1973
N9 1 Março
EDITORIAL - Jovens em busca de Cristo . . p. Amar é compreender . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p.
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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . p.
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O egoísmo escraviza, o amor liberta . . . . . . p.
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À escuta da Palavra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
p. 10
Senhor, ensina-nos a rezar . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13 Missão do empresário cristão . . . • . • . . . . . . . p. 16 Desquitados anônimos
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p. 18
A alegria do acolhimento .. . .. .. . .. .. .. . .. p. 19 Assistente de Equipe recebe Sagração Episcopal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 21 As E.N .S. no Líbano
p. 23
Nolícias dos Setores
p. 25
Notícias internacionais .. . . .. .. .. . . .. .. . .. . p. 29 Retiros
p. 30
Oração para a próxima reunião . . . . . . . . • . . p. 32
. I
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Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 04530 -
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SAO PAULO, SP.
somente para distribuição interna -
Te!.: 80-4650
EDITORIAL
JOVENS EM BUSCA DE CRISTO
Convidado pelos dirigentes das Equipes, acabo de passar quinze dias no Brasil. Tive inúmeras oportunidades de me entreter tanto com os dirigentes como também com simples equipistas. Participei de uma Sessão de Formação nas vizinhanças de São Paulo (cerca de duzentas pessoas) e de outra em Florianópolis (uma centena). Era a minha terceira viagem: a primeira há quinze anos, a segunda há dez anos. Verifiquei, uma vez mais, que na América como na Europa, as mesmas dificuldades são encontradas, os mesmos problemas, e, também, casais dedicados ao Movimento, que dão testemunhos impressionantes sobre a transformação que a vida de equipe operou em sua vida de casal e de família. Não me senti desambientado (mau grado a língua que não compreendo); é a mesma qualidade de amizade fraterna, a mesma espiritualidade. Fiquei particularmente impressionado pela ordem, o método, a organização rigorosa e esta política de formação dos quadros dirigentes que, nestes três anos, vem se mostrando singularmente eficaz e promissora. É toda uma safra de recordações, de observações, de reflexões que trago de volta. E tantas amizades, antigas e novas. Hoje, quero simplesmente evocar uma recordação desta viagem. Naquele dia, todos os casais da região tinham sido convidados para um encontro. Muitos deles tinham viajado doze e mais horas de ônibus e deviam levar outro tanto para voltar na tarde seguinte. Ao todo cerca de setecentas pessoas. A tardinha, de -1-
volta à casa dos amigos que me hospedavam - uma verdadeira família equipista, onde crescem seis filhos de dez a vinte e dois anos - dispunha-me a um merecido descanso, quando batem à minha porta. A filha mais velha acabava de chegar após um dia passado com o seu grupo de jovens. Cerca de quinze companheiros tinham vindo com ela: queriam ver esta curiosidade, o fundador das Equipes de Nossa Senhora. Pensei que se ia tratar de distribuir alguns apertos de mão, sorrisos e palavras amistosas. Estava enganado. O que os interessava não era isto. Esperavam encontrar alguém com quem falar do Cristo. Nenhum preâmbulo. Logo de início a conversa encaminha-se para o que apaixona estes jovens (alguns de origem católica, outros convertidos): não uma religião abstrata mas Alguém, o Cristo, morto e ressuscitado, vivendo hoje no meio deles. As perguntas são incisivas. As reações inteligentes e pertinentes. Não há dúvida, uma paixão habita neles, o amor de Cristo. A conversação poderia ter-se prolongado até tarde.
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A noite, antes que o sono viesse, pus-me a comparar a troca de idéias que acabava de ter com outras que tivera com os casais do Movimento. Raramente encontro nos adultos a mesma necessidade premente, as mesmas interrogações incisivas sobre o essencial. Raramente encontro neles o tom de procura calorosa que eu notara nesses jovens, ansiosos por melhor conhecer o Cristo que se tornara para eles a grande Realidade à qual estão ardorosamente ligados, em meio à imensa desorientação da juventude, no Brasil como em toda a parte. E pus-me a refletir, procurando a explicação para a falta, não de fé e de oração, mas de "élan" em tantos equipistas. Não seria a sua religião por demais complicada, intelectual, moralista. . . uma religião que não é uma adesão a uma Pessoa, o Filho de Deus feito homem? Poderão dizer-me que o entusiasmo não é o mesmo aos quarenta anos e aos vinte e que este entusiasmo não é necessariamente o sinal de uma fé profunda e sólida. É verdade. Penso no entanto que nas nossas Equipes não se tem suficientemente a preocupação de procurar, antes de tudo, o Cristo - Ele que jamais descobrimos por completo, seja na oração pessoal, seja na oração em comum, seja na abertura muito franca de uns com os outros. É por isso que a fé cristã se torna uma religião austera, triste e cansada, pobre de alegria, desprovida de dinamismo c incapaz de irradiar. Sejamos francos: ao nos encontrarmos todos os meses, o nosso primeiro pensamento não é: o que vamos descobrir de Jesus Cristo no decurso deste encontro?. . . É isto sem dúvida o que distingue duas gerações e as divide.
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Mas então, como esperar que os jovens sejam auxiliados em suas buscas (que parecem autorizar tantas esperanças) se os adultos não compreendem nem partilham as suas aspirações? Como esperar que a fé dos adultos seja preservada do envelhecimento, se o encontro de uns com os outros não for animado por uma paixão pelo Cristo? A oposição das gerações não é inevitável. Penso que há muito por fazer e é preciso fazer muito. Encontrei nossos amigos do Brasil muito atentos à questão. Talvez seja preciso que nossos filhos tenham uma participação, ao mesmo tempo livre e verdadeira, nas atividades do nósso Movimento. Não quero entretanto antecipar-me às reflexões e conclusões que o tema possa sugerir. HENRI CAFFAREL
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A PALAVRA DO PAPA
AMAR
É
COMPREENDER
Compreender, aceitar e amar o nosso irmão, por mais diferente que seja de nós, é um dever da caridade cristã, nos lembra Paulo VI; é também a lei que impera em nossas equipes. Dever que é oportuno reavivar em nós quando iniciamos um novo ano, talvez desfalcados de alguns companheiros que após terem caminhado conosco durante muitos anos, resolveram optar por sair do Movimento. Devemos continuar a dialogar com eles, levar-lhes nossa compreensão e manifestar-lhes constantemente o nosso amor.
Não há diálogo possível sem uma compreensão profunda do nosso interlocutor, ou, como hoje se usa dizer, do outro. Este nobre programa exige um sentimento generoso do homem, um verdadeiro ascetismo! É necessário ultrapassar os limites impostos pelos diversos tipos de linguagem, pelos reflexos culturais e até pelas polêmicas e pela desconfiança, para se abrir à superação de si e à universalidade. Para um cristão, um esforço como este pode representar uma parte do grande preceito da caridade, que convida a levar "os fardos uns dos outros", para, assim, cumprir "a lei de Cristo". Sim, cada um espera legitimamente que o outro o reconheça e ame de modo total, por aquilo que ele é, com os valores e as diferenças da sua própria cultura. Quantas incompreensões, rancores e conflitos nasceram, no decurso da história humana, deste orgulhoso isolamento pessoal que impede de compreender o próprio irmão! O bom êxito, pelo contrário, desses encontros, está ligado a uma vontade resoluta de respeito e de amor, com toda a paciência necessária. De fato - como a psicologia mostra e até o método da investigação científica parece exigir - sem amor não há verdadeiro conhecimento.
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A ECIR CONVERSA COM
VOC~S
Caros amigos; As Equipes de Nossa Senhora acabam de comemorar o 25.0 aniversário da promulgação de seus Estatutos. Com efeito, foi a 8 de dezembro de 1947 que se fixaram as normas do Movimento, fruto de nove anos de experiências e pesquisas empreendidas por sacerdotes e leigos, na procura de uma resposta à indagação que dera origem às Equipes: Qual o pensamento de Deus sobre o amor humano e o casamento? Como viver, no estado do matrimônio, todas as exigências da vida cristã? No decorrer daqueles nove anos, as Equipes se tinham desenvolvido rapidamente. Uma nova luz se projetara sobre o amor humano e o casamento. As descobertas então feitas sobre a espiritualidade conjugal e familiar, sobre a teologia do sacramento do matrimônio, empolgavam os casais desejosos de viver em plenitude a sua vocação de esposos e de pais. Mas, à medida que o tempo passava, o impulso inicial vinha esmorecendo. Alguns anos mais tarde, em 1959, ao fazer um retrospecto da "Vocação e Itinerário das Equipes de Nossa Senhora", o Pe. Caffarel conta os temores que o assaltavam naquela ocasíão. Por vezes, dizia ele, tem-se a impressão de que aquilo que leva os casais a ingressarem no Movimento é a curiosidade, a procura de amizades humanas, a moda. Era preciso firmar o essencial das descobertas feitas, estruturar um Movimento que prometia prosseguir na sua expansão e, ao mesmo tempo, resguardá-lo da inconstância e volubilidade humanas, sem tolher, no entanto, o impulso vital que o animava. Redigidos e promulgados os Estatutos, foram propostos aos grupos então existentes. V árias deles recusaram-se a aceitar as exigências neles contidas, deixando o Movimento. Mas o maior número optou pela sua aceitação. Os anos se encarregaram de confirmar o acerto das medidas então propostas. E encarregaram-se também de comprovar que se adaptavam a outros meios, a outras culturas, a outros países. Cabe ressaltar aqui que o Brasil foi o primeiro país de além fronteiras onde a semente germinou e frutificou, isto em 1950. Em 1951 era a vez do Luxemburgo; em 52 a Bélgica; em 54 a Espanha; em 56 Portugal, Ilha Maurícia, Canadá ...
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Hoje são 3 . 500 as equipes que adotaram os Estatutos. Espalhadas por 37 países, contam-se em mais de 20.000 os casais que tomam por guia na sua caminhada espiritual as normas propostas há um quarto de século.
-oO grave perigo que ameaça todo e qualquer Movimento é desviar-se de sua inspiração inicial. Para consolidar as Equipes de Nossa Senhora nos seus primórdios, foi preciso remontar às fontes ainda próximas e fixar por escrito os seus objetivos e as normas que ajudassem os casais a se encaminharem para eles. Hoje, passados cinco lustros, ante a crise de fé que abala o mundo e ameaça a família, não é de admirar que as Equipes sofressem também um abalo, tornando novamente necessária a sua consolidação. Era preciso remontar às fontes, às mesmas fontes que tinham alimentado o Movimento no seu nascedouro e transfundido nos seus membros uma vitalidade nova, uma sede do conhecimento de Deus, uma decisão de melhor servi-Lo. Foi então que se levantou em Roma a voz do Cônego Caffarel, na grande concentração internacional das Equipes. É este trabalho de consolidação que vem sendo realizado também no Brasil. E se o ano passado foi o da tomada - ou retomada - de consciência da verdadeira fisionomia das Equipes de Nossa Senhora, culminando com a opção de dezembro, este ano precisa ser o da afirmação de nossa fidelidade à palavra dada. Houve, é certo, uma pequena alteração nos Estatutos, com a introdução de três novos meios de aperfeiçoamento: a Leitura da Palavra, a Oração Mental, a Ascese. Vamos adotá-los gradativamente, não com espírito de submissão passiva ou relutante, mas sim depois de compreender-lhes a razão de ser.
Para isso, uma série de atividades vem sendo programada. Por seu lado, a Carta Mensal apresentará durante o ano trabalhos sobre cada um desses meios de aperfeiçoamento, procurando penetrar o seu significado, o seu fundamento , a necessidade de sua vivência, na atividade normal de um cristão consciente. No presente número vocês já têm a condensação da primeira parte da conferência do Cônego Caffarel, intitulada "A Escuta da Palavra", por ele pronunciada em Itaici e Florianópolis. Foi a Palavra de Cristo que fez a Igreja. Veremos no próximo número que esta Palavra faz também o lar cristão. Procuraremos depois esclarecer o significado da ascese que, embora já abordado
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no ano passado, merece aprofundamento. A Oração Mental, mais conhecida, será também objeto de desenvolvimentos.
-oCaros amigos, estamos no limiar de uma nova etapa das Equipes de Nossa Senhora entre nós. Depende de nós que esta nova etapa seja de progresso, ou de marasmo, ou de regresso. Depende de nós que as Equipes do Brasil se afirmem por seu dinamismo, pela seriedade de sua atuação, por sua fidelidade aos Estatutos. Depende de nós que o impulso vigoroso que, há um quarto de século, foi canalizado pelos Estatutos e que, há pouco mais de vinte anos, permitiu a eclosão e expansão das Equipes no Brasil, volte a imprimir um novo surto de vitalidade às nossas Equipes, fazendo delas núcleos de cristãos autênticos, a serviço da Igreja e dos homens. Ao escolherem a data de 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, para a promulgação dos Estatutos, os dirigentes de então quiseram acentuar claramente a intenção de confiar à Mãe de Deus o Movimento que dela tirava o nome, e todos os casais que viessem a integrá-lo. Colocando-o sob o patrocínio de Nossa Senhora, as Equipes "afirmam que não há melhor guia para levar a Deus do que a própria Mãe de Deus". Confiemos a Nossa Senhora os nossos esforços deste ano, conscientes de que, com a sua ajuda, "com a força de Cristo, podemos e, portanto, devemos realizar grandes coisas" (Paulo VI). A
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ECIR
"O EGOíSMO ESCRAVIZA, O AMOR UBERTA" Campanha da Fraternidade -
Quaresma 1973
Que pretende ser a Campanha da Fraternidade? Podemos sintetizar em três palavras:
Primeiro: ela é um tempo forte de evangelização. Aquilo que é a missão própria da Igreja - gritar o Evangelho pela palavra ; injetar nas pessoas, nas famílias, nos grupos e na sociedade global, comportamento evangélico: criar condições através dos sacramentos e das virtudes para que o Evangelho possa ser vivido com sua dupla dimensão: busca de Deus e encontro com o irmão; e finalmente fazer do Evangelho uma ação e não uma teoria, uma piedosa hipótese ou um enlevo - tudo isso que se chama evangelizar, a Igreja o faz todos os dias. Mas o faz com particular intensidade nos dias da Campanha e através dela. Segundo: ela é um ponto alto em nossa conversão. A única resposta válida que alguém pode dar à evangelização é converter-se em profundidade. Converter-se, quer dizer - se procurarmos verter o conteúdo semântico e a riqueza fonética do termo metanoia em São Mateus - aceitar uma reviravolta interior para conseguir a volta a Deus, aceitar um transtorno radical da própria vida com vistas a um retorno ao Desígnio de Deus. Essa conversão, que só é verdadeira quando permanente e ininterrupta, tem forçosamente alguns momentos de maior intensidade. A Campanha da Fraternidade nos impele a um desses momentos. Terceiro: ela é uma oportunidade para certa totalidade no dom. Dom-de-si por amor é a própria definição de Deus no Evangelho. E é a essência do cristianismo como ideal. Quando a Campanha da Fraternidade pede a cada um que tire um pouco do que lhe sobra, e até renuncie a algo, para dar ao que ::1ão tem, o que importa é que este dom material, feito com alegria e generosidade, seja uma parábola viva, sacramento exterior e ao mesmo tempo alimento interior de uma entrega de si próprio sem reserva, sem recuo, sem retoque. Pois seria pouco dar de si sem dar-se. Esse dar-se é que torna viva, concreta, palpitante aquela fraternidade que dá à Campanha seu nome, sua inspiração, sua significação.
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Num certo sentido, se o quisermos, a Campanha da Fraternidade concentra todas as dimensões da vida eclesial durante a Quaresma: é catequese, e purifica e consolida nossa fé; é liturgia, e nos congrega em torno das mesmas intenções, das mesmas preocupações de um mesmo agir; é esforço de vida segundo o Evangelho; é procura de Deus, é Encontro com nossos irmãos, inclusive com os não-católicos, não cristãos e não-crentes.
-oPara dar seu pleno sentido à Quaresma, é preciso que cada um de nós faça um gesto concreto e palpável de serviço para ajudar um irmão a romper alguma escravidão e dar um passo para a liberdade. Há homens prisioneiros da absurda opressão de outros homens. Há homens prisioneiros da ignorância, do pauperismo, da doença, da subalimentação. Há homens acorrentados ao próprio egoísmo. Há homens encarcerados pelo ter, pelo poder e pelo prazer. Há os que não conseguem romper as grades do rancor ou do ressentimento ou da inveja. Há os presidiários da vaidade: vaidade de um sobrenome, de um título, de uma casa ou de um carro. E os encarcerados da desesperança. E os da angústia. E os do medo. E os da insegurança. Há os que se condenaram à medonha prisão de seus próprios desejos nunca saciados, de suas ambições que, correspondidas, apenas se robustecem mas não se satisfazem. Talvez se diga tudo dizendo que, no fundo de todas as prisões particulares, há a grande prisão geral do pecado multiforme. A vocação do cristão, como a do Cristo, é a de ser libertador. Jesus falou da libertação autêntica e traçou seus caminhos quando se referiu à Verdade que liberta e revelou que em todos os tempos e latitudes o preço da liberdade é o amor, a aceitação do outro, o reto conhecimento de si próprio, o espírito de justiça, o coração de pobre, o espírito de mansidão, a determinação de construir a paz - a superação de tudo quanto é efêmero e provisório por uma abertura ao Definitivo e ao Absoluto. Quaresma é tempo de amar os semelhantes com aquele amor maior de que falou Jesus. Quaresma é tempo de mudar de vida. Quaresma, que prepara a Páscoa, festa da libertação, é tempo de conquistar a plena liberdade dos filhos de Deus, a Liberdade evangélica. D. Lucas Moreira Neves
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À
ESCUTA DA PALAVRA
Condensação da 1"' parte da conferência pronunciada pelo Côn. Caffarel nas Sessões de Itaici e Florianópolis.
O papel do Evangelho é fundamental na vida do cristão, na vida do casal e da família. E estou convencido de que a anemia espiritual que se nota por vezes nesses vários níveis é devida ao fato de não terem feito a descoberta de que Deus nos fala, e não se terem convencido da necessidade de se por à escuta da Palavra de Deus e, principalmente, do Evangelho. Para se falar do papel do Evangelho na família é preciso ver primeiro a sua função na Igreja. O lar cristão é uma célula viva da grande Igreja. Ora, uma célula não tem no corpo uma existência autônoma mas cada uma delas vive na vida do corpo. Vejamos, portanto, inicialmente, o lugar que o Evangelho ocupa na Igreja. O EVANGELHO E A IGREJA
O Evangelho tem na Igreja um papel de primeiro plano. Nas grandes sessões do Concílio o livro do Evangelho era trazido em procissão e solenemente entronizado. Nas missas solenes é depositado no meio do altar destinado ao Corpo e Sangue de Cristo. Ele é incensado. Quando o sacerdote passa ante o sacrário levando o Evangelho, não faz genuflexão: Cristo não se prosterna diante de Cristo. O Evangelho é Alguém. Cada um a seu modo - a Eucaristia, o Evangelho - é o Cristo. Os cristãos dos primeiros séculos faziam-se enterrar com o manuscrito do Evangelho sobre o peito. Depois de tê-los ajudado a viver, o Evangelho os ajudava a morrer e, por vezes, a enfrentar o martírio. É portanto um livro misterioso. Por que tantas honras? Antes da Igreja, antes do Evangelho, houve no começo a Palavra de Cristo. É esta Palavra que chamou e reuniu os primeiros discípulos e fez deles a primeira comunidade, a primeira equipe, a equipe dos Apóstolos. -10-
Esta primeira comunidade exultava com a palavra de Cristo.' Mas o Cristo partiu. Cessou de falar. · E os que o tinham ouvido passaram a transmitir aos outros esta Palavra. Para não perder ou deformar tal Palavra, foram escritos mementos. Enfim, quatro discípulos, dos quais dois apóstolos, completaram estes mementos e redigiram, cada um por seu lado, um pequeno livro. É a origem dos quatro Evangelhos. Que significa esta palavra: Evangelho? No grego, quer diz~r. "boa nova", mais exatamente, boa nova da vitória. Era o anúncio de uma vitória, que os arautos levavam de cidade em cidade e que era recebido em meio a festas. Compreende-se por que o termo "evangelho" foi adotado pelas testemunhas da vitória de Cristo. ' Poder-se-ia argumentar, então, que o cristianismo é a religião do Evangelho. Não é bem assim. A Revelação nos vem por dois canais: o canal do Livro, o canal da Tradição. Intimamente ligados, aliás. O texto escrito é a grande referência. Mas somente a Igreja tem o poder de interpretar autenticamente a palavra de Cristo. E quando surgem interrogações, é a consciência viva da Igreja que é preciso procurar. O que faz o valor e a importância do Evangelho não é somente o ser uma súmula dos gestos e das palavras de Cristo mas, segundo a expressão de Santo Agostinho, "a própria boca de Cristo". Não é uma palavra morta há vinte séculos, mas sim uma voz viva e permanente que se dirige a toda a comunidade, e a mim em particular. É como se fosse uma carta pessoal que Cristo endereça a mim pessoalmente. Não é como um artigo de jornal que se dirige a todos, sem dirigir-se a alguém em particular. Há vários aspectos no mistério do Evangelho. Não é somente ensinamento, mas ato. É palavra criadora; é palavra purificadora; é palavra do mestre, do chefe, do amigo. Palavra criadora - A palavra de Deus fez o universo. "Faça-se a luz" e a luz foi feita. Foi ela que reuniu aqueles pescadores da beira do lago para com eles formar a primeira comunidade. Morto e ressuscitado, Cristo não cessa de lançar o seu apelo. Acaso terá sido a palavra daquele pescador que poucos dias antes tremia diante de uma empregada do pontífice, responsável pela conversão de 3.000 homens? Através da palavra de Pedro era o poder de Cristo que passava. E, nestes vinte séculos, esta Voz não cessa de repercutir nos quatro cantos do mundo. Palavra purificadora - Outro efeito da palavra de Cristo é o de purificar os corações. Na Palestina purificou os corpos: "Sê puro" dizia ele outrora; e as carnes do leproso se reconsti-
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tuíam. Em nossos dias, a palavra de Cristo continua a purificar as almas. "Que as palavras do Evangelho que acabo de proferir purifiquem os nossos pecados", diz o celebrante ao terminar a leitura do Evangelho, na missa. "Senhor, eu não sou digno, mas · dizei uma palavra e serei salvo", dizemos nós antes da comunhão. Mas, antes de tudo, a palavra de Cristo é: Palavra do Mestre, do Chefe, do Amigo- Palavra do mestre que forma as inteligências: "Tudo o que aprendi de meu Pai eu vô-lo ensinei". É o Evangelho que pode formar um pensamento cristão. É a palavra do Mestre que modela a inteligência dos apóstolos e de seus discípulos. Por vezes esta palavra é dura e chega mesmo a provocar a reação de Pedro e a resposta violenta de Jesus: "Retira-te de mim, Satanás ... " É também a palavra do chefe que quer convencer as vontades e dizer-lhes o que devem fazer: "Dei-vos o exemplo, a fim de que vós também façais como eu fiz". (Jo. 13, 15) Mas, já no plano humano, acima da palavra do mestre que ensina, do chefe que comanda, há a palavra daquele que revela a um seu semelhante o amor. Tal é a palavra do homem revelando à sua amada: "Eu te amo" e decidindo um destino. O Evangelho é esta palavra, esta confidência de Cristo, revelando o seu amor pelos seus, não globalmente, mas a cada um em particular. Assim, ao longo dos séculos a palavra de Cristo no Evangelho não cessa de purificar as almas, de formar as inteligências, educar as vontades, conquistar os corações. Tanto isto é verdade que, quando a cristandade descuida de recorrer ao Evangelho, ela periclita. O Evangelho, portanto, faz a Igreja. Estamos agora prontos a compreender que a palavra de Cristo, viva no Evangelho, faz também a pequena célula da Igreja que é a família. ol:: o que veremos no próximo número da Carta Mensal) .
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"SENHOR,
ENSINA-NOS
A REZAR"
O convívio com Deus prepara o homem para o convívio com os homens. Prepara o homem para viver acompanhado. Para ter companhia e para ser companhia. Além da Eucaristia, que nos possibilita a mais profunda, a mais íntima comunhão espiritual e corporal com Deus em Cristo, dispomos da oração, que nos permite uma comunhão também íntima e profunda, embora só espiritual, com Deus pelo Cristo. Há diversas maneiras de rezar. A oração mental, ordinariamente chamada "meditação", merece sem dúvida especial destaque. Meditar é pensar na presença de Deus. Pensar em silêncio, se se medita sozinho. Ou pensar audivelmente, se se medita com outrem, além de Deus. Ou com outros. Meditar é refletir com Deus sobre um determinado assunto. Procurar olhá-lo com o olhar de Deus, dentro da perspectiva de Deus, buscando o ponto de vista e os sentimentos de Deus. A meditação é fonte de evolução pessoal. Não apenas por afastar o que entrava, o que emperra, mas por fazer desabrochar, pétala por pétala, nossa corola interior. O homem e a mulher fiéis à meditação diária são diariamente incitados à coerência entre o que crêem e o que fazem, entre o que Deus espera deles e o que são. O Evangelho nos apoia nesta opção, pois mostra-nos um Cristo diariamente fiel à meditação. Talvez a rotina seja a responsável pelo desinteresse da meditação. Tudo pode estar sendo mecânico na vida interior, automático, inconsciente. Talvez tenha-se aceito a mediocridade como modo de viver. De vegetar. Mas a causa mais comum parece ser a falta de ordem na vida de certas pessoas, a má distribuição do tempo para os diversos afazeres, a ausência de uma coluna vertebral nos compromissos diários, de modo que não vivem a beleza da ordem na própria vida, agitam-se, esbaforidas, na balbúrdia da dispersão, dentro de um mundo babelizado, que contagia.
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Como se medita? Há vários métodos. João Mohana nos ensina um deles, estruturado com os principais componentes de todos, tendo, além deste precioso denominador comum, a vantagem da simplificação. Uma palavra serve de expediente para ajudar-nos a percorrer este método sem nos desviarmos do objetivo e torna-o de uso facílimo, uma vez superados os entraves ao hábito. A palavra mágica é: ORAR Cada uma destas quatro letras indica uma etapa da oração mental. 0 : Olhar interior. R: Reflexão. A: Afeto. R: Resolução. OLHAR INTERIOR (0):
O nome diz bem. É o gesto interno, a atitude espiritual que instala o clima requerido para a prece. Coloca-nos na presença de Deus, nosso Pai e nosso Amigo. Já que Deus está nos olhando sempre, devemos iniciar nossa oração mental, como toda oração, olhando-o conscientemente também. Que seja um olhar íntimo e breve. Nesta primeira etapa devemos deixar que toda nossa pessoa seja possuída pela Pessoa de Deus. Desencadear a consciente absorção de uma pessoa pela outra. REFLEXÃO (R):
Primeiro, lê-se por inteiro o texto que servirá de matéria prima de onde extrairemos a meditação. D:gamos que seja uma página da Bíblia. Leremos essa página de ponta a ponta. Pausadamente. Sem interrupção. Sem parar. Deixando para depois qualquer observação. Após concluirmos a leitura, voltamos ao começo, para fracioná-la como objeto da meditação. Nossas reflexões não devem decorrer exclusivamente no plano abstrato. Não devemos passar o tempo dedicado a esta segunda etapa escafandrando idéias ocultas no texto. Não. Devemos conduzir o raciocínio também, misturando considerações teóricas com considerações práticas, oriundas da aplicação do texto ao nosso caso pessoal, ou a casos do nosso meio. Nas cidades azafamantes, a etapa reflexiva deve durar uns sete minutos, no mínimo. Menos, não neutralizaria a ação corrosiva do desumanismo urbano sobre nossas melhores qualidades. Menos, desvalorizaria a companhia de Deus. E Deus terminaria consentindo que cada qual carregasse seu fardo sozinho ...
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AFETO (A): Num relancear de olhos, passamos o coração sobre o assunto da meditação, e levamos a afetividade a exprimir o que sente. Ou o que deveria sentir, se tudo estivesse funcionando segundo as exigências do sentimento. O afeto não deve ser genérico, difuso, vago, na linha do "meu Deus, obrigado por esta meditação" ou do "Senhor, nós vos amamos mais, depois desta meditação". De modo algum. Deve ser concreto, específico, direto, e sempre alusivo ao assunto meditado.
1'
RESOLUÇÃO (R): última etapa; sua duração deve ser breve como a anterior e a primeira. A tendência do iniciante é pensar em tirar várias resoluções de cada meditação. Não haveria erro mais nefasto. Sejam quais forem as tentações, não deveremos tomar mais de um propósito em cada meditação. Embora fossem benéficos, a medida seria perniciosa. E quanto mais benéficos, mais perniciosa, porque se corre o perigo de esmagar pérolas. Quando se tomam várias resoluções, todas elas são passíveis de olvido, de negligência. E quanto mais numerosas forem, mais à vontade se sentirão os defeitos ... Quando se toma apenas uma, essa será mais facilmente lembrada, mais persistentemente perseguida naquele dia. Na oração da noite teremos algo a apresentar a Deus e ao outro. Ao menos, a lembrança dela algumas vezes, e a tentativa de torná-la fato em vez de intenção. Isto é a meditação, meu caro, minha cara. Um minuto de amor contemplado, na primeira etapa; sete minutos de amor refletido, na segunda etapa; um minuto de amor desejado ou sentido, na terceira etapa; dois minutos de amor prometido, na quarta etapa. Ao todo, onze minutos de amor rezado. Onze minutos à d;sposição de todo casal que queira crescer em comunhão consigo, com a terra e com o céu. Onze minutos em que todas as áreas da personalidade são dinamizadas, sacudidas, expostas, recompostas. Todas são atingidas, tanto no plano da natureza quanto no plano da graça. Em cada uma dessas regiões humanas a meditação infiltra amor, infiltrando luzes da Luz que é Amor. (Extrato do livro "AMOR E RESPONSABILIDADE", de João Mohana)
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MISSÃO DO EMPRESARIO CRISTÃO
A União Internacional de Empresários Cristãos <UNIAPAC) realizou, em Buenos Aires, de 1 a 4 de novembro, o seu XIV Congresso. Durante o importante Encontro, o nosso companheiro Nelson Gomes Teixeira foi eleito Vice-Presidente Latino-americano da UNIAPAC e Presidente da ADCE - Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa - flllal brasileira da UNIAP AC. O ponto alto do Congresso foi a visita de D. Eugênio de Araújo Sales, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, cuja preleção foi aplaudida de pé por todos os presentes. Publicamos o resumo das palavras que dirigiu aos congressistas e, através deles, a todos os cristãos dirigentes de empresa. I'
Presente a um auditório de 600 empresários cristãos -vindos de 30 países - e ouvindo o resultado de seus debates e estudos, não pude deixar de reconhecer uma mudança profunda que começa a se operar nesse meio. Há os que perseguem o lucro como meta suprema, que procuram crescer materialmente, mesmo à custa do sangue e do suor do operário e que buscam ter mais para utilizá-lo, egoisticamente, portanto em desrespeito à Lei de Deus. Este quadro existe, e na prática, é a imagem que, infelizmente, muitos têm da classe. Neste recente XIV Congresso Mundial, promovido pela União Internacional de Empresários Cristãos e realizado há pouco em Buenos Aires, verifiquei mais uma vez a existência de uma outra mentalidade, profundamente diversa da anterior. A tônica poderia ser resumida no seguinte: o conceito de empresa, para um cristão, não se define apenas pela sua rentabilidade, mas também pela sua dimensão social. Uma empresa não é apenas uma fonte de lucros, mas é primordialmente um serviço à comunidade, e uma boa empresa não é, segundo essa conceituação, aquela que apenas gera lucros para seus empreendedores, mas aquela que inclui, nos parâmetros de 8eu desempenho, uma efetiva e concreta atuação no plano social, tanto no que se refere ao operário, quanto no que diz respeito à própria sociedade. É uma outra dimensão, uma outra perspectiva. O combate à miséria, à fome, não alcançará êxito sem o desenvolvimento. Para distribuir melhor, uma das condições básicas e óbvias é ter o que distribuir. Na ordem criada por Deus, isso não se fará por intervenção direta do Criador, pelo milagre, -16-
mas através do esforço humano. Este não se confunde com boa vontade, desejo de correção, mas é sinônimo de trabalho organizado, técnica, aumento da produtividade. Um empresariado capaz é fator indispensável na luta contra a miséria e a fome. A empresa em si mesma tem por finalidade produzir. Quem lhe dá o dimensionamento social é o homem, é sua estrutura social, é essa visão cristã que deve ser incorporada a seu conceito. Isto não se obtém senão através de uma catequese, da conversão ao Plano de Deus. Quem o fará? A hierarquia dá os princípios, faz a interpretação do Evangelho segundo a realidade do momento. O cristão dirigente de empresa deve descobrir os caminhos, encontrar os métodos, introduzir as modificações, dar o sentido humano e social. Por um lado, não pode destruir a existência da máquina, da organização e por outro, deve conservá-la, não como instrumento egoísta, mas dentro de um dimensionamento cristão. Alguns pontos são essenciais em uma visão correta, verdadeira e autêntica. O conceito de justiça exige e não apenas aconselha mais equitativa distribuição de benefícios. Diz o Concílio em Gaudium et Spes, n. 0 69: "Deus destinou a Terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a Justiça, secundada pela Caridade". Quem pensar em termos de paternalismo ou de mera filantropia , não irá muito além de ilusões. Quem quiser utilizar o método de destruir tudo para depois edificar, ou opta pela luta de classe como solução, chegará ao deserto ou à instrumentalização do homem por interesses ideológicos, alheios ao bem comum e à ordem justa e cristã. Quem procurar resolver sozinho, e não se agrupar para o bom combate, está destinado a nada conseguir fazer de profundo e duradouro. Constatamos que é tarefa ingente, em um mundo de pecado que gera egoísmo, introduzir o fermento do Evangelho. Seiscentos empresários, reconhecemos serem uma gota d'água, mas foram poucos os que conseguiram espalhar, por todo mundo, o nome de Cristo, em uma época especialmente difícil. Hoje, Deus é o mesmo, a eficácia da graça permanece inalterada, e há meios materiais mais aperfeiçoados, por exemplo, a comunicação social. Quem vencerá? Não sei. Sei apenas que não se conseguirá nada sem lutas, sem esforço, sem otimismo, sem Deus. A grandeza de um país não se mede pela importância de sua riqueza, mas pela participação de seus habitantes em seus bens. Para alcançar este objetivo patriótico e cristão, o empresário tem uma palavra a dar e uma missão a cumprir.
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"DESQUITADOS ANóNIMOS"
Os jornais noticiaram que se constituiu em São Paulo, por iniciativa de duas senhoras apenas indicadas pelos prenomes, um "grupo de ajuda mútua" denominado "Desquitados Anônimos", para "ajudar as pessoas desequilibradas emocionalmente diante do desquite".
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A nova instituição funcionaria, segundo a notícia, nos moldes dos grupos conhecidos por "Alcoólicos Anônimos" e "Neuróticos Anônimos", valendo-se da "troca de experiências" e orientando os que se pretendem desquitar. "Depois de trocadas as experiências mútuas - diz a notícia - se realmente não houver condições de a pessoa continuar casada, ela se desquita, sem sentimento de culpa." Segundo a manifestação de uma das fundadoras ao jornalista, "a mulher é uma pessoa muito insegura e medrosa e terá que enfrentar problemas sociais e morais com o desquite". Há, contudo, em seu depoimento, uma revelação interessante, sintomát' ca mesmo, quando reconhece que "muitas pessoas ficam com sentimento de culpa depois de desquitadas, pois poderiam ter tentado outras soluções" e que "às vezes o desquite se desenrola num estado de tensão momentânea e se a pessoa tiver quem a ajude, poderá ponderar os prós e os contras". A novidade sugere a todos nós, cristãos e equipistas, uma série de reflexões de ordem moral, econômica, social e jurídica. Mas, o que se nos afigura mais importante, na busca das "outras soluções", é a verdade de que o que realmente falta, para evitar ou minimizar o desquite e o seu séquito de sofrimentos e problemas, é uma educação para antes e depois do casamento, a C'argo de instituições oficiais, religiosas ou de leigos, no sentido de que o homem e a mulher se capacitem para entender que o matrimônio, como sacramen~ o que é, abstraído, portanto, o seu ;;specto estritamente material, só pode subsistir quando se fundamenta e se inspira no amor e quando coexistem estes três elementos básicos: o amor (doação mútua, total e incondicional), e. compreensão (a renúncia inteligente e oportuna) e o sacrifício, a dois ou individual, visando à salvação do lar, da família e da felicidade dos filhos. E, acima de tudo isso, o Encontro com DEUS. -
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TESTEMUNHO
A
ALEGRIA
DO
ACOLHIMENTO (do Equipetrópolis)
Há um ano atrás, nesta mesma hora em que escrevo estas linhas, estávamos Regina e eu, partindo do Rio em direção a São Paulo. íamos participar do Encontro N acionai dos Casais Responsáveis do Brasil. Elfie havia providenciado a nossa hospedagem em casa de um casal equipista. O ônibus corria estrada afora e os nossos pensamentos eram, quase tão-somente, sobre o casal que nos acolheria naquela noite. A maior preocupação era o horário: o ônibus deveria chegar às 23 horas. Nossas contas eram: 23 horas mais o tempo para se conseguir um táxi mais a duração da viagem até a casa do casal. . . bem, o resultado aproximado: 23,40 hs. "Muito tarde", exclamei. Minha esposa me tranquilizou: "Bem, nós telefonamos que iríamos chegar um pouco tarde". E eu: "Sim, mas não tão tarde!" E ela: "É ... mas não pudemos sair mais cedo, foi até uma correria para podermos viajar nesse horário". E eu: "Bem, você tem razão ... mas é um abuso. Afinal, nem conhecemos o casal .. . que pensarão de nós?" O tempo muito instável desviou nossa preocupação. De repente o temporal lá fora parecia querer transformar o ônibus numa lancha. Eu logo pensei que chegaríamos depois das 23 horas. Entretanto, neste horário chegamos em São Paulo. Chovia. Entramos num táxi, com um papel à mão, indicando a direção da casa do casal desconhecido. Depois de muitas voltas, eis o portão. . . Tocamos a campainha. Continuava a chuva. Uma pessoa, com um guarda-chuva vem em nossa direção. Abre o portão e indaga: "São vocês o casal de Petrópolis?... Bem, entrem. A casa é de vocês. Tomem o guarda-chuva". Nós nos abrigamos no guarda-chuva e a pessoa ficou desabrigada. Insistimos em abrigá-la mas ela se recusou terminantemente. Este fato simbolizou e marcou em definitivo a grande acolhida que teríamos. Entramos. Mesa posta à nossa espera para um lanche. Um quarto bem arrumado - parecia ser o das suas filhas. Um carinho todo especial, um afeto grande e
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uma atenção sem limites. Parecia que nós já nos conhecíamos há anos. O que se passava naqueles momentos com minha esposa e comigo? Por que nos sentíamos tão felizes? Por que duas pessoas estranhas com suas três filhas nos cativaram tanto? E, no rebuscar das respostas, somente uma nos satisfez: era o muito que recebíamos do pouco que demos ao Movimento: sermos amados por estranhos. Estranhos? Não ... nossos irmãos em Cristo. E foi Ele quem nos uniu. Agradecemos a Cristo por estes momentos felizes, inesquecíveis. Em nossas orações está sempre presente este casal. É o único meio que encontramos para lhes retribuir tanto amor.
ATENÇÃO CASAIS RESPONSAVEIS DE EQUIPE E CONSELHEffiOS ESPIRITUAIS
ENCONTRO
NACIONAL
dias 10 e 11 de Março em BRUSQUE (Equipes da Região Sul) e 24 e 25 de Março em SÃO PAULO (todas as demais)
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ASSISTENTE DE EQUIPE RECEBE SAGRAÇÃO EPISCOPAL Dom Paulo Moretto, Primeiro Bispo de Cruz Alta No dia 28 de janeiro p.p. foi sagrado o primeiro bispo de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, Dom Paulo Moretto. Estiveram presentes, na ocasião, o Sr. Cardeal D. Vicente Scherer, acompanhado de todo o episcopado gaúcho, do Bispo Auxiliar de Petrópolis e do Bispo da diocese uruguaia de Minas, além de representações das mais altas autoridades civis e militares do Estado e de grande multidão de fiéis. Os que tiveram a felicidade de acompanhar as solenidades de ordenação episcopal e assistir às homenagens que foram prestadas a Dom Paulo, sentiram quanto o jovem bispo é estimado por seus dotes de inteligência e por suas virtudes sacerdotais.
Dom Paulo dando sua primeira bênção episcopal
Filho do inesquecível Isidoro Domingos Moretto (falecido em julho de 1972 - Vejam Carta Mensal de setembro) e de Paulina Soldatelli Moretto - que continua na sua equipe, nasceu -21-
na cidade de Caxias do Sul, em 25-5-36. Cursou o Seminário Menor de sua cidade natal, seguindo, depois, para Roma onde concluiu com brilhantismo os estudos de Filosofia e Teologia na Universidade Gregoriana, tendo sido ordenado em julho de 1961.
Durante sua curta vida sacerdotal, foi sucessivamente vigário cooperador de São F. de Paula, reitor do Seminário Menor de Caxias do Sul, vice e, ultimamente, reitor do Seminário Maior de Viamão, estabelecimentos em que também exerceu o magis·· tério. Quando de sua passagem pelo Seminário Menor de Caxias do Sul, Dom Moretto foi assistente da Equipe n. 0 3. Filho e irmão de equipistas convictos, sempre manifestou grande estima e carinho pelo nosso Movimento, e, para a ordenação episcopal, escolheu para seus padrinhos Solange e Hélio R. Comandulli, componentes da equipe que assistira e que agora são os Responsáveis pelo Setor de Caxias do Sul. Esperamos ver em breve o surgimento de novas Equipes de Nossa Senhora na capital brasileira do trigo, onde há casais e sacerdotes interessados pelo nosso Movimento. A Dom Paulo Moretto os votos das ENS para um fecundo e feliz apostolado, com a promessa de nossas preces para que o Divino Espírito Santo, titular da igreja catedral de Cruz Alta, o ilumine e lhe dê forças para realizar sua elevada missão apostólica.
SAUDAÇAO DE DOM PAULO MORETTO AO DA DIOCESE DE CRUZ ALTA
POVO
"No dia em que, fruto da graça de Deus e de vosso trabalho, Cruz Alta se torna Diocese, como seu bispo e pastor quero manifestar minha alegria ao contemplar vossa esperança, vossa dedicação e vossa generosidade. Que o Senhor leve a bom termo a obra começada e vos faça crescer no conhecimento de seu desígnio de salvação, na coragem e na perseverança, a fim de que, dando frutos em toda espécie de boas obras, possais em tudo agradar ao Senhor. Quanto a mim, rendo graças ao Senhor Jesus porque me considerou digno de confiança pondo-me a seu serviço no vosso meio. Com minha benção quero externar minha disposição de ajudar na construção do Reino de Deus na diocese de Cruz Alta".
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O MOVIMENTO NO MUNDO
AS E.N.S. NO LíBANO
Um casal equipista, em férias no Líbano, enviou à Equipe Responsável Internacional uma carta relatando os contatos que teve com as Equipes de Nossa Senhora daque.le país. Eis o ex trato dessa missiva.
A primeira equipe de Beirute foi fundada em outubro de 1963 por um casal libanês que fizera parte de uma equipe da região parisiense, por ocasião de um estágio na França. Quatro anos depois, graças ao dinamismo dos primeiros equipistas, uma segunda e uma terceira tiveram início. Hoje o Líbano conta com 7 equipes, 6 em Beirute e a 7.a em Djounieh, localidade situada a uns vinte quilômetros ao norte da capital, à beira de uma esplêndida baía. Dentro em breve, constituir-se-á provavelmente um novo Setor para o Movimento. (*) Quando aqui chegamos, já nos tinham preparado todo um programa. O emprego do tempo estava bem previsto. Os responsáveis se desdobraram em fazer com que tivéssemos contato com cada uma das equipes, seja por ocasião da reunião mensal, seja aproveitando uma reunião de amizade, seja no decorrer de uma excursão. O espírito das Equipes de Nossa Senhora acha-se bem vivo no Líbano. Cada equipe tem - como é natural - seu estilo e sua personalidade próprios. Mas em todas é o mesmo Senhor que une os seus membros. Quererá isto dizer que não há dificuldades no seio dessas equipes? Elas existem, sem dúvida. Mas, aqui como em toda a parte, as dificuldades que surgem, das quais em conjunto se toma consciência e que em conjunto se procura resolver no amor fraterno, são fonte de progresso. Uma reunião de equipe, no Líbano, assemelha-se como uma irmã a uma reunião de equipe nossa. No entanto, o contexto
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Já foi instalado -
cf. C .M. de novembro.
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no qual se desenvolve a vida dos casais, é sensivelmente diferente do nosso. Sem entrar em muitos detalhes, é preciso notar que a população libanesa é formada de duas comunidades humanas de importância numérica sensivelmente igual: uma muçulmana, outra cristã. Mas estas duas comunidades longe estão de serem homogêneas. A população muçulmana se divide em dois grupos, sunitas e chütas, aos quais podemos anexar um terceiro grupo, os drusos. Para os cristãos a situação é ainda mais complicada. Há as comunidades católica e ortodoxa, cada uma agrupando Igrejas de ritos diferentes, seis para os católicos, sete para os ortodoxos. A multiplicidade de confissões exerce um papel importante na vida política, regida por instituições destinadas a manter um justo equilíbrio entre as diferentes comunidades e a repartir de maneira equitativa entre elas as responsabilidades do poder, no respeito mútuo entre os diferentes credos. Detalhe significativo, a confissão a que cada um pertence acha-se inscrita na cédula de identidade. Entre os católicos, nas equipes, a multiplicidade dos ritos é vivida como sendo uma riqueza das Igrejas orientais, cada qual tendo plena liberdade de participar das celebrações do rito de sua escolha. Do ponto de vista das Equipes de Nossa Senhora, cuja preocupação essencial é a santificação dos casais no e pelo casamento, pensamos que o Líbano tem um papel privilegiado a exercer para ajudar o nosso Movimento a se tornar conhecido nos países de expressão árabe e neles se expandir; e sentimo-nos felizes ao dizer que já foram dados os primeiros passos neste sentido. Talvez possamos esperar também que virá próximo o dia em que um verdadeiro diálogo poderá se estabelecer entre casais cristãos e casais muçulmanos, permitindo aprofundar pouco a pouco com estes irmãos em Abrahão as riquezas que o Senhor colocou no casamento ...
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NOTíCIAS DOS SETORES
JAO -
Posse do novo Casal Responsável
Foi em um ambiente festivo que se deu a posse do novo casal responsável pelo Setor de Jaú. Heleninha e Décio, após alguns anos de dedicados e frutíferos trabalhos, passaram a responsabilidade do Setor para Lourdes e Ar. Aproveitando esta oportunidade reuniram-se os casais do Setor de J aú para fazerem um dia de recolhimento no Colégio São José. Cônego Pedro proferiu duas excelentes palestras abordando, como sempre, de modo simples, porém profundo, o valor da reflexão e a necessidade do "ser", mais do que do "saber", pois este por si mesmo não tem valor. Inicialmente o Cônego Pedro mostrou a imagem que em geral se faz hoje do casamento e qual a verdadeira imagem que dele o Cristão deve ter. Após a última palestra, houve a Missa, durante a qual ocorreu a transmissão da responsabilidade do Setor, na presença do Casal Regional, Maria Enide e José Buschinelli. Seguiu-se um churrasco, com a confraternização de todos os presentes. Encerrando o programa do dia, os casais foram brindados com um agradável "show", desempenhado por um grupo de filhas de equipistas. E ao final, o Tata fez uma surpresa a todos: apresentou uma equipe em formação, integrada por casais jovens, os quais - as esposas com seus filhinhos nos braços - declamaram em tom de "jogral", temas do Movimento, como por exemplo o dever de sentar-se. Foi realmente um detalhe à parte, simples e belo, que coroou o dia de recolhimento do Setor de Jaú. TAUBAT~
- Tema de Encontro:
a Criança
Em outubro o Setor promoveu um Encontro de todas as equipes, cuja tema central foi a criança, justamente pelo fato de o mês de outubro ser a ela dedicado.
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Oração de abertura, texto de meditação e oração litúrgica nos grupos versaram sobre a criança. O assunto da coparticipação: "Contem-nos alguma coisa de como é em seu lar o relacionamento PAIS e FILHOS". Para os debates, duas perguntas: a participação nas Equipes atrapalha a educação dos filhos? E o que poderemos fazer para construir um mundo próprio para menores, sendo que no de hoje a criança está em perigo (agressividade e violência, lares desorganizados, supervalorização do sexo, desproteção etc? O Encontro encerrou-se com sugestões ao Setor e a oração do Magnificat. Uma equipe apóstola
Completou dez anos de existência a Equipe n. 0 2 e, por ocasião deste aniversário, o Boletim do Setor faz o histórico da equipe, do qual extraímos o seguinte trecho: "No campo do apostolado, trabalharam junto à · implantação das equipes 3, 5, 7, 9, 11 e 12 de Taubaté, uma em Pindamonhangaba e uma em Ubatuba. Atuaram e atuam ainda em cursos de noivos, palestras para jovens, cursos de batismo. Este ano, toda a Equipe voltou-se para um apostolado conjunto, realizando um trabalho educativo e de orientação religiosa no bairro da zona rural de Carapeba, incentivada e apoiada pelo Pe. Assistente que, preocupado com os problemas sentidos naquela região, levou os casais desta equipe a este apostolado". Comenta o Boletim, que a melhor forma de agradecimento ainda é dividir com os outros o que recebemos. GUANABARA -
"Inter-Equipes" carioca
No dia 17 de novembro, realizou-se na Guanabara mais uma "Inter-Equipes", congregando os Setores A e B do Rio, e mais as Equipes de Niterói, representadas por dois casais, uma vez que as quatro equipes de lá teriam sua própria Reunião mista dentro de dois dias. Os grupos foram formados com dez a doze casais, com a preocupação de serem bem heterogêneos. Este trabalho todo foi confiado às Equipes 14, do Setor B e 16, do Setor A. O tema escolhido era "O Sermão da Montanha", São Matheus, Cap. 5 Vers. 1-12, e uma pergunta a ser respondida: "Qual o sentido de pobreza, pureza e mansidão e quais as implicações práticas para a nossa vida de cristãos?" Segundo os comentários, foi grande o proveito espiritual.
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BRASíLIA
Apesar de ser recente o lançamento do Movimento na Capital Federal, datando de 15 de outubro, já é grande o entusiasmo dos 16 casais que integram as equipes n. 0 1 e n. 0 2. E desse fato tivemos a comprovação quando lemos o n. 0 1 do Boletim Equibras, o qual noticiou não só os trabalhos preparatórios e o lançamento das equipes, como também os primeiros encontros fora das reuniões, como por exemplo a comemoração da Festa da Sagrada Família, a qual reuniu casais com seus filhos na Escola Normal Nossa Senhora de Fátima. NOVOS
RESPONSÁVEIS
REGIAO SUL- Nova Coordenação
Foi formada a Coordenação de Blumenau, cujo Casal Responsável é Sônia e Mauro Luís Kreiblich. Novos Casais Responsáveis
Helma e Luís Pauletti são o novo Casal Responsável do Setor de Porto Alegre, substituindo Denise e Fernando Gay da Fonseca. Em Caxias do Sul, Lea e Milton Rossarola passaram a responsabilidade do Setor para Solange e Hélio Comandulli. JAO
"Aposentaram-se" Heleninha e Décio, deixando o Setor aos cuidados de Lourdes e Ari Ferreira Dias. REGIÃO GUANABARA
A Região tem novo Casal Responsável, Maria Lúcia e Plínio Marques, que substituem Lola e Ewaldo Brandão. No Setor B, Lúcia e José Carlos Duprat passaram a responsabilidade para Maria Alice e Adelson Vilela Costa. REGIÃO SAO PAULO O
Marisa e Gustavo Fleury, de Jundiaí, substituem Ivone e Athnylo, de Itu, à testa da Região que, reformulada, compreende o Setor de Ribeirão Preto e a Coordenação de Casa Branca, que, por sua vez, abrange as equipes de São José do Rio Pardo, Casa Branca, Poços de Caldas e Aguaí. Os Setores de Itu e Americana passaram a integrar a Região SÃO PAULO C. -27-
DEUS CHAMOU A SI
Walter Arantes de Carvalho Aranha, da Equipe 1 de Guaratinguetá, no dia 11 de novembro. A Carta de dezembro já estava no prelo quando recebemos a notícia. A Missa de corpo presente foi celebrada com Ruth ainda no hospital, pois ela ficou muito machucada no desastre que matou Walter. A homilia, pelo Assistente da Equipe, a todos emocionou e muito confortou. Jos é Contadot Netto, o Zinho, membro da Equipe n. 0 5, Nossa Senhora da Consolação, de Jaú, no dia 22 de janeiro, após pertinaz doença. Rezemos pela paz da sua alma, e para que Deus dê conforto a Clarisse e seus quatro filhos. Carlos Pedreira Duprat, autor do artigo "Uma família cat,ólica no tempo do Império" - biografia da Irmã Zélia, publicada na Carta Mensal de setembro de 1972. O extinto, pai de um equipista da Guanabara e tio de dois equipistas de São Paulo, era sobrinho da Irmã Zélia e foi, à sua semelhança, um exemplo de piedade cristã. Possuía uma fé maravilhosa que impressionava a quantos tiveram a felicidade de conhecê-lo, tanto mais quanto há uns vinte anos estava entrevado sofrendo fisicamente, e no entanto apresentando sempre uma fisionomia irradiando paz e bondade. Que a sua conformidade com o sofrimento, que serviu para engrandecer cada vez mais sua fé em Deus, seja um exemplo para todos nós equipistas.
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NOTICIAS
INTERNACIONAIS
Pe. Tandonne.t na Equipe Responsável
Será acolhida com alegria por todos os que o conheceram por ocasião de sua vinda ao Brasil, com Françoise e J acques Laplume em 1969, a notícia de que o Pe. Roger Tandonnet, s.j., pertence agora à Equipe Responsável Internacional, na qualidade de Conselheiro espiritual. É particularmente grata para nós essa nomeação pois, quando aqui esteve, o Pe. Tandonnet teve a oportunidade de ficar conhecendo de perto a nossa mentalidade e os nossos problemas. Assistente de equipe há 14 anos e Conselheiro Espiritual de Setor há 9, o Pe. Tandonnet tem realizado, a pedido da Equipe Responsável, viagens a diversos países e participado de vários Encontros internacionais - pois, além do seu profundo conhecimento do Movimento, possui excepcional facilidade para línguas. As orações das equipes do Brasil o acompanham, prezado Pe. Tandonnet, em suas novas responsabilidades. Novas Equipes
Bélgica: 2; França: 10; Estados Unidos: 7. Novos Setores
Há na Espanha cinco novos Setores: Madri G, Sevilha C, Vitoria.
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Granada, Malaga B,
RETIROS
Enquanto aguardamos comunicação das datas dos Retiros deste ano (*) , queremos participar aos equipistas, principalmente aos dos Estados do Rio e da Guanabara e aos do Vale do Paraíba, a existência de uma nova casa de Retiros, em Mendes, perto de Vassouras, no Estado do Rio. Essa casa, pertencente a uma obra especializada em retiros, os "Foyers de Chretienté", além das acomodações habituais em local aprazível, fornece o pregador e realiza retiros de duração variada - de 2 a 6 dias - exclusivamente em absoluto silêncio. As instalações por enquanto não comportam mais de 18 pessoas, mas há vários chalés que serão equipados em futuro próximo. Não há possibilidade de se levar crianças. Sendo que os retiros programados são normalmente abertos a todos, casados e solteiros, leigos e religiosos, querendo se organizar um retiro de casais é preciso combinar com antecedência para que fiquem reservadas as datas. A taxa é de Cr$ 25,00 por dia. Mais inform ações: No Rio : 245-1271 ou 225-2929 em São Paulo: 282-0632 ou diretamente em Mendes: 65-2288 Endereço: FOYER DE CHRETIENTÉ "Nossa Senhora da Guarda" Caixa Postal n.0 5 -
26.700 -
MENDES, RJ.
Lembrete: Quem não for adepto do mais total e absoluto silêncio, abstenha-se. Os outros: corram a inscrever-se ... (*)
Para a Região São Paulo -
Capital só haverá no 2Q semestre.
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As datas:
2 a
7 de marรงo (carnaval)
18 a 22 de abril (Semana Santa) 27 de abril a 1.0 de maio
1. 0 a 3 de junho 20 a 24 de junho (Corpo de Deus) 23 a 29 de julho 16 a 19 de agosto 6 a
9 de setembro (Semana da Pรกtria)
28 a 30 de setembro 19 a 21 de outubro
1. 0 a 7 a
4 de novembro (Finados) 9 de dezembro
17 a 23 de dezembro
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ORAÇÃO
PARA A PRóXIMA
REUNIÃO
TEXTO DE MEDITAÇAO
Impor-nos alguns sacrifícios é re.lativamente fácil. Difícil é mudarmos de vida, sair do nosso egoísmo. No entanto, interessa a Deus exatamente este tipo de penitência, uma penitência positiva, que beneficie os nossos irmãos. É o que nos diz, pela boca do profeta !saias (58, 9-11):
"Se expulsares de tua casa toda opressão, os gestos malévolos e as más conversações, se deres o teu pão ao faminto, se al imentares os pobres, tua luz levantar-se-á na escuridão, e tua noite resplandecerá como o dia pleno; o Senhor te guiará constantemente, alimentar-te-á no árido deserto, renovará teu vigor. Serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte de águas inesgotáveis. Reerguerás as ruínas antigas, reedificarás sobre os alicerces seculares; chamar-te-ão o reparador de brechas, o restaurador das moradias em ruínas."
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ORAÇAO LIT ú RGICA
Conduzi-nos por vossos caminhos, Senhor. Senhor Deus, ami go dos homens, nós nos tornamos pecadores em Adão , nosso pai , mas vós nos reerguestes em Jesus, o Homem novo : - tornai-nos conformes à sua imagem. Ensinai-nos a reconhecer vosso Filho em nossos irmãos : - ensinai-nos a levar a alegria aos infelizes. Concedei que realizemos o que é bom e reto - e que vos procuremos, de todo coração, em nossas ações. Perdoai as nossas faltas contra a unidade de vossa família : - dai que tenhamos um só coração e uma só alma.
OREMOS
Senhor, que vosso amor de cada instante purifique a vossa Igreja e a proteja; fazei que vossa graça a governe sempre, porque sem vós ela não pode viver em segurança. Por nosso Senhor Jesus Cristo .. .
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