ENS - Carta Mensal 1961-9 - Setembro

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SUMARIO

Editorial

Penúria Para sua biblioteca

O Amo r e a Graça A equipe em oração Limitação da natalidade Oração para os pais rezarem por seus filhos Equipe e movimento Amor e casamento Sacerdócio dos leigos Oração para a próxima reunião O que vai pelas Equipes

Bil hete do Centro Diretor Ap rese ntação em Ribeirão Preto M undo Mel ho r Exemp los a seg u ir Vida do Movi mento Al eg rêmo-nos com êles Deus chamou a sí Cal endá rio Lem bretes Anexo aos Responsáveis

Com aprovação eclesiástica


EDITORIAL

PENÚRIA

Existem atua:.nente, em uma cidade da França, três equipes que, devido ao reduzido número de padres no local, tiveram que adotar o mesmo sacerdote para seu assistente; êste, sobrecarregado, só J'•ode assistir a uma em cada três reuniões das mesmas. Em outra cidade da França e também no Brasil há casais que já há vários meses se encontram dispo: tos e Jl':eparados para fundar uma nova equipe mas não o podem fazer por falta de assistente. Surge então inevitàvelmente a questão : ,:-ode-se realizar a reunião mensal de uma equipe de Nossa Senhora sem a presença do assistente? Os Estatutos de 194 7 não tinham en~a rado essa possibilidade. Não se poderia prever então o extraordinário crescimento das equipes nem imaginar que em alguns lugares os padres seriam insuficientes para atender a todas, beneficiândo-as com sua presença às reuniões mensais. A mesma dificuldade aparece e1n outras reg•oes que, apesar de mais ricas em número de sacerdotes , possuem tantas equipes que algumas delas se vêm obrigadas à renunciar à presença regular de um assistente.


Não podemos, pois, nos iludir. Já estamos diante de um problema cuja solução a cada instante se f as mais necessária : ou não formaremos mais equipes, ou teremos equipes sem a assistência regular de um sacerdote talvez mesmo , em alguma cidade mais longínqua ou mesmo em algum po,nto além da co rtina de ferro , sem contar jamais com a presença do padre! Essa falta de assistentes cerceará o impulso qu e vinha tendo o Movimento? Ou será que tornará mais patente o fato de que nossas equipes, viveiros de voca ções sacerdotais, são realmente a resposta a uma necessidade urgente? Mas, o que fazer e n quanto esperamos que apareç am as vocações entre os filhos dos e quipista s? Eis o problema: deve ser resol vido em cada caso de acôrdo com a Direção do Movimento. E nós , como é nosso costume, vamos seguir bem de perto as primeiras experiê ncias antes de precon isar qualquer solução. Com tôda a certeza em algun s casos ha ve rá equip·es mais antigas que renunciarão à prese nça regu lar de seu assistente em benefício de uma recêm-fundada; em ou t ros, o sacerdote ass istirá apenas a uma reunião cada 2 ou 3 meses . . Gostaria que esta fosse para t ôdas as equipes uma ocas1ao de se perguntarem se estão dando a' devido valor à prese nça de seu a ssistente, se estão sabendo aproveitar ao máximo de seu a uxílio sacerdotal , se não o estão monopolisando. Às equipes que vão ter que se sacrificar aceitando e ssas restri ções, eu gostaria de dizer : não fiquem aí simplesmente resig nadas: saibam adivinhar em tudo as intenções di vinas. t de Pascal a frase: "Se Deus nos apontasse nossos guias com Suas próprias mãos, com quanta boa vontade nós os obedeceríamos! Pois então: a necessidade, os acontecimentos, são guias infalíveis colocados por fie em nossas vidas". 2


Saibam, pois, compreender o significado providencial dêssa privação parcial de sacerdotes que terão que sofrer. São tantos os cristãos que continuam infantis por tôda a sua vida! Fazem-me pensar em crianças que não fazem seus deveres escolares a não ser que os pais os fiquem fiscalizando. Talvez Deus queira fazê-los alcançar uma maior maturidade espiritual privândo-os algumas vezes da ajuda do sacerdote. Porque não poderão êles, mesmo sem a presença do assistente, ler e meditar proveitosamente sôbre o Evangelho, auxiliando-se mutuamente a transportá-lo para a vida diária de cada um? Nessas equipes, é verdade , o Casal Responsável sentirá pesar sôbre seus ombros uma responsabilidade bem maior, os equipistas de verão praticar o auxílio mútuo com muito mais generosidade, com uma caridade fraterna muito mais perfeita: mas será que não haverá vantagens nisto? Sem dúvida também os casais to marão melhor consciência de sua ignorância e serão levados a precisar bem suas dúvidas para expô-las ao assistente na reu nião seguinte : mais uma vantagem . E assim , aquilo que à primeira vista pareceria uma dificuldade bem grande , poderá transformar-se até em fonte de proveito espiritual P'ara todos . É preciso também , para que a experiência seja útil , que os casais não se deixem levar nem por um sentimento de menosprêzo à presença sacerdotal , nem à uma convencida autosuficiência , mas que ela seja realizada com espírito de fé , humildade e generosidade. Que a oração de tôdas as nossas equipes ajude àquelas que se virem obrigadas a tentar essa experiência. Oremos também pêlos incontáveis milhões de homens que vivem por êste mundo a fora sem a graça de um sacerdote que parta com êles o Pão da verdadeira Palavra , um sacerclotg que venha revelar a êles o incomensurável amor do Pai.

HENRI CAFFAREL 3


PARA SUA BIBLIOTECA

O AMOR E A GRAÇA Henri Caffarel

Flamboyant

Vou tentar conven cê-los a lêr "O A mor e a Graça" do P e. Caffarel. Vou tentar ainda convencê-los a adotá-lo como livro de cabeceira. li: uma orientação de vida, nova, firme e a.traente, que começa com a mística do casamento, a grandeza do a mor cristão, que é criador porque faz desabrocharem tôdas as possibilidades de aperfeiçoamento dos cônjuges, enquanto êles, de mãos dadas, empreendem a grande conquista da felicidade. "Deus nos comunica o seu olhar e nós vemos ao nosso cônjuge, com espantosa clareza, o rosto de um filho de D eus, mais ou menos enterrado na carne, que o nosso amor vai fazer surgir - como o artista que faz surgir a estátua do bloco de pedra". Os dez capítulos do livro, nos dão uma visão geral das situações da vida do cristão casado, a intimidade do seu lar, a fecundidade do amor, a conformação cristã para os dias tristes da vida. Encontramos o dever de sentar-se: os melhores esposos cristãos, nwsm,o aquêks que não fctltam jantais com o dever •·l e se ajoelhar, desleixam 1'YIIItitas vezes o dever de sentar-se. E êle nos dá as normas a seguir: comecemos por uma oração espontânea, dita em voz alta, que aproxima miraculosame nte os corações. E asstm entrados na paz do Senhor, digamos um ao outro êsses pensamentos, essas correções, confidencias que não são fáceis de dizer . . . há silêncios inimigos do amor. 1!l o exame de consciência do lar. 4


Segue-se um estudo sôbre o lugar que se deve dar ao corpo I•o casamento. Será a carne um inimigo a eliminar? E a r-esposta esclarecida e orientadora "a carne espera como a alma, ser evangelizada e salva". O corpo e o espírito não são dois elementos contraditórios: o corpo é animado pela alma, esta alma está pois encarnada. O homem é uma unidade e o acôrdo entre a carne e o espírito é uma conquista trabalhosa. Os cristãos podem na intimidade con;ugal encontrar a ocasião de um aumen to de graça ou, ao contrário, trair ~ sua vitalidade sobrenatural. No terceiro capítulo começa um estudo de educação dos filhos: amar os filhos é fazer desabrochar sua p 3rsonalidade. Vamos amar cristãmente os nossos filhos, ajudá-los a se tornarem cristãos adultos, a respeitar a escala de valores do Mestre que contradiz tão abertamente a escala do mundo em que êles ·vivem. Depois de haver dado o corpo, o pai devE' despertar para a vida uma inteligência, um coração, uma consciência. O sétimo capítulo nos fala primeirmnente do dever cristão de sermos eficientes na nossa profissão. Falar aos leigos de vida intericr, Je un;ão a Deus, não é encorajá-los a d'esleixar suas responsabilidades e fugir de seus deveres familiares, profissionais, apostólicos. Aquêles que se ocupam de Deus são os mais aptos a se ocupar das coisas da terra. A vida espiritual dos leigos consiste em viver o amor no seu próprio estado de vida. :E:ste amor nos dá o dever de nos consagrarmos às nossas ocupações com uma competência sempre crescente, que é uma das fôrças da caridade. O último conjunto de artigos refere-se ao sacerdote. Somos ricos de padres; nós os temos à nossa volta nas nossas reu-

niões, prontos a nos atender a qualquer hora. Que fazemos de nossos padres ? Será justo que êles nos concedam cada mês o tempo de uma reunião, enquanto milhares não os têm nem para celebrar a Missa? E a resposta do Pe. Caffarel nos dá responsabilidade: se o padre achar em nós colabora5


dores e portadores de testemunho no meio em que êle próprio não pode penetrar, preparando-lhe os caminhos, prolongando, multiplicando, de qualquer forma o seu sacerdócio, então não tenhamos receio: a sua presença entre nós está, como diríamos, legal. O lar e o padre devem se compreender e andar ombro a ombro e que os casais rezem para que a amizade de Cristo transfigure a solidão do apóstolo. Acabei de lêr o livro e estou satisfeita. Porque nêle encontrei r€sposta a tôdas as dúvidas que já haviam surgido em nossas reuniões de equipe e em conversas diárias. Creio quP não fica faltando a explic'ação para nenhuma questão que nos interesse, a nós casais cristãos. O modo do P e. Caffarel escrever é tão simples. simpático, claro, didático, como as suas próprias alocuções. 1!: um livro que encerra tão grandes coisas que eu sinto a nossa biblioteca eiJriquecida por contar com êste pequeno volume que vale por muitos. Nêle está escrita a pala vra a.m or, umas cinco m i l 1Jez>es. E o que fica dêle no nosso coração é : damos amor a. Cristd para pagarmos um pouquinho do grande amor que Ele nos tem; façamos do nosso lar um lar de amor para sermos fe lizes testemunhas de Cristo. Por melhor e mais profunda que seja a nossa competência em assunto religioso e matrimonia l muito temos que aprender com o nosso fundador. Basta vêr o exemplo dos benefí cios que sua visita trouxe a S. Paulo. Foi para nós um novo Pentecostes, uma luz brilhante e nova lançada sôbre a matéria que estudávamos há tantos anos. O Pe. Caffarel é o inovador da espiritualidade conjugal; é o criador de uma nova maneira de vivennos em nosso lar e com a nossa famili a o amor de Deus. Tudo o que lemos nêste livro é velho, por serem temas debatidíssimos e é novo pela maneira como se apresenta, pelo prisma de amor pelo qual o vemos. Maria Aparecida Lima Gonçalves

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a equipe em oração

' De1xo meu povo partir para que êle celebre uma festa em

minha hon ·

ro" (hodo). A reunião de equipe, umo testo em honro do Senhor, e1o o aspecto essencial de nossos reuniões mensais: reunir-se paro encontrar a Deus e celebrar suas g randezas c seu amor . A orarão é o mo mento privileQiado da reunião,

devendo aoresentar um caráter 'sacerdo-

tal ", isto é, o culto de Deus e intercessão pelos ho mens

eu toquei a fla uta ... Qu-ando Deus fa la é sernpt·e para revelar seu amor. 1!l sempre uma boa nova, uma benção que l!lle nos t raz. Encontramos inúmeras passagens no Velho Testamento em que Deu8 se a presenta para abençoar, para prodigalizar benefícios. "Eu t e abençoarei, disse Deus a Abraão . . . tu serás uma benção" ( Gen. 12,2). "Eu vos livrarei, eu vos libertarei", encon· tramos a todo instante no ltxodo. E no Evangelho, como a nuncia Cristo sua mensagem à multidão reunida na mon· tanha ? - sob a forma de uma benção : "Bemaventurados sois vós quando ... ", etc ... 7


Elsta boa nova, eis o que cria o ambiente de festa da reunião. No fundo, tudo se passa com se Deus mesmo nos convidasse para esta festa que vamos celebrar em sua honra. Referindo-nos ainda ao Evangelho, pensemos na parábola do pai dP família que convida seus amigos para uma grande festa. E' a mesma idéia que traduz o Pe. Duval quando canta: "Eu toquei a flauta e ninguém quiz dançar comigo". Não sejamos daquêles que se recusam a participar da festa, que se recn·· sam a participar da dança. Não é sempre fácil : é preciso saber escutar a Deus. Para se estar possuído da boa nova e da alegria que ela traz é preciso, com efeito, estar livre das preocupações c·o tidianas. E' preciso chegar à oração, com espirito de fé e desprendimento. um pouco

de

organizaçã~

Quer o chamemos de "responsá\el pela oração" ou "mestre de cerimônias" um homem deve velar pela ordem e a beleza de nossa oração: é êle quem porá fim às conversas fazendo um sinal da cruz bem knto ou sugerindo então uma pequena pausa, em silêncio, quem anunciará o que se vai fazer·, quem marcará o comêço e o térmi:1o das diversas partes. Uma festa mal organizada nunca é bem sucedida. Quanto à leitura da palavra de Deus é o assistente quem a fará lentamente, distintamente. Que todos a escutem de pé , calmos, felizes, com atenção. Que estejamos nós verdadeiramente desprovidos de nós mesmos para ficarmos possuídos de Senhor. uma grande honra

Em primeiro lugar é preciso dar aos equipistas esta noção de alegria e de festa. "Em geral, não realizamos que rezm· é para nós uma grande honra", escreveu o Cardeal Saliêges. 8


D~us nos trouxe a boa nova. Cada um agora vai reagir a esta boa nova que recebeu e compreendeu melhor. Cada um vai responder e sua resposta deveria ser um canto de louvor e de ação de graças: esta celebração de Deus para cada um contribue para criar o clima de festa da reunião. Eis um ponto de vista que pode singularmente aumentar, alargar ou renovar nossa concepção da oração pessoal em voz alta nas nossas reuniõe&.

E ' menos uma m editação que uma resposta simples a Deus sob uma f orma que, modelada à o ração de Cristo, poderia ser mais ou menos esta: Eu Te dou graças, 6 Pai, porque revelaste tais coisas a êste pequenino que sou eu. Eu Te louvo e convido todos os outros a lou!var-Te comigo porque compreend'i. melhor Tua justiça ou Tua bondade ou o papel de Teu Esplrito ou Tua exigência de

d~s.prendimento

ou ainda Tua exigência de amor e de caridade prática em tal setor de minha vida. Podemos ve:c ai tôàas :'ts possibilidades diversas., tôàas as riquezas variaC:as de tal oração desõe a evocação da descoberta de um misterio essencial de nossa religião até a humilde aplicação na nossa vida de todos os dias, porém, com a coni!ição de qu ·~ guardemos sempre esta vontade de agradecer ao Senhor por isso, de Lhe dar graças com a resposta que nós lhe damos e de associar os outros a êste louvor. 9


no mais intimo do coração clima de festa deve interiorizar-se, a festa deve agora ganhar o coração de cada um e o silêncio ajuda a isso. No si· lencio, o louvor se faz n:ais íntimo, mai1< pesso:i.l.

C'

:?.:' muito important

sublinhar êsle a;;pe(:to das rf'uniões porque no entusiasmo da descoberta do aspecto comunitário poaeriamos t er a tendência de esquecer um pouco o que Guardini chama •> mistério da unieidade : "Cada um dos cristãos. di< êlP, está com o P a i, no mistério da unicidade. Quando pois eu vou a :t!:le, eu o faço eomo sendo aquele que sou SLI.i:>endo que a palavra que dirijo a Deus não pode ser pronunciada por ningu~IT'. mais porque aquilo que :t!:le m€ dá só é dado a mim . Há entre :l!lle e eu um laço exelusivo, um mislério no qual ning uém pode penetrar" .

para que seu nome seja santificado Chegamos agora à quarta parte de nossa oração : a coleta das intenções de cada um . Agora, com tôda simplicidade e abertura, nós confiamos a Deus nossas preocupações. Podemos pedir tudo àquele que festejamos. Um dia de fest a é uma dia de liberalidade, de largueza, um dia de anistia. A oração de pedido não está pois fóra de propósito nêste ambiente de festa. Há nêste proceder, um reconhecimento não explícito talvez mas não menos real da grandeza, da onipotência, da bondade, d'Aquele a quem se pede. Dirigir-nos a :l!lle como o fUho que pede ao Pai , como o amigo que importuna seu Amigq, como o náufrago que gr:ta por seu Salvador é pois ainda uma maneira de celebrar sua grandeza e seu r. mor. E Cristo no Evangelho nos convida muitas vezes 11. esta oração de súplica. Em particular não nos ensina :l!lle nn Pater a pedir aquilo de que temos necessidade, desde o pão de cada dia até seu perdão e sua proteção? lO


Mas Cristo no Pater nos faz pedir primeiro para que 0 nome do Pai seja santificado, para que seu reino venha aliõs", isto é, para os interêsses de Deus, que têm uma prioridade absoluta. Para ajudar a revalorizar nossas intenções de orac;ão lembrêmo-nos do que escreveu o Pe. Caffarel no nümero especial do Anneau d'Or sôbre a oração - "Nossos pedidos de pão, de perdão, de graças, devem ter referência .~ glória de Deus. ser-Llhe dirigidos não pela nossa felicidade nem mesmo pela nossa salvação mas para que Seu Nome seja santificado em toda a nossa vida para que em nós., c por meio de nós, nos ven;ha o Seu Reino e Sua Vontade se ja feita. Assim compreendida, a oração de süplica é perfeitamente pura" - e, podemos acrescentar, ela conduz à ora· ção de adoração.

com a lgreía

Vamos falar agora da oração l!türgica. O c·o mentário será, sem dúvida, menos longo porque parece que não há dificuldade em fazê-la entrar no quadro de nossa oração cons[derada como uma festa em honra a Deus. Que de mais nor· mal, com efeito, que emprestar os cânticos de festa da Igreja que é tão rica nêste particular? E isto para significar bem que queremos associar-nos à grande festa da Igreja, à grand(. liturgia terrestre. Para nós que temos às vezes tanta dificuldade em rezar seria tão · bom abandonar-nos com mais frequência à oração da Igreja. Nós que somos tão desajeitados para adorar. render graças. porque deixamos de "nos servir" no sentido forte da palavra, das orações da Igreja? E' a Igreja quem nos ensinará a cántar a transcendência de Deus em face de nosso nada, fonte elementar de tõda ora ção de adoração, ao mesmo tempo em que nos ensinará estender nosso hosana até aos limites do mundo. 11


"Para louvar a Deus, a Igreja convoca terras e mares" como se lê também no Annean d'Or sôbre a oração.

Cristo está presente Terminamos assim as diferentes partes da oração. Faltanos porém lembrar que esta oração tôda nada seria se Crist o não estivesse lá, no mEio daquêles que Seu Nome reuniu: "Se dois ou três se reunirem em meu nome, Eu estarei no meio dêles". Para aprender a rezar perguntemos pois a Crtsto e sobretudo peçâmos-Lhe sempre que seja l!Jle quem reze através de nós. Não nos esqueçamos porém, e isto é muito importante, de que a presença do padre é o sinal da presença - invisível - de Cristo e saibamos reconhecer a grande felicidade que temos nas Equipes de Nossa Senhora de contar com a presença de um sacerdote em cada uma das nossas pequenas comunidades de oração. Em suma, é como crianças felizes e simples que o Senhor quer que cheguemos até Ji:le, razão pela qual se faz chamar simplesmente -- Pai Nosso.

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UM PROBLEMA CRUCIAL:

A LIMITAÇÃO DA NATALIDADE Declaração da Assembléia dos Bispos franct:ses

"Uma Campanha em favor da limitação da natalidade por processos anticoncepcionais desenvolve-se de certo tempo a esta parte através de países e no mundo inteiro. Ela está . perturbando os espíritos. Desnorteia a opinião pública. Corre o risco de ter repercussões gravíssimas para as pessoas, as famflias e a nação. E:;; ta campanha invoca os mais diversos argumentos: ora, a libertação da mulher e a absoluta liberdade do indivíduo; ora, a luta contra o abôrto ou, pelo contrário, a luta contra a super-população; l::>r"a, enfim, o meio ~icaz de resolver 01 problema da fome no mundo. :m que, com efeito, esta questã:) apresenta múltiplos aspectos de ordem demográfica, psicológica, social e moral. Colocando-nos em nosso próprio terreno, temos o dever de esclarecer as consciencias à luz da moral natural, da revelação cristã e dos ensinamentos pontificios, como já o fizeram reiteradas vêzes numerosas declarações episcopais. 13


A POSIÇÃO DA IGREJA

A Igreja é muito sensível às dificuldades e aos encargos que representa para as fam1lias a multiplicação dos nascimentos muito próximos uns dos outros, como o é com relação aos problemas levantados nas diversas nações pelo rápido crescimento da população. Mas tem por missão relembrar os princípios que devem guiar os homens e em particular todos quantos carregam consigo responsabilidades públicas na procura de soluções deveras humanas, corajosas e positivas. 1 ..o Deus, que cria a alma, principio de vida, é o único senhor das existências humanas. Os dados científicos e demográficos têm valor indicativo. Sõmente a lei do Senhor. tem fôrça imperativa. Há, na própria constituição do ser humano, uma ordem natural estabelecida pelo Criador para <:> bem da pessoa e da sociedade. O h omem não tem o direito de violá-la. li:le tem a obrigação moral de respeitá-la. 2.• Valores superiores e profundamente humanos se encontram comprometidos na fidelidade a esta ordem natural : o amor verdadeiro, o respeito à vida, a paternidade e a maternidade, a fam1lia. 3.• -Não é jamais permitido, mesmo para se chegar a um objetivo honesto, empregar um processo essencialmente máu porque diretamente contrário à significação profunda de uma função humana. 14


4. 0 - O amor conjugal não é uma paixão voltada apenas para o prazer, mas é um dom mútuo e afetivo do ser que encontra seu complemento desabrochar no nascimento e na conscienciosa educação dos filhos amados por êles mesmos. Daí, tudo quanto tiver como consequência abafar ou degradar êste voto dos filhos no coração dos esposos, não pode deixar de acarretar, no final das contas, nos esposos, senão atonia espiritual e até desequilibrio psíquico. 5. A Igreja não é "natalista" a qualquer preço. Para ajudar os esposos a cumprir a missão e a atingir o fim primário do matrimônio, que nã.o é sômente a procriação mas também a educação dos filhos , a Igreja faz apêlo à razão, ao devar e à consciência, ao verdadeiro amor, à generosidade no dom da vida, às responsabilidades dos pais. para decidir, diante de Deus, quanto ao número de filhos que êles terão capacidade de educar. Os discípulos do Evangelho não pediam ser minimistas em mor al e não podem esquecer nem a graça própria do sacramento do matrimônio, nem os auxllios naturais que o Cristo colocou à disposição dêles p ela HUa Igreja. 0

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JUIZO PRÁTICO SOBRE AS SOLUÇÕES

Eis porque devem ser reprovadafl tôdas as manobras que, por processos anticoncepcionais ou produtos esterilizadores. têm por fim impedir artificialmente a vinda ao mundo de filhos. ll:sses meios., longe de serem uma maneira eficaz de reduzir a frequência das manobras abortivas, não levam, na realidade, senão ao aumento delas, destruindo pouco a pou15


cc o respeito para com a vida. Não constituem tampouco o remédio verdadeiramente humano para o superpovoamento, nem para o problema da fome no mundo. Fica-se, assim, em soluções dema s iado negativas, de preguiça e de facilida des. Num sentido positivo e audaciosamente construtivo, importa trabalhar para o desaparecimento das demasiado grandes desigualdades sociais e para o estabele. c imento de uma organização mundial mais humana e mais justa. Essas s ituaç&s exigem intervenções eficazes e caridosas. Rece ber ã o sua melhor soluçã o de uma exploração mais r acional das áreas cultiváveis e das riquezas do solo, assim como d e uma exploração mais racional das áreas cultiváveis e das ri quezas do solo, assim como de uma solidariedade econômic:a mais perfeitamente estabelecida entre os povos. Urge confiar nos progressos da ciên cia e da técnica, na inteligência do homem para des cobrir os recursos, ainda escondidos, da natureza e depositados na terra, nos ares e nas mares pelo Criador: segundo o plano de Deus, com efeito, êsses recursos da criação inteira são destinados a satisfazer às necessidades de todos os homens. Da mesma maneira, é urgente que medidas sociais eficazes acudam à crise de habitação e melhorem o nível de vida d e todos, a fim de per mitir às famílias um desenvolvimento noJ·mal. Falar, sem mais nada, de ·•contrôle" ou de "limitação" da natalidade arrasta logo a uma perspectiva materialista que ameaça a pessoa humana. 16


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Caros amigos Hoje desejamos interessar vocês no paciente trabalho daqueles que decidiram implantar as Equipes em seus países. Para isso aqui vão três exemplos: Em 1958 um jovem casal de professores dmamarquêses foi fazer uma temporada de 3 mêses na França, a fim de informar-se do que é feito sob o ponto de vista católico. O primeiro contato com as Equipes inte ressou-os e desejaram assistir ao retiro fun damental, participaram também de muitas reuniões de equipes e interrogaram longamente os d1rigentes do Movimento. Todos quantos estiveram com êles lembram-se de sua simplicidade e gentileza. Part<?m. . . e aparentemente nada acontece. De longe em longe dco breves notícias: nõo têm nenhuma esperança de fundar u:r.a equipe, pois moram em uma cidadezinha de número ínfimo de catélicos. Em junho de 60 2 anos depois recebemos dêles uma longa carta avisando a vinda a Paris de um amigo ao qual tinham falado das Equipes e que fazia parte dum grupo de casais catól ices: "recebei-os como nos recebestes" ...


Vimos chegar um jovem professor extremamente interessado no Movimento e que com seu grupo já tinha estudado os Estatutos. Tivemos com êle longas conversas que terminaram na execução de uma plano de traduções a fazer e próximas reuniões de grupo. Soubemos que logo depois d~ voltar, nosso amigo caiu doente ... e a equipe dinamarquêsa é apenas um sonho distante. O casal de ligação já nomeado não perde a coragem. Envia cartas, toma contato com jovens seminaristas dinarnarquêses para as traduções, e então recebemos uma carta, pelos fins de março, anunciando que o grupo achou um responsável, retornou o estudo dos Estatutos e deseja entrar nas Equipes. Em 1955, um casal autraliano, professor em Nova Zelândia, inscreve-se nas equipes por correspondência. Tinha sido informado a respeito por um casal de Louvain que conhecera bem, durante seu curso na Europa. Seu conhecimento de francês permitiu - lhe pertencer a uma equipe dessa Jingua. Em 1959 fo1 nomeado para a Universidade de Melbourne e volta para seu país. Escreve então ao Secretariado para pedír documentação em inglês po is pretende fundar uma equipe. Um ano depois consegue formar uma equipe australiana e vai ser seu piloto. Um jovem casal americano, tendo feito parte da equipe de Los Angeles (em certo tempo eles participavam das reuniões de sua equipe através de fitas magnéticas) instala-se em Washington em outubro de 60, inteiramente decidido a fundar uma equipe. Os primeiros passos foram desalentadores. . . Uma viagem a Europa lhes dá a ocasião dum contato com o Centro Diretor, e êles voltam mais resolvidos do que nunca a fundar uma equipe durante os poucos mêses que lhes restam para ficar em Washington. Pelos fins de março recebemos uma carta cheia de alegria: 4 casais interessaram-se ao primeiro contato e a primeira reunião de estudo dos Estatutos foi fixada para 1 1 de abril. A melhor lembrança que trouxeram da temporada na Europa foi, diziam êles, as duas noites passadas com as Equipes. 11


Porque êsses três casais e poderíamos citar outros consideram tão importante a implantação das Equipes em seus países? Porque perseveram quondo com tanta frequência uma tentativa infrutuosa para interessar amigos e casais de nossa paróquia nos desencoraja? Será por terem o apôio duma equipe? Mas já vimos que o primeiro não poude fazer parte de uma e que o outro tem já sua própria equipe e o terceiro não pensava, pelo menos- no início, em ficar em Washington. É que viram ou advinharam o que as Equipes poderiam trazer aos lares de sua terra : Espiritualidade conjugal. Sim, em primeiro lugar talvez. Mas também auxílio mútuo e apôio para toda a vida cristã dos esposos. Dever de sentar-se, controle, foram compreendidos. Mas também a importância da oração, do estudo dos ensinamentos cristãos e da vida fraternal onde se exerce a caridade. E ainda zbertura para o mundo, fraternidade católica com os lares de outros países. Tudo isso transformou suas próprias concepções, e os abriu à graça e ao amor de Deus e é isso que êles desejam transmitir. Ser apóstolo, será outra coisa que dar o que se recebeu, fazer conhecer o que se conheceu?

O Cr.ntro Virâor APRESENTAÇÃO EM RIBEIRÃO PRETO

Na sexta-feira, 14 de julho, no magestoso Seminário de Bradosqui, perante seis Bispos e 1 30 sacerdotes, Marcelo Moreira Azevedo e Nelson Gomes Teixeira , fizeram uma apresentação das Equipes de Nossa Senhora. Visando levar à prática os apêlos de Pio XII, aí reuniram-se por vários dias todo o clero da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto, além de representantes das Dioceses de São Paulo, Taubaté, Uberaba, Piracicaba, Marília, Campinas, Guaxupé e Brasília, para participarem de mais um Curso do Movimento Por Um Mundo Melhor. 111


Num dos interval os deste Curso, os referidos equipistas, num ambiente de grande intE>resse e franco convívio, fizeram uma breve explanação sôbre as origens, métodos, objetivos, mística e apostolado das Equipes . Após a palestra e mesmo durante as horas que ficaram à disposi ção dos sacerdotes, inúmeros foram aque les que os procuraram solicitando mais detalhes sóbre êste ou aquêle pon to, assim como o envio de material. para suas respectivas paróquias. Mais uma vez, deixamos aquí os nossos melhores agradecimentos a Dom Mouzinho, por mai s esta oportunidJde de difundir as Equipes, que nos propiciou.

MUNDO MELHOR A revista MUNDO MELHOR Diretrizes e Experiências Humanas - êste mês deverá publicar o seu 45°. número. Foram 45 árduas lutas vencidas por um punhado de equipistas que dia a dia, mês a mês, vem lutando tenazmente para fazer sobrev iver essa grande obra de cultura e apostolado. E nós (os outros equipistas) onde estamos? o que fazemos? co mo contribuimos? quantos de n&s a assinamos? você, por exemplo, que está agora lendo esta nota assina MUNDO MELHOR? quantos de nós encaminhamos novas assinaturas? quantos de nós. com possibilidades de conseguir anúncios, o tem feito? E então -

vamos coloborar?

MUNDO MELHOR precisa URGENTEMENTE do empenho de todos os equipistas. Assinaturas Publicidade Redação: Rua José Bonifácio, 209 10° - sala 1008 - Tel. 35.1892 São ?aulo. IV


EXEMFCS A SEGUIR

"Eu sou urn número experimental daquilo que gostaria de se tornar um jornalzinho das Equipes de Nossa Senhora, em Santos. Que acham da idéia?" Estas palavras são do início da apresentação de A EQUIPE jornalzinho mensal mimeografado, de 6 páginas, feito pelos e para os nossos irmãos de Santos, cu!o primeiro número surgiu em julho . Que achamos da idéia? -

Magnífica!

Estão de parabéns os equipistas santistas.

VIDA DO MOVIMENTO

Com júbilo comunicamos que as seguintes equipes fizeram o seu Compromisso: Alemanha: Fribourg Canadá: Montreal 6 (4 / 3) França: Bicêtre 1 4 ( 11 /5) (12/51, Charleville 4 (18/5), Le Mans 8 115/4), Lion 6 (6/51, Nantes 5 (12/21. Compromisso

Também com alegna comunicamos a Filiação das seguintes equipes: Alemanha: Fribourg 1 Brasil: São João da Boa Vista 2, São Paulo 30, 31, 32 - Dinamarca: Aarhus 1 Espanha: Tarrasca 3, Masnou 1 Estados Unidos: Nova York 1 França: Annecy 8, Aubigny-Vailly 2, Barcelonnette 1, Caen 4, Cauderan 3, Lion 12 Ilha Maurício: Ilha Maurício 14. Filiação

As equipes brasileiras que se filiaram foram: São João da Boa Vista 2 Equipe Na. Sa. da Paz Assistente: Pe. Luiz Bergonzini C. R.: Maria Helena e Gabriel Oliveira Azevedo

v


São Paulo 30 Equipe Na. Sa. Stela Matutina Assistente : Pe. João Dias Ramalho C. R.: Selma e Alberto Sugai São Paulo 31 Equipe N'a. Sa. Rosa Mística Assistente : Pe . Norberto Preto C. R. : Cleide e Ruy Cesar do Espírito Santo São Paulo 32 Equipe Na. Sa. da Unidade Assistente : Pe. Dario Bevilaqua C. R.: Maria Sylvia e Guilherme Junqueira

ALECRÊMO-NOS COM ~LES

19 / 2 3/ 3

Maria Alice Maria Vitoria

18/ 3

Antonio

29 / 4

Geraldo

30 / 4

João Mario

9/ 5

João Paulo

28 / 5

Ana Cecília

10 / 6

José

Maria Regina e Hélio Santana e Silva Eq. Na. Sa. Rainha do Lar - Santos Arlete e Manoel Cavalcanti Eq. Na. Sa. das Vitórias Curitiba Edith e Antonio Q. Salgado Eq. Na. Sa. de Guadalupe Curitiba lta e José Silva Eq. Na. Sa. de Guadalupe Curitiba Aparecida l! Geraldo Marioto Eq. Na. Sa. de Guadalupe Curitiba Ana Maria e José Carlos Guimarães Eq. Na. Sa. da Esperança - Rib. Preto Cecilia e Oscar Monteiro Eq. Na. Sa. das Vitórias Curitiba Maria Helena e José E. Dutra de Oliveira Eq. Na. Sa. da Saude Ribeirão Preto

DEUS CHAMOU A Sí Pc. Crosnier, op-, assistente das Equipes Argélia 1 e 2, a 5 de junho. Heloisa, em 1 5 de agôsto, filhinha de 2 anos, do casal Lourdes e Pedro Ferre ira da Silva , da Equipe Na . Sa . das Vitórias, de São Paulo . VI


CALENDÁRIO set

10

out

6-8

20-22

nov

dez

17-19

3 3-9 10 17 22

Recolhimento em São Paulo local: Colégio Assunção AI. Lorena 665 pregador: Frei André Muniz de Rezende, op Retiro em Campinas local: Chácara São Domingos informações: Pérola e Cícero Wey Magalhães Rua Sampainho, 329 - tel. 5830 - Campinas Retiro em São Paulo local: Baruerí pregador: Pe. Eugênio Charboneau informações: Suzana e João Batista Villac Rua Monte Alegre, 759 tel. 62.8092 Retiro em São Paulo local: Baruerí pregador: Mons. Benedito Ulhôa Vieira Reuniões de Balan~os das Equipes Recolhimento em São Paulo Reunião de Balanço das Equipes de Setor e das Equipes de Coordenação Reunião de Balanço da Região Reunião de Balanço da Região Comemoração de Natal, em Campinas

!..EMBRETES

e

Orações pelo Brasil. Queira Deus. que, ao ser expedida esta Carta Mensal, já tenha sido superada a grave crise política por que vem passando nossa Pátria. De qualquer forma, por estarmos no início de um novo regime político e em face de graves problemas nacionais e internacionais que ainda estão por surgir, com empenho recomendamos aos equipistas que se unam em orações fervorosas pelo futuro do Brasil, pelo futuro do Mundo, pelo futuro da Igreja. V'l


Nova sede para a Scr.: r~ lraii! . A ind a cont inu amos a procu rar um novo loca l para in stalilr a Sec retl ri a da s ENS. De p referê n c ia: no ce ntro; com d uas amplas sa las, no mínimo; alug ue l ac cessível; com cond uçã o e est3cion a men to fácil.

e

Contr ib ui ção mensal. Ch ~ mamo s novamente a a te nção dos ca ros equipistas para a nota pub licada na C.M . so b êst e t ítulo. Em particu lar, solicitamos dos Casais Responsáve is o móximo de d ivulgação do conteú do do Anexo aos Responsá veis desta Carta Mensal, ass im como a mais íntima cola bo raçc o com o Casal Tesou re iro , enviando o mais u rgente possível as contribuições me nsais log o que rec ebidas, sempre acompanhadas das respecti vas fichas de c on~ role. Casa l T esou reiro: Carme n Ce cília e Robe rto Bonecke r Rua Domício da Gama , 107 Perdizes T el. 62.1030

9 Encontros Regionais. Em ju lho e agôsto tive mos com plen o sucesso os Encontros Regi o nais progra mados para: Ca;n pinas , Caxias do Sul , Cu rit iba , Flo rianópol is, J a ú, Porto Aleg re, Ribeirã o P•eto , Santos e Sã o Joã o da Boa Visl·a . No próxi mo núme ro p ublic:J re mos a m plo noticiário. lt T radu tores de fran c ês. A Carta Mensal em sua n ova fase , t em poss ibilidade de pub licar um maior número de testemu nhos , artig os d e formação , comentários, etc, que nos vêm do Centro Dire tor ou são publicodos na Carta Mensa l f ra nceza. Pa ra t a nto nec essi ta que sej a m tra d uzidos . Nosso Corpo de Traduto res é pequeno e está sob recarrega do.

Você que r da r um a " mãc:z:inha"? .. . Escreva ou tel efo ne : Do ri s -: Nelson Gomes Te i xeir<~ Rua Cel. Li sboo, 345 c. 2 Vil a Clz mentino - Tel. 70.5328. VIII


Pelo contrário, encarar uma "regulação" dos nascimento!'. segundo os métodos que a ciência enriquece progressivamente com novas precisões, implica a submissão consciente do!: esposos a uma regra superior de moralidade nas manifestações do ser humano.

Semelhante regulação supõe um autodomínio pacientemente perseguido e um livre domínio dos instintos; põe em ação <:~. virtude de prudência pela qual os dois esposos, conservando uma fé confiante na Providência , decidem a respeito do espaçamento das maternidades. Assim, têm sempre por finalidade cumprir a sua missão de pais e de educadores; encontram o meio de aprofundar o seu amor e de impeli-lo a um gEneroso ultrapassamento de si mesmos.

Quem não vê que êste importante problema deve s~r colocado dentro de todo seu quadro, moral, social e religioso, e qu!' não conhecerá a solução senão pela convergência dos esforços em todos êstes terrenos ?

Se esta solução depende de uma mais estreita disciplina dos costumes, será ela também o fruto de uma educação familiar mais cuidadosa em preparar a juventude para as condições da vida conjugal. Neste domínio, os lares se cercarão útilmente das competências que puderem ajudá-los nos planos psicológicos e fisiológicos. A todos os educadores cabe a pr;:ocupação de inculcar nos jovens os auto domínios necessários da afetividade e da vontade". 17


O RAÇÃO PARA O S DAIS REZAREM DOR SEUS FILHOS

Quando nos deste, meu Deus, a vocação para o matrimônio, quiseste torná-lo fecundo. A êste estado sublime, no qual tu mesmo nos puseste, dás assim a alegria de ser um pouco a imagem de tua infinita fecundidade. Nós te recomendamo s, pois, ardentementt>. no!' sos filhos queridos. Nós os colocamos sob o teu paternal amparo e proteção. Faze-os crescer num santo amor por Ti. Faze-os levar uma vida em tudo e por tudo cristã. Faze que êles sejam um consôlo não só para nós, que lhes demos a vida, mas, sobret udo, para Ti, que és seu criador. Vê, Senhor, o meio em que andam. Vê com que hahilidosas seduções, por todos os lados, os homeus procuram corromper -lhes o espírito: falsas doutrinas, péssi mos exemp los . .. Vela, Senhor, por êlec;, dá-lh es a juda e defesa. Dá- nos lu zes para vermos o pe n go qu e êles correm, diant e de t ua divina just iça. 18


Dá-nos fôrças para podermos, com o reto exemplo de nossa vida e de nossos costumes, na observância perfeita de vossos mandamentos e dos da Santa Mãe a Igreja, guiá--lo pela sendas da virtude e ele tua lei. Vão será nosso esfôrço, vão nosso trabalho, se Tu. Deus de poder e misericórdia, não o fecundares cOHJ tua bênção celestial. Esta bênção aqui vimos pedir, do fundo do coração a pedimos, confiados em teu poder e nas graças que tantas vêzes já nos prodigalizaste. Para nós a pedimos, e para os filhos que nos quiseste dar. A ti os consagramos, guarda-os como se fôssem as meninas ele teus olhos, protege-os sob tuas asas e faze que juntamente com êles possamos chegar ao céu, rendendo graças porque, como pai carinhoso, guardaste tôda a nossa família, e te louvando pelos séculos sem fim. Amém!

Mensageiro do Santo Rosório -

jun 61

19


equipe e movimento

Tendo, através de um inquérito, verificado no que a vida de equipe, cons iderada isoladamente , independente do Movimento, pode ajudar a nossa vida cristã , achamos que seria útil procurar igualmente saber qual a contribuição que o Movimento traz às equipes e aos equipistas. O Movimento, isto é, não somente seus documentos escritos, como os Estatutos, êste ou aquêle Tema, mas o Movimento vivo, suas grandes reuniões, dias de estudo, encontros, sua Carta Mensal. suas estruturas: setores, casais de ligação, etc. Imaginem por um instante que sua equ'pe se encontrasse brutalmente cortada do Movimento; sua vida proseguiria como no pasado, continuaria a progredir na mesma linha ... ou lhe faltaria algum elemento essencial ou pelo me!1os muito útil? e qual seria êle? Alguns casais tentaram responder a essa pergunta . Suas cartas são aqui citadas como um encorajamento para novos testemunhos sôbre o lugar que tem o Movimento nas suas vidas. tsses testemunhos poderão ajudar o Centro Diretor a ver sôbre quais pontos convém insistir. 20


ESTATUT OS E OBRIGAÇÕES O Movimento nos traz em primeiro lugar sua caridade e suas obrigações, e o contrôle que exerce por diferentes meios: "O Movimento canalizou e reaularizou o curso irregular de minha vida cristã !"'lessoal (!Ue comportava há anos pe-

ríodos de fervor e de enfraquecimento, momentos de confiança e longos !")eríodos de desencorojamento, esperanças espirituais presunçosas e ér>ocas de calamitoso arid ~s. Não quero dizer que o foto de r>ertencer às equipes tenha tornado o curso !"'!erfeitamente re~ular; continua a haver sem-

pre vasontes e poucas enchentes; mas essa vida se tornou mais regular, mais razoável,

mais confiante.

O que mais me auxilia:

o estudo do temo que me trouxe muitos conhecimentos, que me obrigou a ler, a meditar o bíblia, a refletir;

o esfô rço que pede a reunião mensal em sua preparação (mesmo quando é feito à último hora e às pressas). em seu desenrolar e, êste ano, pelo esfôrço mensal suplementar que tenho que fazer como res!)onsável para a preparação da reunião e o relatório mensal. A

obrigação do oração:

no que diz respeito à vida cristã do casal, temos apenas o dificuldade do escolho.

soal, embora fraco

Tinhomos uma

vida cristã

pes-

antes de fazer !')arte das Equipes de

Nosso Senhora, mos pode-se dizer que foi

o foto de per-

tencer às equipes há doze anos que nos revelou o vida espiritual do casal e do família. A oração familiar é um meio solene de reconhecer a Cristo "como chefe e Senhor de nosso lor 11 • Tentamos adaptar nosso vida familiar ao Evangelho. Graças às equipes compreendemos melhor o sentido do amor e o valor sontificonte do sacramento do

matrimônio. Compreendemos também, e tolvês fôsse o mais difícil, o valor do sacrifício no casamento: "Que riqueza /.1


e que esperança para a Igreja a multipl icação dos lares cristãos cujas esposas querem segundo as termos de vossos Estatutos que seu amor mútuo, santificado pela graça , purificado pelo sacrifício, seja um louvor a Deus, um testemunho prestado diante dos homens à santid ade do casamento e uma reparação pelos pecados que se cometem contra elo! 11 Essa precisão trazida pelo San to Padre em seu discurso aos oeregrinos de Roma, faz ia jó, implicitamente, parte do ensinamento das equipes; era mesmo o que elas me hav iam revelado de mais útil e de mais novo para minha vida conjugal , com o poder espiritual do sacramento do matimônio; daí minha alegria em ver João XXIII insistir nisso. Enfim, o Movimento nos obriga a estar presentes na Igreja . Jó pertenciamos, minha mulher e eu, à ação católica, mas a confiança que nos concede o episcopado faz d isso um dever ainda maior . A peregrinação a Roma e os últimos dias de estudo dos responsáveis vieram ainda confir-

mar êsse impulso 11 •

QUANDO A EQUIPE "ESTÁ EM CRISE" Nesta última frase transparece o papel que os grandes encontros desempenham no Movimento. Alguns outros testemunhos mostram que si a equipe perde sua vitalidade é no Movimento que se vem buscar vida . " Quando nasceu o equipe e nos seus primeiros meses de vida, eu era mais entusiasta , mais corajoso, mais dinâmi-

ca. Agora, decorrendo-se os anos, continuo com a mesma sinceridade nessa linha de comportamento, mos perdi um pouco de confiança em m im mesma e também em meus companheiros de equipe (falo do ponto de vista espiritual) . Os obstáculos ao espírito de pobresa, de caridade, de com-

preensão, à alegria diante do sucesso dos outros, C oração, parecem-me às vexas intransponíveis. O que me estimulo, mais do que a equioe em si mesmo, é o contacto com cosa :s de outras equipes. Os dias de encontro me parecem importantes para isso. Tive também c alegria de ir aos Ç>ias de Estudo dos Responsáveis e isso me ajudou a tomar novo impulso quando estava muito desanimada .

22


Fot o oprofundomento em equtpe dos dtretnzes do Movtmento que nos fez tomar consctêncla çle nosso responsobtltdoce de cristãos no plano poroqutol, soctol e proftSSIOnol. No que se refere ao es.!')irito de oobresol o equ10e não me ajudo ; não encontro nela um contropéso ao espínto .do

mundo : estamos tódos terrivelmente prêsos o nossos hábitos, o nosso modo de viver, aos nossos pequenos bens. Mas o que me impressionou o êsse res;>eito foi o testemunho de casais de outro equipe. . . A equipe é o laço que nos liga ao Movimento, mos elo vive

oor demais isolada

dêle . Não se falo dêle, não se- trocam idéias sôbre o Corto Mensal , os Dias de Estudo dos Res!)onsáveis e a equ ;pe se empobrece com isso".

São numerosos os agrupamentos de casais independentes e cujo~ membros não sentem de modo nenhum a necessidade de estarem ligados a llm Movimento. Mas nosso Movimento não quer ser um aJuntamento qualquer de grupos de casais; é composto de voluntários que aceitam Estatutos bem definidos, nos qua is estão previstos diversos meios destinados a levar seus membros 110 ponto em que decidiram chegar. "Ninguém é obrigado a entra.cu a permanecer nêle, mas ·quem dêle faz parte deve entrar no jôgo francamente." E' bom, talvez, lembrar que o "jôgo" não é apenas um jôgo da equipe, mas do Movimento, e que devemos uns aos outros, em equipe, assistência também nêsse plano. Uma equipe de Nossa Senhora que vive dentro do Movimento procurar viver suas diretrizes atuais certamente não é uma bóa Equipe de Nossa Senhora . . . Ajudem-nos com suas carta~ a ver em que e por que. Gostaríamos de saber si todos 05 ôrgãos do Movimento, estruturas, Carta Mensal, etc., contribuem para dar vida e animação às equipes e para as conduzir ao fim

~ em

procurado. 2.3


amor e casamento

Alguns se queixam de que a Carta Mensal não fala mais do amor conjugal, da família, que ela poderia se d ir igir a celibatários. Outros não se queixam, mas, pelo con t rário, aprovam com um ar superior: isso era bom para as jovens equipes, para os primeiros tempos do casamento, agora ultrapassamos êsse estágio! Embora se queixem de nós é aos p rimeiros que damos razão; não deveria haver o caso de que casais das equipes, depois de alguns a nos, c hegassem a esq uecer que são casados, ou pe lo menos a viver seu casamen to sem referência ao q ue apren deram do a mo r cristão e do casa mento. Uma esposa que, depois de 1O anos de casamento e 4 anos de equipe retoma o t ema Amor e Casame nto, nos escreve: "Pessoalmente é agora que "escolho" verdadeiramente meu marido.. . No decorrer dos sete primeiros anos de nosso

casamento não tinha a menor idéio do que nos ensina êsse temo. Para mim, "conhecer", era descobrir traços do caracter de meu marido e ficar decepcionada e queixumeiro quando não corres;-Jondiam ao que espera va . Era

querer levá-lo a ter as mesmas material

24

como no espi ritual.

rea~ões

T oma r

('!Ue

também

eu, tonto no

o encargo era,

para


mim, depois de ter visto seus defeitos e sues folhas, querer o tôdo custo livrá-lo dêles. A vida de equipe e o estudo dos temos fez-me ver Que eu nado havia compreendido. E' agora que faço verdadeiramente minha escolho: quero conhecer e amar meu marido tal como é, deixar-me conhecer por êle tal quçli sou, tomar o encargo dêle respei-

tando suo personalidade, ajudando-o a se exoandir, confiando nêle, confiando no trabalho da qrora nêle" .

Um outro casal escreve: "E' agora que compreendemos todo o r>roveito que poderiamos tirar de uma" 11 mise en commun" conjugal e de um

auxílio mútuo em profundidade no que diz respeito o nossas responsabilidades comuns; nossa vida espiritual se teria certamente beneficiado com isso. A consciência de nos-

sas fraquezas em vários pontos (continência, educação dos filhos, relaç;ões com nossas famílias) deveria nos ter aproximado, mas como nem sempre estávamos de ocôrdo ne-ses pontos e em outros, deixávamos de lado com uma certa covardia para evitar discussões, deixando ao tempo o cuidado de ajeitar as causas. Percebemos aQora que êsse silêncio estava mais carregado de consequências do que

qualquer ajuste de contos feito sob o olhar de Deus: silêncio, inimir;:to do amor! Houve [)regresso desde que estamos nas equipes, graças ao temo do primeiro ano e ao dever

de sentar-se. Ainda estamos lonQe do perfeição mos temos agora o desejo de constituir uma equipe a dois" .

Nós, casais já antigos nas Equipes, nem tôdos temos a sorte de reestudar o tema Amor e Casamento! Tal vês não fôsse inútil que pelo menos o relêssemos de tempos em tempos para fortificar em nós a vontade de fazer de nosso amor "um louvor a Deus e um testemunho para os homens" como nos convidam os Estatutos. 25


O SACERDÓCIO DOS LEIGOS

Daremos a seguir -

nêste nC1mero e no próximo -

mos estar assim atendendo

ilO

e pensa -

desejo de muitos de vocês , ai··

guns trechos da notável conferência pronunciada pelo revmo . pe . Ca rré, op a 27 de novembro durante o Dia de Estudos para res ponsáveis das Equipes. Aquêles que quizerem completar esta leitura pelo estudq da s conferências que o pe. Carré pronunciou

durante a Quares~a

de 1960 sôbre êsse mesmo assunto na Catedral de Notre Dame, podem procurar a publicação feita pelas Editions du Cerf, 29 Boulevard de Latour-Mauborg , Paris 26

( 7 .0 )


o sacerdócio dos cristãos

Ao sacerdócio do único padre Cristo todos os membros de seu Corpo Místico participam de duas maneiras diferentes que pràticamente incluem tôda a sua vida : A primeira forma dP. participação se refere à santidade pessoal que a epístola aos hebreus tão bem define como "o culto de uma consciência pu · rificada" ( Heb 2-14 ) . Ela consiste no oferecimento de um ser que por seu bastismo é dedicado a Deus e deve ser. como o Cristo , dependente do Pai e voltado ao Pai J:ara sempre : pelo tempo e p-ela eternidade. E', portanto , um sacerdócio interior que se tradu:.; pela fidelidade à vontade de Deus. Quem por amor, rcali:.;a realmente, em seus pensamentos como em suas atitudes , "aquilo que é agradável a Deus" (Jo I, 3-22 ) vive integral mente o seu sacerdócio de santidade. "Meu alimento. di:.; o Senhor, é fa:.;er a vontade d' Aquêle que me enviou." Santa Tere:.;inha do Menino Jesus dava êste testemunho : " Eu faço sem · pre aquilo que O agrada ."

Devemos compreender muito bem a lógica de tal consagração a Deus; é neste sentido que devemos entender o apêlo de São Paulo : "Eu vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus , a oferecer-vos como hóstias vivas, santas e agradáveis a Deus : "êste é o culto espiritual que deveis prestar." ( Rom . 12-1 )

O sacerdócio de todos os membros do Povo de Deus sejam êles quem fôrem , com suas alegrias , suas triste:.;as e dores , com seus êrros, decepções e esperanças, deverá transformá-los em hóstias vivas pelo sacrifício (no seu sentido primitivo fa:.;er aquilo que é sagrado). tsse sacerdócio fará de cada pessoa ma téria de oferecimento: seus atos serão sagrados, 1feitos em lou 27


vor de Deus, em benefício de cada um e, mais ainda, do mundo inteiro.

Vejam estas palavras de S. Leão o Grande : "O que poderá ser mais sacerdotal do que oferecer ao Senhor. no altar de seu coração uma consciência pura e a hóstia imaculada da piedade?" Todos aquêles que apenas conheciam do sacerdócio seus gestos oficiais de media!;ão no culto oficial no C!Ual o p·adre é o ministro, certamente ficarão surpresos com estas idéias. Mas a êsse~ E'U peço: "não se esqueçam jamais. que a primeira forma de sacerdócio e que perdurará por tôda a ete rnidade é essa : interior, do batisado dedicado . como tal , a Deus." Em sua essência a vida cristã é uma vida sacerdotal.

S:i bre a segunda forma de participação ao sacerdócio de Cristo , a Missa que assistimos pela manhã nos esclarece com t ôda ;, precosoo possível. Além de abrir-nos as portas do sacerdócio da s antidade , o batismo nos encarrega do culto divino em sua ex pressão exterior, social e coletiva que está a cargo do Povo Santo. Vocês que aqui se encontram são mais de 2 .000; cada um deve tornar-se hóstia viva oferecida sôbre o altar de sua consciêncnia; por outro lado vocês vão oferecer todos juntos o ~acrtfício , vocês vão dialogar com o sacerdote e receberão de suas mãos o Corpo e o Sangue do Senhor.

A leitura da Bíblia nos ensina que a aliança de Deus com os homens nunca foi apenas interior : sempre houve "sinais" acontecimentos, palavras, gestões que manifestavam e exprimiam uma realidade divina. Além do altar das consciências existe o altar de vossas igrejas. A Páscoa do Senhor se transforma na na Páscoa da Igreja: "Fazei isto em memória de mim" ( Lc 22, 19) . O mesmo Povo do sacerdócio de santidade é também o Povo da celebração eucarí~tica. E é exatamente nesta ceie28


bração que podemos melhor apreender o sentido profundo do sacerdócio dos leigos em suas duas formas. Realmente , durante a Missa todos oferecem o sacrifício do Senhor e ao mes'1'u tempo oferecem também a si próprios, no Cl(fertório . . .

sacerdotes e lei!irOS

Jó vimos que existe apenas um sacerdócio : o sacerdócio de Cristo que se prolong i1 pela Igreja e ao qual poderemos participar de três dife•·entes maneiras. As duas primeiras, fundamentais , sôbre as quais jó falamos , santidade interior, culto sacramentai são comuns a todo o Povo de Deus que• se trate de leigos ou sacerdotes. Mas , dentre êsse povo, quem será o pastor? Quem of.,rece rá :1 Deus, em nome de Cristo, " na pess êa de Cr isto", o sacrifício total de Cristo, a Igreja? Quem comunicará ao mundo os dons de Deus, agin~o como ministro dê~~e mesmo Cristo e dessa mesma Igreja? Serão homens , escolhid,.s por meio de um apêlo particulat, de uma vocação que, si por um lado os c:oloca um p-ouco de fóra do grupo formado pelos outros homens , por outro lado os vincula àqueles para sempre. A êles é confiado um grande poder - tornar pr(lsente sôbre a terra o saclilício da Aliança, o sacrifíc:i da Cruz, para maior glória de Deus e salvação dos homens. Revestidos, como vocês do secerdócio dos batisados, o sacramento da Ordem separa-os pa~a uma "missão espec:ial" , segundo a expressão de S. Leão o Crande. Os atos que preparam, '!<:om.panham ou realizam o oferecimento da vida de cada indivíduo ministério da palavra , ministério dos sac:ramentos são confiados a êsses poucos escolhidos por Jesus 29


para serem , junto com @le, mediadores entre Deus e os seus irmãos. A êsses, cuja eminente dignidade não é necessárto que eu venha demonstrar aqui , vocês chamam, com tôda a exatidão , padres.

Nascido do sacerdócio dos Apóstolos , o sacerdócio dos padres difere do de vocês não apenas em grau mas também em essência. Em outr s palavras, essa terceira forma de sacerdócio absolutamente não é apenas um prolongamento das duas outras , qu e se veriam realizadas , no padre, da maneira mais perfeita possível. Para poder louvar a Deus e salvar o mundo ela posu e uma originalidade própria , inalienável. Entretanto , depois de reter n a memória estas distinções capitais, quero que todos compreen .. dam a solidariedade profundo que une os membro! do mesmo coro. Para todos nós assumindo cada qual o lugar qu e lh e cabe dentro da Igreja - constroi-se o Co -~o de Cristo , para maior Glória de Deus e para a redenção unive rsal.

to rn aí · vos semelh a ntes à quíl o que fazeí s

" Meu cracrifício é também vosso" di:a: o padre. E' vosso , em primeiro lugar porque é oferecido ao Cristo; torna-se vosso também porque todos se oferecem com êle para formar um só corpo. Será que todos percebem a suma importância dêsse oferecimento interior?! No instante de sua ordenação o bispo pede ao novo 30


sacerdote: "assemelhai-vos àquilo que fazeis." Essa palavra édirigida também a todos os cristãos. Santo lrineu escreveu, e a encíclica "Mediator Dei" insiste no assunto, "não são os sacrifícios que santificam o homem . . . é a consciência de quem oferece que santifica o sacrifício."

"Quem oferece um sacrifício", diz Santo Tomás de Aquino de acôrdo com "São Crisóstomo, "deve consumá-lo, pois um sacrifício exterior assim oferecido indica o sacrifício interior em que alguém oferece a si próprio a Deus."

Vocês ouviram: comer a Páscoa do Senhor é atestar que se aceitou o mistério da morte e da ressurreição! Aquêles que dentro de alguns instantes receberão a Cristo , d.Jrão assim testemunho de que êles se sacrificaram com seu Chefe, de que êles concordaram nessa doac;ão total de si próprios que é a essência mesmo de nossa religião. E quem de nós ousará afirmar que iá conseguiu libertar-se completamente de todo o confôrto do espírito e do corpo, que iá abandonou por completo o seu egoísmo num gesto de renúncia total? Mas não é necessário que iá tenhamos ating;do tal perfeição. Não é admissível a desculpa: "não posso comungar pois ainda não me transformei em hóstia viva". Para P'Oder tomar parte entre os convivas do banquete da Eucaristia basta saber dizer simples e humildemente: "gostaria de aprender a oferecer a mim mesmo".

Lembrêmo-nos que Jesus Cristo veio para curar os enfêrmos; !le afasta de si apenas aquêles que não querer sarar. E, para terminar, eis as admiráveis palavras de Sa.nto A9ostinho: "Não farás com que eu me transforme em ti como alimento de teu corpo; tu é que serás transformado em mim", 31


ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUN IÃO

A Igreja nos comunica, no decorrer dêste mês, três grandes verdades do Cristianismo . São os três grandes pensamentos litúrgicos: o Cristo, a Igreja, a Caridade . O Cristo é o Filho de Deus, que reina para semp re glorioso, à direita do Pai , até a sua volta triunfante. A Igreja é o Corpo Místico do Cristo , uma Comunidade forte; so mos membros dêsse Corpo. ~ sôbre esta verdade que a Liturgia edifica sua vida de união . A Caridade é o maior mandamento. Devemos fazer nossa união e afastar o grande destruidor d;o união o pecado .

MEDITA•Ç ÃO- Texto para Oração Pessoal Sabendo os (ariseus qu e Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se, e um dêles, doutor da lei, fêz-lhe esta pergunta para p rová-lo: "Mestre, qual é o maior mandamento da lei?" Respondeu Jesus : " Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de tôda tua alma e de todo teu espírito . rste {é o maior e o ~ri­ meiro mandamento. E o segundo, se melhante a êste, é: Amará s teu próximo como a ti m :ilsmo . Nesses dois mandamentos se resu mem têda a lei e os profetas". Com o os fariseus se agrupassem, Jesus inte rrogou - os : "Que pensais vós de Cristo? De quem é fi lho?" ReSiponde ram: "De Davi!" " Como então Daví, prosseguiu Jesus , falando sob inspiração do Esp ír ito, chama-o Senhor, dizendo: O Se nhor disse a meu Senhor Senta - se à m inha direita , até que eu _!:onha teus inimigos por escabêlo de teus pés? Se, pois, Daví o chama Senhor, como é êle seu filho? " Ninguém pôde responde r- lhe nada . E, depois daquêle dia, nir.gJJé m mais ousou interrogá-lo.

(5. Mateus 22, 34-46} 32


ORAÇÃO LITÚRGICA

Quem confia no Senhor é como o monte Sião que não facila , que é firme eternamente.

Circundam montes Jerusalém : Assim lahvé circunda o seu povo agora e sempre!

Não pode pesar para sempre o cetro dos ímpios sôbre o quinhão dos justos.

Não seja que també m êstes estendam a!l suas mãos para o crime! S'enhor, abençoa os bons e os retos de coração!

Mas aos que seguem por caminhos tortuosos que os castigue o Senhor como os malfeitores!

Desça a paz sôbre Israel!

(Salmo 124)


f\\o\11 mel\to · d~ c~~lS

pott \.lf\\A e.spa.ttatw.hckde. co~\.19ç\l

e f~mah~R

CENTRO DIRETOR . Secr. Ceral . 20, Rue des Apennins • PAR IS XVII REGIÃO BRASIL

.

Secretariado

• Rua Paraguaç ú, 258

. SÃO PAULO


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