ENS - Carta Mensal 1963-6 - Junho

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Carta Mensal das Equipes de Senhora Nos~a

JUNHO

1963 Editorial

Ate nção para a Regra de Vida O Ideal das Equipes de Nossa Senhora Reuniões de Férias O Plano de Emergência da C.N .B.B. e as Equipes de Nossa Senhora Oração para a Reunião de julho

Bilhete do O que vai pelas Equipes Ce ntro Diretor- Através do mu n do , no Canadá Vida do Movimento - Compromissos e Ad missões A inda os Dias de Estu do.; E por falar em finanças ... Calendário. Publicação mensal dos ~c;u :pes c!e Nossa Senhora Casal Responsável: Gro c inho e Antonio D' Eibou Redação e expedição: Ruo Poraguaçú, 258 - 52-1338 São Paulo 1O - SP Com aprovação eclésióstica


EDITORIAL

ATENÇÃO PARA A REGRA DE VIDA

Acabo de reler algumas pag•nas dos sermões de São João Crisóstomo e, mais uma ve:r, fico maravilhado: como se preocupa êle com, o progresso espiritual dos cristãos casados que o escutam! Que sentido agudo da vida conjugal e familiar, de suas necessidades e de suas dificuldades! Com que vigor convida os seus ouvintes a se encaminharem para a perfeição da vida cristã! Ao mesmo tempo, quanto realismo nas suas e·x igência!l! No texto que tenho sob os olhos, impressiona-me a importância primordial que atribui à leitura meditada da Bíblia no lar. Quero citar algumas frases do· grande pregador: "Eu vos suplico, vinde muitas ve:zes à igreja, para nela ouvir a divina Escritura; mas que ela não seja ouvida somente aqui; também em casa, tomai em mãos os Livros divinos, e recolhei com grande cuidado o que de util eles encerram . . . da mesma forma que o alimento material aumenta as forças do corpo, a leitura das Escrituras aumenta as da alma. E' um alimento espiritual que fortifica a alma, tornando-a mais enérgica e mais sábia . . . Ao voltardes para vossas casas, estabelecei dois quadros: um para as iguarias do corpo, outro para as iguarias da sagrada Escritura . . . Maridos, que cada um de vós faça de sua casa uma igreja; não tendes o encargo da salvação de vossos filhos e de vossos servidores, e não tereis de dar contas um dia do cumprimento deste dever? Do mesmo modo que nós, pastores, devemos dar contas das vossas almas, assim também os pais de família terão de responder perante Deus, de todo o pessoal de sua casa".


A leitura dos · textos de São João Crisóstomo, acabam de fa:zer ressurgir em mim, uma inquietação que nunca me deixa muito tempo: não deveriam9s ter incluído nas obrigações de nossos Estatutos esta ou aquela prática religiosa maior? Podem as nossas equipes pretender encaminhar para a plenitude da vida cristã, casais que descuram tais práticas? Penso na leitura meditada e regular das Escrituras., no estudo e aprofundamento da doutrina cristã, na meditação, na procura freqüente da Eucaristia e do sacramento da Penitência. Lembro-me muito bem por que não foi incluída nos Estatutos, nenhuma obrigação relativa a estas diversas práticas: os casais que ingressam nas equipes, apresentam numerosas variedades: idade, cultura religiosa, evolução esp•i ritual, condições de vida. . . A Regra de Vida deveria é o que esperávamos permitir a cada qual, a inclusão adaptada e progressiva em sua própria vida, destes diferentes exerc ícios religiosos e, desta forma , favorecer o acesso a uma vida espiritual de cristãos adultos. De fato , verifico que a prática da Regra de Vida não corres·ponde muitas vexes ao que dela esperávamos. São por demais numerosos os equipistas que nela inscrevem apenas pequeninas obrigações, descuidando porém de faxer dela o instrumento de seu progresso espiritual. E' verdade· que, p•ara nela colocar o essencial, deveriam conhecer êste essencial . . . Mas nã o é justamente para descobri-lo que vos un is em equipe e que cada equipe é beneficiada pela presença de um conselheiro espiritual? HENRI CAFFAREl.

2


O IDEAL DAS EQUIPES DE N. SENHORA

Cônego HENRI CAFFAREL

A conferência que abai x o publicamos, foi pronunciada pelo Cônego Cajjarel, em São Paulo, em fins do ano passado, por ocasi ão do Encontro de Ligações e PilOtos, no Colégio Sant a Cruz. O interê sse que despertou, a procura dos poucos exemplares que foram mimiograjados e, mais do que tudo, a importância de que se reveste para a m elhor compreensão do ideal das Equipes de Nossa SenhOtra, levou-nos a publi cá-la na íntegra .

Quando um automobilista percebe à direita da estrada um aviso de perigo sob a sinalização do próximo cruzamento, diminui a marcha e presta mais atenção. Pergunto-me se não valeria a pena reproduzir tal aviso na primeira página de um folheto que tivesse por fim tomar as Equipes de Nossa Senhora conhecidas daqueles que se interessam por elas. Entrar para as Equipes de Nossa Senhora é perigoroso. E são os Estatutos que, atualmente, constituem o perigo. A principio não tínhamos Estatutos. Na realidade, outro perigo ameaçava os membros das equipes. O perigo que pesa 3


. sôbre todo movimento onde há um espírito, uma mística, mas sem obrigações que ajudem a viver êsse espirito e essa mística. Hoje, graças aos Estatutos, os equipistas se acham firmemente enquadrados e sustentados por obrigações. O perigo consiste em esvaziar as obrigações de seu espírito. Existem mesmo casais que nos procuram, atraídos precisamente pela perspectiva de encontrar uma regra em nosso Movimento. O que se deve temer é que a prática da Regra se torne l!m fim. um ideal, um teto. E que os membros das equipes venham a achar que a p erfeição cristã consiste pura e sim·· nlesmente em respeitar as obrigações; e por consequência a facilidade e a possibilidade de chegar à perfeição mediante elP.·uns esforços; o contentamento consigo mesmo, a boa consciência. O sentimento de ser um "justo" ... "-!Uem não vê c perigo dêsse estado de espíritl•? Recebi ultimamente uma carta que veio comprovar quP tal perigo não é ilusório. Provém de um casal de quarenta P cinco anos, de alto nível humano e espiritual. Eis o qu! me escreveu: "Por outro lado, deixamos as Equipes de Nossa Senhora. Sentíamo-nos sufocados: davam-nos a impressão de um mundo fechado sôbre os pequenos problemas de um "ert,., meio ; de um mundo que não queria ver as exigências reais do ideal evangélico. . . e a observância dos Estatutos tornava-se, em certos dias, como um anteparo hipócrita que nos dava a baixo preço a satisfação de n ós mesmos, deixando-nos de olhos e ouvidos fechados para todos os problemas que a sociedade atual coloca." Mais 4

de

uma

vez,

aconteceu-me ainda, viajando pela


França, ter recebido críticas a respeito da equipe de Nossa Senhora vizinha: censurava-se o fato de ela ser fechada, d.e constituir o "clan dos justos", a "seita dos puros". Estou convicto de que a maioria das equipes não merece essa censura. Isso não me impede de colocar a angustiante pergunta: nossas equipes de Nossa Senhora irão formar cristãos ou produzir fariseus?

II -

COMO SE PRECAVER CONTRA :tl:SSE PERIGO ?

De tal forma impressionado pelo perigo que nos ameaça, confesso-lhes que tenho por vêzes repensado nossa concepção do Movimento. As vêzes pergunto a mim mesmo se não teria sido melhcr deixar êsses seis mil casais sem Movimento. Talvêz tivessem sido maiores pecadores, mas sem dúvida teriam sido mais humildes. · Outras vêzes, pergunto-me se não nos deveríamos ter con·· tentado com um Movimento em que fôs.se dada uma mística exigente, um ideal por alcançar, do qual seria possível aproximarmo-nos sempre mais, mas que nunca poderíamos realizar perfeitamente. A vantagem seria manter sempre nos espíritos uma benfazeja inquietude. Ou ainda, outras vêzes me pergunto se os casais não deveriam ficar apenas alguns anos nas equipes. Despertar-se-ia nêles o desejo de uma vida sempre mais cristã; ser-lhes-iam oferecidas as grandes orientações para a santificação na vida de leigos e no casamento, e depois se dissolveria a equipe. Não se fica tôda ::t vida no seminário. Mas, na verdade, não acredito que a solução esteja em inovações. O antídoto para o perigo que analiso se encontra nos próprios Estatutos. 5


Ê a primeira parte dos Estatutos que responde a essa. pergunta:

-

Por que as Equipes de Nossa Senhora?

Chama-se, por vezes, a êsse comêço dos Estatutos: o preâmbulo. Proponho que se abandone essa denominação. Com efeito, o que e um preâmbulo? O dicionário nos responde: "O que se diz ou se escreve antes, para anunciar o que vem depois". "O preâmbulo de um decreto, de uma lei, o prefácio no qual o legislador expõe o objeto da nova regulamentação". Um preâmbulo dos Estatutos precisaria o objeto dos Estatutos. Ora, as primeiras páginas dos Estatutos são verdadeiramente páginas dos Estatutos e não preâmbulo. Primeira parte e não preâmbulo. Parte principal, que define a razão cte ser, o objetivo, a finalidade das Equipes . As outras partes precisam os meios para tender para essa finalidade. Chamá- la de preâmbulo seria correr o risco de negligenciá-la. Não se relê constantemente o prefácio de um livro. O prefácio, não é o e.ssencial de . um livro. Essa primeira parte é sem dúvida a menos original e en:tretanto, insisto: é a mais impo·r tante. A menos original. Felizmente, diria, pois é perigoso visar a originalidade nêsse terreno. Efetivamente, tôda a ambição dessa primeira parte consiste em apre.sentar resumidamente a perfeição cristã tal como se impõe a tôdas os cristãos casados. Qualquer Movimento de casais que tivesse como objetivo conduzir seus membros à uma vida sempre mais cristã, pode6


ria adotar sem receio êsse resumo da espiritualidade do cri$tão casado. O que é original em nossos Estatutos são os meios adotados para alcançar a finalidade que a primeira nos mostra. E entretanto é preciso dizer a respeito que esta primeira parte é a mais importante. Sem ela, poder-se-ia ter todo o resto, os meios poderiam ser conhecidos, mas os meios não seriam orientados. Ter-se-ia um carro mas· sem conhecer o destino ao qual se quer chegar e então os meios se tornariam f1m e a santidade seria nada mais nada menos do que a per. feita prática dos meios. Recaímos no perigo que entrev1ri1mos. Graças- à primeira parte, os meios são orientados para a perfeição da vida cristã e fica-se preservado de fazer deles a finalidade. III A -

LEITURA COMENTADA DA PRIMEIRA PARTE Observações gerais

Nos treze primeiros parágrafos dessa primeira parte volta oito vêzes a palavra : "Querem". Retifico, para ser mais exato: duas vêzes essa expressão é substituída por uma expresEão sinônima, mas isso única-

mente por escrúpulo literário. Uma vêz se diz "ambicionam·' em vez de "querem ", outra vez está escrito .. resolvem ... servi-lo sem discutir". Querem, é uma palavra capital. Proclamam: não chegamos a ... mas tendemos para, estamos resolvidos a chegar. Essa palavra protesta contra a atitude daquêles que acreditam ter chegado, estar em dia, instalados. Essa palavra protesta contra o contentamento de si mesmo. 7


Essa p-alavra que volta como um estribilho insistente, é uma confissão de incapacidade; se tendemos para, é que não chegamos ainda. Jt a mola secreta que anima tudo o que se faz nas equipes. Notem bem que ela não se refere a uma vaga intenção o provérbio diz que o inferno está cheio de boas intenções mas exprime uma tensão Cieliberada, voluntária, vigorosa. "Querem" e não "quiseram"; atualmente querem. A tensão que êsses termos exprimem não deve nunca esmorecer pois o termo para o qual se tende pode tornar-se mais próximo, nunca atingido, porque se trata nada mais nada menos do que "ser perfeito como o Pai celeste é perfeito! " Aquêle, nas equipes, que renuncia e progredir, contraria o compromisso fundamental expresso pela palavra "querem". Seja qual for a altitude espiritual a que se chegou é preciso sempre tender para mais. O que faz o valor de um ser não é a altitude a que chegou, mas o impulso, a tensão que o anima. Eis o que exprime essa palavra da primeira parte dos Estatutos. B -

Plano da primeira parte

Numerei de 1 a 16 os parágrafos da primeira parte dos Estatutos e convido-os a fazer o mesmo. (*). 1 -

l'ida cristã pessoal (parágrafos 1 a 4)

"Ambicionam levar até o fim os compromissos de seu batismo."

(*)

B

Pe. Caffarel refere-se nos parágrafos que se seguem as primeiras linhas da introdução.


O compromisso do batismo é, para um cristão, o compromisso fundamental de sua existência. Todos os outros compromissos não são mais que modestoa meios para ajudar a realização dêsse compromisso primordial; a promessa do escoteiro, os própr:os votos religiosos. "Entregam-se a Cristo sem condições'', quer dizer, renovar o compromisso do JJatismo. Para quem amn não há senão uma m an eira de se dar: "sem condições". Quem impõe uma condição, deixa o ordem do am or para entrar na do negócio. "Querem viver para Cristo, com Cristo, por Cristo."

"'Para" designa a finalidade: trabalho para ganhar dinheiro, trabalho para meus filhos. A finalidade a alcançar é Cristo. Em todos os meus atos. O que não impede que eu possa ter um fim intermediário desde que não esteja em contradição com Cristo. Posso trabalhar para meus filhos mas isso não impede que eu trabalhe primeiro para Cristo.

•rcom", em companhia, junto, em cristã é uma vida a dois com Cristo .

colaboração.

A

vida

"Por" : "do mesmo modo que vivo por meu Pai, aquêle qua me come viverá por mim". É Cristo que estará no comêço de tôdos os meus atos, é rue que será a alma de minha alma. "Resolvem servi-lo sem discutir" . Amar, é fazer a vontnãe de outro. é cooperar em sua obra, é servi-lo. Em nossa lingua a palavra servo não tem a riqueza de sentido que tem n a Bíblia. Servir é ai cooperar no culto de D eus, em sua obra. É

o grande titulo do Messias: "O Servo de Iavé".

É

o 9


título que a Virgem Maria ambiciona: "Eu sou a serva do Senhor". É nêsse s€ntido que é preciso compreender a fra se qut> acabo de !/;)r: "Resolvem servi-lo sem discutir". "Os membros das Equipes de Nossa Senhora ambicionam levar até o fim os compromissos de seu batismo", mas receberam igualmente outro sacramento: "o matrimônio. E entencem também vivê-lo em plenitude. 2 -

Vida aristã do casal (parágrafos 5 a 9)

"Reconhecem a Cristo por chefe e Senhor de seu lar". \Essa pequena célula da Igreja que é o lar, como o realçou João XXIII em Roma, tem Cristo por chefe. O pai e a mãe nada mais são do que representantes de Cristo. Senhor d..e seu lar: vejam na palavra "Senhor" o sentido bíblico que equivali:! a Deus. !Cristo diz ao casal o que Deus dizia outrora ao povo ju·· deu: "Serei teu Deus e tú serás meu Povo". "l.ilazem de seu Evangelho o Estatuto da própria familla". O Estatuto é a "regra fundamental", tal é a definição do djcionário. Não é nem o código das boas maneiras, nem o código da boa educação, é o Evangelho que deve ser o estatuto do lar, é a êle que tudo se eleve referir. O Evangelho, êsse livrinho que causa inquietação, que liberta de tôda veleidade de instalação e tôda a ameaça de contentamento de si mesmo. "Querem que seu amor, santificado pelo sacramento do matrimônio, seja um louvor a Deus". lO


Como a obra-prima é o louvor do artista. "E também um testemunho junto aos homens demonstrando-lhes com evidência que Cristo salvou o amor". ·obrigando aquêles que os cercam a reconhecer: "Mas então, o amor existe mesmo!" Sim, proclama o lar cristão, porque Cristo veio salvar o amor. "Uma reparação dos pecados contra o Matrimônio." Tantos casais vivem apenas um amor vulgar, impuro, infiel. Os casais das Equipes querem, em seus lares, por um acréscimo de amor, um acréscimo de pureza e de fidelidade, e~:ompensar o tremendo deficit de amor em tantos outros lares. 3-

Serviço da Igreja (parágrafos lO e 11)

O lar cristão quer ser uma célula dêsse grande corpo que e a Igreja. Mas cuidado para que êle não se torne um câncer. Um câncer, são células que vivem em prejuízo do corpo inteiro. "Querem ser, por tôda parte, os missionários de Cristo". Missão, uma das grandes palavras do cristianismo. O Pai envia seu Filho entre os homens portador de uma mi são, Cristo envia seus apóstolos. A I greja envia cada cristão, cada casal. E notem a expressão por tôda parte. Com efeito, é no trabalho, nos momentos de distração, nos meios de transporte, nas atividades sindicais, políticas, etc. que os membros das Equip-es de Nossa Senhora devem considerar-se em serviço, portadores de uma missão, permanentes da oração. "Devotados à Igreja, querem estar sempre prontos a resPQnder aos apêlos de seu bispo e de seus sacerdotes." Ciosos de serem chamados para cooperar com a bierar11


quia e os padres, para o advento do Reino, os casais das equi· pes devem estar "sempre a postos". Mas cuidado Isso não os dispensa de usar de discernimento em sua dedicação: serifl. um êrro, sob pretexto de dedicação, negligenciar valores essenciais de cultura religiosa e humana, de aprofundamento de sua intimidade conjugal e de cumprimento fiel de seus deveres de pais. 4-

Serviço da Cidade (parágrafos 12 a 13)

Considerar-se dispensado de servir a Cidade, de assumir funções temporais sob pretexto de vida interior ou apostólica seria falta de compreensão de sua responsabilidade de cristão leigo. É por isso que os Estatutos precisam: "Querem ser competentes na profissão." Do operário ao homem de Estado é preciso querer fazer cem perfeição seu oficio. Cristo era sem dúvida o melhor carpinteiro de Naza:r;é. "Querem fazer de tôdas as suas atividades uma colaboração à obra de D eus e um serviço aos humildes." Os Estatutos, assim, convidam a ver as funções temporais em sua mais alta significação. Não se trata apenas de gan:\a.r a vida. Eis aí, apresentado em quatro parágrafos - vida cristã !pessoal, vida cristã do casal , serviço da Igreja, serviço da Cidade - o ideal cristão a que os membros das Equipes áe Nossa Senhora querem chegar, ou, mais exatamente, em direção do qual querem tender. É facil vêr como é injusta a acusação daquêles que pretendem que nas Equipes de Nossa Senhora não pensamOs senão no casamento.

Essa primeira parte dos Estatutos mostra bem nossa ambição de descobrir o conjunto das exigências da vida cristã, d& formar o cristão integral. 12


o

que vat p e 1 as equipes Junho - 1963

Caro$ amigos

Algumas reflexões recebidas em car ta de um equip ista, vão servir de tem a para êste "b ilhete". "Surgem de todos os lados escreve ês te equipista pequenils comunidades vis:mdo o incremento da vida cristã. Também as Equipes de Nossa Senhora se multiplicam, o que é certamente motivo de júbilo. Tais comunidades, destinadas a se rem o sus tentácu lo oferecido pelos seus membros, uns aos outros, no;; são de grande auxílio . Sempre existiram, em todos os tempos , na vida da Igreja . As comunidades não só fortalecem a fé nos seus membros, mas têm ainda o mérito de formar e de educar homens. Conhecemos todos, membros desses diferentes Movimentos que enfrentam , na vida de todos os dias, as situações mais imprevistas e as resolvem da melhor forma possível, !!!raças


à fé e generosidade hauridas num cristianismo mais autênti [ ' mais um motivo de júbilo. Há entretanto o reverso desta bela medalha: nas nossas "c munidades" encontramos grande generosidade, mas também, ~ vêzes, um exclusivismo que nos preocupa. Em nome de opçc diferentes, condenam-se uns aos outros. Não é raro que ouc mos os membros de um Movimento, criticarem aquele outro Mo mento . . . que conhecem aliás bem pouco, como podemos ver i car quando os interrogamos. A experiência nos mostra, por outro lado, quanto é difí reunir os dirigentes das comunidades de um mesmo lugar. A s atuação se parece com a desses homens de negócio que só trat lham para sí. . . Causa tristeza, vermos por vezes a divisão e tre os mais fervorosos dos nossos católicos, ma·s, o que é m grave ainda, tal atitude pode vir a chocar os de fora , afastand os assim dos Movimentos.

Bem sabemos que os homens são diferentes pela cultu pela profissão, pelas implicações geográficas, os gostos, os dons . e que é normal que se agrupem em função da afinidade en eles. A diversidade de funções é a força de um corpo e S Paulo já o disse com vigor, em palavras memoráveis. Mas n deixou ele de acrescentar que há um só SeAhor, e que todos membros devem colaborar para a implantação de seu Reino. tensões são compreensíveis e são até mesmo normais num org nismo vivo. Devem ser constatadas, examinadas com lucidez e r solvidas à luz da fé. Segundo nosso modo de ver. um Movime to só encontra a sua justificacão total, se ajuda os seus membr a fraternizar com os outros cristãos e a cooperar no crescimer do Corpo Místico com aquêles que têm uma função diversa" . Os nossos aplausos às palavras desses nossos amigos. Enc rajemos vivamente os equipistas de toda parte a serem, no lug em que se encontram, agentes de unidade, de fraternidade , . amizade cristã,, vivendo dentro da Igreja as mesmas normas q se ajudam a praticar dentro da equipe: amar-se uns aos outr li


ace•ta·r que uns ·scj;:~ m drfercntcs dos outros , 11judarcm-se uns il ó~ outros a realizar a vontade de Deus, isto é, a vocação própriil . Caros amigos, nas véspera s da festa de Pentecos tes, quere mo s dizer-lhes t oda a nossa amizade e convidá-los a partilhar a alegria que munda todas as orações nesse dia em que o Espírito S::~n t o desceu para re no var a face da terra .

O CENTRO DIR ETOR

ATRAV~S

DO MUNDO

No Can.1dá Folámo> c·m abril, dos equipes do Ilha Maurício . :::anoJá. O Canadá conta

hnj~

Eis agora as d o

cem 18 equipes admitidas, repart;das como

•eg~e:

Montreal Quebec Ottawa-Hull Sherbrooke

13

2 2

equipes equipes equipes equipe

Três equipes estão em formação nos arredores da Montreal. rios são d" língua fra.1ceso.

Todas

Qual o contexto em que se situam essas eqL'ipes? O Canadá possui uma população de 16 .000 .000 de habitantes, dos quais 7.000 .000 são co111


tólkos . As principais cidades do chamado CanaQ6 franc:Js (provfncias de Quebec e Ontário), são Montreal ( 1 .500.000 habitantes), Toronto ( .. . .. . 1.300.000), Quebec, Ottawa (capital federal). Da população de Montreal, 25% dos habitantes são de lfngua inglesa, na maioria protestantes. Possui duas universidades, uma de lfngua Inglesa, outra de lingua francesa , dividindo entre sí a totalidade dos estudante> . Como nasceram as Equipes de Nossa Senhora no Canadá? Um jovem casal canadense, Yves e Modo Clermont, conhecendo o "Anneau d'Or" e, de nome, as Equipes de Nossa Senhora, foi levado a passar 1O meses em Paris, no ano de 1955. Logo depois da chegada, solicitou a sua integração numa equipe, durante toda a sua permanência na França. Conhecendo o contexto social do Canadá e os métodos dos grupos de casais já existentes nesse país, julgaram que a espiritualidade e os métodos das Equipes poderiam convir a um certo número de casais que desejavam aprofundar a es·

piritualidade de seu lar e dar um impulso renovador às práticas tradicionais do cristianismo.

Depois de fundadas as primeiras eqL.,ipes, iniciados e animadas por Yves e Modo com a colaboração de dois outros casais, formou-se um Setor em Montreal, seguindo-se o nascimento das Equipes nas outras cidades mencionadas acima . Vamos agora dar a palavra a Jean e Denyse Provost, atual casal Responsável do Setor: "Os grupos de casais não são uma fórmula novo no já existem no pois há cêrco de 20 anos . Tais grupos se como irradiação ind ireta das Equ1pes de Nossa Senhora, movimentos tais como a J .O.C., seja do escot ismo ou, " Se •v iço de Preparação ao Casamento".

Canadá , po is que const ituíram seja seja a partir de a inda, de n os>O

Tais grupos, mesmo quando ligados entre sí por um Secretar iodo ou um Centro, são mais ou menos desprovidos de estrutura, e parecem permitir a cada um grande liberdade de movimentos. As Equipes de Nossa Senhora, pela sua organização e hierarquia bem definidas, pelas suas exigências, pela comunidade de pensamento e de trabalho que une todo o Movimento, se destacam nitidamente dos grupos de casais canadenses .

IV


As Equipes de Nosso Senhora não correspondem às aspirações do tortjunto dos casais católicos canadenses, mos sim o uma categoria bem definido: troto-se, no maioria dos casos, de casais bastante jovens (entre 5 e 15 anos de casamento), cujos esposos, no st:o maior porte, militam no Ação Católico ou no escotismo. São em geral casais j6 abertos poro uma cNto espirituolidode conjugal. mos que não encontravam pleno sol isfoção nos movimentos j6 existentes . A formação religioso dos casais é aqui mais ou menos o mesmo paro todos, em virtude do universalidade do educação confessional. A prát ico do religião é muito intenso e mais ou menos generolisodo . Os engajamentos apostólicos levam certos casais o desejarem uma vida espiritual mais intensa .

Quais são os nossos dificuldades? Os membros dos equ ipes lamentam não poder participar dos atividades maiores do Movimento (encontros de Responsáveis, peregrinações) e o ausência qo.:ose total de contatos com o conjunto do Movimento for com que seja ele quase uma abstração. Numa outro o;demo de idéias, devemos assinalar uma dificuldade peculiar ao nosso pois: o refeição . No Canadá o maior porte dos fomllios janto pelos 6 horas. Qo..:er isto dizer que o reunião da equipe, ao redor de 8 horas, acarreto todo sorte de complicações. Reconhecemos entretanto o valor da refeiçõo no equipe, e não pensamos suprimi - lo.

Temos grandes perspectivas de desenvolvimento. Acreditamos que só no região de Montreal, é grande o número de casais que estaria pronto o ingressar nos Equipes de Nosso Senhora. Os obstáculos que se antepõem à d ifusão dos equipes, são o falto de "quadros " e o ausência de publicidade . As corocterísticas que mais parecem atrair os casais, s6o a orgoni-

zoçõo, o oração comunitário , o seriedade do Movimento e os suas exigéncios espiritua is. Poro que os casais e o clero compreendam bem a natureza e os característicos dos Equipes de Nosso Senhora, precisamos pôr em destaque o suo preocupação apostólico, mostrar que são um movimento de progressão espiritual como..:i"'it6rio no seio do Igreja e que leva os casais o tomarem consciência de suas responsabilidades apostólicos nos diferentes setores: familiar, social, profissional . ..

v


Eis .o que foi o vida de nosso Setor no ano findo: Tivemos em junho o no.sso grande encontro geral, em Montreof, no

qual estiveram presentes 55 casais e 8 assistentes. Canadá

estavc.m

representados .

Todas as equipes do

Houve uma conferência do Rvmo.

Pe.

Bostin sôbre o •acerdócia dos le1gos, seguido de grupos de trabalho muito animados.

Tivemos em seguida o missa d ialogada, com cântico de salmos,

reuniões de equipes "misturadas" c, finalmente, uma reunião plenária sôbrc o dever de sentar-se, na qual três casais opresentorGm testemunhos muito

pessoais, segt.:indo-se uma troco da idéia-s. Nosso Setor organizou três retiros durante o ano, sendo dois em M cmtrcal e um em Quebec . Os de Montreal foram pregados respectivamente pelo Pe . d'Heilly, nosso assistente de Setor e pelo Pe. Jean-Paul Charbonncau . O retire de . Qucbec foi tombérn pregado pelo Pe . Charbonneau.

Durante o ano . -quatro novos equ'pes 1n1cioram os seus trabalhos: duo5 em1 M ontreal , uma em Sherbrooke c uma em Quebec.

(Devemos ossmolor

que a primeira equice de Quebec e a primeira de Ottawa , foram pilotadas por casais · de Montreal. Apesar da d istância (250 e 200 krn. respectivamente) o Casal Piloto não foltoo.; o nenhuma reunião) . . Tiv~m os também

um Encontro de Dirigentes que reuniu ll. rt::sponsá-

veis, 5 assistentes, 5 casais de ligação, be.m como toda a equipe de Setor. Dais por.tos foram estudados: o Regra de Vida, que parece ser a obrigação menos compreendida e menos cumprida e,

em

seguido,

"o preocupação

apostó lico no .seio de nossas equipes" . A maioria dos nossos casais exerce Lmo f01mo qualquer de apostolado, mos êste última não era objeta da co-participação,

nem

era

"assumido"

pela

equipe.

No 1nicja do ano realizou-se também o Encontra dos Responsáveis de Equipe . Só faltou um casal. Conferências, palestras, grt.:pos de trabalho . . . tudo correu muita bem . Os Responsáveis, repartidos em 4 grupos de trabalho, ptAderam aprofunóor a papel especifica que lhes cabe no de· correr do oração, da partilha dos obrigações, do co-participação, do troco de idéias. Foi grandemente util que, no começo de suas atividades, os casais responsáveis tivessem sido esclarecidos sôbre o sua função na equipe, tanto mais que na suo maioria eram novos no oorgo".

VI


V ida d o Movim ento

COMPROMISSOS -

Foram as seguintes as equipes que fizeram o

seu compromisso : Viena 2 -

Austria :

tre!ll 1O -

Bé lgica : Bruxelas 51 -

Espanha : Barcelona 1O -

Canadá : Mon-

França : Angers 8, Annecy

7, Bordeus 11 c 13, Dijon 3, Douai 1, Grenoble 12, La Courneuve 1, Lille 12 e 14, Limoges 3, Melun 4, Metz 5, Paris 72, 75 e 76,

Pau 8, Rennes 2, Saintes 1, Viroflay 1, Villemomble 2 , Vale ncienncs 6, Hyé res 1, Toulouse 2 -

Luxemburgo : Lu xe mburgo 4

Portugal : Lisboa 18.

ADMISSõES -

Foi aprovado o iJedido de admissão das seguintes

equipes: Alemanha : Paderborn 4, -

Bélgica : Bruxelas 73, Dottig -

nies 2, Gand 5 e 6, Marienburg 1 -

Brasil : Campinas 8, Curitiba

5, Rio de Jane1ro 3 , Santos 7, São Carlos 4, São Paul o 45, 46, 47, 48, 49 e 50 -

Colombia : Bogotá 2 -

Espanha: Pamplona 3 e 4

-

Congo : Leopoldville 1

Estados Unidos : New York 4

França : Albi 1, Beaune 3, Béthune 1, Brest 6, Dambach la Vi li e 1,

Dijon 5, Dinan 1 c 2, Dôle 1, Ev ry-Petit-Bo u rg 1, Fontenay- auxRoses 1, La Celle-Sai nt-Ciou d 2, Le Havre 7, Lorie nt 3, Lyon 18 VIl

(


e 19, L:ms- Le-Saunier 1, Marseil1e 20, Mactigny 1, Meaux 3, Mefun

5 , Mont-Mes1y 1, Orsay 1, Palaiseau 1 e 2, Paris 85 e 86 ,

Quimper 1, Rueil 2 , Troyes 14, Vernon 3 -

Luxemburgo : Luxem-

burgo 5 -

Portugal : Porto 15 -

Madag ascar : Fianarantsoa 1 -

Sviça: Basilea 2 , Sion 4 .

As equipes brasileiras que se filiaram, foram as seguinte : Camp inas 8 Eq . N. S. Rainha da Paz Assistente : Pe . Roberto P. de Almeida C. Resp . : Lei la e Mario Presente Cu riti ba 5 - Eq . N. S. do Rosário C. Resp. : Laura e Carlos Cunha Rio de J aneiro 3 - Eq. N. S. de Fátima Assistente: Pe . Francisco Leme Lopes C. Respons . : Betisa e João De Biase Sa ntos 7 Eq . N. S. da s Gra ças Assistente: Pe . Waldemar Valle Martins C. Respons .: Maria de Lourdes e Reynaldo Cruz São Carlos 4 - Eq . N. S. Aparecida Assistente: Pe. Mario Chizzotti Filho C. Respons .: Aparecida e Mario Duarte de Souza São Pau lo 4 5 - Eq . N. S. Mãe de Deus Assistente : Pe. Almir Pessoa Cesar C. Respons.; Gilda e Oscar Cezar Leite VIII

. -· -r


São Paulo 46 Eq. N. S. Mater eJ Magistta Assistente: Frei Luiz Maria Sartori C. Respons. : Luci la e Eduardo Monteiro Silva São Paulo 47 - Eq. N. S. da Sagrada Família Assistente : Pe. José de Almeida Prado c.s.c . C. Respons.: Natalia e Joaquim Pacheco Cyrillo São Paulo 48 Eq. N. S. do Concílio Assistente: Dom Engelberto C. Piloto : lsil e Newton Cavalieri Sáo Paulo 49 Eq. N. S. do Siáo Assistente : Pe. Cornelio K-Jrovslay s.c .j . C. Respons. : Luzia e Paulo de Oliveira Sio Paulo 50 Eq. N. S. das GTaças Assi stente: Pe. Geraldo La porte c.s.c. C. Respons. : Maria Tereza e Nel son Canepa

DEUS CHAMOU A SI Marie-Thérêse Sauvage, no dia 13 de janeiro.

Responsável ,

com Henry, pela equipe de La Souterraine (Creuse ) , mãe de 9 filhos, dos quais um ordenado sacerdote em junho último . Henry Valadon, no dia 6 de janeiro, da equipe de Epinay-

sur -Seine.

IX


AINDA OS " DIAS DE E$TUDOS DOS . RESPONSÁVEIS". Na Carta Mensal de ~aio, a fim de não al~ngar demais as notas referentes aós "Dias de Estudos", deixamos de publicar os dados estatístico; apre~entados por Orozimbo Loureiro Costa , ao expõr a Vida do Movimento. E' o que fazemos agora . À,$ EQUIPES DE NOSSA SENHORA , NO BRASIL

E' a segui nte a posição das EqL.ipes no Brasil , em 30 de ma rço de 1963, num quadro comparativo COITI os dados de 30 . 3 . 62 . O Jumento foi de 22 %, o que corresponde quase exatdmente ao au Tlento verif1cado no Movi mento tcdc . Coowém notar que tal acrés cimo se d eve principalmente ao desenvolvimento no Inter io r do f:'stado de São Paulo . Março 62 Março 63 Re g iã o São Paulo

. ........

4 37 8

rtcgião Interior de São Paulo Compromi ssadas ..... . . . . . . . . . Admitidas .. . . . . . . . . . . . . . . . Em fo rma ção

2 51 12

Região Estados Compromissadas .. .... .. .. ... . Admitidas ... .... . . . . . . . . . . . Em formação ..... . ·... . ... ·. . .

11 8

20

Resu mo ........... . Equ1pes compromissadas Eouipes admitidas . . . . . . . . . . . . . . . . . Equipes em formação

99 28

10 125 29

•..... 134

164

Ccmpromissa das Admitidas Em formação ....... •

•••••••

•••••••

o

••••••••••

Totais X

o

49

5 39 6

50

65

3 69 19

91

2 17 4

23

1

7


DESENVOLVIMENTO DAS EQUIPES EM 19.6112'

·· "

.

·

O quadro abaixo ilustra , em ordem decrescente de de senvólvimc nto , a situação das equipes nos vários países do ·mundo, no período de 1 . I O. 1961 a 30. 9. 1 962 .

I Equipes Equipes I 30.9.61 1 admitidas dissolvidas 3 0 .9.62 em 6 I -62 · em 61 -62 J Ita lia u. S. A . ....... Co lombia . ... . . . Austral ia . . . . . . Brasil . . .. . . . .. . Espanha .. . . . .. . llh<J Maurícia Canadá . . . . . . . . França ... . . . . Portugal .... . .. Suiça Marrocos .. . .. . . Vi uvas .. .. .... Alemanha ....... Se negal ...... . . Congo ex-Belga Costa de Marfim .. LIJkemburgo DinamMca Austria Gran- Bretanha ... E. P. C. . . . . o . o . Tunísia Argélia ••

o

o

••

,- - --! I

1

5

I I

.

•••

o

69 62 14 12 693 40 31

••

5 6 22· 3 I 3

..

•••

o

o

o

o

.. ......

I

I I

4 11 11 12

I 1---1 I 1.016 I

I

5 .l 2 26 27 5

I

6 2 I 1 4

18

I

· 33 6

I

I I

7 3

I

I

I I I

202

I I I 11

88 19 16 . 788

46

I

I

3

5 9 1 2 ...

95

4 113

7 1 3

o.

••

I

4

23 3 1 3

7 1 3 1 3

3

7 13

4 2

49

1. 171

8

XI


E ,.OR FALAR EM FINANÇAS .• . Pua que um movimento possa viver e se desenvolver , necessita evidentemente de recursos. As Equipes de Nossa Senhora , mercê de Deus, estão se desenvolvendo e estão vivM. Não podem porisso fugir àquele imperiltivo . . . Ora , os recursos de que dispõem, provêm exclusinmente das contribuisões dos equipistas. Mais do que isto: provêm daquele significativo "diil de trabalho por ano" que. representil i1 oferta, ao Movimento, do esfôrso, das atividades, das lutas de um diil . . . • das suas alegrias também. Pois bem. As contribuisões nrecadas nos quatro primeiros meses dêste ano, somaram pouco mais de CrS 450.000,00. Dei Xilndo de parte os dois primeiros meses, de férias, verifica-se que em marc;o e abril a arrecadasão foi de Cr$ 320.000 ,00, ou seja, i1 médiil de Cr$ 160.000,00 por mês. Se levarmos em conta que temos já 1 50 equipes filiadas, fácil é verificar que a médiil de contribuição de cadil equipe é de Cr$ 1 .000 ,00 por mês ... Acredita~os que os nossos equipistas não têm uma idéia clar;1 das despesas do Movimento. Porisso mesmo, é que lhes apresentilmos a seguir um balancete dos quatro primeiros meses do ano. Por êle poderõo ver que somente com despens da Carta Mens~ , ordenildos ( um funcionário de tempo integral , uma dactilógrafa de meio período, e ajuda de custas a dois equipistas que dão umil parte substancial de seu tempo ao Movimento ), bem como aluguel da secretaria, i1 des pen mensal obrigatória ultrapassa de muito 1 arrecadasão verificada. Dentro de um mês, teremos absorvido o saldo que vem do ano p;1ssado e que é devido à não publicação normal da Cartil Mensal.

Mas bá ainda despe:ns suplementares que ~reo onerar o or~ a ­ mento dêste ilno. Já iniciamos a impressão dos documentos ( Estatutes, Amor e Casamento ) e esperamos gradativamente imprimir os demais. Precisamos lançar as "Cartas Mensais das Equipes Novas'' que , levarão aos equipistas novos, uma formação de base innXII


bstlt'-lívei. Esta Iniciativa obriga~. durante doia anos, da duu cartas mensais por mês ...

(i

publicaç~ó

Vocês são todos testemunhas de que só excecionalmente al.ordamoa êste capítulo da vida das nossas equipes. Se o fnemos é pan colocá-los com toda a franque~n ao par da aituaçõo financeira do Movimento. Fuemos pois um apêlo aos equipistas, nõo no sentido de Sl»licitar uma do~õo especial, mas apenas para que façam também com lealtlade "jogo franco", para a obrigação da contribuição. O que falta, certamente, é apenas o reajuste do cálculo que fol feito há tempos e que não corresponde mais aos dias atuais. Como f.u:er êste cálculo? Há equipistu que vivem exclusivamente de seus vencimentos mensais. Para êstes a operação é fácil. Se êstes contribuem com uma parcera de toda a sua renda , quer-nos parecer que, para os demais, o raciocínio deverá ser idêntico o

••

Releiamos a letra h ) do capítulo das obrigações de cada casal , nos nossos Estatutos: "As Equipes pedem-lhes dar cada ano, a t ítulo de contribuição, o produto de um dia de trabalho, para aasegurar a vida materHII e a expansão do agrupamento ao qual devem, de certo modo, o próprio enriquecimento espiritu•l". o

o

o

E' esta um.- obrigação que precisa ser aceita como u demait, e, como todas, procurando compreender o seu espírito. E' justo que todos nós ;asseguremos a vida material de um movimento ao qual pertencemos e do qual recebemos. E' necestário ajud~r êste movimento a se desenvolver, a se tornar conhecido, a fim qw posw du a outros casalt aquilo que dá a cada um de nóa.

XIII


BALANCI:Tt: ·DOS QUATRO PRIMEIROS MESES ·DE· l 9 6 RECEITA Saldo do ano anterior ... . .. . Co11tribuicões ' recebidas · janeiro 63.588,00 fevereiro 71.475 ,00 março I 20 .861 ,00 abril 196 .114 ,00 Venda de livros ... ... . .... . . Venda de impressos ....... . Coleta etetuada nos Dias de Estudos

c.

DESPESA Carta Mensal de março e abril Impressão de Documentos Ordenados ... .. . ........ . Aluguel ... .. ... . ....... . Despeza com Dia d e Estudos ( refeições ) ....... . ... . Mate rial de escritório ..... . . Correio, tel e fono , condução De ~ pezas bancárias ,. . . . . .... . Despe:ns de viagem .. . .... . Remessa à Editora do "Annca u . d'Or" . . . ...... . ..... . Aquis ição de livros p~ ra r «1 vend~

570.016 .30

.4 52 .038 ,00 57 .600 ,00 38.016 ,00 126 .500 ,00

1 .244 .170,30

121 .380 ,00 185 .000 ,00 267.000 ,00 56 .000,00 150.000 ,00 28 .190.80 34.330 ,40 243 ,00 11 .950 ,00 82 .546,70 102.146 ,20

SALDO EM CAIXA E NOS BANCOS

..

1.038 .78 7, 10 20 5.3 83 ,20

NOTA : As parcelas "Impressão de documentos" e "Livros para reve nda". são recuperáveis, achando-se depos itados na Secreta ri a. Não figuram também ne ste balancete , os móveis e Ute ns :lios ( 2 máquinas de escrever , Mimeográfo, Addressograph , Arquivos , etc . ) , no valor de mais de Cr$ 700 .000 ,00, Xl\.1


CALENDÁRIO

Junho

8-9 11

Julho

Agôs to

Setembro

Em Florianópolis Retiro na Vila Fátima (Morro das Pedras ). Em Sõo Paulo para noivos .

Dia de

Reçol~im en to

5-7

Em Baurú Retiro das Equipes locai s Pregador : Pe . Paulo Koop

26-28 -

Em Campinas Retiro na Chácara Sõo Joaquim Pregador : Cônego Pedro Branco Ribeiro .

16 - 18 --

Em São Paulo - Retiro em Barucri Pregador : Frei Carlos Josap hat de Oli veira. O.P . · '

6-8 -

Em Ca x ias do Sul vaggio.

Re tiro em Cara-

7-8

Encontro de Dirigen tes da Região "Estados", em Florianópolis.

13 - 15 -

Em São Paulo Re tiro em Barueri Pregado r : Pe . Eugênio Ch3rbonneau

c.s.c. 21 -22 -

Encontro de Dirigentes da Regiõo "Soo Paulo", em São Paulo XV


Outubro

28-29

tncontro de Dirigentés da Reg ião " In terior" .

18 - 2 0

Em São Paulo - Retiro em Barueri Pregador : Cônego Luci o Floro Graziot i.

2 5-27 -- Em Campinas - Retiro na Chácara São Joaquim Pregador : Pe. Esta n b lau Oliveira Lima. 31 Novembro

3

Novembro

1- 3 14 - 17

15 22-24 Dezembro

.<VI

8

Em São Paulo -

Retiro de 3 dias em

Valinhos Pregador : Mons. Benedito Ulhôa Vieira . Em Florianópolis - Retiro na Vila Fá ti ma (Morro das Pedras ) . Em São Paulo Retiro de 3 dias em Valinhos, pela equipe de sacerdotes do Mundo Melhor. Em Campinas pes do Setor. Em São Paulo -

Peregrinação das Eq ui Retiro em Barueri .

Em Jahu Dia de. Recolhimento, no Colégio São Norbertó .


Como diante désse ideal nos sentimos fracos, então recorremos ao ttuxílio mútuo entre casais; é mesmo, em certo seRtido, a razão de ser do Movimento, donde as últimas frases dessa primeira parte dos Estatutos. 5-

Razão de ser da vida de Equi pe (parágrafos 14 a 16)

"Porque conhecem a própria fraqueza e os limites de suas fôrças, como também da boa vontade que os anima, porque a experiência de todos os dias prova-lhes o quanto é difícil viver como cristão num mundo pagão, e porque depositam uma fé indefectível no poder do auxílio mútuo fraternal, trecidiram ur.ir-se em equipe ".

IV -

CONCLUSAO

Dizia-lhes que o melhor antídoto contra o perigo do contentamento de si mesmo, é para nós essa primeira parte dos Estatutos quê põe diante dos olhos a finalidade a alcançar. Penso que estão convencidos depois dessa anáEse que fiz. E no entanto não lhes escondo minha preocupação . .Ela volta a mim de um modo lancinante sob a forma que eu lhe dava no começo: nossas equipes irão formar verdadeiros cristãos ou produzir fariseus? O perigo é permanente. Porque sempre se corre o risco de perder de vista a primeira parte dos Estatutos para não ver senão as obrigações. Há um celebre exemplo na história relig:osa da humam·dade. Um século antes da nossa era, assustados com a tnfluência helênica c com as infiltrações do paganismo grego que ameaçava a pureza das instituições de Israel e das cons13


c1encias judias, os israelitas profundamente religiosos, fundaram um movimento de espiritual{dade. Eram os herdeiros dos grandes profetas. Como êle~. recusavam pactuar com os pagãos e não hesitavam em enfrentar o martirio. Multiplicaram as obrigações a fim de apoiar sua vida religiosa, de encontrar nela meios para chegar a uma religião mais perfeita, esperavam com fervor a chegada do Messias. E quando Cristo chegou, foram êles os mais impermeáveis à sua palavra, tornando-se seus piores inimigos. Foi para êles que Cristo reservou as mais terríveis apóstrofes: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas que vos assemelhais a sepulc!·os caiados por fora e no interior cheios de ossos e de lixo". Qual a explicação dêsse trágico fracasso? :.;: que se esqueceram da mística, não conservando de sua Regra senão as obrigações. E cumprem essas obrigações, e estão contentes consigo mesmos, e consideram-se justos e nao têm nenhuma necessidade de um Salvador. Quando este se apresenta, crucificam-no. Essa trágica história pode tornar-se a história de qualquer movimento de esipiritualidade: se a nossa regra, se nossos Estatutos não conseguem fazer-nos adquirir uma consciência aguda de que somos pecadores, incapazes de nos salvarmos a nós mesmos, correm o grave risco de fazer de nós fariseus, sêres a quem Cristo amaldiçoou. Ofereço-lhes um teste infalível para verificar se o mal do farasaismo já os contaminou. Depois de alguns anos de equipe, têm os casais, mais do que quando entraram no Movimento, o sentimento de que são pecadores, vulneráveis, ameaçados? Sentem mêdo? Deses14


peram de si mesmos? E voltam-se para Cristo Salvador com uma esperança maior do que era antes? O único meio para suas ·equipes, 0 único meio para cada um dos casais de escapar a êsse perigo, consiste em confrontar frequentem ente a própria vida com a primeira parte dos Estatutos, confrontá-los com as dezesseis proposições da primeira parte dos Estatutos. Então se tornarão vivamente conscientes da distâ ncia que os separa da p 2rteição; então. não poderão deixar de r-e novar a vontade de chegar a essa perfeição; então c:mtarão com a graça de Cristo e não com ~us próprios recursos. Que a Virgem Maria, a quem tôdas as noites rezamos jur<tos, obtenha para todos os equipistas a graça das graças: a de serem humildes, ou, em termos mais bíblicos, de terem •·almas de pobres". "Felizes os que têm alma de pobre, pois dêles é o Reino dos Céus".

'

15


REUNIOES DE FÉRIAS Mês de junho. . . Poro os filhos, a preocupação dos provas do primeiro semestre, amenizado pelo perspetivo dos férias Poro os pois sem possibilidades para "verane ios", o~ planos para ocupar agradavelmente os lozeres dos filhos . Aqueles que irão poro o praia ou paro o fazendo, ontegozomo o s expansões dos crianças ~eder.1o s de so l e de espa ço. (Le mbraram-se êstes últimos de levar consigo outros crianças, filho s de equipistos ou não, men os favorec idos?) E nós, equipistas, ~como vam os passar o s féria s? Todos os anos, após êste período de "relaxamento" dos nervos e de armazenamento de novas energias, chegam-nos, esparsos, testemunhos de iniciativas por vêzes interessantes. Ma is e mais numerosos são os ca sais de equipe que procuram durante as féria s encontrar-se com ou tros. De alguns, recebemos testemunhos de rP.u-

niões realizados, sa lientando o interêsse despertado:

trocas de

idéias fraterna s, sinceridad e de espírito e de cora ção, ajuda poro

o prático do s ob rigações durante os fé ria s. Sentimo-nos felize s em destacar êste último ponto que é uma de nossos preocupações.

"Em férias na cidade de X , pensámos agir bem pedindo ao vigário que anunciasse , no púlpito, uma reunião que se realiza ria na tarde do dia 16, para os casais das Equipes em férias na nossa paróquia . Até os últimos momentos ignorávamos quantos casais veríamos chegar. Vieram 7 casais e um padre: uma verdadeira equipe! O padre era irmão de um Assistente e os casais vinham de c idades diversas. A reunião foi muito cordial e expansiva. Verdadeira reunião de equipe. Dirigimos a troca de idéias sôbre as obrigações dos Estatutos. Oração familiar Os problemas que ela apresentava aos diferentes casais, conforme as idades das crianças, foram objeto de debates. O padre aconselha-nos a rezar os sa lmos com os filhos , pois é freqüente que saibam apreciá-los. 16

I


Dever de sentar-se Parece difícil a muitos. Alguns sugerem considerar o conjunto das regras de vida desde o comêço do D.S., como entrada no assunto. Regra de vida Verificou-se a necessidade de rever esta obrigação que não significa necessàriamente que se faça t odos os meses um esfôrço sôbre um novo ponto. Idéia muito mais larga. Tema de estudos Boa vontade, mas freqüentemente prepara-se muito pouco e muito tarde ... C01-participação Parece difícil a todos. Certas equipes reservam-lhe uma reunião inteira de tempos a tempos. Um outro casal sugere que se faça a apresentação das intenções logo após a Bençõo dos alimentos, o que ajudaria a abertura inicial das almas para a co-participação . Em seguida foram lembradas as atividades dos diversos casais. As equipes antigas, cujos membros tomam parte em várias iniciativas, sentem não ter tempo suficiente para a sua vida de equipistas. Parece mesmo que algumas destas equipes têm dificuldade em encontrar um Casal Responsável. A hora se fazia tardia. Pedimos ao sacerdote que nos disses · se alguma cousa antes de terminar a reunião . tle levantou, part; .. cularmente, o angustiante problema das vocações que são, muitas vêzes, sufocadas pelos pais. Mesmo quando cristãos convictos e praticantes, consideram entretanto as vocações apenas do ponto de vista humano. tle é diretor de um grande seminário e colocou esta questão sob o amparo de Nossa Senhora. Seguiu-se a oração das Equipes e depois foi-nos dada a bençõo pelo sacerdote. A reunião terminou com um simples café e biscoitos, pois não tínhamos podido realizar a refeição em comum. Depois desta reunião e até a dispersão das férias, tornamos a nos ver em pequenos grupos, encontros ocasionais e visitas, sempre muito cordiais".

"Enriquecidos pela experiência do ano passado, e

convencido~ 17


do valor das reun10es de férias, ac hamos de nosso dever dar-lhes alguns esclarecimentos, t endo em vista aqueles c;ue poderiam tarr.bém organizá-las. Desta vez, pensando o quanto seria simpático reunirmo-nos com outros casa is, independente do contato entre equipistas de Nossa Senhora, fizemos um apêlo aos diferentes movimentos de casais que se encontram em X. ~te apêlo foi transmitido, a nosso pedido, pelo Vigário, em todas as missas do domingo (não apenas um aviso à porta da igreja ). Propusemos reunirem-se um dia da semana, à tarde, num jardim anexo à igreja. O contato com nosso Vigário foi extremamente cordial e as explicações qu e lhe demos sôbre as Equipes de Nossa Senhora, interessaram-no muito. Reunimo-nos pois, uma primeira vez, 17 casais, dos quais 8 de equipe . Depois uma breve apresentação tivemos uma troca de idéias sôbre nossos diferentes movimentos e fizemos uma oração em comum. Tivemos a sorte de ter conosco um Assistente de equipe, também em férias. Antes de nos separarmos, combinamos - os casais das Equipes fazer nova reunião na tarde da semana seguinte, para a qual foi convidado o Assistente . Teríamos gostado que se realizasse em uma casa de família, mas como nenhuma fosse suficientemente grande, reunimo-nos na sa la paroquia l, tendo cada um tra zido sanduíches e fruta s. A reunião desenrolou-se normalmente. Durante a refeição, apresentamo-nos uns aos outros. Na oração, fizemos a coleta das intenç ões, a meditação sôbre um texto escolh1do pelo padre, seguida de instantes de reflexão, em silêncio. Reencontramos , certamente, aquela união profunda entre casais de equipes diferentes, conforme já havíamos feito a experiência nos Dias de Estudos dos Responsáveis. A partilha foi fleita sôbre a maneira como cumpríamos as obrigações durante as férias. Interrogamo-nos longamente sôbre 2s circ unstâncias que prejudicavam sua boa observância: coabitação com toda a família, perturbação do horário diário, repouso do corpo. . . querendo lev ::~ r a alma na sua negligência. Esta partilha ajudou - nos muito a esclarecer qual a parte que dávamos 18


à nossa vida esperitual durante as férias e a encarar os melhoramentes necessários. A troca de idéias foi encaminhada para os nossos compromissos apostólicos. Todos foram francos e, muito simplesmente, cada um contou suas atividades, dificuldades e êxitos. Esta troca de idéias foi muito enriquecedora, pois cada um de nós poude ver os vários campos de atividades apostólicas em que os casais se podem empenhar. Para termi nar cantamos a "Salve Regina". O Vigário da paróquia , co nvidado, ficou entusiasmado com a nossa reunião e abriu - se conosco sô bre as suas impressões: es .. panto e alegria por ver casais jantarem, discutirem e rezarem juntos, quando poucas horas antes ainda não se conheciam . Ficou impressionado pelo ambiente de simplicidade, pela maneira se:n cerimônia de partilhar pão e preocupações. Recomendou às nossas orações um desejo seu : ver formar - se uma equipe de Nossa Sen hora em sua paróquia . Para terminar, fazemo-nos os inté rpretes de todos os participantes, para dizer mais uma vez os beneficios destas ~euniões de férias : descoberta ou tomada de consciência de que o Movimento não se limita à nossa equipe , mas estende-se bem além (a dive rsidade dos meios representados nestas reuniões impressionou e alegrou a todos nós) ; alegria de se encontrar com out ros membros do Movimento, durante o longo período em que perdemos um pouco o contato com nossa própria equipe; rapidez e faci lidade com que foi iniciada a troca de idéias; ajuda indiscutível para o cumprimento das obrigações durante as férias. Alguns conselho~: um ou dois casais devem tomar a direção da reunião (oração, partilha, troca de idéias) e também da preparação material, pois um mínimo de organização é indispensável e nada se improvisa".

19


O PLANO DE EMEROt.NCIA DA C.N.B.B. E AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA

E' sobremodo interessante a leitura atenciosa do Plano de Emergência para a Igreja do Brasil, preparado pela C.N.B.B. (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cujo riquíssimo conteúdo de doutrina tem , para os Membros das Equipes de Nossa Senhora, mais um motivo sobressalente para ser apreciado. A "Mística" da s Equipes de Nossa Senhora está no cérne do Plano de Emergência; tudo ali está implicitamente a nos dizer que estamos no caminho certo. Tendo sempre em mente a "mística " e a "regra" das Equi pes de Nossa Senhora ao lermos os quatro grandes capítulos da parte pastoral do referido Plano, vamos logo redescobrindo em suas páginas as raz ões do nosso ideal de realizarmos as nossa s Equipes como autênticas "esco las de vida Cristã", numa vivência cada dia mais rejuvenecida do espírito ecumênico e apostólico da Igreja que Cristo nos legou . Em nosso esforço diuturno de fazermos de cada Equipe uma pequenina "ecclesia", concentração da grande Igreja Una e Católica, implantada nessa mesma Igreja universal, como não havere mos de sentir um acrescimo de entusiasmo e de maior ardôr apostólico, dentro do nosso Movimento, ao lermos êste trecho introdutó rio do capítulo relativo a " Renovação do Ministério Sacerdotal'? ... "Defrontamo-nos com o desafio de uma nova civilização que se constrói carregada de valores positivos e reai> conquistas do progresso humano, mas joeirada também de sementes de destruição e de morte. 20


"Ã Igreja cabe, por missão divina, impregná-la do fermento evangélico; converter e conduzir ao destino sobrenatural os homens engajados na sua construção. "Instituição divina , embora encarnada, a Igreja não necessita de adaptações comprometedoras, nem auxílios exteriores, mas possui em si mesma, na fidelidade absoluta à sua própria natureza, as energias necessárias ao desempenho cabal de sua missão. E' como o pai de família que tira do seu tesouro coisas velhas e novas. (Mt. XIII, 52) "Quando falarmos, pois, em renovação pastoral, entendemos, em primeiro lugar e acima de tudo, um mergulho da Igreja em si mesma, para haurir de suas fontes divinas e perenes as águas vivas capazes de animar o mundo de hoje e inseri-lo no plano eterno de salvação." (Conf. "Cadernos", n . 1 da CNBB, pág. 26)

Muitos outros trechos, igualmente expressivos neste particular, poderiam se r citados se não nos obstassem as limitações deste trabalho que visa tão somente renovar um apêlo a todos os Equipistas do Brasil para que tomem conhecimento, em profundidade, do Plano de Emergência e , pressurosos, atendam ao mais leve aceno dos seus Párocos, no sentido de uma colaboração efetiva para a concretização deste plano. Contudo, achamos bem oportuno sublinhar desde logo ma is alguns parágrafos daquele importante documento, devido à íntima correlação que existe entre éstas citações e outros tantos pon · tos bem marcantes da nossa Carta Básica, os Estatutos das Equipes de Nossa Senhora. No capítulo referente à Renovação Paroquial, ás páginas 16, lemos o seguinte, entre os vários "princípios" ali mencionados: "A diocese é a unidade fundamental de ação pastoral e não uma reunião de paroquias. A paroquia é uma parte, ou melhor, uma célula viva, orgânica, da diocese ... "A paróquia não é uma simples organização administrativa ou extensão territorial, mas uma célula orgânica da Igreja, parte viva do Corpo Místico de Cristo" . Partindo dêstes princípios, o Plano de Emergência aponta como objetivos básicos a atingir o fazer de cada paróquio uma "co21


m u nida de de fé", uma "comunidade de culto" e uma "comunidad e d e caridade"; triplice escôpo que nos lembra nitidamente os três aspectos integ rantes do aux íl io mútuo frate rnal nas Equipes d e Nossa Senhora: Um esfôrço para mel ho r conhecer a Deus (est udo em comum); para mais intensamente O amar (oração comunitária) e para serví-LO efetivamente ( adjutários prestados ;;o próximo). "Uma Comunidade de Fé: O primeiro objetivo será, pois, fazer com que todos que habitam na paróquia rece ba m o a nu ncio da mensagem e sejam por ela atingidos ; que possam realizar êste encontro com Cristo, em um ato de adesão total, pessoal e comunitário; que formem pouco a pouco uma comunidade ou comunidades da~. quais Cristo seja o centro e a vida". "U ma Comunidade de Culto: ·_ Precisamos urgir a aplicação concreta da s últimas orientações pontifi:ias, visa ndo a dar ao povo uma parte ativa, vital e comunitária , no culto. E' imprescindível qu~ os fiéis sejdm levados a uma participação e vivência mais profunda de todos os sacramentos, principalmente do Batismo". E' necessário que "Uma Comu nidade de Caridade: cada membro da comunidade procure ser verdadeiramente irmão do outro, por êle se sinta responsável, empenhado a resolver seus prcblemas e ajudá-lo na sua realização como pessoa humana e como filho de Deus. E' preciso levar a paróquia a entrar em um clima em que cada cristão seja (evade a ser apóstolo, militante, assumindo a responsabilidade de evangelizar e transformar, pelo espírito do Evangelho, todos os seus ambientes de vida e as pessoas que nêle vivem". lpág. 18 e 19) Sabemos que dois grandes "perigos" rondam , traiçoeiramente, o progresso das Equipes de Nossa Senhora. O "isolamento", result ante da fa lta de abertura para os outros, ou do esquecimento do não apenas dever de acolhimento; depois, o "envelhecimento" em consequência elo primeiro êrro mas, sobretudo, pelo con ~ tentamento de si mesmo que leva u ma equipe a instalar-se, para ndo em meio à cami nhada! ... 22


Também o Plano de Emergência procura prevenir semelhantes "riscos" ao preconizar o aux ílio mútuo entre as paróquias e, por todos os meios, insistindo no espírito de re novaçã o : "As paróquias que já tiverem experiência aju dariam aquelas que desejassem começar o plano de renovação. ~­ te intercambio ofereceria as seguintes vantagens: Criaria uma mentalidade supra-paroqu ial que vivifica a ação; colocaria a paróquia em esta do de missão; reuniria o clero em volta de um objetivo comum, levando- o a uma vi da e m equipe, de circulação na caridade; congregaria todas as fórças em torno do Bispo, Pai e Chefe da grande fa mília diocesana; conduziria os sacerdotes a uma séria renovação espiritual" ( pág. 25 - grifes nossos) Mais adiante, sempre naquela mesma ordem de idéias que condicionam a "Pastoral de Conjunto" a urr> crescente espí ri to de abertura e acolhim e nto recíprocos, o Plano da C.N.B. B. assi m conclue a enumeração dos "reqL. ísitos básicos" para uma renovação do Ministério Sacerdotal: "Procure-se fazer da diocese uma unidade de ação pastoral não apenas no mistério invisível da Igreja pa rticular, f"T'as uma unidade visive lm ente ex pressa num aproveitamento e dinamização de todas as forças, em uma ação planejada, organizada, coordenada e conti nuada da pastoral diocesa na articulada à província ,á região" (pág. 30 -grifes nossos) Finalmente, vamos encerrar esta tentativa de con fronto, entre a "mística" das Equipes de Nossa Senhora e o "espírito" q ue norte ia o Plano de Eme rgência, fazendo uma última c itação qu e, seg uramente, nos reportará ao sentido da troca de idéias sôbre o tema de estudo, conforme o esq uema habitual de nossas Re uniões Mensais. Tanto na parte que trata da Renovação Paroquial (pág. 25) como naquela reservada à Renovação do Mi n istério Sace rdotal ( pág. 33) o Plano de Emergência faz menção explícita a " Re uniões Mensais do Clero", em que se prevêm momentos de medi23


tação , estudo, rev•sao e planejamento . . . "um oasis no isolame nto sacerdota l" . Nas pági nas destinadas à Introdução a uma Pastora l de Conjunto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acrescenta esta conclusão: "O princ1p10 de autoridade que, antigamente, ex1g1a a distância e a torre de marfim, funciona hoje realmente no debate franco dos problemas comuns" . ............ . "Há diálogos que não destroem o princípio de autoridade e hierarquia; como há diálogos que trazem um nivelamento prejudicial à Igreja . "Conservemos aqueles; evitemos os últimos". Estamos, graças a Deus, no caminho certo . Num decidido passo à frente, é preciso agora que todos nos inteiremos do Plano traçado pelos nossos Bispos e nele nos e ngaj emos como autênticos soldados de Cristo! Aprendamos de tão magnífica lição de otimismo.

ORAÇ ÃO PARA A REUNIÃO DE JUNHO

Ver na Carta Mensal de Maio, textos para a Meditação e O ração Litú rg ica

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ORAÇÃO PARA A REUNIÃO DE JULHO Cristo é Aquele por quem nos vem o Espírito. Meditação -

Texto para a oração pessoal J o. 14, 15-17

Se me amais, guardareis meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Advogado, que estará convosco para sempre , o Esp!rito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque Ele permanece convosco e está em vós. Oração litúrgica Acolhamos a Palavra de Deus

(Atos 8, 14-17)

"Os apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaramlhes Pedro e João. !stes, assim que chegaram , fizeram oração pelos novos fiéis , a fim de receberem o Espírito Santo, visto que não havia descido ainda sôbre nenhum dêles , mas tinham sido somente batizados em nome do Senhor Jesus. En tão , Pedro e João lhes impunham as mãos e recebiam o Espirito Santo". Oremos (Oração da Missa do Sábado das Têm poras de Pe ntecostes) Que o Esp:rito Santo nos inflame, Senhor, naquele fogo que Jesus Cristo veio traxer à terra e vivamente deseja que se incendeie. Nós vô-lo pedimos, Pai, por Jesus Cristo vosso Filho, que convosco vive e reina , na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.


CENTRO DIRETOR . Secr. Geral . 20, Rue des Apennins . PARIS X BRASI!- . Secretariado . Rua Paraguaçú, 258 . SÃO PAULO 1 O


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