NC? 3 Maio
EDITORIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. "O Espírito do Senhor está sobre mim" . . . . . p. A unidade na Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p.
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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . p.
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Unidos por Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 11 Apostolado junto às famílias operárias . . . . . . p. 16 Oração de uma pobre mãe, quase a explodir p. 21 "Teams o! our lady" - As E.N.S. nos Estados Unidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23 Notícias dos Setores - Flashes de Bauru . . p. 25 Visita a São Carlos p. 28 Retiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31 Oração para a próxima Reunião . . . . . . . . . . . . p. 32
Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 80-4850 0.530 - SAO PAULO, SP
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somente para distribuição interna -
EDITORIAL
" JAVÉ SE INCLINA ... "
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Há mais de trinta anos que prego retiros para casais. E todas as vezes vejo homens e mulheres, quase todos anêmicos ao ingressarem nessas "clínicas" que são as casas de retiro, apresentarem, ao sair, uma nova vitalidade espiritual, adquirida após a "cura de alma" a que se entregaram. Será preciso, é certo, fazer novo retiro no ano seguinte. É que são muitos os que deixam que a anemia novamente os atinja. E uma vez mais, irão fazer a experiência da extraordinária eficácia de alguns dias passados com Deus. Qual seria o segredo desta eficácia? Silêncio, missa diária, oração. . . outras tantas razões, sem dúvida. Mas a razão primeira, a mais decisiva, é outra. Nestes homens e mulheres a fé achava-se enfraquecida, doente, sonolenta, esgotada, moribunda; eis que, ao sopro da Palavra de Deus, ela desperta, firma-se, readquire vitalidade. Porquanto há uma relação muito estreita entre a fé e a Palavra do Senhor; somente a Palavra de Deus tem o poder de despertar e alimentar a fé, esta fé que é conhecimento de Deus, de sua vida íntima e de seu domínio sobre o universo. A fé enfraquece, definha, naquele que não se abre à Palavra de Deus e não a guarda. Entendo por Palavra de Deus os Livros inspirados e toda palavra ou escrito que apresenta a Revelação que estes livros contêm. Se há tantos cristãos raquíticos, é que são bem poucos aqueles que procuram a Deus: "Javé, do alto dos céus, se inclina sobre os filhos dos homens para ver se há um sensato, um que procure a Deus." (Salmo 14, 2). -1-
Pelo contrário, estará protegido da anemia espiritual aquele que alimenta a sua fé, que procura o conhecimento de Deus, isto é, o conhecimento de Jesus Cristo por quem e em quem o Pai tudo nos deu, tudo disse, tudo revelou, tudo manifestou. E porque a sua fé é alimentada, cresce o seu amor de Deus, aumenta a sua generosidade ao serviço de Deus. Nele há vida. "A vida eterna é que eles te conheçam, a ti, único Deus verdadeiro, e teu enviado, Jesus Cristo.'' (Jo. 17, 3).
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Eis por que, nas Equipes de Nossa Senhora, dá-se tanta importância à troca de idéias, este momento que, no decorrer das reuniões, é consagrado à procura do conhecimento de Deus, de seu pensamento e de sua vontade. Eis por que se pede a cada casal que se aplique seriamente no estudo do tema, marido e mulher juntos. Eis por que considero um mau sintoma ouvir tal membro de uma antiga equipe dizer-me: "poderíamos renunciar ao tema e dedicar maior tempo à oração e à co-participação". Eis por que, recentemente, foi pedido a todos os membros das Equipes de Nossa Senhora que dediquem diariamente pelo menos 10 minutos de seu tempo à leitura pausada e refletida das Sagradas Escrituras. Se as Equipes não conseguirem dar aos seus membros o gosto e o apetite do conhecimento de Deus, se o trabalho do tema de estudos, após alguns meses ou alguns anos não os levar a adquirir o hábito de estudos religiosos, é que as nossas equipes perderam a sua razão de ser. O homem foi criado para conhecer, amar e servir a Deus. Se não O conhece, de um conhecimento vivo e constantemente alimentado, não tenha ilusões: não chegará realmente a amá-lo e a servi-lo. "Dobro os meus joelhos na presença do Pai. .. digne-se Ele, segundo a riqueza de sua glória, armar-vos de poder por seu Espírito, para que se fortaleça em vós o homem interior; que o Cristo habite em vossos corações pela fé, e que estejais enraizados, fundados no amor. Recebereis assim a força de compreender, com todos os santos, qual é a Largura, o Comprimento, a Altura e a Profundidade, conhecereis o amor de Cristo, que excede todo conhecimento, e sereis repletos de toda a plenitude de Deus." (Ef. 3, 14-19).
HENRI CAFFAREL
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"O ESPíRITO DO SENHOR ESTA SOBRE MIM"
Da Carta Mensal Internacional
"Deus foi quem nos amou primeiro" (I J o. 4, 10). É verdade no que se refere à humanidade no seu conjunto, é verdade no que se refere a qualquer ser humano: não existe nem um em quem Deus não trabalhe para Se dar a conhecer e estabelecer uma verdadeira amizade. Aquele que descobre Deus em Jesus Cristo e que "recebe" Cristo aceitando ser batizado no Espírito Santo, sabemos que o Espírito Santo se dá e faz dele seu "templo" (I Cor. 6, 19). Vive nele, na "ponta fina da alma", como dizia São Francisco de Sales, ou seja, para além do sensível e do visível, no mais profundo de cada um, onde apenas a fé tem acesso; inspira-o, "fala-lhe" à sua maneira, conduzindo-o a uma vida cada vez mais próxima do que Deus espera. A vida cristã é isto antes de mais nada. É preciso tomar a sério esta Presença em nós. Trata-se de fazer companhia ao Espírito Santo, de estar prontos para captar os seus apelos e, o que é mais difícil, a responder-lhe. Apelos que tomam as formas mais variadas e, digamos também, as mais simples. Aspirações e sonhos são raros; o Espírito toma, pelo contrário, caminhos discretos: uma palavra que ouvimos, uma frase, numa homilia que ouvíamos sem grande entusiasmo, a idéia dum gesto que deveríamos fazer e a certeza de que Deus espera que o façamos, uma passagem do Evangelho que nos vem à mente, esclarecendo de repente determinada preocupação que alimentávamos. Captá-los não exige gênio, nem qualquer raciocínio complicado : está ao alcance de quem tenha lido o Evangelho e deci, 1',
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dido tomá-lo ao pé da letra. Mas isto requer atenção à presença do Espírito Santo em nós, e não vejo que poderemos adquiri-la se não nos acostumarmos a entrar em contacto com Deus na oração pessoal: por isso, seja qual for a sua forma, a meditação é indispensável. É o que se chama a vida interior. Diga-se de passagem: procuremos não esquecer (como muitas vezes tem acontecido) que não há amor de Deus autenticamente cristão se dele não resultar em plenitude o amor do próximo, se a vida interior se fechar em vez de desabrochar na caridade, transfigurando os nossos compromissos diários. É bom não esquecer que não se pode receber o dom de Deus como o rico avarento da parábola. Esta presença do Espírito Santo em nós, que cada um vive à sua maneira e segundo a graça que lhe é própria, é preciso aprender a vivê-la em conjunto, a partilhá-la. Na intimidade do casal, nas nossas equipes, saibamos tornar-nos atentos ao Espírito Santo presente em cada um de nós; que a sua ação em nós possa enriquecer também os outros. Quando vocês falam com os seus filhos, quando cumprem o dever de sentar-se, quando a sua equipe está reunida, Ele está presente e atuante. Sobretudo nos momentos privilegiados em que se realiza a palavra de Jesus: "Quando vários estão reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles". É preciso pois que saibamos escutar. Escutar com a convicção de que há certamente algo a aprender no que diz o outro, procurando captar o que o Espírito Santo nos pode querer transmitir. Escutar atentamente ao invés de prepararmos mentalmente a nossa resposta ou as nossas objeções. Escutar exige também que o outro fale. Sem falsa timidez, convencido de que se está beneficiando da presença de Deus, porém com humildade, consciente dos limites que podem impedir o nosso acolhimento ao Espírito Santo. São aliás esses limites, próprios da natureza humana, que tornam tão proveitosas as nossas trocas de idéias, com o que podem trazer de confrontação: mantendo-a fraterna, poderemos ver mais claramente o que está ou não dentro do espírito do Evangelho. É preciso lembrar-se que é na Igreja que o Espírito se manifesta. É na Igreja, através dela e para ela que Ele se dá ao cristão batizado. E comunica-se à Igreja para ser por ela transmitido ao mundo. A Igreja deve escutar e meditar a Palavra de Deus, explicitar a sua mensagem e levar a Boa Nova ao mundo, esforçando-se por vivê-la, para que o seu testemunho seja digno de crédito.
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Nada pode substituir a maneira pessoal de cada um escutar a Palavra; no entanto, o fato de estar enraizado na Igreja é o que o defende contra o erro ou a ilusão. Na medida em que a Equipe procurar escutar em sintonia com a Igreja, a troca de idéias terá mais valor. Digo "a Igreja" no seu sentido mais largo: a do nosso país e a dos outros países, a de hoje e a de ontem, a deste mundo e a do outro. Isto inclui evidentemente os que garantem a autenticidade da Igreja. O exemplo dos santos é bastante esclarecedor neste particular: os mais arrojados, os mais inovadores, os mais "profetas", os que mais marcaram o seu país e o seu tempo, todos eles professaram um respeito afetuoso pela Igreja e pelos seus ministros (mesmo quando estes não mereciam esse respeito). Aceitaram mesmo que as suas idéias - que no futuro seriam reconhecidas como inspiradas - fossem postas de lado e até esquecidas quando rejeitadas pela hierarquia da Igreja. Sabiam que o Espírito Santo não se contradiz. Esta dupla fidelidade ao Espírito, presente em cada um e presente na Igreja, permitiu que ela sobrevivesse a todas as crises e progredisse apesar delas. Podemos estar certos que esta fidelidade continuará a levá-la adiante se os cristãos de hoje souberem conservá-la.
Hubert Vallet
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A UNIDADE NA IGREJA
Neste mês de maio, em toda a Igreja, reza-se e trabalha-se pela unidade de todos os cristãos, ou seja, para que se torne finalmente uma realidade o artigo do Credo: "Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica", bem como a última oração de Cristo ao Pai: "Que todos sejam um . .. a fim que o mundo creia que tu me enviaste" (J o. 17, 21) . É a aspiração das várias confissões cristãs, que procuram, particularmente após o Concílio Vaticano II, dirimir divergências seculares. É a aspiração também no seio da própria Igreja Católica, onde se vêem infelizmente vozes discordantes que não conseguem conciliar pontos de vista divergentes. É o anseio, ainda, da Igreja em nosso próprio país, onde se "assiste ao espetáculo melancólico de irmãos que se degladiam, se ferem, se perseguem. . . transformando-se para os de fora em motivos de escândalo". Foi precisamente para levar os católicos brasileiros a uma reflexão em profundidade, e aqueles que se acham divididos por dissensões várias a uma meditação caridosa que conduza finalmente à mútua compreensão e concórdia, que a Conferência N acionai dos Bispos do Brasil deu publicidade a um importante documento sob o título "UNIDADE E PLURALISMO NA IGREJA". Damos abaixo alguns extratos da primeira parte desse trabalho:
"A unidade na Igreja: "A unidade não é um dom recebido passivamente - neste caso ela correria o risco de se confundir com uma uniformidade monótona e sem vida. A unidade é um dom do Espírito, "que 6
sopra onde quer", que garante a umao interior da Igreja, mas que nos chama a todos a cooperar no esforço permanente de construir a unidade sempre mais profunda, mais rica, na humildade e na oração. "Creio na Igreja una" não será a mera repetição de uma fórmula, mas a expressão da intensa alegria daqueles que experimentam sua identificação com todos os seus irmãos em Cristo". "Este vínculo de natureza sobrenatural é a vida mesma do Cristo, operando a salvação presente em cada Igreja, em cada hóstia, e onde dois ou três estão reunidos em seu nome. Este mistério do Cristo vivido no amor fraterno se revela de modo privilegiado onde quer que uma comunidade de fé, em comunhão com toda a Igreja, celebre a Eucaristia". "O sinal visível desta origem divina de cada Igreja é a fraternidade real que une em Cristo todos os seus membros. É ao nível .local que é vivida a unidade concreta. É fácil declarar-se solidário com todos os irmãos da Igreja Universal. O difícil é amar o próximo, amar, no seu pleno sentido cristão, o irmão que participa da mesma mesa eucarística, e do qual me separam diferenças sociais, culturais ou ideológicas, que ameaçam a nossa unidade. Não é a sagacidade dos pensadores cristãos que desarma os infiéis; não é a lucidez dos argumentos teológicos que redime o mundo, nem a habilidade do governo da Igreja que nos salva. O que faz que a Igreja, em cada lugar, seja o sinal inconfundível de Cristo e a dispensadora de sua verdade e da sua vida é a unidade de amor autêntico entre os cristãos. "É no amor que tiverdes uns pelos outros que vos reconhecerão por meus discípulos". Foi esta a última vontade expressa no seu testamento de amor: "Que todos sejam um ... e assim o mundo creia que Tu me enviaste". "Esta unidade, dom de Deus e objeto do apelo final de Cristo, deve ser permanentemente construída, na humanidade, no sofrimento e na esperança, em cada Igreja. Unidade na fé, mais profunda do que a simples coincidência de fórmulas professadas; unidade na fé, que é entrega total Aquele que nos adquiriu para si, ao preço inestimável do sangue do seu Cristo; unidade na fé, que exige de cada um de nós uma atitude de humildade atenta, consciente de que ninguém é dono da verdade; unidade na fé, que sabe guardar a mensagem revelada sem se escandalizar com a diversidade das formas pelas quais é ela anunciada; unidade na fé, que sabe que o fato de ser diferente não significa, necessariamente, uma infidelidade à unidade, mas pode ser a expressão da obediência àquele Espírito que reparte os seus dons conforme quer".
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Pluralismo, diversidade, não é divisão. Unidade não é uniformidade. São Paulo já o expôs na sua primeira carta aos Coríntios, quando considera a diversidade dos membros dentro da unidade do corpo humano, para mostrar que também na Igreja "da mesma forma que o corpo é um embora sejam vários os membros, e que todos os membros do corpo, mau grado a sua pluralidade, não formam senão um corpo, assim também acontece com o Cristo." (1 Cor, 12, 12). "Cristo, princípio unificador de sua Igreja, estabelece na unidade a pluralidade de seus membros; estabelece todos os cristãos na unidade de seu corpo", comenta a Bíblia de Jerusalém. E a nós, casados, é fácil compreender a unidade da sociedade conjugal, mau grado a diversidade que caracteriza a complexa pluralidade de cada um dos cônjuges. Como também a unidade das nossas equipes apesar da diversidade de seus membros, quando o espírito de caridade fraterna preside ao relacionamento entre todos.
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I! I!
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A ECIR CONVERSA COM VOC~S
Chegou-nos às mãos há pouco o Boletim do Setor de Ribeirão Preto. Não nos podemos furtar ao desejo de difundir as considerações feitas pelo seu Casal Responsável, sob o título "Para onde vamos?". A ECIR jaz suas, portanto, as palavras de Geni e Humberto.
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"Estivemos nos dias 19 e 20 de fevereiro em Valinhos onde participamos do Encontro Nacional de Responsáveis de Setor. Foi mais uma das boas oportunidades que tivemos de conhecer e meditar mais profundamente sobre os ideais das Equipes de Nossa Senhora. Foi mais uma oportunidade de sentir como há uma grande meta a ser atingida pelo movimento e que poderá modificar substancialmente o panorama dentro da espiritualidade dos casais equipistas. Mais uma vez pudemos sentir que o nosso caminho está na busca madura dos ideais cristãos e na sólida estrutura, fundamentada na leitura dos Evangelhos, na meditação e na oração. Mais uma vez pudemos sentir que só uma tomada de posição decidida e firme poderá fazer-nos vislumbrar o imenso campo de crescimento que se abre à nossa frente, campo este que será tomado pelos corajosos, pelos decididos, por aqueles que não têm medo de enfrentar suas próprias comodidades e suas próprias iniquidades. O equipista é na realidade um privilegiado. As oportunidades que são colocadas ao seu lado, ao seu alcance são muito grandes. Um casal que busque realmente o seu crescimento não pode dispensar a oportunidade de rezar juntos. Não a oração de quem se livra de uma "obrigação", mas a oração diária de quem procura sinceramente o encontro com Deus. A oração feita
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a dois buscando uma abertura de seus corações para o diálogo com Cristo. Só assim poderá o casal sentir a alegria de caminhar juntos e de servir ao mundo. E, entre aqueles que lêem diariamente a Bíblia, quem poderá dizer que não sente o poder miraculoso e a força que nos trazem aquelas palavras profundas, que falam de nossas fraquezas e da imensa alegria que é conhecer a glória e o poder de Deus entre os homens? Essa leitura sistemática, diária, meditada e buscando a nossa renovação interior nos faz um bem tão grande que chegamos a sentir pena daqueles que não têm a coragem de assumir seriamente este meio de aperfeiçoamento das ENS. Como é difícil, como é penoso, como é desgastante permanecermos nas ENS quando não temos a disposição de assumir uma atitude de renovação interna, uma atitude de busca e de crescimento pessoal. O mundo está aí presente, caminhando em direções que não sabemos onde irão dar. Neste mundo de egoísmo, de inveja, de fome, de injustiças, as ENS são uma grande arma. Uma arma contra o ateísmo, uma arma contra as ameaças que investem contra a família. As ENS, alimentando casais cristãos, católicos maciços, são uma arma para enfrentar o ateísmo e o mundo das leviandades. As ENS pretendem que você equipista assuma o seu papel diante do mundo. As ENS pretendem que você não seja um tranqüilo acomodado, mas que assuma com virilidade os meios de aperfeiçoamento que estão à sua disposição, para que, crescendo em sua espiritualidade, você venha a assumir posições de liderança, venha a lutar por um mundo melhor, por um mundo mais cristão. Este é o seu movimento, e você nele se realizará na medida em que se identificar com o seu espírito e assumir seu método e seus Estatutos".
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UNIDOS POR CRISTO
Durante a semana de 14 a 21 de maio celebrar-se-á em todo o mundo a "Semana da Unidade Cristã". Publicamos, transcrito da revista italiana "Rocca", numa tradução de Lucia e Franco Poloni> o testemunho de um casal que conseguiu realizar na sua vida conjugal esta unidade tão almejada. Este não pretende ser o testemunho de um casal possuidor de todas as virtudes cristãs, mas de dois cônjuges normais que procuram viver fielmente na unidade e no amor de Cristo. Na nossa infância ambos partimos com bons princípios, porque nossas famílias tiveram, uma, um grande amor tolerante e, a outra, o mesmo amor pela liberdade. Um de nós recebeu a fé e a sentiu crescer graças aos cuidados delicados mas seguros de seus pais, quer na confiança indestrutível em Deus, quer na certeza que impregnava de amor suas vidas. O outro, ao contrário, nascido de pais ateus sedentos de justiça, que procuravam inculcar nos filhos o mesmo ideal, conheceu Deus já adulto. Dois caminhos diferentes que levaram ao mesmo amor: Deus, e à nossa união. Desde o momento em que nos encontramos, procuramos conjugar juntos ou tentamos conjugar os verbos : tolerar, compreender, libertar e unir. No primeiro período de casados, tivemos a ocasião de constatar plenamente o sentido destas palavras, mais fáceis de serem ditas do que postas em prática - tentamos muitas vezes, algumas com sucesso, várias com dificuldade. A prática entre os esposos, nos primeiros anos de matrimônio, das virtudes de tolerância, compreensão, respeito à pessoa do outro já é um bom exercício na preparação do amor ao próximo. Um dos princípios que muito nos ajudou, e que certamente todos já conhecem, é: "Jesus é amor" - portanto é inconcebível brigar ou discutir furiosamente em seu nome. Nós só o encontramos verdadeiramente na paciência, na doçura, na firmeza, na humildade e na lucidez. Com os nossos filhos, procuramos conjugar todos os verbos acima citados. É preciso frisar bem que é no amor recíproco
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dos pais, e no amor que estes dão aos outros, que os filhos começam a avançar no caminho da fé. E assim, juntos, a passos curtos, descobrem-se, pais e filhos, pessoas sob o olhar de Deus, fracos e pequenos e ao mesmo tempo tão grandes aos seus olhos. Descobrem-se e vêem-se sem falsas ilusões, porém verdadeiros, sem medo de dialogar e de cumprir juntos uma penitência nascida de nossas recíprocas correções. Caminhando juntos em fraternidade à procura de Deus, podemos correr algum risco; é preciso estar vigilantes como as virgens sábias da parábola. É preciso rezar.
No mundo reina a injustiça, a guerra e a fome, as diferenças de classe. Há muito que fazer e nós somos tão poucos. . . Mas juntos com outros cristãos formamos uma cadeia, nos sentimos mais fortes, procuramos e encontramos assim a força de agir. Damo-nos conta agora que esquecemos de esclarecer dois fatos, um menor e outro maior. -12-
O menor é que um de nós é católico e o outro é protestante. O maior, é que fizemos uma descoberta maravilhosa, isto é, o matrimônio misto é uma graça a mais na nossa união. Afirmamos que a nossa maneira de pensar e agir, com nossa respectiva fé, é um contínuo enriquecimento e não um sofrimento no nosso matrimônio. Nós estamos descobrindo a plenitude que os "irmãos separados" encontrarão em Cristo, completando-se em Cristo. Apesar das pressões, das incompreensões, das dificuldades que encontramos ainda hoje, conservamos dentro de nós a mesma fé, que nos permite pousar um olhar carinhoso sobre as pessoas e os acontecimentos além de qualquer consideração. Vocês perguntarão: então não há problemas? Sim, mas os mesmos problemas comuns a todas as famílias. Os problemas a que se referem algumas pessoas, quando perguntam a respeito da diferença de nossos credos, preocupam muito mais aos que perguntam do que a nós mesmos e, na maioria das vezes, são fruto da ignorância e da discriminação. Se alguém quiser interrogar-nos, a nossa casa está à disposição. Só há uma pequena condição para entrar: a simplicidade.
Lucienne e Jean Ribot Grupo "Focolari Misti" (1) Via Vicenzo Monti, 2 - MILANO
LADAINHA DE INICIATIVAS ECUMt=NICAS
ENCONTRO SOBRE CASAMENTOS MISTOS
Realizou-se em Estrasburgo a primeira etapa de um diálogo em escala mundial sobre a teologia do matrimônio e os problemas dos casamentos mistos. Delegados das igrejas luterana reformada e católica debateram a situação do casamento hoje, seus (1)
O Movimento dos "Focolares" é um movimento de espiritualidade cujos membros procuram dar testemunho de um cristianismo autêntico através da vivência do Evangelho na vida diária, em todos os estados de vida.
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fatores tradicionais, sociológicos, psicológicos e religiosos e o estudo bíblio-teológico da relação homem-mulher. Este diálogo prosseguirá com os seguintes temas: 1. O casamento, realidade para toda a humanidade; 2. Realidade sacramental; 3. Indissolubilidade; 4. Normas eclesiásticas. SEMINARIO SOBRE PROBLEMAS DA FAMíLIA
Na Rodésia, um Centro ecumênico organizou um seminário para tratar de problemas do lar e da família. Foram abordados temas como: aspectos do casamento na sociedade africana; educação sexual; delinquência juvenil e vida familiar; a vida familiar em centros urbanos e rurais. PASTOR OFERECE APARTAMENTOS PARA CULTOS CATóLICOS
O presidente da COHAB, que é também pastor protestante, ofereceu um apartamento em cada conjunto residencial para que a Arquidiocese do Rio de Janeiro instalasse centros paroquiais e comunitários. SERVIÇO CRISTAO TELEFôNICO NO JAPAO
Foi inaugurado recentemente em Tóquio o primeiro serviço cristão telefônico do Japão. Esse serviço, denominado "Salvação", tem sede no Centro luterano de Tóquio e colaboram nele católicos, anglicanos e representantes de outras denominações. Os que nele dão plantão são voluntários especializados, cuja idade varia de 20 a 70 anos. CONGRATULA-SE COM O PAPA O PRIOR DE TAIZ!t PELA MANUTENÇAO DO CELIBATO SACERDOTAL
O prior da comunidade protestante de Taizé (França), Irmão Roger Schutz, que há alguns meses falou sobre a missão do Santo Padre como pastor universal a serviço da fé apostólica, da unidade eclesial e da paz universal, agora congratula-se com Paulo VI pela reafirmação do celibato sacerdotal. "Loucura do Evangelho para os homens e anúncio do Reino futuro, diz o Prior de Taizé, o celibato vivificará a Igreja de Deus na sua vocação de ser o sal da terra". RECONHECIMENTO INTER-ECLESIAL DO BATISMO
Quase concomitantemente, na Inglaterra, Bélgica e França, as autoridades competentes da Igreja Católica entraram em acordo com diversas confissões cristãs separadas, sobre a validade
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do batismo administrado nas respectivas Igrejas. Diz um dos comunicados ser o batismo "o laço de nossa unidade e o sinal pelo qual nos tornamos semelhantes na mesma fé, na mesma esperança e na mesma caridade". ACORDO SOBRE A EUCARISTIA
Uma Comissão internacional católico-anglicana, reunida em Windsor, chegou a um acordo sobre a interpretação da doutrina da Eucaristia - que constituía um dos mais sérios objetos de divergência entre as duas Igrejas. O documento, de doze parágrafos, atesta que foram superadas essas divergências, que datavam do século XVI. EXPERI~NCIA DE VIV~NCIA ECUM~NICA NO BRASIL
Enquanto os franciscanos norte-americanos decidiram estabelecer uma comunidade religiosa composta de católicos e protestantes em seu Instituto Ecumênico de Nova York, aqui no Brasil, em Olinda, monges católicos e protestantes já passaram por uma experiência dessas. Durante cinco anos viveram sob o mesmo teto, rezaram juntos as mesmas orações, pregaram e principalmente viveram o ecumenismo. Todos concordam em dizer que "hoje, católicos e protestantes não pensam mais que seja necessário abrir mão de princípios e convicções; a união dos cris', ãos, que se vem tornando realidade não é sinônimo de conversão de nenhuma das partes, mas de integração numa unidade".
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APOSTOLADO
APOSTOLADO
JUNTO
AS
FAMILIAS
OPERARIAS
Em todo o mundo, no dia 1. 0 de maio, a Igreja comemora a festa de São José Operário. Pareceu-nos bem a propósito conversarmos com Lourdinha e José Eduardo Dias Soares, que há cerca de 10 anos colaboram num movimento especial criado para a promoção humana e espiritual do operário, e notadamente da família operária. Este movimento, denominado UNICOR, foi fundado em São Paulo por Frei Luís Maria A. Sartori, ofm, e hoje está se difundindo para diversas outras cidades, como Mogi das Cruzes, Petrópolis e Ouro Preto. Lourdinha e José Eduardo procuram responder às nossas perguntas dentro do espírito do fundador do movimento, a partir de texto escrito pessoalmente por ele. C.M. -
Como Vs. sentem o problema da família operária no mundo de hoje?
O operário é um tipo de homem que tem toda a sua vida dominada pelo problema "TRABALHO". Das suas 24 horas de vida diária, ele passa pelo menos 12 no ambiente de trabalho, incluindo o tempo gasto em condução, período no qual recebe e assimila todos os impactos de sua condição. Das outras 12 passa de sete a oito dormindo. Portanto, em seu lar, com sua esposa e filhos, ele só vive três ou quatro horas, das quais ainda devem ser descontadas refeições, higiene e televisão. Para o diálogo familiar sobra muito pouco. E este pouco ainda dificultado imensamente pelas deficiências de sua educação, pois nunca aprendeu a conversar, a trocar idéias, a bem empregar seu descanso, a educar seus filhos , etc., etc. É natural que as doze horas diárias do problema "TRABALHO" o absorvam e o influenciem muito mais do que o pouco tempo realmente vivido com sua família, quer sejam mulher, filhos, pais ou irmãos. A classe operária também tem hoje uma dimensão completamente diferente de vinte ou trinta anos atrás. Hoje, querendo ou não, sabendo ou não, está estruturalmente relacionada com quase todos as classes sociais. Influencia e recebe influências,
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toma posições e provoca a tomada de posições, e, pelo dinamismo social dos tempos modernos, é levada a se compor com as demais classes de alguma maneira, que pode ser certa ou errada.
C.M. - O que é o UNICOR ? O que pretende ? Para atingir a classe operária, primeiramente junto a seu problema central que é o "TRABALHO", e também em seu relacionamento com as demais classes sociais, nasceu o UNICOR. A junção de dois termos latinos UNICUM COR (um só coração) procura definir a reunião de várias classes sociais em torno do Coração de Cristo, que foi Rei e Operário, e responder ao que talvez seja o maior desafio ao cristão moderno: a união das classes sociais, tão divididas pelo Capitalismo e Comunismo, ambos materialistas e, na base da verdade, da justiça, da liberdade e do amor, conseguir reestruturar a sociedade, hoje tão competitiva e muitas vezes tão coercitiva, fazendo-a descobrir que as classes sociais são complementares e que só unificadas na procura do Bem Comum chegaremos à verdadeira fraternidade cristã. Por isso, o UNICOR pretende: 1 - Compor as diversas classes com a classe operária, a fim de que esta consiga sua promoção humana integral através da doação pessoal dos cristãos mais privilegiados pela sua condição social, de educação e de instrução. 2 - Para isto, divulgar e aplicar, enquanto possível na ordem temporal, os princípios da Doutrina Social da Igreja, procurando levar ao nível dos sistemas do mundo econômico, profissional, político e social a PAZ de CRISTO que é fruto do amor e da justiça.
C.M. -
E como o UNICOR trata do problema da família operária? Como para qualquer classe social, ou para qualquer tipo de pessoa humana, também para a classe operária a família constitui o setor básico para a vida e para a formação correta do caráter. Embora muito traumatizada, talvez até mesmo esmagada pelo assalto que o setor "TRABALHO", tão mal resolvido em suas vidas, lhe faz, a família operária possui riquezas morais f' espirituais todas próprias. Merece, como em qualquer outra classe, a atenção mais profunda. Mas o que justifica mesmo a existência de um movimento especial para a família operária, diferente de qualquer outro movimento cristão para famílias, é justamente a sua dependência original e marcante do fator "TRABALHO". Quem não entende, não participa, não convive com os problemas do operário e não conhece as soluções propostas pela Doutrina Social da Igre-
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ja dificilmente irá atingir a família operária naquilo que ela tem de específico. C.M.- De que forma o UNICOR age?
No que se refere à família operária, o UNICOR age em três setores básicos, a saber: Comunidades Familiares da Virgem Operária - que de certa forma são bastante semelhantes a uma Equipe de Nossa Senhora, com as adaptações necessárias às características operárias. Estas comunidades se reunem para ouvir, meditar e debater trechos do Evangelho, com revisão de vida à luz do mesmo. Estudos de
temas conjugais, elaborados de maneira adequada, e ainda discussão de temas reladvos ao problema "TRABALHO" sob o prisma da Doutrina Social da Igreja, são também realizados. Muitas vezes são trazidas situações reais, sempre comentadas e resolvidas em comum quando possível. Os temas são feitos em três graus diferentes, de acordo com o progresso de cada comunidade, que são constituídas de quatro
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a oito casais. Existem hoje cerca de 100 comunidades em todo o Brasil, sendo que na periferia de São Paulo, vivem 32. Normalmente cada comunidade é assistida por um casal não operário (médico, advogado, engenheiro, comerciante, etc.), que participa da reunião, orienta e assiste aos operários tanto no aspecto conjugal, como social e doutrinário, quando para isto está preparado. Muitos equipistas já participaram ou participam desse trabalho. Curso de Preparação para o Casamento - semelhantes aos nossos, mas adaptados ao contexto operário. O que se procura realmente é formar casais operários que consigam fazer as palestras eles próprios, num trabalho enorme de promoção humana e autenticidade cristã, junto às Paróquias de trabalhadores. Retiros para Casais Operários - onde são feitas palestras pelos religiosos ligados ao movimento, e também por casais não operários, os quais podem ajudar na organização, na condução, na recepção, nos serviços e até mesmo na obtenção de mantimentos. Neste particular, existe um certo orgulho em informar que o movimento, com a ajuda de todos, inclusive internacional, conseguiu comprar um terreno e construir, com o trabalho pessoal dos operários, uma casa de retiros, perto de Embu-Guaçu (Bairro de Val-Flor) que passou a se chamar Casa de Estudos e Retiros Monte Tabor. O UNICOR dá alguma formação para os casais que se dispuserem a trabalhar? Sem dúvida. O próprio Frei Luís Maria, outros dois frades que com ele trabalham, além das Irmãs do Cristo Operário, participam de reuniões próprias para formação, sendo que todos os casais disponíveis recebem um preparo, estudando a Doutrina Social da Igreja e também são levados a crescer espiritualmente. Esta preparação constitui um setor específico do movimento, que, baseado nas palavras SERviço e JUSTiça ao operário, passou a denominar-se SERJUSTO. C.M. -
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C.M. -
Os equipistas interessados em participar neste apostolado, a quem deveriam dirigir-se?
Em São Paulo, recomendamos aos interessados que procurem o casal Lucila e Eduardo Luís Pinto e Silva, nossos companheiros nas Equipes de Nossa Senhora e que também há cerca de 10 anos vem trabalhando com Frei Luís Maria. O seu endereço é: Rua Pedroso Alvarenga, 95 (Itaim) - telefone 81-2478, e eles darão todas as informações sobre o movimento e a maneira de nele se engajar. Os endereços das sedes do movimento são os seguintes:
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São Paulo: Rua Cristo Operário, 98 Vila Guilherme - Fone: 93-2859 Mogi das Cruzes: Rua Ricardo Vilela, 675 Petrópo.lis: Rua Paulo de Moraes, 312 (provisório) Valparaizo - Fone: 42-6866 Ouro Preto: Rua Padre Rolin, 455 Fone: 344
C.M. -
Desejariam Vs. deixar uma palavra final?
Gostaríamos ainda de dar nosso testemunho de quanto o contato com os casais operários nos engrandece. Uma simples comparação entre as dificuldades deles e as nossas liquida nossa tendência para o egoísmo, e sua fé, espontânea e simples, torna sem sentido nosso racionalismo. Sua maneira própria de falar faz de suas orações exemplos de vivência e verdade, e sua humildade nos ajuda a perceber a verdadeira "pobreza de espírito". E Vs. não imaginam como nosso entusiasmo aumenta quando sentimos a alegria e o carinho com que somos recebidos. O UNICOR e os trabalhadores precisam muito de casais realmente disponíveis. Em tudo que dissemos falta um detalhe: é preciso um pouco de vocação. O trabalho é grande mas a recompensa é imensa.
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ORAÇAO
DE
UMA
POBRE
MAE,
QUASE
A EXPLODIR
Por ocasião do Dia das Mães, transcrevemos do EQUIPETRóPOLIS o seguinte texto de Paule Daveluy, tirado do "L'Anneau d'Or".
Quatro horas. Vinde, meu Deus. perto ainda. Terei grande precisão de mo. As crianças vão chegar da escola. quatro filhos abrirão a porta correndo perioso: "Mamãe!"
Pertinho de mim. Mais vossa ajuda, agora mesUm atrás do outro, meus e gritando de modo im-
Estou que não me aguento. Desde manhã que eu lavo e passo, e cuido dos dois menores. A rotina cotidiana - cozinhar, lavar, arrumar - devorou um grande pedaço da tarde; apesar de tudo a cesta se esvaziou à custa de ferro e paciência. As roupas esperam agora que eu as arrume nos respectivos armários. Esta pilha vai para o quarto das meninas, esta outra, para o da roupa de cama; a terceira, para a prateleira de consertos. Cada coisa em seu lugar. Mas. sou eu, de novo eu, sempre eu, que as devo colocar. De manhã, Vós sabeis, estou cheia de coragem. Como é fácil então crer na alegria, na fresca alvorada de uma nova etapa em direção a Vós. Como é fácil, então, amar a minha casa, o meu marido, os meus filhos; e com que exaltação feliz corro ao encontro da tarefa devorante que é a minha porção, a minha parte, a minha espiritualidade de avental! Sim, as manhãs são um dom. As noites, uma plenitude. Quando as crianças adormecem e eu lhes acaricio o rosto, meu coração se desmancha de alegria, e eu Vos digo: "Obrigada, Senhor!" Mas, das quatro às sete da tarde, eles me exasperam por completo, me sufocam, me devoram; seus pedidos se entrecru'>1
zam, se misturam, se obstinam; uns choram, uns reclamam, e tudo converge para mim, a pobre mãe, a sua mamãe. Vinde aqui, Senhor. Será preciso que eu cante, sorria, disfarce galhardamente meu cansaço e o surdo rancor despertado pelo contraste entre a inconsciência de seus verdes anos e a minha dedicação de cada instante. Nessa curva do dia, o fardo, de repente, começa a pesar demais sobre os ombros que o carregam. Ajudai-me. Vós sabeis, Vós bem sabeis que eu os amo. Sim, a todos, e com o mesmo amor: os difíceis, os intratáveis; os que me importunam por gosto e se divertem com a minha perplexidade diante de sua atitude rebelde; os que me fazem duvidar cruelmente, no mais íntimo de mim mesma, das minhas capacidades de educadora e da minha habilidade de plasmadora de almas. Já os vejo na ponta da rua. Começam a correr para casa, para mim. Terão fome, sede, calor; vão desforrar-se da disciplina da escola, gritando e brigando; trarão consigo companheiros pelos quais terei que me interessar. Hoje eu queria escapar dessa escravidão que o meu amor me impõe. O jardim me convida. Oh! como seria bom deitar-me na relva perfumada, sob a árvore, e abandonar-me ao sonho! Bendita solidão por que suspiro, eu a sobrecarregada de mil pequenas coisas indispensáveis ao bem-estar dos meus! Ficai aqui, Senhor! Eu sinto que minha fraqueza vai ao encalço de uma compaixão humana que ela não pode encontrar. Eis que se aproxima a tentação da impaciência, do desânimo. É também a hora da doação. Para que eu os acolha corrio devo, com meus braços, com meu coração, ficai aqui pertinho, meu Deus! Tenho necessidade de vossa ajuda para corresponder à necessidades que eles têm de mim.
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O MOVIMENTO NO MUNDO
" TEAMS OF OUR LADY " AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA NOS ESTADOS UNIDOS
Temos a alegria de publicar a cana que recebemos do Casal Regional estadunidense, Frank & Marilyn Lynn, de Nova York. Caros amigos, Saudações aos nossos companheiros das Equipes no Brasil. Tivemos grande prazer em receber a sua carta e esperamos poder logo encontrar-nos. Começamos esta carta com a nossa apresentação pessoal. Somos quarentões e temos cinco filhos - quatro rapazes e uma menina, entre 10 e 18 anos. Frank é comentador político do New York Times e Marilyn , além de dona-de-casa, recomeçou a estudar. Estamos nas Equipes há nove anos. Quanto ao Movimento nos Estados Unidos, temos cerca de 70 equipes, sendo que mais da metade estão localizadas nos subúrbios de Nova York e Washington. Pedimos ao casal responsável pela publicação da nossa Carta Mensal para enviar-lhes cópias de números recentes e, na última página, vocês encontrarão os endereços dos Casais Responsáveis das diversas cidades, sob a menção "Equipe Regional". A estrutura das Equipes não prevê uma Equipe dessas - equivalente em âmbito regional da Equipe de Setor - mas nós sentimos que era necessária como meio de garantir que muitos pontos de vista estejam representados em toda e qualquer decisão que diga respeito a todas as equipes dos Estados Unidos. A Equipe Regional tem trabalhado em conjunto há quase dois anos. Isto tem sido muito benéfico para as Equipes em nosso país. Não trabalhamos em união muito estreita com a hierarquia católica, outros credos ou outras organizações do país. A hierarquia conhece o nosso movimento, temos contatos tanto em
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nível nacional como diocesano, mas operamos de maneira independente. Também temos contatos com a direção de outros movimentos e aqui em Nova York temos nos encontrado periodicamente com eles para familiarizar-nos com as nossas respectivas atividades. De modo geral, no entanto, fomos pouco encorajados nos esforços desenvolvidos alguns anos atrás para estabelecer contato mais estreito com o Movimento Familiar Cristão, o Movimento dos Encontros e as Conferências de Cana. Presumimos que, como nós, os líderes desses movimentos devem estar muito ocupados com as suas próprias atividades. Não temos, como Movimento, nos empenhado em esforços no plano ecumênico, mas, individualmente, muitos dos nossos casais e dos nossos Conselheiros Espirituais estão profundamente envolvidos nesta causa. O Assistente da nossa equipe, por exemplo, trabalha tempo integral num ministério ecumênico experimental num grande centro comercial em Long Island. Uma outra equipe de nossa cidade ajudou a lançar um culto ecumênico anual em prol da paz no mundo. Quanto à nossa Carta, nós também publicamos a nossa própria Carta, embora utilizemos algum material da França, em particular o editorial. Os editores, Frank e Eleanor Iberti, estão enviando para vocês dois números recentes. Nós consideramos a Carta não só como meio de comunicação entre responsáveis e membros das equipes, mas, o que é mais importante, como um meio de unificar as equipes do país e de fomentar a comunicação entre equipes. Temos tido um crescimento lento mas regular das Equipes no país. Somos considerados um movimento novo nos Estados Unidos e um dos primeiros, entre um número cada vez maior de grupos, a dirigir-nos a casais e a dar ênfase ao aspecto comunitário. Resulta disso que as Equipes estão muito bem adaptadas às necessidades dos casais americanos de hoje. O crescimento deverá continuar a acelerar-se. Embora não utilizemos a Carta Mensal francesa, mantemos um contato estreito com o nosso Casal Supra-Regional na França. Eles têm sido muito prestativos e compreensivos. Como vocês, estamos mais convencidos do que nunca que recebemos muitíssimo das Equipes. Muito agradecidos por nos terem escrito e esperamos encontrá-los em breve. Sinceramente seus em Cristo, Frank & Marilyn Lynn
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NOTICIAS DOS SETORES
FLASHES DE UMA VIAGEM I
Manhã paulista. 25 de março. 9 horas. Estação da Luz. O movimento era normal, tudo parecia rotineiro. Mas não era. Acontece que nessa hora havia um encontro marcado para seis casais ali se encontrarem para um programa que para todos, ou pelo menos para quatro que não o tinham feito antes, parecia inusitado, senão excitante. Excitante? Sim, isso mesmo. Iam todos no trem de 9h25 para Bauru, a fim de participar da cerimônia de posse do novo casal responsável por aquele Setor. E explico agora o por que do "excitante". Foi aquele sentimento mesclado de um pouco de aflição com os problemas familiares que deixávamos, a preocupação com nossas limitações numa oportunidade em que desejávamos ardentemente cooperar com o movimento e até pelo fato de sermos hóspedes pela primeira vez em nossas vidas de uma família que desconhecíamos por completo. Fomos cinco casais de São Paulo, Darcy e Geraldo Guzzo, Esther e Marcello, Maria Enid e Buschinelli, N ata1ina e Gassen e nós, Thais e Carlos Eduardo, e um casal de Santos, Eugênia e Aldino Mendes dos Santos. Começamos a viagem com uma meditação sobre o salmo 126, que nos levou a pensar e trocar idéias sobre a vocação de cada um, como descobri-la, aceitá-la e usá-la como um talento que recebemos de Deus, porquanto inúteis seriam os esforços do homem sem o seu concurso. Foi tão proveitosa essa troca de idéias que, quando menos esperávamos, já estávamos chegando a Bauru, onde os casais anfitriões nos aguardavam, proporcionando-nos aquela acolhida carinhosa que já se tornou uma constante entre os equipistas. Depois de um bom "bate-papo" com aqueles bauruenses, que então já pareciam velhos amigos, fomos convidados a participar de uma reunião da recém-formada equipe responsável do Setor, dirigida por Sidney e Cleonice. Este casal, bastante -25-
jovem, nos impressionou realmente, não só pela seriedade com que encarava o novo encargo, como pelo interesse demonstrado através dos estudos já desenvolvidos sobre as necessidades do Setor e a programação conseqüente para atendê-las. Fizeram-nos uma ex posição bastante meticulosa de tudo o que julgavam útil realizar em favor das equipes, ressaltando a conveniência de distribuir os encargos entre os casais da equipe escolhida para auxiliar o encarregado do Setor. Após a reunião, que serviu certamente para elevar o ânimo de todos nós, fomos presenteados com um esplêndido churrasco preparado com perícia por um irmão equipista. No domingo, da mesma forma que costuma acontecer durante os Encontros de Casais Responsáveis, tivemos um dia cheio. As equipes de Bauru, Cafelândia e Pederneiras prepararam o Encontro, destinado especificadamente a ouvir a palavra de ordem do Movimento sobre a orientação prevista para o corrente ano. O Encontro foi realizado no Colégio São José, gentilmente cedido pelas carinhosas irmãs. Logo cedo, após a habitual recepção dos equipistas e distribuição do material, tivemos a satisfação de ouvir a primeira palestra do dia, proferida por Marcello, com aquele ardor e confiança que marcam decididamente o seu caráter, principalmente quando discorre sobre o movimento equipista.
O tema "Finalidade real das Equipes à luz da vocação de cada um", foi amplamente explanado, sendo a seguir discutido nos seis grupos de trabalho, formados de onze casais cada um,
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em que se dividiram os equipistas presentes. O grupo, seguindo a mesma orientação adotada nos dias de Encontro de Responsáveis, apreciou em profundidade a matéria exposta na palestra, chegando a resultados bastante positivos no tocante à participação de cada casal nas respectivas equipes. Logo a seguir nova palestra foi proferida, também por Marcello, desta vez cuidando da orientação a ser imprimida durante o corrente ano pelas Equipes. Foi ressaltada a necessidade da leitura da conferência do Padre Caffarel, realizada em maio de 1970, do reestudo dos princípios insertos nos Estatutos e a leitura diária das Sagradas Escrituras acompanhada de meditação. Terminada a palestra dirigimo-nos ao Clube Luso-Brasileiro onde um apetitoso almoço nos foi oferecido. No transcorrer do mesmo, foi homenageado o casal José Martha e Magdalena que deixavam, depois de três anos de profícua direção, o cargo de Responsável do Setor. As esposas dos casais de São Paulo foram presenteadas com lindas braçadas de rosas e os maridos com doces abacaxis, especialidade da terra. Após o almoço, novos grupos de trabalho foram formados para comentar em conjunto a palestra sobre a "orientação do ano". A discussão foi bastante proveitosa, apresentando resultados que poderíamos chamar de altamente preciosos para o movimento. A proposta de opção foi acolhida pela unanimidade dos casais presentes. Esgotado o tempo atribuído aos grupos de trabalho, pela sineta inexorável do Viegas, dirigimo-nos todos à capela, onde iríamos presenciar o ponto culminante do encontro: a Missa de encerramento, celebrada por Dom Cândido Padim. Durante a missa procedeu-se à transmissão solene do cargo de Responsável do Setor. Cerimônia comovente, que a todos nos emocionou. Com que carinho e afeto aqueles que até então respondiam pela direção do Setor, José Martha e Magdalena, entregaram ao novo casal responsável - Sidney e Cleonice - a direção daquelas equipes que com tanto entusiasmo haviam participado do "dia de estudos" e com que alegria, não disfarçada pela seriedade do momento e pelos olhos marejados de lágrimas, estes recebiam o precioso encargo. Foi realmente um momento em que todos os equipistas ali presentes se irmanaram, desejando, de coração aberto, que o Movimento ao qual haviam dado a sua adesão representasse cada vez mais aquilo que almejavam com toda a sinceridade: o aumento de espiritualidade do casal e o seu transbordamento no amor ao seu próximo. Após aquele maravilhoso encerramento, nada mais nos restava fazer senão retornar a São Paulo, não sem antes agradecer de coração aquela recepção tão carinhosa e amiga daqueles a quem aprendemos a querer como verdadeiros irmãos em Cristo. Muito obrigado, equipistas do setor de Bauru!
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VISITA A SAO CARLOS
No e José sen equipes
sábado, 1 de abril, o Casal Regional Maria Enid Buschinelli, acompanhado de Natalina e Gase de todos os filhos - estiveram em visita às de São Carlos. Eis o relato dessa visita.
Fomos recebidos com o maior carinho e dedicação. Enquanto as crianças se divertiam nadando e jogando pingue-pongue, tivemos a oportunidade de nos reunir com alguns elementos da coordenação, inclusive uma equipista de Lins, que estava de passagem por São Carlos. Levamos a notícia que a coordenação seria brevemente elevada à categoria de Setor. Ficamos felizes e encantados vendo o entusiasmo e o fervor apostólico que inflamam os equipistas de lá. Além dos cursos de noivos, iniciaram um trabalho de assistência espiritual para casados, com reuniões mensais e cursos. Também fazem um retiro aberto, para equipistas e não-equipistas, a que chamam de "reencontro de corações". Possuem "equipinhas", separadas por idades, de 11 a 13 anos, de 14 a 15, de 16 a 17 anos, constituídas pelos filhos dos equipistas, seus amigos e seus namorados. Têm eles reuniões mensais, cujo tema é o estudo do livro de Michel Quoist: "Construir o homem e o mundo". A coordenação está preocupada em formar os seus quadros com elementos novos e em promover reuniões periódicas de formação para casais pilotos e casais de ligação que, segundo concluíram, "são a alma do Movimento", quando bem formados e assistidos pelo Setor em sua missão. Pretendem, cada ano, trocar um casal da Equipe de Setor, para que haja sempre uma renovação salutar, garantindo ao mesmo tempo uma continuidade das metas já em desenvolvimento. Já realizaram um curso completo de dinâmica de grupo, dirigido por uma equip~sta técnica no assunto e do qual participaram diversos casais. fl!j'l
São Carlos costuma mandar 100% da contribuição arrecadada nas reuniões para São Paulo. Pedem, por fora, ao<; equipistas que possam dar, a taxa de Cr$ 5,00 por mês para a Coordenação. Além disso, promovem feijoadas e churrascos para angariar fun-28-
dos. Com isto, garantem a taxa das inscrições às Sessões de formação, aos Encontros, e outras despesas da própria Coordenação, inclusive as dos Cursos de noivos. Durante essa visita pudemos constatar a validade das palavras de Neyde ditas durante um plenário do último Encontro de Responsáveis de Setor em Valinhos: "Gente! Nosso trabalho, nossa missão e nosso apostolado estão em volta de nós. Os casais estão esperando por nós. Urge trabalhar e quem quer realmente trabalhar não tem tempo para pensar em mudar este ou aquele ponto dos Estatutos! Nosso trabalho é junto aos nossos irmãos!" Só nos resta pedir ao Senhor que continue sempre agindo por intermédio desses valorosos casais de São Carlos, que nos dão um exemplo de verdadeira fraternidade cristã, irradiando calor humano e caridade!
SOBRE O ENCONTRO NACIONAL DE CASAIS RESPONSAVEIS E A ORIENTAÇAO DO ANO
Extrato de carta recebida de Dracena
Mário e Clotilde começaram a relatar sobre o "Encontro dos Casais Responsáveis" e acabaram tomando todo o tempo da reunião. Dessa forma ficou adiada a reunião propriamente dita para outra data, a fim de cumprirmos a totalidade do seu roteiro. Não nos ficou qualquer dúvida de que vocês realizaram um trabalho de conscientização bastante eficaz. Aliás, até certo ponto ficamos meio temerosos de enfrentar a prova da orientação traçada para este ano - a opção. Mas topamos a parada. lmaginem que o Mário e Clotilde "danaram" a discorrer sobre os novos meios de aperfeiçoamento, a desembrulhar pacotes de documentos, distribuir folhas impressas das palestras, -29-
novo Tema de Estudos, a Carta Mensal Especial, que acabamos chamando de Edição Extra. Mas depois de tudo explicado, como já dissemos, topamos a parada. Não podemos dizer de antemão que iremos sair airosamente da prova, mas concordamos e a reputamos necessária como teste do casal face às responsabilidades do Movimento. O comentário feito por eles a respeito do Encontro, de uma forma geral, foi dos melhores. Impressionaram-nos muito os testemunhos dados por vocês, de dedicação, de disponibilidade mesmo com sacrifícios, de amor verdadeiro por um Movimento de Equipes cada vez mais autêntico; também os testemunhos daqueles irmãos, um que veio sobre cadeira de rodas, o outro que deixou a esposa enferma, no Sul, para trazer-nos o "recado" de Cristo. Ficamos sabendo ainda o quanto a turma do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, da Guanabara es.á "quente" no Movimento, comparecendo maciçamente ao Encontro. Com tudo isso o nosso entusiasmo cresceu mais ainda". Foi instalado solenemente, no dia 26 de março, com a presença do Casal Regional, Hélene e Peter Na das, o Setor de Mogi das Cruzes. O Casal Responsável é o mesmo da Coordenação, Leila Maria e Paulo Marcondes Carvalho. Novo Setor -
Desmembrada da Coordenação Interior do Paraná, foi criada a Coordenação de Mafra-Rio Negro, cujo Casal Responsável é Adelaide e Elói Santos. Nova Coordenação -
Substituíram Magdalena e José Martha Filho à frente do Setor de Bauru, Cleonice e Sydney Assis Novelli. Em Taubaté, !rene e José Dionísio do Patrocínio substituíram Yara e Amadeu Oreste Materra Jr. Novos Responsáveis de Setor -
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RETIROS
Embora não haja retiros para a Região São Paulo-Capital no primeiro semestre, já estão sendo recebidas na Secretaria as reservas para os que terão lugar no 2.0 semestre. São apenas 7 retiros, portanto, as vagas são poucas. Inscrevam-se logo. 11 de Agosto 25 a 27 de Agosto 22 a 24 de Setembro 29 de Setembro a 19 de Outubro 6 a 8 de Outubro 27 a 29 de Outubro 17 a 19 de Novembro
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Valinhos Barueri Valinhos Barueri Valinhos Barueri Valinhos
Organizados pelo Setor de Campinas, em Valinhos: 19 a 21 de Maio 18 a 20 de Agosto 1 a 3 de Setembro 13 a 15 de Outubro 1 O a 12 de Novembro 26 a 28 de Novembro
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Pe. Pe. Pe. Pe. Pe.
Celso Queiroz Romanelli Oscar Melanson Benedito Pessotto José Antonio Busch
ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO
O Espírito Santo é a grande promessa de Deus no Antigo Testamento. Cristo renova esta promessa e anuncia a sua concretização. No dia de Pentecostes, o Espírito Santo é dado à comunidade, à Igreja em oração. Daí por diante o Espírito está operando na Igreja, Corpo Místico de Cristo, da qual é a alma vivificante. Assim, Pentecostes é uma realidade sempre atual, e as pequenas comunidades de Igreja que são as nossas equipes podem transformar-se em lugares onde o Espírito Santo se manifesta. Terão, contudo, de pedir a Sua vinda e de se prepararem para O acolher, através da procura da palavra de Deus e da assiduidade na oração. Se as nossas equipes se abrirem à sua ação, estarão vivas, conhecerão a caridade, a unidade, a alegria, a paz e o dinamismo que são o fruto do Espírito (cf. Gal. 5, 22-23).
Texto de Meditação (Jo. 7, 37, 39)
No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, disse em voz alta: - "Se alguém tem sede venha até mim; e beba, quem acredita em mim!". Como disse a Escritura: "do seu seio hão-de brotar rios de água viva". Ora Ele disse isso do Espírito, que deviam receber os que acreditassem n'Ele. -32-
(Jo. 14, 15-17, 25-26) Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu pedirei ao Pai, Ele vos dará outro Consolador para estar convosco para sempre, o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque O não vê nem conhece. Vós é que O ides conhecer, porque fica entre vós e em vós estará . . . Isto tenho-vos dito ao permanecer entre vós. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em Meu nome, é que vos há-de ensinar tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito. Oração Litúrgica (da liturgia anglicana)
Espírito Santo Defensor, que desceste sobre os Apóstolos em forma de línguas de fogo e que falaste através deles quando deram testemunho de Cristo e da Sua Ressurreição perante os reis e perante os povos: Vem a nós, Espírito Santo ! Espírito Santo Consolador, por quem nascemos para a vida de filhos de Deus, Tu que nos tornaste Templos vivos da Tua divina presença e que intercedes dentro de nós em inexprimíveis suspiros: Vem a nós, Espírito Santo ! Espírito Santo Animador, por quem todo o corpo da Igreja é vivificado, dirigido e santificado e que habitas em cada um dos seus membros, para, um dia, dares vida aos nossos corpos mortais: Vem a nós, Espírito Santo ! Espírito Santo Senhor e Fonte de Vida, Autor dos Sete Dons: Santifica-nos, Senhor! Oremos: ó Deus, que deste o Espírito Santo aos Teus Apóstolos,
digna-te atender as súplicas filiais dos que crêem em Ti e, depois de lhes teres conhecido a Fé, dá-lhes também os dons da Tua paz. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. AMÉM.
EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaclêre Paris XIII EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr . Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel. : 80-4850 04530 - São Paulo, SP