ENS - Carta Mensal 1971-8 - Novembro

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NC? 8

1971

Novembro

EDITORIAL -

Não receiem ser exigentes . . p.

A Ecir conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . p. 3 A fide lidade conjugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 6 O Apostolado Editorial: dois aniversários . . . p.

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Preparando o caminho do amor . . . . . . . . . . . . p. 12 Dez mandamentos dos pais e educadores . . . . p. 15 A noss a grande família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P· 18 O que vai pelas "Equipas" Português as . . . . p. 20 Nolícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23 Encontro de Regionais -

Calendário . . . . . . . . p. 30

Retiros para 1971 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . p. 32


Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 ·- Tel.: 80-4850 04530 - SAO PAULO, S.P

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somente para distribuição interna -


EDITORIAL

NÃO RECEIEM SER EXIGENTES

Folheando a pasta que contém a correspondência trocada com o Cônego Caffarel, quando as Equipes ensaiavam os seus primeiros passos em nosso país, encontramos, dentre as preciosas orientações que então nos dava, algumas que se prestam admiràvelmente para êste número de novembro, mês dedicado à reunião de balanço e à eleição do Casal responsável. Numa de suas cartas, escrevia o Cônego Caffarel: "Permitam-me que lhes dê um conselho, cuja oportunidade a experiência veio comprovar. É particularmente necessário que, de tempos a tempos, pelo menos uma vez por ano, os casais de uma equipe se interroguem sôbre alguns pontos importantes. Como foi vivida entre nós a caridade fraterna? Em que foi ela deficiente? Em que poderia ser aprofundada? Que devemos fazer para que esta amizade seja mais autêntica, o auxílio mútuo mais eficaz? Que poderíamos fazer para que a vida de cada um dos casais seja mais conforme ao Evangelho? Como nos temos comportado em relação à oração na equipe? Que devemos fazer para que seja mais intensa, mais profunda? Em que ponto estamos no espírito de fidelidade aos meios de aperfeiçoamento que a equipe nos propõe e que tornam os nossos corações mais abertos a Deus? É esta atenção e esta docilidade que podem permitir os verdadeiros progressos. Como nos temos comportado em relação à tradução em nossas vidas das verdades que vamos descobrindo no decorrer das trocas de idéias? Fazemos tudo o que podemos para aproveitar as riquezas doutrinárias e espirituais que o estudo do tema nos revela e que o Conselheiro espiritual nos comunica?". Sem mencioná-lo, é evidentemente da reunião de balanço que o Pe. Caffarel nos falava. Talvez naquela altura não tivesse ainda sido adotada como norma dentro do Movimento. Aliás, vocês talvez reconheçam aqui os têrmos de alguns questionários propostos para as nossas equipes. Mas repararam certamente que são os pontos essenciais da vida de equipe que êle menciona, concitando-nos a um exame de consciência coletivo que nos ajude a verificar se nos aplicamos efetivamente para o próprio cres-1-


cimento, mas também para o crescimento de nossos irmãos de equipe. "É preciso estar sempre atentos escreve êle em outra carta - às aspirações, às necessidades, aos progressos possíveis, de modo a favorecê-los e fazer de cada equipe uma vitória da caridade fraterna, de modo que os casais se tornem adultos no plano espiritual, como êles o são no plano humano". Quanto à eleição do Casal responsável, que também costuma ser feita na reunião de balanço, tem ela uma importância muito grande para a vida da equipe e deve ser conscienciosamente preparada, com os olhos postos no Senhor. Não se trata que seja eleito o casal que nós pessoalmente desejaríamos. Não se trata de fazer o rodízio dos casais e, muito menos, embora na melhor das intenções, de eleger aquêle que se vem mostrando desinteressado - mas sim aquêle que o Senhor quer para a nossa equipe. É , portanto, em espírito de oração que esta eleição deve ser feita, pois é o bem da equipe, isto é, o seu progresso espiritual que está em jôgo. Ora, tal progresso depende inteiramente do esfôrço de cada um dos equipistas, a ser estimulado pelo Casal responsável. Cabe-lhe, pois, cultivar uma qualidade. Damos aqui, novamente, a palavra ao Pe. Caffarel: "Não receiem ser exigentes - escrevia êle. Não se trata, evidentemente, de impor exigências excessivas ou prematuras, mas importa que, de uma para outra reunião, de um para outro ano, haja progressos. Uma equipe que não progride recua, é bem evidente". Em outra ocasião, o Pe. Caffarel nos comunicava as suas impressões sôbre um Encontro de Responsáveis de Equipe que acabava de se realizar. "Saio dêsses Encontros - dizia êle - com a convicção de que é preciso ser exigente com os casais de nossas equipes. Não quero com isto dizer que se deva sobrecarregá-los com tarefas suplementares, mas é preciso ser ambicioso por êles, querer que êles descubram o cristianismo com tôdas as suas riquezas e em tôda a sua amplitude. . . Querer que se entreajudem e o façam com entusiasmo e na alegria de viver, não sem eventuais desfalecimentos, sem dúvida, mas com um impulso sempre renovado". O bom responsável, portanto, será aquêle que tiver como meta levar os casais a quererem ser o que êles devem ser: cristãos ambiciosos por viver no estado do matrimônio tôdas as exigências do cristianismo, no mundo de hoje. :ll:le não estará sozinho neste empreendimento. Terá a seu lado o Conselheiro Espiritual e terá a certeza de encontrar na oração, na meditação, na Eucaristia, o necessário suplemento de fôrças.

P. M.

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I


A ECIR CONVERSA COM VOCÊS

Caros amigos: A nossa conversa de hoje vai ser um pouco mais longa e desejaríamos que merecesse uma atenção tôda especial de vocês. É que vamos procurar transmitir-lhes a essência do que vem ocupando as atividades da ECIR de alguns meses para cá, depois que tivemos conhecimento de que a viagem do Revmo. Cônego Caffarel seria adiada. Para entrar no assunto, reportemo-nos mais uma vez a um acontecimento que teve intensa repercussão no Movimento: a peregrinação das Equipes de Nossa Senhora a Roma. No decorrer desta peregrinação, foram pronunciadas várias conferências, dentre as quais duas se destacam: a de Paulo VI, que todos vocês conhecem e sôbre a qual não nos vamos deter, e outra pronunciada pelo Revmo. Cônego Caffarel. Esta última não foi difundida entre nós, porque pouco tempo depois iniciaram-se as conversações para a vinda de nosso fundador e pensou-se na oportunidade de êle mesmo repetir pessoalmente para os nossos equipistas o que tinha dito aos peregrinos de Roma. Esta conferência, entretanto, é de suma importância e será oportunamente comunicada a vocês. De suma importância porque é a expressão do que poderia ser chamado "um dever de sentar-se" da Equipe Responsável. O Pe. Caffarel coloca o Movimento em face do mundo de hoje e pergunta em dado momento: "Qual é exatamente a vocação das Equipes de Nossa Senhora? Ela deve ser definida, não mais apenas em relação às necessidades dos casais, mas, ainda, em relação aos apelos do mundo contemporâneo". É que trinta anos se passaram desde a fundação das E.N.S. E nesses três decênios o mundo sofreu profundas transformações. Se, por um lado, evoluiu enormemente do ponto de vista material e técnico, é certo que involuiu nos seus valôres espirituais, morais e religiosos. A Igreja, por sua vez, sofreu também profundamente com a reviravolta verificada na mentalidade do homem de hoje. E se, na Europa, houve um recrudescimento do

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ateísmo, entre nós pode-se fàcilmente verificar a propagação das mais variadas "religiões" e superstições. Não há dúvida que, paralelamente, nota-se dentro da Igreja uma conscientização maior do Povo de Deus e a percepção mais nítida da missão do leigo a quem cabe particularmente a missão de restituir à Igreja a sua verdadeira fisionomia. Tal missão, tal responsabilidade, cabem certamente à família cristã, já que, como nos lembrou Paulo VI, é ali que o batizado "faz a descoberta do amor paternal de Deus e a primeira experiência da Igreja". A família cristã, diz êle, citando a Lumen Gentium, "pelo seu exemplo, pelo seu testemunho, convence o mundo de pecado e ilumina os homens em busca da verdade". "Isto mostra qual é o esplendor de vossa vocação", acrescenta Paulo VI. O esplendor da vocação das Equipes de Nossa Senhora. Em face desta alta missão que lhes cabe assumir neste momento capital da Igreja e do mundo, pergunta o Pe. Caffarel: O Movimento está preparado? Os casais do Movimento estão preparados? Esta indagação, reforçada pelo conteúdo todo da conferência, ecoou fundo no íntimo dos casais. Voltaram de Roma com a consciência nítida de que era preciso fazer alguma coisa e que as Equipes se encontravam realmente, como disse o Pe. Caffarel, num ponto decisivo de sua história. Era preciso agir. Robustecer o Movimento, principalmente no sentido de fazer frente a uma certa displicência que se verificava em algumas de suas áreas, a uma certa anemia, conseqüência talvez do desgaste produzido pela rotina. As equipes européias não hesitaram. E todo o ano de 1970-71 (de acôrdo com o calendário europeu, o "ano" equipista vai de setembro a junho) foi dedicado à tarefa fundamental de conscientizar os equipistas na missão que lhes cabe na Igreja e no mundo de hoje. Conscientizá-los também no conhecimento exato do Movimento, porquanto, será que, para muitos, os Estatutos não são apenas um pequeno folheto que foi lido há já alguns anos mas esquecido em meio a muitos outros papéis? Entre nós, motivos vários, entre os quais a perspectiva da vinda do Pe. Caffarel, levaram a ECIR a adiar esta importante "orientação do ano" para 1972. E é para ela que nos vimos preparando há já vários meses. Vários pontos já estão bem assentados: 1 - A conferência do Pe. Caffarel será distribuída a todos os casais para leitura e reflexão. Embora não seja considerada "tema de estudos", poderá ser objeto de coparticipação nas reuniões.

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2 - Durante o ano, vamos dedicar-nos à procura da real dimensão das Equipes de Nossa Senhora em face do mundo de hoje, através de um tema que deverá ser adotado por tôdas as equipes com mais de dois anos e que desenvolverá tôdas as grandes linhas dos Estatutos. 3 - Dada a necessidade de uma integração maior na vida de oração da Igreja e a importância do programa a ser desenvolvido, pedir-se-á a todos os equipistas a leitura refletida da Palavra de Deus (Sagradas Escrituras), diàriamente, durante 10 minutos. Constitui isto um esfôrço suplementar que os casais oferecerão ao Senhor como prática de ascese. 4 - No fim do ano de 72, será pedida a tôdas as equipes já compromissadas a renovação de sua opção consciente ao Movimento e, para as não compromissadas, a efetivação desta opção. Não haverá necessidade, portanto, durante o ano, de novos pedidos de compromisso. 5 - Como conseqüência prática desta orientação, os grandes encontros dêsse ano (Responsáveis de Setor e de Coordenação, Responsáveis de Equipe) terão um caráter acentuadamente formativo e de orientação sôbre as grandes linhas acima. A Carta Mensal fornecerá também esclarecimentos e estudos adequados. Caros amigos, há para nós mais um motivo de revigoramento das Equipes. É que elas estão se desenvolvendo num ritmo animador de crescimento em algumas áreas, mas, ao mesmo tempo, verifica-se certa queda de nível em outras. É fundamental zelar, não tanto pela quantidade, mas principalmente pela qualidade. E isto num continente que também cresce vertiginosamente, mas onde há mais preocupação com o desenvolvimento material e econômico do que com os valôres espirituais, com repercussões sérias sôbre a família, que tende a desagregar-se. Cabe a nós, parafraseando as palavras de Paulo VI no fim de seu discurso, como células vivas e atuantes da Igreja, dar como que uma prova experimental do poder do amor salvador e contribuir para o advento de uma nova Primavera na Igreja e no mundo. É uma tarefa que vai pedir de todos nós um esfôrço consciente de renovação, para fazer de cada equipe um núcleo de cristãos ávidos de comunicar aos que os rodeiam a alegria e a paz que se encontra na maior intimidade com o Cristo Salvador. A ECIR

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ESPIRITUALIDADE CONJUGAL

A FIDELID,ADE CONJUGAL

Quando estávamos para mandar êste número da Carta Mensal para a tipografia, o Pe. Charbonneau acabava de autografar seu último livro, CURSO DE PREPARAÇAO AO CASAMENTO, na Editôra HERDER. :ltsse lançamento, que representa a síntese do pensamento do Pe. Charbonneau sôbre o amor, é um acontecimento de suma importância no campo da espiritualidade conjugal. Voltaremos ao assunto, mas por ora escolhemos para vocês, com o assentimento do autor, alguns trechos do capítulo dedicado à graça sacramenta.l do casamento - graça de indissolubilidade e graça de fidelidade. O verdadeiro amor exige espontâneamente a exclusividade e aquêles que se amam não precisam de mais ninguém. O universo do amor tem apenas dois pólos em tôrno dos quais gravita a unidade conjugal. Há no amor uma espécie de suficiência intrínseca. O amante basta à amada e vice-versa. Tôdas as pseudo-liberalidades dos costumes contemporâneos nada conseguirão mudar: amor e fidelidade andam sempre juntos ... Todavia essa fidelidade não deve ser concebida como sendo somente de ordem sexual. Quantas pessoas imaginam ser fiéis porque não entregam seu corpo! Mas entregam seu coração e vivem na mais grave das infidelidades: a cordial. Ser fiel ao cônjuge quer dizer, antes de tudo, lhe conservar seu coração. Em suma, é à graça e ao próprio amor que se deve ser fiel. Trata-se, assim, antes de tudo, de zelar constantemente pelo amor. É infiel, na verdade, qualquer indivíduo que se esqueça de amar como deveria e que deixa seu coração ser invadido por tôdas as preocupações, por nobres que sejam, menos a de renovar seu amor ... Certas fidelidades são falsas. Não porque sejam mentirosas, mas porque são estagnantes. Elas se limitam ao aspecto ne-

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gativo, sem se preocupar em promover o amor, em fazê-lo renascer a cada dia, crescer mais e mais. O marido que deixa dormir seu coração já é infiel. Ser fiel à amada não significa apenas não traí-la; acima de tudo, significa que ela é cada vez mais amada e que ocupa todo o coração. ". . . Onde estiver o teu tesouro, ali estará também o teu coração." (Mat. 6, 21). Onde está seu coração, dever-se-ia dizer, aí se encontra seu espírito. O Evangelho não poderia formular mais justamente as exigências da verdadeira fidelidade quando nos adverte de que aquêle que olhar uma mulher com cobiça já é adúltero em seu coração. Sem mergulhar no escrúpulo, é necessário reconhecer que, com freqüência, o processo de infidelidade é mental. Isto é particularmente verdadeiro para a mulher. O adultério de fato lhe repugna; uma certa qualidade moral, as censuras sociais, o mêdo de complicações, tôdas barreiras que a impedem de praticar a infidelidade carnal. Mas ela se entrega a um jôgo de espírito onde a fertilidade de sua imaginação, a solidez de sua memória lhe servem de apoio para maquinar aventuras que ela não viverá jamais, mas com as quais sonha bastante. Esta atitude perniciosa é indubitàvelmente nociva. Pode mesmo suscitar reações psi~ológicas tão graves quanto as que decorrem do adultério efetivo. Uma mulher que se dá a êste gênero de fantasias poderá vir a desenvolver uma insuperável frigidez em face de seu marido. E, o que é pior, ela se expõe a ultrapassar um dia, os limites que se impôs de início, porque nada é mais propício à infidelidade de fato do que a infidelidade mental. O que se diz aqui a propósito da mulher vale igualmente para o homem. A fidelidade exigida pelo amor não deve, portanto, ser apenas exterior. Tanto quanto ao coração, ela deve se impor ao espírito, que fixará sua atenção, seus desejos e todos os impulsos da sexualidade sôbre o cônjuge, único sujeito legítimo de relação amorosa. Isto é tanto mais importante quanto a infidelidade mental, praticada ao mesmo tempo que a fidelidade exterior, coloca o sujeito num estado de tensão tal que, a longo prazo, produzirá neurose. Quando se vive em estado de censura, por um lado, exacerbado pelo pensamento por outro, está-se votado ao desequilíbrio. Numa perspectiva conjugal, isto conduzirá à multiplicação dos conflitos, ao envenenamento da vida comum, ao rompimento da unidade. A fidelidade autêntica, além de cordial, deve ser mental. Inútil demonstrar que ela deve também ser carnal. Sabemos como o amor humano, complexo como a natureza do homem, engaja corpo e alma. A unidade não é apenas interior, é carnal também. Do casal se disse que "serão dois numa só carne" (Mt. 19, 5). Como o amor é espiritual e carnal, assim o será a fidelidade conjugal. Com efeito, seria perda de tempo pretender

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salvaguardar a fidelidade interior enquanto se pratica o adultério. Neste curioso raciocínio se refugia grande número de homens que traem suas espôsas. Sob pretexto de que seu coração está intacto e que êles nada tiram do amor devido a sua mulher, outorgam-se o falacioso direito da infidelidade sistemática. ~les pretendem engajar nestas aventuras apenas seu corpo. De duas uma: ou isto é verdadeiro e então profundamente repugnante porque esvazia a sexualidade de seu conteúdo humano (o que, neste caso, dá margem a que se suspeite que façam o mesmo em suas casas), ou isto é falso, e então êles arriscam seu casamento. No primeiro caso êles são desumanos; no segundo inconscientes. O amor e a fidelidade que dêle nasce devem seguir os mesmos caminhos. E, como o amor, ela deve ser carnal. Quem ama guarda seu corpo, assim como seu coração, para o amado. Tanto mais que não se dá jamais algo de sua carne sem aí deixar algo de sua alma. A fidelidade interior deve, portanto, se acrescentar a fidelidade exterior, para a total defesa do amor e da unidade conjugal. Aquêles que se recusam a esta fidelidade integral são votados ao "desamor". ~les sabotam seu lar, seu amor, sua vida e sua felicidade. O que lhes resta? A vazia recordação de um prazer passado, a consciência de que foram e são indignos, o amargo gesto de traição, a dor de ter deixado uma certeza por uma quimera. O adultério traz em si sua própria punição, pois termina sempre por destruir aquêles ou aquelas que crêem nêle encontrar seu bem. Revelado, êle se transforma numa catástrofe; secreto, êle é um veneno. Os que a êle se entregam nêle perdem tôda verdadeira liberdade do amor; pois, como voltarão êles a seu cônjuge depois de ter enganado sua confiança, dilapidado seu amor, profanado seu coração, prostituído seu corpo? ... Em amor, ou existe fidelidade ou infidelidade. Se existir amor, sempre haverá fidelidade; se se dá a infidelidade o amor está pelo menos em crise, talvez em via de extinção. Não há uma terceira hipótese possível. .. Amar é escolher em primeiro lugar, renunciar em seguida e para sempre. A meia medida é intolerável àqueles que disseram um dia: eu te amo, eu me entrego a ti. Sob pena de degenerescência, êles devem, daqui por diante, sustentar seu juramento, ser irremediàvelmente fiéis a seu cônjuge ... Como a fidelidade é tão importante, tão ameaçada e tão difícil, segundo o revela a mais longa e dolorosa experiência humana; como as mais louváveis resoluções freqüentemente se dissipam como fumaça ao vento, é necessário que Deus dê seu apoio ao casal e o ajude a ser fiel. Sem a graça de Deus, quem poderia resistir, durante tôda uma vida, às pressões que inevitàvelmente aparecem em tôda vida humana?

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A IGREJA PRESENTE

O APOSTOLADO EDITORIAL: DOIS ANIVERSÁRIOS

Em agôsto dêste ano, a Editôra VOZES celebrou os 70 anos de sua fundação; no mês seguinte, a Congregação dos Padres Paulinos completava 40 anos de trabalhos no Brasil. Porque a nossa vida espiritual e, antes de nós, a dos nossos pais foi nutrida pe.los livros por elas publicados, porque muito aprendemos, como esposos e pais, através dos textos por elas editados, desejamos associar-nos às homenagens prestadas às duas casas editôras, que tanto contribuem para a formação espiritual, moral e intelectual da família brasileira. Quando os padres franciscanos de Petrópolis, cansados da falta de material didático para a Escola gratuita São José que haviam fundado em 1897, resolveram adquirir e instalar no porão do convento uma pequena máquina impressora, não imaginavam decerto estar lançando as bases da maior editôra católica do Brasil. Ao pôr a máquina para funcionar, em 1901, os bons frades não podiam prever que em breve estariam prestando relevante serviço, não só aos seus alunos, mas a todo o país: o primeiro livro impresso, o "Primeiro Livro de Leitura", existe até hoje e está na 59.a edição; com o tempo os professôres foram elaborando outros manuais escolares, mas as cartilhas figuravam sempre em primeiro lugar e pode se dizer que a Editôra VOZES ensinou o Brasil a ler. Com a publicação de histórias sagradas e catecismos, a então chamada Tipografia da Escola São José foi enveredando pelo campo onde iria especializar-se: o da cultura religiosa. Hoje, a Editôra VOZES atua também no campo da cultura geral, publicando obras de filosofia, psicologia, sociologia, literatura, etc. Entre as sete revistas editadas pela VOZES, merecem especial destaque a REB - Revista Eclesiástica Brasileira, trimestral, e o SEDOC - Serviço de Documentação, mensal. A pri-

A Editôra VOZES -

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meira, além dos artigos de teologia, tem uma seção de apreciações bibliográficas que abrangem edições nacionais e estrangeiras; a segunda constitui preciosa fonte de consultas, publicando todos os documentos que podem interessar ao clero e leigos engajados. Enquanto a Revista de Cultura VOZES destina-se aos meios intelectuais e universitários, Renovação Cristã é uma revista mensal ilustrada que procura pôr ao alcance de todos temas bíblicos, litúrgicos e de espiritualidade. Cumpre assinalar também o boletim noticioso semanal, C.I.C. - Centro Informativo Católico - que, no seu 20.0 ano de vida, está prestes a atingir o milésimo número. No côro de felicitações que o Brasil, de norte a sul, na palavra de seus pastôres, enviou à Editôra VOZES, diz D. Tito Buss, Bispo de Rio do Sul, S.C.: ((Não há biblioteca, quase diria que não há lar cristão onde a VOZES não esteja presente. Eu invejo a Editôra VOZES numa coisa: com 70 anos, nós homens somos uns corôas e vamos para o ferro velho. Mas a Editôra VOZES está jovem, bela e formosa". Tanto o ramo masculino como o feminino da Congregação da Pia Sociedade de São Paulo (fundada na Itália em 1914) tem por finalidade o serviço do Evangelho e da Igreja através dos meios de comunicação. Os Padres Paulinos e as Irmãs Paulinas trabalham nos setores de imprensa, rádio, cinema, TV e discos. No Brasil, as duas Congregações se expandiram por vários Estados, mantendo 6 emissoras católicas, dois grandes parques editoriais, diversas livrarias. Como a VOZES, as PAULINAS dedicam-se à publicação de obras de teologia, pastoral, liturgia, aumentando constantemente os títulos integrantes de suas mais apreciadas coleções, entre as quais figuram as coleções Bíblica, Revelação e Teologia, Pastoral, Diálogos etc. Especializou-se esta Editôra na publicação de uma literatura acessível a todos, por ser de fácil leitura e preços populares. Têm grande aceitação as coleções que se referem à mocidade, à educação, à maternidade etc. As Edições PAULINAS publicam duas revistas muito difundidas: O DOMINGO, semanal, que conta com uma tiragem de 250 mil exemplares, e FAM!LIA CRISTA, mensal, com 120 mil. Esta última, uma "revista para as famílias", como indica o nome, tem seções para o gôsto de cada um, além de várias páginas de caráter formativo e espiritual. O número de setembro, consagrado ao problema do divórcio, "salvação ou ruína?", traz várias entrevistas - com advogado, médicos psiquiatras e dois casais, um dos quais nosso ex-companheiro de equipe: Tida e Ernesto Lima Gonçalves. As Edições PAULINAS -

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DUAS NOTíCIAS DO SUL

CAXIAS DO SUL

Tivemos notícia de um interessante movimento que congrega mães de sacerdotes - inclusive bispos. Organizado por uma equipista, casada com um Ministro extraordinário da Eucaristia e mãe de um sacerdote, êste movimento congrega 32 senhoras, que se reunem cada dois meses. Nas reuniões é celebrada a Santa Missa (por um dos filhos, é lógico!) e são desenvolvidas ações de apoio às obras missionárias c aos seminários da região. Além da ajuda financeira, há ainda a ajuda mútua entre as mães que deram um filho ao serviço do Senhor. Recentemente decidiram fazer uma hora de guarda para maior santificação do clero.

FLORIANóPOLIS

Acolhida ao Universitário - A Universidade Federal de Santa Catarina, através da sua Sub-Reitoria de Assistência e Orientação ao Estudante, está desenvolvendo um trabalho de integração entre a comunidade e a Universidade. Para tanto foi criada a "Comissão Familiar de Acolhimento ao Universitário", que tem por finalidade promover a recepção de alunos estrangeiros que estudam em Florianópolis, e mesmo daqueles vindos de outros Estados ou de cidades do interior de Santa Catarina. Fizeram sua inscrição na Universidade as famílias interessadas em participar do programa, que consiste em proporcionar aos universitários longe de seus lares um dia de acolhimento, seja para um passeio, seja em convívio com a família que o acolhe, seja enfim para um programa diferente que proporcione aos alunos um pouco de calor humano. Foram convocadas para participar daquela Comissão associações religiosas de diversos credos, clubes de serviços etc., e a liderança está sendo exercida por uma equipista juntamente com uma senhora presbiteriana. Vários casais equipistas já se inscreveram naquele programa de acolfii· mento ao universitário. -11-


APOSTOLADO

PREPARANDO O CAMINHO DO AMOR

Na carta do mês passado, pedíamos testemunhos. Já começaram a chegar e alegramo-nos em publicar o primeiro dêles. O casal inicia dizendo que acredita que muitas· "vocações" para o Curso de Noivos ainda não desabrocharam porque só se sente plenamente o valor e a necessidade da preparação para o casamento quan-

do em contato com os noivos: se a maioria não se decide, é por falta de conhecer de perto os benefícios que os noivos retiram do curso e as alegrias que êsse apostolado proporciona aos que a êle se dedicam. E vai contando a sua experiência:

Durante um Curso de dinâmica de grupo, realizado para altos funcionários de uma indústria, o professor propôs três temas para discussão: divórcio, prob.lemas da juventude, preparação para o casamento. O último teve maior aceitação, pois o grupo chegou à conclusão que os problemas dos dois primeiros temas poderiam ser resolvidos pelo terceiro. Passando à discussão, formaram-se os dois partidos: pró e contra a preparação para o casamento. Um engenheiro, já idoso, dizia que estava casado havia mais de trinta anos e era muito feliz, nunca fizera curso algum e não via necessidade para que hoje os noivos o fizessem ... Levantou-se então um jovem engenheiro, casado há sete anos, defendendo ardorosamente o curso e dizendo que devia a sua felicidade matrimonial à orientação que recebera através do Curso de Noivos, dado por casais equipistas. Acrescentou que ficara

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tão entusiasmado com o testemunho dêsses casais que passara também a pertencer às Equipes ... Certo dia, entrando Magda numa quitanda, o proprietário, com um largo sorriso: "Desculpe, dona, não foi a senhora com seu marido que me deram aula de casamento?" E, todo feliz, foi chamar a sua mulher para dizer que estavam casados há um ano, mas continuavam se lembrando sempre dos bons conselhos que lhes tínhamos dado. Que dizer da nossa comoção quando, ao final de um curso, na "festa de confraternização", levanta-se timidamente uma das noivas para, em nome do grupo, agradecer-nos. Imaginem o nosso espanto quando vimos que a oradora era justamente uma môça de aparência muito simples e, além do mais, cega . . . Quando ela começou a ler o seu discurso em Braille, ela transfigurou-se! Suas palavras foram tão carinhosas e sinceras que até hoje as guardamos dentro de nós como um estímulo para continuar. Esta môça casou-se também com um cego, êles já têm três filhos lindos e sadios e continuam muito felizes. -~

Pensando nessas grandes recompensas que tivemos com o pouco de sacrifício que fizemos, lembramo-nos de como começamos ... Saíamos de um retiro em Barueri, pregado pelo Cônego Lúcio Floro Grazziozi, sôbre o "Mundo Melhor", pegando fogo. Resolvemos procurar o nosso vigário para perguntar-lhe se não queria a nossa ajuda para um curso de noivos. A recepção não foi das mais calorosas. O vigário, sobrecarregado de trabalho, escusou-se em acrescentar um curso de noivos às atividades paroquiais: - Vocês não contem comigo. Mas, se quiserem, voltem durante a semana na hora do expediente, tomem nota do enderêço dos noivos, vão convidá-los, dêem o curso - não faço oposição, mas eu não posso ter nada com isso. Agora, vejam bem: nós nunca tínhamos dado curso algum, não sabíamos nem por onde começar . . . Mas o Espírito Santo mais uma vez respondeu prontamente: - O Senhor pode ficar sossegado que nós providenciaremos tudo, e, se quiser, pode assistir às aulas: temos certeza que gostará ...

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Compramos o livro "Curso de Preparação para o Casamen"to", lemos, estudamos, perguntamos, "caçamos" outros equipistas para ajudar-nos e tudo saiu muito melhor do que esperávamos. Os noivos gostaram, o vigário gostou e começou a colaborar entusiàsticamente conosco ... Mas quem mais gostou fomos nós mesmos. Pois começamos a melhorar o nosso casamento, já que para pregar tínhamos primeiro que dar o nosso exemplo, que amar melhor, e ainda desinibirmo-nos para falar em público. Começamos a nos sentir cada vez mais realizados como casal porque juntos trabalhávamos em prol da felicidade de outros casais. Hoje, o vigário da nossa paróquia nos convida para iniciarmos outros grupos (de Equipe, M.F.C., Cursilho etc.) a darem o curso, e auxiliamos em outras paróquias quando somos solicitados. O nosso objetivo ao darmos o nosso testemunho é incentivar outros casais a colaborarem no curso, pois a Igreja dêles muito necessita. Sabemos que todos têm muitas ocupações e principalmente muita "falta de tempo" - aliás esta já é doença universal. Mas, mesmo assim, tentem: é só começar, pois "o resto vos será dado por acréscimo". A gente recebe tanto, é justo que também se dê um pouco aos que necessitam da nossa palavra e do testemunho do no/ISO amor. Magda e Felício

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NOSSOS FILHOS

"DEZ MANDAMENTOS DOS PAIS E EDUCADORES" Do livro: "Homem total e Parapsicologia", de Frei Albino de Garibaldi

Um grupo de pais, professôres e psicólogos europeus e americanos realizaram uma enquete entre milhares de crianças e jovens, para saber o que desejariam de seus pais e superiores, em relação ao modo de tratá-los. Analisadas as respostas, surgiram as normas e diretrizes para melhorar a formação dos educandos, e evitar futuros desequilibrados, prejudiciais à família e à sociedade. 19) -

Os pais não briguem nem discutam diante dos filhos.

O pai e a mãe são tudo para os filhos. Nêles a criança quer encontrar apoio e segurança. Se os pais brigam e discutem, o filho fica perplexo, sem saber que rumo tomar. "Se os pais discutem e brigam, a criança sentir-se-á insegura e desprotegida e isto será muito prejudicial ao seu desenvolvimento normal". Uma desilusão traumatizante grava-se no seu inconsciente, apeando os pais do pedestal ideal em que os colocara. Descontrola-se emocionalmente, passando a ter de seu lar uma impressão negativa que se extrojetará em agressividade e insegurança. Poderá até provocar perversões sexuais e prejudicar o futuro matrimônio. 29) -

Tratem todos os filhos com igual afeto. Quanto possível evitem o filho único que, em geral, se torna adulto pro· blema!

Mesmo no caso de filhos doentes, deve haver sempre a preocupação de não dispensar cuidados exagerados, pois a superproteção será prejudicial ao enfêrmo, criando nos outros filhos uma revolta surda contra a diferença de tratamento. O filho doente super-protegido pode, neurôticamente, refugiar-se numa doença como mecanismo de atenções. Os filhos únicos, muito mimados, são em geral desditosos no matrimônio, e estão também, com freqüência, fixados na mãe, necessitando ternura excessiva, o que não podem encontrar no casamento, desgraçando-o muitas vêzes. Os filhos únicos, neuróticos em geral, são os mais difíceis de psicoterapisar. -15-


39) -

Nunca mintam a uma criança, cuidando dela principalmente dos dois aos cinco anos, época em que as impressões se gravam mais profundamente.

Dê-se sempre uma resposta verdadeira às perguntas. Educadores religiosos e religiosas devem rever seus métodos e falar sôbre assuntos, mesmo de fundo sexual, com delicadeza, mas sempre de maneira real, sem querer fantasiar ou criar tabu. Nas respostas, porém, não é preciso dizer tôda a verdade. Importa dar a dosagem conforme a idade. Principalmente na primeira infância, deve-se ter todo o cuidado com as crianças, pois nessa época as impressões ficam gravadas profundamente em seus inconscientes. 49) -

Os pais sejam intimamente afetuosos e atenciosos um com o outro, introjetando nos filhos, com sua presença, uma personalidade equacionada.

Falta de maturidade para o casamento (moços e môças que namoram ora um, ora outro, sem se fixar em nenhum), quase sempre é fruto da falta de afeto entre os pais. "O filho toma como exemplo a qualidade moral dos pais. Quando os pais são moral e espiritualmente ricos, os filhos herdam dêles esta riqueza moral e espiritual". Educar um filho é, em primeiro lugar, transferir-lhe vivência pessoal dos pais. Os homens modernos, no meio de tanta libertinagem, não devem perder o que há de mais valioso e insubstituível: o amor ao lar. A simples presença do pai fala e se transmite. Cada lar deve ter dois arquitetos: um da casa e outro das almas! 59) -

Haja confiança e certa camaradagem entre pais e filhos, incutindo nêles responsabilidade para a vida.

A camaradagem, que deve reinar entre êles, não e liDmiga do respeito, porque o pai saberá dosar essa intimidade, aplicando o necessário corretivo, quando o filho quiser ultrapassar os limites. Ao lado, pois, da camaradagem haja sempre a correção do abuso. Mesmo pequenina, a criança compreende a obediência. Daí a necessidade de chamar-lhe a atenção, castigá-la, se fôr preciso, para que não cresça teimosa e marota. Crescido em um ambiente de confiança e carinho, com noção exata de responsabilidade, o filho tornar-se-á um adulto equilibrado e preparado para a vida em sociedade. 69) -

Os pais recebam bem os amigos de seus filhos, mas não permitam gastos inúteis e além de sua mesada.

Os pais devem permitir ao filho que convide companheiros para as festas de família, para um batepapo, um joguinho

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inocente, um lanche etc. Com isso o filho aprenderá a selecionar as companhias, rodeando-se de amigos que os pais apreciem, de pessoas dignas e honestas. Os pais devem estabelecer uma mesada e ensinar ao filho a equilibrar-se dentro dêsse orçamento. Dar-lhe noção de economia e senso de responsabilidade é o que se visará com essa medida. 79) -

Não repreendam nem castiguem uma criança na presença de outrem, e quando castigarem, indiquem sempre o motivo.

Quando a criança merecer repreensão, deve-se corrigi-la em particular, a menos que a falta tenha sido em público (na classe, por exemplo). Aí então, para evitar que outros cometam o mesmo êrro, castiga-se publicamente o culpado. Privada ou pública, a admoestação deve ser, sempre, em proporção à falta. Sempre se justificará o castigo para que o faltoso saiba o motivo e aceite como justa a reprimenda que lhe deram. 89) -

Notem e encoragem as qualidades dos filhos e não salientem seus defeitos.

Se um filho vai mal na escola, os pais devem animá-lo antes de dar qualquer repreensão. Entusiasmada, a criança estudará melhor. Deve-se ter otimismo, falar de coisas promissoras e elogiar a garotada para enfrentar o futuro com mais coragem. 99) -

Respondam sempre às perguntas dos filhos conforme as exigências de sua idade.

Os filhos têm direito de aprender com os pais o que se refere à vida. Está claro que não se deve antecipar conhecimentos profundos, mas sim acomodar-se ao justo e necessário para cada idade, não só cronológica, mas mental. Gente grande pensa como adulto; criança como criança; mas desde pequena é curiosa. Daí termos de satisfazer sua ânsia de saber. Isto vale de maneira especial para a esfera sexual. A criança nunca perdoará que lhe mintam nesse ponto. 109) -

Mostrem sempre aos filhos o mesmo afeto e o mesmo humor sem demonstrar demasiada preocupação.

Um outro ponto importante, que deve ser levado em consideração pelos pais, é a preocupação demasiada com os filhos: seja na alimentação como na limpeza e nos acidentes. A criança fica sem naturalidade e sem iniciativa; fica com mêdo de tudo e se tornará insegura. Mais do que ninguém, os pais devem ter uma personalidade bem equilibrada, para dar o máximo de segurança aos filhos.

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TESTEMUNHO

A NOSSA GRANDE FAMíLIA

Realmente o equipista tem parte de sua família em cada cidade onde haja o Movimento. Em outras ocasiões pudemos experimentar o real significado do "auxílio fraterno", mas queremos contar-lhes, hoje, algo que nos aconteceu recentemente. Num fim de semana resolvemos visitar os parentes que moram a 300 kms. de São Paulo. Logo cedo arrumamos as malas no carro, ajeitamos as crianças (são duas, sendo a maior de 3 anos) e partimos - felizes da vida. Acontece que viajamos só 55 kms. (altura de Jundiaí), quando meu marido breca violentamente o carro e grita: "vai bater". Realmente bateu. Que susto! Que sensação horrível! Graças a Deus não houve grandes danos: o carro ficou achatado mas só a nossa menina mais velha apresentava um pequeno ferimento na cabeça. Creio que o anjo da guarda da mais nova foi muito poderoso, pois eu a peguei debaixo do banco, que ficou todo quebrado, e ela não tinha senão marcas roxas e arranhados. Enquanto meu marido cuidava do caso com a polícia, técnica etc., fui com as crianças para o hospital para serem examinadas e radiografadas, enfim, ficarem sob observação durante umas horas. Só as mães sabem o que significam estas horas de exames e observação. Em meio a uma tensão enorme, a gente só sabe pedir a Deus que não seja encontrado nada na criança. E êsse pedir a Deus não é nem rezar. É só pensar e sentir. Acho que êsse sentimento da mãe Deus acolhe como prece.

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Terminado tudo, as crianças tiveram licença de sair e meu marido aparece no hospital, já liberado pela polícia. Mas acontece que era meio-dia e nós estávamos num lastimável estado: nervosíssimos e as crianças com fome e sono, além de assustadas. Precisávamos de alguém que nos ajudasse. Seria loucura tomar um ônibus imediatamente e voltar a São Paulo. Precisávamos nos refazer um pouco. Foi então que lembramos que em Jundiaí há o Movimento das Equipes, mas acontece que com o nervoso nós nem podíamos nos lembrar do sobrenome dos nossos amigos de lá. Telefonamos para São Paulo, para alguns casais que poderiam nos dar endereços, mas não achamos ninguém em casa. Fui, então, para a rua; me aproximei de uma môça e perguntei: "Você é católica? Conhece as Equipes de Nossa Senhora?" Ela era católica mas não conhecia as Equipes. Expliquei o que estava acontecendo e que eu precisava levar as crianças para a casa de alguém. Com um pouco mais de conversa a môça se lembrou: "Essa gente não dá curso de noivos?" Eu disse: "Deve ser todo equipista dá curso de noivos". Então ela me deu uma dica: um casal cujo marido era gerente de uma grande loja da cidade tinha tomado parte no curso que ela fêz. Telefonamos para a tal loja e o gerente realmente era equipista, foi gentilíssimo com meu marido, oferecendo, inclusive, sua própria casa, e deu o telefone de Dirce e Rubens. Bastou apenas meu marido dizer: somos equipistas e estamos em dificuldades - abriram-se as portas cristãs de uma grande família: as Equipes de Nossa Senhora. Pouco tempo depois, já estávamos instalados na casa de Dirce e Rubens, com tôda a família nos paparicando. A Dirce arranjou até comida de criança para as nossas meninas que lá descansaram e se acalmaram, pois estavam realmente assustadas. Fomos acolhidos não só por Dirce e Rubens; tôda a família nos recebeu como irmãos, fazendo por nós o que a nossa família faria. No fim da tarde nem nos deixaram tomar o ônibus rumo a São Paulo - trouxeram-nos até aqui. É difícil dizer o que isto significa: não é só o confôrto material de ter onde levar as crianças. É muito mais. É sentir-se entre irmãos, confôrto moral, ajuda, a conversa que acalma, o conselho que ajuda. É sentir que isto é fruto do Amor, Amor do Pai que o Filho veio nos ensinar e que as Equipes nos ensinam a praticar.

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O MOVIMENTO NO MUNDO

O QUE VAI PELAS "EQUIPAS" PORTUGUÊSAS

Graças à remessa da Carta Mensal portuguêsa, podemos acompanhar a vida do Movimento entre os nossos irmãos lusitanos. Destacamos alguns acontecimentos:

O Ecumenismo em marcha. . . ou Um Pastor Protestante toma parte na reunião de uma equipe do Pôrto.

O Conselheiro Espiritual de uma equipe do Pôrto, membro de um grupo ecumênico constituído por pastôres de diferentes confissões que se reunem mensalmente para rezar, estudar a Bíblia e fazer uma refeição em comum, tendo acidentalmente falado das Equipes, um dos pastôres mostrou-se interessado em conhecer o Movimento. Convidado a assistir a uma reunião, compareceu o pastor com a espôsa, e participou de tôda a reunião, das orações e da troca de idéias. Achou o estudo feito com muita seriedade, mas disse que gostaria de sentir mais alegria e espontaneidade ao abordarem os casais a Palavra de Deus. Foi apoiado nesta crítica pelo Assistente da equipe, que acentuou que o dever do cristão é viver mais "em Domingo de Páscoa do que em 6.a Feira Santa". Falou das origens da sua Igreja, no século XVIII, que foi iniciada por grupos que se ajudavam mutuamente e contavam os seus fracassos e as suas vitórias. Congratulou-se com o Assistente por êste lhe ter dado a oportunidade de ter participado da reunião: salientou que o fato da sua presença numa reunião formada por católicos era um dos milagres atuais, imprevisíveis em épocas ainda bem recentes. Afirmou desejar incentivar no seu meio experiência semelhante à das Equipes. Inclusive, soube-se depois que tem recomendado a seus amigos católicos que procurem o Movimento. -20-


Visita do Pe. Charbonneau

Sob o título "Impressões de um Encontro", um casal português transmite, ao longo de três páginas com tipo pequeno, o entusiasmo que o "nosso" pregador despertou nêle e noutros casais ao fa.lar sôbre Harmonia conjugal. Transcrevemos os primeiros parágrafos: "Assistimos a palestras que chegaram a durar perto de 2 horas sem no momento nos sentirmos desatentos ou fatigados. Se havia fadiga, isso só vinha depois, quando parava o encanto daquele homem que sabia comunicar um entusiasmo, um fogo e uma tal persuasão que as coisas que até objetivamente já sabíamos saíam como se fôssem novidades, recriadas e revivificadas por uma fôrça de lealdade e de amor que as parecia tornar diferentes. O que há de extraordinário no Pe. Charbonneau é que não tem a linguagem que êle próprio chamou clerical nem mesmo aquelas reticências beatas de que falou um nosso romancista e que são a nota exasperante das pessoas mais piedosas do que santas. Aquela linguagem que só diz meias verdades, que embrulha as questões e que no fim nos deixa perplexos e incapazes de qualquer atuação verdadeiramente eficiente. Possui também um notável poder de comunicação, um fino sentimento psicológico das reações da assembléia e uma erudição vasta, mas tremendamente apoiada na experiência da vida, nessa grande autoridade que não vem dos livros, originais ou copiados doutros livros, mas antes do contato refletido com as realidades muito concretas da existência. O Pe. Charbonneau não disse, para nós, propriamente novidades. Mas disse as coisas que sabíamos com autoridade de mestre e por isso encheu êsses conteúdos mais ou menos intelectuais duma fôrça e dinamismo novos, nascidos da claridade que lançou sôbre muitos problemas". Assuntos de recolhimentos nos Açores

Dois recolhimentos foram realizados no início do ano no Setor à.os Açores, o primeiro sôbre "Como rezar com a Bíblia", o segundo sôbre "Como revelar o verdadeiro rosto de Cristo aos filhos", ambos a cargo de dois sacerdotes, contando ainda o último com o testemunho de dois casais. -21


Dois falecimentos

Perderam dois grandes amigos os equipistas portuguêses, com a volta ao Pai de Manuel Estevão, da Guarda, e da Maria Elisa, responsável, com Sílvio Pinheiro de Matos, pelo Setor A do Pôrto. Pelo seu valor de testemunho, transcrevemos o relato dos últimos momentos do primeiro: "Todos os amigos estiveram com êle até o fim. Chamou os seus seis filhos e a todos, desde a menor até o rapaz de 21 anos, deu um conselho amigo. Pela Margarida, mandou dizer que levava todos os amigos no coração. Quando o Pe. Eugênio entrou no seu quarto, na manhã do dia em que morreu, disse: "Olha, estou a fazer o meu último "rollo". . . Aliás é um lindo dia para partir para o Pai" - o Manuel morreu em domingo de Paixão. Margarida, quase já na hora final, reconfortava-o com uma coragem que só a fé pode dar e dizia-lhe: "Não te preocupes, Manuel, tu vais para o Céu, e de lá poderás olhar por todos nós, por mim e pelos filhos". Ao que êle respondeu com um sorriso: "Se tu mandasses, Margarida ... ".

I'

DA CARTA MENSAL INTERNACIONAL

NOVAS EQUIPES

Bélgica - 4 equipes; Espanha - 10 equipes; França equipes; Itália - 1 equipe; Portugal - 10 equipes. NOVAS REGIOES

Portugal-Centro; Africa-Sul.

NOVO SETOR

Espanha -

Ponferrada.

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Dois falecimentos

Perderam dois grandes amigos os equipistas portuguêses, com a volta ao Pai de Manuel Estevão, da Guarda, e da Maria Elisa, responsável, com Sílvio Pinheiro de Matos, pelo Setor A do Pôrto. Pelo seu valor de testemunho, transcrevemos o relato dos últimos momentos do primeiro: "Todos os amigos estiveram com êle até o fim. Chamou os seus seis filhos e a todos, desde a menor até o rapaz de 21 anos, deu um conselho amigo. Pela Margarida, mandou dizer que levava todos os amigos no coração. Quando o Pe. Eugênio entrou no seu quarto, na manhã do dia em que morreu, disse: "Olha, estou a fazer o meu último "rollo". . . Aliás é um lindo dia para partir para o Pai" - o Manuel morreu em domingo de Paixão. Margarida, quase já na hora final, reconfortava-o com uma coragem que só a fé pode dar e dizia-lhe: "Não te preocupes, Manuel, tu vais para o Céu, e de lá poderás olhar por todos nós, por mim e pelos filhos". Ao que êle respondeu com um sorriso: "Se tu mandasses, Margarida ... ".

DA CARTA MENSAL INTERNACIONAL

NOVAS EQUIPES

Bélgica - 4 equipes; Espanha - 10 equipes; França equipes; Itália - 1 equipe; Portugal - 10 equipes. NOVAS REGIOES

Portugal-Centro; Africa-Sul.

NOVO SETOR

Espanha -

Ponferrada.

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NOTíCIAS DOS SETORES

AMERICANA

Recebemos os cinco primeiros números dêste ano do "Equinotícias" de Americana. Trazem notícias variadas, sôbre as muitas atividades do Setor. Resumimos aqui um artigo da Equipe n. 0 1 sôbre a peregrinação realizada em Tietê.

Saímos um pouco atrasados, mas a animação e o espírito cristão eram notórios. Em cada um dos dois ônibus havia um padre assistente, que antes do início do grande evento nos deram suas bênçãos. De início lemos um trecho de exaltação a Nossa Senhora que é nossa mãe e protetora - e a seguir distribuímos os mistérios, pelos quais rezamos um terço. Houve uma revisão de vida a dois, na qual todos demonstraram carinho e interêsse. O percurso final foi feito em silêncio absoluto - silêncio em homenagem ao Senhor. Em Tietê iniciou-se a peregrinação propriamente dita. A pé, levando a cruz, percorremos três quilômetros, parando de trecho em trecho para rezar a via sacra. Tudo transcorreu tão bem que até o êrro de caminho na chegada deve ter sido obra divina. Chegados à igreja do Seminário, fizemos breve descanso e participamos da missa em especial estado de predisposição. Seguimos para um bosque onde, em ambiente alegre e fraterno, tomamos nossos lanches. Houve casais que levaram san-23-


duíches de peito de peru, houve os que, por espírito de mortificação, nada levaram. Cada rosto, naquele momento, irradiava felicidade. Depois da distribuição de pequenos brindes, chegou o momento do regresso. E que regresso! Cânticos, anedotas, risos, tudo misturava-se dando a nós, organizadores, a certeza de que tudo fôra coroado de êxito. "Tu és digno, Senhor nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste tôdas as coisas e por tua vontade é que existem e foram criadas" (Apc. 4, 11). CAXIAS O boletim ucaxiENSe" de agôsto traz, sob o título de usem Mim Nada Sois", um editorial que transcrevemos na íntegra.

Há um momento, há um instante em nossas vidas em que temos de parar. Parar para pensar. Recolhermo-nos para meditar. Vamos pois, caros irmãos, parar um instante. Vamos pensar um pouco, vamos meditar. Mas veja bem. Agora pare. Esqueça tudo e, por favor, imagine-se na presença do Pai, pois nossa meditação vai ser um ({dever de sentar-se". Façamos em silêncio a nossa oração. Abramos a alma e o coração para que nêles habite o "Espírito Santo". Já fêz sua oração - já abriu sua alma e seu coração? Se ainda não, retorne, pare, pense, reze conosco em silêncio. Agora sim, tudo pronto, não? Deus está conosco e o Espírito Santo nos ilumina. Comecemos. O que é ser equipista? Medite um pouco ... Já tem a resposta? Muito bem. Confira-a com o que diz o intróito dos nossos estatutos, "RAZÃO DE SER DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA". Leia atenta e demoradamente. Vamos prosseguir. Estamos na presença, estamos diante da "MíSTICA DAS EQUIPES". As duas primeiras frases do capítulo "COOPERAÇÃO", nos dizem: -24-


Não há vida cristã sem fé viva. Não há fé viva e progressiva sem reflexão. Entenderam, agora, o porquê da nossa insistência ? Já notou o quanto de maravilhoso encerra o texto dos nossos estatutos?

A propósito, há quanto tempo você não o manuseava e, o que é pior, há quanto tempo você não o lia? Mas vamos continuar, caro irmão, pois estamos fazendo um "Dever de sentar-se". Detenhamo-nos diante do trecho que diz "TESTEMUNHO". Peça ao Espírito Santo que o ajude e responda a Deus: QUAL TEM SIDO O MEU TESTEMUNHO? Não tenha pressa. O Senhor está conosco. Não fuja da "Sua" companhia. Lembre-se de que o Espírito Santo o está ajudando. Vamos avante pois, irmão. Vamos adentrar o capítulo que nos fala da DISCIPLINA DAS EQUIPES. Leia-o todo, lenta e pausadamente, e compare com o andamento da reunião de sua própria equipe. Que tal, gostou da comparação? Vem, a seguir, algo que nos diz mais de perto e intimamente - OBRIGAÇOES DE CADA CASAL. Conheçamos, na íntegra, o seu conteúdo. Não acha que o texto merece uma reflexão do casal? Que tal pôr em prática a experiência pedindo a presença de Deus e o auxílio do Espírito Santo? E, finalmente, vamos rever a "ESTRUTURA DAS EQUIPES". Vamos ler capítulo por capítulo e parar após cada um~ para uma sincera reflexão: -

Como se tem comportado o responsável de nossa equipe? Temos bem compreendido o papel do "assistente" na equipe? O lançamento da sua equipe, foi feito assim? Como procederam, ao admitir um nôvo casal? Os casais responsáveis e os casais de ligação têm lido o seu manual? (Por falar nisso, onde está êle ?) Quais as tarefas do casal do setor, ou dos casais do setor? Já pensaram nos compromissos e sacrifícios de um casal regional? Avaliaram o trabalho e as preocupações do Centro Diretor? -25-


-

Compreenderam o porquê e o quanto significa o têrmo "unidade" em nosso movimento? - Tem rezado diàriamente, tem procurado bem cumprir com as suas obrigações de cristão e de equipista? - Tem procurado ser eficiente também na sua "profissão" de fé e de equipista? Se você de fato é, ou deseja ser, um "equipista", vai ler de nôvo e seguidamente o manual dos Estatutos das Equipes de Nossa Senhora. Se você de fato é, ou deseja ser, um "equipista", vai ter disponibilidade para a equipe e para o movimento. Se você de fato é, ou deseja ser, um "equipista", vai ter disponibilidade e atender ao chamamento do movimento. Se você é de fato ou AGORA DESEJA ser um "equipista", vai compreender porque Cristo disse: SEM MIM NADA SOIS ... SAO CARLOS

Dos responsáveis pela Coordenação de São Car.los recebemos, com imensa alegria, uma carta relatando as atividades havidas êste ano, da qual transcrevemos os seguintes trechos: Esperamos que vocês estejam bem e na graça do Senhor. Aqui, felizmente, o movimento vai bem e o programa de 1971 está sendo cumprido rigorosamente. Estamos atualmente com cinco equipes, tôdas funcionando muito bem, um ou outro probleminha surge, mas Deus tem nos amparado e as "crises de desânimos" são vencidas. Tivemos em março uma palestra com o padre Jamil, de Rio Claro; casais não equipistas foram convidados. Em maio realizamos uma peregrinação à igreja de Ribeirão Bonito. Fomos lendo trechos de epístolas de São Paulo, meditando, rezando o terço e cantando. As crianças tomaram parte. Temos feito encontro dos casais, iniciando sempre com uma leitura do evangelho, fazendo um dos presentes uma pequena preleção do mesmo, ressaltando o dever de nos santificarmos. Realizamos também passeios, churrascos com os filhos e tem dado resultados muito bons, pois assim o entrelaçamento com as outras equipes tem sido ótimo.

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Em maio ainda alguns casais estiveram em Campinas representando as equipes na sagração do bispo coadjutor daqui, D. Constantino Amstalden, que é um verdadeiro Pastor. Em junho houve reunião prévia das equipes 8 e 9 para apresentação dos casais e as primeiras reuniões foram realizadas nos dias 3 e 5 de julho. Os casais são excelentes, estão se adaptando bem, temos visitado reuniões e sentimos verdadeira alegria com o entrosamento e interêsse dêles. Para a chegada de D. Constantino, preparamos cartazes copiando a Virgem do chaveiro, com frases de saudação e oferecimento de ajuda. :ltle gostou muito e guardou alguns de lembrança. Nesse serviço houve cooperação das equipes novas. Visitamos alguns dias depois o nôvo bispo, com alguns çasais, e o convidamos para jantar conosco e tomar conhecimento das equipes. :ltle, de uma simplicidade admirável, aceitou e nós, ajudados por todos os casais, preparamos um jantar simples, no refeitório do Colégio São Carlos, pois os casais eram muitos para ser em residência. Foi um jantar igual aos de reuniões nossas, com co-participação, apresentação de cada casal, oração litúrgica, palavras de D. Constantino emocionado, encerrando-se tudo com o Magnificat. Levamos nossas empregadas para lavar a louça - emprestada dos cursilhistas - e D. Constantino foi abraçá-las na cozinha. O salão estava lindo em sua simplicidade, muita flor natural, rosas e palmas, e como convidada para cantar um salmo a D. Constantino uma mocinha de voz inigualável, que se exprimiu da seguinte forma: "Hoje, eu me sinto gente!". Foi um sucesso que não podemos deixar de Deus êsse primeiro contato com o nôvo bispo. O entusiasmou ainda foi saber que as equipinha.s estão aqui há uns meses. Temos duas que vão bem e fundar mais algumas.

agradecer a que mais o funcionando pretendemos

O curso de noivos está a cargo das Equipes. O encerramento é bonito, havendo entrega de rosas e diploma. Muitos casais fazem palestras, enquanto que outros oferecem o serviço, lavando copos e xícaras e limpando a sala. Para custear o curso, fazemos feijoadas, churrascos, pois temos que dar alguma coisa para as Irmãs que todo 3.0 domingo do mês nos cedem o Colégio e pagar as outras despesas. Os noivos, de um modo geral, têm gostado. Estamos adotando, após cada realização, fazer uma reunião de crítica, com o intuito de procurar realmente crescer. Temos participado de palestras e organizado também muitas. Em julho, tivemos uma em Nova Veneza com Frei Geraldo Leo-

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nel, cujo tema foi: "Diálogo entre pais e filhos". Fomos de ônibus especialmente alugado para essa finalidade. Muitos equipistas estão trabalhando: dando aulas de religião nos ginásios, fazendo palestras em P.L.C. (peregrinação de leigos cristãos) , cursilhos e T. L. C. Em agôsto estêve aqui, fazendo palestra a convite das equipes, Frei Luís Gonzaga da Costa, de São Paulo. Tema: "Espiritualidade do casal". Muitos cursilhistas assistiram. Foi em nossa casa e contamos com a presença de mais ou menos oitenta ou noventa pessoas (emprestamos cadeiras do curso de noivos e pagamos essas cadeiras para o curso com feijoada). Em outubro teremos nosso retiro e já podemos contar com outros casais interessados. FLORIAN ó POLIS

Do boletim n. 0 2 do Setor de Florianópolis retiramos os trechos principais de um artigo referente ao Encontro de Responsáveis, realizado no fim do primeiro semestre. Neste Encontro fraterno, que contou com a presença de vinte e nove equipistas e do Pe. Assistente do Setor, verificamos que as nossas Equipes, apesar de encontrarem algumas dificuldades, caminham para uma espiritualidade cada vez mais profunda e vigorosa, encontrando-se, por isto, unidas com Cristo e entre si. No encontro revisamos as nossas obrigações, e assim resumimos as conclusões: O dever de sentar-se constitui uma das exigências mais difíceis para alguns casais. :tl:ste dever será realmente difícil se o encaramos apenas como uma obrigação e não como excelente meio de aperfeiçoamento do casal. Diz o Pe. Caffarel: "O dever de sentar-se é o ponto alto do sacramento do matrimônio. É onde se reexamina a vida a dois. É o momento de maior fruição das graças sacramentais". Afirma ainda o Pe. Caffarel: "O dever de sentar-se é uma visita ao Senhor --: naquele momento não são dois e sim três" - Deus e os cônjuges. Opinião de alguns casais: "Conversamos diàriamente sôbre todos os assuntos e por isso achamos que o dever de sentar-se parece tornar-se dispensável". Respondemos: O dever de sentar-se exige uma análise objetiva, serena, em espírito de fé, de todos os aspectos da vida familiar. Só assim êste encontro mensal "a três" nos levará a uma vida conjugal verdadeiramente equilibrada e feliz. O cultivo da oração em famí.lia, além de favorecer o nosso crescimento espiritual, é indiscutivelmente um testemunho de grande eficiência apostólica junto de nossos filhos. -28-


O retiro anual levanta maiores dificuldades. Para que haja mais possibilidades, oferecemos um retiro aberto em outubro. Lembramos que nos dias 21 e 22 de agôsto teremos o último retiro fechado dêste ano. Os equipistas que em 1971 fizeram o "Cursilho de Cristandade" estão, neste ano, dispensados do retiro. Quanto às respostas ao tema referentes ao Discurso de Paulo VI às ENS, é interessante o método de cada casal estudar com profundidade e responder a uma das seis perguntas por mês. Assim não se sobrecarrega ninguém e na reunião mensal são debatidas tôdas as questões.

Hora santa - A política descentralizadora adotada pelos novos responsáveis pelo Setor teve o grande benefício de levar muita gente ao serviço, havendo uma profusão de idéias novas e enriquecedoras. Dessa forma, as Horas santas tomam uma personalidade diferente cada mês, inculcada pela Equipe de serviço. Isto é muito bom. A freqüência, com êste nôvo sistema, aumentou. É preciso apenas que nosso encontro com :f.:le e entre nós seja mais espontâneo, menos formal, com mais elementos de nosso dia a dia. Nossa sugestão seria um convite: vamos fazer conversando. Missa do Setor - A Missa do Setor está bastante concorrida. Achamos que foi ótima a idéia de mudar mensalmente de local, e de distribuir as tarefas para cada equipe, levando os casais a uma participação mais eficiente.

SAl

O

NOSSO

SECRETA RIO

EXECUTIVO

Depois de quase cinco anos "pageando" a todos nós, o Siardus deixou a Secretaria, em meados de outubro, para um trabalho que irá abrir-lhe maiores perspectivas para o seu futuro. Sentiremos muitíssimo a sua falta e sabemos estar sendo intérpretes de todos ao agradecer, por intermédio do órgão oficial do Movimento, que é a Carta Mensal - à qual inclusive êle sempre dedicou o melhor dos seus esforços - a dedicação sem par com a qual sempre serviu ao Movimento no seu pôsto. Ninguém esquecerá essa figura simpática que, na sede da Secretaria, nos Encontros, nas Sessões, sempre atendeu a todos com gentileza e boa vontade. A nossa esperança é que, vindo êle a casar-se, ingresse nas Equipes e volte a trabalhar na Secretaria - agora de graça, pois aos equipistas cabe conquistar o Reino do Céu e não ganhar uns cruzeiros a mais nesta terra ... -29-


ENCONTRO DE CASAIS REGIONAIS

Efetuou-se, nos dias 8, 9 e 10 de outubro, na Casa das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, em Itapecerica da Serra, o "Encontro de Formação de Regionais", programado para o ano I corrente. Estiveram presentes os CC RR. RR. das regiões SP I A, SP /B, SP /C, SP / D, SP /G, Guanabara, Paraná e Santa Catarina - Rio Gr ande do Sul, dois casais designados para representarem as regiões SP/E e SP/F, bem como mais um casal da região Santa Catarina - Rio Grande do Sul. No decorrer dos três dias do Encontro, foram feitas três palestras: "Hierarquia e Serviço - Obediência e Adesão" (Pe. Antônio Aquino); "Casal Regional: animação, orientação e ação" e "Reconhecimento e exploração - Objetivos e Metas" (Ludovic), e mais três "palestras em equipe": "Maturidade para obediência e serviço", "Estudo de uma Coordenação - Como e Porque", "Setor como órgão pensante". O programa do Encontro foi preparado por Eisa e Ludovic, que funcionavam como Coordenadores e todos os presentes integraram a "equipe de serviço". A parte de culto, orientada pelo Pe. Aquino, contou com a colaboração de Hadgine e Neuradir e, nas missas, com a de Adherbal e Venício, Ministros da Eucaristia. O "Encontro" terá seu prosseguimento - segunda fase nos dias 26, 27 e 28 de novembro, no mesmo local. Pedimos as orações de todos para que, com o auxílio do Espírito Santo, a última parte do Encontro seja cumprida com o mesmo aproveitamento da primeira. 1

CALENDÁRIO 1972

ENCONTRO DE RESPONSAVEIS DE SETOR E COORDENASAO

ÇÃO, para explanação da Orientação do Ano de 1972 PAULO, 19 e 20 de FEVEREIRO.

ENCONTRO NACIONAL DE CASAIS RESPONSAVEIS EQUIPE- SAO PAULO, 11 e 12 DE MARÇO.

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~

DE


~etiro~ para

19'+1

organizados pelo setor de Campinas

12 a 14 de novembro -

Pe. Mário Zuchetto

Inscrições com o casal Stella e Carlos Valverde Rodrigues, rua Dr. José Ferreira de Camargo, 364 - Tel.: 9-5307 - CAMPINAS (SP). organizados pela Região São Paulo

5 a 7 de novembro, em Valinhos Pe. Mário Zuchetto e equipe 19 a 21 de novembro, em Valinhos Frei Marcos Mendes de Faria 26 a 28 de novembro, em Barueri 3 a 5 de dezembro, em Valinhos Inscrições na Secretaria. Tel.: 80-4850. organizados pelo setor de Santos

5 a 7 de

novembro, em Barueri

Informações com o casal Dacília e Raul Rocha do Amaral, rua Castro Alves, 14 - SANTOS (SP) - Tel.: 4-1325. organizados pelo setor de São José dos Campos

19 a 21 de novembro, em S. José dos Campos Informações com o casal Ma. Antonieta e Luiz Gonzaga Rios, rua H-19-A, n. 0 101 - C.T.A. - S. JOSÉ· DOS CAMPOS (SP) Tel.: 3212 - r/398. ·-

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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇAO

Inicia-se o mês de novembro com a festa de Todos os Santos e a comemoração de todos os mortos. Nesta dupla perspectiva, elevemos o nosso pensamento para Aquêle que é "O Santo" por e xcelência, como proclamamos no Glória, e também o "primogênito entre os mortos", Aquêle que, ressuscitando da morte abriu-nos as portas da Vida . . Estejamos neste mundo com gratidão pela oportunidade que nos é oferecida para santificar-nos na doação aos nossos irmãos, pois a vida presente nos é dada para trabalharmos pelo Reino. Na vida futura, Cristo nos espera para premiar-nos com o lugar que, segundo prometeu, E:le mesmo foi preparar para cada um de nós. Estejamos pois prontos também para a hora em que Cristo nos chamar "e mandar ir para E:le, para que com seus Santos O louvemos pelos séculos dos séculos".

Da Carta de São Paulo aos Filipenses, cap. 1, vers. 21 a 24 "Para mim, viver é Cristo, e morrer representa um lucro. No entanto, se a vida neste mundo me permite um trabalho frutuoso, hesito em fazer a minha escolha ... Estou entre duas alternativas: por um lado, tenho o desejo de ir-me e de estar com Cristo, o que seria, e muito, preferível; por outro lado, ficar no mundo é mais urgente, pelo vosso bem" .

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ORAÇÃO LITúRGICA

Supliquemos ao Senhor Jesus, que transformará nosso corpo mortal e o tornará semelhante ao seu Corpo de glória, dizendo-lhe: - Vós sois nossa vida e nossa ressurreição. 6 Cristo, Filho de Deus vivo, Vós que ressuscitastes Lázaro, vosso amigo, - conduzi à ressurreição gloriosa os mortos que resgatastes com vosso sangue precioso. 6 Cristo, consolador dos aflitos, enxugastes as lágrimas daqueles que choravam Lázaro, o jovem de Naim e a filha de Jairo: - consolai os enlutados. 6 Cristo, sempre vivo para interceder em nosso favor, - ensinai-nos a oferecer pelos defuntos o nosso sacrifício de louvor. Concedei que vençamos em nós o pecado que conduz à morte -

para que obtenhamos a imortalidade.

Lembrai-vos dos inimigos da vossa cruz, lembrai-vos daqueles que não têm esperança, - dai que êles creiam na vida do mundo por vir. Já que nossa morada terrestre deve ser destruída, - concedei-nos nos céus a habitação eterna, que não é feita por mão de homem.

Oremos:

Senhor, nosso Deus, sois o Criador e o Redentor de todos os que crêem em Vós ; concedei a vossos servos o perdão de todos os seus pecados; que nossas orações fraternas lhes obtenham vossa indulgência, como êles sempre esperam. Vós que sois Deus ... - AMÉM.

(Oração do Tempo Presente -

Próprio dos Santos) .


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