ENS - Carta Mensal 1970-6 - Setembro

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N.• 6 se

1970 embro

EDITORIAL

Destinatários e Mensageiros . .... . .•... .. . Fala a ECffi A ECffi se apresenta Falam Dirce e Kubens . . . .. . .. .. . . ... . Missão da Famllia .. ... .. . . .. ..... . ..... . . Diário de Assis .... ... . . ..... .. .. . . . .. . . . A Esperança é a Fôrça Animadora do Dinamismo Humano e Cristão .. ... .. . Brasil, Campeão Mundial de Futebol .. . . Notícias dos Setores .. ........ .. ... . . ... . Deus Chamou a Si ...... . ... ... ..... . . . . Testemunhos da Oração ...... . . .. .... . . . Novas Equipes .......... .. ... .. . . .... . ... . Balancete da Secretária .. . ....... . .. . • .. .. Retiros para 1970 ..... . . ... ..... . . ...... . . Oração para a próxima Reunião . . .. ... . .

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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria da.> Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 804850 SÃO PAULO CCAP.) .

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somente para distribuição interna -


EDITORIAL

Destinatários e Mensageiros

"Se p).'ec1sasseis enviar uma mensagem urgente e importante a um de vossos filhos que estivesse em alguma região distante, escolheríeis certamente como seu mensageiro, um homem seguro, consciencioso, desembaraçado e diligente. Paulo VI escolheu as Equipes de Nossa Senhora para levar aos quatro cantos do mundo, uma mensagem de extraordinária riqueza doutrinária e espiritual, dirigida a todos os casais que ambicionam ter sucesso no seu casamento, crescer no seú amor, procurar Deus, ma~ rido e mulher juntos, educar filhos de Deus, santificar-se, não à margem de sua vida conjugal e familiar, mas dentro do casamento, e através dêle. Tenho certeza de que haveis compreendido que vós não sois somente os destinatários daquelas mensagens, mas os mensageiros es~ colhidos para transmití-la aos "milhões de casais", que o Papa nos dizia estarem presente em seu pensamento. É muito legítimo que nos alegremos e nos sintamos honrados com essa escolha, mas não devemos nos esquecer que ela nos impõe uma grande responsabilidade. Ela diz respeito a cada um de nós: homens. mulheres, conselheiros espirituais. Ninguém pode pensar que a obrigação é do vizinho. Falamos, muitas vêzes, da difusão da espiritualidade conjugal, na esperança de que nossos estudos nossas idéias nesse campo pudessem ter repercussão. Sstes estudos, estas idéias, contudo, não eram mais que pensamentos pessoais, embora repousassem, é verdade, na Palavra de Deus, e na doutrina da Igreja. Agora, porém, dispomos de um ensinamento que emana diretamente do representante de Cristo sôbre a Terra, cuidando dos fundamentos da espiritualidade conjugal e familiar, de maneira extensa, explícita e admirável. Tanto desejamos êsse ensinamento I E não somente para nós, mas para todos os casais. Agora nós o temos. Foi acima de nossas expectativas: a descoberta de tôdas as suas riquezas não será fácil. Não podemos todavia, guardá-las àvaramente. Se nos parece monstruo~ so não dar pão a um homem faminto, muito mais seria não transmitirmos êsse tesouro, mais necessário ainda que o pão ! Mais necessário que o pão? Sim, principalmente quando se olha

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os jovens ao nosso redor, ávidos de amor, mas que ao tempo perguntam a si mesmos se não buscam uma utopia , e tantos casais que não sabem como preservar sua união, ou ainda aquêles , incontáveis, que na·da conhecem do pensamento admirável de Deus sôbre tudo o que tem significado em suas vidas: sexualidade, comunidade conjugal. tarefa de pai e de mãe, ·recursos oferecidos pelo sacramento do matrimônio, missão apostólica do casal ... É claro que transmitir a mensage~ não deve significar somente distribuir amplamente o texto impresso. O discurso de S . Santidade é profundo, muito denso, uma vez que, limitado, no tempo. a uma audiência, procura dar a seus filhos o máximo de riquezas doutrinárias. Transmiti-lo sem comentários seria muito ineficaz: é preciso ajudar à sua leitura, trocá-lo em miudos , destacar aspectos chaves, algumas vêzes sugeridas numa só frase, outras numa única palavra. É preciso que aquêles que se tornarem seus mensageiros, tenham imaginação inventiva, capaz de descobrir as mil maneiras, as mil oportunidades de difundir tal palavra a todos , tanto aos jovens com aos velhos casais, por todos os meios modernos de difusão. Ela deve ser transmitida igualmente aos que não são cristãos, mesmo aos que não crêem, pois que êstes poderão ficar agradàvelmente surpresos e seduzidos pelo pensamento divino sôbre a sexualidade, sôbre o casal e sôbre o amor. É , entretanto, somente estudando e meditando a fundo , parágrafo por parágrafo, o seu ensinamento, que poderemos ser os mensageiros competentes e dignos da confiança de Paulo VI. Muito me agrada imaginar-vos, marido e mulher, procurando reservar um pouco do vo•sso tempo cada semana, durante meses, para trocar impressões sôbre êste texto: maravilhosa ocasião para um recomeçar no amor e na graça. Eu espero que tôdas as equipes, no decorer do próximo ano, diligenciem no sentido de se aprofundar, com alegria, nas riquezas que nos foram oferecidas: um revigoramento, uma atualização de vida de equipe será a consequência natural. "Vós deveis realizar grandes coisas", nos disse Paulo VI. Ao trabalho! Antes, porém: à oração! Lembrando-nos da palavra de Cristo : Sem mim nada podeis fazer. P. HENRY CAFFAREL

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FALA A EC IR Caros amigos: Vocês notaram certamente, na programação do ano, a realização de "mutirões" em Taubaté, Ribeirão Prêto, Curitiba, Rio de Janeiro, Araçatuba. Os dois primeiros já foram levados a efeito e os demais terão lugar em agôsto, outubro e princípios de novembro. Os mais antigos equipistas devem ter estranhado esta palavra nova .- mutirão .- introduzida no jargão das Equipes. Tanto assim que. em Ribeirão Prêto, onde já se realizou o segundo mutirão, os casais observaram que não sabiam muito bem para que tinham sido convocados. Que é, afinal, o mutirão, iniciativa nova nas nossas Equipes? Se abrirmos a Enciclopédia Barsa lá encontraremos o seguinte: "É a reu· nião de vizinhos para trabalhos em benefício de um dêles. . . ou para serviços de interêsse social: construção de igreja ou escola ... " E vem lngo à imaginação os mutirões da gente boa de nossos sertões, reunindo-se num fim de semana para ajudar a levantar uma casinha modesta que irá abrigar a família de um dêles, ou para ajudar um dêles a roçar, semear ou colhêr. Tudo isto em meio à alegria simples e sadia que se manifesta de modo espontâneo quando se presta graciosamente um serviço ao outro .. , Remontando mais para longe, no passado, pode-se concluir que a construção das grandes catedrais da Idade Média foi também o resultado de grandes mutirões. O mutirão, nas Equipes, é justamente esta união de esforços para um fim bem determinado: levar adiante a construção das mesmas. Porquê os mutirões? Como surgiram? Há já vários anos que se vêm realizando com regularidade as Sessões de Formação. Desde o início verificou-se a sua importância para o aprofundamento dos casais, para dar-lhes uma visão ampla e exata do nosso Movimento. Ora, é frequente ouvirem-se os comentários dos participantes destas Sessões, entusiasmados e agradecidos, de que só então tinham compreendido com clareza o que são as Equipes de Nossa Senhora. Muitos dêles lamentavam que êstes Encontros não pudessem ser abertos a todos os equipistas, pois são inegáveis os frutos de compreensão, interêsse e entusiasmo que suscitam e evidente o dinamismo que comunicam. Mas, a natureza mesma dêsses Encontros obriga não só a limitar o número de participantes, como também a abri-los a casais com alguns anos de experiência da vida de equipe.

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Porquê, então, não se realizariam encontros ao alcance de todos os equipistas, sem visar os aspectos característicos de uma formação mais intensiva e profunda, mas cap:azes de comunicar a mesma vibração decorrente de uma compreensão melhor das Equipes e do papel que lhes cabe na consolidação da família e, consequentemente, numa paxticipação mais consciente na edificação da Igreja de nossos dias? Da idéia passou-se ràpidamente à ação. E aí temos os "mutirões", iniciados o ano passado a título experimental e firmados neste ano com programação bem estabelecida que irá sendo melhorada com as lições da experiência. Nêles se troca em miúdo o que está nos Estatutos, esclarecendo pontos obscuros, reforçando outros, abrindo o diálogo franco em grupos de trabalho. E dando mais uma oportunidade de estreitar amizades, de sentir o calor humano entre irmãos unidos no mesmo ideal. Mas o que caracteriza os mutirões é a união de esforços entre "vizinhos". Em Taubaté, em Ribeirão Prêto, casais de São José, do Rio, de Jundiaí, Jaú, São Paulo, foram dar a sua colaboração acs equipistas locais e com êles trabalharam num ambiente de alegria c fraternidade inegáveis. Mutirão, nas Equipes, é, em resumo, a vivência do auxílio mútuo, característica fundamental do nosso Movimento. E. já que voltamos a uma definição, vale a pena lembrar o que diz ainda a Enciclopédia Barsa: " De regra, o vizinho que recebe o benefício obriga~se a retribuí~ lo na primeira oportunidade" ... Caros amigos, a ECIR espera que, dêste auxílio mútuo entre vizinhos, mais do que isto, entre irmãos de ideal. resulte compreensão me~ lhor das Equipes, acréscimo na fraternidade, aprofundamento espiritual e entrosamento cada vez maior entre equipes, de modo a fazer do Movimento, realmente, uma "equipe de equipes".

Tôda a fraternal amizade da

E C I R

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A E.C.I.R. SE APRESENTA

Falam Dirce e Rubens

E gente, chegou a nossa vez. V amos nos apresentar: Dirce de Jesus e Rubens de Moraes. Estamos casados há dezesseis anos, temos cinco filhos: Sônia com quinze anos; Sueli, quatorze; Luiz Fernando, dez; Luiz Guilherme, cinco e Solange com quatro anos. Rubens trabalha no Banco do Brasil e, pelos idos de 1955 foi transferido de São Paulo, nossa terra natal, para Jundiaí onde estamos até hoje. Aquêles primeiros anos longe dos parentes, em uma cidade desconhecida para nós foram de algum sofrimento, especialmente para Dirce, então às voltas com os problemas de filhos ainda pequenos. A vida espiritual, nesse tempo transcorria bastante medíocre. Contentávamonos com a "assistência" à missa dominical e achávamos que tudo estava muito bem com duas ou três comunhões anuais. Entretanto, Deus, em sua divina bondade, convocou-nos para as ENS. Lá por 1962 recebemos um amável convite para participarmos de uma reunião, vindo de um colega de banco do Rubens. Em circunstâncias normais teriam recebido um diplomático NÃO . Como sairíamos de casa, à noite, deixando nossos filhos pequenos? Não precisaríamos Porém, naquele momento, alguma nem dar uma desculpa social. coisa impeliu~nos a aceitar o convite e respondemos SIM . Só muito mais tarde viemos a saber que quatro ou cinco casais convidados antes de nós haviam respondido NÃO. O fato é qll'e à noite, lá estávamos, envergando a roupa "de missa·· . Imaginem que para nossa informa'Ção veio de São Paulo um fabuloso casal equipista que, durante algumas horas, encantou-nos dando em linhas gerais o que pretendiam as ENS . A dose foi suficiente; foi a nossa ·e strada de Damasco, nessa noite "cai mos do cavalo". Gente, a turma daquela época era fogo. Imaginem que, para pü~ tar a nova equipe, mandaram-nos um casal que viajava tôda vez até aqui. Passamos meses deliciosos com êles, recebendo de maneira clara e objetiva tudo aquilo que o Movimento nos oferecia e de nós esperava. Um dia fomos deixados por nossa própria conta. Sofremos um pouco; chegávamos até a ficar magoados pensando que éramos preteridos quando alguém se projetava mais. Mas fomos amadurecendo e

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com a inestimável ajuda de nossos ligações ...- que eram lá dos Estados Unidos de Campinas ...- completamos o noviciado. Iniciativa que contribuiu decisivamente para o crescimento de nossa equipe foram os cursos de Preparação ao Casamento. Resolvemos iniciar êsses cursos em J undiaí e então percebemos com maior clareza tôda a vitalidade do auxílio mútuo. Telefonema para cá, tele~ fonema para lá, conseguimos descobrir que o responsável por aquêles cursos era o casal Tereza e José Eduardo de Macedo Soares! E não é que os dois abalaram-se até aqui por cinco noites, a fim de dar um curso para alguns casais de noivos e assim ensinarem-nos, ao vivo, como a coisa se pvocessa. Depois dêsse testemunho, nossa equipe "t~ pou a parada" e até nós, que jamais tínhamos falado em público .até hoje apanhamos ...- aceitamos proferir a palestra inicial para o prox1mo grupo. Fizemos descobertas. Descobrimos quantas riquezas possuímos, graças ao Movimento, sem o saber. Descobrimos que os prestes a ingressar na vida matrimonial precisam menos de teorias e mais de testemunhos e da vivência de cristãos casados. O tempo foi passando e um belo dia recebemos nôvo convite, agora para fazermos a ligação de duas equipes. Nunca tivéramos o menor motivo de arrependimento para aquêle primeiro e segundo "sim" que disséramos, muito pelo contrário, só nos aprofundamos cada vez mais no conhecimento de Cristo. Aceitamos o cargo embora reconhecendonos despreparados. Foi uma sorte danada pois, se tínhamos o apôio, a caridade fraterna e o auxílio mútuo de nossa equipe, ganhamos mais doze casais a se irmanarem conosco. Procuramos então fazer como o Gérson na Seleção: transmitir, animar, traduzir as orientações da vanguarda e, vice-versa, levar os sucessos, as dificuldades da retaguarda para a vanguarda. E foi assim que sentimos tôda a magnitude do man~ damento nôvo : "Amái~vos uns aos outros" ... Pelas tantas recebemos um convite que realmente nos assustou . Estávamos sendo convocados para a&sumir a responsabilidade de uma Coordenação, em substituição aos então responsáveis que iam mudarse de Jundiaí. Sentindo, como novatos, todo o pêso da nova responsabi~ lidade, encontramos mais uma vez, pontificando, o auxílio mútuo. Desta vez por intermédio de nossos regionais, que nos ampararam , corrigiram, chamaram nossa atenção. Assim apoiados conseguimos desempenhar o cargo, mesmo quando a Coordenação transformou-se em Setor. Entra em cena agora o padre Vital Carrijo, o bom mineiro de Uberlândia, todo humildade, espiritualidade e desapêgo. file consti·· tuiu-se num apôio extraordinário à nossa missão à frente do Setür e a nós como casal. Conhecedor profundo dos métodos do Movimento e das reais necessidades dos casais, é, no sentido integral do têrmo, nosso CONSELHEIRO ESPIRITUAL. Em princípios do ano passado, somos chamados a São Paulo e, tremendo de mêdo, recebíamos e incumbência de sermos regionais. A coisa não admitia vacilações: o jeito era aceitar. O pior é que,

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um mês depois, fomos eleitos membros da ECIR. Confessamos que foram momentos de angústia e até incerteza; mas por fim venceu nosso amor pelo Movimento e nossa vontade de servir a Cristo onde Sle desejasse. E aqui estamos nós, trabalhando mais do que nunca, porém con~ tando com todo o apôio e o exemplo de uma equip~ verdadeiramente de Nossa Senhora que é a ECIR. Sentim~nos às vêzes assustados e preocupados, pois a herança que recebemos daqueles que nos ante~ cederam é qualquer coisa notável pelo vulto da obra realizada, pelos exemplos de dedicação e de entrega ao Movimento que êles nos legaram, pelos frutos que produziram representados pelas trezentas e tantas equipes vivendo o ideal dos nossos estatutos e desejosas de transformarem~se em mais trezentas e tantas equipes. Mas, se o fardo é pesado, temos Cristo conosco, temos todo o poder das orações de nossos irmãos, temos a certeza de que a nossa entrega total e sem condições, trará frutos na proporção de cem por um .

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Mis~ão

da

Família

Coufe7'ência pronunciada em 2 de maio, na Igreja de São Paulo - Fora dos Muros -, por Sua Emi· nência. o Cardeal Jean Daniélou, para os dois mil casais equipistas que se encontmvam em peregri1~a­ ção em Roma.

A família , como outros setores da Igreja, encontra-se hoje em crise. Isto significa duas coi as: Por um lado, o confronto da Igreja com a.:; realidades sociológicas ela civilização moderna, provocando sérios problemas a exigir solução, mas tam!bém chamando a família a suscitar novo:. valores, como demonstrou o Concílio Vaticano II. Temos uma revalorização elo amor humano, a tran smissão da vida torna-se uma decisão mais pessoal. Por outro lado, o confronto ela Igreja com as ideologias falsas, com uma pseudo-sinceridade que põe em questão a fidelidade, com a dessacralização, que destrói o sentido divino do amor e do matrimônio, com tvma tecnocracia a pôr em dúvida o direito dos pais na educação dos filhos. Torna-se premente, portanto, primeiro, reafirmar os fundamentos perenes do amor humano e da família para, em seguida, estudar a forma de responder às solicitações do mundo atual.

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O

SE~TIDO

DO Al\10R

A primeira mtssao do casal cristão no mundo de hoje é testemu· nhar a di<gnidade e o valor do an:or humano, numa época em que êsse amor é tã.o frequentemente degyaclado. ~ste é um apêlo imperioso; é o que a Igreja espera dos casais cristãos. O amor humano se realiza na graça do sacramento do matrimônio - de um lado, nas exigências e al~·rias da sua realidade de outro, assumido pela caridade do Cristo, dilata-se além dos seus próprios limites. Isso se aplica aos assuntos do sexo. É uma graça dada ao nossos tempos, o fato de os recursos e a natureza do sexo serem olhados com maior razão e com vistas mais claras sôbre seu lugar na vida humana. É uma reação sã contra certos tabttS. E é oportuno reconhecer a contr ibui-

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ção positiva para isso trazida pela psicanálise. Por outro lado. estamo-; hoje em dia face a uma obsessão pelo sexo, favorecida pela vida fácil, pela comercialização do erotismo e pelo abuso da psicanálise. O amor cristão tem, a1qui, uma missão de su·n~ta importância. Considera a exuali ade como manifesta.ção maravilhosa da criação de Deus, e que a complementação do homem e da mulher é uma fonte de alegria, de generosidade e de beleza. Para o amor cristão, a sexualidade não se reduz a um, ato físico. O dom carnal só é fonte de felicidade quando é expressão de um amor consciente. Ferida pelo pecado, a sexualidade precisa ela graça para orientar-se, e equilibrar-se, e só encontrará seu verdadeiro sen · tido ao transmitir a viela. Outro aspecto positivo de nosso tempo é maior consciência do amor como encontro de pessoas. Muitos têm considerado o casamento uma in tituição. ~!e tem êsse aspecto, mas é, antes de mais nada. o encontro ele dois seres. Isto se manifesta, hoje em dia, pela liberdade de escolha já menos condicionada por considerações sociais. As exigências do casa. mento são consideradas, sobretudo, como consequência elas exigências próprias do amor. E, por haver na personalidade do outro uma incalculável profuncliclade, a{]_uêle que sabe amar não encontra nunca a saciedade. É fazendo a felicidade do outro que o amor é fonte ele graça e elo esquecimento de si. Pela confiança mútua, êle exclui a traição e a infidelidade. É preciso assinalar que o aspecto pessoal do amor e tá hoje pervertido. Partindo de uma falsa concepção de liberdade - con iclerada como perpétua contestação e disponibili acle - rejeita-se a inclissolubilidade do matri.mônio e apresenta-se o divórcio como uma conqui ta. É ignorar que a liberdade não se completa verdadeiramente senão pela fidelidade. Livre é o homem capaz de assegurar as suas fidelidades fundamentais malgrado as flutuações de sua sensübilidade superficial.

Nesse nível já existe no amor humano algo ele sagrado. Quando da criação da primeira mulher, Atdão caiu em êxtase, tão intensa era a presença divina. O que, aqui, eleva o homem não é a fôrça obscura da vida, a exaltá-lo na ilusão de u.m instante para em seguida o lançar no nada. É através do amor de um !'er, a descoberta absoluta do amor e daquêle que é Amor. O mistério do amor é atingir o absoluto. É por isso que o amor autêntico converte o coração e suscita a ação de graças. O amor ·humano, porém, só revela tôda a sua profundidade no mistério do amor cristão. É aí que o seu sigij1ificado transparece: o mistério .nupcial é o mistério das bodas ele Cristo com a humanidade. T6da a revelação cristã é em verdade a revelação do amor. O amor existe eternamente em Deus no dom recíproco das Pessoas divinas. É o amor do Filho de Deus pela humanidade, que encontra a sua expressão no mistério ele Cristo e da Igreja. O amor entre cristãos, em particular no casamento, é como a epifania do amor eterno. É um amor ele caridade, que se eX!prime na complementação do homem e da mulher, imagem do amor do Cristo pela Igreja.

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O amor cristão é também o que dá ao amor humano tôda sua profundidade, •fazendo-o participante e não somente espêlho do amor de Cristo e da Igreja. ~!e atinge no outro sua dimensão espiritual, isto é, sua plena realização em Cristo, e só a consegue porque está animado pelo Espírito, pelo qual a caridade se derrama nos corações. ~!e faz da união dos esposos um crescimento espiritual em que são solidários e onde o sacramento do matrimônio é fonte viva de perpétua renovação. O amor cristão é assim radiante testemurrho: "~le é, diz a "Lumen Gentium", a condenação do mundo pecador e a luz daqueles que procuram a verdade". Com efeito, é expressão da esperança que todo coração traz em si. Empolga e atrai. Desmascara os desvios e o aviltamento do éllmor, condenando assim o mundo pecador: julga-o, apontando a sua desumanidade e a sua degradação. Mais do que nunca a sua luz resplandece na obscuridade que hoje cobre o mundo da sexualidade. Justifica também, pela natureza da felicidade e da luz que proporciona, ao; exigências e os sacrifícios que comporta. Traz em si mesmo a sua justificação.

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A TRA::.JSMISSÃO DA FÉ

A família é educadora ela fé, não somente por aquilo que os pais foram capazes de transmi·tir através da catequese, e também, muito mai~ amplamente, na medida em que ela fôr um meio favorável ao despertar da criança para uma existência cristã. A " Constituição sôbre a Igreja e o mundo moderno", "Gaudium et Spes", contém um capítulo muito importante sôbre a família e sôbre a missão da família, do qual eu gostaria de citar apenas o seguinte trecho: "Na missão dos lei•gos aparece o alto valor de um estado de vida, santificado por um sacramento especial, a viela do casado e da família. O campo de atividade, a escola por excelência do apostolado dos leigos. se acha na família onde a religião cristã impregna tôda a organização da vida. Lá os esposos acham sua vocação mais apropriada: Ser um pelo outro e por seus &ilhas, testemunho do amor do Cristo. A família cristã proclama simultâneamente as virtudes do Reino de Deus e a esperanç~ da vida bemaventurada". Eu penso que neste texto há uma inspiração extraordinária. Quero ressaltar aqui simplesmente duas frases: "O campo de atividade e a es· cola por excelência do apostolado dos leigos se aoha na família, onde a religião cristã impregna tôda a organização da vida". Encontréllmos aí duas afirmações notáveis. A primeira é que o campo de atividade essencial elo apostolado dos leigos é a família; isto quer dizer que é em primeiro lugar na construção de sua família que os

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leigos exercem seu apostolado. ~sse apostolado não deve ser procurado em primeiro lugar nas múltiplas obras, por mais benfazejas e salutares que elas seJam. É necessário que os leigos cooperem, mas o traJbalho essencial dos leigos cristãos, do espôso e da espôsa, é essencialmente de criar esta coisa admirável que é uma família cristã. Os pais que não percebessem que essa é a sua tarefa primordial faltariam gravemente à sua vocação de apóstolos leigos. A -família cristã é aquela em que a religião penetra tôda a orgflnização da vida. O clima de uma família cristã é aquêle que permite aos fi lhos encontrar em seu seio felicidade, beleza, inteligência. As crianças são extraordinàriamente sensíveis ao ambiente familiar. Criar êsse ambiente é obra eminente dos pais. Muitos pais, cristãos ou nã·o, deveriam compreender que êles precisam subordinar seus problemas pessoais à responsabilidade, que é sua, de criar, à própria custa e pelos sacrifícios que terão de fazer, o clima de felicidade onde os seus filhos se desenvolverão. Alfinal. como diz Claudel, "para que serve a viela senão para ser doada"? Diz um texto do Concílio:_ "O Espírito cri lão deve impreg1nar o. própria organização da viela familiar". ~le deve encontrar sua expressão na liturgia e, grC~Jças a Deus, há ainda famílias onde pais e filhos se encontram à noite, para rezar juntos, mostrando assim que a família é a primeira célula elo povo de Deus. Cristo disse: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio clêles". Êsse clima também é formado pela presença, na casa. elos símbolos que fixam na imaginação elas crianças as grandes realidades da fé: o crucifixo na parede do quarto, a imagem da Virgen11 Maria, que os familiariza com o amor ela Mãe de Deus, o presépio na época elo Natal , tôclas elas. coisas a que as crianças são tão sensíveis. Alguns iconoclastas modernos fazem questão ele desprezar êsses símbolos, mas, em verdade, constituem um clima ele imagens e representações muito importantes n.1 evolução da sensibilidade cristã da criança. Clima que transparece ela existência cotidiana, das virtudes evan· grélicas, da expressão ela caridade, da moderação, ela alegria, do equilíbrio, da oração, da vida interior. Fi quei muitas vêzes admirado em ver como os exemplos de dedicação encontrados na família cal.aru. fundo nas crianças (penso no médico do interior cujos filhos o vêem sair a qualquer hora do dia e da noite para atender a um doente)_ 1

As crianças são extremamente sensíveis aos valores morais e à autenticidade dos exemplos que constatam em sua volta e que marcam seu coração ele maneira indelével. Isso mostra a imensa responsabiliclacle dos pais no exemplo que elevem dar. As crianças são extraordinàriamente. perspicazes e, se não encontrarem no clima elo lar essa atmosfera cristã, há o risco ele provocarem-se a - não sabemos quanto - reações muito violentas contra o que lhes terá parecido uma espécie de fachada cristã, atrás ela qual não há virtudes autênticas.

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Evidentemente, quando chega a adolescência novos problemas surgem. É sempre, para tôdas as famílias, um 'momento difícil. Penso que, se êle é difícil hoje, já o foi ontem. Não devemos imaginar que somos a primeira geração na qual as crianças contestaram seus pais. Tanto é verdade que não somos a primeira geração que isso ocorreu, e mais, é bom que assim, seja, para que não tenhamos filhos completamente absorvidos pelos pais e que não ousam exprimir-se. Um dos elementos muito importantes em uma família autênticamente cristã é justamente um certo clima de liberdade, porque, no fundo, a educação das crianças deve ser uma educação na liberdade, pois o fim da educação é torná-las capazes de dispensar seus pais, coisa desejável que ocorra um dia. É sempre perigoso que as crianças permaneçam muito tempo na dependência dos pais, pois é essencial que em dado momento estejam em condições de elas mesmas assumirem suas responsabilidades. A transmissão da fé constitui pois, aspecto essencial da missão dos pais cristãos. Houve época, e b<oje em dia ainda há países, onde a família é o instrumento essencial na transmissão da fé. Na Rússia atual. onde a transmissão pública oficial da fé tornou-se quase impossível, são as mães que continuam a ensinar os seus filhinhos as orações e os gestos essenciais. e um dos aspectos mais comoventes do nosso tempo terá sido a maneira como, graças à família, a fé cristã se manteve viva nos paíse~ que professam oficialmente o ateísmo, onde os padres não podem mais exercer seu ·rninistério.

3- A!ÇÃO SóBRE AS INSTITUIÇOES

A m1ssao dos casais cristãos, constituídos que são por leigos engajados na viela temporal, é também de impregnar de espírito cristão a sociedade mo derna, em particular naquilo que se refere ao casamento. Com efeito. seu ideal não deve ser a sua única preocupação, mas também a massa dos homens que os cercam. As elites estão a serviço das massas. Não basta constituir pequenas comunidades: é preciso que essas comunidades sejam um fermento na massa. Isto se realiza, primeiramente, pelo serviços que a Igreja pede aos casais cristãos, e que a Constituição "Gaudium et Spes" apontou: "Adotar crianças abandonadas, acolher os estrang-eiros, aiudar o bom andamento das escolas, aconselhar e aj,udar os adolescentes. ajudar os noivos e os preparar para o casamento, dar sua assistência ao catecismo, auxiliar esposos e famílias em suas, dificuldaeles materiais e morais, proporcionar aos velhos não somente o indispensável, mas os justos frutos do progresso econômico". De n:aneira mais geral, os lares cristãos tem a missão de agir sàbre o meio social para lutar contra tudo o que o torna desmoralizante. É aqui que aparece a preocupação pela massa. É uma quimera pedir a um conjunto ele homens que viva segundo o espírito cristão numa

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s~ciedade que reflete o oposto. Daí o dever de agir sôbre essa sociedade. No domínio <los costumes, a mulher tem um papel importante. É ela que

dá seu cunho particular às relações humanas. Esta ação consiste, primeiramente, em recriar comunidades, engajadas na vida de hoje e vivendo-a segundo o espírito de Cristo - e que venham a ser como o primeiro esboço de um mundo nôvo. Consideremos a ação exercida em um nível propriamente institucional. Hoje em dia qualquer vida tem uma certa dimensão pública, pois a caridade para ser eficaz, deve agir sôbre as instituições. O destino da família está diretamente ligado à evolução da sociedade, em todos os seus níveis. Será inútil querer defendê-la se deixarmos que se criem condições que a destruirão inevitàvelmente. Donde o dever dos casais cristãos de se interessarem por êsses problemas e de agir. Há problemas ligados ao am'biente em que vivem as famílias, ao meio urbano, e à sua humanização. Há prdblemas de legislação dó divórcio e de contracepção. Há problemas referentes à escola e ao direito dos pais de exigir dela a educação que êles esperam. Testemunhar a riqueza humana e divina do amor humano, transmitir a fé através da família, lutar para criar uma sociedade onde os jovens possam desenvolver o melhor de si mesmo, eis as tarefas do.:; casais cristãos de hoje. Não é preciso dizer que, se essas tarefas são exaltantes. são tamlbém difíceis, em um mundo em que o amor foi degradado, a fé é contestacla, a sociedade encontra-se desnorteada. Eis porque a renovação da vida espiritual é a condição de tôda ação séria. ~sse é o sentido dessa peregrinação ao âmago da Igreja, aonde as Equipes de Nossa Senhora devem haurir o impulso de uma nova partida.

Cardeal Jean Daniélou

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Ao regressarem da peregrinação a Roma, Maria Helena e Nicolau Zarif enviaram uma carta circular a todos Regionais do Brasil, cuja primeira parte foi publi~ cada na Carta Mensal de agôsto. Agora transcrevemos a parte referente à Sessão de Assis esclarecendo que aí êles se abstém de comentar os assuntos tratados e· as conclusões obtidas, pois essa matéria será comentada pela Ecir, ouvidos os três casais brasileiros que lá es~ tiveram.

Por volta das 17 horas do dia 6 de maio, os peregrinos retornaram a Roma e em Assis permaneceram aquêles que iriam participar da "Sessão de Assis" que se iniciou, nesse mesmo dia , às 17,30 horas na Casa Papa Giovanni (João XXIII). na via S. Paolo, com a apresentação dos casais. Pouco antes do jantar, com um frio bárbaro fomos à parte superior da Casa onde estávamos hospedados para apresentação, de J ean-Pierre Hebre, do "itinerário espiritual de São Francisco de Assis". Com o panorama da cidade ao nosso dispôr, Jean-Pierre foi fazendo as indicações das várias igrejas e locais ligados à vida do santo. A noite, participamos de uma celebração, na capela, com leitura de salmos e cânticos. Estavam presentes a Assis trinta e quatro casais, representando a França, Itália, Líbano, Brasil, U.S.A .. Guadalupe, Canadá, Bélgica, Ilha Maurício, Inglaterra, Suíça, Espanha, Austrália, Congo e India. Nós fizemos parte de uma equipe, sob a responsabilidade de Marie Therese e André Gaspard (Bélgica) , integrada por Larry e Joan O'Donnel ( U . S. A. ). lvone e Jean Ruedin (Suíça), Marie~Odile e Henri Chauvin (França, êle responsável pelas celebrações religiosas), Marie e Louis d' Amoawillc (França, responsáveis do Centro Diretor Internacional). O respon~ sável pela casa era o Casal Pierre e Jeannine Roland (Bélgica .....- Conselheiros do Movimento). O programa, a partir de quinta-feira, dia 7 de maio, p3·s sou .3 ser cumprido a partir das 8 horas da manhã, iniciando-se com cânticos e oração seguida! de meditação. As 8,30 horas, íamos ao pequeno desjejum. As 9 horas havia a apresentação do programa do dia, seguida de conferência espiritual. A primeira palestra foi feita pelo Abbé Michel David (dono de uma belíssima voz de barítono), subordinada ao título "Ecclesia". Nesse p,rimeiro dia , após a conferência, os casais tiveram quarenta e cinco minutos para meditar sôbre a mesma

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(quais os pontos novos?; quais os mais estimulantes para nossa vida de casal?; fazemos dessa vida, uma vida em equipes?; equipe e ecdesia) e, ·em seguida, participaram de reuniões em equipes. Ao meio dia foi concelebrada missa, sempre com uma "leiturazinha" em portugnês. Almôço às 13 e tempo livre até 15,50 horas. As 16 horas o Cônego Caffarel fêz as primeiras reflexõe<s sôbr~ o dis c ur ~ o de Faulo VI. dirigido aos casais. Após o jantar, foi realizada reunião em equipe "reflexão em comum sôbre as descobertas feitas graças às E.N.S." ...-, seguida de oração na capela. Na sexta~feira, dia 8, além das partes cumpridas no dia anterior, visitamos a Basílica de S. Francisco, onde foi celebrada a missa na cripta, tivemos reuniões de equipes por grupos linguísticos. No nosso grupo integrou-se José Luis Sotto, um espanhol fabuloso e à noite tivemos o que foi chamado de vigília: os casais se reuniram em uma sala, à luz de velas , onde um casal falou sôbre a vida de S. Francisco, intercalando pequenos trechos musicais ...- e celebração na capela·. A partir do primeiro minuto do dia 9, até às 7 horas da manhã , os casais se revezaram na capela em uma "noite de adoração". Foi um dos pontos altos da nossa estada em Assis. Dia 9 de maio, sábado, foram cumpridas as partes habitu3is, acrescentando~se a ida dos casais em equipes, (no "pé dois") até os ''Carceri" (local maravilhoso onde São Francisco e seus companheiros de retiravam para orar). Foram hora e meia "morro acima" e uma hora "morro abaixo" até o loca·! onde foi celebrada missa e rea~ lizado um "pique-nique" onde os casais falaram sôbre seus países e sôbre seus companheiros de equipes. A noite, foi efetuado o que se chamou de "serão" e que consistiu na apresentação, pelos casais, dos números artísticos típicos de cada país. Vocês não po:dem imaginar o que aprontamos! Nicolau e Ludovic exibiram tôdas "aquelas loucuras" que costumamos oferecer nos encerramentos de "Dias de Formação de Dirigentes" e, para completar, Elza, Marlalba e Maria Helena cantaram "Cisne Branco" enquanto Ludovic, Mariano e Nicolau faziam a "bandinha" . Foi o sucesso da noite. Pediram bis (inclusive no dia seguinte) mas os "artistas", modestamente, não se atreveram a tanto. No domingo, Cônego Caffarel encerrou o exame do discurso de Paulo VI e esclareceu a parte final de suas próprias considerações sôbre a linha a ser seguida pelo Movimento. Foi realizado um plenário com perguntas e respostas sõbre a vida do Movimento. Nós, brasileiros, mantivemos, na manhã do dia 10, uma entrevista com Cônego Caffarel e com os casais do Centro Diretor, utilíssima. Falamos de nosso amor pelas equipes e da necessidade de um crescimento do nú~ mero delas entre nós. Dissemos sôbre as dificuldades enfrentadas na formação de novas pequenas comunidades, diante da falta de um preparo religioso dos casais e das exigências da dinâmica do Movimento. Fomos ouvidos atentamente pelos nossos queridos irmãos que, ao final, solicitaram que enviássemos um plano concreto sôbre -16-


as questões expostas para aprovação pelo Centro Diretor. É o que iremos fazer após a necessária consulta aos quadros brasileiros. A tarde do dia 10, no encerramento da sessão de Assis, houve um pie~ nário de testemunhos. Imperou a lealdade e a correção fraterna . Excelente. Deixamos Assis às 6,45 horas do dia 11 e até agora estamos lã em espírito. Aquela cidade convida à oração. Impressionou-nos : a} ,....., o testemunho da. universalidade do Movimento e da unidade do mesmo; b) ,....., a organização, extraordinária em relação ao número de participantes; c) ,....., a "presença." do Cônego Caffarel. autêntico, inspirado, inteligente, carinhoso e extremamente humilde (por acaso, encontramos Cônego Caffarel na capela em uma de nossas madrugadas e agora sabemos o que é contemplação); d) ,....., a simpatia e a fraternidade dos componentes do Centro Diretor, inexcedíveis em atenção para todos; e) ,....., a descoberta de que nossas sessões de formação "não são de se jogar fora" .

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A Esperança é a Fôrça Animadora do Dinamismo Humano e Cristão

Alocução de Sua Santidade o Papa Paulo VI em recente audiência Pública

Diletos filhos e filhas: Qual deva ser a atitude do homem perante o progresso é uma das grandes interrogações que a mentalidade moderna apresenta a todos os fiéis. É uma interrogação que, normalmente, surge sob forma de objeção, isto é : o fiel é um homem de psicologia estática, fixa e imóvel; a sua fé dogmática não lhe permite compreender as realidades novas , nem desejá-las ou promovê~las; mais ainda, o fiel encontra-se ancora~ do no passado, naquele momento da história antiga, em que se verificou o fato evangélico, há dois mil anos; para êle o tempo não passa, o seu olhar dirige~se para trás; por isso, a sua psicologia é tendencialmente alheia aos acontecimentos grandiosos e precipitados do nosso tempo: desconfia das mudanças que se operam em todos os campos da vida humana: no pensamento, na ciência, na técnica, na sociologia, nos costumes, etc; são pode ser "o homem do nosso tempo", não pode compreender os jovens; não tem aspirações nem esperanças; é, numa palavra, apático e medroso; e, no campo eclesial. é pré-conciliar . .. É necessária uma nova. mentalidade religiosa , uma nova teologia e uma nova Igreja. Esta descrição, da. imagem preconcebida do fiel. poderia prolongar-se indefinidamente. Esta descrição é exata ? O cristão evita, realmente, o imperativo da atualidade e a atração do p,rogresso ? (Cfr. DAWSON, Progresso e Religião).

A FÉ CONSIDERADA COMO PROMESSA Admitimos, ou melhor, defendemos um aspecto essencial do fiel , do cristão, dizendo: êle é o homem da tradição, da tradição em que vive; é o homem de Igreja, ou seja, filho dêste corpo social. vivo e místico, que haure a sua vida de Cristo, cabeça dêste corpo, de Cristo que viveu na história do Evangelho e que agora vive na glória celeste,

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na plenitude divina , à direita do Pai, como afirmamos no Credo. O cristão vive de uma herança, de uma recordação, proveniente de um acont~cimento histórico do passado, decisivo para o destino da huma~ nidade, o Evangelho; vive de uma atualidade . que lhe foi comunicada no Espírito Santo, por uma esfera que está acima da esfera do tempo e da realidade natural: vive da fé, vive da graça. Se êste fio se par~ tisse, a vida do homem, como cristão, extinguir~se-ia. Trata~se, pois, de uma questão de vida ou de morte. Mas, dizemos já que êste vínculo com o passado e com o trans~ cendente sobrenatural, longe de afastar o cristão do presente e do fu~ turo temporal e ultraterreno, o insere nêles mais intimamente. Porquê? Porque a fé, a que êle aderiu, é, por própria natureza, uma promessa; ou melhor, é adesão a verdades que ainda se devem m~nifestar na sua completa cognoscibilidade e na sua posse. A Epístola aos He~ breus, como descreve a fé? Com a célebre fórmula: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e uma certeza das que não se vêem" ( Heb. 11 . 1) . Por isso a fé tem uma relação essencial com a esperança .

DESEJO DO SUMO BEM Sim, com a esperança, que é a fôrça motriz do dinamismo e ainda, como virtude teologal, do dinamismo cristão. Aqui seria conveniente fazer a análise da esperança na psicologia moderna; mas deixam~la a vós. Vereis imediatamente que o homem moderno vive de esperança. A sua alma está voltada para o futuro, para um bem a alcançar; o que possui não lhe é suficiente; pelo contrário, aquilo que possui, em vez de o satisfazer, estimula-o e impele-o a possuir mai s, a. procurar algo de diverso; o estudo, o trabalho, o pro·gresso, a contestação e, até mesmo, a revolução são as outras esperanças em ato. Esta fuga para o futuro, própria do nosso tempo, é inteiramente alimentada pela esperança; e quem simpatiza menos com o passado ou com o presente volta o seu coração para o futuro, isto é, espera; com razão diz S. Tomás que a esperança predomina nos jovens ( Clr. Summa Theologiae, I~Ilae, q. 40, a. 6), com exceção daqueles que , sem esperanças de alcançar um bem melhor no futuro, caem no desespêro, como acontece frequentemente na psicologia crítica e pessimista de tantos homens, também êles filhos do nosso tempo.

O DOM DA SALVAÇÃO Ora, o cristão é o homem da esperança e não conhece o desespêro. E, no campo da esperança, há uma diferença entre o cristão e o homem profano moderno. Sste último é um "vir desideriorum", um

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homem de muitos desejos (entre desejo e esperança há um estreito parentesco : a esperança classifica~se entre os instintos de fôrça, o desejo entre os instintos de gôzo, mas ambos tenderli aos bens futu~ ros); um homem que procura abreviar a distância que o separa dos bens a conseguir; um homem de esperanças a curto prazo e que as quer satisfazer imediatamente; mas , as esperanças sensíveis, econômicas e temporais, são mais ràpidamente alcançáveis e, portanto, imediatamente se dissipam , deixando o coração do homem cansado, vazio e, frequentemente, desiludido. As suas esperanças não engrandecem o seu espírito, nem dão à vida o seu pleno significado, mas orientam o itinerário da própria vida por caminhos de discutível progresso. O cristão, pelo contrário, é o homem da verdadeira esperança, aquela que almeja à obtenção do sumo Bem (Cfr. " Fecisti nos ad Te" (Fizeste-nos para Ti) , de Santo Agostinho, Confissões, 1, 1 ) , e tem a certeza que o seu desejo e esfôrço corroborados por aquêle me~ mo sumo Bem, o qual infunde, na sua esperança, a confiança e a gra · ça de o conseguir ( Cfr. Summa Theologiae, 1-Ilae, q . 40, a . 7). E stas duas esperanças, a profana e a cristã, são alimentadas por uma carência da nossa presente condição de vida , pelo sofrimento, pela pobreza , pelo remorso, pela necessidade e pelo mal-estar; mas, uma diversa tensão sustém-nas, embora a cristã possa fazer sua tôda a tensão verdadeiramente humana e honesta da esperança profana. Não é esta a idéia inspiradora da grande Constituição Pastoral "Gaudium et Spes", do recente Concílio? " Nada existe de verdadeiramente hu~ mano que não encontre eco no coração dos discípulos de Cristo ( n. I, Cfr. Ter., " homo sum: humani nihil a me alienum puto" .

OS DOIS TIPOS DE ESPERANÇA Concluímos, pois, corrigindo a falsa concepção do fiel como ne~ cessàriamente reacionário, pacifista de profissão, estranho à vida moderna, insensível aos sinais dos tempos, um homem sem esperanças; podemos, pelo contrário, dizer que é um homem que vive de esperança e que a sua própria salvação cristã, iniciada e incompleta, é um dom que êle deve obter, a meta que deve alcançar, porque lhe foi dada em forma de crédito, isto é, só "na esperança é que fomos salvos" ( Rom. 8, 24); mas se não quer cair no devorador relativismo do tempo que passa e se não quer ceder ao cego desejo das novidades, separadas da coerência com a tradição católica, não é por isso que se opõe à renovação e ao progresso que se inspiram no desígnio divino; pelo contrário, é promotor entusiasta e inteligente desta renovação e dêste progresso, porque é o homem da Esperança . (Transcrito do "Osservatore Romano" edição portuguêsa de 31-5~70)

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"Brasil, Campeão Mundial de Futebol"

trechos da entrevista do radialista Geraldo Blota, cursilhista , no programa de Hebe Camargo: "No México, os brasileiros quase não saíam do local da concentração e aproveitavam bem o tempo. Pelé e Ro~ berto todos os dias rezavam, juntos, um Pai Nosso e uma Ave Maria com intenções especiais. Assim , rezaram pelas crianças doentes, pelos pobres, pelos opri~ midos, pelos necessitados etc.. Em pouco tempo, os demais companheiros, Brito e etc., passaram a integar essa comunidade de oração". ''No jôgo final contra a Itália, ao· encerrar-se a partida, enquanto havia festas no gramado, Gérson, em um canto do campo, beijando a medalhinha que arrancara de seu pescoço, orou em ação de graças pela conquista e um torcedor mexicano, que entrara no gramado para abraçá-lo, ao vê~lo de joelhos, também se ajoelhou e orou junto".

* trechos da carta enviada por irmãos equipistas de Portugal e Manoel Féteira:

Concha

"Queridíssimos amigos! Muitos parabéns! Muitos pa· rabéns! Muitos parabéns! Campeões do mundo todo, hein?!!! Cá em Lisboa foi o fim do mundo, quando aca~ bou o desafio! Foi tudo para a rua ( erani 9 horas da noite) e as ruas encheram-se de automóveis, apitando com tôda a fôrça, até pela noite fora! As bandeiras do Brasil eram mais que muitas e os nossos manos Brasileiros apareceram de todos os lados. Fomos naquela noite, ainda mais irmãos, se possível!!!" ... "Então que tal o "Tri" FABULOSO! Nós ficamos delirantes. A César o que é de César. Julgo que se há~de chegar à conclusão que o futebol nasceu no Brasil e não na Inglaterra. Deve tratar-se dum êrro históriw! ... "

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SÃO JOSS DOS CAMPOS Recebemos o primeiro número do boletim do Setor de SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Modesto como convém a um primeiro número, lembrando os artigos de um jornal mural, mas com bastante conteúdo. Dentre as atividades das Equipes de São José, queremos transmitir a vocês algumas boas idéias: As equipes do Vale do Paraíba e Mogí das Cruzes realizaram em agôsto um encontro. É a excelente oportunidade para troca de experiências, auxílio mútuo, orações em conjunto e estudos. Achamos muito válido êste intercâmbio. O Setor, através do boletim, chama a atenção dos equipistas para o compromisso: sua necessidade e seu significado. Transcrevemos um trecho: "Em nosso Setor a preparação para o Compromisso está sendo levada a sério, a ponto de se sustar o andamento de pedidos, enquanto os casais não participarem de uma sessão especial para informação sôbre a atitude que vão tomar. Compromisso é engajamento recíproco com o Movimento. Nesse caso , o Movimento tem o dever de esclarecer. É o que será feito".

BAURU O Setor de BAURU também enviou-nos o n. 0 11 de seu boletim. Neste ano em que o Movimento comemora no Brasil os seus 20 anos de existência, em Bauru completa 1O anos. Conta agora aom 7 equipes, congregando 50 casais, sempre dispostos e cheios de entusiasmo. Uma das atividades do Setor é o curso de preparação para o casamento de iniciativa das ENS, que tem tido absoluto sucesso e que se tornará obrigatório por determinação das autoridades eclesiásticas. Também na esfera da assistência social o Setor de Bauru está funcionando. No ano passado e também neste, os equipistas colaboraram na "Campanha do Agasalho" , lançada na cidade pela Prefeitura e Consórcio da Promoção Social. Coube às senhoras equipistas produzir 150 agasalhos p.ara as crianças pobres. Está se tornando costume em algumas cidades do interior de São Paulo, a ornamentação das ruas por onde deve passar a procissão de Corpus Christi. É mais uma expressão de arte popular: com materiais os mais diversos, desde flôres , cortiça, tampa de garrafas, café, etc., são compostos maravilhosos desenhos em rico colorido no leito das ruas. Muitas vêzes êstes desenhos são completados por ornamenta-ções também dos postes e árvores. Em Bauru os equipistas contribuíram

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ativamente para esta decoração e acompanhados de seus filhos, entregaram~se a esta agrádavel tarefa, transformando num tapête vários quarteirões, especialmente em frente à Catedral do Divino Es~ pírito Santo. O Setor de Bauru tem demonstrado que sabe o que é boa venta~ de e colaboração. Um exemplo disto é a atitude do casal atualmente responsável pelo boletim. Assim que tomaram o encargo de confec~ cioná-lo, entraram em contato com a C. M., enviando sua colabora~ ção. Agradecemos muito, pois só assim a C. M. será realmente aqui~ lo que os ca,sais equipistas esperam dela. Que o exemplo seja por O'lltros seguido.

MAR!LIA De MARILIA nos vem informações de um setor que é inteiramente dinamismo e entusiasmo. Gostaríamos de transmitir aqui a experiência pioneira daquele Setor: Existe em Marília uma equipe de viúvas. A modalidade foi fun~ dada em 1957 na França e ,s e destina às viúvas que forem atraídas pelo ideal das ENS. A finalidade dessas equipes é promover, em ambiente de ajuda mútua, a elevação espiritual consciente de suas integrantes, de forma a dar à vida de cada uma um nôvo interêsse e razão de ser,em fraterna caridade. A primeira equipe de viúvas de Marília conta atualmente 12 elementos, que se reúnem mensalmente à maneira das ENS, em encontro humano e espiritual, para rezarem juntos, estudar, refletir e aprender a olhar a vida com os olhos da Fé. Várias componentes da equipe de viúvas participaram do último retiro das Equipes. Atualmente é conselheiro espiritual o Cônego João Tófoli. Os primeiros passos para a organização da segunda equipe já f~ ram dados . Esperamos bom êxito no empreendimento, para que se possa dar a essas participantes a certeza de que a morte transform a mas não destrói a união de dois seres que "se esforçaram para se amar com um amor de eternidade".

FLORIANóPOLIS ~ste mês recebemos dois números do Boletim Informativo da Re~ gião Santa Catarina ,...... Rio Grande do Sul. Do primeiro boletim extraímos o seguinte tópico:

" No dia 12 tivemos um encontro diferente. Dirigentes do Movimento Familiar Cristão e das Equipes de Nossa Senhora, das cidades de Brusque e Florianópo~ lis, reuniram-se para planejamento prévio de um trabalho conjunto dos dois movimentos. O encontro teve a duração de duas horas e trouxe resultados positivos : em 1970 o Movimento Familiar Cristão e as Equipes de Nossa Senhora darão tôda a sua atenção aos CUR-

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SOS DE PREPARAÇÃO AO CASAMENTO como atividade apostólica prioritária, enquanto que na parte de formação espiritual será dada atenção especial aos RETIROS PARA CASAIS e PALESTRAS DE ES~ PIRITUALIDADE. Para o próximo mês teremos um roteiro definitivo dêsse trabalho em conjunto do•s nos~ sos movimentos de família".

SETOR "D " SÃO PAULO O Setor "D" de São Paulo impnm!U um bonito manual. que foi distribuído a todos os equipistas, contendo tudo o que pode interessar a êles. Começa com o artigo "Conheça o Seu Setor". Em seguida relaciona nome, profissão e enderêço dos membros das onze equipes que o compõem. Depois o mesmo sõbre as ligações. Tudo em bonita impressão. Como nos agradam as coisas bem apresentadas! Um artigo sôbre o casal de ligação, lembrando que êle deve ser recebido pelas equipes como um companheiro a quem foi confiado um papel difícil e não como um estranho que vai vigiar o que acontece ou o que deixa de acontecer nas reuniões da equipe. Em seguida a programação para o ano. Tudo explicando de maneira minuciosa, mas breve, de modo atraente. Em uma fõlha côrde-rosa está o mapa do itinerário para o piquenique anual. Um artigo sôbre as missas mensais, as reuniões mistas, o curso de noivos , o coral. a festa de Natal. Parabéns ao Setor "D" pela boa programação e pela ótima apre~ sentação.

Deus Chamou a Si

I!

N o dia 10 de julho D eus chamou a sí Maria Jacy Vianna. de Camm-go, da E q-nipe de Nossa S enhora do Rosário, n.0 5 do S etor D de São Paulo. Unamo-nos às orações da R aul, de seus filhos e de seus companheiros de equip e.

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Testemunhos da Oração A ECIR recebeu a seguinte carta: com alegria a circular de \'ocês, pedindo orações e sacrifícios dos casais da equipe da qual somos responsáveis. Vossa carta foi lida na reunião de junho, e, depois de testemunhos maravilhosos, passamos a transmitir o que resolvemos. De julho a dezembro, casais de nossa equipe oferecerão semanalmente uma missa nas intenções pedidas. Nosso Conselheiro Espiritual também pedirá em suas missas pelo êxito dos dias dos J\Iutirões e dias de Formação de Dirigentes. Durante o Retiro que tivemos nos dias 3, + e 5 dêste mês, nas orações dos fiéis, nas meditações, via -sacra, sempre nos lea~ bramas do pedido de vocês. Receben~ os

Recebam um abraço fraterno de seus irmãos em Cristo e a certeza de que, juntamente com os equipistas de todo o Brasil, estaremos orando pelo sucesso dos dias de Formação de Dirigentes e :\Iutirões.

Novas

Equipes

Com prazer comunicamos o pedido de admissão da segunda equipe de Garça. Contando com sete casais, terá a invocação de Nossa Senhora Aparecida e a assistência espiritual do Padre Antonio Mathias.

* Em sete meses, esta é a segunda vez que temos a satisfação de anunciar a filiação de uma nova equipe. - Mas, em sete meses, só se formaram duas equipes? Não acreditamos. Infelizmente a Secretaria não tem recebido comunicados sôbre outras admissões. - Mas, à direção do Movimento, à ECIR, não chegam êsses avisos? Também ela não os tem recebido. Queridos Responsáveis por Setores: por favor, mandem-nos essas notícias; é tão estimulante para todos nós ficarmos sabendo que. além de nos aperfeiçoarmos espiritualmente, tanfuém estamos crescendo em número!

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BALANCETE DA SECRETA RIA (]unh o de 1970)

RECEITA:

Contribuições Venda de Impressos e Livros Peregrinação a Roma o

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Saldo credor em 31 / 5/ 70

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DESPESAS:

3 467,67 1 750,00 60 ,00 10331 ,80 1 0123 ,25 22,20 81 ,50

Tipografia e Papelaria Salários (junho) . Sessão de Formação de V alinhos Despesas com Peregrinação a Roma Aluguel (maio e junho ) Luz T elefone Correio, Condução, Telegramas, Rodoviária Conservação e Limpeza o

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CONTAS A PAGAR:

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RETIROS PARA 1970

dia 28 a 30 de agôsto, em Baruerí Pe. Francisco de Assis Gandolfo dia 18 a 20 de setembro, em Baruerí Pe. Antônio Aquino dia 25 a 27 de setembro, em V alinhos Pe. Antônio Lobo dia 2 a 4 de outubro, em Baruerí Pe. João Edênio do Valle dia 9 a 11 de outubro, em V alinhos Pe. Frederico Dattler de novembro, em Valinhos 22 20 a dia Pe. Pedro Lopes de novembro, em Baruerí dia 27 a 29 Pe. Oscar Melanson dia 4 a 6 de dezembro, em Valinhos Pe. Alfonso Pastore

ATENÇÃO: os retiros de 18 a 20 de setembro e de 27 a 29 de no-vembro serão retiros em ABSOLU TO SIL:tl:NCIO, atendendo assim a inúmeros pedidos que nesse sentido foram feitos .

g oportuno lembrar mais uma vez que V alinhos comporta 22 casais e Baruerí 27. Filhos menores poderão ser levados e ficarão sob a guarda das irmãsinhas de Jesus Crucificado, que nisso têm muita prática e muito carinho. Suzana e João Baptista Villac (rua Monte Alegre, 759, telefone: 62-8092 ) já receberam inúmeras RESERVAS feitas com antecedência e lembram que só as INSCRIÇõES pagas garantem vagas.

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Oração para a Próxima Reunião TEXTO DE MEDITAÇÃO (Jo 14,

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Quando eu me houver ido e vos tiver preparado o lugar, de nôvo voltarei e vos tomarei comigo, para que onde eu estiver estejais tam~ bém vós. Pois, para onde eu vou, vós conheceis o caminho. Disse~lhe Tomé: Não sabemos aonde vais; como, pois, podemos saber o caminho? Jesus lhe disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. ORAÇÃO LITURGICA (Sal. 122, 1~4 e 8-9) Que alegria, ao ouvir que me diziam: "Vamos subir à casa do Senhor" . Eis que nossos pés se estacam As tuas portas, ó Jerusalém. Jerusalém, cidade tão bem edificada, "Que formas um tão belo conjunto". Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor, Segundo a lei de Israel, para celebrar o nome do Senhor. Por amor de meus irmãos e de meus amigos, Pedirei a paz para ti. Por amor da casa do Senhor, nosso Deus, Pedirei para ti todos os bens. Que alegria, ao ouvir que me diziam: "Vamos subir à casa do Senhor"! Dremos: Senhor, lembrái-vos de vossa Igreja , de todo o mal . e aperfeiçoái-a em vosso amor; reúna-a de todos os quadrantes, dessa Igreja santificada no reino que lhe preparaste, por Jesus Cristo, Vosso Filho, Nosso Senhor. Livrái~a

AMfiM -

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EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciere Paris XIII EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 São Paulo (Cap.)

Tel.: 80-4850


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