preocupa~ões outras que as pessoais". Os livros podem ter fornecido esclarecimentos à mente ou encaminhado a vontade: o capítulo sobre a Meditação em "Cristo, vida da alma" de Dom Marmion, foi mui to lido. Indicam-nos tambem "Como fazer a meditação" de P.Perinelle, "A alma de todo apostolado" de Dom Chotard, "Prática da oração mental" de Dom Belorgey, "Iniciação à oração n de Guardini, os "Exercícios" de Sto. Inácio, as biogr_a fias dos grandes místicos. (Mencionamos aqui, apenas, os trabalhos que guiaram os que começam e não livros espirituais utilisados durante a meditação e que seriam muito mais numerosos) Acrescentemos dois pequenos trabalhos publicados pelos Pes. Carmelitas: "Pequeno catecismo da vida de ·- m edi tação" (edição Lethielleux), e "As meditações dos que começam". ( Mas conselhos ou leituras "não podem substituir a experiência pessoal" e "a meditação não se descreve: é preciso vivê-la". Vê-la viver não é porem inutil: são vários os que assina"~· lam que muito aprenderam com "o simples contacto com um sacerdote que era uma alma de oração". • II.~S

DIFICULDADES E COMO FORAM VENCIDAS

Objegões prévias? Não as houve que não fossem resolvidas pelos assistentes ou pela leitura dos livros "de inmciação" •.• ~:,·--· Mas houv·e dificuldades. Para sermos breves indicaremos apenas ,, aquelas que foram mais frequentes e diremos logo a seguir em que consistiram os esforços feitos para vencê-las. DificuldadEL_s_J2.!:,áj;_~c_ª-ê.•

A "falta de tempo 11 é mui tas vezes reconhecem vários com sinceridade - uma "objeção de má fé" e dizem muito a propósito: "Porque daríamos a Deus s6mente causas que não nos molestam muito, talvez dinheiro para obras diversas, por exemplo, e lhe recusaríamos aq1rilo que consideramos realmente precioso: o nosso tempo?" Mas, ~~~~~ra~ um mome~to ~~xo, eis aí uma dificuldade séria e no entanto 6 preciso "crear o hábito que facilita o esforço", a regula rida de que facilita a fidelidade. Para que esse momento poss a ser aproveitado, é preciso encontrar nele solidão e sil~n2io, estar certo que não seremos importunados dentro de dois minutos pelo chamado de uma criança, um telefonema, mma visita imprevista. Onde encontrar este oasis de 'paz sinão na Igreja? diz em as respostas masculinas na sua grande maioria. Muitos fazem a meditação depois (ou antes) da missa matinal, ou então entram numa igreja à tardinha, em caminho para casa. Para aqueles que rezam em casa, o despontar do dia


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parece preferido, o espírito estando então mais lúcido: à noite o cansaço pesa, depois do almoço a - sonolência nos espreita ••• As senhoras, na sua maioria, parecem fazer a .meditação em casa (mas mui tas especificam: num cômodo "em ordem", num quarto "c.pm as cam!1-s arrumadas :t ') ., algumas de manhã cedo, outras no iníc.~ o da tarde, aproveitando o momento de calma que se segue à saída das crianças que vão à escola. E em caso de impedi mentos imprevistos? Não resolver a dificuldade pela desistên-cia, pois que quanto mais longa fô:r a omissão, mais dificil se torna o reinício"; procurar encontr.a r então outro momento favoravel. Na pior das hipóteses, in~d·i tar andando ou na condução; mas é com:preensi vel que nestas con.~ições "são ant-es reflexões espars~s, do que meditação verdadoi:r;-a".Podemos entretanto compensar um pouco a ausência da med~tação "colocando-nos mais particularmente na presença de Deus, durante o trajecto, ou durâllte uma ocupação doméstica, ou dedicando-lhe ·mais exp:'ess amente o tra balho que estamos executando": mas tudo isto, que é muito bom, cama tambem a meditação 11 dur8}1_!_~ a missa" ou os '1 contactos com Deus curtos mas frequentes no decurso do dian, tudo isto não .substitue a meditação propriamente di ta, este tempo realmente dado a Deu~ porque nada mais fazemos, nesse momento, do que falar-Lhe e escutá-lo. A atitude .de joelhos"requer um esforço físico que ajuda o encontro com Deus"; mas si os homens preferem esta atitude _(que deve - ser "digna", . "viril:t, mas "natural" e sem constrangimento), as senhoras .rezam com a mesma frequência sentadas diante de um livro, de pé em frente de um crucifixo, por vezes mesmo deita~as, nos ~omentos de maior cansaço. O essencial é que o · corpo auxilie a alma a recolher-se. Difi_?"ulél?ode·s interiores. E' aí sem dúvida que reside ?-· maior dificuldade: "recolher-se", obter o silêncio, não ma~s ao redor de sí., mas de:q.tro . de. sí, 11 fazer o vácuo", freiar o motor. "Fazer com que se calem as paixões, inclusive a paixão do trabalho", Si· urna senhora procura um lugar em ordem, um lugar ·~não diretamente utilitário", é para não se expor à tentação do trabalho, ao prurido da. arrumação ~oh mulheres", exclama Peguy, "até o pr6prio- De.us sois capazes de pôr em ordem", •• ) Si um homem prefere .a igreja, é por causa da presença do Santíssimo, mas tambem para fugir do .ambien te habitual no qual as. preocupações se tornam obsessivas. Uma s e:11hora que, tambem ela, faz a meditação na igreja, nos dá a f6r~ula exata: "deixar na porta todas as preocupações". Para -libertar o espírito, si um dia de trabalho intenso cedeu a meditação, "intercalar um pouco de trabalho manual ou


7 de exercício físico" é um excelente higiene mental. E para quem faz em casa a meditação, eis uma sugestão imprevista, p~apôr­ se em marcha: "ouvir um disco de música religiosa" (é certo que ·~ 'um cOro de Bach possue o maravilhoso poder de unificar o espírito e arrancá-lo às contingências),. Para. alguns, uma. o.ração vocal "recitada muito lentamente", um texto das . Santas Escrita.11.to. meditar mas apenas "deixar s'~ ~ turas que não procuraremos . . que nos penetrem", são suficientes para desentorpecer o espírito, para colocá-lo em estado de disponibilidade • . Mas as distraçães voltam; como afastá-las? E' preciso que . sejam"retlelidas com paciência", si se trata apenas de pequenas divagações da imaginação. Urna distração realmente obcessiva, .P_?rque não seria "aproveitada como tema da mGditação"? tudo po-de conduzir a Deus. Outro obstáculo: a nossa pobreza espiritual. Falar ao Se·nhor ••• mas estou c2.11sado, sem disposição, sem fervor~ _ não encontro nada. A .solução não consistiria em reconhecer muito sim plesmente o facto? ("muitas vezes temos escr:ípulos em dizerLhe que o nosso coração nada tem a Lhe dizer). Não temos nós as nossas afeições humanas para apresentar-1he? 11 Falar ao Senhor dos próprios filhos, dá sempre resultado;'. "Os outros conduzem a Deusn. Um livro espiritual nos despertará talvez, mas podemos tarnbem tomar como ponto d-e partida ''o jornal ou qualf.t quer outra leitura profe~a, qve nos faz tonar consciência da angústia do mundo, de sua imensa necessidade de Deus!'. Não esqueçamos que o pretexto de incapacidade pode mascarar a "f2..lta de coragem": no íntimo "temos receio de nos colocarmos na presença de Deus", medo de "sermos arr3.stados mais longe do que queremos". Do lado oposto, o perigo da facilidade ',.·seria o de "pensar que tudo vai bem", "que o nosso fervor v:Jm de n6s mesmos e sentirmo-nos satisfeitos com isso". A continuação. deste interessa.1te estudo será publicada no próxino número da C.Mensal. o )("

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TESTEMUNHOS

Meu marido estava passando muito mal, d0senganado. Doze dias antes da sua morte, os casais de nossa equi?e foram para mim um auxílio de que dificilmente poderia exprimir aqui todo o alaance, ao se colocarem inteiramente ao meu di•por e pe~-


8 ~itindo

assim que me dedicasse exclusivamente ao meu querido te, o tempo todo, durante esses derradeiros dias. ·continuamente, um ou outro dos membr.os da equipe estava minha _casa - com o seu trabalho - à minha inteira disposição p11.., ra tudo aquilo de que pudesse precisar de um momento :para outro· . . compras, cosinha, correspondência, · cuid ndos a dar a meu marido, ou simplesmente constituindo uma presença. Nem sempre sabia que~ estBva ali, o rodízio tendo sido organizado por eles; sabia sim~ plesmente que havia sempre alguem, com quem eu podia contar, o que era :para mim uma segurança, um conforto, nesse ambiénte de compreensão fraterna que me envolvia com discreção mas com profundidade. E aí está, penso eu, todo o valor dessa -assistência: é que não foi um "auxílio", um "serviço prestado" mas sim uma caridade verdadeira, isto ~' um intercambio de amor, uma união que deixou entre nós uma fraternidade maior. Tabto isto é verdade que o facto provocou ve,rdadeira admiração entre a.s pessoas de fora que dele tiveram conhecimento, um conforto, uma tranquilidade :para elas em relação a mim, particularmente em relação aos membros da família que a distância impedia de ficarem comigo. E' preciso alem disto destacar que este auxílio representa.. va verdadeiro esforço para aqueles que o prestaram, pois que eles próprios tinham naqueles momentos, sérias dificuldades, preocupações de monta e até doenças.

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idéias

••• "Na nossa equipe renunciamos às magníficas sínteses que matam a discussão. Mas aquele que reune as respostas procura descobrir nelas _as riquezas, as causas notáveis ou aquelas que lhe parec'em erradas, os pontos onde há contradição nas respost3s, e lança aasim tudo sobre a mesa. S1 os responsáveis e o assistente examinaram juntos as res• postas, pensamos que podem, sem contrariar a liberdade dos casais, decidir de antemão os pontos que deverão ser aprofundados pára utilidade de todos." o

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SUPLEMENTO das ~n

Equipes do Sector de São Paulo

A REUNIÃO MENSAL ... ......

A reun1ao mensal tem uma importância muito grande na vida da .equipe. Permite o reagrupamento periódico de seus memh·r ·o s e, assim, o estreitamento da amizade fraterna. Constitue uma oportunidade para exercitar a caridade cristã, pela dispo. sição de cada um, em dar alguma cousa de si mesmo para auxiliár os demais na sua marcha para Deus, ao mesmo tempo em que cada um se coloca em atitude íntima de receptividade para com aquilo que os outros tiverem a lhes dar. Deve haver portanto, na · reunião mensal, um esforço crescente de abertura de alma para com a equipe : somos ali, todos, irmãos que querem caminhar, num esforço comum, para a santificação do grupo :·.. A reunião mensal, si for bem compreendida e bem orientada, permitirá alcançar todos estes objetivos, pois que todas as suas partes tendem para tal fim. A refeição em comum cria o ambiente de família propicio às expansões. A oração - ponto culminante de toda reunião - colocando a equipe no verdadeiro clima religioso de contacto íntimo com Deus, permite que esta divina presença seja sentida no decorrer dos trabalhos. O estudo do tema leva a um conhecimento mais ~ato do pensàmento do .Cristo em relação ao sacramento do matrimônio e a fazer do "nos·so" sacramento um constante louvor a Deus e um meio de santificação. Preparé!Ç_ª'O· _Q..?.. ..l:.e_~_ião - Compreende-se pois, o c ui dado rec emendado pelos Estatutos na preparação da reunião pelo Casal Res~ ::: n­ sa'lrel, juntamente com o Assistente e com o "Casal Anim f~·~ :)1' ::. si esta f6rmula for adoptada. Mas tal preparação deve tambem ssr cuidadosamente feita pelos demais casais da equipe. Numa eq_·u.i pe não há memnros passivos: ela avançará e produzira os seus frutos na medida do esforço de cad~ de seus componentes. Preparação, portanto, do tema de estudos e reme2sa das respostas e reflexões, com antecedência, ao casal resp o n~>J ­ vel. Pre:pe.:-·g,ç8.o tambem da oração: sejam os nossos pedidos c:e intenções pensados com antecedência, para que represent em ·~c -:-· mente alguma cousa de nosso: do nosso coração e da noss (j, :.=··· __


lO Seja a nossa "oração expontânea" o fruto de uma reflexão précia feita pelo casal • Preparação, finalmente, da "mise en commun 11 e da "partilha"; como dizem os Estatut.os, não se trata absolutamente de uma confissão,mas sim de Um apelo para que os demais nos ajudem nas nossas dir'iculdades -e deficiências. E' aí que se poderá manifestar tambem, com intensidade, o auxílio mútuo fraternal . . . .

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Como__2_9.E_duz~.r~ reunião - Não é fora de propós1 to que todos tenham bem presente qual vai ser o desenrolar das várias partes da reunião. E' tambem tendo em mente ·as dificuldades por vezes encontradas pelas equipes novas, que damos aqui o esquema de uma reunião. Não há inconveniente em alterar a ordem, com explusão da oração que deve sempre abrir os trabalhos. A própria refei em comum é feita por algumas equipes d~pois da reunião, quando esta se realisa à tarde (no sábado ou, no _domingo, por exemplo). Esq~_!ll.a

d.Jl_\l.Yné!,

_:;:~l!Jlião

mensal

I - Refeição em comum II - Reunião propriamente dita 1. Oração (pelo menos 15 minutos) a) Pôr em comum as intenções b) Oração litúrgica e meditação, segundo · a C.Mensal c) Oração expontânea 2. Estudo dos Estatutos (10 minutos somente para as equipes novas 3. Partilha sobre as obrigações da Regra (Controle) 4. "Mi se en commun" 5. Troca de idéias sôbre o Tem~ de Estudos 6. Rápida oração de encerr~~ento. o

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· Com uma reunião de amizade muito cardeal e íntima, a Equipe de que é responsavel o casal Celia Regina e Geraldo Bourroul, comemorou há dias o 12 a~iv er sário de sua fundação. A generosidade com que os c a s a ifl aceitaram a mística das Equipes e o cuidado que tem posto na observância do Regulamento, constituem o fator preponderante dos frutos já obtidos neste lg ano de atividades, e a garantia de sua marcha para a frente,~ara o futuro. o o o


ORAÇÕES ~ara

·':.

tração

d~_gosto

o mês

litúrgic~

QB!_ÇÃO. SIMPLES

S.Francisco de Assis O' Senhor, faze de mim um .instrumento da tua ·Paz:

Onde há

ódio~

leve eu o Amor ;

Onde há ofensa, leve eu o Perdão Onde há discórdia, leve eu a ·união ; Onde há dúvida, leve eu a Fé ; Onde há o erro, leve eu a Verdade ;

-

. . '.

Onde há o desespero, leve eu a Esperança Onde há a tristeza, leve eu a Alegria

.,

.

Onde há a treva, leve eu a Luz. O' Mestre, faze com que eu busque menos,

Ser consolado, do que consolar ; Ser compreendido, do que compreender ; Ser amado, do que amar, Pois que : E' dando que se recebe ; Esquecendo, que se encontra ; Perduando, que se é perdoado ; Morrendo, que se ressuscita na Vida Eterna o o o

••


12

Trecho da l~ Epístola de S.PG Cap. 4, 7-11. Caríssimos: o fim de todas as -eousas está pr6.ximo. Portanto, sêde prudentes e vigiae em orações. Mas sobretudo, tende entre

vós uma constante

~aridade

recíproca, porque a caridade .cobre

uma multidão de pecados. Exercei a hospitalidade uns com os tros, sem murmuração.

Cad~ um ·· eon~orm e

ou~

o dom que recebeu, pondo

o a serviço dos outros_, como bons dispensadores da multiforme

graça de Deus. Se alguem fala, . seja com palavras de Deus. Se alguem exerce ministério, seja corrro por uma virtude que Deus lhe dá, para que em todas as causas seja Deus glorificado por Jesus •

Cristo, Nosso Senhor, a quem pert ence a g lória e o império pelos séculos dos séculos. Amen. o

o

o

EQ.UIPES DE NOSSA SEN1iO RA

Se cretari a.d o Rua Venâ.n c j_o Ai res , Tcl . :>1 .7 563 - Sã,o

P::.u lo -

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