I' 011\TA.
Secretariado
KERSAL
Cu
Rua Paraguaçti, 258.
a\O!fSI
Tel,51-7563-S.PAULO
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S.Paulo, Agosto de 1956 •
.!}TO IV- n2 5
DEVEMOS NO'S PROCURAR A FELICIDADE ? E. de V. E'trad.icional entre ·os cristãos do Oriente, no dia da Páscoa, saudarem-se cheios de entusiasmo, com e;:;tas simples palavras: "Cristo ressuscitou. Sin,reosueo1tou verdadeiramente!"· E' um grito de alegria incontida. Um grito de felicidade.Al<::- · gria e felicidade de que, aliás, toda a liturgia da Páscoa esta impregnada, 56 se encontram nela palavras de doçura, de ebriedade, de alegria, de transportes de felicid,! de... Cristo venceu a morte e com ela, a tristeza e. as lágrimas. Uma esperança imensa nos ~ dada e com ela, o penhor da .felicidade, A própria criação, nos diz São Paulo, espera com impaci~ncia ser glorificada conosco. O mist~rio pascal atinge o mais profundo de nosso ser. Responde ~ ~cia incoercivel de felicidade entranhada em nossos corações. E' a aurora que dissipa a noite ••• e sabemos bem, pela pr6pria experi~ncia 9 que os grandes momentos de alegria de nossa vida, revestiram precisamente este aspeto de luz fulgurante em meio ~s trevas, do expandir de todo o nosso íntimo sob um s61 de glória. Estas reflexões, feitas a mim mesmo no alvorecer do dia de ?áscoa, me sugeriram a indagação que 3ncabeQa estas linhas: Devemos n6s procurar a felicidade? Como duvidar? Sim, somos feitos para a felicidade, A certeza da Ressurreição do Cristo, é também a certeza da alegria que nos espera, a certeza de que devemos abrir-lhe largamente os nossos corações quando ela se apodera de n6se E' o maior dom que Deus possa nos fazer e não há atitude menos cristã do que a de certos espiritos melancólicos que p~recem entristecer-se quando a felicidade se lhes apresenta. E no entanto, não posso . negar que, mesmo nessa manhã de Páscoa, tive a tentação de abrir este editorial com as palavras de um escritor contempor~eo 1 não susp ~ ~to de heresia e nem infenso à felicidade: 11 Nada há para que o homem tenha sido menos feito do que a felicidade". Verdadeiro paradoxo, esta fraze. Paradoxo entretanto que pod.J3mos interpra ... t •,r c 0 mo segue: O OBJ~TIVO DE NOSSA VIDA NÃO E' A PROCURA DA FELICID~,i EMBORA PARA Ciu\ S&i.AMOS FEITOS. Não se trata de uma distinção escolástica, mas de uma verdade que a experiencia confirma. Passemos em revis~a todas as nossas recordações à luz deste pensamento afim de melhor compreendê-lo. Cada vez que·fazemos esforços; que nos vencemos, em outras palavras, cada vez que nos esquecemos de nos mesmos, que ultrapassamos os estreitos limites de nosso pequenino eu, saboreamos a alegria, ou, pelo menos, a sua anteci ·Jação na terra: a paz do coração.
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Ao contrário, cada vez que nos agarramos a esta f eli ci dade que Deus nos dá, e queremos faz e-la perdurar, nós .nos fechamos sôbre nós mesmos e ela nos escapa como a água pelos vãos dos dedos. '
A experiência é talvez ainda mais patente numa vida de equipe -e, sem duvida tamb~m, penso · eu, no interior de cada lar.
De inicio, vamos à equipe bem resolvidos a nos darmos. ·E·' difiqJi'~,'\,~·res en tarmo-nos uns sos outro.s , é dificil aceitar que os outros nos tratem por "você" (não é dar-lhes uma certa ascendência sObre nós ?)1, e difícil submeter-se à preparação das reuniões e à pr~hica do ·deyer de -sentar-se (qutfutos descobrem então que não se conheciam), ~ difioil enquad;ar-se nas obrigações. doe Estatutos, é difícil, em suma, sujeitar-se, _sair de si . mesmo, esquecer-se de sf.~Jl. . ., A expe.rUncia, ll;O.. e.~:tanto· , é unfutime. TaÚ~ momentÓa foram grandes momentos da vida de equipe, grandes instantes de alegria, aqueles de que nos lembramos de bom grado ••• de que nem sempre extraímos ensinamentos.
Segue-se com . efeito, muitas vezes, um periodo em que tudo parece ir bem, e~ que efetivamente tudo vai bem se apenas considerarnmos as causas pelo exterior (os anex on ~:?mencionam "sim" em face de todas as obrigações!) e no entanto tudo vai mal, muito,mal por vezes. Vivemos sonolentos. Vivemos do perfume de ~ f rasco vazio. Perde mo s o interesse pelo esforço em comum que era a ·fonte fecunda da felicidade. Não é mai s o impul s o, a subida , a tens ão, a remincia a si mesmo, a melhor compre ensão dos outros que procuramos , mas a alegria. E a alegria se desvanece como um fantasma . Quizemos faz er durar a felicidad e , Tornamo-nos menos exigentes, passamos a:o J.,ado dos verdade iro s problemas , nã.o nos abrimos mais s8bre aqui lo que é dificil di ze r, não mais inte r vi mos com ~ eceio de nos magoarmos uns aos outros , criamos-nos um dü,lo s etor : aquele em que nos ab rimos ~ equip e , aquele que guardamos para nós mesmos . Esquecemos o essen~i~l - O ess encial é qu~ a alegria nada mais é do qu e a irradiação do amor , isto 6·, do esquecimento de nós mesmos e · do do ~1 de sí, -~ un i ão não se faz na feliçi dal!..e~ mas ·s im no esforço . Querer conservar â felicidade sem o esforço , é querer cons ervar a lUz ·e· o c alor sem a chama. A alegria é gratuita e n~o vem de n6s. Cristo nô -lo disse: "Procurai o Réino de Deus e a sua just i ça, e o resto vos ~erá dado po r acrescimo", Não dissociemos o Mistério Pascal. Foi preciso que Cristo so f r esse e morr~ . se para ressuci tar e entrar na glória, O servidor não es t á a ci ma do mestre. Também • n6s ~evemos morrer, isto é, tudo esquecer, inclusive a n6s mesmos e à nossa propria felicidade, para realmente descobri-la e alcança-la. E é porisso que não há nenhum paradoxo em afirmar que não devemos procurar a felicidade. EQUIPES · ULTIMO ULTIMO
DE
S. PAU L O I
R E C OL H I ME N T O R E T I RO
Dia 2 de se t embro pr6ximo
. . . . . . . Dias 5/7 de outubro
pr~ximo
Não deixem para a última hora as . suas ~nsor i ções.
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- J ..... OS TEMAS DE ESTUDO
.Q....<D.l.e_119..fL.. dizem os Bst atutos Os três pri:nr"iros unos s~.o consagrados aos ass1mtos fundamentais: Prim oiro CaFJ_c::.n rmto; Segund o ano:- Fecmzrli<l:}.ª2.; Terceiro ano:- Os car:~inhos d.R. l!JJ .ião .Q..C?.n._:Qo.~ . "Depoi r.: dnr;tes tr~s anos - rezam os B::· tatutos- as equi pes podem-~s-;-olhê-;--- entre varias sé r ies de ass1mtos para os quais lhes é fornecido, como precedentemente: plano de trabalho - questionaria - r eferência" . ano:-
}l}':'.Ol.'_t;..
De dois anos para cá , esta regra rec .)beu um·. adendo que ~ i mp ortante anotar: Eouipe de Jiossa Senhora deve estudar o te_:na : 11 0 :Mistério de Mq,rio.~ num dos .l!:tLWil..ê que se seguem ao estudo dos temas fundamentais". _"Tod~
Os temas fundamentais. Porque? ~os,
Uma mesma obj eção é feita muitas vezes contra os temas dos dois primeiros 8Eija por parte de jovens casais, seja de casais menos jovens:-
11Já sabemos tudo a respeito do amor e do casamento. E' assunto que se ouve em toda a parte, e sobre o qual s e escreveu 'iambém em toda a parte". Nesta altura os menos jovens falam de sua experiência: nada mais t~m para aprandáre E os mais jovens referem-se às conferências que acompanharam, aos livros já lidos •••
Seria preciso várias páginas para mostrar:-que se escrevem e se falam muitas cousas sôbre o casamento sem as bases teológicas e espirituais que seria para desejar. E' preciso que não nos contentemos com uma espiritualidade deficiente. - que uma cousa lida ou ouvida, mesmo quando muito bonita e muito boa, gra
v~se menos do que um trab~ho de reflexão seguido de uma troca de~~éias entre o cã-
.§.al, e seguido de uma t roca de idé_ias om~ ipe. Para alimentar estas trocas de idieas poderemos nos socorrer , ao pr opR.rar o terna , de tudo aquilo que já ffoi estudado; será entfi.o entf\.o o mOtrJ ento de recorrer aos apontamentos já tomados , ou aos anti go s e livros quo serviram v a l·a a no s sa fo r maçfio , e refletir então sôbre a nossa expe riência. E 6 bem de ver que uma sólida formaç J o oo rnurn sôbre estes assuntos, contribuirá para a firmeza e irradiaç ã o do nosso lar. que é importante para a propria vida de uma equipe normalmente destinada a durar, que os casais possam part ir com as mesmas bases. E' possível que cada um de nós tenha uma ótima formação indivi dual , mas ao confrontar os pontos de vista, perceberemos, muito provavelmente, que temos cousas novas a nos comunicar uns aos outros. E principalmente o estudo destes temas no s obriga a nos abrirmo s grandemente uns aos outros sem o que nunca chegaremos a nos conhec er re almente. - finalmente poderia ser dado o testem1mh0 de numerosos casais de equipes antigas que, tendo estudado estes temas no início da vida de equipe, voltam a êlea · depois de 8 ou 10 anos. Neste meio tempo, quase todos estes casais fizeram retiros, leram trabalhos sobre o assunto, estudaram outros temas onde, por vezes, certos aspatos das mesmas questões são retomados. Após 10 anos, sentem eles a necessidade de tornar a por em comum os seus enriquecimentos, de reencontrar o ensinamento cristão, as bases doutrinárias, afim de tornar a partir com mais firrnezae sentir-se mais vigorosos para enfrentar as crises que podemvir a encontrar. Estes temas os colocam nova-
mente em race h ve rdade da
~r6pria.vi d a.
Os Tema s Marianos 1) A Anunciação 2) A 3) A,
Imaculada Conceição Visitação 4) A Natividade
5) A Apresentação no templo 6) Maria ao pé da Cruz 7) 8)
Maria no Cenáculo A As sunção
Esta série foi propost a às equipes por ocasião do Ano Mariano (1954), durante o qual especiais homenagens foram prestadas a Maria Santíssima em todo o mundo, A Equipe Dirigente propoz a obrigatoriedade da série 11 0 Mistério de Maria", para que ficasse bem marcada nossa decisão de entrega à Santíssima Virgem e para que todos os casais que ingressam nas Equipes tomas s em conciência da razão de ser de nossa sub~i~~ão a Maria. São temas doutrinários e teológicos que nos dão a oportunidade de estudar todo o plano da redenção, de abrir a nossa inteligência e o nos s o cor~ ao desígnio de Deus. Foi para muitós, uma descoberta extraordinária e o início de uma vida muito mais fi ~JF em relação a Maria. Os AJUtre s 'Íwmas Damos a s eguir a relação dos demais temas publicados pelas Equi p es. Já se ac ham traduzido s e mimeog r afados, além dos t emas fundamentais e do 11 0 Mistério de Maria", a s érie "Vida de Família '' e ' Sacramentos". Os demais serão traduzidos e impress os g radativament e . Vida de f amíli a e Sacramento s 1)
o Bat i smo
2) A Penit ência 3) A Mi ssa 4) A Comunhão
5) ·A Confirmação 6) O Matri mônio 7) A Ordem 8) A Extrema-Unção
.A...óração no lar 1) A oração no Evnagelho 2) A oração de adoração 3) A oração de petição 4) o sentido da oração
5) A meditação
6) A oração conjugal 7) A oraç ão familiar 8) A oração litúrgi~a
Cristo e o lar 1) Conhecer a Cristo 2) Sinais de que pertencemos a Cristo 3) Deus e Mamon 4) Imitar a Cristo 5) Quem é o meu pr6ximo? 6) O estilo cristão do lar 7) Os filhos ao encontro de Cristo 8) S~de minhas testemunhas )
- 5 As id~iaa mr'Dtraa de Stl.o Paulo
1) S0o Paulo e o Cristo
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2) 3) 4) 5) 6)
Morte o r ns sureiçfio do Cristo A fé em Cristo Korte e r osourreiçuo do cristão Cristo no criot~o, o cri At "o no Cri s to O Cri qt o Rnc ur dote 7) O Cri ~ tn Senhor 8) Re c n.pi t ul '1.ção de toda s as co us5.S no Cri ato 1) A p:>:>irrwira inf~tnci n. :- ativid ., de de •L a 3 r,nos • 2) A primei r ''· inf5.ncia :- viúa ."~fot iv a o moral dG 1 e ) a.nos. 3) A sogun<l:i inffulcia :- psicc)l oe;in. de 3 3. 7 nno o. 4) A scr;unda inffmcia :- a sensi bilirl ~ dc, a v id o;. fruniliar c rdiBiosa. 5) A t GIC üÍI'<:. infunoia :- a viun. ]:J ü fi !~Oa l c c~scoL· r. 6) A terc e ira inf~tcia :- a vida frunili nr, a Cà'JC!"Ç'lo moro.l c relit'l'i os a.. 7) A crise da ryubc rd n.da no jovem. (: ) A cri rie da pub0rdnde f eminina. v Porque estes temas e não outros? Poderia parecer, ~ primeira vista que não haveria incoveniente em dar às equipes, ap6s o estudo Aos temas de base, a faculdade de escolherem assuntos para o estudo de acordo com as suas necessidades ou formação de seus membros. Esta observação força ~ uma reciproca: Haverá vantagem para as equipes em adotar estudos à sua livre escolha? Os temas oferecidos às Equipes, são extremamente variados. Todos êles foram elaborados pacientemente, a partir de estudos feitos nas proprias equipes, sob a orient ação de sacerdotes e leigos conhecedores profundos da espiritualidade do nosao movimento. Todos ~1es tem uma diretriz segura: o aprofundamento dos casais em toda a teologia, mistério e mística do casamento. Difícil seria encontrar em toda a literatura, um conjunto de conhecimentos não s6 de igual firmeza e profundidade, mas, em particular, com uma apresentação e desenvolvimento tão adequadosàos métodos de trabalho das equipes. Há. sem duvida tnnl!l.eros assuntos relativos ao casamento, à vida conjugal ou familiar, ~ educação dos 'filhos, à formação para a vida espiritual do cristão casado. EntretCJD:lto dificilment e poderiam.1as equipes, isoladamente, produzir um trabalho ;,que t ão bem se adaptasse à linha mesmo de :atuação das nossas equipes. Haveria o grav.e perigo de se enveredar para o intelectualismo que com tanto cuidada o Movimento procura evitar. Os temas propostos às equipes nunca ficam na abstração. Os membros das equipes precisam conhecer o seu c asamento à luz do cristianismo, mas precisam principalmente vive-lo. E' esta a linha diretriz dos nossos temas de estudo.
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Há poucos anos, equipes das mais antigas, que já tinham exgotado todas as séries de tamas, iniciaram uma experiência que ainda prossegue:- ~tações sobre o Evangelho. Cada casal medita· durante o mês um texto do Evangelho proposto com antecedência. lO minutos de meditação, oito dias seguidos, sObre aquele trecho. Na reuni[o d~ equipe, cada um expõe, num ambiente de recolhimento,aquilo que a meditação
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lhe revelou. Nenhum comentário. Nenhuma discueeao.Ao Assistente oabe, depois, 0 .. tra:: balho_de f~zer uma . sfntese, classificar os pensamentos de cada um, dest acar 0 que h~ de pr1mord1al. Cada um expõe aquilo que procurou no contató .com Deus pela meditação ' aquilo que recebeu ••• E todos voltam enriquecidos de mil riquezas que Deus dá como quer a cada um, e que cada um comunica aos demais. Finalmente acontece por vezes que uma equi pe pre cise aprofundar um determinado problema que não se enquadra bem na diretriz do s es tudos feitos em r eunião. Nada impede que tais assuntos sejam tratados em reuniõ e s de amizade, OR A Ç ÕE S 1. Oraçãp
l itúrg ic ~
das Mi ssas das Temperas de setemb r o ·- Vi.nde , ad.orc::-.os a Dsus , r r ostremo - nos di ante do ;:ienhor ; cho r emos di ante d 1 Ele 1 q'JG nos cri ou ; porque Ele é o Senhor , nos s o Deus . Vinda, r egozijemo--nos no Senhor ; cant emo s as g lorias de Deus, nosso Salvador. - Bendi ze, <S m::.nha alma , o Senhor, e não esqueç as nenhum de s eus ben efi<lios' e El e renc7ará como a da águia , a tua mocidade. Nações todas , louvai o Senhor ; povos tod os, luuvai-0. Porque so bre n ós · · foi confirmada a sua mi s erico rdi a e a fidelidade do Senhor permanece eternament e .
2. Medi tacão
Epfstola de São Paulo aos Efesios (4 1 1-6) Irmãos: Eu que me acho preso pelo amor do Senhor, rogo-vos que andeis como é di gno da vocação a que fostes chamados: com toda a humildade e mansidão, com paciencia, suportando-Yos uns aos outros pela caridade, procurando guardar a união do Espírito, no vinculo da paz . Um s6 cor" po e um s6 F.spirito (sois vós), como também sois chamados a uma s6 e~ perança por vos sa vocaç ão. Um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus e, Pai de todos, que está acima de todos e age em tudo e em todos n6s. Seja Ele bemdito por todos os séculos. Amem.
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