ENS - Carta Mensal 1955-1 - Março

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CART A

MENSAL

Sec~tariado : R. Venâncio Aires, 273 Tel. 51-7563 São Paulo

·das EQ.UIPES

DE

NO S S A

S E N H ·o ·R A

Ano III - n!! l

São Paulo, março de 1955

"CANSEI-ME PARA ENCONTRAR DEOS" por

H.c.

(adaptado)

Ano Novo. Primeira reunião de uma Equipe veterana. Na ordem do dia : sObre os resultados no ano anterior; previsões para o ano em curso; "estado de saúde" da ~quipe.

A cabeça entre as mãos, os olhos pregados no f8rro, os dedos coçando os cabelos, mãos no bolso - cada qual se posta na atitude familiar que provoca a eclosão

do~

pensamentos profundos ••• para a grande troca de idéias. Alguém observa : "Está baixando o "tonus" de nossa Equipe". Esta afinnação suscita desde 16go veemente discussão, ao cabo da qual conclue-se que não é exata a assertiva, se se considerar o conjunto das atividades desenvolvidas, o saldo dos resultadoc obtidos. Mas, certa dúvida permanece. Não se teria perdido um pouco do entusiasmo inicial, que era o entusiasmo da descoberta? Lembro-me bem - diz um - com que alegria, depois de cada reunião, vol para casa ! Tudo era radiante ! Tínhamos a impressão de termos entrevisto o pensamento <B · Deus acerca do Amor, da paternidade, do sexo, da educação ••• Que perspectivas iluminantes ! Haviamos descoberto que o nosso casamento

não era vielâ estreita de garage, mas

verdadeira estrada real que nos conduz a Deus; que o. mistério do Amor nos leva em cheio ao mistério de Cristo e da Igreja ! Tal testemunho é realmente revelador. O entusiasmo, o verdadeiro entusiasmo, é efeito da descoberta. Convido-voa, pois, a meditar um pouco. Se o entusiasmo cristão estiver afrouxando em vossa Equipe, entre os seus membros, não será porque se perdeu o espírito da dos coberta ? E mais. Porque se perdeu tal espírito ? Para descobrir é preciso procurar; para procurar é preciso ter o desejo de encontrar; para desejar encontrar é preciso que se creia que existe alguma cousa a encontrar.


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Acreditais que existe ainda alguma cousa por encontrar, ou sois como aqueles crist!os que, tendo adquirido algumas noções sôbre a nar

com~letamente

gr~deza

do casamento, julgam domi-

êste "grande mistério" ? - usando da expressão de S. Paulo; que, tendo

assitido a algumas · conferências e participado de alguns retiros, se content am com aquilo que ouviram, deixando aos outros as

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insondave is ri quezas do c:risto 11

-

como .:Jjz tBnbém

S.Paulo. Se acreditais que muito existe ainda por encontrar- nunca se acaba de desvendar; aliás, a

v ~ ~dade

famintos de luz ?

infinita- estais também possuídos do de sejo de encontrar ? Sois

A inapetência espiritual é doença muito comum entre os cristãos. Não

t l f ome e por isso pouco comem e o que comem pouco n

aproveitam~

A

ce-se po r um sinal : pela fome de conhecimento de Deus, de seu

sa~de

espiritual recode sua pa-

pensamen~o,

lav r "-· E se tendes fome de Cristo, de fato O procuraís ? Consagraís ao menos um

mome~

to todos os dias para lêr as Escrituras ? Sabeis reservar, em vossas vidas sobrecarregadas, algum tempo para aprofundar a vossa fé ? Lêmos no livro dos Provérbios:-

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Cansei-me para encontrar Deus.n

E v6s?

Estudaía o tema mensal com o espírito de descoberta de que vos falei ? Vossa troca de

id~ias

nas reuniões é mera discussão intelectual ou busca so l !oita de verdades

de que se tem necessidade vital? Sabe!s que vosso assistente não é s6mente o dispensciro dos sacramentos de Cri ato mas também da Palavra de Deus ? Rec orreis a

~lc

nas rm:ni -

ões tanto quanto seria de desejar ? Proponho-vos estas questões e vos ~eço ! sôbre elas reflet! honestmnonte. Porq11tvossa vitalidade cristã delas depende. E não há vitalidade crist ã

em

~~a

constantemente alimentada por novas descobertas.

"l preciso afastar como sendo uma tentaçlo, esta esp4eie de inquietação que, sob pretexto dP- ·encontrar remádio la nossas fra quezas e a nossa lentidão, nos leva por vêzee à procura contínuã de outra espiritualidade ou a l .e ituras sempre renovadas. Acreditamos, mas em vão, poder descobrir um caminho mais simples e mais fácil, ~uando na realidade complicamos tudo, por causa do medo de vi ver o. Evangelho." Pe. R.Voillaume - Au Coeur des Maeses

f é viva ,


3 -

SOBRE A "REGRA DE VIDA" De conformidade com os Estatutos das Equipes de Hoeea Senhora, há a obrigatorie dade de uma "Regra ~~"a ser fixada, pessoalmente, por todos os seus membros. Esta "Regra de Vida" é diferente para cada um doe cônjuges (pois cada qual tem missão específica a desempenhar) assim como é diferente para cada um dos casais (dada a fatal diferença exist~nte entre uma e outra família). Entretanto é bom prever, na Regra de Vida, pontos a serem executados em comum : Orações, leituras, estudos ••• dever de sentar-se ••• Temos, por exemplo, uma tarefa "X" a cumprir. Se não mobilizarmos os nossos recursos, se não lhe dedicarmos o tempo indispensável, nunca realizaremos a referida taref a, Se quizeroos chegar a Santos, é absolutamente indispensavel que palmilhcnos un'~ da8 v i -~ que nos conduzem ~quela cidade litorânea. Tão claro ! A "Regra de Vida" é um caminho; é .2. caminho que escolhemos para a-':ing~.r ~. ;.1.e t a almejada. A Se o nosso aperfeiçoamento é o fim que procuramos, será indispensave-:.. C'•,con9 , e fixar o !!2.!!.§.Q. caminho - ou seja, a ~ 11 Re,g;ra ~ Jida" - que nos h'1.vcr2 (c co:•" ,J. -:. ao fim desejado. Não se trata, como é evidente, de multiplicar obrigações e devores. Tratá-s e antes, de uma "planificaçã o" da nossa vida, hierarquizando os valores o concedendo-lb~s o tempo e o lugar devidos, no quadro das nossas atividades, de acôrdo com a sua import n ~­ cia. Sem um "plano diretor", mesmo os melhores intencionados arriscam-se, no torveli nho das solicitações d~ste mundo, a ter uma vida de certa forma caótica e não muito efi-ciente, inclusive no plano religioso. Daí, a obri gatori cdaéte de uma "Regra de Vida 11 , determinada pelos Estatutos. y

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AS RESPOSTAS, POR ESCRITO, AOS TEMAS DE ESTUDOS. Os Estatutos das Equipes de Nossa Senhora estabelecem, no capitulo das obritlt ções, o dev$r de estudarem os casais o tema de estudos do mês e de enviarem, por escrito, as suas reflexões. A primeira vista, poderia parecer infantil obrigação escolar, esta a de enviar por escrito, antes da reunião, as respostas ao tema de estudos do m~s. Porém, quem se der ao trabalho do uma análise mais profunda, lógo reconhecerá as inegaveis vantagens de tal prática, bem como a improced~ncia da observação ou c!'íti e8. acima formulad~.• ~ que as respostas, por escrito, t~m a virtude de : A) Evitar a imnrovisação. -Não houvesse a obrigatoriedade das respost a s P"" ,~ ~ cri to e a maioria dos casais mui to provavelmente oe contentaria com rápida loi tura do te -ma, pouco antes da reunião. Consequência : na troca de idóias, durante a rermião, ne.o ob : tante o possível brilho das discussões, ficariam estas pela superficialidade. Donde, t ar1:: bem, o pouco proveito auferido pelos casais participantes. A obrigação de responder, vor escrito, não há dúvida, representa normalment e uma garantia contra a impr0visação - tão do ·hábito de certas mentalidades. B) Forcar no estudo. A regra 6 de ambito universal: Refletimos mais antes de escrever do que antes de falar. Se a resposta que devemos dar a determinadas questões é por escrito, pensamos


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duas vezes antes de rodigí-la e inevitavelmente procuramos condensar, precisar, a~uilo ~ue será o retrato do nosso modo de vêr. "Os escritos ficam ••• " ,diz o prov6rbio lati no, e po:t~ue ficam é bem .humnno ~ue se tcnhe. mais cuidado com a~uilo que se escr evo do~u~ com ~uilo quo se fala. Esta meditação maior determinada pela resposta escrita, apresenta como frutos : "descobertas" sôbrc o tema, que não seriam feitas se apenas falasscmos e reproduzíssemos as impressões o reações provoóadas pela simples leitura apressada do teme. C) Determinar um esfôrço conjunto do casal. Todo o os f ôrQo conjunto é f~tor do unidader Estudnr o casal, lado a lado, aspectos do Cristo, descobrir sua verdadeira dou trina e as rep crcuções desta sôbre a vida familiar ou conjugal, tudo isto leva ~unidade - nã.o só pel o esfôrço comum, mas também pela adesão ~s mesmas verdades. Resumindo: As respostas escr~tas proporcionam duplo efeito benéfico: 1) Para o próprio casal - que normalmente só assim se aprofunda no estudo do tema ; . · 2) Para a Equipe- que mais se enriquece atrav6z das comunicações melhor ponderadas e nada superficiais de cada um dos seus membros.

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ORAÇÃO DAS EQUIPES DE NGSSA SENHORA Durante o periodo que vai de 6 de .fevereiro até 6 de abril - ou seja, 4!} Feira Santa, é a seguinte a oração a ser reei tada diariamente peJ.os membros das Equipes. Salve Rainha:

Eu vos saúdo, Rainha dos Céus. Eu vos saúdo, Rainha dos Anjos. Eu vos saúdo, ó fonte de salvação.

EU vos saúdo, ó caminho por onde chegou a luz que ilumina o mundo. Sêde a nossa alegria, Virgem glori6sa, de beleza sem igual; e, por nós, a Cristo rogai. Nossa Senhora das Famílias - rogai por nós.

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" A vida de familia é escola de al truismo. Nela não há lugar para "prima-donas ou primeiro-tenores", para solistas, emfim.

X:

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>· st e ano, j á estão progr8.mado ~ 2 r Gt: 0lhimc::H os · o primeiro p~ra 13/3/19 55 o o segundo par a 11/9/1955 Haverá vagas para 30 casais e o local será o esquina c/ a Rua Martiniano de Carvalho.

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Cono.culo "- ·Rua :l:'io

A ..~·.

Retiros • Estão também fixados 2 retiros : um, nos dias 3, 4, 5 de Junho; e o outro, nos dias 21, 22 e 23 de Outubro. Ambos serão em Barueri e haverá vagas para 20 casais. - O casal responsável de sua Equipe poderá dar maiores esclarecimentos.

Foi fixado o dia 17 de abril do corrente ano para a comemoraçã o da Pá.sco <., o ~ . l a s equipes em conjunto, solenidades na qual prestarão compromisso os component e o d.:::.:?! ; Equipes mais antigas de S. Paulo. Desde 16go pode-se adiantar que al~m dos casais, estarão pre sent es os Ass i s t en tes Eclesiásticos de cada uma das Equipes.

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EXPANDEM-SE AS

E~UIPES

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DE N.SENHORA PELO BRASIL

No norte do pais, em Campina Grande, Estado da Paraiba, 6 casais formaram uma Equipe e solicitam material e orientação para prosseguimento das atividades. Já realisa ram a reunião preparatória, para o indispensável estudo inicial dos Estatutos. Como se v~ . a i déia começa a germiD..ar • •• para o bem do Brasil._

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Objeto encontrado No l1ltimo churrasco realizado pelas Equipes, foi encontrada uma f ~. ca de cabo preto. O dono poderá rehavê-la procurando ou telefonando ao cas al NilzaAntonio Cavalcanti - Al. Ja~, 740 - Tel. 31-5239.

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ORAÇÕ E S para o mOs de 1U.RÇO 1. Oracão

Lit~rgica

(o ração da 2 ~ · fei rn. da ·3 2- • sonnnc. da Q.U.C:re 8ID2.)

Dignai-vos derramar, Senhor, nos nossos corações a vossa gr aça o faz ei que, privando-nos do alimento da ca rne, · d~:( endamos os F:en t ià0s

dn ~"

oxc ol:lr .o:;

deletérios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo •

. . Meditacão

(Epistoia de S.Paulo aos Efesios 5,1-9) . ·~ : '

Sêde imitadores de Deus, como filhos muito amados; c andai no amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo po nós a Deus, como oferenda e hóstia de suave odor. quc~qucr

E nem sequer se nomeie entre vós a fornicação, ou ou avareza, como convem a santos;

nem palavras torpes, nem loucas, nem

chocarrices, que são co·u sas inconvenientes; mas ant c8 sn.inr:J da ca ações de graças a_Deus.' impud~co,

impureza

Porque, sabci-o bem,

ou avaro, · o _qual é um iJ.0la.t r a. do

nenh-.:~..ra

di:fb. -~·ior o ~

VOS Sa .JO ···

forn ic ador , ou.

~ c "'·:'.í.

d. ·,_,;L' \.:.1! ;_' <·~

11 <.

reino cie Cristo o .de : Deus. Ninguém vos seduza com palavras vãs; porque po r e<Jüw ira de Deus sôbre os filhos rebeldes.

co ns~s

Não queirais poi <J , t or

1om ~.

cC>t J ~L .lc ·~

ção com lHes. Outrora ereia trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda especio do 9ondade, de justiça e de verdade.

X

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...

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.

-º-..!LA..Q....[JLª-.. para o mês de

~

1. Oracão litúrgica

Sequência da Missa do Domingo da Ressuroição A' Vitima Pascal, tributem louvores os cristãos. O Cordeiro remiu as ovelhas: Cristo inocente reconciliou com seu

P~i

os pecadores Com a morte, a vida se bateu em duelo tremendo; m0 r rera o Roi da Vi da e r P i.na vi v'J quo viste no

Dize-no s , Mari~!

Vi o sepulcro de

C~isto

c~M i ~ho

7

vivo,

e a glória daquele que ressuscitou. Testemunhas celestes e o sudário e as 78Rtes Cristo ~ minba

Ele

esperança r essuscitou :

~os

prec ede rá na Galil éi a .

Sabemos que em verdade, Cristo ressurgiu dentre os mortos. Vós, 6

R~i

vencedor,

Tende

p~ e dade

de nós AMEN. ALELUIA.

2. Medita.cão Epístola de S.Pedro, no Sábado in Albis (2, 6-10)

Por isso se lê na Escritura : Eis que eu ponho em Sião uma pedra principal, angular, escolhida, preciosa; e o que crer nela não será confundido. Ela é pois honra para. vós que crêdes, mas, para os inc::édulos, a pedra que os construtores rogaitaram tornou-se cabeça do ângulo e pedra de tropêço, e pedra de

esc~dalo

para os que se chocam contra a palavra e não creem no fim para que foram destinados. Vós porem sois uma geração escolhida, um sacerd6cio real, uma gente sa.nt~ um povo de conquista,para que publiqueis as perfeições daquele que vos tirou doo trevas para a sua luz admiravel. V6s que 011tróra não éreis seu povo, m;:::.::> sois povo de Deus; vós que não

r-tl c :cnç aG.'J ·o s n ;' n(l'f: '

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çastos misericórdia. X

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• GUARDE ESTAS DATAS :

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17 de abril - Domingo "in Albis" (lt depois da Páscoa)

Comemoração coletiva. da Páscoa, pelas Equipes, em local que será comunicado ·com t ·empo; com assistência à. Santa Missa. Após a missa as três Equipes mais antiga s farã o o COllPROW:SSO SOLENE de o bse rv~ c i a. l eal dos Est atut os d8.s Equ:. .. ee d ~ !\a ss a Senll ora . 21 de abril -

"Dia de Estudos" dos Casais Responsáveis , obedecendo ao programa que será enviado a cada um dos R9sponsáveis e Assistentes .

4-5 de junho Retiro para casais, em Barueri. Entrada na véspera, dia 3, ao anoitecer. Este retiro é particularmente destinado aos membros das Equipes, para o cumprimento da disposição dos Estatutos (cada casal deve fazer um retiro fechado de dois dias, cada dois anos pelo menos .No ano em que não f izer este retiro, dever á t omar parte em dois Recolhimen tos de 1 dia). As inscrições podem ser f ei +.as desõ.e j á com o casal Art ur e Saly Volpi (Tel. 8-8101).

1' !

ORAÇÃO DAS EQ.UIPES DE NOSSA S ~Q~: - 6 de abril a 4 de junho -

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Na página 4 da presente Carta Mens al, acha-se novamente publicada a oração .a ser resada di ari cmente por todos os mem bros das Equipes, até a 4 ~ fei ra Sant a , 6 de ab r i l. De s t a dã ta até o sábado dentro da oitava de Penteco st es , 4 de j unho~ será a segui nt e a oração. ~l)' o t .3.mns TJ. · (~ ~ t a:":! orações acompanh:r:u o t8mpci l j ·t.ur g i co REGINA CO EI!o~ .

Ra.fnha do Céu, alegrai-vos, Aleluia • . Porque o que trouxe s t es em vosso ventre, Aleluia. Ressuscitou como disse, Aleluia. Rog ai por n6s a Deus, Aleluia. Nossa Senhora das Famílias Rogai por n6s.

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