1971 março
EDITORIA L
A Carta Mensal Mensagem Pontifícia para a Celebração do " Dia da Paz" .......... . . . .... . ....... . Orientação do Ano ..... . .. . .. . ....... . .. . . Quando vai mal, vai bem . . .. . . .. .. .. . . . . Um Cardeal Brasileiro na Cúria Romana Os dez Minutos de Meditação . .. . . . . . ... . Alguns Livros para ajudar a Meditação .. Um Testemunho ........... .. . ... .. . .... . Como Iniciar um Curso de Preparação para o Casamento ............... ... .......... . Destino: São Paulo ....... . . . ........ . .. . 1970: Ano d e Formação .. . . . ... ... ... . . . . Notícias dos Setores . ... . ... . ... . .. . ..... . O Movimento no Brasil e no Mundo ... . Retiros para 1971 .. . ......... .. . . . . .... . . . Oração para a próxima Reunião
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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria da3 Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Te!.: 80-4850 SÃO PAULO (CAP .)
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sàmente para distribuição interna -
EDITORIAl
Eis-nos a caminho novamente, no limiar de uma nova jornada, após uma breve pausa de dois meses. Que lhes poderíamos dizer, neste primeiro contato do nôvo ano? É a indagação que vínhamos fazendo a nós mesmos, quando insensivelmente, a nossa imaginação nos transportou para outra caminhada em que nos encontrávamos na companhia de uma centena de nossos casais que se dirigiam, em peregrinação, para a basílica de Aparecida. Acabávamos também de fazer uma pausa de alguns minutos após uma etapa mais longa, no fim da qual os passos se arrastavam mais lerdos. Agora refeitos, concentrando energias, retomávamos o caminho em direção ao nosso objetivo. Dentre os equipistas, um dêles sofrera pouco antes uma queda acidental. As fortes dores que sentia no peito, indicavam fratura de costela. É fácil compreender que teve êle de concentrar energias incomparàvelmente maiores para continuar a marcha. Mas não vacilou. Nem vacilaram os seus companheiros de jornada em facilitar-lhe a caminhada. E veio-nos à mente o paralelo entre esta marcha em direção a Aparecida e a caminhada que empreendemos na nossa equipe em direção ao nosso objetivo máximo, ajudando-nos e estimulando-nos uns aos outros a vencer os obstáculos, solícitos em diminuir o pêso dos fardos, para um ou outro mais difícil de carregar. Também nós estamos empenhados em vencer uma nova etapa que agora iniciamos após uma breve parada. Ao nos reencontrarmos, na pnmeira reunião de equipe, dêmos largas às naturais manifestações de alegria, por nos sentirmos novamente em família. Mas, logo em seguida, concentremo-nos numa reflexão mais profunda: Por que estamos aqui reunidos novamente? Por que esta nossa equipe?
* A maior parte de nós tem filhos que acabam também de iniciar uma nova jornada escolar. E foi certamente com palavras de estímulo que os aconselhamos a empreender com coragem o nôvo ano de estudos e a se dedicarem com afinco ao trabalho que dêles será exigido e que os levará a crescer. E nós. . . Estamos também dispostos a crescer? Lemos na pasta de compromisso de uma equipe que pede a sua adesão definitiva ao Movimento a seguinte reflexão de um de seus equipistas: "As Equipes de Nossa Senhora são uma escola da vida cristã . A primeira página de seus Estatutos firma uma linha que -
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se caracteriza pela insistência com que faz apêlo à vontade firme e decidida de seus membros. Para ser cristão é preciso querer. E o Movimento põe à nossa disposição uma série de meios que nos ajudam a querer caminhar em busca de Cristo".
* Caros amigos, ao reiniciarmos a caminhada, coloquem<rnos confiantes na presença do Senhor e reafirmemos a nossa vontade firme e decidida de querer. Não o "quisera querer" de almas anêmicas, mas a afirmação de vontades firmes e adultas. E, para encerrar êste bilhete, parece-nos oportuno repetir as palavras do Cônego Caffarel, nesta mesma ordem de idéias : "A chave dos Estatutos está contida numa palavrinha. Uma palavrinha que, na primeira parte, volta nada menos de 8 vêzes em menos de 20 linhas ... É a palavra QUERER. Representa um propósito, uma vontade de progresso, significa o desejo de se por em marcha rumo ao ideal. O equipista está sempre em marcha, porque o ideal de perfeição almejado só será plenamente atingido no céu . :f:sse "querem" é a mola que anima a vida da equipe; o dia em que não há mais essa mola não existe mais equipe. Aquêle que, na equipe, desiste de progredir está em contradição com o engajamento fundamental expresso pela palavra "querem". Pois é pela tensão em direção ao objetivo que se mede o valor do nosso esfôrço. Não imp~rtam as infrações, ou a ausência de infração, mas sim essa tensão de todo o ser em direção ao ideal procurado" . Caros amigos, os nossos votos para que o ano que se inicia seja fecundo em realizações que sejam o fruto de um "querer" consciente, firme e perseverante.
A ECIR
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A CARTA MENSAL Começa um nôvo ano e a Equipe da Carta Mensal continua a postos, embora já não conte com a direção de Anna Luiza e Christiano, que deixaram a Secretaria. É graças à sua dedicação, esfôrço e excepcional capacidade de trabalho e organização que se deve a nova feitura da Carta Mensal e principalmente , a pontualidade de ~ua publicação. No último número de 1970, incluimos um Questicnário destinado a esclarecer os gostos e p!feferências dos equipistas em relação à Carta Mensal. Até a hora dês te número ir para o prelo ( 30 de Janeiro) , recebemos cêrca de 277 respostas - o que parece pouco se levarmos em conta que somoS'perto de 1500 casais, mas o que já é um bom resultado considerando-se a época do ano em que foi lançado êsse inquérito. · Muito obrigado a todos os que responderam, demonstrando interêsse pela nossa Carta: vocês nos ajudaram muito a avaliar o seu alcance e planejar o seu futuro . Recebemos respostas de Americana ( 21) , Angatuba ( 6) , Araçatuba ( 1), Campinas (54). Casa Branca ( 5). Curitiba ··A" ( 15). Curitiba "B" ( 38), Florianópolis ( 1), Garça ( 6) , Guararapes ( 1 ) , Itú ( 29) , J acareí ( 3), Limeira ( 7) , Marília ( 13) , Petrópolis ( 1) , Pindamonhangaba ( 1 ) , Pôrto Alegre ( 3) , Promissão ( 11 ) , Rio de Janeiro ( 15) , Salto ( 5), Santa Bárbara d'Oeste ( 1O) , Santos ( 1) , São José dos Campos ( 22) , São Paulo ( 7) , Sumaré ( 1 ) , sendo qu e os Setores recordistas são Campinas, Americana, Curitiba B e ltu. Nossos agradecimentos aos respectivos Responsáveis de Setor, bem cümo aos Casais Responsáveis que nos enviaram diretamente as respostas de sua equipe. Foi feita uma análise estatística das respostas, da qual pudemos tirar as seguintes conclusões: a) Em geral, a Carta Mensal está sendo lida pelo casal; nos demais casos as mulheres lêem mais ue os maridos. Quase a metade afirma ler todos os ar 1gos; no entanto, como ~itas vêzes é só um dos cônjuges que lê, a proporção dos que lêem a Carta Mensal integralmente é aproximadamente 1/3. b) O Editorial, por ser obrigação, é lido pràticamente por todos. Os demais artigos são lidos em proporções sensivelmente iguais, as preferências indo para os artigos sôbre a famíla, as notícias das Equipes, e os demais artigos de cunho espiritual. Os menos apreciado~ são as Conferências e o Balancete.
c) O motivo principal alegado para não ler a Carta Mensal é a falta de tempo, e o desejo mais freqüentemente expresso é o de que os artigos venham sempre na mesma ordem. d) Há muitos pedidos de mais notícias, principalmente da Igreja. sôbre livros e de Setores. e) Muitos gostariam de ler um maior número de artigos sõbre form ação religiosa , espiritualidade, etc., e sôbre educação de filhos . f) Quanto às "fôlhas amarelas", estão quase empatados os que não acharam falta delas e os que acharam, mas a proporção de leitores assíduos é maior no grupo dos que responderam afirmativamente . g) 44 casais propuseram-se a colaborar com a Carta Mensa! . Como as respostas eram anônimas, não sabemos quem são. . . Alegram<rnos com a oferta e pedimos a todos que comecem desde Já a cclaborar, angariando notícias de~ seus setores e enviando-nos material. h) Agradecemos as palavras de incentivo dos que se declararam ~atisfeitos com o trabalho até agora realizado. Esperam os melhorar muito ainda, procurando aos poucos e na medida do possível aplicar as sugestões recebidas. Esperamos contar com a colaboração de todos para que a Carta Mensal possa tornar-se cada vez mais viva e mais lida, cada vez mais um veículo de formação e informação, cada vez mais o elo entre as Equipes, os Setores e a ECIR. A todos, um 1971 fecundo em graças e reali zações. A EQUIPE DA CART.d MENSAL
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A PALAVRA DO PAPA
MENSAGEM PONTIFÍCIA PARA A CELEBRAÇÃO DO «DIA DA PAZ» Transcrevemos alguns trechos do apêlo do Santo Padre no início dêste nõvo anq: A paz é um efeito do amor; a paz verdadeira, a paz humana. A paz pressupõe uma certa "entidade de escolha" . Esta é a amizade. Se quisermos a paz, devemos reconhecer a necessidade de a fundamentar em bases mais sólidas, não na falta de relações (hoje as relações entre os homens são inevitáveis. aumentam e impõem-se) , nem na existência de relações de interêsse egoístico (são precárias e muito quiméricas), nem sequer no entrecho das relações meramente culturais e acidentais (podem ser uma espada de dois gumes, para a paz ou para a guerra) . A verdadeira paz deve ser fundamentada sôbre a justiça, sôbre o sentido da intangível dignidade humana, sôbre o reconhecimento de uma inalienável e feliz igualdade entre os homens, sôbre o dogma fundamental da fraternidade humana , isto é, d:) respeito, do amor devido a cada homem, porque é homem . Emerge com ímpeto a palavra vitoriosa: porque é irmão. Meu irmão, nosso irmão. Esta consciência da fraternidade humana universal, felizment e, também progride no nosso mundo, pelo menos em linha de princípio. Quem trabalha para levar as novas gerações a convencerem-se que todos os homens são nossos irmãos, constrói o edifício da paz desde os alicerces. Quem introduz, na opinião pública o sentimento de fraternidade humana sem barreiras, prepara dias melhores para o mundo. Quem concede a tutela dos interêsses políticos sem o impulso do ódio e da luta entre os homens, como necessidade dialética e orgânica da vida social, proporciona à convivência humana o progresso sempre ativo do bem comum. Quem ajuda a descobrir, em cada homem , além dos caracteres somáticos, étnicos e raciais, a existência de um ser igual ao próprio, transforma a terra de um epicentro de divisões, de antagonismos, de insídias e de vinganças, num campo de trabalho orgânico de colaboração civil. Porque onde a fraternidade entre os homens é desconhecida na raiz, a paz também é destruída nas suas raízes. No entanto a paz é o espêlho da verdadeira humanidade autêntica, moderna, vitoriosa sôbre qualquer autolesionismo anacrônico. A paz é a grande idéia que celebra o amor entre os homens, que se descobrem irmãos e se decidem a viver como tais.
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ORIENTAÇÃO DO ANO
No último número de 70, sob o título "Fala a ECIR" , foi feito um rápido balanço dos pontos marcantes da vida do Movimento no Brasil e no mundo: no Brasil intenso trabalho de formação atravéS! das Sessões de Formação e dos Mutirões. No mundo a peregrinação das Equipes a Roma. Em ambos, a aproximação dos casais; em ambos a ~vidência da unidade das Equipes de Nossa Senhora e da realidade quase palpável da fraternidade cristã dentro do Movimento . Abre-se agora o ano de 71 . Que fazer para dar continuidade ao e:sfôrço desenvolvido em 70? O programa da ECIR é o de continuar o trabalho de aprofundamento, visando, em particular, dotar o Movimento de casais capazes de transmitir as riquezas que as Equipes podem comunicar a seus membros, através da vivência consciente de seus métodos e mística . Mas isto é programa da ECIR. E para o conjunto do Movimento? Voltemos as nossas vistas para um passado recente: a peregrinação a Roma. Não foi ela um fato isolado na vida das Equipes . Marca, sim, uma etapa de primeira importância na história do Movimento. A distância que nos separa do palco em que se realizou a peregrinação, o pequeno número de equipistas do Brasil que nela tomaram parte, deixaram talvez na penumbra para nós, a importância dêsse acontecimento. Mas por ocasião dessa peregrinação, foram pronunciados dois discursos que impressionaram profundamente todos os 2 . 000 casais peregrinos : um de Paulo VI. que a Carta Mensal publicou em agôsto; o outro do Diretor Espiritual das Equipes, o Rvmo . Côn. Caffarel, vindo a abrir novos horizontes para as Equipes e que será objeto de futuras considerações. Detenhamo-nos no discurso do Papa. O discurso de Paulo VI ultrapassou de muito a expectativa do Movimento. É que Paulo VI não se limitou a palavras protocolares de agradecimento, saudação ou incentivo. Quis êle aproveitar a p.re.sença dos 2 . 000 casais das equipes, que eram, de certo modo, um núcleo representativo dos casais cristãos do mundo todo, para fazer deles os destinatários e os mensageiros do ensinamento da Igreja sôbre o casamento. A importância dêste documento é inegável. O Rvmo. Côn. Caffarel dizia aos representantes do Movimento, reunidos em Assis, logo após a peregrinação : "Li o discurso do Papa , quinze, vinte vêzes . . . Jamais Papa algum escreveu coisas tão profundas sôbre o casamento ... " Uma leitura superficial do discurso não revela, à primeira vista , a riq ueza de seu conteúdo mõrmente levando em conta a linguagem
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Hmples e acessível a todos que o Papa quis empregar. dêle o que realmente pode oferecer, é preciso estudá-lo .
Para tirar
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O fato de termos sido os destinatários e os primeiros mensageiros do ensinamento da igreja sôbre o casamento encerra para todos nós uma responsabilidade inegável: - Antes de tudo, que nós conheçamos êste ensinamento. Como iremos transmitir um ensinamento que nós mesmos desconhecemos . - Em seguida, que nós o vivamos. Como poderemos dar o nosso testemunho, como nos concita Paulo VI, se não vivermos primeiramente, nós mesmos êste ensinamento, Estas reflexões levaram o Movimento a recomendar - e êle o fa z com insistência - o estudo do discurso do Papa, por parte das equipes com mais de dois anos de existência. Para isto um tema especial fo i elaborado, o que atiHtará ta1 estudo. 11
Orientação do ano, portanto, para tôdas as equipes com mais de dois anos, o estudo do tema sôbre o discurso de Paulo VI. 2ste tema tem por título "Sexualidade, casamento, amor" . Acrescentaríamos uma segunda "orientação", de natureza comple.. tamente diferente. O Rvmo. Cônego Caffarel confirmou a sua vinda ao Brasil em 8 de setembro dêste ano. Estejam atentos para as notícias e comunicações que forem sendo dadas e, muito particularmente. assumam esta visita nas suas orações.
"Corremos o risco de sacrificar as tarefas mais necessárias pelas mais urgentes. Os problemas mais urgentes exigem, cotidianamente, a nossa atenção e, se não tivermos prioridades devidamente planejadas, podemos nos apegar no cotidiano urgente sem realizarmos uma obra duradou'm". (Agnelo, Cardeal Rossi - Conclusão do Relatório do Ouinquênio 20-XII-64/20-XII-69)
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PALAVRA AOS EQUIPISTAS
QUANDO VAI MAL, VAI BEM (O mistério pascal)
Antigamente .. .
A história religiosa do Brasil nos legou uma rica tradição de devoção aos mistérios dolorosos de Cristo na sua paixão. Para testemunhar isto, mantiveram-se até hoje entre nós não poucos centros de peregrinações ao Bom Jesus. Encontramos também uma abundância de imagens sacras, estátuas ou pinturas que fixam um ou outro momento da paixão: o Senhor dos Passos, o Senhor Morto, a Virgem das Dôres, o Ecce Homo, o Bom Jesus da Flagelação, da Pedra F ria, e sobretudo êsses magníficos crucifixos barrocos onde está minuciosamente escrita a paixão de Cristo com uma sensibilidade requintada e comovente. A Semana Santa de antanho era desdobrada para salientar ao máximo cada episódio triste: as procissões dos Passos, do Encontro, as Sete palavras de Cristo, a Via Sacra, a Descida da Cruz e o sermãc da Soledade, a veneração do Senhor Morto, as Trevas. Tôdas estas devoções, imagens, para-liturgias e cerimônias lembravam àquele povo sofredor de então que sua vida sacrificada o assemelhava ao Senhor Jesus Cristo, o homem das dôres. o pobre de Javé. Hoje . . .
Estão desaparecendo muitas destas veneráveis tradições que tanto marcaram a vida dos nossos antepassados. Mudaram os tempos, os homens, as mentalidades. Uma sociedade de propaganda, de consumo, de bens de confôrto não está psicolôgicamente sintonizada com mistérios dolorosos. Palavras como mortificação, renúncia, sacrifício, soam mal, arrepiam e, consequentemente, são pouco usadas. O homem dos nossos dias quer realizar-se e recusa tôda diminuição ou alienação. :l;:le sabe que sofrer por gôsto de sofrer pode ser mais patológico que santificador. Fomos feitos para a felicidade e quem não aceita ser feliz já não é normal. Somos mais criteriosos e os corações vitimados, seja pelo Amor Divino ou por outros amôres, não despertam os mesmos sentimentos que nos tempos românticos.
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Cristo . . . Inaugurando sua pregação ( Mateus 5) , Jesus dirige-se a êste a nelo de felicidade comum a todos. Bemaventurados. . . isto é, felizes, feli za rdos, gente de sorte. d ~ b oa ventura ... E quem são êstes? Após o entusiasmo despertado, eis o paradoxo a nos espanta r : Felizes são os pobres e não os ricos! Os que choram, não os que se divertem . Os mansos e não os mata-mouros. Os misericordiosos e não os que saciam sua vingança. Os perseguidos, os caluniados é que devem alegrar-se e exultar. Nesta hora , deixamos de entender. Já passou da conta. Isto é misturar água com azeite. Cristo está querendo reconciliar o irreconciliável!
Mas é justamente o que é próprio d':Ble. :Ble veio recolocar em q uestão o que parecia sagrado, definitivo, classificado, entendido para sempre. :Ble veio nos pôr em movimento, em dialética, a caminho. Não veio para o nosso sossêgo, os nossos chinelos e móveis estofados. Tôda sua vida e morte estão aí para provar o improvável, para estourar as nossas herméticas categorias e para transtornar as nossas p acatas noções. Páscoa ... E por mais incrível que pareça, desde a morte d ':Ble : a mortificação cristã é uma realização do homem; o sacrifício é o mais autêntico dos enriquecimentos; a cruz é a estrada real para a glória; a morte é o caminho para a vida. Parece que estamos dizendo : "quando vai mal, vai bem". E , é isto mesmo! É o mistério pascal de Cristo. São Paulo "não julgava dever saber cois.:1 alguma senão Jes us Cristo, e êste, crucificado" (I Cor. 2,2) . Neste momento da morte de Cristo, central para a nossa história humana , manifestaram-se como nunca o poder e a fôrça de Deus. Nesta hora mesmo . Jesus é glorificado na cruz, no instante mesmo da doação total d a ua vida ao Pai, na hora do seu sacrifício supremo. Nesta hora o
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Pai inverteu para Jesus todos os valores: a morte é vida em abu ndância, a ignomínia é gloria, o fiasco é sucesso. O Pai fêz passar em si, eternizou e glorificou o homem Cristo Jesus como o pri mogênito do mundo nôvo instaurado neste momento. E a prova disto para nós é que apareceu a seus discípulos ressuscitado e comeu com êles o peixe e o favo de mel.
Cristãos ... Pelo nosso batismo ficamos associados ao mistério pascal de Cristo ( Rom . 6,3) e pertencemos ao mundo nôvo inaugurado por Êle (Ef. 1,10) , mundo que tem novos pesos, novas medidas. novas avaliações ( Fil. 3,8) . Agora podemos introduzir no movimento de Jesus tudo o que, em nossas vidas, espera sentido. Agora podemos até nos apropriar 3 nossa morte porque só em Cristo ela conseguiu adquirir sua significação de libertação e desenvolvimento sem diminuição algu ma da nossa parte, pelo contrário. Agora a renúncia, o sofrimento, as doenças, os contratempos que fazem parte de tóda vida humana, nos aparecem, no olhar da fé, em suas inesperadas potencialidades de desabrôcho . Não basta resignar-nos e ficar prestados . A nossa esperança não pode ficar ausente dêstes momentos de provações. Graças a Deus, sabemos que, no mistério pascal d e Cristo, tôdas as nossas contrariedades significam certamente para nós um aperfeiçoamento, uma revitalização, uma divinização. E então, sentimos mais do que nunca que o homem não contém em si mesmo a sua total explicação, a sua razão de ser, a sua realização plena. Então nos reconhecemos como criaturas. No dizer de Teilhard de Chardin: "O término da criação não deve ser procurado nas zonas temporais do nosso mundo visível" ( Le milieu divin) . Muitos recusam "morrer" a si, se fecham sôbre si mesmos. se agarram às suas certezas. É istüpermanecer no pecado. e-pecado é-a afirmação de si como centro da sua vida, da sua história. É recusar passar em Deus. "A cruz é um limiar a ser passado, um ponto crítico da nossa excentração, da nossa volta em Deus" ( Teilhard, ibid . ) . Nesta hora se patenteia o homem de fé que aceita como Cristo en tregar-se com tôda confiança nas mãos do Pai, que aceita passar em Deus, isto é, que aceita fazer a sua Páscoa.
Pe. Oscar Me'lanson, c. s. c. Conselheiro Espiritual do Setor de Cam pjnas
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NOTíCIAS DA IGREJA
UM CARDEAL BRASILEIRO NA CÚRIA ROMANA
O Cardeal Rossi, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, nomeado Prefeito da Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos ... O mundo pasmou : Como? um latino-americano? Na verdade, embora esta fõsse a primeira vez em que um Cardeal latino-americano era chamado a um cargo desta importância, a reforma que se vem processando dentro da Igreja desde João XXIII podia fazer prever um acontecimento desta natureza. É que poucos sabem que, no govêrno atual da Igreja, os Cardeais italianos foram paulatinamente sendo substituídos à testa r.las Congregações por prefeitos de outras nacionalidades . H<lj e, das 9 Congregações, apenas 2 são dirigidas por italianos . Na pr~ sidência das outras estão: 2 franceses, 1 suíço, I holandês, I iugoslavo, I norte-americano e agora I brasileiro (substituindo um armênio) . Futuramente, não será de admirar que haja um indiano ou um africano , realizando a catolicidade da Igreja na sua própria cúpula.
O que é a Sagrada Congregação pela Evangelização dos Povos (ex-"Propaganda Fide") Fundada pelo Papa Gregório XIII, sob forma de uma comissã o destinada a fomentar a reconciliação dos cismáticos orientais , foi ereta em Congregação por Gregório XV, em I622, com a finalidade de propagar a fé nos Territórios recentemente descobertos. Atualmente, está encarregada de tôdas as regiões em que a Igrej a ainda não está constituída hieràrquicamente ou nem chegou a penetrar. É a Congregação das Missões. Abrange 800 e tantas circunscrições eclesiásticas, com I40 mil missionários e I 50 milhões de católicos das mais diversas raças e costumes, espalhados por vários Continentes. Dirige-se potencialmente aos 2 bilhões de não católicos do mundo. Era Prefeito desta Congregação o Cardeal armênio Gregório (o nome parece estar ligado a esta Congregação . .. ) Agagianian, que renunciou ao completar 75 anos. Sendo estas as características da Congregação para a Evangelização dos Povos, compreende-se porque o Santo Paáre veio
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buscar o seu nôvo Prefeito exatamente em São Paulo .......- arquidiocese gigante e de caráter eminentemente cosmopolita, com sua população oriunda de todos os Estados do Brasil e de 78 nações estrangeiras. Acrescente-se que o Cardeal Rossi, além dos problemas próprios de São Paulo, precisou lidar com os de todo o Brasil, na sua qualidade de Presidente da C. N. B. B., e, como membro do CELAM . tôda a América Latina fazia parte de suas preocupações. Essa vastíssima experiência e suas qualidades de organizador ( 1) tornavam pois D . Agnelo o candidato ideal para o cargo para o qual o Santo Padre o chamou.
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Para poder governar arquidioceses precisou dividí-la em 7 Regiões episcopais (subdivididas por sua vez em 36 equipes sacerdotais) . estabelecer 16 setores para as diversas linhas de Pastoral. 16 equipes para estudo da aplicação dos Documentos Conciliares na arquidiocese, criar o Conselho Episcopal. o Conselho Pastoral , o Conselho Presbiteral, a Comissão Arquidiocesana de Liturgia, a Comissão Coordenadora dos Movimentos de Apostolado Leigo, mais de 100 paróquias novas, etc., etc.
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O missionário é o mensageiro do amor de Cristo. O Evangelho ganha fôrça quando apoiado no exemplo: é através das manifestações concretas dêste amor que muitos homens são conquistados para a Igreja. Muitos povos que já têm um sentido agudo d a divindade (dimensã-O vertical) convertem-se ao cristianismo ao descobrir a dimensão horizontal da fraternidade cristã. Nesse sentido também, São Paulo, cidade desumana como tôdas as grandes capitais, preparou o Cardeal Rossi para dirigir a Congregação das Missões ... Foram muitas as suas iniciativas para fomentar mais amor e mais justiça. Um dos seus primeiros atos ao assumir a Arquidiocese foi promover a Campanha da Fraternidade ~ e um dos seus últimos gestos antes de deixá-la foi lançar a idéia da Gôta d'Água para os Flagelados do Nordeste . D isse D. Agnelo no Instituto Paulo VI, ao despedir-se da arquidiocese: "Essa fraternidade que sonhei para a Arquidiocese d e São Paulo, e que já vinha se realizando e firmando, é que desej amos espalhar pelo mundo inteiro. Serei um soldado que partiu de São Paulo, que está junto do Santo Padre o Papa, trabalhando pela fraternidade".
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QUAIS AS VÁRIAS CONGREGAÇõES:
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Congregação para a Evangelização dos Povos Congregação para a Doutrina da Fé Congregação para os Bispos Congregação para os Religiosos e Institutos Seculares Congregação para o Clero Congregação para as Igrejas Orientais Congregação dos Ritos (Sagrada Liturgia Causa dos Santos) S. Congregação da Disciplina dos Sacramentos (jejum eucarístico, anulação matrimonial) S. Congregação para a Educação Católica (seminários, universidades, etc. )
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ESPIRITUALIDADE
OS DEZ MINUTOS DE MEDITAÇÃO
O Casal Responsável da equipe some(lte desempenLará bem a sua missão se reoorrer à oração. Por isso os dois cônjuges assumem o compromisso (salvo impedimento sério) de ir à missa uma vez no decorrer da semana e fazer 1 O minutos de meditação diá•ria. (Dos Estatutos) .
Estes dois grandes meios de aperfeiçoamentn que o Movimento oferece aos Responsáveis de equipe (e também a todos o casais com responsabilidades outras nas Equipes), repre~entam para alguns séria dificuldade. Não tanto a missa, mas principalmente a meditação. Em que consiste a meditação, perguntam alguns. Como meditar, indagam outros. Por não terem sempre uma resposta satisfatória são muitos os que se esforçam , experimentam durante algum tempo e acabam desanimando porque não sabem o que fazer naqueles 10 minutos. E a meditação que deveria ser fonte de vida, torna-se um pêso que não raro abandonam. A Carta Mensal. em números sucessivos, vai procurar esclarecer e ajudar. Hoje vamos nos limitar a dar algumas precisões de vocabulário recorrendo , para isso, a definições clássicas, focalizando mais particularmente a meditação, dentre as várias formas de oração. Oração ,....... É o termo genérico que designa o ato pe1o qual o homem se volta para Deus para estabelecer com Ele ·Jm diálogo. Distinguem-se diferentes espécies de oração: A oração vocal, em que predomina a recitação d.: fórmulas , algumas propostas oficialmente pela Igreja (o Pai Nosso , a Ave Maria , o Credo . . . ) , outras compostas por filhos seus (a oração de São Francisco de Assis . . . ) . Mas estas fórmulas só serão oração quando acomp anhadas de uma orientação interior p ..tra Deus. A oração litúrgica, qu e é a oração coletiva d 1 assembléia cristã, ao redor da Eucaristia. É constituída de atitudes exteriores e interiores assumidas em comum , (por exemplo, as orações e cânticos da missa). A oração mental, é aquela em que pr~do m ina a atividade da mente. Nela podemos considerar a meditação e a contemplação. Meditação ,....... É a oração mental em que não há palavras pronunciadas exteriormente. O que se pede são IJtos e atitudes interiores
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de fé, de esperança , de caridade. A meditação pode revestir formas diversas, segundo as etapas da vida espiritual, ou também segundo as escolas. Pode ser mais metódica ou n..ais espontânea. Dar mais lugar à reflexão ou a atos interiores do coração ou da vontade. Simplifica-se progressivamente e tende a tornar-se , sob a ação do Espírito Santo, uma presença de Deus que habita no centro da a lma. Outras vêzes, esta medição faz trabalhar a nossa inteligência a nossa faculdade de refletir, apoiada na memória e na imaginação. A inteligência esforça-se por compreender a " Palavra de Deus"; o coração, por exprimir a Deus ou a Cristo sentimentos de admiração, de louvor, de ação de graças ... ; a vontade por aderir ao que Deus quer. Geralmente esta última forma de meditação predomina no início da vida de oração. Recorre ao Evangelho ou a outras leituras. para despertar a inteligência e levá-la à reflexão. Também ela vaise progressivamente simplificando, torna-se mais espontânea, mais interior podendo atingir, sob a ação do Espírito Santo, a form a mais alta da contemplação. Contemplação - E' uma medição em que o Espírito Santo, por sua ação misteriosa e quando o julga oportuno, comunica à alma um conhecimento espiritual e amoroso de Deus; conhecimento êste muito simples, acima de todos os nossos esforços e de tôdas as nossas fórmulas. Sem dúvida, crianças muito novas podem aceder a esta forma de oração, como aquela que escreveu numa resposta de catecismo: "A gente está às vêzes tão contente, com Deus. qu e nem é preciso falar". O QUE É MEDITAR?
" A meditação é uma conversa com Deus" ( Clemente de Alexandria) "A meditaçã o é um "comércio de amizade no qual nos entretemos a sós com êsse Deus de quem sabemos ser amados" (Sta. Tereza de Avila ) E' " uma conversa do filho de Deus com seu Pai do Céu , sob a ação do Espírito Santo". (Dom Marmion) " Rezar, é pensar em Deus, amando-O" . ( Charles d e Foucauld) POR QUE MEDITAR?
Qual a razão por que devemos meditar? Vários são os motivos. Limitar-nos-emas, desta vez, a apresentar-lhes algumas respostas dadas a um inquérito por homens e mulheres que, em condições de vida semelhantes às de todos nós, encontram meios d e se entregar à meditação e nos contam os benefícios insubstituíveis
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que dela auferiram. (De um número especial de "L'ANNEAU D'OR" ---- "Senhor, ensina-nos a rezar") . A meditação foi o despertar de tôda a minha vida interior e consciente. A descoberta da ação de Deus em mim , de seus apelos, de suas orientações, de suas intervenções. A meditação equilibra a minha vida. É como a quilha que equilibra o navio e o mantém firme contra ventos e marés. A meditação transforma minha atitude para com os outros . Impede-me de recair sôbre mim mesmo e abre-me aos outros. A meditação é absolutamente necessária para conservar minha fome de Deus e o desejo de conhecê-lo melhor. Agora, para mim, um dia sem meditação é um dia sem luz. A meditação ajuda-me a suportar as crises de mau humor dos outros e também as minhas. A meditação tem isto de bom : habituou-me a consultar Deus. Antes de praticá-la , esquecia-me muitas vêzes de procurar quai era a Sua vontade. A prática habitual da meditação me traz serenidade, p;az e alegria espirituais. Leva-me a ser menos egoísta na vida conjuga! e efetua no meu íntimo uma mudança na ordem dos valores . XO PRó.\1.1!0 .V('.l!l?.RO : COMO FAZER A MEDITAÇÃO
ORAÇÃO DE UMA CAMPONESA DE MADAGASCAR Senhor! dono das panelas e marmitas! Não posso ser C! santa que meaita aos vossos pés. Não posso bordar toalhas para o vosso azta1· . Então, que eu seja santa ao pé do meu fogão . Que o vosso amo1· esquente a chama que eu acendi e jaça calar minha vontade de gemer a minha miséria. Eu tenho as mãos de Ma1·ta. Mas quero também ter a alma de Maria . Quando eu lavar o chão, lave, Senlwr, os meus pecados. Quando eu puser na mesa a comida, coma também, Senhor, junto conosco. É ao Senhor que eu sirvo, servindo minha família.
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Hi --
ALGUNS LIVROS PARA AJUDAR A MEDITAÇÃO "SENHOR, ENSINA-NOS A REZAR"
O livro "Aprendendo a Rezar" , de Bernard Bro preocupa-se com êste apêlo que os apóstolos dirigiram a Cristo. E consegue, de modo admirável , o seu objetivo ensinando aquilo que importa ao cristão, o lado prático: Como rezar e como não rezar? qual o caminho a seguir para atingir a oração perfeita? E para elucidar ainda mais estas questões, o autor colocou , após cada capítulo, belíssimas orações e textos de personalidades marcantes da história da Espiritualidade, como S. João d a Cruz, Sta. Terezinha, P . Claudel, Bernanos, Kierkegaard, Cura D'Ars, Sto. Agostinho, Sta . Tereza D'Avila e outros·. "Aprendendo a Rezar " constitui em última análise, verdadeiro alimento e agradável caminho para os que buscam um encontro mais pessoal e mais íntimo com Deus, baseados em razões que justifiquem o sentido e o valor de sua oração. Preço : Cr$ 20,00 -
"366 MEDITAÇõES"
Editõra Herder
(Edição de Ação Social)
Dentre as diversas obras e escritos do Padre Roberto Saboia de Medeiros, S. J., merece especial destaque aquela mandada publicar postumamente por seus amigos e admiradores sob o título "366-Meditações". Como o nome do livro está a indicar é o mesmo composto de pequenas meditações, verdadeiras orações apropriadas para cada dia do ano, apresentadas de forma singela e ao mesmo tempo sublime, destinadas a elevar o pensamento de seus leitores a Deus, durante os poucos minutos dispensados cada dia à sua leitura.
"AMOR E RESPONSABILIDADE"
(Livraria Agir)
Pensamentos não menos elevados encontramos em trechos do livro do Padre João Mohana, intitulado "Amor e Responsabilidade". No capítulo "O amor luta olhando", o autor nos propõe um método que nos leva à meditação de uma forma tão natural e espontânea que nos deixa perplexos quando, quase de uma forma inconsciente, compreendemos em poucos segundos que " meditar" é refletir com Deus sôbre um determinado assunto. Procurar olhálo com o olhar de Deus, dentro da perspectiva de Deus, buscando o ponto de vista e os sentimentos de Deus".
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um TesTemunHo Transcrevemos do Boletim de Bauru êste testemunho que pode servir como exame de consciência para cada um d e nós. Numa das reuniões de equipe, uma equipista leu a seguinte mensagem :
" Gente, acho que precisamos conversar. Há meses que não temos oportunidade de falar, de sentir os nossos irmãos. Estamos pràticamente desligados uns dos outros. Cada qual com seu p~oblem a, cada um com mil problemas. Mas respondamos agora : amamos ou não amamos a nossa Equipe? Ao fazermos o nosso compromisso estávamos dispostos a não só permanecer na Equipe como também ajudá-la a crescer. Temos feito alguma coisa pela nossa Equipe? O que temos feito afinal : Façamos um bom exame de consciência ... Creio mesmo que nem é necessário fazê-lo. Tenho certeza de que cada um de nós tem sentido no fundo da alma a sua falha em relação à Equipe. Gente, em nossa Equipe, coisa que nunca senti antes e dói-me falar agora. mas é preciso falar: em nossa Equipe está faltando contato entre os diversos casais, jôgo franco, entusiasmo, está faltando colaboração para com o casal resppnsável. há meses reduzido pela metade em decorrência de impossibilidade do cônjuge que viaja semanalmente . ~stá faltando auxílio-mútuo, mesmo porque não tem havido abertura por parte dos casais, pois não há encontro entre nós. Nosso último encontro foi em maio ... vieram as férias , terminaram as férias, e sentimos um alheiamento dos nossos irmãos pelas coisas da Equipe. . . Quem se preocupou com a Equipe nesses últimos dois meses? H á trabalho para ser realizado? Houve mudança nos temas de estudo? Como estão as partilhas? O nosso Assistente vai bem? Estou faltando para com o meu próximo? Estou me omitindo? Nossa responsável precisa de alguma coisa? Mas eu não sabia. . . Ora. caro irmão, é claro que você não soube o quanto vocé foi necessário à Sua Equipe ... Você estava ocupado com seus múltiplos afazeres e enquanto isso o tempo passou, tão depressa! É verdade queridos irmãos, eu os amo muito e porisso vou dizerlhes: a Equipe precisou de cada um de nós e falhamo s. Nossa responsável ficou pràticamente só e não encontrou a colaboração de seus equipistas. Podemos pensar, para aliviar nosso remorso : Mas nem fomos chamados, nem fomos convocados. . . Será, queridos irmãos em Nossa Senhora, será que não houve uma falta nossa?
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Precisávamos esperar pelo pedido, pelo chamado? Não deveríamos ter ido ao encontro de nossa irmã, para abraçá-la com carinho e oferecer-lhe nosso auxílio? Será que não fomos muitas vêzes egoístas? Precisamos e devemos mudar: sacudir o nosso comodismo e nossa apatia. Creio que já escolhemos o caminho certo, que é o caminho de Cristo. Em nossa Equipe podemos ver que todos são também cursilhistas, com exceção desta sua irmã . Vamos , pois , caminhar dentro de nossa querida Equipe, sem olhar para trás. A nossa caminhada exige doação, dedicação, esquecimento de nós mesmos. Exige abertura para com o nosso próximo. Lembremonos da oração de São Francisco: É dando que se recebe! Quanto mais dermos de nós mesmos mais estaremos recebendo, porque Deus não se deixa vencer em generosidade. Queridos amigos e irmãos, vamos continuar no caminho qu e começamos. Vamos continuar unidos, de mãos dadas e prontas para o trabalho, e que o Cristo, presente ao nosso lado, nos dê fôrças para não esmorecermos nas dificuldades, para não desanimarmos nas derrotas, para não nos envaidecermos nas vitórias. Irmãos, creiam no seguinte: os nossos verdadeiros amigos, aquêles com que podemos contar na hora má da doença, da morte ou de outros infortúnios. são os que es'tão ao redor desta mesa neste momento. )j,stes são o.s verdadeiros amigos e irmãos em Cristo. E u já tive prova disto, quando meu espôso ficou doente e hospitalizado, quanto sofri naquela ocasião, como é horrível ver o chefe da casa doente, aumentadas a nossa responsabilidade, a nossa dor ... Mas eu senti as orações e o apóio de vocês todos. Quando, em outras ocasiões. estivemos com problemas de ordem econômica e quando meus irmãos sofreram aquêle acidente, eu senti que vocês eram realmente os meus irmãos, os meus parentes mais próximos. E quan to rezei agradecendo a Deus por ter me dado tão bons amigos. Por tudo o que recebi da Equipe, portanto, de vocês e dos outros irmãos que já não estão conosco e que não encontraria lá fora, é que resolvi dizer-lhes tudo isso nesta primeira reunião do semestre. Para concluir, se alguém daqui não puder dar à Equipe o que lhe fôr pedido. dê-lhe, ao menos, o que pedem os E statutos e siga o exemplo daquele casal, que muito recebe da Equipe e achando que pouco pode dar, faz-se presente a tõdas as solenidades, a tõdas as programações da Equipe, mesmo que com sacrifícios, fazendo de sua presença um ato de agradecimento pelo muito que a Equipe lhe dá. Sejamos simples e por intercessão de Nossa Senhora, Rainha das Equipes, façamos de nossa Equipe o modêlo da fraternidade cristã. Era isso o que queria dizer nesta hora, penitenciando-me pelo pot!CO que eu tenho feito pela nossa Equipe" .
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APOSTOLADO
COMO INICIAR UM CURSO DE PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO
O artigo "Recordando o Início dos Cursos de Preparação para o Casamentc.", publicado na Carta Mensal de Outubro, motivou vários pedidos de esclarecimentos sôbre o funcionamento dos Cursos. Visando completar a orientação contida na brochura publicada pela Editôra "Vozes", sob o título "Curso de Preparação para o Casamento", fomos pedir ao casal fundador dc·s CursCiS em São Paulo alguns conselhos destinados aos que desejam ministrar êsses Cursos.
Quais as qualidades que um casal deve ter para dar o Curso? R. .....- Em princípio, qualquer casal que comp:r eenda bem o alcance dêsse apostalado, esteja estusiasmado com a idéia e acredite na possibilidade de ajudar os noivos é capaz de dar o Curso. Depois, é preciso um mínimo de boa vontade para preparar o tema, comparecer às reuniões preparatórias e sobretudo, estar sempre se atualizando. É
necessário ter experiência de ensino ou de oratória?
R. .....- Não, absolutamente. A exposição do tema é feita em diálogo pelo casal em tom de conversa, ilustrada com muitos exemplos. Êsse diálogo não é fácil. no comêço, mas logo se consegue. De uma maneira geral, os maridos deveriam ficar com a parte teórica e as espósas com os exemplos; mas, evidentemente, não há regra fixa e, com a prática, um sente quando o outro quer dizer alguma coisa. Além disso, pode-se enumerar algumas regras: .....- não se trata, de modo algum, de "dar aula"; não existem professõres de casamento. . . bem mais importante do que aquilo que dizemos é o que passa aos noivos por osmose: o testemunho do casal, suas convicções, sua sinceridade, sua fé na graça do sacramento, etc ... .....- é preciso procurar-se, desde o início, adaptar-se ao nível intelectual da maioria do auditório; falar com franqueza, escolher palavras simples, apresentar muitos exemplos, dirigir-se aos noivos como a amigos, não querer passar por "sabido";
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- a participação dos noivos deve ser estimulada ao max1mo, provocando-se perguntas, que serão respondidas com tôda a sinceridade; nunca discutir com os noivos, e menos ainda o casal entre si ... não falar demais: as reuniões não devem durar mais de duas horas.
Um casal interessado em dar o Curso, o que deue:ria fazer? R. ......- Depois de estar a par da estrutura de um curso ......- tôdas as explicações são dadas no manual "Curso de Preparação para o Casamento", editado pela "Vozes" ......- o casal se une a um grupo já organizado ou entusiasma seus companheiros de equipe para juntos formarem um grupo. As reuniões preparatórias são importantes para que não haja repetições nem contradições, mas muita unidade. Cada casal será encarregado de uma das reuniões , mas todos devem estar capacitados a expor qualquer tema.
Quais são êsses temas? R. ......- O título pode variar, mas os assuntos bàsicamente serão: amor e casamento, psicologia masculina e feminina, casamento corpo e alma, harmonia sexual, vosso amor será criador, o casamento no plano de Deus, a vida no lar.
E quanto aos noivos, ao lGCal da reunião? R. ......- O ideal é reunir um grupo de dez a vinte casais de noivos - apenas noivos, namorados não. Só os noivos assistem às reuniões: parentes próximos não devem ser admitidos. Seria preferível que o local escolhido não estivesse muito marcado do ponto de vista clerical ou social (por ex.: casa paroquial, escola, clube) : é sempre melhor uma casa de família. Lembrar-se de criar um ambiente simpático ( flôres, cadeiras em círculo, refrescos ou um cafezinho) e de trajar-se de acôrdo com o nível social dos noivos.
Qual a razão dêsse apostolado ser tão difundido entre a.:~ equipes? R. ......- Os equipistas, habituados a refletir e a estudar os temas a dois e depois em equipe, têm muita facilidade; levam para o curso não só a sua experiência pessoal mas a de todos os seus companheiros. Os nossos retiros e dias de estudo, onde há sempre reflexos sôbre problemas de casamento, também ajudam muito.
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Além do mais, a preparação para o casamento ocupa , no mais , duas noites por semestre. O casal animador é o único que co mparece às 6 reuniões, mas deve haver um rodízio dêsse cargo. A pesar de não exigir materialmente muito de nós, a preparação pàra o casamento, como aliás todo apostolado, deve ser feita com espírito de sacrifício e muito amor. E, como sempre, recebemos de volta 100 por 1. M·a s aqui, com algumas ca racterísticas especiais: sente-se imediatamente o resultado do nosso esfôrço no interêsse e entusiasmo dos noivos. Resulta dêsse trabalho também uma união maior entre o casal, primeiro por causa do aprofundamento dos problemas do casamento, e depois porque, no contato com o amor dos jovens, rejuvenescemos o nosso próprio amor. E nfim , nesses temp,os em que é tão difícil dialogar com os adolescentes, em contato com a juventude conseguimos compreender melhor os problemas e as d úvidas de nossos próprios filho s.
3 e 4 de Abril/71
sábado/ domingo Dias de Estudos de Casais Responsáveis de Equipe e
das Coordenações do Brasil em
São Paulo
Destíno: SÃO PAULO
Caixa-Pregos Alguns dias antes do Encontro de Casais R esponsáveis em São Paulo. Concentradíssima, Marietta vai contando no bloco cheio de anotações: a 10, a 11. a 12, a 13, a 18, a 19, a 20 ... Ufa! Tudo confirmado. Hoje, à noite Raul poderá fazer a reserva de ônibus. 30 de Março Alô Marietta? Sim ... Aqui é a Véra, da equipe 7. Como va i? Muito bem, obrigada, e vocês aí? Justamente é porisso que estou ligando para você: meu sogro está passando mal e acho que não vai dar para nós irmos a São Paulo ... ......- Não diga, que pena! ......- Pena mesmo, mas já falei com Lola e Carlos e êles se prontificaram a ir no nosso lugar . ......- Está ótimo! Então é só a gente comunicar a substituição a São Paulo . Estimo as melhoras do seu sogro. Telefonarei para saber notícias. Um abraço para vocês. 31 de Março Alô? Eu queria falar com Marietta ... Sou eu , quem está falando? Marietta, aqui é Lourdes, da equipe 19 ... Sim, como vai? Vamos indo, graças a Deus. Só que estou telefonando para dizer que não vai dar mais para a gente ir para São Paulo . ......- Nossa! Por que? ......- É que minha empregada foi embora e não tenho com quem deixar as crianças ... Ah , essa não, logo agora .. . Pois é ... Mas tem que haver um jeito! Olha, não há: Minha sogra viajou e minha cunhada está com caxumba em casa ... E o pessoal da equipe?
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,...... Bem, para dizer a verdade, nem pensei nisso ... ,...... Ora, mas para isso é que há equipe! Vocês vão a São Paulo para beneficiar tôda a equipe ,...... a equipe bem pode dar uma mão! ,...... Acho que você tem razão. Vou telefonar para a Glória e pedir para ela ficar com os mais velhos - os dois menores eu deixo com a Carmen. . . Tenho certeza de que elas topam. Pode deixar o nosso nome na lista. Que bom. Qualquer problema, você toca de nôvo, está certo? Claro, mas não vai haver não, se Deus quiser. pode ficar sossegada. Um abraço. 3 de abril
Rodoviária, 22 hs. .- Marietta e Raul, lista na mão , estão "fazendo a chamada". ,...... A 6, cadê a 6? ... Ora, é verdade, êles foram de carro com o pessoal da 2 para deixar o lugar para os Assistentes que resolveram na última hora. Bem, vamos em frente. A 9. a 10, a 1 L estão todos aqui. A 12? Olga e João? Onde é que andam os dois? ... Ah, aí vem êles ... Como correm! Ainda bem!. . . Mas que folga, hein, gente! vocês quase que perdem o ônibus! ,.....- Foi o Zeca! Caiu agora antes do jantar e precisou levar pontos, foi aquela trapalhada lá em casa ... Olga está com uma cara de quem ainda não digeriu o susto e teria preferido ficar em casa. Marietta então abre aquêle sorrisão: ,...... Não se preocupe, o anjo da guarda toma conta, o menino vai ficar bem. De qualquer maneira, eu ainda passo por lá saindo daqui e dou uma chegada amanhã cedo. Está bem assim? Vai sossegada! Olga, mais aliviada, ensaia um agradecimento, mas João empurra e o jeito é se enfiar no ônibus. A ladainha recomeça: 16, 17 ,...... só um acena. ,...... Ué, cadê a Dorinha? ,...... Não vai mais. Deu sarampo no menor, mas só descobrimos que era sarampo agora de tarde. Senão a gente avisava ... Alguém: ,...... Chi. . . deixa descer dêste ônibus! ainda não tivemos o sarampo lá em casa ... Outro: ,...... Bonito, êles recebem a gente lá em São Paulo DAQUÊLE jeito e você vai levar o sarampo para êles? Bela maneira de agradecer! Até a Olga já está achando graça. Marietta e Raul só com muito custo conseguem recomeçar a "contagem": equipe 22. 23 ... Ufa, acabou. E os Assistentes? Estão aí também.
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Então só resta rezar . Começa a oração dos viajantes. O s Assistentes dão a bênção, todos juntos. Marietta e Raul, comovidos, quase esquecem de descer do ônibus . Gargalhadas . Descem em meio a um pique-nique. Agora o chofer não sabe mais se sai ou não . .-- Boa viagem, aproveitem bastante! .-- Rezem pela gente! Etc . .. O que viram, ouviram, fizeram em São Paulo. vocês lerão no número de Maio . . .
Casais Participantes da Sessão de Formação 11 Grau dias 30 de outubro- 2 de novembro/70 em VALINHOS
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1970: ANO DE FORMAÇÃO
Na Carta Mensal de março de 1970, ao apresentar-se, a Equipe de Coordenação Inter-Regional afirmava o seu desejo ,......., a sua responsabilidade ,......., de ajudar os casais a viverem o ideal das Equipes de Nossa Senhora. Um ano decorreu desde essa apresentação. Que fêz a ECIR nesse período? Seguindo o plano de ação elaborado em 1969, a ECIR reuniu-se 11 vêzes, mensalmente portanto, deixando de haver reunião em abril quando três de seus casais componentes participavam da peregrinação a Roma e da Sessão Internacional de Assis. Algumas dessas reuniões foram de um dia inteiro de trabalhos. Três delas contaram com a participação dos Responsáveis Regionais do Brasil. Cada um dos casais da ECIR tem a responsabilidade da supervisão de uma das várias "comissões" encarregadas da execução dos programas estabelecidos. Com isto, o número de reuniões a que a ECIR estêve presente com um ou mais de seus membros, se elevou consideràvelmente: cêrca de 20 reuniões preparatórias para o planejamento dos encontros realizados durante o ano ... reuniões com os Regionais . . . com a Equipe da Carta Mensal. . . com organismos da Arquidiocese, tais como a CAMAL, o Vicariato da Pastoral Familiar . . . Houve a pilrticipação ativa nas várias Sessões de Formação e nos Mutirões realizados . .. presença na instalação dos Setores formados durante o ano. . . Até mesmo um "pulinho" foi dado por um de seus membros ao extremo norte do país, para um contato pessoal com a equipe formada em Teresina, Piauí. Sem contar as pale-stras . as visitas feitas a vários locais . . . Se-m contar a viagem mensal (ou mais) Rio-São Paulo e Jundiaí-São Paulo de dois casais da ECIR que residem naquelas cidade-s. Os apaixonados por estatística podem anotar como distância percarrida pelos membros da ECIR, a serviço do Movimento, no mínimo 18.000 kms,......., de-ixando de lado a "quilometragem" da peregrinação a Roma . Inegàvelmente, a ECIR concentrou as suas atenções no trabalho de formação, de aprofundamento, com a realização de- todos o5 encontros programados no início do ano, com exceção de um, que não pôde se-r levado a e-feito, mas com o acréscimo também de- um , que não estava previsto a princípio. Assim é que se realizaram durante o ano: 4 Sessões de Formação. (Caxias do Sul. ltaicí, Florianópolis . V alinhos) com a participação de 97 casais e 4 Conselheiros Espirituais.
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5 M1utirões, (Taubaté, Ribeirão Prêto, Rio de Janeiro, Araçatuba, São Paulo} , contando com a presença de 135 casais e 10 Conselheiros. 1 Encontro dos Responsáveis de Equipe, com 200 casais e 24 Conselheiros. 1 Encontro da ECIR com os R. Regionais, R. Setor, R. Coordenação. 37 casais, 6 Conselheiros Espirituais, o que dá um total de 469 casais participantes e 44 Conselheiros Espirituais. Mas . notem bem, não é sõmente a ECIR que trabalhou nesses numerosos encontros. Em cada um dêles funcionou sempre uma "equipe de serviço", constituída de 6 a 8 casais, dos quais, se alguns eram membros da ECIR, boa parte era constituída por casais cuja disponibilidade e eficiência nos é grato assinalar.
Caros equipistas. Não interpretem , por favor, esta notícia como propaganda ou auto-elogio da ECIR. Mesmo porque sabemos o quanto também dão de si tantos casais que aceitaram responsabilidades nas várias Comissões, nas Regiões, nos Setores, nas Coordenações, nas Equipes. Seria preciso, para ser justo, acrescentar a esta breve estatística, o número de reuniões aí realizadas, para termos assim um apanhado do trabalho levado a efeito para a formação e animação das quase 350 equipes do nosso país. Temos consciência que todos têm dado a Nosso Senhor muitas horas de seu tempo, roubado certamente ao convívio no lar, ao lazer. ao repouso. Mas temos consciência também de que, se isto tudo foi possível, é que há uma retaguarda anônima que dá a sua colaboração, o seu apóio, o seu estímulo. E temos consciência de que não caem no vazio aquelas muitas c muitas orações "pelas Equipes" que na intimidade das reuniões de equipe, tantas e tantas vêzes sobem até o Senhor. São elas que suprem as nossas limitações e, quantas vêzes, os nossos desânimos e, quiçá mesmo, as nossas pequenas covardias. Por tudo isso, a vocês , o nosso fraternal obrig ado.
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NOTÍCIAS DOS SETORES
RIO DE JANEIRO
Parece que todos estão convencidos da importância e da necessidade dos encontros ,...... Retiros, Mutirões e Formação de Dirigentes. Os Retiros são tão importantes para o desenvolvimenb espiritual dos casais que se tomaram obrigação dos estatutos. O s Mutirões e Formação de Dirigentes além do desenvolvimento espiritual, propiciam ensinamentos e formação que possibilitam o desenvolvimento e o crescimento do próprio Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Todos êsses encontros tão ricos em múltiplos aspectos, exigem também sacrifícios de seus participantes ,...... inclusive financeiro. É evidente que a estadia e a alimentação representa uma despesa que tem de ser coberta, mas por outro lado muitos casais têm dificuldades em dispender de uma só vez a quantia necessária. Como outros dirigentes, o Casal Regional do Rio de Janeiro já sentiu êsse problema e sugere: "Estamos cada vez mais convictos da necessidade de se formar um Fundo, com a participação mensal dos casais, o que viria possibilitar Encontros sem qualquer contribuição adicional. Temos tido contato com outros Movimentos e, aparentemente, essa é a única solução. Talvez fôsse possível fazer algo parecido com um "Consórcio". É uma sugestão para desenvolvimento posterior e, por isso deixamos para reflexão de vocês". Gostaríamos de receber sugestões. PETRóPOLIS
Todos sabem que o ar das montanhas é muito saudável talvez seja essa uma possível explicação para a excepcional atividade dos equipistas de Petrópolis. Éles já são conhecidos como um dos Setores mais ativos de todo o Movimento no Brasil. E como não são de fazer só barulho . desta vez fizeram o S.O .M. (Serviço das Obras de Misericórdia) . Pelo que pudemos depreender do "Equipetrópolis" . trata-se de mais um movimento desenvolvido pelos equipistas locais para auxiliar as famílias necessitadas. Proporcionam o recolhimento de roupas usadas e sua distribuição; médicos e dentistas equipistas prestam serviços profisionais gratuitamente; são dados auxílios em mantimentos e remédios. Paralelamente auxiliam a colocação dos neessitados em empregos nas indústrias locais. Os fundos são
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obtidos por contribuição mensal espontânea das diversas equipes do Setor, além de um chá beneficiente realizado mensalmente em rodízio por cada uma das equipes.
OUTRA DO RIO DE JANEIRO
A falta de Casais Pilotos não é novidade alguma, e o fato de que êles estejam em falta no Rio de Janeiro também não merece ser noticiado. Mas o que merece ser noticiado é a solução que está sendo estudada: um curso de formação de pjlotos gravado em fita. A idéia em estudo seria gravar as instruçõe~ em "mini-cassete .. de modo que o casal pilôto pudesse fàcilmente recordar as instruções antes de cada reunião ,_ Genial! Para levar avante o plano, foi criado um Grupo de Estudo para Formação de Pilotos, de âmbito regional, e constituído de 3 casais executivos e de mais 5 casais com muita experiência anterior em pilotagem. :E;:stes últimos atuarão dando sugestões e criticando o trabalho dos executivos. Aguardamos ansiosos os resultados que, por certo, serão fabulosos.
O MOVIMENTO NO BRASIL E NO MUNDO NOVOS SETORES NO SUL
Viveram grandes momentos os equipistas da reg1ao Sul. com as tocantes cerimônias de instalação dos novos setores de Caxias do Sul, Pôrto Alegre e Brusque, e ainda a transmissão de posse dos novos responsáveis do Setor de Florianópolis. No espírito comunitário característico das Equipes de Nosw Senhora, foram concelebradas missas nas quais instalaram-se os setores, tomaram posse os casais responsáveis e prestaram compromisso as equipes novas , bem como renovaram êste compromisso as equipes antigas. ·Seguiram-se confraternizações onde mais uma vez os equipistas puderam conhecer-se melhor e co-participar a alegria reinante. Em Caxias a cerimônia foi realizada na Catedral. na missa comunitária das 19 horas, presidida pelo Bispo Dom Benedito Zorzi. no dia 28 de novembro. O movimento aí conta com sete equipes, sendo que vários casais já participaram de Sessões de formaçã o de dirigentes.
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Em Pôrto Alegre, no dia 29 de novembro na Casa de Retiros dos padres jesuítas, após o retiro espiritual para alguns casais, a missa concelebrada foi presidida pelo Bispo-auxiliar, Dom Edmundo Kuntz, que assistiu ao nascimento das equipes naquela cidade. O movimento aí passa por uma fase de bastante expansão, devendo , neste ano compreender doze equipes. No dia 6 de dezembro, foi a vez de Brusque ver a sua Coordenação transformada em Setor. Presidiu a concelebração, da qual participavam os Assistentes das Equipes de Brusque, Mons. Valentim Loch, vigário geral da arquidiocese. O movimento existe há seis anos na cidade de Brusque e conta com seis equipes e mais duas em Blumenau onde está nascendo de forma segura. Os novos responsáveis do setor de Florianópolis tomaram posse no dia 8 de dezembro, em cerimônia presidida pelo Pe. F rancisco Sales Bianchini, iniciador do movimento das equipes naquela cidade e que na ocasião comemorava vinte anos de sacerdócio. A confraternização contou com a presença de casais do Movimento Familiar Cristão, o que deu um sentido do perfeito entrosamento existente entre os dois movimentos familiares católicos da cidade. As Equipes de Nossa Senhora contam atualmente com doze equipes. Outra coisa interessante e comum a tôdas estas cerimônias foi a transmissão das pastas. Durante o ofertório, os casajs responsáveis de equipe que encerravam seu mandato depositaram sôbre o altar, onde permaneceram durante a missa as pastas das equipes que estiveram sob sua responsabilidade durante 1970. Ao final da cerimônia, o casal responsável do Setor chamou os novos responsáveis, fazendo a entrega solene de suas pastas . O Casal Regional do Sul, que presidiu, em nome do Centro Diretor Internacional tôdas as cerimônias, está de parabéns por terem atingido a "maioridade" todos êsses núcleos confiados à sua responsabilidade. Nossas orações acompanham os Casais Responsáveis dos novos Setores. A êles e às respectivas Equipes de Setor. auguramos uma frutífera gestão .
UM CASAMENTO EM EQUIPE
Foi lá pelo ano de 1960, que um grupo de casais pertencente à paróquia de Moema reuniu-se em equipe.
Como tôdas as equipes, conheceu altos e baixos, fases de crises e triunfos e enquanto alguns casais saiam outros vinham substituí-los. Uma vez estabilizada a equipe, transformou-se numa das mais dedicadas, tendo contribuído para o aperfeiçoamento do movimento em São Paulo quer pelas responsabilidades assumidas pelos casais, quer pelas atividades por êles promovidas.
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E foi assim que Elizabeth, filha de Catarina e Antonio Rocha, encontrou-se com Hugo Antônio, filho de Zuleika e Hugo Malheiros e dali nasceu o amor que os levou ao noivado e ao casamento. Celebrado na capela da Liga das Senhoras Católicas, no dia I 9 de outubro, pelo padre Júlio A !f eu, Assistente da equipe foram padrinhos do noivo um casal da equipe e, da noiva, o casal pilôto. Na cerimônia estavam presentes numerosos casais das Equipes de São Paulo que, através dêstes anos, se tornaram amigos dos pais dos noivos, assim como os responsáveis pelos setores e ECIR. Missa intensamente rezada por todos .....- com pais e padrinhos revezando-se na leitura dos textos sagrados e unindo-se ao sacerdote para dar a bênção nupcial .....- com todos os presentes acompanhando as orações e participando da Eucaristia . ~ste foi o primeiro casamento realizado entre filhos de equipistas em São Paulo e deve ter sido um dos primeiros no Brasil .. . T odos nos alegramos com êste jovem casal. desejando-lhes uma felicidade imensa em Cristo.
N ô VO CASAL SECRETÁRIO
O nôvo casal Secretário é o mesmo da ECIR: lnah e Paulo Alex de Sousa, substituindo o casal Anna Luiza e Christiano Ribeiro da Luz Neto. CENTRO DIRETOR INTERNACIONAL
Mudou o nome para "Equipe Responsável ". EQUIPES NOVA S
Alemanha: 1 equipe; Bélgica: 13 equipes; Espanha : 40 equipes; França: 51 equipes; Inglaterra: 1 equipe; Itália : 4 equipes; Líbano: 2 equipes; Luxemburgo: 1 equipe: Portugal : 7 equipes; Suíça: 1 equipe. NOVOS SETORES
Bélgica: Basse-Sambre França: Bar-le-Duc, Lavai, Périgueux, Perpignan, Quimper, Charleville, Nancy B. Ilha Maurício: Maurice C. Portugal: Braga, Porto E. , Açores. NOVAS REGiõES
Espanha: Andaluzia
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~di1•ot:J para
191-1
preparados pela Região· São Paulo
7 a 9 de maio, em Baruerí 28 a 30 de maio, em V alinhos 11 a 13 de junho, em Baruerí 6 a
8 de agôsto, em V alinhos
27 a 29 de agôsto, em Baruerí 1O a 12 de setembro , em Baruerí 24 a 26 de setembro, em Valinhos 8 a 10 de outubro, em Baruerí 22 a 24 de outubro, em Baruerí (sem filhos) 5 a
7 de novembro, em Valinhos
19 a 21 de novembro, em V alinhos 26 a 28 de novembro, em Baruerí 3 a
5 de dezembro, em Valinhos
Os nomes dos pregadores serão comunicados oportunamente. Três retiros serão em absoluto silêncio. Quaisquer informações com o casal Suzana e João Baptista Villac, rua Monte Alegre, 795 ..- S. Paulo ( cap.) ..- Tel.: 62-8092 .
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ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO Estamos em plena Quaresma, o tempo em que ots Cristãos se devem unir intimamente aos sofrimentos e à morte de Jesus Salvador, a fim de ressuscitarem com Sle p81ra uma vida nova nas grandes solenidades Pascais. TEXTO DE MEDITAÇÃO i:
"Porventura o jejum que me agrada consiste em um homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sôbre o saco e a cinza? Podeis chamar isto um jejum , um dia agradável ao Senhor? Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? Diz o Senhor Deus: É repartir seu alimento com o que tem fome, acolher em sua casa os infelizes sem abrigo, vestir os que veja sem roupa , em lugar de desviar-se de seu semelhante." (Isaías 58, 5-7) ORAÇÃO LITúRGICA (SI. 102)
Do fundo do meu coração quero bendizer o Nome do Senhor! Reconheço que devo tudo a Sle. Quero louvá-lo por tudo que realizou em mim, jamais me esquecerei dos seus benefícios: É Sle que perdoa todos os meus pecados, e me cura de tôdas as enfermidades. É Éle que me mantém longe da morte, cercando-me de amor e de bondade. É Éle que, ano após ano, me cumula de benefícios. fazendo reviver a minha juventude. Compassivo e bondoso ... é o Senhor, lento para a cólera, mas rico em bondade. Não mantém sua queixa contra nós indefinidamente, e sua indignação não dura até o fim. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção às nossas faltas. Como um pai para com seus filhos, assim é compassivo o Senhor para com os que O temem . Pois Éle conhece o nosso feitio, não se esquece de que somos feitos do pó da terra. oremos:
Nós vos pedimos, Senhor, concedei que o Sacrifício da abstinência quaresma! que Vos oferecemos Vos torne agradáveis as nossas almas e nos faça mais prontos na abnegação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
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