ENS - Carta Mensal 1964-10 - Outubro

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EQUIPES

N. 5

Editorial Corpos de guerrilheiros Para a sua biblioteca Espiritualidade do lar A discussão do tema na reunião Uma obrigação dos Estatutos A oração em família Setores e Regiões Diálogo Oração para a próxima reunião

foui.


Pub licação mensal dos Equipes de Nosso Senhora Cosol Responsável: Suzono e Alvaro Molheiras Redação e expediçl5o: Rua Paraguacú, 258 São Paulo 1O SP

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Com aprovação eclésióstlca


EDITORIAL

CORPOS DE GUERRILHEIROS Há poucos meses, um ~re meu amigo, comunicava-me, cem toda a simplicidade • franqueza, as su.u objeções contra " Equtpn de Nossa Senhora. "Por que não deixam às equipes toda a iniciativa? Por que lhes impôr temas de estudo, discip>lina, métodos?" Discutimos longamente sôbre o assunto. E por fim ... oada um ficou no seu próprio ponto de vista. Zero a zero. Depeis a nossa conversa tomou outros rumos. Revelou-me que acabava de entrar para uma família ncerdotal. Abro um puêntesis, pois ignoram sem dúvida o que ~uer dizer a "família sacerdotal". Pad1es diocesanos que ficam nos seus postos de párocos, vigários, capelães . . . que estão à disp05i~ão de seu bispo, como todos os seus confrades, unem-se num agrupamento que se chama família sacerdotal, para ai encontrarem o apoio espiritual de que têm necessidade. Não vivem juntos, mas estão ligados por um ideal comum de santidade sacerdotal, por uma mesma regra de vida, por uma amizade fraterna. Alguns ingressam nela logo que deixam o semJnOfiO. Mais numerosos são aqueles que pensam nisso, passados alguns anos de ministério · Tendo feite a dura exp>eriênoia da solidão e da liberdade, tendo sentido a sua fraqueza, tendo visto à sua volta confrades que se instalam na mediocridade, descobrem como é importante não estar sós, para travar o combate pela santidade sacerdotal. Aspiram a uma disciplina; desejam um controle fraterno; compreendem a segurança de uma união feita de solidariedade. t neue momento que estão prontos a entrar p>ara uma família sacerdotal. Mas a lei da solidariedade não é ap>enas ser ajudado; é também

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sustentar os outros. É êste duplo fim que o padre procura quando se liga a uma família sacerdotal. Fecho o parêntesis e volto ao meu interlocutor. Sem dar por isso, acabava êle de me dar o melhor argumento para justificar as Equipes de Nossa Senhora. "As nossas equipes, fiz-lhe notar, são de certa maneira, para os casais, o que a família sacer,;lotal é piara o padre. 12uando um casal, desejando viver integralmente o seu cristianismo, sofre com a sua solidão, observa que as boas resoluções ficam, a maior parte das vezes, sem continuidade e sem efeito; quando teme, como tantas outros, deixar-se envolver pela rotina, pelo materialismo, pela sensualidade, então volta-se para as Equipes de Nessa Senhora; está em condições de compreender a sua razão de ser e de tirar proveito das suas exigências". Queixar-se-à da sua disciplina? mas é dela que tem maior necessidade. Um enquadramento, uma regra, uma entreajuda e um controle fraterno, é o que lhe fazia falta, é o que procurava , e o que encontra nas Equipes. Descobre nelas também o que não e a menor alegria a maneira de dar apoio a casais que, tal como ~e, Jllrocuram na amizade cristã, a força para caminhar com decisão para a perfeição cristã. Quis voltar a estas noções fundamentais. Pois é importante que estejamos l)'erfeitamente de acôrdo acêrca do que pensamos, queremos e procuramos atingir .Ainda com mais convicção que no dia em que o escrevia pela primeira vez, penso que "as Equipes de N'ossa Senhora não devem ser refúgios para adultos bem intencionados, mas sim, corl)'os de guerrilheiros compostos unicamente de voluntários", cujos membros procuram com todo o afinco, aprofundar o seu cristianismo, a fim de o viverem sem restrições , na família, na profissão, na sociedZJde.

HENRI CAFFAREL

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PARA A SUA BIBLIOTECA Monjardet, Perrin, Dehau, C.nré

ESPIRITUALIDADE DO LA.R Ed. Flamboyar.t

Este volume reune quatro opúsculos preciosos que, embora inC.ependentes uns dOIS outros, constituem verdadeiras balizas a nortear o caminho daqueles que procuram fazer do casamento o que êle realmente é: uma fonte de graças, para um cristianismo autêntico. o primeiro opúsculo - PAZ A ESTA CASA - foi escrito por uma dona de casa, por uma mãe de família. R. P. Monjardet fala com singeleza de sua própria experiência cotidiana, transmitindo o que ela própria sente: a sublimidade das realidades que a vida do lar oferece diàriamente a quem sabe olhá-la com o coração e com a alma, e, como fazer do lar, uma morada de paz. PERFEIÇÃO CRISTÃ E VIDA CONJUGAL é o segundo opúsculo. O seu Autor, o Pe. Perrin, propõe-se ajudar aqueles que são chamadô.S ao estado matrimonial, a compreenderem as grandezas e responsabilidades que nele devem viver. Desde as nupcias de Caná, para a qual Jesus e Maria foram convidados, contam-se aos milhares os casais que desejam sinceramente, que Cristo se estabeleça em seu lar. :1!: para estes que se àestina em particular esta leitura. O Pe. Dehau, em FAMíLIA e SAGRADA FAMíLIA, apresenta-nos o lar de Nazaré como o "lugar" onde floresceram e se expandiram todas as virtualidad&s da familia cristã. José exerceu ali a sua autoridade de pai e o próprio Evangelho nos diz que Jesus lhe era submisso. Maria exerceu também ali ::~. sua nobre função de espôsa e mãe. E o filho de Deus, ali se tornou homem adulto, preparando a grande mis-3-


são redentora a que viera. A partir destes pontos de referên. ela, o Autor nos aponta as diretrizes que o lar cristão deve adotar, para cumprir a sua elevada missão. Finalmente, encerra o livra, o conhecido trabalho do Pe. Carré. - COMPANHEIROS DE ETERNIDADE - Na apre· sentação que nos faz, tem o A. as seguintes palavras que cons· tituem o roteiro do opúsculo: "Revelar aos batizados o mistério de sua vocação é uma missão sacerdotal. O sacerdote é a único que aos conselho-s morais dos pais, educadores ou amigos, vem acrescentar o anúncio maravilhoso de que o sacramento do matrimônio não só propõe um ideal elevado, do exterior, mas também comunica ao frá;gil coração humano uma graça extraardináriamente forte e fecunda. Finalmente, êle quer revelar aos jovens cristãos de hoje que também êles podem pronunciar a grande palavra de São João: "Nós cremos no amor", quando consideram o vinculo que os une em Deus -porque não há mais da que um único amor".

LEITURA E eis que esta comunidade cristã, o casal, (fora· dos empreendimentos p•articulares de cada um de seus membros, segundo a sua orientação pessoal) se revela como maravilhosamente constituída para um apostolado novo, um apostolado extraordinàriamente adaptável. Costaria que esse lar se abrisse tão generosamente quanto possível às almas, a todas as almas de boa vontade. Os solteiros deprimidos viriam respirar nele uma atmosfera- reconfortante e feliz, recuperar umôll saúde espiritual, passar algumas horas, alguns dias de retiro, numa comunidade verdadeiramente humana e verdadeiramente cristã. Os jovens viriam aí aprender a rezar, a meditar. Seriam testemunhas de um grande amor, veriõlm o que é urn-a verdadeira família cristã. Os descrentes, na medida dõi sua

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abertura espiritual. viriam falar dos grandes problemas clã vida outros ouviriam boa música, outros buscariam livros; outros, simplesmente, gozariam um pouco dessa alegria que se encontra à volta de uma mesa de família em que pais e filhosr se amam na verd21:feira caridade, Assim, únicamente pela sua vida espontânea , um tal lar daria a cada alma a dose de alimento de que ela necessita, e dá-la-ia com mnavilhosa facilidade, sem que se sentisse • sermão, a conferência, o desejo de "conquõstar" ... É claro que um lar assim não se reallu num sá dia. É preciso sofrer e privar-se, suportar os fracassos e , pacientemente, come~ar de novo. Mas quando imaginamos um tal ideal e nos esforçamos por atingi-lo, já não há problema de mediocridade nem de emburguesamento. O casamento apresenta-se então come um pl'ogresso indefinido: é uma obra que produz sem cessar noves frutos. O lar torna-se verdadeiramente, p·ara os que nele vivem ou para os que o frequentam, uma casa de Deus.

ESTE SACRAMENTO

t GRANDE I CHRISTIAN

a ·discussão do tema na reunião Na Carta Mensal n .0 2, falámos da preparação do tema de estudo, pelo casal. Isto não n os impedirá de voltar ao assunto, para r el'ponder a algumas perguntas feitas. Mas hoje é da discussão do tema na reunião que lhes queremos falar sem querer ser exaustivos - mas abordando: os objetivos o espírito em que deve desenrolar-se a sua preparação como conduzi-la bem

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OS OBJETIVOS -

Responder às perguntas de uns e de outros Conhc;;cer melhor, juntos, o pensamento de Deus - Ajudarem-se mutuamente a integrar êste pensamento na própria vida Responder às perguntas . . . O estudo pessoal do tema foi acrescido pelo estudo do casal. lt muito raro que um casal

saiba, só por sf, resolver os problemas que se lhe apresentam, acerca do assunto estudado; que não tenha o desejo de aprofundar os conhecimentos doutrinários. Procura-se, na equipe, em conjunto, resposta para as indagações de todos; há troca de conhecimentos e ajuda mútua. A presença e a participação do assistente contribuem para que essa resposta seja iluminada pelas luzes da doutrina e da tradição da Igreja, pela experiência do sacerdote que é um educador de almas. conhecer melhor, ;untos Os conhecimentos dos outros ampliam os nossos próprios conhecimentos; mas também, juntos, abrimo-nos para novos enriquecimentos. Isto tem grande importância porque nos ajuda a conhecermo-nos melhor uns aos outros e a fazer da equipe o "triunfo àe caridade" que procuramos realizar. Não esqueçamos que a irradiação e a fecundidade da nossa equipe serão aquilo que fôr a caridade na equipe. Integrar na vida - Porque nos conhecemos melhor, porque resolvemos juntos as dificuldades de uns e dos outras, estamos muito mais preparados para praticar o auxílio mútuo. Tendo apreendido as linhas gerais do pensamento de Deus, conhecendo melhor os ensinamentos da Igreja, resta a cada um descobrir os pontos de aplicação (vejam a 4.a pergunta doa temas: "O que vai ser modificado na minha maneira de pensar, na minha maneira de agir?"). Cada um há-de descobrir, sim, mas talvez com a ajuda dos outros. Cada l!m deve viver melhor, mas seguramente com a ajuda dos outros. ll: necessário lembrar que e·s ta ajuda deve ser discreta, ditada pela verdadeira caridade que exclui toda intransigência e toda severidade. -6-


O ESPíRITO A procura do pensamento de Deus, torna-nos multo humildes. Na discussão do tema, não se trata de fazer uma exposição brilhante nem de esmagar o adversário. Leiam a seguir, algumas caricaturas: são feitas pelo COnego Caffarel, num antigo editorial intitulada: "O inimigo público n. 0 1 ". Vejamos se alguma delas não nos diz respeito ... Procurando caracterizar determinados tipos de interlocutor, escreve: "Serão as intervenções deste, alguma coisa mais do que a exposição complacente dos seus próprios pontos de vil'ta? Espera a admiração, a homenagem da assembléia. A menos que se trate de uma dessas pessoas que se contentam com a admiração que têm por si próprias. Reparem naquele outro - a maior parte das vezes uma mulher - que, com a cadeira ligeiramente recuada, permanece s!lcncioso. Não se apressem em o considerar mais humilde que o anterior. Também êle aprecia as suas opiniões pessoais. Se permanece calado, é talvez simplesmente porque o seu monólogo com elas o satisfaz. . . a menos que considere ou outros indignos de suas confidências, incapazes de o com!)reender. Para estar acima dos outros - refiro-me aqui à superioridade int~lectual - só há dois caminhos: ou crescer no próprio valor, ou diminuir o dos outros. Esta última maneira de agir é incontestAvelmente mais fácil e menos fatigante. E é realmente esta a razão porque são tão numerosos aqueles que passam a vida a criticar - deveria dizer: a denegrir. Quando encontramos um desse gênero, podemos ter a certeza de que é portador de bacilos, quero dizer, que é habitado pelo orgulho. Um paJ.Iente próximo do anterior, é o eterno "espírita de contradição". Parece - e não é apenas aparência - sentir-se mal se outro vem a ter razão. Podemos nos enganar e julgar à primeira vista que se trata de um espírito penetrante que recusa as soluções simplistas, que tem um sentido agudo da ambiguidade intrínseca de todas as coisas. Observem mais atentamente: a sua atitude revela mais amor próprio que in-

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teligência. Se tiver de tratar, já nâo com iguais, mas cóm utrtà autoridade, então, sistemàticamente, adere ao partido da oposição. Cria-o, caso não exista, mesmo que tenha de ser o seu único membra. A bem dizer, o orgulhoso, muitas vezes não critica, não coní.radiz nem se opõe. Nem mesmo escuta o seu interlocutor. Sem dúvida que o deixa exprimir-se, mas para ter por sua vez o direito de falar. Ah, saber escutar, é uma grande arte. Mais do que uma arte é uma virtude rara, mas incompatível cam o orgulho. Eu disse: êle não escuta. Contudo, sabe perfeitamente quando o outro acabou de falar e que a ocasião é propicia para tomar a palavra. lt certo que, muitas vezes, nem mesmo espera que se tenha terminado para intervir. Que não se pense em fazer de "seus filhos" - quero dizer, de suas idéias pessoais : - cama a leoa em defesa de sua progenitura, não tardará a rugir ... Sob estas formas variadas, o orgulho se esconde. Muito particularmente esta forma de orgulho, veneno das relações humanas, que é o apêgo às opiniões próprias, às idéias pessoais. Po1· certo, na equipe, estamos de sobreaviso. Mas não se pode afrouxar a vigilância. Se êste pernicioso orgulho conseguir insinuar-se entre nós, depressa comprometerá esse "triunfo da caridade fraterna" que é o nosso grande objetivo. A melhor profilaxia será, ao sair de cada reunião, fazer um exame de consciência leal sôbre este ponto. E por que não o haveriam de fazer ambos, marido e mulher, ao voltar para casa? " A SUA PREPARAÇÃO o casal que deve orientar a troca de idéias varia a cadiii reunião. Muitas equipes preferem que seja o casal que, nessa noite, recebe a equipe em sua casa. Outras, pelo contrário, acham que o casal que recebe já. tem muito que fazer com a preparação material. Não há, nesse ponto, nenhuma regra ou orientação a dar. -8-


O chamado "casal animador" vai, pois, receber toda~> as respostRs escritas e estudá-las, p'<lra identificar as que&tõe!, o.s pontos importantes. Prepara a discussão com o Assistente da equipe, seja a sós com êle, seja também com o casal responsável. l!: essencial que o Assistente esteja a par das respostas antes da reunião; é necessário pois, fixar o encontro preparatório para os últimos dias, quando o conjunto das respostas terá provàvelmente chegado . E que o casal animador não hesite em alertar os retardat'ários. O casal animador e o Assistente combinam juntos a maneira como a discu'ssãc do tema deverá ser conduzida, quais as questões que devem ser abordadas, a ordem de sua apresentação, os pontos de doutrina a ácentuar ou corrigir, etc. COMO CONDUZi-LA BEM?

O casal animador não deverá esquecer, sobretudo, que deve suscitar uma troca de impressões e não, fazer uma exposição. Durante uns 5 minutos, indicará com clareza como deve desonrolar-se a discussão, apresentará uma síntese muito clara dos aspectos essenciais e as características das respostas, suscitando assim a intervenções de uns e de outros. Um outro método consiste em lançar na mesa, umas após outras, as questões apresentadas e dar uma breve conclusão para cada uma, antes de passar à frente. Seja qual fôr o processo adotado, trata-se de faz er falar: pedir a um ou a outro que explicite uma dúvida, que desenvolva uma. idéia, que conte uma experiência a que se tenha referido na sua resposta. O casal animador procurará que todos falem, em especial as mulheres (acontece às vezes, dizem, que estas ficam mudas ... ) e que todos saibam ouvir. Deve evitar as discussões "billantinas" que são puro jogo do espírito e não humilde procura da verdade. Cabe-lhe interrompê-las, como também pôr cobra a uma discussão que se prolonga sem proveito ou se afasta do assunto. -9-


Finalmente, é preciso referir tudo a Deus : os problemas conjugais e familiares são por sua natureza bastante empolgantes e somos tentados a resolvê-los a sós. A finalidade de toda reunião deve levar a ultrapassar esta fase e unir cada vez mais os casais ao Senhor.

Qualquer descoberta d"a verdade é uma miciação na intimidade de Deus, porque se compreende melhor o Seu pensamenta sôbre o homem, sôbre o n osso lar, sôbre o mundo. Deve levar-nos a nos colocarmos cada vez mais ao Seu serviço e ao do Seu Reino. Esta preocupação não deve apenas orientar o começo da r eunião, quer dizer, a oração prbpriamente dita, mas também a· própria discussão do tema. Isto pode ser feito sem artifícios, se estivermos nós mesmos profundamente convencidos de sua possibilidade. Ao terminar, é preciso tentar tirar conclusões e sugerir resoluções, ·pois é essencial que estas verdades, descobertas através do trabalho pessC~al e da troca de idéias, se tornem realidades vivas.

Lê-se no Livro dos Proverbios: "Fatiguei-me à procura de Deus". E nós? No entanto, a nossa vitalidade cristã depende disso. Hão pode haver vitalidade cristã sem fé viva, renovada sem cessar por novas descobertas. Oxalá que o tema de estudo seja para nós o p·o nto de partida para esta procura.

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uma obrigação dos estatutos "Rezar juntos e com os filhos, uma vez por dia, na medida do possível, porque a jamtlia como tal, deve culto a Deus e !)Orque a or~ção em comum tem um grande poder". (Nos Estatutos)

Os casais que entram para as Equipes são muito diferentes uns dos outros: casais muito novos que ainda só têm filhos muito pequenos, casais com vinte anos e mais de casados que não faziam a oração familiar e que receiam impô-la aos filhos crescidos, e depois, os outros. . . aqueles para quem não há problemas especiais mas devem por mãos à obra e esbarram com as dificuldades habituais: falta de tempo, de imaginação, rotina, etc .... Primeiro que tudo, recordemos que a oração familiar, para aqueles que não têm filhos ou têm filhos muito pequenos, é a sua oração conjugal (ainda que para estes últimos ha.ia vantagem, segundo parece, em o pai e a máe começarem muito cedo a rezar com. a criança) . E a mesma coisa em relação àqueles quE', em consciência, pensam que nãO' podem chamar para ela - pelo menos todos os dias - os filhos adolescentes. A "partilha" na equipe deve ajudá-los, durante me:;;es e anos, a resolver as dificuldades, pela troca de experiências que lá fHáo; também os ajudaremos através de testemunhos e pelas respostas que poderemos dar aos problemas que nos apresentarem. Fez-se um inquérito em 1957 junto de 30 equipes (cerca de 150 casais) sObre as dificuldades e os beneficios da oração familiar. Os resultados foram publicados no número especial

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da "L'Anneau d 'Or " do mesmo ano : "Seigneur, apprends-nous à prier ". Podem ler a seguir o inicio desse resultado, quer dizer os parágrafos que dizem respeito ao sentido da oraçã0 famillar e ao papel do chefe da família .

O MISTÉRIO FAMILIAR O mistério familiar mergulha as suas raizes e bebe a sua vida no mistério da Igreja. Muitos casais · exprimem-no vigorosamente, e fazem dele o tema máximo da sua reflexão sõbrP a oração famíliar; Uma das principais vantagens da oração familiar é não ficar cada membro encerrado com Deus no seu jardim secreto e alcançar, na medida em que reza com os outros, o sentido comunitário da oração do Corpo Místico ... A n ossa oração familiar ajuda-nos a desembaraçarmo-nos dos pequenos interesses pessoais, para tomar parte na oração da humanidade inteira pelas intenções da Igreja de Cristo. - ll: tanto para os pais como para os filhos , ocasião de um ato de fé na presença de Cristo no meio daqueles que estão reunidos em Seu nome e isto leva a compreender melhor a oração comunitária da Igreia de que são uma parcela , · Mas o mistério vai mais longe, Uma família que se reune para rezar não está apenas em união com a Igreja, mas constitui em si próp>:ia uma igreja, ou para retomar termo bíblico r.heio de signifl{:ado ~ uma " ecclesia".

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UMA "ECCLESIA"

O que é uma " ecclesia"? O n om e indica-o: assembléia ou, mais exatamente, assembléia convocada ( clesis quer dizer convocação) , mas, na Bíblia, esta palavra está carregada de ressonâncias: é ao povo reunido, à "Ecclesia do deserto" que Deus

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SUPLEMENTO

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S~RO

à Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora

DE 1964

.Caros amigos Por ocasião dos Dias de Estudos, ou dos diversos Encontros do Movimento, é costume os casais apresentarem-se uns aos outrO!>. Nome, anos de casamento, número de filhos, profissão, responsabilidades diversas ... Durante estas apresentações que, aliás, são sempre muito abertas e simpáticas, nota-se, por vezes, um certo mau estar. E' sôbre êle que lhes queremos falar . Nós mesmos, do Centro Diretor, ora uns ora outros, já o temos verificado . A mesma observaçiio foi feita , por vezes, por Ca,sais Regionais ou Responsáveis de Setor. Esse mau estar surge em duas ocasiões: Depois de algumas apresentações alegres, diretas, em que cada um anuncia com certo orgulho o número de filhos, levanta-se um casal que não tem filhos. Apresenta-se e, conforme o seu temperamento, diz ou não que não tem filhos. Se nõo o diz, pode acontecer que alguém do grupo lho pergunte, pensando que se es · quecera . Em ambos os casos, depois de ter êle dito que não tem f ilhos. a assembléia sente-se pouco à vontade. Reagimos mal diante


da provação dos outros, sobretudo em público. Sentimo-nos constrangidos, com receio de ter avivado um sofrimento. Segundo caso, diferente deste, é o das profissões. Dado que nas Equipes pelo menos provisoriamente os "trabalhadores manuais" (artesãos, operários, seja da cid.ade ou do camp? l são menos numerosos do que os que têm uma profissão liberal ou burocrata, sentem-se êles, por vezes embaraçados, ao fazerem a sua apresentação e o seu embaraço provoca mau estar. Devemos então renunciar às apresentações? E' uma pergunta que alguns fazem a sí próprios . Seria fácil demais e muito artif!· cial. As diferenças subsistiriam, mais embaraçosas ainda, porqu e su bentendidas. Por oue hão-de existir estes complexos entre filhos de Deus? Por que h6-de ser o sapateiro menos orgulhoso de sua profissão do que um engenheiro? Se o chefe de industria, ou o burocrata se sentem superiores ao que trabalha com as mãos, é porque é um "snob" e não um cristão autêntico. Os verdadeiros, valores . corno todos sa be mos em teoria , não são os do dinheiro nem os da cul tura. E' preciso não nos contentarmos ape nas em sabê-lo, mas procurarmos reagir de forma adequada , mudando as nossas concepções. Não é a esco la de valores do m undo , mas a de Cristo, que deve ser por nós adaptada. Meditemos o magnífico texto de S. Paulo ( 1 Cor. 112) quando compara a Igreja ao Corpo de Cristo. Falava das diferentes funçõe s e carismas dos membros de Cristo, mas podemos aplicar êste texto às nossas diferentes funções na sociedade, já que, antes de tudo o mais, somos todos irmãos. Irmãos, poroue fihos do mesmo Pai e irmãos de Jesus C risto. E' preciso que , nas Equipes, sejam banidos todos êstes complexos de superioridade e de inferioridade e q ue se tenha a preocupação dessa verdadeira fraternidade que despreza tôdas as barrei ras e tôdas as diferenças. Fiquem certos, caros amigos, da nossa amiza de e da nossa união de orações. O CENTRO DIRETOR íi


ATRAVÉS DO MUNDO PORTUGAL Não há necessidade, aqui, de fazer a apresentação de Portugal, tão estreitamente se acha ligado ao Brasil. Pátria de intrépido~ navegadores, as suas náus levavam sempre consigo a Cruz de Cri3to que iam plantar nas terras descobertas. Se o Brasil é hoje um< nação cristã, é porque, com os primeiros colonizadores portugueses, vieram também denodados missionários. Portugal conta atualmente com uma população de mais de 9.000.000 de habitantes. Luta agora com grande penúria de padres e isto como consequência da grave luta anti-religiosa de que foi teatro durante 30 anos, antes da segunda guerra mundial. Houve queda acentuada das vocações e repercussões sérias sôbre a vida religiosa do país, embora a população ~e tenha mantido católica na sua quase totalidade. De uns 20 anos para cá, a situação se transformou ,mas ainda agora encontram-se geralmente só padres jovens ou muito idosos. Conta entretanto com a particular proteção de Nossa Senhora de Fátima, a quem as multidões confiam as suas intenções. Portugal conta 17 diocése:s, possuindo um padre para 2.000 habitantes. Nascimento das equipes As Equipes desenvolveram-se em Portugal quase que por geração expontânea ... Se procurarmos a origem das equipes de Lisboa, iremos encontrar pelo ano de 1955, um padre jesuíta francês, pregando retiros sôbre a espiritualidade conjugal. Os casais que assistiram a tais retiros, cheios de entusiasmo ,começaram a se reunir todos os meses, com regularidade, em pequenas equipes. Tinham inteiramente o espírito do Movimento, e procuravam mesmo praticar d~ melhor forma possível as obrigações, baseando as suas atividades num exemplar dos Estatutos que tinham recebido de um equipista em viagem. O Responsável deste primeiro grupo, numa viagem a

III


Pari~, entrou em contato com o Movimento. Pouco depois, em maio de 1958, um dos casais dirigentes das Equipes foi a Lisboa, sendo aolhido, não por uma equipe, mas por quatro! Os encontros posteriores levaram à criação de um Setor. Em junho de 1959 t inha lugar em Lisboa o primeiro Dia de Estudo dos Responsáveis de equipes do país. Para os dirigentes do Movimento que viveram a eclosão das equipes, é esta uma recordação muito grata, antes de tudo por causa do acolhimentos dos casais portugueses, cuja hospitalidade era desde o início tão fraternal. Mas o que impressionava ainda mais, era a compreensão profunda que tinham do Movimente·. As equipes de Lisboa viveram também horas dolorosas, prin cipalmente com o falecimento de um dos primeiros responsávei~ . Pedro A., pai de 1O filhos. As equipes do Porto, tiveram a sua origem de maneira dife rente. A formação da primeira equipe, em 1956, foi o resultadc de um pedido de informações feito ao Secretariado de Paris. Já estava em vigor , nessa época, a pilotagem por correspondência e foi assim um casal de Paris que orientou êste primeiro grupo . Este casal recorda ainda com emoção as cartas do primeiro responsável do Porto, modestas, simpáticas, abertas, refletindo o desejo de acer tar e de tudo pôr no lugar. Lembra também - e pede perdão aos amigos portugueses por esta indiscreçõo - os longos meses de espera de correspondência, antes que se implantasse o hábito da troca mensal de cartas . Em 1958, existiam duas equipes. No ano seguinte , mais quatro se encontravam na fase de pilotagem . Em 1960 instalava-se c Setor de Porto-Aveiro qu e, desde então, se mpre demonstrc u um a vitalidade magn ífica. Quanto às equipes de Coimbra, é prec iso falar num terce iro "sistema de fabr icação" , o que prova qu e os métodos de d ifusêo não faltam . A semente das Equipes foi trazida pelo primeiro Assis tente do Porto que, tendo compreendido profundamente o Movi mento , apresentou-o aos casa is de Coimbra, em 1958-1959 . Graças à li gacão, po r correspondência, com um casa l de Pa ris, pouco a pouco, as prim2i ras equipes se f irma ram . Mas nada substitu i a pi lotage m loca l, a boa tradição o ral. Po risso mesmo . . é o q L!C

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fazem agora as equipes de Coimbra, em relação às cidades visinhas: Figueira da Foz, Cantanhede, Guarda, etc ... Em dezembro de 1962 foi instituído o Setor, com bela perspectiva de desenvolvimentc e irradiação. Desl:lnvolvimento atual

Lisboa conta com 32 equipes e dois Setores. Porto possui 21 equipes. Coimbra, 1 3. Numerosas equipes novas se estão formando. Pela primeira vez, em 1963, teve lugar em Fátima, uma "Sessão de Quadros", reunindo casais responsáveis de todo Portugal, e um certo número de casais espanhóis, dele participando um casal do Centro Diretor. Um secretariado local foi constituído em outubro de 1963, o qual se encarrega de publicar e difundir os documentos das Equipes na língua portuguesa. E' êste secretariado que nos envia com regularidade exemplar, as Cartas Mensais e os documentos já traduzidos. Algumas características das Equipes portuguesas

O Setor do Porto tomou a si a solução de um problema da Diocese: a falta de uma casa de Retiros. "E' um problema sério que levamos as nossas equipes a compreender- escrevem eles - . A A resposta foi generosa, pois 25% dos fundos são provenientes dos membros das E.N.S." e o esfôrço será mantido até a conclusão do edifício. Nesse Setor, os objetivos do ano são "o aprofundamento dos métodos e da mística das Equipes de Nossa Senhora, para evitar os erros e mal-entendidos que poderiam resultar de um desenvolvimento rápido das Equipes, como também a irradiação apostólica que deve ser o resultado tangível de uma vida espiritual". Destacamos do relatório de uma reunião de Casais de Ligaçõc de Lisboa: "Recebemos vários testemunhos de frequência prática· mente diária à Missa. Um dos casais de Ligação dizia que não havia a menor dúvida de que o dia começado desta maneira, tin'la uma tonalidade c um rend;mento totalmente diferentes, pois tinha


então o espírito muito mais õberto õs preocupações e problemr.s dos outros. Várias equipes acrescentaram às obrigações habituais, a da participação diária à missa. Terminamos este apanhado, com os votos de um amigo de Coimbra : " Deus nos ajude e permita q ue aquilo frutifique" .

À Nossa Leitura do Evangelho Testemunho de um casal

Parece-nos muito difícil analisar o que o Evangelho modificou em nossa vida ou em nossa atitude . Talvez seja porque né o meditamos suficientemente sôbre o que constitui a trama de nossos dias. Vamos então falar-lhes , despretenciosamente, da influênc ia qu e o Evange lho exerceu sôbre nós. Reflexão geral

Temos a certeza de que o Evangelho só pode ter sentido, se o assimilamos em profundidade. Parece uma verdade que salta aos olhos! E' preciso que seja assimilado de diversas maneiras, para depois podermos vivê-lo com Cristo. Assimilá-lo não exige sóbios exercícios intelectuais, requer porém , algo mais do que uma leitura apressada . E' preciso lê-lo, relêlo dez vêzes, vinte vêzes, saber de cór certos trechos, gravar no espírito algumas cenas fundamentai s. Qualquer que seja o rumo que tomamos, o caminho que segllimos, o Evangelho se impõe sempre a nós . Vamos a Assis, seduzidos por São Francisco, êle nos aponta diretamente o Evangelho, sobretudo por seu espírito de alegria e pobreza . Lemos um livro dE' Lanza del Vasto que fala do Sermão da Montanha e êle nos leva ao Evangelho. Como teria sido mais simples procurar o próprio texto do sermão da montanha!

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Vamos agora ver como cada um dos esposos reage ao Eva., gelho: O marido

Nasci no seio de uma família modesta, mas cheguei a u'Yla situação econômica folgada. Sinto em mim a tendência para querer sempre mais. Em cada uma das etapas de minha vida pobre, desafogado, rico um texto do Evangelho deve se impôr à minha atenção, com tôdas as exigências, para freiar a minha ambição. Sou forçado a meditar sôbre a minha atitude na minha vida com a minha família, os meus irmãos, o que não é fácil. O desprendimento de Cristo se impõe à minha atenção. Vamos então sentir, cravadas por Cristo em nós, marcas que nos ajudem a encontrar soluções. No plano profissional, encontro em todos os domínios, as noções de rendimento e de eficiência . O Evangelho ajuda-me a reencontrar ú sentido do humano. No plano do nosso lar, foi através do Evangelho que descobrimos o sentido do acolhimento. E também o sentido do testemunho, a partir do episódio dos discípulos de Emaús. Ler ou pensar neste texto vinte vêzes durante o ano, tem forçosamente de marcar o nosso comportamento. Num plano prático, o Evangelho levou-nos a descobrir que devíamos emprestar o nosso dinheiro sem pretender obrigatoriamente juros nem reconhecimento e, também, sem exigir que aqueles a quem emprestamos fiquem "obrigados". Que talvez seja preciso emprestar também a nossa casa, não a um amigo, mas a um verdadeiro pobre, pobre de dinheiro, de educação, de boas maneiras. Ensinou-nos também a atitude que devemos procurar ter noc momentos privilegiados de nossa vida que são as férias, em meio a populações humildes. Alí, durante algumas semanas, deixamos o verniz social. A parábola do filho pródigo nos ajuda a compreender o nosso papel e lugar junto dos filhos. E' um texto luminoso em que pensamos frequentemente. Para terminar, insistirei na necessidade de recolher textos, as-


pectcs e vangélicos, que podem corresponder n itidamente a cada um dos aspectos de nossa vida. Necessidade, também, de pensar em Cristo, de examinar o nosso intimo : quantas vêzes pensei hoje err. Cristo? E' assim que se mantém a sêde apostólica, o espírito de renúncia que é preciso renovar constantemente como noção fundamental de um lar. Perguntar : Que teria feito Cristo em meu lugar? ~le aceitou o imprevisto na Sua vida . É exatamente o contrário do que instintivamente sou levado a fazer. Te nho a cer tez a de que , se m o Evangelho, haveria uma séri < cie comportam entos cristãos, que nem chegaríamos a imaginar

A esposa Quanto a mim, um dos Evangelhos que maior influência teve na minha vida, foi a parábola do Bom Samaritano : o próx imo né c é aquele que escolhemos, mas aquele que surge em nosso caminho . Em muitas ocasiões nos reportámos a êste Evange lho . Sei-o de cf.• r e creio que fo i por isso que entrou assim na minha vida. Quando leio um Evange lho, não o leio uma , ma s várias vêzes, lentamente , e procuro fixar de cór muitas frases . Depois, voltam e las à minha memória durante o dia: "Quem não toma a sua cruz e Me segue, não é digno dE M im": Quando tenho dificuldades ou conflitos com a lguém, se est< f rase me vem ao pensamento, aceito esta parcela de sofrimento e s irvo -me dela para um maior amor. "V inde a Mim, todos os que andais afa digados e Eu vos aliviarei" : Nos momentos de fadiga ou desencorajamento, penso nesta ~ palavras . "Pedi e dar-se-vos-á , buscai e encontrare is, batei e abrir-sevos-á": minha oração de petição baseia-se nesta frase do Evan · gelho . A negação de São Pedro . . . e ntão Jesus nos perdoa nossa s infidelidades! Mas muitas vêzes não queremos pensar em Cristo ou encontrá-Lo no Seu Evangelho, porque pede demasiado. Este desprendi mento que nos pede, parece muito duro e há momentos em que nõo o aceitamos, sobretudo o desprendimento de si próprio. Nã·.: > VIII

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guardar nada para si, viver unicamente para os outros, voltado para os outros. Então adormecemos como os Apóstolos no Jardim das Oliveiras. E' preciso reconhecer que nesses momentos em que recusamos Cristo, não nos sentimos felizes. Contudo, se temos confiança n' Eie com sinceridade, do fundo da alma, podemos ter certeza de que virá acordar-nos, como aos Apóstolos. Então é uma última frase que ilumina toda a minha vida: "Sem Mim nada P'ldeis fa zer".

DEUS CHAMOU A SI Pe. Estanislau de Oliveira Lima, S.D.S.

Não podemos deixar de assinalar com destaque, o falecimento, no dia 9 de setembro, em Campinas, do Rvmo. Pe . Estanislau de Oliveira Lima . E' uma perda inestimável para a Congregação Salvatoriana, a que pertencia , e na qual ocupava a pesada responsabilidade de re;tor do Seminário local. Perda para a Igreja que se vê privada preco · cemente de um sacerdote esclarecido e empreendedor. Perda também para as Equipes de N.S ., não só porque era Conselheiro Espiritual do Setor de Campinas e de duas equipes daquela cidade, mas principalmente porque , como fazia empenho em afirmar, depositiva grande confiança no Movimento, como meio de revigoramento da Igreja, pelo revigoramento da família cristã. Porisso mesmo, acompanhava muito de perto as atividades do Setor, com a sua orientação espiritual sólida e profunda, como também prestou relevantes serviços ao Movimento, seja participando de Encontros vário! com a sua palavra vigorosa, seja pregando retiros das Equipes. OuI~


tras responsabilidades lhe teriam sido certamente confiadas, né;J fosse a morte colhê-lo em pleno vigor. Dezessete anos de sacerdócio, de inteira dedicação a Deus e à Igreja, mereceram-lhe certamente o repouso da alma e os resplendores da luz perpétua. Se as Equipes perdem um de seus melhores Assistentes, ganharam sem dúvida um intercessor · junto de Deus.

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Meses antes de seu falecimento, já no decurso da longa moléstia que o vitimou, Pe . Estanislau deixou escrito o seu t estame nto espiritual que abaixo transcrevemos . "Nascido de pais pobres, mas piedosos, fui criado no seio da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, em cuja fé protesto querer viver e morrer como seu filho mais humilde e obscuro. Acolhido pela Congregação Salvatoriana, no seu seio fui preparado para a profissão religiosa e ordenação sacerdotal, su prema graça que recebi de Deus, depois do batismo . Certo da misericórdia divina, declaro que aceito das mãos de Deus, qualquer gênero de morte que me tenha reservado, com têdas suas penas, sofrimentos e do res•, que antecipadamente ofereçe a Deus pelo Concílio Ecumênico, pelo Santo Padre, pela santificação do Clero e em reparação de minhas infidelidades. Peço perdão a todos a quem tenho ofendido ou escandalizado pelo meu procedimento, como jó perdoei a quantos, aca so, me tenham ofendido. Rogo a Deus que seja, por mim, a recompensa sem medida para quantos, parentes ou não, me cercaram com a sua amizade e atenções e as demonstrações de uma caridade sem limites. E se me fosse lícito esperar que guardassem de mim alguma lembrança que fosse o amor à divina Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo X

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Filho de Deus, Salvador, tal como nô-lo revelam as pagmas do Santos Evangelhos, que eu procurei nutrir em mim e comunicar a o~ outros, apesar das minhas limitações e dos meus pecados. Recomendo, insistentemente, minha alma pecadora aos fer vorosos sufrágios de meus parentes, de meus confrades, de meus colegas no sacerdócio, de todos quantos se beneficiaram do mP.u sacerdócio e de todos que me quiseram bem . Confiado em seus merecimentos e em suas orações, espero, humildemente, ir juntar-me àqueles que já partiram "com sinal da fé ", à espera do encontro definitivo da grande família dos filh os de Deus". (a ) Pe . Geraldo Estanislau de Oliveira Lima, SDS "Junto a Vós, Senhor, me refug io; não seja eu confundido para sempre" - Sl .30,2 22 de maio de 1964 - Campinas, SP.

111 SESSÃO DE QUADROS Casais equipistas de vanos Estados do Brasil, estiveram reunidos, de 4 a J de setembro, na hospitaleira Chácara São Joaquim , das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, em Valinhos, no de senvolvimento da 111 Sessão de Quadros. Ao todo, vinte e um casais e quatro "maridos avulsos" participaram dos trabalhos. Vinham eles de Porto Alegre, Caxias ao Sul , Curitiba, Belo Horizonte, Araçatuba , Baurú, Pederneiras, CamXI


pinas, São José do Rio Pardo, Marília, Jundiai, Santos, São Caetano do Sul e São Paulo. Mística do Comun itário Mística da Co- Pa rticipação Mística do Serviço Eis as linhas mestras que o Enco ntro procu -· rou viver nesses três dias de oração, de estudos, de vivência cristã . As confe rê ncias de espiritualidade , subordinadas aos temas : "Eu e Deus" "Nós e Deus" "Nós e a Igreja" foram proferidas pelo Pe. Waldemar Martins, Assistente da Eq uipe Sa ntos 1, que abordou corajosa e profundamente, vários dos prob le mas de nossa época . Sôbre os temas desenvolvidos, os participantes for mulavam, por escrito, inúmeras perguntas que eram depois respondidas, em ple nário, pelo Pe . Waldemar. Era a oportunidade para esclareer dúvidas, fixar a posição dos cristãos diante do mur: do atual. Os grupos de trabalho debateram os seguintes assuntos: A atividade missionário do Casal Piloto A responsabilidade do Casal de Ligação Por que o Assistente de Equipe? Cada um destes Grupos de Trabalho era segu ido da apresentação, em plenário, de um resumo dos debates, acompanhado de esclarecimentos. A parte litúrgica esteve entregue aos cuidados do Pe. Victor Gialuisi S.J ., Assistente da Coordenação S. Paulo 3. Fo ram pontos altos da paralitu rg ia , a renovação das promessas do batismo e a renovação das p romessas do casamento, em cerimônias de rara beleza e emotividade . No último dia, terminada a missa com que se encerravam os trabalhos, um casal, em nome dos demais participantes, ajoelhouse diante do altar e leu uma mensagem de entrega dos esforços comunitários ao serviço de Cristo e da Igreja. Logo após, os Pes . Waldemar Ma rtins e Victor Gialuisi, conjuntamente, abençoaram os presentes e lhes determinaram que se entregassem à missão que lhes era confiada . O objetivo do encontro foi amplamente ati ngido, com a parTicipação de todos e vivência comunitária dos participantes. A nin-

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guem faltoiJ uma tarefa a ser realizada e ninguem se furtou à cevida cooperação. As missas dialogadas; as procissões que precederam as missas; as "reuniões de faz de conta", para criticas construtivas; os grupos de trabalho; as reuniões plenárias de debate; tudo enfim, foram momentos de atividade intensa e de inesqueC:vel camaradagem cristã. Por fim . . . abraços, troca de endereços, agradecimentos às Irmãs Missionárias, "pique-piques" ,alegria e. . . revoada . Uma coisa é certa: os que passaram pela Chácara São Joaquim, durante os dias da 111 Sessão de Quadros, puderam dizer. como dos primeiros cristãos: "Vêde omo êles se amam" e isso é testemunho fiél de que o espírito do Encontro prevaleu . INSTALAÇÃO DO SETOR DE SANTOS No dia 30 de agôsto realizou-se, em Santos, a instalação do Setor local. A cerimônia teve lugar no decurso da Santa Missa e foi o encerramento de um Dia de Estudos, no qual participaram os casais das 11 equipes que constituem o Setor. No decurso desse Encontro, Monsenhor Benedito Ulhôa Vieira pronunciou duas conferências de espiritualidade, versando sôbre os temas: "O Evangelho, regra de vida" "Fundamentos evangélicos das obrigações dos eqL.ipistas" . Dois Grupos de Trabalhos reuniram os casais para o estudo de "O Dever de Sentar-se" e "A Regra de Vida". Gérard Duchêne, em rápida palestra, esclareceu "O significado do Setor nas Equipes de Nossa Senhora". Logo após o Evangelho, o Casal Responsável do Setor e os demais membros da Equipe de Setor, aproximaram-se da mesa da Comunhão. O Casal Moncau, em nome do Movimento, declarou instalado o Setor de Santos, seguindo-se as seguintes palavras pronunciadas pelo Responsável: "Aceitamos, Senhor, o Teu chamado. Procuraremos, com têdas as nossas fôrças, cumprir a Tua Vontade, fiéis à regeneração recebida no Batismo, à fé confirmada no Crisma, ao amor revigorado pelo Matrimônio e alimentado pela Eucaristia. Esperamos que não olhes para os nossos pecados, mas tão só para Tua misericórdia , permitindo que em toda parte no lar, na profissão, na ciXI r


dade , na Igreja testemunhemos sempre a grandeza dos Teus dons e a fôrça do Teu Amor. Seja êste nosso SIM, fecundo como o FIAT de Tua Mãe Santíssima, a cuja universal intercessão confiamos todo o nosso ser" . A Equipe de Setor de Santos, ficou assim composta: Conse · lhe iro Espiritual : Monsenhor Manoel Pestana. C. Responsável: Terezinha e Nelson Manoel do Rego. Membros do Setor : Dacila e Raul Amaral: Inês e Carlos A. Bernanrdes, Evelyn e Manoel G. Vilarinho, Aparecida e Afonso Vitali . COM PROMISSO DA EQUIPE RIBEIRÃO PRETO 3 A Equipe 3 de Ribeirão Preto fez no dia 9 de agôsto o ~e u compromisso solene. A cerimônia foi precedida de um d ia de re colhimento, no qual tomaram parte, além dos casais dessa equipe, mui tos outros das demais equipes. Durante a missa, celebrada pelo Assistente da equipe, Pe . Angél ico Bernard)no, vários gestos puzeram em destaque a decisão tomada pelos casai s. No Ofertó ri o, fizeram êles o oferecimento a Deus do compromisso que iam realizar. No Memento dos Vivos, :ada um pediu a Deus a graça da fidel idade à decisão tomada . An tes da Comunhão, fizeram a renovação das promessas do casame nto. Fina lmente, logo depois de term inado o Santo Sacrifício , cada um dos ca ~ais pronunciou a fórmula do compomisso que os integrou definit ivamente na gra nde fa m ília das Equipes de Nossa Senho ra. Orozimbo Loureiro Costa, Responsável Regional esteve pre sent e à t odos os atos, representa ndo o Movimento . Os nossos votos mui to si nce ros, para que Nossa Senho ra da Esperança, sob cu jo pat rocínio ã equ ipe se colocou , o btenha do Senhor, as graças necessá rias para q ue perseve re m no com promrsso assumi do. INFORMAM - NOS DE CAMPI NAS Não mais se reali zará a pereginaçêio que estava macada para o dia 20 de setembro. Nesse dia , o Rvmo. Pe. Esta nis lau Oli veira XI V


' Lima, recentemente falecido, teria completado 17 anos de ordenação sacerdotal. Pelo transcurso dessa data e em memória desse sacerdote, que tão fundo marcou a sua atuação nas Equipes, o Setor de Campinas reunirá os equipistas da cidade para participarem de um<:. missa que seró celebrada no Cemitério local, pQr alma d·' Pe. Estanislau. DEPARTAMENTO DE RETIROS DE S. PAULO Já há vários anos que o casal Suzana e João Villac vem traealhando com inexcedível dedicação, na organização dos retiros da Região de São Paulo. Reservar local com mais de um ano de antecedência; obter para cada um deles um pregador, dentre os poucos padres que se dedicam a êste apostolado; receber as inscrições; providenciar em todos os detalhes a programação a ser observada durante o retiro; assegurar a guarda das crianças que os retirantes levam consigo e o transporte dos casais que não possuem conduçõa própria ... tudo isto vinha sendo feito pelo casal Villac, modesta e pacientemente. Há necessidade de multiplicar os retiros, para que todos os casais possam cumprir com esta obrigação dos nossos Estatutos . Para tal, e para aliviar o trabalho do casal encarregado, dois outros casais se puzeram à disposição de Suzana e João Batista, pa1 a lhes prestar a colaboração que f&r necessária . São eles Maud e Armando Caropreso Fone 35-1 885 Alice e Luciano Souza Marques Fone : 5-0965 a quem os casais poderão também se dirigir para informaçÇ.e5

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RETI R OS

Promovidos pe la Região São Paulo O utubro: 9 - 11 16 - 18

No Colég io Santana - Cônego Lúcio Flóro Graz zioni Em Baruerí - Pe. Afonso f>astore m .e.

Novemb ro:

6 -

8

20 - 22

Em Va linhos Em Baruerí - Frei Francisco Araujo o.p

Promovidos pelo Se tor de Jaú Ou tubro 3 1 a Novembro 2 - Em Valinhos - Chácara São Joaquim. Dezem b ro 13 Em J aú Colégio São José Dia de Recolhime nto. Promovidos pelo Setor de Camtpinas Outubro 9 - 1 1 -

Valinhos -

Chácara São Joaqu im .

Promovidos pela Coorde na;õ o de Curit iba Outubro 1O - 1 l -

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Em Rendinha-Curit iba - Frei Fernando Zan ini o.f .m.


dá a Sua Lei do alto do Sinal; e a comunidade apostólica, de cada vez que se reunia para a oração, a palavra ou o sacrifício, tomava 0 nome de Assembléia, de Ecclesia. A tal ponto que esta palavra acabou por designar pouco a pouco o que di.stinguia o r.·ovo cri.stão das outras nações todas. Que existe, pois, de tal maneira particular na ecclesia? Um mistério luminosamente simples, e que está todo nestas palavras de Cristo·: "Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles". Tudo o que constitui a ecclesia ilumina-se, assim, a partir de dentro: é convocada (clesi.s) por um chefe, um arauto, mas na realidade, por Cristo que a pre:>ide; ela rompe com qualquer outra li~ação ; com qualquer outra preocupação para estar toda inteira com Aquele que ama; escuta a Sua Palavra, que é para ela a Verdade e a Vida; fala também para Lhe confiar as suas necessidades e pedir-Lhe a Sua ~raça; fala e canta em Seu louvor, e este louvor não é o dela mas o do Chefe, do Filho de Deus, que, entre os Seus continua a dizer o Seu próprio louvor ao Pai; parque afinal esta Assembléia, esta Ecclesia identifica-se com o Seu Chefe, deixa-se tomar pelo Seu Espírito, para dizer com Ele: "Aba, Pai". Em resumo, a Assembléia é o ato pelo qua' a comunidade cristã se dá a Cri.sto e se identifica a Ele para cantar ao Pai o louvor ·dos filhos de Deus. Estamos longe de uma simples "reunião de oração"; estamos no próprio interior do mistério cristão. E quando uma família se reune para rezar, cumpre verdadeiramente a sua função de Ecclesia. Então ilumina-se em profundidade uma fórmula como esta que poderia parecer mera evidência ou banalidade: - A oração, tal como a fazemos atualmente, é sobretudo a reunião da família diante de Deus, mesmo se a ot'ação é curta, dita depressa demais, murmurada ou com distrações. Talvez em aparência não passe do cumprimento de um 13-


dever, recitar fórmulas , deixar cantar a alma diante de Deu~. Na realidade trata-se, para a família, de realizar a sua unidade em Cristo, de se oferecer a Ele como a espõsa ao seu marido, coma os filhos aos pais, de se deixar invadir, impregnar, transformar pelo Seu Espírito, e por fim identificar -se com Cristo ( com o "Cristo total ", segundo a expressão de Santo Agostinho ) para oferecer ao Pai a louvor de seu Filho. Eis os motivos por que a oração familiar não é um ato como os outros, um ato entre as outros. 11: o momento em que a famll!a toma consciência do que ela é no mais fundo de si mesma , o instante em que realiza e desenvolve a sua missão de ecclesia. Se todos os que nela participam pensassem maif' nisso, fariam saltar esse lastro de inércia e de rotina que os paralisa demasiadas vezes. Não é sômente das palavras que a oração tira o seu interesse e o seu calor, mas em primeiro lugar dessa oferenda intima à presença ativa do Senhor. Oração de ecclesia, a oração familiar não será verdadeiramente de todos se não far de cada um. Cada um deve, pois, tomar parte nela, na sua categoria e segundo a função quE' exerce na !amflia, na ecclesia familiar.

o papel do pai toma o seu sentido completo à luz do que acabamos de dizer. O PAPEL DO PAI - Em princípio, a nossa oração é conduzida pelo pai, intervindo a mãe de tempos a tempos para acrescenta r uma idéia. . . ÀS vezes, cada um diz a seguir uma lntençá{) de oração, outras vezes somente o pai é que indica uma ou duas. - Essa primeira parte é precedida das intenções ditas p elo pai (intenções da Igreja, familia, doentes, missões, paz no mundo) . - 11: o pai que faz a leitura bíblica. Há depois uma trO'Ca de impressões, geralmente orientada pelo pai,

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e onde tenta, por vezes sem sucesso, não insistir àc.masiadamente sóbre o aspecto moral. - Pedimos perdão, por intermédio do pai, de todas as faltas do dia: caprichos dos filhos, impaciências dos t::ais. Algumas respostas assinalam assim, demasiado modestamente, a sua presença, com esta menção: ":É o pai que dirige", mas raramente mostram a sua alta delegação espiritual. Se não está presente por razões de trabalho ou de horários a sua presença invisível deverá ser sempre evocada: mesmo longe conserva a direção da oração famliiar. Parque o pai não é apenas o que conduz mas também o responsável espiritual: representa o seu lar diante de Deus e diante dos homens, tem efetivamente o encargo das suas almas; quando chama a familia para a oração, exerce esta "convocação" da parte de Deus, que está na base de qualquer ecclesia. A oração é pois um grande momento para realizar a sua missão; e, no sentido inverso, a sua demissão na oração é a mais grave de todas as demissões possiveis.

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DEUS AMA- NOS

Penetrar na caridade de Deus, é aceitar Deus e é també ~n amarmo-nos como Deus nos ama. Talvez não haja nada mais necessário para a alma voltar à tranquilid'a de da ordem, do que esta ac:eita~õo fundamental do que fazemos e do que somos. E' pTecis~ aceitar com amor, o que o próprio Deus realiza em nós. E' preciso aceitar o nosso ser, as nossas origens, a nossa situa~ão, o nosso meio : tudo o qúe é um dom providencial. Voltar à nossa vida co.n boa vontade como aquilo que Deus preparou para nós, com extrema solicitude; aceitarmo-nos a nós p·róprios, entrar no amor de Deus por nós. E' preciso que nos conduzamos com amor como Deus fas:. E' preciso reformarmo-nos, sacrificarmo-nos com amor, como Deus quer. E' preciso elevarmo-nos na caridade. Há um amor carnal a si próprio que é preciso vencer. Há um amor espiritual a si próprio que é preciso desenvolver. Assim como sentia, de maneira tão exata, Bernanos "Odiarmo-nos é mais fácil do que se pensa. A gra~a está em nos esquecermos. Mas se tôda a espécie de orgulho estivesse morta em nós, a gra~a das gra~as estaria em nos amarmos humildemente como a qualquer dos membros sofredores de Cristo". E' isto que dó glória a Deus, porque aquilo que Ele realiza em nós é digno· de amor. A alma da Virgem glorifica o seu Senhor, e o seu espírito exulta de alegri;. em Deus, seu Salvador. Louis Lochet

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·setores e reg1oes Na carta mensal n. 0 3 falámos do "casal de ligação". Hoje vamos dizer-lhes - caso ainda não o saibam -- que farem parte de um "Setor" - talvez - e com certeza de uma "Região". Um Setor é um conjunto de equipes, em geral da mesma cidade, ou de localiàades próximas umas das outras, agrupadas sob a autoridade de um casal responsável de Setor e de um Assistente de Setor. Pode haver, nas grandes cidades, vários Sectores; é o caso de Paris, Barcelona, S. Paulo, Lisboa ... O Centro Diretor não instala um "Setor" senão onde já há um certo número de equipes (pelo menos 5 au 6) tendo algumas um mínimo de dois anos de existência, a fim de encontrar nelas quadros suficientemente formados. Para lhes dar uma idéia, eis a lista dos setores em 1963: ALEMANHA: Essen. BÉLGICA: Anvers, Arlen, Brabant-Wallen, Bruges, Bruxelas 5, Huy, Liêge 3, Lova!na, Namur, Verviers. BRASIL: Campinas, Florianópolis, Jahu, S. Paulo 2. CANADA: Um setor. ESPANHA: Barcelona 5, Madrid, Pamplona, Sevilha. FRANÇA: Aix-en-Procence, Alsácia 2, Angers, Amiens, Angouleme, Arras, Annecy, Auch, Beauvais, Blois, Bm·deus, Bourges, Brest, Caen, Chartes, Clermont Ferrand, Dijon, Evreux, Grenoble, Le Havre, Le Mans, Lille, Limoges, Lião, Melun, Mosela 2, Marselha, Nancy, Nante.s, Paris 9, Pau, Poitiet's, Savigny-sur-Orge, Saint Et!enne, Saint Germain, Sévres, Troyes, Toulouse, Tours, Valenciennes, Versalhes, Villeneuve-le-Roi, Toulon. MAURíCIA: 1 setor. PORTUGAL: Coimbra, Lisboa 2, Porto. SUíÇA: l'riburgo, Genêve. 17-


As equipes do mesmo Setor procuram conhecer-se e participam em manifestações comuns: têm casais de ligação locais enquanto que as equipes isoladas são acompanhadas por casais de ligação doutra cidade. O responsável, ajudado pela equipe de Setor, vigia o bom andamento das equipe.> e vela pela difusão, e pela animação do conjunto. Uma r egião: se não fizerem parte de um "Setor" fazem cam certeza parte de uma "Região" mesmo que seja da "Região-mundo " que batizámos assim e que agrupa todas as equipes isoladas que não podem ser ligadas a uma das "Regiões" existentes!

"A "Região" é uma zona territorial que agrupa os "Setores" e as equipes !seladas que existem no território de um certo número de dioceses. Não é forçoso que os limites da Região respeitem as fronteiras nacionais : assim os Setores de Genêve e Friburgo fazem parte com Grenoble, Annecy e Dijon da "Região Alpes-Súíça ". A frente de cada Região encontrase um "casal regional" que dirige e anima as equipes da "Região" por intermédio dos Setores e dos casais de ligação. Os casais regionais (são 26 para para todo o mundo) são verdadeiros prolongamentos do Centro Diretor que trabalha regularmente com eles durante o ano. Esta hierarquia tem como fim tornar mais leve a máquina administrativa, encher de amizade fraterna toda a vida do Movimento, adaptar as instruções, circulares, papéis e também encaminhar para o Centro Diretor todos os problemas, suges tões, testemunhos que podem interessar ao conjunto do Movimento. Durante um encontro regional hão-de aprender a conhecer os aspectos humanos destes diversos organismos

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DIÁLOGO UMA NOTA DA REDAÇAO Só recebemos àe vocês muito poucas cartas, no máximo uma ou duas por mês, e isto parece-nos extremamente insuficiente. - Não podemos facal~.~:ar os seus problemas se não os comunicarem. - Não podemos comunicar aos outros as suas experiências se não as dão a conhecer. - Não poderemos melhorar esta Carta Mensal para as Equipes Novas, se não a criticarem. A tal ponta que para alimentar esta rúbrica somos obrigados a procurar - muitas vezes - nas cartas de equipes mais antigas. Não se queixem, depois disto, se correspondemos mal à sua expectativa. UMA PERGUNTA SOBRE AS

~RIAS

Um de vocês, embora responsável, escreveu-nos para nos fazer uma pergunta: "Notámos que as séries de Temas de Estudo comportam oito partes, correspondendo a oito reuniões. O nosso casal piloto disse-nos que era preciso no final do ano fazer uma reunião especial de Balanço, e que muitas vezes a reunião depois das férias era uma renovação de contato sem tema de estudo. Chegámos, pois, ·a um total de 10 reuniões por ano, e concluímos dai que há uma interrupção de 2 a 3 meses. Compreendemos perfeitamente que tem de haver uma interrupÇão, -19-


mas parece-nos demorada e além disso, que acontece às obrigações neste período? Temos férias de "dever de sentar-se", de oração familiar, de oração das equipes, etc ... "? A sua pergunta, caros amigos, deu-nos mais alegria ainda, visto que esse assunto está no sumário da Carta Mensal n .0 7. Permite-nos que antecipemos um pouco para não os fazer esperar muito tempo, e também em atenção àqueles que já estão à véspera das férias. Eis alguns elementos para a resposta: - Cada vez mais aconselhamos as reuniões; pelo menos parciais, durante o período de férias, mas como não estão todos presentes nessas reuniões, não há nenhum dos temas da série estudada; pensem vocês mesmos quais os assuntos a abordar. As obrigações, como bem pensaram, salvo a prepara ção do tema e a reunião, obrigam-nos durante todo o ano, embora adaptadas às circunstâncias (separações, viagens, etc .. . ). - Para ·nos lembrar eszas obrigações, e nos ajudar a ser· fiéis a elas, pedimos que todos os meses, através de uma ·cart~ ao responsável, se não houver reunião, cada casal faça a partilha sôbre as obrigações. · · Vej'amos, a seguir, uma carta sôbre as férias, escrita por um Casal de Ligação a uma equipe distante: - As férias representam ainda mais trabalho para nós, mas a vida é equilibrada e sã. Todos os dias temos tempEJ para ler e meditar, o que dá muitas páginas e muitos minutos ao fim de 30 dias; o exercício físic o e a calma fazem muito bem. Pais e filhos aproveitam muito desta estadia à beira-mar para a qual escolhemos uma praia afastada onde só se encontram algumas famflias.

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No que diz respeito às equipes insisto nas indicações da nossa última carta: Fica-se membro das equipes 12 meses por ano. :1!: por isso que a Equipe dirigente recomenda que se fa· çam das férias um tempo rico: recupera-se no plano físico, pode-se fazê-lo igualmente no plano da alma. Mas se nem todos têm férias grandes, procurem que elas sejam ricas. Não esqueçam as obrigações que já praticam: oração das equipes e dever de se sentar. De uma maneira geral podem fazer-se deveres de sentar formidáveis em férias. INTERCAMBIOS ESPIRITUAIS

O texto seguinte é extraído de uma resposta ao tema "Vida cristã pessoal e vida cristã comum", o primeiro da série Caminhos da união com Deus:

"Penso que os nossos intercâmbios espirituais se desenvolveram imenso por causa d~ reuniões de equipe e da preparação do tema. Quando preparamos o tema, ele sugere-nos sempre (sobretudo de há dois anos para cá, ao princípio muito menos) uma multidão de assuntos sôbre os quais trocamos impressões, o que é um grande enriquecimento. Costumamo-nas sentir extremamente felizes e unidos depois deste diálogo e sentimos Cristo no meio de nós. A reunião é também uma ocasião de pôr em comum. A meu ver é um dos seus grandes benefícios permitir-nos falar em conjunto do que disse um ou o outro, ou o Pai. Penso que, se nunca tivéssemos tido estas ocasiões de diálogos espirituais, teríamos ficado fàc!lmente atrofiados neste aspeto, pela vida e pelas nossas ocupações diferentes. As preparações, reuniões, e deveres de sentar são certamente marcos que nos mergulham numa espiritualidade comum (uma prova disso é que nas férias essas trocas se tornam ·mais raras) . Os diálogos espirituais são agora muito freqüentes entre nós embora as nossas "espiritualidades" sejam muito diferentes uma da outra. Eu falo fàcilmente a X ... de coisas que -21-


apercebo melhor na oração, e ele fala também daqueias que aprende na sua oração e no seu trabalho. No campo da espiritualidade, lemos quase sempre livros diferentes, falamos muitas vezes das nossas leitura6, relacionando umas conversas com outras, explicando atitudes, etc . . . . A vida quotidiana conduz-nos a Deus, ao nosso comportamento como cristãos e muitas vezes de uma forma muito rápida; Deus está na nossa conversa: agradecimento, pedido acerca daquilo de que falamos. Parece-me que, nestas trocas, tudo está intimamente ligado, pois não é propriamente "conselho ", ou amparo espiritual, é sobretudo um pôr em comum sem etiqueta. Podemos confiar um ao outro as nossas faltas?

O tema

diz: não, caso só digam respeita a Deus e à alma. Achamos que há faltas e ... faltas. É perfeitamente na- • tural que não nos julguemos abrigados a deixar penetrar os outros em toda a nossa consciência, e que o pecado não deva ser partilhado quanto às faltas importantes. Mas, pela minha parte, parece-me que é uma ajuda dizer ao meu marido "procedi desta ou daquela maneira" quando sei que se trata de qualquer coisa que ele não aprova. Isto ajuda-me a prestar mais at enção para outra vez, por exemplo com as faltas de caridade, tagarelices ou maledicências. Não diz respeito ao casal de uma maneira especial mas ajuda-nos a ter uma mentalidade comum e ajuda-nos aos dois a ter uma maior pureza de consciência; mas isto passa-se durante a conversa e quase nunca sob a forma de "um exame de consciência a dois".

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ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA QEUNIÃO TEXTO DE MEDITAÇÃO Que a grandeza de Jesus transfigurado fique sempre presente na nossa alma de crentes, mesmo quando o vemos na hum i· lhação da Sua Paixão. Moisés e Elias, quer dizer, a Lei c os Profetas (todo o antigo Testamento) e a própria voz do Pai , dão testemunho da sua missão . "Seis dias depois tomou Jesus a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, levou-os sós a um monte alto e transfigurou-se diante deles. O Seu rosto brilhou como o Sol, e os vestidos tornaram-se brancos como a luz. Senão quando, apareceram-lhe Moisés e Elias a conversar com Ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, faço aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Falava ainda , quando uma nuvem luminosa os envolveu e uma voz saída da nuvem disse: .Este é o Meu Filho amado , no qual pus as minhas complacências. Ouvi-O! Os discípulos, ao ouvirem a voz cairam de rosto por terra e ficaram transidos de medo. Mas Jesus aproximando-se e, tocando-os, disse: Erguei-vos e não temais. E eles, levantando os olhos, não viram ninguém, senão a Jesus só. Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus: Não conteis a ninguém esta visão, até que o filho do homem ressuscite dos mortos". ( Mat. 17, 1-9)

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ORAÇÃO LITúRGICA ( para ser dita em coros alternados : vozes de homens , vozes de mulheres )

I'

Glória a Deus no mais alto dos céus; E paz na terra aos homens de boa vontade. Nós Vos louvamos. Nós Vos bendizemos. Nós Vos adoramos. Nós Vos glorificamos. Nós Vos damos graças por causa da Vossa grande glória. ó Senhor Deus, Rei do Céu ,Pai omnipotente. ó Senhor, Filho Unigénito de Deus, Jesus Cristo, ó Se nhor, Deus , Cordeiro de Deus, Filho do Pai. Vós, que tirais os P'ecados do mundo, tende misericórdia. ( do nós . Vós, que tirais os pecados do mundo , atendei à nossa prece. Vós, que estais sentado à direita do Pai, tende misericórdia ( do nós. Pois só Vós sois Santo, Só Vós sois Senhor, Só Vós sois Altíssimo, Jesus Cristo, TODOS : Com o Espírito Santo na glória de Deus Pai. Amém.

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