ENS - Carta Mensal 1964-7 - Julho e Agosto

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EQUIPES OVAS N. 3

Editorial O carro adiante dos bois Uma obrigação dos Estatutos O "Dever de Sentar-se" Amor e Casamento Diálogo Receber e dar Aprenderem a amar-se O Casal de Ligação Para a próxima reunião Tema Oração


I~ I,_; 1:

Pub licação mensal das Equipes de Nossa Senhora Casal Responsóvel : Suzana e Alvaro Mo lheiras Redação e expedição: Rua Paraguaçú, 258 São Paul o 1O SP

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Com aprovação eclésióstico


EDITORIAL

O CARRO ADIANTE DOS BOIS Frequentem~nte , em conversa particular com um ou outro, ouço esta observação : Falta-me coragem e generosidade no serviço De Deus. É preciso que redobre de esforços, que adquira vontade mais forte, mais perseverança , mais esquecimento de mim mesmo. Ao escutá-los, pergunto a mim próprio se não p·õ em1 o carro adiante dos bois.

Eu explico. Há uma lei p•sicológica muito simples que devem• ter observado imensas ve:r;es nas suas relações de amisade: para nos dedicarmos a um ser é preciso amá-lo, para amar o es]l'ontâneamente é preciso admirá-lo. A admiração suscita o amor, o amor impõe a dedicação. Doutra forma como é difícil de.!licarmonos se não amamos. E como é difícil am:~r um ser que não se admira . Há íntima ligação entre o amor e a admiração. "Nunca amarei ninguém que não admire" disse-lhes aqu;!le moço ou aquela jovem. Realmente, quando volta com o seu companheiro de jornada , no seu olhar brilha uma luz que é ao mesmo temp·o d'e encantamento e d e amor. Que fragilidade a deste jovem amor. Frágil como a admiração que o fez nascer. Por isso é preciso proteger esta admiração, conservá-la, ficar sem1;-re atjento à beleza de quem se ama não falo tanto tdos encantos físicos como daquela beleza palpitante que , no âmago de todos os seres, reflete a bele:r;a de Deus: ~~eflexo que

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nos comove profundamente quando o nosso olhar é suficientemente penetran C ~ para o descobrir.

t Yaro, mas acontece voltar a encontrar esta mesma luz de admiração e de ternura nos rostos de um casal de velhos. Contudo a vida não os p·oupou; as lutas e dores vincaram-se nos seus traços; mas, diante um do outro, .estão encantados como no primeiro dia , muito mais que no Jjrimeiro dia. Na sua presença· ficamos peTturbados como perante um milagre da vida. Ceorges Duhamel tem palavras subtis para falar desta necessidade de prestar a máxima aten!;ão aos outros: "Estou debruçado sôbre um abismo (o seu rapazinho ) , sôbre um mundo submerso. Com um olhar, interrogo a sombra e , por vezes, deixo lá cair uma ~·edrinha para acordar o eco das profundezas". Conselho válido , não sá para pais e cônjuges mas també m para todos os cristãos e m face de Cristo. O nosso amor é débil porque não admiramos Cristo e não estamos maravilhados porque, não deixando cair a tal pedrinha, as profundezas do mistério continuam mudas. Por o nosso amor ser débil, é que falta entusiamo e coragem ao nosso serviço. Os santos chegam longe no amor porque, primeiro, progridem no conhecirt1~nto. Têm por Cristo o mesmo interêsse apaixo nado que os namorados concedem um ao outro. São atraídos por Ele: nas suas palavras ia dizer inflexões de voz e gestos, que o Evangelho nos relata , vão descobrindo a Sua alma. Também O procuram na oração, continuamente, pacientemente , durante toda a vida. Sem dúvida são santos só porque estiveram ~onstanteme.nte à escuta. HENIU ÇA,FFA~~I,


LÉITU QA EIS O TEMPO PROP ICIO; EIS O DIA DA SALVAÇ.ÃO (Cor., VI , 2 > Somos como um mau inquilino que se conserva, por caridade, e m casa que não lhe pertence, não construiu nem pagou e onde se fe cha e que, nem por u'm momento, quer acolher o legítimo dono. Enfim , em noite de tempestade, estamos completai1'Jente sós na r~ossa casa isolada e soturna quando , de repente , batem à porta. Não na piOrta do costume mas naquela velha porta que se julgava c on~enada para sempre. Não há dúvida : batem, bateram! Bateram dentro de 11ós e isso perturba-nos como a criança que se mexe e m sua mãe pela primeira vex. Quem bateu? Não há engano : foi Aquele que vem como um l<odrão no 1T4eio da noite, acerca de Quem está escrito : " Eis que o espôso vem , sa í ao seu encontro!" E escutamos, inquietos. Talvez bata só uma vex , talvex se obstine contra a porta toda a noite, como, ll!Or vezes, o batente irritante que não pára de "ranger" e de bater e que ouvimos até de manhã. Mas é tão aborrecido levantar-se e abrir esta velha porta l Está presa por dois ~ rrolhos qu e reunem o que se move e o que está parado: um chama-se "mau hábito", o outro "má vontade". Quanto à fechadura é o nosso segredo pessoal. A chave perdeu-se. Seria preciso óleo ~lOira a pôr a funcionar. E, depois, que aconteceria se se abrisse a porta? A noite, o grande vento primitivo que sol)ra sôbre as Águas. alguém que não se vê, mas que já não nos permitiria ficar confor~àvel"'ente em nossa casa. Espírito de Deus, não entreis, porque eu rec eio as correntes de ar! PAUL CLAUDEL -

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Toi, qui és-tu .


uma obrigação dos estatutos "P raticar mensalmente o "dever de sentwr-se". FJ' a o: asião, para cada casal, de faz er um balanço >la própria vida". Eis como, em 1946, o Padre Catfarel apresentava o "dever de s entar-se" aos assinantes do "L'Anneau d'Or" : Cristo, no cap. XIV de S. Lucas, convida os que o ouvem a praticar o "dever de sentar-se". Hoje, no século das velocidades vertiginosas, é oportuno, mais do que nunca, aconselhar a prática deste dever desconhecido. Não creio emitir juizo temerário a o afirmar que os casais mais cristãos. mesmo aqueles que nunca esquecem o dever de rezar, faltam muitag vezes ao "dever de sentar-se". Antes de empreender a construção do lar , vocês confrontaram sem dúvida os seus pontos de vista, pesaram os seus recursos materiais e espirituais, elaboraram um plano. Mas depois que se entregaram ao trabalho, não terá havido de sua parte negligências em sentarem-se juntos para examinar a tarefa já realizada, reencontrar o ideal entrevisto, consultar o Mestre da obra? Sei quais são as objeções e dificuldades, mas sei também que a casa desmoronará um dia se não tivermos vigiada a sua estrutura. No lar onde não se reserva um certo tempo para


a reflexão, vai-se introduzindo insidiosamente a desordem material e moral; a rotina apodera-se da oração em comum, das refeições e de todos os ritos familiares; a educação fica reduzida a reflexos de pais mais ou menos nervosos.; a união enfraquece. Estas d eficiências e muitas outras, observam-se não só nos casais sem formação, naqueles que ignoram os. problemas da educação e da espiritualidade conjugal, mas também, muitas vezes, naqueles que são considerados como competências em ciências familiares e o s.ão na realidade ... teoricamente. Por não tom arem a distância necessária à boa visão, os esposos não vêm o que qualquer visitante percebe logo ao transpor a porta da casa : o "deixa correr" que é comentado pelos amigos desolados, mas do qual não ousam falar aos interessados, temendo a incompreensão ou a susceptibilidade. Casais houve que compreenderam o perigo. Estudaram e adotaram vários meios para o combater. Um deles dizia-me recentemente, segundo experincia própria, quanto é útil para os esposos abandonarem todos os anos os seus filhos e irem repousar juntos, ou viajar durante uma semana. Mas talvez pensem, ao ler-me, que não é dado a todos ter à sua disposição pessoal, amigos ou parentes a quem possam confiar as crianças. Há, no entanto, outras soluções. Houve assim três famílias que se associaram para as férias; foram para o mesmo lugar e cada casal pôde ausentar-se durante uma semana. deixando aos outros dois o cuidado dos filhos. Para evitar o perigo da rotina no lar, há outro recurso a respeito do qual lhes quero falar mais demoradamente. Tomem a sua agenda e, assim como anotariam um concerto

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ou uma visita, marquem um encontro com vocês mesmos; e que fique bem entendido que estas duas ou três horas são "tabu" . .. digamos, sagradas- é mais cristão - não admi .. tindo que um motivo qualquer que não lhes faria suprimir um espetáculo ou cancelar um jantar de amigos em sua pró · pria casa, seja capaz de fazê-los faltar a êst e encontro marcado com vocês mesmos. Como utilizar estas horas? Em primeiro lugar tomem a decisão de que não estão com pressa. Uma vez não é costume. Deixem a praia, indo para o alto mar. E' absolutam ente necessário mudar de ambiente e esquecer as preocupações. L eiam juntos um capítulo bem escolhido de um livro posto propositalmente de lado para essa ocasião privilegiada. Em seguida - ou em primeiro lugar - façam longamente uma oração. Que cada qual, quanto possível, faça em voz alta uma oração pessoal e espontânea; , esta forma de ora ção, sem menosprezar as outras, aproxima milagrosamente os corações. Penetrando assim na paz do Senhor, comuniquem um ao outro aqueles pensamentos, aquelas confidências, aquelas queixas que não é fácil nem muito recomendável fazer no decurso dos dias ativos e ruidosos e que, no entanto, seria perigoso fechar no segredo do coração, pois que, bem o sabem vocês, "há silêncios inimigos do amor" . Mas não se detenham somente sôbre si mesmos nem sôbre as preocupações atuais. Façam uma excursão às fontes de s eu amor, reconsiderando o ideal entrevisto quando, juntos, iniciaram o caminho com passo célere. Renovem o seu fervor. "E' preciso crer n aquilo que fazemos e fazê-lo com entusiasmo". Em seguida, voltem ao presente, confrontem o ideal e a -

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realidade; façam o exame de consciência de seu próprio lar - não digo o exame de consciência pessoal - tomem as resoluções práticas c oportunas para curar, consolidar, rejuvenecer, arejar, abrir o seu lar. Empreguem neste exame, lucidez e sinceridade; remontem às causas do mal diagnosticado. Porque não consagrar também alguns instantes em meditar sõbre cada um dos filhos, pedindo ao Senhor que ponha "as suas próprias vistas dentro de seus corações", segundo a sua promessa, afim de que possam vê-los como ~le próprio e conduzi-los segundo os seus desígnios. Finalmente e aC~:ima de tudo, perguJ:ltem a sí mesmos se Deus é o primeiro servido em seu lar. Se sobrar tempo, façam aquilo que entenderem, mas, peço-lhes, não voltem às banalidades ou ap rádio. Não têm mais nada para dizer? então fiquem calados juntos; talvez não seja o momento d(l menor proveito. Lembrem-se, com efeito, daquela palavra de Maeterlink: "Não nos conhecemos ainda, não ousamos ainda calar-nos juntos". Será de grande importància escrever um pequeno apanhado daquilo que se tiver descoberto, estudado ou decidido no decorrer do encqntro, ·mas isto pode ser feito depois, por um dos dois e será lido por (lmbos, juntos, no próximo encontro. O que acabo de lheJi dizer não é mais do que um meio de conservar jovem e yivo o amor que se dedicam e o seu lar. Há seguramente m~itos outros, mas êste, adotado por numerosos casais que conheço, já deu provas da sua eficiência

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amor e casamento Quase todos v ocês já estão estuda ndo os tem~s da série : "A mor e Casamento". E stes temas, utilizados desde h á J fi a nos - h averia vantagem em atualizar a lg uns quanto à fo r · m a c às referências - têm grande importância. A s Equipes de Nossa Senh ora baseiam-se em det erminada concepção da vida cristã e 'do casamento; um dos m eios que propõem aos casais para os ajudar a r ealiza i" uma un\ão conjugal qu·e seja, como dizem os Estatutos, tim louvor a Deus, ·um test emunho

Um encontro na feira entre · duas jovens senhoras : Olha, Marina , estamos livres na terça-feira à noite, po d emos ir "sentar-.nos" . em sua casa? -

Pois não , está combinado.

O que significa este curto diálogo? Já há alguns anos que um casal vai fazer o seu "De"er de se ritar-se" e m . casa de amigos do mesmo bairro, ve lando pelo son o das crianças , e permitindo ass im q m~ estes amigos vão ·passar a noite com a fam ília , ao cinema , etc . . . Parece que só há vanta gens. N'ão há telefone a quebrar a tranquilidade, não há a tenta çã o de ceder ao cansaço cedo dl ~ mais ou de passar a um trabalho urgente, nem sobretudo de desistir no último momento a pretexto de disposição pouco favorável . . . porque os amigos. estão preve nidos. Duas longas horas num encontro a dois e m que o casal pod e rezar , meditar, fazer uma revisão de sua vida , e até simplesmente " calarem-se juntos" . . .

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aos hôméns ... , é o estudo dos temas, especíalme·nte os dos três primeiros anos: Amor e Casamento União com Deus.

Fecundidade -

Os caminhos da

Estes temas, estudados pelo casal e em equipe, iniciamnos na espiritualidade do casal e da, família preconizada pelas Equipes. Existiu certa conccpç~o que. embora seja atualmente reconhecida como falsa, ainda levanta problemas: O casamento é muito suspeito: se é possível a salvação através dele é porque pressupõe certo número de tribulações: "uma mulher vale bem um cilício" dirá o marido, enquanto que a mulher o identificará a um~ "disciplina". Levantar-se para tratar das crianças é tão duro como ir a Ma tinas. . . Pensa-se que não se pode alcançar a salvação no matrimônio senão através das dificuldades que nele se encontram. . . Desconfia-se ela felicidade ... A concepção cristã opõe-se a essas deformações: O casamento é querido e abençoado por Deus; da mesma forma que Cristo pelo batismo toma o homem, em . corpc e . alma, para faz=r resplandecer nele a sua redençã~, pelo casamento toma o casal. Assim a espiritualidade. famili~r será a :irte de viver no lar de tal ma . . rie}r~ qúe· a redenção de Cristo possa resplandecer em todos os domízÚos da vida do casal e da família. 4pt ender a amarem-se. ·· Aprender a ser pais. -

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Aprender a ser, no nosso lugar, e como pessoas ca.: sadas, servidores da Igreja e da sociedade. Existe uma razão, nas Equipes de Nossa Senhora, para estudar em conjunto estes temas sôbre o casamento: mesmo que o seu conteúdo, que toda a sua ciência fossem já conhecidos por todos, ainda seria preciso estudá-los juntos para apoiar a vida da equipe nessas verdades melhor conhecidas e melhor compreendidas. Porque agora já não se trata de aprender, de aprofundar, sõzinho e só para si, nem mesmo j(L de aprender. em casal, mas de aprender em equipe, uns com os outros, por Deus que se regozija com qualquer obra em comum. Então vocês. serão "equipe" e nã,o apenas simples circulo de estudos.

DIÁLOGO RECEBER E DAR

Esperamos, através desta carta de um casal e da resposta que lhe demos, fazer-lhes compreender melhor o que se pode esperar e encontrar nas Equipes: A nossa adesão às Equipes parece-me que foi dominada por dois imperativos : receber e dar. E', acima de tudo, um auxílio que viemos procurar. No principio do nosso casamento vivemos debruçados sôbre nós mesmos e sôbre o que havíamos trazido dos movimentos de juventude a que tínhamos pertencido. Depois de três anos de casamento já não Unhamos na-

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da. . . O Senhor faftava-nos de cérta maneira e desejávamos >oltar a encontrá-Lo numa comunidade tipo "primeiros cristãos" ... Também desejávamos dar. Eu, pessoalmente, tinha certa saudade de já não pertencer a um "movimento"; ouvia um a pêlo do Senhor, que aliás voltava com insistência. Quanto ao resto, não esperávamos nada n~uito explícito das Equipes, que, aliás, conhecíamos mal. A prin. cípio tínhamos feito um acõrdo com o casal que nos tinha vindo falar: ·•experimentar". . . e acabámos ficando. Acabámos ficando porque encontrámos o auxílio que procurávamos, sob todas as formas, espiritual e material, e porque também nos foi pedido para darmos. Voltámos a encontrar entusiasmo. E além disso as Equipes são uma engrenagem inexorável que, quando se dá um dedo nos devora inteiramente. . . Demos graças a Deus per isso, pois era o que mais ou menos conscien .. temente desejávamos. Eis um exemplo: Por ocasião dum retiro, no ano passado, decidimos que Regina deixaria o seu trabalho para se dedicar mais à casa e aos filhos. Tratava-se de grave decisão que adiávamos de mês para mês. Dizíamos sempre que o dinheiro não faz a felicidade, e no entanto recuávamos sempre diante da supressão de um ordenado que aumentava o nosso confoz to. Esta decisão é fruto da nossa entrada para as Equipes. Por outro lado não compreendo muito bem a organização do Movimento: parece-me pesada ,hierarquisa-

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da e cõm falta de entusiasmo. Ã parte certos artigos da Carta Mensal onde se sente muito amor e alegria e onde se encontram idéias originais, o resto parece-rr:e pobre. Esforço-me para lutar contra esta impressão que me entristece e me parece ingratidão. Tal como nas estalagens espanholas - a ac·reditar no provérbio francês - talvez só encontre no Movimento o que para êle eu levar. Esta carta alegrou-nos muito e devo dizer que a sua última observação s.ôbre o Movimento não n os preocupou muito. A sua ~quipe, o seu retiro, a decisão que tomaram, bem o sabem, e dizem-no, devem-no ao Movimento. Então o que é que os deixa pouco à vontade ? Pensamos sobretudo que conhecem mal a organiazção do Movimento ; com efeito é bastante complicada; encontramos neie uma série de casais com designações bizarras. e que, segundo eles dizem, (estamos brincando) são todos a engrenagem essencial do Movimento: Casais pilotos, Casais de ligação, Responsáveis de Setor, Casais regionais, sem falar de um Centro Diretor que lhes é, quase ou completamente, desconhecido ... Pouco a pouco aprenderão a conhecê-los e a compreender as suas funções, das quais não há nenhuma que não seja essencial à vida da sua pequena equipe. A partir de agora c nas Cartas Mensais seguintes, encontrarão algumas notas acerca do papél dos diversos quadros do Movimento, e devemos terminar com um esquema da estrutura do Movimento. Enquanto e~peram saibam que, graças a eles, vocês são muito mais conhecidos e amados pelos que dirigem o Movimento, -

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SUPLEMENTO à Carta Mensal

das Equipes de Nos~a Senhora Jl.llho-Agósto

d e

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Bilhete do Centro Diretor

Cabe-lhes responder Através do Mundo

Bélgica A nossa leitura 6o Evenselho

Está aí alguém que nos fala O Evangelho, fonle de o~açõo O que vai pelas Equ;pes

Compromisso da Equipe Sáo Paulo 5 Peregrinação das Equipes a Lourctes Intercâmbio com Portugal Vida do Movimento

Equipes admitidas Equipes compromissadas Calendário Retiros


CABE-lHES RESPONDER Chegam até nós, por vezes, certas críticas que se levantam de um ou outro lado contra o Movimento. Talvéz seja bom que reflitamos ]untos a seu respeito. Um dia destes, ouvimos dizer de diversos lados que mem bros das equipes, que descobriram com alegria e proveito, graças à vida na equipe ~ à vida do Movimento, u_ma espiritualidad:; mais profunda, ficam nos seus bairros, nas suas paróquias, nas suas profissões, indiferentes, inativos, fechados ao mundo que os rodeia . Voltam-se então para o Movimento, acusando-o de não abrir os seus membros para os problemas do _m undo, de favorecer uma espiri tualidade fechada, censurando a Carta Mensal, por r;:>ão despertar os membros das equipes para a vida e as necessidades· I:Ja Igreja.

t ve rdade que a "Carta Mensa l" fala pouco do mundo; não é esse o seu objetivo; não lhe cabe substituir-se aos períodicos aue se encarregam de nos informar .;:cerca da vida da Igreja e do mundo. Não são as nossas pobres páginas que poderiam bastar, mesm o su·· màriarnente, para alertá-los. A "Carta Mensal" dá a notícias da ~a­ mília das equipes; cabe a cada um interessar-se pela família-paróquia, pela família-cidade, pela família-pátri a, pela família-Igreja. por tôda i'l humanidade. Cabe a cada um abrir o seu coração av ~ apelos de fora.. Cabe a cada um dos casais ver que jornais, que revistas devem entrar em sua casa, para l~var ai as noticias, 'Os cuidados, os problemas de um mundo de quEI nem pais nem fi lhos podem desinteressar-se . li


Contudo, através das notícii'!s da vida das Eqyipes nos diversos países, temos procurado, no nosso "Através do mundo", dar-lhes algumas indicações sôbre as diferentes cristandades onde o Movimento se radicou. Reconhecemos de boa vontade que não nos podemos contentar com estas informações. Mas deixemos a "Carta Mensal" e vamos ao fundo do problema. O Movimento foi criado para ajudar os seus membros a levar uma vida cada vez mais cristã, quer dizer, ~ conhecer, a amar e a servir Deus. Este serviçc de Deus é, segundo as vocações e os chamamentos, o servico e o amor do próximo, do mais. próximo ao mais longínquo . Se houver entre vocês alguns a quem as Equipes só levam a arr.ar os membros da sua. equipe, ou da!. f.quipes, sem abertura aos outros, é preciso que ~e retire imediatamente. Se houver alguns a quem a vida de equipe não tenha levado ou não leve a olhar tôdas as pessoas que encontram, quer seja no trern, na rua, no escritório, com outro olhar, com o olhar rle amor que se dirige a um irméo, é sem dúvida porque não nvançaram ainda muito nes5e amor fraterno entre os membros t1as equipes, err. cujo convivio se exercitam a ajudar-se uns aos outros, a sustentar-se mLrtuamente .. Se há equipes que se contentam em proporcionar ~ólidas amizades, ou um certo conforto moral só entre os seus membros, estão bem longe do ideal que lhes foi proposto desde o início: realizar nm "triunfo da caridade". A verdadeirn caridade fraterna irradia, é contagiosa, acolhedora . Não cessa de crescer à medida que se dó, como, aliás, o amor de Deus. Faz de nós e de nossas comunidades, focos de calor e de amor, que devem atrair os que esteio sem amor. Notavam-no perfeitamente os que encontravam os primeiros cristãos: "Vede como eles se amam" . Tinham então desejo de conhecer Aquele que era a fonte deste amor vivificante e reconfortante. São tantos os membros das equipes que estariam prontos a vir testemunhar que esta vida de caridade dentro da equipe os levou a descobrir e a amar "os outros". Mas se não é este o caso em relação a todos, isto deve levar-nos a considerar o problema . 111


A acusação feita ao Movimento , tem razão de ser ou ê desti tuída de fundamento? Cabe-lhes responder, e responder atra vé > da própria vida . E. se você$ guardam só para si os talentos que descobriram, se a sua vida não se torna, pouco a pouco, mais cristã , mais irradiante, cabe entõo a cu lpa ao Movimento, à sua equipe, ou a si próprios? Cabe-lhes descobri-lo. Gostaríamos que muitos nos escrevessem para nos dizer o que o Mo .. imento pode fazer, na sua opinião, para tornar os seus membros mais abertos, mais cheios de vida, mais irradiantes da caridade de Cristo . O CENTRO DIRETOR .

"A tentação nos vem constantemente de separar, ou, P'elo menos , temos sempre dificuldade em unir vida espiritual e vida ,rofana, vida de oração e vida de ação, vida pau Deus e vid·apara os outros. A autêntica vida espiritual, aquela de que Cristo é • único modêlo porque a vive em plenitude, porque não só é habitado e possuído pelo Espírito . mas é, totalmente, obra dele et inca rnatus est de Spiritu Sancto - , a v;da no Espírito Santo não conhece estas distinções artificiais. Evidentemente, não r.olóca no mesmo p·lano, como hoje sugerem tantas fórmulas equivocas sôbrP. a caridade . Deus e os homens , o Senhor e as criaturas, mas, não pode se separar os dois mandamentos: o p?imeiro, o amor de Deus , "o maior" ( Mat. 22, 38 ), do segundo, o amor de próximo, que está na mesma ordem e sem o qual o primeiro não passa de uma ilusão. Viver no Esp;ríto é para nós, tal como para Jesus Cristo, conservarmo-nos diante de Deus e ouvi-Lo diser que é nosso Pai , e que acolhe o nosso amor, mas é também, no mesmo movimento do Espírito sabermo-nos consagrados e entreglfmo-nos a uma tarefa· santa, o serviço do Reino de Deus. O mesmo Espírito que acorda em nós a reação filial "Abba, Pai!", Fa:r:-nos oferecer a nossa existência no serviço dos nossos irmãos".

J . Guíllet s.j. IV

"Jt>sus Christ hier et aujourd'hui".


ATRAV~S

DO

MUNDO

B~LGICA

Sltiiação geral A Bélgica é um território de 30.500 km2, li mitado a o norte pe los Países Baixos, o Otlste e a o Sul pela França, a Este pela Alemanha e o Luxemburgo . Com exceção do ~analto das Ardena s, a Bél gi ca é um pai~ de planíce; m u lto ricas em geral. E' tam bém um país fo rtemente Ind ustrializado . Centavo com uma população de 9 .027 .000 habitantes em 1957, ou seja, perto de 300 habitantes por km2 . E' composta quase exclusivamente po r católicos, sendo batizada 96% da população. O que não Impede que em certas regiões se pratique pouco. Existem cerca de 15.000 padres em 7 di oceses: Molines-Bruxelas, Anvers, Bruges, Gand, Llége, Nomur e Tournal. As cidades principaLs são Bruxelas (mais de um milhão de habitantes), Anvers, Gand e liége. As Equipes na Bélgica A primeira equipe Belga data de 1947, e surgiu nos arredores de Liêge; ;>cuco depois Brux•~los teve tambérn a sua orlmelra equipe . AtL•almente a Bélgica conto cerca de 250 equipe~; encontram-se sobretudo na região de Bruxe'as (5 Setores), de liege (3 Setores), em Na · mur (I e em breve 2 Setores) . Anvers, Arlon, Bruges, Char!.eroi, Gan ::., Huy, Tournal e Verviers também t ê m Llm Setor cada um, contando entre 8 e 20 equipes. Uma das características das Equ ipe9 belgas é a importância q Le sempre foi dada aos retiras . Durante os primeiros anos do Movimento na Bélgica, as Equipes tiveram n o; retires, o seu verdadeiro alicerce: As primeiras equipes orgcnizavam-n ~s; os seus membros faziam-nos ampJcmente conhecidos ao seu redor, de tal moneira que muitos casais que deles participavam , pediam dep"is poro conhecer 'lS Equipes e a e las pertencerem. Atualmente as Equipes belgas pub'icam ainda todos os anOoS um:1 imoortante lista de retiro:;, e dlvulg'lm-na largamente. Esta ação apos-

v


t6 1lca do Movimento, que allós se encontra também em outros paloes, acha-se pa1tlcularmente desenvo lvi da na Bélgica. Uma outra característica das Eqllipes na Bélgica -

pe'o men os am

gera l e ei'T' que se po:1eriam inspirar todos o; Setores, é a seriedar.e da J/ informaçõc 11 e da pilotagem. Geralmente., antes de ~e formar a equ ipe, o casal infvrmador ou pilcto foz.' cmr;enho em v i sitar individL:~o ' mente coou

casal, para verificar lento quanto po~s ível, quai s as possibilidades de s~ sen tir em bem no:i Equipes. Este encontro p2rmite ainda distribuir do me· lho r formo possível os casais nas diferentes eqt~ipes que iniciam a s suas atividades.

Na Bé:gicc só há Eq u ip es de Nossa Senhora na reg ião de língua francesa, p:)is os equipes flamenga.:; separaram-se do Mov i m ento em 196(1 para forma.- um Movimento diferente. Nos 17 anos de existCncia das Equipes na Bélgica, estobe ! cr:erci'T'-~C laços muito forte5 entre os equipes belgas e o Centro, e também en tr~ um grande número de membros de quipes de outros países, que ~e encontr ..~ vam por ocasião da s diferentes manifestações do M ov imento: Dia s Oc!

Estud es dos Responsáveis, Peregrinações de 54 e 59, etc . . . Quo :e se poder i c dizer: Qc:em das Equipes, pelo !TIE'nos na Europa, não terá um casal amigo na Bélgica?

A Nossa Leitura do Evangelho Há perto de três meses que lemos, tôdas as semanas, algumas páginas do Evangelho, seguindo um plano de le itura apre~€ntado na Carta Mensal de abri l. Chegou ao nosso conhecimento que ce rto número de merr. brcs das equipes encont ram dificuldade nessa lei tura. Uns acham que os trechos prop_ostos são demasiado longos para poderem ser meditados, aprofundados, não permitindo um estudo mais minucioso. A esses recordamos que se trata, agora, d;) um ario de le itu ra, precedendo urro ano em que te;emos um tema de estudo que nos permitirá E.~tudar, aprofundar, refletir e meditar

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o Evangelho. Assim, êste ano, basta ler, pausadamente sem dúvida e com a atenção do coraçéo e da inteligência, para nos familiarizarmos com os textos. Outros quiseram fazer esta leitura na oração familiar. Tiveram dificuldade em o conseguir, ou porque certas passagens sãti muito difíceis para os filhos, ou porque um trecho semanal, mesmc .Jividido em 7 partes, para cada um dos dias da semana, é ainda assim demasiado longo. Respondemos também a esses com OJ ex periência de outros C'ais que, dissociando as duas coisas, fa_zern a sua leitura individual ou conjugal, mas tiram do texto da semana a ou as passagens que serão integradas na oração familiar.. Repetimos pois, que se trata de um" leitura e não de urr: estudo. Quanto à partilha que deve ser feita na equipe, juntam~n1E> com as demais obri"'ações, é sobre ter lido ou não o Evangelho, dizendo algumas palavra~ acerca do proveito ou das difi~uldades dessa leitura, mas sem querer pôr em. comum tôdas as riquezas que por ventura se descobriram ou as dificuldades encontradas em compreender êste ou aquele trecho. A título de auxilio, reunimos a seguir alguns textos que poderão orient~r sôbre a atitude nossa em face da leitura do Evangt:lho. Está aí alguem que nos fala

~i

"Poderia parecer que os Ev:Jngelhos nada mais se propõem de que colocar-nos em ::_cntato com Jesus; nõo nos apresentam ~les as Suas palavras e gestos? Reconheçamos, contudo, que não conseguimos estabelecer êste diálogo. Somos demasiadamente levados a analisar as idéias, a discuti - las, não para as pôr em dúv,ida , mas para as compreender melhor e aplicá-las à nossa vida. Começamos a pensar no perdão das injúrias, na confiança na Providênl.ia e esquecemos que alí está Alguém que nos fala. Procuramos encontrar máximas edificantes. regras de vida, o que é excelente, mas não nos dispensa de prestar atenção Àqu~IG que fala e a pôr-nos na Sua presença. VIl


Somos como Marta , preocupada em trabalhar bem, quandô seria preciso, primeiro que tudo. pormo-nos aos pés do Mestre como M.lria, a escutá-Lo. Fiquemos na atitude da Samaritana : compreendia as palavras de Jesus, é certo, mas tinha sobretudo consciência de estar diante de Alguém, e com Ele estar dialogando . Porquanto o Evangelho não é um livro do passado, como o~ "Pensamentos" de Pascal ou os discursos de Sócrates. Nõo deve ser abordado como a narração de acontecimentos passados outrora . Através da graça da RessurreiçCio, Aquele que fala está presente .a· cada um de nós, presente em cada um de nós, com uma pre llença atual, viva, eficaz, santificante. Acreditamos nós que ~I;: realixa a s~Jil obra de Salvador atualmente, através da Palavra procl:amada, tão realmente como o f5zia nos caminhos da Galileia? Quando abrimos o Evangelho, quando escut.smos a proclama çoo do Evangelho, não fiquemos como diante de um texto a ser estudado ou aplicado. Fiquemos acima de tudo diante de Alguém que fala e atua em nós. É esta atitude de acolhimento, de dispt> · hibllidade, que tinham o Padre de Foucauld e todos os santos. Eles, ~abiam utilizar o Evanqe.lho para encontrar Jesus". Joseph Delamare, excerto de um artigo do "Offertoire" . O Ev,1ngelflo, fonte de or.açõe

"O Evangelho nõo nos dá apenas expressões ou intenções para a oração, não é apenas escola de oração, modêlo de oração, ao mostrar-nos a oração de Cristo; é tamb-ém, em sí mesmo, uma oração. Pode ser fonte de oração. Ainda aqui, a liturgia nos ensina a ut ilizar a palavra de Deus; qualquer ação litúrgica é alimentada por essa Palavra . Vejamos a mlua: A primeira parte nos coloca à escuta de, Deus no Antigo e no Novo Testamento, que , a seguir, dão a substância da oração ~m comum. Para falar a Deus, é preciso conhecer a sua linguagem. Como nos poderemos fazer compreender melhor por Ele senão falando a linguagem de seu Filho! Tornarmo-nos familiares do Evangelho é aprendermos a falar como Jesus, é colocarmo-nos nas dispo~ções interiores do Filho de Deus .

VIII

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Não basta moldar à nossa oração pelo Evangelho; é preciso haurir no Evangelho a nOSS3 oração Muitos responsáveis, fieis à obrigação da meditação quotidiana, chegam à intimidade de Cristo graças à m~ditação do Evangelho; muitos casais fazem a sua oração conjugal pelo Evangelho; certos casa~s inserem na oração familiar uma passagem do Evangelho; há equipes que atingiram uma maturidade espiritual, graças às meditações de Evangelho em equipe. Através da Sua Encarnação, Deus veio aprender a lingua dos homens, para em seguida, lhes ensinar a falarem com ~le. É com o Evangelho que aprenderemos a falar com ~le, que ensinaremos os nossos filhos a falar com ~le .. E por que, antes mesmo de ensinar a nossos filhos um ato de caridade, não lhes haveriamos de sugerir a réplica de São Pedro a Cristo: "Senhor, vós que tudo sabeis, sabeis muito bem que Vos amo". Como seria fácil, para confiar as nossas an• gustias e a~ de todo o mundo, retomar as súplicas dos doentes do Evangelho, essas mesmas invocações que são repetidas em Lourde5 na procissão do Santíssimo Sacramento: "Senhor, faze i que eu veja' Senhor, aquele a quem amais, está doente ... Senhor, tende piedads de nós!" Porque não havemos de repetir o apêlo dos apóstolos em meio a tempestade: "Senhor, salvai-nos, que perecemos", ou, quando a oração se torna mais difícil: "Senhor, ensinai-nos a orar", como pediam os apóstolos, um dia, ao Mestre, pedido que nos valeu o Pai Nosso. E nos dias de alegria e de contentamento, por .. que não havemos de retomar as aclamações da multidiío: "Hosana 1 Hosana! ao filho de David", "Bendito O que vem em nome do Senhor", ou a afirmação de Marta · "Vós sois a ressurreição e a vida", ou a de Pedro: "Vós sois o Cristo, o Filho de Deus vivo" 1 E quando achamos a vida demasiado dura, oorque não havemos de retomar a oracão de Gethsémani: "Não se faça a minha von!ade, Pai, mas a Vossa". A nossa oração atingirá assim um vigor que não ousaríamos ,supor, se o próprio Cristo o não tivesse prometido: "Se permane~ cerdes em Mim e as Minhas paiavras permanecerem em vós, pedi o que quizerdes P. ser-vos-á concedido" Uo. 1 5. 7) . (Excerto de uma conferência feita por um Assistente de Setor).

IX


(J. que

{).a~

COMPROMISSO DA EQUIPE SA.O PAULO 5 Em cerimcn1a muito íntima, muito recolhida, a Equipe 5 de São Paulo, sob a invoc;ação ele Nossa Senhora do Rosár io, prestou o seu compromisso, integrando-<;e definitivamente no Movimento. Na t.>rde do dia 20 de junho Liltimo, os casais se reuniram para "m pequeno recolhimento, tendo Frei Da niel o.p ., Assistente da equipe, proferido duas ccnfarência3 esp iritu ais, uma delas seguida de troca de idé ias que permitirarr. o aprofundame nto de um trecho dt.. Evanqelho. Segu1u-se a ;:elebraçõo da San ta Missa, duran te a qua l os rasais , pr0nuncic:ram ~ fórmula elo comprem isso , .na prese'1Ça d:. casa l Mi ri2rr.· e . Gastõo Camargo que representavam o Movimento e do Casal de Ligaçõv. A equipe teve t ambém o gesto muito ex .. pressivo de convidar par.:1 a cerimó nia , o casal que acompa nh0u os seus primeiro!. passos como piloto. A seriedade com que os casais ;Jrepararam o seu compro misso, é uiT' índice de seu espir ito de respo nsabi lidade. Sob o am-' paro da Virgen, do Ros-iric, Jllguran~os fla.·3 a equipe, aque le "din1misn· o du vid.o c'istc" que Fre i D2niel ·1ese nvolveu com pro-' fundidade numa de suas .:onferências. Nas orientaçê>es dadas ;JMa c Compromisso das equi!PeS, destaca-se QLie né;o h6 c2rimonia l nem fórmula of icial par~ o ato, cabendo a cada <'q uipe a iniciativa -:la escol ha . São numerosas as equipes que fazem o compromisso

X


os

na presença d, todos equipistas de sua cidade, o que é mu1to significativo: além do testemunhe que oferecem, a~sociam os irmãos .:1 um ato solene e irnportant<.>, Outras fazem preceder o ato solene, de um retiro. No silêncio e n3 :>racõo, têm os cas<:is oportunidJde de meditar pausadamente no ide<:~l <J atingir, nos c~forços a empreender, na pro.:ura da vontade de Dc~1s sôb1 e SI mcs· mos , para que através da vida de equ'pc, Deus s.::ja melhor conhecido, melhor amado e melhor servido . A equipe acima, escolheu a modestia de uma cerimônia recolhida e simples, tendo por testemunhas Deus e alguns poucos casais mais mtimamente Iigados à própria vida <lo grupo. Perm itiu a ce-lebrilção de urna missa rigorosamente aos pés do altar, como deviam ser as missas dos primeiros crist-ãos ... · Qualquer destas fórmulas é boa. Haverá certamente .outras. Apresentamô- las como simples sugestêío para as .equi pes que se acham em vésperas de seu com~;>romisso. O importante é que seja ê!c uma nova tomad<J de consciêncid para um cristianismo mais autêntico e um novo ponto de partida para novas ascensões. PEREGRINAÇÃO DAS EQUIPES A LOURDES

Conforme jó foi comunicado, as Equipes de No;sa Senhor<~ preparam uma grande peregrinação ~ Lourdes, para a qu.1l foi escolhido o dia de Pentecostes de 1965 . E' a primeira peregrinação, dépois daquela que, em 1959, levou a Roma 1OOC casais de tod<=>5 os países onde há equipes. A de 1965 deverá também constituir L111'l novo marco na história· e na vida do Movimento. Em Lourdes, os casais irão pedir a Noosa · Senhor.1 que leve a seu Filho ,q decisão mais consc1ente dos equ1pistas, de que "querem fazer do Evangelho o estatuto da própria família".

XI


Por ser o Evangelho o principal objetivo desta peregrinação é que tôdas as equipes estão fazendo êste ano a leitura dos Evangelhos e farão, o ano próximo, o estudo e meditação mais profundos do Evangelho de São Marcos, através de uma tema especial . E' preciso que as Equipes do Brasil, que ocupam o 3° lugãr no Movimento, após a França e a Bélgica , é preciso que estejam também presentes em Lourdes em 65. Um casal? Vários casais? Pouco importa. O que é importante é que a nossa delegação represente, de fato, todo o Movimento PlO Brasil. E leve a Lourdes as preces de todos os equipistas e a 11firmaçõo de nossa maior fidelidade ao Evangelho.

Se todo o Mc.vimentoe está contribuindo para a preparaçã o espiritual da ~eregrinaçõo, deve também, todo êle, colaborar materialmente para que se torne possível a viagem da nossa delação. Está em estudos, um plano de financiamento deste viagem , que, oportunamente, será levado ao conhecimento dos equipistas. Mais do que tudo, entretanto, concentremos nossos esforço.; no maior conhecimento do Evangelho. Melhor conhecê-lo, para melhor vivê-lo. Viver a mensagem prl!gado por Cristo. Levar ao redor de nós esta mensagem, a única que poderá transformar o mundo .

INTERCÂMBIO COM PORTUGAL A Carta Mensal de janeiro último, relatou a viagem de um de no55os equipistas, para tomar parte no Encontro Internacional realisado em Paris em outubro. Estava êle presente, também, no "Dia de Estudos dos Responsáveis" que precedeu aquele Encontr1) e no qual se achava em meio de 2800 pe~soas vinda9. de 1 5 países. No meio dessa verdadeira multidão, um brasileiro e alguns -;;sa is Ide Portugal .

XII


Como não podia deixar ele acontecer, brasileiro e portugueset encontraram-se e, nos poucos momentos livres, houve possibilidade de troca de impressões ... e possibilidade de falar português. Fato banal em si, mas que foi o ponto de partida de um "auxílio mútuo internacional". As Equipes de Portugal tra'd uzem a documentação do Movimente. e nós também; traduzem a "Lett~e Mensuelle" ... e nós também. Por que êste duplo trabalho? Por que nõo haveria um intercâmbio de documentos? Resultado: pouco depois, recebíamos aqui a relação dos documentos já publicados em Portugal, alguns dos quais nós não tínhamos ainda traduzidos e vice-versa . Mais ainda, num gesto muito simpático e generoso, ficou acertado que nos enviariam todos os meses a Carta Mensal traduzida do francês. Aqueles qu& jó trabalharam na confeccção da nossa Carta Mensal, sabem o que isto representa de colaboração preciosa. Esse intercâmbio foi o início de uma troca de correspondên..: cia e, portanto, de contatos frequentes entre as Equipes de Portugal e as do Brasil. Além disto,as notícias do Movimento em Portugal, publicadas no Suplemente, são para nós de grande utiliaacle, pois a grande afinidade entre os nossos países permite o eproveitamento de sugestões e iniciativas. Mais uma vez, é o auxílio mútuo em ação, no plano internacional. Aos nossos irmãos de Portugal, a equipe de redação êa Carta Mensal expl'ime aqui, mais uma vez, os seus mais sinceros agradecimentos por esta colaboração de ine_stirnóvel valia .

XIII


EQUIPES ADMITIDAS Fo i aprovado o ped ido d e adm issão d as seg uintes eq u ipes :

Bélgica ...:.... Bru xe las 98, 99 : Hasse lt 3, La Hulpe 1, 2, Liege A 23, Verviers 6.

Brasil -

Baurú 5, Ribeirã o Preto 6.

França Le M a ns 15., Lyo.n 22, Montbéliard 1, Montro uge 1, 2 , Mulho use 16, Ni ce 3. Pontivy 1, Rennes 9, Ruffec 1, 2 . St. Leu- la-Forê t 2, Saint Na zaire 2, Sarcelles 1, T a;·nrç 2, Ye rres. 1.

EQUIP ES COMPROMISSADAS Bélgica 6rasil Canadá -

Anve rs 16, H e rvé 3, Liég e A 5 . Sõo Pa ulo 5. Montréal 7 , 9 .

França -

Ch â lo n s-S Ltr-Marn e 1, Ch a mbé ry 3, C lermo nt - F.crrand. 5, .Troyes 2 ? , T o.ui Quse 4. Bastia I.

Suiça U.S.A. -

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Friburgo 6 . W as hington 1.

_,


As eq uipes do Brasi l q ue fora m admi t idas, são as seguintes: Baurú 5 N.S. de Lourdes A ssiste nte : Pe . Frede rico Va n Leewe C . Respons.: Edey e Fra nc isco Raia da Fonseca Ribeirão Preto 6 N .S. da Frate rnidade Assiste nte: Pe. Emílio J arbinet C. Respo ns.: Mary e Angelo Fumagalli CALEN D Á RIO Sessã o de Quadros Terá lugar nos dias 4 a 7 de ~etem­ bro próximos, na Casa de Retiros das Missionárias de Jesus Crucificado. Desti nam - se aos Casasi Pilotos, Casais de Ligação, integrantes das Equipes de Setor e Coordenação. Peregrinação Dia 20 de setemb ro rea li zar-se-á a peregrinação das eq u ipes pe rte nce ntes ao Setor de Campinas. Comeroraçõo de Natal Te mbém promovida pelo Setor de Ca mpinas, terá luga r no d ia 19 de Dezembro.

APÊLO DO SECRETARIADO Inúmeras Cartas Mensais e , às vezes, comunicações fmpo rtantes, nos Zêm :;ido devolvidas pelo Cor reio, po r ir..egula ridades no ende reço ou mud ança s dos cq uípistas. Pedimos, portanto, p-articularmente AOS RESPONSAVE IS, que não deixam de nos comunic;ar as alterações hav idas em suas equipes: casais novos , casa is que se 1ctiram , mudanças de endereços, etc. Chamamos também a atencão dos SETORES , pa ra <J -comunicação imediata de l·ôda Úliação , fo rnecendo-nos logo, pelo menos os seguintes dados : nú me ro '- invocação da nova equipe, nome e endereço do Assistente, nome c endereço do Casal Responsável.

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RETIROS Promovidos pela Região São Paulo

Agósto 7 -

9 c .s.c.

28 - 30 Setembro 11 - 13

25 - 27

Baruerí - Pregador ; Pe. Eugênio Charbonnea u Valinho!> - Pe . Eugê nio Charbonneau c.s.c. Valinhos - Pe . Mário Zuqueto . Valinhos - Pe . Waldemar Martins.

Outubro

-

11 z ioni . 16 - 18 Novembro 6 - 8 20 - 22 9

Colégio Santana - Cônego Lúcio Fláro Graz· Baruerí - Pe . Ivo Vigoriti. Val inhos - Pe . Pedro Paulo Koop m.s.s. Baruerí

Promovidos pelo Setor de Jahú

Julho 4 - 5 Em São Carlos 24 - 26 Em Jah ú - Colég io Sã o Norberto - Pregador ; Pe. Alfredo Pe reira Sampaio. Ontubro 31 d Novembro 2 - Em Valinhos - Chácara São Joaquim Dezembro I 3 Em Jaú - Recolhimento no Colégio Sõc José . Promovidos p·do Setor de Campinas

Agósto 14 - 16 -· Em Valinhos - Chácara São Joaquim - Prega gador ; Pe . Antonio !...úcio Campos Alme ida. Outubro 9 - 1 I - Em Valinhos - Chácara Sã p Joaqu im Ara~atuba

Julho 24 - 26 - Em Araçatuba - Pregador ; Cênego Pedro Ribeiro Branco XVI


do que vocês próprios os conhecem, e do que possam calcular. Nem uma só equipe é ignorada ou indiferente para nós quer esteja próxima ou distante . .. APRENDEREM A AMAR-SE

Um casal de uma equipe já com sete anos, escreve, ao contar a história da sua equipe: Nos primeiros tempos a atmosfeJ'a era glacial, sendo a equipe composta por pessoas que não se conheciam anteriormente ... tratávamo-nos por Senhor e Senhora tal. . . e isto c!Urante muito tempo. . . Parecia que ninguém queria dar os primeiros passos e sair da reserva. A amizade começou a progredir pouco a pouco, através dos serviços que começámos a prestar uns aos outros. A mudança de casa dos X ficará assinalada com um marco na vida da nossa equipe. Para as limpezas reuniram-se todos os homens da nossa equipe armadcs de macacão e esponjas. De repente o responsável de então exclamou: "E' completamente absurdo estarmos aqui a tratarmo-nos por "senhor" enquanto lavamos juntos uma porta"! E timidamente começámos a tratar-nos pelo primeiro nome ... Por fim foram as provações deste e daquele que, vividas em comum, formaram o cimento agora sólido da nossa amizade. Que isto sirva para as equipes onde há um pouco de cerimônia, em que há falta de simplicidade. Acontece também, em equipes novas, abrirem-se na oração, na partilha, na dis-

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cussão do tema, terem boas reuniões mas não conseguíl'em quebrar as barreiras da reserva quando se encontram fora. Fiquem cPrtos que, para criar uma amizade profunda, são n ecessários não só tempo mas cuidados assíduos. Comec~m bem, desde o princípio, como a equipe cujo testemunho podem ler abaixo: A caridade fraterna, ou amizade, é para nós o princípio fundamental em que se baseia toda a vida da equipe. Desde que nos reunimos pela primeira vez, tendo no espírito essa idéia de equipe, procurámos pôr em comum as nossas aspirações, o nosso ideal, para saber bem se nos deveríamos lançar nesta aventura com algumas probabilidades de êxito. Este confronto fez sobressair, em todos os momentos, a amizade como um objetivo essencial a ser atingido e um excelente meio de ação para conservar e de· senvolver a vida de equipe. Já podemos apreciar os benefícios de:sta caridade fraterna durante os seis meses de vida da equipe e agradecemos ao Senhor per nos ter permitido descobri-la. Achamos que ela é o barómetro da vida da equipe. Criar uma corrente de amizade entre os casais patece-nos que deve ser a principal preocupação duma equipe em formação. Não é possível definir a amizade com palavras humanas, a amizade vive-se. Vive-se com o coração, com a alma, vive-se com a vida do amor de Deus em nós, do; que deve ser a emanação e o reflexo. Cria o clima das relações entre os casais : N ada de conformismo mas

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simplicidade, compreensão, desejo de ajudar e de pedir auxilio, segundo as circuntàncias. Leva cada casal a sentir-se responsâvel pelos outros tanto no domínio espiritual como no moral ou material. SJibemos que podemos contar uns com os outros. A oração comum estâ toda impregnada dessa caridade fraterna. As alegrias são postas em comum. As provações são partilhadas. As esperanças e as decepções são sentidas juntos, as intenções particulares são tomadas a cargo de todos. As trocas de opiniões, de conselhos, dE" experiências são um auxílio e um estímulo. A amizade manifesta-se também nas conversas, nos empréstimos de livros, nas saídas juntos. . . Materialmente são inúmeras as oca!;i.ões de ajuda mútua e concretizam essa corrente de amizade: tro~as das roupas dos filhos, uso de máquinas de lavar, de tricô, de costura ... empréstimo do automóvel,. tomar conta dos filhos de um casal fatigado ou em viagem, etc . .. Estas realizações simples são a prova e o cimento da caridade fraterna que se deve aprofundar sempre e levar-nos para além dos gestos exteriores de ajuda mútua e de amizade. Para facilitar 0- nascimento e o desenvolvimento deste amor mútuo é preciso cultivar certas virtudes que favorecem o seu aparecimento: simplicidade, abertura de alma, preocupação em partilhar o qtle Deus nos dâ, desejo de contribuir para o desenvolvimento dos outros, humildade que nos leve a pedir um auxilio . . . -15-


E' precis-o tal'rlbéJn conhecerem-se · uns a 'os outros ·e para isso as trocas de impre·s sões que se podem fazer nas equipes ainda novas a propósito da educação dos filhos , das condiÇÕ<'!' da vida de família, de certos aspetos de vida de casD.: leituras, orações, descanso . . . devem ser multiplicadas. Numa equipe, logo .oa segunda reunião, depois de se ter esclarecido bem o ideal (a "mística") ; afim de melhor se conhecerem e fazerem nascer a amizade e a responsabilidade mútua, cada um fez para os outros um pequeno curricnlu?n vitae para se situar no aspeto familiar, estudos feitos, atividades social e profissional. Esta experiência foi muito útil. Esta amizade é talvez mais difícil de conseguir entre os casaiR que já tenham tido contato de ordem um tanto "mundana". Nesse caso é preciso redobrar de cuidado. Se soubermos ler bem os Estatutos encon traremos nas entrelinhas este pensamento constante: a vida da equipe é a vi da de amizade entre os casais. - - oOo

" Só a caridade distingue os filhos de Deus dos filhos do diabo . Todos p·odem fazer o sinal da Cruz de Cristo, responó'er "amem", c antar a " AII e li.oia", batizar- se, e ntrar nas igrejas, constru ir as pa-· re des das bas ílicas; os filhos de Deus não se distinguem dos filhos do. dia bo senão na caridade. Os que têm caridade n.ascera"'! de O s us , os qu e a não t ê m, r:~ão nasceram de Deus. Índice c.o~s.íderá. •.. vel , distinção fundamental. Mesrno que tenhas _tudo o que qu«:ir;~ s . ~e isso te faltar todo o resto não se rve para nada : mas se todo . o resto t e fa ltar e não tiveres se não isso, cu~priste a l1~ i" . Santo Ago st inh o::

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o casal de ligação

Para quê os casctis •.le ligação ? Respondemos a esta p ergunta com um pouco de história . Assim v eremos que o s eu papel não foi concebido abstratamente, mas que foi a vida d '.l!' equipes, o seu desenvolvimento e a expansão do Moviment o que exigiram a sua cria ção. A princípio e até 1917, o Padre Caffarel reunia todos os meses no seu pequeno escritório·, os poucos responsáveis dos grupos que orientava e que se começavam a chamar "os grupos Caffarel". Esta irr!:'.diação de vida espiritual atraia cada vez maior número de casais. A expressão "grupos de casais" andava no ar. Tendo-se desenvolvido os "grupos Caffarel" no interior e na Bélgica, o Padre Caffarel encarrega algun3 les ponsáveis, menos sedentários do que outros, de acompanharem o crescimento destes jovens rebentos afastados. Era o priméiro esboço do "casal de ligação" . Em 1947, dá-se a grande encruzilhada do'.! Estatutos, e as equipes tornam-se "Equipes de Nossa Senhora". Concebidos para um grande número de equipes e comportando uma estrutura coerente, os Estatutos instituem um movimento ao mesmo tempo vivo e bem enquadrado. As equipes surgem mai3 ou menos por toda a parte; é preciso ajudá-las a viver uma vida espiritual. E' pois, a necessidade de fazer passar uma -17-


corrente de vida do coração a tooo o organismo e vice-versa que levou os obreiros do Mavimento a multiplicar os órgãos de transmissão: casal de ligação, responsáveis de setor, responsáveis regionais. Ao lado de .notas, papéis, manuais, ofereceram às equipes homens e mulheres que se ocupariam delas com todo o coração. Era preciso que no Movimento tudo se fizesse no calor dos contatos humanos, n~ amizade fraterna. Em qualquer movimento, em qualquer organismo social. encontra-se esta dupla corrente de vida de que falávamos acima. Mas nas Equipes estamos num movjmento de espiritua · !idade: tudo deve ser portador de vida espiritual. Tudo o que se faz, em todos os escalões, é com vista ao reino de Deus nos lares; os fins e os meios são sobrenaturais. Alguns comparam o casal de ligação ao engenheiro assessor ou à assistente social. E' verdade, mas com a condiçã,o de nunca perder de vista que se trata de trabalhar para uma realização espirL tual, que a vida a criar, a desenvolver tanto ·no Movimento como em cada equipe é uma vida de caridade cada vez maior. O Centro deve estar profundamente ligado às equipes, porque é a partir das suas necessidades que ele pode fazer avançar o Movimento, é através dos casais de ligação que pode conhecê-las. As equipes têm necessidade também desta contribuição de vida que vem do Movimento. Todos sabemos que os "p:lpéis" não bastam e que tal intenção, tal orientação, lidas ràpidamente são também esquecidas depressa. O casal de ligação explica, lembra, vela para que as coisas i~portantes penetrem na vida da equipe.

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Além disso todos conh ecemos a nossa fraqueza e como temos n ecessidade de ser controlados, ch amados à ordem, mesmo se assum imos compromissos. E' graças ao casal de ligação que este controle do Movimen to é vivo e fraterr..o. E' este aspeto do papel de casal de ligação que mais checa alguns de nós. Disseram-nos alguns casais de ligação: "Temos a impressão 1e sermos recebidos em algumas equipes como vigilantes" . Recordemos a nós próprios que aceitámoo; esse controle fraterno, logo de inicio, como llm meio eficaz de progreso, e aceitemos que o caEal de ligação, apoiando-se na nossa boa vontade inicial e mais tarde no nosso compromisso, nos repreenda e n os estimule; ajudemo-lo a ser exigente. Em con clusão: O casal de ligação é, n o Movimento, agente de unida de, de caridade, é uma articulação sem a qua l a marcha seria rígida; é o elo, o fator de un idade n o pequeno corpo místico que são as Equipes. Quanto mais as equipes tiverem o sentido do Movimento, tanto mais terão o sentido do casal de ligação.

Em matéria espiritual sejam firmes , digam a si pró; rios que nã o hó nesta vida condisães ideais para a vida esp iritual; hó pesS!Ias que passam a vida a di:r;er: "Quando estiver numa situasão normal". . . Nunca se está numa situasão normal. A vida e anormal por definisão , pelo menos desde o pecado original. O que é preciso é encontrar Deus em toda a parte, dirig!r a Ele a nossa ora!fÕO como a um Pai, ao mesmo tempo com respeito infinito e simplicidade total.

Padre Lyonnet- Ecrits Spirituels

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PARA A PRÓXIMA REUNIÃO DISCUSSÃO DO TEMA TEMA Avançamos no conhecimento do espírito das Equip·es ao falarmos agora na "regra". Não existem agrupamentos , associações , movime ntos que não tenham as suas regras ou o seu regulamento , mas muitas vezes são tão pouco explícitos que não se dá por eles. Néo !:ie "impõem" à aten~ão .

Pelo contrário a regra das Equipes é , como dizem as Estah:tos , "su ficientemente leve pa ra nã o entravar a personalidade e a missão de cada casal , e suficientemente dura para os d'cfender da moleza". A regra exerce, assim , certa pressão e é através mesmo clessa pressão que atua na vida de cada um. Ninguém pode pr>~s­ cindir de uma reg -a. O pecado introduziu em nós um p·rofundo desequilíb rio. Para voltar a encontrar a nossa unidade , é ::~ eciso adotarmos as disciplinas que permitem ao espírito impor-se e dominar a car11e. Entre os qu e compreendem a necessidade de uma regra há os que só a consideram eficaz se êles mesmo a estabele ceram !='~r­ feitamente adap-tada às suas pról-arias necessidades. Pelo contrário , out ros sentem a vantagem de se submeterem livremente a uma regra imposta .de fora , e sentem um grande benefício neste ato de ohediência , o que não os di5'pensa , de forma alguma de , além disso, adotar um01 regra de v'da pessoal.

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Se a regra é essencial às Equipes, o controle ainda o é mais. Certamente que é um dos pontos mais importantes dos Estatutos, a arma mais útil no combate n ;.liritual que os casais travam para ir até Deus. A palavra controle, evidentemente, choca muita gente. Contudo pensamos que não será preciso empregar outra . porque significa bem o que se quer dizer. Cada um conhece p~rfei­ tamente a sua fraqueza e sabe que as resoluções serão em breve letra morta se não forem controladas regularmente. Nas Equipes pede- se a cada casa l que se submeta ao controle dos outros membros -da equi jjle . Cada um p-ede o aux ílio d os outros e este auxílio lhes é tanta mais precioso quanto menos recursos encontra em si para conservar a sua vida interior. Não se trata de se " confessar" nem de se submeter ao julgamento dos outros, trata-se simplesmente de apresentar com toda a sinceridade a maneira como se cumpriram as obrigações dos Estatutos no mês que passou. É a " partilha". Todo o interêsse deste controle reside em ser regular, e é per isso que lhe deve ser t~eservado um lugar em cada reunião. Evidentemente que exige da parte de cada um grande esfôrço de renúncia e de simplicidade, grande humildade; mas têm a considerá vel vantagem de fazer a equipe viver em clima de verdade, porque cada um se mostra tal qual é . To.do o esfôrço feito para dar à equipe a sua plena eficáci3 não deve levar ao aspírito de capelinha nem, à equip-e, fechar-se para o exterior. Aprofundar a amizade, aumentar a ab-ertura da uns para os outros, tomarem-se a cargo de maneira mais comp·leta , etc . . . tudo isto não é um fim, mas um meio para ajudar cada um a atingir maior caridade para com Deus e maior doação de si mesmo para com o fl<róximo. 21-


Á toáa intensificação da vida de equipe c.h ve córresponder cada casal um' maior cuidado apostólico. Cada um descobrirá a maneira como atuará. Não há uma fórmula única p•a ra todos, nem uma direção única a dar. O que imp·::~rta é que cada um se saiba dar cada vex com mais generosidade, sàli.!lamente apoiado na equipe. éri"i

QUESTIONÁRIO Qoe acham vocês das vantagem de uma regra? (Não se trata aqui da regra de vida rjllessoal, mas da regra geral dada pelo Movimento ) . Que pensam da partilha sôbre as obrigações dos Estatutos? Sentem necessidade de um controle? Acham-se emJ~enhados em qualquer ação fora da Equipe? Esperam da vida de equipe receber auxílio para essa ac;ão , ORA ÇÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO Le itura do Eva ng e lho de S. Lucas (cap. 1, 26-3 1 ). Ao sexto mês, foi o Anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, a uma cidade da Galileia chamada Naxaré , a uma virgem pr0111etid:l a um homem da casa de David , chamado José , e o nome da virgem era Maria. Ao entrar para junto :dela , disse o Anjo : Salve, cheia de· grac;a , o Senho•· está contigo. A estas palavras, ela perturbou-se e ficou a pensar o que poderia significar aquel3 saudação. Disse-lhe o Anjo: Não temas , Maria , Jl'l)is achaste graça diante de Deus. E eis que conhecerás e darás à luz um filho , ao qual porás o nome de Jesus.

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ORAÇÃO LITúRGICA No salmo 84 os deportados que voltaram à Palestina depois do decreto de Ciro, imploram a liberdade. Este salmo exprimia também a expectativa de libertaçéo ainda mais plena , expectativa que só será satisfeita pela vinda de Cristo. ANTfFONA (para ser utilizada como refrão )

O próprio Deus dá a felicidade e a nossa terra produx o seu fruto.

SALMO : Foste prop1c1o, Senhor, à tua terra; Mudaste em bem a sorte de Jacob. Perdoaste a cuiP'a do teu povo; cobriste todos os seus pecados. RG:primiste toda a tua ira; aplicaste o furor da tua indignação. O próprio Deus dá a felicidade . .. Restaura-nos, ó Deus, salvador nosso. e depõe a tua indignação contra nós. Porventura estarás sempre irado contra nós. ou estenderás a tua ira a todas as gerações? O próprio Deus dá a felicidade ... Porventura não nos tornarás a dar a vida, e o teu povo não se alegrará em ti? Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia, ~ dá-nos a tua salvação.


O próprio Deus dá a felicidade . . . Ouvirei o que o Senhor •d ix: sem· dúvida fala de pax ao seu povo e aos seus fieis, e àqueles que de coração se converteram. Sim , a sua· salvação esté perto dos que O temem . A fim de que a Glória habite a nossa terra. O próprio Deus dá a felicidade ... A a A A

misericórdia e a fidelidade se encontraram juntas, justiça e a p~:z: :Je oscularam. fidelidade germinará da terra, justiça olhará do alto do céu. O prôprio Deus dá a felicidade . ..

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próprio Deus dá a felicidade, a nossa terra produx o seu fruto. justiça irá adiante dele, a salvação ( irá ) pelo caminho dos

!l·~us

passos.

O próprio Deus dá a felicidade .. . ORAÇÃ.O DO CELEBRANTE

Faxei , ó Deus todo poderoso, que penetrados pela lux do vosso Verbo incarnado, vejamos resplandecer na nossa vida aquilo que , pela fé, ilumina o nosso espírito. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que vive e reino pelos séculos dos séculos. Amem.

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