OUT NOV 61 IX/5
SUMÁRIO
Editorial Sempre de acôrdo? Para sua biblioteca Mater et Magistra A Doutrina Social da Igreja O Compromisso de Equipe A primeira parte dos Estatutos "Nosso" Casal de · Ligação Um batismo Mater et Magistra e o escôndalo da passividade Súmula Oficial da Doutrina Social da Igreja O sacerdócio dos leigos Correspondência Oração para a próxima reunião O que vai pelas Equipes Bilhete do Centro Diretor Encontros Regionais - 1 Retiro em São Carlos Peregrinação em Campinas Associação de Pais e Amigos .dos Excepcionais Vida do Movimento Alegrêmo-nos com êles Calendário Retiros de 1962 Uma estatística Com aprovação eclesiástica
EDITORIAL
SEMPRE DE ACORDO?
Os X. . . tiraram ótimas fotografias no último verão. Paisagena magníficas, quadros variados. Os personagens, êsses não mudam: as crianças, mamãe e as crianças, papai e as crianças. Um grul)·o das cinco crianças, excelente, acaba de ser ampliado. Irá substituir, sôbre o rádio, a fotografia dos quatro mais velhos tirada durante as férias de 58. Num sábado à tarde reali:r;a-se a troca. Luisa contempla uma última ve:r;, antes de guardar o retrato na gaveta, os quatro rostinhos que lhe lembram que ela também tem dois anos a mais. E, subitamente:
Mário, di:r; ela a seu marido. você se lembral De que? das férias? Não . . . E' o retrato do Papa ... Em janeiro de 1959, quando as Equipes decidiram oferecer ao Santo Padre por ocasião da peregrinação a Roma o album de fotografias dos filhos de todos os casais, fôra uma cópia dessa fotografia que acompanhara a carta de Mário e Luisa. Mário tira da biblioteca "Mil casais em Roma", lembran~a da peregrinação em que os Y. . . haviam representado a equipe. "Essas crianças, respondera João XXIII ao receber os albuns de fotografias, caros pais e mães de família das Equipes de Nossa Senhora, vós quisestes, por ocasião dessa Peregrinapão, Noa exprimir vossa resolução de as oferecer generosamente a Deus, 1i Ele as chamar um dia para Seu serviso."
"Os casais fizeram questão de falar nessa promessa a seus filhos, garantindo a cada um que os ajudariam com tôdas as suas fôrças si, um dia, viessem lhes confiar que Deus os chama", acabava de dizer ao Santo Padre o Pe. Caffarel. Mario e Luisa lembram-se agora. Haviam falado oh! discretamente, aos dois mais velhos, ainda bem pequenos. Desde então, mais nada. O assunto nunca voltara entre os dois. Aliás, ter-se-ia mesmo falado novamente disso à equipe? E, no fundo , isso coloca todo um conjunto de pergurntas. Não se trata apenas de uma conversa com cada um dos maiores. Mas obriga a repensar a oração familiar, a atmosfera do lar, a educação de cada filho, nossa atitude em relação aos padres, à Igreja, nossa participação no apostolado . • . Exige também que saibamos melhor o que é a vocação ao "Mais Alto Serviço''. e os meios concretos de a realizar, que conheçamos melhor as necessidades da Igreja, de nossa Diocese. Luisa continua a segurar a fotografia entre os dedos. Parece-lhe adivinhar, lá longe, o rosto tão bom e sorridente do Santo Padre e sua pergunta silenciosa: "Então, sempre de acôrdo?". Mário, disse ela a seu marido, si fizéssemos disso o tema de nosso próximo dever de sentar-se?
HENRY L'HEUREUX nã o há civilização sem cristianismo não há cristian ismo sem a Igreja não há Igreja sem Padre a Igreja não tem problema maior e mais grave que o das
VOCAÇOES SACERDOTAIS
PARA SUA BIBLIOTECA
MATER ET MAGJSTRA João XXIII
Vozes
A recente enciclica sôbre as questões sociais - Mater et M a gistra, é um documento de uma excepcional importância. Ela apresenta ·numerosos ensinamentos, apelando para o dever dos mais favorecidos - quer sejam povos, categorias sociais, ou indivíduos - e, mostrando a afetuosa atenção do Santo Padre para os menos favorecidos. l!:sses ensinamentos o Santo Padre os dispensa num estilo acessivel, com o calor e a bondade que lhe são costumeiros. Pelos objetivos abordados, esta enciclica concerne especialmente aos leigos, e as últimos páginas do texto, as mais ardentes, se dirigem diretamente a nós, os militantes no apostolado social. Recomendamos a todos, com empenho, a sua leitura e meditação.
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A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA Guerry
Herde r
São muitos os católicos que pensam, em boa fé, que o ensino social da Igreja se situa no domínio das opções livres: na sua opinião, é facultativo aceitar ou não aceitar êsse ensino. Na verdade, é a êste êrro que deve atribuir-se a ignorância, o esquecimento, o abandono da doutrina social da IgTeja, de há dez anos a esta parte. Esta obra, oportunfssima, procura precisar bem, desde o seu limiar, que o católico, digno de tal nome, tem obrigação de aceitar esta doutrina soCial. A Hierarquia é formal nêste ponto. Pio XII, referindo-se à doutrina social da Igreja·, declarava em 1945: "E' obrigatória - ninguém pode esquiv ar·se sem perigo para a fé e para a ordem moral". E, em 1947, afirmava de novo com veemência que a doutrina social da Igreja indica o caminho a seguir e que nada "nenhum t·eceio de perder bens ou vantagens temporais, d e parecer m enos ligados à civilização moderna, menos patriotas ou m enos sociais, poderá autorizar os verdadeiros cristãos a afastar-se, um pnsso que seja, déste caminho" . Dom Guerry, Arcebispo de Cambrai, apresenta nêste trabalho, a doutrina social da Igreja em tôda a sua atualidade, suas dimensões e sua irradiação.
O COMPROMISSO DE FQUIPE "Ap6s pelo menos um ano, (o contar do doto do filiação) o equipe foró o seu pedido de admissão definitivo. Se êste fôr aprovado, os casais do novo equipe em presença de um casal designado pelo Centro Diretor, assumirão o compromisso de observar lealmente os Estatutos dos Equipes de Nosso Senhora". (Dos Estatutos dos ENS} A "admissão definitivo" é o Compromisso. Posso de grande importância no vida do equipe, deve ser encarado com seriedade. Doí os esclarecimentos que se tornovom necessórios e que abaixo publicamos.
FILIAÇÃO E COMPROMISSO: Ainda encontramos casais que ainda não distinguem muito bem êstes dois têrmos. A Carta Mensal já publicou, em outras ocasiões, alguma cousa a respeito e lembramo-nos, em particular, de ter divulgado aquela feliz comparação feita pelo Pe. Caffarel de que filiação e compromisso correspondem, na vida da equipe, ao que o noivado e o casamento são, na vida dos casais. O primeiro um compromisso, por assim dizer, provisório; o segundo, um compromisso definitivo. Com efeito, a filiação nada mais é do que a disposição firme dos casais, de fazerem com lealdade, com fidelidade, a experiência da vida de equipe. Se o Movimento pede aos casais a assinatura do pedido de filiação é para dar a êste ato a importância que realmente reveste, embora seja êle apenas um pedido de admissão provisória. Uma equipe, filiada, faz realmente parte da grande família das equipes, já que o Movimento assume para com ela o compromisso de ajudá-la no esfôrço de promover o progresso espiritual de seus membros.
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A partir da filiação, a nova equipe já entra Inteiramente no JOgo do auxílio mútuo no plano das equipes. Há um empenho bilateral de carregar os fardos uns dos outros: de um lado a nóvel equipe, de outro lado todas as demais que abrem os braços para um novo núcleo, de quem esperam um complemento de vitalidade espiritual. Durante dois anos, mais ou menos, a equipe filiada vive integralmente a vida do Movimento, tomando parte nas atividades coletivas, reuniões de responsáveis, etc. • . e os seus casais vã o qradativamente assumindo cada uma das normas propostas pelos Estatutos. Fazendo assim a experiência leal de todas as obrigações, ao mesmo tempo que vão penetrando mais a fundo na mística e nos métodos do Movimento, os casais já se encontrarão, depois dêstes dois anos, em condições de dizer se os métodos das Equipes lhes convém e se o caminho prooosto é realmente o que Deus pede que seja por êles trilhado. Findo êste prazo. variável de uma para outra equipe, os casais estão em condições de optar, em conhecimento de causa, pela permanência ou não no definitiva agora da vida Movimento, pela adoção ou não de equipe, como norma de vida conjugal. O compromisso é precisamente esta opção.
SENTIDO DO COMPROMISSO :
O compromisso é. portanto, uma tomada de posição formal, um "sim" refletido e sincero que é pronunciado: a) em relação aos Estatutos e às suas obrigações, concebidas como meio de progresso espiritual ; b) em relaçéio à própria equipe: ficamos ligados o tempo todo em que fazemos parte da equipe; cl em relação ao Movimento. ~m quem depositamos a nossa confiança e a quem, na medida de nossas possibilidades, nos d ispomos a ajudar a viver e expandir-se.
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O compromisso não é imposto: é escolhido (do mesmo modo que a entrada nas Equipes de Nossa Senhora), como um meio do qual desejamos lançar mão para progredir. Ou então, é "adesão'', isto é, entrada real e consciente no Movimento. "Ninguém é obragado a entrar nas equipes ou nelas permanecer. Mas quem delas faz parte, deve com lealdade fazer jôgo franco". O compromisso é assumido pela equipe: E' preciso, portanto, o acôrdo de todos, de se ajudarem mutuamente na prática dos Estatutos. O compromisso é explícito, o que SUJ?Õ.e uma cerimônia, O compromisso é assumido pelos casais: Durante a cerimônia é o casal que fala e não cada cênjuge separadamente. O compromisso é assumido na presença de um casal que representa o Centro Diretor e, portanto, todas as demais equipes. O compromisso é confiado a Nossa Senhora a quem as equipes foram consagradas.
QUANDO SE SITUA O COMPROMISSO:
Ao redor de dois anos após a filiação, salvo casos excepcionais que os Casais de Ligação estudarão com cs respectivos Setores. ~ste prazo não deve ser dilatado indefinidilmente. A experiência mostra que são muitas as equipes que se arrastam, antes do Compromisso. E o Centro Diretor constatÕu q•Je o adiamento não era bom nem para as equipes que marcam que estas equipes hesitantes passo - nem para o Movimento e talvez um pouco preguiçosas sobrecarregam com um pêso mais ou menos morto. Não esquecer que: "As Equipes são constituídas por corpos de guerrilheiros, compostos de voluntários". Ora os guerrilheiros agem rápida e firmemente depois que amadureceram os planos de ataque.
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O Centro Diretor não hesita em afirmar que, dentro de dois anos, as equipes que tiveram uma evolução normal, conhecem suficientemente os Estatutos e o Movimento para optar: entrada real e oficial nas Equipes de Nossa Senhora, ou desligamento do Movimento. Quando se fala de desligamento do Movimento, provocam-se muitas vezes reações violentas: "Então vocês não querem mais saber de nós? Vocês nos consideram como ovelhas desgarradas?" Não se trata disto. Quer se considere um casal que recua em face do Compromisso e vai deixar a equipe, quer se trate df: uma equipe que recua, toda ela, em face do Compromisso e que vai deixar o Movimento, precisamos sempre nos lembrar que hú outros meios de salvação além das Equipes de NÔssa Senhora! ... As Equipes de Nossa Senhora, são o que são. Destinam-se a casais que estão de acôrdo com o seu espírito e os seus métodos. Aquêles que, não estando de acôrdo, nelas ficam entretanto, por causa da amizade dos outros casais, ou por qualquer outro motivo humano, nunca estarão à vontade dentro delas e podem ser um estorvo para os outros. Há, portanto um tempo em que, após um período de expe. riência, os casais se encontram em face de uma escolha . Em face de uma tomada de posição leal a decidir. Esta escolha, só deve ser feita com reflexão madura e com orações, porquanto, o importante não é fazer o que nos convém, mas sim irmos para onde nós encontraremos os melhores me ios de caminhar para Ele.
COMO FAZER O COMPROMISSO: Quando uma equipe, após séria reflexão, resolve prc · parar-se para o Compromisso, pede ao Centro Diretor a sua anuência. E' o Casal Responsável que faz êste pedido, por intermédio do Casal de Ligação. E' evidente que deve ter havid::. révio entendimento com êste último, e com o Resonsóvel do Setor a que pertence a equipe.
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O Casal de Ligação encaminha então o pedido, acompanhado dos três últimos Relatórios mensais e dos respectivos "anexos". O seu parecer pessoal e o do Assistente da equipe, devem ser anexados aos documentos acima. Eventualmente, o Assistente poderá enviar diretamente o seu parecer em carta fechada. Se o pedido tiver parecer favorável do Centro Diretor, a equipe marca então a data para o Compromisso. Acha-se em preparação um tema especial sôbre o Compromisso. Uma vez publicado, deverá ser estudado nos três meses que precedem o pedido. As respostas a êstes temas serão também anexados aos demais documentos. AO QUE NOS COMPROMETEMOS: E simples Assumimos o compromisso de observar os Estatutos das Equipes de Nossa Senhora. Os casais pensam assim estar mais em condições de viver plenamente os compromissos de seu batismo. Ora, os Estatutos estão condensados na sua primeira parte: Razão de ser das Equipes de Nossa Senhora. Tudo o mais não passa de meios para atingir um ideal. Há no preâmbulo, frases que não podem ser esquecidas: os casais das equipes "querem ser por tôda parte os missionários de Cristo. Devotados à Igreja querem estar sempre prontos aos apêlos de seu bispo e dos sacerdotes".
Levando em conta' o imperativo do apostolado, implícito nestas duas frases, mais premente ainda nos países da América Latina, como o reconheceu Pio XII, em documento oficial, o Centro Diretor, atendendo a uma consulta de nosso Conselheiro Regional, Pe. Corbeil, concordou em que seja incluído o seguinte, na fórmula do compromisso: "Cada membro da equipe, deverá concretizar a sua preocupação para com os seus irmãos e para com a Igreja, assumindo um trabalho apostólico bem definido e comunicado ao seu Assistente, segundo suas capacidades, possibilidades de tempo, etc."
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Esta última cláusula "comunicado a seu Assistente" é Importante. Seria talvez melhor ainda, dizer: "comunicado à equipe e submetido ao contrôle do Assistente". Com efeito, uma troca de idéias, na equipe, poderá utilmente preceder o parecer do Assistente. PREPARAÇÃO DO COMPROMISSO:
O Compromisso deve ser preparado com cuidado por todos os casãis da equipe. O Compromisso é feito em equipe, mas, bem entendido, é um ato do casal. Marido e mulher de... vem estar de acôrdo em assumi-lo. Se um dos dois, após reflexão e orações, não pudesse assumir o Compromisso, o ca~al deveria normalmente desligar-se da equipe, mau grado tôdas as vantagens que tivessem alcan çado até então. Retirar-se da equipe não implica ruptura com os seus membros; pelo contrário, é muito paar desejar q eua amizade permaneça intacta. Quando a equipe se acha próxima do Compromisso, deve preparar-se da maneira seguinte: Rever a primeira parte dos Estatutos (preâmbulo), Individualmente e os cônjuges juntos. E' ela que define a grande orientação que tomamos ao entrar nas Equipes. As obrigações são feitas unicamente para nos ajudar a realizar o ideal marcado por esta primeira parte. Cada uma das proposições deve ser objeto de uma espécie de exame de consciência. Realizar uma reunião de balanço que deve comportar: uma reflexão profunda sêbre o sentido espiritual do compromisso. O Assistente representa nessa ocasido um papel essencial, cabendo a êle dar altura troca de idéias. pôr em comum as reflexões de todos sôbre a primeira parte dos Estatutos.
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uma partilha (ou contrôlel, feita em profundidade, sôbre as obrigações dos Estatutos: em que ponto cada um de nós estó? em que ponto se encontra cada casal? quais os pontos que oferecem dificuldades ou sôbre os quais queremos progredir? uma partilha muito séria sóbre a equipe e a sua vida. O que é que vai bem? o que é que nõo vai bem? qual o esfôrço novo e bem definido que vamos nos impôr todos conjuntamente?
Nessa ocasião, em muitas equipes, os casais se encontram dois a dois, para prepara r esta reunião-balanço. Podem assim encarar as cousas com mais lucidez. Para esta cerimônia é preciso prever : Uma preparação imediata: vig ília de orações, recolhimento, etc. A cerimônia do Compromisso: Nenhum cerimonial é, imposto nem aconselhado. Cada equipe, com toda a liberdade, prepara o "momento" de seu Compromisso. E' bom uma troca de idéias em conjunto sôbre êle, falar com o Assistente e com o Casal de Ligação. A titulo de documentação, o Secretariado pode dar exemplos de Compromissos. Eis algumas constantes que é necessário incluir na cerimônia: leitura da primeira parte dos Estatutos. comprom isso explícito de cada casal . entrega do Compromisso a Nossa Senhora. A fórmula do Compromisso: Aqui também, não há nenhuma fórmula oficial. Como acima, o Secretariado poderá dar sugestões. Relatório do Compromisso: que é enviado ao Centro Diretor. Poderá ser muito resumido, mas deverá conter o essencial da cerimônia e a assinatura individual de cada um dos membros da equipe que assumiram o Compromisso, assim como a do Assistente. Todo compromisso de equipe deve ser assistido por um casal designado pelo Centro Diretor; é testemunha e representante do Movimento. A CERIMóNIA DO COMPROMISSO :
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a primeira parte dos estatutos Um testemunho: Já fazem 10 anos que a primeira parte dos Estatutos constitue a base de minha vida cristã, pois contém um ideal de vida que se deve aceitar em seu todo, em espirito, com os esforços e também os fracassos que porventura sucedam. Alg uns parágrafos correspondem melhor ao meu temperamento. Quanto aos outros, procuro, com o auxilio de minha mulher, aplicá-los da melhor forma possivel. Conto mais com ela para essa ascençã o (e sei que ela também conta comigo) do que com a própria equipe. Mas, por outro lado, parec·e-me difícil esforçar-me ao mesmo tempo em todos os sentidos. São necessárias várias etapas para se conseguir dar à vida essas grandes linhas mestres! SERVIR AO SENHOR BEM DISCUTIR E' o ponto fundamen tal de meu estado de espirito; o mais difícil, frequentemente, é saber como servi-lO dentro dos pequenos incidentes que constituem a vida de todos os dias. E ' necessário, sobretudo, acreditar que nós O estamos servindo s empre que fizermos - por amor! - aquilo que se apresentar em nossas vidas.
E' preciso saber ver no operário que comandamos, no superior que obedecemos ou no cliente que servimos, um irmão em Jesus Cristo mesmo se as aparências exteriores não facilitarem essa visão. Muitissimas vezes já o tentei (algumas sei que foram um fracasso) ; êste é um ponto que devo aprofundar cada vez mais.
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POR-SE AO SERVIÇO DA HIERARQUIA
. Principio que sempre orientou minhas atitudes. Nem sempre é fácil pô-lo em prática, mas espero poder sempre continuar a adotá-lo pois acho que é uma forma de obediência muito eficaz para combater o orgulho e o espirito de independência. SER EM TODA A PARTE MISSIONARIOS DO SENHOR
Dentro do lar e por meio da familia é fácil prestar testemunho do Cristo: são dois seres que se ajudam e se encorajam a fazê-lo. Muito menos fácil será dar testemunho no ambiente de trabalho e talvez ainda menos um posto de "comando" onde a gente não deve nem ser ditatorial e nem servil, sobretudo se, além do mais, ainda se tiver alguma responsabilidade sindical! Ser um verdadeiro cristão, um autêntico apóstolo nêsse meio, não é fácil. E, no entanto, é necessário tentá-lo, controlando as próprias palavras, os atos, as tomadas de posição. Vou ficar por aqui, pois se fOsse mencionar todos os pontos dos Estatutos, seria preciso rever inteiramente tôda a nossa vida espiritual: sôbre todos há muito o que dizer. - começando por um grande "mea culpa". Rever de vez em quando êstes pontos é ótimo pois assim faremos um exame de consciência mais completo do que os habituais. Creio que seria bom reler as primeiras frases dos Estatutos e meditar sôbre elas mais frequentemente. Pergunto-me se não seria salutar para a equipe obrigar-se a não ser que todos os membros já o façam) a uma releitura dessa primeira parte dos Estatutos ao menos uma ou duas vezes por ano. Fica lançada a questão ...
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''nosso" casal de ligação "Quando penso que, com tanto tempo, ainda não conhece a profissão de Alfredo e não sabia que Pedro e Denise saíram da equipei"
Ouvindo essa frase e reconhecendo uma voz familiar, entrei imediatamente em cheio na conversa que, em pleno mercado, se estabelecera entre Francisca e Inês. Hesitei em interrompê-las, mas Francisca me viu e tomou-me como testemunha. Francisca E você, é de opm1ao que um Casal de ligação devo conhecer coda um dos equipistas? O nosso assistiu nossa última reunião (aliás, não fôramos avisados de sua visita) e não parecia muito a par da vida de nosos casais. Inês ·Como? Todos os anos, comunicando-nos sua intenção de convidar o nosso para a reunião, nossos Responsáveis indagam si temos perguntas a lhe fazer. Francisca Perguntas? Mas a respeito de que? Paulo e Amélia que já estão na equipe há 1O anos sabem conduzir bem a reunião e preencher o famoso anexo. Inês E' claro. Nossos Responsáveis de equipe escrevem todos '>S meses a nosso Casal de Ligação. Frequentemente lêem paro nós, du · rante a reunião, trechos da resposta que receberam; da última vez, perguntou-nos em que ponto estávamos quanto as resoluções tomadas para êste ano na reunião de balanço do ano passado : é verdade que os havíamos esquecido um pouco! Informava-se ao mesmo tempo de nossos reações ao Editorial "O próximo sacramento do Cristo" e isso provocou uma troco de idéias sôbre o primazia do educação em relação às obrigações profissionais.
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Mas, perguntei a Francisca, vac:ês também não têm notlclot de seu Casal de Ligação? Francisca Não, nada além de sua visita. Pelo menos é assim h6 2 anos, desde que temos os X. . . como Responsáveis. Mas devo reconhea~r que êles assitem à reunião regularmente uma vez por ano. Inês -
Vocês devem então c:onsider6-los amigos?
Francisca Amigos, seria exagêro dizer; êles vêm ver como se passam as coisas na equipe; isso não basta para criar uma amizade. Não veja bem, ali6s, a razão dessa visita tradicional que não nos ensina nada, nem a êles, com certeza. Em todo o caso, devem ter a nass:l respeito uma opinião pouco lisonjeira, pois, não sei porque, é em geral o pior reunião do ano .
Impressionada com essa constatação, intervi e perguntei a Francisca si se tratava de um simples acaso ou si haveria uma relação de causa e efeito entre a presença do Casal de Ligação, ou de seu comportamento, e a atmosfera da reunião. Não obtive resposta e já Inês retoma a palavra: Inês Acho que, como o nosso, seu Casal de Ligação não julga sua equipe unicamente oela reunião a qual assiste, mas também em função de tôdas as outras das quais recebe um relat6rio. Você acha que seus Respons6veis não precisam dos conselhos de um casal que conhece de perto outras equipes e que, vivendo fora da sua, pode vê-la com mais perspectiva e objetividade' Lembro-me que foi nosso Casal de Ligacão que nos fe:t descobrir uma falta de caridade em nosso equipe e escolhemos êsse ponto para nos esforçarmos durante o ano. Francisca Devo reconhecer que o nosso interveio uma vez. Fez 05 Y. . . compreenderem que as equipes não lhes convinham. Tlnhamos muito mêdo de os magoar e de faltar à caridade privando-os do ou· xllio espiritual da equipe. - Do mesmo modo, disse eu, não hesitaria em alert6-los si os casais de sua equipe, juntos h6 12 anos, reuniam-se sobretudo para se encontrar como bons amigos, perdendo de vista o objetivo primordial dos Estatutos e o espírito do Movimento. Inês E' isso mesmo, vocês fazem parte de um Movimento. E' também para informar a Equipe Dirigente que seus respons6veis corre•pondem todos os meses com seu Casa I de Ligação. Francisco Espero que os relatórios não sejam enviados à Equipe DIrigente! - Nem sempre, respondi. E' seu Respons6vel de Setor ou seu Regional que fazem a slntese da vida de suas equipes e Informam o Equipe Dirigente de suas necessidades.
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Inês Acontece entretanto que certos relatórios são transmitidos co Centro, pois descobrimos na Carta Mensal aquilo que nossos Respons6veis de equipe tinham escrito depois de uma missa organizada poro tôdos os casais da paróquia e outra vez foi reproduzicjo um trecho da resposta dos M . . • que nos havia impressionado muito na troca da Idéias sôbra "as idades do amor". Francisca - Seu Casal de Ligação é um modêlo da espécie: dó aten· ção a cada um de vocês e o vitalidade de sua equipe, aconselho seus Responsóveis, ligo-os ao Movimento. Inês Você acho que o seu não tem a mesmo preocupação por vocês tôdos, sem que vocês desconfiem disso? Em primeiro lugar, o nosso não é tão notóvel; no reunião, intervém pouco. Mos sabemos que nos ouve com caridade, aproveita poro nos conhecer melhor, rezo por nós. E' realmente um om1go. Francisca pelo seu.
Assim, compreendo, e trocoria de bÔa vontade os
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Inês explodiu subitamente num riso alegre que não conse· guia dominar: Francisca e eu a olhávamos sem entender. Afinal conseguiu nos dizer: Os Z. são também nosso Casal de Ligação! Essa é bôa! exclamou Francisca. Precisamos voltar ao assunto .•• Voltando para casa, procurava descobrir o que podia explicar a opinião diferente de Francisca e Inês sôbre seu Casal de Ligação: sem dúvida a antiguidade da equipe, o modo de agir dos Responsáveis, deviam influir de algum modo, mas havia também outros motivos: acolhimento da equipe ao Casal de Ligação, abertura de cada um, compreensão de sua missão, vontade de integração no Movimento. . . Deixamos ao leitor o cuidado de descobrir os outros e de concluir por si mesmo. 16
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Caros amigos No início do ano, como vocês se recordam, fizemos em tôdas as equipes, com mais de dois anos, um vasto inquérito intitulado: "As Equipes e o Concílio". Queremos trazer\-lhes hoje algumas notícias sóbre aquêle trabalho. No dia 1 5 de abril, data marcada para a entrega dos trabalhos em língua francêsa, 90o/0 das equipes tinham enviado seus trabalhos. As respostas foram imediatamente distribuídas a 31 pessôas encarregadas de estudá-las e fazer o relatório das mesmas. Depois chegaram as respostas em língua alemã, espanhola, portuguêsa, que foram enviadas a membros das equipes cujos conhecimentos linguísticos permitiam tal incumbência. No dia 1 5 de junho, recebemos 1 2 relatórios que nos mostraram os resultados do inquérito e as conclusões que dêle se tiraram. Como veem, o trabalho foi bem planejado e executado. As primeiras observações nos mostraram que a maior parte das equipes levou muito a sério êste trabalho e que cada um procurou dar o melhor de sí mesmo, em função do assunto tratado.
Entretanto, em grande número de equipes, um ou dois casais não responderam e nós lamentamos muito esta falta. Quando se apresenta um trabalho da Igreja, todos deveriam responder: Presente! Nos próximos Dias de Estudo dos Responsáveis, certamente serão apresentadas, pelo menos de alguns temas, as conclusões mais importantes do inquérito. Convém falarmos agora das férias de sua equipe, isto é, do período sem reunião, a fim de que sejam previstas, em equipe, as férias da equipe. Vamos lembrar brevemente alguns princípios e dar alguns conselhos: que o período sem reunião, seja o mais curto possível (princípio) que reuniões de amizade aproximem pelo menos uma vez por mês os membros da equipe presentes na cidade (conselho) que o controle seja feito cada mês, de uma maneira ou de outra , oral ou escrita (princípio) que um sistema de correspondência a ser estudado, permita a cada um ter notícias de todos (conselho) que a última reunião do ano seja marcada antes da dispersão geral (conselho) Ao terminar queremos lembrar-lhes que somos todos membros uns dos outros. Hó entre nós membros que sofrem, talvez pela doença de um dos conjuges ou de um filho, por dificuldades em compreensão mútua, por circunstâncias especiais do momento, tais como situação financeira, problema de habitação, etc. Certos casos são graves e nós os confiamos muito particularmente às suas intenções. Que nossa Oração das Equipes seja verdadeiramente a intercessão de uns pelos outros. Nós lhes asseguramos nossa amizade muito frat~rna.
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ENCONTROS REGIONAIS -
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Todos os equipistas que participaram de Dias de Estudos são unânimes em afirmar o bem decorrente dêstes encontros em que a presença de muitas dezenas de casais eram perto de cem em março último leva à certeza de que formamos realmente uma grande família, muito unidade, muito coesa, dentro da grande Igreja. E' unânime também a verificação do ambiente de franc~ fraternidade, de abertura, de confiança mútua, seja nas mesasredondas, seja nas reuniões de equipe. Resulta dêles, uma . compreensão maior do Movimento e, a graça atuando, os casais voltam para as suas equipes com novo impulso, novo entusiasmo que irá contagiar os demais para uma dedicação maior pel·a extensão do Reino de Cristo. Por que nõo levar a todos os equipistas a oportunidade dêsses encontros coletivos, já que tanto beneficiam os seus participantes, ao mesmo tempo que revitalizam o Movimento? Foi para responder a esta necessidade que o Movimento já tem por norma a realização periódica de Encontros Regionais, reunindo todos os casais de uma mesma circunscrição geográfica. A sua realização em nosso país, apresentava dificuldades grandes. Mas era preciso enfrentá-las. E' o que foi feito êste ano, com a realização dos Encontros de Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Caxias do Sul, em fins de julho e, pouco depois, em Santos, Campinas, Jaú, Ribeirão Preto, Sõo João da Boa Vista. Cabe-nos contar aqui, inicialmente, as impressões trazidas do SuL Dois casais, designados pela direção das E.N.S., acompanhados de um Assistente, Mons . Roberto Roxo, receberam a incumbêp- ,
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cia de executar naquelas quatro cidades, um programa cuid<Jdosamente preparado, não só por êles, mas também com a colaboração ativa das equipes locais. Fomos sucessivamente desembarcando em cada um daquêles centros. Não nos surpreendeu encontrarmos em tóda parte, aquela <Jcolhida fraternal e calorosa a que já nos habituámos. Verificamos mais uma vez que um equipista está sempre em casa, quando v.::11 o cas<J de outro equipista . E que não é letra morta o que nos pedem os Estatutos: "Acolher com coração fraternal, quando se oferecer oportunidade, os casais das outras equipes". Não é possível descrever tudo o que se passou nêsses dias : a surprêsa da descoberta de cidades novas, sempre maiores e dinâmicas do que se supunha. A cativante alegria de travar conhecimento com inúmeros casais até então desconhecidos, mas já :~migos . O desdobrar de uma natureza multiforme e grandiosa e, :~té mesmo, a surprêsa de "apreciar" no dia da volta, as belezas de uma geada, com uma temperatura abaixo de zero ... O que lhes queremos contar é que voltamos contagiados pelo :~mbiente de animação, certamente maior do que o "élan" que queríamos semear ... Sentimos palpàvelmente o valor dêstes Encontros, para fazer reviver quem sabe, descobrir o sentido das Equipes. Não temos dúvidas que, para alguns, os Encontros foram uma revel::~ção da amplitude, da unidade do Movimento. Quantos nos disseram a surprêsa que tinha sido para êles, a reunião de equipe_, formadas por casais dos vários grupos locais. Nunca tinham imagin do que fôsse possível tal abertura, tal franqueza, tal confiança, com pessoas que às vezes mal conheciam. As reuniões realizadas mesas-redondas, reuniões de equipe foram uma oportunidade única de troca de idéias, de esclarecimentos sôbre o real espírito das obrigações, sôbre a mística, sôbre o sentido da disciplina. Houve contatos com os Responsáveis, que permitiram o estudo das características locais, das dificuldades, dos meios a emprega·r para dinamizar o Movimento, ou para repensar novas estruturas.
IV
Houve contatos com a Hierarquia e com o cle ro E é com verdadeiro reconhecimento que registr<.1mo~ as marC'IS de simpati<l recebidas dos Snrs. Bispos que, não só nos receberam, como também nos animaram com a sua palavra, seja nas grandes rcuniocs. seja por ocasião das missas por êles celebradas especialmente para os equipistas. E' certamente animador para as Equipe». sentir éste apôio e esta compreensão. Houve oportunidade de aprender muito, no conta to com as peculiaridades locais. E tivemos oportunidade de sentir, principalmente em Florianópolis, o grave problema d a escassez de sacerdotes. Longe das grandes capitais, ao atravessar estas imensas regiões, ao conversar com os sacerdotes, compreende-se a angústia da nossa Hierarquia . E compreende- se a imensa responsabilidade dos leigos, a imensa responsabilidade dos equipistas que, talvez mais do que em qualquer outro lug3r, devem ser "os mais dedicados, os mais devotados, os melhores servidores da Hierarquia, como que um pequeno estado-maior, sempre humilde, sempre disposto a agir", no dizer do Pe. Caffarel. Outra finalidade dos Encontros , não o menor, é "v1ver uma as sembléia cristã". ~ste objetivo foi sem dúvida alcançado. Em pequena escala, em Pârto A,egre e Caxias do Sul onde contamos por enquanto! com uma única equipe, mas com notável vigor, em Florianópolis e Curitiba. E para isto contribuiu poderosamente a inestimável colaboração de Mons. Roxo, ao apresentar com rara felicidade e não menor profundidade , o significado cristão do matrimônio e a grandeza espiritual da vida conjugal e familiar. Destacamos ainda a participação dedicada dos Assistentes locais. Por ocasião das missas celebradas, por ocasião da 'Hora ~anta realizadas em Florianópolis e Curitiba, havia sem dúvida uma alma coletiva elevando aos céus as preces, as intenções, as ações de graças. Será possível uma síntese desta confortadora peregrinação através dos três Estados sulinos? Destacar, por exemplo, a perseverança da equipe de Porto Alegre, ou a abertura, entusiasmo e devotamento da de Caxias? Ou ainda o magnífico esfôrço de preparação desenvolvido por Florianópolis, estendendo os convites a
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casais · simpatizantes e sacerdotes também de cidades ' e dioceses visinhas? Ou o dinamismo dos casais de Curitiba, procurando expandir o Movimento ou realizando um ativo trabalho de apostolado? Qlremos de preferência que vimos na nossa viagem, nitidamente, achar-se em marcha o apêlo feito há quatro anos por Pe. Caffarcl, na sua oração de despedida: "Eu vos conclamo a empreender, a levar avante, uma ação sistemática, organizada: fundar uma equipe em todos os pontos estratégicos do Brasil. Lançar sôbre a vossa Pátria uma imensa rêde de que as equipes sejam os ' nós. Assim fazendo, as Equipes serão capazes de levantar o 'Brasil!" RETIRO IM SÃO CARLOS
A Equipe de Coordenação de Jaú organizou em julho, dias 7, 8 e 9, seu retiro anual, no Colégio São Carlos, das Irmãs do Santfssimo Sacramento. As senhoras pernoitaram no Colégio, os homens no Seminário. Fizeram o retiro completo 15 casais, sendo ·-que · no domingo compareceram mais alguns. As bondosas irmãs se desdobraram para que tudo corresse bem e é justo, ainda , ressaltar a gentileza do Pe. Desan, Assistente da equipe São Carlos 1 ., que tudo fez pelos "seus homens" no Seminário. · O retiro em sí foi magnífico. Padre Eugênio Charbonneau cor. respondeu às expectativas e suas pregações calaram fundo na alma dos presentes. Encerrou o retiro a Santa Missa , celebrada por Dom Ruy Serra , Bispo de São Carlos, dialogada com os equipistas que, todos sem exceção, comungaram. Pregando durante a Missa, Dom Ruy fez o elogio das equipes de casais, salientando a sua importância, o papel de relevância que lhes está destinado na defesa da família , na atual conjuntura. Estão de parabens os companheiros de Jaú por esta realização. Sabemos das dificuldades que existem em cidades do interior para a organização de retiros. Ern anos anteriores, os retiros tiveram lugar em fazendas, com instalações mais ou menos precárias,
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· que os equipistas enfrentaram com espírito esportivo. Já desta vez ó seu número era muito grande e foi preciso encontrar-se outra fórmula . Quando não existe casa de retiros, a única solução viá vel é a adotada em São Carlos. Esperamos que também em Ribeirão Preto, em Santos, em São João da Boa Vista e outras cidades, êste exemplo possa ser seguido, pois os frutos colhidos de um retiro são muito superiores aos do melhor dos recolhimentos. Não falamos em Campinas, pois a Equipe de Coordenação daquela cidade já marcou o seu primeiro retiro "local" . (Até agora os casais participavam dos retiros de Baruerí ) . Terá lugar na chácara das Irmãs Missionárias, em Valinhos, de 1O a 1 2 de Novembro, e será pregado pelo Pe . Charbonneau . Os equipistas de Araras, Conchas, assim como os das outras cidades próximas estão convidados a aproveitar a oportunidade , inclusive os de Jaú, Baurú e .São Carlos, que perderam o "seu" retiro em julho.
PEREGRINAÇÃO EM CAMPINAS Se a peregrinação programada em São Paulo para o dia 7 de setembro não se realizou , os companheiros de Campinas no entanto, tiveram a sua . Mais de 120 pessoas 21 casais de equipes, casais amigos, e simpatizantes, 2 casais de noivos e dois tomaram parte na peregrinação. Foram de carro Assistentes até a fazenda de um casal equipista . Ali, após a apresentação das intenções da Peregrinação, (que eram três principais: pelo Concílio Ecumênico pelo Brasil pela santificação das famílias ) os peregrinos iniciaram a marcha, dois a dois, em silêncio e com muita ordem , inclusive por parte das criança5, tendo õ frente uma cruz carregada pelos homens, que iam se revezando. Durante 3 kms. rezou-se o Rosário , entremeado com canto de ladainhas, até que apareceu aos peregrinos a Igreja de Santa Maria de Jaguariuna . Entraram no santuário colocando as partículas no Cálice apresentado por um dos Assistentes, e participaram da Santa Missa, dialogando-a , lendo em côro textos VIl
apropriados os diversas partes, dirigindo-se cantando à Santa Mesã . Depois da Missa voltaram da "perua do prégo" à fãzendn. onde fizeram um pique-nique e ficaram até o fim da tardo, tocando violão e cantando, as crianças tomando banho de pi;cina, num ambiente de grande 2legria.
ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS
Caros amigos, talvez vocês tenham visto por aí !)ela ciàade, na última semana de agôsto, duas mãds amparando uma flôr num cartaz alusivo à Semana da Criança Retardada. Mais "amor c compreensão" é o que pedimos por essa flõr tão frágil que é a criança excepcional. Meus amigos antes de lhes falar de tudo o que poderemos fazer pelos excepcionais, queremos lhes explicar antes que fiquem chocados (estando fora do problema) que êste têrmo "excepcional" é usado em vários lugares para indicar todo aquele que é exceção. Essa semana a que nos referimos foi organizada pela A. P. A. E . (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Teve como objetivo ventilar o problema do excepcional, divulgar o que 10 é feito com o retardado e elucidar a opinião pública sobre o que pode e deve ser feito. Escrevemos a vocês através da Carta Mensal com duplo objetivo: l .0 levar a todos os lares que a recebem e que porventura tenham o problema, uma mensagem de esperança e um convite a êsses pais que venham a nós, para num grupo cada vez maior, lutarmos pela solução do problema. Em 2. 0 lugar, queremos mostrar a vocês todos que estão empenhados num movimento de apostolado, que o excepcional (também criado à imagem de Deus e semelhança) pode ser catequisado. Tenho em mãos um livro do Padre Henri Bissonnier "Pédagogie Catéchétique des Enfants Arriérés". hse sacerdote dirige em Paris o movimento catequético do retardado. Temos no Instituto do Graal uma ex-aluna do Padre Bissonnier assim como um Irmão Marista recém-chegado da Europa . Que tal organizarmos uma catequese dêsse tipo? VIII
C<:~ros Equipistas, aqui deixamos nosso apêlo e o nosso pedido de orações pela nossa causa.
Ficamos ao inteiro dispor dos amigos, para qualquer informação fiO nosso enderêço ai. Barão de Limeira, 360 ou pelo te I.: ..
52-8545.
Ruth e Gilberto Penteado da Silva Tell(;s
VIDA DO MOVIMENTO Compromisso
Foram as seguintes as equipes que fizeram o seu Compromisso: Alemanha: Fribourg 3 I 11 /5) Argélia: Alger 1 14/6) França: Abbeville 2 121 /6), Aix 5 (7 /6), Amiens 5 123/5), Auxere 1 128/6), Bordeaux 9 I 12/7). Le Havre 2 120/), Le Mans 4 16/6), Marselha 10 12/71, Marselha 14 112/7), Paris 55 12/6) Paris 63 (9/6), Pont-àMousson 2 112/5), Quignes 1 129/51 . - Portugal: Porto 3 (26j4) Filiação
Foram as seguintes as equipes que se filiaram: Argélia: A in el Arba 1, Alger 5. Alemanha: Karlsruhe 1, Lahr 1. Brasil: Araçatuba 1, Jaú 4, Pederneir<:~s 1, Santos 3. Espanha: Barcelona 29, 31, 33, 35, Moinho> do Rei 1, Pamplona 1, São Baudilho de Lobregat 1, São Felix de Lobregat 1. Valência 3. França: Aix 7, Alençon 2, Beaunf' 2, Givors 1, Grenoble 14, Lyon 14, 15, Marselha 18, Merlebacl1. Metz 3, Montreuil-sur-Mer 1, Moulins 1, Nancy 6, Paris 77, 78, Pau 9, Rouen 13, Thiers 1, Tours 4, Vannes 6 . - Senegal: DJkar 3. Suíça: Sion 3, Tramelan 1. Tunísia: Sfax 2. [quipes pot correspondência 22. As equipes brasileiras que se filiaram foram: Araçatuba 1 Equipe Na. Sa. Aparecida Assistente: Mons. Luso da Cunha Sómas C . R.: Maria do Carmo e Duilio D'Angelo
IX
Jaú 4 -
Equipe Na . Sa. do Bom Conselho
Assistente: Cônego Gastão Oliboni, o.praem . C.R.: Glória e Emílio Arradi Pederneiras 1 -
Equipe Na. Sa. do Belo Amor
Assistente: Pe . Darcy José Almeida Pinto C. R. : Trindade e Durval Pereira Santos 3 Equipe Na. Sa. Rainha dos Apóstolos Assistente : Cônego Alfredo Sampaio C. R. : Etelvina e Augên io Miranda
ALEGREMO-NOS COM fLES
18 / 5
Carla
Maria Rosa e Colemar Maia Eq. Na . Sa. da Imaculada Caconde
8/6
Marcelo
Mirtes e José Perini
Luiz Henrique
Geny e Fausto Pires de Campos
Eq. em
26/6
Concei~ão
Forma~ão
-
Eq. em Formação -
São Paulo Jaú
lvone e Nelson Dutra de Oliveira
2/7
Paulo
8/7
Pedro Paulo João Paulo
Eq. Na. Sa. do Brasil -
10/7
Paulo Eduardo
Shirley e Walter Botta
13/7
Rodrigo
Cleyde e Ruy Cesar do Espírito Santo
Regina Aparecida
Eisa e José Carlos Nunes
Eq. Nsa.Sa. da Esperança - Rib. Preto São Paulo
Rose e Francisco Petrarca Garcia Eq. Na. Sa. da Esperança Eq. Na. Sa. Rosa Mística -
São Carlos São Paulo
Eq . Na. Sa. Rainha dos Apóstolos Santos
Maria Luiza
Luiza e Mário Eugênio Mall egni Eq. Na. Sa. Santos
X
Rainha dos Apóstolos
CALENDÁRIO nov.
dez.
10- 1 2 : Retiro em Campinas local: Chácara São Domingos pregador: Pe. Eugênio Charboneau, esc informações: Pérola e Cícero Wey Magalhães Rua Sampainho, 329 - tel. 5830 - Campinas 17-19 : Retiro em São Paulo local: Baruerí pregador : Mons. Benedito Ulhôa Vieira informações : Suzana e João Batista Vilac Rua Monte Alegre, 759 - tel. 62-8092 ..: Reuniões de Balanço das Equipes 3 : Recolhimento em São Paulo 3-9 : Reunião de Bal~nço das Equipes de Setor e das Equipes de Coordenação 1O : Reunião de Balanço da Região 17 : Reunião de Balanço da Região 22 : Come moração de Natal, em Campinas
RETIROS DE 1962
23 / 25 23 / 25 18 / 20
24/ 26
fevereiro março maio agosto
UMA ESTAT(STICA Com que idade entramos para as Equipes? O Secretariado Geral nos dá as cifras de uma estatística feita com as equipes do mundo todo , que se filiaram entre outubro de 1960 e março de 1961 . XI
Entre
22 26 31 36 41 46 51
e e e e e e e
25 anos 30 35 40 45 50 60
..
8% 31% 300f0 19% 8% 2% 2%
Os índices extremos são 22 e 58 anos. A maioria está nos 30 anos ( 1"4o/0 do total) . Em anos de casamento as cifras indicam desde menos de um ano até 28 anos.
XII
um batismo Uma criança que se batiza. .. Isso no.! parece quase banal, tão natural que esquecemos de nos alegrarmos! Ma.! que uma menininha 8€ja batizada, torne-se cristã, apenas porque seus pais foram acolhidos com um coração fraternal por um de nossos lares durante seu tempo de estudo, em Paris, não consiste uma grande alegria para t6da a familia das Equipes 1
"Tendo em nossa familia vá.rlos missionários e por isso sensibilizados para os problemas das pessOas de cOr, foi-nos fá.cil responder, há. três anos, a um apêlo lançado em Paris aos lares cristãos para o acolhimento de estudantes de Ultra-Mar. Pensávamos que entrariamos em contacto com um rapaz . . . Foi um casal que nos foi enviado. Vindos da Africa negra, Gastão e Iolanda, dois magniflcos pretos, terminavam seus estudos em Paris. Lembramo-nos ainda do primeiro serão passado com êles. Tlnhamos aberto nosso Larousse antes de sua chegada para refrescar nossos conhecimentos geográficos e ter uma idéia - mesmo sumária - de sua terra. Muito depressa sentimos que, apesar da diferença de cõr, fôramos feitos para nos entender; fizemos reciprocamente a apresentação de nossas famflias por meio de fotografias, ouvimos juntos um disco folclórico de sua terra que haviam trazido. Depois, as mulheres conversaram de assuntos domésticos enquanto os homens evocavam os problemas econômicos e
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poUticos. No fim de sua e!tadia êles eram para nó! um pouco como "primos do interior" que Unhamos prazer em associar as nossas alegrias familiares e em poder encontrar conforme nossa fantasia e tempo disponivel. As conversas, cada vez mais amigá.veis, nos fizeram saber que ela e êle haviam sido educados na religilio católica mas que sua vinda à França, devido à desambientaçã.o, havia feito dêle um indiferente e dela uma adepta do protestantismo. Não estava em nossas intenções abordar o problema religioso de frente, mas conservá.vamos sempre no coração o desejo secreto de aproveitar tôdas as ocasiões para esclarecê-los. Há. dE'zoito mêses nascia-lhe uma menininha, quase que em nossa sala . . . por alguns instantes Efetivamente, êles não tinham quarto nêsse momento e nós os havíamos recebido em casa. Preocupava-nos o problema do Batismo e não sabiam os como lhes falar. . . Partiram, sem que nada tivesse sido feito . em julho último. Mas continuá.vamos a manter contactos: Gastão, que tem agora um papel importante em seu jovem Estado. não deixava nunca de passar em casa durante suas viagens a Paris. Há. alguns dias o casal nos anunciava por carta que sua filhinha, atingida de poliomielite, fôra mandada em tratamento para a França e dizia-nos o seguinte: "Gostariamos que a pequena fôsse batizada, é um assunto que nos é muito caro. Proponho o seguinte, si vocês puderem e quiserem: um d ia vocês irão buscar a pequena no hospital e a levarão para batizar. Você será. a madrinha e seu marido o padrinho. Que acham disso ? E' claro que previamente terão tudo combinado com um padre e nos terão escrito antes do dia do batizado para podermos participar dêle pelo pensamento ... " Inútil dizer nossa aquiescência e nossa alegria e também que confiamos imediatamente essa nova responsabilidade à equipe na última reunião ... " 18
.
"MATE R ET MAOISTRA" e o escândalo da passividade •.. "que quem tiver o talento da palavra ,tome cuidado em se não calor . •. (Leão XIII citado por João XX!II no Moter et Magistral
Foi meditando sObre estas palavras de Leão XIII, repetidas por João XXIII, que resolvi escrever para vocês, equipistas, algumas reflexões. Não com o propósito de criticar quem quer que seja, mas com a única intenção de transmitir uma mensagem que não poderia ficar calada.
A Enciclica uMater et Magistra" acaba de ser lançada em pleno mundo cristão como uma bomba. Seu dinamismo, sua audácia, fazem dela um documento de primeira ordem para os cristãos que se decidirem a não viver sua vida religiosa isolados na tôrre de marfim de sua piedade pessoal e que se interessam por algo mais que sua salvação individual.
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l!:ste texto monumental deveria sacudir-nos todos, a tal ponto, que nos fizesse surgir como um fermento novo no mundo, ressuscitando a Esperança no momento em que ela parece morrer. Eu não escondo porém, que êste texto esplêndido propõe uma interrogação dolorosa: que faremos nós, cristãos, desta encíclica vital? Desde o fim do século passado não faltaram os apelos pontificios. Surgiu primeiro a "Rerum Novarum", depois "Quadragésimo Anno"; também "Divini R t;dem ptoris" , e tôdas aquelas exortações luminosas lançadas por Pio XII em inúmeros discursos. Mas o mundo cristão, depois de ter louvado verbalmente cada um daquêles apelos, fechou-se na inação, de tal modo que, setenta anos depois da R erum N ovarum, o problema da injustiça social continua a bradar ao c·éu! A passividade dos cristãos, sua inconsciência, sua indiferença, sua falta de realismo, e é preciso dizer também - seu egoísmo espiritual, sua preguiça moral, prAticamente condenaram aquelas bombas anteriores a se evaporarem em fumaça.
Houve exceções, é verdade. Alguns se levantaram e pagaram com seus sacrifícios e seus bens para que aquelas diretrizes passassem do texto pontüical à vida humana. O mal está precisamente em que: aquêles foram apenas exceções. Para a massa cr istã, para a maior parte dos patrões cristãos não houve porém o choque. Cada um permaneceu na sua posição conformista,, entoando o refreão escandalosamente inútil da "boa vontade". Todos continuaram, como antes, sua vidinha fácil, convencidos da vitalidade de seu cristianismo porque iam à missa aos domin-
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gos, e usavam da linguagem cristA. Revestiram-se de uma :passividade diabólica, de sorte que, - retomando a palavra de Cristo - a semente caiu em terreno pedregoso e não germinou. Não faremos nós a mesma coisa desta vez? Será. que a inércia de nossa fé sepultará. também a Encíclica Mater et Magistra nos escombros de nossos edifícios espirituais abalados e oscilantes? Sem dúvida, a prova será decisiva. Se nosso cristianismo não sair da sacristia e de nossos cenáculos, para abraçar a sociedade humana à qual pertencemos, se nós continuarmos a ignorar a injustiça, se não formos capazes de revolta, se a indignação não se apoderar de nós, deante da massa de homens que morrem espiritualmente porque não podem siquer viver materialmente, se não encolerizarmos à vista daquêles que são incapazes de amar e servir a Deus porque têm o estômago vazio e seus filhos morrem de inanição, então será. o fim de tudo. Nós teremos provado que somos falsos discípulos de Cristo, falsos filhos da Igreja. Teremos ao mesmo tempo justificado aquêle terrível julgamento feito contra nós por • um observador perspicaz: "Os fariseus de Jerusalém podem dormir tranqüilos no seu sono eterno. lilles não conseguiram calar a voz de Cristo mas, graças aos cristãos, cúmplices, sua mensagem perdeu a vitalidade, perdendo a violência, ela ficou desfigurada, adocicada, despoí:fada de sua fôrça. Somos milhões e milhões desta vez a segurar a pedra do sepulcro para evitar a ressurreição das idéias de Jesus". (1)
ll
c
E' preciso que o conteúdo da Mater et Magistra se torne Que êle passe às nossas estruturas econômicas e financeiras, às nossas estruturas legislativas, à vida das empresas e daquêles que as dirigem ou participam delas.
1Jida para cada um de nós.
Pesa agora sôbre nós uma responsabilidade terrível porque se a palavra de João XXIII permanecer apenas como palavra morta, nós teremos abandonado o mundo às fôrças poderosas dos Filhos das Trevas. Porque, não há a menor dúvida que na situação atual, é preciso reconhecer quão razoável é a asserção que sustenta que todo o futuro das sociedades cristãs depende do fato de saber se o cristianismo, ou mais exatamente, se os cristãos, recusarão o apôio do capitalismo liberal e de uma sociedade injusta; se a humanidade cristã procurará enfim realizar, em nome de Deus e de Cristo as reformas de estrutura que os comunistas tentam r ealizar, em nome de uma coletividade sem Deus. (2) Tenhamos a h onestidade viril de encarar de frente nossa situação, de fazer - sem demora - um sério exame de consciência. Desconfiemos daquela perniciosa tentação que assalta tão fàcilmente os bons cristãos: a tentação de se isolar sob o pretexto de refletir, de rezar, de se refazer espiritualmente. Porque é da vontade de Cristo que o cristão seja lançado em pleno mundo e que êle trave sua batalha espiritual no coração da humanidade. O Papa João XXIII nos lembra isso de modo significativo na Mater et Magistra, quando repete o que antes dêle havia dito Leão
XIII, citando as palavras de Cristo" ... Cristo Senhor, ao pronunciar a solene oração pela unidade de Sua Igreja, pediu ao Pai para Seus discipulos esta graça: não rogo que os tireis do mundo, mas que os guardes do mal". (Jo. 17,15) ;rndubitàvelmente é muito mais difícil ser um cristão no meio do mundo ... que na reunião de equipe; mas se nosso cristianismo não nos leva a isso, é êle um cristianismo falido. Devemos ser cristãos adultos, que aceitam a. responsabilidade, qualquer que seja, na hora em que ela se impõe. Só o cristão que procurar expandir sua vida espiritual no meio dos homens e do mundo, corresponderâ às exigências de Cristo. Para nós, de 1961, que vivemos no Brasil, nl!t hora em que o plano da ação estâ claramente definido, a responsabilidade é fantástica. Vamos nós afogar o Cristianismo e a recente mensagem que o traduz em nossa inconsciência, nossa timidez, nosso conformismo ou mesmo nossa covardia? Deve haver uma revolução! Ela se apresenta, inevitável e necessâria. O problema é saber se nós assistiremos a ela como espectadores, se nós a aceitaremos em silêncio ou se nós a faremos à luz de Cristo. A opção se impõe e ela deve ser feita por todos e imediatamente. Qual é a nossa? Estudar as Enciclicas não basta mais! 1!: preciso vivê-las! Pe. Paulo Eugénio Charbonneau, esc
(1) Paul Augier 1955, p. 87 (2) Ob. p, 13
Jésus, pierre de scandale- Paris, Plon,
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Súmula Oficial da Doutrina Social da Igreja O cardeal secretório de Estado, Amleto Cicognanl, redigiu para os católicos canadenses de lfnguo inglêsa, reunidos numa semana social em Holifo, um documento social, que, em nome do papo João XXIII, resume o doutrino católica social nas encíclicas "Rerum Novorum", de lezo XIII , "Quadragésimo Ano", de Pio XI, e "Mater et Mag istra", de loão XIII. Eis os princípios que o cardeal Cicognani põe em relêvo: 1.o - A saúde físico e a Integridade mo· rol devem ser salvaguardados nos meios de trabalho. Deve-se evitar a prolongação do• justiça e equidade. 2.o A remuneração do trabalho deve ser estabelecida a partir de princípios de ustiça e equidade. l.o Para eliminar o mol-estar oriundo da Incerteza do futuro deverão ser criados alstemas de seguro trabalhista eficazes. 4.o Cada trabalhador deve ocupar-so de tarefas que correspondam às suas capa• cidades e a seus méritos. As promoções nos quadros e no salário devem realizar-se aegundo um critério de objetividade.
s.o - E' legítimo satisfazer a asplra~ão dos trabalhadores de participar ativamente na vida das emprêsos às quais dão seu trabalho. 6.o Os sacrifícios Impostos pelo auto· mot:zoção devem ser suportados igualmente pelos trabalhadores, pelos que proporcionam o copitol e por todos os membros do comunidade político que, em definitivo, se beneficiam dos aperfeiçoamento• no pro• dução.
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O SACERDÓCIO DOS LEIGOS Trechos da conferência da Pe. Carré, op. continuação do número anterior
. em resplandecente oferta de amor Espôsos cristãos: todos sabem que vocês transmitem um ao outro as graças do Sacramento, E' no entanto necessário precisar bem esta afirmação. Será que existe algo de verdadeiro, durável e eterno, que um possa dar ao outro sem a ajuda de Cristo? O casamento, na verdade, é um contrato e o dom de si que o espôso faz e aquêle qué recebe de seu cônjuge, depende apenas de suas próprias vontades, mas quem nêste mundo poderá imprimir a duas vontades humanas a estabilidade e a fidelidade absolutas? Quem trará remédio a suas fraquezas? Quem receberá, lá do alto, seus votos para a eternidade? Foi escrito por um teólogo do século passado: "Não são tanto dois espôsos que se unem, mas Deus que une um ao outro por meio de suas vontades." l!les necessitam de uma espécie de "de• legação divina"; esta lhes é conferida no batismo.
Nos primeiros tempos falava-se muito, na Igreja, da "ordem dos cônjuges". Isto é verdade: Vocês formam, dentro da Igreja, uma ordem de santidade. Mas quantas exigências! Seu estado de vida é santificante, porém é necessário santificar-se cada dia mais. No dia do casamento, ao dizer um ao outro depois de tê-lo dito a De!ls - sim, vocês exerceram uma função sacerdotal. Se êste sim fôr continuado ao longo dos dias e dos anos de suas vidas de casados, vocês exercerão continuamente um sacerdócio interior que deve transformar os espôsos, seus lares, suas famílias em uma sublime oferta de amor. N'ão quero insistir sôbre a maneira como êsse sacerdócio interior manifestará a fidel idade de cada um: deveria, para Wlto, apresentar os próprios princípios da espiritualidade conjugal e penso que êstes já são bastante conhecidos por todos! Em vez disto, quero frisar aqui que estas duas atividades do sacerdócio dos leigos participação no culto sacramental, oferecimento de uma consciência purificada tornam legítimo o culto familiar que atualmente procura se definir em inúmeros ambientes cristãos. · Quem diz sacrifício diz morte ao "ego". Mas quem diz sacrif ,cio diz também ação de graças. O amor deve louvar a seu Criador. Vejamos a liturgia do lar: ligada à Missa cujo ofertório prepara ou prolonga, carregada de tôdas as intenções de uma família-célula da Igreja, conversando com Deus sôbre o mundo e pa rticularmente sôbre as fam ílias, sejam elas felizes ou infelizes, não se limitando apenas a uma pequena oração mas fazendo com que todos os acontecimentos sirvam para a maior glória de Deus, presidida pelo pai de família cuja autoridade é cantada magnificamente em vários versículos do Livro de Deus, como possue um sentido profundo! E que fôrça de irradiação poderia ter! Aos olhos dos conhecidos, Deus não habitaria apenas as Igrejas. llle estaria constantemente presente ali, nesse lar visinho, hóspede familiar de um lar onde Lhe seria tributado um culto que seria um reflexo mesmo da vida.
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enviados ao mundo "Em tôdas as nações, formai discípulos" (Mt 28,19). Jesus Cristo não apenas morreu e re~suscitou em benefício de todos os homens; tle quer que todos conheçam a Boa Nova para poderem fazer parte imediatamente do Povo de Deus. Seus discípulos são encarregados de alertar as multidões ignorantes e de levá-las a Seu aprisco, para que o fogo que llle veio tru:er à terra, queima e abrase pouco a pouco todos os corações. Compreende-se fàcilmente as apaixonadas exclamações de S. Paulo: "Como abraçar a fé se ela não fôr conhecida? E como conhecê-la se não houver mensageiros?" Desde suas origens o apostolado apresenta êstes dois aspectos essenciais: em todos os recantos da terra, anunciar a fé em Jesus Cristo e implantar a Igreja para que a plenitude do Cristo seja oferecida aos que se convertem. Desde as orígens também percebemos que êsse apostolado pertence a todos os membros do Povo de Deus, sacerdotes e leigos, unidos a seus bispos. l!sse encargo será facultativo? Não! E' preciso dissipar tôda e confusão. Fomos enviados ao mundo e ninquém pode se recusa•. Se, ao fim dêstes dias de estudo vocês sentirem oue esti!o mais conscientes da responsabilidade de seus lares dentro do mundo de hoje, não pP.ns<:!m que estão recebendo um chamado especial de Deus. Não. Às ve:r:es acontece, à noite, que ouvimos as batidas do nosso coração., coisa oue não acontece durante o dia; no entanto sabemos que êle não parou de bater, O mesmo acontece com o chamado do Senhor. Desde o batismo vocês têm êsse encargo, mas agora, dentro do grande silêndo desta sala, Deus lhes enviou a graca de poder ouvir as batidas de seus coracõe~ cristãos. Como o Cristo foi enviado pelo Pai, nós somos enviados por Cristo e tem"" uma missão sacerdotal. Repito: sacerdotal. Realmente. acabamos de definir o sacerdócio em têrmos de sacrifício espiritual, exigindo de todos a oferta real, total de suas vidas por amor, pela maior glória de Deus e pela qual~uer
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felicidade de nossos irmãos. Ora, proclamar Jesus Cristo e favorecer o crescimento de todos em Jesus Cristo faz parte dêsse culto. Diz S. Paulo: "Presto a Deus um "culto espiritual" ao anunciar o Evangelho de Seu Filho" ( Rom. 6, 9) • S. Pedro d6 mesmo grande realce a essa missão no texto que citei há pouco: "Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo que deve anunciar as maravilhas d'Aquele que vos chamou de dentro das trevas para a Luz admirável!" (I Pedro, 2,9) . Sôbre o altar de sua consciência purificada e sôbre o altar das igrejas, o apóstolo oferece sua obediência em um sacrifício de amor, obediência também de seu lar ao chamado de Cristo, com todos os esforços, os sofrimentos, os reve:z:es, as angústias, as alegrias que lhe são próprias bem como os anseios que lhe são enviados por Deus. Acontece também que aqueles que recebem essa mensagem se tornam "moradia de Deus, no Espírito" (Ef. 2,22) e oferecem a si mesmos, transformados pelo dom de si, em hóstias vivas.
é impossível que nada aconteça Como irão vocês exercer o seu apostolado de leigos? Principalmente pelo testemunho. Em tôdas as épocas da história da Igreja, nunea houve pregação da fé sem testemunhos vivos, sem "sinais", isto é, sem que o invisível fôsse revelado por intermédio do visível. Inúmeros versos do Antigo Testamento e do Ato dos Apóstolos evocam as "maravilhas de Deus" (Atos 2,2). Essa expressão tem em primeiro lugar um significado de história das palavras e dos gestos d'Aquele que é o Pai e o espôso de Israel, mas cada um de vocês J!ode descobrir em suas vidas semelhantes "maravilhas". Cada um sente de maneira particular o grande acontecimento que transformou a face da terra. Seus hábitot devem ser hábitos de ressuscitados. Ora, êsses hábitos, o Senhor nos pede não apenas que os vivamos mas que os tornemo:~ evidentes, capa:z:es de insuflar novas energias no coração das massas, capazes de seduzir e convencer as consciências a fim de que sejam manifestadas as "maravilhas de Deus".
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!•e testemunho se impõe de maneira absoluta. S5o João Cri· sóstomo se indignava contra "aqueles que não alimentam ao Cristo", isto se refere aquêles que não colaboram para a expansão de Seu Corpo pela irradiação de Sua fé. "Reparem bem, di:itia êle, êles não são acusados de pecado algum, nem impureza, nem perjúria, mas apenas de terem sido inteiramente inúteis." E assim concluía aquêle grande bispo: "Nunca digas: não conseguirei convencer nem abalar os outros! Se fores cristão é impossível que nada aconteça. Isto faz parte da essência mesma do cristão. . . Seria mais fácil ao sol deixar de resplandecer e de irradiar o seu calor do que ao cristão deixar de iluminar." E, no entanto, êsse testemunho deve se apresentar de diferentes maneiras, conforme as circunstâncias e as vocacões de cada um. Anunciar a fé é a primeira finalidade do apóstolo. Frequentemente vemos leigos que acham que devem se ater apenas ao campo do profano. Mas, apesar de não ter que se incumbir da pregação oficial, como o sacerdote, êle recebeu, com o Crisma, "o poder de confessar publicamente a lfé em Cristo". Hoje em dia compreendemos melhor: essa confissão de fé tem a sua mais alta expressão no ensino religioso das crianças e mesmo dos adultos. Quando êsse trabalho apostólico é feito de acôrdo com a verdade, dizia Pio XII segundo Santo Agostinho, "consagra, por assim dizer, o leigo, fazendo dêle um ministro do Cristo". Vocês têm, portanto, o encargo e a graça de comunicar a fé. E, naturalmente, sôbre êste ponto concordamos todos - a tarefa apostólica de cada um está ligada ao lugar que ocupamos na sociedade. Duas realidades fundamentais situam as pessoas dentro do social :a família e a profissão. E' portanto por meio delas e das atividades que delas advêm que se pode influenciar, orientar a vida temporal do mundo para Deus e por Deus. Esta influência, esta orientação, se exercerão tanto por meio do exemplo dado pela vivência do amor conjugal e pelo cumprimento da1 atividades profissionais dentro da graça do Cristo, como pelo engajamento social ou político que tem por fim atingir a legislação e as instituições da sociedade.
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correspondêncía Um Assistente nos escreve a propósito da "resposta escrita ao tema de estudos".
'Li e reli atentamente os vários artigos do Corto Mensal sôbre o estudo do temo. Creio que ajudarão os casais dos duas equipes do que sou Assistente. Um ponto entretanto continuo vogo, sôbre o qual algumas precisões seriam úteis. Tendo constatado por ocasião de uma recente reunião de Assistentes que o assunto não parece muito mais cloro poro os outros, t omo ~berdode de pedir à Corto Mensal quB volta um pouco à "resposta escrito" ao temo de estudos. O que tem sido publicado, se refere o elo mos não friso suficientemente qual deve ser seu conteúdo nem em que espírito redigi-lo. Oro, si o converso caiu sôbre êsse assunto em nossa reunUio de assistentes, foi porque um dentre nós falou por ocaso dos "lições" que o casal responsável lhe comunicava. ~sse vocabulário parecendo estranho, pedicom-se explicações .. . Seria peno si o têrmo exprimisse o espírito no qual o resposta é redigido : um exercício escolar no base de um esfôrço intelectuol. Parecera-me necessário combater em uma de minhas equipes, há alguns meses, essa tendência "escolar" que correspondia geralmente, na maioria dos casais, a uma ausência de referências ao concreto: faz iam belos dissertações (mais ou menos), anônimos e frios, que não ensinavam nado de novo sôbre o assunto quosi nado sôbre seus auto· res. A troco de idéias sôbre o temo só era interessante quando era possível libertar-se dessas ccspostos. Pude, nessa reunião de Assistentes, dizer o meus colegas como havíamos saído dessa situação graças à últ imo frase do preãmbulo dos Estatutos: Decidiram formar uma equipe.
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SI o resposta escrito foz porte do v ida de equipe, então elo não pode ser uma dissertação anônimo, padronizado: será necessàriomente um casal que comu1:co aos outros suo reflexão, suas dúvidas, num espírito de auxílio mútuo, poro que juntos possam se ajudar o compreender e o realizar o vontade de Deus. Os casais procuram o que têm a dizer aos outros, o que esperam dos outros; - ' Refletimos, cada um separadamente, depois juntos; vamos agora ao encontro dos outros; vamos lhes perguntar o que conseguem tirar dêsse parágrafo que nos repulsa ou nos parece estranho; d~ nosso lodo, realmente não vêmos como vivê-lo concretamente!" - " lendo o fim do t ema, pensamos, sem termos dito nada um ao outro, em um de nossos visinhos. Como pode. íamos abordar ês~<) assunto com êles? Talvez algum membro do equ ipe se tenho encontrado em situação análoga e posso nos aconselhar?" - 'E' evidentemente tal idéia que nos pareceu capital. Jó havíamos pensado tanto nela que se tornou banal porq nós. Sente-se que até mesmo os crianças estão impregnados por elo, de tal formo êsse temo volto sempre a nosso oração familiar . Sem dúvida é isso que precisamos dizer aos outros . . . Esperemos que o Esp írito Santo tenha atraído suo atenção poro outra coisa que nos ajudarão a descobrir".
E' mesmo nêsse espírito que deve ser red igida a resposta escrita? Parece-me que êsse espírito de partilha paro um auxílio mútuo espiritual está no centro, no coração das Equipes. . • Si eu mesma escrevo o que me parece tão evidente é que espero prestar serviço. Espero também que a Carta Mensal chamará a minha atenção para outros aspectos da resposta escrita que com certe~ esquecil " ~ste nos parece essencial: na resposta ao tema é preciso "pôr em comum" nossas dúvidas, nossas descobertas, nossas preocupações apostólicas; em uma palavra, aquilo que nos diz respeito nêsse tema. E' exatamente essa a finalidade das famosas "5 perguntas"!
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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO
MEDITAÇÃO -
Texto para Oração Pessoal
Assim pois, vigia i com cuidado, sôbre a vossa vida: que ela não seja a dos insensatos, mas a dos sébios que aproveitam o tempo, pois os dias são maus. Não sejais imprudentes, mas procurai compreender qual é a vontade de Deus. N'ão vos embriagueis com vinho, que leva à luxúria, mas encheivos do Espírito. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vossos corações, dando sempre graças por tudo a Deus Pai em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
(Ef. 5, 15-21)
ORAÇ.ÃO LITúRCICA Cantai ao Senhor um cântico novo, aleluia Porque êle fes maravilhas, aleluia Sua mão e seu santo braço lhe deram a vitória. Manifestou sua justiça à face dos povos. O Senhor fês conhecer a sua salvação. Lembrou-se de sua bondade e de sua fidelidade Em favor da casa de Israel.
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Cantai ao Senhor um cântico novo, aleluia Porque êle fez maravilhas, aleluia
Os confins da terra puderam ver a salvação de nosso Deus. Aclamai ao Senhor, povos todos da terra, alegrai-vos e cantai. Salmodiai ao Senhor com a cítara e com a lira. Elevai aclamações na presença do Senhor Rei.
Cantai ao Senhor um cântico novo, aleluia Porque êle fez maravilhas, aleluia
Estruja o mar e tudo o que contém, o universo e seus povos. Que os rios aplaudam, que as montanhas exultem de alegria, Diante do Senhor que chega, porque êle vem julgar a terra; Governará o mundo com justiça, e os povos com equidade.
Cantai ao Senhor um cântico novo , aleluia Porque êle fez maravilhas, aleluia
Glória ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo, agora e sempre; Ao Deus que é, que era e que será, pelos séculos dos séculos.
Amen.
(Salmo 97)
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