ENS - Carta Mensal 1966-12 - Dezembro

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... EQUIPES NOVAS


carta mensal equipes de Nossa Senhora equipes novas n o0 14

sumário Editorial Correção fraterna Reflexões de um assi stente Compromissos exteriores RV Testimunhos Oração para a próxima. reunião o

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uplemento á Carta Mensal das Equipes de Dezembro - 1966 Nossa Senhora

Carta Mensal Neste ano que se finda a nossa Carta Mensal andou falhando muito. Deixamos de envia-la muitos méses. Isto ;;os causou muila tnsteza. Nõõ-pe;;sem que tenha sido descaso ou desinteresse. Foram na verdade motivos alheios a nossa vontade, que nos obrigaram a tal. Estamos es,perançosos que para o próximo ano tudo corra bem. Estamos fazendo uma tentativa. Antes era apenas um casal que arcava com todas as responsabilidades, agora é uma equi pe. e a colaboração de vocês todos. Pois quando um carrega um fardo muito pesado, é que sem dúvida há "alguem" que está murto leve. Feitas estas escusas que se faziam necessár ias, e o desejo de para o ano sermos mais eficientes aproveitamos a oportunidade para envrarmos a todos vocês os votos de um santo e alegre Natal, bem como um ano cheio de ótimas realizações.

TODOS NóS

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~ ~~11> ~o ), 3 e~ ~ h-~~o ~ ~ ~ (e~ L~ )QCf,r.,_)


VIDA DO MOVIMEI'n"O Equipes admitidn. Bélgica Anvers 25, Braine L" Alleud 5, Bruxelas l I 7,1 20 , Charleroi 21, 23, 25, Áerve 7, Malnne 2, Verviers 8 . Colômb'-: Bogotá 8,9 Espanha Orense 3, Vigo 8, Villafranca de los Barros 5. França Aubergenville 1, Auch 8, Buc 1 . Chaville 1 , Concarneau 2, Dreux 4, Dunkerque 6, Grenoble 26, Le Havre 8, Lyon 26, Marseille 27, Meubeuge 2, Mourmelon 1, Nan:y 15, 16, Paris 108, Périgueux 3 , Rennes 14, Saint-Amandles-Eaux 3, Saint-Germain-en-Laye 6 , Sa int-Pol-de Léon 1, Versailles 17. Itália Gavirate 1, Turim 14, 15. Portugual - Braga 2, Lisbôa 42, Porto 28,30. Suissa Montreux 1 . Equipes Compromissadas. Alemanha Boltrop 3. BelgiCI Liege 36, Sarlee I . Espanha Badalone 1. França Chataudun 1, Clermcnt-Ferrand 7 Grenoble 13, Mallermort 1, Coulommeirs 1. Suissa Bienne 1, Fribourg 7 . Novos Setores. BRASIL: SÃO PAULO c - SÃO PAULO d. Colômbia: - Bogotá Fran~a: Môcon, Nice, Saint-Quentin . Você sabia? Que foi nomeado pelo Centro Diretor um casal Regional para o Canadô? É o Canadá o segundo país fora da Europa, pois o prímeiro foi o Brasil.

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Ver o Bem, Queria falar-lhes da benevolência e fazer uma análise desta atitude de espírito tão necessária à equipe. Depois de refletir, resolvi tratar de outra atitude, ainda mais importante, que favorece e da início à benevolência. Não tem designação na língua francesa (nem em português). Não importa: embora sem a pretensão de criar uma palavra nova, chamemo-la Bienvoyance, ou seja, a capacidade para ver o bem, todo o bem dos seres que nos rodeiam . Poderão dizer-lhes que é consequência de um temperamento privilegiado, ou sintoma de bom funcionamento do fígado . . . Não acreditem . É uma arte; e arte difícil. Recordo-me de uma página de Duhamel. Era durante a guerra . Havia dois anos que êle vivia lado a lado com um companheiro silencioso que parecia não ter alma. Mas um dia, esse taciturno deixa escapar palavras cuja entoação desperta Duhamel. Na profundidade de seu ser teria aquêle homem riquezas insuspeitadas? Duhamel resolve investigar : "Trabalhei dias e dias, com a pá, a picareta, a pequena lâmpada dos mineiros. Agora, quando me lembro disso, comparo-o a essas grutas subterrâneas inexploradas, onde exjstem rios, colunas, abóbada!> ... " Diante de qualqu~r ser, temos de nos convencer, primeiro qúe tudo, que não o conhecemos verdadeiramente. Façamos em seguidá um ato de fé nas suas nquezas profundas; riquezas de inteligência, riquezas de coração. Um ato de fé naquilo que é mais precioso ainda: a imagem de Deus nêle, mais ou menos escondida, sem dúvida, mas cuja descoberta será maravilhosa .

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Esta descoberta do mundo interior de um homem exi·g e trabalho paciente, interesse apaixonado e respeitoso, atenção ardente e incansável aos seus gostos, às suas aptidões e aspirações, decepções ou entusiasmo, aos mil sinais através dos quais se revela a sua vida secreta. Não esqueçam porém a recomendação da raposa ao Pequeno Príncipe: "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos" . Acreditem: a sua equipe não tardará a tornar-se esse triunfo da caridade de que já lhes falei, se todos os seus membros procurarem ter essa "Capacidade r•ara ver o bem". HENRI CAFFAREL

Para Viver Melhor os Estatutos "Reconhecem em Cristo o chefe e Senhor do seu lar."

Meus amigos, em seus lares, Deus é tratado como Senhor? Há famílias que infelizmente invertem os papéis. Aceitam Deus, mas . .. Ele tem que 1·espeitar o seu conforto, a sua felicidade, o êxito dos filhos, e estar sempre à sua disposição e à sua vontade. Dão-lhe algnmas contribuições: sentem-se pais com direitos. Se Deus por acaso não fõr dócil, pedem-lhe contas e O repreendem. Quando o povo judeu pretendia arrogar-se com direitos sõbre t?le, Deus se entristecia terrivelmente. Não, de 1naneira nenhuma Deus a serviço dos homens .. . Aquêle que adora e se curva respeitosamente diante do Senhor com todo o seu ser, êste sim tem direito de se aproximar de Deus cam ternura filial. E então poderá sentir a Paternidade Divina, cuja solicitude nunca falta. Experimentará assim mesmo provações, mas receberá a graça de aceitá-las com alegria e comprP.ensão. Contemplemos o lar de Nazaré e compreenderemos o que é uma família onde Deus é tratado como De1ts" . H . CAFFAREL

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"CORREÇÃO FRATEI:<NA" Qual o grupo que não tenha tido esta experiência : um de seus membros está ausente e os outros aproveitam para o criticai e falar dos seus defeitos. Quando êle crega, todos se calam . Esta falta de lealdade repgna logo às pessoas retas. Decidem reag ir e, da í por diante , dizer tudo face a face . Quantas vezes assisti a propositos desses : numa estadia com estudantes em férias; no acampamento de escoteiros; numa reunlao . . . Sempre deu em nada, porque a franqueza excessiva provocava dramas. Será preciso então renunciar à franqueza? Seria resignarmo nos à mediocridade da caridade fraterna. Porquanto a caridade , que nos manda ajudar os outros nas suas necessidades materiais, é ainda mais exigente quando se trata das necessidades espirituais. ~ ass1m que pensam muitos de vocês. Parece-me ainda ouvir aquele casal que, certo dia, cheio de entusiasmo e generosidade, me fazia a seguinte .proposta, que procuro reproduzir os mais fielmente possível : "É ótimo que se tome conta dos filhos uns dos outros, que ofereçamos a nosSd oração e simpatia a êste amigo em dificuldades, que se chegue mesmo à ajuda financeira. Mas o amor fraterno será medíocre se não conseguir elevar-se 2té a correção fraterna. Por exemplo, certo casal da equipe está gravemente equivocado quanto à atitude de uma das filhas. A criança sofre, fecha-se; os pais endurecem ainda mais a sua atuação . . . Todos vêem o erro, menos os interessados. Pode-se admitir que ninguém na equipe tome uma iniciativa? Aquêle marido tem reações de agressividade para com a espôsa. Habito inveterado, certamente, JX)is parece nem dar por isso. Não haverá nenhum membro da equipe que lhe mostre fraternalmente o erro, numa conversa a dois? Outro casal deixa-se levar pela paixão política: as suas opiniões são in-

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transigentes e injustas. Ninguém será capaz de lhes dizer que dão escândalo? ~ preciso muita coragem para falar e muita humildade para "encaixar". Mas quando se conseg ue, que grande triunfo da caridade!" Estou de pleno acôrdo : a correção fraterna é uma forma autêntica da caridade . A prática da caridade é realmente mais que diversão agradável ; caridade não admite o coração covarde . Mas atenção! Não queiram ir depressa demais. Salvo ranss1mas exceções, so se atingem as formas mais elevadas da caridade, depois de a ter praticado nas suas expressões mais elementares, durante muito tempo. Há equipes que já fizeram a experiência da correção fraterna . Numa delas, que conheço muito bem , foi a princ1p10 um fracas<;o . Mas não quiz se dar por vencida, pois se lhe parecia a derrocada da caridade fraterna . Uma nova fórmula foi então adotada. Não se trata mais de tomar a iniciativa da correção fraterna : ela é solicitada . Vou expllicar melhor. Este casal a solicita de um casal à sua escolha . Aquêle homem pede a um amigo da equipe em quem deposita tôda a confiança, que lhe fale com tôda a siceridade. Aquela espôsa dirige-se aquela outra . Os casais - êles me afirmaram tiram grande proveito com êste modo de agir, mas acentuaram a necessidade , para aquêles que é interrogado, de responder com grande humildade, de não fazer julgamentos definitivos, afirmações infalíveis. Verificaram que a obrigação de diz er as coisas com tacto e subtileza não .para diminuir a sua importância, mas para serem mais verdadeiros os levou muitas vezes a sentir até que ponto os seus julga mentos tinham sido apressados e categóricos . A delicadeza das frases é impossível de conseguir para quem nõo tem a delicadeza de coração. Acentuam , aliás, que o amigo interrogado pode sempre escusar-me, mas que não o deve fazer por covardia .

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Voltem a ler os textos bíblicos abaixo, que se referem à correção fraterna. Meditem neles, discutam-nos em equipe, tendo sempre presente o objetivo que procuramos a·tingir: o triunfo da caridade fraterna. "Repreende o sábio e êle te amará" (Prov. IX, 81 "Repreende o teu am igo, porque talvez não procedeu com rná intenção, . . . ou se o fêz, não o torne a fazer . Repreende o teu próximo, que talvez não tenha dito tal coisa ; ou se o disse, não o torne a dizer. Repreende o teu próximo, porque muitas vêzes se diz o que não .é verdade , e não acredites em tudo o que dizem. " (Ecli. XIX, . 13-151

"Eis o que diz o Senhor Javé: Não fortalece is as ovelhas fracas ; a doente, vós não a tratais; a ferida, vós não a curais; a transviada, vós não a reconduzis; a perdida , vás não a procurais." lEz. XXXIV, 4-61 "Se teu irmão tiver pecado contra ti , vai a repreende-o, entre ti e êle sómente: se te ouvir, terás ganho teu irmão." (Mat. XVIII, 15) "Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe. Se pecar sete vêzes no d ia contra ti e sete vêzes no dia vier pr~curar-t>e, dizendo: Es1ou arrepend1d'o, perdo<fr-lpe-ás." \Lucas, XVII, 3-41 "Irmãos, se alguém fôr surpreendido numa falta, admoestai-o vás, que sois espirituais, em espírito de mansidão. Cuida também de ti mesmo: tu podes também ser tentado. Carregai os fardos :uns dos outros e dêste modo cumprireis a lei de Cristo." (Gal. VI, 1-21 Lcnservai a paz entlle vás. Pedimo-vos também, irmão·>, repreendei os desordeiros, animai os tímidos, sustentai 0~. fracos, sêde pacientes para com todos. Asp;rai sempre a praticar o bem entre vós e para com todos." (I Tess. V, 14-151

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" Não repreendas com aspereza o velho, mas exorta-o como a um pai ; os moços como a irmãos; as anc1os como a mães, as jovens como a irmãs, com tôda a pureza ." (I Tim. V, 1) Ouçamos agora· Santo Agostinho :

"Acaso não devemos repreender e comg1r um irmão para impedir que camln he tranquilamente para a morte? Pode acontecer, como acontece frequentemente, qu·e se entristeça com a repreensão, que resista e .p roteste, mas depo is, refletindo sozinho n0 silêncio, quando só Deus e êle estão presentes, evite fazer o que lhe foi repreendido justamente, ode ie a sua falta e ame o se u irmão qeu é apenas o in imigo dessa falta ." Algu ns reste munhos

"A correção fraterna, entre outros benefícios, levou-nos a evitar certas atitudes susceptíveis de chocar os que nos rodeiam" . Ajudou-nos a tomar consciência mais nítida de algun s dos nossos defeitos, especialmente dos que se man lfestam de mane ira insidiosa (o orgulho, principalmente) . "Foi para nós fator d'e equilíbrio, graças a certas críticas e conselhos, relativos a nossa organização material" . "Sentimo-nos finalmente mui to mais responsáveis pe ios outros, quando tomamos consciência de que temos ta is possibilidades de os ajudar" . " Duas consequências bem nítidas : aumento da caridade e possibilidade de aperfei çoamento, por um melhor conhe cimento de nós mesmos" . Cond ições necessárias Prudência

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preJl·aração

"Deve-se observar a maior prudência, preparando cuidadosa mente o encontro, medindo as palavras, procurando ver os

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outros com benevol~ncia. Alguns sentir-se-ão satísfeítos pór Vérem a verdade frente a frente, mas, para outros, será motivo de constrangimento. É preciso pois, começar por bem conhecer aquêle a quem vamos falar, procurar compreender as razões que o levam a agir, pormo-nos no seu lugar e, por fim, pensar muito bem naquilo que vamos dizer, para não falarmos demais. Aconteceu conosco que um casal nos fêz de improviso a correção fraterna e sofremos muito com isso. Tudo acabou bem .porquanto, depois de uma crise que durou dois meses, o Senhor fortificou a n:>ssa amizade com esse casal" . Ho11mildade e desejo de a-perfeiçoamento

"Sá se deve pedir a correção fraterna num verdadeiro desejo de aperfeiçoamento e não pelo gê'sto de falar de sí, ou por mera curiosidade . Aliás poder-se-ia ter surpresas, porquanto nem sempre é agradável vermo-nos pelos olhos dos outros" . Verdadeira caridade "É preciso nunca esquecer que trabalhamos para o progresso espiritual e que devemos ter muito amor uns pelos outros. Devemos pois colocar-nos sob o olhar de Deus. O mais das vezes começamos e term:namos com uma oração" .

Verdade

"Não se trata de dizer tudo o que ,pensamos, mas de sermos Não se trata de falar dos defeitos naturais, difíce is de remediar: Mas, embora de Iicadamente, digamos realmente aquilo que pensamos. Vamos direto ao nosso objetivo, sem evasivas, mas com tôda a delicadeza neces-

verdadeiros em tudo o que dizemos.

sária11 .

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Por ocasião de um Encontro de Responsáveis , o Cônego Lheureux, Assistente de equipe em Marselha , pronunciou uma palestra e que reproduziremos em suas partes principais. QUiz êle nos dizer todo o bem , e até mesmo todo o apôio que o sacerdote pode encontrar no seu ministério de Assistente de Equipe. Entretanto , de nossa parte, precisamos considerar que, ,para que tal aconte ça, várias cond1ções são necessárias : fé no seu sacerdócio , amizade muito respeitosa, confiança . . Possa esta leitura a judar-nos a descobrí-las e a pô-las em prática . Fé no seu sace·rdócio

. . . "O Sacerdócio, na sua real idade profun<Ja , é objeto de fé . Por vezes, em certos dias mais penosos nos quais se acumulam fracassos, humilhações, ineficiências, o sacerdote tem a sorrateira tenta ção de indagar a si mesmo para que serve êle, e ter então uma fé menos viva no seu sacerdócio, nos sacramentos, na Palav ra de que é depositário. Eis que uma pequena equipe de casais o acolhe pressurosa, alegra-se em recebê - lo, manifesta por êle um respeito profundo e no entanto siceramente amistoso , ~uve a sua palavra no silêncio de uma atenção sobrenatural , envolv-e a SU d oração de sacerdote, com a oração de leigos . . . Então, a tentaçã o se dissipa . Seu sacerdócio não é inútil, já que êstes casais confiam tanto nela. Vêm - me à memória, muitas vezes, esta palavra fulgu rante de Leon Bloy : "A maior dor dos pobres, é que ninguérr: precisa de sua amizade ". A grande dô r dos sacerdotes é que pos sam não ter necessidade de seu sacerdócio.

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Outras alegrias

Para o Ass istente de uma equipe de Nossa Senhora, há também a alegria de sentir a verdade, a simplicidade , a autenticidade do contato que se estabelece com os casais. O ambiente da Equipes, os Estatutos com as suas obrigações, fazem com que na reunião da equipe , na s relações com o assistente, os casais se apresentam na inteira verdade de sua vida cristão . Como isto é con fortador para o sacerdote que, o mais das vezes, só conhece os casais de sua paróquia em "trajes ·domingueiros", por ocasião das grandes datas da vida ou de um jantar se mpre um tanto cerimonioso . Com que segurança poderá agora dar co nselhos a casa is que só se fazem conhecer se ass im podemos d izer através das grades de um confissionário. Estes homens e estas senhoras ficarão admirados ao se verem tão ràpidamente compreendidos e ajudados por êstes confessor desconhecido, seja nos fatos concretos de sua vida cotidiana , seja nas dificuldades de ordem psicológica, ou nas crises morais e provacões espirituais, Nunca teriarl' imaginado que um padre pudesse conhecer com tanto realismo a vida do lar.

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Com efeito, o Assistente de uma equipe mantem-se constantemente treinado e formado para a sua missão de educador. E isto, através da preparação da reunião feita no lar de um casal que aproveitará a ocasião, talvez , para um conselho muito pessoal, através da co-participação, da oração na equipe ou da partilha . A experiência assim adquirida na equipe de Nossa Senhora, êle vai poder agora ut ilisó-la com tôda a competência e confiança no trabalho da graça . Terá vivido ali e ajudado a v iver , o sentido do relativo e a necessidade da exigência, a lealdade e a discreção, a simplicidade e a delicadeza , a despreocupação alegre e o estôrço espiritual , e acreditará daí por diante que tudo isto é possível nos casais cristãos. -

. . . Acreditará também na possibilidade, também para êle mas talvez os vá escandalizar - de uma vida espiritual sólida .

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Lealdade e humildade

Quantas vezes, por ocas1ao da "partilha" sôbre as obrigaçõ':!s, embora não lhe digam respei to , o Assistente é tentado a refletir: "E minha meditação? e minha regra de vida? e a oração na minha família sacerdotal?" Vez por outra, com franqueza , ante a lealdade e a humildade de alguns, eu senti que o meu sacerdócio não podia contentar-se com a auréola fácil com que os cristãos envolvem a vida interior do padre. E disse que também eu não e ra perfeito, e que o padre era também assaltado pe lo cansaço, e pe lo desânirr:o, na sua união com Deus. Caros am igos, e aqui penso poder falar em nome de muitos padres, quantas vezes a tent.ação de abandonar a. meditação foi vencida por êstes simples pensamento : "Berr. que êles a fazem, apesar da profissão, dos filhos, das noites mal dormidas, das tarefas que nunca têm fim . . . " Finalmente, qu izera aj::enas abandonar um aspecto mai s delicado. O Assistente de Equipe, ao ser solicitado, contínua e pacientemente, para vir em auxílio de casais que lhe pedem a;.ôio no esfôrço, sempre renovado , para a castidade conjuga!, 1omaró consciênc ia mais aguda do alcance de sua castidade sacerdotal. A sua renúncia radical, será como que a garantia da renúncia progressiva de cada um dos casai s, em relação ao casal. Sentirá então que é aquêle que vai à frente e que, portanto, não tem o direito de vacilar. Será assim sustentado pela sua equ ipe, na medida em que a e levar para Cri sto.

Uma imensa esp•arança

Dêste esfôrço tirará também uma imensa esperança. Pe rquanto, educador da castidade conjugal, compreenderá bem cedo que os casais a quem deu a mão , tornar-se-ão por sua vez educadores de futuras castidades sacerdotais e religiosas . As crianças da equipe que êle vai abraçar nos seus berços ao cheg<Jr para a reunião, em cujas frontes fará o sinal da cruz, estas crianças. habituadas com presença amiga do Padre de Jesus a· quem todos

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cercam de alegre respeito, é impossível que o Senhor não venha escolher a algumas delas para a sua glória e seu Mais alto Serviço, é impossível que êste ambiente familiar não ajude o desabrochar de vocações. Nenhuma alegria poderá sentir o padre, que se compare à que irá experimentar ao verificar que "tudo continua" e que todo o trabalho desenvolvido nas Equipes de Nossa Senhora nada representa ao lado da alegria de uma patersidade que se estenac até os futuro~ c:onsagrados ao Senhor.

O que e que faço? Pe. Victor Gialluisi-sj.

"Quem não melhora cessa de ser bom." (Th. J. Watson) A árvore que pára de crescer começa parecer; O HOMEM que deixa de se instruir desliza para a ignorância; a CONSCI~N­ CIA que não se aperfeiçoa vê dissipar os princípios morais mais ev :dentes . . . Evolução? Progresso? Muito bem, mas primeiro em MIM... Para que serve ao homem aperfeiçoar a máquina ~e õle não se aperfeiçoa a si mesmo? . . . Minha relações com Deus, por exemplo, melhoraram? Orações, comunhões, confissão, caridade dentro do lar e fora para com o próximo. . . como vãc~ Que é que faço?

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C7>reocupa çoes de um Casal de &gução

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"A pal avra do Papa , os Estatutos, os ensinamentos do Rvmo . Cônego Ca ffarel, deixam bem claro que a finalidad!: primeira das Equip es, a perfe ição cristã. Mas isto não é suficiente pois devemos esperar que o Movimento nos de;perte para os vór'os aspectos da vida cristã e das responsabi Iidades. Entretanto , parece-me que certos as:Jectos sã0 mais valorizados que outros . É normal que se insista no aprimoramento da vida cristã pessoal, conjugal e familiar, mas não se pode deixar de lado nossas responsabilidades te mporais e apostól"cas . Dezem-nos muitas vezes: cuidado, não se deixem ab sorver por encargos de tôda ordem. Conservem o equilíbrio de sua vida pessoal e fam iliar. Mas, será que há nas Equipes , tantas pessoas esmagadas pelas suas atividades t emporais ou apostól :cas? E si as há , não será devido à má divisão por outros equipistas? Se um casal amigo leva o pesado fardo do a,:=ostolado, é que sem dúvida um de nós caminha muito leve! Com efeito, é preciso por vezes levar alguns a moderarem a sua atividade, mas outras tantas é necessário impel ir outros a assumirem responsabilidades em todos os domínios. Os Estatutos são bem claros a respeito : o que é necessário é valorizar todos os aspectos." Diretr:zes do Mov ime nto ou influ ê ncia da equ ipe?

Muitas críticas têm sido d irigidas às Equipes por não orientarem, não darem diretrizes concretas para os casais

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do Movimento, no que se refere ao apostolado. Mas como seria possível aconselhar, orientar, de modo a servir a todos? A própria diversidade dos membros das 'Equipes é que torna difícil esta tarefa. Há, por exemplo, recem casados ao ladc de casais que já comemoraram as bodas de ,prata; casais fortes e saudáveis, outros em que um dos conJuges se apresenta cansado ou doente . Casais cuja profissão deixa relativa d isponibilidade. Outros grandemente sobrecarregados por uma necessária atividade profiss'onal intensa. Casais das grandes cidades e casais dos pequenos centros. E, por fim, casais de 18 países diferentes, onde as necessidades da Igreja e da Cidade variam de modo extr<;~ordinár : o. Não é ,pois o Movimento que deve sugerir e sim a equipe . ~ pois o seguinte o conselho quE' damos : ajudamonos uns aos outros, na equipe, em descobrir a vontade' d·e Deus, a nossa vocação, as atividades a que nos devemos dedicar. Façamos de nossas atividades exteriores, de nossos engajamentos, de nossas preocupações apostólicas, o objeto da co-participação . Sugerimos de certa feita a cincoenta equipes que respondessem a um inquérito sóbre êste ponto. Cada qual deveria responder com uma lista de suas atividades fora do lar: atividades pessoais, atividades comuns aos dois cônjuges. Ainda mais, se estas atividades lhes pareciam excessivas, suficientes ou não. Se pareci<~m prejudicar à vida famil iar e de modo especial aos filhos . Mas, como a análise pessoal talvez fosse difícil, pedimos que se procedesse il uma prévia troca de idéias em reunião, a fim de permitir que a equipe contribu ísse com elementos de apreciação . "Tivemos na equipe, por ocasião dêste inquérito, IJma c1as no~as melhores r.eunioes. Foi uma co-participação geral, em que cada um falou o mais possível sôbre os pormenores de suas atividades. Uma conclusão se impos por si mesma: Não basta tomar conhecimento das responsabilidades dos outros, é preciso que nós mesmos "assumamos" também estas responsabilidades. Carregai os fardos uns do~

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outros: nossas at1v idades devem ser o prolongamento da a; ã o do Senhor no mundo. Sê-lo-ão se tivere m por fonte a oração, se se apoiarem na oração. Aqueles que não têm pos sibi lidades de ação , sustentarão a ação dos outros pela sua oração." O que· dizem os Estatutos

Para terminar, vejamos o que nos dizem os Estatutos: Qu e re m faz e r ele tôdas as suas ativ;dades , uma colaboração à o·bra de De us e um serviço prestado aos hom e·ns; querem ser por tôda a parte, os missionários d'e Cristo. Devotados à Igreja, querem estar sem pre ro~rontos. a responde r aos <!jpê los de se u b'spo e de se us sacerdotes. Dia nte destas afirmações não é possível ficar- se de braços cruzados . O nosso correspondente v.ai tirar as conclusões : " Procu remos ver de qu e modo poderemos colaborar à obra de Deus na família, na profissão, na sociedadede, no apostolado : Uma image m m u ito s im ples, vai resumir o nosso pensamento . Somos instrumentos nas mãos d e Deus . Q uais são as qual idades de um instrumen to? Deve estar bem seguro nas mãos de quem o uti lisa : para esta rmos firmemente nas mãos de Deus é indispe,"sóvel a oração, de qu e as Equipes nos revelam tôdas as fo rmas. É preciso, em seguida , que o ins trumentos sejam sólido : a formação dou trinária q ue recebemos nas Equipes, deve dar-nos esta so lidez. É preciso finalmente que o instrumento seja e ficiente, isto é que deixe o si nal de sua passagem . Parece-nos evidente que , se as atividades apostólica s dos casais são favorecidas pelos dinamismo da equipe, a vida desta , por sua vez, será enriquecida pela ação fôr posta em comum . .. Passa dos os prime iros anos de uma equipe, ricos e fecundos t'! m descobe rtas espiri t uais , conjugais e fami liares, como pode rá esta equipe sobrevive r, se cont inuar fec hada sôbre sí mesma? Em com promissos de cada um de seus membros, exercidos fora d O lar, se rão fo nte de graças pa ra a equipe, sob a cond ição de serem postos e m comum."

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REGRA DA VIDA

Em nossa Carta Mensal n.o 4 já falamos tante assunto: "Regra de Vida". Hoje voltamos sob do's aspectos: Regra de Vida e anexo, Regra Para melhor ilustrar nossas considerações, alguns testemunhos :

sobre êste impora êle para tratá-lo de Vida e partilha. terminaremos corn

Regra de vida e anexo Com frequência é feita esta indagação aos que têm rcsçonsabilidades no Movimento: "Pedem-nos que marquemos no "anexo", apenas , se temos ou não uma regra de v:da. Achamos que é de todo insufic iente e que é preciso dizer se a cumprimos ou não! De que vale ter escolhido uma regra de vida, se não pensamos nela, se não a praticamos e, ao chegar na reunião da equipe dizemos que temos, sim, uma regra de v ida? Não é isto um absurdo?" É possível que nem todos os casais de ligação e, talvez, nem todos os res-::onsáve!s de setor saibam esclarecer esta dúvida. Vamos portanto resp:mder aqui. A razão de ser desta norma é simples. O mais das vezes é impossível traduzir esta prática por um "sim" 011 um "não" . Exemplifiquemos o nosso pensamento: Um equipista adaptou êstes três pontos em sua regra de vida: aceitar tudo "alegremente", fazer dez minutos diários de meditação, responder às cartas dentro de 8 dias. Pode acontecer que, durante o mês, tenha cumpnclo muito bem dois dos pontos que se impôs, mas atrazou-se

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na correspondênc ia, ou então, de ixou de faJ:er a meditação uma parte do mês. Como o casal responsável poderá anota r tudo isto? A regra de vida , quando bem organ iBda, deve obrigurnos a um a perfeiçoamento, levar-nos a fazer algo bom q ue nos é difícil. Por isso mesmo nenhum de nós poderá um dia dizer que cumpriu integralmnete a sua regra de vida . a não ser que esta seja por demais simples e não exija ne ·· nhum esfôrço. Por outro lado, não basta termos escrito nossa R. V . há alguns meses e deixá-la esquecida na gaveta , para nos sentirmos autorizados a dizer que temos uma regra de vida , e responder "sim" por ocas ião da partilha. Ter uma regra de vida é muito diferente . Quer dizer que. e'a está bem presente em nossa mente , quer dizer que nós a reformulamcs de acô rdo com as circunstâncias e os progressos alcançados, que pensamos nela, que relemos co m frequênc ia o seu conteudo. Haverá métodos que permitam ter sempre presente a nossa Regra de Vida. Um dêles foi sugerido por um casal responsável : " Em nossa equipe, escreve êle, ficou assentado que cada um de nós deveria reler a sua regra de vida uma vez por mês. E, na partilha , sõmente aquêles que procederam a esta leitura é que respondem afirmativamente . ~ um modo simples de nos obrigar a pensar nela ." I

Regra de Vida e partilha

O anexo é uma co is a, a partilha é outra. No anexo anotamos apenas se temos ou não uma regra de vida . ~Ja partilha , porém se dissermos apenas sim ou não, sem relatarmQS a.s dificuldades , sem falarmos dps nossos pi'Ogressos, onde estaria .a finalidade dêste ponto de nossa reunião que é o auxílio mútuo?

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É certo que não somoso obrigados, pelos Estatutos, <1 dar a donhecer a regra de vida adotada, nem a maneira como fci observada, mas muitos casais se deram muito bem praticando até neste particular o auxíllo mútuo. Nem sempre é possível ou desejável , revelar todos os pontos da nossa regra de vida , mas é mu ito natural que na partilha um ou outro ponto seja desvendado . " Há doi s meses, inclui na minha regra de vida, fazer dez minu tos de meditação, mas falho sempre nêste ponto. Vocês >:aderiam me ajudar?" De pois, cada um falou dos esforços fe itos, das d ificuldades e ncontradas, das v itórias alcançadas . . Estava presente o auxíl io mútuo. Há um ano que tenho como um dos pontos de minha regra de vida, confessar - me todos os meses . Cumpri com bastante fidelidade a minha decisão; e os benefícios que tirei foram tais qu e fa ço questão de comunicá-lo a vocês . .. " Meus am igos , não acham que uma partilha ass im está perfe itamente enquadrada na caridade fraterna?

A:lguns testemunhos sêbre a R . V .

"Sem pre t ive tendência natural para "organizar" m :nha vida , de modo prático e real. A regra de vida corresponde muito bem a esta tendência . Foi elaborada pouco a pouco, objeto de re flexão, de experiências e hesitações, com concurso e o controla de meu d iretor espir itual e de minha espôsa . Minha R . V., como a a de minha espôsa inclui estas quatro partes : pessoal , conjugal , familiar, social. Como vemos, umas são pessoais e outras comuns ao casal. Sou de parecer que é preciso colocar na R . V . pontos bem precisos e concretos. Com efeito, como avaliar se fomos " mais hum ildes" ! ~ tão fácil nos ilud irmos a nós mesmos .

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Para avaliar os resultados é rigorosament€ indispensável controlar com regularidade a R. V . Para tal, deixamos então, no "Dever de Sentar-se" um lugar para ela . Procedemos desta forma há já vários anos e isto nos permite ver com mais facilidade os nossos progressos ou as nossas falhas" . Acrescentemos a:nda que a regra de vida deve se r : -- o mais concreto possível ; -

que as obr :gações assumidas refletidas e experimentadas

sejam ant-es muito bem

que seja controlada com regularidade; que seja viva, revista, adaptada às circunstânc ias. "De.pois de alguns meses de ,e xperiência , que a nossa R . V . deveria incluir:

conclui mos

1 .0 . Pontos concretos e férias de controlar; 2 .0 Or:entação geral; 3. 0 Que nossa regra de vida comum devia ser simples e precisa, para nos ajudar facilmente . Exemplificamos. Os pontos concretos de nossa R. V . pessoal, deverão ser, entre outros : assi stência à missa durante a semana; confissão em data fi xa. Os .pontos de orientação geral, comuns aos doi' : por ex€mplo, em relação à caridade : manter sempre uma fisionomia sorridente ( ... apesar dos 5 filhos e da sobrecarga de trabalho), etc ." "Antes de cada reun ião, nós examinamos juntos a ma · neira como foram cumpridas as obrigações, de modo a poder res.posder com exatidão por ocasião da partilha ." "Verificamos, de comum acôrdo, que é um me:o ext•i! ordinório para sustentar o nosso esfôrço e um barômetro qu e nos mostra com clareza se estamos num .período de esforços ou, pelo contrário, se atravessamos uma fase de rela xa mento" .

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.A (voLuç(jo da oração numa "A nossa equipe tem três anos de existência e o que marcou mais êstes três anos de vida em comum, foi certamente o lugar preponderante que, pouco a pouco, a oração assumiu na nossa reunião. A princípio, o casal que recebia era o encarregado da

(q11lpe oração. ~le a conduzia de princípio ao fim e os outros casais só intervinham para pôr em comum as intenções. Procurava-se que fossem enunciadas de maneira concisa, tanto assim que encontrei êste trecho num do; primeiros relatórios :

" ... a última reunião foi objeto de numerosos comentários, nos encontros ocasionais dos casa:s. Foram feitas algumas observações 'Úteis em consequência desses encontros: reduzir a duração do jantar, evitar o intelectualismo no estudo do tema, e, finalmente, não transformar as intenções em meditações". Pessoalmente, só conheci a equipe tempo depois e lembro-me de ter dito a m inha mulher, depo is de uma das reuniões: "O estudo do tema é realmente a parte mais interessante; seria preciso, por isso, reduzir um pouco o tempo ded:cado à oração". Pouco a pouco, no entanto, a reunião da equipe organizou-se à volta da oração. O tempo que lhe era consagrado ia aumentando. Conheciamo-nos melhor, a timidez e o respeito humano desapareciam, as intenções desenvolviam-se e tomavam a forma de oração pessoal. Sentíamos como eram poucos os momentos das nossas vidas consagrados à oração e queríamos fazer melhor. Cada qual arranjou tempo, com maior ou menor esfôrço, para preparar a oração antes da reunião, meditando o texto indicado na Carta Mensal.

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Atualmente, se por vezes descuidamos do tema, se out ras somos formai'istas na partilha, agarramos-nos a êste momento elevado da reunião, procurando tomar consciência da presença de Cristo no meio de nós . Somos ainda desajei tados, formal istas, demasiado intelectuais nas nossas expressões ou excessivamente apegados à s nossas pequenas preocupações. Quando chega a nossa vez de tala r, procura ·· mos ser brilhantes, ou entôo de nos l1vrarmos depressa da parte que nos cabe. Mas pedimos ao Senhor que nos liberte de tudo o que nos entrava , de toda s estas pequen ina s coisas que nos prendem . Penso que os dois qualificativos que poder iam se apl ica r melhor à nossa o ração, soo: dive·fSidade e unidade. Diversidade na fo . ma. Alguns lêem algumas linhas por ê les escritas antes da reunioo . Outros meditam em voz alta. com muita simp lici dade. Marido e mu .her rezam cada um por sua vez, ou entôo só um fala e m nome do casal. Aqueles que querem , guardar o silêncio . Divers idade no conteúdo. Oração de adoração ou de louvor , o ra çoo de oferecimento ou de agrad ecimento. Diversidade também na escôlha das intenções. Uns assoc iam-se às grandes preocupações da Igreja, enqua nto outros apresentam intenções muito pessoais. muito particulares. Unidade entre nós .porque cada um estó atento à palavra de Deus e atento aos outros. Todos se associam, recolhidos, à oração pessoal de cada um . Todos tomam a seu carg o as intenções apresentadas. Unidade ainda , porque o Assistente, por últi mo, através de sua oração pessoal, torna a concentrar as atenções da equipe para o texto da med itação que serviu de guia e ponto de part ida . O texto da medita ção integra a equipe na unidade do Movimento , uma vez que é util izado por numerosas equipes . Finalmente , a oraçã o une-n06 à Igreja, especialmente quando lemos juntos, em voz alta , a oração litúrgica da Carta Mensal.

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Esforçamo-nos, com mais ou menos sucesso, em realizar a "Assembléia cristã" por meio da oração em comum. Gostaríamos que a nossa oração fosse a imagem do grupo que formamos: pessoas muito diferentes e no entanto un:das pelo mesmo amor. Há perto de três meses, um casal da equipe sofreu dura prova, com a morte de um filho de 20 anos . Reunimo-nos em casa dêle e rezamos todos juntos. Nesse momento tomamos consciência, mais do que em qualquer outra circunstância, de que eramos filhos e filhas do mesmo Pai, reunidos na Sua presença, em noms de Cristo." Da oração de equipe, à oração familiar " Foi pelas intenções de oração que soubemos das preocupações dos X com a saúde de sua filhinha. Rezámos por ela na. nossa oração familiar e o nosso filhos mais velho compreendeu tão bem que foi visitá-la várias vezes para a distrair" . Da oração de equipe, à oração pessoal !

',

"A oração da equipe deu-nos o gôsto pelo silêncio e no~ ensinou a rezar. ~ assim que ao longo dos dias, aprendi a fazer invocações .adequadas às circunstâncias que se apresentam : "Senhor, dai-me paciência" .. . "Senhor, sem vós nada podemos fazer", etc. A oração nos dá a paz e nos ajuda a sorrir" . Acolhendo o filho que vai nascer "É muitas vezes pela oração que se vem a saber que um casal espera um filho; acolhemos então o pequenino ser diante de Deus e, desde então, rezamos por êle e pelos pais"

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~


A TROCA DE IDÉIAS SóBRE O T6MA

Evidentemente, há várias formas de conduzir a troca de idéia s sobre o tema de estudos . Vejamos cuidadosamente dois dêles e tiremos as conclusões. "Aqu ê le que tinha sido encarregado de conduzir os debates, (isto é , o que chamamos "casal animador" ) , tinha red igido uma " lição" :nagn ífica , ,.,a qual , a título de síntese, tinha encaixado tantas coisas suas quanto das respostas tôdas dos outros, não de1~ando lugar a qualquer discussão" . " Na nossa equipe, renunciamos ao resumo muito bem feito que mata a discussão. Mas aquêle que reúne as respostas procurd de scobrir nelas riquezas, as coisas notáveis ou aquelas que lhe parecem erradas, os pontos em que há contradições nas respostas e, com habil idade , vai pondo tudo 1sto em d iscussão. Se o res ponsáveis e o assistente examinaram juntos as respostas, pensamos que podem, sem atentar contra a liberdade dos casais, decidir quais os pontos que deverão ser aprofundados em proveito de todos" . A qual destes dois dariam vocês a preferência?

ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO TEXTO DE MEDITAÇÃO Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado. Estais esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida, como a filhos : Filho meu, não desprezes a correção do Senhor; nem desanimes quando ,por ~le és repreendido; pois o Senhor corrige os que ama, e açoita todo aquêle que reconhece como seu filho. Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos . Ora, qual é o filho a· quem seu pai não corrige?

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Mas se permanecesseis sem a correção que é comum a todos, seríeis filhos ilegítimos e não verdadeiros. Além disto tivemos na verdade aqui na terra nossos pais, que nos corrigiam, e os olhávamos com respeito. Com quanto mais razão nos havemos de submeter ao Pai de nossas almas o qual nos dará a vida? Os primeiros nos educaram para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que êste o faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade. Sem dúvida naquêle momento qualquer castigo parece antes motivo de pesar que de alegria, mas granjeia para aquêles que nêles tem sido exercitados, um fruto de justiça e de paz ". ( Hebreus, 12, 4-1 1 ) ,

Deus, nosso Pai , nos ama e espera o nosso amor. Mas nós não sabemos amar e é com dificuldade que· o nosso coração se eleva para o Senhor. Recusamos sem cessar o amor do próximo. A vida dó casal é toda ela um tecido destas faltas de amor: ciúmes mesqui nhos, silêncios orgulhosos, negligência sem conta, medo de dizer a verdade . . . E não consegu'imos liberta-nos destas misérias. Apesar dos remorsos e de nossos bons propósitos, continuamos dobrados sô bre nós mesmos, envolvidos no nosso egoísmo. Quem então, nos reerguerá , quem nos l1bertará de nós mes mos e nos tornará capazes de amar? Deus! Aquilo que não conse guimos fazer porque somos demas iado negligentes, ou porque não somos capazes de ver claro em nós, Deus o pode fazer, pois o conhecemos a fundo e o Seu amor é imensamente forte e exigente . Peçamô-lo, recitando êste belo salmo, o Salmo 51 : Miserere . ORAÇÃO LITúRGICA Tende piedade de m im, Senhor, segundo a vossa bondade; e conforme a imensidade de vossa misericórdi~; apagai a m inha iniquidade. Lavai-me totalmente da minha falta, e purificai-me do meu pecado .

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Eu reconheço a minha in iquidade , diante de mim está senipre o meu ,pecado . Só contra vós eu pequei; o que é móu , fiz diante de vós. PIEDADE, SENHOR , PORQUE PECAMOS Vossa sentença assim se manifesta justa , e reto o vosso julgamento. Eis que nasci na culpa , e pecador minha mãe me concebeu. No entanto amais a sinceridade de coração; infundi-me, pois, a sabedoria no mais íntimo de mim . Aspergi-me com o hissopo e ficare i puro; Lavai-me e me tornare i mais branco do que a neve . PIEDADE , SENHOR, PORQUE PECAMOS Faze i-me ouvir uma p alavra de gôzo e de alegria , para qu e exultem os ossos que triturastes . Dos meus pecados desv iai. os olhos, e minhas culpas tôdas apagai . O' meu Deus, criai em mim um coração puro, e renova i -me o espírito de f irmeza . De vossa presença não me re,jeiteis, e nem me priveis de vosso santo ·espírito. PIEDADE, SENHOR, PORQUE PECAMOS Restitui-me a alegria da salvação, e sustentai-me com uma vontade generosa . Então, aos maus ensinarei vossos caminhos, e voltarão a vós os ,pecadores. De us , ó Deus., meu salvador, livrai - me da pena dêsse sangue derramado , e a vossa misericórdia a m inha língua exaltará. Senhor, abri os meus lábios, a fim de que minha bôca anun -· cie vossos louvores. PIEDADE, SENHOR, PORQUE PECAMOS

=

24 .;.;;;;.


BILHETE

EQUIPISTAS AMIGOS As frias estã o aí. Logo mais estaremos descansando das canseiras, do corre corre de todos os dias. Não teremos nestes meses reuniões. Mas como nas Equipes a vivência não tira fér ias, e pelo contrário, haverá mais tempo para meditarmos, mais tempo para rezarmos, mais tempo para Deus. Teremos também, mais tempo ,para visitarmos outros equipistas. Si você for sair de sua cidade, procure saber se para onde você vai há equipe . Procure entrar em contacto com elas. Se por acaso não houver ainda uma equipe, procure interessar o póraco, casais amigos para que vejam a grandesa do Movimento. Propague com sua vivência as Equipes. Mas . . . procure também descansar. "Relex" . Refaça suas energias, e volte com vontade f irme , com o proposito de "andar para frente" . Desejavamos fazer ainda um pedido a vocês. Pedimos que enviem noticias de suas equipes . As páginas amarelas enquanto estivermos editando as cartas oara as equipes novas, irão na medida do possível dar um notic iário de tudo aquilo que se passa entre nós. Esperando que com as férias haja tempo para nos escrever, ~oroveitamos para desejar a todos, bom descanso, com alegria e fe licidade . Recebam todos o fraternal abraço de

TODOS NóS 111


Equii)H compromissada. Em solenidade srmples mas de grande espírito cristão, rea lizou-se no dia 16 de ou_tubro p. p. o compromisso da Equi pe S. Paulo, Nossa Senhora da Bôa Viage m. n .o 1 7 do Setor B Com uma proveitosa manhã de recolhimento, fo i iniciada a fase preparatória . A tarde com Missa celebrada pelo Pe. Assistente em casa de um dos casais, onde partici param todos os familiares, foi então feito o solene compromisso. Dentro de um clima de grande alegria -e com a participação de todos os pre~ entes houve uma reunião de confraternização . presentes representando o Movimento o casal Estiveram Glória e João Payão Luz, Esther e Marcelo Azevedo . O cas:1l que foi pilôto da equipe Doris e Nelsom, também esteve presente, levando o seu abraço. Recebam os nossos parabens. o Pe . Ass istente Pe. Alcuino Berke e todos. os casais, por este tão im portante e dec isivo passo .

IV


Vós não vos aplacais com sacrifícios rituais; e se eu vcs ofertasse um sacrifício, não o aceitaríeis. Meu sacrifício, ó Deus, é um espírito contrito; um coração arrependido e humilhado não haveis de desprezar. Senhor, pela vossa bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruindo os muros de Jerusalém . Então, .a ceitareis os sacrifícios prescritos, as oferendas e os holocaustos; então sôbre vosso altar, novilhos vos serão oferecidos. PIEDADE, SENHOR, PORQUE PECAMOS Dêmos glória a Deus Pai Todo Poderoso, a Seu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor. Ao Espírito que habita os nossos corações, nos séculos dos séculos. AM~M! ORAÇÃO O' Deus, que dispensais a paz e quereis que nos amemos uns aos outros, ajudai-n<ls a aceitar a Vossa vontade, para que sejamos livres de tôdas as tentações que nos assaltam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo , Vosso Filho, que conVosco vive e reina pelos séculos dos séculos. AM~M.


I

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de CM~IS

po~t \U\\A e,pi~tltW.J~

COI~\J9~1

BRASIL

.

Secretariado

.

e f~m.lhAR

Rua 13 de Maio, 1263

.

SÃO PAULO 3

CENTRO DIRETOR . Secr. Geral . 20, Rue des Apennins . PARIS XVII


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