ENS - Carta Mensal 1955-4 - Julho

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• CART A

ME N S A L

Secretariado : R.Venãncio Aires, 273 Tel. 51-7563 São Paulo

das EQUIPES Ano III

DE

ns 4

NO S S A

SENHORA

São Paulo, Julho de 1955

I

NllMERO ESPECIAL

o DEVER DE """"TAR-SE

I

Um dos mais importantes deveres dos membros das F4uipes de Nossa Senhora, é sem dú vida o "Dever de Sentar-se " . O presente número da Carta Mensal a ele é inteiram e~te dedi cado. I n i cia-se com nm arti t~ o do Rv. Pe . H, Caffarel e é acom-panbe.do de coment ari os j rupor-tantes, que c0ns t:í t uem o An sinamento de me ia de 10 anos de experiência.

UM

DE V E R

I G N O R A D-0

Henri CAFFAREL

Nêste século de atividades desordenadas e de velocidades vertiginosas, há uma obrigação bastante desconhecida. E no entanto Cristo a menciona por duas vê~es (Luc. XIV~28,32) : é o dever de sentar-se. Acredito não fazer um julgamento temerário ao afirmar que os melhores esposos cristãos, aqueles mesmo que nunca esquecem o dever de se ajoelhar, cometem muitas vêzes o pecado de não se sentar. Antes de em-preenderdes a construção de vosso lar, con~ntastes sem dúvida os vossos pontos de vista, pesastes os vossos recursos materiais e espirituais, elabo rastes um plano, mas, depois que vos entregastes ao trabalho, não houve de vossa parte negligência em vos sentardes juntos para examinar a tarefa já realizada, reencontrar o i deal entrevisto, consultar o Mestre da obra ? Sei das objeções e dificuldades, mas sei também que a casa desmorona um dia si não tivermos vigiado o seu arcabouço. No lar que não encontra tempo para uma pausa destinada h reflexão, frequentemente a desordem material e moral se introduz insidiosamente; a rotina se apodera da oração comum, das refeições e de todos os rito s f ami li ares; a educação fica reduzida a reflexos de pais mais ou menos n er voso s ; a m1i i o conju gal fica abalada. Estas deficiências e mui tas outras se observam, não só nos casa j s .:=e1"l formação, naqueles que j.gnoram os problemas da educação e da e spiri t uaJ.ida clo f3.m,;. l b,r, mas, mui tas v~zel;l, naqueles mesmos que são consi derado s como c 0mpet~ncia.s em c i :Jpc::.::-.s -:~ miliares e o são na realidade teoricamente. Por não toma r em a. <list8.ncia nec~s ...,!f.l":~.., ; uma boa visão, os esposos não vêm mais o que qualquer visit a percebe l ógo ~o transpor o limiar da casa : o desleixo - que faz o objeto da conversa dos amigos, po r v~ z~s à.c!:'ol'3.-


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dos, etc. Casais houve que compreenderam o perigo, encararam e adot a ram vários meios para combatê-lo. Um dêles dizia-me recen~emente, depois de faz er a exp eri ênci a , quan to é .útil para os esposos, abandonarem todos os anos os fil hos ( el es t êm ' oito) e irem juntos repous~r- ou fazer uma viagem de uma ou duas semanas . Mas, pensareis tal vez ao l er me, não é dado a todo o mundo ter à di~po13ição pessoal , amigos ou parent es a quem se pos sã confiar assim as crianças. Há entretanto outras soluç ões. Três familias se associ aram para as férias, foram para o mesmo lug ar e os esposos de cada uma delas aus entaram-s e du rante uma semana deixando às duas outras o cuidado dos filhos. Para evitar o pe rigo da rotina no lar, há outro r ecur so a resp eit o do qual quero vos entreter um pouco ma is longamente. To mae a vossa 11 agenda 11 e assim como n e la s'e ri a i nscrito eventualmente um compromisso qual quer, s e ja um conc êrto ou uma visitaa amigos, anotai um encontro convosco mesmos; e que f ique bem estipulado quo estas duas ou três hora s são "tabu" •• • di gamos melhor, s agradas, é mais crist ão ! não admit i ndo que qualquer mot i vo, que não vos f a ria suprimir um espetáculo na cidade ou cancel ar um jantar de runi gos em vossa própria casa, s e ja capaz de vos fazer faltar a este encontro que marc astes convosco mesmos. Como utilizar estas horas ? ~ primeiro lugar ireis tomar a decisão de que não estais com pressa; uma vez não é costume ! Mudae de ambiente; é preciso a qualquer preço modificar o quadro habitual e esquecer as preocupações. Lêde jtu1to s um capitu lo bem escolhido de um livro propositalmente posto em reserva para e sta hora pr evilegi ada (pode ser a Bi blia, a Imitação ••• ou qualquer ··autor e.spiri tual de vossa predileção). Em seguida - ou primeiramente - fazei longamente uma oraç ão; qu e c ada qual f aça, quanto possivel, em voz alta, uma oração pessoal e expontânea ; est a forma de oração, sem condenar as outras, aproxima milagrosamente os coraçõ es. Pen etrando ass im na paz do Senhor, comunicai-vos um ao outro aqueles pensamentos, aquelas queixas, ::-,qucl r·.s confidências que não é facil nem recomendavel faz er no decurso da s jornD,dà s· ativ::t.s e rui dos as e que no 0ntanto seria perigoso fechar no segredo do coraç ão, pois que , bem o sa-beis, há"silencios inimigos do amor' 1 • Mas, não vos det enhais sc5mente sôbre vós me smos nem sôbre as preocupações atuais, mas fazei uma excursão à s fontes mesmo do vos so ::t.mor, reconsiderando o ideal entrevisto então, na época em que Juntoe e com pa sso docidido empreendestes a marcha pela estrada. Renovai o vosso f e rvor!' ';1i preci s o cre r n::-.quilo que f azemos c fo.z~-lo com entusiasmo~Em seguida, voltai pa ra o presente, confrontai. idoal o re alidade, fazei o exame de consciência de vossa própria famili n - eu não di go o vosso exã me de consciência pessoal - tornai as resoluções práticas e oportunas para cura r, consoli dar, rejuvenecer, arejar, abrir o vosso lar. Empregai nêst e exame lucidez e sinceridade; remontai ~ s causas do mal diagnosticado~

Porque não consagrar também alguns instantes em meditar sôbrc cada um de vossos filhos, pedindo ao Senhor que ponha "suas próprias vistas dentro de vosso coração" s egun do a sua promessa, afim que possais v~-los e amá-los como El e :próprio, afim de conduzí-lo s segundo as sua s vistas. E finalmente e acima de tudo, perguntai a vós me smos s i Deus é o primeiro s ervido em vosso lar. Si sobrar tempo, f a zei aquilo que entendFrdes, mas, cu vos suplico, não retorneis às banalidades ou ao r~ dio. Não tendes n ada. a diz er ? Cal ai-vos juntos, talvez não seja o momento de menor prove ito. Lombrai-vos com e feito, daquela palavra de Maeterlinck : "não nos conhecemos ainda, não ousamos r~ind:>. ca lar-nos juntos. 11

'


, ... .

- 3

Será de grande importância fazer por escrito um pequeno rcl~t6rio dRqui lo qúe tiver sido descoberto, estudado, decidido, no decorrer do encontro, mo.s isto po derá ser feito depois, por um dos dois e será lido por ambos, juntos, no próximo enc ontro. O que f~z objeto destas minhas palavras, nada mais ~ do que um meio de conservar jovem e vivo o vosso amor e o vo~so lar; há seguramente muitos outros. Adotado por numerosos casais que eu conheço, já deu provas de sua eficiência. Podereis melho rara f6rmula proposta, encontrar algo . de melhor e, ai assim o quizerdcs, comunicai-meas vossas descobertas. · Será preciso, para vencer as vossas últimas hesitações e vos lev~r a admiti r a importr.ncia do dever de sentar-se, um exemplo vindo d•l cima ? "Tenho amigos que se admiram muitas vêzeg da minha tranquilidade. Perguntam-mo de onde me vem a calma e a confiança que observam em mim, eis a resposta". E o Yarechnl Tchiang Kai Chek mostra, abrindo para o hall, um pequeno studio bastante sério : 11 Cada dia, quaisquer que sejam os trabalhos que me esperam, rel~tórios ou conselhos, cu passo uma hora nêstc studio fazendo a leitura da Bíblia e orando. Jfinha esposa vem ter comigo e, juntos, pensamos no dia que se inicia, nas pessoas que iremos encontrar, na pátria." o

o

o

ENSINAMENTOS

DA EXPERIENCIA

I) .º-porque~~~ sentar-se, 1)

Porque .2!!. oon.1B6es t~m dificuldades !!:_ ~ reencontrarem : Mesmo materialmente falando. A vida é trepidante : - o marido mais e ia fica absorvido pela profissão; a esposa, pelas ocupações de casa e pelos filhos. Desencontro de horários. Fadiga •••

m•

~. ~

necessidade ~ ~ proe;ramarem ~ encontro,

. 2) Porque .21!. con,iuges têm, o.lgumas ~. dificuldades maiores gu::mto A !2$: harmonizacão doa pontos de vista. · A vida separa. -·Os caracteres são personalíssimos ( e é preciso que assim sejam). Do amor se disse : tu e eu, sem teu nem meu. :! indispensavel, pois, evitar os conflitos de personalidades. t preciso harmonizá-los. Eis uma tarefa dificil e a longo prazo, que se deve retomar sempre e que sempre demanda aperfeiçoamento. As fôrças de desagregação fazem-se sentir, passados os primeiros mêses do matrimônio : imcompreenaões, impaciências, egoísmos, amor-pr6prio, etc .•••• Continuamos imperfeitos, pecadores, embora casados. - Mal entendidos aparecem, divisões no querer se manifesta~m; silêncios se multiplicam. Bem depressa o casal deixa de ser uma unidade; são duas


- 4vidas paralelas e incomunicaveis. 3) Porque~~~~

se,ia

necessidade ~ expressão ~ que ~ posse 11 , ~grado aquela prody.zir. Somos todos opacos, uns em relação aos outros, por várias razões; dentre estas, é de se destacar a nossa tendência de aparentar o ~ue real mente não somos. E é sempre duro 11 tirar a má.scara 11 - mesmo entre maridoe mulher. Assim mascaramos até as nossas 11 aberturaa 11 (por falso pudor, o homem; por verbosidade, a mulher). Na verdade, pouco nos conhecemos, no àmago, naquilo que influe nas nossas decisões. E tememos, sermos conhecidos, tal ~ual somos, ~uer pelos outros, ~uer por n6s mesmos - o que nos comprometeria aos nossos próprios olhos. E isto atrapalha qualquer ajuda, qualquer socorro; de fóra sobre tu do. Pensamos também, que somos ou naturalmente 11 abertos 11 ou no.turalmen11 te fechados 11 , e não acredito.mos na possibilidade de aprender "a nos abrir". Como se aprende, aliás,o resto, Que é preciso ir õ. "escola" e aprender nêste setor, como Gm outro qualquer. Permitimos. que se estabeleçam "zonas de silêncio". Certos a ssuntos são "tabu"; verdo.deiros pactos secretos e invioláveis são firmados no sentido de nunca deles tratar. J!i o amor que morre. Q silêncio , ~ SQ. que ..9:!!. discuss ões, .Q ~ 11!2.!:::

~difícil~~

ESQ.~·

4) Porque

~~

5)

.2.§.

con.iUP:es arriscam tornar l!: ~ ~ ~ ~ tt!Ta-a-terra. Em toda a família há o vicio de se reduzir a vida ~ simples execução das tarefas cotidianas, com a o.tenção atolada na própria execução. Dai, o desencantamento, o aburguesamento, a mediocridade ••• Deixam à margem os verdadeiros problemas conjugais e aqueles relacionados com ã .formação dos filhos. ~uantos dramas ai não s e originam? Casamento é construir a cidade dos homens e a Igreja de Deus; é o. deliberação de se dar a si me~o ao outro conjuga em todas as dimensões hume~as e espirituais; ' é dar vida e formação a filhos de Deus ! Donde, a necessidade de tomar altitude •.• de mergulhar em profundi dade ••• de premunir-se com as armas do entusi asmo. Donde o. nocessidadetambám de fugir (no bom sentido) do rasteiro de todo o dia.

Poroue, AQ. plano eat>iri tual, .2_[ conJuges arriscam-se ~ ~ dec air ~ ~ fervor. Parte-se, na vida matrimonial, para percorrer "uma estrado. que conduz a Deus"; para tornarem-se os esposos "oompanheiros na etcrnidnde"; para, atravéz do mútuo auxílio, conseguirem plena expansão das respectivas person~lidadc, tanto no plano hum~no, quanto espiritual; p~ra re~li­ zarem "obra-prima de amor,"! O que resta, passados 10, 5 ou só 2 anos ~s vêzes, de todas estas aspirações ? Muitas vêzes uma imensa mediocridade espiritual ! Necessidade de previdência. t preciso res t stir e se organizar. Os apêlos do Senhor são frequentemente únicos, sem repetição. Ele nada tira das suas exigências primitivas, O apêlo de Cri-sto é exigente : "Conheço tuas obras : não és nem frio nem quente. Agradaria, mais a Deus que fosses ou frio ou quente ••• "


5 -

"Paro à port!'l. da casa e bato. Se alguém escutar a minha voz e a abrir, entrarei à sua casa, jantarei com êle e êle Comigo 11 (Apoc. III, 14 e seguinte).

Conclusão O dever de sentar-se nasceu de.s tas dificuldades e existe pare resolvê-l~. s. No dever de sentar-se é o Senhor que visita os cônjuges; Ele usa dêste meio ~~ru convidá los e ser por êles convidado; bate-lhes à porta para entrar, para jantar na mesma mesa; ou seja, para unir-se a êlos e êstes a tle, o Senhor.

t um momento alto do sacramento do matrimônio; é um momento em que se reexamina o essencial da vocação da vida de casados; é um momento, por consequência, da maior fruição das graças sacramentais - nunca tão vivas nem maia ativas.

I! -

.Q que

.! .!?. ~ ~

sent'3.r-aa

Difiní-lo-emos e comentaremos os seus têrmos, um a um : "0 dever de sentar-se é um certo espaço de tempo que calmamente se pasea em conjunto, todo o mês, com o fim de eliminar as causas da desunião e promover melhor entendimento e o aperfeiçoamento dos cOnjuges,sOb as vistas e com a ajuda de Deus." 1)

Qm. certo

espaço~

tempo que

calmamente~

passa

~conjunto,

todo .!?. !!!! ...

- Um certg espaço de tempo. Não 5 minutos~ Não vários instantes entrecortados. Como ontão ? Uma hora parece ser o mínimo desejável. Não é preciso fixar uma duraoão determinada. Consagrar mais tempo quando os problemas forem graves e numerosos. De mês para mês, variar o tempo, de acôrdo com os assuntos tratados. O essencial é"esgotar o assunto". Q.ue se tenha poie o tempo necessário pa ra dizer tudo, para escutar tudo, sem deixar questões em suspenso. Terminar.!?.~~ sentar-se ~ 2:: impressão ~ que .!?..§. problemas central!~ examinados ,!t ~ que ~ quanto ~ podia escln.recer ~ i!t ~ l l clarecido. Deixar o dever de sentar-se não com "boa consciência" mas com a consciência leve, porque todos os esforços que poderiam e deveriam ser feitos, efetivamente foram feitos. - que calmamente E

passa.

Melhor será, sem d~vida, não fazer o dever de sentar-se do que fazê-lo numa atmosfera de pressa ou de nervosismo. ~atar disponível ao outro. Tomar as providências necessárias para evitar interrupções (as crir.nças deitadas; o telefone desligado; procurar a casa de outro casal; mudar de lugc.r; escolher


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um c::-.nto mais acolhedor do pr6prio l a r ••• ou- não obstant e a contrc.diçãof :?.zc r o deve r de sent 2.r-se durant e um pass eio, etc.) -todo o môs ••• Porque ~Q mõs? Porque é preciso escolher um int ervalo r azoavol. ? or r~·. z õ es da exp e riência. _!lm mês 6 um bom intervalo. ~vr.mos do um mOs n~ dá certo : não se t em altura nem r ecuo suficientes (não é oonvcnicnto, sobre tudo n.os escrupulosos, r episa r, di a sim di a não, sôbre os mesmos .problcmo.s.O dever de sent ar - se, sob êste ângulo, deve ser libert ador.) Mais de um mês, não é n ada sá.b io : esquece-se. E por de> ver de· obediência, também. Ao e i t ar urn mês por ser da rcgr P..

- J2! que 6noc a , dentro de

~ ~

?

Isto fic a à ·escolha de cada casai : no lOR di ~ mês na 3~ terç ~-f c i ra ro mes· - no dia em que confessamos - no dia em que s e v ~. i à ~u sa ". - ou n :>. dnt a do ~.nivcrs ~ rio do casamento ..• - om conjunto ••. Est a pr l avra deve ser tom ~d a no bom sentido : é pr eciso forma r uma ~ dado c não an enas uma justaposi ção. O ideal é chegar - s e a uma ampl a abertur a mú tua . Ir ao fundo dos pr obl emas . An8.lisa r os mo ti ,ros , os "móvoi s 11 que se oscondcr:1 1;'.triz das n os s as de ci sões , das no ssas manc irao do s er c do r-.gir Abri r o coraç ão. Fa zer mútuas conces s ões pa r a tornar poss í vel a vidP. em connn • .!U:!Or Ó -t:r.'b"lL1 0 ! ·-.--,

:: ' : - - = : -

~~-

rrct j r· o g t~ depoi s do ·dever de sent a r-s e , poss :-un os esposos dizer : _IJ6s pcnsr.mou , , , 1 nó_i?_ dec idimos ••• nó s quer emos ••• )!;

Q dcy~

2)

~ Q

.4.2.

E.Q_J'!.t_ª-~'..:-.§~ dcv~ ~

11m. do elimin ã.r-ª& causas

gran de momento J!S. unidade, de unificP..Qão.

~ de sunião •• •

~o morycnto oportuno uara : elimina r os mal~~tendidos; para pOr em ha rmonia os ponto s de vista; pa ra dizer aquilo que nos machucam, quo nos f e z supor ou que não s e P.ntend ~ u bem.

Um dos grande o benefícios do dever de sentar-se é saber o c ~s ~ que existe um dia de encontro no qual se poderá dar ou pP. dir " e~ licaç õcs · : ( i.ITo sentido pr6prio do têrmo). Isto possibilita gua rd ar silêncio no momento da mágua (quant a s explosões são assim evitudns ! - e el as só s ervem, vi a de r e gra, · pa r a complic ar as causas); evit a que se f aç::un "coment i rio s 11 com o sc..n: gue quente; permite trunbém esquecer ninh n ri ~ s ( aquela s cou s ~s das qur.is, passados nlguns dias, dizemos : 11 é melhor nem f alar ma is sôbrc isso, pois e las não tam a minima importânci a .). 1!: devida atenc ão, .!L~~ e stá .2.Q.!!!_ trazem re al mente dificuldadcs o que nem sempre são aqueles que provoc am explos ões.

Por outro lado, pe rmite

~c abeça]&~~

Q

que~~

cor ação~.~ pontos~

Nada do tentativa s violentas pa ra extrair confiss õe s; nada tamb~m do des abo.fos 11 de snec ess á rios. Não f azer r ecriminaç ôes inuteia; receb er a s observaç ões com humildade (não diz er "não" , a priori). 11


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Dizer r3 S cousas com humildadn , sem o d<'l sejo de triunft>.r r>. quclquer preço; di zô-l ~.s sem eapi ri to de vinganç a ou de 11 rev"'nche". Nun~a humilhar e desencoraj -;.r. S'\ber dos nr.Nem s er:mrc é bom diz er tudn d.e ~ .!tq_ ~.Há et.a pas necessári as . ~ .ê~ hlr.:~ Nã-;-;c-7.~i-;::-;·d~­ ccrtos ~roblemo.s sob o pretexto do "não vo:.le u ~)<:ma·', 11 de quo se é b,...~".tant tJ forte par8. suportar sózinho", 11 de que, o.fincl, não t om i m?'H't1\....'1cia 11 , Isto s·::l-ria uma tr~ição, cobrindo uma pusilanimidade. ·

Marido e mulher t ôm dir eito à ajuda. mútua. Mostrar franc amente at=J· cic atrizes, se bem que com engenhosidade e caridade; e após madura reflexão. 3)

~promover

melhor entendimento

~2 aperfeiçoamento~

cOnjygea •••

Convem frisar, qu·e o dever de sen tar-so n âo é senão o "instrumento" util de que nos utilizamos para garantir uma "construção" sôbre a rocha c não sôbre a areia. Não é só''desabafo." Jt um meio que nos :pro;.jcia alguma cousa :positiva (não se cometo. êrro do perspectiva a êste respeito).

-

~.

é um maior Amor, um casal edificado, um casal aberto e nn.lidade é uma. "re':lliz.-...qão" de Amor.

r~~iante.

A fi-

'IJ:TAPA Sl t l!:tapl?. -

Por conseguinte, existe n. neceasidn.de de uma completa revisão do mês que passou, examinando-se de preferênci ~ os seguintes pontos (proc eder de form~ a que nenhum dêstes pontos fique sem exame durnnte v~rios môscs) : A) - Aspectos materiais e econômicos da vida conjugn.l; seu estilo, quadro social, ambiente ••• Planos paro. o futuro. B) - Tu e eu • Ainda uma vez repetimos : não ~pen~s como meio dc"d.·.- s abn.far11, mas como meio de ação positiva. VBr: que dificuldades devem ser analiàa das? Que esforços devem ser feitos ? Da p9rte de cada cônjuge . Em conjunto. C) - N6s c nossos filhos.Como estão õles ? T~m problemas novos ? Tal método de educação deu resultados ? ~istom sintomas de cris e ? Tal exume deve ser feito não só sob o ~gulo da conduta dos filhos mas também Sob o ' ângulo da ação dos educadores. Será um exume de consciência dos -pais, como educadores, .e de sua união de .. vistas em relação aos objetivos a serem alcançados. Agimos de maneira conveniente ? t certo nosso julgamento acôrca dêste ou daquele filho ? Não queremos o triunfo, a qu~lquer preço, de nossa opinião, de corto método de educação ? D) - · Nós e os outros: o pr6x~mo, os amigos, a familia, a profissão- rel~ ções profissionais. Certas ativida~es não causam dano a outrem ? Não se abandonaram algumas uteis atividades (Cultura pesao~, certo amigo, um velho rabujonto) ?


- 8 E - N6s e Deus. Tempo dedicado ~ oração pessoal, ~ oração familiar, h Ação Cat 6lic a , à paróqui a •••

F - Incluir,sendo necessário, ou de acôrdo com as circunstâncias, alAuns import antes, como por exemplo : -na ordem humana : o ano escolar, as férias, ••• - na ordem religiosa : cumprimento de tal obrigação dos Estatutos, de determi nada virtude (es~ irito de pobreza, justiça, humildade); atitude durante o Advento, a Quaresma, etc.

~

2t Etapa-

Organizar o aproveitamento do tempo. "Um lugar para cada causa e cada cousa no seu lugar" - é sábia sentenca, de multiplas aplicaç ões.

3t Etapa-

· Elaborar a regra de vida.Em função das conclusões função também de anteriores "deveres de sentar-se". Em tros exames procedidos e das consequentes deliberações tiro, seja noutra ocasião qualquer (êste, o momento de soluções que permaneciam engavetadas a tanto tempo).

a que se chegou. Em função, enfim, de outomadas, seja num reutilizar as notas e re

4 ~ Etapa -

Est a r de ac ôrdo o 'casal e querer o essencial daquilo que foi dito. Os côn juges devem estar sin cronizados e sentirem- se engaj ados no mesmo ideal. ( Tu e eu , s em te u nem meu- Um só coração, uma úni c a alm a).

4)

.§.:0 b .§&

y :iJLtª'§· ~ .2.2!!!.

_ê:

a j ud~ ~ Deus •

.Q_9._::ve r de s ent ar- s e é ~'g!§;..L~ S i ta do SP.nhor - dissemos. Na ordem ) rogres siva aqui s e,gui da , ê ste parf:igrafo é o úl t imo. Has, de fato, ó o primeiro em importân.ci a. No

Deus.

dever de sent ar-se, não se é apenas 2 e sim 3 : Deus e os cônjuges.

~ melhor, sem d~vida, não fazer o dever de sentar-se do que fazô-lo sem

"Se Deus não edificar a casa, ~ vão trabalham aqueles que a constroem; Se Deus não guardar a cidade, Em vã o vigia a sentinela as suas portas. ~ em vão que madrugas Ou alongas a tua vigília. 11 (Ps.l27, l-2) Por consequência, o dever de sentar•s e deverá incluir sempre um tempg ra zoavel destinado à oração. A prece tem a virtude a indo. de isolar o cas ecl dn ã gitação do ambiente e dar certa solenidade ao dever de sentar-se. Que forma dar a esta oração ? Cada casal que faça a sua oração. Prece ex pont~ea é o que convem. Sendo momento de oração e recolhimento, a l eitura de um texto (missa do dia, um artigo apropriado, ••• ) pode ajudar. Mas, nunca mas c ara.r os sentimentos ou trapacear. - Pedir a Deus, sinceridacte, um coracão disponi vcl, a coragem dG se abrir ~ . .!_nz cr o sacrifí cio oue .t an to custa.


- 9 -

- Pedir a Deus, a p;raça de ver claro - sem paixão. "Duas crianças ·que não conseguem faze r sua obrigação, apelam para o Pai, para que as ajude." No dever de s entar-s e somos 3, dos quais 2 dispostos a obedecer. 11 "No dever de sentar-se não estão 2 pêssoas, m:::.s 2 crianças que interrogam o Pai." Não querer viver " a sua vida " mas aquela que Deus escolheu para o casal. Lembrar-se de que, frequentemente, é mais fácil cumprir o dover do que descobrir qual seja êle. Aprender e aceitar 11 sor desconcertado". Esta, a melhor provn. de· que sabe mos nos submeter e renunciar à nossa própria vontade. - Procurar união em Deus. Porque s6 o Senhor une verdadeiramente. Quo a Virgem tenha sou lugar Ela é a Rainha dos casais.

CONCLUSÃO

Nossa ! direis. Mas o que é essencial ? O essencial é que o dever de sentar-se seja : - um momento de calma e reflexão (não se exclue o esfôrço que 6, pelo contrario indispenaavel); - um momento de unidade, de unificação do casal; - um momento de orientação dos cônjuges; - um momento alto de união com Deus; um momento alto do sacramento do matrimõnio. Do mesmo modo que a reunião da Equipe (que se compõe de diversas partes : jan tar, oração, partilha, "mise en commum", tema de estudos - cujas partos tôm proporçõesvariáveis de mês para mês, de conformidade com os problemas concretos estudados) o dever de sentar-se também não é inv~riavel. As notas acima são exemplificativas. Ninguém deve se escravizar a elas. São um lembrete para que nada se esqueça do essencial. o

o o

lUIS ALGUNS CONS"l.HOS AINDA, FRUTOS DA F.lCPERIErTCH..

12) ITão dizer expontaneidade ~ obediência ao f azer o dever de sentar-se,mas expontaneidade ~ obediência. Mas, Raros são aqueles que fazem o dever de sentar-se, uelo menos no começo, de maneira expontânea. Raros são ~queles que o fazem, de começo a fim, do maneira expon tânea. Mas é assim mesmo. A não expontaneidade também é autenticidade. (Muitas vêzes, expontaneidade é sinônimo de capricho, de disfarce). E, nenhum incoveniente traz, mesmo àqueles que já passaram modo (como no dia do casamento). ~prova, aliás, de que se toma as cousas a sério.


·- lO -

Não há quem não esteja de acôrdo em reconhecer a utilidade e os benefícios do dever de sent ar-se. Poucos admitem que o fariam se não estivessem obrigados. Dai a vant ~gem dos Estatutos e de suas regras. Pela obediência se che8a a Deus. Não concluir, por outro lado, que se deva tomar a atitude mais pesada o sorum bática dôate mundo. "Um santo triste é um triste s :·mto." "A nlegria da n.lma está na a-ção", o que quer dizer, no esfôrço. 22) Preparar o dever de sentar-se - Durante o mês, anotando (por escrito) os temas a tratar. l o meio prático de não esquecer; sem necessidade de puxar pela mcm6ria. - ~em podada, a arvore cresce como convem. Anot ar os v e rd ~deiro s prob clm~s , des prezar os outros. Os primeiros lógo se reconhecem; são ngndos, f orem . 3g)

Arranjar um caderno para o dever de sentar-se.

- Marcar os principais assuntos tratados. Anotar ~s resoluções tomada s. · - Assinr.lar as questões pendentes e a retomar. Isto possibilita confrontos e permite ao casal saber onde está e para onde vai.

~ impossível aos casais esquivarem-se da presença divina. "Os que se amam nunca estão s6s - escreveu G. Thibori; e Deus está nêles para os unir. Esta presença faz a alegria dos esposos cristãos que sabem não ser ela cem ciumenta nem impeditiva ao seu amor; mas, ao contrário, q~e ela lhes propicia que se amem sempre e cada vez mais, ao mesmo tem•. po que os fortifica e os auxilia no difícil e magnífico que é a vida matrimonial. ~ quando, nas horas sombrias, ôles não enxergam mais a rota, quando a grande presença divina os intimida, resta-lhes o recurso supremo de recorrer ~. Virgem Maria, sempre misericordiosa e maternalmente · pr6xima.

H. C.

·' '

. .


11 TEST11XUNHAS --~----::-

As melhores liQõos s!o ainda as da Yida.

~

esquema preeedente si

que apoiado inteiramente sôbre testemunhas Tividos por casais, pode dar um

~em

pou-

co a impressão de aridez. As páginas seguintes mostrarão como o dever de

sent~-se ~

praticado

concretamente. P&ra os apresentar extrafmos e pusemoa em destaque uma pequena

fra-

se de cada testemunho citado, que nos pareceu marcar seu caráter pr6prio. "Mesmo que não houvesse na vida sinão um único de ! ver de sentar-se essencial, just ificnr- sc-! ~ ~ Q, brigação dos estatutos"

o dever de sentar-se em no;eo lar fpi um ponto muito di!ícil a por em pr,tioa, de uma maneira aproveitável. Não havia má vontade de nossa parte, mas bnicamente o fato de que ~ate encontro não aesás espiritualizado nos parec! a artificial. De natural abertos ·um ao outro, ficávamos frios, desde quo esta manifestação tomara oacl.ter de obrigação. Pr~t1eamente n6s a cumprimos de 5 anos a esta parte, mas sobretudo no início, sem muita regularidade. Som me referir aos dias em que a cousa resultou em desastre compl~to, ou constituiu-se uma ocâ sião de tempestade ; muitas vezes isto era causado pela fadiga. N~sses dias o d~ ver de sentár-ae não tinha $1não um mérito: a submissão à regra. Eu acho maia i til falar doa dias em que nos trouxe uma aJuda verdadeira. Há 4 anos atraz havia uma ligeira- falha em nosga intimidade, imperceptível aos outroa 1 mRs um pouco dolorosa para n6s. Eu, absorvida peles crianças, pela casa, pelos estudos, vivia em meu domínio. Meu marido ocupado com eeu trabalho, suas ocupações sociais, mergulhado nos seus neg6cios, seus pensamentos, estava ausente da. vi~a de família. N6s nos encontrávamos cada vez menos. Um dia, depois de ter pensa~o longamente, ter recuado, hesita4o,fizemos !rente ao as8Unto e no decorrer de uma longa conversa, bastante tensa de início, não querendo confessar nossas dificuldades, tendo modo de descobrir alguma cousa de irr~paráYel, encontramos a causa de' nosso mal. Casados há 12 anos; queríamos continuar a viver •omo um Jovem casal. N6s não introduzínmos os fi. · lhos no jogo •. N6s nos aper~~b.~m_ps qu~ não éramos mo.is o.s duas orionç e.s únic as do Introito 'da miséa de casamento, mas uma célula famili ar. Os filhos não oram pois, seres que dificultassem nossa intimidade, elas deveriam const ituir uma ceusa de intimidade -mais profunaa.


l2

Muitas vezes . ~(!S "deveres de sentar-se" seguintes, tomamos como um de nossos filhos. Isso nos !êz -descobrir as lacunas e possibilidades de um deles. Pouco a pouco achamos que a oração não entrava bastante no nosso de sentar-se. Guardamos a lembrança de uma tarde muito agradável que seguiu ta constatação: nosso dever de sentar-se não foi sinão uma ora ção. Ap6s uma , t 'ação · êni collÍU!!t re'ci tamós lent~àmente ·o' te"rço, -of~rec erido c ada de zena por una .,_ç~o espeq;ial ~. d:S ·;t.~ . forma..; qu.e~ ,uma .vez nos..so t ~r,ç~._ ,t e r.m ~na,~o,_ nR.o t í nn:c. ... o vontade de falar, pois nosso silêncio foi sufici en t emen t e procnch ido c

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tema , cad a dev er a es medi int r;n t:i;:-. .i.s

Neste verão, um outro deve r de s ent a r-s e foi b em mf!rc on te . '!!:l c va:i.e r·{, inUito tempÓ, ' porque ·nós'·aj'udotl a "colócar os "pontos no s ii s " sc r i m.lC'n t ~ , e d~: pois nos sentimos ainda mais unidos. Custa-me f ala r disso ma s os.t,a oxp o1 ie:l1ci::-, r.:;~ de servir a outros e isto é o essencial. ' ·· · ·

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po·r

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Durante ~5 - dias meu marido .ausentou-se p~a consagrar-se a uma atividade social. Aceitei muito mal esta iniciativa que -m'o retirava, deixando-me em um· lugar muito ·so1itário; resp~nsá~~l por nossa família. Além do mais, cu aí v! ~ um pretexto para evasão de sua parte. Era nossa primeira separação voluntária e durante 15 dias eu remo! minha d~oepção. 1 sua volta eu tinha decidido observar um silOncio muito digno e muito ·frio ••• disso fui incapaz o uma hora ap6s sua vol ta, estávamos "sentados". · Durante· mais do 2 horas n6s evaziamos nossos corações.

. _ _ Eu compreend! que por causa de um amor absoluto eu quizcra que !Oss~­ mos ·rechados em uni pequerto' Õ!rculo~ forÇandó meu .. marido a sentir do mesmo modo ' que eu, . esquecen do qÚe· or·homem e á mulher não àão 'seres id~nti·COS, mas complem'e ntares. · · · ·· · '· ' ····'.·:r • ~;r ("\·-:r·

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.... · ,··. : -. Assim\ é ~ normal. que a . ~ulh~r. J~e3.iL ra.~nl:la. .e escrava no lar, e ti tamàém · n-o~aJ. que o ho.mem jlrf)éure . i'ora ,um enriquecim(;Jnt_o que trar.á para: . sou lar • ... ··. . ., •.•

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lle.u - rna.r-id-o · qu,er dar aofil · nossos f_ilhoa nm.a .e.duêação viril que lhe !al" ' tou .eJD..' consequência da _morte.. de . seu pai • . Po.r conseguinte . êle sentiu a ncc e ssid~de ·: de ir buscar o que lhe : ·f,altou, ne~sa· ativid_?de . que m_e. re~er!. Tudo isso pode parecer evidente, a mim não; e foi preciso me dcs p oj~ f<J~<;a sofrhnento . W

· para. c·ompreender. - Quem· diz d.eepojJ3ll,lento dj.z .p.o-r

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· ·, As .e quipes nos prestaram 1liil .ótimo~ s_e~viç o nos. o'Driti~do a desce r -pro:tundo de n6s _m.esmos •. Isto não .é· _s e!llpre f âp,i l me s:no pi~::>· . :.~ caoO.:L onde mais e · mulher são mui to . ab'ertos um ao -.o utro.... . . · rido

.. v· · ··· .Eu não tenho ,~ais nada- a acresaentar ,sinão que, de uns 20 senta,r"!'s.e , a Jllai,or parte ~oi . ab,.solutamen:t~:. ~pdif.-r~.nte, mas .mesmo quo se na vida. mais que 2 ou memmo .um único dever - 4~. ,se11ta.r-.s e essóncial, te êste que Justifica ~ate ponto dçs .e-s tatutos, J!Orqu_e ~ talvez ' d6sta .r á tMa a orienta,çã.o d_e . um -l:~. . . .; · ·

.

..

ao ma~

deveres de nã o houves~ justamenque depend~

, "No.s.so.s caminhos que JD.ui tas . ve;~f! 'd; vergam por que ·nossos t~mpe,ram,entos &ão J!lui t~ ' di.ferentes, se reoruZ8JI! s.o.• o o.lhar de Deus, no 4ia de ~osso dever de sen tar-se'i.


••

13 Não exagero . ~izend~ que o dever de sentar-se tem sido neste ano, p~a n6a, os lhlicos momentos em que temos tido ocasião de convers:-:.r trB.n q·:ilamer:t E' e seriamente. De fato, por causa de um trabâlho que lhe toma todos os momentos livres M. vive completament8·fora do lar. Eu me deito antes dele, e Ole se levanta antes de mim. As refeições são consagradas ~s conversas com as crianças, e ainda que elas não falem, n6s a! nunca estamos s6s. Assim, a neeessidade do dever de sentar-se impõe-s e desde entã,o mais a n6s. Fixamos ;..um dia: ~ sempre a tarde do d.2, mingo que precede a reunião da equipe (isso depois de 2 anos; nós nos fixamos ni~ ao então regul armente). ~o único dia que temos c9mo certo não sair, a não ser por motivo i mperioso. De mais o fato de termos que prestar contas h equipe, nos~ briga a não nos esquecer. Mas isso é muito raro, porque sentimos dolo necessidade.

Começamos por uma oração, em geral ao Espírito Santo. Depois falamos um . pouco de nós numa pequena correção fraternal. Isso se faz sem grande dificuld~ de o com muita caridade; (o que não significa que nos abstenhamos de alguma cr!t! ca sob pretexto de não magoar o outro - n6s nos consideramos de fato responsáveis por nosso aperfeiçoamento mútuo diante de · Deus) Em seguida passamos nossos filhos em revista detendo-nos sôbrc um em particular, quando seu caso nos parece, no momento., mais importante sob o ponto de vista de caráter, tendência, tra~alho. També~ s8bre nossa atitude ant e êle s,ati tudo que nos esforç amos por rever sempre, af im de não fixar nos so filh ·J nt:.m determinado quadro do q~al êle não pode ri a mnis sai r e q'l.e i opediri a de cvd,<i l· ~U.?. pe r sonalidad e . Exem plo: nossa fil ha mai s ve lh~~ E- s"!iá c o~1p l !,-t.:l.m on t c t:r."..llGfo -.:>r.aéh. e amadure cida, desde o di a em que depoi s de um "dev<)r de S <:.' >:~ ·.:.l<ac " s ~ r:!. o , ::~ r u ::t=:~8 peito n6s nos aperc ebemos que a tratáva.r.1os mui to C'. OrJo r. T.J~.is ·.rcl h .. o r~ -·..o c ..•mc c,. ~,,_ menina de 8 anos, i mpedindo-a de. e:r.:pr :!.mi r-s e expont ü..11.00.lll.Jt:.t -:J ., outro exemp:..o~ or ~ : e:. voz, decidimos leva~ nosso filhinho a ~ esP.ec i al ista de ~ r l, n ç~s, po r quu ~ao ~ •· · b!amos que a titud e e que meió de edu.:J aç:ão emp regar com êlo . Ca.dc. môs trocáv.'l.mos de m6todo, não dando o precedente nenhum r esul t ado. Reconhecemos juntos no ss a i gnorllncia psicológica e os conselhos do médi,co nos fo.ram um grande auxílio.

Revemos nossa regra de vida comum, o que é muito útil, porque a se~ mos mui to mal. Q.uandd·: não nos obrigamos a falar dela, nossa tond~ncia 6 relachala. No entanto, ela é ~em sua7e! Falamos tambóm de nossa equipe, de nosso papel no movimento, na vida social, ete. Em geral trata-se de quasi tudo, o que não quer dizer quo da! resultem resoluçõea ·prátic a s de grande importância. J dever de sentar-se ajuda-nos a confrontar nossos olhares sObre nossa vida, e verificar si esta vida está \e~ na linha do cristianismo, a refletir sObre o que Deus espera de nossa lar. Nossos caminhos quo durante um mOa divergem porque nossos temperamentos são muito diferentes, se recruzam sob o olhar de Deus em no dia do "dever de sen tar-se". Podemos assim durante o m6s que segue, agir tOdas as circunstâncias em acôrdo tácito um com o outro. Isso, bom entendido, é nosso desejo, mas não é sempre conseguido evident emente, porque sabemos bem \Ue não so~os perfeitos, mas sbmente cheios de 8oa vontade pa ra agir dn melhor forma possível, com a aj uda de Deus.


14

I

"Dois esposos que voluntariamente limitam seu j~ campo de investigaçõ ~s a.os pontos quo ~l os c c I tão_ ce-r tos de ter em comum, tem um::-. un5.ão i .mais potro quo os que procurom son d;:~r o·· aoJ._? ; , mos" _.;,..

__________ ______________ ____

guida." Ao menos uma vez respondo a uma enquête com alegria. Alegria de po~ der dizer por escrito, o . que minhas palavra~ são incapazes de dar aos amigos q~ eu desejaria convencer. t que direi, será de fato o testemunho ~e minha pr6pria oxperiôncia, mas escolhí os aspectos que toc am ou par ecem toc~r as dificuld ades dos outros. O gr~nde argumento contra o dev0r de sentar-ao 6 a !~ta de cxponta-noidade, o caráter forçado de um encontro onde não he.verá naturr.>.lidado. Na reunião de equipe, responder-se-á por vezes: "Oh, mas o dever de sentar-se n6s fazemos a todo momento, cada vez que, entre esposos, temos um momento tranquilo, uma conversa tranq~ila" ou então: 11 N6s não fazemo~, não temos feito o dever do sent a r-se porque repugna-nos a coação; nada. pode sair de bom de um encontro forç ado". Parece-me necessário frisar que êsse car áter um pouco solene do "de-ver de sentar-se", é \em característico. ~ue nos sint amos um pouco omocion~dos, perturbados, não tem nada de anormn.l. O clima do d-gv er d8 scnh>.r-s e 6 o mcsr.1o dos esposos ao :pé do altar, isto é, em presença de Deus, no dia do caswento . Par a ,iu?:-_ g~r as dificuldades, os problemas f amili ares ou pes soais, ó preciso partir .. princípio "nossa união é santa", nossos esforços de compreensão, nos s~. d. ipl·:rr,a.c::i~· nossas docisõoes são vãos si não apelamos de inicio ao senhor, si não n o s so~t~ mos tr~s dos quais dois decididos a obedecer. No dever de s mtar-sc , não hà oP~:~ pessoas que s e afrontam, mas dois filhos que interrogam s ou p::..:i. t i tué\o humild'j,. gravo, que nada tem de comum com a desenvoltura de dois parceiros que tro call' , __ bolas no tenis. O dev er de sentar-s e é um ato eminentemente religi oso. Eu disse no princípio: caráter solene, o que não qu er dizer que seja preciso f orçosc: mr-mt e pol trenas e o c enário de um salão, mas é preciso em todo o caso, uma nr c-o r raçjí_s.....• . da.~· O cenário n~o é indiferente, entretanto. Em meia hora, sôbro uma pl at a-forma cheia de um bonde, far-se-á bem dificilmente, o dever de sentar-se. t claro, que em bene.f!cio do "dever de sentar-se 11 , tem-se quo ~c_i ar a essa expontaneida.de, a êsse espairecimento, que faz em o cneanto do tontos s~ rõoes entre esposos. Que se diga bem alto. Ele desfará os m~.e ntendidos c a s de--

cepções com o correr dos anos. Si possível, o dever de sentar-se eerá fixado,mais ou monos, regularmente cada mês (manhã do 22 domingo, tarde do terceiro sábado) mas, do qUP~quer


·.

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go ito com vários dias. do antec e d 0nci ~ .~ tJ,.e será pro:pa.rado hur:w.nrun::.nt 0 pcl <:. procurR int electual dos probl emas~ abord~r e sobrctudo,par~ a ·or ~ção, com ~ s ent i Ment o de disponi bilidadc : "Enviai Vos so 3sp! ri to, Scnh'l r, o tudo será ~rcado ~· O quo s e perde em expontrmeidade , ga.nh?.-se Cr.:J .forç a. ; ::. f o rç"'. C.<:. D::"A , On d··, 3C vCi no mundo as grrm des crs açõoes da expont ~..neidnd:~: a r tes , oil-nci ,'s , V!. r1.u 0s , :."'~ quer em o esforço, a mobilizaçB.o ila vontarle n.o serviço d o c o r~ç ':o ·c d~, i n tcl igf'n c i e.

Um segundo ~rgument~ . contra o deTer de sentar-se 6 o soguinto:N6s discutimos logo de início, o que n0s faz mais m"'..l que bem; nisso n"'.o t i r :- f"lrH· r:~. da de bom." A! tmnbém me pr~rece útil ress r l t nr quo, o "dever d o s vntr.r- & ·~·· '•·;· m6amo tom·•r como objetivo, os Rssuntos dific eis que s e ovit r..m 0 '11 t od"..s convers2.s oxpontâne::ts; "Eu não vou estragar essa bôa tarde d o int üli li ·:cdc. ::..pr c; . s 0nt?..ndo t :ü questão delicada, tal pomo de discórdia." De f n.to, é jupt n'!''-1';, i'. re. ~lo que; o dever de sentar-se é f ci to: abordar probl emc.s dific c i s ~ Hf.. · Lt . · outros, os conflitos e opoaiçoes entre esp-:>sos. O dever do s onte.r-s e não o s s~, prirá, mas permitirá encara-los como uma prova, um exercí ci o de c~~ i~~d c mútu . em voz d o U I!! c omb ~t o em quo s e t em pr osa<'. de ver pr') clnLdp o v ... nc .dor . Si s 0 ~ bordem ~g dificuldades sntre espos~s dentro dü um espírito do roivindic~çt-o com e. P.Jnbiç~..o secreta de tr.i unfar, o 'nc.ever de sentar-se" não resolverá nado.,ao co!! trá.rio. Si as A-bordamos, pedindo o e.u:x!lio ~o Senhor, ' elas so tornt>.m fccunda.s.t preciso sobretudo, que os esposos não desanimem ao se verem diforcntos, quase em oposi9âo. ~ neecss~rio também reagir contra o mito de uma compreens4o verba~ do uma lua ~e mel permanente, de sussurros e ~uieeoências, Dois esposos ~uc li mi tam volunte.ri~ente seu crl'lpo dó inv~ Btigaçã.o nos pontos em quB t:lcs ost1!o certos do ter em oomum, ~êm uma ~ião m~is pobre que aquel~s quo sondam os àbi~ mos quo os seperam. num espírito e. de esperança cristã. . . de confiança .. vo

.

Si acontece que n!o se ~rogride ·na 'olttçâo hum3n~ d~ um problama,eu PCllfiO quo ontllo a submieaâo religi-oea da mUlher à: decido aconselh::o.da. polo t'lfU'!

do tom um «r~~de Yalor e atrai a graça. Eu nAo f~~o evidentemente do dccisAes quo ~o contra a conaci~ncia: êsse caso n~~ nos aeontnceu, a~e dQcieõoe. impor-tP~toa: estilo de v1da, es~olha de um estabelecimento e6eol~r, partioipaç~o a tal ou qual atividade, que não trazem ·em si, falta alguma.' · t preciso tentar falar dos problemas difíceis, som pnix~o, com o mf nimo do pnl~vras, numa atitude interior de oração ininterrupta. O rosto, fica a cr.rgo da gre.ça de Deus. Acontece-nos muitas vezes, sep~rar-nos depois de um "~ v-or de e.:m<tcr-ee'', aparentemente nstéril, Yão. Eu fico depois m~r:wilh c.dz. de TGr qu~to o horizonte clareou em segUida.

O fato de se ter Juntos colocado o problema, e~m z~nga, n~ presença de Deus, fp.,z com que da! em dianto. cada um se torne muito m~is r:';Spc1toeo e eo~roenaiyo para com o ponto. de vista do outro. ~~o se encontrou otiei?~cn~e, nenhum~ eol~~o, mas, n graça o os esforços de cada um criam um clima ~A.vorável P~ aoerdo, pr6ximo mesmo da solução. o problema que se tratou como crietãoa e como oônJuge, por ocasião do dever de sentar-se, torna-se sagrftdo, doi~~do de ser t~ate4o levi~P~ente e forc de propósito. Não se acha a s~luçlo oomo uaa P.! rola. mas a solução se aproxima muito docemente e eficazmente.


16 Certrunente :não V f' Jo a{, einão as nossas dificuldr.dcs. · A.s d0 e outros • s · rão,n~.tvalmenta, outras. 1!!U nil.o posso crer que esel'. t!n n :. ira 1o <'lJ'.r prioridrtde h gr:o.ça aej ~. inefieaz. Por outro l ;>.do, aete ·a p':llo r.. graç a devo ser ! oi t o em crmjunto porque tudo na vida de Cristo e da Igreja, mostra-nos que ae deve t e r aí a b::1.se do tl\da ~- efus11o espiritual, um sinn.l de "substra.tum humn.no 11 • O pf:.o c o Fi ·nho, que trazemos no deve r de s ent a r-se, é nossa pre s enç a de homem c mulh G ~, 12..·· do ?. lado, nossa troca de palavras, sine.l de bOa vont ade, a f P.St?.nclo o !:pcss·)2.l ", no as;:. o r~çã.o silencies ?. onde a ?.lta voz, m'3.s c omum e r ec onhoci dc como !::'.l , n ;) c.; me ço do dev e r de s entar-se. "0 sacramento d0 matrimôni o se.ntific a ~ uni ão 0o8 ~~ pose s. n o dev er de s antar-se •é como um memori'a.l 'do s acrament o do n:::.tri mí'\nio ' d:::.vi 2. previlegiado e a · êste título fonte de gra ç as previlegi a.das.

t•J:·:

. Eu d <; sejaria, terminando, dar aos · que pratic '3.ll1 o dever do s cnt r.r - s o, um test emunho de alcance muito humano, mas não n egligenciávcl. Nó s pr ~ v om o s , nc dever de sentar-se, atividades, viagens, c onvites, férias, s e is mes es ud i rrnt ado: Uma vez sôbre dez há i mprevistos, ma s nove veze s .s õbre de z a s cois <>.S dif:!e ei s ~ r e solvem como por encant o , por que elas s ão decidi das, bem r>n.-...l is ::'.do.s, son; fi esi-· t ações, b Gm r epa rtida s em r elação a outra s obrigaçõ es.

Por exemplo, nós queremos ir a um r etiro. Nó s pediremo s n a o casião , tal ajuda de tal parente, < ~vós, madrinha), pa ra não sobrccarrcga~lo do mr~ e ira intepcstiva antes d~sso. Nós requere remos de uma ou outra criança ua osforço,nós lhe imporemos uma c a rga Qastant e pesada; prevendo uma compensação, ~ descanso,~ ma viagem, o convite de ~a runiga. · Talvez _nem todos os casais tenham necessidade do taata organização. Has, om eaaa, . tanto 'llm como outro, tem0.s o _ sistema n e rvoso sobrecarregado. O tra~alho previsto oom anteéedência nos c~~sa . menos que aa improvisações. A r egular! dadc imposta p~lo dever d~ sentar-se obriga-nos á organizar, prever. Evidt ntemen te, poder-se-ia fazer isso com um outro nome, mas não nos doixari~ muit ~e v e zes ~ov~x pel ~ vida, e lançar mâos do exp~dientes. A função cria o órgão. O n ·cTe r de · scntar-:ee": forma em n6s ,·o espí_rit<> . de dir~tor de &mpreaa .e es~amo s c om iss o muito sa~iste~tosl De .t údo_ o que ·dissemos, concl~e-se que o elemento .essencial do deve de sentar-se, não é a. ecmtidtlneia. e o abandono. Não é um ac~r~o rhp i cl.-...mcnte obt]. do, mas uma análise consciente sObre a vida matrimonial para f r-.z cr umo. p arad a,r ::~ _di r o caminho percorrido, avaliar as dist~cias, calcular ns dificul d<.dc s , pr.~ ­ vcr o itinerário da. etapa seguinte, .debruçado sôbr~ uma carta que s a chruna a ~-r . tade· do Senhor, sustentado. pelo viático da g_raça. Si não há ll oree a colher, rü . se !ica. perplexo sôbre o caminho a seguir, pouco impor~a. Cumpriu-se c dever de homom e mulher. o Senhor saberá ltepressa se. reunir a nós, apó s oe revezes si oA houver o nos dar justamente o que é preciso de luz para afastar as trevas. Jiui tos caaai."s se. pergun.tsm na p_a rtilha., 1111 êles . tGm ou, DAo feito o deTer de sentar-se • .•. Parece-me que ntto existe dever de aantar-eo inooncieate.


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17

I

"Para tôdas as -idades do runor o dever de sent1'_! se, p~de uma procura e uma or i~nt ação novas.N6s constat amo s que não h6. na.da de defini t i vmente adquirido" • ..1.-------------------~ ----!• ··~

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N6s ficamos conhecendo as Equjpes de Nossa s ·,nhurc., em 191,3~ qu ando já estávamos casario s havia 12 anos. Nrís. tiv emo s s empre a graçt: do um a.r.~ol' m ~üto puro, ma.s estamos seguros que esta obrigação nos permitiu 2.p':'ofund2.r nocs·'J <:~t~o r '1 que nos presta um grande s erviço para abordar a J.~.lltW-1• C0mo os c r·.sr~is d.o n0ss~ id~de, tendemos sempre a nos fechar cada um em seu dom!nio , do n~o mais al}. montar n.osso runor por trocas, esta comunic ação profunda d~s alm;;.s que n2.o é t ot;8:-l monto natural, pois que ela exige esforço de generosidade, de dom, do h'milda.df' . ~uanto m~is avançamos na vida~ mais noss ~ experi~ncia pessoal o de outros casais nos persuade que a descoberta do dever de sentar-se é, absolutamente, essencial.~ verdadeiramente um achado das equipes! tle s6 é possível de ·o bjeção, quando mal compreendido, feito sem a-mor. Deveri~ ser sempre possível, si cada um tentar trazer consigo a caridade do Senhor. O que se passa com a oração, assemelha-se com o dever de sentar-se. O l/4 de hora de oração é por princípio uma prática inscrita na rog~a da vida. Ao fim de um certo tempo ela torna-se uma necessidade vital. ~ a prova de que a alma enc0ntrou sua propensão para. Deus (isto não exclui entretanto, as tentações do d~ mônio,que acha tôdas as boas .razões para nos amolecer!). O dever de sentar-se, de início obrigação, muitas vezes penosa para muitos casais, torna-se necessidade v! tal de rumor conjugal e se realiza autom~ticamente na lt oportunidade, se impondo. tlo torna-se uma necessidade, mesmo um estado de. espírito, no sentido de uma busca da disponibilidade. Não obstante, em vidas muito intensas, muito ocupadas. ! certamente indispensável,um contínuo esforço, para se ficar materialmente livre, assim como para atingir essa sinceridade, êste espírito livro, necessário ~ tôda comunicação e depois, . é preciso ter-se fé na necessidade do dever do sentar-se (como na oração.). Crer em sua necessidade absoluta, sem a eu valor. Pr~ticamente procuramos n~o deixar passar o sábado ou o domingo, sem ter reservado uma ou duas horas .para ficarmos tranquiiamente juntos- gcr2~mente, em 2~gum lugar fora de casa. A melhor oca~ião é quasi sempre em passeio a pé que facilita ao espairecimento, ao isolaoento. ~ste encontro semanal, tornou-se nece~ sidade vital do nosso arnor, e nos permite chegar a uma nova scmena com muito mais p~z c força e um ~or rejuvenescido no Senhor.

Nós fizemos também a experiência de uma peregrinação a Chartres, numa agradável manhã de outono. Tomamos um trem,de madl'U8ada; a uns 20 Klm. da oid.!:. da descemos e chegamos na catedral, caminhando lado a l~do, na claridade da manhã, sempre rezando e meditando em alta voz, ou em sil~ncio, um ~ lado do outro. Todos os anos, saimos de 8 a io dias, só os 2 (temos a sorte de poder confiar nossa casa a uma das av6s qu~ está morando conosco), para um lugar muito calmo, onde a natureza é a única distração e nossa felicidade nas nossas c~ minhadas tão propícias ao dever de sentar-se. Para nosso dever de sentar-se sema-


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18

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nal, reservamos as conver•as que teríamos tido durante a semana, si tivcssemos tempo ou clima favorável. A tensão produzida pelo trabalho, o cansaço, a s pr e~ cupa.çõcs impedem de abordar certas questões. t preciso o descanso do· fim de s~ ~ ­ mana• Si qun.l quer choque, qUalquer dificuldade aparece, ocasi on2..do pol r. t en-- f.1 são nervosa de um ou de outro, é preferível adiar para um momento de calma ,uma discussão que nosta hora arriscaria envenenar as coisas. Com a espera , vc-se ~.s vezes, mais claro. Um pouco de oração e de refle:dL·1 ,_ permite sempre abordar mais adequadamente os problemas. O dever de sentar-se, exige, geralmente, uma interrupção das ocu- ' pações, dos pensamentos, dos cuidados, dos pequenos problemas quoti di ~no s.Compete a cada casal escolher a maneira de alcanqar a calma interior: visita ao SS.Sacramento, passeio ao ar livre, talvez mesmo o cinema. m preciso que cada • um faça um esforço de disponibili"dade. N6s sabemos que a partida nunca s er á g~ nha, mas que apesar de tudo, esta expansão, êste desejo de franquez a , t o rnG- se · _ cada vez mais, uma atitude natural e fundamental, que nada t em de sist cm~t ic o . $~

'f

Nossos

~suntos

do dever de sentar-se

------------------------------------Sâo inumeráveis e inesgotáveis, Sobretudo depois que o Senhor nos concedeu a graça de podermos falar d'!le em comum, como de uma pessOa que está s empre conosco, o testemunho, a fonte e desfecho de nosso amor. Um retiro de 5 dias e a mcnitação do Evangelho em equipe, nos ajudou muito a ôstc aperfeiçoamento cspiri tual. Falar do Senhor juntos, é chamar sua Presença entre nós:'Q.U8:!l do _2 ou 3 estão reunidos em meu nome ••• " tle não pede sinã o ser convi ~ado para nossos deveres de sentar-se.

Falar do Senhor em conjunto, é uma fonte inextinguivel de alegria e plenitude no amor. Cada um comunica o que compreende a respeito d'~e: a esposa com seu sentimento sua intuição do divino, do amor e do dom, pelo meio da mcnitação (ela ~ aquela que guarda em seu coração). o marido com sua percepção ~, da gl6ria, da grandeza de Deus, da Trindade, seu sentido de Paterni dade. No d~ · m!nio espiritual, como nos outros, marido e mulher são chamados a se completar e a se ajudar mutuamente. t verdadeiramente graça do casamento de dar o S enha~ um ao outro. Cada um é um sacramento para o outro. Falar do Senhor,juntos,· não é sempre fácil. surgem períodos de ob~ curidade para um e para outro. t preciso s air disso. A luz volta por esta trõ- . ca mdtua, portadora de graÇas. Deixar a graça agir, mão !orçar nada, saber esperar. Aliás, esta troca espiritual pede sempre, por princípio, um encontro sincero, humilde e um acolhimento respeitoso; dos pensamentos dos outros. • Falar do Senhor juntos, é dizer o qúe se compreendeu d 1 Ele, o que !1o é parâ cada um de n6s, o que Ele nos pede. Isso permite melhor conhecer a vocação do outro· _.e o ajudar a corresponder (fim essencial: do !!'.mor). t verdade,i ramente olhar o outro, com o olhar do Senhor, o que permite compreender e di-zer tantas coisas eem nada a~ribuir a si.


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Dizem-nos muitas vezes nas Equipes, que o-amor se alimenta de encantamentos. t também certo, isto tanto na idade madura, como no início do amor; O Senhor vem então em nosso auxílio, deixando-se descobrir e admirar na alma de nosso cônjuge. mt~e que alegra nossa juventude, mesmo quando os anos marcaram traços em nossos rostos. O dever de sentar-se deve proporcionar uma franqueza total entre esposos, ao menos o desejo dessa franqueza total. Isto não obriga entretanto a tudo dizer um ao outro: dominio secreto da alma com Deus, muitas vezes inexprimi-vel dificuldades, tentações mais ou menos consentidas, in~teis a precisar. l suficiente saber que o outro tem desejo de ser ajudado, pela oração, por determin~ da atitude.

A partilha sObre a regra de vida nos parece estar na linha do dever de sentar-se, sob a condiç!o que deve haver entre os esposos o cuidado da disor~ ção, de uma grande fá e de um grande reapeito pelo trabalho de Deus no outro. l neste assunto que podemos falar no "jardim secreto". Em nossa regra de vida, co• locamos certos pontos que pe~em um esforço comum e da! um encoraJamento e conselhos m~tuos. Para certas obrigao~es próprias de oada um, o controle de um pel~ outro, pode ser uma ajuda: por exemplo tOdas as uoiteG n6e nos intorroaemoe um ao outro, si tizemos as oraç~ea. · No plano ·que pote aer ainda o da recra da Tida, o dever de eentar-et rever junto• determinada atitUde de um e do outro, iel seeto a faaer diante de outro•, o evttlo 4• vida do oae&l, ae re1ponsabilidade1 oxtorioree, a disponibilidade, tal virt~4~ a pratioar em particUlar, tal conselho •~ans4l1co ••• ~e~ em tudo iefo um srandt ou14ado pelo oút~o, muita paei&no1a e caridade m~t~ Compreender o outro t rtepeitar eua. fa1oe tu• alo &I do Senhor.

~ermite

"Amar 19!!& 4t t942"••• a qeditaolo ta lt epfetol• te s.Jolo no• tas compreender o que ~ ~enhor noe pe4e eer para noeeo oen3use, atraves de Seu amor sratuito, Amar ~ima 4e tudo 4 ir .o encontro do outrQ (isto ~o• a~uda mUito a aplainar at d1fioUldà4ee 4o 4Qv~r do eent~r-eo). Si qualquer oo11a n&o vai be~ - d1f1oulda4e de oaráter,d~ ponto 4t vista, deeconhecimonto da. r~Gte 4o outro, 6 preciao p~c~rar· êe~re e sobretudo, a cauta tm ti o nao no outro. Que O ~onto do referência do BOII& YiS&o dO OUtro, e'Ja VOrd&de1ramonte & Villo to Senhor a&bre &lo. - Ctuto 1110 ali", 6 tamb4~ aplio,vel om rolaoao a noeeoe filhos) ~tlhor

de~er

de ltntar•eo doe pa1e 6 eeeonci• ~enife1ter deea~enQ& d1antQ das crianças, Si o erro de um ou 4e outro ,parece, ~e~erTa•eo a dieouss&o »ara O dever da sentar-se, onde &possÍvel f~ar•et oom "calma, depois da oraQâO e da rs flox!o. Falando e~ oon~unto aebre ~ filho, aoha-ee multas vezes, ooaiao de reconsiderar a pr6pria poai9lo em rela9ae a 8le. A! entra ainda o julsamento com-plementar do homem e d~ mulher, esclarecem-sé mhtuamente eebre o oar!ter, 08 recursos, as necessidades do tilho,como pai e mã1, n6s temos ~s vezes, julgamentos, ro~Oes diferentes, - que~ interessante e dtil de so confrontar para compreender, ogir ou silenciar•• ~ Acontece muitas vezes, que noe encorajamos na paci~ncia ou na "santa cólera•. Para a oduoaQIO doe filhos, o

alt permite trabalhar num perfeito ac&rdo e nunca

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' Esta conversa e·n tre ·os .p ais, evita mui tas vezes, admoestações desastradas, feitas aos filhos sob press'ã o nervosa, de irri.t ação ou impaci ~ncia.ACO.!!, tece muitas veze ·s ', 'a e· nos. acusarmo~ · ae·' uffi'a" iilepcia d~ste gônero, em relação a um filho; falta de educação, falta centrá a caridade ; que ameaça comprooeter a linha do conduta que foi fixada em conJunto, e_l'.'l relaç ã o a tal filho por exemplo, que atravessa uma ~·rise de adole.s c.ência e !JOr. êste fato tem nece ss idade de uma dotérminada atitude dos pais • .'

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Existe ''t àmbém. o dever sentar-se com· os fi'lhos, óol!l todos juntos ou càrn al.gun's de .idad:e"' maig àpróximada, 'ou com tal filho orn particular (ô st e é um assunto especial para casais que tôm filhos crescidos) ••• que seja feito de um modo sistem~tico 0?- nã:o, co~ grBl'l:de,\:J . ou com pequenos, isto exige uma grande humildade, disponibilidade, sinceridade. Aí ainlia é preciso considera r o Senhpara que seja Ele que,· por nossos olhos e nossas orações, olhe o amo nossos ff'lhos. Tudo isto representa, ·evid,mtemente, um idea,l paro. o qucJ. n6s deve-moa tender, mas que nunca será a.icançado. Para Md!3ra· as idades do amor, o dever de sent8.!-se pede uma busca e uma o.rientação novas. t boll! que seja inseri to nas obrigações do estatuto, á bom que ee.ja explioado, · ! alar dele à casais novos e aos mais velhos. Segundo .n osso. caso t ae~undo casa,is de nossa idade, que conheoemos· beni, observamos que nã.dli ·!§ o.dquiri~o· de.i'~n1tiva.t!lento n~ste assunto, por-que existe ·aeinpr·e ·uma: lut~·· oon:tra tendências pessoais," ..esoish.s·, orgulhosas. Na id!:!.de madura, . certas• ten·d~ricia.s · tomas hé ·yezas 1 ' fOrmaR nOVI;l.8 OU mais confirma~ . das~ 'que oonstnúem terrível ·. o'batáou~o ao dever . de' "entar-ae • ... . • . t'f. , .. COtliiiAGM~ÃO- j)Oi;i FIL.tio~ A t'fUi?$1A o<A~~fiQ;tià- _,

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(Traduzido da "Carta aos Casais", publioa4 pela'à '~:!quipee· de Cas~s" do Oana.dd.. 'lUareema de 1952)

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6 Mar!.,~ :lme ' d.e.TeS"ii~- ~ ~~-é~a : M.a_, , ncSs vos aprenntemo, os nono• filhos, tra.ns!orma4o8 pelo· Batismo. · · · " ·. Tornando-se !ilhoa ~e, De~s ..e, i'l')tl!oet., do .. Cristo, ~on,lar~so 1sualmcnto oe ao e filhos; do a1 to 1l'oa · c~us, · s&bre Ues lan.oaatea o vouo olhar o com e.mor a.oolhestes~ · ·· "~ · · · · •

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Ífôi;. vos pedimos q\le o a tomeh mui to particula~~rtt~ s~b , a.· v_o8S.~So proteQ!o. Cónsarvai neles a vida nova que reoo'beram, esta vi~a divina que os ilumina 08 torna. semelh~t~. a~ V<?B~!'. nl,~Oo , . ,<· _., • Conservai o ~~~ . ~o:raollo a~l'll:J?,l'9 . . p"Q.r,o , ... ~ . s'?-a _alme... nmp,r., viva.; _ ~eni sabe1s quantos pe,r 1gqs 98 (ttlperam, . quanto.s, t~ntaçtS~e . os ameaçam. Melhor do · que nds sabereh prevê-l.oG; · muito maia,. do que n~e p.od~ _re~s . prescrva.-loa. A 'ncSa que teremos doe·e e ·pesada tarefe, , dé os SUia.r • na• vida, dai-nos a vos • 1 • .. • ... • ea luz, a voasa , bondade e o voeeo amor. l!'icai .ao . nosqo la4o ;nos. dias indeoisoa de sua adoleso~noiâ., ··no·s dia~ - dif!Qeia ·de . auo. ~uventudê. . .Ensinai-nos a lhes abrir os olhos . á. tu.do . Q., que é ~elo, ó seu. espírito a tud 0 . que é verdadair6, 0 , Sé':l oóra.Qiló, a _tudo ~ • que é bom. I \ , ~"< ~Uando nl!o maia estivermos aqu! para os gudar, para os assistir com os nossos cuidados, com Ós nossos obnselh~s·, pa~a os proteger oóm nô.s ao amor, ficai vós junto deles para os envolver oom vosso olhar maternal~ pa.r·a os guardar atr vez de tôda a vida. Melhor do que nós, velai sôbre ~les e tornai-os co~o filhos vossos. <' Maria, guardai-os, guiai-os, sal.vai-os Assim se~a.

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para o mês

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1. Oracf.o 1 i. t ú:_gioa H I ~endito

N O

{Daniel III, 52-56)

sois, Senhor, Deus de nossos Pais,

E digno ~e louvor e glória por todos os séculos. E

o vosso nome, Deus santo e glorioso, também é bendito,

E digno de louvor e glória por todos os séculos.

Vós soi's bendito no esplendor de vosso templo santo, E digno de louvor e glória por todos os séculos. Vós sois bendito s~bre o trono· santo de ~osso poder . E digno de louvor e glória por todos os séculos. Vós sois bendito pelo ceptro de vossa divindade, E digno de louvor e glória por todos -os séculos Vós sois · bendito, v6s que estais assentado s8bre os anjos e penetrais os abismos, E digno de louvor e glória por todos os século_ s. Vós sois bendito, v6-s que caminhais sObre as a.zas do vento e. sObre as ondas do mar, E digno de louvor e glória por todos os séculos. Q.ue ·()e anjos e os Santos vos bendigam, E cantem o ·vosso 'louvor e a vossa glória pelos s~culos sem fim ~e os céus, a terra, o mar e tudo o que encerram vos bendigam

...

E càntem o vosso louvor em a vossa glória pelos s~culos sem fim Glória ao Pai, ao Yilho e ao Espírito Santo, Dignos de louvor e de glória pelos séculos sem fim. Como no princípio, agora e sempre, glória a Deus, Digno de louvor e de glória pelos séculos sem fim Assim seja, 2, Medi ta.cl1o

(Evangelho de S.Lueas 10, 38-42) Naquele tempo, entrou Jeslis em uma aldeia, e uma mulher, chamada Marta, O recebeu em sua casa. Tinha esta unia irm!, chamada Haria, a. quel,eentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra. Marta, porém, ao afadigava na contínua lida da casa.; e, chegando-se perto, disse: Senhor, não Vos impoc tais que minha. irmã me deixe s6 com o serviço da casa? Mandai, pois, que ~..J ~ me ajude. E o Senhor, respondendo, dis ce :!.h 0 : !.fart a , ~hrta, cuidado s:1. c i ., .::...t. ata a.J!ldas com muitas coisas; entre t an~o UCllr:. s6 co i aa ~~ no c c s s~rio.. 'r~.:·::.,_ t .cu lheu a melhor parte, que não lhe se r t.. ti ;•:;.dh~ - o. ·l3do.


22 O R A C Õ. R S

para o mês de Sentembro 1. Oração litdrgiea Gradual da Missa da Festa da Natividade de N. SENHORA (8 Setembro) Bendita e venerável sois v6s, 6 Virgem Maria, quo sem ofensa da pureza, vieates a ser Mãe do Salvador.

O Virgem Mãe de Deus, em vosso seio se encerrou, feito Homem,! qucle que o orbe inteiro não pode conter. Aleluia, aleluia. Sois feliz e digna de todo o louvor, 6 santa Virgem Maria,pois de vós nasceu o Sol da justiça, o Cristo, nosso Deus. Aleluia •

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2. Medi tacão

Introi to da JH.sea da Exaltação da Santa Cruz (14 do Setembro) ~snto a n6e, devenos gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor J~ ede Cristo; . n'Ele estâ a nossa salvação, vida e ressurreição. Por Elo fonos salvos e livres.

Ps.Deus tenllà piedade .'d~ n6a .e nos abençôo; faça resplande-cer sObre nós a sua Face e se compadeça de nós •

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