ENS - Carta Mensal 1963-3 - Março

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MAR. 63

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Carta Mensal das Equipes de Nos~ a Senhora

MARÇO

1963 "Vem e segue-me" Para a sua biblioteca O amor e a graça Amor e responsabilidade conjugal Família divina , família humana Obrigações que pesam . .. Quaresma Paixão Ressurreiçãc. Nossos filhos e as Equipes Uma "nova" obrigação: o retiro anual Oração para a reunião de março Oração para a reunião de abril O que vai pelos Equipes Mensagem aos casais Elas Equipes no Brasi l Bilhete do Centro Diretor Padre Coffarel v isita-nos Nova estrutura dv Movime nto no Brasil Nova edição dos Estatutos Impressão dos Documentos Di as de Estudos dos Responsáveis Curso de Preparação ao Casa mento Vida do Mov imento -Deus chamou a si Calendário.

Publicação men sa l das Equipes de Nossa Senhora Casal Responsável: Gracinho e Antonio D' Eiboux Redqção e expedição: Rua Paraguaçú, 258 - 52-1338 São Paulo 1O - SP

Com aprovação ec lesiást ica


EDI TORI A L

" VEM

E SEGUE - ME "

Em fins de outubro, poucos dias antes de sua v indo ao Brasil, Pe. Coftorel pronunciou uma confe rência de espirituoli dode, perante os mil e duzentos ca sais dos Eouipes que se ti n hor-, reunido em Paris, poro os 11 Dios de Est udo dos Responsáveis" . Depois de definir o espirituolidode conjuaa l : " o a r te de viver, no casamento, o ideal evangé lico que C ri sto propÕe o todos os

seus discípu los" e antes de apresentar as suas ca ra cterísticos fu nda mentais, o Pe . Caffarel esboço em termos breves, mas vigorosos. êste ideei evangélico . E' esse trecho que lhes apresentamos o segu ir.

O ideal evangéli co não é, unicamente e ontes de mais nada, um todo doutrinai a ser adotado , mas Alguém a ser seguido. Seguir, quer dizer aprende r a pensar, a agir, a viver com llle e como ~le. ~sse Alguém não é homem de meias medidas nem de acomodações. E' o homem de um único amor e o mesmo pede a seus discípulos: " Ninguém pode servir a dois senhores" ( Mt. 6 ,24 ). Sabe ser paciente, "não apaga a mécha que ainda fumega" (Mt. 12,20 ), mas não transige em seu ideal; toma o que lhe dão , mas pede tudo: "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma , com todas as tuasr fôrças , de todo o teu espírito" ( Lc. 10,27 ). Não reivindica apenas uma parte, mas o todo : o dom total da inteligência , do coração, da vontade e da vida . Um verdadeiro discípulo do Cristo é ufano de servir tal mestre cujo amor é tão exigênte. E seria o primeiro a lhe pedir : " Sobretudo Senhor, sêde intransigente; não admitais que eu retome


algo de minha oferta , que me entregue ao mais leve desvio; não tolereis que vos dê jamais menos do que tudo" . Se o Cristo pede tudo , é também o primeiro a dar tudo: "Não há maior amor do que dar a vida por aqueles que se ama". Entre ~le e seu discíp·ulo a intimidade se estabelece no nível do dom total recíproco. Mas quem dix dom total dix ao mesmo tempo renúncia. De fato o Evangelho está contido nessas duas propostçoes que são como o verso e o anverso da mesma realidade: dar tudo e renunciar a tudo; isto é, "seguir" o Cristo e "deixar" tudo o mais. São Pedro o compreendeu, êle que dizia ao Cristo : "Eis que deixamos tudo e vos seguimos" ( Me. 1 0 ,28 ). Realmente não se pode censurar ao Cristo de nos querer enganar. Não é Êle o pregador que mascara as verdades excessivamente exigentes, hábil em as faxer surgir sub-repticiamente depois. Diz claramente o que pensa e o que fax: "Não julgueis que vim trazer a pax sôbre a terra; não vim trazer a pax , mas a espada. Porque vim opor o homem a seu pai , a filha a sua mãe . .. " (Mt. 1 O, 34-36 ). Retoma a mesma exigência em termos não menos incisivos: "Se alguém vem a mim sem detestar seu pai , sua mãe, sua mulher, seus filhos , seus irmãos, suas irmãs, não pode ser meu discípulo" ( Lc. 14, 25-33 ). Certamente detestar não significa "querer mal aos outros" mas , eventualmente, afastá-los quando se apresentam como rivais de Deus, obstáculos no caminho da santidade o que entretanto não impede de amá-los até o p·onto de dar por êles a própria vida! O Cristo nos oferece o exemplo dêsse ódio santo: um dia Pedro tenta afastálo do sacrifício da Cruz . Cristo o repele com indignação: "Retirate, Satã". E quando o Cristo acrescenta: "Quem não renuncia a tudo" , certamente não quer nos convidar a não mais amar, mas fax-nos entender que não devemos ser escravos de nossos amores , seja o amar dos outros ou o amor de nós mesmos; que só há u'a maneira de amar , para quem é seu discípulo : amar por amor dêle. 2


-· Convenhamos que ~le , nosso Mestre, não mm•mizo suas palavras! E' preciso compreender bem seu pensamento. "Deixor", "odiar", "arrancar" são vocábulos a serem tomados no sentido forte , quero dizer , no sentido espiritual. Tais são as exigências que lhe vincularam desde há vinte séculos os sêres generosos que não sabem doar-se a meio. "Reconduzindo sua barca para a terra e deixando tudo , êles o seguiram", é dito de Pedro e André ( Lc. 5 , 11 ). E São Paulo, alguns anos depois, podia escrever: "Todos as vantagens de que eu era favorecido , as tive por prejuízo, P'Or amor do Cristo. Ain da mais , considero tudo por desvantajoso com relação oo preço supereminente que é o conhecimento e o amor do Cristo Jesus meu Senhor. Por ~le oceitei tudo perder, e tudo vejo como imundície , a fim de ganhar o Cristo ( Filip. 3 , 7 -9 ). Eis o ideal evangélico. Qualquer que seja o estado de vido , ê le se impõe. Aos casados como aos outros. Não se rebaixa a vida cristã ao nível dos naturezas mesquinhos. Em seu amor e por meio dêle , o homem e a mulher podem e devem atingir o dom totol a Jesus Cristo. E' para que êles rea lizem êsse ideal que o Senhor fez do matrimônio um sacramento, isto é , umo realidade humana habitada e trabalhada pela Caridade divina , a qual como poderoso fermento permite aos esposos realizarem o que P'arece impossível à natureza humana , mas é possível a Deus.

Henri Cafforel

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PARA SUA BIBLIOTECA

O AMOR E A GRAÇA He nri Caffarel Ed. Flamboyant

Em segunda edição, a Editot·a .Flamboyant acaba de lançar o magnifico livro que muitos de vocês já conhecem : O Amor e a Graça, do Cônego H. Caffarel. E' um tratado profundo e prático de espiritualidade autênticamente conjugal. Vem prestar um inestimável serviço à legião de casais "sequiosos de Deus" que muitas vezes. na complexidade e exigências da vida moderna, não sabem como equilibrar a prática de uma sólida piedade com os deveres de seu estado. 8empre desejosos de viver em plenitude o seu cristianismo, sentem agudamente o pêso de sua responsabilidade em face do próprio lar e da sociedade, mas não atinam com um modêlo de espiritualidade que lhes convenha e que lhes norteie as atividades. E' principalmente a êsses que se dirige Henri Caffarel, oferecendo-lhes os frutos de sua longa experiência. Êste livro é destinado aos casais em geral, mas os equipistas encontrarão nele preciosos ensinamentos sôbre a espiritualidade que procuram viver nas Equipes. Para facilitar a sua aquisição, o Secretariado tem ern estoque uma quantidade suficiente para atender aos equipistas. Preço especial para êstes, Cr$ 700,00.

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AMOR (; RESPONSABILIDADE CONJUGAL Mons. L. J. Suenens Ed . Flamboyant

Uma das causas principais da descristianização de nosso tempo é a recusa que se opõe à doutrina da Igreja em matéria de moral conjugal. Mons. L . J. Suenens procura mostrar como neste domínio não há soluções feitas ; existem no entanto saídas, recursos de que pode lançar mão todo o lar cristão que se esforça por harmonizar as. exigências do seu batismo com as do coração humano. :t!:ste livro não se confunde com a literatura comum sôbre o assunto: é obra de um cardeal. O Autor, já conhecido por outras obras de pêso, é um dos principais animadores de um congresso internacional de médicos e moralistas encarregados de aprofundar esta questão. :t!:ste livro que aparece agora. é particularmente importante. Não se poderia sublinhar demasiado o quanto é opo rtuno êste dossiê lúcido e completo, repleto de visões positivas e de perspectivas novas e que recoloca, para os cristãos de hoje, o amor humano na economia geral do plano de Deus. Esta resposta do teólogo aos problemas suscitados por estudos recentes, tal como o de Kinsey, que ainda há pouco fêz tanto ruído, conBtitui algo de novo, sobretudo nos capítulos que tratam do papel do sacerdote, do médico, da família, dos pais ou dos professôres. E' significativo o apêlo que faz às religiosas, notadamente àquelas que têm algum encargo no ensino ou na formação de jovens e de militantes da ação católica. E' um livro que se dil'ige primeiramente a todos aquêles que têm uma responsabilidade em matéria de educação sexual. Dirige-se também, indiretamente, a todos os cristãos de boa vontade que procuram iealmente encontrar um perfeito equilíbrio para a sua vida conjugal no plano do amor e do dominio de sL 5


FAM[LAI DIVINA,

FAMÍLIA HUMANA

No Evangelho, Jesus, para nos fazer conhecer o Pai, emprega dois meios: ou nos convida a refletir sôbre o paternidade de Deus em rela ção à paternidade humana: "Se vós, pecadores que sois, dais coisas boas a vossos filhos, quanto mais vos dará vosso Pai que está nos céus"; ou então, em outras ocasiões, nos falo diretamente do Pai, de seu amor: "Tudo me foi dado pelo Pai ", "O Pai, ê le próprio vos ama ... " Há , de fato , diferentes maneiras pan encarar os mistérios: ou se começa da criação que nos revelo Deus, ou parte-se do que Deus nos disse de s i mesmo. Utilizando por nossa vez esses meios, veremos primeiro a família divina a iluminar como um novo dia, neste início de ano. nossas relações familiares, acompanhando um texto do R. Padre Gourbillon . Depo is, começa ndo por alguns textos mai s modestos, extraídos de resposta s aos temas, partiremos de nossa experiência de pais e mães de família para ten tar entrever algo da paternidade de Deus . A vida da família intradivina é o modêlo de tôda vida familiar; a família trinitário é e deve se r o modêlo e o ideal de todo lar criado. Levantemos nossos o lhos para essa bem-aventurada família divina que Jesus nos revelou. Não será demasiado procurar tão alto nosso modêlo , pois é a vida do próprio Deus que os homen s devem imitar, e são as perfeições dessa vida divina que, nos seu; hábitos, os filhos de Deus possuem a graça de refletir.


O DOM DE SI SEM RESERVAS

Grande revelação cristã e que aparece no vida trinitória: a alegria não se encontra na posse, mas no dom; nãn na apropria ção, mas na participação, no gozo em comum de todos os bens . " Não há alegria nenhuma sem participação", diz o filósofo. " Há mais alegria em dor do que em receber", diz Jesus. "Tudo que não é dado se perde", diz ainda um provérbio hindú . Em Deus nada se perde, pois tudo se dó. O Pai nada retém para si . Nada mais tem cara si do que ser Pai; e é na dom de si próprio, é engendrando seu Filho com todo o seu ser que sua paternidade se realizo. E' dando a sua vida que êle a encontro: sem o Filho, não há o Pai. O Filho, êle também, nada mai~ tem de própno do que ser o Filho, que tudo tem do Pai, e nada pretende possuir além da b-:m-aventurada atitude de dependência confiante e filial perante o Pai . E o Espírito Santo, que procede dos dois e não ter.1 outra alegria do que ser o élo de amor do Filho e do Pai, o seu amor comum, a comum amizade dos dois; e ~le está inteiro, sem divisão , em cada um dêles. ó que família admirável e que felicidade, contemplar aí a s leis que fazem feliz um lar, o protótipo das regras imutáveis qu e podem fazer duma vida familiar uma vida bem-aventurada. Que perfeita comunidade na posse dos bens, dissémos . A felicidade do Pai, é a felicidade do Filho; a felicidade do Filho, é a felicidade do Pai, e a felicidade que um dó ao outro é a felicidade do Espírito Santo, é o Espírito Santo. As famílias criadas . elas também, só serão felizes se o s pessoas que as compõem souberem imitar a total generosidade das pessoas divinas, souberem coloca r para sempre sua felicidade na alegria dos que lhes estão Iigados. "Bem-aventurados os pobres", disse Nosso Senhor sôbre a montanha . A felicidade dos membros de nossas famílias deve ser a de se empobrecerem pelos que estão junto de si. A DEPENDÉNCIA RECiPROCA

Que dependência total! O Pai é pai engendrando o Filho, o Filho é filho pelo Pai 1 O Espírito Santo , o amor que os une. 7


" Por si mesmo o Filho nada pode fazer". ~le só faz "o que vê o Poi fazer ". "Seu alimento e sua felicidade , é cumprir sua von tade" . "Quando êle fala", não é de "si próprio" e, "sua doutrino não é sua, mos a d' Aquêle que o enviou" . "O Espírito Santo tomará o que é do Pai e do Filho, e nô-lo anunciará" . Agem sempre de alguma forma apoiados uns sôbre os outros e num acôrdo total. São realmente " uma só corrente com três élos" . Possa essa mesma harmonia fazer a felicidade e a solidez de nossos lares ! A

FELICIDADE

DE PERTENCER UM AO OUTRO

Que mútua benevolência : " Eis meu filho, meu bem-amado , em quem me comprazo" , diz o Pai falando de seu Filho. "Eu te agradeço , ó Pai" , exclama Jesus , os olhos erguidos para De us Pai e estremecendo de felicidade sob a ação do Espírito Santo . Certamente é o Verbo lncornado que louva o Pai f! lhe conta de su a complacência em suas vontades; mas ações e palavras do Verbo lncarnodo são o éco dos realidade s increada s que as condições da lncarnação colocam em evidência para nós . A

DEDICAÇÃO ATE '

A MORTE

Que mútuo devotamento: O Pai faz tudo para o Filho , fui para ~le que tudo criou , o que busca é a glória de se u filho . Po• êle escolhe , e ntre todos os mundos possíveis, êste mundo pecador que o Filho terá a gl ó ria de salvar com a sua Cruz. Por sua glória faz que seja ele "O Primogênito entre uma multidão de irmãos" e "o iniciador de nossa salvação". O Filho, por seu lado, faz tudo para o Pai. E' Criador êle também , e quando colabora na criação dêste mundo pecador não é com o intuito de nêle glorificar 0 Pai e de glorificá-lo pela Cruz? Jesus " não procura sua própria glória" , mas "a glória d ' Aquêle que o enviou ". O Espírito Santo está ao serviço da felicidade dos dois, e se rejubila de prepara r êste mundo que se organiza para servir o glória e a mútua complacência que o Pai tem para com seu Filho e o Filho para com Aquêle que é tudo para êle desde os séculos da eternidade . Se vem a êste mundo por sua vez, é para glorificar aos dois e nos revelar a glória dos doi s. 8


Admiremos os hábitos divinos , imitemo-los em nossos lares . Possa cada um dos que os compõe , jamais agir por sua própria glória , nunca agir para si ! A sabedoria, na vaidade de sua loucura , quer fazer da "au tarkeia " da independência, uma condição de felicidade ; a con templação de vosso explendor, Trindade felicíssimo, nos revel a que a alegria da vida é depender, é estar ligado. E da indisso lubilidade, da firmeza do élo depende a intensidade e a tota lidade da ventura. E' paro assegurar nossa alegria, é "para que a nossa fe licià<Jde dure " que exigis a indissolubilidode e a unidade de nossos casais. O Amor, para ser autêntico, exige a eternidade . Em vos contemplando, Trindade divina, admiramos que a bem-aventurança consiste, não na procura do bem pessoal , ma; no dom de si , e que uma família só é feliz , na medido em qu e cada um esquece de si próprio e vive apenas para os outros membros de seu lar. DE RESPOSTAS AOS TEMAS

"Essa noção de Deus Pai com a qual nos fam iliarizamos no ano passado, estudando os temas bíblicos. tornamos a encontrá - la no primeiro capítulo do tema que estudamos este ano : a educação espiritual dos filhos . E' uma noção fundamental , mos devemos reconhecer que para nós e la é muito recente , e ainda mal assimilado e explorada . Perguntámos a nossos filhos : "Vocês sobem que Deus é nosso Pai?" Os de 8 e 9 anos responderam que sim, e a de 6 anos disse que não sabia. Então perguntamos : "Mos, se êle é nosso Pai o que isso quer dizer?" O mais velho respondeu : "Que é preciso obedecê-lo e fazer o que êl e pede". Urr. pouco consternados, fizemos um exame de nós mesmos, e verificamos que a educação que lhes demos fci essencialmente moral! Assim o tema sugeriu-nos um programa : pessoalmente nos formaremos muito mais, falare mos a Deus realmente como a um Pai, e também falaremos dêle o nossos filhos como de nosso Pai, deles e nosso . E' na oracõo familiar que poderemos melhor, parece-nos, 9


fazer-lhes entrever qualquer coisa da paternidade de Deus . Precisamos enfim dar-lhes uma outra idéia da paternidade, a saber, que o pai da terra não é para êles sómente aquêle que manda e a quem se deve obedecer 1" - "Uma atitude que deveríamos ter com nossos filhos : dar o primeira passo após um mal-entendido, ou uma deso bediência. Não nos considerarmos como pais todo-poderosos a quem os filhas devem respeito, obediência e desculpas. Pensemos na parábola do filho pródigo : êle vinha voltando , é verdade: mas quando o pai o avista de longe, corre a·) seu encontro e nem dá ouvidos às suas excusas. Faz at á que lhe preparem um festim! Cama estamos longe . .. " " Nossa experiência cotidiana de pais poderia nos ajudar a mel hor penetrar o mistério da divina paternidade . Nós alimentamos nossos filhos, e os amamos profundamente, façam o que fizerem, cercamo-los de cuidados. Porque não confiar em nosso Pai como nossos filhos confiam em nós "i mperfeitos que somos". Queremos fazer homens de nossos filhos, desejamos sua plena realização e porisso nós os dirigimos, os guiamos, os castigamos, exigimos obediência. Por que não pensar que Deus age assim para conosco? Nãa é êle mais Pai do que nós, e Pai mais clarividente da que nunca se remos, e mais ambicioso de nossa felicidade? Devemos olhar nossos filhos, principalmente os pequeninos: tão confiantes, tão espontâneos, tão sinceros, tão r:o mpletamente admiradores de nossas capacidades, persuadidos de nossa oniciê ncia, de nossa onipotência, tão certos de nosso amor por êles, tão seguros de nos amar . . . Nãa é preciso que procuremos nos assemelhar a êles em nossas relações com Deus? E quando êles crescem, a alegria que experimentamos em ver um deles corresponder â idéia que dele fizeramas, em ver desabroc har nêle um ou outro dos traços do ser amado, não poderia essa alegria nos animar a melhor corresponder aos designios de Deus sâbre nós? Enfim o perdão que sempre damos a nossos filhos, telU


nham feito o que for, sua contrição tão evidente, tão brilhante, tão violenta às vezes, a certeza absoluta de que "nunca mais farão papai e mamãe se aborrecerem", não nos ajudam o compreender melhor a atitude que deveríamos ter na confissão? A maneira que Deus nos concede seu perdão. sem condições, sem esperar que o mereçamos, sem nos acabrunhar com censuras ou com o lembrança de perdões an teriores, não deveria fazer-nos refletir sobre nossa própria atitude um paro com o outro quando nos ofendemos, e também em nossa atitude diante dos filhos quando êles realmente nos entristecem'? "Para compreender melhor o espírito infantil, tentemos ver bem o que é uma criancinha: é pequenina e sabe que o é. Sabe que precisa do papai e do mamãe e não o esconde. Não se foz de esperta. Uma criança é humi lde e, quando não o é, ela o sabe. E' obediente e, se desobedece, sabe que faz mal. Interroga a todo hora, oportuna e inoportunamente, não importo o que, e acha isso muito natural. Faz perguntas, e não imagina que seus pois possam não responder, nem lhe recusar o que ela necessita. Quando péde coisas de que não precisa, ela o sabe, e não se admira muito quando lhe são recusadas. Preciso manifestar suo afeiç.ão, e ser tratada com ternura. Ela se maravilha; já "participa" suas descobertas . .. E se imitássemos nossos filhos"? Finalmente, um dentre vás exprimiu sua reflexão sob a forma de "recado": fala primeiro a seu filhinho e depois a Deus: "Obrigado, meu homenzinho. Eu ajudo você a aprender os primeiras noções de catecismo, mas é você (e não outro) que Êle quiz ao meu lado, você é para mim a cada instante a palavra de Deus : "Se não fores semelhante a um desses pequeninos, não entrarás no meu Reino" . .. Quando, brincando juntos, ponho-o de pé em cimo d :, mesa, dizendo "pule", você se atira numa explosão de riso. Sabe que eu o apanharei no ar. À noite, quando você está dormindo, não é a sua risada que eu ouço, mas uma váz 11


que me diz : "I em você uma fé semelhante à dessa criança? Em que você se arrisca? O que você acho que pode arriscar por mim? No entanto, meus braços são bem mais forte s que os seus" . Quando o deixo à noite, você grita : "Tenho mêdo"! Entretanto sabe que eu estou no quarto vizinho , mas quer a minha presença ao seu lado. E eu, meu Deus, tenho êsse mêdo de vos sentir longe? Tenho eu realmente a sêde de vossos sacramentos que no entanto vos trazem tão perto de mim? Com o jogo de construções, você acaba de fazer uma garage magnífica para seus carrinhos e vem me buscar pois é absolutamente necessário que eu a veja. E' verdade, meu Deus, nossos obras não estão realmente terminadas senão .~uando vos são apresentados e oferecidas. Obrigado, meu homenzinho, por ser tão fraco , tão de :;ajeitado, de precisar de mim para tudo: amarrar seus sa patos, recolocar uma rodo em seu carro, cortar a carne .. Obrigado por correr ao meu encontro com gritos de alegria quando chego em casa . Obrigado por seus olhos luminosos quando lhe dou o menor dos presentes. Obrigado. . . Obri gado . Meu Deus, sei que todos os homen s que me rodeiam , deveriam, como o meu filhinho , falar-me de Vós em seus mí nimos gestos. Êles oí estão por Vossa Vontade mas, através dêles não ouço a Vossa Palavra . Por isso, meu Deus, se vós quiserdes, tozei que o meu tilhinho que um dia será um entre eles, seja sempre para mim transparente à vossa vontade a meu respeito e me ajude a compreender o que Vós pedis através dos seres que me cercam e que vivem a grande parábola qu.: continua aquela do vosso Evangelho" . Terminemos pela apóstrofe, tão curta e significativo, de São Cipriano: "Nemo tam Pater .. . " Ninguém é tão Pai quanto ~le , Nosso Pai que está nos céus . 12


OBRIGAÇÕES QUE PESAM ...

Um Casal de Ligação escrevia um dia a um Responsável: "é preciso que os casais não cumpram as obrigações como uma tarefa fastidiosa embora reconheçam sua necessidade, que não as carreguem como um fardo, mas sim que sejam capazes de ver Deus através delas. Da mesma forma que a prática da moral cristã perde o sentido quando deixa de se fundamentar na fé e no amor, as obrigações S E tornam pesadas quando não se referem intimamente a Cristo e a Deus." Felizmente existem muitos equipistas para quem as obrigações e a regra das Equipes não são um pêso e que reconhecem suas vantagens. Citaremos aqui alguns de seus testemunhos, achando que poderão ser úteis para muitos e dar oportunidade a algumas boas "revisões" no início dêste ano novo. TEMAS DE ESTUDO Citamos par a começar, alguns testemunhos sôbre as vantagens do estudo do tema, porque para alguns é a obrigação menos compreendida e porque fazemos questão, nêste comêço de ano, de insistir em sua importância. Muitos casais negligenciam, nem tanto a resposta ao tema, mas seu estudo feito com seriedade. Entretanto, cultivar a fé, alimentar a fé, é primordial; não temos o direito de permanecermos infantis nêsse plano, da mesma forma que não permitimos a nossos filhos interromper seus estudos , sem 13


razão, na idade de 12 anos! O Tema é apenas uma isca, uma ocasião de tomar gôsto pelo estudo de nossa fé. Conhecer a Deus, seu pensamento, sua vontade, sua obra, sua revelação, é o que pode haver de mais importante. Trata-se de conhecer, não para discutir, mas, ao contrãrio, para desposar, para aderir primeiro pela inteligência, depois pela vida ( cf. o editorial "Converter sua inteligência" do mês de abril 62). E' preciso pois que se tenha diante de um tema uma certa atitude de alma: fome e sêde de conhecer, de descobrir a verdade. Devemos nos premunir contra a tentação de nos deixar embaraçar por aquilo que na redação do tema nos parece mal expresso, pouco adaptado a nossos pontos de vista e categorias de pensamento. Procurar o que nos ensina a respeito de Deus. Depois de haver procurado e encontrado o que é positivo. então poderemos indicar o que nos causa dificuldade, o que não compreendemos, mas jsso serã feito com o fim de sermos esclarecidos, pelos outros e pelo assistente, e não para provar que tínhamos razão contra o que vem exposto. Finalmente, pesquisaremos, como nos convidam as duas últimas perguntas, de um lado, de que modo moldar nossa vida pelas verdades descobertas, de outro lado, como as transmitir aos outros. Assim o estudo do tema, pessoal, entre marido e mulher e em equipe, poderã dar todos os seus frutos, como nos testemunhos citados abaixo: "Foi sem dúvida o tema de estudos o que mais nos enriqueceu no plano da fé e da vida espiritual. Assistimos aí a um longo trabalho progressivo no sentido de elevar nossa cultura religiosa ao nível da profana. No plano humano, foi sobretudo pelos temas que tivemos os contactos mais p rofundos com os outros membros da equipe, e sobretudo entre esposos, graças à preparação em comum." "Os temas exigem de nós um verdadeiro trabalho de preparação que nos é muito útil. Foi assim 14


que através dos anos chegamos a conhecer melhor nossa religião e a viver melhor nossa fé. Sózinhos, nunca teríamos tido coragem para perseverar num tal trabalho." "A pt·epat·ação do tema de estudos entre marido e mulher, com o assistente, com nossos co-equipistas, eis aí uma das atividades que mais me tem enriquecido: alimento para reflexão, para a meditação, orientação para a vida e o apostolado. A descoberta das riquezas espirituais da vida conjugal e familiar , a compreensão da moral conjugal, o sentido de nossa participação na vida da Igreja, tôda essa bagagem adquirida, nós a devemos ao trabalho em profundidade realizado em equipe, às trocas de idéias que tivemos com outros casais a partir do trabalho de cada um." E um Casal de Ligação escrevia a êsse respeito: "E' preciso ver no tema uma maneira .de ouvir a Palavra de Deus, de enriquecer nossa fé, de adaptar nossa vida à mensagem do Evangelho e também de construir a unidade entre marido e mulher, conforme o deseja o Senhor." O" DEVER DE SENTAR-SE" E' uma das obrigações mais difíceis de ser bem cumprida, dizem alguns, porque exige de nós uma atitude de humildade e de simplicidade um diante do outro. Exige também uma atitude de fé. "E' preciso que no dever de sentar-se se veja Cristo presente ao encontro dos esposos, presente como no dia do casamento, presente para ajudá-los a construir seu lar, dando-lhes sua graça e benção. Nesse momento não somos nós como os discípulos que Cristo enviou 15


dois a dois e que, de volta, prestavam contas de sua missão? Temos que prestar contas de nosso mês, preparar a tarefa do mês seguinte, ajudando-nos um ao outro a vê-la e a assumi-la." "Não sabíamos como fazer nosso primeiro dever de sentar-se; casados há 5 anos, tendo entrado para as Equipes há alguns mêses, sentíamo-nos um pouco intimidados um diante do outro, vítimas do respeito humano. Mas estávamos bem decididos . Assim, começamos meditando primeiro os textos da Missa de Casamento: a epístola e o envangelho, antes de reler o sermão que nos fôra feito nêsse dia. Tentamos em seguida fazer um balanço, verificar a quantas andávamos, depois de 5 anos, em relação à idéia que tinhamos de nossa união na ocasião do casamento. :percebemos que pouco a pouco nos havíamos fechado numa rotina da qual era urgente que nos libertássemos. O dever de sentar-se seguinte - houve apenas um, somos ainda noviços - foi consagrado a nossas regras de vida."

"A obrigação que nos trouxe maior proveito foi o dever de sentar-se. Durante mêses fugimos dessa experiência. Estávamos casados havia 13 anos e somos de temperamento muito fechado. Recalcávamos dentro de nós cousas que não queríamos dizer ao outro de mêdo de o entristecer. Com o dever de sentar-se, conseguimos acertar muitas pequenas cousas que envenenavam nossa vida de casados. Um abismo se abria insensivelmente entre nós e isso poderia se ter tornado muito grave. Essa prática nos aproximou muito um do outro e também, graças a isso, mudou o clima familiar." O RETIRO Apesar da importância dos retiros, daremos aqui apenas 16

~:


o

que vai p e 1as equipes Março

1963

MENSAGEM aos casais das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil

Caros amigos

Depois de nossa viagem ao Brasil, em novembro do ano '{JaSSado, as equipes de vosso pais não deixaram de estar pre:sentes ao nosso pensamento. Embora por demais curtos, os dez dias que o Rvmo. Cônego Caffarel e eu m €smo passamos convosco nos permitiram a melhor compreensão de vossos problemas. Quiséramos sent dúvida ter tido contatos diretos com todos os casais, mas era infelizmente impossivel. Queremos, pelo menos agora, por meio desta carta, dirigir-nos a cada um de vós.


Sabeis certamente que todos os membros do Centro Diretor participaram pelo coração e pela prece, desta viagem ao Brasil e é pois em nome deles todos que e~t:a mensagem vos é enviada. Após a primeira viagem do Rvmo . Cônego Cajjarel, há 5 anos, pudemos constatar um desenvolvimento considerável do Movimento no Brasil. Tudo indica que as equipes respondem a uma real necessidade dos casais em vosso país, o que jaz prevêr que estão em véspuras de uma expansão ainda bem mai or. Encontramo-nos de novo ante perspectivas cheias de promessas, mas que oferecem também alguns perigos. A multiplicação do número das equipes pode levar ao risco de um certo enfraquecimento, ao declínio do vigor espiritual. Se não mantivermos nas equipes todas as suas exzgencias, se os equipistas não procurarem essencialmente nas equipes a aproximação do Senhor para mais amá-lo e viver de acôrdo com a sua vontade, em uma palavra, se o verdadeiro motivo não fôr o de entrar nelas e nelas permanecer para Deus, o termo da jornada será fatalmente o fracasso. A qualidade d~ equipes é mais importante que o seu número. É preciso pois grande rigoT, não só em relação aos motivos que levam os casais a ingressar e permanecer nas equipes, mas também na aplicação dos métodos do Movimento. Tais métodos, que são o resultado de uma experiência levada em comum, provaratm a sua eficiência. Não pretendemos que possam convir a todos os casais, mas pensamos que na medida em que pertencemos às Equipes de Nossa Senhora, é preciso utilizarmo-nos deles a fundo e "Jazer o jogo" honesta e generosamente. Se houver casais que não se sentem à vontade, ou não estão de acôrdo sôbre as orientações do Movimento, que não pe-rmaneçam nele a contra-gôsto. Mas que os outros uti-

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Zisem plenamente os meios postos à sua disposição pelo Movimento para os ajudar a progredir na sua fé e na sua vivencia cristã. Julgamos necessário insistir particularmente convosco, 1 .~ sôbre a obrigação do retiro anual e 2.0 sôbre a importância do compromisso das equipes que pertencem ao Movimento já há dois anos. Num plano mais geral, queremos assinalar com ênfase, toda a responsabilidade das atuais equipes brasileiras: de sua qualidade depende a qualidade de tôdas as que irão surgtr dentro do país e a multiplicação dos católicos levados a trabalhar pelo bem religiooo e temporal do Brasil. Sêde fieis a todas as "obrigações" mas não esqueçais o que é primordial: as grandes orientações espirituais, tal como são definidas no início dos Estatutos. Pedimos que dediqueís todos um momento S'ltficientemente longo para rel~r e meditar o conteúdo daquela pági na, para avaliar em que ponto vos encontrais e para pedir o auxílio do Senhor, para vós mesmos, vossos lares, vossa equipe, e vosso país r>or ocasião de nossa permanência entre vós, tivemos ocasião de repensar com os vossos responsáveis a organização das Eqttipes no Brasi l: Três Regiões vão ser criadas, assim como uma Equipe d e Coordenação Inter-Regional Pedimos o apoio de todos vós para os vossos quadros dirigentes, num sentimento de confiança, num grande desejo de unidade, unidade não só no Brásil, mas ainda de unidade com todo o Movimento. E agora, aproveitamos este período do ano para vos comunicar os nossos votos muito fraternos. Estamos profundamente unidos a vós na oração. Pelo Centro Diretor

FRANCIS LABITTE 111


Caros amigos

Fim das férias .. .

Reinício do ritmo habitual de vida . ..

Será porém verdade que retomamos a vida habitual, depois das festas de fim de ano, depois das férias? Têm-se o sentimento, cada ano que começa, que alguma causa sofreu modificação, a impressão de que nos defrontamos com algo de novo, com uma tarefa diferente a executar. O ano que começa nos encontra cheio de ânimo, de resoluções, de idéias novas a levar avante, de iniciativas a pôr em prática . Depende em grande parte de nós que tais pensamentos não sejam ilusões, sentimentos de entusiasmo transitório. Depende em grande parte de nós e depende muito de nossa disponibilidade à vontade de Deus e à inspiração da Espírito Santo, que a nossa vida pessoal, de esposos, de pais, de homens e mulheres empenhados em atividades várias, sofra um impulso e uma vitalidade novos. Começa também um ano novo de trabalho para as nossas equipes. Em função da reunião de balanço do fim do ano passado, acabamos de partir para novos progressos. Para que o impulso novo se oriente na boa direção, nõo seIV


ria oportuno que retomássemos consciência do objetivo para o qual caminhamos? Sem dúvida, reler atento e conscienciosamente o primeira parte dos Estatutos, será a melhor causa que possamos fazer. Lemos ali, logo no início : "Querem levar até o fim, os compromissos de seu batismo, querem viver paro Cristo" ... E' para isto que estamos na Equipe. E' para êste norte que devem se orientar nossos esforços, é neste sentido que deve convergir o impulso novo, neste ano novo. Queremos deixar à sua reflexão, as linhas seguintes de um equipista. Elos nos parecem cheias de ensinamentos: "As equipes correspondem à minha expectativa, na medida em que lhes sou fiel. Elas nada podem sem mim. Como tôdo lei, como todo regulamento, são uma barreira para os recalcitrantes, um parapeito para os fracos e um trilho para aqueles que a~ aceitam. Cilsois houve que me decepcionaram, mas não as Equipes em sí !" Esta último frase deveria nos fazer estremecer. Procuremos êste ano, não decepcionar aqueles que olham paro nós. Contamos com as suas orações, com a sua amizade, e lhes asseguramc-s, caros amigos, a nossa fraternal afeição. O Centro Diretor.

PADRE CAFFAREL VISITA-NOS Após a publicação da última Carta Mensal, o acontecimento marcante para as nossos equipes, foi certamente a viagem do Rvmo. Cônego Henri Caffarel ao Brasil, acompanhado de um dos membros do Centro Diretor, Snr. FrCH1cis Labitte. E' a segunda vez que Pe. Caffarel nos visita. Da primeira, em I 957. encontrou êle um pequeno núcleo de menos de vinte eqUipes, o maior porte em fase de formação. Pode-se dizer que

v


naquela ocas1ao, fizemos a verdadeira descoberta do Movimento, de sua mística exata, do papel que as equipes são chamada~ a representar para a renovação do casamento, e o revigoramento cristão. Aquela visita, foi o ponto de partida para a expansão do Movimento no Brasil. As equipes limitavam-se então à cidade de São Paulo. A seiva de vigorosa vitalidade que Pe. Coffarel soube transfundir, logo frutificou. Houve uma rápida expansão do Movimento. As equipes irradiaram para o Inte rior e para os Estados visinhos. Em 5 anos atingimos a caso das 150 equipes, espalhadas em cinco Estados. E' com estas l 50 equipes que aqueles membros do Centro Diretor vieram tomar contacto, durante lO d ias que todos nós achamos reduzidos, tal a soma de ensinamentos c de estímulo que nos trouxeram. Era natural que o rápida expansão dos equipes fizesse surgir não só problemas de articulação cios quadros diri gentes , mas também nos colocasse frente aos perigos inerentes a toda sociedade em franco desenvolvimento. Para ambos êstes ospeçtos· Pe. Caffarel voltou os suas atenções, seja nos contatos que teve 'é:om os dirigentes, seja nos Encontros com os casais das equipes. Se por um lado foram estudadas soluções para a estruturação de um organismo dirigente , sO lidamente articulado com o Centro Diretor, por outro lado Pe . Caffarel e Francis Labitte dedicaram a maior parte de seu tempo fitmar no Eispírrta dos equipistas, especialmen te daquel es com parce las maiores ou menores de responsabjlidades, as linhas mestras da espiritualidade das Equipes de Nossa Senhora .

em.

Sucederam-se os Encontros : Colégio Santa Cruz, para Pilo· tos e Ligações; Faculdade "Sedes Sapientiae" para os equipistas em geral; e principalmente, os quatro "Dias de Estudos e Formação" para os dirigentes, em Valinhos. Em todos e les, o ponto a lto era dado sempre por uma conferência de espiritua lidade pro'(I


nunciada por Pe. Caffarel, apresentando com impressionante elarezo e profundidade, temas relacionados com a vida conjugal e familiar, com a vida de equipe, com a vida do cristão casado em face de suas responsabilidades na Igreja e na Sociedade. Os "grupos de trabalho" foram a ocasião excecionalmente oportuna para o debate de assuntos dos mais atua1s e para a troca de experiências. As conclusões, apresentadas em plenário, forneciam excelente oportunidade para a elucidação de dúvidas, ou para traçar diretrizes. Nessas ocasiões, Pe. Caffarel sabia c.om ra • ra oportunidade elevar para o plano espiritual, todos os aspetos em debate. Os "Dias de Estudos e Formação" de Valinhos constituiram assim um verdadeiro curso de formação de dirigentes que certamente terá repercussões para o futuro das nossas equipes. Além destas reuniões com os equipistas. Pe. Caffarel teve um encontro com os Assistentes, no Seminário Central do lpiranga. Durante toda uma tarde os nossos Assistentes tiveram a oportunidade de trocar idéias com Pe. Caffarel sôbre o desempenho da missão que lhes cabe nas equipes. Foram reservados dois dias para visitas aos Setores de Jahú e Campinas, onde Pe. Caffarel pronunciou também conferências. Em Campinas realizou-se a instalação solene do respetivo Setor, com a presença da maioria dos equipistas daquela zona. Não podemos deixar de consignar, nestas rápidas notas, o profundo reconhecimento dos equipistas do Brasil, ao Pe. Caffarel e a Francis Labitte. Tudo indica que, como da primeira vez, a visita do Centro Diretor terá marcado o ponto de partida de uma nova fase para as Equipes no Brasil. Se há 5 anos atrás partimos para uma fase de expansão, abra-se agora novo período que deverá caracterizar-se pela consolidação e aprofundamento das equipes. 'o

Nova estr:.ztura do Movimento no Brasil

'".L',

Logo depois de sua volta à França, os nossos visitantes pro· moveram uma reunião do Centro Diretor, para a apresentação da VI


relato de sua vi<~gem . Analisadas os peculiaridades do meio brasileiro, foram estudadas as varias soluções para a reestruturação dos quadros dirigentes, e, após troca de correspondência, ficou assentada a seguinte nova organização. As equipes do Brasil ficarão agrupadas em 3 "Regiões" São Paulo, Interior de São Paulo, Outros Estados. Cada uma destas Regiões ficará sob a responsabil idade de um Casal Responsável Regional . Estes três casais formarão uma "Equipe de Coordenação Inter-Regional", constituído , além desses casais, de um Casal Responsável, de um Secretário e de um Responsável pela Documentação. Um Conselheiro Espiritual, terá a responsabilidade da direção espiritual desta "equipe". A "Equipe de Coordenação Inter-Regional" que tem portanto a responsabilidade do conjunto das Equipes no Brasil, ficou constituída como segue: Conselheiro Espiritual: Rvmo. Pe. Lionel Corbeil c .s.c. Casal Responsável: Nancy e Pedro Moncau Júnior C. Regional de São Paulo: Esther e Marcello Moreira Avevedo C. Regional Interior: lgnez e Orozimbo Loureiro Costa Uahú) ~ C. Regional Estados: Monique e Gérard Duchêne R. Documentação: Gloria e João Payão Luz Secretário: lsa e Newton Cavalieri Mensagem do Centro Diretor

Em outra parte deste "suplemento", publicamos a Mensagem que o Centro Diretor envia a todos os equipistas do Brasil e que traduz a palavra de simpatia e estímulo dos Dirigentes do Movimento, por ocasião deste contato mais íntimo que tiveram com as nossas equipes. Depende agora do esfôrço e dedicação de cada um de nós, que este acontecimento marque realmente uma nova fase de progresso e de aprofundamento para as nossas equipes. VIII


~OVA

EDIÇÃO DOS ESTATUTOS

Uma nova edição dos Estatutos acaba de ser lançada . Está sendo impressa no mesmo formato da Carta Mensal. O texto foi ligeiramente modificado. A obrigação do retiro anu9l substitui a obrigação "Retiros e Recolhimentos". Em outra secção deste número da C. Mensal, vocês encontrar5o de1alhes sôbre esta alteração (Uma "nova" obrigação O Retiro an•Jal l. O parágrafo sôbre a Regra de Vida acha-se um pouco modificado. Foi acrescentado um parágrafo sêbre a estrutura do Movimento e a sua orga nização em Setores e Regiões. Esta nova edição já deverá estar pronta, quando sair este n. 0 da C. Mensal. Estará à disposição de todos os membros do Movimento para sua documentação pes~aal. Lembramos que os Estatutos constituem um documento privado, paro uso dos equipistas, e, de nenhum modo, um documento de propaganda que possa ser difundido fóra do Movimento. Norm almente , só é entregue aos casais, depois de uma reunião de informação.

IMPRESSÃO DOS

DOCUME~TOS

DAS EQUIPES

Num esforço para atualizar a documentação das equipes, o Secretariado está empenhado em imprimir os temas de estudos. Já se encontra no prélo "Amor e Casamento". Os Estatutos acham-se também no prélo e, a seguir, serão impressos "O dom da vid<:~" (Fecundidade) e "Os caminhos da união com Deus". Em seguida, na medida das "forças" de nosso tesoureiro, outros documentos serão entregues à tipografia .

DIAS DE ESTUDOS DOS

RESPO~SAVEIS

Nos dias 30-31 de março, teremos os nossos Dias de Estudos dos Responsáveis. Para o Movimento, para cada uma das nossas equipes, este encontro tem uma grande importância. SeIX


rão tas, dor Seu

certamente 300 pessoas, que irão rezar juntas, trabalhar juntrocar idéias juntt;Js, viver juntas a caridade fraterno ao rede Cristo presente no meio delas, já que irão se reunir em nome.

Vamos oreparor este encontro, todos juntos, antes de tudo pela oração. Mas, de maneira mais concreta, não deixem de ver, na equipe, o que é possível fazer para ajudar o Casal Responsável a participar dos "Dias": acolhimento dos filhos, auxílio financeiro ou outro ...

CURSO DE PREPARAÇÃO AO CASAMENTO Reiniciando as suas atividades, logo após as férias, os vários grupos de trabalho irão reunir-se no dia 17 de março, paro um dia de estudos. Os primeiros cursos deste ano, terão início em março, sendo que já está programado para o dia 11 de junho um "Dia de Recolhimento" para noivos. Quaisquer informações sôbre o curso, seja para inscnçoo de noivos, seio paro o oferecimento de colaboração nos grupos de trabalho, poderão ser procuradas com o casal Tereza e José Eduardo Macedo Soares Sobr.0 , pelo telefone 80-3831. As equipes do Interior ou dos Estados que estejam empenhadas em organizar também Cursos de Preparação ao Casamento, poderão dirigir-se ap mesmo casal (endereço: Praça Morungaba 26 - São Paulo 9) .


VIDA DO MOVIMENTO Compromisso As seguintes equipes fizeram c seu compromisso: Fran!;a: Ange rs 5, Angoulême 5, Auch 5, Colombes 1, Fécamp 2 , Le Mons 9 , Paris 69, Annecy 6 , Beauvais 3, Dieppe 4, Ma isons-Ai fa rt 1, Le Mans 11, Neuilly 6, Pantin 1, Paris 65, Paris 7 3, Sai nt Gaude ns 1, Vannes 4, Bordeaux 1O, Brest 3, Clermont- Fe rrand 3, Coeu illy 2, Dieppe 3, Lille 6, Nancy 4, lssoi re 1, Par is 71 . Saint- Victoret 1, Vouzier5 1, Veuves 6, Canadá: ·Quebec 1. Espanha: Barcelona 12, Barcelona 17, Suíça: Sion 1, Genebra 1 7 . No Brasil fizeram .o seu compromisso as equipes : Campinas 1 N .S. do Bom Conselho - em 24-6-62 J ahú 2 N .S. de Lourdes, em 29- 7- 62 Caxias do Sul 1 N .S. de Lourdes, em 8-12-62 São Paulo 1O N .S. Sede da Sabedoria, em 8-12-62 Admissão São as seguintes as equipes que pediram a sua admissão : França: Aix--en-:Provence 8, Angers 9, Arpajon 2, Beauvais 4 , Berk 1, Bordeaux 15, Caen 5, Chantilly 3, Chaumont, Compiegne 5 , Condé / Noireau 1, Drancy 1 , t..,;-on 17, Nancy 8, Nantes 17, Versailles 13, Amiens 7 , Asnieres 4, Brest 5, Bressu ire 2, Brunoy 2, Carmaux 1, Clermont-Ferrand 6, Douai 2, Doullens 2, Gagny 3 , Marseille 19, Neuilly 7, Paris 82, Pithiviers 1, Toulon 5, Ancenis 1, Angers 1O, Angers 11 , Cholet 3, Digne 2, Juvisy 2, Maubeuge 1, Metz 6, Valenciennes 7 , Villed'Avray 3, Fresnes 4 , Grenoble 16, Meaux 2, Mesnil-le- Roi 1, Salies-de-Béarn 1, Vannes 7 , Villemomble 3 . Estados Unidos: Boston 3, New-York 3. Ilha Mauricia,17, 18, 19. Alemanha: Essen 5, Steinheim 1. Canadá: Hulle 2, Sherbrooke 1. Espanha: Badalona 3, Barcelona 46 , Valencia 44, Valencia 45, Sabade41 1, Vi lia Franca de Los Barros 1 . Suiça: Genebra 21 .

XI


As P.quipes do Brasil que pediram o sua admissão, foram: São Paulo 44 Eq. N.S. Menina Assistente: Pe. André Roussell c.s.c. C. Resp.: Maria Eunice e Ruy Rebello Pinho Aguas da Prata 1 - Eq. N.S. de Lourdes Assistente: Pe. Jesus Garcia de la Torre C. Resp.: Irene e América de Azevedo Costa Campinas 6 N.S. do Lar As;istente: Pe. José Antonio Busch C. Piloto: Maria Laura e Drausio Lopes Camargo São Jóse do Rio Pardo 1 N.S. da Sagrada Família Assistente: Pe. Marinelli Guerico C. Res. : Odette e Hersilio Angelo São João da Boa Vista 4 N.S. de Fátima Assistente: Pe. João Cabral C. Resp.: Maria de Lourdes e América Case !lato São Carlos 3 N.S. das Dores Assistente: Mons. Arlindo Siqueira Veloso C. Resp.: Li lia e Eurico Andrade Azevedo Jahú 6 1'1.s. do Perpétuo Socorro Assistente: Pe. Joaquim Godoi C. Resp.: Claudia e Ramez Arradi Jahú 7 - N.S. da Consolata Assistente: Pe. Mansueto Noser C. Resp.: Deolinda e Antonio Grossi Santos 6 N.S. Aparecida Assistente: Pe. América Soares C. Resp.: Dacilia e Raul Rocha Amaral Baurú 3 N'.S. do Sagrado Coração Assistente: Pe. Luiz Batistela C. Resp.: Cariene e Roberto dos Santos

)((I


Caconde 2 N.S. do Bo1n Sucesso Assistente: Pe. Antonio Municio José C. Resp.: lvone e Claudio Maio Avaré 1 N.S. Auxiliadora Assistente: Pe. João Candido Carvalho Colmbra C. Res.: Maria Este la e Antonio Pranzetti São José dos Campos 2 N.S. das Graças Assistente: Pe. J airo Moura C. Resp.: lone e Francisco José da Costa Range. Poços de Caldas 1 N.S. da Esperança Assistente: Pe. J orge White C. Piloto: Celia e Aníbal Braga Jorge Mococa 1 N.S. Aux iliadora Assistente: Pe. Demosthenes Pontes C. Resp .: Maria Aparecida e Carlindo Paroli Caconde 3 N.S. das Graças Assistente: Pe. Antonio Municio José C. Piloto : Maria Carmen e José Carneiro Filho Marília 4 N.S. da Esperança Assistente : Pe. Carl Lage C. Pilota: Ma rilene e Silvio Pereira Guimarães Pederneirás 2 N.S . do Sagrado Coraçã o Assistente: Pe. Darcy José C. Res.: Alba e João Ferreira Limeira 3 N .S. Aparecida Assistente : Pe. José F. Neto C. Piloto: Yola nda e José Joaquim Ayres Caxias do Sul 3 - N.S. Mãe de Deus Assistente: Pe. Sidney Zanetti ni C. Piloto: Dora e Luiz Carlos Sant'Ana Caxias do Sul 4 N.S. Imaculada Assistente: Frei Armindo de A. Prado C. Piloto: Odette e Hugo Grazziotin

XIII


INSTALAÇÃO DO SETOR DE CAMPINAS No dia 4 de novembro de 1962, realizou-se a instalação do novo Setor de Campinas. A cerimônia, simples e tocante, contou com a presença do Assistente Geral das Equipes, Cônego Henri Caffarel e de Francis Labitte, membro do Centro Diretor, que ainda se encontravam no Brasil. No decorrer da santa Missa, logo após o Evangelho, os casais componentes do Setor, na presença daqueles membros do Centro Diretor, do Rvmo. Pe. Corbeil e do casal Noncy e Pedro Moncau Júnior, Responsável Regional, aproximaram-se da mesa do Comunhão e, após rápidas palavras do Responsável Regional declarando inst2lado o Setor, o cas3l Pérola e Cícero Wey Magalhães, pronunciou o seguinte compromisso: "Nós, nomeados casal responsável deste Setor, juntamente com o Rvmo. Pe. Estanislau de Oliveira Lima, nomeado Conselheiro Espiritual e os casai s aqui presentes, escol hidos poro membros do Setor, comprometemo-nos todos, diante de Nosso Senhor e de sua Santa Mãe, a quem oedimos humildemente o auxílio, a ded icarmos o melhor de nossas vidas e atividades a bem cumprirmos o dever que nos cabe dentro do Movimento". Logo após a Missa, realizou-se uma sessão solene, na qual o Rvmo. Cônego Cofforel dirigiu aos presentes palavras de incentivo e de profunda espiritualidade. O novo Setor compreende por óra, as equipes de Campinas, Limeira, Valinhos, Americana e Porto Ferreira. Todas estas equipes se achavam representadas na cerimônia.

CALENDÁRIO Março

XIV

15-17 -

Em São Paulo - Retiro em Baruerí (não há vagas) Pregador: Rvmo. Pe. E. Charbonneau c.s .c.


Março

17 -

Em São Paulo - Dia de Estudos do Curso de Preparação ao Casamento.

30-31 - Dias de Estudos dos- Responstiveis. 5- 7 - Em São Paulo - Retiro em Barueri. 21 - Em S. Paulo - Comemoração da Páscoa. 21 - Em Campinas - Comemoração da Páscoa 26-28 - Em Campinas - R etiro na Chácara São Joaquim - Pregador: Rvmo. Pe. Mario Zuccheto. Maio 17-19- Em Sã o Paulo - Retiro em Barueri. Junho 11 - Em Sã o P aulo Dia de Recolhimento para noivos. Agõsto Retiro em Barueri. 16-18 - Em São Paulo Setembro 13- 15 - Em São Paulo - Retiro em Baruerí. Outubro 18-20 -- Em São Paulo - Retiro em Barueri. 25-27 - Em Campin as - Retiro na Chácara São Joaquim - Pregador: Rvmo. Pe. Estanislau O. Lima. 31) Novembro 1- 3) - Em São Paulo Retiro de 3 dias em Valinhos 14-17 -Em São Paulo Retiro de 3 dias em V alinhos. 15 - Em Campinas - P eregrinação das Equip es do Setor. 22-24 - Em São Paulo -Retiro em Barueri. P edimos aos R. de Setor e de Equipi!S de Coordenação que enviem para a Secretaria (R. Paraguaçú 258 - São Paulo) a relação das atividades programadas para êste ano. Abril

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DEUS CHAMOU A SI Anne-Marie, e~;posa de Paul Saint-Pierre, da equipe Lyon

8, França. Andrée, esposa de Louis Ba1·riere, da equipe Caudéran 1,

França. J ean-Théodore de Haan, de Bruxelas, Bélgica. Joseph Maria Ferret i Altisench, da equipe Barcelona, 24,

Espanha. Nas equipes do Brasil, noticiamos com pezar o falecimento do equipista Oto Penteado s erra, da equipe Campinas 5, ocorrido em setembro 62. O filhinho do casal Afonso e Cidinha Vitale, da Equipe Santos 1. Recomendamos as orações de todas as equipes, pela alma destes nossos irmãos. VOCAÇõES Dois casais equipistas participam a sua alegria em ver seus filhos responder ao apêlo de Deus, ao entrar na vida religiosa : François e Toinette de Mussy, que residem no· Chile e fazem parte de uma equipe por correspondência, comunicam a entrada de sua filha mais velha na Casa das Irmãzinhas da Assumpção. Aloyse e Marie Schmacher, de Petange, no Luxemburgo, comunicam a entrada de dois de seus filhos em Casas Religiosas: Gérard e Marianne

XVI


<Jlguns breves testemunhos, pois deve rão ser tratados em outra Carta M·e nsal. "Antes de entrar para as Equipes, nunca havia pensado que poderia fazer um retiro; isso me parecia incompatível com minhas ocupações de mãe de familia. sem falar nos di as de folga perdidos! Ao cabo de dois anos cedi diante da obrigação e não me arrependí. Agradou-me sobretudo o silêncio, essa liberdade de pensar em Deus , de considerar sob seu olhar aquilo que não está bem ajustados em nossa vida .. . " "Constatamos os beneficios dos retiros em nossa vida espiritual: a ruptura com a vida ativa. a calma, o recolhimento, fazem dêles um momento privl · legiado de atenção à vontade de D eus a nosso respeito. Enquanto que frequentemente em casa, fazemos individualmente nossa vida de oração, por causa dos horários de trabalho, dos cuidados com a casa, das crianças, durante os poucos dias de retiro sentimos os efeitos benéficos de uma vida com um inteiramente partilhada." "Para nós os retiros são uma iluminação. Vivemos dêles durante mêses. Nosso deveres de sentarse frequent emente se inspiram néles. Em cada um falamos mais um a vez de nossas reaçõ ~ s. de nossos desejos, de nos.sas lacunas. Procuramos como melhorar. Falamos dêsses retiros aos mais velhos de nossos filhos , contando-lhes o que mais nos impressionou, pedindo-lhes sua opinião sôbre o modo de transfol·mar certas cousas para que nosso lar se torne mais cristão, mais aberto. . " A MEDITAÇÃO "E' à meditação que dou maior importància. Foi para mim uma descoberta fundamental à qual nada me h :wia preparado. Dir-se-ia que se trata de um segrêdo transmitido num cochicho, entre iniciados: nunca 17


ouvira falar dela no catecismo ou num sermão . que se espera para divulgá-la?"

O

"Entre as obrigações, foi a meditação que mais me enriqueceu e beneficiou. Nela descobri o Senhor, fonte de tôda vida fecunda, de tôda verdadeira alegria. Êsses poucos minutos de silêncio são para mim um apoio e uma fôrça durante todo o dia. Parece-me então ter mais coragem mesmo para o trabalho caseiro material. Acho mais fácil ter paciência com as crianças; torno - me mais acolhedora para com todos ." "E' preciso ver na miss a semanal e na meditação uma graça do Cristo e não novas obrigações. A uma responsabilidade mais pesada o Cristo dá uma maior presença e uma maior prova d e amor nêsse encontro cotidiano. Não é um pêso, nem um f 3vor, mas uma prova de amor, a descoberta de uma nova dimensão fundamental." Citando êsses testemunhos, não €squecemos que a meditação só é obrigatór·ia para os Casais Responsáveis e quadros. Mas muitos de vocês já colocaram essa resolução em sua regra de vida. Se outros ainda estão hesitantes, êsses testemunhos poderão encorajá-los, bem como a leitura do livro do Pe. Caffarel: Cartas sôbre a oração . EM CONCLUSÃO Que aquêles dentre vocês que ainda não chegaram a êsse p onto e que têm a impressão de que as obrigações ainda constituem um pêso, não se preocupem. A fidelidade àquilo que se pensa ser a vontade de Deus é a primera cousa necessária, a única que importa. Facilidade e alegria vil·ão talvez mais tarde, mas os benefícios, ês::es, não se farão esperar: maior amor no lar, maior irradiação fora dêle.

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QUARESMA

PAIXÃO

RESSURREIÇÃO

Com a Quarta-feila de Cinzas teve início a Quaresma. tempo de pt·eparação direta à festa da Páscoa; tempo de reflexão , de procura de Deus, de recolhimento e oração, de penitência. Na Igreja primitiva êsses quarenta dias marcavam o fim do catecumenato, isto é, o período geralmente longo (por vezes anos seguidos) no qual os adultos convertidos se encaminhavam para o Batismo, na vigília da Páscoa. Nu decurso dêsses quarenta dias, os catecúmenos intensificavam a sua prepa1ação e participavam de cerimônias que se est~:ndiam por têda a Quaresma, para culminar na grande festa da Páscoa. Era também um tempo de reparação para os pecadores públicos que, na Quinta-feira Santa, cumprida a penitência, e1·am novamente introduzidos na comunidade. Quanto aos cristãos, s~ntiam-se êles responsáveis. pelos futuros batizados e pelos penitentes. Cercavam-nos com suas orações, ao mesmo tempo que se purificavam êles próprios, pelos jejuns e sacrifícios, a fim de serem dignos de acolher os novos cristãos na manhã da Páscoa. 19


Assim, fiéis e catecúmenos reuniam-se, não somente domingos, mas quase todos os dias da semana. Eram sembléias de instrução e de oração. Realizavam-se cada em santuários diferentes, como a querer apresentar os tecúmenos a todos os santos padroeiros da Igreja.

aos asdia ca-

Os textos que compõem as atuais missas da Quaresma, são uma lembrança daquelas assembléias primitivas. Falamnos de luta. Luta entre a luz e as trevas, luta contra o pecado. E' um conflito que se abre. no primeiro domingo da Quaresma, com a própria luta de Cristo com Satã. Jesus, uo deserto, empreende duro combate e triunfa do inimigo, mantendo-se fiel à sua missão qu e é a de salvar o mundo, não por meio de triunfos humanos, mas por meio do sofrimento e do amor. Batizados, membros do Cristo, e m nós cristãos, nos dias de hoje, o mesmo combate continua. Porisso, neste tempo da Quaresma, a Igreja nos convida a fazer penitência, a intensificar a nossa vida de oração para, assim preparados, podermos na madrugada de Páscoa, cantar· com a Igreja :1 vitória de Cristo sôbre a morte e a sua ressurreição em cada um de nós. COMO VIVER A QUARESMA? - O tempo da Quaresma é um tempo de recolhimento e oração. -

O tempo da Quaresma é um tempo de sacrifício.

Te mpo de re colh ime nto e oração - A Quaresma nos lembra que Jesus se retirou 40 dias no deserto. Mas nós, cristãos de h oje, como conseguiremos recolher-nos para orar, neste tempo litúrgico, se temos horários sobrecarregados, se são tantos os trabalhos profissionais e caseiros que nos absorvem?

"Não se trata de tempo. trata-se de amor" 20

escreve


um equipista, a propósito da oração e da meditação. "O amor vence tôdas as dificuldades" . Na medida de nosso amor para com Deus, encontraremos tempo para refletir, ler, rezar. Refletir . . . Procurar, durante 5 minutos ou e seja, aplicar a nossa atenção a uma frase do Evangelho~ "Amaivos uns aos outros". "Felizes os corações puros" . "Vigiai e orai" ... - Ler . . . Escolher um livro concreto e prático. "Cat tas sôbre a oração", do Pe. Caffarel, por exemplo. Ler atentamente, pausadamente um capítulo, uma página por dia, seria suficiente à ascese de tôda a quaresma .. - Rezar . . . Recitar sem pressa, frase por frase , procurando penetrar-lhe o s entido, uma das orações fundamentais do cristão ... Tempo de sacrifí cio - A Quaresm a nos convida a nos determos mais profundamente em pôr em ordem a nossa alma; em fazer o balanço de nossas aqmstçoes; em pensar nos esforços a realizar, de maneira a avançar no caminho cristão.

Podemos impôr-nos sacrifícios e penitências: o cinema, o cigarro, uma sobremesa, um div ertimento . . . Só faremos t!ma boa Quaresma se soubermos suprimir alguma coisa de nossa vida diária. Mas também, aceitar as "Quaresmas impostas", as "Quaresmas permanentes" que não fomos nós que escolhemos, mas que aí estão diante de nós. Sacrifícios a que somos obrigados e que suportamos mas não "aceitamos" realmente. Sacrifícios que mantém dentro de n ossa alma uma revolta surda, ou pelo menos, amargura e tristeza. Exemplos? :mste sofrimento real, físico ou moral, que nos é imposto pelas circunstâncias. . . Esta dôr de cabeça periódica que nos irrita ... Esta timidez que não conseguimos vencer . Esta aversão para tal pessoa que conhece21


mos bem e que irrita os nossos nervos . . . Ou ainda, tal defeito do marido ou da espôsa que não desapareceu após 5, 10, 15 anos de casamento .. . Finalmente, estas fraquezas, talvez estas faltas nossas., sempre as mesmas, nas quais recaímos eternamente e que nos levam a exclamar : "Afinal, para que o meu esfôrço . . . " COMO TRANSFORMAR ÊSTES SOFRIMENTOS? - Persuadindo-nos, em primeiro lugar, que nada pode ser mais agradável a Deus do que a oferta muito simples daquilo que a sua Providência colocou na nossa vida. Aceitando o que nos é imposto estamos. certos de não nos enganarmos e qu e estamos na linha daquilo que Deus espera de nós. - Fazendo um ato de submissão, de humildade, aceilar a nossa incapacidade em julgar aquilo que é melhor para nós. - Além dêsse trabalho passivo, tenhamos uma atitude positiva que permitirá a nossa transformação a partir desta ou daquela dificuldade imposta. Porquanto é aí que começa realmente o ncsso trabalho : o nosso aperfeiçoamento por meio daquilo que temos à mão e que não escolhemos, isto é, as circunstâncias providenciais. - Mas o essencial é conservar uma confiança inabalável no Amot· cheio de delicadeza com o qual o Senhor nos conduz. Pagar amor com amor, conservando esta serenidade simples que fará com que não sejamos para os outros um tropeço com as nossas preocupações, porque serão aceitas com real paz de alma. Não limitemos a Quaresma ao círculo fechado de nossa pessoa. E' também um t empo de purificação do amor, de intensificação das orações conjugais e familiares. Ajudemos os nossos filhos não só a encarar a penitência e o sacrifício, mas principalmente olhar a Quaresma como 22


a preparação para esta cousa formidável que é a nmovação dos compromissos de nosso batismo, na vigília <ie Páscoa. Na nossa equipe, simplifiquemos o jantar no dia da reunião. . . Prolonguemos o tempo destinado à oração. . . De acôrdo com o Assistente, dediquemos um momento à leitura. de trechos especi ais <ia Bíblia, tais como o Exodo ... Intensifiquemos a caridade frat erna c o auxílio mútuo. Participemos com mais assiduidade da. vida paroquial. particularmente das cerimônias da Semana Santa e da Páscoa.. . Colaboremos de coração aberto em iniciativas. próprias dêste tempo. Neste tempo da Quaresma, estejamos particularmente disponíveis ao Senhor'

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NOSSOS FILHOS E AS EQUIPES "Nossos filhos, que tontas vezes nos vêem mergulhados nos papeis do Setor, invet1torom " brincar de Eauioe" . Ai estão eles, no nossa frente , instalados na ~ronde mesa de jantar, rabiscand o conscienciosamente em "pastas " que eles organizaram . Aproveito m os o ocasião paro dizer-lhes de vez em quanto aquilo que fazemos

"de verdade " na nosso equipe. O mais dos vezes, porém, acabo mos por mondá-los embora, pois os mil perguntas que nos fozeiT' pertu rbem o nosso trabalho! 11

Nossa finalidade ao dar-lhes conhecimento das linhas acima, tiradas de uma carta do Responsável de Setor da Ilha Mauricio , não é para sugerir um brinquedo paro seus filhos na próxima tar de chuvosa . E' mais com o fito de iniciar um diálogo : que pen sem os nossos filhos da s Equipes? Alguma causa mais do quE reuniões misteriosas que lhes roubam os pais por algumas horas? Sabemos transmitir-l hes alguma causo de tudo o que vivemos? Privamô- los de alguma causa? (pensamos principalmente nos qu e assumiram encargos de direção e que dedicam muito tempo à s Equipes ) . Encaram êles o nosso papel nas Equipes e o tempo qu e lhes consagramos com o mesmo olhar com que vêem o nosso tra balho profissional ou os nossos outros engajamentos? Haveria a possibi Iidade de fazê-los participar dos alegrias de nossa amizade c ri stã com os outros casais? (fazemos a pêlo, aqui , aos testemunho ~ e experiências que vocês tiverem ) . Naturalmente, a idade da s cria nças entra em jôgo e para aqueles que nos escreverem, pedimos anotar cuidadosamente os diferenças de mentalidade que puderem observar em função da idade das crianças, se fazem parte das Equipes há tempo ... Vamos citar o testemunho de uma equipe , recebido recentemente : 24


"Uma de nossas equipes, no relatório mensal enviado. fala numa reunião de amizade, a beira mar, por ocasião da partida de um casal que embarcava eara a Europa . Todas as crianças estavam presentes e contam depois aos pais os suas impressões: o orgulho de terem sido admitidas numa reunião de equipe. Tantas vezes tinham ouvido falar nelas ' Um dos casais tem a idéia de aproveitar esta ocasião para propor às cria nças que se unissem aos esforços dos pais durante a quaresma: privar-se de bombons e colocar num co fre o dinheiro economisado para comprar um co lchão de mo · las a um vel ho paralítico. A idéia foi muito bem ace ita e teve felizes consequências: a equipe tornou- se de repente, para as crianças, um organismo vivo, e não mais esta sociedade um pouco secreta onde os pais se alimentam de "temas", Cartas Mensais e outros papeis e usam dialetos e siglas misteriosas: CR, CL, RS,. Para os próprios equipis tas essa reunião foi grandemente prove itosa: dois casais qu z tinham entrado havi a pouco na equipe, abrem-se ràpidamen te e se integram bem mais no vida de equipe". Porém trata-se aqui de crianças ainda novas; seriam possívei s reuniões de amizade com filhos maiores? Foram elas exper imen tadas? Mas perece-nos interessante e importante, saber também o que pensam os nossos filhos das Equipes, não tanto as vantagen s ou prejuizos que delas teriam, mas em si mesmas. Nossos filhos são os elementos das equipes de amanhã . Gostariamos de saber qua l a repercussão que têm nos jovens que vão se casar amanhã : mêdo, indiferença , vontade de nelas ingressar? Não temos qua se testemunhos de filhos de equipistas tendo 1 8, 20 anos ou mai s. Vamos citar entretanto um que parte de uma jovem de 20 anos que concordou em ficar na berlinda "não receiando de nenhufr' modo os riscos de identificação" . "Meus pais entraram nas Equipes há 7 ou 8 anos. São ago ra Casal de Ligação e se ocupa m de um centro de prepa ração ao casamento . 25


Não posso dizer que conheço perfeitamente as Equ:pes mas, pelo que ouvi de meus pais, considero-as como um movimento de espiritualidade conjugal que permite aprofundar no casal os motivos de crêr, facilitando também a ora. ção em comum. Além disto considero que o dever de sentar-se é uma prática excelente, que permite aos pois refletirem juntos sc bre a educação dos próprios filhos, e cri3 p t\ncipalmente entre os cônjuges uma comunidade de pen samento e de ação indispensáveis a todo vida cristã . Como temas de estudo, ouvi falar principalmente '1 0 Amor e Casamento, no Igreja e em São Paulo. A oraçã o familiar é certamente muito boa em sí, mas recusei-me mui -· tas vêzes a participar dela por respeito humano. E' certamente mais fácil paro pais e filhos quando o hábito é adquirido mais cêdo . Meus pois falam muitas vezes de sua v ido de equipe e de suas preocupações, até demais por ve · zes, pois os vejo preocupados por causas que me parecem acessarias. As outras atividades parecem decorrer normalmente de sua vida de equipe. Permitem-lhes numerosos contactos exteriores e, por isso mesmo, maior abertura de espírito e do coração. Tenho certeza que a entrada de meus pois nas Equipes só poude ser salutar para nós, pois permitiu que nos amassem e nos educassem melhor. Entretanto posso observar que o número de reuniões torna-se bastante grande a partir do momento em que os pais assumem responsabilidade e que muitas vezes gostaríamos de vê-los mais livres. Em resumo, admiro muito os casais das Equipes, mas principal mente quando sabem abrir-se a outros meios e atividades além de seu pequeno círculo habitual" . Fuzemos apêlo à sua reflexão e ao seu testemunho , em relação a dois aspectos: 1 ) Consequências, para nossos filhos do fato de pertencermos às Equipes, e como levá-los a uma participação maior?

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2)

Que pensam das Equipes, para êles próprios mais tarde, nossos filhos maiores? Sabemos aliás que já certo número de filhos de equipistas fazem parte do Movimento, o que é a melhor prova que os pais lhes levaram um testemunho positiva!

As respostas podem ser enviadas ao Secretariado. Voltaremos a tratar deste assunto assim que tenhamos materia I suficiente para aprofundá-lo.

UMA "NOVA" OBRIGAÇÃO:- O RETIRO ANUAL

Um inquérito feito em 1960 com 30 equipes escolhidas ao acaso , revelou que um número ponderável dos casais interrogado<, desejava que o retiro nas Equipes fosse obrigatório anualmente e não cada dois anos. Esta aspiração surpreendeu a direção do Mv vimento porquanto não se cogitava da frequência aos retiros , no questionário apresentado. Era poi s expontâneomente que estes casais manifestavam o seu desejo. Por outro lado, a estatística levantada com base nos "anexos" mostrava que a obrigação "retiros e recolhimentos" era mal cum prida e que , se · 80 % das casais faziam efetivamente o retiro d P. 2 em 2 anos, somente 20 a 30 % faziam no outro ano os 2 recolhimentos prescritos. Estes dados nos preocupavam e há pelo menos 2 anos que insistiamos com os R. de Setor para o melhor cumprimento dos recolhimentos. 27


Em outubro de 1961, por ocasião de um Encontro de R. de Setor, em Paris, abordávamos este ponto, quando um jovem R. de Setor se levanto e nos diz : Por que não tornar obrigatório o retiro anual? As vantagens de um retiro são muito superiores à~ dos recolhimento e, para muitos casais é mais fácil ficar livre um.; vez dois dias, do que duas vêzes um dia. A assistência reagiu, uma sensível maioria sustentou o mesmo ponto de visto; outros levantaram objeções. Após discussões e intervenções várias decidiuse não tirar conclusões apressadas , mas interrogar também os Conselheiros espirituais dos Setores. No mês de dezembro seguinte , os Conselheiros espirituais foram pois interrogados. A unanimidade menos um, foi de parecer que se devia substituir os dois recolhimentos por um retiro, isto é, tornar obrigatório o retiro anual. A objeção do único oponente não se referia, aliá s, ao retiro anual, longe disto , mas via êle as vantagens dos recolhimentos para um grande número de casais que não eram membros dos Equipes mas sim convidados. Ora, -era o receio que manifestava os equipistos não organizariam mais recolhimentos quando não fossem mai s obrigados a participar dêle s. A questão fo i novamente abordada em moia de 1962, num Encontro de Regionais . Três manifestavam-se desfavoráveis. Cs 18 outros eram de opinião que a reforma era necessária . Exa minemos entretanto os motivos dos "oponentes". Um dêles receiava que houve sse dificuldades nos países em que os retiros de casais são ainda raros : falta de pregadores ou de locais adequados. Como poderiam os casais encarar a hipótese de fazer todos os anos um retiro? Não poderiam então entrar nas Equipes. . . Esta objeção permitiu esclarecer que quando uma obrigação não pode material ou moralmente ser cumprida, pod<? ser dispensada , com o anuência dos quadros superiores. O segundo pensava nos casais que poderiam se assustar de início com esta obrigação e renunciariam por isso a entrar nas Equipes. E' verdade para todas as obrigações . . . há o risco de que elas afastem alguns casais. Mas não é a própria caracteristi28


ca do Movimento, situar-se num certo nível de exigências, e nã J é isto que o torna apreciado por muitos? Finalmente o terceiro, um jurista, alegava que não se podia acrescentar Lima obrigação nova a equipistas que tinham assumido comprcmisso de fidelidade a outro texto O Movimento ficaria então "congelado" e uma obrigação universalmente considera da vantajosa para todos não poderio ser proposta? Não esqueçamos que se nos "engajamos" é em relação a um Estatuto qu e tróz na sua último página a menção seguinte: "Os Estatutos não são fixados de maneiro intangível. Para ficarem adaptados n evolução do Movimento e de seus membros eles devem poder ser atualizados pelo Centro Diretor, quer a iniciativa venha dele quer dos equipistas". Refletimos ainda, depois destas conclusões. Levando em con· ta a grave deficiência constatada para a prática da obrigação tal qual era apresentada até aqui, as imensas vantagens dos retiros, e a necessidade que têm os casais cujo ideal não é outro que o da perfeição cristã, de alimentar a sua vida espiritual nas fontes mais verdadeiras, decidimos tornar o retira obrigatório todos os anos . Estes dias dados a Deus são, em su ma, todos o reconhecem , dia s de graças em que recebemos infinitamente mais do que damos. Para tornar mais fácil a prática desta obrigação, os Setores e as Regiões empenhar-se-ão em multiplicar os retiros . Será precisa igualmente pôr em jogo, no max1mo , o auxílio mútuo , na in terior de cada equipe e entre as equipes : guarda de crianças, auxílio financeiro , etc. Acrescentamos ainda que as equipes só estão sujeitas a esta obrigação depois do compromisso; a regra , antes da compromisso mantém-se tal qual .

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ORAÇÃO PARA A REUNIÃO DE MARÇO

"Vós ignorais de onde venho e para onde vou . . . Vós não co nhece is nem a Mim ne m a m eu Pai" ( Evangel ho do Sábado da 4a. sema na da Quaresma) Para nos ajudar a con hece r Cristo, a liturgia deste mesmo sábado nos oferece um texto de !saias. Nele se encon tra toda uma série de temas co nverge ntes, para a prese ntar o retrato do Messias: Deus que vem, dó cumprimento à Aliança, restaura Israel o povo bom, libe rta todo o homem , conduz o povo como bom pastor, a lim ento-o e protege-::>. Deus que reune, traz a a legria, ama com ternura ... Meditação Texto para a Oração Pessoa l ls . 49, 8-15 ( Le itu ra do Sábado da 4a . semana da Quaresma l "Eis o que diz o Senhor: No temp·o favorável , respondi ao teu apêlo , no dia da Salvação , sou o teu auxílio . Eu te conservei e te estabeleci para aliança do povo paro restaurares as terras e possuíres abundantes heranças. Para dizer aos prêsos : "Estais livres"! e aos que gemem nas trevas: "Vinde à luz"! Ao longo dos caminhos , eles apascentarão , e em todas as planícies, haverá para eles pastagens . Não mais terão fome nem sêde , nem serão castigados pelo calor do sol. 30


Pois Aquele que tem compa1xao deles, os guiará e às fontes das águas os conduzirá. Tornarei acessíveis todas as montanhas e as minhas veredas serão alteadas. Vêde estes que vêm de longe e aqueles do norte e do poente e os outros das terras austrais . . Cantai , ó Céus; terra, exulta de alegria; montanhas , prorrompei em louvores! Porque o Senhor consolou o seu povo e de seus pobres se compadecerá. E Sião dizia-me: o Senhor abandonou-me e o Senhor de mim se esqueceu ... Pode a mãe esquecer- se daquele que amamenta , não ter carinhos pelo fruto de sua própria carne? Porém , ainda que ela o esquecesse eu nunca me esqueceria de ti" . Assim falou •Javé , o Senhor Onipotente. Oração litúrgica Acolhamos a Palavra de Deus (E:.: . 36 , 22-28 ) "Eis o que diz o Senhor Javé: Não é por vós que faço isto , ó casa de Israel , mas por honra do meu santo nome que profanastes entre os pagãos para onde fostes . E as na ções saberão que eu sou Javé - oráculo do Senhor Javé quando manifestarei a santidade do meu nome a seus olho~. no meio de vós. Então eu vos retirarei do meio das na ções e vos congregarei de todos os países e vos reunirei sôbre a vossa terra. Derramarei sôbre vós uma água pura e sereis purificados; de todas as vossas impurezas e de todos 31


os vossos ídolos eu vos · purificarei. Dar- vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; e tirarei de vosso carne o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. E porei em vós um espírito novo e farei que andeis segundo os meus preceitos e que observeis e guardeis as minhas leis. Habitareis o país que eu dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus" . OREMOS : (Oração sôbre o povo, da Segunda-feira da 3a . se mano da Quaresma ) " Venha sôbre nós , Senhor, o vossa misericórdia , a fim de que , por vossa proteção, mereçamos ser livres d'o s perigos que nos ameaçam por nossos pecados e ser salvos por vossa mão libertadora". "Nós vô-lo rogamos, Pai, p·or Jesus Cristo vosso Filho que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santa , pelos séculos dos séculos Amém . ORAÇÃO PAP.A A REUNIÃO DE ABRIL f

E' dando par nós a sua vida que Cristo é Aquele que nas dó a vi da .

Meditação Texto para a oração pessoal Ja. 1 1, 25-27 "Jesus disse a Marta : Eu sou a ressurreição e a vida . Aqueles que crê em mim , ainda que esteja morto, viverá ; e todo aquêle que vive e crê em mim jamais morrerá. Crês isto? Sim, Senhor, disse - lhe ela , eu creio que tú és o Cristo , o Filho de Deus, Aqu ê le que devía vir ao mundo" . 32


Oração litúrgica: "Nesta noite muito santa , irmãos bem-amados, a Santa Igreja, nossa mãe, em memória de Nosso Senhor Jesus Cristo, morto e repousando no túmulo , véla com amor e celebra a sua ressurreição gloriosa com alegria transbordante. Ora, segundo o ensinamento de São Paulo, "fomos depositados no sepulcro com o Cristo, pelo batismo que nos imerge na sua morte e , da mesma forma que o Cristo ressuscitou dos mortos, devemos nós també m viver de uma vida nova; nós o sabemos, o velho homem que éramos foi crucificado com o Cristo, para 'que doravante não mais sejamos escravos do pecado. Tomemos pois consciência que estamos mortos para o pecado e vivos para Deus no Cristo Nosso Senhor". OREMOS : (Coleta da Missa da Ressurreição ) O' Deus, que iluminastes esta noite santa poela gló ria da ressurre 1çoo do Senhor, conservai nos novos membros d ~ vossa fa mília o Espírito que lhes destes pa ra fazer deles f ilhos vossos; e faxei que , renovados no corpo e na· alma , eles vos sirvam se m desfalecimentos. Nós vô-lo ped imos , Pai, por Jesus Cristo vosso Filho que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.


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CENTRO DIRETOR . Secr. Geral . 20, Rue des Apennins . PARIS XVII BRASIL . Secretariado . Rua Paraguaçú, 258 . SÃO PAULO 1 O


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