ENS - Carta Mensal 1974-1 - Março

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N9 1 Março

EDITORIAL - Educar para o amor . . . . . . . . p. 1 Onde está leu irmão? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 5 Relembrando a Opção .

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Quaresma, tempo de ascese . . . . . . . . . . . . . . . p. 10 Ama-me como és . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 12 O Magnífica! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 14 Entrar em sintonia com Ele . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19 Crescer ou acomodar-se? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 20 O Leigo na Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22 Um testemunho e um apostolado . . . . . . . . . . . p. 25 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28 Oração para a próxima Reunião . . . . . . . . . . . p. 36


ATENÇÃO

ENCONTRO NACIONAL DE CASAIS RESPONSÁVEIS E CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

Em Jtaici, dias j 6 e 17 de março, para a Região Interior de São Paulo e Sul de Minas

Em Florianópolis, dias 23 e 24 de março, para a Região Paraná e Sul

Na Guanabara, dias 6 e 7 de abril, para as Regiões de São Paulo Capital, Santos, Vale do . Paraíba e Rio de Janeiro.

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das Equipes de Nossa Senhora no Brasil 04530 -

Rua Dr . Renato Paes de B arros, 33 SAO PAULO, SP

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Tel.: 80-4850

somente para distribuição interna -

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EDITORIAL

EDUCAR PARA O AMOR

Por determinação dos nossos Bispos, o ano de 1974, declarado Ano Mundial da População pela Organização das Nações Unidas, será também o Ano da Família. Pareceu-nos, pois, oportuno abrirmos o ano com estas reflexões escritas po.r D. Lucas por ocasião do último Encontro Latino-Americano do Movimento Familiar Cristão em Bogotá.

O relacionamento entre os homens, pessoas ou grupos, padece hoje, inquestionavelmente, de uma crise que se pode definir a partir de diferentes aspectos, mas que é, em sua raiz mais profunda, uma crise de amor - mais precisamente, uma carência de amor. Essa carência revela-se nas várias camadas e nos vários quadros da vida social. Manifestação, aparentemente contraditória mas altamente expressiva, de tal carência, é, no plano psico-social, a ascensão do amor livre e a maré-montante da pornografia em nossa civilização: "eros" se avoluma porque está em falta o amor. Manifestação dessa carência, no plano familiar, é a onda de divórcios criando instabilidade na instituição da família, e é o crescente estrangulamento no diálogo pais-filhos. Manifestação, no plano político-social, a escalada incontrolável da violência, explodindo praticamente em todos os quadrantes do mundo, hoje. Cada vez mais, a reflexão convergente daqueles que, em congressos, em livros, em revistas especializadas, estudam com seriedade os rumos do mundo atual, conclui que, para além das -1-


explicações superficiais, a motivação profunda de um relacionamento tumultuado, conflitivo, traumatizante entre os homens é uma visível deficiência de verdadeiro amor. De pouco serviria corrigir as distorções periféricas e acidentais, se não se corrigisse, na sociedade contemporânea, essa falha fundamental realmente decisiva. Por que falta o amor?

Entre as causas mais profundas da avitaminose de amor, de que adoece nossa civilização, está, sem dúvida, um insuficiente sentido da pessoa humana. A "Gaudium et Spes", falando do casamento e de suas riquezas, define o amor que o anima como "uma íntima comunhão inter-pessoal ". De todo amor verdadeiro, em qualquer plano, pode-se dizer a mesma coisa. Nenhum amor atinge sua total dimensão humana e sua possível plenitude, se ele não coloca em certr> grau de intimidade duas pessoas, na mais profunda significação do termo "pessoa". Há uma inevitável degradação, um aviltamento, uma desqualificação do amor humano cada vez que um dos que se amam rebaixa ou deixa rebaixar - pouco ou muito, não importa - sua qualidade de pessoa, e se torna objeto ou coisa. Ao contrário, o amor humano se agiganta na medida em que os dois se afirmam como verdadeiras pessoas:

Pessoas, isto é, seres humanos inteligentes e livres, mas portadores também de instintos e paixões, e que procuram a cada momento responder ao desafio dos acontecimentos com uma harmoniosa afirmação da razão e da liberdade. Pessoas, isto é, ainda, seres dotados de uma vocação interior à constante superação de si mesmos e ao encontro com um ideal elevado no qual não falta sequer o chamado a uma semelhança com Deus e a um comportamento de filho de Deus. Pessoas, quer dizer, seres marcados por riquezas particulares, inalienáveis e incomunicáveis que fazem de cada um alguém peculiar e original, mas ao mesmo tempo seres abertos aos outros por secretas e profundas afinidades que geram solidariedade e criam sociedade. Pessoas, quer dizer, enfim, seres jamais acabados mas em permanente auto-edificação e conquista de si próprios em um dinamismo no qual entram simultaneamente o esforço de cada um e a ajuda convergente e fraternal de todos os demais. Todos esses elementos são essenciais para um pleno sentido da pessoa humana. Respeitados em seu conjunto, eles suscitam

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na sociedade o senso e respeito da pessoa e dão certo tom à convivência entre os homens. Desconhecidos, menosprezados ou postergados de qualquer modo, sobrevem a crise daquele sentido da pessoa e dessa crise vem a sofrer a vida social tanto nas grandes como nas pequenas sociedades. Precisamente dessa crise do sentido da pessoa humana está sofrendo indubitavelmente a sociedade de nossos dias. Essa crise chama-se massificação . Chama-se isolacionismo. Chama-se segregação, instrumentalização . Chama-se, em uma palavra, coisificação. Contra ela é necessário lutar. A família incompleta

Uma consequencia inevitável e dramática, quando falta o amor, é o surto de famílias incompletas na sociedade. Há uma tendência geral a considerar família incompleta só ou principalmente aquela que é brutalmente mutilada pela morte de um de seus membros . Na verdade, esta incompletude criada pela inexorável lei da morte, costuma ser a menos grave, embora lutuosa. Incompleta, a família o é, e de forma ainda mais traumatizante, quando um dos cônjuges, embora vivo, se ausenta: se ausenta fisicamente, abandonando o lar, ou se ausenta moralmente descumprindo sua missão e seu papel na família. Incompleta, a família o é, quando o divórcio ou a separação mais ou menos legal rompe o grupo conjugal que é o alicerce da família. Incompleta, quando homem e mulher se unem e permanecem unidos apenas por um impulso biológico e geram filhos biológicos, sem verdadeiro amor. Incompleta, quando marido, mulher e filhos moram juntos mas não convivem na verdade, estão apenas justapostos. Quando o diálogo é impossível ou se faz tenso e nervoso, monossilábico. Quando entre pais e filhos cava-se um abismo que já nem se procura transpor. O problema da família incompleta parece ser um dos mais agudos em nossos países, ao menos para quem olha os rumos e o destino de um povo a um certo nível de profundidade, bem além das questões meramente políticas, econômico-financeiras ou administrativas. Pensamos que todo o futuro de um Continente, até em termos de Desenvolvimento - se se pretende um Desenvolvimento realmente integral - está pendente, em gran-3----


de parte, da capacidade que tenhamos de resolver esse problema, e de ajudar milhões de famílias a encontrarem sua plenitude. Neste sentido, afinal, deveriam ir todos os esforços parciais dispendidos por pessoas e grupos, igrejas, movimentos familiares, instituições e governos, quando tratam da família. Neste sentido deveriam caminhar a preparação para o casamento, o aconselhamento familiar, as associações de pais e mestres, as terapêuticas familiares. No sentido de impedir que se multipliquem essas famílias incompletas. A família educadora no amor

Educar para o amor, pois, será uma preocupação de construirmos lares harmoniosos, integrados, felizes e luminosos. Mas será também (e quase diríamos: será acima de tudo) uma preocupação de construirmos um mundo de paz, na justiça, na fraternidade, na solidariedade. Educar para o amor significará, preparar um número tão grande quanto possível de pessoas para introduzirem no relacionamento entre OS homens, em todos OS níveis da COnVIvencia humana, mais amor em lugar do ressentimento, do ódio ou da Violência. Educar para o amor deveria ser, pois, a tarefa comum de toda a gente. A escola, a paróquia, o grupo de bairro, o clube, deveriam educar para o amor sem interrupção e por todos os meios. O professor, o padre, o líder, o conselheiro, todos são convocados a educar para o amor. Mas não há melhor escola, para a pedagogia do amor, do que a família. Nascida do amor e sustentada pelo amor, cada família tem idealmente as melhores condições para desenvolver em cada um de seus membros um amor verdadeiro. A condição é que realize em si mesma aquilo que faz a substância da instituição familiar: intimidade e abertura aos outros, respeito mútuo e confiança, íntima comunhão entre pessoas e sobretudo um grande, duradouro e verdadeiro amor. D. Lucas Moreira Neves

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A PALAVRA DO PAPA

ONDE ESTA TEU IRMÃO?

A Quaresma é tempo de sacrifício e de penitência; mas é também tempo de comunhão e de solidariedade. E será necessário dizer mais alguma coisa para acentuar a sua importância? Ouçamos a exortação feita pelo profeta !saias, que se lê precisamente na Liturgia da quadra quaresma!: "Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: ... é repartir o teu pão com o faminto, dar abrigo aos infelizes sem teto, vestir o nu, quando o vires, e não desprezar nunca o teu irmão." (ls. 58, 6-7 l.a leitura da Sexta-feira que segue a Quarta-feira de Cinzas). Nestas exortações ressoa como que o eco das preocupações do mundo de hoje. Cada um dos homens, na verdade, é chamado a compartilhar realmente os sofrimentos e as desventuras de todos os demais. Assim, a esmola e o dom de si mesmo não devem ser atos isolados e ocasionais, mas sim a expressão da união fraterna entre todos. O nosso tempo é profundamente consciente da necessidade de se assumir uma responsabilidade coletiva perante os males que afligem a humanidade. Somente quando for satisfeita essa necessidade poderão ser remediados esses males. Em tal sentido, a Quaresma intenta mobilizar as atenções dos fiéis contra todas as formas de esbanjamento, e estimulá-los a darem-se as mãos, num esforço conjugado. A restauração de todas as coisas em Cristo tem uma relação muito íntima com o espírito da Quaresma.

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O próprio Cristo, um dia, nos fará ver a importância da ajuda que prestarmos aos nossos irmãos: "tive fome e destes-me de comer" (Mt. 25, 35-36). Este apelo que o Cristo nos faz nos seus membros dirige-se a todos os cristãos, e nenhum deles poderá subtrair-se a esta interpelação premente do seu Irmão divino. A experiência demonstra que as comunidades cristãs mais necessitadas estão longe de ser as menos sensíveis perante a indigência de outrem. Em todos os lugares e a todos os momentos encontramos Cristo necessitado, nas pessoas que nos rodeiam; e este encontro não pode de modo algum deixar-nos indiferentes. Ao recordar, assim, estas exigências, no contexto da Quaresma, a Igreja quer pôr em realce o seu aspecto religioso. Efetivamente, pode-se dar sem haver uma verdadeira comunhão ; pode-se contribuir sem uma real participação; e pode mesmo alguém renunciar a certas coisas sem ter um autêntico espírito de pobreza. Mas quem fizer um esforço verdadeiro, quem procurar dar sincera ajuda aos seus irmãos e quem aceitar ter a própria parte na Cruz de Cristo, não corre certamente esses riscos. Se a Quaresma for animada, assim, pela caridade evangélica e se ela levar a uma atuação prática, a assistência material ficará assegurada. Mas, acima de tudo, a Quaresma deve levar a uma intensificação da fraternidade, da justiça, da comunhão na prosperidade e do amor. Assim, ela será para nós motivo de verdadeira alegria quando chegar a hora de evocar a Ressurreição do Senhor. Mensagem de Paulo VI para a Quaresma (Oss. Rom., 18-3-73)

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A ECIR CONVERSA COM

VO~

RELEMBRANDO A OPÇÃO

Fazemos nossas, com ligeiras adaptações, as palavras do editorial dirigido aos equipistas de Florianópolis por um Conselheiro Espiritual do Setor.

Começa mais um ciclo de atividades que deve ser a continuação do surto de vitalidade imprimido no Movimento com a vinda do Pe. Caffarel. Tivemos em 1972 o ano da conscientização de nosso "eu" equipista. Ao despontar de 1973, fortalecidos pela opção, iniciamos a jornada decididos a sermos equipistas cem por cento. Encontramo-nos agora face a uma nova etapa. Agora é caminhar para a frente, é crescer, é se doar, é usar dos meios que o Movimento nos oferece, é aproveitar as ocasiões que ele nos proporciona, é favorecer a ascenção, é realizar o ideal cristão, o ideal de esposo e esposa, o ideal de pai e mãe, o ideal de equipistas. "Quem põe a mão no arado não olha para trás". Com um dinamismo conscientemente renovado, busquemos sempre em Jesus Cristo o espírito que nos deve animar neste novo ano de atividades equipistas e de crescimento espiritual. Anime-nos sempre uma confiança imensa e uma certeza plena da execução dos nossos objetivos: Jesus Cristo é o fundamento da nossa confiança, é a garantia do nosso crescimento e reflorescimento espiritual neste novo ano.

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Jesus Cristo, que pela sua encarnação entrou em comunhão de vida conosco, pelo batismo nos elevou à comunhão de vida com Ele, nos revestiu de si, deu-nos novo estado de vida, em estado de convivência perene com Ele. Por estarmos nesta comunhão de vida com o Verbo feito pessoa humana, somos perenemente iluminados, movidos, trabalhados pelo espírito de Jesus, e o espírito de Jesus, é o Espírito Santo. Ele nos ilumina a inteligência, nos move a vontade, retifica as nossas intenções e purifica o nosso amor. Nesta comunhão de vida com Jesus Cristo, envoltos conseqüentemente pelo ser inefável de Deus, sob a ação do Espírito Santo, glorificamos ininterruptamente a Deus, quer nos lembremos, quer não. Sempre que trazemos vivamente à nossa mente esta nossa elevação divina, entramos em diálogo com Deus, pois estamos dando uma resposta consciente ao chamado de Deus que se expressa existencialmente por esta comunhão de vida com Cristo e nesta ação perene do Espírito Santo. A tomada de consciência e a aceitação alegre, gostosa e agradecida desta magnífica realidade da nossa espiritualidade é a nossa resposta, o nosso sim ao chamado de Deus. Esta é a condição habitual de todos os batizados. Este convívio na Comunidade Trinitária só pode ser destruído se o homem, fazendo uso do grande dom da liberdade, se opuser, com plena consciência e vontade integral, ao desígnio amoroso de Deus. Agora nos perguntamos: perante tão sublime vocação e elevação do homem redimido, que pode visar mais o nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora? O nosso Movimento, consciente destas maravilhas de que somos portadores, deseja, através de meios comprovadamente eficazes, levar-nos a uma correspondência mais generosa, a um devotamento mais perfeito a este chamado de Deus. Quem, pela meditação diária, se aprofundar nas mais diversas presenças da atuação divina na história dos homens e perceber melhor os caminhos pelos quais Deus conduz os homens; quem, pela leitura da Sagrada Escritura, procurar visão mais clara das manifestações divinas e dos planos amorosos de Deus; quem, pelas reuniões, pelas missas, pelos encontros programados conviver mais íntima e familiarmente com Cristo e com os irmãos; quem, pelo dever de sentar-se, pela oração em família e pela regra de vida, programar toda a convivência familiar à luz da fé; quem, através do tema mensal, interessadamente estudado, esmeradamente elaborado e corajosamente apresentado, dilatar os ho-

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rizontes da sua formação e cultura espiritual; quem, pelo retiro anual, viver com intensidade as experiências de Deus (comunhão com Cristo, ação do Espírito Santo e glorificação do Pai) ; quem, através de sessões de formação ou dias de estudos organizados pelo Movimento, procurar conhecer-lhe melhor a mística e viver-lhe toda a dinâmica, tornará a união de vida com Cristo uma realidade habitualmente presente. Graças a esta união, penetrando todos os setores da vida e informando cristãmente tudo, será possível viver numa docilidade espontânea e pronta todas as moções do Espírito Santo. Na simplicidade do dia a dia, a vida poderá ser assim uma glorificação perene a Deus e, conseqüentemente, uma contribuição maravilhosa à santificação de toda a Igreja. É deste estado de espírito que nascerá um dinamismo apostólico empreendedor, responsável, perseverante e eficiente. Que este ano seja para os equipistas, que tão generosamente optaram pelo movimento e sua espiritualidade, uma grande experiência de Deus, vivendo na comunhão trinitária a verdadeira caridade, união e santidade da comunidade familiar. Sejam, em suas famílias, uma projeção humana e terrestre da sublime realidade divina e celeste: comunhão de vida, amor e atividade.

Pe. Luiz Augusto Adami, S. J .

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QUARESMA,

TEMPO

DE

ASCESE

É precisamente sobre esta ex1gencia, a ascese, que se insiste nestes quarenta dias de preparação para a Páscoa. Comecemo:> por recordar que não se trata de uma recomendação facultativa, mas de uma exigência irrevogável: " ... Se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo". Sobre cada um de nós ~ncumbe a obrigação de uma norma ascética, de uma pedagogia "penitenciai", embora possam ser diversas as formas , diversa a sua duração e diversa a sua aplicação às condições concretas da 'existência. Seria fácil, mas ao mesmo tempo demorado, explicar as razões deste caráter da vida cristã, na aparência desagradável, principalmente aos principiantes. Fazê-lo, nos nossos dias, equivaleria a assumir uma atitude polêmica em relação a todos aqueles que erigem o comportamento permissivo, a vida sem obrigações, preceitos e proibições, a vida fácil , espontânea, instintiva e passional, como programa ideal para o homem que se libertou das tradições moralistas e autoritárias do passado.

Limitemo-nos a declarar que a vida cristã é, pelo contrário, grave e forte. Não é preguiçosa, fraca, covarde, hedonista. En-Contra a sua imagem na ginástica do atleta. Lede ainda São Paulo: "Nas corridas de um estádio, todos correm, mas sabeis muito bem que só um recebe o prêmio. Correi, pois, de tal maneira que o alcanceis". A vida cristã é uma autodisciplina. Exige o domínio de sí próprio. Requer um esforço contínuo, como aliás o postula qualquer forma de equilíbrio, de disciplina, de progresso, de subida. Mesmo no âmbito natural torna-se indispensável uma disciplina de crescimento, de desenvolvimento e de domínio de si

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próprio. Esta exigência entra nas regras fundamentais do nosso bem-estar. Nós, que somos discípulos da escola evangélica, temos um motivo novo e irresistível que nos chama ao dever ascético: somos pecadores, pelo menos virtuais; devemos prevenir ou reparar os nossos erros; temos a obrigação de expiar as nossas fal-tas: o dever de castigar a desordem que existe ou se manifesta ~ovamente no nosso ser, devastado pelo pecado original e atual; ;a necessidade de alguma pena redentora. Por fim, temos o dever e o desejo de seguir os passos do nosso Mestre, que disse: "Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me". Que programa sublime é a imitação de Cristo!

PAULO VI

CRISTO

~

TUDO PARA NóS

"Se queres curar as tuas feridas, Ele é médico.

X

Se tens febre ardente, Ele é fonte. Se és oprimido pela iniqüidade, Ele é justiça . Se tens necessidade de ajuda, Ele é vigor. Se temes a morte, Ele é vida. Se desejas o céu, Ele é o caminho. Se queres evitar as trevas, Ele é a luz. Se procuras sustento, Ele é alimento". (Santo Ambrósio)

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AMA-ME

COMO

ÉS

Conheço a tua miséria, as lutas e as tribulações da tua alma; a fraqueza e as dores do teu corpo; sei da tua inconstância, dos teus pecados, das tuas quedas; e, não obstante tudo isto, eu te digo: "Dá-me o teu coração, ama-me como és." Se esperas ser um anjo para dar-te ao Amor, não me amarás nunca . . Mesmo que recaias muitas vezes naqueles erros que não queres mais cometer, mesmo que sejas inconstante na prática da virtude, não te permito que não me ames. Ama-me como és. A todo instante e em qualquer condição em que te encontres, no fervor ou na aridez, na fidelidade e na infidelidade. Ama-me exatamente como és. Quero o amor do teu coração indigente; se, para amar-me, esperas ser perfeito, não me amarás jamais. Acaso não poderei eu fazer de cada grão de areia um serafim todo resplandecente de pureza, de nobreza e de amor? Acaso não poderei, a um só sinal da minha vontade, fazer surgir: do nada milhares de santos, mil vezes mais perfeitos e mais amorosos que aqueles que eu criei? Acaso não sou eu todo poderoso? E, se me agrada, não posso deixar para sempre no nada esses seres maravilhosos e preferir o teu pobre amor? Meu filho , deixa-me amar-te, quero o teu coração. Espero tornar-te melhor, mas por enquanto amo-te como és. E espero que faças o mesmo; desejo ver sair o amor do fundo da tua miséria. Amo em ti até a tua fraqueza. Amo o amor dos pobres; quero que, da miséria, se eleve continuamente este grito: Senhor, eu vos amo! É o canto do teu coração que me interessa. Tenho -12-


eu lá necessidade da tua sabedoria e dos teus talentos? Não te peço virtudes, e se eu te as concedesse, és tão fraco que bem depressa lhes misturarias o amor-próprio; não te ofendas por isso. Eu teria podido destinar-te a grandes coisas; não, serás o servo inútil, tirarei de ti o pouco que tens porque te criei para o amor. Ama! O amor te fará fazer todo o resto sem que percebas; trata apenas de encher de amor o momento presente. Hoje eu paro na porta do teu coração como um mendigo, eu, o Senhor dos senhores. Bato e espero, apressa-te em abrir, não te desculpes com a tua miséria. Se conhecesses a fundo a tua indigência, morrerias de dor. A única coisa que poderia ferir o meu coração seria ver-te duvidar e ter falta de confiança. Quando precisares sofrer, eu te darei força; tu me destes amor, eu te concederei de amar mais do que jamais havias podido esperar. Mas lembra-te: Ama-me como és. Não esperes ser um santo para dar-te ao amor, senão não amarás nunca.

(da Carta Mensal Internacional)

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O

MAGNIFICAT

Para melhc;>r rezar a "Oração das Equipes", procuremos penetrar~lhe o sentido.

A palavra "Magnificat" provém do verbo latino "magnificáre" que significa celebrar, glorificar, engrandecer, exaltar, louvar, gabar, ter em grande conta, estimar. Em português usamos uma palavra parecida: magnífico. A Virgem Maria recitou o Magnificat em casa de Zacarias, logo que foi reconhecida a sua maternidade divina, em continuação aos elogios recebidos de Santa Isabel, mãe de S. João Batista. Inspirou-se no "cântico de Ana", mãe de Samuel (1. 0 Sam. 2, 1-10). É composto quase exclusivamente de versículos dos salmos, cuja recitação era familiar à Santíssima Virgem. O Magnificat não foi improvisado; corresponde, sim, a uma explosão do júbilo, da alegria em Deus que inundava o coração de Maria desde o dia da Anunciação. Não é uma resposta aos elogios da prima Isabel, mas uma elevação da alma em êxtase, uma profecia. Nele aparece o paralelismo característico da poesia semítica, dos salmos e hinos hebraicos; esse paralelismo consiste em repetir a mesma idéia com outras palavras. O único evangelista a conservar o Magnificat foi S. Lucas (Lc 1, 46-55).

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O Magnificat consta de três partes. O louvor de Maria a Deus, por tê-la escolhido para ser mãe do Salvador. Vai do versículo 46 até o 50. Começa engrande-

cendo a Deus; aparece o paralelismo (sinônimo): engrandece-exulta; alma-espírito, Senhor-Deus. O gozo de Maria, sua alegria, está em "Deus meu Salvador", que não só liberta do mal, mas concede benefícios. O Salvador que e~a traz em seu seio é. "Yehoshúa" (Jesus), que significa "Javé (Deus) salva". E ela se alegra e louva a Deus Salvador, que é seu filho. Maria atribui esta graça à bondade de Deus, que "olhou para a baixeza, a humildade de sua serva". O Senhor olhou para a condição social de Maria: era uma jovem desconhecida, residente num vilarejo perdido entre as montanhas da Galiléia. Não olhou, não escolheu uma dama, princesa, matrona, rainha, mas uma jovem ignorada. Por essa olhada de escolha "doravante toda a terra cantará os meus louvores". Sempre que louvamos a Maria estamos cumprindo esta sua profecia. Eternamente ela será louvada, porque o Senhor fez nela grandes maravilhas: tornou-se mãe virgem do Salvador; só Deus todo poderoso podia fazer isto. Todo este poder é exercido 'por amor ou misericórdia; a redençãd é a maior prova de amor por parte de Deus.

O reconhecimento da . Providência divina no governo do munNos versículos 51 ~té 53, ela mostra Deus agindo como homem (o poder, a força do seu braç9). · Dispersou os inimigos que tinham a coração cheio de pensamentos orgulhosos; não se trata de inimigos armados, mas dos sábios mundanos, dos que não têm sabedoria procedente de 'Deus. Frente a essa sabedorià terrena, Deus realiza suas obras estupendas: uma virgem torna-se mãe, e uma serva será a mãe de Deus Salvador. do.

Com a encarnação do Verbo, Deus cumpre a promessa feita aos antepassados. Versículos 54 e 55. Maria confessa que as.

maravilhas que Deus está oper<mdo nela são o cumprimento, a realização das promessas messjânicas feitas aos pais. São estas as grandes linhas do Magnificat. V amos agora examinar os versículos um por U:m, procurando penetrar o significado dessas palavras admiráveis, a fim · de poder saborear-lhes a doçura e conhecer os seus sublimes ensinamentos. 1. "Minha almfL engrandece o Senhor". O fim do homem é louvar ao Senhor. Maria não diz que engrandeceu, nem en~ grandecerá, mas, agora, no presente, engrandece. Nela o louvor a Deus é sempre atual.

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2. "Exulta meu espírito em Deus, meu Salvador". Isabel recordou-lhe as grandes graças; Maria parece não dar tanta importância aos dons, mas sim ao Autor dos mesmos. A Virgem alegra-se em Deus, na posse plena e perfeita do Senhor. É um gozo íntimo, espiritual, que tem o próprio Deus por objeto. O seu regozijo está em Deus-Salvador: que teria adiantado Deus nos ter criado, se nos perdêssemos? Alegremo-nos porque Deus é também nosso Salvador. 3. "Pôs os olhos na humildade de sua serva". Quanta humildade em Maria. Acaba de ser saudada por um anjo em nome de Deus, acaba de ser elevada à dignidade de mãe de Deus, acaba de ser proclamada bendita entre as mulheres e ela se abisma no mais profundo de sua humildade: considera-se a escrava do Senhor. Reconhece que o existente nela provém do olhar de amor divino pousado sobre ela.

4. "Doravante toda a terra cantará os meus louvores". O humilde encanta a Deus, que o cumula de benefícios. Quem foi mais humilde do que Maria? Porque ela se humilhou, Javé a cobriu de favores e por isso todas as gerações a proclamarão bem-aventurada. Ela quis ser serva do Senhor e Ele a fez rainha. Estas palavras encerram uma profecia. A Virgem prediz que "toda a terra cantará seus louvores". Este vaticínio se cumpriu e se cumpre: pensemos nos títulos dados a Maria, nas festas, nos templos, santuários, altares, monumentos, nos meses de maio e outubro. Quantas nomes geográficos e pessoas com seu nome! 5. "O Senhor fez em mim maravilhas; santo é seu nome". A humildade não consiste em dizer mal de si ou em não reconhecer os benefícios divinos em nós. Maria ensina que a humildade é a verdade: reconhecer que o que há em nós de bom veio de Deus. A que maravilhas alude Maria? Ela lembra a sua predestinação eterna, a sua Imaculada Conceição, a anunciação do anjo, a encarnação do Verbo; ela recorda que, apesar de ser criatura, é mãe de Deus e é mãe sem deixar de ser virgem. Todas estas maravilhas as atribui ao poder, à santidade, ao amor, à bondade, à misericórdia de Deus. "Santo é seu nome" : para os israelitas o nome é a própria pessoa; portanto Deus é santo. 6. "Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem". Eis a outra face da humildade. Maria não é egoísta, ela se alegra porque Deus estende aos outros o amor que teve para com ela. A verdadeira humildade não exclui, não inveja o bem alheio. Aqui temor não é sinônimo de medo, mas temor filial, respeito. Devemos ter medo de ofender o bom Deus. De~ vemos temer a nossa fraqueza. -16-


7. "Demonstrando o poder de seu braço, dispersa os soberbos". Agora a Virgem lembra o poder de Deus: o céu com suas grandezas imensas, os infinitos astros; a terra com seus rios, lagos, mares, plantas, animais, homens. O poder de Deus manifesta-se também na justiça; com sua misericórdia socorre os humildes, sua justiça cai sobre os soberbos. Maria terá lembrado Lucifer, Eva, que caíram pela soberba, enquanto ela foi elevada por ser humilde. 8. "Abate os poderosos de seus tronos e eleva os humildes". Pode ser uma alusão a Herodes, usurpador do trono de Davi, mas que será herdado por seu Filho, conforme promessa do anjo Gabriel: "Deus lhe dará o trono de seu antepassado Davi. Javé despreza os poderosos e detesta as vaidades da terra, pois procurou Maria não entre nobres, porém junto aos humildes. Quando seu filho nascer em Belém, os anjos avisarão modestos pastores, mas os poderosos e soberbos serão esquecidos. Como deve ser terrível esse desprezo por parte de Deus. 9. "Sacia de bens os famintos e despede os ricos sem nada". Aqui Maria se refere à outra face da humildade: a pobreza voluntária, o espírito de pobreza, o desapego, o conformar-se com sua própria situação; o não ter inveja dos que têm mais. Os vazios de bens deste mundo serão repletos de bens espirituais. São condenados os ricos usurários e não os generosos.

10. "Acolhe Is'l'ael, seu servidor, fiel a seu amor". Agora a Virgem recorda a grande misericórdia de Javé em favor de seu povo: libertou-o da escravidão do Egito, alimentou-o milagrosamente nos 40 anos de deserto, fê-lo entrar na terra prometida. Apesar de Israel ser infiel, Deus não o abandonou. Mas essa acolhida vale para todos os povos, pois em Abraão serão abençoadas todas as nações (Gen. 12, 3) . 11. "E à promessa que fez a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre". Deus é fiel ao que promete, apesar de nossa infidelidade. S. Paulo diz que Deus manifesta sua fidelidade de três modos : a) não permitindo ao demônio que nos tente além de nossas forças; b) não nos abandonando durante a tentação; c) dando-nos o prêmio eterno por Ele prometido. Essa fidelidade divina é o fundamento de nossa esperança. "Para sempre": a redenção é eterna. Excelência e sublimidade do Magnificat! É verdadeira oração porque é um hino de louvor a Deus. Maria, extasiada pela recordação de tantos benefícios feitos por Javé, eleva-lhe um poema de louvor pela sua bondade e grandeza.

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O Magnificat nasceu do coração puríssimo e brotou dos lábios virginais de nossa mãe do céu. É o cântico de Maria cheia do Espírito Santo e trazendo em si o Filho de Deus. Em nome dé todos os remidos, a Virgem recita este cântico de louvor à obra da Redenção humana. Haverá hino que mais agrade ao Senhor do que este que lhe recorda o amor intenso de quem o compôs? É o cântico de amor e agradecimento de Maria. Agradece a Deus a maravilha da Encarnação (vers. 46-50); agradece a bondosa proteção dada aos humildes (vers. 51-53); agradece a proteção dada a Israel (vers. 54-55). Com quanto fervor e devoção devemos recitar o Magnificat, pois ele é o desabafo do coração reconhecido de Maria e a síntese · de seu agradecimento a Deus. Quando tivermos que dar graças a Deus, façamo-lo com as palavras de Maria. Se o Pai Nosso é a oração ensinada por Jesus, o Magnificat é a prece ensinada por Maria.

Pe. Antonio D. Lorenzatto

• .j

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ENTRAR

EM

SINTONIA

COM

ELE

Fazemos parte de um movimento que tem como principal objetivo crescer na espiritualidade conjugal e familiar e assim conseguir a nossa santificação, dentro do estado de vida que escolhemos: o matrimônio. Esta é uma caminhada difícil. É um trabalho de toda uma vida e não apenas de um mês ou um ano. O importante é sermos perseverantes, é querermos melhorar, é querermos vencer o nosso egoísmo e assim crescermos no amor. Nosso movimento oferece-nos inúmeros meios para nos auxiliar. A reunião mensal, a ascese, o dever de sentar-se são graças ao alcance de nossas mãos. E a oração? Certamente a oração é o sustentáculo, é a rocha sobre a qual estamos edificando a nossa morada. Acreditamos firmemente que, se dedicarmos diariamente um tempo, não apenas alguns minutinhos para ·conversar com Deus, mas algum tempo do nosso dia a meditarmos na Palavra Viva que Ele nos deixou, estaremos seguindo a trilha que nos conduzirá até a Sua porta e ela se abrirá, pois Ele mesmo nos prometeu: "Pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á". É preciso nos sintonizarmos com Ele. É preciso procurar para encontrá-lo. É como se fôssemos um aparelho de TV ou rádio. Temos que ligar e procurar a estação em que Ele se encontra, para que nos possamos comunicar. E encontrá-Lo é maravilhoso. Não é extraordinário termos a certeza que Ele está presente em nossas reuniões na pessoa de cada um dos nossos irmãos equipistas? Não há tranquilidade em nossos espíritos com sua presença em todas as horas do dia? Quem não é feliz com sua companhia? Ele mora dentro de nós. O que precisamos é descobri-Lo, é dar-Lhe morada; é ficar com Ele ...

(do Boletim de Caxias do Su!)

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PALAVRAS AOS EQUIPISTAS

CRESCER OU ACOMODAR-SE?

Com o crescimento de vários movimentos familiares, podemos nos perguntar: Qual é a missão das Equipes na pastoral familiar? Será que as Equipes são ainda necessárias? A resposta é clara. As Equipes são o fermento na massa. Explico. O movimento deve ajudar seus membros a se aprofundar. Primeiro na vida espiritual. O movimento é exigente e tem que sê-lo. Pede oração, retiro anual, regra de vida, etc. . . Não é movimento de massa, mas de casais desejosos de viver plenamente o cristianismo. ~ difícil ser fermento na massa.

Após vários anos de Equipe vem o perigo da acomodação espiritual. ~ a tentação que ameaça os cristãos satisfeitos de si, sem grande desejo de crescer. Perigo que ameaça também a equipe com sete ou oito anos de existência. A medicina espiritual por enquanto descobriu um só remédio contra a doença: uma cura de oração sob a direção do Espírito Santo. Por isso o Con. Caffarel , após a peregrinação de Roma em 1970, insiste na oração como meio de progresso na vida cristã. ~ só com um contato íntimo com o Espírito de Deus, através da oração, que teremos equipistas dinâmicos, entusiastas e ativos. Segundo. Os equipistas têm que estudar. Ai daquele que nunca tem tempo para pensar e estudar. Essa segunda doença chama-se preguiça mental. No Movimento temos todo mês o tema de estudo. Não é tema de conversa, mas de estudo. Então tem que ser preparado e debatido com atenção. Porém isso não basta. O equipista deve ler alguhs livros, assistir a palestras, participar de encontros, etc. Cada equipe poderia achar um meio de forçar seus membros a ler. Poderia ser um assunto para a próxima coparticipação .. .

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Nunca haverá promoção do leigo que não estuda. A ignorância não se promove. Para participar ativamente na vida da Igreja e da sociedade, o cristão deverá possuir competência. Muitos são os assuntos a serem estudados: espiritualidade conjugal, educação dos filhos, formação religiosa, cultural, participação na vida política e social, paz no mundo, promoção da mulher, etc. Sem oração e estudo as Equipes não podem ser laboratório de espiritualidade conjugal nem escola para leigos adultos. Termino. Meu amigo, ponha um pouco de óleo na sua lâmpada e você será luz. A marca certa do óleo é "Oração-Estudo".

Pe. Alberto Boissinot, Conselheiro Espiritual do Setor de Marília

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O LEIGO NA IGREJA

Como resultado dos trabalhos do Concílio Vaticano II, que reconheceu e valorizou ó papel que o leigo desempenha na vida da Igreja, verificou-se a necessidade de um organismo, onde os leigos pudessem exprimir e levar ao conhecimento da Santa Sé suas aspirações, seus problemas, suas experiências, enfim, toda sua vivência de cristãos militantes, procurando dar testemunho do Cristo na simplicidade de sua vida quotidiana. O que é o Conselho dos Leigos

Exatamente para ser esse "lugar de diálogo e de escuta", foi criado por Paulo VI, em 1967, a título de experiência, o Conselho dos Leigos. Sob a presidência de sua Eminência o Cardeal Roy, arcebispo de Quebec, é composto de um Vice-Presidente, de 9 membros, todos leigos, e de 14 assessores técnicos, sacerdotes e leigos em número igual. O primeiro ano foi de busca e questionamento. Tudo era novo neste departamento tão diferente dos outros da Cúria Romana. Não havia precedentes nem tradições em que se apoiar. Foi necessária uma grande criatividade por parte das pessoas que nele trabalhavam, uma grande paciência e muita perseverança. Paulo VI as encorajava e o Cardeal Ray era um admirável Presidente. Logo se verificou que faltava maior representatividade do Terceiro Mundo. Pediram ao Papa que convidasse mais alguns leigos para trabalharem no Conselho e insistiram para que houvesse uma mulher casada entre eles - daí ter sido escolhida a brasileira Da. Branca Alves. Hoje, já estão delineadas as estruturas, várias comissões instaladas e funcionando , tais como a Jurídica, a Internacional, a da Família, a da Juventude e outras. Procurou-se uma grande flexibilidade nessas estruturas para que se adaptassem, sempre que necessário, às transformações por que passa o mundo de hoje e que se refletem na Igreja, por estar ela "no mundo, sem ser do mundo".

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A XII Assembléia Geral do Conselho dos Leigos

Na XII Assembléia Geral do Conselho dos Leigos, realizada recentemente em Roma, o continente americano esteve representado por D. Lucas Moreira Neves e por Da. Branca Alves. Participaram da Assembléia 20 leigos, u'a maioria que deixa bem patente o propósito da Santa Sé de dar sempre mais atribuições ao leigo, ao lado dos sacerdotes e dos bispos. Da reflexão e estudos realizados, resultaram as seguintes perspectivas: 1) Cada vez se torna mais claro que a Igreja não estará completa enquanto não existir uma estreita união de bispos, sacerdotes e leigos, ou seja, um maior entrosamento dos leigos na vida da mesma Igreja. Cada vez mais são chamados a agir, a nível de decisão, juntamente com os bispos e sacerdotes. Na medida em que se faz este engajamento, de modo adulto, responsável, sem conflito, mas com espírito de serviço, os Pastores nada perdem em sua autoridade, mas os leigos sobem cada vez mais no desempenho de sua específica missão. De modo muito particular, os Conselhos de Pastoral, compostos por sacerdotes e presididos pelo bispo em sua própria diocese, aos quais se juntam, em número crescente, os leigos, são a forma mais eficiente destes tomarem parte ativa na vida e decisão de cada Igreja Particular. A partir desta co-participação, encontram eles sua forma prática e eficiente de atuar dentro da Igreja. 2) Cada vez mais se torna clara a necessidade de os leigos receberem uma formação mais sólida para que tenham uma ação mais eficaz e viva na sociedade em que vivem e atuam. O leigo não está destinado a substituir o sacerdote, mas a complementar sua ação, sobretudo no meio em que pode ter influência cristã. O leigo é a Igreja projetada em todos os ramos da vida e da sociedade. Na política, nas ciências, na imprensa, no ensino, etc. Na Assembléia foi considerada urgente esta formação. Em setembro deste ano, será realizado um seminário de reflexão donde surgirão as pistas concretas para esta importante fase de preparação do leigo para atuar na Igreja. 3) Foi também realizado um encontro com líderes protestantes que se defrontam com as mesmas preocupações quanto à formação dos leigos. Está em caminho um plano conjunto, ecumênico, para encontrar as pistas requeridas. 4) Por outro lado, haverá em Roma, junto ao Conselho dos Leigos, um grupo de leigos engajados em condições de poder

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receber e trocar impressões com os leigos de qualquer parte do mundo que os procurem, mormente durante o Ano Santo. Assim haverá uma oportunidade contínua e aberta para o enriquecimento do leigo e, simultaneamente, para um melhor conhecimento das necessidades deste em qualquer latitude da terra ou diversa circunstância de vida. O Santo Padre aprovou o lema Reconciliação para o Ano Santo, precisamente para sensibilizar mais o leigo, particularmente o jovem, marcado em nosso tempo pelo inconformismo e pela revolta. A Igreja espera que ele compreenda este tema e, generosamente, busque formas de ajudar a concretizar a verdadeira Reconciliação num mundo caracterizado pelo egoísmo - que gera incomprensões, das quais nascem as guerras.

• CO-RESPONSABILIDADE DO LEIGO NA IGREJA 1!: inserido na Comunidade que o fiel assume a sua responsabilidade pessoal, dentro da responsabilidade "comum".

Falamos do sacerdócio comum, de um testemunho comum, de uma santidade comum, isto é, comum a todos, universal, pertencente à comunidade toda e a cada um. 1!: a comunidade cristã como tal que é santa, sacerdotal, apostólica.

O membro age em nome e em virtude do todo. O leigo, como membro da comunidade, deve primeiramente como batizado viver o seu batismo, isto é, viver segundo o Espírito, em estado de graça, sua existência cotidiana: trabalhos e lazeres, vida conjugal e existência familiar, orações e atividades apostólicas.

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UM

TESTEMUNHO

E UM

APOSTOLADO

Surgem em toda a parte, dentro da cristandade, novas experiências tendo em comum a procura de formas mais autênticas de oração. Quando entre nós o Con. Caffarel falou-nos com calor das "vigílias de oração em família" que vinham se multiplicando na Europa, com a franca colaboração dos casais das Equipes. Trata-se de encontros mensais, realizados em casas de familia, de pessoas do mesmo bairro, com a finalidade única de passar juntos uma hora ãe oração, excluindo qualquer preocupação social. Bem distribuído o tempo entre leitura das Escrituras, reflexões, momentos de silêncio, orações espontâneas, intenções, estas vigílias adquirem uma densidade notável. As páginas a seguir são o relato de duas experiências levadas a cabo em São José dos Campos, dentre outras de que temos conhecimento.

Desde que voltamos das inesquecíveis conferências do Con. Caffarel, estávamos desejosos de organizar em nossa casa aquele novo tipo de atividade que, pensando bem, deveria ser coisa corriqueira para os cristãos. Contudo, o receio de não dar certo, de contar somente conosco, de não preencher a sua finalidade, tudo isso nos impedia de começar. Até que fomos chamados para as orações em casa de Peter e Hélene, que tiveram a mesma inspiração e não tiveram tantos receios (seria respeito humano?). E gostamos muito do que vimos, nas primeiras sextas-feiras de cada mês. Entre os novos meios d eaperfeiçoamento, a leitura e meditação da Palavra de Deus, bem como a ascese, precisavam ser incrementadas em nossa casa e em nossa equipe. Resolvemos, portanto, organizar a nossa sessão de orações, visando também tais pontos.

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O plano que estabelecemos consiste no seguinte: 1.0 ) abrimos a noite (21 horas) com um Pai-Nosso; 2. 0 ) lemos algum trecho da palavra do Papa (extraído de SEDOC, por exemplo) conforme seus pronunciamentos nas Audiências Gerais: assim tentamos prestar a devida atenção à Igreja Mãe, ao mesmo tempo que nos predispomos a receber os seus ensinamentos e apelos; 3.0 ) lemos um trecho dos Atos dos Apóstolos, posto que nossa reunião pretende ser como a deles, na qual o Espírito de Deus desceu um dia. E fazemos um breve silêncio, ao qual se segue uma reflexão, normalmente livre, mas que pode aceitar as sugestões do anfitrião ("linhas de reflexão"), porque elas representam, de alguma forma, parte dos problemas que aquela casa enfrenta e que podem ser comuns; 4. 0 ) fazemos, de pé, a invocação do Espírito Santo; 5.0 ) lemos um trecho do Evangelho, da mesma forma que para os Atos, com um intervalo de silêncio e as três sugestões para reflexão individual; 6. 0 ) manifestamos a nossa crença nas palavras do Evangelho, rezando o Credo; 7. 0 ) como tudo que se faz em nome do Cristo depende do "sim" de Maria, rezamos uma Ave-Maria e um Magnificat para encerrar. Esta "fórmula", que achamos prudente para nossa casa, tem funcionado a contento, atingindo os objetivos visados. Como o estudo deve ser metódico, resolvemos ler e refletir de ponta a ponta sobre os Atos e o Evangelho segundo S. Mateus, sem pular trecho algum. E temos descoberto muitas riquezas, como é de se esperar, mesmo naqueles trechos que julgávamos áridos, ou sem muito significado prático. É fácil de se imaginar que a preparação da hora de orações (nunca passa de uma hora de duração), já nos ajuda na tarefa de conhecer melhor a Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, nos põe em contacto permanente com os demais meios de aperfeiçoamento. O benefício é, portanto, generalizado. Um aspecto interessante é o que foi citado antes: o receio de começar. Acontece que a casa de orações é uma casa que deve ficar aberta, mas não é imperioso que se encha de gente. Afinal, o marido, a esposa, os filhos, já somos uma equipe orante. Se a ela se juntarem vizinhos e amigos, tanto melhor. Mas não será pela falta desses - que foram convidados, como na Parábola - que iremos deixar de rezar. Já foi o tempo em que a "junta de bois" servia como desculpa. Nós começamos com muita animação, tendo vizinhos, irmãs salesianas, equipistas e outros amigos. Mais recentemente apenas os "paisanos" têm se apresentado. E a coisa vai indo bem, graças a Deus. Podemos dizer que se não tivéssemos adotado este costume, muito de nossa vida em equipe (e em família) teria sofrido no decorrer desse ano agitado e trabalhoso.

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Em casa de Peter e Hélene, há uma outra fórmula, que envolve orações comuns, duas leituras, escolhidas previamente, com as indispensáveis reflexões dos presentes e entremeadas por cânticos (em geral dos novos), tudo isso tendo uma vela acesa diante da Sagrada Escritura. Forma-se um ambiente de "oferta" muito significativo; as músicas servem, pensamos, inclusive para suscitar uma descontração, de modo que quem não fez a reflexão na primeira leitura, certamente irá fazê-la na seguinte. Também se inicia com o Pai-Nosso e se encerra com o Magnificat. E, tanto lá como em nossa casa, o final é o cafezinho mesmo, de vez que toda confraternização tem cheiro de café ... Dou meu testemunho particular de que fui até contrariado à casa do Peter, só para cumprir uma obrigação, e deparei com a Palavra de Cristo de tal modo que não pude deixar de me manifestar. Afinal, todos sabemos reagir quando somos provocados. E saio sempre enriquecido, é claro. Por isso mesmo, ao convidar os outros, costumamos dizer: "vá, mesmo que não queira, mesmo que não tenha vontade, porque, ante sua pouca vontade, Jesus Cristo saberá o que fazer". Em raras oportunidades pudemos ver tão pouca coisa render tanto. Seria excelente se a idéia do Con. Caffarel ganhasse mais adeptos, dentro e fora das Equipes. Rezar, simplesmente por rezar, mesmo que seja um tanto a contragosto, Ele se encarregará do acréscimo. Para a família isto é uma interrupção brusca nas incompreensões, nas intolerâncias. É um convite à reconciliação, muito embora a gente saiba que vai cair de novo. Caem os que estão de pé, apenas. Um dia a gente será sustentado de tal forma pelo Cristo que não haverá mais queda e sim ressurreição. Quem sabe outros casais hão de ter outros modos de organizar as orações em suas casas e poderiam dar seu testemunho nestas páginas?

Antonieta e Luiz Gonzaga Rios

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NOTíCIAS DOS SETORES

CAXIAS DO SUL -

Família de apóstolos

Recebemos notícias de que Paulina, viúva de Isidoro Moretto e mãe do bispo D. Paulo Moretto, recebeu, substituindo o marido, o mandato de Ministro extraordinário da Eucaristia, das mãos de seu filho. O bispo de Cruz Alta havia ido a Caxias para um Encontro interestadual de diáconos casados procedentes de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. GUANABARA -

Antes da Sessão, Dia de Estudos

Eram 60 casais no salão cedido pelo Colégio da Divina Providência, no Jardim Botânico, a ouvir com entusiasmo as palavras do Pe. Alfonso Garcia Rubio, Assistente eclesiástico da Comissão Arquidiocesana de Pastoral Familiar. Entre eles, destacou-se a presença de um casal de Manaus, Nazaré e Kaneko, equipistas de dois anos, que também participariam da Formação de 1.0 grau, em Nova Iguaçu, dias depois. As crianças, perto de 60, aproveitaram o dia para futebol e brincadeiras, enquanto seus pais participavam das palavras e grupos de estudos. BAURU -

Uma Via Sacra diferente

A via-sacra das famílias equipistas de Bauru, realizada na Catedral sob a direção do Conselheiro espiritual do Setor, Pe. Ivo, foi na base do "audio-visual". Transcrevemos do Boletim: "Pe. Ivo nos explicou que devíamos permanecer sentados o mais próximo possível da tela, onde seriam projetados quadros -28-


de pintor famoso, que através de mãos em atitudes diferentes, expressariam as palavras profundas meditadas por um capuchinho e que seriam lidas por cada Equipe. Palavras estas que nos fizeram também meditar e trazer para hoje bem vivo o drama de 2.000 anos atrás. Houve também a recomendação do Pe. Ivo para que não nos prendêssemos na apreciação artística dos quadros e procurássemos nos concentrar na atitude máxima daquele que se doou por Amor. Como foi lindo, gente, ouvirmos no microfone vozes diferentes em cada estação, unidas, ora das esposas, ora dos maridos, nos dizendo coisas da vida de hoje que acontecem e que nos conscientizam sobre o Cristo vivo, que sofre, alegra-se e crucifica-se todos os dias em nós. Cremos que todos os que lá estiveram puderam ter a alegria que tivemos quando, ao ler o trecho da Paixão em que Cristo encontra os apóstolos queridos adormecidos, diz: "Como, não pudestes velar uma hora comigo?" E nós, podendo responder: "Sim, Senhor, pela vossa graça, ainda que de modo imperfeito, nós procuramos velar uns instantes contigos ... Continua, Senhor, nos abençoando e sacudindo para nos tirar do sono que nos dispersa". TAUBAT~

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Reunião de Equipes mistas

Foi um encontro diferente dos organizados anteriormente, porque a designação dos casais hospedeiros e animadores foi feita com bastante antecedência, o que permitiu a constituição de 8 equipes, compostas de 7 a 8 casais, em média, cada uma. A participação portanto foi bastante concorrida. O roteiro da reunião, organizado pelo Setor, teve a preocupação de escolher um tema bastante palpitante: tudo girou sobre as Missões. As reuniões iniciaram-se às 20 hs. e tiveram o seguinte desenrolar: a oração inicial foi cantada (Oração de São Francisco de Assis) e serviu para estabelecer um clima realmente fraterno. No jantar, que foi bem frugal para lembrar a ceia de Cristo, os casais se apresentaram. Passamos em seguida para a co-participação, que girou em torno da seguinte proposição: "Todo cristão no batismo recebe o chamamento para ser missionário. Nós, como cristãos, temos respondido a esse chamado?" - e ofereceu oportunidade para vários testemunhos. A seguir foi lido um texto para a meditação comunitária, extraído da carta de São Paulo aos Colossenses (1, 24-29) que, mimeografado e distribuído, permitiu que fosse amplamente refletido e minuciosamente interpretado pelo Pe. Assistente. Pas-29-


sou-se depois para a Oração Pessoal, onde cada um disse aos outros o que naquele texto mais o havia tocado. Tanto a oração pessoal como as intenções que se seguiram foram feitas com o Cristo Crucificado nas mãos de cada um. Era o mesmo Cristo que, no início da reunião, h avia sido entronizado na sala para presidir o encontro. A oração litúrgica foi lida por todos. Para os debates, foram propostas duas questões: a) O apostolado exercido dentro do lar é suficiente para o cumprimento da vocação missionária? b) Qual é a missão do equipista? O encerramento deu-se com a oração do Magnificat e a bênção do Pe. Assistente. JUIZ DE FORA -

Encontro de Formação de Pilotos

Na Fazenda Santa Lúcia, a Coordenação de Juiz de Fora, que já conta com 4 equipes, teve, com a participação do pessoal de Petrópolis, o seu primeiro "curso de pilotos". Os trabalhos foram iniciados por uma oração, lida, durante a ruptura, pelo Tarquínio. A seguir, frei Orlando leu um trecho do Evangelho de São Marcos, sobre o qual fez a meditação, que foi seguida pela oração pessoal de todos os presentes ao Encontro. A parte da manhã foi dedicada à realização de quatro palestras: "O papel do casal piloto", "A Equipe, sua composição, dificuldades e benefícios dos meios de aperfeiçoamento", "Espiritualidade" e "O relacionamento entre o casal piloto e o Conselheiro espiritual". Terminadas as palestras, foi servido o almoço e, após ligeiro intervalo para descanso, teve lugar uma reunião plenária para debates, tipo perguntas e respostas, sobre os assuntos apresentados ou outros de interesse para o tema em estudo. Muito movimentado foi esse momento do Encontro, após o qual foi celebrada uma Missa na capela da Fazenda, pelos dois Conselheiros Espirituais presentes, em ação de graças por esse dia tão profícuo e produtivo. PETRóPOLIS -

:·um grande encontro -

um encontro grande"

Esse o título do artigo sobre o "Mutirãozinho", que transcrevemos do "Equipetrópolis". Dizendo que viveram realmente essas duas dimensões de um encontro, Norma e Releio, responsáveis pelo Departamento de Catequese, relatam: Foram 173 pessoas - casais, animadores, padres, crianças e adolescentes - num regime de mutirão, trabalhando, refletindo, rezando, brincando, durante as horas de um dia um tanto frio , -30-


com vento, garoa, nuvens, mas vividos dentro de um calor humano tão grande, de uma doação total da parte de cada um ... Foi uma equipe de trabalho que se caracterizou pela alegria. Custou um pouco, é bem verdade, ser formada; porém desde as preparatórias, sentiu-se da parte de todos uma grande vontade de servir. Uniram-se em torno disto e fizeram do serviço ao irmão a sua bandeira! Ninguém mediu esforços, ninguém pensou em cansaço. O que pudemos constatar mais uma vez é que é vastíssimo o campo de trabalho, em se tratando de crianças, adolescentes, etc., e que há, por parte de cada criança, de cada adolescente, uma vontade imensa de saber, uma vontade imensa de conhecer, uma vontade imensa de amar. E se eles encontram casais e sacerdotes que procuram viver autenticamente a sua vocação, na doação, no conhecimento do Evangelho, no amor ao Cristo, conseguem essas pessoas transmitir-lhes a Palavra do Cristo, dar testemunho desse mesmo Cristo e viver assim mais plenamente a alegria de ser cristão. O mutirãozinho deixou frutos maravilhosos! O que ouvimos de muitos, as palavras que a cada momento nos chegam, nos fazem crer e desejar que cada vez mais esse tipo de encontro se realize. Vivemos em um campo de luta, luta entre o bem e o mal, cada família sente isso, vive isso: e está em nossas mãos de pais, com vocação ou não para tratar com outras crianças, fazer alguma coisa. O que sentimos é que há grandes preocupações com tanta coisa, certamente muito louvável, mas poucos se dão conta de que têm que construir um futuro espiritualmente mais autêntico para os seus e também para toda a comunidade. Gente, este caminho começa a existir: o mutirãozinho! PETRóPOLIS ainda -

Livro dedicado às Equipes

O querido frei Hugo Baggio publicou mais um livrinho, na coleção "Encontro", da Editora Vozes. É um livro que promete fazer muito bem aos casais, pois destina-se especificamente a eles. Chama-se "Unidade Fecunda" e leva uma dedicatória às Equipes IV e V de Petrópolis ... LIMEIRA -

Equipes em ação

Recebemos de Berenice e José Augusto Pierrotti, Casal Responsável pela Coordenação, as seguintes notícias, acompanhadas de uma fotografia. -31-


Contamos em Limeira com 6 equipes atualmente. Nosso retiro espiritual é feito há vários anos em Valinhos, na Chácara São Joaquim, no primeiro fim de semana de julho. Os casais pagam-no mensalmente, e assim todos comparecem sem grandes problemas. Nossa festa de Natal é comemorada todos os anos com Missa, seguida de churrasco ou outro tipo de confraternização.

A fotografia que enviamos refere-se ao curso de preparação para o casamento, organizado pelas equipes na paróquia de N. Sra. das Dores, no Centro. A média dos que fazem cada um dos três cursos programados anualmente nesta paróquia é de 30 casais. Todos os que auxiliam no curso são equipistas, com exceção de um dos casais palestrantes. Os cursos de orientação para o casamento foram introduzidos na cidade pelas Equipes, desde que essa atividade educativa foi aconselhada pelo Movimento. Outros cursos, de outras paróquias, tanto de casamento como de batismo, além de encontros de jovens e outras atividades paroquiais, têm nos equipistas os elementos atuantes.

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DIA

DE

ESTUDOS

EM

PETRóPOLIS

Participamos do Dia de Estudos promovido pelo Setor e magistralmente organizado por frei Almir e pelo casal Marylena e Mário. O dia esteve maravilhoso, apesar do mau tempo que fazia em Petrópolis, e as surpresas foram constantes durante o decorrer do dia. Após a oração da manhã, na capela, começamos os trabalhos. Surpresa na primeira palestra, "Problemática da família e do casal", de Miriam e Eckner, com a Miriam esgotando o assunto e revelando-se ótima atriz. Após cada palestra, reunimo-nos para grupos de debates sobre o tema, fazendo como que uma mini-inter-equipes. Depois do cafezinho, a palestra de J acira e Fernando sobre a influência das Equipes na vida conjugal. Sensacional mesmo! Novamente grupos de reflexão. O testemunho do casal foi tão expontâneo, tão verdadeiro, que esta série de grupos de debates foi quase que uma reuniã.o de informação para casais de fora das Equipes. Almoço. Surpresa maior. O almoço desta vez foi preparado e servido pelo pessoal equipista. Jamais teremos garções mais atenciosos e divertidos ... Depois do almoço, farto e delicioso, a soneira, os papos, e então o plenário. Conduzido por Marília e Mauro e Stella e Tarquínio, se não teve muitas conclusões, as poucas foram bastante proveitosas. A terceira palestra, por frei Almir, "A instituição matrimonial aos olhos do Plano de Deus", nos deu uma tremenda sacudidela. Sem outro adjetivo: sensacional!

......

Daí, fomos à Missa, não sem antes fazermos uma bagunça bárbara para o retrato dos casais. A Missa, contávamos com a presença de um equipista austríaco, que levou o abraço petropolitano para os nossos irmãos vienenses. Encerramos o Dia de Estudos com um delicioso lanche e nos sentimos mais integrados com nossos irmãos de outras equipes. Agradecemos a Deus por esse dia, e esperamos, ansiosos, pelo próximo ... Mônica e Luiz Equipe 13

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SESSAO DE FORMAÇAO

DE

19

GRAU

EM

PINDA

Realizou-se em Pindamonhangaba, nos dias 1, 2, 3, 4 de novembro. Equipe de Serviço quase toda do Vale do Paraíba, com 2 casais de Jundiaí e frei Estêvão, de São Paulo. Participaram casais de Petrópolis, Guanabara, Taubaté, São José dos Campos, Caçapava, Pindamonhangaba, São Paulo, Americana, Limeira, Valinhos e Vinhedo - ao todo 21 casais. O encontro atingiu seus objetivos, proporcionando a todos a oportunidade de refletir em profund.dade sobre o sentido de sua vocação e a resposta que Deus espera de cada um de nós. Pudemos sentir o que significa Cristo em nossa vida e o papel das ENS na Igreja atual. Houve momentos de intensa vibração espiritual, instantes de marcante co-participação nos grupos e muita alegria na confraternização. Enfim, deixou saudades. A equipe de serviço, que de há muito vinha se preparando para esse encontro, seja procurando assimilar melhor o papel de cada um, seja participando de verdadeira cadeia de orações pelo êxito da Sessão, sentiu-se ao final imensamente recompensada, pairando em todos um vivo sentimento de agradecimen'.o a Deus pela sua infinita bondade, que sabe transformar em frutos tão abundantes a soma de nossas pequenas doações, às quais se procura dar o máximo, mas mesmo assim, vão eivadas das nossas imperfeições, Assim vimos este encontro. Numa expressão que se tornou bastante repetida em toda a Sessão, "agora trata-se de pôr a mão no arado".

Trecho do depoimento de um casal nél avaliação da Sessão: "A Sessão foi ótima, acalentadora e tran.s formadora da nossa formação vivencial. Senhor! Como aprendemos, e · como são saborosos os seus frutos! Deles, nestes quatro dias, nos alimentamos . e nos . saciamos, aplacando a nossa fome. Espero que não seja.m os tão faminto s ao ponto de não podermos dar um pouco -34-


deste alimento, que se multiplicará para que nossos irmãos equipistas também participem desta ceia que o Senhor nos ofereceu. Valor não nos faltará e não queremos que o comodismo nos domine. Seremos dois em um só pensamento, uma só meta, a seguir com Nossa Senhora os caminhos que nos levam a Deus. Obrigado, Nossa Senhora. Retribuiremos, temos certeza, e a multiplicação dos pães de novo se repetirá". SESSAO DE FORMAÇAO

DE

19 GRAU

NA GUANABARA

Realizada nos dias 15, 16, 17 e 18 de novembro, em Nova Iguaçu, no Bairro Moquetá, com a presença de 18 casais, entre os quais um casal de Manaus e dois casais de Brasília. Vieram de São Paulo frei Estêvão e Marcelo, e Igar de Jundiaí. Vera Regina (eq. 20) externou seu entusiasmo pelo encontro, dizendo que não há palavras para descrevê-lo. Comparou nossa vida espiritual a um carro que vai por uma longa estrada, e que, de vez em quando, precisa se reabastecer, para não ficar parado na margem. Estes encontros, mutirões, dias de formação, retiros, dias de estudos, são os providenciais "postos de gasolina" colocados à beira de nossa estrada. É necessário um reabastecimento periódico em nossa vida de equipistas. Esta 1.a sessão de Formação de Dirigentes aqui na Guanabara foi como "uma revisão completa no carro" . .. Parabéns à Equipe de Serviço, perfeita em sua atuação. Daisy Bertoche

• Retiros da Região São Paulo -

ABRIL -

Capital

dias 26-27-28

Instituto Paulo VI - Taboão da Serra Pregador : Pe. Germano Van Der Meer

AGOSTO -

dias 9-10-11

Chácara São Joaquim - Valinhos Pregador: Pe. Germano Van Der Meer

Dias 30-31 de AGOSTO e 1.0 de SETEMBRO Instituto Paulo VI - Taboão da Serra Pregador: Pe. Antonio Aquino

OUTUBRO -

dias 18-19 e 20

Casa do Cenáculo - Taboão da Serra Pregador: Pe. Paulo Raabe

29-30 de NOVEMBRO e 1. 0 de DEZEMBRO Vila Dom José -

Barueri

Todos sem crianças -35-


ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

Ao iniciarmos um novo ano, é bom lembrar que o texto de meditação deve ser aprofundado amiúde durante o mês, para podermos levar para a reunião o fruto de nossas meditações.

TEXTO DE MEDITAÇÃO tFil. 2, 1-16)

Completai a minha alegria, permanecendo unidos. Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos . Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interêsses e sim os dos outros. Dedicai-vos mutuamente à estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor .

-36-


Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como quando eu estava entre vós, mas muito mais agora na minha ausência. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irreprensíveis e inocentes filhos de Deus, íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a Palavra da vida. Desta forma, no dia de Cristo, sentirei alegria em não ter corrido em vão, em não ter trabalhado em vão.

ORAÇÃO LITúRGICA

Hoje não fecheis o vosso coração, mas ouvi a voz do Senhor. -

Senhor, abri os meus olhos às maravilhas do vosso amor. Eu sou o cego no caminho. Curai-me, eu vos quero ver. Senhor, abrí minhas mãos que para tudo guardar se fecham. Tem fome o pobre ante a minha porta. Ensinai-me a partilhar.

-

Senhor, fazei com que eu ande por mais duro que seja o caminho . Quero-vos seguir até a cruz. Vinde, tornai minha mão.

-

Senhor, fazei com que eu ouça os gritos de todos os irmãos. A seu sofrimento e a seus apelos que meu coração se abra.

-

Senhor, guardai minha fé, tantas vozes clamam vossa morte. A noite vem e o peso do dia. 6 Senhor, ficai comigo! Hoje não fecheis o vosso coração, mas ouvi a voz do Senhor. (Oração do Tempo Presente -

Hino -

I sexta-feira-manhã)


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