JUNHO 61
IX/2
SUMÁRIO
Editorial
O próximo, sacramento do Cristo Para sua biblioteca
Os leigos também são a Igreja A doutrina espiritual do Evangelho Acol~er
com o coração aberto
O leigo, homem de oração Oração para a próxima reunião O que vai pelas Equipes
Bilhete · do Centro Diretor Comemoração de Páscoa Cursos de preparação ao casamento Testemunhos Vida do movimento Al egremo-nos com êles Deus chamou a sí Curso de cu ltura religiosa Calendário Avisos Anexo aos Casais Responsáveis Ficha para simpatizantes
Com aprovação eclesiástica
EDITORIAL
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PROXIMO SACRAMENTO DO CRISTO
Nêste ano, como em todos os anos, ao fim do primeiro dia de nosso Encontro dos Casais Responsáveis, aquêles que participaram da reunião, (mais de 2000), reuniram-se à noite em pequenos grupos nos lares dos casais parisienses que os receberam pilril jantu, re&ilr, conversu fraternalmente . E êste ano, como em todos os anos, durante o segundo dia do encontro, umil porção de CiiSiiÍS entusiasmados vierilm me falar da sua noitada da vésperil, Um deles me dizia: "Quando chegámos, éramos todos estranhos; quando nos despedimos, nos sentíamos comô si fôssemos pilrentes." Como explicar essa extraordinária "qualidilde" das reun1oes entre membros de equipes? Pedirei a S. Paulo que responda. E atenção! Quero que meditem sôbre os textos destas epístolas que escolhi pilril vocês: êles nos fazem compreender que o Cristo se dó a nós não apenas de cima para baixo, isto é, através dos Sacr<~mentos, da hierarquiil, dos padres, mas também horizontalmente por intermédio de nossos irmãos. Por meio de irmãos que rezam com tão grande simplicidade, por aquilo que nos deixam perceber de seu desejo de perfeição e também de suas dificuldildes, pelas alegrias e dissabores que nos confiam , dá-se a nós o Cristo que nêles habita.
Acontece que denho do grande C::orP'O M'st,cO ftÔO somos · apenas membros do Cristo mas "membros uns dos outros" ( Ef. 4 ,25 ) E temos necessidade do próximo pois cada um de nós é para os outros o portador de uma graça que lhe é particular "O ôlho não pode dizer à mão : eu não preciso de você. Nem pode a cabeça por sua vez dizer aos pés: Eu não preciso de você. Que todos os membros demonstrem entre si uma grande solicitude." (I Cor. 12, 21 , 25 ). Alguém me dizia um dia dêstes: "Para receber, procuro o Cristo , para dar me dirijo a meu próximo." Esta pessoa não compreendia que é por intermédio do próximo que Cristo quer se dar a nós , que nosso próximo é um sacramento do Cristo para nós. Mais acertado estava o capelão de um acampamento de estudantes que me dizia : "De manhã êles vêm aqui p·ara que eu lhes dê o Cristo; durante o dia , sou eu que os procuro e então ê les mo retribuem, dando-me o Cristo por sua alegria, seu amor fraterno , suas reflexões durante a troca de idéias. O Cristo que eu lhes dei de manhã , volta a mim, por intermédio deles, de mil maneiras- diferentes durante o dia todo." Eis aqui, pois, alguns textos de S. Paulo que nos explicam as grandes leis da vida em equipe. Aqui encontraremos ótimos conselhos não só para as reuniões mensais como para n~ssa vida' de família : A palavra de Cristo habite em 'I'Ós abundantemente em tôda a sabedoria , ensinando-vos e admoestando- vos uns aos outros . . . (Co I. 3 , 16 ) Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cris- · to, Pai de misericórdias, e Deus de tôda a consolação, o qual nos consola em tôda a tribulação, para que também nós possamos consolar · os · que· estão em qualquer angústia, pelo confôrto, com que tam bém nós somos confortados por Deus. ( 11 Cor. I , 4)
Sejamos solícitos uns para com os outros , para nos estimularmos à caridade e às boas obras; não abandonando a nossa assembléia , como é costume de alguns , mas animando-nos . . . ( Hebr. 1 O, 24-25) Irmãos. se algum homem cair por surpresa em algum delito , vós , que sois esoirituais, admoestai-o com espírito de mansidão , refletindo cada um sôbre si mesmo , não caia também em tentacão. Levai os fardos uns dos outros, e desta maneira cumprireis a lei de Cristo. ( Gál. 6 , 1 - 2 ) Vós , irmãos, fostes chamados à liberdade; convém sõmente que não facais desta liberdade um pretexto para viver segundo a carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade do Espírito. (Gál. 5 , 13 ) E finalmente , deixemos a conclusão para ,S. Pedro : Cada um, segundo o dom que recebeu , comunique-o aos outros, como bons dispensadores da multiforme gra ça de Deus. ( I Pe. 4 , 1 O)
HENRI CAFFAREL
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PARA SUA BIBLIOTECA
OS LEICOS TAMBÉM SÃO A IGREJA
L. M. de Bazelaire Editora Flamboyant
Desde o limiar de sua obra, o Arcebispo de Charnbéry faz-nos entrar no coração do problema: na cristandade chinesa perseguida, e depois num café populoso do outro lado do mundo, do's jovens cristãos descobrem que êles são a Igreja. E é verdade. Verdade tão antiga quanto a própria Igreja, mas pouco a pouco obscurecida pelo hábito de viv,~r em comunidade; o cristão, vivendo no meio dos outros cristãos, adquiriu no decurso dos séculos uma visão estreita das coisas: para êle, havia os "homens ela Igreja", e. . . os outros. Foi preciso a paganização do Ocidente para que essa noção de laicato cr!stão se pusesse de novo em plena luz. S. E. Mons. de Bazelaine mostra-nos os fundamentos escriturísticos, teológicos e históricos da fórmula, agora muito em voga: Os leigos também são a Igreju. De leitura fácil, êsse livro claro, vivo e seguro, corresponde oportunamente a um grave problema atual; a verdade não 1está num compromisso entre um clericalismo abusivo que faria dos leigos cristãos de segunda zona, e um laica to quase cismátic·o ; ela está no conhecimento claro da teologia da Igreja e do !aicato na Igreja.
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A DOUTRINA ESPIRITUAL DO EVANGELHO B. M. Chevignard
Livraria Duas C idades
De aparência modesta, êsse pequeno •e despretencioso comentário da doutrina espiritual do Evangelho conduz ao que há de mais profundo e autêntico no ensino de Jesus Cristo. Fugindo das interpretações fáceis e sentimentais, o autor analisa sôbriamente os grandes temas evangélicos: a natureza do Reino de Deus e as condições para que o homem possa aderir a êle. O vigor das reflexões, o tom direto, a •estrita fidelidade ao texto comentado dão a êsse livro uma grande fôrça espiritual, capaz de revelar a mensagem evangélica em tôda sua pureza. Após a leitura dessas páginas o leitor mais •exigente é levado a reconhecer que o Evangelho é atual, é a Boa Nova para todos os homens, em todos os tempos. Se o Evangelho pode ser desgastado pelo uso e abuso de suas apresentações sentimentais, aqui pelo contrário - êle nos é apnesentado sem molduras que atenuem sua fôrça e sua seiva profundas.
A simplicidade do tom em que foi escrito o livro o torna acessível não só às pessôas de cultura, mas a qualquer fiel, mesmo o mais simples. Todos descobrirão a profundidade religiosa a que nos quer conduzir a mensagem espiritual do Evangciho.
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acolher com o coração aberto Foi
0 ossistente de uma de n ossos equipes de Se tor quem nos enviou os que publicomo9 o seguir . tle chamo a nossa atenção pa ro o problema dos jovens que vêm do Afr ica e do Asio para estudar em facul dades européias. Nossas amigas de aut m s continentes também poderão aproveitar dêstes pensamentos que os ajudarão a reflet ir um pouco sõbre o dever da ho!pitalidade.
"~flexões
"Eu era um estranho e vós não me recebestes." Quantos lares profundamente cristãos merecerão essa reprimenda do Senhor no dia do Juizo! . . . :8::sse problema da abertura, da acolhida, é imenso e diz respeito tanto ao vizinho de andar como ao da rua e ao "estrangeiro" que aparece em nossa casa, seja qual for a sua origem. Todos êsses são importantes mas tratarei aqtú apenas dos estudantes: sob certos aspectos o problema, nesse particular, se torna mais accessivel sendo mesmo possível achar para êle, sem mais delongas, um comêço de solução. Os jovens de todos os continentes vêm em grande número instruir-se ou completar seus estudos em nossas escolas e faculdades. E temos disto um orgulho muito justificável. Mas, que encontrarão êles aqui e o que é que daqui levarão para suas casas? Ciência, diploma.. . Quasi sempre êles se vão ignorando completan1ente tudo o que se refere à vitalidade de nossas familias , de sua alegria cristã, da seriedade da formação que damos a nossos filhos. Nós os condenamos ao "gai Paris" (que se pode encontrar em tô das as grandes cidades de todos os países do mundo) c
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êles acabam por se acostumar a isso. Pior ainda, será que essa cortina metálica formada por nossas portas fechadas ou apenas entreabertas não lhes dará a impressão de um racismo arraigado, intrinseco, quasi tão pernicioso como aquele mais virulento e agressivo? 1!:les não têm acesso a nossos tesouros mais preciosos, aqueles que êles mais gostariam de contemplar, as qualidades que não se cansam de elogiar quando lhes acontece chegar a conhecê-las. E nós, de nossa parte, não aproveitamos os seus valores: cultura profana e religiosa. Não houve entre nós troca alguma; ficamos fechados uns aos outros. Por nossa culpa. As equipes permitiram que para muitos casais se abrissem novos horizontes apesar das fronteiras e da diversidade de Unguas. Mas teríamos nós apenas aumentado o circulo da familia para continuar fechados, em maior número, em um recinto ma!or, mas sempre ferozmente preservados con· tra as indiscreções dos "de fora"?. Enfim, não teremos apenas alargado os limites do "gueto"? Não me esquecerei jamais da carta. que escreveu um operárío norteafricano muçulmano, ao casal de ação católica operária que o havia recebido durante um ano ~ sua mesa, dentro de seu lar, como amigo e membro da família. Com excelente redação, sem literatura nem "clichês", êle agradecia ao casal com uma emoção que se comunicava a todos aqueles que liam sua carta, por lhe terem permitido penetrar nesse santuário maravilhoso que é a famHia, Sim maravilhoso! Pois êle que era muçulmano tinha ficado maravilhado diante da revelação dêsse mundo cristão secreto e, para êle, desconhecido. Essa autoridade repartida entre marido e mulher, essa sutil ascendência que tinham sôbre seus filhos, a confiança espontânea dos meninos e das meninas para com seus pais, - jamais se esqueceria disso - escreveu êle. E, de modo especial, o fato de terem-n~>
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admitido, a êle, muçulmano, à oração familiar "à oraçã o das· crianças" como êle dizia. Que influência não terá exercido meses. e meses a fio, êsse lar sem o saber, talvez sô· bre êsse irmão tão afastado por suas origen'.l, ma:s afastado ainda por sua civilização profana e religiosa? Não seria êsse o melhor meio de se fazer cair por terra os ódios, os preconceitos, as incompreensões? Lembro-me muito de um jovem médico, muçulmano também, que tinha vindo à França, antes da guerra, pax·a sua especialização. Os casais aos qua' s eu o tinha apresentado receberam-no como amigo. E êle não se cansava de elogiar essas "famílias francesas e o encanto de suas crianças tão bem educadas". ll::le poderia dizer com mais acêrto "essas famílias cristãs". Pois é o Cristo, é a Sua Igreja que funda êsses lares que sabem irradiar a Sua p resença. · "Si todos os homens do mundo" ... diz a canção popular. Si em todo o mundo os lares cristãos - ao menos aqueles das equipes! se qu'sessem abrir! ... Jl brir o coração é frequentemente mais difícil do que abrir a car teira! Haverá quem me diga: "Mas o sr. pode imaginar os inconvenientes que a presença de estranhos, sobretudo jovens. trará à intimidade do lar?" Longe de mim a idéia de si, enciar sôbre êles. Reconheço sua existência e quero mesmo c:tá-los para poder mais fàcilmente evitá-los, f a cilitando, assim, o bom êxito da nossa experiência. Acolher, como si fosse um filho ou um grande amii!O , um estudante estrangeiro, é introduzir em casa um rapaz ou uma moça em idade de se casar. Si houver na famiiia meninos ou meninas já grandes, pode-se temer que resulte uma união pouco desejável porque pouco harmoniosa. l!:sse perigo existe. Não é uma quiméra! Será tanto maior
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quanto mais carinhosamente for o estranho recebido c mais tle se sentir em casa. Os pais podem, pois, hesitar em receber um jovem que vá. suscitar o aparecimento entre. seus filhos de uma afeição ou de uma paixão que êles talvez sejam obrigados depois a combater ou a destruir - e muitas vezes sem o conseguir! Nós podemos ser antipodas do preconceito racial e asaim mesmo não desejar, por amor àqueles a quem queremos bem (filhos ou hóspedes) um casamento medíocre. Ora. conhecendo as muitas dificuldades que devem vencer os casais em que espôso e espôsa pertencem à mesma raça, ao mesmo pais, ao mesmo meio, os pais mais bem intencionados temerão (e com razão) qce seus filhos tenham que enfrentar um dia no casamento, além dessas düiculdades normais, outras ma;s que surgirão das diferenças de línguas, de instrução, e mesmo de côr de pele. E' preciso, po's, olhar de frente para o problema. As equipes possuem uma arma eficaz para evitar êsse:s escolhos, que provêm da presença Ele filhos adolescentes e de suas imprevisíveis reações sentimentais: hoje em dia, é comum que os pais façam com os filhos maiores um ou outro "dever de sentar-se". Maneira feliz de exprimir essa intimidade única que buscam nossas famílias. Porque então não fazer com os maiores um "dever de sentar-se" sôbre o problema da hospitalidade, antes de receber um tstudante estrangeiro ? Explicar-lhes como pode acontecer que mesmo sem qut êles o percebam nasça de sua cordialidade um sentimento mais forte, um amor que poderá. se tornar incoercível, 011, no mlnimo, será. ocasião de rupturas afetivas realmente dolorosas e que poderiam arrazar, ao menos tempotàriamente . a vida de um jovem sério. E assim, alertados com carinho e lealdade sôbre êsse assunto que lhes interessa extraordinàriamente, poderão os moços controlar mais fàcilmente suas atitudes, terão mais
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. eonfia.n~a. ·
pa.:ra s-e abrir com seus eonselheiros naturais -os pais - os quais tê-los-ão formado e instruldo de antemã.o nêste ponto. "Éles não se es-pantarão si virem que os pais estão muito atentos ao problema, pois juntos estudaram sua importância. E por seu lado os pais, sem ter que espionar, manterão os olhos bem abertos para controlar o com·· portamento de seus filhos mais velhos. Tudo isto sempre num ambiente de mútua confiança !! de sinceridade reciproca. Ainda haverá talvez aborrecimentos, acidentes imprevisiveis? . . . Mas mesmo entre compatriotas poderemos nós evitá-los totalmente? Af!nal de contas, devemos também contar um pouco com a graça de Deus, à qual teremos_t~tado corresponder! E s\ ainda assim acontecesse que uma uruao fõsse celebrada, não poderia ela ser - ao menos uma vez - bem sucedida ? Deus queira que não nos demoremos muito para. pô ~· mãos à obra. Já tardamos demais . E' frequente vermos que os incrédul?s nos ultrapassam n esse ponto da hospitalidade. Quantos a ssistentes de grupos de estudantes já desistiram até de pedir hospedagem às famílias cristãs! Diante de tantas portas fechadas , êles já f ' rmaram seu ponto de vista ''nllo se pode fazer nada".
Poderemos nós provar-lhes o contrário?
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LEIGO HOMEM DE ORAÇAO ConfErência pronunciada na Reun:ão Reg:onol dos Responsáveis das EQUIPES DE NOSSA SENHORA, no dia 11 de março de 1961, Poulo Koop, MSC, Pároco da t'aróquia de Santa Terninha, e Assistente da Equipe Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Bourú .
Entrada Conv idado pa ra pron unciar uma confe rência sôbre o tema O Leigo , Homem de Oração passo a apresentar um modesto trabalho sé.bre o mesmo, sob as bençãos de Deus e assist ido , peço seja , por Nossa Senhora "Vaso Espiritual " e "do Pe-rpétuo Socorro". - Sou grato pe la honra d0 convite que a Equipe 1 de Bauru para mi m me rece u. 2. Contôrno do tema A oração é um colóquio do homem com Deus; uma prótica , uma conversação do homem com Deus. Incompleta é a oração quando só o homem é quem fala com Deus; completa e perfeita quando o homem fala com Deus e Deus fala com o homem . 3. Três os elementos do tema A oração é, portanto, uma comunicação recíproca; uma ação e reação; um dizer de uma parte e responder de outra; um sair de si para estabelecer contato com outro; um intercâmbio nc. ordem do conhecer e amar;
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um comércio espiritual en.re esplrituals; uma troca mental e verbal, revelando interiores; uma permuta de idéias, pensamentos c juizos, de sentimentos, tendências e afetos entre dois seres inteligentes e amantes; um encontro entre dois mundos espirituais e ocultos, que se comunicam, se revelam, se manifestam um ao outro mediante palavras, gestos ou outros sinais perceptiveis . Três são, portanto, os elementos que entram em nosso tema: Deus, o Leigo, a oração. Deus, uma parte; o Leigo, a outra parte; a Oração, a relação entre êstes dois têrmos.
I. DE S.
4. O p-rimeiro têrmo: Deus ~ bom e justo começarmos por Deus., objéto próprio da oração do homem . Na oração é a Deus que o homem se dirige, a Deus que se apresenta, expressa e fala. Falar sôbre Deus não é orar, a não ser que seja com Deus mesmo. Frequentemente falamos sôbre Deus (ainda bem); poucas vêzes falamos com Deus, e é o que importa. - Ler, estudar e meditar sôbre Deus ainda não é orar. São excelentes e necesários preparativos, mas ainda não é o próprio orar.
S. O Deus da nossa oração - Quem é o Deus, objeto da nossa parte humana de orar? - O deus do animismo ou fetichismo? - O íclolo encerrado dentro de uma cousa qualquer? - Objetivação de uma fôrça natural? Personificação de alguma cousa? O deus dos pagãos politeistas, dos idólatras, dos supersticiosos, dos espíritas? O deus do progresso, da máquina, da evolução, do materialismo histórico ou quaisquer outros materialismos? - Absit! :- Longe de nósl- Talvês o Deus da Filo12
sofia o "Ser Supremo", o "Absoluto", o "Primeiro Motor", a Inteligência infinita que se compreende a Si próprio e em cujo conhecimento de Si mesmo todos os outros sêres são conhecidos? o Deus de Aristóteles, Platão, Cícero?. .. Ainda não ~ste, não mais ~ste! Ou talvês o Deus "supremo arquiteto do un1verso" dos Maçons? o ídolo da lndiferênça, da Imparcialidade, da Neutralidade, do "todas as religiões e opiniões servem e são boas'? o Deus dos néo-pagõos, dos herejes, dos ex-cristãos monoteístas? - Não e não! - Admitam embora a um Deus verdadeiro, não O conhecem verdadeiramente! O Deus da nossa oração é, porventura, o Deus de Adão, Noé, Abraão, !saque, Jacó? - o Deus de Elias e Jeremias, de Judite, Ester, e Judas Macabeu? - Sim, é ~ste, "Aquêle que é", mas em parte, ainda nãc de todo e não formalmente . - É o Deus que fez o céu e a terra, o Deus-Majestade e Glória imensas e tremendas, o Deus-dosExércitos, o Deus Pastor, Rei e GUla do Povo Eleito de Israel. É o Deus das Promessas mas ainda não dado . O Deus Prometido aos Patriarcas e Profetas, nascendo eternamente do Pai, mas ainda não nascido para nós , entre nós.
6. O Deus nosso O Deus nosso, da nossa oração é o Deus da Revelação Cristã, revelação vinda das trevas de transcenaente Mistério revelação envolta em têrmos humanos, pois 4ue é dirigido a homens, manifestando, porém , um Mistério que conceitos humanos jamais podem delimitar ou conter. O nosso Não o amor-éros, não o amor paiDeus é Amor (I Jo. 4,8 ) . xão, não o amor da insuficiência que clama por complemento, o amor-miséria, fome, vácuo a suspirar pela satisfação que falta, o amor-desejo de plenitude ... Nosso Deus é Amor- Plenitude; AmorÀgape, que transborda e dá de sua própria plenitude. Nosso Deus Católico é o Deus que é "um dar-se infinito de Si mesmo, eternamente repleto da plenitude de Seu dom" . - ~ste é o Deus da nossa oração, o Deus a Quem nos dirigimos quando oramos: "Pai Nosso que estais nos céus". 13
7. A ora cão do nosso Deus - A Deus perte,ce toda ini c iativa . "No princípio era Deus" ()o . 1 J Deus é amor de Pai, cie f-Ilho de Espírito Santo. Deus é Amor que se dá, se diz, se ama . A • Deus ninguém viu, com ~le ninguém PP.de entender-se. Só o Unig ê nito, que está no seio do Pai , êsse nó -lo deu a conhecer, e por Ele e n "Eie Deus, revelou seu Mistério, pela ação do Espinto Santo, porque o Espírito de Deus penetra nas profundezas de De us ( 1 Cor. 2,1 OJ. No seio da Santíssima Trindade vemos , no único Amor que Deus é as três Pessoas divinas amar-se mutuamente e m circúito de amor, em mútua doação que As une entre s i. O amor pelo qual o Filho tudo recebe do Pai e dá-se de voita ao Pai , é, no seio de Deus, a Oração igualmente Deus, na Pessoa do Espírito Santo. Este é a Oração-vínculo que une o Filho e o Pai . Oração do Pai que vive no Filho; oração do Filho que vive no Pa1, oração que é amor; amor que é oração, na unidade do Espírito Santo; urn só Deus pelos séculos dos séculos ... Toda oração deve se r urna participação {criada, limitada) na oração ( ilimitada, in criada ) do Espírito Santo que procede do Pai e do Filho no próprio. Mistério de Deus, nas profundezas da Santíssima Trindade . - Toda oração cristã é trinitária: brota do Amor entre Deus-Pai e o hom e m d ' tle renascido. A oração cristã é a fl ôr do Amor. Orar é ex t e rnar o a mo r que irrompe das profundezas à superfíc ie ...
8. A divina iniciativa A palavra de Deus (o dizer de Deus) pro rrompeu de dentro da Santíss ima Trindade, proferindo O o Verbo de Deus no exterior, entre nós e a nós, homens. dizer da parte de Deus . O sair de Deus para conversar conôsco. E o Verbo se fêz Carne, e habitou entre nós : Jesus Cristo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem. Nêle os dois têrmos da Oração se unem em verdadeiro "Coniugium", do qual pela Caridade da Cruz, surge uma geração nova, que abraça o munao inteiro. tste Mistério é grande, e dê/e é figura o Matrimônio Cristão. 14
9. Cristo nosso Patriarca Deus vê sempre o gênero humano sob o prisma de dois homens responsaveis e suas respectivas Chefes de descendências Esposas: Adão -Eva e Cristo-Igreja. bem diferentes. pais universais de familias inteiramente distintas ~egundo a herança transmitid~: uma, de vida humana romoida com Deus; outra. de participacão restaurada na Vida de Deus. Todos os homens são vistos dor Deus como inclusos nestas duas Cabeças, nestes dois Patriarcas. O oue êles fazem, todos fazem ; o oue êles têm, todos têm; o que êles merecem ou desmerecem , todos merecem ou desmerecem . As resoetivas Esposas são os complementos e prolongamentos. companheiras e auxiliares "similes Eva foi tirada do lado de Adfío adormecido no paraiso. illis". A lqreja foi tirada do lado chaoado de Cristo adormecido na Cruz. Ambos disseram da Esposa: "Esta é carne de minha carne". A . ambos Deus disse: "O Esposo adere totalmente à sua Esposa e com ela torna-se um só corpo" !Gen. 2,24 l . Como inclusos em Adão, ao pé da arvore do bem e do mal , todos desobedeceram , todos pecaram; como inclusos em Cristo, na árvore da Cruz, todos obedeceram e foram iniciados na Graça de Deus.
I O. Cristo, nosso Orante Quando o Cristo- Homem ora, é um Deus que ora . - Quem ora a Cristo-Homem, a Deus é que ora e adora . - · Quem ora separado de Cristo, não é ouvido por Deus. Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, é, ao mesmo tempo, princípio c termo, sujeito c objeto, e a própria relação de toda oração.
A oração de Jesus é a contemplação altíssima e ininterrupta de uma mente humana, substancialmente unida à Divindade do Jesus passava noites inteiras em oração. Orava ac Verbo. seu Pai em público e ensinou aos seus orar ao Pai dêle e dêles .. . De incomparavel beleza, ternura c profundidade é a oraçõu sacerdotal de Jesus, relatada no capítulo 17 do Evangelho scgundo.Sõo Joõo. - Orava e adorava ao Pat, dava-Lhe graças, e Lho
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rogava e suplicava. Aceitou também ser adorado, gradecido, rogado e suplicado como só a Deus pode ser feito. - O ápice de sua Vida de Orante atingiu êle quando chegada a sua hora. Viro u oração e m chaga viva Obediente até a morte, em ato supremo de amor ao Pai e aos homens, satisfez ao Pai por todos os homens. O Pai teve que aceitar. Era seu Filho Unigênito que alí O amava sõbre todas as cousas, com o empenho de toda a sua Vida, e assim obedecia e satisfazia. Seu dom de si mesmo era equivalente à honra ultrajada do Pai. Ambos infinitos. Reparou o equilíbrio da Justiça Divina , rompida pelo pecado . O Pai responde aceitando. Glorifica o Filho em gloriosa ressurreição. Dó- Lhe todo o poder e julgamento no céu e na terra . ·
De homem algum o Pai aceita o que fôr, a homem ;~lgum u Pai concede o que fôr, sinão por Cristo seu Filho querido e Nosso Senhor.
11. "Ad pe rpet uam rei mc moriam" Na Cruz novo pacto foi concluído entre Deu~ e a Humanidade. Na Cruz: na base do Corpo Vitimado e Sangue derramado do Senhor. Do Corpo abatido em vítima, do Sangue derramado em holocausto, pela Vida do mundo. Em honra e memória deste Pacto foi eréto um Monumento, um Memorial. Um verdadeiro Testamento e Testemunho para a posteridade. Foi o próprio Seryhor Q.l!e ergueu esse Monumento comemorativo. Ergeu Cristo seu próprio Corpo e San gue em Monumen to v ivo, revestiu-os das figuras visíveis de pão e de vinho,' para a Vida do mundo, e para a Glória do Pai. - Lc- _ gou a homens eleitos o seu poder de pronunciar sôbre o pão : "Isto é o Me u Corpo Vitimado" E SEU COR PO SERÁ; e sôbre o vinho: " É Meu Sangue derramado para perdão dos pecados" E SEU SANGUE SERÁ; "Tomai e comei todos vós" E TODOS TOMAM E COMEM; "Fazei isto em minha memória para a Vida do mundo" - E O FAZEM ~LES ATE EM NOSSOS DI AS, ATE' AO FIM DO MUNDO, e sob a ação dêles o rnundo revivc ... ~~
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Diretor é o denominação dado ao órgão superior dos Equipes de Nosso Senhora, o quem cabe portanto, o direção geral do Movimento, no seu plano internacional. Centro
Caros Amigos Há algum tempo a "Lettre Mensuelle" publicava um editorial de que muitos se lembram; "Precisam-se voluntários". (~ste editorial foi publicado na nossa carta mensal de nov./60). Lembrêmos em poucas palavras o seu objetivo, já que mais de 300 equipes - formadas depois dessa data não tiveram dêle conhecimento. "Eu proponho a êstes voluntários, dizia o Pe. Caffarell, que se comprometam a fazer uma hora de adoração noturna uma vez por mês, marido e mulher juntos, na medida do possível. Estou convencido de que o Movimento precisa destas orações e delas alcançará um imenso proveito." Dava em seguida as grandes intenções desta prece: o Movimento, para que seja cada vez mais uma escola de perfeição. . . cada casal e particularmente aquêles que se acham em perigo, em tentação ... as necessidades da Igreja.
Três semanas depois da publicação dêste editorial, as 186 horas mensais (de O a 6 horas) estavam preenchidas. Atualmente 132 horam têm dois casais que asseguram a hora de guarda: com efeito, 318 casais responderam ao apêlo. Seis assistentes se inscreveram também e é muito bom para nós saber que as suas orações estão unidas às nossas. Sete equipes pediram que se lhes atribuisse uma noite completa cada mês. Não se trata aqui de um novo apêlo. E' outro o nosso objetivo. Trata-se de levar ao conhecimento dos mais novos equipistas que esta oração noturna do Movimento existe. Tôdas as noites antes de adormecer podem oferecer as preces que vão ter início, unir-se a elas, confiar-lhes as próprias intenções. E' possível que alguns de vocês, queiram também se inscrever. Seria interessante apresentar um quadro da distribuição das horas. Digamos apenas a título de exemplo que, determinado dia do mês, acham-se sucessivamente em oração casais de Loire (França) , Barcelona, Alemanha, Paris, Porto, Argélia, Strasburgo, Mosela ... Cidades e países diferentes, idades diversas desde uma equipe muito nova do Porto até os veteranos que viram a origem do Movimento em Paris meios diferentes também. Todos irmãos, nas orações feitas nas mesmas intenções. Nosso objetivo é lembrar ainda que nada de grande se faz que não seja fundado na oração. Para isto vamos lembrar algumas linhas do editorial j6 citado: "Acontece com os movimentos o mesmo que com os indivíduos: alguns têm uma forte vitalidade ao passo que outros são astênicos. Uns progridem, outros retrocedem. Quantos já vi nestas condições, ricos no entanto de promessas no ponto de partida, periclítarem ràpidamente, ao passo que outros, com aparência modesta na origem, adquiriam em poucos anos uma irradiação in~sperada. E' questão de dinamismo interno. . . Para que o crescimento não se faça em detrimento da robustes, é preciso cuidar muito de perto da alimentação. Por isso p•reocupo-me com o alimento espiritual das nossas Equipes. Penso que exige, na hora atual, um suplemento de oração. Com efeito, solides, vitalidade, fôrça de expansão se alimentam na oração." li
Caros amigos voluntários, todos os casais do Movimento se apoiam em vocâs, como também o próprio Movimento, para lhes confiar não só as suas intenções, mas também as da Igreja e em primeiro lugar o próximo concílio. Não se orgulhem com isto, mas conscientes pelo contrário de sua fraqueza, façam pasar suas orações pelas mãos de Nossa Senhora. A todos afirmamos a nossa mui fraternal amizade.
Acrescentemos a êste bilhete, um "post-scriptum" nosso: Sabemos que vários casais das nossas equipes responderam ao apêlo feito na Carta Mensal de novembro último. Equipes de Jaú e de São Paulo nô-lo comunicaram. Pedimos fazer as comunicações diretamente ao nosso Secretariado, para podermos fazer a distribuição das horas. Quando é que poderemos comunicar também que tôdas as horas estão preenchidas e que, dada a difert-nça de latitude, as Equipes do Brasil prolongam por 4 horas as orações que se fazem no Velho Continente?
COMEMORAÇÃO DE PÁSCOA No dia 9 de abril realizou-se com sucesso, em várias cidades do interior do Estado a comemoração de Páscoa, em união à de São Paulo. Essas cidades, centros de grande número de Equipes foram: Santos, Campinas, Ribeirão Preto, Jaú e São João da Boa Vista. Desta última, recebemos a seguinte notícia, que merece destaque: 111
A Páscoa foi comemorada com uma Missa vespertina, celebrada por S. Excia. Dom David Picão, DD Bispo Diocesano. Além dos membros das três equipes da cidade e suas respectivas famílias (filhos, parentes e empregados), compareceram numerosos casais convidados, perfaxendo um total superior a I 00 pessôas. Houve sermão de Dom Picão alusivo à Páscoa e à Família. Seguiu-se um encontro fraterno muito alegre e animado.
CURSOS DE PREPARAÇÃO AO CASAMENTO Já foram organizados em Jaú, Ribeirão Preto e Santos, os Grupos de Trabalho que terão a importante missão de preparar noivos para o casamento. ~sses grupos receberam a orientação daquele que em São Paulo vem trabalhando com êxito para o mesmo fim . A confiança e esperança depositadas pelo Movimento nêsses grupos é muito grande.
TESTEMUNHOS de Santos: Os casais da Equipe de Na. Sa. do Monte Serrat, de Santos, tiveram uma ótima idéia . Organizaram um coral composto por seus filhos , o qual já colaborou com êxito na celebração do Natal e agora na Páscoa. Essa interessante iniciativa favoreceu muito a amizade entre as crianças e contribuiu para a maior união entre os casais. de Campinas: Ocorreu em Campinas uma reumoo de confraternização entre as várias equipes estando presentes mais de 40 crianças e cêrca de 25 casais. Paulo Magabeira gentilmente ofereceu sua chácara, proporcionando ambiente para uma alegre e proveitosa reunião. IV
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de Caxias do Sul: Trecho extraído de uma carta recebida de um sacerdote de Caxias do Sul, RGS: " .. . não posso ficar à margem de um movimento que reputo indispensáv~l para a reintrodução de Cristo nos lares. Daí o meu interêsse . .. "
VIDA DO MOVIMENTO
Tivemos nos últimos meses um total de 30 equi pes que fizeram o seu Compromisso Solene em várias partes do mundo, onde as ENS já atingiram um certo de senvolvimento. Filiação Também o número de equipes que fizeram seu Pedido de Filiação, foi bastante expressivo : Alemanha 2, Austria 1, Brasil 5 , Canadá 4 , Espanha 2, França 46 , Guad<1lupe 1, Ilha Maurício 2, Inglaterra 1 , Portugal 27 , Suíça 2 , Tunísia 2. As equipes brasileiras que se filiaram foram as seguintes : Compromisso
São Paulo 27 - Equipe ..,a. Sa. Auxiliadora Assistente : Pe. Pascoal Filipeli C.R. : Maria Aparecida e Sergio Santos Braga São Paulo 28 - Equipe Na.Sa. da Imaculada Conceição Assistente : Pe . Joaquim Salvador, sdb C. R.: Ercília e Leofredo Pacheco Jordão
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Jaú 3 - Equipe Na. Sa. do Sagrado Coração Assistente : Pe. Joaquim de Godoy C.R. : Neuza e David Pares Santos 2 - Equipe Na. Sa. Rainha do Lar Assistente : Pe. Heládio Alvarez Rodrigues C.R. : Tereza Yara e Carlos Aguilar São Carlos 2 - Equipe Na. Sa. da Esperança Assistente: Cônego Virgílio de Paul i C. R. : Mirian e Afrônio Zambel.
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ALEGRfMO-N'OS COM fLES
6 / 12
Giovanni
Maria Helena e Luiz C. Loureiro Costa Equipe Na.Sa, do Sagrado Coração - Jaú
8 / 12
José Maria
Ester e Marcelo Moreira Azevedo São Paulo Zélia e Arthur Bernasconi Equide Na.Sa. da Esperança - S. Carlos Maria Augusta e João Fortes Equipe Na.Sa. das Vitórias - R. Janeiro Nellie e Antonio Carlos Moreira Martins Equipe Na.Sa, do Sagrado Coração - Jaú Gessi e Jayme Cestari Filho Equipe Na.Sa. do Belo Amor-Pederneiras Maria Francisca e Antonio Mesquita Equipe Na.Sa. das Vitórias - R. Janeiro Maria Salete e Antonio Evariste Marot Equipe Na.Sa. do Sagrado Coração- Jaú Carmen Cecília e Roberto Bonecker Equipe NaSa .Rainha do Lar- S. Paulo Equipe Na.Sa. do Sim -
12/ 12 5/ 3
Gilberto Carlos José
13 / 3
Fábio
19 / 3
Jayme
31 / 3
José
Paulo
5/ 4
Maria Luiza
16/ 5
Paulo André
DEUS CHAMOU A SI' Louis Rey, membro da Equipe Arras 3, morto tomobilístico em 9 de dezembro . Albert Jobert, da Equipe Beauvais 1, a 1O de Guy Van Der Stappen, responsável da Equipe Pe. Degusseau, assistente da Equipe Toulouse
num acidente au dezembro. Nantes 1. 7.
CURSO DE CULTURA RELIGIOSA
Iniciado em agôsto do ano passado completará, dentro em pouco, um ano de atividades. Constitue motivo de entusiasmo o comparecimento, tôdas as têrças-feiras, de cêrca de 70 pessôas às aulas que vêm sendo VI
proferidas pelos professôres, padres teólogos, os quais têm transmitido aos presentes ensinamentos de alto sentido religioso e intelectual. As aulas serão encerradas no primeiro semestre dêsse ano, no dia 6 de Junho, prosseguindo em agôsto, a segunda etapa do ano. A notícia de existência dêsse curso ultrapassou os limites da cidade de São Paulo e já é do conhecimento de muitos, em outros Estados do Brasil. A exemplo do que aqui foi feito, também em São Carlos, a vizinha e intelectual cidade do Estado, também quiz ter um curso semelhante. Em aula inaugural,o professor e companheiro, Ernesto Lima Gonçalves, expôs a um auditório de mais de 300 pessôas, no Forum local, como se tinha fundado o curso, seu programa, seu desenvolvimento, assim como analisou o desequilíbrio entre a cultura profissional e a cultura religiosa, tendo no final da reunião falado o sr. Bispo Diocesano de São Carlos, Dom R'!Y Serra. Esperamos que outros exemplos sejam seguidos e que em breve possamos contar com mais cursos dessa natureza, os quaii trarão um maior aprofundamento no conhecimento da verdade e um aperfeiçoamento do nosso catolicismo. As aulas são proferidas tôdas as terças-feiras, às 20,30 hs, na Faculdade de Filosofia Sedes Sapientiae, à rua Marquês de Panaguá, 111. Mais informações pelos telefones: 8.8033 e 8.3040. CALENDÁRIO
jun e jul
reuniões normais dos Setores e da Regi5o.
ago
Porto Alegre, FloriaEncontros Regionais em nópolis, Curitiba, Ribei1'ão Preto, São João da Boa Vista, Jaú, C.1mpinas e Santos.
18-20
Retiro em Baruerí -
Frei Luis Mari.1 Sartori, ofm VIl
7
set
10
Peregrinação Recolhimento
out
20-22
Retiro em Baruerí - Pe. Eugenio Charboneau, esc
nov
17 - 19
Retiro em Baruerí - Mons. Benedito Ulhôa Vieira Reuniões de Balanço das Equipes
dez
3 3-9 10 17
Recolhimento Reunião de Balanço das Equipes de Setor e das Equipes de Coordenação. Reunião de Balanço da Região Reunião de Balanço da Região
AVISOS Ficha de Inscrição de Simpati:untes. A mesma destina-se, • em princípio, ao levantamento dos casais interessados nas Equipes de Nossa Senhora, para um convite para Reuniões de Informação, e posterior formação de novas •equipes. ·
Pedimos aos equipistas que tiverem algum casal interessado no Movimento que preencham todos os seus dados, remetendo-a ao Secretariado. Eventualmente, a mesma poderá ser utilizada para a indicação de Sacerdotes. • Nova sede para a Secretaria. Continuamos a procurar um local para instalar a Secretaria da ENS, dentro das condições já anunciadas na C. M. anterior.
Comunicações - ao Secretariado (51.7563 - 52.1338) Ruy Pereira Leite ( 35.0864 - 70.8741 ) . VIII
ou
a
Em nossos altares, das Chagas memoriadas de Cristo, nasce c cresce, se nutre e cura, embeleza e imortaliza-se a Esposa de Cristo, a Igreja a Cristo conjugada: dois numa só Carne - Cabeça e Corpo; Sacerdócio e Laica to; Sacrifício e Sacramento: uma só Eucaristia, uma só Carne do Senhor tomado para a Vida do mundo, a Vida da sua Igreja no mundo. Bendita Eucaristia, Memento do Senhor que contem o Cristo de eterno Louvor ao Pai e de diviníssimo Valor na mão dos homens, sob as formas da sua Morte para Vida nossa ...
12. Maria Santíssima, o colo (pescoço) no Corpo Místico. Única, sublime e necessória é a posiçãq da Virgem Mãe de Deus e Nossa Senhora no organismo da Redenção. Ela é o colo, o pescoço, que interliga Cabeça e Corpo, Cristo e Igreja. Nadil passa da Cabeça ao Corpo e do Corpo à Cabeça sinão pelo colo, pelo pescoço. - As graças da Vida eterna fluem do Deus lncarnado ao mundo por Maria, a mesma pessoa pela qual o mundn recebeu a lncarnação humana do Verbo de Deus.
Maria é o pescoço da Igreja Orante. Nossa oração deve estar sempre associada à d'Eia, e mediante Ela havemos de orar a Cristo se quisermos agradar ao Senhor e sermos por ~le ouvidos. Quiseram alguns eliminar da vida católica a mediação de Maria ... São bárbaros, são outros Herodes a modo daquêles que quiseram degolar a Cristo-Infante e João Batista, o maior dos Profetas, o primo carnal do Senhor. Eliminar o papel de Nossa Senhora seria degolar o Cristoseparar-Lhe o Corpo da Cabeça, votando-O à morte certa ...
Mí~tico,
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H. O LEIGO
13. Seu lugar na Igreja. ~sse fari se u bom que era o Nicodemo, interrogando iJ Cristo acêrca de sua doutrina do " nas cer do alto " para o Reino de Deus, estupefato, perguntou-Lhe : "Mas como nascer de novo? Poderá o homem tornar a entrar no ventre de sua Mãe e de novo ser dado à luz ... ? Uo.3.4 ). - Exatamente , Nicodemo; mas tu, doutor em Israel , nada tinha·s ·compreendido deste "nascer do alto", da água e do Espírito? To do nascer de homem é um proceder do seio de uma mãe. Nossa Mãe é a esposa de Cristo , a Igreja fecundada pelo Sangue do Senhor. No ventre dessa Mãe é concebido do Espírito na Fé e e stá em gestação o POVO DE DEUS, nêle ag uardando a hora d ~ se r dado à Luz da Vida Eterna, à Glória . Misteriosas forças nêle trabalham formando e nutri ndo frutos ·segundo o modêlo dC' bendito fruto do ventre de Maria . Essas fo rças misteriosas ·são os Sac ramentos, correspondentes às fases e idades do homem em processo de sôbre natural izaçõo ou fili;~ ç õo divina : o Batismo da Infância , o Crisma da Adolescência, do crescente vigor para o tra balho e combate; o Matrimônio da idade adulta , da vrda multiplicante, a Un ção 1:la idade avançada,. da pré- juventude eterna! Eis o Corpo M íst ico do Senhor Jesus! ... Na Cabeça , clero e . sace rdóc io; no Corpo, laicato e matrimônio; por todo o Corpo, as veias da Eucaristia e os nervos da Penitência, os processos da nutri çõa c da dô r, da vida e da cura.
14. Sace rdote e l eigo . O Sacerdote e·s tó na Cabeç;J, o Leigo no Corpo de Cristo- Igre ja.
O Sacerdote participa direta e autorizadamente do Magi stério, Paternidade e Governo de Cristo; o Leigo é discípulo e filh o, submisso ao Sacerdóc io do Senhor. O Sacerdócio é função de Cristo, Esposo e Chefe; o Laicato ocupa o l~ar da Igreja , . Corp? c
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E:sposa, submissa ao ~sposo e Chefe. O Sacerdócio é poder, chefia, responsabilidade principal em nome de Cristo Mestre, Rei, Pai; o Laicato é obediência, auxílio, complemento, docilidade . O Sacerdócio e i...aicato se completam como marido e m_ulher. Sacerdócio sofre a Eucaristia como Sacrifício; o Laicáto goza a Eucaristia como Sacramento; o primeiro chora com Cristo na Cruz, em agonia; o segundo chora com Cristo no presépio, com felicidade. O Sacerdócio, no Corpo Místico, no Corpo Sacro-Social de Cristo exerce autoridade paterna , provê ao sustento dos leigos (filhos do Senhor), e os instrui , educa e guia em nome de Cristo e por ordem de Cristo; o Laicato observa - lhe o quarto mandamento : ama, obedece, ajuda , assiste e cuida do Sacerdócio .
15. Laicato, atividade dirigida e responsabilidade subordinada. Isto tudo não implica ociosa passividade e improdutivi dade , ausência de atividade e responsabilidade por parte do Leigo Assim como esposo -: esposa interdependern e se na Igreja. completam na intensa atividade do amor e cuidado entre ambos e juntos, aos filhos e no labor comum pela manutenção, desenvol vimento e aperfeiçoamento do Lar, assim também na Igreja agem juntos Sacerdócio e Laicato. Afinal, o que é o esposo sem a esposa?... Uma cabeça sem corpo! ... E ela sem êle? ... Um corpo sem cabeça!. .. E juntos, unidos? .. . Uma Plenitude, uma Fortuna!
Assim também no Corpo do Senhor que é a Igreja, Sacerdócio e Laicato formam uma só vida e atividade orgânicas.
16. Liturgia: Oração ótima e mox•ma da Igreja. O Sacerdócio é o ministério visível do Cristo hoje invisível. Ministério duplo : de duas faces: da glorificação de Deus e da incorporação dos eleitos no Cristo. ~ste o ministério autêntico do Sacerdócio Católico, único endossadopor Cristo, único reconhecido pelo Pai
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do céus. Chama-se Liturg:a. E' o culto público, a oração pr6pria, oficial comunitária do Corpo Místico de Cristo ao Pai Eterno. E' também o culto oficial prestado pela Co mu ni dade dos fieis a seu Senhor Jesus e , por ~le, ao Pai. - A Li tu rgia é a Oração Integral do Corpo-Igreja de Cristo, isto é: da Cabeça e dos membros, do Sacerdócio e do Laicato. Consta do Oficio divino, dos Sacramentos e dos Sacramentais. Seu centro e ápice é o Sacrifí cio Eucarístico, a Missa, o máximo Louvo r e Ação de Graças, realisados com o próprio Cristo, pelo próp rio Cristo, em o próp ri o Cristo, não só representado pelo Sace rdóc io instrumenta l, mas real-física-e pessoalmente presente!. .. Cla ro está que oração alguma, quer de sacerdote quer de leigo, poderá vive r e sobrev ive r divorciada da Liturgia ,mesmo quan do for oração não-li túrgica . Toda oração para que seja legítima, e possa ser ouvida e acei ta por Deus, deve receber da Liturgia inspiração , sincronia e ortodox ia .
I II. A OR AÇÃO
17 . Homem de oração. Ser homem de oração é manterse constantemente na proximidade de Deus. Andar sempre dial'lte da face do Senhor. Estar sempre de face voltada para Deus, ouvidos atentos, coração aberto, a mente preparada, a lí ngua expedita . De que c coração está cheio, a bôca transbo rda. De uma forma ou outra. com maior ou menor intensi dade, segundo as circunstâncias e possibilidades, o home m de o ração jamais inte rrompe a conversação com seu Pai e Senhor. Sua vi da é toda amor que fala e ouve ao P·ai Amado. Está sem pre em paz e bom e n-
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tendimento com o Pai e apenas apresenta-se il oportunidade, cómo que naturalmente passa à conversação. Pai e filho nunca se perdem de vista. O Pai está sempre presente ao filho, e êste jamais interrompe de todo seu trato com o Pai, seja mediato, seja imediato. O homem de oração vive para orar e ora para viver. Sua oração é a face radiante de sua vida. Assim como a alma espelha-se no rosto , assim a Graça expressa-se na oração. Assim como os movimentos do coração humano se traem e revelam no semblante do homem, assim também o estado de Vida divina no homem, se trai e revela na oração do cristão. A Graça Santificante (graça habitual ou permanente) em nós é uma Plenitude em potência, uma Caridade ( Amor-ógape ) iniciada. E a oração é a sua flôr principal ... Quem ora, ama; quem ama , ora . A oração tanto brota do amor, como conduz ao amor, como é amor em ação... O Amor é o vinculo da Perfeição, e a Oração é o vínculo dos Amantes. O Amor é alma, a oração é bôca; o Amor é pulmão, a oração é respiração. Quem ama, tem necessidade de orar; quem não ora, não ama . Toda oração deve ser uma tomada de consciência do dom de Deus que vive oculto na profundeza do nosso ser. - Orar é viver a nossa Graça interior, a nossa vida escondida em Deus oculto, a nossa filiação do Pai dos cé us!
18. Oração - Louvor. O elemento principal da Oração é o Louvor de Deus. O louvor é a forma mais amavel do amor. Com o louvor Jesus iniciou a oração que ensinou aos seus discípulos. "Santificado. honrado, louvado, glorificado seja o Voss:> Nome ... " Oração alguma a Deus agrada, se não incluir o elomento do louvor. O louvor deve ser a forma suprema da oração , pelo simples motivo de que Deus é a Realidade Suprema. Todos os outros bens que possamos agradecer ou pedir, devem servir ao divino Louvor.
19. A oração variadíssima... Riquíssima é a oração cristã. O homem de oração dirige-se a Deus quer como filho ao
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Pai como irmão a Cristo·, como amigo ao tsptrito Santo de Amor; ora· reza como indivíduo, ora como membro e chefe da família doméstica · umas vezes como cabeça de sua esposa, outras, como pai de se~s filhos; mais outras como membro da comunidade paroquial ou universal. O homem de oração ora reza segundo formulas fixas, litúrgicas ou para-litúrgicas, ora reza de improviso segundo a inspiração de seu coração; ora reza na solidão a sós com Deus, ora em comunidade, em público; ora reza com pa lavras recitadas ou cantadas, ora somente com movimentos do coração, mentalmente apenas; ora reza unificado e concentrado sóbre Deus, ora reza dividido e ocupado no meio de muitos trabalhos; ora reza de dia, acordado; ora de noite; enquanto dorme, o coração vigia ... - O homem de oração ora busca Deus nas altu ras dos céus, ora no céu de sua alma; primeiro no presépio, na cruz, no evangelhoJ na Eucarística e depois na esposa, nos filhos, nas amizades, nos pobres, nos sofredores, nos perseguidos, nos ca tequizandos, nos pecadores. E' sempre a Deus que nêles busca e a Deus que nêles encontra e visa . E' a Deus que está nêles que fala, é nêles que Deus lhe fala . - O homem de oração ora abandona a Deus por Deus, ora encontra-0 sem busc6-LO; ora o busca sem encontr6-Lo, mas fica-Lhe presente porque O c rê presen te a ê le, sem O experimentar, num e loquente trato mudo, ..
20. Estad.o de oração. Ao homem de oração. orar se lhe tornou uma necessidade, uma segunda natureza . Ele sabe que Deus, por ser infinitamente mais do que êle (pobre criatura) , est6 - lhe infinitamente mais presente a êle do que ê le a si mesmo . Infinitamente mais que o homem em si, est6 Deus n'êle. Quando o homem de oração imerge em seu próprio interior, e segue os cami nhos internos da Graça divina nêle presente, topa na base de se u espírito com a presença (em pleno reg ime de Fé que crê e não vê,mas pelo tato da Caridade-Amor, pelo radar dos dons do Espírito Santo ) repito : topa na base de seu espírito, Gratificado de Vida, com a presença de Deus- Trindade, pronta sempre a pux6-
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Ío e afundá-lo em seu Oceano Trinitório. A própria tentativa do homem de atrair a Deus é efeito do Deus· que atrai ao homem ... Difícil encontrar imaqem mais fiel do estado de um homem de oração do que o estado de conjugalidade proprio dos esposos em casamento feliz . - Um só homem e uma só mulher, separados horto concluso --: de todos os terceiros jardim fe:hado unidos entre si num pacto indissoluvel de mútua aderência , diqo melhor : de mútua adesão; ou melhor ainda, de mútua inerência ou "inesão". .. Intervirem , convivem um com outro, ou melhor, "in-vivem" como dois em um só corpo, quasi que uma só alm~. um só coração, uma fusão de entendimento e amor. Sempre voltados um para o outro, face a face, fala a fala , num diálogo ininterrupto, acôrdo, concórdia, comunhão constante dos mesmos afetos. visão e interesses. "Inter-são", inter-vivem, "in-vivem" num contínuo colóquio que versa tanto sôbre SP!I mundo interior como sôbre o mundo exterior visto de dentro dêles. Espontâneamente sobe à tona , em qualquer palavra e gesto, o quanto se amam . se adoram, se agradecem . Rogos e súplicas sobem-lhes ao~ lábios sem o menor constrangimento, com a maior natL·;·alidade . Mesmo calados, sabem-se presentes um ao outro e se não falam os lábios. falam os corações, as meras presenças ... Assim o estado de oração permanente entre o homem de oração e seu DeusAmor .
Marcados e chamados para a l iturg ia. Todos, sae leigos, estão deputados às duas finalidades do Corpo Místico do Senhor: GLORIFICAR a Deus e INCORPORAR a ::risto. Todos fomos deputados a dois destinos : à Gló ria celeste e à Liturgia !Culto-Adoração) . Para cada uma dessas dep10tacões Cólda fiel de Cristo recebeu uma base , uma marcação, uma insígnia, uma qualificação. PARA A VIDA ETERNA ou GLORIA, a g raça Ja ntifin nte; PARA 0 CULTO !GLORIFICAÇÃO de DEUS! , o ca2 1.
cerdote~
rater .saçramcntal. Apreendemos no catecismo que três. sacramentos imprimem um "carater", "marcam" a alma do home., . São o Batismo, a Crisma, o Sacerdócio (a Ordem ) .
O Carater que nos foi impresso no Batismo é realme'lte umll pa rt ic ipaçã o no Sace rdocio Rea l de Cristo . é deputacãr a<· Cultc de Louvor e Ação de graças ao Pai que estó nos céus. E' qualificação do homem a ter parte com Cristo em sua Oração, única válida e aceita por Deús. E' incorporação do homem a Cristo-Igreja, à Oração legítima, acreditada ou credenciada do Corpo Místico do Senhor. O carater batismal e crismai é Saçerdócio ativo , acompanhante e auxiliar, do Laicato subm isso e dependente face ao principal. tste tem sua base no Carater sacerdotal (Ordem), iniciado no Diaconato, semi-pleno no Sacerdócio, pleno no Episcopado. Refere-se respeétivamente ao Clero auxiliar, Cler:>-Cura, c Chefia episcopal. Eis ai, ó Leigo, a tua dignidade! Como homem de oração se rá s em primeira e principal instância um hom e m litúrgic o, que vive, ora e age em função de seu Carater batismal e crismdl, como co-participante ativo do Culto Público Cristão, da Uturgia do Cristo-Igreja (Sacerdote Eterno ) ao Pai Eterno.
22. A o ração- pe nd e nte da Liturg ia. Em segunda instância o Leigo será homem de oração no terreno da piedade comunitaria não-litúrgica, não-sacerdotal, não-oficial, aqu é m da esfera do Sacramento da Orde m, mas ainda na esfera da vocação :,atfsmal. Não há dúvida de que as ações liturgicas s·~jam superiores às ações comunitárias piedosas do Povo de Deus. Mas aquelas nõo excluem nem substituem estas. A oração comuni tária extra-litúrgica do povo cristão é uma condição de since<idade litúrgica e ao rnesmo tempo um efeito de sua eficácia. -
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Assim por exemplo a recitação do lerço do Rosário, a Via-Sacra, a oração da Comunidade Equipista, da Família doméstica, são orações de piedade popular extra-litúrgica, enquanto na Mi.;sa e :10s Sacramentos e Sacramentais o mesmo Povo pode e devia entrar como participante direto, secundário, subordinado. O Leigo na Missa tem papel ativo a desempenhar: co-oferece com o Sacerdote celebrante o Sacrifício Eucarístico, quando realmente, sob determinadas condições, consciente e ativamente, a êle se associa.
23. A oração pessoal. O Leigo como homem de oração individual , estritamente pessoal, sabe que necessita da linh,, ortodoxa e da inspiração litúrgicas. A oração litúrgica é a mais pura expressão da doutrina cristã e da verdadeira piedade. A oração litúrgica nasceu da própria inspiração do Espírito Santo que penetra, dinamiza, orienta e vivifica o Corpo Místico do Senhor. A Liturgia é ao mesmo tempo escola e norma de todas as uutras formas da oração cristã; fonte única e incomparável da verdadeira vida de oração.
24. A oração jaculatória. O Leigo, homem de oração, será um amante apaixonado da oração jaculatória, essa forma simplíssima de oração que tenta cumprir o mandamento do Senhor: "Deveis orar sempre e nunca cessar de orar" ( Lc. 18,1 ) , e do conselho do Apóstolo: "Orai sem cessar" (I Tes. 5.17). O dia de 24 horas tem 1 .440 minutos. Quantos desses minutos são ~omo passos perdidos na sala de espera da vida: partícwlas preciosas do tempo, sem proveito para negócios ou conversas humanas. E indo de lugar a outro, passando de uma ação a outra, entre um acordar e tornar a dormir porque não dar um rápido mergulho de encontro a Deus-lnhabitante, ao Deus-Trindade a quem estamos referidos, relacionados, na profundeza do nosso ser pela graça da Filiação? Para que não aproveitar esses minutos perdidos para uma tomada de consciência da nossa Graça interior de
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filhos de Deus, irmãos do Verbo lncarnado, amígos do EspÍrito Santo? Porque não aproveitá-los para uma tomada de contato com o nosso Deus da Oração, sempre à nossa espera, um cumprimento amoroso lançado ao Cristo oculto nalgum Sacrário? E isto sem constrangimento, sem nervosismo, mas sob a suave r-ressôo e espontâneidade do Amor? Não é assim que os esposos convivem, experimentam, testam, externam e nutrem seu intenso amor que, com os anos, vai crescendo para uma intimidade tão profunda que mais parece uma inteira fusão de vida mental e amorosa? A frequente repetição das orações jaculatórias é o '!leio mais seguro para, paulatinamente, chegar a um estado de associação ou união ininterrupta com Deus, oração meramente mental e afetiva, sem palavras, sem abstrações - oração que permanece indefinível e intata - vigorosa e eficaz - no meio da mais estafante ocupação exterior e material. ---
' lS. A oração entre irmãos. O Leigo, homem de ;,ra ção, é amante também, da conversação espontânea com Deus; da oração que, segundo a forma, surge do coração. Nela, achegase a Deus e O Louva e agradece, e com toda confiança Lhe expõe todas as suas necessidades. Muitos cristãos, ao apresentarse uma oportunidade, sentem vergonha ou acanhamento em preceder outros na oração, com palavras próprias em público ... E' grande pena! Perde-se assim uma explendida oportunidade de glorificar a Deus e de aumentar Seu amor entre os homens. Tal acanhamento não deve ser motivado pelo respeito humano. Não vingará entre os Equipistas de Nossa Senhora, sempre lembrado~ da palavra do Senhor em São Mateus ( 18,19 e 20) : "Se dois de vós concordarem, na terra, em pedir qualquer cousa, lha outorgará meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão congregados em meu nome, alí estou Eu no meio dêles".
26. A ora~ão meditativa. - A oração improvisada, quando deixa de ser vocal, torna-se meditativa. A meditação, ao la-
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do de outras formas de oração, é necessona à vida espiritual. A oração meditativa ou contemplativa, e que levará muitas vezes à oração unitiva {ápice da vida cristã, plenitude do Amor, etapa final da Graça na terra, antesala da contemplação celeste} exige tempo reservado, exclusão temporário de todo o criado circunstante, e requer exercício e preparacão. Aliás, tanto na vida natural como sobrenatural o crescimento processa-se harmoniosamente e não aos saltos. Toda vida espiritual e seu cerne, a ora:õo para florir e produzir fruto, exiae camoo lavrado e nutrido. Daí a necessidade de isolamento interior, de reflexão , de paz ~ interiorização. Antes de tentarmos entrar em oracão meditativa, é mister rechaçar e excluir as preocupações terrestres e ególatras. Toda subida a Deus exiQe livrar-se de pesos e lacas que prendem ao que não é Deus: preocupações. lembrancas. sentimentalismos, impressões alheias a Deus, irritações, tédios . Nunca, porém . o homem da oração meditativa deve esquecer- se de aue, ela também é dom de Deus. uma qraça. e que só pode ser praticada com o auxilio de Deus. Nela deve o homem abandonar-se totalmente à vontade e acão divinas, embora empregando esforc:o seu, esforco aue visará, tão somente, ao Deus-Amor, Àaaoe . Plenitude. Toda vaidade humana deve ser excluída do trato com Deus. Nunca deve o homer;:. preocupar:se com a elegância de seus pensamentos e comprazer-se na aqudêz de suas compreensões . Se as tiver, saberá que tudo isto é dom de Deus e ação do Espírito Santo que ilumina os humildes e puros, e rejeita os convencidos e orgulhosos.
27. Leitura Sagrada, nutri:~: da oral;Õo. o que de todo se não conhece.
Impossível amar
A primeira e principal fonte de toda oração é, logicamente, o contato assíduo com a própria palavra de Deus, quer anunciada quer escrita, ambas apresentadas pelo Magistério infalível do Pontificado Católico. Como responder e corresponder a Deus, sem primeiro ouvir-Lhe a palavra c convite, sem atender à parte de Deus na oração?
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ORAÇÃO Entremos em oração. Levantemo-nos. Coloquemo-nos na presença do nosso amantíssimo Pai dos céus, sempre a nós presente . . . . . . . . . . OREMOS: eis aqui reuSENHOR NOSSO PAI que estais nos céus nidos em Nome de Vosso Filho esta pequenina porção de filhos Vossos; e que representam ao todo setecentos Casais a Vós consa<Jrados no Santo Sacramento do Matrimônio. Nós Vos louvamos por Vossa Magestade e Glória . Nós vos adoramos por Vosso A mor e M isericórdia infini tas. Nós Vos agradecemos pelo Dom Ótimo e Máximo de Vosso Unigênito Fi lho, que nos enviastes, concebido do Espírito Santo e nascido da Santíssima Virgem Maria, por nós e por nossa Salvaçã o : Jesus Cristo Nosso Salvador. 'SENHOR JESUS, quem Vos vê , vê o Pai Somente por meio da Vossa Humanidade visive l conseguiremos chegar ao inv isível Verbo que Vós sois, e ao invisível Pai, que só Vós con heceis, e só aguêle a quem Vós o quizerdes revelar, Senhor, nós Vos adoramos e bendizemos porque por Vossa santíssima morte de Amor remistes o mundo; e pelo Memento da Vossa santíssima Eucaristia sois a Vida do mu ndo. Amantíssimo Redentor, Filho do Pai Eterno e Fil ho da Virgem Maria, nós Vos lo uvamos e agradecemos porque, de volta ao Pai, juntamente com ~le, nos mandastes do Alto o Vosso Divino Espírito, Vida e Força da Vossa Igreja na qual quisestes congregar-nos como universal Povo de Deus, para Vossa maior Glória e salvação do mundo. Nós Vos louvamos pela obra maternal da Santa Igreja, Vossa querida Esposa, nossa querida Mãe. SENHOR PAI, SENHOR FILHO, SENHOR ESPfRITO SANTO, um só Deus e Senhor, tende piedade de nós Kyrie Eleison. PAI ! Dilatai e for t ificai a nossa Igreja que é ABBA o Vosso Reino no mundo. - Congregai nela as multidões famintas do Pão da Vida, seden tas do Vin ho do Amo r. Submetei a to-
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dos, fieis e rebeldes, à Voss<J vontade de justiça e felicidade. Levai todos à perfeição do Vosso glorioso Amor, vínculo da paz e irmandade entre todos os homens e povos. PAI ! Na mesa dos nossos templos não deixeis faltar o Pão Vivo do céu Vosso Filho feito carne e sangue pela vida do mundo. Não nos faltem as mãos sacerdotais que repartam esse Pão Vivo aos Vossos filhos que somos, e aos Vossos filhos que temos por nossos também. Multiplicai e santificai os Ministros de Vosso Filho! E se a Vossa voz um dia clamar aos ouvidos de um filho nosso, com Heli mandá-lo-emos responder-Vos: "Fala , Senhor, teu servo Te ouve!" PAI, dai-nos também todo dia o Pão da Vossa palavra, do Vosso amor, da Vossa Graça, apoio e defeza. E na mesa das nossas casas não deixeis faltar o pão de trigo, o vinho da uva , a água do rio ou da mina, os frutos da terra, para o sustento dos nossos corpos, das nossas famílias. E não nos falte também o leite da ternura e intercessão de Maria, Mãe de Vosso Filho, do nosso Jesus, e Mãe r)ossa também ... PAI NOSSO e Pai dos nossos, Pai de nossos amigos, e inimigos (se os tivermos que não de nossa parte), Pai de nossos benfeitores e Pai dos que nos fizeram mal, Pai dos bons e dos pródigos, Pai dos bem-situados e Pai dos sem-haveres: abençoai-nos a nós todos, perdoai e corrigí, com suave energia, as ignorâncias e erros do nosso entendimento, as infidelidades do nosso coração, as inconstâncias da nossa vontade, os delírios de nossos sentidos, as fragilidades da nossa natureza, a mesquinhez do nosso progresso em Vosso Amor. Vêde, PAI, que amamos os nossos irmãos po r se re m f ilhos Quanto mais desfigurados e repelentes êles fôrem, quanto mais necessitados de Vós e de nós, mais os buscaremos e amaremos por Vossa causa. São imagens Vossas por mais truncadas que estejam; são filhos Vossos, potencialmente pelo menos. E quando os irmõçs são entes no~s mui queridos-, a nós presos por Vossos .
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laços de sangue e profundo afeto, amá-los-emos mais por Vós do que por êles mesmos ou por nós. E quando ofendidos, seja por quem fôr, de coração perdoaremos por Vosso Amor e para alcançarmos o Vosso perdão de que tanto necessitamos porque muito Vos ofendemos! :...__ E se entre nós houver alguma desavença, mais ou menos grave, a parte que se julga mais ofendida, seró a primeira a reconciliar-se ... E o ideal da nossa felicidade seró gozar o reflexo da Vossa Glória . Queremos construir a nossa felicidade em promover a felicidade alheia! E, finalmente, boníssimo Pai nosso que estais nos céus . Quando nos tentarem o mundo, a carne e o mal - o dinheiro , o gozo e o orgulho - quando nos fascinar e atrair o abismo de ne gação, do vasio, da ilusão - não permitais que caiamos nêle, mas livrai-nos de todos os perigos e dos poderes malignos : atraí-nos e elevai-nos com a força irresistivel de Vosso amor; lançai-nos no abismo de Amor que é o Coração de Vosso Filho , que nos amou até ao fim ; afundai-nos no seio da Igreja, plenitude da Graça e penhor da Vida eterna . NóS VOL-0 PEDIMOS POR JESUS CRISTO VOSSO FILHO E NOSSO SENHOR oue convosco vive e reina na unidade do ESPIRITO SANTO, DEUS, Verdade e Vida, Beleza e Felicidade infinitas, por todos os séculos dos séculos. Amen.
ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO
MEDITAÇÃO
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Texto Para Oração Pessoal
1 .a Ep ístola de São João (4. 8-21)
Caríssimos: Deus é Amor. Nisto se manifestou o amor de enviado ao mundo o Seu Filho Nisto consiste o amor: não em em ter-nos êle amado · primeiro piar os nossos pecados.
Deus para conosco: em nos ter único, para que vivamos por êle. termos nós amado a Deus, mas e enviado o seu Filho para ex-
Caríssimos, se Deus assim nos amou, também 'nós nos devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós á perfeito. Nisso ê que conhecemos que estamos nêle e êle em nós, por êle nos ter dado o seu Espírito • . E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nêle e êle em Deus. Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é Amor e Deus nêle.
quem permanece no amor permanece em Deus
Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como êle é, assim também nós o somos neste mundo. No amor não hó temor. Antes o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme, não é perfeito no amor.
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Amemos, portanto, a Oeus, porque Oeus nos amou primeiro. Se quem disser: "Amo a Deus" mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquêle que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus a quem não vê. Temos de Deus êste mandamento : o que amar a Deus, ame também a seu irmão. ORAÇÃO LITúRGICA ANTIFONA. (utilizctr como refreio)
Bendize, minha alma, ao Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios! SALIYIO 102
Bendize, minha alma, ao e tudo em mim bendiga Bendize, minha alma, ao e não esqueças nenhum
Senhor ao seu santo nome! Senhor dos seus benefícios!
Pois perdoou tôdas as tuas culpas e curou tôdas as tuas enfermidades. Salvou da perdição a tua vida e te cercou de carinho e misericórdia. Saciou de bens a tua vida e de modo que , semelhante à águia , rejuvenesceste. O Senhor procede com justiça, salvaguarda o direito a todos os oprimidos. Revelou os seus caminhos a Moisés e aos filhos de Israel as suas maravilhas; O Senhor é misericordioso e propício, longônime e sobremaneira clemente. Não alterca sem fim nem guarda rancor para sempre.
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Não procedeu conosco como os nossos pecados o mereciam, nem nos retribuiu na medida das nossas culpas. Pois quão alto está o céu acima da terra, tão grande foi a sua misericórdia P'ara com os que o temem. Quanto dista o oriente do ocidente, tão longe afastou de nós os nossos crimes. Tal como um pai tem pena de seus filhos, assim o Senhor se compadeceu dos que o temem. Pois êle sabe de que argila somos feitos e está bem lembrado de que somos pó. Os dias do homem são semelhantes ao feno: como a flôr do prado, assim floresce êle; mal o vento a bafeja, e já desaparece, nem a conhece mais o seu lugar. Mas a misericórdia do Senhor perdura por todo o sempre sôbre os que o temem, e aos filhos dos seus filhos se estende sua clemência, e aos que guardam a sua aliança e se lembram de seus mandamentos a fim de os cumprirem. O Senhor ergueu seu trono no céu, e seu reino abrange o universo. Bendi:zei o Senhor, todos os seus anjos, fortes e poderosos, que executais as suas ordens e obedeceis às suas palavras. Bendi:zei o Senhor, todos os exércitos e todos os seus ministros, que fa:zeis a sua vontade. Bendi:zei o Senhor, tôdas as suas obras, em tôda a extensão de seu reino! Bendi:zei, ó minha alma, o Senhor!
J\\o\u me f\ to d~ c~~lS
pott \U\\A esp1~1t\k\hdN:Ie. CO~\J9AI
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