ENS - Carta Mensal 1970-7 - Outubro

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EDITOR I AL

Me:1sagem do Centro Diretor . . . . . . . . O Côn. Caffarel Comenta a Alocução de Paulo VI aos Equipistas . . . . . . . . . . . . Fala a ECIR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O Documento Pastoral de Brasília e a Participação dos Leigos . . . . . . . . . . . . . Falam Eslher e Marcello . . . . . . . . . . . . . . Porquê meditar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Recordando o Início dos Cursos de Preparação para o Casamento . . . . . . . . . . Compromissos Os Cursilhos de Cristandade e as Equipes de Nossa Senhora . . . . . . . . . . . . . . . . . . Uma carta mensal Alem ã . . . . . . . . . . . . . . Mais um Encontro das E . N .S . em Brusque . ... ... .... . .. .... ... .... .. . Fala.ndo sôbre dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . Próximos Encontros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Balancete da Tesouraria . . . • . . . . . . • . . . . . Retiros para 1970 . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . Oração para a próxima reunião . . . . . . . • . .

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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria da.3 Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 80-4850 SÃO PAULO (CAP.)

somente para distribuição interna -


EDITORIAL

Mensagem do Centro Diretor

Nos dezoito meses que antecederam maio, todos os nossos esforços foram orientados para a preparação da peregrinação a Roma, preparação material, mas principalmente preparação espiritual de todos os casais do Movimento. Cabe-nos portanto, hoje, interrogarmo-nos a respeito: esta peregrinação correspondeu às nossas esperanças? Podemos responder, sem hesitar , pela afirmativa. O balanço é francamente positivo; rt tomamos consciência, dia após dia, que ela marca uma etapa de primeira importância na história do Movimento. O balanço é francamente positivo no próprio plano do Movimento: a preparação foi benéfica para a maior parte dos casais, mas principalmente os quatro mil peregrinos é que foram profundament~ marcados por aquêles seis dias vividos em comunhão muito profunda, no coração da Igreja, e tomaram consciência através dos encontros com casais vindos dos cinco continentes, da realidade do Movimento. Foi entretanto o discurso do Santo Padre que deu uma dimensão muito excepcional ao nosso encontro: aspirávamos vivamente que a nossa peregrinação fôsse a ocasião de um ensinamento do magistério supremo sôbre o casamento, e disso tínhamos dado conhecimento às autoridades romanas: o discurso do dia 4 de maio respondeu às nossas esperanças além da expectativa: é um grande acontecimento na história da Igreja. Mas, por isso mesmo, coloca-nos em face de um problema: ao nos comunicar êste ensinamento, ao escolher-nos como seus primeiros mensageiros. o Santo Padre confiou-nos uma responsabilidade nova, maravilhosa , empolgante, mas sobremaneira pesada! O que esta responsabilidade implica para nós? antes de tudo, que nós mesmos conheçamos tal ensinamento com efeito, como iremos transmitir um ensinamento se nó~ mesmos o desconhecermos? Ora, êste texto encerra riquezas insuspeitas que os próprios teólogos só irão descobrir pouco a pouco; cabe-nos portanto, empreender um grande esfôrço de estudo e de aprofundamento; em seguida, que nós mesmos o vivamos como poderemos dar o nosso testemunho, como nos concita PAULO VI. se não vivermos primeiramente, nós mesmos, êste ensinamento? Ora, se as perspectivas traçadas pelo Santo Padre são maravilhosas, são também muito exigentes;

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finalmente, que procedamos à sua difusão no mundo inteiro não há um único casal cristão, um único sacerdote, um único educador que devesse agora ignorar esta "boa nova"; ora, para torná-la conhecida, tudo deve ser empreendido, já que a imprensa muito pouca coisa publicou sôbre êste documento; cabe a nós portanto, em grande parte, realizar êste trabalho. Mas esta nova responsabilidade não se limita à simples difusão do ensinamento de Paulo VI. Escolhendo-nos como "mensageiros" , o Santo Padre deu-nos com efeito um testemunho de confiança muito excepcional : ninguém escolhe como mensageiro alguém que não mereça inteira confiança. Temos portanto, o direito de nos sentirmos enobrecidos por esta marca de confiança, mas temos também o dever de empregar todos os meios para corresponder a ela. E isto implica , para o Movimento, que os grandes valores do casamento cristão sejam realmente testemunhados. Como levar êste testemunho ao nosso mundo de hoje? O Revmo. Cônego Caffarel procurou responder a esta indagação na conferência que pronunciou em Roma no dia 5 de maio: as Equipes de Nossa Senhora em face do futuro. É importante que leiamos e releiamos com grande atenção esta rica conferência que foi elaborada a partir de uma série de entrevistas levadas a efeito em vários meios e que é o fruto de um longo trabalho de consultas e reflexões. Ela torna a enfocar o Movimento sôbre os seus objetivos fundamentais, mas ela o faz "em função dos grandes apelos dos homens de hoje". Delineia o caminho para os anos vindouros, abrindo pistas de pesquisas muito mais do que objetivos imediatos e precisos.

O eixo da caminhada assim fixado, resta-nos determinar quais vão ser as etapas concretas de nossa progressão, principalmente no decurso dêste ano 1970/71 que será, de algum modo, um ano chave. Isto vem sendo objeto de nossas reflexões e já falamos a respeito com aquêles dentre vocês que estavam em Paris a 13 e 14 de junho: voltaremos a tratar do assunto no decurso de nossas reuniões do próximo outono. Até lá, gostaríamos de receber idéias, observações, sugestões, no maior número possível. Pensamos, quanto a nós, que êste ano 1970/71 deveria ser antes de mais nada um ano da verdade para o Movimento, um ano no decurso do qual cada um se interrogasse profundamente sôbre a sua adesão ao Movimento, sôbre a maneira como exerce a sua responsabilidade, sôbre o modo como responde ao apêlo que o Senhor lhe dirige. Com efeito, somente na medida em que trabalharmos num profundo sentimento de fraqueza, sinceridade e confiança, em que formarmos uma comunidade de Igreja viva e unida, uma comunidade

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que seja um oásis de paz e de alegria, é que estaremos em condições de responder à confiança do Santo Padre, de sermos portadores do testemunho que êle espera de nós. Pedimos portanto, a todos vocês que entrem corajosamente conosco neste nôvo caminho, difícil sem dúvida, mas sobremaneira empolgante! Louis et Marie d'AMONVILLE

O Cône~o Caffarel Comenta a Alocução de Paulo VI aos Equipistas

Em varzo-s artigos o cônego Ca[[arel comentou o di~5>­ curso do Santo Padre às Equipes de Nossa Senhora. f ustificam-se êsses comentários porque, muitos aspectos daquela alocução, constituem novidades, ricas em suges~ tões, assunto para meditação. Algumas revistas iá publicaram êsses comentários; infelizmente nenhuma em português. Serão transcritas aqui passagens essenciais do seu artigo saído no número 362 da "I nformations Catholiques Intemationales".

A todos os que vão ler o texto da alocução do Papa, como àqueles que o estudarão, creio conveniente esclarecer as circunstâncias em que foi pronunci'ada.

UM DISCURSO "SITUADO" É um discurso "situado": alguém falou a outrem. Paulo VI dirigiu-se a casais cujas pesquisas, preocupações e desejos conhece e que sabe não vieram a êsse encontro sem estarem cuidadosamente preparados, inclusive pela oração. Os dirigentes das Equipes sempre preocuparam-se em informar Sua Santidade, com franqueza absoluta dos resultados das pesquisas realizadas dentro do Movimento nos domínios da teologia e da espiritualidade do casamento. ~les o puseram a par dos problemas, das necessidades, das reações dos casais pertencentes ao Movimento e de outros que conhecem através dos inquéritos anuais.

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De minha parte transmiti~lhe, há alguns anos, um excepcional dossiê com cêrca de vinte cartas escolhidas entre as milhares que . recebi nestes trinta anos de ministério junto a casais: cartas apresentando problemas, dramas de consciência, trágicas situações conjugais. Cartas cruciantes, patéticas, . algumas dilacerantes como um brado de aflição. Comuniquei-lhe, logo após à publicação do Humanae Vitae, a confusão de muitos casais, que nela não encontravam solução para seus mais concretos problemas.

UMA POLíTICA DE DISCRIÇÃO Até agora não julgamos oportuno tornar público nossos perseverantes esforços de informar, dessas nossas solicitações ao Papa. Há aí problemas por demais dolorosos, sutís problemas de consciência, questões muito graves, muito complexas, muito sagradas para serem espalhadas aos quatro ventos e serem discutidas em praça pública. Em lugar de manifestações de rua as Equipes preferiram a velha tradição de peregrinarem, mesmo arriscando parecerem "con~ servadoras". E , antes de ficarem amuadas com o Papa. valorizá-lo, mesmo se, ao escoar~se o tempo, desse a impressão de que não ouvia os apelos. Na praça de São Paulo, às 13 horas do dia 4 de maio, o que fazia <lS casais felizes era a comprovação de terem sido ouvidos e compreendidos. Eles haviam recebido as respostas esperadas; eram respostas que traziam alívio. O Papa acabara não sõmente de aprovar, mas de dar bases seguras àquela espiritualidade conjugal e familiar - que há mais de trinta anos é objeto da reflexão de tantos casais em todo mundo que os ajuda a viver, lhes traz fôrça e alegria em suas horas difíceis. É exultante verem~se abrir novas perspectivas, cheia de promessas, mas também ricas em apelos para uma constante atualização evangélica. Por confidências recebidas no próprio dia, ao acaso de encontros nas ruas de Roma, sei que dissiparam-se ansiedades que há anos sombreavam a vida de certos casais, que caíram vendas que velavam consciências.

NUNCA A ANGúSTIA NEM O MSDO ... Sensibilizaram o auditório não sõmente os ensinamentos do Papa mas também sua "humanidade", o tom de sua voz - infelizmente intransmissível - quando êle lembrou o sofrimento dos casais sem filhos , daqueles cujos adolescentes estão em crise, quando exortou seus ouvintes a nunca cederem ao desenvolvimento à ansiedade; . quando, em uma figura de antalogia, esboçou o mistério da paternidade cristã , quando convidou todos os padres a serem "as testemunhas atuantes do amor do Senhor".

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Era impressionante ouvir o Papa falar como "pai espiritual" . Ele certamente não deixou de falar como "doutor" mas mostrou-se notàvelmente compreensivo.

DISCURSO NÃO SOMENTE PASTORAL MAS DOUTRINAL Porque Paulo VI conhece seu auditório pode apresentar-lhe, sem rodeios e com tôda profundidade, o pensamento divino sôbre o matrimônio. A primeira e segunda parte do discurso são de grande densidade doutrinária. As vêzes as exposições sumárias são apenas esboçadas, assinaladas por uma só palavra, como na passagem sôbre o erotismo, a tentação do angelismo, o ato conjugal, o sentido cristão do corpo, a sacramentalidade do matrimônio, o casal " célula da Igreja", a missão social e eclesial do casal, o mistétio do amor ( "o amor é mais que amor" escreve o Papa) . Mas ao lado dessas pinceladas que indicam pistas, encontram-se ensinamentos precisos, concisos, vigorosos, essenciais. Também a maneira de desenvolver os vanos assuntos é digna de nota. Em boa teologia pós-conciliar o Papa, deliberadamente, desenvolveu os assuntos de maneira dinâmica, evolutiva : "O amor humano, excelente nas suas origens ....- "E Deus viu que isso era bom" - corrompido pelo pecado, resgatado a ponto de tornar-se, pela graça, meio de santificação". Também evolutivo e existencial é o desenvolvimento que se encontra na terceira parte, onde o Papa trata da vida moral e espiritual do casal. Ele não proclama, de chôfre, uma perfeição estática que seria imperdoável nã'o possuir; êle fala de marchas, de etapas, de progressos, de "caminhadas" (a palavra aparece pelo menos seis vêzes) . "Caminhada no amor" é um sub-título do seu discurso. Mas trata-se de uma caminhada "orientada": "caminhai para esta santidade a que todos nós somos chamados. (O a pêlo à santidade no estado matrimonial é a linha mestra do documento. Esquecê-lo é ver-se às voltas com contrasensos na interpretação especialmente da terceira parte). Essa sant'itlade deve ser ao mesmo tempo "a perfeição do amor conjugal". Em uma estrada ascendente haverá fatalmente paradas, recuos e por vêzes desfalecimentos. A preocupação de Paulo VI, como pai espiritual, é defender os cristãos de boa vontade contra o desencorajamento. ~le sabe que lhes acontece encontrarem-se "quase incapazes" de respeitar a lei moral. "Nunca vos desencora jeis no momento d e fraqueza: diz êle com entoação notàvelmente persuasiva o nosso Deus é um Pai cheio de ternura e de bondade, cheio de solicitude e transbordante de amor pelos seus filhos". Parece-me que nos enganaríamos se pensássemos sõmente em faltas carnais quando o Papa faz alusão a "fraquezas" . Mas frequentemente êle refere-se a êsse ideal de amor plenamente humano e cristão que êle esboçou nas duas primeiras partes.

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O ESBôÇO FUNDAMENTAL Em lugar de logo falar do matrimônio como é de costume, Paulo VI inicia considerando a estrutura bi-sexuada da humanidade, considerada não sõmente no nível das ciências humanas como à luz da fé . Isso parece intuitivo. Na realidade os documentos do Magistério sôbre o matrimônio ...- como sôbre o celibato e os estudos teológicos e filosóficos, quase sempre negligenciam êsse ponto fundamental e primordial da dualidade e complementaridade dos sexos, apresentandcrnos um abstrato neutro, assexuado. Quem poderá avaliar tôdas as graves consequências acarretadas por essa omissão? Portanto, desde o princípio de seu discurso . Paulo VI precisa que "é necessário voltar sempre" às primeiras páginas da Bíblia: "Deus criou o homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus, Ble os criou homem e mulher". Os ensinamentos de Paulo VI a êsse respeito são breves mas explícitos e capitais. Coube-lhe fixar uma idéia tão necessária quanto até agora negligenciada. "Certamente, ao longo dos séculos, a Igreja não deixou de elaborar um ensinamento moral e jurídico sôbre o matrimônio, mas êsse ensinamento prende-se quase exclusivamente ao matrimônio como instituição e às regras morais da função genital. não à sexualidade, ao par, ao amor. à espiritualidade conjugal. Por não se voltar ao ensinamento bíblico, perdeu~se de vista o pensamento divino sôbre a dualidade dos sexos para considerar~se apenas a dualidade das funções genitais, visão incompleta e restrita que trouxe sérias consequências tanto para a vida individual do homem como para a dos casais e da civilização. Se, na atração inata que sôbre êle exerce o outro sexo, o ser humano não enxergar senão um fenômeno biológico é porque desconhece seu verdadeiro significado. O celibatário (consagrado ou não a Deus) negará essa atração ou a afastará como uma tentação, acreditando que deve viver na neutralidade, como se não tivesse sexo. Quando aos esposos, reconhecerão que há essa atração, mas em lugar de nela discernirem uma iniciação ao diálogo e às trocas interpessoais, nela apenas verão um convite à união dos corpos para a procriação ou para o prazer. E no âmbito da sociedade constat~se o encontro, a rivalidade, à luta dos sexos e não a cooperação mútua que deveriam ter para construir um mundo mais equilibrado e harmonioso. Pode-se dizer que todos estados de vida, celibato, matrimônio, vida religiosa, sacerdocio, sofreram com essa redução da sexualidade à genitalidade. Seria grave se a Igreja deixasse sem resposta as interpelações dos homens do nosso tempo. A revolução industrial do século XIX fêz-se sem a Igreja; não devem faltar as suas luzes, no século XX, para aquilo que às vêzes chamam de "revolução sexual". Mas eis que Paulo VI afirma: a Igreja traz ao mundo "uma boa nova" nesse domínio da sexualidade, do matrimônio e do amor.

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'FALA . A ECIR Caros amigos "De que tratam vocês, nas reumoes da ECIR"? É certamente uma pergunta que muitos gostariam de nos fazer. E à qual não nos furtaríamos a responder. O que fazemos, em tese, nada mais é do que esforçarmo-nos por cumprir o mais conscienciosamente possível a responsabilidade que nos foi confiada, de animar o conjunto das equipes e procurar os meios para tal e para orientar e coordenar as várias atividades do Movimento, a fim de que atinjam os seus fins. Para isso, reunimo-nos pelo menos uma vez por mês, em casa de um dos membros da ECIR. O bate-papP preliminar nunca se prolonga além da hora marcada para o início da reunião. Se algum de vocês chegasse logo no início desta, teria a nítida impressão de uma reunião de equipe: sete casais e um sacerdote ao redor de uma mesa, discutindo ora calmamente, ora com ardor os assuntos em debate. A primeira coisa que fazemos é oferecer ao Senhor os nossos trabalhos; pedir ao Espírito Santo que supra as nossas deficiências e limitações para um empreendimento que, em última análise não é nosso mas de Deus, d~ quem queremos apenas ser instrumentos. Após uma breve exposição ·doutrinária pelo Conselheiro Esp,iritual, passamos imediatamente para a "ordem do dia" (que é semp.re um convite para não se perder tempo) e que nos · é enviada com antecedênia pelo Secretário, sempre acompanhada de tôda a documentação necessária para o estudo prévio dos assuntos em pauta. Geralmente as atividades de uma ou duas "comissões" são estudadas, cabendo ao respectivo supervisor fornecer os dados necessários. Há sempre comunicações de uns ou de o~tros, decisões a tomar, grandes encontros em fase de planejamento, casos a resolver e que nos vêm das várias Regiões, correspondência com o centro Diretor, apreciações sôbre encontros ou viagens realizados ... Na última reunião todo o trabalho da ECIR concentrou-se na Carta Mensal e nos Compromissos. Tratava-se, em primeiro lugar, de fazer uma avaliação do tra~ balho realizado pela Comissão da Carta Mensal. nestes poucos mais de seis meses de funcionamento. Esta avaliação foi . feita a partir de considerações dos própios membros respectiva equipe de trabalho, em resposta a um questionário enviado previamente. Desde a sua instalação realizou ela uma tarefa magnífica, fruto do esfôrço e de-

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dicação de seus componentes e que tem o seu melhor prem1o na repercussão unânimemente favorável que o "nõvo" boletim das Equipes vem tendo na sua atual apresentação. Não é preciso dizer que há neste particular perfeita identidade de vistas por parte da ECIR. Procedeu-se depois a uma , avaliação dos~ resultados obtidos com o funcionamento da estrutura dada inicialmente àquela Comissão e que, por ser inteiramente nova entre nós, merecia ser revista. Poucos têm idéia da complexidade dos trabalhos que a confecção da Carta Mensal requer. Màrmente tratando-se de uma das atividades mais importantes dentre as várias atribuições da Secretaria e que requer, por sua própria natureza, um perfeito entrosamento com a ECIR e. através dela , com o Centro Diretor. Isto foi conseguido com algumas modificações que a experiência de seis mesçs aconselhava. Com relação aos compromissos, era forçoso verificar a queda sofrida de algum tempo para cá, nos pedidos de compromisso, apesar d() crescimento numérico das equip.es. Quais seriam as causas? De interêsse? Esquecimento desta norma dos Estatutos? Ou certa confusão entre a admissão da equipe e o seu compromisso? Ou ainda o desconhecimento do verdadeiro sentido do compromisso, desvalorizado por uns, supervalorizado por outros? A ECIR empenhou-se a (undo na análise do problema e. já na reunião anterior, tinha êle sido amplamep.te abordado. Um ponto nos preocupava particularmente : ter-se-ia infiltrado, mais ou menos in~ conscientemente nas equipes, a mentalidade corrente em nossos dias que desvaloriza ou nega a validade de todo e qualquer compromisso? Caros amigos. O assunto é de importância inegável. não só para a vida das equipes como também para a própria vitalidade espiritual dos equipjstas. Não cabe o seu estudo neste simples bilhete, mas será objeto de novos esclarecimentos. Uma coisa entretanto deve ser ressaltada desde já. As Equipes de Nossa Senhora são uma escola de vida cristã. A primeira página de seus Estatutos firma uma linha que se caracteriza pela insistência co.m que faz apêlo à vontade firme e decidida de seus membros. Para ser cristão é preciso querer. Querer corresponder às graças do batismo. O Movimento põe à disposição dos casais uma série de meios que os ajudem a querer. Querer, em suma, caminhar para Deus. O compromisso não é nem mais ....- nem menos ....- do que a decisão tomada diante de Deus, de palmilhar êsse caminho, utilizando para isto os meies prop:ostos pelo Movimento e fazendo apêlo ao apõio dos companheiros de .equipe. Voltaremos ao assunto, para desenvolvê-lo como merece. Aqui fica a afirmação de nossa amizade muito cordial e fraterna. A E.C.I.R.

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O Documento Pa;toral de Brásilia e a Participaçjo dos Leigos

Entrevista com O. Lucas Moreira Neves, o.p. Bispo Auxiliar de São Paulo

Em Maio, o Episcopado Brasileiro, reunido por ocasião da XI Assembléia da C. N. B. B., publicou um Documento Pastoral, do qual tivemos a oportunidade de tomar conhecimento através da imprensa, mas que, dada a sua importância, requer um estudo mais aprofundado, principalmente no que tange à participação dos leigos. Essa XI Assembléia reveste-se para nós de uma importância especial: pela primeira vez na história da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, estiveram presentes, além de· bispos e sacerdotes, leigos, homens e mulheres, os quais tomaram parte ativa nos debates durante os três dias consagrados ao estudo da participação dos leigos na vida da Igreja.

Pedimos a D. Lucas Moreira Neves, o.p., Vigário Episcopal responsável pela Pastoral Familiar em São Paulo, e Seci'etário da C.N.B.B. encarregado do Secretariado Nacional para o Apostolado dos Leigos, que nos esclarecesse quanto aos pontos que nos tocam mais diretamente.

C.M. - Afirma o Documento que "cabe à família uma insubstituível missão, que conta entre as mais altas responsabilidades de um lar cristão", a de criar o ambiente propício para que "a Igreja descubra e suscite entre crianças, jovens e adultos, vocações ao sacerdócio ministerial". D. Lucas que recomendações o snr. teria. a fazer sõbre êste ponto? O. Lucas -

Esta palavra do Documento Pastoral é um prolongamento de várias mensagens que nesse sentido aparecem já no Concílio, sobretudo no Decreto "Optatum Totius", sôbre a nova linha de formação nos Seminários. Aí está dito muito claramente que as famílias cristãs deverão ser verdadeit:os seminários onde se preparam jovens para a vocação sacerdotal. Entretanto, nessa XI Assembléia, recolhendo tôda uma série de trabalhos que vêm sendo feitos pelo Secretariado Nacional de Vocações, chegamos a uma visão mais clara: a vocação para o sacerdócio ou para a vida ·r eligiosa deverá ser sempre uma es}J:écie de culminância, de coroamento de tôda

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uma vocação cristã. Para o desabrochamento da vocação ministerial é que o Documento quis chamar a atenção, frisando muito particularmente que a família poderá ser uma sementeira de vocações ministeriais na exata medida em que ela fôr educadora na fé. Em outros têrmos: _.... na medida em que dentro da família o clima, a atmosfera familiar, levar todos os seus membros para uma alta compreensão do que seja a promoção humana, no verdadeiro sentido do têrmo (o que Paulo VI chama de desenvolvimento integral de todo homem); _.... na medida em que a atmosfera familiar conduzir também a uma real educação na fé, uma catequese entendida no seu sentido mais amplo, de verdadeira educação de tõda a vida sob a luz da fé; _.... enfim, na medida em que cada família cristã fôr realmente envangelizadora: i.e., capaz de impregnar de seiva evangélica, de ímpeto evangélico, de fôrça evangélica tôda a vida dos seus membros, particularmente dos adolescentes e dos jovens educados no seio desta família. Nós acreditamos e desejamos que assim as famílias cristãs pre~ parem os jovens para que, se um dia sentirem o apêlo de um país sem clero, o apêlo de uma Igreja que necessita de ministros, o apêlo de Deus que os convoca _.... não por uma voz no ouvido, mas pela voz dos acontecimentos, que são a expressão da voz de Deus _.... êstes jovens estejam dispostos a aceitar ao mesmo tempo o que há de exaltante mas também, o que houver de renúncia , de sacrifício, uma vacacação ministerial. C.M. _.... Diz o Documento que " Quase trinta leigos, homens e mu-

lheres, pensaram, rezaram, confrontaram conosco suas experiências e convicções, suas preocupações, críticas e apreensões. Numa expressão rica de testemunho e espontaneidade, deram-nos, com liberdade plena, sugestões e indicações para uma valorização nova na Igreja do Brasil da específica ação do leigo". Entendemos que essa particip~ão de leigas numa Assembléia de bispos é um fato inédito no mundo inteiro. Como se processou a participação dêsses leigos nos trabalhos da Assembléia? D. Lucas ..- O tipo de participação exercido p~los leigos numa Assembléia de bispos é de duas naturezas: êles trazem a compreensão do mundo próprio dos leigos, que é o temporal, e da presença da Igreja no temporal, e manifestam essa co-responsabilidade eclesial para a qual · o Concílio também chamou a atenção, essa coresponsabilidade hie~arquia-laicato para a construção da unidade visível da Igreja. Para entender como os leigos tomaram parte nos trabalhos é preciso saber que havia dois grupos de leigos presentes na Assembléia. Um primeiro grupo era composto de leigos enviados pelos Regionais ( 1) . Cada um dos 1i' Regionais teve a possibilidade de enviar um

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Um Regional é o agrupamento de várias dioceses de uma mesma região geográfica. Atualmente há no Brasil 14 Regiões pastorais.

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D. LUCAS MOREIRA NEVES, o . p. BispO Auxiliar de São Paulo .

leigp, que vinha não prõpriamente como um delegado do Regional, ma.S assessorando os Bispos dêste Regional. A maneira de escolher êsses leigos assessôres variou muito de um Regional para outro. Em certos Regionais, onde o laicato já está mais ou menos organizado em confederação de movimentos, preferiu-se fazer uma eleição. Em outros, o próprio Bispo, o presbitério e representantes do laicato, escolheram o leigo que deveria assessorar os Bispps dêste Regional. Foram portanto 14 leigos. Mas havia um outro grupo de leigos presentes na Assembléia. Eram leigos - vamos chamá-los de "painelistas" .-- encarregados de fazer a exposição motivadora dos Círculos ou Comissões que trabalharam durante o tríduo. '

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Houve três temas para êsses pame1s. O primeiro, "A Teologia do Laicato" , ficou a cargo de São Paulo. Mons. Roberto Mascarenhas Roxo, Professor na Faculdade de Teologia do Seminário do lpiranga e ao mesmo tempo um dos 30 teólogos escolhidos pelo Santo Padre para a Comissão Internacional de Teologia, foi o Coordenador dêsse grupo. Sle indicou ao Secretariado Nacional do Apostolado dos Leigos um certo número de leigos que foram convidados pbr êste Secretariado para fazer êsse primeiro painel ( 2':). O segundo painel versava sôbre " O leigo e seu engajamento na Realidade Temporal". Ficou a cargo do Rio de Janeiro. O Coordenador era o Bispo Auxiliar de Vitória , D . Luiz Gonzaga Fernandes, que, em, contato com o Secretariado Nacional do Apostolado dos Leigos, convidou um certo número de leigos para realizar êsse painel. "O D iálogo Hierarquia-Laicato" era o tema do terceiro painel, que ficou fundamentalmente a cargo do Recife. Os coordenadores eram D. José Lamartine, Bispo Auxiliar, e Mons. Marcelo Carvalheira, os quais, também em contato com o " SNALE (3}, convidaram um grupo de leigos do Recife para êsse painel. O qui?: seria bom acentuar é que ambos os grupos, tanto o de Assessôres como o de painelistas, tiveram igual participação na A ssembléia Geral. Isto é, estavam presente nas Comissões, com absoluta liberdade de palavra, intervindo quando entendiam e até intervindo bastante, e também na Assembléia plenária , onde se inscreviam para falar e faziam uso da palavra nas mesm as condições e com o mesmo tempo que era dado aos bispos. Isto realmente foi uma coisa excepcional. Mas poderá voltar a acontecer. Pessoalmente, desejo que aconteça várias vêzes. É muito importante p,ara nós essa presença dos leigos , sob a forma de assessoria, de peritos, ao mesmo tempo para nos pôr em contato com a presença da Igreja nas tarefas temporais e para dar êsse sentido de co-responsabilidade. C.M. - Havia entre êsses leigos rep~esentantes de 'Movimentos Familiares? D. Lucas - Como já disse, enquanto os painelistas eram escolhidos pelo Secr.etariado em contato com os Coordenadores, os assessôres foram eleitos ou foram designados no próprio Regional. Ora, por uma coincidência curiosa, dos 14 Regionais, 7 escolheram leigos que atuam em movimentos familiares , mais concretamente no Movimento Familiar Cristão. Havia dois casais presenti?:S. Pelo regulamento, a Comissão Central da C.N .B.B. tinha direito de indicar

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EntFe êsses leigos estavam nossos ex-companheiros de equipe Mário Carvalho de Jesus e Tida e Ernesto Lima Gonçalves. Mons. Roxo foi durante muitos anos Conselheiro Espiritual da Equipe n. 0 2. SNALE - Secretariado Nacional para o Apostolado dos Leigo.s.

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IGREJA E CRISE

"Parece-nos llpOI'tUno abrir êste documento pastoral, ttazendo uma palavra sôbre a impressão difundida um ,pouco em todos os ambiemes, su· blinhada com maior ou menor ênfase pelos meios de comunicação, guardada em silêncio no coração de muitos, experimentada por nós também no dia a dia de nossas vidas: a impressão de que a Igreja está em crise. A perplexidade . que se manifesta, hoje, tanto no mundo em face da Igreja como no seio da mesma Igreja, é 'Ciecorrincia natural da transforma~o global por que passa o mundo, a América Latina, o Brasil . Orga. nismo vivo e que se quer sempre mais disponível para sentir e servir a realidade viva do homem em sua situação concreta, a Igreja não pode passar ao largo, não se PQde desvincular do processo geral ' de mutação, sob pena de trair a razão mesma de sua existência. Por outro lado, sua transfor.. mação supõe sempre a integral e constante fidelidade àquilo que nela não se pode transformar. ~ esta tensão que lhe permite, por um lado, crescer na fé sob a ação do Espírito · Santo e por outro, registrar, na çris!t, a limitação e a busca sincera dos· homens que a integram •" .. Se a Igreja, com os seus homens, suas estruturas, e instituições, com a necessária vinculação ao tempo da expressão e formulação de muitos aspectos da verdade, permanecesse serena e inquestionável, em meio à tremenda crise que abala o mundo contemporãneo, ela estaria, por certo, fora da história. Mas, porque assim não é, ela registra a marcha do homem no tempo e passa também por uma destas transformações profundas, que nem é a primeira, nem será a última. Não podemos esquecer que se a Igreja, em sua dimensão lrerrena, como peregrina da História, está sujeita à crise - em sua dimensão divina, como aprtadora aos homens da verdade eterna do Cristo, contudo ela não pode sofrer o abalo da crise atual. Haverá, é certo, uma explicitação progressiva desta verdade, jamais, porém, uma crise ou mudança desta mesma verdade. ~ importante tê-lo presente para que o impacto das Uransformaçôes na dimensão humana não nos faça esquecer a realidade divina da Igreja. ~ esta, aliás, que, de certo modo, permite balizar e orientar as necessárias transformações. ~ ela, sobretudo, que nos alicerça a fé e a esperança e nos dá a certeza de que, em meio à procura sincera e humilde da Igreja de hoje, o Senhor com ela permanece até o fim." "O Concílio Vaticano 11 é o testemunho mais válido de seu esfôrço para se pór ao passo com a história que o mundo vive. Sob a luz do Espirí&o Santo, presente ao Papa e ao Colégio Episcopal do mundo inteiro, amadureceram, ali, na reflexão e na expressão, não poucos aspectos que se achavam há muito em gestação na crise. Outros, pelo contrário, ti· veram, no Concílio, um ponto de partida autorizado para ser pensado a sério, em contextos novos, que demandam, também novos elementos e formulações ."

um .casal, e foi escolhido o casal Beatriz e José Rezende Reis, de Belo Horizonte, que são atualmente Presidentes Nacionais do M.F.C . e que a partir de janeiro serão Presidentes Latino-Americanos, porque o Brasil foi eleito sede latino-a)llericana do M .F.C. para o triênio 71-74. Depois, houve uma concessão especial para que -fôsse também um casal daqui de São Pau)o, Mar.ia Aparecida e Ernesto Lima Gonçalves: C.M. - Diz o Documento que entre os compromissos pastorais decorrentes dessa teologia do laicato está "consolidar na educaJÇão da fé teolàgicame:nte esclarecida os leigos do Brasil", re:S<pondendo assim a "uma de sua;s grandes aspirações". Na prática. como irá processar-se êsse aprimoramento teológico dos leigosl D .·· Lucas .- Uma maioria substancial dos bispos julga que falta uma formação espiritual para o leigo no Brasil. Muitos bispo·s acreditam que, para cobrir esta lacuna, é muito importante dru:

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vida sacramental, outros, que o que mais importa é levar os leig.o s a mais oração, mas um número maior ainda acentua que o que é fundamental é dar aprimoramento teológico. Notando ajnda que nos questionários que mandamos aos leigos muitos dêles também se queixaram dessa carência de doutrina, nós tínhamos que encarar como se faria ês~ se aprimoramento teológico. Pilra conseguir ês,te fim, uma grande mai~ ria de bispos pediu que o Secretariado Nacional do Apostolado dos Leigos,. em conjunto com· o Secretariado Nacional de Teologia, organizasse cursos de formação em todo o Brasil. Acredito, por minha parte, que êsses cursos organizados pelo SNALE são de grande importância, mas não creio que bastem para um aprimoramento teológico dos leigos. Penso que os cursos do SNALE devem ser feitos para uma representação de cada Região, de cada diocese, e depois prolongados, estendidos, trocados em miúdo para atingir um número cada vez maior de leigos. Estamos enfrentando hoje uma realidade que deve ser levada em consid-eração: nós temos no Brasil não um tipo único e invariável de leigo, mas uma gama extremamente diversificada. Desde leigos fortemente engajados em Movimentos até leigos .- e são a imensa maioria,...... que, por um motivo ou por outro, não estão engajados em movimento nenhum. Para dar outro exemplo ainda: temos hoje leigos que estão exercendo um tipo de engajamento eclesial, quase clerical (leigos que conheço em algumas prelazias do norte, que são verdadeiros chefes da comunidade eclesial e que ali exercem um ministério quase clerical, e no entanto não são diáconos, são leigos) , como temos leigos que estão quase numa fronteira da Igreja, levando a mensagem cristã ao mundo ateu , ao mundo materialista, ao mundo comunista, ao mundo não cristão de hoje. Temos então, leigos nas duas fronteiras: na fronteira do clericato e na fronteira do ateísmo, lidando lá e dando um testemunho de leigo. Nós temos que atingir a um e outro tipo. Temos o dever, a urgência e a vontade de chegar a todos com nossa convocação à integração e à atividade e com nossa ajuda para que sejam fiéi-s à sua condição de leigos. Não podemos nem desejamos discriminar. Porisso é que tem que haver uma variedade muito grande nos métodos e n fórmulas de .aprimoramento teológico de uns e outros, inclusive, a substância, embora igual, que vamos dar a uns e outros, exige uma diferenciação no modo de dar e nos pontos que vamos frisar quando nos estamos dirigindo a leigos que, por missão, atuam em tarefas eclesiajs e a leigos. na fronteira do mundo ateu. C.M. ,...... O que o snr. pensa das possibilidades, pwra a formação te·~

lógiCél' de leigos, dos métodos, adotados pelas Equipes, de estudo de temas específicos em pequenos grupos? D. Lucas ,...... Creio que é a fórmula ideal e é bom e necessário que

se vá aprimorando cada vez mais. Acredito mesmo que seja a fórmula do futuro. Eu faria apenas duas recomendações. Primeiro, que nesta formação por pequenos grupos o teórico, o doutrina]

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servisse apenas de ponto de partida, procurando-se passar imediatamente para o "engajamento" pessoal : que não houvesse apenas um fornecimento de conceitos, de idéias, de fórmulas teológicas, mas que se partisse daí para um compromisso de vida. Segundo, que se chegue à formulação de idéias a partir de fatos concretos ( seja do país, seja da Igreja, seja do grupo ) : que haja sempre ali os fa tos e que êsses fatos fiquem bem abertos para a Revelação. Em outras p,alavras, acho ·que para fazer um aprimoramento teológico nesses pequenos grupos ? e-.,.,emos ter uma escala de grandes valores eva ngélicos ( como, por e xemplo, a pa ternidade de Deus, o mistério da R edenção em Jesus Cristo, a comunhão entre os homens pelo mistério d e Jesus Cristo) , e, à

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VOCAÇOES

Nota-se que o texto não diz " vocações mi nisteriais" (sacerdotais). mas si mp lesmente " vocaçõe s" : trata da vocação do sacerdote e do religioso , mas também da do l·eigo, pois "tôda vida responde a uma vocação" (Pop. Pruw. ·1o, l6). L ~ mbra m os bi spos que " A partir do chamamento à santidade, radicada no batismo, e vocação comum de todos , os bens e ministérios pessoais surgem normalmente num clima de maior densidade de vida cristã (L. G. 39-40) . Nem Deus faltará à sua " Temos cer!Jl!za de que as vocações existem. Igreja e ao seu povo, nem cessará, em tõdas as idades , particularmente na juventude , a capacidade generosa de responder aos apelos do que merece o empenho de uma vida. O que hoje, porém , se exige mais, é a maturidade das novas vocações , que elas desabrochem a partir de uma real educação e interlorização da fé, suponham notável capacidade de serviço e comunhão e se alicercem em opções esclarecidas , que encaminhem uma decisão livre , plenamente pessoal e sõlidamente fundamentada." A Pastoral Vocacional apresenta-se como esfôrço de tõda a comunidade cristã , reunida em tôrno de seu bispo para ajudar " cada pessoa a encomrar o seu lugar na multiplicidade de dons e ministérios" Seu ponto está na opção vocacional, momento em que alguém , livre e conscientemente, assume seu lugar e sua tarefa, em respostas aos apelos de Deus .. . As diferentes vocações emergem da maturação pessoal e comunitária, num clima intenso de adesão a Jesus Cristo e à sua Igreja, numa acentuada sensibilidade ao serviço dos homens ...

t desejo de muitos pastôres a diversificação dos ministérios e dons para atender a uma justa descentralização de tarefas e melhor atendimentq às reais necessidades dos mais variados ambientes. " Evangelizadores , catequistas , leigos engajados nas tarefas que lhe• sià próprias , religiosos e religiosas, diáconos, presb i teros e bispos, todos, a serviço da edificação do Corpo de Cristo, na medida da ajuda mútua e através de organismos adequados, responsabilizam-se, cada qual a seu modo, pelo crescimento do irmão na fé , e na descoberta do seu dom ou . ministério específico." . .. " Contudo, a plenitude de tal objebivo só pode ser conseguida através da insistente oração ao Senhor, a filtl de que ...,..;e operários à sua massa, os mais variados e aquêles que lhe são mais .-sãrios. E ainda pela prece todos nós agradecemos e pedimos o crescimento em fidelidade daqueles que, pela sua vida e testemunho, são incentivo permanente às novas vocações".

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luz dessa escala de valores, partir sempre de fatos concretos, de fatos de vida, para chegar a um compromisso vital também . Isto me parece muito importante p;ara a fonnação do leigo. É preciso que o grupo, ao fim de cada reunião, ou de cada série de reuniões, chegue a um compromisso de vida. Porque senão ficaríamos numa formação um pouco acadêmica, que os seminários já estão deixando e em que correria agora o perigo de cair o laicato.

r C.M. -

'; D iz o documento terem os Bispos decidido " retomar uma série de atividades em ordem à valorização da juventude em todos os meios sociais na vida e na ação da Igreja". Quais seriam essas atividades? D. Lucas -

Dando um ponto de vista muito pessoal, para começar: considero a pastoral da juventude uma das chagas mais dolorosas na Igreja de hoje no Brasil. Não estamos ainda conseguindo - e creio que devemos ter a humildade e a coragem de reconhe~ cê-lo - dar à juventude todo o atendimento necessário. Por dois motivos acredito : primeiro, a ascensão ao mesmo tempo numérica e de influência da juventude nos últimos tempos face a uma escassez enorme de sacerdotes; segundo, as posições assumidas pelos jovens hoje, ligadas à formação, às influências recebidas por essa juventude. Nós, pastôres e leigos interessados no apostolado, ainda não conseguimos projetar uma luz crítica, tirada do Ev~_ngelho e do magistério, sôbre essas tomadas de posição da juV'entude. O sentimento da Assembléia é que devemos na hora atual nos defrontar com os problemas da juventude, com bastante lucidez, e gual a fórmula. a abraçar p.a ra revigorar os movimentos apostólicos da juventude Num diálogo com jovens cristãos, jovens leigos, jovens desejosos de uma inserção na Igreja, deveremos encontrar uma fórmula para dar uma resposta pas~ tora! aos anseios, mas também às resistências, às dificuldades, às tensões que encontramos na juventude do Brasil hoje. Os jovens evoluíram incrivelmente nesses últimos 10-12 anos, em matéria de tomada de responsabilidades muito mais cedo, em matéria de filosofia de vida, e em matéria de engajamento no mundo. Isto vai requerer um nôvo tipo de pedagogia dos movimentos e um nôvo tipo de educação na fé também. Não sei se poderia ser mais concreto, porque estamos em estudos, no Secretariado Nacional do Apostolado dos Leigos, procurando um diálogo com os jovens para ver,· partil}.d o · dêles, o que êles desejam , a que êles aspiram , quais são os problemas que êles enfrentam, para p:odermos em ~eguida formular alguma coisa. Estamos desejando formar no Secretariado Nacional um Ikparta mento da Juventude no qual venham a entrar tôdas essas preocupações. A fase atual é a montagem de um serviço intra-Secretariado onde

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haja adultos e jovens nos ajudando a refletir sôbre os problemas dos jovens. Procuraremos ·deixar para o próximo Secretariado ,. . . . . êste já está esgotando o seu mandato ...- algumas pistas que êle julgará se são ou não válidas, exequíveis, prioritárias. Ao lado de questões como fé, compromisso eclesia1, política, engajamento social, também esporte, arte, canção comunicação social no âmbito juvenil etc., são aspectos da pastoral da juventude que merecem uma consideração, porque fazem parte de uma educação integral e eu estou convencido que a pastoral da juventude deve ter sempre em vista o aspecto pedagógico.

C.M. -

Essa preocupação dos bispos com a juventude é também de nós todos, pais de família, que vemos em muitos casos um afastamento da juventude em relação à lgreja. O snr. poderia nc.s dar alguma sugestão sôbre o que, nós, pais e mães de família, po~ deríamos fazer?

D. Lucas ...- Falando de uma coisa muito minha, porque sou no Brasil, há onze anos, Assistente Nacional do M.F.C. e em São Paulo Vigário Episcopal para a Pastoral Familiar, faço com carinho e lealdade aos nossos movimentos familiares uma crítica: muitas vêzes êles se revelam, ao menos aparentemente, mais conjugais do que familiares. . . Nesta matéria as aparências pesam muito e devem ser levadas em consideração. Pessoalmente, pleiteio que haja meios e modes-de ós filhos terem -também certa participação nos nossos movimentos familiares, seja em nossas Equipes· de Nossa Senhora, seja no Movimento Familiar Cristão. Não proponho fórmulas, proponho uma reflexão ...- inclusive, se fõsse o caso, conjunta . . . . . dos vários .movimentos familiares, para pensarmos como integrar e não marginalizar (consciente ou inconscientemente, querendo ou não querendo) os filhos dos casais.· C.M. ...- Para finalizar, e colocando,.nos um pouco à margem do Documento de Brasília, gostaríamos de formular uma pergunta que se endereça ao mesmo tempo ao Assistente Narional do M.F.C., ao Bispo encarregado do Secretaâado Nacional do Apostolado Leigo e ao Vigário Episcopal responsável pela Pastoral Famili.aJr na arquidiocese de São Paulo: como concebe o papel do leigo casado dentro da lgreja de hoj.e?

D. Lucas ...-

Como de vital importância para a vida da Igreja. Não podendo me alongar, darei apenas um motivo. Para maior eficácia da sua ação pastoral, a Igreja se dividiu em vários ter" ritórios pastorais: há a Igreja universal, como grande mensageira do Evangelho, mas, dentro dela temos as igrejas locais, ou diocesanas, como territórios pastorais de grande importância, à frente dos quais estão os bispos. A própria Igreja local se subdivide nas paróquias, que não têm outra função senão de serem precisamente territórios

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pastorais, onde a Igreja exerce a sua· missão de anunciar o Evangelho, de suscitar a vida de fé:, a vida litúrgica, etc.... Ho je em dia, já percebemos que a paróquia é um território pastoral demasiadamente grande, impedindo que se atinjam as pessoas. Fala-se muito, por isso mesmo, nas comunidades eclesiais de base, que são justamente novos territórios de pastoral. de d imensão mais humana, onde se possa real-

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A PARTICIPAÇAO DOS LEIGOS

~sse

tríduo permitiu aprofundar a teolog ia do lalcato , prolongando em particular, a reflexão desenvolvida no Con· cílio. Destacou-se a Igualdade de vocação e a co-responsabilidade, dentro da diversidade da missão e do mi· nistério: " Na Igreja de Cristo, Povo de Deus da Nova 'Aliança somos todos fundamentamente iguais, pela vocação cristã e pela graça do batismo, pelo destino comum e como membros tratemos da mesma comunidade eclesial. Neste sentido, leigos e pastõres têm uma co-responsabilidade na Igreja, a fim de edificá-la como claro sinal sacramental da unidade dos homens entre si e da comunhão da Humanidade com Deus." " Fundamentalmente iguais, pastõres e leigos se distinguem, no entanto, pelo serviço que prestam, na ~ greja : por sua missão e por seu minis~ério. Os pastõres são revestidos do poder sagrado pelo sacramento da Ordem. Pelo anúncio da palavra, pelo ministério dos sacramentos, pelo pastoreio, devem conduzir de tal modo os fiéis , que todos possam cooperar na obra comum . Os leigos são chamados a viver sua existência evangélica em pleno mundo. Aí dão testemunho de 'sua vocação cristã. Conhecendo e amando o mundo, como Deus o conhece e ama, êles o assumem para tomá-lo permeável, em tudo, ao fermento do Evangelho. Essa é a missão característJica do leigo." " No exercício dêste míni sbério, o leigo também reeebe a ação da fôrça do Espírito. Goza de uma clarividência espiritual , capacidade especial. que a fé lhe comunica, de conhecer os acontecimentos e a própria História , os homens e as coisas, no dinamismo mais amplo do Reino de Deus . Esta visão de fé lhe proporciona uma possibilidade de "julgar " evangelicamente o mundo, no qual estará presente , como agente da História, solidário com ">dos os homens de boa-vontade , para levar a humanidade i sua plenitude em Deus, por Jesus Cristo . . No .e!fercicio dêsse ministério, o leigo goza de uma autonomia que o põe em leal convergéncia com seus pastôres, na unidade da obediência aq Espírito. Oeste conv ívio e ação comum surgir( em grande parte , o Reino de Deus ." " O leigo serve ao mundo em que assume as tarefas que o constroem e, sem detrimento de seus · valôres, é capaz de inserí,los no dinamismo ciD Reino de Deus. ltle proclama a sua fé , evangeliza o mundo, enquanto procura uma resposta cristã para as angústias e problemas: A fome e o trabalho, a violência e a ciDr, a fam ília e a educação .' Pela doação de sua vida às causas da justiça e da paz; do respeito à pessoa: da promoção do homem; êle afirma, na esperança, a certeza de um mundo melhor. Com seus talentos e seu esfôrço, pela palavra do testémunho, êle serve também à Igreja. Colabora para 'que ela seja, de fato, .a grande comunidade Pela liturgia, de salvação. Pela catequese, transmite a Palavra jle Deus . santifica-se na oração e integra um povo que reza. Pela missão revela o Mistério de Cris"l. Pelo espírito ecumênico alícerça a. unidade. Pela comunhão com os seus pa&Wres, abre novos caminhos a~ Evangelho. •

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mente chegar a cada fiel num relacionamento de pessoa a pessoa. Pois bem, parece-me que está esquecido um território pastoral de grande importância, extremamente valioso na experiência da Igreja primitiva - a prova é que São Paulo se refere a êle muitas vêzes e nos Atos dos Apóstolos nós o vemos em pleno funcionamento .....- o território pastoral chamado: casa de família. Acredito que a Igreja não atingirá a sua plena eficácia enquanto não redescobrir ...- não teàricamente, mas na prática ....- cada lar cristão como um verdadeiro território pastoral, à frente do qual há não apenas uma pessoa, mas duas, um casal. Os dois, marido e mulher, receberam para a sua função de responsáveis por êste território pastoral um sacramento, um mandato, uma delegação, da mesma maneira que o bispo e o presbítero receberam um sacramento para estarem à frente da diocese e da paróquia. Notemos que os religiosos e religiosas não recebem um sacramento, porque não exercem na Igreja uma função tipicamente pastoral, mas um carisma, o carisma da vida monástica , lfeligiosa. Pai e mãe de família recebem um sa~ cramento, que lhes dá um mandato para serem chefes de uma comunidade eclesial, para serem responsáveis , portanto, por um território eclesial , o lar cristão. Então, se me perguntam qual é o papel do leigo casado dentro da vida da Igreja , respondo: os leigos casados, o marido e a mulher, re.cebem um sacramento para serem pastôres, de certo modo. Para exercerem um ministério pastoral, à frente da sua casa. E qual o ministério pastoral que exercem? É analàgicamente o prolongamento daquele que o bispo exerce à frente da sua diocese, o pároco à frente da paróquia, futuramente o diácono à frente da comunidade eclesial de base. Isto é, são anunciadores da palavra, e mestres na fé, são santificadores do lar, como "liturgos'', aquêles que conduzem a oração do lar, são orientadores na vida para Deus. É neste sentido que Santo Agostinho entend ia o papel dos pais e mães de família na sua diocese de H ipona. Temos, testemunhando isso, um belíssimo sermão em que ele se refere a êsse ponto: os pais não apenas como educadores, provedores, ou orientadores na vida profana, mas também como verdadeiros chefes de comunidade eclesial. Isto está fazendo falta . Estamos muito habituados a ver o sacramento do matrimônio como fonte de graças pessoais para a felicidade conjugal, ou como animador espiritual da intimidade do lar. Ma.> não vemos bastante o sacramento do matrimônio como êle deve ser, próximo do sacramento da ordem, integrando os esposos no dinamismo da ação pastoral da Igreja, tornando-os responsáveis oficialmente por uma comunidade eclesial. É preciso devolver aos pais e mães da família essa responsabilidade eclesial que perderam e que, nós pastôres, não os estamos a judando muito a redescobrir.

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C.M . ......- Ficamos extremamente gratos pelo tempo que o snr. nos con!sagrou. Tudo o que nos disse vai ser de grande proveito, principalmente essa!S suas palavras sôbre a missão do leigo casado dentro do próprio lar, que merecem uma meditação em profundidade por todos nós, sobretudo os mais engajados, que fàcilmente nos es~ quecemos de que a nossa primeiríssima responsabilidade é formar essa atmosfera félmiliar, condição para o ·desabrochaJr de vocações ministeriais, de que o snr. nos falava no início.

"A chave dos Estatutos está numa palavrinha. Uma palavrinha ·q ue, na primeira parte, volta nada menos que 8 vêzes em 16 linhas ...

...

f:. a palavra "QUEREM". Representa um propósito, uma vontade de progresso, significa o desejo de se pôr em marcha rumo ao ideal.

O equipista está sempre em marcha, porque o ideal de perfeição almejado só será plenamente atingido no céu. Êsse "querem" é a mola que anima a vida da equipe; o dia em que não há mais essa mola não existe mais equipe. Aquêle que, na equipe. desiste de progredir está em contradição com o engajamento fundamental expresso pela palavra "querem". Pois é pela tensão em direção ao objetivo que se mede o valor do nosso esfôrço. Não importam as infrações, ou a ausência de infração. mas sim essa tensão de todo o ser em direção ao ideal procurado" . (H. Caffarel, " O Espírito dos Estatutos". Conferência aos Casais Pilotos e Casais de Ligação, Colégio Santa Cruz, novembro de 1962) .

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A ECIR SE APRESENTA

Pr::llr::lm 8STH8R 8 mr::lRC8LLO

Já faz muitos anos que entramos para as equipes. Lembramo-nos bem da época, pois nossa segunda filha tinha apenas 2 meses. E em fevereiro dêste ano, ela já completou suas 16 primaveras.

E entramos. . . sem querer entrar. Achando que não precisávamos. Nós dois sempre fomos privilegiados. Ambos nascemos em lares onde se procurava viver o· cristianismo. A mãe de Marcello - falecida quando êle tinha 17 anos - era de uma fé de abalar montanhas. Sua maior alegria, apesar de muito doente, era assistir à missa, o que fazia todos os dias em que podia. O pai de Esther - falecido há dez anos - era de uma bondade e caridade que a todos impressionava. Sobretudo, era um homem que gastava algumas horas do dia em oração. Por isso, não é de admirar que nós dois houvéssemos tido uma bela formação ct·istã. Logo que começamos a namorar- já se passaram 24 anos - tivemos urna preocupação dominante: formar um lar cristão. E para isso rezamos muito. E também nos preparamos, lendo tudo o que havia sôbre o matrimônio cristão. E discutíamos, trocávamos idéias, fazíamos planos nes e sentido. E fazíamos planos. também, de ter muitos filhos! Pelo menos êstes planos realizamos: ternos dez, cada um nos dando uma alegria diferente. O fato é que, depois de três anos de casamento, achávamos que éramos ótimos cristãos. Não precisávamos da ajuda de ninguém. Minai, íamos à missa juntos quase todos os dias. Fazíamos até meditação diária. Para que, então, essa tal de equipe? :Mas havia um casal muito amigo que insistia no convite. Era muito chegado e ligado a nós, particularmente a Marcello. Tánlo que a última vez em que a mãe de Marcello saiu de casa foi, justamente, para ser madrinha de casamento de Maria e José Aquino. ~les ainda estavam em lua-de-mel quando ela morreu ...

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Lá fomos nós, meio a contragosto, desconfiados, assistir a uma r eunião na casa dêles. Começou a sessão. Chegou o momen1o da oração pessoal. Quando foi a nossa vez, emendamos dire to a nossa . .. Houve surprêsa geral, pois que todos a achavam difícil. Naquela mesma noite, sentimos que estávamos em casa ... Que aquilo valia a pena. Que era - sem nunca termos imaginado - a realização do nosso sonho de um matrimônio cristão. Poucos meses depois, fomos "expulsos" daquela equipe. A coisa foi assim. Nosso assistente, o bom Frei Domingos Maia Leite, O.P., arregimentou alguns casais novos, casados de pouco. E resolveu transferir-nos junto, pois os casais da primeira equipe eram mais velhos do que nós. Não de boa vontade obedecemo ·. E lá estamos até hoje, com alguns dos pioneiros como Gérard c Monique, Nelson e Dóris. Juntos também com o primeiro ca aJ responsável, Ana Teresa e Carlos Millam que já se foram par a a casa do Pai. Aos poucos fomos percebendo o quanto precisávamos da equipe. sentindo que não éramos nada perfeitos ... E vimos como a equipe nos ajudava a cami!nhar, eis que, paulatinamente, ela nos revelava um cristianismo vivo, belo, muito mais profundo do que aquêle que conhecíamos. Ao mesmo tempo descortinavam diante de nossos olhos as riquezas do sacramento do matrimônio e o nosso amor, se era grande, se era a coisa mais bela que possuíamos, adquiriu outra dimensão e profundidade. Foi tartlbém na nossa equipe que descobrimos "como é bom e agradável viver entre irmãos", como dizia o salmista. Ali travamos conhecimento com o "mandamento nôvo" com a beleza empolgante da ajuda fraterna. Sentimos, .acima de tudo, o muito que tínhamos a caminhar. Tivemos a sorte de sermos eleitos CJR. quando o P. Caffarel veio ao Brasil, pela primeira vez. Isso nos permitiu um contato assíduo com êle. Não perdemos nada. Mais do que isso: levâmo!o para assistir a uma reunião da nossa equipe, a ·única que ele presenciou no Brasil. Depois disso, ainda foi jantar cono co, dando-nos conselhos e incentivos. Nessa mesma ocasião, o P. Caffarel criou o ,p rimeiro Setor do Brasil. Nair e Mário Carvalho de Jesus ficaram encarregados da difusão. Pouco tempo depois, o .Mário empenhou-se, de corpo e alma, como bom cristão, nas célebres greves da Perus, por êle capitaneadas. Teve que deixar o cargo no Setor. La fomos nós substitui-los. Foi aí que começamos a conhecer e admirar os pais de nossas equipes, Nancy e Pedro Moncau. Depois disso, nunca mais os largamos.

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Quando o Centro Diretor criou dois setores, em São Paulo. ·um dêles nos foi confiado. Depois da vinda do P. ,C affarel, as equipes entraram em grande expansão. Era uma trabalheira sem fim. Basta dizer que chegamos a fazer 36 reuniões de informação, das quais saíram perto de 20 equipes. Tôdas elas lançadas na base de "não assustar", sempre dourando a pílula ... na técnica de não amedrontar . ninguém, de sermos bonzinhos, de açucarar as equipes, as "normas", etc. Os resultados foram desanimadores. Começaram a surgir problemas; não se conseguiam, nem a laço, pilotos e ligações ... Equipes a darem "bodes" homéricos ... Outras a se dissolverem.~ .. Não havia jeito. Pensa de cá, pensa de lá, chegou-se à conclusão de que o errado era o sistema de funcionamento do Setor! "Muito francês" dizíamos nós. Era preciso mudar tudo. Tanto a concepção de Setor quanto os seus esquemas de funcionamento deviam ser "abrasileirados". Concebemos então, um nôvo tipo de Setor que, por sinal, achávamos magnífico. Aí chegou o P. Caffarel, pela segunda vez. Triunfalmente apresentamos, discutimos e sustentamos o nosso plano! ~le ouviu e registrou. Aos poucos, em conversas e conferências, foi apresentando o espídto, a mística e a disciplina do movimento. Aos poueos fomos perdendo o entusiasmo pelo ... nosso plano. Começamos a ver que o problema não era o que pensávamos. Era outro, bem simples, por sinal: a coisa é que entendíamos bem pouco do movimento. Muito menos, ainda, de Setor! Em Valinhos, na Sessão de Formação de Dirigentes, presidida pelo P. Caffarel, fomos descobrindo as dimensões fundamentais das equipes de Nossa Senhora. Para completar, êle mesmo fêz questão de voltar ao nosso lar naquela noite; contra todos os seus hábitos rígidos, êle ficou eonosco até às 2 horas da madrugada! E então conhecemos qual e ra o caminho a seguir, o que eram mesmo as Equipes de Nossa Senhora. X o dia seguinte êle embarcou de volta, seriamente prevenido com as equipes de S. Paulo. E nós, depois de fracassarmos como responsáveis de Setor, estávamos certos de que receberíamos uma merecida aposentadoria. Qual nada, viramos Regionais de São Paulo e membros da ECIR, então criada. Em 1966 tivemos que rios licenciar do cargo. Nessa altura 1\larcello foi para o Rio, trabalhar no Ministério da Indústria e Comércio, como chefe de gabinete do Ministro e, durante algum tempo, como Ministro Interino. O interessante é que no tôpo da lüerarquia do Ministério estavam 3 equipistas: Paulo Egydio, como :\Iinistro; Marcello como chefe dé gabinete e o Nelson Tei-

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xeira como subdlefe. E na mesa dos três, debaixo do vidro, estava escrita uma frase de Paulo .VJ: "No nosso tempo, o Jnaior apostolado é trabalhar pelo desenvolvimento dos povos". Em fins de 1967, voltamos 1p ara a ECIR, como Supervisores dos Regionais. No ano seguinte, quando da visita dos Laplume. entregaram-nos a pesada responsabilidade da ECIR. E aqui continuamos, cheios de entusiasmo, gratos ao Senhor por nos ter "empurrado" para dentro das Equipes. E convencidos, hoje, de uma coisa de que há 16 anos atrás, não estávamos: permanecemos muito longe da perfeição. E, se não fôsse a Equipe, o que seria de nós? Onde estariam os planos de um verdadeiro amor cristão? Ah! Até esquecemos de que deveriamos fazer nossa apresentação. Aqui vai: Esther Brito Moreira de Azevedo e Luiz Marcello Moreira de Azevedo, brasileiros, casados, êle natural do Rio de Janeiro, de profissão advogado, ela de prendas domésticas e formada em matemática, domiciliados na cidade de São Paulo onde residem à rua Cojuba n. 0 136, portadores das cédulas de identidade n. 0 • • • • • • Perdão, isto não é escritura ...

"A única intenção verdadeira, a única que corresponde à finalidade das Equipes, é a vontade de melhor conhecer a Deus, melhor amá-lo, melhor servi-lo. Entra-se nas Equipes para Deus e para Deus nelas se permanece. (H. Caffarel, Editorial da C.M. de abril de 1963, "Para Deus"}.

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PORQUE MEDITAR

Depoimento de um Conselheiro Espiritual -

A relação existente entre a oração. e a ação é apenas uma questão teórica. Ela nos preocupa cotidianamente nas nossas vidas apressadas. Certamente, nós conhecemos a importância primordial da escuta silenciosa de Deus. Entretanto, na prática, como é grande a tentação de negligenciar a prece para se entregar à ação insaciável do dia a dia . Um conselheiro espiritual de equipe nos conta como as exigências mesmas de uma atividade verdadeiramente apostólica, levaram-no a prolongar a oração cotidiana.

"Vocês me perguntam porquê eu faço meditação? ou mais exatamente como eu fui conduzido a meditar durante uma hora e depois duas horas por dia? O caminho percorrido será a minha resposta: Desd.e o seminário que eu acredito na necessidade da prece, mas isto era um aspecto abstrato, sem grande influência prática. Durante meus primeiros anos de sacerdócio, eu me esforcei em ser fiel à meditação mas com as múltiplas atividades de meu trabalho logo se rr-oduziu diminuição neste setor. Veio então a intervenção do Senhor, servindo~se de uma Equipe de Nossa . Senhora que me convidou para ser seu Conselheiro Espiritual. Quando eu vi o esfôrço que faziam os casais para orar, quando eu os percebi me interpelando como "um mestre a rezar" , então eu acordei do meu torpor espiritual. Como "anunciar" aos casais o inexpressível enriquecimento que dão alguns 'minutos de intimidade profunda com o Senhor, se eu permanecia insensível. enfraqueddo por uma vida agitada e superficial? Eu estava, certamente, em condições de fazer palestras magistrais sôbre a espiritualidade, mas as palavras e as frases, mesmo as mais preparadas, não encontravam eco, não comunicavam nada ou quase nada. Eu descobri progressivamente, que através de tôdas estas belas considerações, os casais esperavam o Cristo, sua vida, seu co-

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ração, seu amor, enfim, todo o Cristo. Mas não se dá o que não se tem. Não se dá a vida se não se a vive. Não se dá o Cristo se não se tem Cristo em si. Então eu recomecei a minha meditação cotidiana de uma hora. A seguir o Senhor me fêz compreender que não sõmente os casais das equipes, mas também todos os meus paroquianos, mesmo os mais descrentes, sem o saber talvez, esperam por Cristo. Como ajudar os homens a encontrar Deus? Eis a aflitiva questão que em cada reunião se colocavam os padres do setor e eu no meio dêles. Sem dúvida, eu vivo bem perto dos meus paroquianos, eu visito cada família quase todos os meses levando um boletim, eu participo das reuniões da Ação Católica de homens e mulheres. Eu me desdobro -em mil atividades. Mas isto será suficiente? A contemplação de Cristo me fêz compreender que minhas múltiplas atividades junto aos meus paroquianos só teriam sentido se levassem a um encontro com ~le. A contemplação fêz-me também compreender que êste fim não poderia ser atingido se a opacidade decorrente do meu egoísmo e de meu orgulho não desse lugar à uma transparência. Sõmente esta permitiria que através das "aparências" e de minhas atividades e de minha pessoa, os homens pudes~ ~em ver o Invisível, perceber o lmperceptivel. Esta transparência, tão evidente na vida do Mestre, eu não a poderia adquirir senão à fôrça de olhar o Cristo, de escutar o Cristo. de tocar o Cristo na fé. ~ por isto que eu senti a necessidade de prolongar minha meditação até 2 a 3 horas por dia. Eu constato agora que, quanto mais eu me retiro do mundo para rezar, mais eu me sinto realmente próximo e responsável pelo mundo; mais eu me detenho neste verdadeiro colóquio com o Senhor, mais .a minha ação é constante e desinteressada. A meditação não é mais para mim uma obrigação ou um dever, mas uma necessidade vital. :Êstes contatos prolongados com o Cristo me ajudaram a assumir tranquila e lucidamente tôdas as agitações e mutações no mundo e na Igreja, preservando-me de uma vida desequilibrada, desorientada -e dispersada. Esta experiência foi para mim decisiva; por isso, com a graça de Deus, eu espero sinceramente prosseguir neste caminho.

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Recordando o início dos Cursos de Preparação para o Casamento

Um dos ca ais que representava as equipes brasileiras na peregrinação a Roma em 1959 levava, além da emoção e alegria por participar dê se acontecimento, uma incumbência muito especial: p,rocurar conhecer tudo o que se relacionasse com uma idéia que começava a. se impôr pela sua necessidade - a preparação dos noivos para o casamento. Realmente, nas reuniões em que se estudava o nosso tema, Amor e Casamento, os casais quantas vêzes perguntavam se aquelas reflexões e descobertas, que os ajudavam tanto, não precisariam ser transmitidas com urgência a outros casais e sobretudo aos noivos. Como seria interessante fazer alguma coisa para que não caíssem nos "buracos" ou se perdessem nos desvios de uma "estrada" pràticamente sem sinalização! Em S . Paulo, naquela época, já surgiam algumas experiências isola~ das de verdadeiros pioneiros. Destacavam-se entre outros os cursos organizado pelo Pe. Marcondes Nitsch, na Federação Mariana Feminina, ba eado na série de 12 temas da JOC canadense, e por Mon. Benedito de Ulhôa Vieira que , em 1954 ou 1955, reuniu alguns jovens universitários para uma série de palestras no Graal. Sabendo da novidade que êsse cursos representam, foi uma surprêsa ver quanto já se fazia nesse mesmo sentido pelo mundo afora: de de Ca ablanca , Ilha de Malta, Israel, até países que começavam já a apresenta.r um trabalho bem organizado e eficiente, como o Canadá, Uruguai e França. Em Paris, funcionava , sob a orientação direta do Centro Diretor das E .N .S ., um Serviço de Preparação ao Casamento, que liderava· o trabalho dos casai com a preocupação de profundidade e a organização que norteiam todos os empreendimentos do Movimento. Além da normas estabelecidas serem fruto de experiência vivida , notava -·se -em tudo uma preocupação contínua com a formação dos membros dos grupos de trabalho. Para isto se organizava periõdicamenfe dias de estudo regionais com conferências de especialistas em psicologia dos noivos, organização prática, pedagogia de um curso, etc., e existia até um boletim trimensal. Chegados a São Paulo, uma respeitável papelada foi entregue ao 1. 0 grupo de casais, que logo puseram "mãos à obra"! Seguiram-se

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reuniões para traduzir tudo aquilo, ouvir os palpites e sugestões, sempre supervisionadas por Pe. Roland Jalbert e Pe. Paul-Eugene Charbonneau. este só falava uma ou outra palavra em português mas não deixava de transmitir tôda a sua grande experiência de trabalho junto aos noivos em Montreal. Até que enfim tudo pronto! Os primeiros 8 casais forapt reunidos com grande dificuldade por Pe. Domingos Crippa na Paróquia ·de Moema, e lá se foi o pessoal. muito animado, mas com que tremedeira!!! Depois de cada reunião havia um balanço, onde Pe. Eugene .criticava, comentava, orientava. . . ' Passaram~se os meses, seguiram-se outros cursos, os grupos de trabalho aumentando em número __.. . quanta dedicação! Os pedidos chegavam de tôda parte, inclusive de bairros bem distantes : Casa Maternal, lá na Penha, Vila Maria, Alto da Moóca, Taboão da Serra , Vila Brasilândia, Pari, etc. . . E os horários? Era evidente que o importante eram as possibilidades dos noivos e muitas vêzes coincidia ser bem na horinha do jantar, e quantas outras lá pelo meio .da tarde do Sábado... O auxílio mútuo funcionava sempre. tanto .assim, que os noivos nunca esperaram em vão: mesmo que um casal tivesse um impedimento na última hora, havia sempre alguém para o substituir.

O que sempre animava era a receptividade dos noivos aos assuntos dos temas e o carinho que demonstravam de mil maneiras, testemunhos , presentes, convites para o casamento, não raro convites também para os animadores serem padrinhos. No entanto. a maior a legria era quando, depois de entrarem êles também numa equipe vinham trabalhar ao nosso lado. Logo a semente começou a ser lançada em Campinas, Ribeirão Prêto, Jaú, Florianópolis, Curitiba, Caxias do Sul. seguindo-se depois, outras cidades. · Nessa ocasião o pessoal de Jaú sugeriu que se fizesse lá uma demonstração prática do funcionamento de um curso. Logo Pe. Eu·gene e um casal embarcaram no trem da Paulista. Depois de uma recepção ultra carinhosa houve a troca de idéias com o grupo de trabalho e a seguir reunião com os noivos. As 23 horas, despedidas, corrida para a estação __.. . mas e o trem? nada . . . __.. . volta para .a casa do responsável __.. . bate papo gostoso~cansaço __.. . volta para estação --- cadê o trem? __.. . então começa tudo de nôvo, agora em meio a brincadeiras e fica-se nestas idas e vindas até dia alto! O . trem só chegou às 6 horas .. . Os casais de Jaú concluíram que é " duro" se livrar dos paulistas... Depois disso, durante 6 semanas, todos os sábados, partia um dos membros do grupo daqui para levar .a êles a sua experiência e o seu entusiasmo.

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Os relatórios que chegavam contavam essas estórias em queos tropeços surgidos eram vencidos sempre com bom humor. Falavam também das dificuldades que apareciam. Entre elas, por incrível que pareça, não faltavam o desinterêsse, o ceticismo e até a oposição por parte de vigários e mesmo de bispos ... " Quem, trabalhando com os jovens, não se atualiza, está superado em 2 anos, tal a evolução das mentalidades nos dias de hoje" . ( Dr. Haim Grunspun). Havendo a necessidade da troca de experiências contínua entre os casais e revisão periódica dos temas, organizavam-se anualmente dias de estudo que t inham como pPnto alto as conferências vibrantes do Pe. Eugene. No último relatório de balanço do Centro de Preparação para o Casamento lê-se que haviam frequentado as reuniões em 1965, 1 . 116 casais de noivos ( n.O bem distante do grupinho de 6 anos atrás) . A s estatísticas têm pouco valor, sobretudo nesse apostolado em que a qualidade não pode ser prejudicada pela quantidade. Pensamos no entanto em mencioná~lo aqui como um testemunho do esfôrço dos que deram sempre o máximo de si para que uma idéia nova e importantíssima fôsse difundida e se tornasse realidade entre nós. Hoje em dia a preparação para o casamento é obrigatória em quase tôdas as dioceses do Brasil e constitui a forma principal de :1postolado dos equipistas em todos os setores. Quanto caminho percorrido em apenas 1O anos!

* COMPROMISSOS Os Casais da Equipe 3 - Nossa S-enhora das Graças - Jundiaí,. desejando fazer de sua vida familiar um testemunho de vida cristã e tendo sentido os benefícios da graça de Deus na vida em Equipe. fizeram seu compromisso com o Movimento das Equipes de Nossa Senhora no dia 1.0 de Agôsto de 1970, às 19 horas, no Mosteiro de São Bento. Em caridade, contam com a participação e as orações dos irmãos. em Cristo.

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Os Cursilhos de Cristandade

e as Equipes

de Nossa Senhora

De um trabalho feito pelo Côn. Angélico Sândalo Bernardino, Assistente de Setor das ENS e Diretor Espiritual de Secretaria dos Cursilhos, tiramos as considerações que seguem.

Entre os vários movi mentos católicos no Brasil, há dois que neste pequeno artigo vão merecer nossa consideração, por estarem contribuindo para a evangelização e conscientização do cristianismo entre nós. Referimo-nos, como o título o diz , aos Cursilhos de Cristandade e às Equipes de Nossa Senhora. O artigo destina-se especialmente a desbastar arestas em Centros .de Vizinhança onde em consequência da extraordinária penetração que ambos os movimentos tiveram , possam ter surgido divergências e incompreensões. Essas consequências são realmente lamentáveis pois os dois movimentos ambicionam atingir o mesmo objetivo, que é '' levar o homem à plena comunhão de vida com o Pai, por Cristo, 1 o dom do Espírito Santo" . É impossível definir resumidamente como é cada um dêsses movimentos. No Jornal "A Alavanca" e nos Estatutos das ENS encontramos o seguinte :

"Os Cursilhos são um movimento de Igreja que, mediant~ método próprio, possibilitam a vivência do fundamental cristão, criando núcleos de cristãos que levam o fermento do Evangelho aos ambientes, ajudando-os a descobrir e a realizar a vocação p;essoal de cada um, respeitando-a ao mesmo tempo. Devem t~r um sentido de comunidade cristã de base, aberta aos problemas comuns e temporais de seus componentes, para que aí procurem a ação comunitária". "As Equipes de Nossa Senhora são constituídas por casais que ambicionam levar até o fim o compromisso de seu batismo; querem viver para Cristo, com Cristo, por Cristo; fazem do seu evangelho o fundamento da própria família ; querem ser, por tôda parte, os mis.sionários de Cristo".

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As principais incompreensões entre adeptos dos dois movimentos advêm dos seguintes motivos: 1 - Os cursilhistas são insistentemente convidados a frequentar "reuniões de grupos", "ultroras" e "clausuras". Tratand~se de um equipista-cursilhista, que também tem compromissos com as ENS, é logico que os encargos se tornam pesados demais. O cristão sobrecarregado por "obrigações" sacrifica ou a família ou sua vida profissional ou os Movimentos a que p.retende servir. 2 - O ar de confiança e tranquilidade demonstrado pelos cursilhistas que realmente vivem sua missão é errôneamente interpretado como um ar de superioridade, de messianismo. 3 - Certos cursilhistas não acreditam na eficácia dos meios e métodos propostos pelas ENS; alguns pretendem mesmo "cursilhisar'' as Equipes. De outro lado, há equipistas que, desconhecendo o outro Movimento, dão curso a boatos e comentários descaridosos, q ue infelizmente ainda existem em agrupamentos humanos mais fechados. 4 - Sensibilidade ferida ou "autodefesa sentida" em equipista!> menos conscientes, ao verem equipista~cursilhistas servindo mais o Cursilho do que as Equipes. É quase uma desconfiança do mais antigo diante do ardor do jovem. No fundo, mais preocupação pelo movimento enquanto movimento e não enquanto instrumento a serviço da Igreja, à procura de Deus. É inegável que os Cursilhos têm casais com vocação equipista e casais Por outro lado as Equipes ofereceram litantes que levaram avante os primeiros

oferecido às ENS inúmeros para os Círculos Familiares. aos Cursilhos excelentes mipassos do Cursilho entre nós.

Parece conveniente que, em tôdas as cidades, os responsáveis pelo movimento das Equipes procurem os responsáveis pelos Cursilhos para um cordial entrosamento. Os Assistentes espirituais de ambos os movimentos também lucrariam com encontros onde houvesse troca de experiências. Como orientação geral deve ficar estabelecido que o equipista faz o Cursilho para que, revigorado, seja melhor equipista, coisa aliás que frequentemente acontece. Caso o equipista-cursilhista, sempre voltado à formação e ação e sem prejuízo próprio e dos movi/ mentos, julgue poder cumprir as .. obrigações" propostas pelos dois movimentos, poderá e deverá fazê-lo. Finalmente, se as aptidões do equipista-cursilhista o levarem a inclinar-se mais pelo Cursilho, poderá e deverá deixar as Equipes, pois a finalidade básica destas é ajudar todos a se aproximarem de Deus . e O servirem. Atualmente, em muitos lugares, os dois movimentos caminham no amor da fraternidade, vencendo dificuldades através do diálogo humildemente construído, que é facilitado e até promovido pelas autoridades eclesiásticas.

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Uma Carta Mensal Alemã

Na Alemanha Ocidental há cêrca de quarenta equipes de Nossa Senhora, agrupadas em quatro Setores. Apesar dêsse número relativamente pequeno de equipes, elas editam sua própria Carta Mensal, q ue aliás é bimensal. Recebemos o número de maio-junho. Seus artigos são bastante profundos, mas, de maneira geral, a Carta difere ·das nossas e da Internacional, editada em francês . Para que vocês vejam como nessa diversidade existe unidade dentro do Movimento das ENS ~ assunto de um dos artigos daquela Carta, referindo-se à Igreja ~ vamos procurar dar a vocês uma idéia do que tratam os quatro únicos artigos que compõem a publicação alemã. O Editorial leva o título de "Que Vossa Luz Brilhe" e é de autoria do Pe. Hubert Valiet. Algumas frases esparsas darão a vocês um apanhado do tema desenvolvido: ~ Em dez anos de Equipe, não achei o casal ideal. mas encontrei os que procuraram e acharam a santificação de suas vidas no sacram~nto do matrimônio. ~ Junto ao drama dos casamentos rompidos, mais trágico é!;inda são os que não se desfizeram, mas onde os cônjuges já duvidam do amor verdadeiro. ~ . . . estamos cônscios de que tudo devemos às graças . ... ~ O século XX descobriu o sacramento do matrimônio como o melhor caminho para os leigos viverem Cristo ... ~ Em futuro não haverá padres suficientes. . . é hora dos leigos assumirem responsabilidades. ~ Ao pessimismo de um mundo que oferece o erot ismo em lugar do amor, temos que oferecer as experiências de nossas equipes ...

O segundo artigo foi traduzido da revista "Diaconia" e traz •i) t ítulo de "Viver Em Conflito". Para o nosso meio seria consideradc. um assunto bastante forte, pois trata dos conflitos que ocorrem dentro da Igreja. Lembra que o Nôvo Testamento já fala em conflitos e, nos dois mil anos seguintes, ninguém pode queixar-se da falta de conflitos dentro da Igreja. Só ultimamente procurou-se abafar, esconder os diferentes pontos de vista existentes e isso apenas torna maiores as tensões. Os conflitos não devem ser condenados; êles não são um bem, mas fruto de nossa condição humana. Onde há vida, há pPntos de vista diferentes. Lamenta o silêncio que havia na Igreja antes de João XXIII; depois dêle sutgju "vida". Aconselha como devem ser as trocas de idéias sempre que há pontos de vista diversos. Lembra divergências encontradas em cartas dos apóstolos e como correntes tão diferentes sentiram-se ligados à Igreja Universal. Verbera seja atacada a unidade fundamental da lgreja; · esta · não é um uniformismo, mas um pluralismo tão grande que unifica.

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O artigo seguinte, sob o título de "A Igreja e o Casamento", foi escrito pelo Conselheiro Espiritual do ~etor de Konigsteín. É continuação da Carta Mensal anterior e continuará na próxima; por isso é mais difícil apanhar o roteiro seguido pelo autor. Aliás, o assunto "experiência e sinal de unidade" é tratado de maneira tão elevada que não aconselhamos sua leitura por equipistas despreparados .....- mesmo que entendam alemão. Termina lembrando que devemos levantar tão alto quanto possível a idéia de Humanidade e Solidariedade, pois se fôrmos humanos e solidários não conseguiremos esquecer Deus. " Pois Deus está no outro". O último artigo é traduzido da Carta Internacional de março e também é transcrito neste nosso número, sob o título "Porque Me~ ditar". As Orações Para a Próxima Reunião são mais longas do que costumam ser as nossas. As referências são dadas em latim! Na página dos avisos explica-se que o questionário que segue a nexo deve ser preenchido por cada equipista; destina-se ao Sínodo dos Bispos da Alemanha Ocidental. Sob a forma de um telegrama há um convite dos equipistas da Áustria para um dia de encontro, em 24-26 de outubro. Vamos nós aqui no Brasil rezar também para o sucesso dêsse encontro de casais ,tão· afastados geogràficamente mas tão próximos do coração? Aparece a cobrança do que cada equipe alemã fêz nos dias da peregrinação a Roma; cada uma deve enviar um relatório a respeito. E há um anúncio que achamos original: mocinha de 16 anos (subentende-se: filha de equipistas), aluna de Escola de Enfermagem, deseja passar as férias de verão em casa (sub-entende-se: de outros equipistas) oferecendo-se para tomar conta das crianças. Estamos ima~ ginando uma coisa semelhante aqui no Brasil: permuta de filhos durante as férias. Já estamos vendo equipistas de Curitiba mandarem seus filhos para casa de equipistas de Santos e vice-versa. Quem se habilita? No final da Carta alemã, em caracteres maiores, há o seguinte: "Thea e Karlheins Stiewe (que são os responsáveis pela Carta) desejam um feliz Pentecostes a todos Equipistas e seus Conselheiros Espirituais". Obrigado, pois isso também foi dirigido a nós e agora, embora cclh .atraso, a vocês todos.

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Mais Um Encontro das E. N. S. em Brusque

Por iniciativa e a convite da Coordenação de Brusque•. realizou~ se naquela cidade, entre 25 e 27 de julho, o "Se., gundo Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senho- . ra". Esses enco.ntros embora ainda não constem do calendário oficial do Movimento, vêm obtendo grande sucesso e contribuindo para um amplo entrosamento entre os equipistas. De um casal participante dêste último encontro recebemos o relatório seguinte:

Fom.os calorosamente recepcionados na sexta~feira à noite por todos equipistas de Brusque, ocasião em que nos foi oferecido um lanche e dadas as indicações de nossos alojamentos. É impossível descrever a alegria e disposição de nossos irmãos de Brusque : fizeram o possível e o impossível para êsse Encontro; tudo estava previsto, desde os mínimos detalhes; até mesmo a lavagem e a· oficina grátis para os carros dos hóspedes! Acomodaram-nos em lugares os mais diversos, mas em todos encontramos acolhim~nto, interêsse, simpatia, amor. E éramos mais de quinhentas pessoas, entre equipistas e seus filhos! Não houve um único senão.

O programa foi o seguinte: No sábado, pela manhã, proporcionaram-nos uma visita à cidade e a algumas de suas fábricas. Em seguida houve um encontro fute~ balístico entre os equipistas brusquenses e os visitantes. Saiu ven~ cedo r a a equipe de Brusque. . . mas ouvimos murmúrios de que os juízes eram seus conterrâneos. A uma da tarde foi oferecido um delicioso almóço, com chopes e muita alegria. A tarde foi livre, e os visitantes aproveitaram-na para melhor conhecerem a cidade e seus pontos pitorescos. O museu histórico de Azambuja foi o mais visitado. · Nesse mesmo dia, às 18 horas, no cemitério Católico, prestamos uma homenagem de saudades ao equipista Ovides Schwartz. Em seguida, na matriz de São Luiz Gonzaga, rezamos um têrço meditado, e participamos da Santa Missa concelebrada. No jantar deliciamo-nos com uma macarronada especial; seguindo-se uma bela "noitada alegre", com danças, apresentação de números de música, arte e divertimento por diversos casais equipistas da

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terra e visitantes, tendo como animador o engraçadíssimo Pipóca. Simultâneamente foi oferecido aos filhos dos equipistas uma noite de confraternização na "boite" da piscina. . . que ficava junto ao salão em que estávamos. No domingo pela manhã ouvimos uma brilhante palestra do Casal Regional Sul. versando sôbre espiritualidade conjugal. Em seguida, no santuário de N.S. de Caravaggio, todos participamos da Santa Missa celebrada pelo Arcebispo Metropolitano e concelebrada por todos Conselheiros Espirituais presentes ao encontro. O almôço foi um lauto e delicioso churrasco à o nde certamente alguns cometeram o "pecado da beber. A tarde novas confraternizações, incluindo a todos participantes. Para encerrar o dia, um " kuka" ..

moda brusquense, gula" no comer e rifas com prêmios go>">toso café com

A segunda-feira, dia de encerramento, foi em Camboriú, belíssima p raia do litoral catarinense. A alegria e o entendimento eram completos. O último almôço foi uma camaroada e peixada, de deixar saudades. ~stes dias ficarão eternamente em nossa lembrança, principalmente pelo calor humano, pela verdadeira hospitalidade cristã demons-t rada por nossos irmãos brusquenses. Aos organizadores que se mostraram incansáveis, a todos vocês equipistas de Brusque, parabéns c muito obrigado.

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FALANDO SOBRE DINHEIRO

Todos os equipistas estão de parabéns, pela compreensão que demonstraram atendendo ao apêlo feito para que a contribuição em dinheiro passasse a representar realmente "um dia de trabalho por ano". A arrecadação, no primeiro semestre dêste ano, foi duas e meia vêzes maior do que em igual período de 1969. A atitude merece encômios, mas a meta não foi ainda atingida. As atuais contribuições mostram que, em média, cada casal equipista tem uma renda mensal de Cr$ 1.000,00. Sabemos que muitos vivem com bem menos do que isso; são talvez os que mais pontualmente contribuem. Mas há outros muitos que têm renda bem superior. Não interessa saber quem são êsses ou aquêles, mas fazemos um apêlo geral, para que todos atualizem suas contas e os responsáveis enviem as contribuições com urgência. Sôbre o assunto vamos resum1r palavras ditas aos 2. 000 peregrinos em Roma por Marie e Louis d'Amonville, que são os responsáveis pelo Centro Diretor Internacional das ENS : .. A contribuição não é uma obrigação fundamental pois não se pode dizer que ela é um meio de progresso espiritual. Mas é evidente que as ENS não poderão existir sem as contribuições. É uma obrigação mal cumprida, não que os casais deixem de dar alguma coisa, mas quantos dão realmente aquilo a que se comprometeram: "um dia de trabalho por ano"? O Movimento poderá continuar a existir com o que agora arrecada; não vemos entretanto maneira de progredirmos, a maneira de levarmos nossa mensagem a cidades e regiões onde ela ainda não chegou e onde milhares ou milhões de casais católicos podem estar à procura de um meio de chegarem a Deus". Para prestar contas do que é feito com o dinheiro das contribuições, as Cartas Mensais publicam o Balancete respectivo. Quando inciamos sua publicação, esperávamos receber muitas observações, críticas ou sugestões sôbre o que era feito ou não era feito com o dinheiro. Mas isso não aconteceu. Apenas duas vêzes fomos consultados. Ambas as vêzes a respeito de entrada ou saída de dinheiro sob a rúbrica: Peregrinação a Roma". Da segunda vez também perguntaram se equipistas brasileiros foram a Roma por conta do dinheiro das Equipes. V amos, pois, esclarecer êsse ponto. Treze casais brasileiros integraram a peregrinação e até deram umas voltinhas de turistas pela Europa. Tôdas as despesas correram por conta dêles, pois é gente muito "bem". Outros dois casais participaram da peregrinação com tôdas as despesas pagas pelo Centro

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Diretor Internacional e por convite nominal dêsse Centro Diretor. P or fôrça de leis e regulamentos franceses é morosa a remessa de dinheiro para fora daquele país. Então acertamos o seguinte com a Secretaria Internacional: a importância referente à despesa de estadia em Roma , que o 13 casais lá deveriam pagar, seria deixada aqui, para custear parte das passagens dos casais convidados; a diferença nos será remetida assim que possível. Até hoje ainda surgem lançamentos sob essa rubrica porque momentânea falta de numerário nos obrigou a compra.r em prestações as passagens de um daqueles casais. Estamos às ordens para qualquer outro esclarecimento.

PRóHlmos enconTRos 2 a 4 de outubro -

"Mutirão em Araçatuba"

30 de outubro a 2 de novembro Formação de 2. 0 Grau

Sessão de

Àqueles que e tiverem impossibilitados de comparecer a êsses Encontros, fazemos um apêlo todo especial: REZEM pelo sucesso dêsses dias.


Balahcete da Tesouraria

(julho de 1970)

RECEITA:

Cr$

Contribuições .......... . . . ......... . Venda de Livros e Impressos ......... .

Cr$

8 .030,36 148.50

saldo credor em 30 de junho de 1970 . . . . . . . . . . . . . .

8.178.86 8. 354,20 16.533.06

DESPESAS: Carta Mensal ........ . ......... . ... . Salários ... . . . . . ... . ........ .. . . ... . Férias Remuneradas . . .............. . Tipografia e Papelaria ... . .... . ..... . 3.a prestação Viagem a Roma . . ...... . Aluguel ..... . . ... ... . ............. . Correio, Condução. T elegramas, Rodoviária Aparelhagem de Som . .... .. ........ . Telefone .. ... ........ . . . .. . ........ . Manutenção de Máquinas de Escritório . Luz ...... . .... . ... . . .... ... . . . .... . Material de Conservação e Limpeza

1.804,00 1. 785.00 1.655.16 1.030.92 665,90 500.00 383.63 300.00 111 ,23 22,50 22.oo: ' 17.60

saldo credor em 30 de julho de 1970 . . . . . . . . . . . . . .

8 . 297.94 8. 235,12 16.533,06

CONTAS A PAGAR : Prestação nôvo Mimeógrafo ....... . .. . Carta Mensal .......... . .. .. .... . .... . Móveis Kastrup . ( mais 1O cadeiras) .... .

2.000.00 1. 930.00 460,00 4 . 390.00

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'RdiroJ para

1910

dia 25 a 27 de setembro, em Valinhos Pe. Antônio Lobo

dia · 2 · a

4 de outubro, em Baruerí Pe. João Edênio do Valle

dia

9 a 11 de outubro, em V alinhos Pe. Frederico Dattler

dia 20 a 22 de novembro, em Valinhos Pe. Pedro Lopes

dia 27 a 29 de novembro, em Baruerí Pe. Oscar Melanson

dia

4 a

6 de dezembro, em Valinhos Pe. Alfonso Pastare

ATENÇAO: o retiro de 27 a 29 de novembro será em ABSOLUTO

SILíl:NCIO, atendendo assim a inúmeros pedidos que nesse sentido foram feitos. É oportuno lembrar mais uma· vez que V alinhos comporta 22 casais e Baruerí 27. Filhos -menores PPderão ser levados e ficarão sob a guarda das irmãsinhas de Jesus Crucificado, que nisso têm muito prática e muito carinho.

Suzana e João Baptista Villac (rua Monte Alegre, 759, telefone 62. 80 . 92) já receberam jnúmeras RESERVAS feitas com antecedência e lembram que só as INSCRIÇõES pagas garantem vagas.

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Oração para a Próxima Reunião TEXTO DE MEDITAÇÃO (Jo. 18, 36-37 ) ... e disse-lhes Jesus: "O meu reino não é dêste mundo ... Perguntou-lhe então Pilatos: "Es, portanto, Rei"? Respondeu Jesus: "Sim, eu sou Rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade, ouve a minha voz".

ORAÇÃO LITúRGICA (Sal. 1, 1-6) Feliz o homem que não segue os conselhos dos ímpios que não anda no caminho dos maus, nem frequenta a companhia dos gozadores. Pelo contrário, encontra seu p.razer na lei do Senhor, e nela medita dia e noite. Feliz êste homem! Como a árvore, plantada à beira da água, êle dará fruto a seu tempo. Sua folhagem não secará, terá êxito em todos os seus empreendimentos. Não será a mesma a sorte dos maus. Será como fõlhas mortas, levadas pelo vento. Diante do tribunal, onde se reunem os justos, não conseguirão manter-se em pé. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos. O caminho dos maus leva à perdição.

ore-mos: Ó Deus, que através dos Vossos Sacramentos e Mandamentos nos criais de nõvo à Vossa imagem, firmai os nossos passos ho Vosso caminho e dái-nos a caridadé que nos fazeis deSe:jar pelà virtude da esperança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo Deus conVosco vive e reina em unidade com o Espírito Santo.

Amém

-- 40 -


EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciêre Paris XIII EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 São Paulo (Cap.)

Tel.: 80-4850


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