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Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora
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JULHO
1962 faça um pouco de repouso •- . Ás . portas do XXI Concílio Ecumênico Casamento· e. Família O que 01 Responsáveis viram e, ouviram nc l Dia" de Estudos: 1 li Po!_pel do :Casal de Li$açõo - · o Compromisso • /l(s Equipes fogem à realidade ... Os casais se aiialis'â m'": . . Álguns II'Ontos bem conhecidos ~enovação do ' COmpromisso CorresJ:onCiência Oração para a práxima reunião
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O que vai pelas Equipes Bilhete do Centro Diretor Nossas intenções de oração Vida do Movimento Alegremo-nos com êles Deus Chamou a si Visita do Pe. Oração pelo Concílio Caffarel Calendário
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Publicação ·m ensàl das Equ ipes de Nossa Senhora Casal Responsável :
,
Dons e Nelson Gomes Teixeira Rer:laçõq e expedição: . • .
1
Rua "Poroguaçú, 258- 52-1338 · Sõo 'Paulo 1O - SP
Com ap rovação eclesiástica
11
ED ITOR IAL
FAÇA UM POUCO DE REPOUSO
Não sou eu que lhes digo , mas o próprio Jesus. ~le pronunciou estas palavras outrora dirigindo-se aos seus apóstolos extenuados de fadiga: "Vinde à parte, para algum lugar despovoado, e descansai um pouco" ( Marc. VI , 31 ) . Vocês precisam de um pouco de repouco nesses meses excessivos de atividade. E' uma necessidades para vocês mesmos J:Orque o Senhor os criou e os quis limitados. Tenham fé suficiente para reconhecer que , conceder alguns minutos de descanso, J!ermite-lhes estar mais com Deus e com os outros. Suas vidas são sobrecarregadas, bem sei. Se vocês são generosos e se seu ouvido atento percebe a imensa aflição humana, como querem que não seja assim? Sejam principalmente dóceis ao apêlo do Mestre, pois vocês não resistirão se não souberem nutrir o cora~ão , a alma e o corpo no momento favorável , sahendo concederlhes esta profunda respira~ão ao mesmo tempo física e esp-iritual que os renovará de fôrça e de vigor. Se a sua vida não é desequilibrada , é inútil consagrar muito tempo a tornar a encontrar a esperança e fazer o repouso ao qual Jesus os convida. Há para o homem uma maneira de ser na sua jornada de trabalho, que o conduxirá a utilixar o tempo vago entre dois compromissos ou entre dois clientes para renovar suas fôr~as. Certas espôsas possuem a arte de descansar em alguns minutos diante de uma vitrina, certos homens, asce11dendo
o cachimbo! Como dizia um amigo : "O cigarro, a fumaça, isso não é nada. O que me fas bem é a atenção, a arte com a qual acendo pacientemente meu cachimbo". Saber acolher os raios de um pôr do sol não é embrenhar-se no universo do "Pequeno Príncipe"? Os silêncios durante certas orações familiares críam um amibente de pas e de alegria serena que acentuam o caráter reparador do sono da noite. Que os esposos saibam escutar, juntos , de ves em quando o verdadeiro silêncio que os une. "Consagrar" a vocês mesmos um pouco de tem11o , é considerar como "sagrados" êsses minutos que vocês concedem a si próprios. O seu repouso rápido não será aproveitável se não fôr feito sem escrúpulo, sem preocupações. fie ~ sagrado. E' preciso mergulhar e mudar de universo durante alguns instantes. E' preciso partir P'ara muito longe, reencontrar a imensidade do céu estrelado e a terra que gira sob seus pés. "No comêço era o Verbo de Deus". E subitamente você percebe o Senhor ao seu lado quando você O imagina tão longe. "Vocês todos que estão fatigados, venham a Mim que eu os reconfortarei". Então vocês abandonarão o lugar de Marta Jl'ara tomar parte no de Maria. Vocês deixarão que Jesus os condusa muito longe, no mundo interior de vocês, a fim de lhes falar ao coração como em pleno deserto. Vocês tornarão a descobrir que nenhuma de suas palavras, nenhuma de suas atividades Lhe escaparam. A pas do Senhor se insinuará nas suas veias, a vida e a lus penetrarão em vocês, enquanto novamente as fôrças voltarem, nos seus corações renascerá o canto da esperança . "Se conhecesses o dom de Deus", disia Jesus 3 Samaritana . Fazer um pouco de repouso, eis aí a ciência . A quaresma é o tempo em que o dom de si a Deus torna• se mais generoso. A regra de vida observada é freqüentemente mais exigente. Está be:n assim e é preciso que o seja se vocês quiserem seguir Jesus. Sigam-no até o fim procurando a possibilidade, quão difícil às vêses, de aceder em faser um pouco de repouso como o Senhor lhes pede. JEAN RAVANEL ')
PARA SUA BIBLIOTECA
ÀS PORTAS DO XXI CONCILIO ECUMfNICO Frei Boaventura Kloppenburg , ofm
Vozes
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Mais de uma vez o Santo Padre 1 esumiu suas esperanças e a importância do próximo Concílio Ecumênico em palavras c exclamações como estas: O Concílio se1·á um motivo "resel'Vado a comover o céu e a terra"; "o Concílio quer srr, com a graça de Deus, ponto de partida para um renovamento geral , nova e vigorosa irradiação do Santo Evangelho em todo o mundo"; o Concilio é um "excepcional acontecimento", "extraordinária Epifania", "novo Pentencotes"; "vivemos numa época importante: o granuc Concilio Vaticano TI" . Frei Boaventura, consultor da Comissão Teológica pré-Conciliar, escreveu êste pequeno manual sôbre o próximo Concilio Ecumênico. O volume faz-se necessário para todcs que de ejam ter uma idéia nítida dos trabalhoH conciliates deste ano .
CASAMENTO E FAMILIA Tihamer Toth
Vozes A memorável Encíclica "Casti Connubil" do Santo Padre Pio XI foi um brado vigoroso de alarme contra a progressiva paganízação do matrimônio e a consequente degenerescência da família. A campanha recristianizadora yisava "primeiramente i luminar as inteligências dos homens com a genuína doutrina de Jesus Cristo sôbre esta matéria, a fim de que depois os cônjuges cristãos, tendo robestecido a fraqueza de suas vontades com a g1aça interior de Deus, procedem em todos os seus pensamentos e obras em consonância com a puríssima lei de Cristo, da qual hão de brotar para êles e suas famílias a paz c a felicidade". Monsenhor Tóth, o vigoroso pregador, prematuramente desaparecido, realizou uma série de luminosas conferências sôbre êsse assunto de tão vivo interêsse, e que> em nossos dias, assume quase o aspecto trágico de apostasias individuais e de suicídios nacionais. Através de emocionantes capítulos, êle demonstra, com o brilhantismo que todos lhe conhecem, quanto as leis divinas se harmonizam perfeitamente com os anelos nobres da natureza humana, de tal sorte que observá-las é obter ante os próprios passos a eterna desgraça não só, mas ainda uma vida torturadas de sofrimentos . Casamento e Família é pois um livro abençoado e precioso que vai ensejar mais plena realização dos anelos de Pio XI, na súplica final da carta sôbre o Matrimônio Cristão: "que floresça e prospere de novo nos matrimônios crislãos a fecundidade consagrada a Deus, a fidelidade sem mancha, a firmeza inabalável, santidade do sacramento e a plenitude de tôdas as graças do r.éu!
o que os n:sponsáveis viram e ouviram nos dias de estudos
O PAPEL DO CASAL DE LIGAÇÃO 1·
O Casal de Ligasão, representante da equipe junto ao Movimento
O Setor, o Casal Regional e, por sua vez, o Centro Diretor, só tomam conhecimento do que se passa na equipe e de como ela vai evoluindo através das informações recebidas dos Casais de Ligação. Se com isso se conclui que é enorme a responsabilidade do Casal de Ligação, pode-se também avaliar o papel do Casal Responsável, pois o Casal de Ligação daró sua informação baseado, principalmente, nos relatórios e nas informações do
C. R. 5
Claro está que a ligação não pode restringir-se, para seu conhecimento da equipe, apenas aos relatórios que recebe. Pcrisse ,fará duas, ou pelo menos uma, visitâ por ano à equipe, participando da reunião. Não deve ser recebido como um fiscal, mas acolhido como um amigo, que vem para nos transmitir alguma coisa de sua experiência, nos ajudar a progredir. A equipe deve proceder na sua presença com naturalidade, pois segundo a mística das Equipes, não vem só para dar, mas também para receber. Devemos ajudá-lo a descobrir alguma coisa que possa transmitir a outras equipes.
2.
O Casal de Ligação, representante do Movimento junto à equipe.
O Casal de ligação é o elo que nos mantém ligados ao Movimento, que faz com que nossa célulazinha seja parte integrante do Movimento e não um grupo de casais isolado. Traz para nós as notícias do Setor, da Região, os convites para as diversas manifestações, transmite-nos os pedidos, as palavras de ordem do Centro Diretor. Chega-nos através dêle tôda uma experiência oriunda de longínquas ou próximas equipes, traduzida em conselhos, sugestões, testemunhos.
O COl\1PROMISSO 1.
Conteúdo espiritual:
E' uma promessa recíproca de ajudar-se uns aos outros para tender à perfeição segundo a regra das Equipes de Nossa Senhora . 2.
O que é na prática :
E' a adesão definitiva ao Movimento, uma vez adotada a vida em equipe e assumidas tôdas as obrigações. Não deve ser confundido com a Filiação, ou Admissão , mera expressão do desejo de experimentar o que propõem os Estatutos, após ter-se tomado conhecimento dos mesmos. 3.
Para com
q~em :
Para com Deus, para com o Movimento e para com os casais da nossa equipe. 4.
Até quando vale:
E' válido enquanto existir a equipe ou a ela pertencermos. Cessa ao dissolver-se a equipe ou ao sairmos dela . Não obriga sob pena de pecado.
5.
Quando fazer:
Um ano e meio a dois anos após a admissão, quando todas as obrig3ções já estão assumidas e apresentam um índice ra zoável de cumprimento.
6.
Como fazer:
Reler os Estatutos, dedicar pelo menos uma reun1ao ao Compromisso estudando as "Notas sôbre o Compromisso" (Carta Mensal Dez. 1961, pgs. 15- 17) e respondendo ao "Questionário sôbre o Compromisso" .
-
"Questionário sôbre o Compromisso" Tomar a decisão de fazer o Compromisso, preferivelmente após um dia de recolhimento da equipe. Redigir o pedido ao Centro Diretor, encaminhá-lo ao C. L. e aguardar a autorização. Chegada a autorização (em média 3 meses após o envio do pedido) , marcar e organizar a cerimônia, em união com o C. Ligação.
7.
O Compromiso deve ser renovado anualmente:
Porque é um incomparável instrumento de progresso, todos os anos, em cerimê.nia íntima, a equipe deve renovar o Compromisso. 8
8.
Entrada de novos casais :
Podem entrar novos casais numa equipe compromissada . Farão o Compromisso individualmente quando da renovação anual do Compromisso do equipe.
9.
Implicações do Compromino :
a)
para a equipe , que entra numa fase adulta, na "maio-
ridade", torn a-nos mais firmes, membros dos ou t ros; bl
mais
dinâmicos
mais
para o Movimento : um novo "corpo de guerrilheiros",
equipistas disponíveis para qualquer trabalho; cl
para a Igreja : cristãos que lutam, apoiados uns nos ou-
tros, para to rnar-se cristãos integrais e testemunho de Cristo atr~vés do seu casamento.
as equipes fogem a realidade ...
O editorial do mês de abril: "Converter suo intêligêncio", frutificou em abundante correspondência. (Tivemos o provo de que os editoriais são lidos e assim sendo bem cumprido essa obrigação). Muitos casais e assistentes ficaram satisfeitos de se sentirem esclarecidos no que eles consideram como sendo a expressão mais ou menos explícito do natureza do Movimento. Outros, porém, se opuseram violentamente às idéias. Convém nota r que alguns, entre os últimos, interpretaram moi o texto dQ editorjol. Eis porque, antes de prosseguir e de apresentar o escla recimento que nos foi apresentado pelo Pe. Henry, gostaría mos que vocês retomos~em o editorial de abril, e o relessem com cuida do. Achamos ser de grande importoncio os idéias apresentados nêsse editorial, por tsso nos dirigimos o todos n otexto que se segue, e não sõmente aos "discordantes 11 • Servirá para me lhor compreender noções muito importantes à nosso vida espiritual.
As objeções se apresentaram assim: Al
As Equipes se afastam "de fato" cada vez mais da rea lidade.
6)
As Equipes não são destinadas à vida contemplativ;l, pois florescem em "pleno mundo",
10
Cl
As Equipes não são feitas para a vida contemplativa , pois seus casais são essencialmente apóstolos e voltados para a ação. Respondendo:
A)
As Equipes se afastam da realidiJde.
O que é a realidade? A verdade abrange a realidade? te uma verdade da realidade?
Exis-
Pensar antes de agir, para
considerar tôdas as dimensões da realidade, para que a "açõo" seja verdadeira, consiste em se afastar do real?
Essa pro-
cura da verdade não deve ser feita, somente antes da ação, mas, sobretudo durante .
E' necessário que haja épocas in-
tensas de busca, e também é necessário, mesmo que durante a ação, nos preocupemos com a verdade. De qualquer jeito, não nos afastamos da realidade quando preocupados em reservar bons momentos para a
pro~ura
da
verdade, pelo çontrório, medimos melhor a realidade e adaptamos melhor nossa vida de ação à mesma.
B)
Os casais não estão afastados do mundo , estão vivendo nêle.
Quem disse que a vida contemplativa deve · necesSàriamente ser vivida fora do mundo?
Será que é preciso estar fora
do mundo para "pensar, refletir, e aderir à Verdade"? cristãos não poderiam se resignar a êsse de~tino . li
Os
Existe di-
ferenças enormes de vida, mesmo entre as ordens religiosas; por exemplo, os Dominicanos que, segundo São Tomás, são eminentemente contemplativos, pois têm por finalidade a busca e o ensinamento da Verdade . De outro lado, temos os Beneditinos e, em geral , todos os monges que têm por fim viver retirados do mundo. C)
"Não somos contemplativos pois somos casados".
E' verdade num sentido, mas essa objeção parece confundir vida contemplativa e ato contemplativo. Explico-me: Há três maneiras habituais de se falar da contemplação na vida cristã; a.
Tôda vida cristã é em si contemplativa. E' con~emplativa simplesmente por ser destinada à visão beatífica, à visão de Deus no céu, e ninguém pode fugir a êsse fim, sendo cristã. E' nêsse sentido que muitos teólogos falaram e falam ainda, da vida contemplativa cristã. Nós somos criados para o gôzo da Verdade. Para gozar da Verdade contemplada, adquirida e aderi"da que é Deus. "A vida eterna é conhecer a Ti, o único verdadeiro Deus ... ". Ninguém pode renunciar a êsse fim. Quer nossas vidas se gastem numa busca fervorosa da Verdade, ou na dedicação ao próximo, ou em ação, são tõdas, nêsse sentido, conte~lativas .
b.
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Distingue-se entre os cristãos, os ativos e os contemplativos, de acôrdo com as tendências de suas inteligências. Os ativos estão voltados para o serviço do próximo e para as
necessidades do mundo, os contemplatiVOS para a procura da Verdade. (Inteligências práticas ou especulativas) Para se saber se uma vida é contemplativa, segundo São Tomás, é preciso que para essa pessôa a verdade seja o que mais cause alegria, seja assunto para o qual sua inteligência mais se inclina, e ainda seja o que mais alimente suas conversas entre amigos .
c.
Chamaremos de atos de contemplação a todos aquêles que derivem da contemplação. Podem estar inerentes as vidas chamadas contemplativas e também às vidas ativas. Esses atos são ouvir a Palavra de Deus, a procura da verdade em tôdas suas formas, a leitura, certas conversas, etc . Não se pode ser verdadeiramente cristão se não ~e procura Deus nem se escuta suas palavras . T ôda vida ativa pode receber ajuda por intermédio de seus momentos de contemplação . E' nêsse mesmo sentido que chamei as Equipes de Nossa Senhora (que não são um movimento destinado à ação, se bem que encoragem e estimulem os casais em ~odo o tipo de um movimento contemplativo. Quero de apostolado l dizer com isso que as equipes devem ser consideradas como um movimento que ajuda aos casais a procurarem a Verdade, a se colocarem no caminho da verdaóe , e a terem sempre a preocupação de converterem suas inteligências e seus juízos temerários. Esses atos de contemplação não somente são úteis, como também indispensáveis à ação . Será que seríamos mais ativos sem nunca pararmos para refletir, escutar e medir a "realidade" em tôdas suas dimensões? Compreendendo, nessas dimensões o fim de tudo que é Deus. 13
Resumindo o pensam ento :
1.
Sim, de fato os casais são na maior parte <.tivos. Ainda que possam existir casais que por suas profissões ou estados de espírito sejam contemplativos por excelência . Não nego a verdade, porém, insisto na opinião de que a contemplação é necessária à vida ativa . Quanto mais ativa a vida, mais necessária a contemplação . O fim do Movimento, deve ser o de ajudar a função contemplativa r.la vida cristã .
2.
A contemplação dos casais é uma característica de suas vidas cristãs, fazendo parte integral de suas vidas ativas. E' importante respeitar êsse tempo e lembrarmo-nos de que sempre temos que converter nossas inteligências para a verdade e para Deus. (Permitam-me comentar que o pequeno editorial não teria recebido tantas críticas, se todos tivessem procurado compreender o significaao que lhe quiz dar o autor , e nãc se tivessem agarrado a uma idéia preconcebida l . Tudo is ~ o não significa que sàmente a leitura e a audição à Palavra Divina sejam atos da vida contemplativa. A reflexão e a busca da Verdade a que nos levam o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, devem fazer parte essencial da vida quotidiana e ativa . A vida se compõe de açõo e entusiasmo, ou melhor, de atividades e passividades combinadas. De um lado é conhecido a Verdade, e nos agarrando a ela , que nossa açõo tem possibilidade de acertar. E' "fazendo a Verdade", como diz São João, que se chega à luz. Acaba-se sempre pensando como se vive. E' impossível ser contemplativo sem nos interessarmos pela Verdade, sem sentirmos ao menos uma inclinação habitual à "ação certa" .
3.
I~
Por fim, responderei a uma pequena objeção que me fizeram: "os mais lúcidos hesitam antes de agir" E' em geral um defeito dos intelectuais o fato de não agirem . Mas trata-se de um defeito. Partindo do princípio que alguns têm êsse defeito, não nos devemos privar das qualidades que têm. E' melhor juntar procura da Verdade e decisão, do que decidir sem conhecer, sob pretexto de que quando se conhece , não se decide nem se age mais.
os casais se analizam ...
Inúmeros são os equipistas que se sentem angustiados pelo problema da justa medida do apostolado. Ficam entre o fogo e a caldeirinha, sem saber se atendem aos apêlos do próximo, da Igreja e tamb6m C:e um pouco de aconchêgo e confôrto do lar. O editorial d-J mês passado, no~ convida a excelente reflezão sôbre êsse tema. Dese j osos de ajudar os casab equioistas a tomar consciência de suas responsabilidades, formulamos perguntas, aproximadamente a 3C equipes, sôbre os problemas que tinham nêsse assunto.
As perguntas fora"'l
a~
seguintes;
Suas ocupações parecem proveitosas às suas vidas conjugais, às was obrigações de educadores, em que condições? São elas de algum modo prejudiciais? O que fazer então? Citaremos, sem quase nenhum comentário, alguns extratos de Um grande número de equipes respostas e essas perguntas. disse que c reunião dedicada a ésse assunto, além de ter sido extremamente interes;cnte, trouxe tambÉm grandes frutos. Muitos disseram ter sido a melhor co-participação da história de suas equipes. Não esperem para ter a oportunidade de fazer essa coparticipação, que lhes venham ordens imperativas do Movimento Aqui está lançada a rdéia, mãos à C•bro.
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q u e v a í p e 1 a s p e s e q u
Paris, julho 1962
Caros Amigos Quisemos, neste ano, que em cada diocese, as equipes se agrupem em tê rno de seu bispo, isto porque é o ano do Concílio. tstes encontros, que nós chamamos de Dias Diocesanos , têm um duplo objetive: de um lado pedimos a nossos bispos que nos falem do Concílio, de outro, nós lhes faremos conhecer o resultado da grande consulta feita a 4.000 casais das Equipes, perguntando-lhes o que esperam do Concílio, no que se refere ao matrimônio. Desde janetro, portanto que quase todos os domingos, numa diocese ou outra, 40, 100, 150 casais equipistas se unem em tôrno de seu bispo. Recebemos as primeiras informações sôbre os 15 Dias havidos. Parece ter sido excelentes; nossos casa is ficaram felizes dêsse contato com seus bispos e permitimo-nos pensar que os bispos ficaram contentes de encontrar os equipistas de sua dtocese. Além do mais, o resultado do nosso grande inquerito lhes interessou vivamente; todos pediram o texto, e alguns quiseram mostrar a seus padres. Um arcebispo pediu um exemplar para ser re metido à Comissão Preparatória do Concílio, da qual é membro.
ê~tes
Ouvimos também falar sôbre o espírito no qual são vividos Dias, a atmosfera que lá reina.
Desejamos vivamente que aquêles que não tiveram seu Dia Diocesano, preparem-se para o mesmo com cuidado. Que todos se esforcem para ouvir as palavras do Chefe da Diocese, lembrando-se do que nos dizem os Estatutos sôbre os casais do Movimento: "~les se colocam a serviço de seu bispo e de seus padres". E' preciso te a oraçãa em cílio? O Santo para o Concílio;
lembrar-lhes nossa .:>ração da quarta feira, duranfamília, virados para Roma, em intenção do ConPadre, muitas vêzes, pediu a oração das crianças que nossas 25 .000 crianças respondam a seu apêlo.
Creiam na nossa fraternal amizade e oremos em conjunto à Santa Virgem pelas Equipes, pel11s nossas Pátrias e pela Igreja.
O Centro Virdor P.S. -
Muitas equipes nos perguntaram se poderiam tomar como tema de estudos, neste ano ou no próximo, a Encíclica "Mater et Magistra". Lembremos que as discussões nas reuniões de equipe são reservadas ao estudo de problemas de espiritualidade ou de vida familiar, sendo êste o objetivo próprio das Equipes. Não é pois em equipe, nas reuniões mensais que vocês estudarão êste importante texto. Aquêles que desejarem estudá-lo em equipe, podem consagrar-lhes 1, 2 ou 3 reuniões suplementares. Mas, fica ría mos felizes se os membros das Equipes suscitassem por toda part·e círculos de estudos, conversas, conferências ou que pa rticipassem ativamente do que for organizado em sua cidade, para maior difusão desta importantíssima Encíclica.
11
NOSSAS INT NÇõES DE ORAÇÃO _, ! Soubemos que o filho mais velho de um casal de uma jovem equipe da Colombia está prêso em Cuba por ter tomado parte no desembarque do ano passado. Um casal da Argélia veio visitar-nos recentemente e narrou os sofrimentos e desordens dos lares das equipes da Argélia . Imaginamos, facilmente, a tensão em que vivem. A morte atingiu brutalmente, nestes últimos dias, um pai de família de uma e ~uipe belga, de apenas 38 anos. Na grande família de nossos 7.000 lares, cada mês traz suas provações. Pensemos em tôdos êstes que carregam sua cruz. Que nossa oração por êles seja muito ardente. Levando estas inten ções à oração familiar, associaremos nossos filhos à vida das Equipes e abrrremos seus corações ao sofrimento dÓ mundo e à esperança .
VIDA DO MOVIMENTO
•
Foram as seguintes as equipes que fizeram seu Compromisso: Canadá: Otawa Hull 1 França: Fresnes 1, La Souterraine 1, Lyon 11, Mulhouse 7,
Compromisso
Antibes 1, Paris 62.
Com alegria comunicamos a Filiação das seguintes equipes: Brasil: Ribeirão Preto 4, São Paulo 42, 43, Vargem Grande do Sul 1 França: Arles 1, Elesançon 2, Brest 4, Châlons-sur-Marne 1, Chambéry 3, Dunkerque 5, Lille 16, Nantes 18, Roanne 1, Sceaux 2, Vendôme 6, Versailles 12 - Portugal: Porto 1O. Filiaçõo
111
As equipes brasileiras que se filiaram foram:
li Ribeirão Preto 4 Equipes NaSa do Sim Assistente: Pe. Angélico Sândalo Bernardino C. R.: Maria Helena e Luiz Carlos Seixas São Paulo 42 Equipe NaSa Rainha dos Apóstolos Assistente : Frei Luiz Maria Sartori, ofm C.R.: Vitória e Roberto Silva Equie NaSa do Caminho São Paulo 43 Assistente : Pe . José Bouchard, esc C. R.: Mariôngela e José Antonio Leví Vargem Grande do Sul 1 Equipe NaSa do Lar Assistente: Pe. Celestino C. Garcia C. R.: Eun ice e Rafael Granato
ALEGREMO-NOS COM ILES!
Joaq uim Mário
Gilka e Arnaldo Meireles Eq. NaSa da Esperança -
Rib. Preto
20/12 Rosa na
Ana Maria e Roberto Lencastre Maudonnet Eq. NaSa do Lar - Campinas
10/2
Mônica
Mafalda e Hemil Risckalla Eq. NaSa da Es~te rança -
10/ 2
Lu iz Augusto
Maria Tereza e Luiz Gonz ag a Dias Eq. NaSa do Lar - Campinas
14/3
Eugênio
Moema e Nelson Augusto Eq. NaSa da Esperança -
IV
Rib. Preto
Rib. Preto
3/ 4
Ana Laura
Ana Vera e Gilberto eMnezes Eq. NaSa da Esperança - Rib. Preto
Anton io Augusto
Dina e Nilo Luiz Z ugno Eq. NaSa de Caravaggio - Caxias do Sul
9/ 5
Luciana
Maria Regina e Paulo Altenfelder Eq. NaSa Santa Cruz - São Paulo
10 / 5
Marcos
Marília e Luiz Gastão M. Albernaz Eq. N'aSa do Bom Conselho - Campinas
17/5
Juliana
Ana Maria e Renato Fagundes Eq. NaSa do Lar - Campinas
24 / 4
DEUS CHAMOU A SI Lucien Couderc, da equipe Argel 3 , e Daniel Bucher, da equ ipe Argel 4 . A suas esposas e filhos, as nossas orações e todos os nossos sent imentos.
ORAÇÃO PELO CONCrLIO Vocês encontfaram na Carta Mensal de abril a Orac;ão Pelo Concilio Ecumênico? E na sua Oração em Família, das 4as. feiras, tem sido reservado l:m momento part icu la r para o Concílio? Então, como é? Vamos continuar unidos à tôda a Igreja que pede a() Senhc-r pe lo sucesso dêsse grande aco ntecimento que se apro· xi ma?
v
VISITA DO PADRE CAFFAREL
O funcador das Equipes de Nossa Senhora estará entre nós de 25
ele outubro à 1O de novembro.
Aguardem para breve -
programa e detalhes dessa visita. VI
CALENDÁRIO
ago
24-26: 25- 26
Retiro em Baruerí Pregador: Frei. Barruel de Langenest, op Dias de Estudos Diocesanos das Equipes ligad3s
à coordenação de São João da Boa Vista set
out
2:
Recolhimento Pregador: Frei André Muniz de Rezende , op
5:
Reunião dos C.L. -
-·
Em São Paulo: início dos Cursos de Preparação ao Casamento do segundo semestre
12-14 :
Retiro em Valinhos (Chcicara das Missionárias) Pregador : Frei Bil rruel de hangenest, op
Setor SP-A
26-28:
Retiro em Campinas
31-4 :
Retiro para Dirigentes ICR Regional , Equipes
de Setor, CR por Equipes de Coordenação, CR por Departamento) Pregador: Pe. Caffarel nov
23-25:
dez
2:
Recolhimento
4:
Reunião de C.L. -
Retiro em Baruerí Pregador: Pe. Eugênio Charboneau, esc
Setor SP-A
VIl
uma ação planejada: "Eis quais são nossas atividades atuais : Eu sou responsável geral da Ação católtea de minha diocese, minha espôsa se ocupa também da ação católica feminina de nossa paróquia. Não temos nenhuma atividade exterior comum, mas caregamos juntos nossas responsabilidades individuais. Considero o encargo que me confiaram muito mais como "responsabilidade" do que como "atividade". A variedade de encargos que deveria abraçar para exercer totalmente essa responsabilidade, ultrapassa minhas posibilidades, ultrapassa minhas possibilidades. De outro lado, evito tomar encargos demasiados que não possa exercer bem. Todo o esfôrço da Ação Católica está em insuflar e desenvolver o espírito através de ocupações apostólicas, nas quais, o que importa não é a "quantidade" mas sim a "qualidJde" para poder formar futuros apóstolos. As atividades de minha espôsa são a meu ver suficientes, quero dizer com isso que, sem prejuízo da bôa ordem do lar, ela não poderia se encarregar de mais nada fora decasa . Uma espôsa deve ser, antes de tudo, a companheira de seu marido e a mãe dedicada de seus filhos. Trocamos sempre idéias sôbre nossas preocupações e ocupações apostolares. Respondendo à pergunta que nos foi feita: seu apostolado é proveitoso à sua vida conjugal? Sim. essas constantes lembranças dos problemas reais do nosso próximo, correríamos o perigo de levar uma vida "instalada", no mal sentido do têrmo, concentrados exclusivamente nos problemas materiais do dia a dia. Como nossos filhos são ainda muito crianças, temos ainda as noites livres e
grande liberdade de espírito. Não será assim, provàvelmente, daqui a alguns anos quando teremos que dedicar grande parte do nosso tempo à educação dos mais velhos. A experiência me diz que quanto mais tomamos consciência das responsabilidades de cristãos e da necessidade de nos ocuparmos num plano apostólico, mais devemos por outro lado, nos esforçamos no aprofundamento espiritual, tanto no plano doutrinai como espiritual. As equipes nos ajudam bastante nêsse ponto. Antes de me dedicar à Ação Católica , esperei que nossa vida do lar estivesse consolidada nas Equipes. Ass im sendo, pude constatar que a oração pessoal e a oração em comum , o trabalho exigido pelo tema de estudo (principalmente sôbre a Igreja ) constituem o melhor alimento e o mais sólido baluarte da vida apostólica . Os retiros também são importantisstmos. Quando as obrigações au mentam é que mais se tornam necessários. Quero ainda insistir num ponto : a escólha do encargo apostólico a adotar. A princípio, a escôlha deve ser como a resposta a "uma vocação" ou "uma missão". Sàmente assim, nossa ação to mará suas verdadeiras dimensões de participação na obra da Igreja, cujos objetivos são sobrenaturais : descobrir o verdadeiro sentido de Cristo e de sua Igreja . Aparentemente nossos pobres esforços e realizações muito longe estão dessa alta finalidade . E' claro que as realizações de um casal em relação à amplidão de tudo o que fica por fazer e às fôrças do materialismo nas menores coisas, é sem proporções às dificuldades de que tomamos conhecimento quando abrimos os olhos e os ouvidos em tôrno de nós. O que é importante é não desanimar e não querer, diante da realidade, fazer várias coisas ao mesmo tempo . A única solução está em fazer 16
bem o nosso pequeno encargo por mais modesto que seja, sendo "dóceis a Deus" no pouco que somos capazes de fazer.
Esse pe-
queno trabalho, torna-se grande por ser feito para Cristo e em união com Sua .:>bra no mundo.
Cabe a nós não negligenciar, e
utilizar todos os meios, mesmo técnicos que p.:.ssam ~ervir para edificar o reino de Deus.
Nós leigos temos por missão especial de
levar a Cristo todo um "domínio" que sem nós poderia ficar sem conhecer o verdadeiro sentido do evangelho". Estamos satisfeitos de ver com que moturolidode êssc cquipisto, embora jovem, encaro suas responsabilidade de cristão. Um outro expõe diante de nós suo dúvida sôbre se suas ocupações exteriores SÕ<) suficientes. E' to,bém com sabedoria e seriedoc1e que êle examino o assunto;
a procura de equilíbrio
"E' muito difícil saber se nossas atividades são realmente suficientes. E' fato que precisamos buscar um equilíbrio ao que nõo
é fácil atingir: Acho que devemos ter sempre à vista êsse ideal e procurar alcançá-lo.
Quanto a saber onde estamos é outro assun-
to : "E' próprio do cristão apóstolo estar sempre em busca de equiI
líbrio entre os encargos que às vezes se opõem.
E' preciso sempre
escolher ( Pe. Suavet: A espiritual idade em plena vida). ter vida de oração e meditação suficientes para examinar dian-
l
te de Deus os problemas que devo resolver l9
,,
Meus encargos extenores me parecem , muitas vezes, excessivos.
O exame de minha agenda mostra há 2 anos, de 8 a 1 2
reuniões à noite por mês, ou seja, 2 a 3 ou mesmo 4 "noitadas" por semana.
Juntando as preparações e as atividades resultantes
dessas reuniões: prestações de contas, contatos pessoais, contabilidade, etc . ..
O tempo que fica livre para as crianças, os divertimentos, as reuniões de amigos é realmente mínimo.
No
momento
estou
ocupando um cargo de direção técnica numa fábrica o que também me ocupa bastante.
E' preciso atribuir aos encargos do lar e da
educação seus devidos valores .
Eis por que minhas atividades me
parecem excessivas, apesar de insuficientes se as analisarmos em relação ao que fica por fazer . . .
Não tenho mais tempo para:
Viver um pouco no lar, trocar idéias com minha espósa sôb ~e os nossos problemas comuns.
dedicar tempo suficiente às crianças, escutá-los, viver com elas, o que é meu primeiro dever.
ler o necessário nos livros e jornais para me documentar suficientemente sôbre a vida da Igreja e do mundo, sôbre os grandes problemas atuais políticos sociais e econômicos. 20
Sóbre êsse assunto dou a última palavra ao Pe. Suavet : "Quando o dever profissional, as obrigações do lar, a educação das crianças ou outros encargos essenciais ficam mal feitos, por causa de nossas atividades exteriores, não devemos conservá-las". "O patrão que falha na direção de sua emprêsa para fazer obras de caridade, o engenheiro que nõo resolve na fábrica os problemas que êle tem capacidade de solucionar e saí dalí falando em reformas de estruturas, a mãe de família que educa mal seus filhos e dó ordens nas reuniões de pais de alunos, todos êsses tipos que acabo de enumerar não são verdadeiros apóstolos e sim personalidades dispersivas, estão procurando fugir de encargos difíceis que não trazem consigo as glórias que desejam". As atividades de minha espãsa me parecem suficientes, ao menos quanto ao tempo que ela as dedica, pois :
seu papel de mãe de família é importante. estando eu muito ocupado, pouca ajuda posso lhe dar no lar. seu estado dê saúde não lhe permite dormir tarde.
Só me resta lançar a seguinte dúvida não seria mais lucrativo para o próximo e para ela se organizássemos maior ajuda material em casa a fim de que pudesse ter mais tempo para agir fora do lar e, também , para leitura e meditação?
Quanto às nossas atividades em comum, não são grandes mas por menores que sejam nos trazem um enriquecimento indispensável à vida do lar. Nêsse ponto de vista achamos que deveríamos procurar intensificar nossas atividades. Mas sempre tropeçamos no mesmo problema : nada fazer em detrimento da formação das crianças. Algumas palavras para finalizar: 21
Achamos que não devemos a todo custo procurar ocupações exteriores, mas primeiro considerar três aspectos importantes: temos nós a formação suficiente, a abertura de espírito desejada e o tempo necessário para bem exercê-las? Os encargos exteriores não devem ser acrescentados à nossa vida mas sim se integrarem à mesma progressivamente . Quando temos uma vida aberta, receptiva ao mundo que nos cerca, somos automàticamente chamados sem termos que procurar encargos. Quando procurarmos qual deve ser nosso apostolado, primeiro olhemos a nossa vida, o que a compõe e procuremos nos dar de corpo e alma a cada minuto dêla. E ainda do Pe . Suavet: "Cada homem não tem obrigação de resolver os problemaS" de todo o universo. Cada homem para ganhar sua vida , exerce uma profissão, é membro de uma cidade, mora num tal bairro de tal cidade . .. eis algumas indicações d3 Divina Providência".
os outros deveres: "Eu já experimentei a sensação de não poder ultrapassar um limite e de ter que restnngir minhas atividades para não ser obrigada a faltar nos deveres de estado.. Durante uma sessão da Cruz Vermelha, da qual eu era dirigente e onde dava fôrça e consêlhos às mães de família sôbre a vida do lar, senti que eu também estava às beiras do esgotamento. Aliás, pouco tempo d~pois caí doente e pude meditar sôbre os inconvenientes das atividades fóra do lar em detrimento do equilíbrio do mesmo. E' preciso estar disponível à família . Meu marido também após exercer inúmeras funções importantes em diversas organizações, atingiu ao limite de suas fôrças. Tivemos, forçosamente, que juntos fazer uma revisão de atividades e decidimos que, ao menos por um tempo, precisávamos moderar os compromissos exteriores, para maior proveito da acolhida que poderíamos dar a pessôas diretamente ligadas a nós por vêzes muito solitárias". a saúde:
as crianças:
22
"Meus pais tendo sido muito ativos nas atividades paroquiais, sempre sonhei ser uma dessas crianças
que serviam de assunto às reuntoes de que tomavam parte, e não um dos seus filhos aos quais eles só davam uma atenção distraída. Néo quero que o mesmo pensamento possa sequer passar pela cabeça dos meus filhos".
"Minha espôsa aceita todos os encargos que se lhe apresentam sem refletir nas consequências próticas que possom trazer. Preocupo-me com sua saúde e também com o bom equilíbrio de nossas crianças. Sempre temos alguma criança a mais na nossa casa, o que causa certa agitçãoe nervosismo os nossos filhos e tensão gerol entre nós. Tudo isso provém do fato de que ela não sabe dizer não e frequentemente não pede minha opinião" . o cônjuge :
O ponto de vista da mulher é paralelamente opôsto : "Como chegar ao equilíbrio conjugal nêsse ponto? Uma mu -~ lher tem tendência a querer ajudar a todos em suas dificuldades mesmo se isso exige de si esfôrços e abnegação. Mas o marido , nem sempre estó de acôrdo. Não sei se poderia dizer que minhas atividades são prejudiciais à vida do nosso lar, mas é evidente que nós temos dificuldade em concordar a êsse respeito".
Concluindo, queremos chamar a atenção para o sóbio consêlho dado por um casal: "Nunca se deve procurar comparar seu próprio lar com os de fulano e sicrano que têm 4 filhos e três vêzes mais atividades exteriores do que nós. A cada casal cabe achar sua "justa medida" sem exageros e de acôrdo com suas consciências". 7J
alguns pontos bem conhecidos
Todo ano, na noite de sábado durante os Dias de Estudos dos Responsáveis, êles conversam reunidos em pequenos grupos, sôbre os problemas e a vida de suas equipes. ~sses estudos revelam sempre algun~ mal-entendidos sôbre os .Estatutos. Reunimos para vocês a lguns casos interessantes:
a oração na reun ião de equipe ·'Em nossn reumao <le 25 üe Novembro, a oração foi extrovertida e sincerc... Mas nossos equipistas pareciam espantados de rezarem em alta voz todos juntos. Era a primeira vez que pctrtioipavam dêsse tipo de oração. Muitas equipes ainda estão estacionadas nos pedidos de intenções e ?Ut leitura do Evangelho, aos quais se segue wnct ({meditação preparadc&" (feitct pelo Casal Responsável), que mais se assemelha a mnct prédica do que a uma orctção pessoal".
Alguns vão se defender alegando que os Estatutos dizem que "a segunda parte da oração poderá ser confiada à inspiração de um ou mais casais". 24
Esperamos que os Estatutos sejam melhor interpretados. O verdadeiro sentido da Oração Pessoal consiste em , após a leitura do texto para a meditação, os casais se dirigirem ao Senhor com f1ases simples (às vêzes mesmo desajeitadas), que exprimam ora agradecimento, ora amor, ação de graças ou louvor, dependendo da insvtração que lhes suscite o texto.
oração conjugal ((Alusões à oração conjugal vieram p~·ovar que esta é raramente praticada. 1!J que o casal quando reza junto, usa àe ((orações fórmulas" e não àe espontaneidade".
A Carta Mensal mais de uma vez já abordou o assunto. Brevemente faremos novas referências a êsse assunto ao qual damos grande importância.
a partilha sôbre a regra de vida '·Muitas vêzes na partilha nos contentamos com sim ou ncio no contrôle da Regra àe Vida" .
O "sim" deve significar que nossa regra é : presente, viva, progressiva e evolutiva, nem sempre obedecida à risca, mas que se tenta retomar após cada fracasso. O "não'' deve corresponder mais ou menos ao pensamento seguinte: "Não creio ter feito o esfôrço necessário para viver minha regra de vida durante este mês. Em algumas equipes ficou combinado que só viviam a regra de vida aquêles casais que discutiam sôbre ela durante o Dever de Sentar-se.
a resposta ao tema Um casal de ligação se sentiu obrigado a escrever a uma de suas equipes o seguinte : ((O tema de estudo é para vocês alimento, ponto partida para inspiração nos diferentes momentos vida ,ott simplesmente ttm ((estudo crítico" de um ma ao qual vocês classificam de banal, sem .graça, teressante" r
de da tein-
Pode-se dEduzir dessa apreciação que as respostas ao tema dessa equipe não tiravilm deles o esfôrço necessário para frutificar. Seria preciso lembrar que o assunto do tema é o estudo do conteúdo do 'iema, da3 verdades que encerra, é uma busca da verdade, do ensinamento da Igreja, a fim de melhor vivermos como discípulos do Cristo? Seria preciso salientar também que a troca de idéias deve ter por fim não a forma do tema mas as idéias que encerra e 2 maneira de pô-las em prática .
" 26
RENOVAÇÃO DO COMPROMISSO Todos os anos nós lhes relembramos a necessidade da renovação anual do compromisso . Todos os anos numerosas equipes o realizam, tirando daí grande proveito; outrê's se esquecem de f<!zê-lo, ou então, tendo se tornado êste ato mera rotina, não o aproveitam como ocasião de progresso na vida da Equipe. Permitam que lhes demos um conselho par<: preparar a renovação de seu compromisso: tomem o questionário que apresentamos a seguir e que tem s'ido, hó um ano, o assunto de uma reunião especial das equipes que se preparam para o compromisso. Para vocês não se trata, como para êles, de tomar posição, e vocês não precisam discutir cada ano sua permanência no movimento; êste questionário os obrigará a refletir novamente sôbre os motivos profundos dessa permanência. Num Setor, no mês de Junho, três equipes antigas estudar:>m êste questionário, adaptando-o às suas necessidades e responderam-lhe por escrito, para a reunião. O resultado fÓi exce1-:!nte c vcr:ê$ poderiam fazer o me~mo . A pre:paração das respostas exige a leitLira aprofundada dos Estatutos e dos textos referentes ao compromisso que aparecerarr. nas Cartas Mensais. I -AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA a) Que razões os levaram a procurar as Equipes de Nossa Senhora? bl O espírito e os métodos das Equipes os têm auxiliado em seu esfôrço para uma vida cada vez mais cristã? Têm êles influenciado suas atividades profissionais, sociais, políticas, apostólicas? c) Vocês acham que é desêjo de Deus que vocês adiram às Equipes para encontrar nelas um apàio em seu caminho para [I e? 11 - OS ESTATUTOS a) Vocês estão de acôrdo, sem restrições, com tações gerais (as da primeira parte dos Estatutos- bEm a "mística" e a disciplina do Movimento? Ou, pelo vocês sentem alguma hesitação, objeção, dificuldade de
as oriencomo com contrário, princípios?
bl Vocês estão também de acôrdo com cada uma das obriQiiÇÕes . assistência à reunião respostas ao tema, após estudo pelo cao;al - oração familtzr oração das equipes - dever de sentar-se -- regra de vida retiro fechado cada dois anos e dois recolhimentos no ano em que não for possível o retiro leitura do editorial contribuição hospttalidade? cl Vocês fazem o possível para praticar tôdas essas obrigações? Há alguma que apresente qualquer problema particular? Vocês estão decididos a praticá-las na medida do possível? 111 ·- COMPROMISSOS COMUNITÁRIO a) Vocês compreendem que se trata de um compromisso de equipe, que os liga uns aos outros durante o tempo em que pertencerem à Equipe, e significa um desejo recíproco de tomar os encargos uns dos outros? bl Compreenderam o fato de que o compromisso os liga também Ys outras Equipes? Como se faz essa ligação? cl Admitem que êste compromisso os liga também com a direção do Movimento, na qual devemos ter confiança, enquanto pertencermos ao Movimento (permanecendo c11da qual com a liberdade absoluta de sair, se não estiver mais de acôrdo)? IV PREPARAÇÃO IMEDIATA a) Vocês estão de acôrdo em fazer o compromisso agora? Quais são os esforços que lhes parecem dever ser exigidos no plano pessoal, nas semanas que precedem o compromisso familiar e da Equipe? bl Aceitam antecipadamente, salvo impedimento de fôrça maior, as funções de responsáveis de equipe, se lhes forem um dia propostas? c) Compreendem a necessidade e o sentido de um cerimonial? Poderiam sugerir algum que gostariam fosse adotado por sua Equipe? NOTA Cada cônjuge de••e responder pessoalmente ao questionário, para permitir que o Casal Responsável e o Casal de Ligação conheçam as disposições e dificuldades de cada um e possam agir de acôrdo. 28
correspondência os mais cansados "Escrevo-lhes estas linhas aproveitando do repouso a que tive que me submeter após uma operação sem gravidade. Numa Carta Men>al, entre as opiniões sôbre a adoração noturna, li a seguinte oposição:
"Os mais ocupados c cansados, embora não devam,
são os que
primeiro se inscrevem".
Foi exatamente o qua a,conteceu comigo. Porém, em meu íntimo, usei da seguinte justificativa: Levamos pouco aos outros durante as reuniões: temas mal estudados, apartes aéreos. Como poderíamos oferecer conscientemente nosso cansaço, nosso luta contra o sono, durante essa hora de vigília noturna.
E' nessa ocasião que me sinto pertencente
ao Movimento, pois é quando mais me dou espiritualmente o Deus e o cada membro de minha equipe. Acho que todos contam comigo nêsse momento como eu conto com os outros. Um dia levamos uma de nossas crianças ao hospital o meia-noite para ser operada. Como pensei no casal em vigília enquanto tirava um pequeno descanso no sofá. Cansada? E' claro que estou, tanto quanto outras equipistas que' têm filhos pequenos com pouca ou nenhuma ajuda . Mas quando faço minha vigília peço pelo cansaço das outras: das aue estão esperando se levantam cêdo para dizer a missa, e também por todos os moribundos. bêbê, dos pais que têm filhos do<"ntes em casa, dos padres exaustos que Acho c;ue essa hora será o meu caminho para a oração, pois nunca ped; tão bem pelos outros a Cristo e com tanta presença como nêsses momentos de vigília que' julguei fossem tão longos para passar. Porém, ainda me resta muito o que aprender!" 29
Cada semana recebemos testemunhos valiosos de cctsais "adoradores notuntos". A êles o nosso profmtdo c sincero agradecimento.
o filho unico "Nós temos, por.:~ no.so grande pesar, um filho único. As vêzes nos sentimos sós nesta preocupação e nosso ferido dói, quando ouv1mos falar assim : Quando se tem um filho só .. . O filho único tem tendência ao egoísmo, à preguiço, õ gula e poro ser caprichoso. Assim sendo, o trabalho com suo educação é dobrado. Os pois preci~om ser poro os filhos únicos, não só o autoridade que os guio nc v 1do, como também os co,T1panheiros de diversões. Os problemas são m.Jitiplos.
Pedimos que na Corto Mensal dedi-
quem um artigo a êsse assunto".
PvJimos aos casais que possam dar algwn testemunho que nos ajudem com suas refl xões c experiências nêsse assunto.
segurança ou auxilio mutuo "Vários mortes de pais de família durante êsses últimos anos entre casais om1gos membros ou não de Equ1pes, nos fizeram abordar êsse assunto. Em cada um desses casos o perda moral do espôso e dos filhos viuse agravada com a desorganização da situação material. A consequencia mais penoso foi a de arranjar um emprêgo. Nenhum esfôrço de auxílio mútuo, embora generoso, pode signif•cor remédio "focaz, pnncipolmente se há filhos JOvens paro educar. Como esclarecer aos esposos, com antecedência, sôbre um problema c.om que êles raramente se importem, por mais bem ca sados que sejam? Como fazê- los perceber as dimensões financeiras dêsse problema? Que fazer poro forçá- los o discutir o assunto entre s1? Que dizer poro lhes fazer compreender que o futuro do lar merece, sem dúvida, um lugar maior na hierarquia das despesas Nós desejaríamos que fôsse introduzida no Corta Mensal um diálogo sôbre êse problema, utiliíondo, talvez, a experiência de certos membros das Equipes, tais como, securitários e tabeliões, por exemplo. E' preciso
ficar bem entendido que esse problema deve ser Situado no conjunto de nossos responsabilidades, e dos perspectivas gerais do vida cristã, e não apenas encará-lo sob seu aspecto financeiro. Parece-nos que uma questão dêsse tipo merece uma resposta atingido em conjunto dentro do espírito de auxílio mútuo que animo tão fovoravàvelmente as Equipes.
Será que os Estatutos nos ajudarão a responder ao 11os.ço correspondente? Será suficiente o que êles têm (( oferecer "Eles se esforçam para satisfa:::.er à exigência quádrupla da amizade fraterna: dm·, 1·eceber . .. , pedir . .. , snbm· recusar. O auxílio deveria proporcionar-lhes essa. legítima seg1trcmça que tantos outros esperam do dinheiro". Seria •lemais confiar no auxílio mtítuo e na dedicaç<io dos outros, ao invés de se entregar a uma certa pre• vidência? Não teria razão o nosso correspondente quando diz que n<io há esfô1·ço d auxílio mtítuo, por mais generoso, que possa o1·ganizar financeiramente duradouramente um lar, quando há crianças pequenas o1 serem educadas Quais os motivos que levam ce1·tos esposos, a se re· cusarem a abordar êsse problemrr l Nós gostaríamos que alguns de t•ocês nos ajudassem a responder a tô· das essas pe1·guntas . .. Com alegria citamos a simpática carta de um casal rlo Movimento que se encontra momentaneamente sem equipe, mas gua1·da o espírito e al[JUmas obrigações das Eq11ipes.
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"Depois de lEr feito parte, mais de doiS anos de uma equipe, cessamos, fisicamente, de estar ligados ao Movimento por fôrça dos Clrcunstôncios.
Minha cspôsa reuniu-•e o mim no mês de setembro do ano passado, com os três crianças. Não podemos fazer porte de uma equipe, porque minha espôsa está na cidade e eu à 50 km de lá . Vemo-nos, em· média, 24 l">oras cada 8 dias, quando os possibilidades do serviço o permitem. Malgrado tudo, em nossa forçada separação, permanecemos unidos ao Movimento e esperamos com impaciênCia o dia no qual podercrros fazer porte de uma equipe novamente
Jl
tSPirlluolmentc, o le1turo do moter~ol dos Equ1pes nos é de grande valia e também o recebimento do Corto Mensal, pelo que agradecemos do fundo do coração os generosos expedidores. Permanecemos fiéis o algumas regras dos Estatutos ainda possíveis numo vida de separados. Regra de Vida, Oração dos Equipes, Leitura do Corto Mensal, Oração em Família (de minha espôso com os crianças) e Oração Conjugal quando estamos juntos. Desejamos muito fazer um Retiro pois desde casados, há 8 anos, não nos foi possível assistir o nenhum . Nás nos prometemos fazê-lo no nosso primeiro possibilidade. Sentimos uma grande necessidade. Tudo o qua toco às Equipes e principalmente suo extensão e irradiação nos interesso também suas orondes intenções que fazemos nossos . .. "
ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO
Os pecados da carne e do espírito têm por salário a vergonha e levam à morte eterna. A vi rtude tem por recompensa a santidade já neste mu ndo e a vi da eterna no outro. MEDITAÇÃO -
Texto para Oração Pessoal
Falo à maneira dos homens por causa da fraque~ca da vossa carne. Pois, como pusestes os vossos membros a serviço da impu rua e do mal para cometer a iniquidade, ponde assim agora os vossos membros a serviço da justiça para chegar à santidade. Quando éreis escravos do pecado, éreis livres a respeito da justiça. Que proveito tivestes então daquelas coisas de que agora vos envergonhais? O fim delas é a morte. Mas agora, libertados do pecado e feitos de Deus, tendes por fruto a santidade; e por fim , a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte; enquanto que o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, N'osso Senhor. (Epístola aos Romanos 6, 19-23)
ORAÇÃO LITU:RGICA -
Salm9
~ste salmo exprime com imagen; ' v.ivas·, a certeza de que Deus está sempre presente e nunca nos abandona . ~l e é nosso grand< protetor.
O socorro me vem do, .Senhor Que fez a 3 te~ra' e o - céu.
~u ergo meus olhos para os montes : Donde me virá o socorro? O socorro me vem do Senhor Que fes a terra " e "o céu .
0 SOCOErO·. , ,
~jo - ~eixe ~I e' t~C!J!eÇI!r
o teu pé; , f\lõo dur'!'~ o t1111 .tuarda. Nõo, o guarda de larael Nõo cochila !'!'"' c!orme. ~ l
~
_ O soco.rro .. ·"'
.o
'
O_SênAtor é te.u guarda •. tuJ 'Oft'!bra,
f) $e!'h~r _ ao teu lado.
DÜrante o dia o sol não te molesta Nem a lua , d~ noite. _0
O socorro . ..
O Senhor te pzoteje do mal , -~~ guarda a tua alma. Na ida e na volta lle te guarda, Agora e svnpre.
O socorro .. . Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Esp 'rito Agora e para sempre, Ao Deus que é, que era e que vem No século dos séculoa. O socorro .. .
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J\\O\JI met\tO
de C..\$~1$
;,
, ~. ~
. J>OR \H"A
~j l?~~hcktf~·~
COJ'\j\JCJ~I e f.\miii~R ~
•'
,
.....
CENTRO DIRETOR
Secr. Geral . 20 , Rue des Apennins . PARIS X
REGIÃO BRASIL • Secretariado . Rua Paraguaçú, 258 • SÃO PAULO