ENS - Carta Mensal 1972-4 - Junho

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1972

N9 4

Junho

EDITORIAL - O Cenáculo . .. .. . . .. .. . .. .. A Força Regeneradora do Mistério Pascal . . A ECIR Conversa com Vocês .. .. .. .. .. .. O Encontro com o Senhor .. .. .. .. .. .. .. A Leitura da Palavra de Deus . . . . . . . . . . De Equipe a Comunidade .. .. .. .. .. .. .. .. Da Mensagem de Despedida de um Responsável de Setor .. .. .. .. .. .. .. .. .. Carla aos Casais engajados na Preparação para o Casamento .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. "Partilha" no Espírito .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. Ainda os "Teams oi our Lady" . . . . . . . . Rumo a Paris .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. Duas Sessões de Formação .. .. .. .. .. .. .. .. Notícias dos Setores .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. Notícias Internacionais .. .. . .. .. .. .. .. .. .. . Retiros .. . .. .. . . . . . . . .. . . . . .. .. .. . . . .. . . . . . Oração para a Próxima Reunião . . . . . . . . . .

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Revisão, Publicação e Distribmção pela Secretaria das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. 04530 -

Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 SAO PAULO, SP -

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somente para distribuição interna -

Tel.: 80-4850


EDITORIAL

O CENÁCULO

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Algo de novo está ocorrendo. Por toda parte ouve-se falar de oração. Revistas que pareciam até o momento não se preocupar senão com ação social e política publicam inquéritos sobre "meditação'' e "contemplação", tratando de técnicas mais ou menos ligadas à oração, como o ioga e o zen. Jornais publicam reportagens sobre os pequenos grupos que se consagram à oração. Um grande diário dedica um artigo ao retorno da oração, como na primavera se assinala o retorno das andorinhas. Os editores estão surpreendidos pela grande aceitação que vêm tendo os livros que tratam de meditação. As "Semanas de Oração'' que dirijo recusam muita gente, que não pode ser acolhida por falta de vagas. Ainda há pouco, uma aluna do 2.° Colegial, filha de um casal das Equipes, escrevia-me para perguntar se poderia lotar dois carros e chegar com as suas colegas para a "Semana de Oração" do mês de agosto. No dia seguinte, era um estudante belga que anunciava a sua chegada com seus colegas de faculdade. Estaremos em vésperas de uma primavera de espiritualidade? Não sejamos demasiado otimistas: a oração continua não tendo vez junto a numerosos leigos e sacerdotes. Muitos jovens aspiram à oração; a idéia não lhes ocorre, entretanto, de se dirigirem à Igreja: vão procurar budistas - ou ~wamis mais ou menos autênticos para se iniciarem em seus métodos, nas técnicas de oração do Extremo Oriente, que aliás decepcionam rapidamente os que buscam o Deus vivo. Formam-se também grupos que não oferecem senão uma vaga religiosidade e deixam com fome espiritual aqueles que os procuram. -1-


Membros das equipes, vocês são interpelados, vocês que descobriram há tantos anos as riquezas da oração fraterna em reunião de equipe, vocês que se iniciam na meditação. Na hora presente, um dever de capital importância lhes cabe, porque vocês possuem uma experiência que, podem crer, não é muito difundida. Mas não demorem, logo poderá ser tarde: as grandes aspirações que surgem no mundo, quando não são amparadas, desaparecem tão depressa como surgiram. Eu me ponho a imaginar cada um dos nossos 20.000 casais abrindo as suas casas periodicamente àqueles que desejam rezarum amigo de seu filho, um casal em crise, um padre amigo desanimado ... É muito impressionante, quando se viaja de avião, à noite, contemplar as grandes extensões sombrias que se sobrevoa, salpicadas aqui e ali de pontos luminosos. São bem pouca coisa estas pequenas luzes, mas fazem com que tudo seja mudado: adivinha-se o trabalho, o amor, a festa ou a dor, a oração; suficiente um pequeno clarão para que um lugar de sombra de repente adquira vida e significação.

Nas trevas de um mundo que não reza mais, gosto de pensar nestas pequenas luzes que são as habitações onde seis ou sete filhos de Deus se encontram para adorar, louvar e pedir. Que haja alguns milhares, algumas centenas de milhares de pequenos "lares de oração" no nosso mundo e a face da terra será mudada. Acusar-me-ão novamente de convidar à oração aqueles que se deveriam lançar em socorro das misérias humanas e lutar contra as injustiças? Mas por que ver uma oposição entre oração e ação? Não é a oração a força que nos arranca de dentro de nós mesmos para nos atirar ao serviço dos outros? É por seu intermédio que os meios humanos adquirem sua plena eficácia, e é ela que continua eficiente quando esses meios nada mais podem. Quando se trata do Reino de Deus, é ilusório apoiar-se em outra coisa a não ser a oração. Lembrai-vos de Cristo que, comovido diante das multidões desorientadas, como rebanhos sem pastor, dizia a seus discípulos: "A roesse é grande, mas são poucos os operários ... " E a frase, tomando um rumo diferente, concluía, não como os discípulos esperavam, por um convite para partir em socorro de todos os infelizes da terra, mas por uma ordem: "Rezai ao Senhor da messe para que envie operários à sua roesse''. Esses mesmos discípulos aliás o ouviam dizer alguns dias depois: "Ide pois e evangelizai todas as nações''. É preciso rezar primeiro, para que Deus suscite operários. Rezar para que se renove o milagre de Pentecostes. Alguns

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homens pobres, após a Ascenção, reuniam-se diariamente no Cenáculo para a partilha do pão, o amor fraterno, a oração; eis que um dia o Espírito Santo, como um forte vento, penetra na sala e se apodera de cada membro da assembléia; os corações são transformados, os apóstolos atirados aos quatro cantos do mundo como centelhas de um fogo de lenha, dispersas pelo furacão, a incendiar a floresta. Sempre, a cada dia, o Pentecostes antecede a atividade missionária. Esta, sem aquele, é ineficaz. Não há verdadeiros apóstolos, nem autênticos construtores do mundo e da Igreja, senão os filhos do Pentecostes - aqueles que, pela oração, se abrem c se entregam à todo-poderosa e tão suave força do Espírito Santo. Possa cada um dos vossos lares lembrar esse Cenáculo, onde se reuniam outrora os discípulos dAquele que acabava de subir ao céu! HENRI CAFFAREL

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A PALAVRA DO PAPA

A FORÇA REGENERADORA DO

MIST~RIO

PASCAL

Que nos resta da Páscoa que passou? Uma simples recordação? Um sedimento de impressões espirituais, como as que ficam na alma depois de um acontecimento, de um espetáculo, de uma experiência interessante e comovente? Não. Permanece alguma coisa mais. Permanecem os efeitos interiores, mas reais, que a Páscoa deve ter produzido em nós. Por outras palavras, permanece a vida nova, a vida cristã. Permanece, como sabemos, a nossa participação efetiva no mistério pascal, ou seja, o fato original e extraordinário do nosso batismo, da nossa inserção na própria vida de Cristo, morto e ressuscitado, e da nossa recuperação, ou do aumento em nós mediante os sacramentos pascais - daquele princípio vital e sobrenatural que se chama a graça. Estes temas dizem respeito não só à vida religiosa, mas também à vida quotidiana, à vida prática, própria de quem é cristão, de quem, embora imerso, como todos os homens, nas vicissitudes da experiência temporal, é vivificado por uma presença divina interior e deve comportar-se de acordo com a "boa nova" cristã, que o qualifica como membro de Cristo e da Igreja. Podemos dizer que a nossa forma de vida é bivalente, porque é natural e também sobrenatural, é comum a todos, no seu aspecto temporal, mas, ao mesmo tempo, é original e específica, por causa da fé, da caridade e da honestidade moral que a devem modelar. Dizemo-vos isto para comunicar vigor e esperança ao vosso comportamento cristão. Verificam-se, à nossa volta, inúmeros fatos muito tristes. O furor das armas, a delinqüência organizada e prepotente, que irrompe de todos os lados, e as ideologias de toda a espécie, que disputam entre si a opinião pública, não parecem cessar. Pensam alguns que estão a diminuir não só as forças, mas até os critérios e as possibilidades de praticar o bem. Muitas pessoas professam um pessimismo habitual, no meio do povo católico, provocando a indiferença, mesmo dentro da Igreja. Não sejamos assim, filhos caríssimos, que fostes regenerados pela Páscoa. Realize cada um de vós todo o bem que puder, na concórdia e na paz; melhor ainda, intensüique as forças e as iniciativas do bem, e viva sempre feliz com a alegria pascal. (Audiência Geral de 9 de abril de 1972)

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A ECIR CONVERSA COM

VOC~S

Caros amigos

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É véspera de enviar para a gráfica a matéria desta Carta Mensal. Entretanto não podemos deixar de lhes comunicar o essencial do relato que nos fizeram Hélene e Peter Nadas, de volta, há poucos dias, da Europa. Aproveitando uma viagem profissional, foram eles representar as equipes do Brasil no Encontro Internacional de Regionais realizado em Paris. Trouxeram-nos uma notícia das mais auspiciosas: o Cônego Caffarel anotou na sua agenda uma visita ao Brasil, na primeira quinzena de setembro próximo. Foi este o resultado de uma longa palestra entre o casal e o Diretor espiritual do nosso Movimento. Tal viagem depende apenas da anuência do médico do Pe. Caffarel, tudo levando a crer que, desta vez, não haverá problemas. A vinda do Cônego Caffarel quase no final deste ano de renovação e aprofundamento será evidentemente uma dádiva do Senhor. Aguardamos portanto a confirmação desta notícia para retomar a preparação que vinha sendo feita o ano passado. Esta notícia deixou um tanto na penutnbra as demais trazidas pelo casal Hélene e Peter que oportunamente lhes serão comunicadas. Mas dois fatos se destacam. De um lado a constatação, mais uma vez, da unidade do Movimento, da fraternidade que une todos os equipistas, venham eles de qualquer quadrante. De outro, a satisfação de verificar que as equipes do Brasil não só estão perfeitamente enquadradas dentro da orientação do Movimento, como também podem dar um testemunho válido de vitalidade e, particularmente, do esforço de renovação que aqui se vem realizando. Caros amigos, ao lado da alentadora perspectiva de termos brevemente entre nós o fundador das Equipes, outras informações auspiciosas nos chegam daqui e dali. São, por exemplo, as Sessões de Formação que acabam de se realizar em Florianópolis e Valinhos. Em ambas, o pleno aproveitamento dos casais presentes, relativamente fácil de avaliar, pela natureza dos debates, tanto nos Grupos de Trabalho, como nas Sessões Plenárias. Em ambas, a evidência de que os

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casais compreenderam inteiramente a procedência da atual "orientação do ano" e a oportunidade dos objetivos visados. São, ainda, os ecos que nos chegam de toda a parte, do impulso, da seriedade com que vem sendo levado a efeito o esforço pedido este ano aos equipistas. Há, sem dúvida, algumas vozes discordantes. Aos casais que lutam em admitir a oportunidade da diretriz tomada pelo Movimento, pediríamos que reconsiderassem a sua atitude. Releiam o editorial desta Carta Mensal. Releiam e voltem a meditar o discurso do Cônego Caffarel em Roma. Como já vem sendo acentuado, não é das Equipes de Nossa Senhora que se trata, é sim da Igreja, da responsabilidade que pesa sobre o Povo de Deus. Há em todo o mundo, por parte mesmo daqueles que ainda há pouco propalavam a famosa "morte de Deus", uma procura ansiosa do Caminho da Verdade, depois das decepções deixadas pelos muitos caminhos palmilhados febrilmente, depois do vazio deixado pela vivência de correntes várias e avançadas do pensamento. Ora, como o acentua o Pe. Caffarel no seu discurso, a volta ao Cristo e à sua Igreja por parte daqueles que o ateísmo decepciona depende de nós, cristãos, e também, portanto, de nós equipistas. Depende da nossa vivência autêntica do Evangelho, depende da autenticidade da fisionomia de Cristo que for por nós encarnada, através de nossa vida, de nossa palavra, de nossa atuação junto e a favor de nossos irmãos. É por isso que precisamos fazer realmente das nossas equipes escolas de vida cristã e não apenas grupos de casais onde se viva, embora com autenticidade, uma agradável amizade fraterna. É por isso que estamos empenhados, este ano, em levar todo o Movimento a viver realmente o espírito das Equipes de Nossa Senhora que, em última análise, é o espírito do Evangelho. A ECIR

• ATENÇAO Devido à vinda do Côn. Caffarel, fica cancelado o Encontro Nacional de Casais Pilotos de 1O e 11 de junho de 1972.

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O ENCONTRO COM O SENHOR

No último encontro de Casais Responsáveis de Equipe em Paris, perante 2.500 equipistas, entra em cena um padre de pequena paróquia, que também é Conselheiro Espiritual de Equipe e de Setor. Fala com a convicção de um vidente, com o entusiasmo de um profeta. Conta à silenciosa e atenta platéia o seu encontro com Deus.

As palavras "oração" e "meditação'' têm para mim o significado de "encontro com Deus". A propósito, vocês vão permitir que eu comece lendo uma passagem do Antigo Testamento, que muitos devem conhecer e onde se relata como Elias encontrou o Senhor: "Nesse momento passou diante do Senhor um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava as rochas; mas o Senhor não estava naquele vento. Depois do vento a terra tremeu; mas o Senhor não estava no tremor de terra. Passado o tremor de terra, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma brisa ligeira ... " (I Reis, 19-11, 12). Deus estava nessa brisa ligeira. Há pouco tempo, ao reler esse trecho, estremeci de surpresa. De certa maneira fora isso o que eu vivera. Quando era seminarista, lancei-me impetuosamente na conquista da minha santidade. Sem o conhecimento dos meus superiores, brincava de ser um santo ermitão. Várias vezes por ano, durante três ou quatro semanas, jejuava a pão e água. Dormia sobre uma tábua. Esmerava-me nas penitências . . . mas só me controlava à custa de esforços inauditos. Era o vento impetuoso e forte. É evidente que Deus não estava lá ; não havia encontro. Padre e pároco, lancei-me a um trabalho desordenado. Presente em todos os lugares, construí igrejas, construí uma colônia de férias, animei toda a espécie de obras: Ação Católica masculina e feminina, Conferências de São Vicente de Paula, grupos de jovens, cinema paroquial, clubes esportivo e de futebol, etc.

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Tudo isso fazia muito movimento, muito barulho. Eu sentia orgulho de mim mesmo. Pensava que era para a glória de Deus e salvação do mundo mas, em verdade, era para minha satisfação, para a minha gloriazinha. Havia todo esse movimento, toda essa atividade, havia como que um "tremor", mas Deus não estava lá, não havia encontro. Um dia alguns casais vieram me dizer que queriam entrar para um movimento chamado Equipes de Nossa Senhora e pediram que eu fosse o seu Conselheiro espiritual. Para me iniciar na nova tarefa, conseguiram que eu assistisse à reunião de uma equipe que funcionava há três anos. Quando, depois da refeição, vi os casais entregarem-se à oração - e que oração - passou-se em mim algo difícil de explicar. Os leigos rezavam ... e eu? Desejando ser um Conselheiro espiritual "honesto'', senti grande vontade de rezar e nisso esforcei-me com todo o meu coração. Passava longos momentos na minha igreja, a pensar, a refletir, a compor orações cada vez mais complicadas. Tudo aquilo como que borbulhava dentro de mim. Havia fogo . . . mas Deus não estava lá, continuava a não haver encontro. Ou por outra, havia um encontro . . . mas comigo mesmo. Era trabalhoso, doloroso, e não muito luminoso. Mesmo assim continuei a insistir até ao dia em que, cansado, quase desanimado, baixando os braços, acabei por gritar a Deus: "ó Senhor, você bem vê, de nada sou capaz, sem você nada valho. Faça alguma coisa! Ensine-me a rezar!" Depois calei-me ... Nada mais havia ... E este nada era a "brisa ligeira". Deus estava lá. Já havia muito tempo que Ele me esperava lá. Durante anos quisera construir a minha santidade, só a minha. Quisera, eu, converter o mundo através de minhas obras. Quisera fazer a "minha" oração. Quisera, pobre inconsciente, ser o meu próprio salvador. Nesse dia Deus ensinou-me que só Ele é santo e santificante. Só Ele pode converter os corações, só Ele deveria rezar em mim, fazer meditação em mim, ter êxito em mim. A partir dessa graça, tudo se tornou diferente. Em minha alma há uma grande paz, uma grande alegria, uma grande calma. Ouço o murmúrio da "brisa ligeira" quando, copiando São Paulo, digo lealmente: "Já não sou eu mas Cristo quem vive, atua, reza, santifica em mim". ~Da

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Carta Mensal Internacional)


A LEITURA DA PALAVRA DE DEUS

I I!

"Não foi sem razão que se escreveu de Jesus: "Falava com autoridade": não só porque ele falava com sua autoridade pessoal, diversamente dos profetas que repetiam sempre: "Isto diz o Senhor"; mas porque, ao falar, ele possuía uma energia tão admirável, uma eficácia tão insólita, que logo alcançava o que queria. Apenas disse a Mateus, preso talvez por mil laços de jnteresses: "Segue-me", logo o teve dócil como uma criança. Semelhante ao poder de Cristo é o poder das Escrituras Sagradas, quando são lidas com as disposições que convêm. Infundirão em ti a paciência, fazendo com que a vontade que tanto aborrecia o sofrimento, chegue a enamorar-se dele; infundirão em ti a consolação, fazendo com que a inteligência, antes anuviada, serene, e veja claríssimo que o verdadeiro bem do homem sobre a terra, afinal de contas, é apenas este: sofrer por Deus. "Meus irmãos, tende por um motivo da maior alegria para vós as várias tribulações que caem sobre vós". Sei que outros livros bons podem às vezes produzir em ti semelhante efeito: mas de modo diverso; nunca com tanta rapidez e profundidade. Ao contrário, a palavra de Deus penetra até o íntimo de tua alma! "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz e mais penetrante do que a espada de dois gumes''. Vivo está aquele que tem a possibilidade de operar, embora no ato não opere; eficaz é aquele que opera de fato. Tal é a palavra de Deus: "viva e eficaz". Eficaz? Mais penetrante do que uma espada de dois gumes. Que significa isso, senão que penetra com suma rapidez e profundidade? Se quiseres considerar mais a fundo por que a palavra de Deus se assemelha a uma espada de dois gumes, pensa que esta ganha duas vitórias ao mesmo tempo: com um gume penetra na inteligência, com o outro, na vontade, apoderando-se completamente de ti. É pois muito justo que te dediques à leitura das Sagradas Escrituras, ao menos àquela parte de que és capaz, segundo a tua condição. É verdade que a leitura dessas Escrituras não deverá ser como a leitura de um livro qualquer, mas uma meditação atenta, para honrar aquele que nos fala por sua própria boca. Esta é a razão pela qual o Salmista não dizia simplesmente ler, mas meditar: "Meditei na tua lei"; "meditarei nos teus precei-

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tos". Não seria possível de outro modo tirar delas o fruto que se pretende, porque as palavras de Deus são riquíssimas e precisam ser investigadas profundamente: "Felizes os que procuram os seus ensinamentos". Não basta percorrer superficialmente a terra para descobrir nela veias de ouro; é necessário descer-lhe até às profundezas. Não desanime se a princípio parece que não entendes muito. O mesmo aconteceu ao eunuco da Rainha Candace, o qual, lendo o profeta !saias, não o entendia muito. "E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta !saias, e disse: Compreendes o que lês? E ele disse: como poderei, se não houver alguém que me explique?". Vendo Deus que ele punha a maior diligência na leitura, achou modo de que ele a compreendesse exatamente. O mesmo te acontecerá: se não encontrares um Filipe que te interprete as Escrituras, como sucedeu ao eunuco, não te preocupes: "A inspiração do Onipotente dá inteligência". Deus intervirá com suas inspirações internas, como já o fez com tantas virgens simples fechadas nos claustros, que receberam um dom especial de aproveitar-se das palavras divinas, sem que alguém as explicasse". (Temas Bíblicos para a meditação de todos os dias Ségneri, s. J . - Edições Paulinas) .

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Pe. Paulo


DE EQUIPE A COMUNIDADE

Publicamos a seguir a primeira parte da conferência de Maria Teresa e Luiz Sérgio Widgerowitz no Encontro Nacional de Casais Responsáveis de Equipe em abril.

Quando algumas pessoas se juntam formam um grupo. Alguns grupos se transformam em equipes e, eventualmente, uma equipe se transforma em comunidade. Por que? Os livros de sociologia tratam do assunto, mas não é minha jntenção tratar de sociologia. Gostaria apenas de destacar alguns aspectos práticos desses fenômenos que ocorrem nos grupos humanos. Um grupo começa a ser equipe no momento em que estabelece um ou mais objetivos comuns e toma conhecimento desses objetivos e da necessidade de um mínimo de organização e divisão racional de tarefas para alcançar esse objetivo. Um bom exemplo seria a seleção brasileira de futebol. Em 1966, depois de levantar dois campeonatos, o Brasil mandou uma seleção para a Inglaterra, para conquistar o tri-campeonato. Estávamos cheios de vento. Nós éramos os tais e o campeonato era uma barbada. Cada um, jogadores, técnicos e dirigentes, só pensava no seu próprio papel, todos queriam aparecer para depois auferir as vantagens da vitória. Ninguém pensava na contribuição que teria que dar para o objetivo comum. Em resumo, não havia uma equipe e sim um grupo de homens, interessados num fim comum, mas sem a consciência da necessidade da organização e da divisão racional de tarefas. O resultado, foi o que todos nós sabemos, um vexame de primeira classe. Já em 1970, depois do vexame, todos estavam bem mais conscientes e humildes. Sabiam que podiam vencer, mas que a vi-11-


tória só viria como resultado de um verdadeiro trabalho de equipe. O grupo se organizou, estabeleceu uma disciplina de trabalho, uma estrutura, uma escala de valores. Cada um abriu mão de alguma coisa de seu. Acima dos interesses pessoais imediatos, colocaram o objetivo comum. O resultado, nós também sabemos. A moçada trouxe o caneco. Nas Equipes de Nossa Senhora, costumam acontecer coisas bem parecidas. Quando cada um ou a maioria está interessado naquilo que pode receber da equipe e faz seu jogo individual, o negócio não funciona, e a equipe só é equipe no nome. Na realidade, é um grupo e düicilmente consegue durar. O objetivo comum nós temos. Mas será que estamos bem conscientes dele? Até que ponto cada um de nós e a nossa equipe tem presentes os objetivos do movimento, da Igreja, da nossa fé cristã? Até que ponto acreditamos realmente nesses objetivos? E, o que é mais importante, até que ponto vivemos de acordo com eles? Não basta ter um objetivo. É preciso conscientizá-lo e assumi-lo. De qualquer forma, o objetivo, só, não basta. A turma de 1966 também tinha um objetivo. E foi o que se viu. É preciso também um mínimo de organização, para que um grupo se transforme em equipe. Organização que implica em uma estrutura, em alguma disciplina e numa divisão racional de tarefas. Quanto à estrutura, as E.N.S. nos oferecem uma já montada que, se não é perfeita, já provou, na prática, que é muito boa. Quanto à disciplina, também as E.N.S. nos oferecem as obrigações ou meios de aperfeiçoamento, que também já provaram, na pr ática, o quanto podem ajudar os casais. É preciso compreender que tanto a estrutura como a disciplina não podem ser fórmulas rígidas e impostas a alguém. Elas só têm sentido quando entendidas e aceitas como fórmulas que nos são propostas, com amor e interesse, por casais iguais a nós, que nos oferecem a sua experiência, sem nada pretenderem em troca. Não somos obrigados a aceitar essa experiência. Devemos mesmo adaptá-la à realidade de cada um de nós, ou podemos simplesmente rejeitá-la. O importante é que tenhamos consciência de que se acreditamos nas E.N.S. devemos acreditar naquilo que ela nos oferece e procurar experimentar e assumir com liberdade o que ela nos propõe, não porque é proposto simplesmente, mas porque é bom e necessário para que possa existir equipe.

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A divisão racional, e tanto quanto possível justa e equitativa, das tarefas, é outro requisito importante numa equipe. Também por isso, as E.N.S. nos proporcionam o rodízio de responsáveis e da própria estrutura do movimento, na esperança de que todos os casais equipistas compreendam a necessidade de que cada um dê a sua parcela pelo bem comum. Além do objetivo comum e da organização, o grupo que pretende ser equipe necessita de uma escala de valores, conhecida e aceita pelo grupo e cada um de seus componentes individualmente. Cada grupo poderá ter os seus valores próprios, mas é indispensável que a base dessa escala seja formada sobre a humildade, a aceitação do outro e a preponderância dos valores e objetivos gerais sobre os interesses individuais imediatos. A humildade importa em cada um abrir mão do vedetismo e considerar que todos os outros são pelo menos tão importantes quanto ele próprio. Talvez um seja mais inteligente, outro tenha mais facilidade para falar ou para desenvolver temas intelectuais, mas o certo é como diz S. Paulo: esses dons nos foram dados pelo mesmo Espírito de Deus, e nenhum de nós, como pessoa, é melhor do que o outro. Por isso mesmo, devemos aceitar-nos e respeitar-nos uns aos outros, tais como somos, porque foi assim que Deus nos fez. E não ficar imaginando como gostaríamos que os outros fossem, ou achando que somos melhores. Em uma palavra: tolerância. Onde não há tolerância, não pode haver equipe.

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De certa forma, faz parte da humildade, da tolerância e do respeito aos outros, a necessidade de esquecermos um pouco os nossos interesses imediatos em prol dos interesses e objetivos da equipe. De nada adianta à equipe você levar para o grupo os seus sonhos, as suas idéias, os seus problemas, se isso não for feito de uma forma que possa interessar à equipe e ajudá-la a crescer. Deve haver abertura na equipe, mas sempre num sentido positivo e de reciprocidade. Se é justo que a equipe se interesse pelos seus problemas, é necessário também que você se interesse pelos problemas dos outros e pelos problemas gerais da equipe. Logo no IniCIO, afirmei que eventualmente algumas equipes se transformam em comunidade. De fato, o ideal seria que essa transformação ocorresse com todas as equipes, mas sabemos que na prática não é assim.

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Por que e como uma equipe se transforma em comunidade? Em primeiro lugar, é preciso entender o que é uma comunidade. Como o próprio nome indica, existe comunidade, onde um grupo de pessoas ou família vive em comum. Os primeiros cristãos viveram em comunidade, total e completa, porque punham em comum, praticamente, toda a sua vida. Atualmente não sei dizer se seria possível, mas certamente seria muito difícil viver dessa forma. Em todo o caso, podemos viver uma boa parte de nossa vida em comum e quando isso acontecer estaremos fazendo pelo menos uma boa experiência de comunidade. Em outras palavras, quando uma equipe começa a viver tudo aquilo que ela pretende como equipe, e o interesse de uns pelos outros se transforma em verdadeira amizade e amor, começa a nascer uma comunidade. Equipe é técnica, é sistema; comunidade é vida, é amor .

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DA MENSAGEM DE DESPEDIDA DE UM RESPONSAVEL DE SETOR

Em verdade o nosso Movimento deve continuar a progredir tanto no sentido horizontal como no vertical. Não só a quantidade de membros nos interessa, mas sim o aprofundamento da vivência na fé cristã. Através da oração, na prática do Bem, no testemunho de vida, no estudo e debate dos problemas que afetam as famílias, na disponibilidade de levar o conforto do carinho a quem dela necessita ou a orientação aos que mais precisam, no apoio irrestrito aos movimentos paroquiais e diocesanos, deve estar sempre bem marcada a nossa presença. E tudo isso podemos conseguir, individualmente, é certo, mas principalmente unidos. Uma equipe, quando se forma, descobre com emoção sempre crescente o encantamento e a maravilha da união. União com Deus através da própria amizade que une os seus membros. União nas orações, união nas alegrias, união nas preocupações, cada um sentindo os problemas dos outros, cada um vivendo as alegrias e tristezas do outro, cada um acompanhando a trajetória do outro, cada um procurando ajudar aquele que mais precisa, no momento mais necessário. Se cada casal ao entrar para uma equipe pensa egoisticamente somente em receber; se cada casal ao ingressar no Movimento julga dar um passo a mais na conquista da sua felicidade pelo que pode auferir no Movimento, precisa conscientizar-se daquela verdade cristã de que é "dando que se recebe" e de que "quem tem por objetivo apenas a felicidade própria não tem objetivo nenhum", pois só se conquista a felicidade na medida em que procuramos promover a felicidade alheia. E é nesta união de ideais, de propósitos e de vida que podemos dar afinal mais aquele testemunho decisivo do que é a verdadeira fraternidade cristã, de tal modo que aqueles que ainda não tiveram a graça de enveredar pelos caminhos de Deus, ao verem a união de pensamentos e coração dos que assim vivem unidos, exclamam como lemos nos Atos dos Apóstolos: "Vêde como se amam''! Magdalena e José Martha F. 0

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APOSTOLADO

CARTA AOS CASAIS ENGAJADOS NA PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO

Caríssimos, Deus, em sua infinita bondade, nos permitiu participar, Miracema do Norte, Estado de Goiás, distante cerca de dois quilômetros de São Paulo, dos dias de formação de Casais carregados de dar os futuros Cursos de Preparação para o samento daquela Prelazia.

em mil enCa-

Foi uma experiência tão rica e inesquecível que nos pareceu importante transmiti-la a vocês, mesmo porque não nos parece "obra do acaso" a escolha de equipistas para a ministração das palestras do Curso. A idéia foi de D. J ames Collins, C.SS.R., Bispo Prelado de Miracema do Norte, e sua concretização coube a Inah-Paulo Alex. Escolhida a Equipe de Serviços (Inah-Paulo Alex, Dirce-Rubens de Moraes, Carlos Ruy Mikshe e nós), iniciamos o preparo das palestras- em sucessivas reuniões em Jundiaí e em São Pauloe selecionamos o material a ser levado. A questão do transporte foi resolvida com a ajuda de Gilda e Oscar Cesar Leite (ele Superintendente do Hospital das Clínicas) que conseguiram lugares para a Equipe em um dos aviões de nossa gloriosa Força Aérea Brasileira. Aos 20 de março, reunimo-nos em Congonhas para o embarque e constatamos que Cristo já nos preparara a surpresa inicial: verificamos que para a missão em Goiás, coração do Brasil, estávamos reunidos brasileiros do norte e do sul - o tenente-coronel e o major (aviadores) eram amazonenses; o sargento-mecânico. gaúcho; o sargento das comunicações, carioca, e nós, paulistas.

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A primeira etapa cumprida foi de São Paulo a Brasília, onde pernoitamos após termos recebido a Santa Comunhão em sua maravilhosa Catedral. Na manhã seguinte, rumamos para Miracema e ali chegamos por volta das 11 hs.. depois de ter sido testada a inegável competência de nossos irmãos aviadores que tiveram que enfrentar mau tempo para pousar, suavemente, no maltratado campo de pouso daquela cidade. A nossa espera estavam D. Jaime, os irmãos Pascoal Doherty e Lucas O'Keffe, bem como alguns "curiosos". Não tínhamos combinado hora de chegada - e nem isso seria possível - mas, mesmo assim, o generoso Pastor ali se encontrava nos esperando. Bem, precisamos abrir um parêntesis para falar-lhes de D. Jaime. Vocês vão nos perdoar, não dá para começar com cerimônias: - o "caboclo" é extraordinário. D. Jaime é absolutamente fora de série. Fisicamente, um enorme irlandês com a fibra característica de seus compatriotas; espiritualmente, um santo. O poder de comunicação e de identificação de D. Jaime com seus diocesanos "não está escrito em lugar algum": é um irlandês com alma de brasileiro. Aguardamos a partida de nossos irmãos aviadores, que precisavam retornar de imediato e rumamos para o Centro de Retiros, onde ficamos hospedados e onde se realizou a formação de dirigentes. A casa fica às margens do Tocantins (o rio tem, ali, cerca de quinhentos metros de largura) e é cuidada pelas Irmãs de Nossa Senhora da Assunção. Essas extraordinárias Irmãs vivem empenhadas na valorização dos habitantes da Prelazia, trabalhando nos setores da educação, higiene, relacionamento pais e filhos, profissional, etc. Já no período da tarde, começaram a chegar os participantes, oriundos dos lugares mais distantes da Prelazia, Colinas e Paraíso do Norte. A Equipe de Serviços, a essa altura, estava reunida com D. Jaime, para elaboração do "bem suave" plano de trabalho. Ficou ajustado que a formação dos dirigentes se prolongaria do dia 22 ao dia 24, das 7,30 hs. da manhã às 21 hs .... e que haveria uma série de palestras para a juventude, no Colégio Tocantins ... e outra para os adultos, a partir das 20,30 hs., no salão do referido Colégio, só!!! Ajustamos que os "papos" para os futuros dirigentes e para os adultos seriam divididos entre os componentes da Equipe de Serviços e os para a jovemguarda ficariam a cargo de Carlos, um dos dirigentes do TLC de Jundiaí. A noite, unimo-nos em oração na Capela, com os casais que já tinham chegado, e fomos "pegar o berço" porque a tarefa seria árdua. O programa do primeiro dia foi iniciado às 7,30 hs. com a Santa Missa. As 8,45 foi dada a palestra "Amor e Casamento", -17-


seguida de grupo de trabalho e plenário de esclarecimentos. Após o almoço, foi desenvolvido o tema "Psicologia Masculina e Feminina" (GT. e plenário). Antes do jantar, um "papinho" extra-programa, focalizando "O verdadeiro 'eu' do cristão". A noite houve uma confraternização, seguida de oração na capela. Na revisão do dia, constatamos que, com a ajuda divina, tudo corria bem. Estávamos, todos nós, muito unidos e o programa estava sendo desenvolvido com regularidade (inclusive o da juventude e o dos adultos). No segundo dia, tivemos que alterar a ordem das palestras, uma vez que a "Casamento Corpo e Alma" não poderia ser dada pela manhã (Carlos, o médico, deveria a essa hora estar falando para os jovens). Assim, foi antecipada a palestra "Vosso Amor Será Criador", seguida de GT. e plenário. Na parte da tarde, foi desenvolvido o tema "Casamento Corpo e Alma", com projeção de "slides" (três horinhas ... e muitas perguntas). A noite, houve continuação dessa palestra, cuidando-se, especialmente, da "Harmonia Sexual". Oração da noite e "recolher".

Grupo de participantes do "Curso de Formação" de Miracema do Norte

No terceiro dia, o primeiro "papo'' foi "O Casamento no Plano de Deus" (GT. e plenário), seguindo-se uma palestra extra-programa: "Cristo, Deus e homem". A tarde: "A Vida no Lar" (GT. e plenário). A noite, plenário de encerramento e Missa.

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Compareceram aos dias de formação paroquianos de Miracema do Norte, Tocantínia, Miranorte, Paraíso do Norte e Colinas - algumas dessas cidades distam mais de duzentos quilômetros de Miracem a. D. Jaime costuma dizer que sua Prelazia é quase do tamanho da Irlanda! Quanto a ele, não se limitou a enviar convites a seus diocesanos: participou do programa integral. Também participaram do Curso e auxiliaram, em todos os momentos, a Equipe de serviços: os padres Geraldo Lawlor, (outro fora de série, alegre, inserido nas atividades da juventude, Secretário do Bispo) e Noé Downer (Vigário de Paraíso do Norte), bem como os Irmãos Pascoal Doherty e Lucas O'Keffe. O participantes anotavam cuidadosamente todos os pontos essenciais das palestras e dos plenários, embora já tivessem sido avisados que, ao final, receberiam pastas completas com todo o material. Um deles, que no grupo de trabalho nos contara que, para poder pagar um professor para aprender as primeiras letras, vendera umas poucas ovelhas que eram tudo quanto possuia ao final do Encontro, quando foi esclarecido o profundo significado do pensamento do Côn. Caffarel ("Teu amor sem exigência me diminui, tua exigência sem amor me revolta, tua exigência sem paciência me desencoraja, teu amor exigente me engrandece"), pediu licença e, exibindo um cartão que tinha n as mãos, disse: "No começo do curso eu tinha escrito aqui: Amor e agora já posso escrever na frente a palavra que estava faltando, porque compreendi o que vocês vieram nos trazer" - e acrescentou, adiante de "Amor" - "Luz". Os alunos do Colégio Tocantins e boa parte dos miracemenses, na sexta-feira, encerramento da nossa missão, por volta das 23 horas, fizeram uma serenata à entrada do Centro de Retiros em homenagem aos irmãos paulistas. Foi uma confraternização comoventíssima. No sábado, à noite, os "paulistas" retribuíram a serenata, "invadindo" - juntamente com D. Jaime, Padres, Irmãos, Irmãs - o Colégio Tocantins ao som da "bandinha". Houve jograis, versinhos, cânticos . . . regados com delicioso refresco de maracujá - abundante na região. Nosso regresso se deu no domingo, pela manhã, depois de termos ido visitar alguns de nossos irmãos miracemenses, agradecendo-lhes o que deles recebemos na generosa presença no Encontro. Infelizmente, de D. Jaime já nos despedíramos na véspera, pois o Pastor já tinha compromisso marcado em uma das fazendas da Diocese. No campo de pouso, estavam nossos irmãos que nos levaram o calor da sua despedida. Caríssimos, nesses dias em que convivemos com nossos irmãos de Goiás, a soma dos fatos importantes, pitorescos e inimaginados nos deu visão mais clara de nossas responsabilidades e fixou a

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correlação de objetivos das Equipes de Nossa Senhora e dos Pastores em relação à família brasileira. Santo Deus, como estávamos enganados, por exemplo, quando supúnhamos que a prostituição e a "dissolução" dos laços familiares eram problemas existentes apenas nas "grandes" cidades! Em conclusão: O bom Deus nos permitiu verificar que a nós equipistas está reservado um importante trabalho pela família brasileira e que nossos irmãos - muito além das palestras - desejam, urgentemente, conviver com casais que dêem testemunho de presença, de amor e, acima de tudo, de vida de oração. D. Jaime, ao agradecer à Equipe de serviços, disse essas mesmas palavras e disse estar orando por nós, pelo nosso Movimento e confiando em que nós todos nos lembraremos dele e de seus diocesanos em nossas preces. Um caloroso abraço em Cristo, dos irmãos

Maria Helena e Nicolau

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VIDA DE EQUIPE

"PARTILHA" NO ESPÍRITO

(Da Carta Mensal Internacional) Extrato de uma conferência pronunciada no Encontro de Casais Responsáveis em Paris.

Gostaria de lembrar-lhes como o Espírito Santo os deve guiar na sua "partilha", que nunca deverá tomar o aspecto de uma contabilidade "despachada" para um controle fictício. É evidente que o Espírito do Senhor está ausente da partilha de uma equipe onde tudo se conduz com ar de brincadeira ou com uma ironia que impede que se tomem as coisas a sério. Se quisesse diverti-los, faria o retrato de certas partilhas que lhes recordariam a presunção dos fariseus. em que se passa sucessivamente pelos estados de admiração recíprora e de desculpa automática. Daria pouco mais ou menos isto: "Eu, diria João, paguei o imposto sobre a minha propriedade; no entanto, estou atrasado em relação ao imposto de renda, mas tenham confiança em mim ... E você Maria, em que pé está?" E em relação à desculpa cúmplice: "A Cida se acusa, mas não lhe dêm ouvidos: ela já fez até demais; não se deve sentir culpada - as exigências do Movimento é que são exageradas ... " Já tenho ouvido dizer que certas equipes, que se gabam da sua psicologia, entendem que uma partilha profunda é prejudicial porque podemos levar a uma cristalização em torno dos nossos insucessos; enquanto o que se deveria procurar é uma cristalização em torno do amor de Deus e não em torno dos nossos êxitos ou fracassos. Para partilhar verdadeiramente no Espírito de Deus, é necessário começar por enfrentar a situação real e não a situação !>onhada. A v aliar as próprias possibilidades, apreciar a coragem de cada qual fazendo tudo isto num clima de recolhimento, longe de toda exaltação artificial. Não se trata de correr. O que for decidido - seja o que for - deverá sê-lo com determinação, com vontade ao mesmo tempo firme e calma. O desembaraço do desportista ao realizar as suas proezas não é fruto do acaso ou

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da tensão: o desportista é, ao mesmo tempo, muito calmo na esplêndida segurança dos seus gestos, e muito firme no sentido da meta que procura atingir. Nem Deus nem os meus irmãos me pedem para ser um grande campeão, mas esperam que eu viva um grande amor realizando uma ou outra tarefa à qual devo dar minha contribuição pessoal. Os momentos de verdade espiritual vividos em equipe ajudam cada um a descobrir que o que se lhe pede é, praticamente, que faça da sua vida uma história de amor. E esta história de amor pode ser um êxito mesmo que, por vezes, a nossa vida humana, conjugal, familiar ou profissional não seja um êxito. Quando se é jovem, é difícil admitir que o amor ultrapassa a eficácia e que é mais importante do que o êxito. E, no entanto, há um êxito da vida que ultrapassa o êxito de um estado de vida. Pode-se dizer que alguns padres, religiosos, missionários e esposos tiveram mais derrotas que sucessos no estado de vida que tinham escolhido com entusiasmo. Mas isso pouco importa se, em definitivo, tiverem descoberto, através dos caminhos desconcertantes, o que é verdadeiramente o amor de Deus e o amor dos homens. Para se poder passar para além da aparência dos outros, na partilha, é preciso tornarmo-nos humildes, respeitosos, prometendo observar tudo sem nada destruir, oferecer ajuda sem nada impor. Não é um olhar de curiosidade ou de indiferença: é o olhar do amor, que se quer autêntico, que respeita cada um no seu aspecto original e que, se pergunta, é porque ama. Deveríamos sair das nossas partilhas renovados, alimentados, com o firme propósito de animar todas as nossas obrigações com espírito novo, sair simultaneamente muito pequenos porque conscientes das nossas faltas de generosidade e das nossas cumplicidades enfraquecedoras, mas também cheios de confiança porque estamos voltados para a construção de um Reino cujo mestre de obras é o Senhor. Uma partilha verdadeira nunca culpabiliza psicologicamente, mas dá-nos espiritualmente uma maior esperança no Senhor; é um trampolim, o momento em que surgem as iniciativas suscitadas pelas confidências e pelo auxílio mútuo, ficando entretanto a decisão final sempre ao critério do interessado. Pessoalmente, é na partilha que mais me maravilho, com a condição, evidentemente, que essa partilha seja uma verdadeira celebração, isto é, um retomar profundo, em espírito de oração e de troca de experiências espirituais, de tudo o que se viveu quotidianamente durante o mês.

Michel Legrain

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O MOVIMENTO NO MUNDO

AINDA OS "TEAMS OF OUR LADY"

Completando o quadro das Equipes norte-americanas esboçado na carta do Casal Regional, Frank e Marilyn Lynn, publicada na Carta Mensal de maio, acrescentamos as seguintes informações:

-O Movimento começou nos Estados Unidos em 1959 e 1960. - A primeira equipe, em Los Angeles, continua até hoje, 13 anos depois, basicamente a mesma. Seu problema é o isolamento, pois se encontra a 1.500 kms. das equipes mais próximas (Rochester). - Em 1960 o Movimento começou para valer nos Estados Unidos, com a fundação das primeiras equipes de Nova York. E sabem quem fundou essas equipes? Um casal brasileiro, Alice e Luciano Marques, da ex-equipe n. 0 3 de São Paulo . . . Por intermédio de uma amiga de Alice, foram feitos os primeiros contatos. Enquanto o nosso casal estava no Canadá, chegou o material da França, já em inglês, pois o haviam traduzido por causa da Equipe de Los Angeles. Durante o mês que Alice e Luciano passaram em Nova York, fizeram várias reuniões de informação, inclusive uma para Conselheiros Espirituais, e deram muitas explicações sobre como funciona uma equipe. A semente lançada 12 anos atrás frutificou: hoje há dois setores em Nova York. - São ao todo cinco Setores nos Estados Unidos : dois em Nova York, um em Washington, um em Detroit e um na Virgínia. Há "casais coordenadores" em Boston, Rochester e N orristown e um casal - que pertence ao Setor de Detroit - encarregado de todas as demais equipes. A Secretaria encontra-se em Nova York. - A Carta Mensal americana ("T.O.O.L. Newsletter") é um folheto largo, de 8 páginas. Tem em epígrafe as palavras de Jesus na última Ceia: "Assim todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo. 13, 34-35) ". De uma densidade muito grande, traz artigos curtos de espiritualidade, por sacerdotes ou leigos, testemunhos, relatos e fotografias de encontros e outras notícias dos diversos núcleos, apresentação de equipes inteiras, comunicação da formação de novas equipes, etc. É certamente, como deseja a Equipe Regional, um poderoso -23-

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vínculo entre as equipes e um instrumento de conhecimento recíproco e de transmissão da vida das diversas comunidades. Para os de fora, dá uma boa idéia da vitalidade das equipes nbrte-americanas. - O Casal Regional anterior, que atualmente representa os Estados Unidos no Conselho Consultivo das E.N.S., Andy e Loretta Favret, tem, como nosso Casal Responsável da ECIR, 11 filhos . . . - O Conselheiro Espiritual das Equipes 1 e 3 do Setor de Detroit, Father Jerry Fraser, foi um dos representantes da Confederação dos Bispos Norte-Americanos no último Sínodo. - No verão passado, casais equipistas de Washington e Rochester resolveram fazer um intercâmbio de jovens, "trocando" filhos. Dado o êxito do empreendimento, a Equipe Regional está pensando não só em incrementar esse intercâmbio, mas em promover um intercâmbio de casais durante as férias ... - As três equipes de Rochester participaram em bloco do seu retiro: 20 casais, só faltou um ... - A última Sessão de Formação reuniu 23 casais, assegurando uma representação geográfica quase total. Lá, os Conselheiros Espirituais fazem todas as conferências, que, no caso, versaram sobre a necessidade da oração na vida diária, a liderança como serviço e a equipe como comunidade de amor e aceitação recíproca. Durante uma das liturgias, num exemplo de como a oração deve partir da vida, as intenções foram baseadas nos acontecimentos do jornal do dia. Um dos participantes declarou, na despedida: "Não posso definir o que é uma comunidade, mas garanto que posso senti-lo".

A Secretaria tem à disposição de vocês os endereços dos responsáveis nas seguintes cidades: Nov a York- Washington- Boston- Detroit- Alexandria (Virgínia) - Rochester (Minnesota) - Norristown (Pennsylvania) . P ara Los Angeles e outras cidades onde eventualmente haja equipes, escrever para: Ed & Fran Benz 402 St. Clair Grosse Point City, Mich. 48230 ou dirigir-se ao Casal Responsável pela Secretaria das Equipes em Nova York, Harry & Anna Hunt, no seguinte endereço: "Teams of Our Lady" 272 Manhattan Avenue Brooklyn, N.Y. 11211 -24-

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RUMO A PARIS

PARA O ENCONTRO DE CASAIS REGIONAIS

Ia realizar-se em Paris, nos dias 15 e 16 de abril, o Encontro de Casais Regionais. A Equipe Responsável Internacional, (ERI, para os íntimos) insistia muito para que o Brasil também fosse representado. E nossa ECIR procurava os "voluntários" que estivessem dispostos a ir. Finalmente, fomos designados. . . e até que desta vez gostamos. Após uns arranjos financeiros bem "à la brésilienne", embarcamos no dia 8, nas asas (ou melhor na cabina) da Varig pioneira. Os nossos filhos (apenas 6) tinham sido acolhidos pelos nossos irmãos de Equipe, lá em São José dos Campos. No ar, entre São Paulo e Rio, confiamos nossa viagem ao Senhor. Esta maravilha que é a acolhida fraterna, começou para nós em Lisboa, onde, às duas horas da manhã, nossos irmãos Maria Helena e Caetano nos esperavam no aeroporto. Fazem parte de uma equipe bastante antiga de Lisboa, e nos abrigaram gentilmente em sua casa aquela noite. No dia seguinte, encontramos com Maria Domingas e João, Casal Responsável Regional de Lisboa, passamos a tarde com eles e jantamos em sua casa. Só depois é que viemos a saber que era aniversário de João . . . Para as duas noites seguintes, outro casal das equipes lisboetas, M. Helena e Antonio, nos acolheram, também com uma gentileza fora do comum. Realmente, levaremos para sempre no coração a marca do amor fraterno de nossos irmãos de Portugal. A etapa seguinte foi Madrid. Fomos recebidos na casa de Glória e Ramón, que nos cederam seu quarto. A experiência na Espanha foi realmente vibrante. Toda a equipe do casal que nos recebia participou da acolhida e nos tratou com um carinho fora do comum. Em reunião, à noite, partilharam conosco suas alegrias e tristezas, e fazendo com que ríssemos e chorássemos com eles, receberam-nos realmente em seu coração. No final, rezamos com eles ao Senhor, pelas equipes brasileiras e espanholas. -25-


Em seguida, Paris. A acolhida calorosa em casa de Francis e Germaine de Baecque (nas equipes desde 1942!); o contato com nossos irmãos equipistas de vários países da Europa, e também dos EUA e da Austrália; o almoço alegre com o Pe. Caffarel; os nossos bate-papos gostosos com nossos irmãos franceses; as reuniões com os casais da Equipe Responsável Internacional; a experiência fabulosa do jantar com os Super-Regionais do Brasil, o casal Yvette e Mareei Delpont. Os Delpont, pelo significado que têm para nosso Movimento no Brasil e pela maneira como desempenham sua missão, precisam ser mencionados à parte. Gente, vocês não podem imaginar o que sentimos quando lá, na longínqua Paris, vimos na parede o mapa do Brasil desenhado pela própria mão de Mareei, com um terço de madeira, vindo do Brasil, formando nossas fronteiras. Entre as inúmeras coisas que nos tocaram profundamente, destaque para duas: Mareei aprendeu o português, só por causa do Movimento e de sua missão de Super-Regional - e a profunda preocupação que toda a família - inclusive os filhos - têm pelas equipes brasileiras. Haveria ainda tanto para dizer! As Missas em Milão e no túmulo de São Pedro, em Roma! A recepção fraterna que nos deram Ilio e Meme na Cidade Eterna! Tanta gente maravilhosa, que nos deu seu coração e que recebeu os nossos! Mas desta vez, vamos parar por aqui, pedindo simplesmente a todos vocês, que leram estas linhas, suas orações por esse povo todo que nos acolheu com tanto amor. Peter e H élene

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DUAS SESSõES DE FORMAÇÃO

Florianópolis -

20 a 23 de abril de 1972

A encantadora casa do Morros das Pedras, mais uma vez, abriu suas portas para receber quinze casais provenientes de Caxias do Sul, Brusque, Blumenau, Curitiba e Florianópolis, que foram participar da Sessão de Formação de Dirigentes que a ECIR ali promoveu. De Caxias do Sul, compareceu um casal que lá estava em companhia de outro casal equipista: sua filha e genro. Pe. Vendelino, de Curitiba e Pe. Bianchini, de Florianópolis, também participaram ativamente da Sessão. Da Equipe de serviço, além dos casais da Capital, participaram equipistas de Caxias do Sul, Jundiaí e São Paulo, além de Frei Estevão, o "palestrador" espiritual do Encontro. Enquadrados na beleza da paisagem daquele morro dominando o mar aberto, de um lado, e a placidez das águas de uma lagoa, do outro lado, animados pelo fulgor de dias maravilhosos, os equipistas sentiram a fundo os ensinamentos transmitidos e puderam ter momentos inesquecíveis de meditação. Saímos todos imbuídos do espírito de alegria cristã e dispostos a dar o passo à frente que o nosso Movimento pede, para a elevação da espiritualidade de nossos lares e de nossa sociedade. Valinhos -

28 de abril a 19 de maio

Aproveitando o feriado de 1.0 de maio, a ECIR promoveu em Valinhos, na Chácara São Joaquim, mais uma Sessão de Formação de Dirigentes. Vinte e três casais se apresentaram para participar do Encontro, vindos de Bauru, Ribeirão Preto, Campinas, Itu, Mogi das Cruzes, São Paulo, São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Rio de Janeiro e de Petrópolis. Frei Orlando, de Petrópolis, também participou da Sessão com seu entusiasmo e dinamismo. O ambiente de fraternidade e de alegria prevaleceu por todo o tempo, durante os límpidos e amenos dias deste fim de semana. Ao encenamento, foi possível observar o aproveitamento dos casais, que saíram de Valinhos levando em seus corações o maior dos interesses e o maior dos impulsos para colaborar e difundir o Movimento das Equipes de N assa Senhora. Todos agradecendo a Deus e intercendo junto à Mãe Santíssima, Rainha das Famílias, pelo nosso Movimento e por todos os seus membros.

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NOTICIAS DOS SETORES

PETRóPOLIS

A cerimônia de investidura da nova Equipe de Setor ocorreu durante a Santa Missa, concelebrada pelos Conselheiros Espirituais. Sendo o tema central da celebração o amor e o serviço, Frei Almir, Conselheiro espiritual do Setor, mostrou na homilia que os diversos cargos do Setor, antes que honrarias, significavam postos de serviço. Antes da Benção final, convocou ao altar o novo Casal responsável, Elfie e Dragan, assim como todos os outros casais indicados pelas diversas equipes para representá-las no Setor, e mais Stella e Tarquinio, o casal que chefiou com tanto amor e dedicação o Setor nos últimos três anos. Houve então a transmissão do cargo, sob a forma simbólica da "rosa de prata", que para tal fim fora presenteada ao Setor pelos irmãos cariocas participantes do Mutirão de 1971. Por ocasião dessa cerimônia singela e emocionante, todos pediram a Deus que abençoe todas as atividades das equipes no Setor, fazendo de cada equipista verdadeira ((luz" e ((sal" para toda a família brasileira. Além do Casal responsável, conta com 9 casais a equipe de Setor de Petrópolis, com a seguinte divisão de tarefas: Departamento de expansão e manutenção 1 - formação de novas equipes, formação de pilotos; Departamento de expansão e manutenção 2 - informação, arregimentação, seleção de novos casais; Estudo 1 - Catequese e retiros; Estudo 2 - Dias de estudo, missas mensais, inter-equipes, peregrinações, confraternização, encontros sociais; Difusão da espiritualidade conjugal - Cursos de noivos, diálogos conjugais; Departamento de divulgação: palestras, rádio, jornais; Departamento de jovens - preparação e engajamento dos casais equipistas nos movimentos existentes de jovens; Secretaria - relatórios, comunicações, fichários, arquivos e correspondência; Tesouraria e Almoxarifado; Equipetrópolis; S.O.M. Três dentre esses casais formam o Conselho do Setor.

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I


FLORIANO POLI$

Conta também o Setor de Florianópolis com um Conselho ou "órgão Pensante", formado também por três casais. Além disso, há um ou dois casais responsáveis por cada uma das seguintes atividades: Missas, Hora Santa, Retiros, Encontros, Cursos de Noivos, Difusão do Movimento, Boletim, Documentação, Tesouraria. O Boletim traz, além de excelente editorial e mensagem do Casal Responsável, a programação para o ano inteiro, inclusive, no tocante à Hora Santa, até fevereiro de 1973 . . . SETOR B -

SAO PAULO

Também graças ao Boletim que nos foi remetido pudemos ter uma idéia da organização do Setor B. Além do Casal Responsável, conta com três casais colaboradores e dois casais conselheiros. Também a programação das reuniões já está feita para o ano inteiro. A transmissão de cargos dos Casais Responsáveis das equipes foi feita, nos mesmos moldes do ano passado, em tocante cerimônia (cf. Carta Mensal de dezembro). O BOLETIM DA GUANABARA

O Boletim da Guanabara (há alguns meses já é também do Setor A) mudou de feitio: o pessoal comprou máquina e tipos e montou a sua própria gráfica. Não foi fácil no início: como fazer funcionar? Como compor? Como ajustar a máquina? Mas pouco a pouco máquina, tipos e redatores conseguiram "conviver" - não foi um entrosamento progressivo, diz o pessoal da "E qui . .. gráfica", foi como um "estalo" - e o que era para ser um suplemento do Boletim acabou tornando-se o próprio Boletim, com 16 páginas, que aliás, está muito bom. A Equipe da Carta Mensal agradece o incentivo e aguarda as notícias do Dia de Estudos programado sobre a problemática "Filhos : desafio-esperança"! CAMPINAS também tem o seu Boletim

Recebemos os dois primeiros números do É .. QUI ..PISTA, que além de ótimos editoriais, traz muita notícia, uma seção "trabalhos dos equipistas'', que tem sido muito bem preenchida pelo pessoal da equipe 4, e até uma seção de piadas, que bem gostaríamos de poder transcrever, para vocês também se divertirem um pouco ...

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NOTICIAS INTERNACIONAIS

Novo casal na Equipe Responsável Internacional

Ficamos sabendo, pela Carta Mensal norte-americana, que o casal Magdeleine e Daniel Flach, Regional para os países de língua inglesa, entrou para a Equipe Responsável Internacional. Novo Setor

Estados Unidos: Virgínia. Novas Equipes

Bélgica: 4 equipes; Espanha: 21; França: 13; Itália: 2; Portugal: 1.

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RETIROS

Organizados pela Região São Paulo -

11 a 13 de agosto -

Capital:

em Valinhos -

Frei Eduardo Quirino de Oliveira, o.p. 25 a 27 de agosto- em Barueri- Frei Barruel de Lagenest, o.p. 22 a 24 de setembro - em Valinhos - Frei Humberto Pereira de Almeida, o.p.

29 set. a V out. (em silêncio)- em Barueri- Pe. Antonio Aquino, S.J. 6 a 8 de outubro - em Valinhos 27 a 29 de outubro - em Barueri 17 a 19 de novembro - em Valinhos Sendo apenas 7 retiros, não esperem a última hora para inscrever-se ...

Organizados pelo Setor de Campinas, em Valinhos:

18 1 13 10 26

a a a a a

20 3 15 12 28

de de de de de

agosto - Pe. Romanelli setembro - Pe. Oscar Melanson outubro - Pe. Benedito Pessotto novembro - Pe. José Antonio Busch novembro-

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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

Texto de meditação -

(João 6, 26-35)

"Em verdade, em verdade vos digo, buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal". Perguntaram-lhe: "Que faremos para praticar as obras de Deus?" Respondeu-lhes Jesus: "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou". Perguntaram eles: "Que milagre fazes tu, para que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra? Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito: Deu-lhes a comer pão vindo do céu (Sl. 77, 24) ''. Jesus respondeu-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu: porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo". Disseram-lhe: "Senhor, dá-nos sempre deste pão!" Jesus replicou: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede". Oração litúrgica -

SI. 83

Como é linda a tua casa, Senhor! Morro de desejo de me encontrar contigo, no lugar onde moras. Sinto uma alegria imensa no coração, ao me aproximar de ti, Senhor, Deus vivo e poderoso. Olha, até os passarinhos encontram lá um lugar seguro; as andorinhas fazem os ninhos dos seus filhotes, à sombra da tua morada, Senhor. Felizes os que moram contigo, podem louvar-te sem cessar, a ti, meu Rei e meu Deus. -32-


Felizes os homens que se apoiam na tua força, que ansiosamente caminham para ti. Ao passar por um vale seco, eles o transformam, como a chuva da primavera, que faz renascer as fontes. Vão caminhando com vigor sempre renovado, e chegarão a ver-te na tua cidade santa. Oremos:

Senhor, que renovastes e rejuvenescestes Vosso povo com a dádiva generosa de Vosso próprio Filho; fazei que, sempre unidos a Ele na caridade, na fé e na esperança, depois de nos termos reencontrado como filhos Vossos, sejamos perseverantes nas lutas contra todos os obstáculos que encontramos em nosso caminhar para Vós. Por Jesus Cristo, Vosso Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.


EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciêre Paris XIII

04530 -

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr . R 'lnato Paes de Barros, 33 - Tel. : 80-4850 São Paulo, SP -


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