ENS - Carta Mensal 1965-4 - Abril

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Nos

Editorial Nossa Senhora As Equipes e a Virgem Maria ~s Férias A Oração Conjugal Diálogo

A O O Oração

propósito do Dever de Sentar-se silêncio inimigo do amor "Assumir o Encargo" para a próxima reunião

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Publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Casal Responsóvel: Nancy e Pedro Mancou Jr. Redação e expe(jlção: Rua Paraguaçú, 258 São Paulo 10 SP

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Com aprovação ecléslósttca


EDITORIAL

NOSSA SENHORA

Já procuraram saber algum dia, quando e porque as nossas equipes se colocaram sob o patrocínio de Nossa Senhora? A primeira equipe, antes da guerra, não tinha pensado em escolher uma denominação. MH um dia lhe foi pedido que juntasse o seu testemundo ao de outros grupos de casais. Foi preciso então adotar um nome que, aliás, confesso ter esquecido. As equipes criadas Jogo depois do armistício não se preocuparam também com seu estado civil. O que importava, antes de tudo, era encontrar a própria fisionomia, e viver. Além disso, digamo-lo com franque:n, tinham receio do espírito de capelinha. Eram casais cristãos que 1se reuniam para procurar Cristo: porque se preocupar com outras coisas? Na realidade, deu máu resultado. Deveríamos tê-lo previsto. Tudo o que existe precisa ter um nome para ser designado; o,a, como as equipes não escolhiam um nome , deram lhe um. . . e qual não foi a minha surpresa, quando ouvi falar. . . nos grupos Caffarel. Não me comovi: achei graça. Mas foi preciso convencer-me da realidade: o nome se ia generalizando. Era preciso, a todo custo, p·ôr um paradeiro ao fato. E, para isto, tornavase necessário dar à's equipes, como padroeiro, um santo um pouco mais. . . clássico. . . e autêntico. Foi então que repeti o gesto de Peguy que, tomando os seus filhos, entregou-os nos braços da Virgem:


" tranquilamente , nos braços daquela a quem estão confiadas as dorn da ter ra inteira. Dncfe essa altura tudo correu bem. Naturalmente. Como poderia ser de outra maneira se era a Virgem Santa que lá estava, que deles se encarregava . . . Enquanto êle, que os tinha entregue, ia com o pensamento livre e os olhos purCJS . . . Como um homem que fez um bom negócio .. . Como um homem que escapou a um grande risco . E eis porque as nossas equipes são as "Equipes de NOSSA SENHORA". Ficaria desolado se não dessem a êste patrocínio maior atenção do que aos letreir~ que se vêm um pouco por toda a parte : "Livraria Nossa Senhora", "Hotel Nossa Senhora", "Carage Nossa Senhora" e ·nos quais não há a menor intenção mística. Agrupamo-nos para procurar Cristo, imitá-lo, servi-lo. Não o conseguiremos sem um guia e não há outro melhor do que 3 Virgem, Gostaria que, nas nossas equipes, os casais se exercitassem naquela fé confiante na ternura toda poderosa da Virgem; que cada casal sentisse em sí, aquela confiança, aquela segurança que se ad.ivinha no coração dos pequeninos, quando sentem sua mãe a seu lado. Quizera que fosse • a uma de nossas notas características. Teria então grande confiança no futuro. " E ela tomou-os sob a sua proteção e encargo. Como penhor para a eternidade" ( Peguy ) Assim as equipes estarão semfWe protegidas contra o intelectualismo e o espírito crítico - é este um elos primeiros beneficios da intimidade elo cristão com a Virgem. Os coraçãn permanecerão na humildade: quem ousaria fazer-se de esperto junto de Nossa 2


Senhora? Reinará o amor fraterno, pois é sempre assim, quando a mãe está no meio dos filhos . . . Então a fonte da alegria não se estancará, porque estará conosco a "Causa da nossa alegria". Haverá talvex, dentre os que me lêem, quem me acompanhe com algum constrangimento, quem tenha dificuldade em compreender o lugar tão excepcional dado à Virgem no catolicismo ( não se rexa um Padre-Nosso a Deus, sem que se dirija imediatamente a essa menina maravilhosa uma Ave Maria ) . Re~eiam (jUe esta devoção seja mais sentimentalismo do que raxõo . Não tenho a pretensão de os convencer neste simples bilhet e. Permit am eles, en tretanto, que lhes fale do melhor sermão que ouvi s5 bre a Virgem . Tinha conhecido um homem de negócios que fax ia pesquixas ~etrolíferas no Marrocos, na Arábia, etc ... , que tinha fábricas por

toda a parte. Profundamente cristão, acabava êle de me dixer o grande lugar que Nossa Senhora tinha em sua vida. Quis co!n preende,. o porque deiSta atitude de alma e perguntei : "Mas, o que significa para sí a Virgem?" Qual não foi a minha surprêsa e ao ver êste homem tão viril , fre •turbar - se e o meu embaraço ficar com os olhos cheios de lágrimas, ao dixer : "Minha Mãe" . Desviei logo a conversa, tão envergonhado como quem descobriu, sem querer, um segredo de amor, tão felix como quem descobriu o significado da grande veneração que os nossos vigorosos antepassados tinham por Maria. Oxalá que êste curto bilhete lhes seja um convite insistente para que queiram conhecer Maria. Oxalá que o conjunto das nossas Equipes seja uma catedral erguida à glória de Nossa Senhora. Possamos nós trabalhar nela , com o sadio entusiasmo dos construtores da Idade Média! HENRI CAFFAREL

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As Equipes e a Virgem Maria

"As Senhora. afirmam do que a pes, pág.

equipes colocam-se sob o patrocinio de Nossa Corn isto acentuam o desejo de servt-la e que não há melhor guia, para levar a Deus. própria Mãe de Deus" ( nos Estatutos das !>qut2).

CONSAGRAÇÃO DO MOVIMENTO

O Padre Caffarel colocou as Equipes de Nossa Senhora sob o patrocínio de Nossa Senhora em 1947. Em 1954, sete ano~ depois - 7 anos, a idade da razão - 850 membros das EqUipes ratificaram a sua iniciativa, em Lourdes, na festa de Pentecostes. Durante uma reunião presidida por Mons. Théas, bispo de Lourdes e consagrada à vida do Movimento, depois de um apontamento histórico apresentado pelo Padre Caffarel, constantin Sipsom chamou todas as eqUipes existentes. Depo1s, em nome de todos os presentes - e daqueles que eram representados - leu a fórmula da consagração das Equipes, cu]o texto daremos abaixo. Consagração é ·Uma palavra muito usada. muito gasta, e contudo é um dos termos mais ricos de sentido no vocabUlário cristão. Consagrar é transferir um objeto, um monumento, do uso profano para o serviço de Deus. E: despojar-se de qualquer coisa, de si próprio, em favor de Deus. Através desta consagração das Equipes de Nossa sennora 4


afirmámos solenemente que o Movimento foi entregue a Marla e, por ela, a Deus. Pedimos à Virgem para o tomar a seu cargo, para o aconselhar e para o conduzir por mandato do Senhor e para dispor dele para a glória do Seu Filho. ll: preciso que saibam e compreendam bem, neste tempo da vida da equipe que precede o compromisso, que as Equipes estão consagradas a Maria. Com efeito, o compromisso é s adesão de cada equipe e de cada um, ao que o Movimento pede, ao que dá, ao seu espírito e aos seus métodos. Adesão. portanto ao patrocínio de Maria e à consagração do Movi· mento: " Santa Maria, Mãe de Deus, viemos a Louraes proclamar, em união com todos os nossos irm4os crtsuros. a granàe alegria e orgulho que temos pelo maravtzn.oso privtlégio da Vossa Imaculada Conceição, proclamaào tta cem anos. Queremos, também, vir manifestar-vos o recon/l.e cimento da nossa geração, a que !ai dada a graça imensa de tomar consciência da granàeza do matrimônio cnsuro. Sabemos que todas essas graças nos vêm atraves de Cristo, morto e ressuscitado por nós. Por i sso é a t!:le que dirigemos, em primeiro lugar, a expressão ào n osso reconhecimento. Mas sabemos também que estáveu presente no Calvário, associaàa ao Seu sacriticio, ote· recendo o vosso Filho por nós e pelos nossos filhos; é justo pois que, na nossa gratid.ão, não vos separemos d' Aquele de Quem nunca estivéstes separaàa. A nossa viagem tem também outro fim, que signittca muito para nós. O Paàre Cattarel, há 7 anos, COlOcou-nos sob o vosso patrocinio, como jazem os pais crtstãos que depõem os filhOs no vosso altar, 4ePOts IUJ Batismo. Desejávamos anciosamente ratificar esta consagração . Chegou a h or a. Todos os presentes, em seu

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nome e em n ome de todos os membros das Equipes ae Nossa Senhora que não puderam ;unta1·-se a nós, entregamo-vos, sem reservas nem condições, o nosso MoVimento e todos os casais que o compõem, como homenagem de confiança e de amor. Pertence-vos. Poaeis d:lSpor dele para a glória do Vosso Filho. Estamos desde já de acõrdo com tudo o que nos pedirdes e fizerdes. E João, tendo ouvido as palavras de Jesus. "Eis a tua Mãe", recebeu-vos em sua casa. Todos os lares aas nascer neles numerosas vocações saceraotais e reltgto~ Mostrai-~s o v osso FilhO. Ensinai-nos a ~~::o ~eD,~ imitá-lo. Velai pelos nossos filhos e tazet nascer neles numerosas vocações sacerdotais e religiosas. Que a vossa oração obtenha para as nossas famílias, tal como obteve para os Apóstolos rettnidos no L'enaculo, a plenitude dos dons do Espírito Santo. E que .Para o futuro seja impossível não irmos, como os Apõstolos, anunciar, aos que as ignoram, as "magnalia Dei", as maravilhas de Deus e, de maneira especial, as maravilhas do sacramento do matrimõnid'.

A ORAÇÃO DAS EQUIPES: ANTIFONA DA V IRGEM

A oração das EqUipes é a grande reunião quotidiana ao Movimento, cujQs membros estão dispersos por todo o mundo. Ninguém discute o significado da oração familiar, embora seja, algumas vezes, difícil de realizar: a familia, enquanto tal, deve prestar culto a Deus. Acontece o mesmo com qualquer movimento ou coletividade. A oração coletiva, global, tão Impressionante nas nossas reuniões regionais ou nos Dias de Estudo dos Casais responsáveis, deve ser continuada todo o ano, mesmo quando é impossível encontrarmo-nos ombro a ombro. Será preciso provarmos que a reunião dos corações e das almas à volta de Nosso Senhor e de Sua Mãe não depende imicamer,1te de estarmos reunidos na mesma capela ou na 6


mesma sala? A oração do Movimento seria de bem pouca lmportância, se não pudesse, por vezes, dispensar o amparo ViSl · vel das presenças amigas. Pelo contrario, como é magnífico pensar que, por intermédio da oração das Equipes, se estabelece uma unanimidade de casais à volta da Virgem. Pede-se que o Reinado de Maria, solenemente proclamado pelo Papa Pio XII, se estenda de um extremo ao outro do universo e, especialmente, entre os casais de que o Movimento assumiu a responsabilidade de fovma particular. Porque se escolheu a Antlfona da Virgem Santa como oração das Equipes? Porque decidimos rezar todos os dias, unidos uns aos outros, a Maria, já que as Equipes lhe estão consagradas, decidimos fazê-lo em união com a Igreja. Todos os padres, religiosos e religiosas de todo o mundo, terminam todo!; os dias o ofício com a recitação da Antífona à Santa Virgem. ll: uma graga e uma alegria para nós recitarmos a Anttrona com eles. Pediremos todas as noites, em uruao uns com os outros, todas as graças que os nossos casais e todos os outros necessitam, pensando que cada dia traz a uma ou a outra das nossas faJnilias um luto, uma tentação, uma preocupação séria, assim como a alegria dum nascimento, dum acontecmiento, o benefício de um retiro ou de uma oração de equipe. Tudo isso é posto em comum de maneira invisível e depositado aos Pé~ daquela a quem nos confiamos. Muitos casais recitam a Antífona cantando-a, durante a oração familiar, e ãizem que os filhos a aprendem CQm facilidade. TEMA DE ESTUDO: O MI9TÉRIO DE MARIA

ll: através do conhecimento que se alcança o a.mor. A.Ssun, para amarem melhor Maria, as equipes existentes em 1954 estudaram todas o mesmo tema: "O Mistério de Maria". Era um

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ano mariano, ano de. Peregrinação das EQ-uipes a LOurdes ... Este tema foi descoberta para muitos e a equipe dirigente decidiu que todas as equipes conSàgrassem um ano, durante os seus seis primeiros anos de existência, ao estudo do mistério de Maria. (Os três primeiros são consagrados a: "Amor e uasamento", "Fecundidade", "Os ca.minhos da união com Deus"). Este tema sôbre a Virgem faz-nos meditar sôbre: I) a Imaculada Conceição; 11) a Anunciação; Ill) A Visitação; IV> A Purüicação; V) Maria e a Cruz; VI) Maria, mãe da Igreja nascente; VII) Morte, assunção e coroação de Maria. Mas não devem esperar quatro ou cinco anos para se interessarem mais ainda pela Santa Virgem. . . Eis alg·uns dos beneficios que traz, de maneira geral, a med1tação dos seus mistérios: - Deve livrar-nos àe um certo ativismo, digamos ate de um certo moralismo.

A força de querer "fazer passar para a vida" , nós temos uma tendência inevitável para considerar a vida espiritual, matE como série de receitas destinadas a melhorar-rros, do que como uma vida de amor e de união a Deus; a ver em Deus AqueiP a quem se pede ajuda mais do que Aquele que se olha e qut> se contempla. Esta atitude é, no fim de contas, pouco cristã, se refletirm os bem nisso, e a maneira mais eficaz de nos afastarmos dela é fixarmos a nossa atenção na Santa Virgem, que sempre lhe fugiu. Ela ajudar-nos-á a olhar Deus de maneira desinteres· sa.da, como ela própria o fazia. - Deve ajudar-nos, também, a adquirir uma visao de conjunto do Cristianismo.

A vocação do matrimônio é uma vocação entre outras. 8

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espiritualidade conjugal e familiar é uma maneira especial de 1·ealizar a vida cristã. Nem uma nem outra esgotam o cristianismo, nem o que Deus espera de nós. Em outras palavras, para que uma e outra tenham o seu pleno significado, é preciso situá-las no seu enquadramento geral. Este enquadramento é o desígnio de amor de Deus por toda a humanidade, que :tl:le criou, salvou e comulou de graças. A Santa Virgem, porque está, juntamente com Cristo, uo centro da história, no ponto de encontro de Deus com a numaItidade, é o guia mais seguro, neste mistério geral do cristianismo. Deve, finalmente, Jazer amaàurecer a nossa te

Ela pede grande disponibilidade interior, atitude de receptividade, inteligência do coração mais do que espírito cartesiano. Uma bela obra de arte não transmite o seu segredo a quem a olha de passagem, é preciso em silêncio analisá-la, contemplá-la, olhá-la de novo, apTeciá-la, comprazer-se nela ... Quanto mais nos prendemos e penetramos no seu segredo, no seu mistério, mais ela. nos modela à sua imagem, nos faz participar dos sentimentos que o artista viveu quando a criou. se isto é verdade para uma eztátua, um quadro, um trecho de música, o que se há-de dizer quando se trata da mals bela ciatura que saiu das mãos de Deus, d'aquela que foi o mais longe possível no Amor à Santíssima Trindade! Saber conseguir uma alma silenciosa e contemplativa para a admirar, e já adquirir de alguma maneira a atitude que ela própria assumia em face de Deus. QUE DEVEMOS OFERECER ALéM DISSO A MARIA?

Não falamos aqUi da nossa devoção individual nem da nossa familia; estamos no p1!.r.o das Equipes. o Movimento consagrou-se a ela, a oração das Equipes a ela se dirige um 9


tema de estudo nos deve abrir a Ela, que pode haver atem disso? Pode haver a iniciativa de cada equipe, de cada setor. Desde que as Equipe;s existem, não se passa um ano sem que o setor de Genebra organize uma peregrinação a um santUáriO mariano. Não se passa um ano sem que uma centena a.e membros das equipes de Paris se dirija a pé, de noite, a Notre-Dame de Longpont no dia 2 de fevereiro, festa da PurificaÇao. Desde que as Equipes se reunem em Encontros Regionais, a.esde que existem Dias de Estudos dos Responsáveis, procura-se dar um lugar de honra a Nossa senhora das familias; em todo "compromisso" de equipe pede-se que se concretize num gesto ou nwna oração esta entrada para um movimento que lhe pertence e em muitas equipes são-lhe especialmente confiadas as intenções da oração de cada um. Cada equipe, cada setor se encarregará de exprimir maneira original a sua adesão a Maria .

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• Procuremos ver como a devo~ão a Cristo postula o culto da Virgem . Ser cristão é essencialmente estar unido a Cristo. E isso a partir do Batismo, que nos incorpora n'~le. "A minha vida é Cristo", esc revia São Paulo. Ora quem diz união diz comunidade de sentimentos. Estar unido a Cristo é, assim , desposar os seus amores, amar queles que ~le ama e como ile os ama. A bem dizer é muito mais pela ação do Ssp:rito Santo do que pelos nonos próJprios esforsos que nascem em nós os amores de Cristo. Entre estes amo,es de Cristo, a Virgem tinha um lugar priVIlegiado. Cristo amava -a - ou melhor, ama-a - entre tôdas as

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criaturas, com amor de predileção, primeira a seguir ao Pa!. Este amor à Virgem pode deixar de existir em mim se eu estiver unido a Cristo? Não tem de crescer com cada uma das minhas comunhões eucarísticas? Mas atenção. Este amor a Nossa Senhora não é apenas sentimento terno: é sêlo da sua glória. Zêlo que hó vinte séculos inspira pincriaturas; é reconhecimento filial à melhor Mãe de tôda/S as mães; é vontade ativa de lhe agradar, de a ajudar na sua missõo , que é justamente de maternidade junto de todos os homens; é impaciência de comunicar a admiração e a confiança nela; é selo da sua glória. Zelo que há vinte séculos inspira pintores, poetas, construtore.s de catedrais, missionários.

H. CAFFAREL

AS FÉRIA S Na Carta Mensal n. 0 5 r espondemos em breves palavras a run de vocês, que pe1guntava o que devia fazer-se nas férias, quanto à vida de equipe e às obrigações dos Estat utos. Hoje voltamos a este assunto par a o tratar mais a f undo . GRAÇAS A DEUS, CADA ANO TRAZ NOVAS F É RIAS

Graças a Deus, todos os a nos há um tempo na n ossa Vlá R. 11


por que esperamos todos, com mais ou menos impaciência: as férias. Um mês antes já, os filhos pensam no dia em que h ão-de fechar os livros e cadernos e guardá-los no fundo de um armário donde nunca é tarde para os fazer sair. Sonham com o campo, a montanha e o mar, os jogos ao ar livre. os passeios vagabundeando através dos bosques e campos, com a possibilidade de dar largas à sua exuberância. Os pais - essas crianças grandes - têm sonhos menos impetuosos. contudo, também esperam "descarregar", depor durante algumas semanas o fardo da vida quotidiana, das preocupações diárias. Depois de onze meses de trabalho, são benvindos o repouso e a despreocupação. ll: bom poder respirar, "entrega r-se" livremente a ocupações que nos a gradam, ter algum recreio, quer dizer recrear-se - ou melhor, "re-criar-se". Isto, no entanto, não implica que se faça das férias wn t empo "entre parêntesis ", um momento de capricho, um instante de puro deixar-correr. Será juizo temerário diZer que muitas vezes é isso que acontece? Mesmo entre os casais aas Equipes de Nossa Senhora! ll: claro que não esquecem a missa dominical. As grandes festas são celebradas com toda a solenidade que merecem , mas quanto ao resto .. . nem sempre e muito brilhante. A Regra de vida, o Dever de sentar-se, a Oração familiar. . . fica tudo pouco ou muito esquecido. E para alguns, durante algumas semanas, até a equipe é velha recordação, que se voltará a encontrar, segundo pensam, com tant.o mais entusiasmo quanto se esqueceu durante as fértas. Por conseguinte, talvez sej a bom examinarmos este assunto. Nele, tal como noutros pontos, as Equipes têm de descobrir um estilo de vida que seja 100 % cristão e que não ceda fácilmente ao ambiente geral. Para sermos mais claros salientemos algumas idéias que devem servir de fios condutores, nesta criação de estilo da ,ida cristã do casal em férias .

NAO HA Fll:RIAS NA VIDA ESPIRITUAL O primeiro princípio poder-se-ia formular assim: Não há 12


Deus não deixa de existir três semanas por ano. Espera o testemunho da nossa atenção e do nos:>n amor durante os 365 dias do ano. Neste aspeto, é tudo ou nada. Aliás já sabem por experiência. Um pai ou uma mãe não esquece os filhos porque eles mudam de ocupação. São ainda mais sensíveis às suas demonstrações de carinho, quanao sabem que o filhos estão em pleno período de euforia. ore vocês conhecem as palavras do Evangelho: "Se vós, pois, que sois máus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos -( . . . e não lhes dais uma pedra quando vos pedem um pão .. . ) quanto maiS nosso Pai que está nos céus .. . " - o que quer dizer, aplicando-as a nós: se as felicitações por um aniversrio, uma carta, uma demonstração de afeto dos nossos filhos nos comovem mais do que o normal, quando parece haver razões para nos esquecerem e não nos falarem da sua gratidão e do seu amor. a fortiori Deus, nosso Pai, ficará comovido e enternecido com a nossa fidelidade dw·ante as férias. férias na vida espiritual.

Imaginamos que, ao lerem estas linhas, alguns vão ucar tristes e dizer para si próprios: já estamos vendo onde querem chegar. Adeus férias. Três vezes adeus ... Não há poss1b111dade de romper a teia das nossas obrigações - não dizemos soltar as algemas. . . seria um pouco forte ... FÉRIAS SAO FÉRIAS Vamos sem demora ao segundo princípio que temos de salvaguardar: Férias são férias. O Eclesiastes, esse livro da Btblia tão estranho em certos aspetos, tem pelo menos uma passagem que é perfeitamente compreensivel. Que diz ele? "Para tudo há um tempo. Para cada coisa, um momento debaixo dos céus. Há tempo para nascer e tempo para morrer. 13


Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo !)ara geme1· e tempo para dançar. tempo pm·a os abraços e tempo para se atastar aetes. Tempo para calar e tempo paTa jalaT . . . "

As férias estão no plano de Deus a nosso respeito. São-nos úteis. São necessárias. Então, por favor, não sejamos essas criaturas tristes e tremendamente maçadoras que nunca sabem descontrair-se e alegrar-se, que têm sempre ar grave e moralista, que afugentam todos os que os rodeiam. Nada ganhanamos em plano nenhum, nem mesmo no plano da virtude. Ha já muito tempo que S. Francisco de Sa les disse que "um santo triste é um t riste santo " . Não há férias para a vida espiritua l. Como resolver o dilema?

Férias são férias ...

AS nRIAS ENSINAM A ADAPTARMO-NOS Uma das gTandes vantagens das f érias dev e seT, entre out Tas, ensinaTern a adaptanno-nos.

Se as circunstâncias não são as mesmas, a maneira de se: vir Deus não se deve exprimir do mesmo modo. Por consequência, é, em primeiro lugar, tuna ótima ocas1áo para prever : muitas vezes as férias levam-nos para o pé dos pais, dos avós, dos primos .. . ; prever as alegrias que isso ocasionará . .. mas também os possíveis choques, a melhor maneira de harmonizar o ambiente de férias ; os pais e os filhos abandonam todas as preocupações, mas não acontece o mesmc com as mães, cujo trabalho continua às vezes tão fatigantt' como de costume; prever uma organização da vida em que elas tenham também momentos de descanso - o marido e a mulher 14


SUPLEMENTO à Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora AB RIL, I 965

Preparando a Peregrinação

Coração de Peregrino A nossa leitura do Evangelho O que vai pelas Equipes

A ECIR tem novo Responsóvel Centro Diretor ... EC IR ... Dias de Estudos dos Responsá ve:3 Vida do Movimento

Equipes admitidas Equipes compromissadas Deus chamou a s í Calendário Retires I


CORA ÇÃO DE PE REG RIN O

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As Equipes de todo o mundo preparam-se para a grande pere -· grilliaçõo de Lourdes, em junho próximo. Concentremos também nó~ a nossa atenção para este acon tecimento . Serão poucos os casais do Brasil qlie estarão presentes, mas estes poucos irão representar a todos nós, serão os portadores de tôdas as nossa s aspirações. Não se trata, hoje, de perguntar quem irá a Lourdes. Trata se de criar em tod'o s nós, desde agora , um coração de peregrinos , uma mística de peregrinos. Uma peregr inação, não começa no momento em que se toma o trem que irá levar os pe regrinos ao seu destino . Quanto mais se adquire a experiência de peregrinação, tanto mais se percebe que se rc_ quer uma preparação.

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Hoje vamos de São Paulo a Apa recida em algumas ho ras, sem cansaço nenhum, ao passo que outrora, uma peregrinação era feit;:: a través de uma caminhada a pé, não raro dura~'ldo meses, através de regiões por vêzes pouco hospita leiras. ,Esta marcha fazia pa rt'e da -peregrinação. Pode- se dizer qu & era já a peregrinação. Abandonava-se t udo, partia-se para Deus. O peregr ino, dura nte a l<:figa -ma rcha que o levava para o Lugar Santo, tomava consciência da sua fraqueza, da sua indignidade. Tinha todo o caminho para se purificar, para prepara r-se a receber a mensagem de Deus que o esperava naquele lugar. li

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O trem não mais nos permite esta ascese. E' preciso reencontrá-la por meio de uma preparação que, por isso mesmo, deve ser antecipada. Não sõo demais, para isso, os meses que nos separam da peregrinação de Lourdes, para nos colocarmos desde já em marcha pa ra o lugar em que a Virgem quis manifestar-se aos homens. Não podemos nos apresentar a Nossa Senhora de mãos vazias. Pessoalmente, deveremos levar-lhe algo nosso: os esforços, as re núncias, os gestos de ge nerosidade e de doação ao próximo, todc o amor de um ano de preparação. Mas o Movimento, no se u conjunto, quer apresentar a Maria aquilo que mais a toca rá: o esfô rço para um melhor conhecimento ~e seu Filho, a deci são da : decorrente de colocar a no~a vida em consonância com a Sw: vontad.) E' por isso que foi pedido, para êste ano, o estudo do Evangelho, a meditação da Palavra de Deus, para que ela penetr'e pouco a pouco e cada vez mais profundamente os nossos pensamentos, a nossa vontade. Para que os nossos gestos, a!; nossas atitudes, o nosso estilo de vida, cada vez mais se libertam do esp .rito de um mundo paganizado e se torne m estilo de vida, atitudes c; gestos de ve rdadeiros c ristãos. Então, teremos alguma cousa a oferece r a Nossa Senhora. I \ nossa iniciativa terá mudado a lguma cousa em nossa vi da. Terá marcado uma nova orientação. Voltaremos então renovados . E~ta renovação, se depende em grande parte da graça de De us, nem por isso dispensa de nossa parte uma (eflexão, uma determinação q ue devemos tomar a partir de hoje: dete rminação de reformar aquilo que reque r reforma, de muda r o que deve SEr mudado.

li:


A NOSSA LEITURA DO EVANGELHO

Já está terminada a leitura dos Evangelhos, segundo o Plano e stabelecido na Carta Mensal de abril do ano passado. Êste ano foi-lhes pedida outra leitura, muito mais lenta e profunda, a d ) Evangelho segundo São Marcos, e que se destina a todas as equ ipes que já terminaram o tema "Amor e Casamento". Todos os casais que não estão enquadrados nesta exceçiio, já receberam pois Esperamos que muitos d e a "Introdução" e os primeiros temas. vocês tenham lido esta Introdução. A leitura do Evangelho x fio dos temas que nos siio mento dos des'gnios de Deus assim o esperamos de ler quizar" as Escrituras.

de São Marcos, meditado com c audados, permitirá um melhor conheci e do seu Amor e nos dará o gâsto - cada vez mais o Evangelho, de "pes -

Quanto mais aprofundarmos o Evangelho, mais nos daremos conta de que nada sabemos e oue precisamos humildemente trabalhar, refletir, rezar, para compreender cada vez melhor o pensamento de Deus. Oue a nossa leitura, a nossa reflexão, não sejam acenas um exercrcio da inteligência; que não tenham por fim a discussão. nem visem contradizer o redator do tema, as observações de nossa s·elia, o nosso Assistente. . . ou o oróprio texto, mas sejam um ~ humilde e paciente meditação. Se o texto me diz determinada coisa. se a lqreia a interpreta habitualmen~e desta forma, se nõo consigo compreender o sentido desta oassaqem, cabe-me aceitá-1-::l assim. Nem revolta, nem desânimo. Paciente procura da luz, humilde oração, para pedir melhor compreensão, disposição favorá-vel em relação àqueles que me ensinam, são e stas as verdadeiras IV

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atitudes que nos ajudarão uns aos outros a adquirir ao longo deste ano e dos anos seguintes, a compreensão e a adesão ao Evangelho. Aqui, nesta página da Carta Mensal, desejaríamos transmitir as pesquisas dos equipistas, as suas descobertas, as suas dificuldades, as suas alegrias. Um inquérito feito o ano passado em nu me rosas equipes, sôbre o Evangelho no lar, vai-nos servi r hoje para esta troa::a de idéias. Eis algumas respostas: "E' preciso ler o Evangelho e relê-lo para sermos por êle impregnados e para adquirir o esp:rito evangélico. Qua11do rerebemos uma carta do noivo ou do marido, não a lemos apenas uma vez dizendo "já a conheço". Não só a lemos como a tornamos a ler, para tentar encontrar nela, com a maior realidade poss vel, 3 presença daquele que se ama. "Parece-nos que a leitura do Evangelho é, por si s.J, tran~­ formadora. Penetra profundamente na nossa alma, sem que te,hamos conscrencia disso, como devia acontecer no tempo em que Cristo vivia com os seus disc pulos e com êles falava". O que será que, em nós mesmos, opõe obstáculos à leitura? E' preciso afastar desde logo, a falsa desculpa da falta de tempo: por muito ocupado que se esteja, encontra-se sempre tempo para fazer uma infinidade de outras coisas supérfluas, quando mais não seja, no campo das distrações. Há certamente uma f.?.'sa escala de valores da qual somos todos ma;s ou menos escravos''. "Chegamos a perguntar a nós próprios se esta preguiça, o fato de nos esquivarmos em mergulhar na Sagrada Escritura, nê'o seria uma reação de defes,a da nossa "boa consciência". Uma leitura regular do Evangelho levar-nos- ia a confrontar a tibieza da nossa vida dita cristã, com as cont:nuas exigências do Senhor". "O Evangelho deve iluminar a minha vida, como ilumina a da Igreja. Se não, como estaria eu na luz? Cada página pode ser ocasião para uma aplicação prática, mas é sobretudo uma liçco de "teologia", visto que nos fala de Deus. Desde que S.:?

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queira cultivar a fé, é preciso ler o Evangelho. E' o livro mais vivo que ex iste e também o mais rico , já que é a palavra de Deus. Se o meditamos ve rdadeiramEnte, reparamos que ao retomarmos mui·· tas vezes as mesmas passagens, descobrimos nelas cada vez nova~ riquezas".

A ECIR te.m novo Resp·ornável

O Centro Diretor, atendendo a reiterados pedidos do casal Moncau, para que o liberassem da responsabilidade do Movim en to no Bras il , nomeo u para substituí-lo, o casal Glória e João Payão Luz. Muitos de vocês já conhecem o casal Payão. Nos Dias de Estudes e em muitos encontros no Interior e nos Estados, tem êle dirigido a palavra aos nossos equipistas, com a c.lareza, vigor e entus iasmo que o caracterizam. Foram eles empossados, por ocas ião da reunião da Equipe de Coordenação lnter-Riegional de março último. Para dar cumprimento à responsabilidade que lhes foi confiada, preci · sam e contam com as orações de todos vocês . E' o apêlo que fazem a todas as equipes, ao dar in cio às suas responsabilidades. VI


Centro Diretor . . . ECI R ...

. . . o que significam as designações e siglas acima? perglmtarco alguns de vocês, vendo nelas entidades um tanto misteriosas. e onipotentes.

I~

O Centro Diretor é o orgão de cupula do Movimento. E' integrado por um sacerdote e 3 casais: Cônego Henri Caffarel, diretor espiritual das Equipes de Nossa Senhora, Constantin e Gene vieve Sipsom, Jean e Janine lrigoien, Joseph e Madeleine Mondesert. Este pequeno grupo é assessorado por várias comissões da; quais, uma é responsável pelas Equipes dos países distantes, o Brasil, portanto. Através principalmente do casal Yvette e Mareei Delpcnt, as Equipes do Brasil estão em contato permanente com o Centro Diretor. ECIR é a sigla da "Equipe de Coordenação Inter-Regional". Vocês sabem que as Equipes se agrupam em Setores e os Setores em Regiões. Isto será mais detalhado na próxima C. Mensal. A\ Equipes do Brasil, em número de 200 aproximadamente, estão re · partidas em 3 Regiões: Região São Paulo, com cerca de 50 equipes, reune as equipes da Capital de Sõo Paulo; Região Interior de São Paulo, com mais de 80 equipes, espalhadas pelo Estado de São Paulo; Região Estados, abrange as equipes dos Estados de Minas, Rio de Janeiro, Guanabara, Paraná, Sta. Catarina e Rio Grande do Sul, contando-se nela, perto de 60 equipes; nesta Região se acham ainda, as equipes de Santos e do Vale do Paraíba.

Cada uma das Regiões está sob a responsabilidade de um Responsável Regional. São eles, na mesma ordem acima, os casdis Esther e Marcelo Azevedo, lgnez e Orozimbo Loureiro Costa e Monique e Gérard Duchêne . Para coordenar os trabalhos desses 3 Regionais é que se constituiu a "Equipe de Coordenação Inter-Regional", ou ECIR, inteVIl


grada ainda por um " Responsável", agora o casal Gl ória e Joõ'l Payão Luz , e assesso rado por um S:cretario, o casal lsa e Newton Cavalieri e por um responsável pe la Documentação, agora, o casal Nancy e Pedro Moncau JL.nior. Vêm vocês que esta estrutura não é assim tão complexa nem misteriosa: Equipes, reunidas em Setores; Setores, agrupados em Regiões; as várias Regiões formando , através de seus Responsoveis, a Equipe de Coordenação Inter-Regional (ECIR) e, finalmen .. te, est a última em contato com o Centro Direto r. Na próxima Carta Mensal, dir-lhes - emos o lugar que oc uparr., nesta estrutura, os Casais de Ligação e os Casais Pilotos, élo importante nc funcionamento das equipes.

DIAS DE ESTUDOS DOS RESPONSÁVEIS

lt

1 - 2 DE MAIO

Pela 1O.a vez, os R.espcnsáveis de equipe vão se reunir, " 1 e 2 de maio, para dois Dias de Estudos. Desde o primeiro Encontro dos Responsáveis, a 21 de abril de 1955, esta grande Assemb léia do Movimento tem sido sempre uma ocasião de estudo, de confraternização, de oração. E' a a lma do Movimento que se faz então presente, unindo, estimulando, esclarecendo. E' a graça de Deus, f ruto da oração, que vem suprir as insuficiências de uns, as indecisões de outros, e fortalecer a vontade de todos para uma ação conjunta e decidida, fazendo dos casais responsáveis prese ntes, os missionários de urr a vida nova para as suas equipes . Daí o im pulso que se nota sempre nas equipes, a partir dos Dias de Estudos. VIII

r

. ~


Se você é Responsável de Equipe, assinale em sua agenda " data acima, como sendo um acontecimento marcante em suas atividades. E lembre-se que, não só o Movimento conta consigo, como também os que, consigo, partilham da responsabilidade de levar os casais do Movimento a serem fiéis à sua opção, quando tomarzrn a decisão de ingressar nas Equipes. Se você não é Respcr1sóvel de Equipe, assinale da mes.ma fo rma aquela data, para lembrar-se de dar a colaboração de suas orações, de sua oraçéo em fam'lia, a fim de que êste Encontro seja realmente, para os Res,:-onsóve is; uma tente de novas energias .

Os Dias de Estudos dos Responsáveis. nos pa 'ses do hemisfério Norte Europa, Canadá, Estados Unidos tem luqar em outubro . No fim do ano passado. onze "Dias" foram realizados: Montreal . Nova York, Paris. Bruxelas, Munique, Genebra, liêge. Madrid, Ilha Maur'cia . Em alnuns desses lugares, o número de pessoas presentes foi de 200 a 500. I

f

De um relatório publicado na Carta Mensal francesa , destacamos o seguinte trecho: "Somos Casal de Ligação e fomos aos "Dias de Estudos" mais com o objetivo de dar apõio aos Responsáveis das nossas equipe~ e com o sentimento, talvez inconsciente. de que nada irfamos receber. Depois de mais de 16 anos no Movimento, a gente pensa que nada mais resta a aprender, pelo menos em relação aos Estatutos . Puro engano. Sai mos grandemEmte enriquecidos e, particularmen · te, sentimos bater o pul90 do Movimento. As reuniões de equipe, à noite, foram o ponto alto. São insubstitu'veis para fazer-nos viver a amizade fraterna no Cristo, essência do Movimento".

IX


EQUIPES ADMITIDAS

Foi aprovado o pedido de ad missã o das seguint es eq u ipes : Bé lgica - Anvers 21 , 13ruxelas 10 6 , Clabecq 2, Charleroi 14, 16 , D1nant 1, 4, La Hulpe 3, Liég e 58, Ma lmedy 2, Mons 4, Mouscron 2. Br-a1';1 I! C: 2, 3 , ltu ve rava 1, 2 . França Angoulême 7, Bayonne 1, Cae n 9, Cambrai 6, Cha m be ry 2 , Cholet 5 , Clermo nt- Ferrand 8, Fré jus 1, Metz 8, M ont-de-M arsan 4, Nancy 12, Péronne 2 , Renne s 1 O, T ar bes 4. Th io nville 3 , Va lenciennes 9, Wissous 1, Eq . por Cor · resp . 28 . Ilha l!l.burícia Ma uricia 27. EQUI PES COMPROMISSADAS

Fizeram o se u compromisso as seguintes equi pes: Ahica Tananarive 1. Bélg•ca Barvaux- su r-Ou rthe 1, Louvain 3 . França A'utun 1, Lectoure 1, Paris 51, Vinc.ennes 3 . Portugal Porto 13 , 16. AS EQUIPES DO BRASil , ADMITIDAS, SÃO AS SEGUI NTES:

lt.. vcrava I Equ ipe N . S. do Rosá rio A ssistente: Pe. Augusto Casag ra nde C . Respons.: M a ria J osé e Ru bens França ltuverava 2 Equ ipe N . S. do Ca rmo Assiste nte : Pe . A ugusto Casag rande C . Respons.: Eun ice e João Chavaglia N" to

X


Equipe N. S. de Fátima Assistente: Frei Li no O. C. C. Respons.: Benedita e João Antonio Navarro

ltú 2 -

ltú 3 -

Equ1pe N. S. do Carmo Ass istente: Frei Li no O. C. C. Respons.: Leono r e Salvador Ca rpi

DEUS CHAMOU A SI Eugene Saint-Cuilly, Resp0!1sóvel de Viroflay 1, no dia 12 de junho

Madeleine Decroocq, da equipe Roye 2 , no dia 26 de julho. Jacques Richer, da equipe Chmon 2, no dia 16 de setembro. Jacqueline Orrym, da equipe La Varenne 2 , dia 9 de outubro.

CALENDÁRIO

I+

-

Maio

2 23

Maio

Dias de Estudos dos Responsáveis Em Ribeirão Preto- Reunião de confraternização, comemoração Páscoa

Junho

5

7

Peregrinação das Equipes a Lourdes

Set embro

4

7

Sessão de Quadros

XI


RETIROS Região São Paulo São Paulo

Maio Junho Agosto Agôsto Setembro Outubro Out. 29

14-16 11-13 6 8 27-29 10- 12 1 3 Nov. 2

Novembro Novembro

19-21 26-28

-

Barue ri - Mons. Benedito Vie ira Valinhos - Frei Luiz Mar ia Sa rtori Barueri Pe. Alfonso Pastare Vali nhos - Fr. Luiz G. Costa Barueri Barueri - Con. Lucia F. Grazziasi Valinhos: Exerc:cios para um Mundo Melhor Va linhos Barueri

Região Interior do Estado Ara~atuba·

Baurú Campinas Jaú

Martlia

Ribeirão Preto-

X II

Julho Maio Julho Agôsto Novem . Agôsto

2

4 23 2 -4 13- 15 12- 14_ 30 -31

Novembro Ma io Set. Outubro

Retiro Recolhimento Retiro Retiro Retiro

Retiro no Colégio S. No rberto Retiro 2 Retiro 2 ·-·· Retiro em Brodosqu i Recolhime111to no Colégio Vita et Pax


têm dificuldade em se encontrar calmamente durante o ano prever como uma necessidade, se for possível (e mUitas vezes é

se nos esforçarmos por resolver o problema algum tempo antes) três ou quatro dias em que possam ficar juntos, sõzinhos; - a vida espiritual, as obrigações dos Estatutos, dão a impressão, no fim do ano. de estarem estereotipadas e convencionaiS. prever oportunamente uma peregrinação a um santuário viZinho, como forma de oração familiar, um dever de sentar-se feito no bosque ou à beira-mar, uma meditação durante umt>. bela viagem, etc . . . etc .. . Não será a única oportunidade de ler dois ou t rês ltvro~ bons, dessas obras que imp-regnem o nosso intimo porque as lemos calmamente? <mas também é necessário prever com tempo, sem o que acabaremos por ler o primeiro romance policial que aparece, comprado num quiosque ou numa livraria de estação balneária) . É também ótima ocasião para adaptar a regra cte vida te não sobrecarregá-la) conforme o meio para onde vamos. Uma regra de vida não é um monumento solene que se ergue de uma vez para sempre, mas determinado número de resoluções práticas que nos orientam em determinadas circunstâncias. Um dos beneficios das férias deve ser ensinar-nos a adaptar essa regra de vida.

Finalmente é uma ótima ocastao para desper tar a curiosiA característica essencial do cristianismo, é tornar novas todas as coisas, levar-nos a vê-las no brilho e na frescura de tudo aquilo que nelas é único e original, de nos dar vigor ... (. ..e t·enovarás a face da terra, dizemos nós no Vem Sancte Spiritus) . Então não passemos ao lado dos ipês ou das quaresmeiras em flor sem reparar neles, não ouçamos o canto de um pássaro sem o escutar, e que a nossa primeira reação perante uma paisagem não seja de que é tão linda como um postal (autêntico). Se a partir das coisas mais humildes procurarmos alma nova, realizar-se-á uma re-criação de nós prodade e a habilidade.

1)


prios que há-de ter repercussão na própria vida espiritual. A EQUIPE NAO MORRE NO FIM DO ANO Um mês, dois meses, três meses sem reunião, conforme o pais, o meio, os hábitos .. . mas não um, dois, três meses sem vida de equipe, sem obrigações, sem partilha, sem ajuda. A equipe não morre n o fim do ano para renascer no mês de março, quantos os que se sentem felizes quando finalmente a

reunião mensal lhes marca uma data para os obrigar a ver em que ponto estão. Antes de se separarem será conveniente combinarem a maneira como vão fazer a partilha todos os meses. Carta cir cular, carta parcial?

ao

casal

responsüvel, ou reuntiW

Para certas equipes dão r esultado as cartas circulares : acabam a volta antes de todos terem regressado de férias e por vezes dão mesmo duas voltas. Para out ras equipes isto parece milagre : todos os anos a tentativa fracassa, a ca rta pára à beira-mar, não consegue subir à montanha, às vezes chega a perder-se na areia . . . Não adotem esta fórmula se não estiverem decididos a grande pontualidade. Outras equipes escolhem outra fórmula: cada casal escreve ao casal responsável em data marcada dando as notícias do mês, incluindo a.> que dizem respeito às obrigações. Po!' vezes nas costas de um postal com vista das praias ou das serras o carteiro, espantado, poderá ler (se for indiscreto): ns :; sim; RV: meio por meio ; OF: cumprido ; etc. Quando o responsável é corajoso, resume as noticias e envia saudades e conselhos a cada um . E as reuniões parciais? Recebemos êste testemunho de uma equipe: "Fixámos na reunião de novembro, três datas (janeiro, fevereiro e março) . Esta última é a da nossa reunião depois de férias , porque já estamos de volta a partir ae

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quinze de fevereiro. Quanto a janeiro e fevereiro, eis o que querem dizer estas datas, de que todos tomam nota: 25 de janeiro: reunião em casa dos X, de todos os membros da equipe que estejam presentes na nossa cidade, mesmo que só sejam dois ... toda a gente envia aos X para esta reunião a, "partilha", notícias e intenções para a oração. Os x fazem breve resumo desta reunião de amizade jantaram juntos, rezaram juntos, deram noticias, ouviram um disco, e envia o relato aos ausentes e ao casal de ligação. 25 de fevereiro : a mesma coisa sua vez, os X foram para férias. onde quer que esteja, vai à missa, vel, como aliãs fazemos todo o ano equipe".

o

em casa dos Y porque, por Nestes dois dias, cada um, a menos que seja 1mpossino dia da nossa reunião dP

mínimo da vida de equipe durante as férias será :

Continuar com as obrigações excetuanao o tema; Fazer a "partilha" mensal;

Rezar tms pelos outros.

l7


A Oração Conjugal

A oração conjugal SÓ é obrigação dos Estatutos, em sentido estrito, para os casais que não têm filhos, que já não têm os filhos em casa, ou gue não conseguem que os filhos maioreF participem na oração familiar. Mas está dentro do espírito das Equipes. Um casal que deixa de a fazer voluntàriamente ao longo do ano, a pretexto de que faz a oração familiar, falha em certa medida no seu casamento. .É por esse motivo que nos sentimos satisfeitos de lhes poder dar longo excerto da conferência feita pelo Rev. P. Caffarel nos Dias de Estudos ctos Responsáveis de 1958 e publicada no n. 0 98 de L'Anneau d'Or. RAZÃO DE SER DA OR AÇA.O CONJU GAL

Quando casais jovens fazem a oração conjugal é, muitas vezes, púr uma espécie de exigência do seu amor, exigência aliás pouco refletida e analisada. Talvez seja na esperança de que facilitará mais perfeita intimidade entre eles, em todos os planos. Motivo legítimo, evidentemente, mas insuficiente e é por isso que depressa se sentem decepcionados. Uma ctas nossas correspondentes dá uma explicação disso: "Fiquei logo decepcionada com a nossa oração conjugal: esperava sentir mais intimidade com o meu marido, achava que era um melo de me dar a conhecer, de lhe revelar a minha vida interior ; estava aí o meu erro. Tinha idéia errada da oração conjugal. Minfia decepção provinha da nossa oração ser para nós e nao para Deus . Ora trata-se s-obretudo de louvar a Deus juntos, de procurar juntos a Sua vontade acerca da familia e não aprofundar a nossa intimidade conjugal, de nos conhecermos 18


melhor. Se forem efses os efeitos da nossa oração, tanto melhor, mas não é ess3 o seu objetivo" . Também não basta evocar, como fazem alguns sem ir maiS longe, o direito que Deus tem ao culto das Suas criaturas. E verdade que o casal, como qualquer outra comunidade, deVe oferecer a Deus a homenagem da sua oração, mas este argumento é também válido para os casais muçulmanos, judeus ou _pagãos. Não é essa a razão de ser especifica, da oração conjugal no casal cristão. Partamos da noção de matrimônio cristão. Não é apenas o dom recíproco do homem e da mulher; é também o dom, a consagração do casal a Cristo. Daqui por diante, Cristo esta presente nesse casal que, entregando-se, se abriu a Ele; e é por isso que S. João Crisóstomo lhe chama "igreja em miniatura". É verdade que esta presença já se verifica quando dois ou três se reunem em nome de Cristo (Mat. 18,20), mas tratando-se do casal há mais e melhor: um pacto, uma· aliança, no sentitto biblico da palavra, entre Cristo e o casal. O que já o Pai ttizia outrora: "Serei o Vosso Deus e vós sereis o meu povo ", repete-o Cristo ao casal. Assim, ligado e presente no casal, Cristo aspira a dar graças ao Pai, a intercetter com e através dos esposos, pelo mundo inteiro.

I"

Aliás não é apenas no momento da ora~ão conjugal, mas em todos os momentos que Cristo, presente na vida do casal. quer louvar o Pai: "Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, dizia São Paulo fazei tudo para glória de Deus! " (I Cor., 10,31) . Precisamente o "momento solene" deste culto do casal é a oração conjugal. E à noite, quando este homem e esta mulher rezam junto do leito, é a oração do Seu Filho bem-amatto que o Pai dos céus ouve, porque o Espirito Santo inspira os sentimentos do seu coração. Enquanto não se atinge este nivel, não se pode compreender nem realizar bem a oração conjugal. A sua necessidade e 19


grandeza só se explicam na perspectiva do Sacramento ao Matrimônio. Numa palavra, quando Cristo une peJo seu sacramento um homem e uma mulher, é para fundar um santuário, êste santuário que é um casal cristão, onde Ele, Cristo, poderá celebrar com êste casal, através deste casal, o granae culto filial de louvor, de adoração e de intercessão que veto instaurar na terra. Antes de examinar quando e como o casal deve rezar, as dificuldades que encontra, os beneficios que tira, vejamos em primeiro lugar que disposição de alma deve ter, para que a sua oração conjugal sejac verdadeiramente culto de Cristo. DISPOSIÇõES

N ECE SSÁR IAS

É preciso, em primeiro lugar, como é evidente, que o casal seja um casal, quer dizer, um homem e uma mulher unidos não só materialmente mas também espiritualmente. Que a sua união visível seja o sinal da sua união de alma. "Que sejam

um!"

A hora da oração é preciso que acabem todas as Qiscordãncias, que haja paz mais perfeita entre eles. Num casal que r espondeu ao nosso inquerito, os esposos começam a oração conjugal dizendo três vezes, como o sacerdote no altar: ··cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende pteaaae de nós, dai-nos a paz". E como o Padre e o Diácono na missa solene, dão o beijo da paz. Segunda disposiçã o: que marido e mulher renovem a sua fé nesse pacto que Cristo celebrou com êles, na Sua presença entre êles. Que tomem consciência de que Cristo está impaciente por louvar o Pai através deles, que se colocaram ao seu serviço. Terceira disposição: que juntos, escutem Cristo. Efetivamente, como será possível rezar como Cristo e em união com 20

.


Ele, se não se procurou compreender primeiro os seus pensamentos, os seus sentimentos, as suas intenções, para os fazer seus e os exprimir a Deus? Que quer dizer escutar Cristo? Em primeiro lugar, começarem a oração por uma leitura da Bíblia, em segUida, calarem-se e meditarem juntos. Depois, procurarem o pensamento do Senhor sôbre o dia que passou e sôbre o que virá. Então e .só então, falarem a Deus, falarem espontaneamente, sem fórmulas já feitas, para Lhe dizerem o que pensam. Rezarem também, aproveitando as orações litúrgicas da Igreja. Se tudo isto, teõricamente, parece fácil, porque então tantos casais descuidam a oração conjugal? Não deixará de ser útil examinar as suas objeções e dificuldades. DIFICU LDADES

Mesmo nos casais cristãos, encontram-se individualistas impenitentes. Escreve um marido: "Nunca senti necess1ctacte de me associar à minha mulher para orar ao Senhor, nem depois de me casar, nem quando estive prisioneiro durante a guerra, nem quando regressei, nem agora". Penso que é preciso explicar a estes casais, o motivo profundo da oração conjugal, tal como acabamos de fazer. Muitos só se opõem a esta oraçã.o porque não sabem o que signüica. Contudo é verdade que certos temperamentos sent em mais düiculdade do que outros, em exprimirem os seus sentimentos religiosos. "Pudor de sentimentos, jardim secreto no marido receio inconfessado de perder o seu prestigio masculino", explicam certas reticências. ll: evidente que isto não justificaria a falta da oração conjugal, mas acentua os obStáculos que por vezes é necessário ultrapassar. Alguns dos que se opõem, invocam divergência cte espírltualidade entre os esposos. Oiçam um casal que esteve pres21


tes a deixar de fazer a oração conjugal por esse motivo. ..O meu marido - escreve a esposa - tinha sido educado pelos jesuítas eu pelas dominicanas. Achávamos que, por consequência, não pocfiamos ter uma autêntica união espiritual" . Sabem o que lhes aconteceu? Filhos! "Obrigaram-nos - escrevem êles - a voltar a descobrir Deus e, desta vez, não um Deus dominicano, uu um Deus jesuíta, mas apenas - Deus".

e

Estas divergências espirituais, provenientes de tormaçao diferente, têm de ser vencidas e ultrapassadas. Mas ultrapassar não significa t~ntar nivelar. Espiritualidades diferentes que se associam, podem formar harmonia mais rica do queidentidade absoluta ãe visão espiritual nos esposos. BEN EFíCIOS

Deixemos as dificuldades e consideremos os benefícios tta oração conjugal apontados em numerosos testemunhos. Dizíamos que seria erro justificar a oração conjugal pelos seus bons efeitos. Quando os cristãos rezam é, em primeiro lugar, para honrar Deus. Mas não impede que sejam mUito" e preciosos os benefícios da oração conjugal. Beneficios que. aliás, nem sempre se podem sentir e registar, mas que exiStem apesar disso e que o inquérito enumera com facilidade. Não é de admirar. Não nos disse Cristo que se procurássemos o Reino de Deus, tudo o resto seria dado por acréscimo? E eis alguns desses "acréscimos". Um casal escreve: "Rezámos para honrar a Deus e Deus deu-nos um magnífico presente: ao dizermos em voz alta a nossa oração íntima, comunicãrnos um ao outro o íntimo da nossa a lma e o mais secreto impulso da nossa vida interior. Basta ter feito a oração conjugal, mesmo poucas vezes, para poder dizer que se descobriu, mesmo depois de mUitos anos de casados, a alma do seu Cônjuge, assim como os movimentos e as aspirações profundas da sua vida interior. Avalia-se esta

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descoberta quando se parte do princ1p1o de que o conhecimento verdadeiro e profundo de um ser é a primeira condição da estima e do verdadeiro amor". Referindo-se a êste conhecimento rec1proco, um casal recorda a lenda segundo a qual, se dois namorados beberem ela mesma taça, ficam a conhecer os pensamentos um do outro. E acrescenta: "A oração conjugal é ainda mais eficaz. QuanClo rezaram juntos, as duas almas deixam de parecer impenetráveis uma à outra". Outro benefício, muito proXImo do precedente: a oraçao conjugal parece ser um dos grandes fatore3 da união espiritual e mesmo da união entre so esposos. Um jovem casal escreve: "Foi a oração conjugal que criou a nossa alma comum". MUitos casados já há bastante tempo, poderão dizer a mesma coiSa e eu creio que há mesmo uma certa qualidade de união, de intimidade entre os esposos, que só pode ser alcançada pelos que a praticam. Não se pode conseguir uruao sem acabar com as diScórdias: novo beneficio da oração conjugal. Mas é melhor ouvirmos: "!amos ficar separados durante várias semanas e tivemos um desentendimento p·ouco antes da partida. A atmosfera era carregada e sentíamos que esta hora iria ser irremediávelmente estragada pelo nosso orgulho, que nos impedia d.e dar o primeiro passo. Contudo um de nós propôs que ajoelhãssemos. Então, diante de Deus, tivemos de afastar o orgUlho e o desejo de ser o mais forte. Na sua presença, pedimos perdão um ao outro e através da oração pessoal · em voz alta, tivemos, nessa noite, uma comunicação de verdade e de intensidade nunca esperada. Acrescentemos que a oração conjugal é o grande estimUlO da vida cristã própria do casal. Sem dúvida por modéstia, os que nos mandaram os seus testemunhos não falam noutro beneficio que, contudo, é fáCl!. 23


de verificar. Refiro-me ao benelicio da fecundidade espu·ttual. Existem casais extraordinàrlamente irradiantes ; a sua vida espiritual atinge os que os rodeiam e às vezes sentem a alegria de ver um descrente ir-lhes confiar o seu desejo de conhecer melhor Cristo que descobriu em casa deles. Estou convencido que a oração conjugal tem grande papel nessa fecundidade espiritual do casal. Aqueles que nos falam dos beneficios da oração conjug-a!, perguntam a si próprios como explicá-lo. Oiçamos as suas respostas, porque são excelentes : ":f: como se voltássemos a casar ". "A oração conjugar . diz outro, "é um prolongamento do nosso sacramento do Matrimônio•·. "Uma das razões da oração conjugal é cUltivar em nós a graça do Matrimônio": E mais "E como se todas as noites voltássemos a dizer o sim sacramental".

E verdade, a oração conjugal é o momento solene <1o sacramento do Matrimônio. Os cristãos casados perguntam, às vezes, como haurir as graças do sacramento. Quanto à Penitência e à. Eucaristia sabem o que hão-de fazer para recorrer â graça própria, mas no Matrimônio? Não se pode hesitar em lhes dizer que a oração conjugal é o meio privilegiado para n buscar ao sacrament:o do Matrimônio, as graças que guarda em reserva para os esposos. Se todos os casais cristãos estivessem convencidos da importância da oração conjugal, se em todos esses casais a oração conjugal fosse viva, haveria no mundo um prodigioso aumento de alegria, amor e graça.

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DIÁLAGO

A PROPóSITO DO "DEVER DE SENTAR-SE"

"Passados vários meses, aecict.imos toaos tentar Jazer o ''dever ae sentar-se, com excelente resultaao. o nosso Assutente ficou imensamente satisfeito. Este encontro a O.Ois, que nos causava tanta apreensao, /oi uma revelação para nós e esperamos nunca aezxar de o fazer e levar outros casais a Jazê-lo. Devo confessar que, tanto nós como os outros, tawe;:: não tenhamos cumprido toaas as conaições requerict.a: encontro fixado previamente, àiciplina na ordem aos assuntos a tratar. . . Mas vamos remeaia-lo pouco a pouco". Não se podem confundir os meios com o !1m: marcar antecipadamente, é um meio de o fazer com mais regularidade e de o preparar. . . a ordem é um meio de não deixar para trás as coisas importantes . . . mas o fim é falarem os dois, abrirem-se um ao outro, ter uma comunicação profunda, , diante do Senhor. Foi isto que fizeram, é ótimo e, como o seu Assistente, também nos alegramos com vocês. O SIUNCIO, INIMIGO DO AMOR . . .

- " A vida do meu marict.o, obrigado pelo segredo proJtssional a não partilhar as suas preocupações e ativictact.es, 101 imediatamt?ftte obstácuLo para o rtesenvolvimento cta nossa vida a dois. Não me comunicava nada da sua victa proJisstonal e chegamos assim a não comunicar nacta àos nossos projetos, das nosssa aspirações e das nossas dificuldades. As terias eram uma oportunidacte para tomarmos consciéncia cttsso e para o lamentarmos, mas não íamos mais longe. O estucto dos temas levou-nos a aprofunct.ar em conjunto a nossa vtaa 25


conjugal, a nossa vida espiritual e toi o ponto de particta aa nossa atual união; o dever de sentar-se dá-nos a oportunictaae de nos abrirmos um ao outro e 1·enova o nosso conhecimento um. do outro". - "Vim pmcurar nas Equipes, sobretudo e em pnmeiro lugar, a possibilidade de uma união melhor e mais completa com o meu marido e a manei1·a de viver plenamente o nosso sacramento do matrimônio. Encontrei nelas o meió ae ficar pmjundamente unida a êle, graças ao dever de sentar-se: este Tealmente impede que capitulemos perante a tentação, tão jacil, elo sil~ncio e da separação moral que, a pouco e pouco, provem dele. Além disso, a obrigação de trocarmos tmpressões sôb1·e os temas de estudo, permiti'U--que nos descobríssemos um ao outro. Mas, o que é fundamental no contributo das Equipes ao nosso casal, é, segundo me parece, a autenticidade de um perante o outro: com efeito, se JOgamos jogo Jranco, somos obrzgados a despojar-nos de toda a vaidaae, para nos apresentarmos um diante do outro com naturalidade, que é, essencialm,ente, o estado de filhos de Deus. As Equipes fizeram com que nos encontrássemos diante de Deus e joi isso que nos apro ximou" .

Oxalá que o estudo do tema e o dever de sentar-se, nos conduzam a todos a um amor cada vez maior! O "ASSUMIR O ENCARGO "

" D esde que entrei para as Equipes estou muito modzjicacta pela idéia do ((assumir o encargo" que propõem. Já não se .t rata apenas de testemunhar pelo exemplo mas cte nos tornamos responsáveis pelo progresso uns. dos outros. Já estava comprometida num movimento da Ação Católica, mas a minnà maneira de ver as coisas muctou completamente; compreenai melhor o que nos pede a Ação Católica e isto graças à "experiência" deste tomar a cargo que fiz na equipe; habituandome à êle, recordo-o ago1·a em todos os meus contatos quotictianos".

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É com certeza um d'Os maiores benefícios da vida de equipe, habituar-nos à caridade fraterna; muitos casaiS dizem, realmente, que as suas relações com a família, com os amigos, com os vizinhos, tomaram uma feição diferente, depois de a vida da equipe os ter habituado à abertura, à ajuda mútua, à verdade. Quanto mais a equipe for um "triunfo de caridade", mais os casais irradiarão caridade.

ORAÇÃO PARA A PR.OXJMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO

No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia . e estava ali a m.ã e de Jesus. Ora Jesus e os discípulos foram também convidados para o casamento. Como viesse a faltar o vinho, di.sse a mãe de Jesus a êste: "Não têm mais vinho". Respondelhe Jesus: "Que Me desejas, Senhora? Ainda não chegou a Minha hora". Disse Sua m~e aos servidores: "Fazei tudo o que· Ele vos disser". Havia ali seis talhas de pedra, dispostas para a purifica!;ão dois Judeus, cada uma das quais levava duas ou três medidas. Disse-lhes Jesus: 'IEnchei essas talhas de água". E eles encheram-nas até em cima. Depois disse-lhes: "Tirai agora e levai ao chefe de mesa". E eles levaram. O chefe de mesa, depois de provar a água convertida em vinho êle não sabia donde vinha, sabiam-no os servidores que tinham tirado a água - chamou o noivo e disse-lhe: "Toda a gente serve primeiro o vinho bom e quando tiverem bebido bem, se;rve

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e ntão o inferior, Tu guardaste o vinho bom até agora!" Foi assim que, em Caná da G;~lileia , Jesus deu in!cio aos Seus milag res. Manifestou a Sua glória , e acreditaram n'~le os diKípulos . Depois disto, dasceu a Cafarnaum com sua Mãe, os irmãos e os disc ípulos; e ali ficaram alguns dias. João , 2 , 1-11 ORAÇÃO LITÚRGICA

Gostam das Lada:nhas? Se nêío gostam certamente é porque: as recita ram, ou ouviram sempre recitar n uma velocidad e recorde, com grande preju:zo do sentido das. invocações; basta a pa lavra "Lada'nha " para lhes le mbr ar o balbucinr das bea tas e o desafinar de •crian ças numa procissão; -- pensam que a oração é tanto mais agradável a Deus quanto mais ativa e pessoa l e ava liam a sua qua lidade pelo esfô rço cie ate nção e de reflexão que lh es custou . Ma s hão-de gostar das Lada 'nha s: -- Se se resolverem a rec itá-las com "nobreza" , quer dizer lentam·ente, compreensivelmente, e com r:tmo, dando tempo para saborear cada invocação. se compreenderem que as lada nhas são uma oração contemplativa: basta-nos que ao recitá -l as, contemplemos Maria e lhe diga m os que a ama mos, o que amamos nela, o que esperamos dela. se descobrirem que Deus nã o nos pede que oremos para nos impor uma fad iga mer itória mas para repousa rmos n'~le. E as lada 'nhas, simples ao máximo pela sua forma, e ricas ao máximo pelo seu conteúdo, são mais prop 'cias do q ue mu itas outra ~ orações para nos fazer entrar na contemp la ção, para permit ir qu e o Esp'ri to Santo ore em nós. Senhor, tende p·iedade de nós. Jesuts Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedadE!! de nós. Jesus Cristo, ouvi-nos. Jesus Cristo , atendei-nos.

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Pai celeste, que soôs Ceus, tende piedade de nós. Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende pie dade de nó~. Esp)ito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós. Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ten:le p:edade de nós. Santa Maria, rogai por nós. Santa Mãe de Deus, rogai po r ... Santa Virgem das Virgens, Mãe de Cristo, Mãe da divina graça , Mãe puríssima , Mãe castíssima, Mãe imaculada, Mãe intacta. Mãe amável, Mãe admirável, Mãe do bom conselho, Mãe do Criador, Mãe do Salvador, Vi rgem prudent:ssima , Virgem venerável , Virgem louvável, Virgem poderosa, Virgem benigna, Virgem fiel, Espelho de justiça , Rainha Rainha Rainha Rainha Rainha Rainha Rainha

Sede da Sabedoria Ca1lsa da nossa alegr ia , Vaso espi ritual, Vaso honorífico , Vaso insigne de d e vo~ão , Rosa m st'ca, Torre de David , Torre de marfim, Casa de ouro, Arca da aliança, Porta do céu , Estrela da manhã, Saúde dos enfermOS', Refúgio dos pe.tadores, Consolado a dos afl[tos, Aux lio dos cristãos, Rainha dos Anjo~>, Ra inha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, Ra inha dos Mártires,

dos Confesores, das Virgens, dEi Todos os Santos, concebida sem pecado original, elevada ao Céu, do sacratíssimo Rosário, da paz , Rogai por nós.


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