ENS - Carta Mensal 1956-8B - Novembro

Page 1

'. C A R TA (

I

MENSAL

Secretariado Rua Paraguaçú, 258 •

das

EQ,UIPES

DE

Tel. 62-4943 - S.Paulo

NOSSA

S.Paulo, Novembro de 1956

ANO IV - n!! 8

MIMETISMO Toda ~riança normal dese~a, tende para a idade adulta, procura chegar de~r0s sa ao dia em que será finalmente um homem. Suas filhas, ao brincarem de bonec a , imitando a mãe, seus filhos, ao brincarem de bandido, i mitando •• ; os herois de fitas de cinemat ob edecem inconcientemente à lei do mimetismo, ao instinto de imitaç ão que ~ o grande fator de seu crescimento. E'portanto capital procurar saber qual a imagem do homem adulto oferecida à criança. Temo que em muitos lares, a idade adulta pareça às crianças ser a idade sonhada em que se pode tudo dis•utir, tudo cr i. ticar, tudo julgar, em que finalmente se é dono do seu nariz. E não serão as conversas à mesa familiar que poderão dissuadi-las disso: gestos,feitos dos avós e amigos, grandes temas da política financeira e internacional, decis&es das autoridades civis, cartas dos bispos ou do Papa, tudo é passado pelo crivo do julgamento dos adultos, julgamento tão infalível quanto impiedoso. Se em sua casa fOr assim, como é possível que seus filhos, na medida em que aspiram a ser adultos - e tanto mais quanto mais p~6ximos se encontram desse estado, não considerem intol~ravel ter de seguir as diretrizes de seus ·pais ou da Igreja, de se submeter a ordens e a proibições? Formam-se assim, mesmo no seio de famílias cristãs os insubmissos que aos vinte anos, declaram não mais acreditar em nada; casam-se com divorciados ou se inscrevem no Partido. Dirão:- por que não imitam nossa vida cristã? E',de novo,porque o que lhes parece característico da idade adulta n ão é a vida cristã mas sim a independência. Se, pelo contrário 1 os f.ilhos v~em os pais submeterem seu julgwncnt o e sua vida a seus superiores acolherem com benevol ência c.J,f.17mi:<:::.çí3es e conselho::J~ se ouvém os pais falarem com deferência de seus chefe s rel i.gioeus e oi vis, l.le a ati tu.de d.-Js palFJ ~L 3. oração é de adoração, e sobretudo se todas as reaç ões d:Ui.r·üts d.oR p<1.is rt=>vela;-,1 r.' uo é:l. -,ontade de Deus é o motor de suas vidas então, não oe achH.râ.(J obrigados a pratic;ar a r ·. vvl 't; d. para se assemelharem aos adultos. Pais, olhai o Cristo. Constatareis que para fazer de ::ms discípulos fi1hof.' submissos ao Pai, tomou um cuidado especial em manifestar-lhes sua própria dependUilcla em relação a seu Pai. Não parl'lce Ele rece9.r, antes de mais nada que se pos sa pens2.r que f'U8.S iniciativas venham dele, que ensina em seu proprio nome, que faz alguma coisa pox si mesmo e como lhe apraz! "Não, não vim por mim mesmo, foi o Pai quem me in vi ou" 11 0 Filho não pode fazer nada por si mesmo, mas sbmente o que vê fazer ao Pai. O que este faz, o Filho faz tambE!Jnll "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me tnviou e realizar sua obra"• "Não falei por mim mesmo:- aquele que me enviou, o Pai, me prescreveu o que eu deveria dizer e anunciar." "Vivo pelo Pai". Tal é. a imagem do adulto que ele nos dá, ele, o Adulto por exel~noia.

o o •

R. O.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.