1970
maio
EDITORIAL Fala a ECIR Entrevi sta com o Pe. Melanson . .... . O Redespertar do Se.:ttimento Religloso ........... . .............. . . . . A Comunicação de Massa e os nossos Jornais .............. . . .. . ...... .... . Aos nossos Conselheiros Espirituais .. Oração para a próxima Reunião ....
SUPLEMENTO Vinte anos das Equipes no Brasil Notícias atrasadas de um Natal Do Equlpetrópolis ........ . ... . A Ecir se aprese.nta ..... , .. , . Falam Ma. Helena e Nlcolau O Informativo de Jahu ..... . O Boletim da Reg. Sta. Catarina e Rio Grande do Sul ......... . Bibliografia .................. , Rezar os Salmos Hoje Rumo ao Sul ................. . Deus Chamou a Si ... . ....... . O "Equiplsta" de Ribeirão Prêto Artigo da Carta Mensal provoca Test emunhos ................ . Enderêços para Viagens Internacionais ..................... . O s.o Congresso Eucarístico Nacional ... . ..... . ..... . ..... . A CAMAL e o Apostolado dos Leigos .. ....... . .... . ...... .. . A Peregrinação a Roma Bala.ncete da Secretaria ....... . Retiros para 1970 . . ... .. . . .. .
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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria daa Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 80-4!150 SÃO PAULO (CAP.)
- direitos reservados somente para distribuição interna
EDITORIAL
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. FALA · A ·-. ECIR Caros amigos
Erá nossa intenção dar início neste .número ao relato sucinto das reuniões da ECII,l, levando ao conhecimeno de vocês alguma coisa das iniciativas tomadas, das aspirações formuladas , dos problemas que se aprésentan~ e, cç.m isto, uma visão de conjunto do Movimento entre 'nós. Entretanto, um acontecimento altamente.significativo merece a nossa alençãÇJ êste mês: As Equipes do Bra.s il completam vinte anos. Colll efeito, foi em maio de 1950 que a primeira equipe do B1;asil iniciou as suas atividades, modestamente, muito longe de imaginar que aquêle primeiro encontro de uns poucos casais era mais do, que uma simples reunião de equipe, mas sim uma semente que acabt:\va de ser lançada no solo e que iria crescer e ..expandir-se. Esta efeméride coloca a ECIR, a jovem ECIR que tem apenas um ano de existência, ao mesmo tempo em face de um passado repleto de realizações e em face de um futuro que se apresenta cheio de justificadas esperanças. '- :Vjnte anos 1. . . A· ECIR é · herdeira de urna tradição. Tradição de .e sforços, dedicações, sacrifícios mesmo, por parte de inúmeros casais que acreditaram num ideal. Casais que. arcaram com a responsabilidade .de semear núcleos de cristandade "onde a terra se mostrasse receptiva e, com pertinácia incansável procuraram transmitir e faze:F viver uma· nova corrente de espiri. fualidadé, através das Equipes de Nossa · Senhora. Herdeira dessa tradição·, a .ECIR sente por sua vez o pêso da r€Sponsabilidade que lhe··. cabe, de transmitir o legado recebido. , Mas olha confiante. para o futuro. Não uma confiança abstrata ou convencional, mas apoiada na constatação de que não se esgotou ~ longe disto ~ a linhagem de de~icações e sacrifícios que tornaram possível chegar-'s e ao ponto que estamos. . Confiança que se apoia principalmente na convicção de que acima de nós, orientando os nossos passos, suprindo as nossas deficiê~cias, a mão do Senh?r nos impele e conduz. O relancear de úlhos sôbre o· passadd, mostra com tôda a evidência que a emprêsa era impossível, com os parcos meios de que dispúnhamos. - -L- ·
Mostra o quanto eram fraco.s os instrumentos de que o Senhor se serviu e que foi destas fraquezas que ~le lançou mão para a realização de uma obra que é Sua. Confiança na fôrça do auxílio mútuo, no poder da amizade fraterna, no vigor comunicado pela conjugação de esflorços orientados para o mesmo objetivo: multiplicar o número de casais desejosos de viverem integralmente o Evangelho no próprio lar e ajudá-los a serem operários conscientes na construção de um mundo melhor. No alvorecer de uma nova jornada que deverá se caracterizar pela consolidação do que foi feito até aqui e depois partir para novas realizações, a ECIR conta com todos vocês. Para a consolidação das equipes há ainda falhas e distorções que precisam ser corrigidas. Há ainda equipes que precisam meditar a primeira parte dos Estatutos a fim de retificar e orientar para o alto a linha de sua atuação. Há ainda aquêles que procuram nas Equipes mais a vivência do seu casamento do que a vivência de seu cristianismo. Há as equipes que se arrastam na rotina porque lhes falta a coragem de um exame de consciêncià coletiva, sincero e lúcido. Mas há principalmente a boa vontade da quase totalidade dos casais. E se levam a·s suas equipes a falhas e distorções é porque não tomaram consciência nítida de que elas foram feitas para ajudar os casais á melhor conhecer a Deus, melhor amá-lo e melhor servi-lo. _
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As Equipes do Brasil já têm vinte anos. Uma nova década se abre. Ao prescrutar o futuro, motivos haveria para sentirmonos temerosos ante a visão de um mundo gravemente doente porque nêle campeia o vírus do ódio, da violência, da ambição, do hedonismo, não fôsse a palavra confortadora de Cristo: "Eis que estou convosco até a consumação dos tempos.". Confiantes nessa Palavra, cabe às equipes tomarem consciência da missão que lhes cabe de serem, cada uma delas, núcleos de intensa vida evangélica, capazes de colaborar com a Igreja no reerguimentu da sociedade. Para a realização corajosa dêste ideal, a ECffi convoca todos vocês. Tôda a fraternal amizade da
ECffi.
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Fala o Conselheiro Espiritual
ENTREVSITA COM O PADRE MELANSON O Pe. Oscar Melanson foi o primeiro Conselheiro Espiritual do Movimento no Brasil. Muitos casais tiveram a oportunidade de vê-lo c ouvi-lo no ano passado, por ocasião do Encontro Naeional de Casais Responsáveis, no Colégio Assunção. Tratando-se das Equipes de Nossa Senhora, o padre Melanson, por mais atarefado que esteja, continua respondendo "presente" comunicand<, incansàvelmente o seu entusiasmo, através de seu português hem pessoal, que alia a gíria alua!, ao sotaque canadense próprio da Congregação ele Santa Cruz. :Ele que foi Conselheiro Espiritual da primeira equipe brasileira, é agora conselheiro de uma equipe de "brotos". Enlre essas duas equipes, passaram-se vinte ano~, durante os quais lançou a semente de muitas equipes, em lodo Brasil. Embora como Assistente Latino Americano da .JOC tives~c que viajar per todos os países da América, conseguiu, entre dois aviões, ser o conselheiro de uma equipe em São Paulo ... O Pe. l\lelanson é um apóstolo do Movimento - acredita nas Equipes como no primeiro dia. :Ele nos concedeu o privilégio de uma entrevista, que vamos transcrever na íntegra: Nós:
No c01nêço, Pe. Melanson, o que o Sr. esperava do Movimento?
Pe. Melanson: No comêço, para dizer a verdade, não esperava nada. Pensava que se tratava de mais um grupo de gente casada que queria se reunir pelo prazer de se reunir e não queria fazer nada. Fui só para agradar ao cura da Catedral, a quem eu devia muitos favores. A coisa foi assim: quando uma chuva de pedras quebrou tôdas as vidraças da sede da .JOC no Ipiranga, a gente não aguentava ficar lá à noite, de tanto frio, e o cura cedeu-me uma das três camas que mantinh<l num corredor à disposição dos padres que não tinham onde ficar. O fato é que fui àquela reunião só para agradar a êle; pensava atender ao seu pedido e "cair fora" na pri-
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meira ocas1ao. Bem, lá fui eu à primeira reumao; Pedro Moncau, mtdo hàbilmente, coloca na mesa ao meu lado os Estatutos das ENS. Enquanto êles conversavam, eu abri, comecei a olhar e quando acabei de ler perguntei ao Pedro: "escuta aí, é isso que vocês querem fazer?", e Pedro respondeu-me: "Sim, é isso mesmo"; aí eu percebi que já estava laçado .. Vi que aquilo era feito por gente que "entendia do recado", por gente casada para gente casada, e com certas exigências, com uma vontade evidente de fazer algo de sério. Isso me cativou e senti que não poderia mais es· capar. Nós:
Então, bendita seja a chuva de pedras ... E a segunda equipe, como foi?
Pe. Melanson: Continuamos só com êsse grupo durante quase dois anos, pois queríamos ter a certeza de que podia funcionar também aqui no Brasil. Quando vimos que dava certo, começ.am,os a falar no Movimento, a procurar casais para formar a segunda equipe. "Apanhamos" bastante: procurei muitas vêzes o pessoal da JUC, falava com êles. mas ninguém mordia. . . Uma vez, Pedro foi conversar com êles, eu disse a êle: "olha, para mim chega, é a última vez que a gente vai falar com êste pessoal; desta vez, ou vai, ou racha." E foi; não rachou- graças a Deus. Aquilo me prendeu muito. Eu percebia que o Movimento linha muitas possibilidades, eu me entusiasmava por essas possibilidades. Eu viajava muito; por tôda parte, comecei a falar: falava no Rio, falava em Florianópolis, no Rio Grande do Sul, fui falar em João Pessoa, em Campina Grande (começou uma equipe lá, que não continuou devido às dificuldades de comunicação). Formaram-se as primeiras equipes fora de São Paulo: Jaú, Florianópolis, e até em Pôrto Alegre iniciou-se uma equipe, que nunca mais lm·gou, continua até hoje. Nós:
E hoje são cinco equipes em Pôeto Alegre, uma Coordenação ... O sr. resolveu apostar nas possibilidades do Movimento e parece que a aposta rendeu cem por um! Poderia definir essas possibilidades que lhe apareceram logo no inicio?
Pe. Melansan: Possibilidades do ponto de vista conjugal: primeiro, era um Movimento feito por casais, para casais; segundo, os problemas que abordava, os temas de que tratava- o amor conjugal, os caminhos da unidade, as vias de união com Deus - dentro de uma cspiritualidade pró-
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pria. Isso não existia anles; era uma valorização do matrimônio que afinal vinha na hora certa, valorização cristã como a genle sentia nas cartas que nos escreviam, nos temas, no "L'Anneau d'Or". O dever de Sentar-se, êsse então foi uma revelação para mim, pri_ncipalmente porque uma das maiores surprêsas de minha vida sacerdotal foi a descoberta de que os casados não falam entre si mais do que eu falaria com o cobrador do bonde ou o jornaleiro; falam-se mais ou menos do mesmo jeito c sôbre as mesmas coisas: o tempo, a falla d'água, o telefone que não funciona, ele. Quando descobri que o Movimento tinha êsse "dever de sentar-se", senti como aquilo tudo estava bem pensado. Para mim, o aspecto conjugal e o aspecto espiritual já eram valores importantes. Em terceiro lugar, percebi a possibilidade de fazer também dêsse grupo uma célula eclesial: com base na necessidade de pôr em comum as prco·cupações conjugais e paternas, havia a possibilidade de fazer uma comunhão eclesial, uma igreja. ];:sle foi um dos grandes valores que senti no Movimento. Nós:
Olhando para casais dàquela primeira equipe e para os de sua equipe de hoje, o Sr. acha que os casais de hoje esperam do :VIovimento o mesmo que esperavam os casais de enlão?
Pe. Melanson: . . Sem dúvida. );:Jes vieram para as Equipes porque queriam ser mais unidos como esposos e queriam ser cristãos verdadeiros. Estão preocupados com a vida cristã -pelo menos com êsse grupo isto aparece claramente. São casais jovens, com poucos anos de casados, esperando os primeiros filhos, mas apesar da diferença de idade entendo bem a sua mentalidade. O lema os empolga como empolgava os casais das primeiras equipes, mas êles tem um esfôrço de adaptação a fazer, tem que passar por cima de uma terminologia hoje um tanto ultrapassada. Mesmo assim, conseguem aproveitá-lo porque o valor do tema não reside tanto no tema em si mas antes naquilo que os casais trazem. Nós:
E a reunião? O Sr. se sente à vontade nela como há vinle anos?
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Pe. Melanson: É a mesma coisa que o lema: depende inteiramente de como é aproveitada. Um bom exemplo é. a partilha: é valida na maneira como é apresentada, motivada. O Compromisso é algo de extraonl:ná.rio. Poderia ser bem mais explorado: quando se entende que não é só para mim, mas para os outros que estou e quero ficar no .:Vlovimento, êle toma outro valor! A cerimônia do compromisso, quando bem preparada, torna-se mn nwmenlo de densidade espiritual intensa, quase um sacramento! Guardo até hoje uma lembrança muito viva de cerimônias de compromisso a que a!'l'listi. Reunião, meios de aperfeiçoamento, temas de estudo - discute-se muito hoje êsses assuntos. Eu acho que, no fund o, é tudo questão de saber acariciar o porcoespinho, no sentido certo. Nós:
Falamos dos anseios dos casais de hoje. E suas dificuldades nas Equipes, seriam as mesmas de há vinte anos atrás?
Pe. Melanson: Xcstes vinte anos, deu-se a maior revolução histórica de lodos os tempos, a maior mudança do homem da concepção da his tória. Tudo mudou de uma maneira f1anlástica, sobretudo nos úllimos dez anos. É natural quP o pessoal de hoje seja muito di.ferenle do pessoal de então na maneira de encarar os problemas. Os casais de hoje são menos complicados que os de vinte anos atrás, encaram tudo com mais natmalidade. Porisso não dão muita im.portância ao que é acessório, é impressionante mesmo ver com que facilidade se libertam dos detalhes c vão direto ao essencial. E o essencial, êles o encontram nas E~S: o amor conjugal, o amor paterno , o amor a Deus e o amor ao próximo. Nós:
E quanto ao 1\lovimento, o Sr. vê alguma diferença entr-e o de agora e o de há vinte anos?
Pe. Melanson: O mundo mudou muito, mas o que é básico no homem - no marido, na espôsa, no pai, na mãe, a fé em Cristo - isto não mudou nada. A religião, a maneira de exprimirmos a nossa fé, os gestos, os ritos, islo mudou. Mas uma coisa que não pode mudar é a nossa fé em Cristo que é o centro da nossa história, da nossa vida, da nossa participação na vida divina. :Ele é o centro, isto não muda. O valor do Movimento, portanto, também não mudou: dirige-se a casados, a pais e mães, fala-nos de Cristo, da vida divina, do amor a Deus e do serviço ao próximo - o que. sendo básico, não muda. -fi-
Nós:
O Sr. poderia explicitar um pouco o que entende por ciificuldade de comun:cação '!
Pe. Melanson: Um dos falôres principais da mudança do homem. nestes últimos anos foi o desenvolvimento dos meios de comunicação, particulannente o cinema e a televisão. Durante quinhentos anos usamos um só dos nossos sentidos: os olhos. Somos um pwdulo da civilização do ôlho, da civilização do livro, do papel. .. Ora, o ôlho é um sen· Lido mais desapegado que o ouvido; o ouvido é mais socializante, per-cebe, sente o que o ôlho apenas vê. Portantu. muito mais envolvente é a relação palavra-ouvido. A televisão ràpidamente está produzindo um homem diferenlL - que, a nós da geração anterior, parece um bárbaro! :VIas ao mesmo tempo, esta televisão mostra a nós velhos o quanto também já evoluímos: quando ass:slimos a um filme que tem vi;lte anos êle nos parece infantil, quase r idículo. Enquanto os meios de comunicação fizerem esta revolução nas mentalidades. nós dentro do Movimento continuamos a padecer de uma falta de comunicação que se sente até numa cidade como Campinas. Armazenamos uma papelada impressionante, que ninguém jamais vai ler : é a hetança da civilização do ôU1o. Não é mau que a comuni· ca~·ão seja escrita, mas não é suficiente. Para ser realm ente transmissora de vida, ela deve passar de bôca ao ouvido. Nós:
Xão há dúvida que a animação direta é o ideal, fazendo passar UIT\ fluxo, não ·só de informação e conhecimento, mas de calor humano entre equipes, entr<' setores, entre a "base" e a direção. É po risso que a ECIR êsle ano não está medindo sacrifícios para Lor11:ar-se presente nos quatro can Los do Brasil, através de encontros regionais, sessões de formação, etc. Quanto a nós, aqui na Carta :\lensal. lemos a ambição de que ela seja essencialmente um veículo de comunicação, não só entre a ECIR e tôdas as equipes, mas também das equipes entre si. Mas vamos flazer a última pergunta. Percebe-se que o Sr. gosta muilo do Movimento tal como êle é. Mas todos nós sabemos que ê!e pode ser melhor ainda. O Sr. leria alguma sugestão a fazer?
Pe. Melanson: Bem, embora as Equipes, bàsicamen te, corres· pondam à parte que não muda - o casamento, a paterni· dade, etc. - acho que não se pode explorar o aspecto conjugal indefinidamente. Na realidade, depois de alguns anos
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dé vida em comum do casal, êsse aspecto pode não predominar mais. Ai seria preciso descobrir-se algo mais. Acompanhar a evolução dos casais, descobrir, captar e explorar os seus centros de interêsse nesta altura. Deve-se tomar cuidado para não fazer do Movimento uma panacéia, a resposta a tudo, mas eu acho que seria preciso haver algo que ajudasse os casais a situarem-se dentro da problemática do mundo, da Igreja, do país, levando-os a uma abertura. uma responsabilidade, um engajamento. Isso deveria vir depois de equilibrado o problema conjugal - ao qual sempre se poderia voltar de tempos em tempos. Não nos esqueçamos que nestes dez anos os horizontes do homem se abriram até os confins do mundo. O cristão não mais .;;e entende apenas como pai de família. Os documentos conciliares não deixam dúvida alguma quanto à sua posição no mundo de hoje: espera-se do cristão, do leigo, que esteja presente em tôda parte, que seja o fermento, que transforme as estruturas! Ora, essa é uma missão para a qual ainda não estamos preparados - a equipe é o lugar certo para nos prepararmos, porque afinal o leigo que é chamado é um homem_casado, com sua experiência de pai, de chefe de família. É preciso descobrir como consegui~ isso. Mas tudo virá em_ sua hora: o Espírito Santo, que inspirou êste Movimento, continua agindo. E eu continuo dando meu voto de confiança às Equ,ipes, como quando entrevi as suas possibilidades. De fato, acredito nas Equipes, e acredito tanto que acabei de concordar em ser Conselheiro Espiritual do Setor, em Campinas ... Nós:
Possa o seu entusiasmo continuar a contagiar muita gente por aí, como vem fazendo há tantos anos! Muito obrigad<J por tudo o que o Sr. n cs disse.
M.G.
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CARTA DO CENTRO DIRETOR
O.ft[O[SP[RJAR DO S[NfiMfNJO ft[liGIOSO O Centro Diretor das Equipes de Nossa Senhora, em recente publicação, ressalta o alto significado do apêlo dirigido pelo Santo Padre a lodos nós cristãos convidando-nos a rezar por um nôvo despertar do sentimento religioso no mundo de hoje. Com êste propósito ressalla Sua Santidade: "Pedimo-vos que tenteis compreender-Nos e compreender uma das grandes preocupações do Nosso ministério que é despertar o sentimento religioso nos homens do nosso tempo. O que agora dizemos está ligado ao que já lemos dito, em outras audiências como esta, sôbre o dever c a necessidade de oração. Como podemos levar· à oração os homens dos nossos dias? E antes mesmo de rezar, como podemos levá-los a ter êste sentimento de Deus, vago talvez, mas profundo, misterioso e estimulante, que é o prelúdio da oração? Corno despertar o sentimento religioso num mundo que o está a perder? A oração é uma conversa entre nós e o Interlocutor invisível, cuja presença, no entanto, sentimos: O Deus vivo, que n os enche de respeito e amor; o Deus indizível a quem Cristo (cf. Mat. 11,27), quando nos ~êz o grande e inestimável dom da revelação, nos ensinou a chamar pai, isto é fonte necessária e amorosa da nossa vida: o Deus invisível e imenso como o Céu, como o Universo no qual está e onde cria tudo, penetra tudo c está continuamente em ação (Jo. 5,17).
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Como despertar êste sentimento religioso fundamental, o único que permite à nossa voz tão fraca, mas carregada de sentido e de espírito, encontrar a sua ambiência própria que permite exprimir-se dizendo filialmer,tte: Pai Nosso que estais no Céu? Como despertar êste sentimento religioso no homem de hoje"? Com efeito temos consciência da enorme dificuldade, cada dia maior, que os homens sentem hoje em falar com Deus. Atualmente, o sentimento religioso enfraqueceu, como que se extinguiu, e desfez-se. . . É pelo menos a impressão que se tem. Dêem a êste fenômeno o nome que quiserem: desmistificação, secularização, racionalismo, autosuficiência, ateísmo, an tileísmo, materialismo ... Mas o falo existe, grave, extremamente complexo, mesmo que ua prática pareça simples. Ganha as multidões, propaga-se e penetra na cultura e nos costumes, invade tudo, como se se tratasse duma conquista do pensamento e do progresso! Parece caractel"izar os novos tempos, tempos de ausência da religião, da fé , de Deus, em que se tem a impressão que a humanidade quis emancipar-se de algo que a oprimia inútilmente (cf. Gaudium et Spes, N. 0 ) • Isto não pode ser, bem o saheis. Para tomar uma imagem, talvez vos lembreis daquele "fio do alto " de que fala Joergensen. Êste fio segura tôda a trama da vida. Se se partir, tôda a vida se relaxa e declina; perde o seu verdadeiro sentido, o seu valor maravilhoso. Ora êste fio, é a n ossa relação com Deus ; é a religião que nos sustem, e, através de sentimentos, cuja gama é riquíssima, nos faz tomar consciência da maravilha que é a existência, desta alegria e responsabilidade que é a vida. O "suplemento de alma" de que a vida moderna tem necessidade. Compreendemos as vossas dificuldades, de vós filhos do nosso século, principalmente as que são de caráter psicológico - e isso faz com que aumente o -10-
SUPLEMENTO à Carta Mensal
das Equipes de Nos 5a
Senhora
MAIO 1970 1111111111111111111 11111111111111111111111111111111111111111111111111111111
VINTE lHOS DAS EQUIPES NO BRASIL A Comissão da Carla Mensal pede-nos uma visão panorâ_.nica dêsses vin te anos de vida das Equipes no Brasil. Tarefa da s mais gratas para nós, porque é a rcmemoração de inúmeros episódios vividos e é, principalmente, o desfilar de tantos c tantos casais que, no decorrer dos anos, foram engrossando o número de amizades sinceras e que, à medi da que as tarefas aumentavam, vinham cerrar fileiras para o esfôrço comum de levar avante n realização de um ideal. ~este caminhar de 20 anos, vários mar cos balizam a estrada percorrida, demarcando fases diversas que se sucedem c interpenetram. O início das Equipes
A história das Equipes no Brasil começa nat[llela no ite d(' 13 de maio de 1950. Seis casais se acham reunidos ao redor de uma mesa, presididos por um sacerdote. Os seis, ant:gos amigo.s já militavam havia anos no Centro Dom Gastão, prolongam ento, para casados, da Congregação Mariana da Sé. O sacerdote, Mon". Aguinaldo José Gonçalves, Diretor daquela Congregação. Havia tempo que procuravam uma linha diretriz para a sua vida de cristãos casados, em sucessivas experiências sem continuidade. Pa1·a que se tinham reunido ? Para tomar conhecimento do conteúde (\e uma peqt~enina brochura, os Estatutos das Equipes ,. ' ' . . de Nossa Senhora , que um dêles tinha recebido através de uma ~
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I-
t:OITespondência trocada com o Pe. Henr·i Caffarel. Troca de idéias, debates, objeções ... Conclusão: Iriam tentar a experiência da vida de equipe, tal crua) era apresentada naqueles Estatutos. Mas, quanta coisa diferente e estranha. A começar pelo janlar. Em seguida, a forma de estudar os assuntos propt)Stos ... seria possível aquela abertura de uns para com os outros, na euparticipação ou na partilha"? Seria exequível aquela fraternidade capaz de levar a carregar os fardos uns dos outros"! ... Um pouco a medo iniciaram os primeiros passos, longe ele pensm· que eslava sendo lançada uma scmentezlnha que haveria de crescer no decorrer dos anos. O seu intento era bem mais modesto: simplesmente reagrupar alguns casais, para tentar uma experiência nova que os ajudasse na sua vida conjugal c familiar. Simplesmente apoiados nos Estatutos, no primeiro tema rle lstudos e em alguns números ela Carta :viensal francesa, foram .._c realizando as primeiras reuniões. Convidado, não pôde Mons. Aguinaldo ser o Conselheiro Espiritual e pediu ao Pe. Oscar ~Ic Ianson para substituí-lo. Pe. :\lelanson conta êle mesmo, em ouIra artigo, o que foi o seu primejro contato com a equipe. Contato providencial e decisivo para o Movimento. O princípio não foi fácil. Alguns dos primeiros casais não ~e adaptaram à fórmula proposta ... Dificuldades para "cate· r1uizar" novos elementos. Desânimo por vêzes. Impressão de isolamento, apesar da correspondência assídua com Pe. Caffarel e com o primeiro Casal de Ligação, Gerard d'HeiUy, que iríamos conhecer mais tarde pessoalmente e saber que vinha dos tempos marcantes das primeiras experiências das Equipes de Nossa Senhora. Além disto, alguns têrmos dos Estatutos e das suas nor·· mas nos pareciam um tanto nebulosos. Foi quando nos anunciaram a visita de um e<:Iuipista de Paris que, vindo a negócios, aproveitaria a oportunidade para nos procurar. Chegou êle um belo dia à nossa casa. Ambos ocupados quando se apresentou, foi êle introduzido na sala. Quando entramos, pouco depois, encontrâmo-lo sentado, com um. de nossos filhos ao colo, brincando com êle. Não se levantou. Um gesto amigo, uma rápida apresentação, o entabolar fácil de uma conversação. Nós que esperávamos uma visita cerimoniosa, ficamos cativados por aquela simplicidade que nos deixou logo à vontade. E, imediatamente, aquela impressão de que nos conhecíamos há muito ... -li-
Aquela visita foi para nós uma revelação. Quanto aprendemos. Em primeiro lugar o "estilo" da amizade fraterna dentro das equipes: simples, cordial, aberta, cativante. Depois o valor dos contatos humanos, indispensáveis para as equipes em formação. Mais tarde aprenderíamos que, sem exceção, uma equipe isolada é uma equipe fadada a desaparecer. Finalmente, o esclarecimento dos numerosos pontos obscuros e, mais ainda, a razão de ser de cada uma das. normas do Movimento. A primeira expansão Dois anos se passaram. A equipe se firmara, apoiada na correspondência assídua com o Casal de Ligação, sustentada pela firme orientação espiritual do Conselheiro Espiritual. A experiência daqueles dois anos mostrava com tôda a evidência que a fórmula das Equipes nada mais era do que um estímulo à vivência do Evangelho. Pe. Melanson não nos deixa adormecer sôbre os louros colhidos. Em julho de 1952 inicia-se a pilotagem da segunda equipe, desta vez com antigos membros da JUC. Em dezembro era a terceira que se formava. Depois a quarta ... Graças aos contatos. de Pe. Melanson nas suas múltiplas viagens, formam-se em 1955 as primeiras equipes fora de São Paulo, em Florianópolis, Campinas, Jaú. Mais tarde, em Curitiba, Pôrto Alegre, Caxias do Sul. No extremo norte do Brasil, há uma experiência em Campina Grande: isolada, com dificuldades enormes na correspondência, não teve continuidade. Polarização das boas vontades. . . Esbôço de organização administrativa ... Trabalhos de secretaria ... Lembramo-nos do mimeógrafo então adquirido para impressão de Estatutos, Temas de Estudos, Manuais e, já a Cada Mensal. . . Nêle, de dois em dois minutos era preciso passar com um pincel a tinta no rôlo ... . Organizam-se os primeiros Recolhimentos e Retiros. 'Recolhimentos e retiros para casais eram, na época, um quase escândalo. Dif'tcilmente conseguimos permissão para um primeiro retiro fechado de dois dias. E vimos a superiora de um colégio de irmãs, recusar, por ordem da ·Madre Geral, a continuação dos re-colhimentos que vínhamos :f:lazendo ali, por serem de casais.
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Folheando a correspondência trocada com o Casal de Ligagação, encontramos uma sucessão de datas marcantes. Fevereiro de 53, 1. 0 número da Carta Mensal. Julho do mesmo ano, formação de um esbôço de setor que reunia os Responsáveis das 4 equi,,
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pes então existentes. Abril de 55, compromisso das Equipes 1 e 2. 21 de abril do mesmo ano, 1.0 Dia de Estudos dos Responsáveis. Em. julho de 56, contavam-se 13 equipes, sendo 8 em São Paulo e 5 fora: Rio, Campina Grande, Florianópolis, Campinas. Jaú. Em 1957, insistentes convites do Centro Diretor para que fôssemos à França, para um encontro com as equipes veterana·. Objetamos que seria muito mais útil a vinda de um delegado do Centro Diretor que entraria em contato com a maior parte dos uossos casais e sugerimos a vinda do Pe. Caffarel. A sugestão é aceita.
A primeira vinda do Pé. Caffarel Inegàvelmente, a visita do fundador das Equipes de Nossa Senhora e seu Diretor Espiritual, é o ponto alto de tôda a vida <lo Movimento no Brasil. Só então ficamos conhecendo as Equipes em tôda a sua profundidade. Impossível um resumo do que foram os 10 dias de contato com o Pe. Caflfarel. Alguns dias depois, em carta ao nosso Casal de Li,gação, comunicávamos as nossas impressões ainda vivas: "Deu-nos êle uma nova visão da vida de equipe. Temos a impressão muito nítida de que a sua palavra, os seus conselhos, as suas diretrizes vieram marcar uma nova fase para as nossas equipes. :Ele nos tomou, por assim dizer, pela mão e nos ajudou a subir mais alto, para desvendar horizontes muito mais amplos". Datam dessa visita, conferências notáveis que continuam a ser atuaiSJ: A Equipe, Assembléia Cristã, pequena Ecclésia dentro <la Grande Ecclésia. A Ecclésia Missionária, dando o sentido do apostolado nas Equipes; suscitou esta palestra não poucos debates e controvérsias que ainda perduram. . . Mas Pe. Caffarel insistiu particularmente sôbre a necessidade do aprofundamento, sem no entanto esquecer o transbordamento apostólico. "O aprofundamento só, esmaga; a ação só, dispersa e esteriliza; é preciso um e outro para que haja equilibrio". "Uma equipe que, após algum tempo de trabalho, não sente a necessidade de transbordamento, é uma equipe fracassada". Sucessivamente, apresentou-nos uma visão geral do Movimento, para depois deter-se sôbre o sentido profundo de cada um dos momentos da reunião de equipe, a razão de ser de cada uma das obrigações. Insistiu sôbre o significado da caridade fraterna: "A caridade fraterna é não deixar para trás aquêle que denota cansaço, esmorecimento, talvez desencanto. Despertá-lo é caridade. Deixá-lo no seu torpor é trai-lo". -IV-
. De volta à França, escreveu: " . . . As minhas recomendações são as mesmas que vos dei: máximo de mística e máx.jmo de disciplina. É preciso a todo preço que as equipes sejam êste celeiro onde o Senhor encontrará homens e mulheres que irão levar o testemunho de Cristo ju_nto de todos os seus irmãos, nos lugares mais humildes como nos postos mais elevados. Mas isto só se tornará possível se as vossas equipes forem verdadeiras escolas de vida cristã, vitórias da caridade, escolas de oração, cenáculos onde os apóstolos do Cristo vêm abrir os seus corações ao Espírito de Deus".
O crescimento das Equipes Ainda durante a estada do Pe. Caffarel, organizou-se o primeiro Setor, de acôrdo com as recomendações que nos dera: "Organizar a Equipe de Setor, não para as necessidades de hoje, mas pt·evendo um número três ou quatro vêzes maior de equipes". Éramos ao todo, então, t~vez umas 15 equipes. Com a vitalidade e fervor comunicados pelo Pe. Caf:furel, com a organização e a divisão das responsabilidades, veio a fase áurea de expansão das equipes. As previsões por êle dadas, se realizaram. No início de 1969 tínhamos 36 equipes admitidas e 35 em formação. No início de 1962, 87 admitidas e 41 em formação. Mas, na euforia daquela época, uma grande recomendação do Pe. Caffarel fôra deixada na penumbra: "formar equipes sólidas que, pela sua vitalidade e pelo seu devotamento sejam capazes de irradiar". Mal preparados para aquela expansão, carecendo de pilotos em condições de orientar as equipes que vinham surgindo, sem suficientes casais de ligação para o acompanhamento posterior, houve, sim, uma expansão que satisfazia aquêle ímpeto de euforia, mas que carecia de base sólida. Pode-se afirmar que a maior parte das dificuldades surgidas posteriormente- até os nossos dias- se devem ao esquecimento daquelas sábias recomendações do Pe. Caffarel: "formar equipes sólidas ... ", e que nada mais são do que a aplicação da parábola do Evangelho: "caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e deram sôbre a casa, porém esta não desabou porque estava fundada na rocha" (Mat. 7,25). 1962, nova visita de Pe. Caffarel. Vinha êle justamente nesta fase de inflexão das equipes, conseqüencia de sua inflação. O im-
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pacto desta segunda visita não foi ~<i mesma ordem da primeira. As Equipes estavam em perigo; era preciso diagnosticar o mal, encontrar os remédios. ''Não se entra para as equipes como se entra num ci:nema•• disséra-nos um dia o nosso Casal de Ligação." "É preciso ser exigente", afirma agora o Pe. Caffarel. "É questão de honestidade: de dizer aos casais que procuram o Movimento: as Equipes só vos ajudarão, na medida em que fôrdes fié~s às suas normas". ''Não se trata de camuflar os Estatutos. As Equipes devem ser apresentadas tais como são". "Ser exigente é manifestar um grande amor por um ser, é não permitir que fique na mediocridade". Os remédios assentados: Maior prudência na formação de novas equipes. Levar as equipes de mais de 2 ou 3 anos a uma opção séria e consciente; em outras palavras, levá-las a realizar o seu compromisso. Ao lado disto, formação de quadros e pôr em funcionamento uma estrutura adequada. Data dessa época a organização da Equi;pe de Coordenação Inter-Regional - ECIR. Lançou-se ela à execução do programa traçado. O trabalho para levar as equipes ao compromisso não surtiu o efeito esperado e isto por um vicio que vem dos primórdios do Movimento: a admissão retardada além de um número limitado de meses, assume o aspecto de um compromisso e torna êste uma redundância. Organizam-se Sessões de Formação para Dirigentes, em número porém insuficiente para as necessidades. Desdobraram-se os Setores e as Regiões, implicando na formação de novos quadros, tarefas que o Movimento se lançou com dec:isão. Visão do futuro
Nos últimos anos, desde a segunda vinda do Pe. Caffarel até os nossos dias, as nossas equipes atravessaram uma fase sem grandes acontecimentos marcantes. Tivemos, sim, a visita doPe. Winsberghe, do Setor de Bruxelas, que dedicou às equipes uma semana inteira, durante a sua estada no BrasH, a serviço da Ordem a que pertence. Como o Pe. Caffarel, deixou êle a marca de sua passagem, com os ensinamentos profundos e produtivos que nos comunicou. Tivemos também os reflexos da viagem dos casais Azevedo e Payão à Europa, onde tomaram parte no Encontro Internacional das Equipes, em Varese, logo após a grande peregrinação do .Movimento a Lourdes. -VI-
Mas é inegável que as equipes passaram por momentos delicados. Para compreender esta fase do Movimento, é preciso atentar para a situação da Igreja e do mundo durante êste período. Tivemos, então, dentro da Igreja, dois acontecimentos marcantes: o Concilio Vaticano II e a Conferência dos Bispos SulameTicanos em Medelin. Ambos determinaram, após si, o desenvolvimento de um ambiente de renovação dos 1nais salutares, mas também iniciativas nem sempre caracterizadas pelo espírito de equilíbrio e prudência, dentre as quais dificilmente se poderia distinguir, às vêzes, o que é "aggiornamento" e o que é "contestação". As Equipes não poderiam deixar de sofrer a influência do meio, como também não podiam se manter insensíveis ao esfôrço renovador da Igreja. O GECErTS é a manifestação dêstc esfôrço dentro das ·Equipes. Atendendo às diferentes correntes que, dentro delas procuravam novos caminhos consentâ~eos com :.1 pureza do ideal do Movimento, o GECENS procedeu a uma ampla consulta a tôdas as equipes. O nível de elevação e sinceridade com que foi conduzido o inquérito, levou a conclusões realmente animadoras. Revelaram "a con!fiança que os equ:'Pistas têm no Movimento" e à constata~ão de que as Equipes de Nossa Senhora não somente "atendem de perto os apelos do Concílio e dos Bispos Sulamericanos reunidos em Medelin" como também que "os casais sentem que o momento atual pede mais formação, mais vida comunitária, mais disponibilidade ativa" e que "um aspec-to importante dêsse "aggiornamcnto" é a motivação e a exi · gência". Muito se pode esperar de um Movimento em que seus membros estão conscientes de que "renovação" não se confunde com "reforma" e que esta renovação deve basear-se na seriedade, no esfôrço, na exíg,ência. Ouve-se por vêzes falar em crise. Mas, como nos disse P e. Caffarel em Roma, ao referir-se à crise determinada pela implantação dos Estatutos: "Nem tôda crise leva ao fracasso. Todos nós constatamos as crises de crescimento dos filhos. Conduzem a uma nova fase, favorecem o acesso à uma maturidade maior " .
O olhar lan~ado sôbre o passado mostra com tôda a evidência que a vida das Equipes de Nossa Senhora no Brasil fo i uma aventura impossível. Se elas surgiram e se desenvolveram é porque sempre depositaram a sua confiança no Senhor. Elas se encontram agora numa curva importante de sua história. Na medida em que forem fiéis à sua vocação, poderão, dentro da Igreja, responder ao que o Senhor delas espera. Nancy e Pedro Moncau Junior -VII-
Notícias atrasadas de um Natal Todos os anos os Setores da cidade de São Paulo preparam. em comum, seu Natal. No ano passado sua organização coube ao Setor B e êle resolveu, além do Natal dos Equipistas, f!azer algo diferente, por sua conta. Depois de estudos e troca de idéias decidiram fazer um Natal para as presidiárias. E o fizeram de maneira tão completa que, embora estejamos em maio, não podemos deixar de contar como foi a coisa. Uma vez por semana, entre setembro e dezembro, vários casais visitaram as detentas no presídio da avenida Tiradentes. De início elas se mostraram retraídas, aos poucos ganharam confiança e afinal deram testemunhos! que se tornaram inesquecíveis para os casais que lá estiveram. Os filhos . dêsses equipistas não quiseram ficar atrás e fizeram dois shows para alegrar as detentas. Mas quem ficou mais alegre foram êles, por assim servirem ao próximo. Para dar às presidiárias um sentido mais material de auxílio era necessário dinheiro. Para consegui-lo entrou em ação a famosa Equipe de Nossa Senhora Rainha do Lar. Tiveram a coragem de programar duas noites no Teatro Brasileiro de Comédia com a peça Os Gigantes da Montanha. Fizeram a loucura de comprar dois espetáculos por NCr$ 800,00 cada um. Até aí bastou roragem. O trabalho veio na hora de vender, empurrar, impingir os convites. Mas tal foi o entusiasmo e tão boa era a causa que a renda liquida foi de NCr$ 1.600,00. Com êsse dinheiro mandaram pintar as doze celas (cada cela abriga cêrca de dez detentas), compraram um fôrno elétrico para trabalhos de pintura em porcelana, e fizeram. outras pequenas despesas. Iam comprar também uma máquina de tricotar mas seu entusiasmo era tão grande que ... ganharam uma de presente. A missa de Natal foi rezada na tarde do dia 28 c nela se confraternizaram detentas, equipistas e seus filhos. Para a nolte de de Natal as equipes do Setor se cotizaram e ofereceram. 13 belíssimos bolos, um para cada cela e o último para os funcionários. Deus ajudou e Deus plantou a semente: a assistência às delentas será mantida. Há casais dispostos a prosseguir, êles pedem a colaboração de outros. A tarefa não é fácil mas é cheia de calor humano. -VIII-
I
DO
EQUIBE~ROPOLIS
Saiu mais um Boletim Informativo do Setor Petrópolis. Variado, interessante; daqueles que se leêm de ponta a ponta. Para com aquêles que não gostam mesmo de ler o Boletim usa de um estratagema: de vez em quando há uma piada ilustrada- e muito engraçada - obrigando o anti-leitor, pelo menos, a folhear tôdas as páginas. . O número de fevereiro relata, entre muitas notícias, as comemorações das bodas de prata de conhecido casal equipisla de Petrópolis. Por sua beleza, não podemos deixar de transcrever aqui a oração proferida por êsse casal durante a celebração dn Santa Missa por suas bodas de prata: "Há vinte e cinco anos, Senhor, diante de Vosso Altar, nós nos dissemos mutuamente o "Sim", que dia após dia, neste longo percurso, vimos renovando. Neste momento, com emoção e gratidão, nós viemos dar-vos graças, viemos unidos agradecervos todos os benefícios, tôdas as alegrias e, também as tristezas e momentos difíceis que são fizeram unir-nos mais e valorizar ainda mais a escolha que um dia fizemos , isto é, de trilharmos juntos o mesmo caminho. Nada foi pesado demais, sempre pudemos contar com a !fôrça para vencer as dificuldades dêstes anos. Obrigado, Senhor, por esta graça. Obrigado pelos parentes e amigos que possuimos e nos quais, tantas vêzes, encontramos a vossa palavra, o vosso estímulo e as manifestações do YOSSO amor. Obrigado pela saúde, pela paz e pelo amor em nosso lar. Tudo isso foi muito importante em nossa caminhada. Obrigado, Senhor, principalmente, pela graça da fé qllf~ nos orientou e oóenta, que nos encorajou e encoraja. Nela e por ela sentimos a vossa mão e o vosso coração que nos acompanha todos os dias. Desejamos proclamar, de público, que a vossa presença foi o esteio, o sustentáculo de nossas vidas e de nossa peregrinação. Sem vós, nós não seríamos o que somos e nem amaríamos, co1no amamos. Queremos, por isso repetir, Senhor, mais uma vez que aquêle que em Vós confia não será confundido. Nós confiamos em Vós. Esperamos em Vós. Sabemos que sois Pai e que não abandonais os que 1
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em Vós esperam. Em Vossas mãos tudo depositamos, assim como o fizemos há 25 anos. Recebei. Senhor, o nosso matrimônio, o nosso sacramento, c os nossos filhos que são os filhos do Vosso amor também. Guia-nos, Senhor, a lodos nós, como fizestes até agora. E assim como conduzistes o povo eleito para a Terra Prometida, assim também, Vos pedimos, levai nossa família, através das dificuldades da vida, para aquela casa que Vós preparastes desde tôda eternidade. Isso Vos pedimos, por vosso Fill1o Jesus Cristo. Amém".
FALAM MARIA HELENA E NICOLAU
Lá sentenciava o impoluto Conselheiro Acácia:- "Impõe-se começar do comêço" e atendendo ao seu sábio ensinamento é o que iremos fazer. Somos Maria Helena do Amaral Cintra Zarif e Nicolau Zarif. Ela, Brasileira, de prendas domésticas. Êle brasileiro, Promotor PúMico, Substituto de 2.a Instância. Bem casados, graças a Deus e pais de seis gulosos integrantes da jovem guarda: Marcelo. quartanista de direito; Mônica Maria, professôra, atualmente fazendo o curso de especialização do maternal; Marcos, terceiranista do clássico; Mauro, primeiranista do cientifico; Tiago, quartanista do ginasial e Cláudio, primeiranista do primário. Maria Helena nasceu "no" Amparo e Nicolau em Vargem Grande do Sul, ambos caipiras, pois. Nós nos conhecemos quando Nicolau foi "promotorar" em Amparo. Maria }lelena pos-sui um irmão que foi colega de ginásio do Nicolau e .deu-se a "melódia".
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Logo após o casamento, 1noramos "uns tempinhos" em São Paulo c depois que Nicolau fêz concurso para ingresso na carrei·· ra, saímos por "êsse mundão de Deus". Estivemos em. São Bento do Sapucaí, Garça, Casa Branca, Piracicaba e retornamos a S:í o Paulo, onde nos encontramos desde 1957. Em 1957 já ouvíamos falar em Equipes de Nossa Senhora. mas permanecíamos indiferentes. Maria Helena tinha irmãos que eram equipistas ... e a pressão "das sugestões" começou a ser colocada no "gramado das grandes disputas". Outro casal ajudou a "sugerir" que nós nos dispuséssemos a ingressar em uma das equipes paulistanas. Não estávamos "maduros", porém. Nicolau, que no ginásio fôra congregado mariano, anda,·a por "fora das n!ligiosidades" e a elas só estava regressando graças ao trabalho persistente e de testemunho de Maria Helena. Afinal, numa bela noite e após muitos convites, resolvemo ' r.ompareeer a uma reunião de informação. Fomos. Os informantes eram de primeira! Os "cabo.c los" teriam convencido qualquer um. Falaram bonito e certo. Gostamos. No grupo de convidados, por incrível que pareça, só havia casais conhecidos nossos e entre os "varões" alguns amigos de faculdade do ... ricolau. O casal informante notou que "havia uma panela em formação" e prometeu cortar o mal pela raiz. Passados três meses, fumos avisados que a "nossa equipe'' ou "equipa" como diria o Con elheiro Acácia estava prontinha para ser lançada ... E o foi. Acon tece, porém, que a "panelinha" estava tôda lá. Decorridos oito meses, nosso grupo tinha se constituído na "Equipe n. 0 40, Nossa Senhora da "Santíssima Trindade". A escolha do nome se deveu ao fato de nossos Pilotos terem trazido da França uma imagem de N. S. da Santíssima Trindade que foi doada à equipe. ~sse Casal Pilôto era fabuloso; seus testemunhos (dedicação, alegria, profundidade religiosa, disponibilidade) nos edificavam. Um belo dia, com a conveniente explicação do C. Pilôto, a -1-0 realizou sua primeira eleição de Casal Responsável e fomos nós os "eleitos". Aí surgiu o primeiro incidente capaz de "demonstrar-" o aprofundamento religioso do Nicolau. O C. Pilôto avisou que deveríamos assistir missa, além da de domingo, uma vez por semana e fazer, diàriamenle, meditação de dez minutos. Lá se foi o Nicolau a uma das livrarias religiosas do centro, para adquirir um livro de meditação. Não sabemos se :!'\'icolau não soube explicar-se ou se o balconista era um "gozador". Certo é que Nicolau voltou para casa com as meditações de São João da Cruz. Para um "caboclo" que se iniciava, foi dose para elefante. Socorremo-nos do Pc. Assistente (naquele tempo não se dizia Canse-
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lheiro Espiritual) e êle nos ensinou que o melhor era ít· "piano-piano" e contou histórias do "Don Camilo, Pepone e companhia bela". No outro ano fomos reeleitos. Foi um êrro, nós já estávamos razoàvelmente, meditando, assistindo missa, enviando relatórios e etc., mas não estávamos sabendo fazer nossos companheiros crescerem junto conosco. O que nós havíamos gostado mais, durante a responsabilidade, tinha sido comparecer aos "Dias de Estudos dos Casais Responsáveis. O Nicolau ficou tão "empolgado" que fêz um relatório "tim-tim-por-tinrtim" que chegou a ser publicado na Car la Mensal (O que vocês pensam, ué? !) Nesse interregno, Côn. Cafrfarel estêve no Brasil e com sua marcada personalidade e com sua contagiante santidade, nos convenceu, definitivamente, da validade do Movimento no qual nos tínhamos engajado. Estivemos com Côn. Carffarel no Colégio Santa Cruz e no "Des Oiseaux" e só não fomos com êle à então chamada sessão de quadros. . . porque nos disseram que não havia vagas. Já es,távamos bem mudados. Torcíamos para chegar logo os retiros nos quais nos inscrevíamos e participávamos de todos os encontros, sub-encontros, mini-encontros e até desencontros programados pelas Equipes. Nossos filhos menores "adoravam" os retiros e o caçula - Cláudio - aprendeu a andar em um dêles. graças aos esforços das ir:miis de .V.alinhos. (Puxa, a Carta Mensal terá que publicar êste depoimento em capítulos. . . Está ficando grande "prá xuxú"). Para resumir a narrativa, vamos passar a falar das atribuições que nos foram confiadas, missionàriamente, no Movimento. Certo dia, o então casal Regional, resolveu dar uma dinâmica nova às equipes paulistanas. Eram dois os setores. ~les bolaram a criação de quatro coordenações que, posteriormente, se fundiriam em dois novos setores. Fomos escolhidos para responsáveis de uma dessas coordenações. Finda a primeira etapa, passamos à responsabilidade do setor D. Daí para as "palestras", "Escolas de Pais", "Organização de Auxílio Fraterno", auxiliares dos "Dias de Estudos", auxiliares das ''Sessões de Formação de Dirigentes", etc., foi um "passinho". Foi uma delícia. íamos somando experiências e aprendendo com a generosidade do "team". (Nota da Redação: Nesta altura Maria Helena e 1Ti. colau passaram a citar nominalmente todos seus então companheiros, atuais companheiros e futuros companheiros, "jogando-lhes confetes às mãs cheias" , daquele modo gostoso que lhes é peculiar. -XII -
Os Revisores deste artigo, embora também citados e elogiados, foram obrigados a suprimir tudo ... por f ai ta de espaço). É bom parar por aqui ... Só de fazer referências já estamos saudosos do "povo". Gente boa! Como é bom viver entre irmãos que se amam. Finalmente, só nos resta dizer que, agora, estamos na dona ''ECIR", escolhidos Supervisores dos Casais Regionais do Brasil e continuando a aprender com a inteligência, dedicação e entusiasmo de nossos companheiros de Ecir. Nós fizemos tudo para ser breves ... mas não deu. Consolanos saber que o que gostaríamos de lhes contar, experiências, testemunhos, coisas engraçadas, peregrinações, passeios, viagens, papagaiadas, etc., é material para, pelo menos, vinte fôlhas de f=spaço simples ... Um abração, para todos vocês e gostaríamos que em suas orações vocês nos ajudassem a agradecer a Deus por tudo quanto nos tem dado e de forma especial a oportunidade que Êle nos deu de servi-Lo como cristãos. Unamos nossas preces pelos casais de todo o mundo e pelos seus. filhos, certos de que, pela oração, conseguiremos peregrinar conscientemente para a nossa Morada. Maria Helena e Nicolau
À última hora recebemos o número de março do Informativo das Equipes de Jahu (dizem os jahuenses que se escreve com "h" mesmo). O artigo de fundo está bom, muito objetivo. Aliás todo jornalzinho é objetivo, tanto que coube em três fôlhas. Há o balanço de fim de ano, o balancete anual do tesoureiro, a relação da contribuição de cada equipe durante o ano, a lista dos novos responsáveis de equipe e seu enderêço, avisos sôbre os cursos de noivos e uma noticiazinha sôbre a Peregrinação a Roma que vamos transmitir na integra: "Para essa peregrinação irão dois casais do nosso Setor, os queridos irmãos de Jahu 8, Maninha e Antonio Tavares Bueno e Maria do Carmo e Evandro de Mello.
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Antes, ê!es participarão da excursão organizada pela Secretaria brasileira, através da conceituada Agência Abreu. Saindo dia 8 de Abril, irão a Lisboa, Paris, Londres, Amsterdam, Rotlerdam, Copenhague, Zurich, Milão, Veneza, Florença e finalmente Roma onde, durante seis dias participarão da peregrinação das ENS. Aos queridos irmãos desejamos todos uma santa peregrinação e feliz viagem, Juntando nossas orações às dos equipistas do mundo inteiro, estaremos todos unidos".
O BOLETIM DA REGIÃO SANTA CATARINA-RIO GRANDE DO SUL Voltou a circular o Boletim Informativo da Região Santa Catarina-Rio Grande do Sul. Veio completo e muito bem redigido. Para prevenir eventuais atrasos da Carta Mensal êle tem um "Editorial" e as "Orações Para a Próxima Reunião" , que substiluirão aquêles da Carta em atraso. Parabens à Região pelo expediente; a "capacidade inventiva" é qualidade recomendada nos manuais equipistas. O número que acabanws de receb.e r tem como "Editorial" trecho de um discurso do falecido grande líder Lulher King, e "Orações" traduzidas da Carta Mensal Internacional de fevereiro. Traz um artigo de formação, notícias sôbre a peregrinação a Roma, e muitas informações sôbre as programações para o ano, preparadas pela Região e pelos Setores. Chamou-nos a atenção o seguinte pequeno trecho retirado de um relatório que veio de Pôrto Alegre: "Ultimamente nos colocamos à disposição do Serviço Interconfessional de Aconselhamento, organizado pelas Igrejas Católica, Luterana, Episcopal e Metodista, para assistência espiritual, familiar, etc. Oferecemo-nos como conselheiros; ficamos de plantão para atender problemas familiares e da juventude. Graças à bagagem que nos trouxeram as ENS, obtivemos resultados consoladores, vendo casais separados reconciliarem-se". -
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BffiLIOGRAFIA
''REZAR OS SALMOS HOJE" Carlos Mesters, Francisco 'feixeira -
Livraria Duas Cidades
Orar é falar com Deus, mas orar é também ouvir a Deus. Os Salmos são ao mesmo tempo a palavra do homem dirigida a Deus e a palavra de Deus dirigida ao homem. Rezar um salmo é entrar nesse diálogo, iniciado há tantos séculos, entre os homens e Deus. "Livro dos Salmos", no original hebraico, quer dizer "Livro de Orações". Rezar com os salmos é uma tradição judaica que a Igreja perpetuou até os nossos dias. O que é um hábito dos religiosos (o ofício divino é composto principalmente de Salmos) e dos padres seculares (o que é o breviário, senão uma coletânea de Salmos?), está longe de ser um hábito para os leigos. Embora possam sentir-se atraídos pelos Salmos, embora alguns versículos lhes falem diretamente ao coração, dificilmente conseguem rezar com êles, porque logo deparam com uma linguagem que não entendem. Há quase vinte anos, quando começavam as primeiras experiências de renovação litúrgica, o Pe. Gelineau tentou popularizar os Salmos - percebera tudo o que poderiam significar para o leigo de hoje, geralmente com poucas ocasiões, senão pouca disposição, para o recolhimento propício à oração pessoal. Foi um ~ucesso. Na verdade, a maior parte dêsse sucesso deve-se à música e não à letra - porque, embora bastante mais próxima de nós do que tudo a que estávamos acostumados, a tradução ainda conservava têrmos' e imagens do Antigo Testamento, que para nós nada mais significavam. Era necessário fazerem-se novas experiências. Paralelamente ao que vem sendo feito em outros países, aqui no Brasil, os padres Carlos Mesters e Francisco Teixeira traduziram setenta salmos diretamente do hebraico para o português contemporâneo. Graças ao seu trabalho, descobrimos os Salmos, não como uma relíquia da Sagrada Escritura, mas como uma oração viva e atual: o r a ç õ e s inspiradas há milhares de an<r.> parecem-nos escritas nos nossos dias. A linguagem é tão simples, as expressões tão naturais, que mal se reconhece o salmo "antigo". O que requeria esfôrço para ser entendido, foi subsituido por frases simples, tiradas do nosso vocabulário de hoje. Não deve ter sido fácil - antes de substituir as fórmulas arcaicas; era -
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preciso aprender o seu sentido profundo, traduzi-los em têrmos atuais. Que diferença entre "Teu bastão e teu cajado são o meu confôrto" e "Tu estás comigo, Senhor, ao teu lado me sinlo seguro"! Os que desejam fazer a meditação diária e, por falta de experiência ou aridez momentânea, sentem dificuldade, encontrarão nesse livrinho um precioso auxílio. No fim há um esquema que sugere dez salmos para cada dia da semana; para facilitar a escôlha, cada um é precedido de um resumo curto e incisivo. Devido á sua linguagem simples e direta, êsses Salmos servirão também como oração aos nossos filhos. Cada salmo está relacionado com algum fato da vida cotidiana, mostrando aos jovens que, a partir de qualquer situação, podemos ter uma conversa com Deus. Os Salmos - uma oração milenar que se tornou uma oração para os nossos dias. Monique e Gerard
(Reportagem sôbre a Oitava Sessão de Formação de Dir.igentes do primeiro grau, realizada de dezenove a vinte e dois de março em Caxias do Sul) Devidamente escalado, o "Time azul" desceu às plagas do sul, de Minuano, para a VIII Sessão de Formação de Dirigentes. As dezenove horas de viagem foram alegres e divertidas. Na feliz expressão do Zarif, o Minuano transformou-se em "Monoblocus Católicus ", dada a coincidência de nêle se encontrarem os equipistas com os cursilhistas que iam trabalhar no 1. ° Cursilho de Cristandade de Pôrto Alegre. Canlou-se, evangelizou-se, e as horas passaram rápidas. A equipe de serviço descia para o sul tranquila em virtude da excelente preparação que fora dada à Sessão por Dirce e Rubens que coordenaram todos os trabalhos. Em Caxias do Sul esperavam-nos Helga e Francisco, que passaram a integrar o "time azul". -
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A cordialidade de muitos eqmp1stas também se fazia presente. A hospitalidade gaúcha se fêz representar. no gostoso, reforçado e alegre café matinal. Como o trabalho era muito, o time foi todo, logo em seguida, para o Colégio das Irmãs Cabrini (Instituto das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus), a sete quilômetros de Caxias do Sul. Uma beleza de instalações. Enorme, confortável. O Colégio foi, ràpidamente, transformado em casa de equipistas: setas, nomes, informações de direção, etc.. Afinou-se a equipe em uma reunião preparatória bastante proveitosa e aprontou-se a alma de seus componentes na missa íntima, celebrada à tarde. Tudo visto e arrumado, às dezenove e trinta horas o "time" estava em ordem, por fora e por dentro, para receber os sete casais de Caxias do Sul, os seis casais de Pôrto Alegre, os quatro casais de Florianópolis, os quatro casais de Brusque, o casal de Blumenau e o casal de Jundiaí. E a Sessão começou, e o vinho (branco e tinto), ofertado pelos caxienses, foi servido na refeição da noite, permanecendo, conforme a boa tradição gaúcha, todos os dias à mesa. Palestras de Frei Estevão Nunes e do Luiz Marcello foram mostrando como seguir ao Cristo hoje, como viver nos dias atuais a vida cristã para formar o Nôvo Povo de Deus, a Igreja, através dos meios de santificação e principalmente da oração: qual a vocação das ENS, dos equipistas; como viver nas Equipes o Cristo eomunitário, transformando-as em escolas do mandamento nôvo e levando seus integrantes a se tornarem portadores da Palavra. Um crescendo maravilhoso. Uma vibração continua.
O programa previa vários atos litúrgicos, com textos preparados pelo padre 'Valter Carrijo (que se deixou ficar, para seus fiéis, em Jundiaí) e vivenciados, no local, pelo padre Lourenço Roberge, que se juntara ao Lime desde São Paulo. Até tambor e caixa de repique foram usados na Procissão de Ramos ... A entrega total dos casais participantes se fêz notar na noite de confraternização, onde muitos e bons artistas apareceram para alegrar o coração de todos, e no plenário de conclusão da Sessão onde o "time azul" recebeu tôda a caridade, tôda a lealdade e franqueza da gente do sul, consubstanciadas nas críticas e sugestões para os próximos encontros. A todos os participantes foi entregue pasta contendo o material utilizado na Sessão. No encerramento, na capela, todos se dispuseram a trabalhar por Cristo, nos caminhos que f:le traçou nas Equipes rle Sua San-
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ta Mãe. Durante o abraço final da equipe de serviço aos companheiros do Sul, qm clima de rara emoção se formou. Irmanaramse todos, felizes pelo término da obra feita por Deus e para Deus. A gente de Caxias do Sul não tinha porém terminado de mos· 1rar sua fidalguia: aos forasteiros foi oferecido um "galeto ai primo canto" acompanhado do onipresente vinho de Caxias. Em seguida veio uma noite de descanso, em casas hospitaleiras dos irmãos em Cristo da bonita Caxias do Sul. E as compras de prata, chê !, não se esqueça! O ônibus de volta ofereceu ocasião para mais uma vez mostrar como a equipe de serviço estava em forma e imbuída de espírito cristão: cantou-se conversou-se, discutiram-se problemas . comeu-se e tomou-se ... cerveja. Hadjine e Neuradir
Deus
(~hamou a
LÉO DA SILVA GOUVEIA, membro da Equipe Taubaté 1. faleceu a 15 de março, depois de prolongada doença. Todos equipistas enviam à Nina seus sentimentos fraternos. Que Deus a ampare nesta provação.
- -o-O. PAULO DE TARSO CAMPOS, arcebispo de Campinas, faleceu a 2 de março. Sempre foi um esteio das ENS em Campinas. Eis um tt·echo de seu testamento:
"O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas disse Nosso Senhor no Evangelho de São João. Em união com o Divino Pastor, que deu a vida pela Salvação do mundo, faço também a humilde oferenda da minha vida e aceito, em plena consciência, o gênero de morte que a justiça divina me houver destinado, e a ela me submeto na esperança de que meu pobre sacrifício possa também ser útil ao rebanho que me foi confiado. Somos representantes efêmeros de uma Igreja perene". -
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® "Equipista" ti e Ribeirão Prêto Saiu o número 36 do jornal do Setor de Ribeirão Prêto. Des ta vez é um número "administrativo": além do calendário das atividades do ano, relaciona o nome e enderêço de_todos equipistas do Setor. Existem lá 12 equipes, representando 74 casais e 8 conselheiros espirituais. Êle traz uma breve explanação sôbre as três linhas principais, que sempre nortearam as atividades das ENS naquele Setor: a Formação, o Apostolado e o Entrosamento. No campo da Formação foram suprimidas as Noites de Estudo em benefício das Reuniões Mistas. Assim, além de dois retiros, um em abril e outro em outubro, das missas semanais que se realizarão tôda quarta-feira às vinte e trinta horas, na Igreja de São Benedito, haverá duas reuniões de Equipes Mistas, uma em maio com o tema O Dever de Sentar-se e outra em se tembro com o nunca suficientemente discutido tema, O Divórcio. Ainda não foi marcada a data da assembléia geral que apreci'arú Balanço do Ano. No Apostolado destacam-se Ofl Cursos de Preparação Para o Casamento, os Círculos Familiares e a recém criada Escola de Pais. No campo do Entrosamento o Setor conta com o jornalziuho, e programou quatro encontros informais: dois pique-niques, nma festa junina e, naturalmente, a festa de Natal. Além de participar dos grandes encontros nacionais, Ribeirão Prêto realizará uma reunião de Responsáveis de Equipe, uma de Ligações e uma de Conselheiros Espirituais. Mas o ponto a. tu do Setor será o Mutirão dos dias 26, 27 e 28 de junho, que contará com a presença de equipistas de setores vizinhos, inclusive com dirigentes do Movimento vindos de São Paulo. Na oportunidade os equipistas de Ribeirão Prêto terão a maior solicitude no acolher seus companheiros e é certo que darão inequívoca demonstração do seu desej o de pr ogr edirem em sua espiritualidade conjugal e familiar. -
XIX --
Artigo da Carta Mensal Provoca Testemunhos Interessou-nos muito o artigo publicado na Carta Mensal de novembro de 1969, sob o título "Construir a Cidade dos Homeus - Di! a ta r o Reino de Deus". Suas palavras nos calaram tão fundo, que nos permitiram observar dois testemunhos - talvez melhor chamá-los de anti-testemunhos. Antes de os relatar, gostaríamos de recordar as linhas mestras do artigo, para aquêles que não o puderam ler. No princípio êle trata das relações entre cristãos - no caso equipistas - e os· não crentes. A seguir, ressalta o "apêlo do Senhor, que nos concita a irmos para aquêles que estão afastados". ~a terceira refere-se à responsabilidade que tem o cristão de levar a "sua" vida, mas também de transformar essa vida em elemento produtivo paTa a coletividade, tanto no campo material quanto no espiritual. Na última parte lemos que o primordial é evangelizar os homens, ainda que nem sempre tenha sido cumprid.a a parte temporal. Salienta-se aqui mais uma vez a importân~1a de que a evangelização não seja dirigida àqueles que já são cristãos, mas principalmente aos incrédulos. Des a parte achamos por bem ressaltar as seguintes passagens: "Os não crentes são mais sensíveis à maneira de viver dos cristãos, do que aos seus discursos edifficantes ". "O testemunho de vida, não será êle suficiente?" Ainda impressionados com êsses ensinamentos, tivemos ocasião de assistir a uma missa de formatura, onde a maior parte dos formandos e familiares era composta por católicos praticantes, mas onde também havia não crentes. Ficamos surpreendidos quando na hora do "saudái-vos uns aos outros", o cumprimento fraterno, iniciado pelo padre oficiante não teve continuidade de transmissão de um para outro. Teria sido por vergonha, "respeito social"? Pensamos que essas demonstrações externas de fé são imprescindíveis para evangelização dos descrentes. E nossa opinião reforçou-se com episódio ocorrido em nosso círculo de amizade. onde há um casal cuja espôsa é católica, mas o marido é desnente e agnóstico. Durante reunião, em que se discutiam problemas de cristianização e evangelização, êle terminou desabafando: que fé podem ter os católicos em sua religião e em seu Cristo, se minha mulher, que se diz católica e me quer levar para a mesma religião, sequer vai à missa nos domingos?" Fomos obrigados a calar o bico. Clecy e Augusto -
XX -
fNO[R(tOS PARA VIAG[NS INJ[RNACIONAIS Todo ano o Centro Diretor das ENS publica um anuarw da organização do Movimento no mundo, dando o nome e enderêço de todos os Responsáveis de Setor, Regionais, Secretarias, Super-Regionais, Dirigentes, Conselheiros Espirituais e Auxiliares. A Secretaria brasileira acabou de receber o anuário de 1970. Nêle a organização no Brasil aparece como saiu em nossa Carta Mensal de março. Como a nossa Sec_r:elaria é procurada de vez em quando por equipistas brasileiros, que vão viajar para o exterior e que desejam entrar .em contato com os companheiros de 1á, vamos dar o enderêço principal dos países onde o Movimento mais se expandiu. Qualquer equipista pode se dirigir a êsses endereços, sem mais apresentações; ou escrever com antecedência se desejar acomodações ou qualquer outro tipo de auxílio. --0--
ALEMANHA Familiengruppen Unserer Lieben Frau Familie Hans et Elsbeth RO MER 8.000 MUNOHEN 60 - ~1i chelspeckstrasse 3 Alemanha Ocidental ANTILHAS-GUIANA Daniel et Yolande LEVIF 3 Km route de Schoelcher FORT DE FRANCE - Martinique AUSTRÁLIA Richard and Leila O'SULLIVAN 2 Berca Street RING,VOOD (Victoria) -
ÁUSTRIA Hans und Sieglinde HAN!'II"ES
A- 1150- WIEN Hutteldorferstrasse BÉLGICA Jacques et Denise '\\7ALTON 10, rue de Beukendreef 9831 - DEURLE Tel. (19-32) 9 52 33 88 CANADA Equipes Notre-Dame Denis et André DESLONGCHAMPS 544, rue Gohier - SAINTE DOROTHEE - Ville de Lavai - Tel. 689.5843
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COLOMBIA Luis e Tere íla OOIGARD Carrer 9a n. 0 71-56 BOGOTÁ ESPANHA Equipes de ~ucstra Sefiora Sefiores de Carlos e MariaTeresa de RIUS Paseo de Gracia 89 - 7. 0 - 5. 8 BARCELONA 8 ESTADOS UNIDOS Teams of Our Lady Mr. and Mrs John and Barbara GREEN 800 Chalfonte Drivc ALEXANDRIA (Va
~. 305)
FRANÇA Michel et Bernadette FOUCARD 49, rue de la Glaciere 75 - PARIS XIII TLH'A MA Ri CIA MADAGASCAR Equipes Notre-Dame Pierre el Rose-Mav C. du MEE
M. .I.R.I. -
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REDUIT
INGLA'J ERRA .fi m and Theresa PRATT 19, Brumswich Road Sl\IIREMOOR (Northumber· land) ITÁLIA Equipes Notre-Dame Camillo et Marisa DONAT CATTI ~ T
Corso Medi terraneo, 9-1 TORINO MARROCOS Michel et Térese MOESCII 5, rue des Colombes OASIS - CASABLANCA PORTCGAL <:.ecretariado E qui p e s de Nossa Senhora Sr. e Sra. LIBANO 1\IONTERO Avenida de Roma, 96, 4. 0 , E. 0 LISBOA 5 SUíÇA Pierre et IJominique CHOLIN Vigneres 74 - Tel. (15-79) 45.38.51 ANNECY-le-VIEUX
Para qualquer país que não conste desta lista, in· formem-se escrevendo para: ÉQUIPES N011RE-DAME 49, Rue de la Glacicre 75- PARIS XIII FRANÇA
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O Oitavo :congresso Eucarístico Nacional Entre os dias 27 e 31 de maio realiza-se em Brasília o Oitavo Congresso Nacional, precedido pela Ass~mbléia Geral do Episcúpado Brasileiro. Os grandes temas do Congresso serão o Batismo, a Crisma e a Eucaristia. Assim como nós equipistas nos unimo~ em pensamento aos companheiros que se encontravam em peregrinação a Roma, devemos, naqueles dias, unir-nos à reflexão dos congressistas, voltando o olha:..· para o que representam os sacramentos para a nossa fé. Para nós casados, nunca é demais meditar sôbre a íntima relação que existe entre a Eucaristia e o Sa('ramento do Matrimônio. ~~-
Podemos unir-nos à preparação espiritual do Congresso, rezando sua oração oficial: "ó Jesus, realmente presente na Hóstia consagrada, concedei-nos a graça de preparar e realizar, em Brasília, o Oitavo Congresso Eucaristico Nacional. Fazei-nos instrumentos generosos do advento do Vosso Reino - reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz. Hóstia santa, transf,o rmai nosso Congresso na alvorada radiante de uma Igreja ardente na Fé, forte na Esperança e unidos na Caridade. Participando das riquezas infinitas de Vossa "mesa" desde já prometemos nossa retribuição sincera: levar uma vida autêntica e genuinamente cristã. Nós Vos pedimos por Vossa e nossa Mãe, Nossa Senhora Aparecida, Medianeira de tôdas as graças. Amém.
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I CIMilL EOAPOSTOLADO DOS lEIGOS Existe em São Paulo uma entidade denominada Camal Coordenação Arquidiocesana dos Movimentos de Apostolado Leigo - que visa coordenar as atividades dos vários movimentos. em face das novas diretrizes conciliares e também do plano pastoral conjunto da CNBB. Não é um movimento amai , tem caráter apenas consultivo. Foi criado em 1968 e é dirigido por· uma Comissão Executiva. · A Região São Paulo- F - Sul, das Equipe, de Nos. a Senhora, mantém um casal como seu representante nesse Movimellto. Há encontros com palestras e posterior discussão em grupos rle trabalho. Aí as ENS tem encontrado oportunidade de dialogar com os outros movimentos, especialmente os de famíHa. Estuda5e a possibilidade de programar trabalhos conjuntos, o que aumentará sensivelmente o rendimento do apostolado. No último boletim da Carnal há um artigo intitulado : "Você Se Conforma Em Ser Leigo?" do qual extraímos as seguintes considerações: A palavra, na linguagem comum, costuma caracterizar o indivíduo que está "por fora" de um determinado assunto. Tem até a conotação de alienado". Ninguém gosta de ser chamado de "leigo" desta forma. Contudo, depende de nós alterar o valor desta palavra que ainda é a única que define a nossa posição na Igreja, ou encontrar-lhe uma substituta. Mas em qualquer das hipóteses peecisa" mos conhecer e viver a "Nova Imagem do Leigo no Vaticano li". Uma das conquistas do Vaticano,ll, com 1·e peito aos leigos é a substituição de uma visão predominantemente juridicista, por outra fundamentalmente teológica. A visão negativa: "o que o leigo não é", é substituída por uma visão positiva: " que é o leigo". Encontramos aqui as linhas teológicas para a projeção da nova imagem do leigo. Somos incorporados ao povo de Deus pelo batismo-confirmação e pela fé; neste povo somos todos iguais, temos as mesmas condições e a mesma dignidade de cristãos, na medida exata em que encarnarmos em nossa vida, a energia e o dinamismo de nos a inserção nêle. -XXIV-
O leigo é fundamentalmente um homem e um cristão. Um homem consciente de que, por ser cristão, alguma coisa mais é somada à sua condição humana. Uma vocação batisnial carregada de consequências: uma vida em Cristo, uma consciência eclesial, uma disponibilidade de serviço aos irmãos. Leigos, religiosos e pastôres, formam, graças à equilibrada harmonia dos diferentes ministérios eclesiais, a unidade e a unicidade da Igreja de Cristo aqui na terra. Essa Igreja não existe tal como Jesus a desejou, se faltam, de algum modo, os Pastôres. Mas não existe também, se faltarem os leigos.
A Peregrinação a ltoma "Todos êles eram assíduos à oração, unânimes, com Maria, mãe de Jesus"
(Atos I, 14)
Quando vocês receberem esta Carta Mensal, os nossos companheiros de equipe estarão em Roma, tomando parte. em meio a milhares de equipistas nossos irmãos, na grande Peregrinação das Equipes de Nossa Senhora. Que será esta Peregrinação? Em síntese, uma imensa oração em comum, em que todos estarão rezando uns com os outros, uns pelos outros e todos pelas intenções de que são portadores. Ajoelhados reverentes ante a pessoa do sucessor de Pedro, prostrados junto do túmulo dos Apóstolos, orando no interior majestoso das basílicas seculares, curvando-se nas catacumbas ante o túmulo daqueles que deram a sua vida para afirmarem a sua fé, será sempre a oração o ponto alto da Peregrinação. Unamos as nossas preces às dêles. Os equipistas de Roma são os delegados daqueles todos que não puderam ir. Unâmo-nos a êles, particularmente nas peregrinações ou cerimônias que foram promovidas pelos setores, em união com Roma. Com êles rezemos por todos os casais do mundo e pelo mundo todo. Com êles peçamos pela nossa Pátria para que renasça com vigor a mesma fé que ergueu a Cruz no solo pátrio no dia mesmo em que nela aportaram os primeiros descobridores. -XXV -
Com êles oremos pelas nossas famílias, pelas famílias tôdas. para que elas possam cumprir a primeira missão que lhes cabe: fazer de seus filhos os cristãos que a Igreja espera para os dias de amanhã. Pela juventude de nossos dias, à procura de novo'l valores e ansiosa de ideal. E também pelas equipes, pelas nossas equipes, para que, firmadas na fé, p9ssam cumprir a missão que delas Deus espera. Sim, a Peregrinação será uma imensa oração em comum. Mas é no centro da cristandade que se fará mais insistente e fervorosa. É ao redor do sucess·o r de Pedro que ela se elevará num uníssono de intenções, porque no coração de todos os cristãos é tmânime o sentimento de que a Igreja e o mundo precisam urgentemente do auxílio divino. Na hora em que tôda a cristandade sente-se inquieta ante a visão da crise que atinge e sacode a Igreja, até mesmo no domínio da fé, a presença do representante visível de Cristo na pessoa de Paulo VI, há de fazer sentir a todos os peregrinos o fundo anseio do Santo Padre, tantas vêzes manifestado aos fiéis nas suas nlocuções semanais, em resposta à palavra de Cristo a Pedro: "E 'tu, confirma os teus irmãos" (Lu c 22,32). Com os nossos equipistas em Roma, também nós estaremos reunidos de coração ao redor daquêle que tem hoje a grave mis-· são de "confirmar os seus irmãos" e manifestar sôbre a terra a unidade da Igreja. Em união com êles, peçamos pelo Santo Padre, peçamos pela Igreja, tomando consciência que também de nós depende que haja no mundo e na Ioareja uma retomada de consciência do conteúdo da fé, isto é, da mensagem que a Igreja nos propõe para que vivamos.
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XXVI-
BALANCETE DA SECRETARIA Março de 197 0 RECEITA: Contribuições ................... p/ Peregrinaçào a RO:\IA .......... p/ Dias de Estudos ............... Yenda de Impressos e LiYros ......
. . . .
:NCr9$ 5.468,92 660,00 520,00 123,40
Saldo credor em 28/ 2/70 . . . . . . . . . . . . . . . . .
NCr~
NCr$ 6. 772,32 NCr$ 7. 235,46 NCr$ 14.007,7R
DESPESAS: Salários (março) ................. . Tipografia e Papelaria ............ . Assinatura de Jornais c Revistas ... . Consêrto Persianas ............... . Aluguel (fevereiro) ............... . Reunião ECIR - Regionais ......... . Sessão de Formação Caxias do Sul .. Correio, rodoviária, telegramas e condução ........................... . ~VIaterial de limpeza, gás .......... .
1. 654,53 825,85 120,00' 99,00 623,25 300,00 586,72 906,28 20,35
Saldo credor em 31 / 3/ 70 . . . . . . . . . . . . . . . . .
NCr$ 5.135,98 NCr$ 8.871,80 NCr$ 14.007,78
CONTAS A PAGAR :
Aluguel (março) ................. . Papelaria e Tipografia ............ . Ernpréstin1o ...................... . Móveis Kastrup (sala de reunião) .. .
623,25 4.793,00 1.500,00 1.245,75 NCrf
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8.162,00
RETIROS PARA 1970 Está definitivamente acertado o nome dos pregadores do:;. doze retiros organizados para os cquipistas de São Paulo e para aquêles que não puderem participar dos retiros organizados pm· seus Setores. São êles: dia 8 a 1O de maio, em Barueri - ~lons. Antônio Pedro Mizia ra dia 22 a 24 de maio, em \'alinhos - Pe. Rolando Jalbert dia 12 a 14 de junho, em Barueri Pc. Manoel Pestana dia 7 a 9 de agôsto, em \'alinhos - Pe. ~lário Zuqueto dia 28 a 30 de agôslo, em Baruerí - Pe. Francisco de Assis (1andolfo dia 18 a 20 de setembro , em Barueri - Pc. Antônio Aquino dia 25 a 27 de setembro, em Valinhos - Pe. Antônio Lobo dia 2 a 4 de outubro, em Barueri - Pe. João Edênio do Vale dia 9 a 11 de outubro, em \'alinhos, - Pe. Frederico Datller dia 20 a 22 de novembro, em Barueri - Pe. Pedro Lopes dia 27 a 29 de novembro, em Barueri - Pe. Oscar Melanson dia 4 a 6 de dezembro, em .Valinhos - Pe. Alfonso Pastare ATENÇÃO:
os . retiros de l8 a 20 de setembro e de 27 a 20 de novembro serão retiros em ABSOLUTO 81L"êNCIO, atendendo assim a inúmeros pedidos que nesse sentido foram feitos . É oportuno lembrar mais uma vez que Yalinhos comporta 22 casais e Barueri 27: Filhos menores poderão ser levados e ficarão sob a guarda das irmãsinhas de Jesus Crucificado, que nisso têm muita prática e. ~nuito carinho.
Suzana e João Batista Villac (rua Monle Alegre, 759,' telefone 62. 80. 92)· já receberam inúmeras inscrições e lembram que só as reserv.as feitas com antecedência garantem vagas. -
XXVIII -
Nosso in te1~sse, o Nosso amor por vós. Queríamos ajudar-vos; quereríamos oferecer-vos êste "suplem en to de alma" de que tanto necessita a gigantesca cons trução da vida moderna. É por isso que o Nosso ministério apostólico e pastoral procura solução para os grandes problemas da Pedagogia dos nossos tempos, is lo é, para os problemas relativos à formação e ao desenvolvimento integral do homem, a fim de que êle possa compreender qual é a sua verdadeira e misteriosa natureza, quais são as ~.uas faculdades e finalmente qual é o seu destino. Tal pedagogia da Verdade e da Plenitude, conduz o homem ao limiar da religião, à necessidade de Deus, e torna-o receptivo à fé. A pedagogia é uma ciência aberta a todos, uma arle conatural à vida aulênlica e honesta. E quem melhor que os Pais possui pot· instinto esta arte'! Quem deveria conhecer os seus segredos, senão os educadores c de uma maneira geral lodos aquêles que falam aos homens: publicistas, artistas, homens políticos'? E cada um de nós não deveria ser um bom mestre para si próprio'! Senão, para que servirão a consciência e a liberdade? Pois bem, a religião está no cume da educação humana; e não só no seu cume, mas também na sua base; é o "seu fundamento e o seu remate." É por isso que a Vós, e a todos aquêles que amam verdadeiramente o Homem e têm a intuição das suas necessidades religiosas, pedimos que Nos ajudeis. A partir da experiência do nosso mundo, podeis procurar c descobrir os caminhos que conduzem ao sentimento religioso, ao mistério de Deus e depois ao diálogo e à união com Deus."
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A Comunicação de Massa e os nossos Jornais As expressões "comunicação de massa" e "cultura de masestão em moda. Parece até que elas conferem prestígio a quem as pronuncia. Embora não estejamos à procura de prestígio - êle até nos intimida - gostamos muito do assunto, ou pelo menos estamos sempre descobrindo em tôrno de nós exemplos de "comunicação de massa". ~a"
Vivemos a idade da comunicação de massa, da cultut·a de massa, dos meios de massa. Desde a invenção de Guttenberg, houve uma lenta e longa caminhada, mas, de poucos decênios para cá, a coisa entrou em ri lmo de disparada. Alguns julgam isso um bem, outros um mal. Pensamos que antes de tudo o fenômeno é inevitável e irreversível. Inútil teorizar a respeito; importa é procurar o caminho que torne êsses meios de massa úteis ao homem e não transforme êsse mesmo homem, criatura de Deus, em um robô, desHido de idéias próprias e conseqüentemente vazio de espiritualidade.
Em edição recente de um livro de Charles Wright aprendemos alguma coisa a respeito. Antes de tudo: comunicação de massa, no sentido amplo, não é simplesmente o que é comunicado por intermédio do rádio, televisão, jornal, revista ou livros de grande tiragem. A comunicação deve ser dirigida a uma audiência r elativamente grande, heterogênea e anônima. Ela <>e caracteriza por ser pública, rápida e transitória. Comunicação de massa subentende comunicação organizada: ao contrário do escritor ou artista isolado, o comunicador trabalha dentro de uma organização complexa, com intensa divisão de trabalho e elevado grau de despesa. A tendência atual dessas grandes organizações não é a de simplesmente tra'nsmitir um falo ou notícia, mas a de selecionar, avaliar e interpretar o fato ou notícias. Até onde a comunicação em massa unifica a sociedade, danrlo-lhe base ampla de normas comuns, valores e experiências compartilhadas por todos? Até onde a perda de variedade e cria-12 -
tividade estandartiza e automaliza '? Até onde a comunicação em massa não só deixa de elevar o gôsto artístico, mas abaixa a qualidade de obras de arte apresentadas ao grande público'? As respostas a essas e outras perguntas são objetos de estudo em universidades, escolas, cursos e cadeiras isoladas, que já existem no mundo inteiro, inclusive no Brasil. O assunto é complexo. nêle não podem entrar preconceitos ou sentimentos pessoais, mas úm bastante psicologia, sociologia, estatística e, principalmente, muitas experiências práticas em grupos. A título de exemplo. duas experiêncas: Em Cincinnati, Ohio, foi feita ampla pesquisa sôbre o que sabia sua população a respeito das Nações Unidas: seus meios, seus métodos, seus fins. Em seguida, durante seis meses, usara111~e exaustivamente todos os veículos - rádio, jornais, panfletos especiais, sinais, cartazes, conferências, discursos - para e clarecer tudo a respeito das Nações Unidas. No fim, nova pesquisa indicou que o indice de conhecimento sôbre a ONU aumentará só em 2%. Concluímos nós: não adianta chatear os outros quando <">les não estão interessados no assunto. Dois grupos de estudante , igualmente qualificados, receberam artigos como que recortados de jornais e revistas, versando sôbre assuntos controvertidos: nova arma atômica, venda de dmgas sem receita, a televisão acabará com o cinema, etc. Os artigos do primeiro grupo eram supostamente assinados por pessoas tm entidades de muito crédito (ex. Jornal de Biologia e :Medicina da Universidade do Brasil); os mesmos artigos, no outro grupo, eram "assinados" por pessoas ou entidades supostamente indignas de confiança (ex.: jornal "Pravda"). Resultado: o primeiro gr upo aceitou os artigos como certos, dignos de confiança; o segundo grupo julgou as mesmas notícias como tendenciosas ou incorretas. Moral: para falar às massas é preciso Ler cartaz. O assunto é quase inesgotável, mas nós queremos falar sôbre os nossos jornais. Jornais de verdade, não jornais escandalosos, jornalecos e pasquins. Embora sabendo que êstcs últimos lêm muitos leitores, deixaremos que sôbre êles falem outros, que por êlcs tenham menos prevenção de que nós. Em 1966, segundo a ONESCO, o Brasil possuía 45 estaçõe~ de teleYisão com 1.800.000 aparelhos receptores, 261 jomab rliários com uma tiragem de 4.000.000 de exemplares, mil emissoras de rádio com 4.700.000 aparelhos receptores e 2.406 cinemas com 1.900.000 lugares. Portanto cada cem brasileiros tinha ,),3 exemplares de jornal, 6,6 aparelhos de rádio, 2,.1 receptorc<> de televisão c 2,7 lugares em cinema. O mínimo a iláveL segu11-13-
do a mesma U:\ESCO, é de 10 exemplares de jomais, 5 radiorcreptores, 2 re~eptores de televisão e 2 assentos de c:nema, sempre para cada cem habitantes. Portanto o Brasil, em comunicação de mas as, está classificado em tudo, menos em matéria de jornais. O rádio e a Lelevi ~·ão não fazem concorrência ao jomal. O número de leitores de jornal continua aumentando, embora em proporção menor do que o de radio-ouvintes e Lelespectadores. As pesquisas revelam que aí acontece um fato curi cso : a pessoa que ouve notícias em jornal falado é a mesma que no dia seguinte compra ou recebe seu jornal, e nêle vai interessar-se principalmente pelas notícias que já ouviu na véspera. Curiosidade por mais detalhes? Ou é como concluiram alguns estudiosos: as pessos uão procuram novas experiências nos veículos de comunicac,·ão. mas uma repetição de velhas experiências com a<; quais já eslã') familiarizadas. A imprensa escrita brasileira evoluiu mui Lo nas últimas décadas. ~ascida sob o signo do facciosismo e da descompostura. 1:voluiu nos primeiros cem anos apenas no sentido de ser o facciosismo melhor disfarçado, e de se aprimorarem os Lêrmos com que se diziam os mesmos desaforos. No império ou na primeira república, era inadmissível um jornal que não tivesse côr política bem pronunciada. Tudo isso passou; o Brasil conta com jornais isentos de "desaforismos"; a maior parte não Lem côr política. Essa aliás é uma tendência que vem ocorrendo em todos países do mundo Iivce. Outro fenômeno que ocorre no Brasil e também nos outros países é a tendência para a formação de grandes cadeias. Diminui o número de jornais - não sua tiragem - e diminui o número de proprietáros de jornais; quase todos se integram em ca-· deias. Essa concentração vem ocorrendo não só em sentido vertical, isto é, em númer·o de jorna is, como em sentido horizontal: o dono do jornal é também dono da rádio, televisão, dono da revista e ainda edita livros. O principal fator a provocar essa concentração parece ser o alto custo de cada um dêsses investimentos se fôsse trabalhar isoladamente. Nos jornais, já não Lem valor a divisão clássica dos assuntos em p olítica internacional, nac:onal, polícia e esportes. Hoje em dia êles devem incluir ciência, turismo, medicina, pskanálise trânsito, automobilismo, astronáutica, economia, educação, humorismo. Também a figura do jornalista evoluiu muito; estamos a quilômetros dos boêmios do velho Rio de Janeiro, que tinham no jornalismo um bico e que na melhor das hipóteses eram apenas bons escritores, bons literatos. Está até ultrapasada a idéia -14-
do jornalista como aquêle que faz o "furo", que dá a notícia em primeiro lugar. A tendência é para que o jornalista seja encarado como um técnico, que trabalha num campo de inquérito científico. As escolas já estão preparadas, ou estão se preparando, para cumprir recente dispositivo legal segundo o qual todo aquêle que trabalha em jornalismo deve ler diploma superior, de curso que no momento se chama "Comunicações Culturais". Para não nos alongarmos vamos comentar um último falo tfUe nos úllimos vinte anos. modificou a feição dos jornais brasileiros c que já foi chamado de "revislização" dos jornais. Houve uma extraordinária expansão no ramo das revistas, existindo árias - inclusive de fotonovela -- que batem em tiragem qualquer jornal. Isso provocou nestes um cuidado maior em seu aspecto e no seu conteúdo. Até jornais velhos e conservadores abriram espaço para fotografias, valorizando-as como meio de comunicação. Surgiram jornais que se utilizam de recursos Lípicos de revistas. Em alguns a exposição do assun lo é feita em ordem cronológica, é introduzido o diálogo, drama, conflito, "suspense" tudo conduzindo a um clímax. A estrutura tradicional da pin\midc invertida foi desprezada, e alguns o fizeram com alta dose de originalidade. Nenhum j ornai brasileiro h os tiliza fron lalmen te nossa Re!igião. Há oo; que dão bicadas, geralmente pensando em ridicularizar. :Muitos dêle& têm o mais solene desprêzo pelo assunto; a grande m.aioria o trata como de segunda ordem. Assuntos como a pílula anticoncepcional e o celibato dos padres foram considerados de inlerêsse das "massas". E foram tratados no nível das ''massas" , isso é, em nível que a nós equipistas indignou ou eniristeceu. Note-se bem: os equipistas não são melhores que a~ "massas"; até nos orgulhamos de a elas pertencer; mas no as~; unlo estamos mais preparados, porque melhor conhecemos % problemas e as angústias que nossa Igreja atravessa. Há algum tempo ouvimos uma preleção de conhecido sacerdote, defendendo o ponto de vista segundo o qual é necessário e conveniente que a Igreja no Brasil seja proprietária de um grande jornal ou de uma cadeia de vários grandes jornais. s :nceramenle. uão nos convencemos. A coisa nos parece ultrapassada, pelos mesmos motivos que levam os partidos políticos a se desinteressarem pela propriedade de jornais . .Julgamos oportuno é que na<; escolas de Comunicação se ensine aos futuros jornalistas que, qualquer que seja sua opinião ou a orientação do jornal, usem sempre em seus trabalhos de honestidade, respeito ao próximo e, .se possível, lôdas aquelas qualidades que são próprias de um cristão autêntico. Anna Luiza e Christiano -15 -
20 llNOS DE EQUIPE
Aos nossos Conselheiros Espirituais Àquêl~s que estiveram ao nosso lado desde o início e nos guiaram com os seus conselhos, nos apoiaram com as suas orações, àqueles :-.e m os quais o nosso Movimento não seria o que é hoje. Aos nossos pr:meiros Assistentes - Pe. Melanson, :\Ion~. Roxo, Pe. Jalberl, Frei Domingos, Pe. Corbeil, Pe. Birk, Cgo. Pedro, Pe. Plínio, Pe. Orlando, Pe. Pestana, Pe. Pedro - que foram também os nossos primeiros Conselheiros Espirituais de Setor e, como Lais, nos "aturaram" durante Lanlos anos, dividindo conosco os nossos problemas, carregando conosco o pêso de nossas responsabilidades; Aos que, no silêncio dos retiros, no ambiente de estudo e fratemidade das Sessões de Formação, nos têm feito crescer no amor a Deus e ao próximo, compreender melhor a nossa vocação. insuflado ânimo nôvo e von la de de trabalhar mais para o Reino de Deus - Mons. Benedito, Pc. Charbonncau, Pe. Frederico, Cgo. An,gélico, :\lons. :Vliziara, Pe. Bianchini, Frei Marcos, Frei Estevão e tantos outros que sempre respondem "presente" quando se trata de transmitir-nos a mensagem do Evangelho; A lodos nossos Conselheiros Espirituais, enfim- Conselheiros de Setor, Conselheiros de Equipe - que, com paciência e perseverança, mês após mês, ano após ano, nos esclarecem com seus conselhos. nos sustentam com suas orações, nos ajudam a construir nossa pequena comunidade no amor e a abri-Ia aos outros, a todos êsses que são tão numerosos que não podemos nomeá-los individualmente; Àquêles que já partiram para o Pai c intercedem por nós e por êste Movimento no qual acreditaram em vida - D. Luis; Pe. Estanislau, Mons. Alfredo, Nós, casais das Equipes de Nossa Senhora, neste aniversário, queremos agradecer. Queremos agradecer-lhes o tempo que nos lcm dedicado, apesar dos muitos encargos de seu ministéri-o; o amparo de suas orações, seu confôrt nas horas difíceis, sua pa-eiência e exigência para conosco -- enfim, o exemplo que no~ dão continuamente, e aos nossos filhos, de sua caridade, de su~ fé, de sua esperança. -16-
Bem sabemos que a melhor maneira de agradecer-lhes serú procurar retribuir-lhes o mui lo que nos têm dado, tentando ser um pouco mais como Deu nos quer: esposos e pais dedicados, trmãos de equipe que realmente se auxiliem no caminho da perfeição, cristãos responsáveis que levem a todos, além das nossas equipes, o testemunho e a mensagem vivida do amor de Deus. "No último dia, hão de ouvir esta pergunta: "Que fizeram dos talentos que lhes foram confiados'? Que fizeram dos padres que tiveram à sua disposição?" ... Se o sacerdote encontrar em. vocês colaboradores que sejam testemunhas nos meios onde êle não penetra, preparando-lhe assim o caminho; se prolongam e multiplicam o seu sacerdócio, então não tenham receio." (H. Caffarel, "O último padre ", Editorial da C. l\1. Equipes Novas, n. 0 12}
~ração
para a próxima Reunião
TEXTO DE MEDITAÇÃO (Atos 1,14) Todos êles perseveraram unânimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas, Mm·ia, mãe de Jesus, e o · irmãos dêle. A nossa oração se reduz à reunião, ou estamos convencidos da necessidade de irmanat·-nos diàriamente com os nossos co-equipistas? Como estamos presentes na Igreja de hoje ? Somos atuantes ou somos católicos descansados'?
ORAÇÃO LITúRGICA Aquele que é poderoso para fazer tôdas as coisas mais abundantemente dÓ que pedimos ou entendemos. a êsse glória na Igreja e em Jesus Cristo por tôda · as gerações de lodos os séculos! Assim seja (Ef. 3,20).
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SALMO 4 : DO SEN HOR VEM A FELICIDADE
Deus me fêz justiça, respondeu ao me.u clamor. Quando estava mergulhado na angústia, Êle me abriu um nôvo horizonte. Teve piedade de mim, escu Lou a minha prece. Diante disto, meus antigos, como podem vocês conservar insensíveis os seus [corações'? Por que se deixar levar pelo gôslo da futilidade, e aliciar pela viração da mentira? Fiquem sabendo que o Senhor foi bom demais [para mim; Êle me atendeu quando o invoquei. Assim, convertam-se e não pequem mais. Procur'em refletir nos momentos de repouso c [silêncio. Ofereçam o sacrifício com sinceridade, e confiem no Senhor. De falo , muita gente anda dizendo: "Qucnt nos poderá dar a felicidade?" Por ~sso , eu digo: "Faze brilhar sôbre nós, Senhor, a luz da tua face!" Pois a alegria que assim invadiu meu coração, é maior do que a dêles, no meio de sua grande riqueza. Tranquilamente me deito e logo adormeço, porque a paz do meu repouso vem só de ti, Senhor!
OREMOS:
Scnhor,escuta as preces dos que te suplicam e perdoa os pecados daqueles que os confessam. Que a tua bondade nos conceda simultâneamente o perdão e a paz. Por Teu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor, Amém. -18-
fAÇAM AQUI SUAS ANOTAÇOES
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EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciere Paris XIII EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 São Paulo (Cap.)
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