1970 agôsto
EDITORIAL Peregrinação Discurso do Papa Paulo VI ... ...... . Perambulações de um c~.sal Peregrino .. . A Jove m Geração nos interpela ......... . A ECIR se apresenta Falam Marialba e Mariano Espiritualidade Conjugal O Espirito Sa.nto e o Lar A Peregrinação na Cidade de S. Paulo . . Testemunhos Da necessidade de ser simples ..... . O Caracol e o Vagalume ..... . .... . .... . Encontro em Valinhos Construir um Setor ....... . ...... . .... .. . Novas Equipes .. . ....... . ... . • .. ..... ..... Próximos Encontro s .............•........ Primeiros Contatos ....................... . Balancete da Secretaria ........... . ... .. . Retiros para 1970 ..................... .. . Oração para a próxima Reunião ........ .
p. p. 3 p . 14 p. 18
p. 19 p. 20 p. 22
p. p. p. p. p. p. p. p. p. p.
23 25 26 27 28 28
29
30 31 <2
. Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria da.3 Equipes de Nossa Senhora no Brasil. r
Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 80-4850 SÃO PAULO (CAP.)
- direitos reservados somente para distribuição interna
EDITORIAL
Caros amigos:
As férias de julho e a decisão de não publicar a Carta Mensal nesse mês deixaram para trás dois documentos de máxima importância, divulgados ambos em maio último. São entretanto de tal valor que não podemos deixar de relembrá-los aqui. O primeiro é o discurso de Paulo VI às Equipes de Nossa Senhora, por ocasião d:1 peregrinação a Roma. no dia 4 de maio. Vai publicado na íntegra , nêste número da Carta Mensal. O segundo é a declaração do episcopado brasileiro. no encerramento da XI Assembléia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (C.N .B.B.) a 27 de maio . Ambos merecem ser lidos e meditados, pois interessam a cada um de nós . membros das Equipes de Nossa Senhora e membros da Igreja do Brasil. Não é intenção nossa comentar a fundo êstes documentos. Apenas queremos deter-nos, com vocês, em alguns trechos dos mesmos. Cabe salientar, inicialmente, a atenção especial que rniereceu do Santo Padre a audiência concedida aos 2. 000 casais de nosso Movimento , o que demonstra a confiança depositada p elo Papa nas Equipes. É o chefe da Igreja que manifesta a sua alegria pela vivência cristã das nossas equipes e que paternalmente declara: " Diletos filhos e filhas , de todo coração o Papa vos encoraja e pede a benção de Deus sôbre os vossos empreendimentos". É êle quem , depois de tecer considerações profundas sôbre a família como escola de santidade, termina com palavras incisivas de animação: "Que isto constitua para vós um estimulo e um apêlo. Com a fôrça de Cristo vós podeis e, portanto , deveis realizar grandes coisas".
O final do discurso deixa a impressão de que o coração atribulado do Chefe da Igreja se revigora no contato com aqueles dois mil casais que querem viver dentro· do matrimônio tôdas as exigências da vida cristã, confiado nas grandes coisas que êles podem e devem fazer. Renasce nêle a esperança em dias melhores: "Casais atribulados , casais felizes , casais fiéis , vós preparais para a Igreja e para o mundo uma nova primavera cujos primeiros rebentos nos fazem estremecer de alegria".
-1-
E é em nome do Senhor que invoca "sôbre todos os casais das Equipes de Nossa Senhora e seus Conselheiros Espirituais, especialmente sôbre o estimado Cônego Caffarel. a profusão das graças divina$, em penhor das quais vos damos . de todo coração, uma ampla Benção Apostólica". Caros amigos. não há necessidade de comentar êstes trechos. São êles bastante incisivos e falam por sí aos nossos co.r ações reconhecidos. Falam por sí, particularmente , à nossa vontade, para. que se decida a contribuir na realização das grandes coisas que façam desabrochar e expandir os rebentos que anunciam uma nova primavera para a Igreja e para o mundo. Num recanto dêste mundo e desta Igreja. recanto que nos é muito caro , os Bispos do Brasil também manifestam a confiança e a esperança que depositam nos leigos, para a tarefa comum de trabalhar para a solução " dos problemas. das angústias. das deficiências" presentes em nosso meio, vislumbrando também êles um estágio de maior maturidade como resultado positivo da crise que atualmente abala o mundo e. com êle. também a Igreja. crise esta que é a expressão da "'limitação e da busca sincera dos homens" . perplexos ante as vertiginosas transformações que se processam em nossos dias. Caros amigos , a ECIR concita vocês todos a meditarem êstes documentos. Quem sabe mesmo, fazer dêles objeto de estudo e reflexão especial nas suas equipes. Não só ler, refletir, meditar, mas também responder com generosidade e decisão aos apelos que o Senhor nos faz , através das palavras do Santo Padre, através das palavras dos Bispos do Brasil. Tôda a cordial amizade da
ECIR.
i'
** -2-
A FAMILII, ESCOLA DE SANTIDADE No dia 4 do corrente, Paulo VI recebeu em audiência, na Basílica de S. Pedro, dois mil casais do Movimento "Equipes de Nossa Senhora". Após o discurso de homenagem que lhe foi dirigido, no início da aud'i ência, pelo casal braSileiro, Mariano e• Marialba Bacelar, Paulo VI pronunci ou a seguinte alocução:
1 -INTRODUÇÃO .Alegria elo Papa ao receber a peregrinação Diletos filhos e filhas: Primeiro que tudo agradecemovos do fundo elo coração as vossas palavras de fé. a vossa vigília de oração pelas nossas intenções e também a vossa dedicação ao serviço das vocações. E queremos manifestar-vos a grande alegria que sentimos em vos receber esta manhã e de nos dirigirmos, não só a vós, mas ainda aos 20.000 casais elas Equipes de Nossa Senhora, de cuja ra•diação através do mundo e preocupação ele viver com Cristo e tecer com êle a trama diária do vosso amor conjugal, acabastes de nos iiatar. Entre casais qristãos, vós constituis pequenas equipes ele mútua a j ucla espiritual corroboradas, nos seus esforços, por uma presença sacerdotal. Como não haveríamos de nos alegrar com isto ? Diietos filhos e filhas, ele todo o coração o Papa vos encoraja e pede a ~nção de Deus sôbre os vossos empreendimentos. i\1uita vêzes a Igreja pareceu, sem razão, suspeitar do amor humano. Também vos queremos dizer hoje claramente: não, Deus não é inim i·g o das grandes realidades humanas e a Igreja
-3
não desconhece os valores cotidianamente adquiridos por milhões de l2res. Pelo contrário. a boa nova trazida por Cristo Salvador é uma boa nova para o amor humano, também êle excelente nas suas origens -- "Deus, vendo toda a Sua Obra, considerou-a muito boa" (Gn .. 1,31) - , também êle corrompido pelo pecado, tamlbém éle remido ao ponto ele se tornar, pela graça. meio ele santidade. 2-
O ii1'ATRIM6?\IO NO SEX'HOR, VOCAÇÃO DE SAXTIDADE
Como todos
os
.'batizados vós
iostes. realmente. chamados à san tidade. segundo o ensinamento da Igreja solenement·e reafirmado pelo Concílio (Cfr., Lumen Gentium, :1. 11). Mas, eleveis dirigir-vos a ela com o vosso modo próprio, na vossa e pela vossa viela ele famí lh (Ib., n. 41). É a Igreja que no-lo <:nsina: "Os esposos, tornados ca· pazes de levar uma vida santa" ( Gaudilt1nr et S pes, n. 49 § 2) e de iazer elo seu lar "como santuári0 familiar ela Igreja" (ApostolitCam Actuositatem, n . 11). Estes ensinamentos, cujo esquecimento é tão trágico para o nosso tempo vos são certamente familiares . Gostaríamos de meditar neles juntamente con·.rosco por alguns instantes, pa·r a
..."' :>
cu cu
'C
u
"'ou
.. "'. .
cu
'C
~
UI
:>
UI
.,.:>cu
..
,'ü."', 'õ
. :>
"''"
>o.... o
o-
:;.. cu
O.. 'C 100
-g ·;;;
"E
"' cu ,_.,
.!!,.
~E
.!leu
oz"' ·;w
..
~
cu
'C
o
"'
·~
i
cu
.
;;;
"'
u
o
- 4-
:-eforçar ainda em vós, se ror neces ário, a vontade ele viver generosamente a vossa vocação humana f" cristã no matrimônio (Cfr .. Gau.dium et S pes, n. 1, 47 -52), e ·de colaborar com o grande desígnio ele amor de Deus no mundo, de s ~ formar um povo "para o louvor ela sua glória" (Ef. , 1, 14). 3 - O MATRIMôNIO, GRANDE -REALIDA1DE TERRESTRE
o caráter complementar dos valores elo homem e da mulher, a grandeza e as fraquezas do amor conjugal, a !:'Ua fecundidade e a sua abertura ao mistério do desígnio do amor de Deus. -l -
EDUCAÇÃO .KUl\1 CLIMA ERóTICO
~ste ensinamento conserva ainda hoje todo o seu valor e imuniza-nos contra as tentações de um erotismo destruidor. ~ste fenômeno aberrante deveria, pelo menos. pôrnos em guarda contra o perigo de nma civilização materialista quf" pressente. obscuramente, neste domínio misterioso, como que o último refú!?'io ele um valor sagrado. Saberemos nós arrancá-lo ao abu&o da sensualidade? Saibamos pelo menos. perante uma expansão cinicamente levada a efeito por algumas indústrias ávidas. aniquilar c.s seus efeitos nefastos nos jovens. Sem obstáculos nem compressões. trata -se ele favorecer uma educação que ajude a criança c o adolescente a tomarem consciência, progres_,ivamente, ela fôrça elos impulsos que se despertam neles, de os integ-rar na construção da sua personalidade, de dominar as suas fôrças ascendentes para realizarem uma completa maturidade afetiva c também sexual. de se prepararem, assim, para o dom ele si num amor que lhes dará a sua verdadeira dimensão, ele maneira exclusiva e definitiva.
Como a Sagrada E~critura nos ensina. o matrimônio. antes ele ser um sacramento. é uma grande rea!idade terrestre: "Deus criou o homem à sua imagem. criou-o à imagem ele Deus: ~le os criou homem c mulher" (Gn .. 1,27). É preciso recordar todos os dias esta primeira pá1g1ina ela Bíblia. se quisermos compreender o que é, o que eleve ser um casal humano, um lar. As análises psicológicas, as pesquisas rsicanalíticas. os inquéritos socio· 1ógicos e as reflexõe filosóficas poderão, sem dúvida. contribuir para dar esclarecimentos sôbre a sexualidade e sôbre o amor humano, mas cegar-nos-iam se transcurassem êste ensinamento fundamental que nos foi dado desde a origem: a dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que 0 homem e a mulher, juntos, fossem imagein ele Deus, e, como êle na centes ·d e viela : "crescei e multiplicai -vos, enchei e dominai a terra" (Gn., 1. 28). Uma leitura atenta elos Profetas, elos Livros Sapienciais e elo Nôvo Testamento, mostra-nos, de .:; -UNIDADE E INDISSOLU · resto, o si.gnificado desta realidade BILIDADE DO MATRIMôNIO fundamental e ensina-nos a não a iimitar ao desejo físico e à ativiA união elo homem e ela mulher dade genital, mas a descobrir nela difere, na verdade, radicalmente ,
5-
par'ticipa dela, nas profundezas- elo de tôdas as outras associações huseu mistério pessoal e dos seus manas e constitui uma realidade componentes afetivos. sensíveis. sing ul ar. ou seja, a união fundada carnais e também espirituais, até na doação mútua dos cônjuges: "e constituir, cada vez melhor, es·· os dois serão uma só carne" (Gn., ta imaog1em ele Deus ·que o ca2, 24). Unidade cuja indissoluJhi~al tem a mi ssão ele encarnar na lidade irrevogável é o sêlo colocasucessão dos dias. tecendo-a com as do sôbre a união livre e mútua de ~: uas alegrias e com as suas preo- - c~uas pessoas dotadas ele liberda>de ctlpações, dado que o amor é, realque, "portanto, já não são dois, mente. mais elo que o amor. Nã0 mas uma só carne" (Mt.. 19, 6): há nenhum amor coniue<al üUe não uma só carne, um casal, poder-seseia, nél exultação. entusiasmo oaia . quase dizer um único ser, cuja unidade assumirá uma forma social ra o infinito. e que não deseje ser. e jurídica por meio do matrimônio no seu entusiasmo, total, fiel, exclusivo e fecundo (Cfr .. Hum'anae e se manifestará por uma com'llVita.e, n . 9). É nesta 'Perspectiva nhão ele vida, cuja expressão fecunda é o dom carnal. Quer dizer aue o .d esejo encontra o seu nleno significado. Meio de expressão e. que, com o matrimônio, os esposos também. de conhecimento e de coexprimem uma vonmde de se permunhão. o ato conjugal mantém e tencerem um ao out:.o para tôda a vida e ele contraírem, para êste f0rtifica o amor. e a sua fecundidade leva o casal ao seu pleno desenfim, um vínculo objetivo, cujas leis volvimento: torna-se, à imagem d e e exigências, ·muito longe de serem Deus, fonte ele vida. um servilismo, são uma garantia e uma proteção, um verdadeiro O cristão tem consciência disto: amparo, como vós próprios ver i{io amor humano é bom na sua ori cais nas vossas experiências cotig-e.m e, embora esteja, como tudo o f!ianas. que existe no homem, ferido e deformado pelo pecado, encontra em 6 AMOR EXCLUSIVO E Cristo a sua salvação e a sua reFECUNDO denção. Aliás. não é esta a lição de vinte séculos de história cristã? Quantos casais encontraram, na Na verdade, a doação não é uma sua vida conjugal, o caminho ela iusão. Cada uma elas personalidasantiod.acle, nesta comunidade ele vides permanece distinta e, longe ele da, que é a única fundada num sase dissolver com a .doa·ção mútua, cramento ! afirma-se e aperfeiçoa -se, aumenta com o decorrer da vida conjugal. 7 - SACRAMENTO DA segundo esta grande lei do amor : NOVAI ALIAIN1ÇA dar-se um ao outro para se dar juntamente. O amor é, realmente, o Obra do Espírito Santo ( Cfr ., cimento .que dá solidez a esta coTit., 3, 5), a regeneração batismal munidade ele vida e o entusiasmo faz de nós cDiaturas novas ( Cfr., que a arrasta para uma plenitude Gál., 6.15), para que, "assim ca(-a·da vez mais 1)erfeita. Todo o ser
-6
minhemos nós, também, numa vida nova" (Rom., 6, 4). esta grande empresa de renovação de tôdas as coisas em Cristo, o matrimônio, também êle purificado e renov<~Jdo, torna-se uma realidade nova, um, sacramento da nova aliança. E, eis que no limiar do N ôvo Testamento, como na entrada do Antigo, se forma um casal. Mas, ao passo que aquele, formado por Adão e Eva, foi a fonte do mal que se espalhou sôbre o mundo, o de José e Maria é a plenitude de onde a santi.dade se expande sôbre tôda a terra. O Salvador começou a Sua obra redentora com esta união virginal c santa onde se manifesta a sua vontade todo-poderosa ele purificar ~ santificar a família, êste santuário do amor e êste berço ela viela.
8 - CÉLULA BA'SICA DA IGREJA Desde então tudo se transformou. Dois cristãos querem casar-se ; São Paulo adverte-os : " . . . não vos pertenceis a vós mesmos" ( 1 Cor., 6, 19). Mernbros de <Cristo. nm e outro "no Senhor", a sua união realiza-se também "no Sfnhor", como a da Igreja. E é por <:sta razão que ela é "um grande mistério" (Ef., 5,32), um sinal que, não só representa o mistério da i.llnião de Cristo com a Igreja. mas também o encerra e irradia por por meio da graça do Espírito Santo, que é a sua alma vivificaclora. Pm1que é exatamente o amor, próprio de Deus, que êle nos comunica, para que nós o amemos e para que também o amemos com êste amor divino: "assim como Eu vos amei, vós também vos deveis <!lmar
-7
t1ns aos outros" (Jo., 13, 34). Até manifestações ela sua ternura ~ão, para os esposos cristãos, penetradas dêste amor que êles vão haurir no coração ele Deus. E, se a nascente humana corresse o perigo de secar, a sua nascente divina é tão inesgotável como as profundezas insondáveis ·da ternura de Deus. as
Por outras palavras, a caridade conjugal, forte e rica, tende para essa comunhão íntima. Realidade mterior e espiritual, ela transforma a comunidade ele vida elos esposos naquilo "-que bem pode chamar-se Igreja doméstica" ( Lumen Gentium, n. 11), uma verdadeira "célula ela Igreja", como disse '1 nosso saudoso predecessor João XXIII, à vossa peregrinação ele 3 ce maio ele 1959 (Discar si, messaggi, colloqui del Santo Padre Giovanni XXIII, I. Tip. Pol. 'Vat., p. 298). célula ele base, célula germinai, sem dúvida a :mais pequena, mas também a mais fundamental do organismo eclesial.
9 - PLE::\TITUDE DO AMOR
CRISTÃO
~ste é o mistério em que está radicado o amor con jugal e que ilumina tôclas as suas manifest<11ções.
Mistério ela Encarnação, que exalta as nossas virtudes humanas penetrando-as internamente. Longe de as menosprezar, o amor cristão as conduz, verdadeiramente, à sua plenitude, com paciência, generosidade, fôrça e ·doçura, como São Francisco de Sales gostava de sublinhar quando fazia o elogio de. vida conjugal de São Luiz (Introduction à la vie dévote, III.a Partie, cap. 38, Avis pour les gens
·1nanes, em Oeuvres, Bibliotheque de la Pléiade, Paris, :N'rf . Gallimard, 1969, p. 237). Porque, se a fascinação da carne é perigosa, a lentação do angelismo não é o menos e uma realidade desprezada uão se demora muito a reivindicar o seu lugar. Também, con cientes de guardar os seus tesouros em vasos de argila (Cfr., 2 Cor., 4, 7), os esposos cristãos procurem esforçar-se, com humilde fervor, por traduzir, na sua viela conjugal, as recomendações do Apóstolo São Paulo : "os vossos corpos são membros de Cristo ... , o vosso corpo é templo do Espírito Santo ... ; glorificai pois a Deus no vosso corpo" ( 1 Cor., 6, 15, 19, 20). "Casados no Senhor". os esposos não podem unir- se, daí por diante, senão no nome de Cristo a quem êles pertencem e por quem êles devem. trabalhar como seus membros ativos. :ftles não podem, portanto, dispor elo seu corpo, especialmente porque êle é princípio de geração, senão no espírito e para a obra de Cristo. porque êles são membros ·de Cristo.
1O- FECUNDIDP.DE DO LAR "Colaboradores livres e respon::-áveis do Criador" (Hmnanae Vitae. n. 1), os esposos cristãos vêem [! sua fecundidade carnal adquirir assim uma ndbreza nova. O impulw que os leva a unirem-se é portador de vida e permite que dêem filhos a Deus. Tornando-se pai e mãe, os esposos descobrem com admiração. na fonte batismal, que o seu filho, a partir daquele momento, é filho de Deus nascido "ela i! gua e do Espírito" (Jo., 3, 5) e que lhes é confiado para que êles velem pelo seu crescimento físico e
-8
moral e também pela eclosão e de~e nvolvimento nele do "homem· nôvo" (Ef., 4. 24). ~ste filho jit r:ão é só o que êles vêem, mas tamhém o que êles crêem "uma infinidade de mistério e de amor que nos deslu•r •b raria se o víssemos faLe a face" ( Emmanuel M ou.nier à sa femme Paulette, a 20 de março ele 1940, em Oeuvres, t. IV, Paris, Seuil , 1963. p. 662) . Também a educação se torna um verdadeiro serviço de Cristo segundo a sua própria palavra: "o que fiz estes a um dêstes M·eus irmãos mais pequeninos, a l\1immesmo o fizestes" (Mt. 25, 40). E, se algumas vêzes acontece que o adolescente se fecha à ação educativa dos pais, êstes participam então dolorosamente. na sua própria carne, ·da paixão de Cristo perante as recusas elo home-m. 11 - :MISTÉRIO DA PATERNIDADE Diletos pais, Deus não vos conliou uma tarefa tão importante (Cfr., Gravissinntlll' Educationisl sem vos ter dado um ·d om prodigioso, o seu amor ele pai. Por meio dos pais que amam o próprio fi lho que Yive em Cri to, é o amor do Pai que se efuncle no seu Filho muito amado (JCfr., 1 Jo., 4, 7-11). Por meio ela sua autoridade, é ,,_ sua autoridade que se exerce. Por meio ela sua dedicação. manifesta -se a sua provi·dência de " . . . Pai elo qual tôda a família, nos céus como na terra toma o nome" ( Cfr. . Ef.. 3. 14-15). Tam1.Jém a criancinha batizada, por meio elo amor elos eus pais, descobre o amor paternal de Deus e, diznos o Concílio, faz "a primeira ex-
penencia da Igreja " ( Grav. Ed~t · cationis, n. 3). Certamente só crescendo terá consciência disso, mas desde já o amor divino, por meio da ternura do seu pai e da sua mãe, faz desabrochar e desenvolver nel:l o seu ser de filho de Deus. Quer cizer que é o esplendor da vossa voca!ção, que S. Tomás aproxima JUStamente do ministério sacerdotal : "A.Jgumas pessoas propagam e mantêm a vida espiritual por um ministério únicamente espiritual: é o caso do sacramento da Ordem ; outras, fazem-no como um mini sté~·io tanto corporal como espiritual: é o caso do sacramento do matri · mônio, que une o homem e a mulher para que tenham prole e a eduquem. para o culto de Deus". (C ontra Gentiles IV, 58, trad. Bernier-Kerouanton, Paris, Lethielleux, 1957, p. 313).
12 - DEVER DE HOSPITALIDADE Os casais que conhecem a dura experiência de não ter filhos, também êles são chamados a cooperar no aumento do povo de Deus, de diversos modos. Esta manhã queríamos chamar a vossa atenção para a hospitalidade, que e uma tortna eminente da m1ssão apostólica do casal. A recomendação de S. .Paulo aos .Komanos : exercei a hospitalidade com solicitude (Cfr., 12, 13) não é, sdbretudo, aos lares que ela se dirige e, ao formulá-la, não pensava, também êle, na hospitalidade do lar de Aquila e Priscila de que êle tinha sido o primeiro bene · ficiado e que em seguida devia acolher a assembléia cristã? ( Cfr. Act. 18, 2-3; Rom. 16, 3-4; ·1 Cor-
-9
16, 19) . Nos nossos tempos, tão difíceis para muitos, que graça imensa é sermos acolhidos "nesta pequena Igreja" segundo a pala\ra de S. João Cri sós tomo ( Homilia 20 sôbre o versículo 5, dél Carta aos Efésios, 22-24, n. 6; em P G., 62, 135-140), entrar na sua ternura, descobrir a sua maternir1ade, experimentar a sua misericórdia, sobretudo porque um lar cristão é "o vulto risonho e docP. ela Igreja" (Expressão de um casal cristão das Equipes de Nossa Senhora, citada por H. Caffarel, em L'Anneau d' Or, n. 111-112, Le mariage, ce grand sacrement, Paris, F eu nouveau, 1%3 p. 282,). É um apostolado insubstituível que vos compete exercer generosamente, um aJPOstolado do casal para o qual a formação dos noivos, o auxílio aos recém-casados e o socor· ro aos casais em crise constituem aomm10s privilegiados. Vós, amparando-vos um ao outro, de qua1~ ~arefas não sois capazes na Igreja l' na sociedade"! Apelamos para vó::. com grande confiança e muita esperança: "a família cristã proclama, em alta voz, tanto as virtude.:; presentes do Reino de Deus como a esperança da vida eterna. Assim, o seu exemplo e o seu testemunho acusam o mundo de pecado e iluminam aqueles que procuram a verdade" (Lumen Gentium, n. 35) .
13 -
CAMINHO
NO
AMOR
Diletos filhos e filhas, vós estais bem convencidos de que só vi,·endo as g1raças elo sacramento do matrimônio caminhais com "um amor incansável e generoso" (Ib. n. 41) para esta santidade a que todos nós somos chamados pela
lares, no seu caminho para a sangraça (Or., Mt., 5, 48; 1 Tess. 4, tidade, as testemunhas ativas do 3; Ef., 1, 4) e não por uma exigência arbitrária mas pelo amor de um amor do 'Senhor na Igreja. Com o Pai que quer o pleno desenvolvi- decorrer dos dias, vós os ajudais a mento e a felicidade total dos seus "caminhar na luz" (Cfr. 1 Jo., 1, 7), a pensar justamente, quer difilhos, De resto, para a alcançar, não fostes C~~bandonados a vós mes- zer, a apreciar o seu comportamenmos porque Cristo e o Espírito to na verdade; a 'querer justamenSanto, "estas duas mãos de Deus" te, quer dizer, a orientar em ho:,egundo a ·e xpressão de Santo Iri- mens responsáveis a própria vonneu, . trabalham por vós sem .destade para o lh em; a agir justamencanso (Cfr. Adrversws Haerese.s te, quer dizer, a colocar progressiIV, 28, 4 em P.G. 7, 1.1200). Não vamente a sua viela, por meio dos vos deixeis, portanto, desviar pe- acasos da existência, em uníssono las tentações, pelas dificuldades, com êste ideal do matrimônio crispelas provações que aparecerem tão .que êles seguem generosamenpelo caminho, sem o temor de ir, te. Quem sabe? É poU'co a pouco quando ·fôr preciso, contra a correnque o ser hlllmano chega a hierarte do que se diz e pensa num munquizar e integrar as suas tendêndo de atitudes paganizadas. São cias múltiplas até as ordenar harPaulo advertia-nos: "não \'OS conmoniosamente nesta virtude ele pu formeis com êste século, mas transreza conjugal. onde o casal enconiormai-vos pela renovação da vos~ra o seu pleno desenvolvimento sa m·e nte" (Rom., 12, 2). Nunca humano e cristão. Esta obra ele livos desencorajeis nos momentos bertação, porque existe uma, é o de fraqueza: o nosso Deus é um Pai cheio de ternura e de bonda- fruto da verclaclei r a liberdade dos filhos de Deus, cup consciência de, cheio de solicitude e transbor]Jede, por sua vez, para ser respeidante ele amor pelos seus filhos tada, educada e formada, num clique, algumas vêzes, encontram dima de confiança e não de angústia. ficuldades no seu ca:m~nho. E a !greja é a mãe que vos quer ajuonde as leis morais, longe ele terem a frieza desu:mana ele uma obdar a viver tôda a vida êste ideal do matrim'ônio cristão do qual ela Jetividade abstrata, existem para vos lembra, com bondade, tôdas a guiar o casal no seu caminho. Quando, ·de fato, os esposos se esexigências. forçam, paciente e humildemente, sem se .d eixarem desencorajar pe14- A .AJSSIST~NCIA DO los contratempos. por viver verdaSAtCERDOTE :leiramente as exigências profundas Diletos filhos, Assistentes das de u·m amor santificado, ·que as regras morais lhes fazem recordar, Equipes de Nossa Senhora: vós então estas leis deixarão de ser sabeis por uma longa e rica experejeitadas co:mo obstáculos, mas seriência que o vosso celibato cansa .. rão reconheódas como um valioso grado vos torna particularmente auxílio. disponívei s. para serdes, junto dos -
10
15- A BOA NOVA AOS
mistério pascal da morte e da ressurreição que se realiza. No seio da grande Igreja, esta pequena igreja conhece-se então por aquilo O caminho dos esposos, como tôda a vida humana, tem muitas que na realidade é: uma comunicaetapas, comportando fases difíceis c,_ão fraca e às vêzes pecadora e pee dolorosas - tendes prova disso nitente, mas perdoada, a caminho com o passar dos anos. Mas é prej)ara a santidade, "a paz de Deus ciso dizê-lo em voz alta: a angúsque sobrepuja todo o entendimentia e o medo nunca deveriam anito" (Fi!.. 4, 7). Longe de estar, dar-se nas almas de boa vontade, por en quanto, ao abrigo de qualporque afinal, não é o Evangelho quer frnqueza - "quem pensa esuma boa nova também para os catar de pé, veja que não caia" (1 sais, e uma mensagem que, sendo Cor., 10, 12) - e de estar dispenéxigente, não é menos profundasado de um esforço perseverante, às mente libertadora? Ter consciênvêzes em condições cruéis que só o cia de que ainda não se conquistou pensamento de tomar parte na paia. própria liberdade interior. que se xão de Cristo pode levar a suporestá ainda submetido ao impulso tar ('Cfr. Co!., 1, 24), os esposos das próprias tendências, descobrirsabem, pelo menos. que as exigênse como incapaz de respeitar, dum cias da vida moral conjugal que :i momento para o outro, a lei moral, Igreja lhes recorda não são leis innum domínio tão fundamental, sustoleráveis nem impraticáveis, mas cita, naturalmente, uma reação de um dom ele Deus para os ajudar a angústia. Mas é o momento decisipor meio e além das suas aceder, vo em que o cristão, na sua desorfraquezas, às riquezas de um amor dem, em vez de se abandonar à plenamente humano e cristão. Desrevolta estéril e destruidora, acede de então, longe de ter o sentimento na humildade à descoberta perturbadora do homem perante Deus, angustioso de se encontrarem coum pecador diante do amor de mo que fechados num beco sem saíCristo Salvador. da e, segundo os casos, talvez de se entregarem à sensualidade, abandonando tôdas as práticas sa16 - CA'MINHO A cramentais, de se revoltarem conSANTIDADE tra a Igreja, considerando-a como Ai partir desta tomada de cons- inumana, ou de persistirem num esforço impossível, a ponto de perdeciência radical, todo o progresso da rem a ha11monia e o equilíbrio, até viela moral se torna atraente, os mesmo a sobrevivência do lar, os casais encontram-se ta m b é m "evangelizados" no seu íntimo, os éSposos entregar-se-ão à esperanesposos descobrem "com temor e ça, na certeza de que todos os retremor" (Fi!., 2, 12), mas também cursos da graça da Igreja estão à com uma alegria admirada, que no disposição para os ajudar a encaseu matrimônio, como também na minharem-se para a perfeição de, 11nião de Cristo com a Ig,r eja, é o seu amor. LAtRES
1
-11
o
·;;; ~
.,
E
"'o E o: E
:.!
"'
.~
n; ~
.,"'
;o;
., ".,. o
'"' ·ê"' U>
«·
"'~., Q.
!!c >-0
-6~
"'.,
~, 'ii
·:;.,.
.,
"' ·~
"'u
,'õ"' "'o
U>
.,
c
Jl
"' o
-:; c.. "'
,.,
"'
~c
"'
UI
"'"
UI
- 12 -
CONCLUSÃO 17 -
pressentir, por transparência, o reflexo de um outro amor e a sua chamada infinita.
APOSTOLADO DO TESTEMUNHO
São estas as perspectivas em que vivem os casais cristãos. em pleno mundo, a boa nova da salvação em Cristo, progredindo para a sa~ tidade no matrimônio e por metO dêle, com a luz, a fôrça, e a alegria do Salvador. Tais são também, d1. mesma maneira. as maiores orientações elo apostolado elas Equipes rle ~ossa Senhora, a começar pelo testemunho da sua própria vida c.uja fôrça ele persuasão é tãogTande. In!]uieto e febril, o nosso mundo oscila entre o medo e a esperança, e numerosos jovens entram vacilantes no caminho que se ahr~ diante deles. Que isto constitua pa ra vós um estímulo e um apêlo. Com a fôrça ele Cristo vós podeis e, portanto, <:leveis realizar grande,; coisas. :\1eclitai a sua palavra. recebei a sua gra.ça na oração e nos sacra·n~entos da penitência e ela eucaristia, '=onfortai-vos uns aos outros, testemunhando com simplicidade e discrição a vossa alegria. Um homem e uma mulher que se amam. um sorriso de criança, a paz de um lar: pregação sem palavras, mas tão extraorclinàriamente persuasiva. onde todos os homens podem já
18 -
A CAl\UNHO DE U:\fA PRIMAVERA DA IGREJA
~OV A
Diletos filhos. a Igreja. de que vós sois as células vivas e ativa!, dá, por meio elos vossos lares, como que uma 01·ova exnerimental do poder do amor salvador e oroduz os seus frutos de santidade. Casai~ atrilbulados, casCJis felizes. casais fiéis, vós preparais nara a Ie-reia e nara 0 mundo uma nova orimavera cujos primeiros rebentos nos fazem t'stremecer de alearia. Ao ver-vos e ao pen~armos nos milhões de ca~ ais cristãos esoalhados por todo o mundo, illYade-nos uma esneranca i1 renrimível e. e·11 nome do Senhor. 1 c izemo-vo~ com confianc" · "Brilhe a vossa luz diante dos homens. de modo 'Oue. vendo as vossets boas obras, glorifiouem vosso Pai. o~te está nos CPus" (Mt .. 5. 16). Em seu nome invocamos sôbrf' vós e os vossos auerido~ filhos. sôhre todos os casais das Eouines de Nossa Senhora e os seus AssistPntf's. esnecialnlf'nte sôhre o estim;Jdo Padre r~Harel. a orofus~o das g-racas divina. , em oenhor das quai~? vos damos. de todo o coração, uma ampla Bênção A1postólica.
-13 -
Perambulações de um Casal Peregrino "Maria Helena e Nicolau , na qualidade de "Supervisores dos Regionais no Brasil" tomaram parte na Peregrinação a Roma em maio último. Viajaram para a Europa vinte dias antes, para entrarem em contato com equipistas de outros países e conhecerem como êles atendem à mística, à disciplina e aos meios oferecidos pelas E.N.S .. De volta enviaram uma carta para cada um do<: Regionais brasileiros, cujo comêço é igual para t .)dos e cuja primeira parte transcrevemos aqui". Ainda perfumados pelas graças espirituais da peregrinação, re· gressamos dia 13 e apressamo-nos a. escrever-lhes para contar-lhe':> nossas alegrias e transmitir-lhes as experiências hauridas no contato com nossos irmãos equipistas de outros países. O estilo vai sofrer um pouco de influência telegráfica , para que possamos dizer-lhes , pelo menos , um mínimo do muito que vimos e vivemos. Nossa chegada a Portugal se deu aos 9 de abril e, no mesmo dia, à tarde, já éramos hóspedes de Maria Domingas e João Pinto Leite, os novos Regionais de Portugal Sul. Estabelecemos contato , igualmente, com Maria Isabel e Valdemiro, casal secretário de Lisboa e com outros casais irmãos que foram acolher "os brasileiros" . A "afinação" foi perfeita. Falávamos a mesma língua e servíamos ao mesmo Senhor. Nesse mesmo dia 9, à noite, fomos convidados a Plarticipar da reunião da. Equipe n .0 50, em Paredes, vizinhanças de Lisboa. Fomos recebidos com a nunca negada generosidade lusitana, acrescida da comovente fraternidade equipista. A reunião foi excelente. Constatamos a profundidade com que os componentes daquela equipe estudam o tema (estavam debatendo o penúltimo do " Credo do Povo de Deus") . Sentimo-nos como se pertencessemos àquela co~ munidade desde sempre. Oramos juntos, debatemos nossos problemas e os dos demais casais, falamos de nossas esperanças e do nosso muito amor ao Cristo. Ao final, papeamos sõbre nossas Pátrias e sõbre o destino comum que elas devem ter na história dos povos. No dia seguinte, após as clássicas visitas aos lugares mais pitorescos e àquelas localidades que marcam os pontos altos da vida portuguêsa, fomos repousar mais cedo para, como era necessário, têrmos condições físicas para a visita que faríamos , com os demais casais equipistas brasileiros que ali se encontravam , a Fátima . Esta nossa estada em Fátima foi um dos pontos altos de nossa passagem pela Europa. Assistimos à missa naquele santuário e oramos, de forma especial, pelos casais brasileiros e por aquelas pessoas que gostariam
-14 -
de ali fazer suas preces e que não haviam tido essa oportunidade. Falar dos encantos de Fátima e de sua tradição religiosa seria dar-lhes material de leitura para um semestre inteiro ... Na noite do dia 11, programado pelos brasileiros, tivemos um jantar com os Casais Regional, Responsáveis de Setores, Responsáveis pela Secretaria, seguido de uma visita ao Secretariado das "equipas" portuguêsas. Representando o Brasil, estiveram presentes: Marialba-Mariano, Maria Enid-José Buschinelli, Anna Luiza-Christiano e nós. Foi um papo longo e proveitoso. Falamos de nossas comuns dificuldades e dos meios que utilizamos para superá-las. Papeamos sôbre a possibilidade de formação conjunta de quadros lusobrasileiros. Para finalizar, Valdemiro Líbano Monteiro demonstrou como funcionava o Secretariado... E COMO FUNCIONA! Trouxemos um exemplar de cada documento alí impresso. Entre os papéis, trouxemos o roteiro de um curso de formação de pilotos. Há a indicação das aulas , a matéria a ser abordada em cada uma delas e o desenvolvimento das mesmas . Vale a pena conhecer o trabalho de nossos irmãos. O roteiro é bem superior ao nosso e, com algumas adaptações, poderá valer-nos muito. Permanecemos em Portugal até o dia 20 de abril e, a essa altura, já tínhamos dupla nacionalidade. A gente lusitana é fora de série. Povo bom demais. Estivemos em Coimbra, hospedados na casa de nossos irmãos Maria Emília e José Carlos C. Toledo de Morais. Nessa maravilhosa cidade universitária, onde a cultura brasileira teve seu berço, participamos de uma reunião social da Equipe n. 0 7. Foi uma experiência positiva e que vale ser contada. A referida equipe realiza, além da reunião mensal, uma outra social que se desenvolve da seguinte maneira: a. os casais se encontram na Capela de uma instituição onde o Padre conselheiro da equipe é o dirigente ( Pe. Mário Branco - um cristão autêntico e inserido no apostolado dos casais) ; b. nessa capela os casais efetuam uma meditação, seguida da colocação de intenções; c. depois, se dirigem para a residência de um dos casais, para um "chá amigo"; d. durante a reunião, cada casal coloca suas experiências da vida de cada dia (filme que assistiu , peça teatral, qualquer acontecimento) , analisando-as ao seu modo, diante da perspectiva cristã e os demais casais participam dessa análise colo~ cando seus pontos de vista; e, a reunião se encerra com oração e bênção do Padre Conselheiro. Não é preciso repetir-lhes que ali, como em Lisboa, fomos distinguidos como se fôssemos "gente importante". Os "slides" do sucedido ficam reservados para exibição para os que derem um pulinho até nossa casa ou tenham a coragem de convidar-nos para ir às dêles. Fomos, em seguida, ao Pôrto e estivemos hospedados na casa de Sofia e Carlos Grijo, Casal Responsável pela Região Norte de Portugal. O Carlos, além de outras inúmeras virtudes, tem uma tataravó paraense. Foram outros dias ricos de espiritualidade que vivemos na casa dêstes irmãos. Na própria noite de chegada, fomos participar
-
-15-
da reunião da Equipe n. 0 50-Pôrto. Experiência sensacional! A turma do norte de Portugal "é fogo". Além dos naturais meios de aperfeiçoamento oferecidos pelo Movimento e cobrado em partilha , ·o s casais da 50 "instituíram " mais três e a anotação de atendimento é positiva só se fôr cem por cento .. Novo s diálogos sôbre o Movimento aqui e lá. Ao final, encerrada a reunião , fomos agraciados com uma " festinha" regada a vinho verde, vinho do Pôrto e com refôrço de presuntos e queijos. . . (desculpem-nos mas nossa memória não nos admitiu pularmos êste pedaço ... ) Saímos de Portugal para Madri. Na capital espanhola , contatamos com José Maria e Maria Teresa Sunyer, Júlio e Maria Jesus Albi e Fernando e Tereza Minguez. O José Maria é " catedrático" em equipes . Valeu a pena ter passado pela Espanha para conhecer essa gente. O Movimento tem ali uma de suas bases ma is sólidas . Em matéria de gentilezas sentimo-nos como se estivéssemos em Portugal e isso diz tudo . F ·o mos, ao depois , em peregrinação a outro santuário mariano. Estivemos em Lourdes . . . e ali o Nicolau " chorou feito uma bêsta quadrada" de emoção. Realmente , toca no mais fundo da alma a afirmação de fé dos participantes das peregrinações qu2 estavam em Lourdes. Procissões enormes, tôdas as pessoas entoando hinos de louvor a Deus , o auxílio-mútuo presente em escala inusitada, a fé palpável dos doentes próximos da gruta , o clima de oração, tudo isso era forte demais para nós que jamais tínhamos visto nada que se lhe pudesse sequer assemelhar. Agradecemos ao Senhor a opor- . tunidade de têrmos podido receber tão comovente testemunho , que nos marcou indelevelmente. Após Lourd es, estivemos em Paris, para contatarmos o Casal Supra-Regional do Brasil, o Centro Diretor e para recebermos , no Secretariado, instruções sôbre onde iríamos ficar em Roma e Assis. Na manhã seguinte à de nossa chegada , telefonamos para os Delpont (Yvette e Mareei) comunicando-lhes nossa presença em Paris. Mareei, gentilmente, avisou-nos que iria apanhar-nos na cidade p3ra leva-nos a passar o dia cem êles no "Domaine St-François d'Assise, local onde residem e que fica. a alguns quilômetros de Paris. Foi um dia. agradabilíssimo e conversamos muito sôbre o Movimento no Brasil, recordando sua evolução entre nós. Yvette, embora adoentada (rezem conosco pelo seu restabelecimento) , e Mareei foram inexceciíveis em atenções para conosco. Mareei tem consigo um dicionário português e fala razoàvelmente nossa língua , fazendo questão absoluta de ler e anotar tôda a correspondência que a dona "Ecir" lhes manda, bem como os relatórios de lnah e Paulo Alex . Na segunda-feira , pela manhã, fomos ao Secretariado , mantendo um breve contato com Geneviéve Sipsom e Michel Foucard, que estavam superocupados com os últimos retoques para os dias de peregrinação em Roma e encontro de Assis. Adquirimos a gravação das
-16 -
'
melodias preparadas especialmente para a peregrinação (uma beleza e está às ordens de vocês) e fomos fazer visitas turísticas aos pontos tradicionais da cidade. Na noite seguinte, cs Laplume (Jacques e Françoise), que estiveram no Brasil no ano passado e que tanto nos ajudaram naquela oportunidade, nos levaram à casa dêles para um delicioso jantar francês. ítles residem em Gif-sur-Yvette ( cêrca de 28 quilômetros de Paris) Jacques continua falando o português muito bem e Françoise entende o nosso linguajar. Conversamos, longamente, sôbre o Movimento entre nós e os Laplume mostraram que não se esqueceram do Brasil (aliás, ficamos sabendo que êles são verdadeiros arautos dos encantos brasileiros). Foi proveitosíssimo o encontro que tivemos com êsses queridos irmãos. Aos 29 de abril chegamos a Roma. Havia greve. Não havia carregadores e nem ônibus. Com a graça de Deus, conseguim• s chegar ao "Domus Mariae" onde nos hospedamos. À noite , naquele local , encontramos Elza e Ludovic recém-chegados do Brasil ... e foi "aquela festa". Andávamos sem notícias daqui. Só quando conseguíamos passar por uma das agências da Varig líamos jornais brasileircs ( velhos como as piadas de televisão). No dia 30, chegaram os demais casais equipistas brasileiros. Uma parte ficou hospedada no "Domus Mariae" e outra no "Trenquelleon" (o qual, por corruptela , foi chamado pelos brasileiros de "Sossega Leão"). Nesse mesmo dia fomos ao Colégio Pio-Brasileiro entregar uma encomenda que Dilma e Miguel tinham enviado para o Padre Birk. Foi a melhor idéia que êsses queridos irmãos "barriga verde" tiveram em 1970 . O Pio-Brasileiro é um oásis patrício dentro de Roma. Foi uma gostosura ouvir-se o português, novamente, como língua oficial. Lemos jornais, folheamos revistas (tudo brasileiro) e fomos convidados para o almôço ... A partir daí , nos dic:s que se seguiram , dois casais de cada vez passaram a tomar refeições no Pio-Brasileiro. Pe. Birk integrou-se, inteiramente, ao grupo de nossos casais e co-participou na celebração de algumas missas. O mesmo sucedeu com Pe. Bcissinot que fôra a Roma para avistar-se com seus superiores .
••• -17-
A JOVEM GERAÇAO NOS INTERPELA O suicídio de dois alunos do ginásio Li!!e, na França , que , com quatro dias de intervalo, depois de haverem embebido suas roupas com gasolina atearam-lhes fogo sob as vistas de seus companheiros, causou um grande impacto entre os jnvens de todo mundo . A afirmação por êles feita , em carta que deixaram , não foi menos dramática. Um deles disse textualmente : "Eu me ofereço pelas faltas cometidas em Biafra" . ......- O outro, depois de afirmar que não podia adaptar-se a êste mundo, escreveu estas impressionantes palavras : " Como é difícil crer em Deus", causando com isso grande comoção entre a juventude. A atitude dêstes jovens, angustiante sob qualquer prisma que venha a ser encarada, torna patente a responsabilidade de todos os adultos diante desta nova geração. Conhecedor profundo de tôda esta problemática , assim se expressou sôbre a ocorrência o Cônego Henri Caffarel dirigindo-se a nós , pais de todo mundo . "Eu imagino que entre vocês, mais de um pai ou de u'a mãe sentiu um arrepio quando soube dêstes gestos desesperados . Quais os pais que podem dizer: esta tentação não ameaça nossos filhos? Depois dos acidentes nas estradas, é o suicídio que faz o maior número de mortos entre os jovens de 15 a 25 anos - e isto sem contar os suicidas frustrados! Foi por intermédio de pais das Equipes - por que me deveria calar? - que aprendi o terrível significado desta lacônica expressão: "morte acidental ", que acompanha o anúncio de falecimento de um rapaz ou de uma jovem . " Nada mais restava fazer senão rezar. Insuficiente, mas necessano . Assim conclui o seu artigo um de nossos jornalistas mais em evidência, num jornal muito pouco. . . "católico" . "Restava. . . Não! Resta orar. É necessário, contudo, que esta oração seja a oração veemente dos adultos que se sentem solidários num mundo onde os jovens se asfixiam. "Os jovens de 17-18 anos presumem que certos gestos se impõem, que devem ser públicos. Por que então os pais não se dispõem a proclamar também, num ge:sto público, que êles se recusam a aceitar a barbárie da nossa civilização, o massacre dos inocentes, no seu corpo e na sua alma (vê de a onda reinante de erotismo) , que resolveram trabalhar pela transformação da sociedade ao invés de discursar? Quando nos sentimos impotentes diante das montanhas que surgem à nossa frente, temos então uma razão a mais para pedir a Deus que intervenha "com mão forte e braços estendidos". Não se pode aceitar que para os jovens não haja outra saída senão o desespêro ou o conformismo!
-18-
A ECIR SE APRESENTA
FALAM MARIILBA E MARIANO Marialba e Mariano• de Araujo Bacellar. casados há dez anos e meio, dois filhos , pertencentes às equipes há dez anos . Tomamos conhecimento do Movimento, quando , ainda na universidade, éramos militantes da JUC. Nosso assistente, naquela ocasião, falava a vários casais de noivos a respeito das equipes e da possibilidade de formarmos uma após o casamento da turma tôda. Em fins de 1959. estando já formados cinco ou seis casais, F rei Lauro nos propôs a organização de uma equipe. Entrou em contaro com o Movimento (abril 1960) e logo após tivemos uma reunião de informação, seguida de reuniões de estudo dos Estatutos, primeiro tema etc . . . Quase um ano depoi s, nosso casal piloto , por problemas pessoais, abandonou a equipe. que quase se dissolveu . Felizmente, alguém dentre os que então dirigiam o Movimento nos socorreu e providenciou outro piloto - Nelson e Dóris Teixeira . Tivemos uma pilotagem para valer e em 1962 já tínhamos a primeira eleição de C. R. Fomos eleitos C . R. pela primeira vez em 1963 e desde então sempre estivemos trabalhando em alguma coisa . Fomos C. de Ligação do Setor D desde os tempos em que era Coordenação. (O responsável era o famoso Nicolau) . Em 1966 nossa equipe S . P . 35 , Nossa Senhora do Carmo , fêz o compromisso . Éramos então oito casais, dos quais quatro estavam desde os tempos de JUC. Nestes últimos anos nossa equipe passou por várias vicissitudes e ficamos reduzidos a apenas quatro casais, mas graças a Deus e à vontade dos que permaneceram , conseguimos continuar. Somos hoje cinco casais e sempre o mesmo pacientíssimo padre assistente F rei Lauro, o. f. m. Hoje pertencemos à ECIR. depois de termos sido responsáveis pelo setor D de São Paulo. Para terminar, não podíamos deixar de mencionar a felicidade que tivemos p;or representar as Equipes de Nossa Senhora diante do Santo Padre. É realmente difícil traduzir em palavras a emoção, a alegria e também a enorme responsabilidade que sentimos . Pensamos que essa escolha não foi por merecimento pessoal mas para que to&J•s nós brasileiros sentíssemos a obrigação do crescimento espiritual, do trabalho apostólico, da caminhada sem esmorecimento. Em Roma, em nome de dois mil casais, falou o Brasil. Porque o Espírito Santo assim o quis? Não será um assunto para nossa reflexão? .. .
-19-
ESPIRITUALIDADE CONJUGAL
o
Espírito Santo e o Lar
A nossa Carta Mensal tem publicado em seus últimcs número> diversos artigos abordando temas sôbre a " espiritualidade conjugal " em seus diferentes aspectos. Esta expressão " espiritua lidade conjugal " já se nos tornou a ssim bastante famili a r. Mas em razã o mesmo do hábito não nos detemos mais profund a mente em apreender o seu sentid o. Quer-nos parecer assim que é chegad o· o momento de conduzirmos nossas reflexões para um exame mais atento do seu exato alcance. Antes de tudo , a palavra " espiritualidade " nos lembra que o Espírito Santo é a própria obra de Deus na nossa vid a . Lembremo-nos das confidências feita s por Jesus Cristo na n ::: ite da Ceia e tão bem descritas no Evangelho d e Sã o João . Que nos di z êle? Seu Pai nos ama . Êle nos enviou o Filho único para nos r2velar êste amor e nos permitir dar uma resposta . Mas eis qu e o Filho vai eievar-se na direção de seu p ,a i antes de completar sua obra. Entretanto Êle não nos deixa órfãos. Êle nos envia seu Espírito para aperfeiçoar em nós esta obra . Se acolhermos e consentirmos a sua ação , o Espírito Santo nos fará filhos do l'lai e nos unirá vitalmente ao Filho; Ê le nos fa z participar do amor e da glória de Deus; Êle nos transforma e nos diviniza ". Sim , o E spírito S anto é a cbra de Deus em nós. Compreende-se assim todo o valor do vocábulo " esp iritualidade" . Crer nesta presença ativa do Espírito do P ai e do Filho, para que a entrega se faça mais livremente e mais totalmente , representa a verdadeira " espiritualidade ". E o homem que se abre assim ao E spírito d e D eus, no di zer de São Paulo, é precisamente o " homem espiritual" . Mas , em nós , quem é que capta esta ação d o Espírito Santo? S ão P au lo nos ensina ainda que é o nosso " espírito". N ã o se trata da inteligência, mas de uma faculdade mais misteriosa que é o centro íntimo do ser huma no transformado pelo Espírito S anto que o cria e o dirige . Seu "sim " conduz o ser humano , em sua totalidade , ao dinamismo do Espírito Divino. Com efeito, por esta porta que é a b erta ao recôndito do homem , o Espírito Santo se va i infiltrar progressivamente dominando todo o sêr até atingir as faculdades superiores, a afetividade e até o corpo prometido à ressurreição. Êle vai fazer de
-
20 -
nós. à medida de nossa generosidade, homens espiriuais. Tal é o segundo sentido da expressão de São Paulo. Ela traduz não mais sõmente a ação do Espírito Santo, mas ainda a novidade radical produzida no homem. Tal é também o segundo aspecto que evoca a palavra "espi~ ritualidade". A espiritualidade será. portanto, a Clencia da espiritualização de homem pelo Espírito Santo. Ela nos ensina não só o papel primordial do Espírito que agita e transforma, mas igualmente o papel do homem que consente e se abandona a esta divina metamorfose. É justamc:lte esta participação do sêr humano na sua própria espiritualização que nós denominamos "espiritualidade conjugal". O ser no qual trabalha o Espírito Santo não é um homem abstrato. mas qualquer ccisa de mais concreto: é você, sou e, determinados de múltiplas maneiras, pelo nosso temperamento. nossa história, nosso meic e, em particular, engaj;:1dcs no casamento. Nesta perspectiva. a "espiritualidade conjugal" aparece como a arte de utilizar os recursos da vida conjugal com vistas a favorecer a ação do Espírito Santo em cada cônjuge. Uma arte praticada a dois, ou melhor. a três. os esposos e o Espírito Santo, e tal é a sua originalidade. Certamente a ação do Espírito Santo é emientcmente íntima e pessoal. ela solicita o livre acôrdo de cada um. Mas. pelo sacramento do matrimônio, os cônjuges recebem uma graça especial para se ajudarem mutuamente a responder acs impulscs mteriores do Espírito. Cada um dos esposos é para o outro como c mensageiro do Espírito Santo, e isto, através de tôdas as pequenas realidades da vida em comum. Felizes os que compreendem êsse caráter recíproco. esta vida a deis cristãmente vivida! A "espiritualidade conjugal'· tem o objetivo de formalizar os diversos aspectos e meios dessa vivência. Seu papel é despertar na célula conjugal a presença ativa do Espírito S:mto. De tal sorte que, ao mesmo tempo e na mesma medida que seus membros, o lar torna-se "espiritual", um lugar onde sopra o Espírito.
-21-
A Peregrinação na Cidade de São Paulo No dia 5 de maio as equipes de São Paulo realizaram uma peregrinação, a fim de aoompanharem seus irmãos do mundo inteiro, em especial os que se encontravam em Roma. Ela teve início às 8 horas da noite, e incluiu uma caminhada de 5 quilômetros. De um dos casais participantes recebemos a seguinte apreciação : Nós dois sempre achamos que o Movimento nos tem dado muito , ruas pouco tem recebido de nós . Por isso, semp;re que recebemos um convite, uma sugestão, uma convocação, respondemos "presente"; porque assim estamos retribuindo de alguma forma. Fomos à peregrinação no Morumbi: A capela de São Pedro e São Paulo é linda , tôda em madeira . Ouvimos o padre Edênio do Vale falar sôbre o fermento na massa e isso nos preparou para o tema que iríamos debater. Cada um recebeu uma vela e a acendeu no " Círio Pascal''. Saímos em linha de três casais, guardando uma certa distância. Fomos discutindo o tema "Os meios de comunicação e a Igreja"; assunto atualíssimo, preparado com carinho por uma equipe de São Paulo. Houve uma parada de dez minutos, durante a qual ouvimos o padre Aquino dissertar sôbre a Igreja Missionária . Retomamos a caminhada, em silêncio e meditando. Ao chegar, entoamos hinos de louvor, cansados mas felizes por encontrarmos Cristo à nossa espera no Sacrário. A missa foi maravilhosa ; era quase meia-noite quando terminou. Na saída, confraternizando, abraçamos todos os nossos irmãos de peregrinação. Querem saber de mais uma coisa? Foi uma das noites mais lindas, êste ano, em São Paulo. Céu maravilhoso, temperatura amena . Uma noite diferente. Quebramos a rotina de nossos hábitos. Esquecemos o cansaço e deixamos uma porçãQ de coisas para fazer . Não importa ; foi um encontro com a cidade, deslumbra nte à noite, vista lá do alto; foi um encontro com irmãos, foi um encontro com Jesus Cristo . .. uma caminhada ao Seu encontro, de mãos dadas com os irmãos do mundo inteiro. -22 -
TESTEMUNHOS
DA NECESSIDADE DE SER SIMPLES "Um casal equipista, depois de nove anos, deixou as ENS. Passado um ano, reingressou no Movimento• e mandou-nos a seguinte carta": Bem, estamos de volta! Será realmente uma volta? Estivemos verdadeiramente fora do Movimento? Para a nossa antiga equipe, sim. E para o Movimento? Não sabemos, pois neste ano que se passou não tivemos contato com qualquer dirigente, nem dêles tivemos notícias. Ouvimos muitas perguntas. ~ Por que vocês se afastaram? O Movimento dava pouco e exigia muito? ~ É questão de fé? A meditação sôbre as possíveis respostas seria um ótimo tema para os Responsáveis pelo Movimento no Brasil e para todos nós outros. Se tivéssemos sofrido um desânimo geral, teríamos encontrado auxílio mútuo? Se uma crise conjugal existisse, haveria compreensão e imparcialidade por parte de nossos companheiros? Se o nosso problema tivesse sido o de dúvidas em matéria de fé, haveria por parte dos Responsáveis a transigência daquêles que se preocupam com a essência e não com detalhes? Durante êste ano, a nossa antiga equipe nos deu testemunhos de amizade fraterna. Houve encontros informais onde sentíamos que ainda éramos seus amigos diletos. Houve muitos telefonemas, convites. provas de interêsse por nosso bem-estar e por nossa felicidade. Os companheiros de nossa antiga equipe nos venceram. Sem querer êles nos convenceram de que existe uma amizade, que está acima do amor humano, e que dura e perdura, porque se firma em Deus. Assim sendo, novamente aqui estamos. Esta carta deveria terminar aqui. Desculpem-nos se continuamos a escrever. Vamos contar o que sentimos. Em verdade sentimos que êste afastamento, durante um ano, parece que nos deu uma visão "panorâmica" do nosso Movimento. Hoje, mais do que nunca, temos a certeza de que as Equip-es são indispensáveis para cristianização das famílias. O Movimento é penhor de graças especiais e atuantes.
23-
Tudo no Movimento é formidável, mas há certas coisinhas que devem ser reformuladas, analisadas, pesadas e talvez tenhamos maior rendimento em nossas ações. Por exemplo: nós complicamos muito as coisas. São estruturas, superestruturas, projet10s , planificações, isto , aquilo etc. Energias são gastas e muitas vêzes pouco nos sobra para o essencial. Lembramo-nos de um fato real, que só agora nos é p ossível relatar: havia em São Paulo um casal que foi o iniciador dos cursos de preparação para o casamento e que ~ não de direito . mas de fato ~ tornou-se seu responsável. Êle carregava os cursos , doava-se inteiramente, dinamizava. Um dia surgiram planos, modificações, novas estrutUras. superorganizações. O casal parou de fazer '(J> que com tanto carinho e amor fazia , o tempo passou e. . . nada veio em substituição. Hoje não sabemos, desculpem-nos se cometemos injustiça : quisemos apenas ilustrar como é possível complicar as coisas. Simplificar não é desorganizar . Simplificar não é quebrar a unidade do Movimento. Simplificar é fazer as coisas menos formais. menos teóricas. é permitir que todos sejam autênticos. Olhando agora para trás, parece-nos que êsse gôsto pela complicação se esparramava até a algumas equipes de· b3se. Queriam intelectualizar tudo. Até mesmo sua fé . Nisso iam-se ilhando, se distanciando do verdadeiro cristianismo, que é tão rico em verdades e tão simples em seus ensinamentos. Bem, tudo isso dissemos com a sinceridade fraterna que jamais abandonaremos e com nossos corações cheios de amor pelo Movimento. Acreditamos nêle e por isso nossas o rações fervorosas são no sentido de que o Espírito Santo favoreça um clima de simplicidade e que na ação atuante sejamos como o próprio Cristo foi: simples.
-24-
O Caracol e o Vagalume De um casal recentemente designado Responsável de Setor, recebemos uma longa carta sôbre as atividades e o programa do Setor, da qual extraímos o seguinte trecho : Uma só palavra diz o que desejamos de tôdas as nossas equipes : DINAMISMO . Essa palavra resume duas outras: TESTEMUNHO e APOSTOLADO. Isto porém traduzido de modo prático, pondo-se um basta a divagações de ordem teórica·. Nesse sentido temos percorrido tôdas as equipes, no momento de sua reunião mensal, explicando que consideramos o testemunho e o apostolado como o desabrochamento natural do cristão, e que desejamos que o responsável pela equipe nos comunique em breve a maneira como cada um vai desenvolver o apostolado . InsistimQ•s em que êsse apostolado seja do CASAL. Como resultado, já recebemos de três equipes informações sôbre como farão seu apostolado. A equipe " A " vai-se integrar com os que trabalham junto aos jovens , mormente com o Grêmio de Jovens aqui da cidade. 2sses jovens reúnem-se semanalmente e têm demonstrado o desejo de contar com adultos , principalmente casais, junto a si. A equipe " B" resolveu trabalhar junto à principal creche que temos aqui , não só pela ajuda material , mas para, adentrando a instituição, influir nos pequenos e nos dirigentes . A equipe "C" também já tomou uma resolução. Como um de seus membros trabalha na Associação da Criança Defeituosa , todos os casais resolveram dar-lhe apoio e se dedicarem a essa Associação. Esperamos info•r mes de outras equipes mais recentemente visitadas. Temos para nós que qualquer movimento cristão que não se volte ao apostolado está fadado ar fenecer. Basta olharmos para as tradicionais irmandades. Vivemos hoje o tipo de cristão VAGALUME e não mais do cristão CARACOL, fechado sôbre si. Precisamos ser vagalumes e, ainda que pouquinho, refletir a luz do Amor e da Ca·ridade. Precisamos ser fermento válido; sal que salgue.
-25-
O ENCONTRO EM VALINHOS Na noite de sexta-feira, dia 5 de junho último, na chácara São Joa·q uim em Valinhos, teve início o encontro anual de Regionais , Responsáveis de Setores, Responsáveis de Coordenações e membros da Ecir. A reunião prolongou-se até à noite do dia 7 e contou com a presença de 37 casais, rep;resentantes de Americana, Araçatuba, Brusque, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Guanabara, Guaxupé, Itu, Jaú, Jundiaí , Limeira, Marília, Petrópolis, São Carlos, São José dos Campos e São Paulo e com a presença de 7 conselheiros espirituais de Americana, Curitiba, Itu , São José dos Campos e São Paulo. A nosso pedido um dos participantes enviou-nos o seguinte relato: No fim da semana, com um movimento rápido, giramos o seletor de canais de nossa mente, desligando o canal de nossas preocupações cotidianas e nos sintonizamos no desenrolar dos Dias de Encontro. Reencontro amigo de queridos irmãos equipistas, conhecimento de novos responsáveis. A apresentação ao jantar estabelece de pronto o clima de fraternidade cristã. A abertura, descobre-se logo que a programação é intensa e que a finalidade do encontro é uma preocupação maior pdo desenvolvimento do trabalho dos Setores, "espinha dorsal" do Movimento. A esplêndida palestra do padre Aquino - Diaconia - indica a "teologia do serviço" e coloca, em todos, aquêle espírito de doação maior, de auxílio mútuo, que é parte integrante da responsabilidade de cada um . Setor, "órgão pensante" e "formador de quadros", são os assuntos desenvolvidos por Luiz Marcello em duas inflamadas palestras, que gravam bem a posição de cada Setor, que deve ser - ao lado de sua função administrativa e executiva - um organismo pensante, idealizador, formador de elementos dedicados, dinâmicos e disponíveis para uma diaconia inoonteste no Movimento e na Igreja . Uma hora de vigília comunitária, aos pés do Santíssimo Sacramento, a meditação diária de dez minutos no início de cada dia, a participação consciente às Missas concelebradas por todos os Conselheiros que ali estavam, constituíram o ponto alto do encontro, ao qual estêve sempre presente o sentido da oração. A oportunidade de contatos, embora rápidos , entre Regionais e Responsáveis de seus Setores e Coordenações, a possibilidade de uma convivência· de dois dias de todos com os membros da Ecir, vai intensificando aquela vontade de melhor servir ao Movimento e melhor servir a Deus.
-26-
E não faltou a ocasião de torcer, irmanados, pela vitória do Brasil na Copa do Mundo, num ambiente sadio de alegria e autenticidade. Podemos dizer que saímos dêsse encontro revigorados em nossa fé em Cristo, revitalizados em nossa vida de oração e sacudidos para um esfôrço ainda maior em nossa·s responsabilidades no Movimento. Que Cristo, por intercessão de Nossa Senhora, Rainha das Equipes, faça de cada um de nós o "sal da terra" e a "luz do mundo" para cumprirmos nossa função cristã de iluminarmos nossos irmãos com o brilho de Sua luz e, ao mesmo tempo, nos diluir como o sal no meio do alimento, dando-lhe porém sabor e a preservação.
CONSTRUIR UM SETOR Com a pontualidade costumeira, recebemos o Equipetrópolis de abril. Ler as suas dez fôlhas mimeografadas é um prazer, pela variedade de suas notícias e bom arranjo da matéria . Como em todo número, há notícias pràticamente de todos os casais , do que lhes ocorreu durante o mês , suas atividades, sucessos, contratempos. Dessa maneira a vida do Setor é conhecida, participada e sobretudo fortalecida pela comunicação. O último número traz o seguinte artigo: O Setor de Petrópolis completou, no dia 30 de março , o seu primeiro ano de existência . Podemos afirmar que , embora sendo nôvo , é um grande Setor, porque dêle fazem parte todos os casais das nossas Equipes. Foi por isto que êste ano realizou-se tanto. Todos nós nos sentimos responsáveis pdo nosso Movimento, cujo crescimento e progresso dependem da colaboração de cada um , sem exceção. Cada um carregou a sua pedrinha na construção de nosso edifício: casais , conselheiros espirituais, todos juntos, procurando mutuamente sentir os anseios , as necessidades, num esfôrço comum, cheio de amor, compreensão e boa vontade. É êste o nosso objetivo, o nosso ideal. Trabalhar é amar e nossas equipes estão cheias de trabalho, porque est~o cheias de amor. V amos continuar neste caminho que é o caminho de Cristo. V amos segurar o arado sem olhar para trás . Q uando falamos em Equipes queremos falar em Cristianismo, em R eino de Deus. Construir êste reino não é fácil. Exige doação, dedicação, esquecimento de si. Exige abertura para com o nosso próximo. Mais uma vez se confirma a oração de S . Francisco : "É dando que se recebe!" .....- Quanto mais dermos de nós mesmos, mais estaremos recebendo, porque Deus não se deixa vencer em generosidade. Queridos amigos e irmãos, vamos continuar no caminho que começamos. A cada um será pedido o que estiver ao seu alcance. V amos continuar unidos, de mãos dadas e prontas para o trabalho e que o Cristo presente ao nosso lado nos dê fôrças para não esmorecermos nas dificuldades, para não desanimarmos nas derrotas, para não nos envaidecermos nas vitórias.
-27-
NOVAS EQUIPES É com satisfação que comunicamos o pedido de filiação da sexta equipe de Caxias do Sul. Ela terá a invocação de Nossa Senhora Imaculada Conceição.
Solicitamos que todos pedidos de filiação sejam comunicados diretamente à Secretaria, para que os equipistas possam acompanhar o crescimento de nosso querido Movimento.
PRÓXIMOS ENCONTROS Vêm alcançando grande sucesso os Dias de Encontro, Formação e Estudos programados para êste ano. Sua organização tem sido perfeita em todos os detalhes e o grande proveito tirado só pode ser testemunhado pelos que participaram de algum dêles . Em agôsto haverá dois mutirões : um de 14 a 16 de agôsto em Curitiba e outro de 21 a 23 de agôsto na Guanabara. As inscrições já estão abertas, devendo os responsáveis por equipes procurar detalhes com seus responsáveis do setor. Mas, os grandes próximos encontros, serão as Sessões de Formação em Primeiro Grau. Serão duas , ambas entre 4 e 7 de setembro; uma em Itaici e O't!tra em Florianópolis. Ninguém deve faltar. Lembramos que essa Formação em 1.0 Grau será imprescindível para os que desejarem ter maior responsabilidade no Movimento. Aqueles que estiverem impossibilitados de comparecer a essas Sessões, fazemos um a pêlo todo especial: REZEM pelo sucesso dêsses d ias. A respeito , transcrevemos aqui parte de uma carta enviada por Esther e Luiz Marcello:
"P or certo, ainda persistem bem vivos na memória de vocês aquêles momentos passados na S essão d e Formação d e Dirigentes de que participamc·s. Vo cês sentiram, como nós, tôda a fôrça da presença dinâmicaJ do Espírito Santo, quando nos reunimos em nome de Cristo. Sem dúvida, tudo o que foi conseguido deve-se à nc.ssa união a Cristo, através das orações e sacrifícios dos presentes, e, também, daqueles que, à distância, oravam e pediam pelo êxito de nosso encontro. Dentro dessa perspectiva, assumimos dimensõ es infinitas, não por nós, mas por Aquêle que prometeu estar no meio de nós" .
-28-
PRIMEIROS CONTATOS Cem algum atraso recebemos "O Equi~ pista". boletim do Setor Ribeirão Prêto. Há notícias sôbre tôdas as atividades do Setor, sôbre ltuverava, Guará. Jaboticabal e Batatais . Merece destaque o artigo que relata os p.::imeiros contatos entre Cursilhistas e Equipistas, do qual tiramos os seguintes trechos: "No dia 18, convidados pelos dirigentes dos Cursilhos de Cristandade, compareceram à sede dêsse Movimento dois casais represen~ tando o Setcr Ribeirão Prêto das ENS e o Ccnselheiro Espiritual do Setor. Num ambiente fraterno e acolhedor , estiveram reunidos por mais de três horas com dirigentes dos Cursilhos. Durante o bate-papo, em que não faltou a franqueza , foram debatidos muitos pontos de interêsse ccmum aos dois movimentos e esclarecidos os outros de interêsse específico. A idéia central do encontro foi unir esforços . auxiliar~se e completar~se mutuamente. Do encontro resultaram algumas colccações muito claras e precisas, estabelecendo-se em quatro ítens as finalidades precípuas e o campo de ação imediato de cada um dos movimentos. Durante a reunião foi feito um convite para que o casal responsável pela Difusão Espiritual no Setor promovesse uma preleção aos Cursilhistas versando sôbre Círculos Familiares. A palestra teve lugar dois dias depois, perante uma assembléia atenta e cheia de boa vontade. . . que veio a fornecer casais para .,e formarem dois novos Círculos Familiares".
••• -29-
BALANCETE DA SECRETARIA (maio de 1970) RECEITA:
Contribuições . .. .............. . . .. . ... .. . 9.307,28 V enda de impressos e livros .... . ........ . 222.80 Inscrição Dias de Estudos Ecir, Regionais , Setores e Coordenações . . .. . .. . ....... . . 60,00 9 . 590 .08 6 . 478,30
Saldo credor em 30/ 4'/ 70
16.068,38
DESPESAS :
Tipografia e Papelaria ................ ... . Aluguel (abril) .. . . . ... . .. .... . ..... ... . . Salários (maio) ... . ......... . .. ....... .. . Móveis Kastrup (sala de reunião) ......... . última parcela. Empréstimo com juros ..... . Água e Esgotos ( 1.0 trimestre) . . ... . .. . .. . Luz (abril e maio) .... ... . ...... .. ...... . Telefone . . . .. . . . ... .. ............. . ... . . Correio, condução, telegramas, rodoviária ... . Material de Conservação e Limpeza ... .... .
3. 454,16 623,25 1 . 726,20 1 . 245,75 1. 632 .00 20.18 46,90 95,45 491 ,07 12.42
Saldo credor em 31 / 5/ 70 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9. 347,38 6 . 721 ,00 16. 068,38
CONTAS A PAGAR:
Tipografia e Papelaria .. ...... .. ......... . Aluguel ............. .. ...... .. ....... . . .
4.565.00 623 ,25 5. 188.25
-30 -
RETIROS PARA 1970
dia
7 a
9 de agôsto, em Valinhos Pe. Mário Zuqueto
dia 28 a 30 de agôsto, em Barueri Pe. Francisco de Assis Gandolfo dia 18 a 20 de setembro, em Barueri Pe. Antônio Aquino dia 25 a 27 de setembro, em V alinhos Pe. Antônio Lobo dia
2 a
4 de outubro, em Barueri Pe. João Edênio do Vale
dia
9 a 11 de outubro, em V alinhos Pe. Frederico Dattler
dia 20 a 22 de novembro, em V alinhos Pe. Pedro Lopes dia 27 a 29 de novembro, em Barueri Pe. Oscar Melanson dia
4 a
6 de dezembro, em V alinhos Pe. Alfonso Pastare
ATENÇÃO: os retiros de 18 a 20 de setembro e de 27 a 29 de novembro serão retiros em ABSOLUTO SIL:BNCIO, atendendo assim a inúmeros pedidos que nesse sentido foram feitos. É oportuno lembrar mais uma vez que Valinhos comporta 22 casais e Barueri 27. Filhos menores poderão ser levados e ficarão sob a guarda das irmãzinhas de Jesus Crucificado, que nisso têm muita prática e muito carinho.
Suzana e João Batista Villac (rua Monte Alegre, 759, telefone 62. 80.92) já receberam inúmeras inscrições e lembram que só as reservas feitas com antecedência garantem vagas.
-31 -
Meditacão e Oração P/ Próxima ' Reunião ORDÇÜO DO Pll N o "Misse] B iblique'' encontramos esta oraçã'{)l, sem indicação du autor, na q ual um pai da terra se dirige ao Pai do Céu, do qual pro·· vém tôda p EJ.ternidade. Você, que é pai, não leia simplesmente o texto. Mas faça-o desde logo oomo quem está rezando:
Em bem sab:a, meu Deus, que tu eras nosso Pai, o Pai nosso que está no céu. Mas venho dar-te graças por teres permitido que eu também eja pai. Pois quiseste que o nos<so amor pwduzisse a vida. A união dos nossos corpos formou ês te outro, cheio de futuro; mas fôste tu que criaste a alma imortal do nosso filho. :Ele é, ao mesmo tempo, teu filho e nosso filho. Desde que foi batizado, sua pequenina alma te sorri. Tu nos entregaste êste filho .para que o façamos crescer em :dade, graça e sabedoria, diante de Ti e diante dos homens. Com que redobradas fôrças vou trabalhar para êle! Tu nos confiaste o seu coração e o seu espírito: va1nos fazer tudo para educ.á-lo bem. Tu nos confiaste a sua alma e o seu destino eterno: vamos nos santificar para levá-lo conosco. Eu comecei a ser seu pai: sempre o serei! De agora em diante nosso amor de marido e mulher é mais que um sentimento: nosso amor é uma v:da de pé diante de nós dojs e olhando-nos nos olhos. :Este filho é, ao mesmo tempo, minha mulher e eu. É ela que eu vejo nêle, seu coração e seu sangue. Serei bastante bom para que ela se alegre, ao ver-me, a mim tamb ém , em nosso filho? Obrigado, Senhor, por nosso amor encarnado e vivo, por nossa vida revestida de outra. Obrigado por êste filho que vai chamar-me: "Papai". E do qual faremos um homem de bem para esta terra e um santo para o céu. Amém.
-
32 -
•
•
EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciere Paris Xill EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 São Paulo (Cap.)
Tel.: 80-4850