Agosto
EDITORIAL -
A Deus .. . . . . . . . . . . . . . . .. ..
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Ele morreu? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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O Amor Verdadeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Reflexões sobre o Sacramento da Penitência
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A responsabilidade do pai . . . . . . . . . . . . . . . . .
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"Vale como ... " ou Legalismo . . . . . . . . . . . . .
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O dia do padre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Retiro é isso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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"Só agora, muito tarde" . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Duas semanas com as Equipes da América do Norte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Você já leu a "Cruz e o Punhal"? . . . . . . . .
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Retiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . .
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EDITORIAL
Por ocasião do Encontro dos Responsáveis de Setor, em Paris, a 24 e 25 de março, Pe. Caffarel comunicou a sua decisão de deixar, em junho, a responsabilidade do Movimento. As palavras que então pronunciou, traçando um balanço de 35 anos passados a serviço do Movimento. ele as condensou no editorial a seguir. Trata-se de um documento que merece ser lido com a máxima atenção, com a veneração de filhos a seu pai espiritual que se despede, marcando com eles um novo encontro.
A DEUS Para uma nova tomada de consciência da nossa vocação e da nossa missão, para melhor discernir onde devemos chegar e qual o caminho a seguir, é por vezes muito elucidativo considerar de onde viemos e quais as etapas já percorridas. Vista assim à distância, a maneira como Deus conduziu as coisas aparece-nos rica de sentido e revela sua maravilhosa solicitude. O que é verdade para uma pessoa também é válido para um Movimento. É para uma pesquisa desta natureza que, em poucas palavras, eu quisera vos convidar, por meio deste editorial. O período de 1937 a 1940, embora bastante curto, foi decisivo. Uma geração de jovens casais sentia-se irresistivelmente levada a interrogar o Senhor sobre as riquezas cristãs do amor e do casamento. Tinham a intuição que descobertas admiráveis iriam ser feitas. Dois amores incutiam neles força, alegria, razão de viver: o amor, de Cristo e o seu amor conjugal. Aspiravam a dar uma resposta sem reservas aos apelos de um e de outro - embora sabendo que o segundo só pode encontrar o seu sentido e o seu dinamismo no primeiro. De 1940 a 1945, foi-se elaborando o que desde então se denominou a espiritualidade conjugal e familiar. O entusiasmo era grande em desbravar os territórios quase inexplorados da espiritualidade cristã e viver em equipe estas descobertas, à luz dos Estatutos que tínhamos elaborado. As difíceis condições de vida: -1
guerra, ocupação, pobreza, obrigavam a não nos contentarmos com belas idéias, mas a aplicá-las em nossa vida, a vivê-las. A partir de 1945, a multiplicação dos grupos na França e além de suas fronteiras levou o Movimento a tomar consciência de que tinha uma responsabilidade de Igreja: o que descobríamos e o que vivíamos teria de ser partilhado com todos os casais cristãos que aspiravam a viver o seu casamento em plenitude. A revista "L'anneau d'Or", fundada nesse ano de 1945, foi o mensageiro dessa difusão . Era grande a nossa esperança de que a renovação dos lares cristãos contribuísse para uma nova juventude da Igreja . O anúncio de um Concílio nos pareceu a ocasião providencial para oferecer a nossa contribuição de casais à renovação da Igreja, desejada por João XXIII. Centenas de cristãos casados responderam com entusiasmo ao nosso inquérito: "Que esperam os casais da Igreja, que esperam eles oferecer à Igreja?" O resultado desse inquérito foi objeto de um número e~pecial de "L'Anneau d'Or" - "Mariage et Concile", em 1962. Enviado aos Padres do Concílio, foi para muitos deles uma verdadeira revelação. As grandes esperanças suscitadas pelo Concílio repercutiram profundamente em nosso Movimento. Acreditava-se que a renovação da Igreja, em todos os setores, iria surgir como a primavera canadense que, em poucos dias, realiza a transição do inverno para o verão. Era ingenuidade. Sobreveio a crL>e, agravada de ano para ano. Não somente o abalar de instituições que tinham séria necessidade de transformação, mas uma crise de fé e dos costumes no seio da Igreja. Nossas equipes, sacudidas pelos fortes ventos das discussões, só foram abaladas momentaneamente. Solidamente enraizados na realidade, seus casais têm maior facilidade em discernir entre as idéias fecundas e a utopia. Nisso eles são cruelmente ajudados por acontecimentos familiares totalmente inesperados, quer em seus próprios lares, quer nos de famílias amigas. Entre eles foram numerosos os que, tendo haurido na espiritualidade conjugal e familiar, a luz, a força, a alegria ao longo dos anos, viram muitas vezes os seus filhos adolescentes abandonar a fé cristã, ou deixar o lar para viver maritalmente, sem cogitar em casamento. Não há necessariamente ruptura violenta: as boas relações com os pais são por vezes mantidas. Os jovens declaram simplesmente não verem o que a fé ou o casamento "poderiam lhes trazer a mais". Provocação amarga para os pais que não tinham ambição mais cara do que transmitir a seus filhos o que é a sua própria razão de viver. Eu sei o quanto sois terrivelmente sacudidos pela crise da Igreja e sua repercussão na família. Eu sei que descobris com
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maior urgência as responsabilidades que cabem ao Movimento dentro da Igreja. Não tenho mais dúvida de que as Equipes entram numa fase nova de sua história. É para vos ajudar a descobrir os caminhos do futuro que acabo de vos apresentar este breve retrospecto. O ponto de inflexão foi iniciado pela nossa grande peregrinação a Roma em 1970. Repito, iniciado. Um grande esforço de oração, de reflexão e de transformação deve ser empreendido tom vontade férrea de descobrir a vontade de Deus sobre o Movimento e a sua missão, na fidelidade à graça das origens e a inteligência das necessidades do tempo. Não quis afastar-me de minhas funções de conselheiro espiIitual do Movimento antes que fosse iniciada a mutação necessária. Mas, para que ela se realize plenamente, dez a quinze anos serão necessários. . Ora, aos setenta anos, não é possível pretender levar a bom termo tal empreendimento. É por isso que um padre a quem dedico grande estima e confiança, o Pe. Roger Tandonnet, conhecido e amado por muitos de vós, vai doravante assumir na Equipe Responsável a tarefa de conselheiro espiritual. Afastar-me de meu cargo, porém- será preciso dizê-lo- não é abandonar o Movimento. Ele está ancorado no meu coração. Os pais não abandonam o filho que funda um lar; não se sentem menos responsáveis pelo destino espiritual daquele que lançaram na perigosa aventura da vida humana. Mas compreendem que doravante devem ajudá-lo à maneira de Moisés em oração no alto da montanha, os braços levantados para Deus, enquanto os israelitas se empenham na planície em rude combate. Mais do que nunca eu penso na importância insubstituível da oração e é desse modo que quero não só ajudar-vos, mas permanecer presente junto a vós. Todo o meu tempo, no decorrer dos anos que me restam de vida, na medida em que isto depender de mim, será consagrado a rezar e ajudar os outros a rezar: os "Cahiers sur l'Oraison"; o curso de meditação por correspondência; a direção da Casa de Oração de Troussures e a animação das Semanas de Oração que ali se realizam; o novo boletim, "La Chambre Haute", que pensei dever fundar para dar apoio aos grupos de oração que nascem por toda a parte; incentivo a esta grande corrente de renovação que, surgida na América, acaba de ganhar a Europa. Alguns dentre vós disseram-me: deixai-nos um testamento espiritual. Será isso necessário? Um discípulo de Cristo nada melhor pode fazer do que repetir os últimos conselhos de seu mestre: "O que vos mando é que vos ameis uns aos outros" (Jo. 15, 17).
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Acrescentarei entretanto: rezem por mim. Ao vos deixar, tenho aguda consciência de tudo o que não fiz e não fui. Meu amor por vós não soube ser bastante forte. Não vos incitei com suficiente vigor a seguir o Cristo ao longo do caminho do amor incondicional . A oração me levou a compreender um pouco melhor a exigência desse amor pelo Cristo, amor eterno e intransigente, amor ciumento . Não se trata tanto de "performances" a atingir, mas sim de fé no Cristo, absoluta. Quisera poder apertar a mão de cada um de vós, os meus olhos nos vossos olhos . A Deus! HENRI
CAFFAREL
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VIDA INTERIOR, ALMA DE TODO APOSTOLADO
Vós sentis o dever e o empenho de ser, na sociedade, luz que brilha alta sobre o candieiro, sal que dá o sabor e preserva da corrupção. Para uma tarefa de tanta responsabilidade e amplidão precisa-se antes de mais nada de uma profunda vida espiritual. .. Não há êxito, nem sequer possibilidade al· guma de ação eficaz, se faltar a dimensão sobrenatural. Isso é, a vida fundamentada sobre as virtudes teologais, enxertada sacramentalmente em Cristo e nele e por ele inserida no circulo vital da Santíssima Trindade que tomou posse de nós e nos faz testemunhas no mundo. A tVida interior é e deve permanecer ainda hoje em dia a alma de todo apostolado . . Frente às cresr.entes necessidades do mundo contemporâneo, às contradições e às aspirações do homem moderno, torna-se necessário hoje, mais do que nunca, um !aicato consciente das próprias responsabiUdades e provido dos dotes que lhe permitam prestar à Igreja a colaboração apostólica de que necessita. PAULO VI
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ELE MORREU?
Ele morreu há algumas semanas. Morreu como viveu: tranquilo, sereno, simples, modesto; nem parecia dar-se conta da poderosa influência que exerceu em tantos setores da cultura ocidental nos últimos 50 anos . Mas, sobretudo, morreu como viveu: perto de Cristo, tendo escolhido para isso, depois que Deus lhe retirou aquela que era o próprio complemento de sua personali-
dade, uma casa marcada pelo fato de mergulhar suas raízes em Cristo. Qual, na verdade, forma de mais intimamente ligar-se a Ele do que o martírio? E a casa de Toulouse a que se recolheu continua exatamente o espírito daquele que deu a vida por sua
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idéia e seu ideal apostólico: quando um beduíno estourou, com um tiro a queima-roupa, a cabeça de Charles de Foucauld, estava sem o saber, jogando na balança espiritual de toda a humanidade, através da comunhão dos santos, todo o peso daquele que um dia, longe da Africa, na igreja de St. Augustin, em Paris, entregara-se ao Amor Eterno. Morreu a pessoa de que falo, depois de mais de 90 anos de fecunda existência, marcada por diversos amores. O primeiro foi o amor à Verdade: durante anos buscou-A, não de um modo leviano, mas de maneira intensa, profundamente vivida, realmente existencial. Na dúvida de conseguir alcançá-la, chegou a pensar em destruir-se. Mas, por fim, encontrou a Verdade única, absoluta, permanente; n'Ela mergulhou e d'Ela jamais se separou. Desde que, pela mão de Léon Bloy, encontrou-se com Cristo, terminou a busca: à angústia, precursora do suicídio, seguiram-se a tranqüilidade e o encontro consigo mesmo. Seu segundo amor foi à Justiça, lutou por ela, por ela sofreu agudamente, buscando construir a Cidade ideal, onde, com base na filosofia política de pura inspiração tomista, fosse possível chegar-se a uma estrutura realmente democrática; nesta, os homens respeitar-se-iam e cada um lembrar-se-ia de que, na pessoa do outro, existe a marca de um "humanismo integral". O terceiro amor de Jacques Maritain- alguém não percebeu ainda que é dele que falo? - foi, talvez, o que lhe tenha condicionado os passos decisivos da vida. Seu terceiro amor foi sua esposa, a querida Raissa. Encontraram-se na juventude, ele de origem protestante, ela de origem judia, mergulhados naquela época das obras de caráter puramente racionalista, característica da universidade do começo deste século. Uniram-se para não mais se separarem; ao contrário, uniram-se cada vez mais. Alguém levou-os um dia a uma pequena casa, naquele recanto privilegiado de Paris, em Montmartre, ao lado da igrejinha de Saint Pierre, onde morava Léon Bloy. O encontro foi decisivo, porque por trás daquele gigante agitado, de cabeleira leonina, foi-lhes possível encontrar Cristo. Pouco tempo depois, marcaram sobrenaturalmente esse encontro: receberam o batismo, tendo Jacques e Vera, irmã de Raissa, como padrinhos Léon Bloy e sua filha, a Raissa, o próprio Bloy a sua esposa. Juntos seguiram vida a fora: primeiros tempos em Heidelberg e no Instituto Católico, até o período áureo de Meudon. Nesta casa reuniam periodicamente os maiores nomes da cultura da época, sobre os quais influíram profundamente; e eram personalidades ligadas às mais diferentes áreas da criação humana
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- Garrigou-Lagrange na filosofia e teologia, Rouault na pintura, Termier na ciência geológica, entre muitos outros. Depois, a América: primeiro o Canadá e a seguir os Estados Unidos; Toronto, Princeton, Columbia. Sempre juntos . A guerra, a França ocupada, a perseguição aos judeus, todas eram mágoas que sofreram juntos. Mais do que estas, a mágoa de, por amor à Verdade e à Justiça, ser criticado e acusado de afastar-se da doutrina social ortodoxa da Igreja. 1945. Terminada a guerra, duas vitórias: a 1edenção da França e a indicação para a embaixada junto à Santa Sé; em Roma, recebeu-os - sempre juntos - Pio XII, com discurso carinhoso e definidor da posição perfeitamente católica de Maritain. Juntos permaneceram ao longo dos anos. A última obra z·ealmente importante - "Filosofia Moral" - traz duas marcas, na primeira e na última página. Na primeira, a dedicatória: "à minha cheia de luz e bem amada Raissa". . . Na última página, a grande ironia da vida: a data que ali assinala a publicação do livro, em sua edição original, marca exatamente a data da morte de Raissa. Tristeza, solidão, vazio. Decisão de isolar-se, para ficar ainda mais perto do Amor que lhe restava: Cristo. Em Toulouse, a casa dos Irmãozinhos de Charles de Foucauld recebeu-o. Dalí saiu apenas uma vez, para ir de novo a Roma, a convite de Paulo VI, para receber e transmitir aos intelectuais de todo o mundo a mensagem final do acontecimento mais marcante da história da Igreja no último meio século, o Concílio Vaticano II. Menti no começo. Disse que Maritain morreu. Mentira. Quem viveu como ele não poderá morrer. Tal como não morrerá o exemplo de amor conjugal, mergulhado nos abismos do Amor de Deus, que viveram Raissa e Jacques.
Ernesto Lima Gonçalves
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O AMOR VERDADEIRO
O que segue é uma resposta ao tema de estudos, recebida por intermédio do Responsável do Setor de Petrópolis. Mostra-nos com quanta seriedade pode ser feita tal resposta.
Não há, no mundo moderno, palavra mais usada e controvertida que a palavra "amor". Para o cristão, a essência de sua vida está em descobrir o verdadeiro significado desta palavra e pô-la em prática. O trecho do Evangelho, Mt 7, 12-28, como o trecho da Populorum Progressio n. 0 s 6, 9 e 10, que nos foi dado a refletir, nos levou a considerar o que é o verdadeiro amor, a Boa Nova de Cristo para os homens, fonte que é da felicidade humana, essência do próprio Deus. Não devemos repisar os erros do passado mas não podemos esquecer os condicionamentos que marcam até hoje a nossa vida, fruto de uma mentalidade existente na época de nossa formação. Cristo, se falou em pecado, foi para confrontá-lo com o lado positivo do homem que é oposto ao pecado: O Amor. Os cristãos, na evolução do cristianismo, fixaram-se no pecado, tornando-se legalistas. Não pecar era obedecer a lei. Tornamo-nos fariseus, fazendo exatamente aquilo que Cristo mais combateu . Pela lei, esquecemos o amor, esquecemos de procurar "antes de tudo o reino dos céus e sua justiça". Justiça, palavra tão esquecida pelos homens, imersos no egoísmo e orgulho. E o que é "o reino dos céus e sua justiça" senão a vitória do amor sobre o egoísmo e o orgulho? Como nos diz S. Paulo (Cor. 13, 1-13): "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade (Amor) sou apenas um bronze que soa e um címbalo que tange" - e termina afirmando que a maior de todas as virtudes é a caridade. Disto muitas vezes nos esquecemos pela preocupação em cumprir a lei. E é justamente "o amor que cobre a multidão dos pecados".
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A Equipe, como escola de perfeição cristã ("Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito"), nos propõe meios de atingirmos este ideal. Para amar temos sobretudo que ser humildes. Por este motivo, Cristo, sendo Deus, se fez pobre, pequenino. A sua vida foi marcada pela humildade. E a nossa vida? Estamos bem longe de alcançar esta humildade. Humildade é antes de tudo reconhecer que não somos maiores nem melhores que os outros e que os bens de que dispomos nos foram dados, não para o nosso exclusivo prazer ou satisfação, mas para serem colocados também a Serviço de nosso próximo. Bens significa tudo, o material, o intelectual, o espiritual. Os bens são o conjunto de que dispomos e toda vez que os guardamos só para nós, levados pelo egoísmo que vive em nós, praticamos o pecado. Ser cristão é portanto praticar o Amor Verdadeiro, amor que Cristo nos ensinou. Não é meditar, ler o Evangelho, rezar e ficar feliz porque estamos vivendo em íntima união com Deus. É fazer tudo isto para adquirir os meios de vencer os nossos defeitos e por em prática, em todos os momentos de nossa vida, este Amor tão falado, tão discutido e tão esquecido. Mais vale às vezes nos atrasarmos um ou dois minutos para a M:ssa, para darmos atenção, uma palavra amiga, um sorriso a uma pessoa necessitada. Em certas ocasiões, mais vale gastar o nosso tempo dentro de casa, com nossos filhos, parentes e empregados, do que sairmos em busca de um trabalho, que evidentemente precisa de nós mas que só poderemos realizá-lo bem, se estivermos despertados para nossas obrigações com nosso próximo mais próximo. Não há momento oportuno para ser cristão. Todos os momentos de nossa vida são momentos em que devemos impregnar nossa atitude de um amor que não vem de nós, que não é abafado pelo nosso orgulho, nem pelo nosso egoísmo, mas de um amor que vem deste Cristo exigente que numa só palavrinha resumiu nossa vida cristã mas que é tão dura de ser vivida. As obrigações da equipe, livremente assumidas, não serão esquecidas pelo orgulho e egoísmo que existe em nós? Não será por falta de humildade que deixamos de lado estas pequeninas regras que bem poderiam se transformar numa excelente ascese, educando nossa vontade, fazendo-nos humildes ao aceitá-las e pô-las em prática? O amor é antes de tudo um ato de vontade. A nossa natureza humana, deixada a seu capricho, não nos leva sozinha a ~encer o egoísmo. 1t preciso treinar a vontade que nos fez ter
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forças para, em cada momento, escolher não o que é melhor e mais fácil para nós, mas sim o que é melhor para os outros. Pode não ser agradável ter que repetir todo dia a mesma oração. As vezes nem nos detemos para descobrir melhor seu sentido. Nem nos lembramos que inúmeros casais, por este mundo afora, repetem as mesmas palavras de profundo louvor e agradecimento a Deus e que neste momento nos unimos a eles. Nem sequer pensamos o quanto isto é importante. Gostaríamos de ter um momento em família que fosse de verdadeira e íntima união com Deus. Se não podemos fazer, por motivos vários, deste momento aquilo que desejamos, então preferimos não rezar nada. Incorrer neste erro, no fundo, é orgulho, é vaidade. Deus aceita tudo o que fizermos com humildade. Pode ser pouco, mas se no momento é o melhor que temos, nós lhe ma união com Deus. Se não podemos fazer, por motivos vátivos que nos levam a não cumprí-las, veremos que está faltando Amor. A equipe espera e precisa deste amor. Não adianta, por outro lado, cumprirmos tudo direitinho, se não cumprirmos cada obrigação com este amor que deve ser a essência de tudo em nossa vida. "Senhor, eu te dei muito pouco mas este pouquinho estava impregnado de amor"! E cada pequena obrigação, por mais humilde e apagada, é um ato de vontade de amar. Conhecemos os Estatutos, mas julgamos que nunca é demais relê-los e refletir pessoalmente sobre eles. A Equipe valeu - e como! -em nossa vida. Nós estamos muito longe de amar como o Cristo pede. Mas queremos fazê-lo. Desejamos poder dizer um dia que o nosso egoísmo e orgulho diminuíram ou até quase sumiram. Antes de tudo é preciso reconhecer que ele existe. Falta, portanto, muito para que possamos dizer que amamos verdadeiramente. Mas já tivemos prova em nossa vida de que a nossa casa foi edificada sobre a rocha. Sopravam ventos e veio muita tempestade e ela, ao invés de cair, tornou-se mais sólida. Isto porque o amor, talvez ainda raquítico e cheio de imperfeições, nós entregamos a Deus. E Deus, deste pequeno "nada", fez maravilhas. Tínhamos tão pouco a oferecer, mas oferecemos de coração. "E Ele nos fez grandes coisas, Aquele que é poderoso, e Santo é o seu Nome". E que Ele nos ajude a continuar a nossa caminhada!
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REFLEXOES SOBRE O SACRAMENTO DA PENIT~NCIA
O desapreço por que passa atualmente o sacramento da penitência tem muitas e diferentes causas. Procuremos abordar o assunto do ponto de vista psicológico. O sacramento em questão se nos apresenta como um fator de repressão: a palavra "penitência" não se assemelha àquelas de "castigo" e de "punição"? E a sua utilidade parece ser a de extirpar os pecados. Tudo isto é negativo, e não pode ser muito atraente. Além do mais, esta purificação dos pecados parece que deve ser feita em pormenores, uma vez que devemos acusar cada pecado ou pelo menos cada pecado grave. Ora, todo cristão que se preza sabe bem que os atos, bons ou maus, que pratica, têm bem menos importância do que aquilo que ele é em profundidade. Tem-se, pois, a tentação de relacionar a prática da confissão com uma limpeza bastante aborrecida ou uma regulamentação um pouco humilhante. A participação na Eucaristia, a oração, o amor ao próximo, acaso não seriam mais positivos e eficazes para nos purificar, de maneira global e profunda? Na realidade, a palavra "penitência" nada tem a ver com "punição" ou "castigo". Ela deriva de uma palavra que lembra uma mudança de atitude, como "metanoia", que significa "mudança de espírito" no Novo Testamento e que se prefere hoje traduzir, adequadamente, por "conversão". Converter-se é afastar-se do mal, do pecado, para se voltar para Deus. É, pois, alguma coisa de eminentemente positivo. E é ao mesmo tempo alguma coisa de global. -11-
A expenencia de todos os convertidos constitui um testemunho: sua conversão não mudou somente um determinado setor de seu modo de ver e de se comportar; pela conversão, eles se tornaram totalmente "um outro homem"; foi toda a sua vida que mudou. Bem, quando vamos nos confessar, o que nós levamos não é uma coleção de pecados, somos nós todos inteiros. Naturalmente, convém acusar alguns pecados particulares; isso é necessário se se tratar de um pecado grave, que rompeu nossa amizade com Deus; esta acusação serve principalmente para dar como que padrões ou referências, aos quais a absolvição poderá se agarrar, se assim se pode dizer. Mas, igualmente, tanto a nossa contrição quanto a absolvição vão além desses sinais exteriores; elas englobam toda nossa pessoa, toda a nossa vida de pecadores penitentes. Certamente isso não constitui um motivo para se acusar qualquer coisa: a retidão e a lealdade da nossa acusação cooperam para a eficácia sacramental. Mas esta vai além das nossas acusações. Aliás, compreendemos isso tão bem que, ao terminar, pedimos perdão também pelos pecados que não acusamos e por aqueles da nossa vida passada, que estão incluídos no nosso arrependimento de tudo aquilo que ofendeu a Deus, e ficamos certos de que eles são perdoados com o resto. Nós bem sabemos que nossos pecados diários são de certa forma apagados pela oração- e em particular pelo Pai-Nosso-, por um ato de amor mais espontâneo, pelo ato penitenciai do início da missa, etc. Mas precisamos, a intervalos relativamente curtos e regulares, de uma revisão geral. O batismo nos mergulhou na morte de Cristo e nos deu a vida nova de filhos de Deus. Entretanto, a origem do pecado permanece em nós, e o nosso egoísmo, a nossa covardia, o ambiente de um mundo materialista nos fazem sempre desviar da nossa vocação de batizados, que é uma vocação de penitentes, isto é, de convertidos. O sacramento da penitência retifica o rumo e nos orienta de novo inteiramente para Deus: há uma função sacramental, que não pode ser substituída nem pela Eucaristia, nem pela oração. (da. Carta. Mensal Internacional)
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A RESPONSABILIDADE DO PAI Sei que não é muito elegante, mas, num ímpeto de exagerada sinceridade, exponho sem maiores cautelas duas fortes restrições ao "Dia do Papai". Primeira: a promoção está ligada demais, para meu gosto, ao que hoje se chama "a sociedade de consumo" e recebe daí motivação e conteúdo. Em outras palavras, está comercializada demais. Segunda: prefiro honestamente que "o homem não separe", mesmo para homenagear, "aqueles a quem Deus uniu". Ficaria mais contente de ver o pai e a mãe celebrados em um só dia, pois os filhos e o lar precisam deles juntos, e divididos perdem sua significação mais plena. Fora isso, não sou eu quem vai economizar aplausos a todos os papais do mundo neste dia que lhes pertence. Mesmo porque tenho, para aplaudir, dois excelentes motivos, compensando as duas reservas manifestadas no princípio. Primeiro, porque, por ser padre, sinto-me meio comemorado também por estar investido daquela misteriosa e dramática paternidade que fazia São Paulo gritar aos fiéis de suas igrejas: "Pedagogos, vocês têm dez mil! Pai têm um só, pois eu os gerei no Cristo Jesus". Segundo, porque dois terços de meu ministério sacerdotal foram consagrados à pastoral da família. Somos muitos esses padres que, abrindo mão, por causa do Reino, do direito de ter uma família e gerar filhos, tivemos a alegria de ver que graças a isto ajudamos muitos a realizar-se em suas famílias e salvamos os filhos de muitos. Neste dia se ouvirão em prosa e verso muitos louvores aos pais. Exaltações à dedicação e ao desprendimento, às reservas de carinho, à sensatez dos conselhos, ao amor sem limites de todos e de cada um dos pais. E se falará muito da falta que faz um pai quando morreu. Minha louvação é diferente. Queria somente pensar alto e por espírito sobre o que é, na verdade, ser pai. Faz muito tempo que foi modificado e posto nos arquivos certo ponto da biologia tradicional segundo o qual o elemento -13-
masculino era o único ativo na geração humana, e o elemento feminino meramente passivo, receptivo apenas. A moderna genética sabe e ensina que um novo ser humano é sempre produto da equilibrada fusão dos princípios masculino e feminino, ambos ativos em um delicado e complexo processo. Assim também no plano do espírito. A psicologia atual tem como uma de suas afirmações básicas que um casal se constrói não com a projeção dominadora e exclusiva de um homem mas com a união harmoniosa e integrativa de um homem e de uma mulher. Genética e psicologia, entretanto, reafirmam que o equilíbrio e a harmonia de um casal se realizam tanto mais plenamente quanto mais diferenciados em sua condição sexual se mostrarem o homem e a mulher, e quanto mais cada um ocupar seu lugar característico. A indiferenciação e a imprecisão nas funções longe de ser um ideal são aqui uma ameaça. Aqueles que, como educadores, conhecem a fundo almas de jovens, sabem que um mundo de problemas deles decorre visivelmente, ou da exagerada projeção de um dos cônjuges com o conseqüente eclipse do outro, ou da insuficiente distinção na maneira de ser, no papel e na atuação de cada um deles, ou de um entrosamento mal conduzido e mal sucedido dos dois. Tudo isso ganha importância se pensarmos que a assimilação adequada das duas figuras, a paterna e a materna, são um elemento essencial na reta elaboração da personalidade de cada homem. Aqui se revela importantíssimo definir bem a figura do pai. Será que cada jovem, que agora mesmo está para se casar, tem plena consciência dessa figura? A pergunta é importante porque, desde os primeiros dias de vida de um filho, é decisiva a presença bem definida do pai. Freqüentemente, espera-se do pai apenas que seja um provedor. Que, com seu trabalho, forneça todo o necessário para o sustento da família. E não é raro que o próprio pai, condicionado por uma persistente mentalidade, conceba sua missão junto à esposa e aos filhos restrita a esses limites de mero ganha-pão. Mas é infinitamente mais do que isso na função paterna. Como homem, com sua psicologia de homem, ele é chamado a dar à esposa, aos filhos, a toda a casa certo senso de segurança. Incutir segurança é uma das qualidades essenciais da família. Qualidade de alta relevância pois as crianças e os adolescentes necessitam dessa segurança para a criação de uma personalidade sadia. Neste sentido o papel do pai é predominante. Dele dependerá enormemente que o lar respire ou não um clima de segurança.
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Essa segurança o pai a transmite por palavras, conselhos, orientações. Mas deve transmiti-la sobretudo por sua simples presença. Por certas atitudes silenciosas mas convincentes: pela serenidade com que toma nas mãos problemas intrincados e, talvez com dificuldade mas sem vociferação nem inúteis lamúrias, decide da melhor maneira possível; pela capacidade de guardar o sangue frio quando a seu redor todos perdem a cabeça; pela tranqüila autoridade em torno de si em momentos nos quais a família corre o perigo de se esfacelar. Essa segurança ele a transmitirá sobretudo pelo amor viril e maduro, e no entanto terno, acolhedor e comunicativo no qual envolve a família; amor que o faz dialogar com todos, abrir-se com todos e ouvir a todos. Neste sentido, a grande virtude paterna será a da força. Força que nada tem a ver com agressividade, prepotência ou truculência, mas, bem ao contrário, é feita de magnanimidade, paciência, perseverança, capacidade de compreender e perdoar. Força que será, a rigor, a disponibilidade para dar a vida. Dá-la num gesto sobre-humano de martírio, se for o caso - e tantas vezes o é. Dá-la, de todo modo, no gota-a-gota do cotidiano, enfrentado e aceito com amor. Os outros membros da família quase sempre esperam que o pai ofereça um modelo dessa força, indispensável na vida de qualquer lar, e que ele a injete em cada um, discretamente, cada dia. Criador e sustentáculo de pessoas pelas quais se responsabiliza diante de Deus, o pai exerce, afinal, um certo sacerdócio. Sacerdócio que é uma espécie de liderança espiritual bastante expressiva e atraente para levar toda a família na presença de Deus. Sacerdócio que é também o dom de transmitir a Palavra de Deus e a Graça de Deus a todo o lar. Sacerdócio que é, enfim, a capacidade de fazer ponte entre a esposa, cada um dos filhos e toda a constelação familiar e Deus. Para este sacerdócio, todo pai de família deveria preparar-se com empenho e afinco para o aspecto mais relevante de sua missão. Pois depende dele, parece-me, que cada família seja aquilo que o Concílio chama uma "ecclesia doméstica" e se torne de fato um fermento no mundo. No Dia dos Pais, creio que não temos melhor maneira de dizer-lhes "parabéns", aos jovens pais no fervor dos 20 anos, e aos pais cansados e gastos depois de muitos anos de casados, do que desejar que correspondam a essa mensagem. E reza: para que o consigam. D. Lucas Moreira Neves
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Pai, você não tem nome. Você é João, é José, é Manoel. Você é mesmo um homem comum. Para os outros, porque para os seus filhos, você é alguém diferente. e aquele que não tem adjetivo. Que é verbo. Você é ação, é fazer alguma coisa, é sentir, é completar, é promover, é amar. O pai substantivo já não basta. Desde que o filho nasceu o homem muda de categoria. t promovido, receba missão, a cumpre e ainda paga. Não fossa você dotado de graças especiais, não poderia seguir, pelos anos afora, amando, sentindo, completamente, promovendo, estando presente. Mãe, você precisa do pai, partiram juntos e a caminhada é longa. Decidiram juntos e a tarefa é grande. Riram Juntos e a alegria é freqüente. Choraram juntos e a tristeza é freqüente. Ah! dias de Incerteza, de confusão, neste mundo novo cheio de ironias. A gente casa para ficar junto e é daf que tudo nos separa. As tarefas são divididas, cada um do seu lado. As psicologias são diferentes, cada um do seu jeilo. Os horários são apertados e, às vezes, desencontrados. Mas, mãe, você precisa do pai. Pai, você precisa da mãe. ·e dessa necessidade que surge o esforço para encontrar o caminho e seguirem juntos (para atenuar a luta), rindo juntos (para disfarçar as tristezas), pensando juntos (para julgar melhor os problemas e as pessoas). Mãe, sem o pai, você é metade. Pai, sem a mãe, você é metade. Nada é tão bom, nada é tão completo, nada é tão compensador, nem o sorriso de bebê, nem o diploma da escola, nem o gol do futebol. Pai, você é Importante! Ataliba de Lima Gonçalves Maria Aparecida
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"VALE COMO ... " OU LEGALISMO
Com este título, o Boletim do Setor de Campinas publicou várias considerações a respeito de perguntas que freqüentemente são feitas por casais ainda novos no Movimento. Dele aproveitamos a maior parte das idéias, pois merecem divulgação.
"Durante o ano todo nossa. equipe não pOde comparecer a. nenhum dos retiros programados pelo Setor... Por sorte, pudemos ir ao Dia. de Recolhimento de 8 de dezembro. Será que valeu como retiro?"
Claro que não. Um "dia de recolhimento" não é um "retiro". Mal comparando, seria o mesmo que perguntar se um lanche vale por um jantar ... Dizem vocês que "por sorte" puderam ir ao recolhimento no finzinho do ano. Devem realmente regozijar-se por isso, mas não darem-se por satisfeitos. Façam o impossível para, o mais cedo possível, participarem de um retiro. Não tanto porque, ao ingressarem na Equipe vocês assumiram o compromisso de cumprir também este meio de aperfeiçoamento - isto seria legalismo - mas porque o retiro periódico é uma coisa necessária para todo cristão. Mais uma observação. Vocês dizem que "nossa equipe" não pôde comparecer aos retiros. Vejam bem que o retiro não é para ser feito necessariamente em equipe, se bem que haja vantagem em que todos juntos se renovem e se retemperem espiritualmente. Mas, em regra, é difícil que todos os casais de uma equipe possam estar disponíveis numa mesma data. Freqüentemente mesmo, um ou outro casal, para poder ir ao retiro, precisa da colaboração de seus companheiros para zelarem pelas crianças e pela casa. -17-
"Neste ano tomamos parte, em São Paulo, ao Encontro dos Casais Responsáveis. Será que isto vale como retiro, supondo que não podemos comparecer a um e a outro, apesar de haver vários retiros programados?"
Um Encontro de Casais Responsáveis não é um Retiro. Como também não é um Retiro, um Dia de Estudos. Cada uma destas atividades tem uma finalidade própria e uma não substitui a outra. É perfeitamente possível, entretanto, que um Casal Responsável esteja realmente impossibilitado de dispor duas vezes durante o ano de dois ou três dias, em virtude da natureza de seus compromissos. Mas. . . ninguém é obrigado ao impossível. Somente o casal poderá então julgar da escolha a fazer e qual das duas atividades é para ele mais importante. Lembramos entretanto que o Casal Responsável pode ser substituído, no Encontro dos Responsáveis, por um outro casal de sua equipe, no caso de impedimento realmente válido, ao passo que ninguém poderá substituí-lo no Retiro.
Um Responsável de Equipe pergunta: "A missa durante a semana vale como meditação? E se, indo à missa, eu não tiver tempo para a meditação?"
Ainda a preocupação legalista. . . A missa é uma coisa, a meditação é outra. Na missa nós participamos de uma liturgia que revive o sacrifício do Calvário e revive a Sagrada Ceia, da qual tomamos parte. A meditação é um diálogo íntimo com o Senhor. Evidentemente, a missa assume uma importância intrinsecamente maior, mas nem por isso um vale pelo outro. Mas ... se não tivermos tempo para um e outro? Bem pesadas as razões que estão em jogo, temos neste caso, plena liberdade para resolver. Entretanto, vejamos bem ... Será que, no dia em que vamos à missa, não temos realmente tempo de dar dez minutos a Nosso Senhor que nos espera para uma conversa muito íntima? Será que nesse dia, em meio a nossas ocupações, não achamos tempo para atender a um amigo que nos procura? Será que não achamos tempo para ler o jornal - coisa certamente necessária ou para assistir na televisão à nossa novela predileta - coisa que pode ser também necessária para desanuviar a mente das muitas preocupações que possivelmente nos assaltam?
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"No mês passado, de volta do cinema, tivemos uma longa discussão a respeito do filme. Será que isto pode contar como um dever de sentar-se?"
Uma discussão sobre um filme não é um dever de sentar-se. Como também não é um dever de sentar-se, a "soma" das conversas normais que o casal tem no decorrer dos dias, sobre a vida do casal, dos filhos, do lar, dos negócios. Os diretores de uma empresa encontram-se também todos os dias e resolvem todos os dias os problemas que se vão apresentando. Mas, periodicamente, realizam uma reunião da diretoria, com a presença do presidente da empresa, para uma visão de conjunto, para uma previsão das atividades, para uma planificação. Vocês são também diretores de uma empresa não menos importante que é a família. E a responsabilidade que têm de bem conduzi-la, requer revisões e previsões periódicas que devem ser feitas na presença de Deus, confiando nele para orientar os trabalhos. Outros "vale como" poderiam ser acrescentados a estes. Mas os poucos exemplos apresentados esclarecem bem, parece-nos, que os vários meios de aperfeiçoamento não se substituem uns aos outros. Cada um tem a sua finalidade bem precisa e o seu conjunto tem por objetivo ajudar-nos a progredir. É este princípio que precisamos fixar. Os meios de aperfeiçoamento não foram "inventados" para dificultar a nossa vida, mas sim para nos ajudar no caminho por vezes árduo que nos leva para nosso destino definitivo. Exigem por vezes esforço, como toda e qualquer empresa. Tal esforço nada mais é do que a ascese a que nos vimos aplicando este ano: esforço para nos aproximarmos cada vez mais de Cristo e corresponder assim ao seu apelo. Esforço que é a procura de correspondência de nosso amor ao amor de Deus por nós.
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O DIA DO PADRE
No dia. 8 de agosto, celebra-se a. festa. de São João Via.nney, o Santo Cura d'Ars. Poderíamos, nesse dia, festejar os nossos amigos sacerdotes - seria como o "dia do Padre".
"O padre não precisa tanto de cumprimentos, homenagens ou prêmios, coisas que vêm estorvar-lhe a missão. Precisa, isto sim, que os cristãos, cujo encargo especial ele recebeu, amando cada vez mais seus irmãos, .lhe demonstrem que ele não deu a vida em vão. E como ele fica sendo sempre um homem, pode ser que ele precise vez por outra de um gesto delicado de amizade desinteressada ... num domingo de tarde quando ele está sozinho".
"Esta tarde, Senhor, estou sozinho. Na igreja, pouco a pouco, os rufdos se calaram, Foi-se embora toda a gente, E eu voltei para casa, Passo a passo, Sozinho.
Tenho 35 anos, Senhor, Um corpo feito como os outros corpos, Braços moços para o trabalho, Um coração reservado para o amor, Mas tudo isto te dei. !:: verdade que de tudo precisavas, Tudo te dei, mas é duro, Senhor.
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I: duro estar sozinho. Sozinho diante de todos. Sozinho diante do Mundo. Sozinho diante do sofrimento, do Pecado, da Morte.
• Não estás só, meu Filho, Estou contigo, Eu sou Tu. Eu precisava, na verdade de uma humanidade a mais para continuar Minha Encarnação e minha Redenção. Desde toda a eternidade, eu te escolhi. Eu preciso de ti. Preciso de tuas mãos para continuar a abençoar. Preciso de teus lábios para continuar a falar, Preciso de teu corpo para continuar a sofrer, Preciso de teu coração para continuar a salvar, Fica comigo, meu Filho.
• Senhor, eis-me aqui: Eis meu corpo, Eis meu coração, Eis minha alma, Faze-me bastante grande para atingir o Mundo. Bastante forte para carregá-lo, Bastante puro para abraçá-lo sem querer guardá-lo Faze que eu seja um ponto de encontro, sim, mas ponto de passagem. Caminho que não prende para si próprio, porque nele não há nada de humano a encontrar que não conduza a Ti". (Oração do Sacerdote, numa tarde de domingo. Michel Quoist, em "Poemas para rezar")
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VIDA DE EQUIPE
RETIRO É ISSO
(do Boletim de Caxias do Sul)
A definição de retiro quem a deu foi o próprio Espírito Santo: "Conduzi-lo-ei para a solidão e falarei ao seu coração". Solidão é afastamento, portanto, interrupção das ocupações ordinárias que enfebram e desarticulam a atividade interior. Solidão é silêncio, é calma; é bálsamo; numa palavra: é paz, envolvendo o corpo e penetrando a alma. Condições, todas estas, que permitem ao ser humano recobrar a posse de si mesmo, tornando-o, assim, apto a recuperar-se, a examinar-se, a conhecer-se, a refazer-se, a reencontrar-se. Falar ao coração é tarefa divina. Ele não mora no fundo de nossos corações? Deus fala e age no íntimo de cada ser, bem no fundo de cada alma, segredando as suas verdades. E quem o ouve senão aquele que o escuta? Quem o escuta senão aquele que lhe dá ouvidos? E para lhe dar ouvidos é preciso se envolver em silêncio por fora e por dentro. Retiro é silêncio, é escutar, é reabastecer-se, é responder &os apelos do Pai. Retiro é afastamento do ambiente habitual, é rompimento com a vida quotidiana, com as preocupações profissionais, familiares, a fim de consagrar só a Deus um certo tempo. O retiro do casal é fonte de unidade, de aprofundamento em comum. É ocasião para um dever de sentar-se privilegiado:
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é bom que os esposos descubram juntos sua verdadeira vocação.
uma oportunidade para o casal de encontrar-se com maior tranquilidade, de voltar a encontrar-se diante do Senhor. "Retiro É: encontro face a face com Deus". É pois, antes de mais nada, tempo de silêncio. Há quem se perturbe em suas meditações ou em suas orações se houver alguém falando ou outros barulhos. O que importa não é tanto ouvir preleções ou trocar reflexões profundas, importa, isto sim, manter-se em silêncio, orar, descobrir a Deus um pouco É
mais. O próprio Cristo não se afastou para conversar com o Pai? Todos os casais, indistintamente, encontram dificuldades sérias em reservar dois ou três dias para um retiro. Mas o fato é que todos os que pela primeira vez chegam a fazer retiro conseguem superar os obstáculos que os impediriam de fazer um segundo. Com coração e alma alegres, preparemo-nos, pois, para este diálogo franco e aberto com Cristo, juntamente com nosso companheiros.
'
•
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"Só AGORA, MUITO TARDE ... "
Ontem, em nosso bairro, um marido largou a esposa e simplesmente fugiu com outra mulher, porque, depois de três anos de casado, chegou à conclusão de que sua cara-metade não era dona de tanto dinheiro como diziam. A "enjeitada" só agora, muito tarde, ficou sabendo que seu casamento fora pura troca de interesses ... Há pouco mais de uma semana, um outro deixou a esposa e meia dúzia de filhos (inclusive um bebê e dois adolescentes) e se foi, cinicamente, morar com uma "perita em roubar maridos". A "enjeitada", exemplo de mãe de família, só agora, muito tarde, ficou sabendo que para prender certos tipos de maridos é preciso também cuidar da própria aparência física . . . Talvez ainda não faça dois meses, um jovem casal de nossa sociedade resolveu cada qual "seguir o seu destino", largando a única filha nas mãos de parentes, pois só agora, muito tarde, entenderam que o matrimônio, para ser feliz, não pode apenas contar com o fator sexo, como pensavam quando eram solteiros ... E há mais aquele caso nosso conhecido, em que a esposa só agora, muito tarde, descobriu que o marido era um viciado incorrigível. E o desfile triste de casos continuaria... pouquinho para lembrar.
É
só pararmos um
Mas, afinal, o que aconteceu a essa gente toda que num momento importante da vida deixou a felicidade escapar pelos vãos dos dedos? Por mais diferentes que sejam as roupagens, por mais simples ou complexos, absurdos ou legítimos que sejam os motivos dessas desuniões, o cerne da questão está na ausência de uma perfeita preparação para o casamento.
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Mas, vocês me dirão: onde estiveram as Equipes, ou melhor, os equipistas esse tempo todo, que não se preocuparam em preparar esses infelizes? E eu lhes direi, como Cristo: "a messe é grande, mas os operários, são poucos". Mas também, logo depois, me pergunto: "serão assim tão poucos mesmo?" - E não consigo dar uma resposta satisfatória. A única coisa que me ocorre é que essa obrigação é nossa, esse apostolado foi "dedado" pelo atual Chefe da Igreja aos membros das Equipes de Nossa Senhora. Não há escapatória, nem subterfúgios. Afinal, minha gente, para dar um conselho aos jovens pares que estão às vésperas do casamento, para emprestar-lhes o nosso testemunho de como se acredita no casamento e se constrói um Jar; para explicar-lhes que o casamento de interesses é perigoso, para contar-lhes que a felicidade se constrói no dia-a-dia; para lembrar-lhes que é importante cuidar-se do aspecto interior e exterior; para dizer-lhes da necessidade eterna do diálogo; para contar-lhes coisas simples assim e de tão fundamental importância; para demonstrar-lhes o nosso esforço em acertar, apesar de nossos tropeços, pelo bem dos filhos, pelo bem do próximo, pelo bem da Igreja, pelo bem da Pátria; para abrir, enfim, o nosso coração, minha gente, não é preciso ser nenhum Mestre! Quanto mais simples e despido de grandezas a gente for, mais aceito e edificante será o nosso apoio. O importante é ir e DAR um pouco que nós temos, com a graça de Deus. Experimente e verá. (do Boletim de São José dos Campos)
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DUAS SEMANAS COM AS EQUIPES DA
A~RICA
DO NORTE
Daniel e Magdalena Flach, da Equipe Responsável Internacional, foram passar duas semanas na América do Norte. Eis algumas impressões de sua viagem.
Fomos aos Estados Unidos e Canadá para um circuito de 17 dias, com a intenção de encontrar o maior número possível de casais, de ficar à sua disposição, de nos informar sobre o que se passa por lá e também de os colocar a par do que se passa pelas Equipes, no mundo. Nossa primeira etapa foi Washington, e nos recordaremos sempre da acolhida calorosa de uma equipista que veio nos receber no aeroporto e que, apenas havíamos passado a última barreira da alfândega, gritava-nos em inglês com uma voz vibrante: "Benvindos à América". As Equipes existem nos Estados Unidos há treze anos. A Região dos Estados Unidos compreende sete Setores e setenta e cinco equipes, a maior parte concentrada na costa do Atlântico : Washington, Philadelphia, New York, Boston; mas há também um Setor muito ativo em Detroit, que se encontra a setecentos quilômetros de New York, sobre o lago de St. Clair, e cinco equipes em Rochester, no Minnesota, a setecentos quilômetros ainda mais a oeste. Enfim, é preciso não esquecer algumas equipes isoladas; uma em Los Angeles e uma em Miami, de língua espanhola. Tivemos a alegria de ser acolhidos lá pelos responsáveis de Setor, em suas casas. A maior parte das vezes, eles convidavam, à tarde, as suas equipes de Setor e tantos casais quantos as suas salas de estar podiam comportar. A Igreja tem atravessado nesse país, como em toda parte, uma crise bastante grave, e as equipes também sofreram com isso, mas atualmente elas conhecem uma renovação espiritual.
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Esta renovação se deve, entre outras, à vitalidade dos quadros que souberam organizar, ao passar dos anos, reuniões de equipes mistas, tardes de animação e sessões de formação. Em cada outono, há uma sessão aberta a todos os equipistas, muito apreciada; no outono de 1971, havia trinta casais e sete conselheiros espirituais. Um setor está projetando uma sessão de dois dias de oração numa casa de campo; o número de vagas será limitado a sete ou oito casais com um padre; uma equipe inteira se ofereceu para cuidar dos trabalhos da cozinha e do aquecimento, a fim de que os outros possam se dedicar inteiramente ao estudo. Propõe-se renovar esta espécie de sessão, se a experiência for positiva. De outra parte, movimentos como "Marriage Encounter" (Encontro de Casais) e Grupos Carismáticos de Oração, estão fortemente implantados em certas regiões e os equipistas que deles participam recebem grande vigor. Os grupos de oração são mais numerosos em Washington e em New York. Em Long Island, há dezoito grupos de oração, que se reunem uma vez por semana, seja em casa de casais, seja em locais paroquiais e mesmo nas igrejas, quando são muito numerosos, o que é freqüente. Tivemos a oportunidade de participar, na Universidade Católica de Washington, de uma tarde de oração que reune, cada quinta-feira à tarde, mais de cento e cincoenta pessoas; ficamos muito emocionados pela alegria que se estampava em todos os rostos, pela profundidade das orações e pela espontaneidade que caracterizava esse Encontro. A reunião durou duas horas, sem que se percebesse. É preciso, entretanto, não pensar que as equipes não encontram dificuldades. Nos Estados Unidos, como em outros lugares, há casais que têm dificuldades com as obrigações, com o tema, com a oração. Mas encontramos, de modo geral, casais cheios de entusiasmo e desejosos de partilhar com os outros o que descobriram através das Equipes. Continuando sempre para o Norte, visitamos as equipes da Província de Quebec, no Canadá, e lá encontramos a mesma acolhida fraternal das etapas precedentes. O Casal Regional adiantou de quinze dias um encontro de trabalho com os quatro Casais Responsáveis de Setores para que dele pudéssemos participar, e assim nos foi possível tomar conhecimento das realizações desta Região que também muito sofreu com a crise da Igreja. Durante os últimos cinco anos, muitos padres deixaram o sacerdócio e muitos casais saíram do Movi-27-
mento. O número das equipes caiu de 65 para 41. As coisas estão um pouco mais estáveis agora e o programa de relançamento encetado pela Equipe Regional, sob o título "operação avanço 1972", começa a produzir frutos. Iniciado em março de 1972, este programa tinha por objetivo fazer os casais tomarem consciência de sua responsabilidade missionária e através de uma série de conferências, de encontros e de sessões, os equipistas sentiram o problema. Graças a isto, muitos casais foram informados sobre as Equipes, primeiro individualmente, depois em tardes de informações; e atualmente sete equipes novas surgiram na Província, com a esperança de muitas outras. Em Quebec, tivemos a . alegria de participar de uma ótima reunião de equipe com casais jovens, e muito aprendemos sobre a partilha. Terminamos a nossa jornada em Montreal, sob os cuidados do casal Responsável do secretariado local, que nos alojou numa simpática comunidade religiosa composta de duas freiras e um padre, especializados na pastoral dP. acolhimento aos jovens. Como havia uma reunião de jovens quando lá estávamos, eles nos acomodaram no quarto que habitualmente serve de capela, em companhia do SS. Sacramento. Nós dormimos todos os dias, verdadeiramente, no Senhor. Se você, caro casal equipista, for à América do Norte, não deixe de procurar os equipistas de lá, pois eles anseiam por contato e se sentem um pouco isolados do resto do Movimento .
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VOCI:
JA
LEU
A
"CRUZ
E
O PUNHAL"?
Quando estivemos reunidos em Capão Redondo, no encontro da ECIR com os Casais Regionais e os Casais Responsáveis dos Setores, uma das coisas que nos chamaram a atenção foi o fato de o padre Harold Rahm, que se dedica a trabalhar pela divulgação do poder do Espírito Santo, contar-nos que a inspiração para essa vocação de sua vida, veio da leitura de: "A Cruz e o Punhal", do Reverendo David Wilkerson, pastor protestante que narra neste livro seu trabalho junto aos jovens viciados de Nova York. Não vamos contar detalhes para não tirar a surpresa e a satisfação dos leitores, mas podemos dizer-lhes apenas que ele, só com oração e sua entrega total como instrumento do Espírito Santo, conseguia verdadeiros milagres. Essa história alertou o Padre Harold para o "enorme tesouro" do qual nós os católicos andávamos um pouco esquecidos: tínhamos a promessa do Mestre de que deixaria a "presença" do Espírito Santo aos que o invocassem, até o final dos tempos. E esse "Espírito de Deus Vivo" estã esperando cada um de nós para um encontro pessoal. Então, quando conseguimos nos entregar humildemente à sua graça, vemos que ela opera verdadeiras maravilhas. Esse pequeno livro é tão interessante que sua leitura nos prende do começo ao fim. De fato, abrirá novos horizontes para cada um de nós, se o desejarmos sinceramente. M.E.
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RETIROS
Embora não tenhamos o nome da ma1ona dos pregadores, publicamos a seguir as datas dos Retiros organizados pela Região São Paulo-Capital, no segundo semestre: 24-26 de agosto 28-30 de setembro 26-28 de outubro 22-24 de novembro Todos na Vila Dom José, em BARUERI.
O primeiro retiro, de 24 a 26 de agosto, será pregado pelo frei Miguel Pervis, o.p. e será em absoluto silêncio. Importante: crianças.
Não há mais possibilidade de se levarem as
• EQUIPES DISTANTES - ESCREVAM, MANDEM PUBLICAÇõES: Maria Nazareth e Leonardo N. A. Kaneko Conjunto ! saias Vieiralves, Q. 35 - C/ 8 MANAUS- 69.000- AMAZONAS Lúcia e Joaquim Tiago Mota (Responsáveis pelo "Equ!pebras") SQS 114, Bloco D, Apto. 604 BRASíLIA - 70.000 - DISTRITO FEDERAL
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ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO
TEXTO
DE
MEDITAÇÃO
Maria, "tal como está nos céus já glorificada de corpo e alma" (L.G. 68), é para a Igreja "sinal de esperança", prefiguração da glória futura. Porquanto nela contemplamos o que aguardamos ainda, na esperança da nossa peregrinação terrestre. Esperança da salvação do homem na integridade do seu ser, corpo e alma, de que a ressurreição de Cristo é o penhor. Pois Maria "subiu" ao céu, corpo e alma; nela o mistério da ressurreição já teve a sua realização. (Do tema "Estudo da Lumen Gentium") Ecl. 24, 12-16
Então a voz do Criador do universo deu-me suas ordens, E aquele que me criou repousou sob minha tenda. E disse-me: "Habita em Jacó, Possui tua herança em Israel; Estende tuas raízes entre os eleitos." Desde o início, antes de todos os séculos, ele me criou, E não deixarei de existir até o fim dos séculos; E exerci as minhas funções diante dele na casa santa. Assim fui firmada em Sião; Repousei na cidade santa, E em Jerusalém está a sede do meu poder. Lancei raízes no meio de um povo glorioso, Cuja herança está na partilha de meu Deus, E fixei minha morada na assembléia dos santos.
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ORAÇAO
LITúRGICA
Irmãos, rezemos ao nosso Salvador, que quis nascer da Virgem Maria, e digamos: Minha alma exalta o Senhor! Filho de Deus vivo, por vossa Paixão salutar preservastes vossa Mãe de toda impureza; guardai-nos puros de todo pecado. Redentor dos homens, escolhestes como habitação o seio puríssimo da Virgem Maria: fazei de nós o templo de vosso Espírito. Senhor das inteligências, vossa Mãe meditava em seu coração vossos gestos e palavras; fazei que conservemos vossa palavra num coração bom e puro. Salvador do mundo, quisestes que Maria estivesse ao pé da Cruz para vos assistir: concedei-nos em meio às provações a alegria da esperança. Rei dos reis, glorificastes Maria com sua alma e seu corpo: voltai nossos desejos para as realidades eternas. (Festa da Assunção de Nossa Senhora) "Oração do Tempo Presente"
OREMOS
Deus eterno e todo poderoso, vós que fizestes subir até a glória do céu, com a sua alma e o seu corpo, Maria, a Virgem Imaculada, mãe de vosso Filho, fazei que nos mantenhamos sempre atentos às coisas do alto, que possamos partilhar da sua glória. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém .
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EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciere Paris XIII 04530 -
EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr. R enato P aes de Barros, 33 - São Paulo, SP -
Tel.: 80-4850